Semana de grandes eventos mostra que a cidade está ‘aberta para negócios’

O lançamento de vários eventos de grande escala esta semana, incluindo duas conferências financeiras globais, mostrará que Hong Kong está “aberta aos negócios” e oferece vantagens claras, disse Secretário das Finanças da cidade. A Cimeira de Investimento dos Líderes Financeiros Globais decorrerá de terça-feira a quinta-feira, enquanto a Semana FinTech de Hong Kong, com a duração de cinco dias, terá início hoje, segunda-feira. Os eventos serão seguidos pelo Hong Kong Sevens de três dias, que têm início na sexta-feira.

“Penso que estas séries de eventos em que participarão locais e pessoas do estrangeiro mostrarão em primeiro lugar a importante mensagem de que Hong Kong está aberta para negócios e que as nossas vantagens são óbvias”, disse o Secretário das Finanças Christopher Hui Ching-yu no domingo. “Queremos aproveitar esta oportunidade para mostrar aos investidores ou empresários locais e estrangeiros quais são as vantagens de Hong Kong”.

Hui revelou também que a Semana FinTech de Hong Kong, apoiada pelo governo, atrairia mais de 12.000 espectadores, de uma estimativa anterior de cerca de 20.000, e mais de 300 organizações participantes. Os Serviços Financeiros e o Gabinete do Tesouro e InvestHK, o braço de promoção de investimentos do governo, que co-organizou o evento, tinham dito anteriormente que esperavam que mais de 3 milhões de pessoas se juntassem à conferência remotamente de mais de 80 economias.

Entretanto, a cimeira de investimento, organizada pela Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA), reunirá cerca de 200 líderes financeiros globais de mais de 100 grandes instituições, incluindo bancos, empresas de títulos, e empresas de capital privado e de capital de risco, incuindo mais de 40 presidentes de grupos mundiais ou chefes executivos, e “a sua presença foi um voto de confiança para Hong Kong”, disse o chefe executivo da HKMA Eddie Yue Wai-man. Entre eles estão o presidente da Black Rock Rob Kapito, o chefe executivo do HSBC Noel Quinn, o presidente do JPMorgan Chase Daniel Pinto, o presidente da Morgan Stanley James Gorman, o CEO da Goldman Sachs David Solomon e o chefe executivo da Standard Chartered Bill Winters.

As autoridades esperam que os eventos mostrem a posição da cidade como porta de entrada para a China e oportunidades na área da Grande Baía, e permitam aos líderes financeiros estabelecer redes e explorar oportunidades de investimento.

Os banqueiros e executivos financeiros estrangeiros presentes nos eventos não estarão sujeitos a restrições pandémicas que se aplicam a outros visitantes, uma vez que lhes será permitido comer e misturar-se livremente em restaurantes designados. Sob o actual regime “0+3” de Hong Kong, todos os visitantes são submetidos a vigilância médica durante três dias, durante os quais não podem ir a restaurantes e bares, e devem realizar regularmente testes Covid-19.

O professor associado de economia Terence Chong Tai-leung, da Universidade Chinesa, disse que os participantes das reuniões provavelmente se concentrariam apenas na condução de negócios, atraindo oportunidades de investimento e trabalho em rede. “Se Hong Kong quer atrair investidores e visitantes, precisa realmente de resolver a raiz do problema – basta retirar o mandato da máscara e todas as restrições remanescentes da Covid-19 para que saibam que Hong Kong está a voltar ao normal como os outros”, disse.

Thomas Shik, economista chefe e chefe da investigação económica no Hang Seng Bank, disse que “este é um exercício de marketing para sinalizar ao mundo que o mercado financeiro de Hong Kong tem permanecido vibrante e robusto”.

31 Out 2022

Universidade de Shenzhen vence 928 Challenge

Uma equipa da Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique, conseguiu o segundo lugar no concurso 928 Challenge, com um projecto de produção de biogás a partir de desperdícios em explorações avícolas

 

A Universidade de Shenzhen, cidade chinesa adjacente a Hong Kong, com um projecto de gerador de oxigénio para aquacultura, venceu a competição “928 Challenge”, em Macau. Ao todo, 16 equipas finalistas, dez das quais chinesas, divididas em duas categorias, universidades e ‘startups’, disputaram a final da segunda edição desta competição sino-lusófona.

No segundo lugar, ficou o projecto de uma equipa da Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique, de produção de biogás a partir de desperdícios em explorações avícolas.

A terceira posição foi atribuída à Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, cuja equipa apresentou um plano de formação no âmbito da cultura de café em Timor-Leste, sobretudo destinado a mulheres.

Na categoria das ‘startups”, a chinesa OneDrop, com uma aplicação para evitar o desperdício alimentar já em funcionamento, conquistou o primeiro lugar, seguida por mais duas ‘startups’ chinesas: Ecomel Ecological & Technology e Reconnect Environmental Institute.

“Esta segunda edição confirmou o interesse enorme à volta do conceito de plataforma” não só pelos 1.250 participantes e 256 equipas, como também pela “qualidade dos projectos apresentados”, disseram à Lusa os dois co-fundadores e coordenadores do “928 Challenge” José Alves e Marco Rizzolio, ambos da Universidade Cidade de Macau (CityU).

Para José Alves, também director da Faculdade de Gestão da CityU, esta iniciativa permite a transferência de tecnologias chinesas para os países de língua portuguesa, em infra-estruturas, energia, telecomunicações, agricultura, pescas ou alimentação, muito necessárias nestes países, e “muitas das quais existem em Macau, em empresas que se podem organizar e fazer essas transferências”.

“Esperamos que o Governo de Macau e o ambiente empresarial [do território] continue a apoiar esta iniciativa que pode trazer projectos de valor acrescentado para a Área da Grande Baía e para os países de língua portuguesa”, afirmou.

Em 2003, a China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, através do Fórum Macau.

 

Da Grande Baía

A Área da Grande Baía é um projecto de Pequim que visa criar uma metrópole a partir das regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong, e nove cidades da província de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing), com cerca de 70 milhões de habitantes e um produto interno bruto (PIB) a rondar os 1,2 biliões de euros.

Na abertura da cerimónia de atribuição de prémios foi transmitida, em vídeo, uma mensagem do secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa português, Mário Campolargo, na qual sublinhou a existência de uma herança comum entre Macau e o bloco lusófono que é preciso explorar mais.

Os dois responsáveis acrescentaram que para o próximo ano vão “repensar o formato” da iniciativa “para aproveitar maior potencial das equipas e projectos”, apostando numa maior divulgação na Grande Baía e no bloco lusófono.

Por outro lado, o desafio vai passar a denominar-se 929: nove cidades da Grande Baía, duas regiões administrativas especiais chinesas (Macau e Hong Kong) e nove países lusófonos, depois da adesão da Guiné Equatorial à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e ao Fórum Macau, indicaram.

O concurso tem a organização conjunta do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) e de várias universidades de Macau e da Grande Baía e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Os primeiros lugares receberam um prémio de 20 mil patacas, os segundos de 10 mil e os terceiros cinco mil.

31 Out 2022

Políticas de HK para 2022 – Na perspectiva da administração pública (I)

A semana passada, Li Jiachao, Chefe do Executivo de Hong Kong, apresentou o primeiro plano de políticas públicas, desde que tomou posse. Em geral, os conteúdos apresentados são abrangentes, substanciais e exequíveis.

O plano menciona que Hong Kong deve apostar seriamente no desenvolvimento do distrito norte. Futuramente, um terço da população da cidade vai viver nessa zona e os benefícios económicos serão enormes.

O plano de políticas públicas tem uma grande variedade de conteúdos, a maior parte dos quais se baseia na actual situação de Hong Kong, mas os que se centram nas finanças, na tomada de decisões e na administração do funcionalismo público merecem algumas considerações.

Em relação às finanças, o plano assinala que Hong Kong vai criar a “Hong Kong Investment Management Co., Ltd.” para gerir as reservas fiscais a bem do desenvolvimento da economia. O capital inicial da Hong Kong Investment Management Co., Ltd. provem do “Hong Kong Growth Portfolio”, do “Hong Kong Future Fund”, do “Greater Bay Area Investment Fund”, do “Strategic Innovation and Technology Fund”, e do “Co-investment Fund”.

Depois do Governo de Hong Kong reunir estes fundos, passará a investi-los.
O plano não refere o montante do capital inicial da Hong Kong Investment Management Co., Ltd. Mas uma coisa é certa, após a consolidação destes fundos, ao investi-los, bem como às receitas que vão gerar, o Governo de Hong Kong irá obter mais uma fonte de receitas para lá dos impostos.

Embora alguns profissionais tenham assinalado que é provável que a pandemia termine em 2024, tal não acontecerá de um dia para o outro, e todos vivemos ainda tempos de recessão económica. Durante este período, as receitas do Governo provenientes dos impostos são bastante menores e se o Executivo quiser prestar assistência económica aos residentes vai inevitavelmente ter problemas financeiros.

Com a criação da Hong Kong Investment Management Co., Ltd. os investimentos com as verbas dos fundos acima mencionados serão feitos de forma unificada, o que poderá trazer uma fonte de receitas adicional ao Governo da cidade, reduzindo assim a sua pressão financeira.

Agora será importante perguntar qual vai ser o retorno destes investimentos. No entanto, é uma pergunta difícil de responder. De uma forma geral, os investidores esperam um retorno não inferior a 4 por cento. Baseando-nos nestes cálculos, com um investimento de 10 mil milhões, pode obter-se um retorno de 400 milhões ao fim de um ano.

