Segurança | Representantes de Pequim elogiam Governo local

O Governo Central está satisfeito com os trabalhos realizados pelo Governo local para protecção da Segurança do Estado, principalmente no que diz respeito à lei defesa do Estado. A posição foi tomada por Zheng Xincong, director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, durante a primeira reunião deste ano da Comissão de Defesa da Segurança do Estado.
O primeiro encontro deste ano da comissão decorreu “recentemente”, segundo o comunicado que não especifica a data, e Zheng Xincong, na posição de “assessor para os assuntos de segurança nacional” foi um dos intervenientes.
O membro do Governo do Interior apontou que “ao longo do ano passado, o Governo da RAEM mostrou a sua responsabilidade de trabalho e o bom, corajoso e eficiente desempenho, garantindo a implementação com eficácia do conceito geral da segurança nacional, nomeadamente a conclusão, com sucesso, do trabalho da revisão da ‘Lei relativa à defesa da segurança do Estado’”.
Porém, o trabalho está longe de estar concluído. Zheng Xincong recordou ao Governo local que tem a missão de “pôr em prática o espírito do importante discurso do Presidente Xi Jinping sobre o trabalho da segurança nacional”. O conteúdo e as tarefas a implementar do discurso não foram especificadas.
Apesar disso, o governo está a realizar a consulta pública sobre a nova lei eleitoral que dá poderes à Comissão de Defesa da Segurança do Estado, que conta na sua constituição com dois membros do Governo Central, como assessores, para vetarem qualquer candidato.

Tradição do amor
Na reunião, esteve também presente Ho Iat Seng, presidente da comissão e Chefe do Executivo, que destacou o fervoroso amor patriótico da população, embora notasse que tem de haver um reforço.
Ho Iat Seng afirmou “que, na nova conjuntura de segurança na nova era, o Governo da RAEM precisa de aproveitar a implementação da revisão da ‘Lei relativa à defesa da segurança do Estado’, na boa base existente para reforçar de forma contínua o amor pela Pátria e por Macau por parte da população em geral’”.
O Chefe do Executivo apontou também ser necessário “desenvolver aprofundadamente as acções de divulgação e sensibilização desse âmbito [amor à Pátria], melhor coordenar a segurança e o desenvolvimento, aperfeiçoar permanentemente o sistema da defesa da segurança do Estado na RAEM e salvaguardar efectivamente a estabilidade do Estado e da sociedade da RAEM”.

3 Jul 2023

Petição | Entrega de missiva com cinco exigências de Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap]s órgãos de comunicação social foram convidados no domingo à noite, através de correio electrónico, para assistir à entrega de uma petição no Gabinete de Ligação em que se pede a Xi Jinping que aceite as cinco exigências dos manifestantes de Hong Kong. Além disso, é igualmente pedido ao Presidente Xi que aprove o sufrágio universal.

O convite dá um contacto de um homem com o apelido de Ching e a entrega está agendada para as 15h00 de hoje. Horas antes, às 10h30, uma petição com um conteúdo semelhante vai ser entregue no Edifício do Gabinete de Ligação da RAEHK.

17 Dez 2019

Petição | Entrega de missiva com cinco exigências de Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap]s órgãos de comunicação social foram convidados no domingo à noite, através de correio electrónico, para assistir à entrega de uma petição no Gabinete de Ligação em que se pede a Xi Jinping que aceite as cinco exigências dos manifestantes de Hong Kong. Além disso, é igualmente pedido ao Presidente Xi que aprove o sufrágio universal.
O convite dá um contacto de um homem com o apelido de Ching e a entrega está agendada para as 15h00 de hoje. Horas antes, às 10h30, uma petição com um conteúdo semelhante vai ser entregue no Edifício do Gabinete de Ligação da RAEHK.

17 Dez 2019

Gabinete de Ligação | Subdirector reconhece contributos dos media para a sociedade

[dropcap]X[/dropcap]ue Xiaofeng, subdirector do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, reconheceu os contributos da comunicação social na protecção da prosperidade e do desenvolvimento de Macau.

De acordo com o Jornal Ou Mun, num encontro entre os membros do gabinete e a imprensa de língua chinesa, Xue Xiaofeng sublinhou ainda a importância da defesa do princípio “Um País, Dois Sistemas”, e espera que os meios de comunicação social assumam as suas responsabilidades sociais e divulguem a cultura chinesa.