A despesa média anual do Governo de Hong Kong é de cerca de 500 mil milhões. Comparados com este valor, 400 milhões não terão certamente um impacto significativo nas finanças do Governo. Em todo o caso, num período de recessão económica e de redução das receitas provenientes dos impostos, sempre é melhor obter receitas alternativas que não dependam de um agravamento do estilo de vida da população.

Quando temos de lidar com finanças públicas temos de ser muito prudentes. O retorno obtido com investimentos é variável. Porque este ano obtivemos um retorno de 4 por cento não significa que o mesmo se vá verificar no próximo ano e por isso devemos ter sempre muita atenção nestas matérias.

Para além disso, os investimentos envolvem riscos, quanto maior for a recompensa, maior será o risco. Portanto, mesmo usufruindo do retorno do investimento, o Governo de Hong Kong deve também ter um plano de reserva. Se houver uma perda do capital investido, o que é que se deve fazer? Se não houver um plano de reserva, o risco será maior.

Em relação às tomadas de decisões públicas, o plano propõe a criação de uma “equipa vermelha”, responsável por criticar e opor-se às políticas públicas. Nos exercícios militares, a equipa vermelha desempenha o papel do inimigo e a nossa equipa recebe o nome de equipa azul. A equipa vermelha irá desafiar o plano operacional usando táticas, técnicas e equipamentos apropriados. A grande vantagem deste método é podermos ficar a “conhecermo-nos e também ao nosso inimigo”. Desde que consigamos antecipar qualquer problema com a nossa tática, podemos precaver-nos com antecedência; portanto, esta abordagem também pode ser chamada ” análise de substituição “.

O maior benefício da aplicação do conceito de equipa vermelha à formulação e implementação de políticas é, naturalmente, a identificação das lacunas políticas com antecedência e a possibilidade de as poder optimizar, reduzindo assim os problemas que surgem após a implementação dessas políticas. A discussão do Plano de Políticas Públicas de Hong Kong para 2022 continua na próxima semana.

 

Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau
Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk

25 Out 2022

Chefe do executivo de Hong Kong aposta na atração de talento estrangeiro e inovação

O chefe do executivo de Hong Kong, John Lee, comprometeu-se ontem a atrair talentos estrangeiros, promover a cidade como centro de inovação, aumentar a oferta de habitação e aprofundar os laços da região administrativa chinesa com a China continental.

Num discurso político no Conselho Legislativo (LegCo), Lee anunciou uma série de estratégias, incluindo permitir que os trabalhadores com rendimentos elevados e os licenciados das 100 melhores universidades do mundo permaneçam em Hong Kong durante dois anos sem inicialmente receberem uma oferta de emprego.

“Nos últimos dois anos, a força de trabalho local diminuiu em cerca de 140.000 pessoas”, afirmou Lee, assegurando que “para além de encorajar e reter ativamente os talentos locais, o governo irá procurar incessantemente por talentos em todo o mundo”.

Lee, eleito chefe do executivo em maio, também revelou um plano milionário para reindustrializar a região de Hong Kong e estabelecê-la como um centro de inovação e tecnologia.

O projeto terá como objetivo atrair empresas estrangeiras de tecnologias de informação para criar empresas em Hong Kong, financiar investigadores universitários e desenvolver as “Metrópoles do Norte” (“Metropolis of the North”) na parte norte da cidade.

Ao mesmo tempo, alguns escritórios governamentais atualmente localizados no distrito empresarial de Hong Kong serão relocalizados para a metrópole, que tirará partido da sua proximidade com a fronteira continental para criar sinergias com cidades do sul da China, como Shenzhen e Cantão.

Este plano de inovação anunciado por Lee surgiu duas semanas depois do governo dos EUA ter anunciado um movimento para cortar o acesso da China a semicondutores (‘chips’) feitos em qualquer parte do mundo com equipamento dos EUA.

Quanto à habitação, Lee prometeu aumentar a oferta pública em 25% e reduzir os tempos de espera dos candidatos num território recentemente classificado como a cidade mais cara do mundo para se viver, de acordo com um relatório anual da empresa de mobilidade global ECA International.

No entanto, o político de Hong Kong não fez qualquer menção a uma nova mudança nas restrições impostas para enfrentar a pandemia, apesar das últimas semanas de esperança e especulação de que as medidas anticovid de Hong Kong seriam ainda mais relaxadas.

Desde 26 de setembro, Hong Kong retirou a exigência de quarentena obrigatória nos hotéis como medida de precaução e requer apenas um período de observação de três dias para as chegadas ao estrangeiro. Não obstante, para viajantes internacionais, as pessoas que atravessam a fronteira para a China continental ainda têm de fazer uma semana de isolamento num hotel.

Comentando o discurso político de Lee, George Leung, diretor da Câmara Geral de Comércio de Hong Kong, disse que a atual fuga de cérebros de Hong Kong tem sobretudo a ver com as regras anticovid da cidade.

Acrescentou que embora novas medidas para atrair talento ajudassem, não são particularmente mais atrativas do que as oferecidas por lugares como Singapura e Londres.

20 Out 2022

Hong Kong | Secretário das Finanças fala em recessão económica no final do ano

Hong Kong deverá terminar o ano em recessão, previu ontem o secretário das Finanças da região chinesa, cuja economia está a ser afectada pelas restrições ligadas à covid–19 e pelo aumento das taxas de juros.
“Há uma elevada probabilidade de que Hong Kong tenha um crescimento negativo do PIB este ano”, disse Paul Chan, em conferência de imprensa.

O território anunciou ontem uma subida em 0,75 pontos percentuais da principal taxa de juro de referência, para 3,5 por cento “uma taxa não vista em três décadas”, lembrou o dirigente.

O dólar de Hong Kong está indexado ao dólar norte-americano, obrigando assim a Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA, na sigla em inglês) a seguir o aumento anunciado na quarta-feira pela Reserva Federal norte-americana.

“As pessoas devem estar preparadas para que as taxas interbancárias do dólar de Hong Kong subam ainda mais”, avisou ontem o presidente executivo da HKMA, Eddie Yue Wai-man.

A subida da taxa de juro ocorre num momento em que a economia da região administrativa especial chinesa está já em “recessão técnica”, após registar um declínio no PIB durante os primeiros dois trimestres do ano.

Danos colaterais

Outrora um centro de transportes e logística asiático, Hong Kong ficou isolada do mundo durante mais de dois anos devido às políticas anti-pandémicas, de acordo com a estratégia de zero casos da China.

A partir de 12 de Agosto, Hong Kong passou a permitir aos viajantes permanecer em quarentena durante três dias num hotel designado, e depois submeterem-se a quatro dias de vigilância médica.

Paul Chan disse mostrou-se favorável a facilitar a entrada de pessoas vindas do estrangeiro, para promover um maior investimento, pois as pessoas estão mais cautelosas num ambiente de altas taxas de juros.

No domingo, o secretário das Finanças tinha previsto que o défice orçamental da cidade chegará este ano a 100 mil milhões de dólares de Hong Kong, o dobro das estimativas iniciais.

Depois do anúncio da subida das taxas de juro, a bolsa de valores de Hong Kong negociou em baixa, com o principal índice, o Hang Seng, a cair 1,96 por cento até às 15:45. O Hang Seng perdeu mais de 22 por cento do seu valor este ano, depois de já ter caído 14 por cento em 2021.

22 Set 2022

Isabel II | Residentes de Hong Kong fazem todos os dias fila durante horas para homenagear rainha

Centenas de residentes de Hong Kong fazem fila em frente ao Consulado Geral Britânico durante horas, todos os dias, para prestar homenagem à rainha Isabel II, deixando pilhas de flores e notas manuscritas.

Alguns habitantes de Hong Kong estão nostálgicos pelo que consideram ser uma “era dourada” passada sob o regime colonial britânico não inteiramente democrático, quando a cidade de cerca de sete milhões de pessoas ganhou o estatuto de centro turístico e financeiro mundial. A rainha é apelidada de “si tau por” em Hong Kong. No dialeto cantonês local traduz-se por “patroa”.

“Costumávamos chamar-lhe ‘si tau por’ quando estávamos sob o seu domínio. É simplesmente uma forma de mostrar respeito por ela. Havia um sentimento de bondade da parte dela, não é o tipo de chefe que está acima de si”, disse CK Li, uma residente que fez fila durante mais de duas horas para prestar a homenagem a Isabel II.

Outro residente, Eddie Wong, de 80 anos, disse que estava lá “por verdadeiros sentimentos” do seu coração.

“As pessoas em Hong Kong amam-na”, disse Wong. “Porque quando estávamos sob o seu domínio, desfrutávamos de democracia e liberdade e estávamos muito gratos. Quero despedir-me de ‘si tau por’, que está no céu”.

Ao recuperar a soberania do território a 01 de julho de 1997, a China prometeu deixar intactas as liberdades civis e instituições ao estilo ocidental de Hong Kong durante pelo menos 50 anos. Muitos criados no antigo território cresceram na esperança de liberdades ainda maiores.

Mas após meses de protestos antigovernamentais em 2019, Pequim impôs à cidade uma dura lei de segurança nacional, procurando acabar com a dissidência pública.

Jornais considerados demasiado críticos de Pequim foram forçados a fechar e dezenas de ativistas foram detidos. Os protestos em massa terminaram. Dezenas de milhares de residentes de Hong Kong escolheram emigrar para o Reino Unido e outros lugares, como Taiwan.

Até ao momento, as autoridades permitiram que continuassem as demonstrações ordenadas e sombrias de respeito.

“Imagino que algumas pessoas vão para lá não tanto por razões de nostalgia, mas como uma espécie de protesto, agora que a dissidência é suprimida”, disse John Burns, professor honorário de política e administração pública na Universidade de Hong Kong.

“Algumas pessoas, por exemplo, que concordam com o tipo de valores universais que o Reino Unido representa, e que foram incorporados na nossa Declaração de Direitos no final do colonialismo, podem participar nisto como forma de protesto”, disse Burns.

As emoções em Hong Kong estão em alta, disse Emily Lau, ex-presidente do Partido Democrático e ex-deputada, dada a situação política da cidade e de prevenção pandémica.

“Há quem seja genuinamente nostálgico e tenha sentimentos sentimentais pela Rainha, mas também há pessoas que têm queixas sobre a situação atual em Hong Kong”, disse.

“Não podemos excluir que alguns tenham aproveitado esta ocasião para expressar isso”, afirmou Lau.

Ao mesmo tempo, figuras públicas em Hong Kong estão a ser escrutinadas sobre a sua resposta à morte da rainha, e a atrair críticas se forem vistas como demasiado admiradoras do seu reinado ou do domínio britânico em geral.

Nas redes sociais chinesas choveram críticas ao veterano ator Law Kar-ying por este ter publicado uma fotografia no exterior do Consulado Britânico no Instagram com uma legenda que inclui a frase: “Hong Kong foi uma terra abençoada sob o seu reinado”.

Criticado duramente por atribuir a prosperidade de Hong Kong ao domínio britânico, Law apagou a publicação e divulgou um vídeo de desculpas na rede social Weibo. “Eu sou chinês e amarei para sempre a minha pátria”. Sinto muito”, escreveu.

Nem todos os habitantes de Hong Kong são sentimentais em relação ao domínio britânico. Alguns ressentem-se da decisão de Londres de não lhes conceder a cidadania britânica plena, aquando da entrega do território à China.

“Os britânicos retiraram os direitos aos nascidos em Hong Kong antes de 1997. Eles não protegeram esses direitos”, disse Leslie Chan, que adiantou não ter planos para mostrar o seu respeito à rainha.

“Quando o governo britânico discutiu com a China sobre o futuro de Hong Kong, os habitantes de Hong Kong foram afastados da discussão”, lamentou.

19 Set 2022

Hong Kong reduz para três dias quarentenas a quem chega do estrangeiro

Hong Kong vai reduzir de uma semana para três dias a duração da quarentena obrigatória nos hotéis para as chegadas do estrangeiro, anunciou hoje o chefe do Governo do território.

A cidade do sul da China continua a ser um dos poucos lugares no mundo, a par de Macau e da China continental, a exigir uma quarentena aos viajantes para evitar o risco de contágio da população local com o novo coronavírus.

A medida entra em vigor sexta-feira e vai passar a ser a quarentena mais curta exigida por Hong Kong às chegadas, desde que a pandemia começou.

O líder de Hong Kong, John Lee, disse que os viajantes devem permanecer em quarentena durante três dias num hotel designado, e depois submeterem-se a quatro dias de vigilância médica durante os quais os seus movimentos serão restringidos através da utilização de um sistema de código de saúde.

As alterações às políticas da covid-19 surgem quando se regista um aumento de infeções com o novo coronavírus, com os responsáveis de saúde da cidade a advertirem que se poderá atingir 8.000 casos nas próximas semanas.

Durante a semana de quarentena e vigilância, os viajantes também terão de fazer testes regulares à covid-19, e os que estiverem infetados terão de permanecer em isolamento.

Aqueles que testarem negativo podem utilizar os transportes públicos e entrar em centros comerciais e mercados, mas não podem entrar em bares e parques de diversões ou visitar lares de idosos, escolas e determinadas instalações médicas.

8 Ago 2022

Hong Kong | Estudantes devem aprender com discurso de Xi Jinping

A secretária para a Educação do Governo de Hong Kong entende que os estudantes da região vizinha devem aprender com o discurso que Xi Jinping proferiu durante a visita à RAEHK. Christine Choi afirmou que os jovens devem interiorizar a ideia de que os seus sonhos e objectivos estão interligados com o futuro do país

 

“Todos os jovens devem compreender a importância dos conceitos proferidos no discurso [de Xi Jinping] e perceber que os seus objectivos e sonhos de vida devem estar intimamente interligados com o futuro do país”, afirmou ontem Christine Choi, secretária para a Educação do Executivo de John Lee, no Conselho Legislativo de Hong Kong.

A governante destacou a importância do discurso do Presidente Xi Jinping de 1 de Julho, durante as celebrações do 25º da RAEHK, na sequência de questões colocadas por dois deputados numa comissão parlamentar sobre educação patriótica e o ângulo pedagógico do discurso de Xi Jinping.

Com o objectivo de pôr em prática os ensinamentos curriculares das palavras do Presidente da República Popular da China, a secretária para a Educação afirmou que serão organizadas sessões com docentes, reitores e directores de escolas para extrair lições do discurso.

De acordo com a emissora RTHK, o deputado Tang Fei, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores do Sector da Educação, perguntou como pode o Governo aferir da eficácia da educação patriótica. Christine Choi respondeu que se os estudantes demonstrarem bom comportamento durante as cerimónias de içar da bandeira, ou em excursões ao Interior da China, de uma forma visível para os docentes, isso quer dizer que os objectivos foram alcançados.

As outras vozes

Entretanto, alguns legisladores questionaram a eficácia da promoção da educação patriótica e das visitas de estudo ao Interior da China. “Na realidade, muitos estudantes regressam destas visitas e dizem que não acreditam no que viram, argumentando que tudo pareceu encenado”, afirmou a deputada Priscilla Leung.

Representantes do Executivo de John Lee garantiram que durante as visitas de estudo, os alunos de Hong Kong têm acesso a locais que não estão disponíveis ao público geral, e que o Governo recebeu garantias das autoridades do Interior da China de que os estudantes aprendem algo importante nos sítios que visitam.

Finalmente, Christine Choi esclareceu que as visitas à China não têm como objectivo classificação curricular, mas fazer com que os estudantes aprendam algo sobre o país.

25 Jul 2022

Hong Kong | Infectados passam amanhã a usar pulseira electrónica

A partir de amanhã, quem testar positivo à covid-19 ou cumprir isolamento em casa vai passar a usar uma pulseira electrónica que irá monitorizar o seu paradeiro. Na terça-feira, Hong Kong reportou mais de 2.500 novos casos positivos

 

O secretário da Saúde, Lo Chung-mau, afirmou que a partir de amanhã as pessoas infectadas e que estejam a cumprir isolamento em casa serão obrigadas a usar pulseiras electrónicas para assegurar que não violam os regulamentos de contingência da pandemia e que não saem de casa prematuramente.

As autoridades de Hong Kong estão a estudar a implementação de um sistema ao usado em Macau, através da leitura de códigos QR na aplicação LeaveHomeSafe, com as três cores verde, amarelo e vermelho para verificar se o cidadão estão ou não a cumprir as directrizes do Executivo.

Lo Chung-mau reforçou a ideia de que as novas medidas irão tornar mais fácil a identificação de pessoas infectadas com o novo tipo de coronavírus e que um sistema de registo com a identidade completa irá aumentar a eficácia na luta contra a pandemia.

A proposta para o novo tipo de código de saúde irá também ser aplicada a quem chega do exterior para cumprir quarentena nos hotéis designados para o efeito. Esse grupo de pessoas ficará com código amarelo. O membro de Governo, citado pela emissora pública RTHK, indicou que este segmento da população poderá retomar a sua vida normal, ir trabalhar ou frequentar aulas, mas que ficariam proibidos de participar em “actividades sem máscara ou entrar em instalações de risco elevado, como hospitais e lares de idosos”. Para já, o Governo de John Lee não planeia impedir estas pessoas de usar os transportes públicos.

Diferente de Macau

As novas propostas foram anunciadas como formas de controlar o retorno dos elevados números de novas infecções diárias. “Todas as cidades são diferentes. Hong Kong é muito diferente de Xangai ou Macau, tanto em termos do tamanho da população, como na distribuição de idades e também nas taxas de vacinação. Hong Kong já passou por uma quinta vaga de infecções de larga escala. Pagámos esse preço”, afirmou o secretário da Saúde, citado pela RTHK.

“Além disso, Hong Kong é uma cidade muito internacional. Todos estes aspectos são considerados nas nossas decisões”, acrescentou. Com agências

14 Jul 2022

O desenvolvimento de Hong Kong no coração de Xi Jinping

O Presidente Xi Jinping participará numa reunião na sexta-feira para celebrar o 25º aniversário do regresso à pátria de Hong Kong, cujo desenvolvimento Xi diz ter estado sempre no seu coração. Sob a liderança de Xi, as autoridades centrais lançaram uma série de políticas e medidas importantes para ajudar Hong Kong a manter a estabilidade e prosperidade no quadro de “um país, dois sistemas”. Na sexta-feira, o presidente participará também na cerimónia inaugural do sexto mandato do governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, que Xi espera trazer mudanças estimulantes para a governação de Hong Kong

 

O Presidente chinês Xi Jinping estará presente numa reunião na sexta-feira para celebrar o 25º aniversário do regresso à pátria de Hong Kong, cujo desenvolvimento Xi diz ter estado sempre no seu coração. “O desenvolvimento de Hong Kong sempre me tocou no coração”, disse Xi, também secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China e presidente da Comissão Militar Central, aquando da sua chegada a Hong Kong há cinco anos para o 20º aniversário da região administrativa especial.