17 Jan 2019

Zheng Xiaosong pede diplomas complementares ao artigo 23.º da Lei Básica

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] director do Gabinete de Ligação, Zheng Xiaosong, defendeu melhorias ao ordenamento jurídico de Macau, nomeadamente através da elaboração de leis complementares ao artigo 23.º da Lei Básica, de acordo com as necessidade reais do território. A ideia foi transmitida num encontro com o Chefe do Executivo e com deputados à Assembleia Legislativa (AL), noticiou o jornal Ou Mun.

Esta posição parece ir ao encontro da manifestada recentemente num texto publicado no portal do gabinete do Secretário para a Segurança, que defende a revisão da Lei relativa à defesa da Segurança do Estado. Isto apesar de Wong Sio Chak ter referido não haver, de momento, “quaisquer orientações ou projectos concretos” para o diploma.

Destacando que 2018 é o ano que dá início à implementação plena do espírito do 19.º Congresso do Partido Comunista da China, Zheng Xiaosong afirmou que o órgão legislativo tem grande responsabilidade em fomentar a implementação do princípio “Um País, Dois Sistemas”, defendendo ser necessário governar de acordo com a Constituição da China e a Lei Básica.

Também se mostrou esperançado que os deputados desempenhem um papel de liderança a espalhar o amor por Macau e pela pátria, tendo salientado que, em nenhum momento, se permite que a segurança da soberania nacional seja prejudicada, ou que os poderes do Governo Central sejam desafiados.

O director do Gabinete de Ligação sublinhou ainda que Macau é parte importante do desenvolvimento nacional. Zheng Xiaosong destacou ainda o papel de liderança desempenhado pelo Chefe do Executivo aquando da passagem do tufão Hato, no crescimento económico do território, as melhorias para a vida da população e a harmonia social.

Por seu lado, o presidente da AL apelou aos deputados que estudem a Constituição da China com atenção, afirmando que espera unir os legisladores, sob o apoio do Gabinete de Ligação, numa visita a cidades da zona da Grande Baía para fazer preparação de trabalhos legislativos.

29 Mar 2018

Director do Gabinete de Ligação publica texto a celebrar o 18º ano da RAEM

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] director do Gabinete de Ligação do Governo Central na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Zheng Xiaosong, publicou um artigo no Jornal Ou Mun para assinalar o 18º aniversário da RAEM.

No artigo o director revelou que 2017 tem sido um ano significativo para os feitos da China, lembrando o 19º Congresso do Partido Comunista Chinês, que demonstrou a entrada da China numa nova era de socialismo com características chinesas, e que a prática de “Um País, Dois Sistemas” nas duas regiões administrativas especiais está num novo caminho.

O director entende que com o relatório anunciado pelo presidente chinês Xi Jinping foi aprovada a importância dos trabalhos de Hong Kong e Macau para o partido chinês e a China. Em contrapartida, Zheng Xiaosing reiterou o alto nível de cuidados dados por parte do Governo Central para o território. Na visão do director, para concretizar o sonho chinês, é necessário garantir a prosperidade e a estabilidade das duas regiões administrativas especiais.

O director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau considera que a atenção prestada por parte da sociedade ao congresso do partido comunista demonstra o amor à pátria por parte do território.

No texto é elogiada a forma como o Governo de Macau tem implementado rigorosamente o princípio “Um País, Dois Sistemas” e tem cumprido a constituição, assim como a lei básica nos seus trabalhos, achando que o Governo conseguiu garantir a estabilidade social, a defesa dos direitos nacionais, a segurança e medidas em resposta às situações urgentes.

Tendo em conta o crescimento da economia, Zheng Xiaosong notou que a qualidade de vida dos residentes está elevada.

Votos e Hato

O director lembrou os sucessos nas eleições para os 12 delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) e os deputados à Assembleia Legislativa (AL). Com base no número de votantes nas passadas eleições legislativas em 17 de Setembro, Zheng Xiaosong disse que foi demonstrada a activa participação democrática por parte dos cidadãos.

No artigo publicado no Ou Mun, o director recordou a passagem do tufão Hato e o auxílio prestado pelo Governo Central e o exército chinês, que possibilitou a intensificação do amor à pátria.

“Um País, Dois Sistemas” é a melhor proposta de resolução para o problema da herança histórica em Macau, de forma a assegurar a prosperidade e a estabilidade de longo prazo de Macau após a transferência de soberania.

Relativamente ao futuro, Zheng Xiaosong destaca que é necessário defender o poder integral de governação do Governo Central, dar a maior prioridade ao âmbito do desenvolvimento da RAEM e continuar a amar a pátria e o território.

26 Dez 2017

Justiça | Declarações trazem fantasma da erosão da influência portuguesa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] vice-director do Gabinete de Ligação do Governo Central, Chen Sixi, proferiu declarações vagas sobre a revisão legal que Macau tem de fazer para se adequar à realidade trazida pela transferência e desenvolvimento rápido do território. Outra das questões que marca a erosão da influência lusa na justiça prende-se com, cada vez menos, existirem juízes portugueses nos tribunais de Macau.

Após o discurso da secretária Sónia Chan na abertura da conferência académica internacional sobre direito processual civil de Macau, subiu ao palco o vice-director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM. Chen Sixi começou por referir a necessidade de “impulsionar a unificação da China”, à luz da “nova Era de socialismo chinês” saído do 19º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês.

A discursar perante uma plateia de juristas e académicos, Chen Sixi fez questão de vincar o compromisso com o “cumprimento rigoroso da Constituição e Lei Básica de Hong Kong e Macau”, assim como empenho em assegurar a estabilidade das duas regiões administrativas especiais. De seguida, o vice-director do Gabinete de Ligação referiu as fortes ligações entre a lei portuguesa e a legislação local, adiantando que “depois da transferência houve um grande desenvolvimento” que implica a necessidade de “rever a lei para a adequar à nova realidade”.

Jorge Neto Valente, presidente da Associação dos Advogados de Macau, entende que o “19º Congresso abriu uma nova Era que implica mudanças para a construção dos grandes objectivos definidos”. Quando interrogado sobre como interpretou as palavras do vice-director do Gabinete de Ligação, Neto Valente diz que “é preciso saber do que se está a falar”.

O advogado revela que ainda não conhece as alterações previstas para os códigos processuais, neste momento em fase de estudo, mas que “para alterar um código com a relevância de um código de processo civil é preciso saber-se muito de Direito, não é algo que se faça em duas penadas”.

Fazer alterações profundas num código que regula todas as fases processuais requer uma “evolução lenta”. Neto Valente dá o exemplo de algumas regras que “hoje existem no Código Civil que têm centenas de anos de sedimentação”.

Matriz lusa

O ordenamento jurídico de Macau foi fortemente influenciado pelo direito português. Por exemplo, o Código de Processo Penal foi elaborado por Figueiredo Dias, uma solenidade jurídica em Portugal.

Pedro Leal, que exerce advocacia em Macau há 30 anos, é da opinião de que o vice-director do Gabinete de Ligação “deu uma no cravo e outra na ferradura”, algo que entende como muito típico na cultura chinesa.

No entanto, o causídico não espera grandes alterações nos códigos de processo penal, principalmente que cortem a matriz portuguesa do direito local. “Se a ideia é cortar e ser um direito de matriz chinesa, isso vai demorar muitos anos. Algo que só é possível se for feito de uma forma gradual”, comenta.

Um dos aspectos onde Pedro Leal vê o desaparecimento da influência lusa é na substituição de juízes portugueses que saem do território e que são substituídos por magistrados mais inexperientes e formados localmente. “Havia uma boa dezena de juízes portugueses e deixou de haver, por alguma razão será”, recorda.

O advogado entende que “há uma espécie de um complexo de inferioridade de quem manda em Macau que não quer, pura e simplesmente, que venham juízes ou magistrados portugueses”. Como se formam juízes no território, a necessidade de “importar” magistrados de Portugal não se coloca nas mais altas esferas judiciais.

Outro problema fundamental prende-se com a morosidade e dificuldade de formar juízes. O processo é longo e é necessário ganhar calo para melhor administrar a justiça. Além disso, quando um magistrado português abandona o território, ou a profissão, a sua substituição não é imediata. Um episódio que aconteceu recentemente, quando uma magistrada portuguesa saiu do território sendo substituída quatro meses depois ilustra bem a situação. Ou seja, durante esse período os processos desse juízo estiveram parado, uma situação que revela clara falta de recursos humanos.

Velha história

António Katchi foi um dos juristas que testemunhou os primeiros dias de RAEM. “Lembro-me bem de, já nessa altura, diferentes personalidades, incluindo deputados, afirmarem que a legislação de Macau era obsoleta e que era necessário proceder a uma ampla e profunda revisão”, recorda.

O advogado evoca os tempos em que a pasta da Administração e Justiça estava nas mãos de Florinda Chan, quando se “chegou a elaborar planos de reforma legislativa que mais pareciam planos de produção de uma fábrica”.