Ao longo dos anos, Xi demonstrou repetidamente a sua preocupação com o desenvolvimento de Hong Kong, bem como com o bem-estar dos mais de 7 milhões de habitantes de Hong Kong. Iniciou projectos de integração de Hong Kong no desenvolvimento nacional, interagiu com a juventude de Hong Kong e encorajou os empresários a prosseguir os seus sonhos no continente.

Sob a liderança de Xi, as autoridades centrais lançaram uma série de políticas e medidas importantes para ajudar Hong Kong a manter a estabilidade e prosperidade no quadro de “um país, dois sistemas”.

Na sexta-feira, o presidente participará também na cerimónia inaugural do sexto mandato do governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK), que Xi espera trazer mudanças refrescantes à governação de Hong Kong. Xi afirmou que Hong Kong se encontra numa fase crucial no seu caminho para uma maior prosperidade.

Desenvolvimento pós-97

Hong Kong tem testemunhado um rápido desenvolvimento desde que o governo chinês retomou o exercício da soberania sobre a mesma a 1 de Julho de 1997. De 1997 a 2021, o PIB de Hong Kong cresceu de 1,37 triliões de dólares de Hong Kong para 2,86 triliões de dólares de Hong Kong. Ultrapassou desafios, incluindo a crise financeira asiática, a epidemia da SARS e a crise financeira internacional, e consolidou o seu estatuto como centro financeiro, marítimo e comercial internacional.

Sob a liderança de Xi, as autoridades centrais promoveram a conectividade das infra-estruturas e implementaram políticas e medidas para expandir ainda mais o espaço para o desenvolvimento de Hong Kong.

Um belo exemplo de conectividade de infra-estruturas é a mega-ponte no estuário do Rio das Pérolas que liga Hong Kong, Macau e o continente chinês.

Durante a sua viagem a Hong Kong em 2017, Xi visitou o local de construção da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macao. Em Outubro de 2018, anunciou a abertura da ponte e inspeccionou-a.

A abertura da ponte marcou uma nova etapa no desenvolvimento da área da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau. A Área da Grande Baía, que pretende tornar-se uma área de classe mundial de baía e aglomerado de cidades, é um projecto nacional significativo concebido e promovido por Xi. Em apenas alguns anos, tornou-se uma das regiões mais abertas e economicamente mais vibrantes da China.

Grande Baía atrai jovens empresários

Um número crescente de jovens de Hong Kong está a virar-se para o continente em busca de perspectivas empresariais, uma vez que o desenvolvimento da área da baía tem trazido novas oportunidades. Mark Mak Hin-yu, co-fundador de uma empresa de robótica, disse que a sua empresa tem a sua sede em Hong Kong, mas transferiu parte das operações, incluindo montagem de hardware e testes técnicos, para o continente, capitalizando as oportunidades trazidas pelo desenvolvimento da área da baía.

O 14º Plano Quinquenal da China (2021-2025) dá a Hong Kong apoio na construção de um centro internacional de inovação e tecnologia, um centro na região Ásia-Pacífico para serviços jurídicos e de resolução de litígios internacionais, um centro regional para o comércio de propriedade intelectual, e um centro de intercâmbio cultural e artístico com outros países.

Laura Cha Shih May-lung, presidente do Hong Kong Exchanges and Clearing Limited e veterana no sector financeiro de Hong Kong há mais de três décadas, tem plena confiança no desenvolvimento futuro do sector. “Sendo uma economia relativamente pequena com uma população de pouco mais de 7 milhões de habitantes, Hong Kong não teria evoluído para o centro financeiro internacional que é agora sem o forte apoio do desenvolvimento contínuo do continente”, disse ela.

Cuidar de todos

Melhorar a subsistência da população de Hong Kong tem sido uma prioridade máxima para Xi. “Os adolescentes querem crescer felizes. Os jovens querem dar a conhecer o melhor do seu talento. As pessoas adultas querem ser bem sucedidas, e os seniores querem desfrutar dos seus anos dourados”, disse Xi quando visitou Hong Kong em 2017, explicando as relações entre desenvolvimento e bem-estar das pessoas.

Xi encontrava sempre tempo para interagir com o público durante as suas visitas a Hong Kong. Em 2008, Xi, então vice-presidente chinês, visitou famílias comuns de Hong Kong, sentou-se com elas e conversou sobre a sua vida quotidiana. Na sua viagem de 2017, o Presidente Xi assistiu a um episódio da ópera cantonesa representada por crianças e encorajou-as a herdar a bela cultura tradicional chinesa.

Ao longo dos anos, Xi supervisionou a implementação de várias políticas favoráveis aos compatriotas de Hong Kong no continente, que abrangem uma vasta gama de áreas, desde a educação e emprego até aos cuidados de saúde e viagens.

Por exemplo, desde Setembro de 2018, as pessoas elegíveis de Hong Kong podem solicitar autorizações de residência no continente, que lhes dão acesso aos direitos de trabalho, segurança social e fundo de previdência habitacional.

Quando a pandemia da COVID-19 atingiu Hong Kong, Xi estava muito preocupado com a vida e a saúde da população local e deu instruções em várias ocasiões para dar a Hong Kong todo o apoio na luta contra o vírus.

O continente enviou materiais anti-epidémicos, enviou trabalhadores da saúde, e ajudou a construir instalações de isolamento e tratamento, bem como assegurou o fornecimento constante de necessidades diárias para ajudar na luta de Hong Kong contra a epidemia. “A pátria é sempre o forte apoio de Hong Kong. As dificuldades em mãos podem certamente ser ultrapassadas”, disse Xi.

Xi salientou uma compreensão completa e precisa do princípio “um país, dois sistemas” e uma aplicação fiel do mesmo. Como ele disse, “um país” é como as raízes de uma árvore e para uma árvore crescer alta e luxuriante, as suas raízes devem correr profundas e fortes.

Medidas fundamentais

As autoridades centrais adoptaram um conjunto de políticas e medidas num esforço para abordar tanto os sintomas como as causas profundas dos desafios relevantes que Hong Kong enfrentou.

A implementação da lei de segurança nacional em Hong Kong foi uma dessas medidas significativas. Foi seguida de melhorias no sistema eleitoral. Estes proporcionaram a Hong Kong uma garantia institucional sólida para ultrapassar dificuldades imediatas, alcançar uma boa governação e assegurar uma paz e estabilidade duradouras.

No âmbito do novo sistema eleitoral, Hong Kong realizou com sucesso eleições para a Comissão Eleitoral, para o Conselho Legislativo do sétimo mandato e para o chefe executivo do sexto mandato. Um número crescente de pessoas competentes e patriotas tem entrado na estrutura governativa.

Com estas medidas em vigor, a estabilidade social foi restaurada. Tanto para o povo de Hong Kong como para os residentes estrangeiros, isto significa um ambiente de vida mais seguro e um ambiente de negócios mais previsível.

“A chave do sucesso de Hong Kong reside no amor do seu povo pela pátria e por Hong Kong, e na sua perseverança, busca da excelência e adaptabilidade”, disse Xi. Em 2018, Xi conheceu Eric Kuo, um jovem empresário de Hong Kong, numa zona piloto de comércio livre na província de Guangdong.

“Fiquei profundamente tocado com o encorajamento do Presidente Xi e fiquei mais determinado a iniciar o meu próprio negócio no continente”, disse Kuo. A sua empresa de alta tecnologia expandiu-se rapidamente, obtendo receitas anuais de mais de 10 milhões de yuan no ano passado.

Estão a surgir mais oportunidades para os jovens de Hong Kong no continente, uma vez que estão a receber uma maior assistência desde a procura de emprego até ao estabelecimento de empresas.

“Uma pátria cada vez mais próspera serve como fonte de força para Hong Kong ultrapassar dificuldades e desafios; apresenta também um reservatório de oportunidades para Hong Kong desbravar novos caminhos, fomentar novas forças motrizes e criar novo espaço para o desenvolvimento”, disse Xi na sua viagem pelo 20º aniversário da RAEHK há cinco anos.

30 Jun 2022

Hong Kong | Pequim pede a novo líder que resolva problemas sociais

O primeiro-ministro chinês pediu ontem ao novo Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, para resolver os “problemas sociais” da cidade e desenvolver a economia, numa cerimónia, em Pequim.

Li Keqiang salientou que o novo governo de Hong Kong deve “melhorar a subsistência das pessoas” e “unir os vários sectores da cidade para resolver os problemas sociais”, de acordo com a imprensa local. Na cerimónia, Li apresentou a carta que formaliza a nomeação de Lee, que vai tomar posse em 1 de Julho.

O primeiro-ministro chinês garantiu que o governo central ia defender o princípio “um país, dois sistemas” – que tem governado Hong Kong desde o regresso à soberania chinesa em 1997 e permite um grau de autonomia e liberdades que não existem no continente – de uma “forma abrangente e precisa”, noticiou o jornal da região semiautónoma chinesa South China Morning Post (SCMP).

“Também exerceremos plena e precisamente a jurisdição abrangente do governo central sobre Hong Kong, bem como o princípio de que Hong Kong é administrada por patriotas”, acrescentou.