Um dos fios condutores desses projectos, que não chegaram a ver a luz do dia, era a desconsideração perante o facto de que “grande parte dos diplomas legais de Macau datava de finais dos anos 1990 e havia passado pelo crivo do Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês”.

António Katchi entende que o ramo que escapou ao processo de actualização nessa altura foi o direito do trabalho. “Nesse domínio, a oligarquia de Macau e a casta dirigente do Partido Comunista Chinês nunca quiseram que se mexesse, a não ser para degradar ainda mais a posição jurídica do trabalhador”, teoriza o jurista.

O facto é que uma alteração tão significativa no ordenamento jurídico local constituiria uma violação da Declaração Conjunta Luso-Chinesa, algo que realizado unilateralmente seria um atropelo ao direito internacional, uma vez que a China se comprometeu a manter inalteráveis as leis fundamentais e o sistema jurídico de Macau até Dezembro de 2049. Neste contexto, António Katchi entende que “as palavras de Chen Sixi correspondem a uma velha ladainha que só ganharão algum interesse se, e quando, vierem a adquirir um conteúdo mais definido”.

Uma coisa é certa: qualquer interferência mexe com os elementos identificadores do sistema legal de Macau. O direito de todos os países e regiões onde houve administração lusa, como por exemplo Cabo Verde, Angola, Moçambique, Guiné e Macau, são de matriz portuguesa. Jorge Neto Valente entende que assim terá de continuar a ser em Macau, “sob pena de se destruir e perder a identidade” do ordenamento local.

Bom partido

A China não tem uma separação de poderes nítida, confluindo tudo na unidade partidária. Por exemplo, um sector do Partido Comunista Chinês tem o poder para interpretar leis, tal como faria um Tribunal Constitucional.

Por cá, aquando das divergências interpretativas quanto à Lei de Terras, o Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular pronunciou-se sobre a matéria concluindo que o diploma legal não infringia a Lei Básica. O caso ganha outros contornos políticos tendo em conta que quem deu a notícia foi Ho Iat Seng. À altura, o presidente da Assembleia Legislativa argumentou que o projecto da Grande Baía Guangdong–Hong Kong–Macau era uma oportunidade demasiado apetecível para o território e que deveria ser prioritária face a questões de natureza jurídica.

Independentemente do crescimento do primeiro sistema, ou da falta de juízes portugueses a decidir em Macau, há uma vontade conjunta entre juristas e a secretária para a Administração e Justiça: a simplificação do processo judicial.

Essa é uma das prioridades da reforma legal, de acordo com Sónia Chan, de modo a elevar a eficiência processual e a elevar a protecção dos direitos e interesses de quem busca justiça nos tribunais.

1 Dez 2017

Gabinete de Ligação | Coutinho pede desculpas com anúncio em jornal

O deputado José Pereira Coutinho publicou um anúncio no jornal Ou Mun para pedir desculpas ao Gabinete de Ligação, depois de ter feito acusações sobre a realização de um jantar onde Jorge Valente discursou. Garante que não sofreu pressões para dar a mão à palmatória

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] realização de um jantar organizado pelo Gabinete de Ligação, em que participaram algumas das mais altas individualidades políticas e sociais, incluindo Jorge Valente, candidato às eleições, causou insatisfação a José Pereira Coutinho.

Depois das declarações aos jornais, chegou agora um pedido público de desculpas ao Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, publicado no jornal Ou Mun, diário de língua chinesa.

Na declaração, o deputado à Assembleia Legislativa escreveu que, quando foi questionado pelos meios de comunicação social sobre o jantar em questão, “fez especulação sem ter em conta a real situação”. O também candidato às eleições, pela lista Nova Esperança, pede, por isso, desculpas pelo facto “de as suas respostas terem influenciado de forma negativa o Gabinete de Ligação”.

Pereira Coutinho elogiou ainda o trabalho que tem vindo a ser desempenhado pelo órgão que representa o Governo Central na RAEM, tendo ainda agradecido o apoio que o Gabinete de Ligação tem dado ao desenvolvimento do território.

Sem medo

Em declarações ao HM, o deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) afirma que não se sentiu pressionado a apresentar um pedido de desculpas.

“Eles contactaram-me e sentiram-se injustiçados pelo facto de estar a atribuir responsabilidades a todo o gabinete, quando, no fundo, não foi isso que aconteceu. Foi apenas um departamento e não o gabinete inteiro. Achei que acusar todo o gabinete não seria o mais correcto”, explicou.