Segundo Li, Pequim vai “apoiar plenamente” o novo Chefe do Executivo de Hong Kong e o governo, “de acordo com a lei”, e salientou que a cidade devia “estudar os pontos fortes e as áreas em que se pode destacar”, e “compreender também o que o país precisa da cidade”, uma vez que “se integra” no desenvolvimento da nação.

“O novo governo da cidade precisa de melhorar a sua eficiência e reforçar o estatuto de Hong Kong como centro internacional de finanças, comércio e transportes”, acrescentou o primeiro-ministro chinês.

Com todo o gosto

Em resposta, Lee, de 64 anos, disse aceitar a responsabilidade “com lealdade”, depois de ter sido eleito, em 8 de Maio, por 1.416 dos 1.461 membros da comissão eleitoral.

Antigo inspector da polícia, Lee ocupava a pasta da Segurança quando Hong Kong foi palco de manifestações anti-governamentais, em 2019.

Foi também fundamental na implementação da lei de segurança nacional, imposta em Junho de 2020 por Pequim para pôr fim aos protestos, cada vez mais violentos. Em Junho do ano passado, foi nomeado “número dois” no Executivo.

A eleição do Chefe do Executivo foi adiada por seis semanas devido à pandemia da covid-19, e foi a primeira a realizar-se desde que Pequim impôs alterações ao sistema eleitoral da cidade, em 2021.

31 Mai 2022

Hong Kong | Quatro milhões de animais exóticos importados entre 2015 e 2019

Quatro milhões de animais de estimação exóticos de 84 países foram importados para Hong Kong entre 2015 e 2019, agravando o risco de extinção de inúmeras espécies, denuncia um relatório da fundação ambientalista ADM Capital.

“Apesar de este comércio não ter sido bem documentado, o crescimento e a diversificação nos últimos anos apontam para uma indústria extensa e rentável”, lê-se no relatório “Wild, threatened, farmed: Hong Kong’s invisible pets” (“Selvagem, Ameaçado, Criado: Os animais invisíveis de Hong Kong”), divulgado na terça-feira pela Fundação ADM Capital, que promove a conservação ambiental na Ásia.

Num comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, o responsável pelo estudo, Sam Inglis, disse que o comércio destes animais, “rápido e de grande volume”, compreende “centenas de espécies”, muitas das quais estão ameaçadas de extinção.

A procura do tracajá, uma tartaruga com manchas amarelas na cabeça que habita sobretudo países da América do Sul, da tartaruga de esporas africana, réptil residente em ambientes quentes, ou da tartaruga-panqueca, espécie nativa da Tanzânia e do Quénia, “acentuam as pressões insuportáveis nas populações selvagens”, notou Inglis.

Segundo o comunicado, os autores chamam também a atenção para o difícil rastreamento dos animais que chegam à região administrativa especial chinesa.

A “reexportação parece ser mínima, com menos de meio milhão a partirem oficialmente da cidade”, o que sugere que “um grande número poderá permanecer nas casas ou lojas de animais” de Hong Kong, “possivelmente muitos terão morrido” e “alternativamente, grandes números” poderão ter sido “contrabandeados para fora da cidade”, lê-se.

Expiação de pecados

Ainda de acordo com o estudo, algumas espécies terão sido vendidas para efeitos de “libertação misericordiosa”, uma prática budista não regulamentada em Hong Kong, praticada na região desde os anos 1940.

“Ao libertar animais cativos na natureza, os praticantes budistas e taoistas acreditam que podem trazer fortuna, longevidade, felicidade, saúde, absolvição de pecados e outros benefícios”, refere-se no documento.

Entre as recomendações dos autores, é proposta a revisão das actuais leis que regulamentam o comércio de animais de estimação exóticos em Hong Kong, que se encontram “desactualizadas, [são] frequentemente vagas, e, em alguns casos inadequadas”.

Os autores apelam também para que seja garantido um “controlo fronteiriço mais rigoroso” e implementados “mecanismos de rastreamento”, como a utilização de microchips.

20 Mai 2022

Hong Kong | Organizadores de vigília por Tiananmen acusados de serem “agentes estrangeiros”

Um tribunal de Hong Kong decidiu esta quarta-feira que os juízes procuradores podem designar os organizadores da vigília anual em memória do massacre de Tiananmen como “agentes estrangeiros”, sem precisar de referir para quem são acusados de trabalhar.

A decisão foi motivada por razões de segurança nacional, mas as pessoas visadas consideram que a situação dificulta a preparação da sua defesa, antes do julgamento.

Ao longo de 30 anos, a organização Aliança de Hong Kong, agora extinta, realizou uma vigília anual para homenagear as vítimas da repressão da Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989. Estas comemorações foram proibidas desde a entrada em vigor em 2020 da lei de segurança nacional.

Depois de terem processado judicialmente a organização por “incitamento à subversão”, o que constitui uma ofensa à segurança nacional, as autoridades ordenaram que a direção da Aliança de Hong Kong entregasse dados sobre os seus membros, movimentos financeiros e ligações com o estrangeiro.

Para fundamentar o pedido, a polícia acusou a Aliança de Hong Kong de trabalhar como “agente estrangeiro”, retórica que remete para a afirmação de Pequim de que os protestos de Tiananmen foram fomentados por forças estrangeiras e não por um movimento popular.

A recusa em atender a esse pedido levou à prisão, no ano passado, de cinco líderes da organização, incluindo o vice-presidente Chow Hang-tung.

Durante as audiências preliminares, os advogados de defesa pediram aos procuradores que esclarecessem para quem os arguidos são acusados de trabalhar.

Contudo, o juiz Peter Law argumentou que “a divulgação total de todos os documentos sem dúvida resultaria num risco real de sérios danos à segurança nacional”.

De acordo com Albert Wong, advogado de defesa, a transparência é necessária porque o tribunal terá de determinar durante o julgamento se a Aliança era realmente um “agente estrangeiro”. O julgamento de três funcionários da Aliança, incluindo Chow, está previsto começar em 13 de julho.

12 Mai 2022

John Lee eleito Chefe do Executivo de Hong Kong 

John Lee foi eleito, no domingo, Chefe do Executivo de Hong Kong com 1.416 votos do comité eleitoral, tendo sido registada uma participação eleitoral de 97,7 por cento. O Chefe do Executivo eleito é visto como o rosto de um “novo capítulo” de um mesmo livro, focado nas questões da segurança nacional e da estabilidade sócio-económica da região vizinha

 

O único candidato a Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, foi no domingo confirmado no cargo, ao obter 1.416 votos, anunciou a comissão dos assuntos eleitorais. O candidato Lee Ka-chiu, John, “obteve 1.416 votos”, sendo eleito Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, indicaram as autoridades eleitorais, num comunicado publicado no ‘site’ das eleições.

“Agradeço o vosso apoio à eleição do Chefe do Executivo”, disse Lee, de 64 anos, num breve discurso proferido depois de anunciados os resultados, noticiou o jornal local South China Morning Post. No período de votação, entre as 9h e as 11h30, 1.428 membros da comissão depositaram o seu voto, o que representa uma taxa de participação de 97,7 por cento, de acordo com um comunicado das autoridades locais. A comissão eleitoral é composta por 1.463 membros, na maioria pró-Pequim.

Cerca de sete mil polícias foram destacados para evitar qualquer incidente durante a votação, indicou a imprensa local. Ainda assim, a Liga dos Sociais-Democratas, um dos últimos grupos pró-democracia na região, organizou uma manifestação de três pessoas, antes da abertura das assembleias de voto, para exigir “o sufrágio universal, agora”.

“Sabemos que esta acção não terá qualquer efeito, mas não queremos que Hong Kong fique completamente silenciosa”, declarou a manifestante Vanessa Chan, perante dezenas de agentes policiais.

Segundo o canal de rádio e televisão RTHK, a seguir à vitória, John Lee adiantou aos media que o seu Governo “estará determinado em confrontar os problemas enraizados que Hong Kong enfrentou durante muitos anos, ter passos decisivos e adoptar acções eficientes e efectivas para resolvê-los”. “Espero que possamos começar um novo capítulo juntos, construir uma Hong Kong que cuida, que é aberta, vibrante, e que está cheia de esperança, oportunidades e harmonia”, adiantou.

Apesar de o manifesto eleitoral apontar sobretudo para uma política de continuidade em relação a Carrie Lam (2017-2022), Lee avisou: “Será uma nova sinfonia, e eu serei o ‘maestro’”.

Da herança

Secretário para a Segurança no Executivo da Chefe do Executivo cessante, Carrie Lam, Lee supervisionou as operações policiais para pôr fim aos protestos anti-governamentais que abalaram a cidade em 2019.

John Lee herda uma cidade e terceira praça financeira mundial praticamente isolada do mundo devido às medidas restritivas de controlo da covid-19. Sob o slogan “Iniciar em conjunto um novo capítulo para Hong Kong, Lee prometeu um Governo “orientado para resultados”, mas o programa de 44 páginas, publicado na semana passada, apresentou poucas medidas concretas.

Na campanha eleitoral, Lee comprometeu-se a promulgar legislação local para proteger o território das ameaças à segurança nacional, aumentar a oferta de habitação no mercado imobiliário mais caro do mundo, melhorar a competitividade da cidade e estabelecer uma base firme para o desenvolvimento de Hong Kong.

Em 1 de Julho, data que marca a transferência de soberania de Hong Kong do Reino Unido para a China, John Lee vai substituir Carrie Lam, de 65 anos, que decidiu não se candidatar a um novo mandato de cinco anos.

Reforma a caminho

Ontem, numa conferência de imprensa, Carrie Lam declarou que o sistema político baseado no conceito dos “patriotas a administrar Hong Kong” ficou totalmente implementado com a eleição de John Lee. Segundo o canal de rádio e televisão RTHK, Carrie Lam reuniu com John Lee para discutirem a reestruturação governativa, as medidas para travar o surto pandémico e as actividades que vão celebrar os 25 anos da transferência de soberania de Hong Kong para a China.

A Chefe do Executivo ainda em funções acredita que esta reforma vai permitir a continuação da prosperidade de Hong Kong. “Eu e a minha Administração vamos continuar a lutar contra esta pandemia da covid-19 a fim de permitir que a população de Hong Kong regresse a uma vida normal o mais cedo possível e também garantir uma base forte para a retoma das viagens [sem quarentena] para o continente.”

John Lee comentou ainda os planos do Governo para a reestruturação de alguns organismos públicos, nomeadamente a separação das direcções de serviços de transportes e habitação.

“A actual proposta já teve em conta vários factores e as sugestões são detalhadas. Trocámos opiniões sobre alguns elementos da proposta. Deverei reflectir sobre essas visões com os colegas da Chefe do Executivo em detalhe [o mais cedo possível]”, frisou.

Uma das primeiras acções que John Lee fará após a sua eleição será a visita às quatro representações de Pequim em Hong Kong, incluindo o Gabinete de Ligação e o Gabinete para a Salvaguarda da Segurança Nacional. Ontem, além de reunir com Carrie Lam, John Lee reuniu também com o Chefe da Justiça e o Presidente do Conselho Legislativo.

Novo capítulo, mesmo livro

Contactado pelo HM, Jorge Tavares da Silva, académico da Universidade de Aveiro e analista de assuntos políticos chineses, considera que a eleição de John Lee “vem refrescar o ambiente política em Hong Kong, ainda que seja um homem pertencente à estrutura política anterior, após o desgaste da governação de Carrie Lam”.

O facto de John Lee estar no poder constitui “um sinal à população de que há uma nova gestão no território, revelando uma vontade de mudança e um sinal atenuador para os ímpetos reivindicativos locais”.

Além disso, John Lee “tem no seu discurso uma vontade explicita de resolver um dos maiores problemas da geração mais nova, a crise de habitação”. Há também “a perpetuação de um clima de segurança apertado no território, área de onde transita John Lee”.

“Não deixa de ser um sinal para que a indisciplina será fortemente condicionada. Em suma, em simultâneo, uma vontade de dar uma nova resposta à população de Hong Kong sem sair das suas linhas mestras. Como diz o slogan do seu programa ‘iniciando um novo capítulo para Hong Kong Juntos’. Uma viragem de página no mesmo livro”, apontou o académico.

Relativamente ao programa eleitoral apresentado pelo Chefe do Executivo eleito, Jorge Tavares da Silva entende que revela “algumas linhas orientadores do que poderá ser o seu mandato”, existindo “uma vontade de proteger Hong Kong enquanto importante centro financeiro internacional, abalado pelas sublevações e pela pandemia da covid-19”.

Está em causa “uma plataforma muito relevante para a saúde financeira da República Popular da China”, além de que a habitação é hoje “um dos pontos vulneráveis na gestão urbana de Hong Kong”.

A eleição de John Lee significa ainda “uma garantia para Pequim e um sinal a Washington, pela não aceitação de ingerências externas nos assuntos locais, tendo em conta que Lee foi vice-chefe da polícia, sancionado pelos americanos”.

Também ao HM, o analista político Sonny Lo defendeu que um dos grandes focos de John Lee para o mandato como Chefe do Executivo passa pela regulamentação do artigo 23 da Lei Básica e a lei de cibersegurança, procurando também lidar “com as origens sócio-económicas dos protestos de 2019 ao melhorar a mobilidade jovem, o patriotismo dos jovens e a habitação”.

John Lee deverá também trabalhar mais em prol de uma maior “competitividade em Hong Kong e numa melhoria da capacidade governativa”.

Sobre a questão da segurança nacional, Sonny Lo pensa que Pequim espera sobretudo que haja estabilidade em Hong Kong, a nível social e económico, ao mesmo tempo que se regulamenta o artigo 23 da Lei Básica e se promove “a incorporação económica e social na Grande Baía”.

A nível económico, Sonny Lo acredita que Hong Kong “vai gradualmente abrir as portas para o mundo, enquanto que as restrições fronteiriças com o continente e Macau serão relaxadas, é uma questão de tempo”. “A recuperação está a caminho”, defendeu.

E Macau?

Sonny Lo não tem dúvidas de que, caso Hong Kong avance para a regulamentação do artigo 23, Macau irá seguir-lhe os passos através do “aperfeiçoamento e do reforço da lei de segurança nacional”, ocorrendo “uma convergência na segurança nacional das duas regiões”.

Jorge Tavares da Silva recorda que, embora a realidade política em Macau seja “amplamente diferente” de Hong Kong, esta eleição “não deixa de mostrar as preocupações do Governo em manter na região da Grande Baía um clima de paz que leve ao desenvolvimento regional”.

Além disso, aponta o académico, “o 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês vai-se aproximando, sendo importante manter um ambiente político estável nos próximos meses”.

Bilhete de identidade

Ex-secretário para a Segurança e número dois do Governo de Carrie Lam, John Lee foi o grande responsável pela implementação da nova Lei de Segurança Nacional no território, além de ter actuado para travar a acção dos protestos em 2019.

Apesar do resultado, o único candidato à liderança de Hong Kong já prometeu a introdução de novas infrações que reforcem a legislação sobre a segurança nacional. Aquando das eleições no final de 2021 para o parlamento local, dominado por deputados “patriotas”, Lee deixou um apelo à população, para ajudar as autoridades na missão de impedir que “os desordeiros, as forças estrangeiras e as forças destrutivas prevaleçam”.

Aos jornalistas detidos, classificou-os de “elementos malignos (…) que abusaram das suas posições (…) como funcionários dos ‘media’”. Ex-inspector e comissário adjunto da Polícia, assumiu a pasta da Segurança no Executivo de Carrie Lam em 2017 e avançou com a proposta da polémica Lei da Extradição, que espoletou os protestos em 2019, que levaram milhões de pessoas às ruas durante nove meses. Em Junho de 2021, acabou por ser promovido a secretário principal governamental. John Lee integra uma lista de altos responsáveis de Hong Kong alvo de sanções norte-americanas, impostas em Agosto de 2020.

Felicitações de Ho Iat Seng

O Chefe do Executivo de Macau disse esperar que as duas regiões administrativas especiais chinesas “possam avançar unidas”, numa mensagem de felicitações enviada a John Lee pela eleição como líder de Hong Kong.

Ho Iat Seng defendeu também que os territórios possam “avançar unidos e cooperar com firmeza através da participação na construção de uma Grande Baía Guangdong, Hong Kong, Macau de topo de gama, e na integração da conjuntura do desenvolvimento nacional para concretizar da melhor forma os respectivos desenvolvimentos, criando uma vida melhor para a população, elaborando em conjunto um novo capítulo da grandiosa causa de ‘um país, dois sistemas’, disse, de acordo com um comunicado oficial.

O Chefe do Executivo de Macau sublinhou ainda “a mesma origem” cultural das duas regiões, bem como as “relações estreitas na economia, comércio, com resultados eficazes no intercâmbio e cooperação”. Com Lusa

Preocupação do G7

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G7 expressaram ontem a sua “grande preocupação” com a nomeação do novo líder de Hong Kong, John Lee. O grupo das nações industrializadas, ao qual pertencem Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Itália, Japão e Alemanha, classificou a eleição de Lee como um “ataque contínuo contra o pluralismo político e as liberdades fundamentais”. Os responsáveis do G7 instaram a China a agir de acordo com a declaração sino-britânica e o restante das suas obrigações legais. “Pedimos fortemente ao novo Chefe do Executivo que respeite os direitos protegidos e as liberdades ancorados na Constituição de Hong Kong e cuide para que a justiça defenda o Estado de Direito”, referiram os responsáveis.

10 Mai 2022

HK | John Lee quer reestruturação governamental pronta até Julho

O único candidato ao cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong disse que a reestruturação governamental anunciada por Carrie Lam deve estar concluída até ao dia 1 de Julho, data em que o novo Executivo toma posse. Em campanha eleitoral, John Lee ouviu dos deputados que a comunicação entre o LegCo e o Governo deve melhorar

 

John Lee, único candidato ao cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong, quer que Carrie Lam, actualmente em funções, possa concluir o plano de reestruturação governamental até ao dia 1 de Julho, data em que o novo Executivo assume funções. As eleições estão agendadas para o dia 28 de Maio.

Segundo o canal de rádio e televisão RTHK, John Lee disse esperar que “o actual Governo possa completar o plano de reestruturação antes que a nova Administração entre oficialmente em funções, e acredito que é isso que o actual Governo pretende fazer”.

Em causa está a criação de novos órgãos públicos, como é o caso de uma nova direcção de serviços para a área da cultura, desporto e turismo. Pretende-se ainda dividir a direcção dos transportes e habitação, entre outras alterações.

“Claro que exige alguma rapidez dado o tempo que resta, mas estou confiante que o trabalho de preparação já está a ser feito pela actual Administração”, adiantou John Lee, que tem estado em campanha eleitoral e que proferiu estas declarações aquando de uma visita, no sábado, ao Parque Científico e à Associação das Sociedades dos Novos Territórios. John Lee busca aumentar a competitividade de Hong Kong através da ciência, tecnologia e inovação, além de querer reforçar o poder das comunidades locais.

O pedido do LegCo

No domingo, num encontro online, os deputados do Conselho Legislativo (LegCo) pediram a John Lee para que haja uma melhor comunicação entre o parlamento local e o novo Executivo.

“Parece-me que os deputados dizem o que querem dizer, enquanto que os membros do Governo fazem o que querem fazer. Parece haver pouca conexão entre os dois lados”, adiantou Tik Chi-yuen. Por sua vez, Sun Dong defendeu que “se não é garantido que as posições importantes na polícia são ocupadas por pessoas íntegras e com capacidade política, os chamados ‘patriotas que administram Hong Kong’ representam apenas um conceito vazio”.

Paul Tse espera que Hong Kong possa revelar melhor as suas características específicas como território para que não venha a ser confundida como “mais uma cidade na China”. Neste sentido, a nova Administração deve estar consciente da imagem de Hong Kong no mundo e usar bem as palavras na comunicação com outros governos.

18 Abr 2022

Polícia de Hong Kong detém seis pessoas por sedição

A polícia de segurança nacional de Hong Kong usou uma lei de sedição da era colonial para prender ontem seis pessoas, por suspeita de causarem distúrbios em audiências judiciais entre dezembro e janeiro.

Os suspeitos – quatro homens e duas mulheres, com idades entre os 32 e 67 anos – foram presos, sob suspeita de cometerem um “ato ou atos com intenção sediciosa” (de motim ou rebelião). Os atos “afetaram gravemente a dignidade jurisdicional e as operações judiciais”, segundo um comunicado do Governo. A polícia não deu detalhes sobre o que os suspeitos fizeram.

A lei da era colonial permaneceu adormecida até recentemente, quando foi usada para prender e processar vários apoiantes e ativistas pró-democracia. Em março, um DJ de rádio e ativista pró-democracia tornou-se na primeira pessoa na cidade a ser condenada por sedição, desde o retorno do território à soberania da China, em 1997. As seis pessoas detidas hoje podem ser condenadas até dois anos de prisão. Os suspeitos foram detidos para interrogatório.

6 Abr 2022

Hong Kong | Número dois de Carrie Lam demite-se

O número dois do governo de Hong Kong, John Lee, demitiu-se do cargo, quando falta cerca de um mês para as eleições para a chefia do Executivo, anunciaram ontem as autoridades locais. A actual líder do território, Carrie Lam, recebeu a carta de demissão do secretário-chefe de Hong Kong e já a submeteu ao Governo Central, de acordo com um comunicado divulgado pelo Governo da região.

A imprensa local tem avançado que Lee, responsável pela tutela da segurança durante os protestos de 2019, deverá entrar na corrida para Chefe do Executivo de Hong Kong.

O jornal South China Morning Post indicou que Pequim já terá dado o aval a Lee. O diário escreveu que o número dois de Carrie Lam é o único candidato a líder do Executivo a ter o apoio do Governo Central chinês. Lam anunciou, na segunda-feira, que não se candidata a um segundo mandato nas eleições marcadas para 8 de Maio.

Hong Kong tinha inicialmente marcado a eleição do Chefe do Executivo para 27 de Março, mas a data foi adiada por seis semanas, numa altura em que a cidade vivia a pior vaga da covid-19 desde o início da pandemia. Carrie Lam disse que realizar as eleições, na data originalmente prevista, ia criar “riscos para a saúde pública”.

6 Abr 2022

Carrie Lam anuncia que não se candidata ao cargo de Chefe do Executivo

A líder de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou esta segunda-feira que não se vai recandidatar a um segundo mandato nas eleições para o cargo de Chefe do Executivo, marcadas para Maio. “Irei completar o meu mandato de cinco anos como Chefe do Executivo no dia 30 de Junho deste ano e também encerrarei os meus 42 anos de serviço público”, disse Lam, em conferência de imprensa.

A líder de Hong Kong afirmou que já tinha partilhado a decisão com o Governo Central, em Pequim, em 2021, tendo sido recebida com “respeito e compreensão”.

A imprensa de Hong Kong avançou que o número dois de Lam, John Lee, o responsável pela tutela da segurança durante os protestos de 2019, deverá entrar na corrida para ser o próximo Chefe do Executivo. As eleições estavam inicialmente agendadas para o dia 27 de Março, mas a votação foi adiada por um período de seis semanas, até 8 de Maio, numa altura em que a região vive a pior vaga da pandemia.

Carrie Lam disse que realizar as eleições como originalmente programadas ia criar “riscos para a saúde pública”, apesar da votação envolver apenas um comité de 1.462 pessoas.

5 Abr 2022

Cientistas pedem que Hong Kong abandone estratégia de ‘zero casos’

Os principais cientistas de Hong Kong pediram ontem às autoridades do território que abandonem a estratégia de “zero casos” de covid-19 da China, para que o centro financeiro não se converta num “porto fechado para sempre”.

“Os últimos dois meses foram uma experiência muito dolorosa e não podemos mais esperar”, disse Gabriel Leung, que lidera uma equipa de cientistas que fazem pesquisas sobre o novo coronavírus.

Na segunda-feira, a Chefe do Executivo, Carrie Lam, anunciou a flexibilização das restrições, a partir de Abril – principalmente no que diz respeito aos voos internacionais e à duração da quarentena na chegada ao território -, mas não apresentou uma estratégia para sair da crise.

Hong Kong enfrenta um surto sem precedentes desde o aparecimento, no início de Janeiro, da altamente contagiosa variante Ómicron. Leung, reitor da Faculdade de Medicina da Universidade de Hong Kong, é um especialista do Governo referido regularmente por Lam.

O reitor pediu para a cidade considerar a covid-19 como uma doença endémica e focar-se na vacinação, caso contrário a região “permanecerá um porto fechado para sempre”. Este é o “caminho mais seguro, porque não sabemos se a próxima variante será mais fraca ou mais forte do que as que conhecemos”, argumentou.

Maré alta

Tal abordagem equivaleria a um afastamento da estratégia chinesa. Mas o Presidente Xi Jinping recusou na semana passada abdicar da política de tolerância zero à covid-19, numa altura em que o seu país enfrenta o pior surto epidémico desde 2020, optando antes por confinar dezenas de milhões de habitantes.

A equipa de Leung estima que cerca de 4,4 milhões de pessoas em Hong Kong, uma das cidades mais densamente povoadas do mundo, ou 60 por cento da população, foram infectadas desde o início da vaga da Ómicron, em Janeiro.

Os números oficiais mostram mais de um milhão de casos e quase 6.100 mortes desde Janeiro, principalmente entre a população idosa não vacinada.

Desde o início da pandemia, a cidade de 7,4 milhões de habitantes aplicou uma política rígida de “zero casos”, à semelhança da China. Mas desde o aparecimento da variante Ómicron, no início de Janeiro, os hospitais ficaram sobrecarregados e Hong Kong está agora entre os territórios desenvolvidos com uma das maiores taxas de mortalidade.

23 Mar 2022

Hong Kong | Apelo a esforços conjuntos para melhorar situação pandémica

A pandemia da covid-19 ainda está a atingir Hong Kong, mas a situação melhorará com os esforços conjuntos dos departamentos e agências governamentais da Região Administrativa Especial, garantiu o chefe-executivo da Autoridade Hospitalar, Tony Ko Pat-sing.

Em entrevista exclusiva à Xinhua, o responsável disse que a principal diferença entre a actual quinta onda de infecção por coronavírus em Hong Kong e as anteriores é que a variante ómicron altamente transmissível é agora dominante.

Observando que a mais recente onda da covid-19 colocou pressão sobre o sistema de saúde da região, Ko explicou que actualmente os hospitais públicos estão com falta de pessoal e não há camas de isolamento suficientes para o número crescente de pacientes.

Apesar de enfrentar uma carga de serviço pesada, a equipa médica dos hospitais públicos está a trabalhar muito e ninguém está a descurar os seus deveres com medo de infecção, elogiou Ko. Mais de 98% dos funcionários da Autoridade Hospitalar foi vacinado contra a covid-19.

“Fomos apoiados por todo o país nos últimos dois anos e estamos mais do que adequados em termos de equipamentos de protecção, por isso sentimo-nos muito aliviados”, acrescentou. Ko disse que a Autoridade Hospitalar está a tentando ao máximo reduzir a mortalidade em pacientes, os casos graves e a transmissão do vírus.

“Primeiro recrutamos colegas aposentados, enquanto convidamos médicos que trabalham em hospitais privados para se juntarem a nós para resolver a escassez de funcionários”, ressaltou Ko, acrescentando que aumentou o número de hospitais públicos convertendo internamentos gerais em internamentos de isolamento.

Além disso, o governo de Hong Kong anunciou na quarta-feira que o Hospital Queen Elizabeth seria convertido num hospital designado para pacientes com covid-19, o que Ko disse ser muito importante. O Queen Elizabeth é o maior hospital geral de Hong Kong e está localizado no centro da região, com um grande número de camas.

14 Mar 2022

Hong Kong lança “passe de vacinação” para acesso a espaços públicos

O Governo de Hong Kong introduziu hoje um “passe de vacinação”, que define o acesso a espaços públicos, a mais recente medida das autoridades para encorajar os residentes a serem imunizados contra a covid-19.

A introdução do “passe de vacinação” surge no momento em que a cidade luta contra a quinta vaga de infeções, que está a pressionar até ao limite o sistema de saúde da região administrativa especial chinesa, com impacto na capacidade de resposta nos hospitais e centros de isolamento.

A aplicação LeaveHomeSafe, utilizada para rastreio de contactos e obrigatória para entrada em restaurantes e locais públicos, começou a ‘marcar’ os utilizadores que não carregaram os registos de vacinação, algo a que alguns residentes tinham resistido até agora, devido a preocupações de privacidade.

Todas as pessoas com mais de 12 anos de idade devem ter sido vacinadas pelo menos uma vez contra a covid-19 para poderem entrar em vários espaços, tais como restaurantes, supermercados, centros comerciais e locais de entretenimento, onde as autoridades vão efetuar controlos aleatórios.

Os requisitos estendem-se também a outros locais, tais como escolas, universidades, hospitais e serviços públicos, bem como lares para idosos.

O não cumprimento dos regulamentos é uma infração e qualquer pessoa que entre ou permaneça em tais instalações sem ser vacinada está sujeita a uma multa até 10.000 dólares de Hong Kong.

Estão isentas as pessoas inelegíveis para vacinação por motivos de saúde, os titulares de um certificado médico de isenção específico e aqueles que entram nas instalações listadas com o único objetivo de encomendar alimentos ou bebidas para levar, entregar ou recolher um item, entre outros.

A quinta vaga causada pela variante Ómicron está a ter um impacto sério no sistema de saúde do território, que registou mais infeções nos últimos dois dias do que nos dois anos anteriores.

A China continental enviou pessoal médico e material, enquanto o Presidente do país, Xi Jinping, exortou o governo de Hong Kong a controlar a situação.

No último mês, os casos acumulados em Hong Kong subiram de 13.000 para 70.000, algo sem precedentes na antiga colónia britânica, que durante meses conseguiu manter as infeções diárias abaixo dos 100 e agora chegou a ultrapassar os 6.000. Na quarta-feira contabilizou 8.674 e espera-se um número de infetados a rondar os 10.000 nos próximos dias.

Até este surto, Hong Kong tinha conseguido manter a pandemia sob controlo, embora a um preço elevado: com algumas das restrições de viagem mais rigorosas do mundo, o isolamento do centro empresarial asiático provocou o êxodo de numerosas empresas estrangeiras, pondo em risco o seu estatuto de centro financeiro internacional.

Ainda assim, o Governo local anunciou esta semana medidas ainda mais duras, que incluem a antecipação das férias de verão nas escolas para março e abril, o encerramento obrigatório de certas instalações públicas tais como ginásios, locais de entretenimento e bares, prolongado até 20 de abril, assim como a proibição de comer nos estabelecimentos de restauração depois das 18:00.

24 Fev 2022

Hong Kong vai distribuir até 10 mil dólares de HK a residentes para estimular consumo

Hong Kong anunciou hoje que vai distribuir vales eletrónicos até 10 mil dólares de Hong Kong à população para estimular o consumo, quando atravessa a pior vaga da covid-19 desde o início da pandemia.

O programa, no valor de 66,4 mil milhões de dólares de Hong Kong, faz parte do orçamento da região para 2022, apresentado pelo secretário das Finanças do governo local, Paul Chan.

O orçamento inclui ainda um “fundo antipandemia” de 64 mil milhões de dólares de Hong Kong e uma verba de 20 mil milhões de dólares para apoiar pessoas e empresas mais afetadas pelos surtos.

Com cerca de sete milhões de habitantes, a região enfrenta uma quinta vaga de infeções pelo novo coronavírus, a pior desde o início da pandemia, com milhares de casos todos os dias.

Chan garantiu que Hong Kong vai “controlar gradualmente” a propagação da covid-19, algo que permitirá também o reinício das viagens sem quarentena de e para a China e região vizinha de Macau, suspensas desde março de 2020.

O secretário das Finanças expressou confiança na recuperação do consumo e do investimento e previu que as medidas de estímulo fiscal agora anunciadas vão permitir à economia acelerar na segunda metade do ano.

Num discurso sobre os orçamentos da cidade para 2022 e 2023, Chan previu que a economia deverá crescer entre 2% e 3,5%, uma desaceleração significativa, justificada com uma base comparativa mais forte.

O produto interno bruto (PIB) da região chinesa cresceu 6,4% em 2021, após ter contraído 6,1% em 2020, devido ao impacto da pandemia.

Macau anunciou, em abril de 2021, uma segunda ronda de apoios ao consumo no valor total de 5,88 mil milhões de patacas, dando aos residentes subsídio de cinco mil patacas e a um montante de três mil patacas em descontos imediatos, através de pagamento móvel ou de um cartão eletrónico.

23 Fev 2022

Covid-19 | Hong Kong impõe três testes obrigatórios a todos os residentes

Toda a população de Hong Kong deve submeter-se a três testes de despistagem à covid-19 em março, anunciou ontem a líder do executivo da região administrativa especial chinesa, que atravessa a pior vaga desde o início da pandemia.

“Aqueles que não se submeterem ao teste serão responsabilizados”, disse Carrie Lam, ao mesmo tempo que comunicava que os funcionários da China continental estavam agora a coordenar a política de luta contra a doença covid-19 no território.

A cidade de Hong Kong, uma das mais densamente povoadas do mundo, enfrenta uma quinta vaga de infeções pelo novo coronavírus, a pior desde o início da pandemia, com milhares de casos todos os dias.

“O rápido agravamento da epidemia excedeu em muito a capacidade do governo de Hong Kong para enfrentar esta situação. O apoio do governo central é, portanto, essencial para combater o vírus”, afirmou Carrie Lam aos jornalistas, acrescentando que o chefe do gabinete de ligação de Pequim, Xi Baolong, será o responsável pela política de saúde do território.

Segundo as novas regras, os 7,4 milhões de residentes terão de se submeter a três rondas de testes obrigatórios em março.

Os testes vão ser repartidos por vários dias e os residentes terão também de se submeter diariamente a testes rápidos de antigénios em casa.

As escolas e muitas atividades comerciais, tais como ginásios, bares e salões de beleza, vão permanecer fechados até ao final de abril, enquanto os estabelecimentos de ensino vão ser transformados em centros de testes.

Os voos de nove países, incluindo Reino Unido, Estados Unidos e França, continuam interditos.

Carrie Lam confirmou também que Hong Kong se vai manter fiel a uma política de isolamento de pessoas que apresentem testes positivos à covid-19, mesmo as assintomáticas, em centros de quarentena construídos com a ajuda das autoridades chinesas.

23 Fev 2022

Hong Kong | Situação pandémica obriga a reforço de medidas em Macau

A partir de segunda-feira, quem vier de Hong Kong e Taiwan terá de cumprir um período de auto-gestão de saúde de sete dias, que se soma aos 14 dias de quarentena, não podendo viajar para o Interior da China. Funcionários públicos devem vacinar-se com as duas doses até segunda-feira

 

O Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus decidiu reforçar algumas medidas de combate à covid-19, tendo em conta a situação epidémica em Hong Kong, que ontem registou mais de seis mil novos casos de contágio.

Desta forma, a partir da próxima segunda-feira, dia 21, será obrigatória a realização de uma auto-gestão de saúde de sete dias para quem viaja de Hong Kong e Taiwan para Macau, somando-se a quarentena obrigatória de 14 dias.

Segundo Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro, “neste período [de auto-gestão de saúde] não é permitida a deslocação para o Interior da China via Macau, devendo estas pessoas submeterem-se a testes de ácido nucleico”. “Se estes testes não forem efectuados nas datas indicadas o código de saúde destas pessoas fica amarelo até se obter um resultado negativo”, acrescentou.

Desde as seis da manhã de ontem, quem viaja de Hong Kong deve ainda esperar pelo resultado do seu teste de ácido nucleico no posto fronteiriço, sendo que este período de espera pode ser de seis horas.

As autoridades pedem ainda à população para ter cuidado ao manusear encomendas, jornais e revistas vindas de Hong Kong. “Apelamos às empresas de diferentes níveis de comércio e à população para adoptar medidas preventivas, prestando atenção aos jornais e revistas provenientes de Hong Kong. Embora o risco seja relativamente baixo, estes jornais não devem ser deixados em qualquer lado e devem lavar as mãos.”

Sim à vacinação

Outra das medidas anunciadas ontem pelo Centro de Coordenação prende-se com a obrigatoriedade de os funcionários públicos terem de se vacinar até segunda-feira.

“Exigimos que todos os trabalhadores completem as duas doses da vacina até ao dia 21. A taxa de vacinação dos funcionários públicos, com duas ou três doses da vacina, é de 83,6 por cento. Há ainda espaço para um aumento. Quanto aos testes, temos a capacidade para realizar 72 mil”, disse Leong Iek Hou.

Quanto aos estudantes de Macau que se encontram retidos em Hong Kong por não conseguirem encontrar um quarto para a quarentena, as autoridades adiantaram que entre ontem e hoje vão chegar 50 alunos, que ficarão alojados no hotel Tesouro.

Lau Fong Chi, chefe do departamento de comunicação e relações externas da Direcção dos Serviços de Turismo, disse que têm sido estabelecidos contactos para encontrar mais quartos de hotéis para quarentena, mas que nesta fase existem dificuldades no processo. Desta forma, foi aconselhado a que os estudantes contactem directamente as unidades hoteleiras e aguardem por um quarto em lista de espera.

18 Fev 2022