“Não retiro as minhas declarações, mas foi apenas um departamento que fez aquilo”, acrescentou. “Não me senti pressionado a publicar este anúncio, de maneira alguma. Sou um homem livre. Mas temos de ser justos.”

Na altura, José Pereira Coutinho disse sentir-se injustiçado pelo facto de um outro candidato às eleições (Jorge Valente integra a lista Aliança Pr’a Mudança, de Melinda Chan) ter feito um discurso no jantar, sem esquecer o facto de não ter sido convidado para o evento.

Agora, a postura é diferente. “Não quero fazer mais comentários sobre aquele jantar. Cada um que tire as suas próprias conclusões”, disse apenas.

Em meados do mês passado, em declarações ao jornal Ponto Final, José Pereira Coutinho chegou a falar da existência de uma possível influência nas eleições legislativas de Setembro. “O próprio Governo Central, através do Gabinete de Ligação, até já reuniu, na semana passada, com os membros da comunidade portuguesa – à excepção da minha pessoa e da Rita Santos, que não fomos convidados –, solicitando que a nata da comunidade portuguesa votasse no Jorge Valente”, disse na altura.

“A participação cívica dos mais jovens na política é um dos pontos do nosso programa. Mas acho que as eleições têm de ser justas. Recebi muitos telefonemas de pessoas que ficaram muito incomodadas por o Governo Central intervir [nas eleições], arranjando um jantar à porta fechada, convidando a ‘nata’ a votar no Jorge [Valente]. Acho que isto é injusto”, apontou ainda o actual deputado.

4 Jul 2017

Jogo | Legislação é fundamental para sector equilibrado, diz Pequim

[dropcap style≠’circle’]Y[/dropcap]ao Jian, vice-director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, disse estar satisfeito por ver um desenvolvimento da legislação na área do jogo, incluindo as regulações referentes aos trabalhadores e concessionárias. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Yao Jian falava à margem do Fórum sobre Responsabilidade Social das Empresas de Turismo e Lazer de Macau, organizado pelo Instituto Politécnico de Macau.

Para Yao Jian, a implementação de legislação é fundamental para manter a sustentabilidade e estabilidade do sector do jogo, tendo referido ainda o aperfeiçoamento dos regulamentos internos das seis operadoras. “A legalização e a diversificação do jogo marcaram a transformação económica de Macau”, defendeu.

“O turismo e o sector do jogo sofreram ajustamentos muito profundos nos últimos dois anos”, disse Yao Jian, tendo acrescentado que “muitos factores positivos estão a aparecer”, para além de defender que “o sector está a passar de um modelo tradicional e único para um modelo integrado de turismo”.

28 Out 2016

Lesados com investimento em Zhuhai pedem ajuda a Gabinete de Ligação

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi entregue ontem uma petição junto do Gabinete de Ligação do Governo Central da China na RAEM e do Governo local, que denuncia um negócio relativo a fracções adquiridas por residentes locais no Condomínio Ling Xiu Cheng, em Zhuhai. Na entrega da petição – que aconteceu também em Hong Kong e Zhuhai, além de Macau – estiveram mais de cem pessoas que dizem ter sido enganadas na compra das referidas fracções, sendo que lhes tinha sido “prometido” um lucro substancial.
Contactado pelo HM, José Pereira Coutinho, deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), que se juntou à causa, afirma que se trata de “uma acção derivada de uma ludibriação que os queixosos sofreram relativamente ao investimento”. As declarações do deputado foram feitas após reunião com os responsáveis pela petição.

Promessas vãs

A situação deriva de uma promessa de lucro, não cumprida, feita pelo responsável pelo arrendamento das fracções. Entre Junho de 2013 e Junho de 2016 o lucro obtido “situou-se apenas entre os 7% e os 9 %”. Com a alegada recessão do mercado, o mesmo responsável admitiu que o valor das rendas ainda teria que baixar cerca de 50%. A compra destas fracções pelos quase 200 residentes locais implicou “investimentos enormes sendo que há pessoas que venderam as casas que tinham em Macau para poder investir em Zhuhai”, afirma José Pereira Coutinho.
A entidade gestora do empreendimento tem vindo a mudar ao longo do tempo, o que “provoca uma grande complexidade jurídica e de compreensão deste processo. Trata-se de cerca de três ou quatro tipos de contratos envolvidos, em diferentes actividades” pelo que análise poderá ainda demorar uns dias, alerta o deputado.
O presidente da ATFPM aconselha ainda a apresentação de queixa por parte dos lesados ao Conselho de Consumidores de Macau alertando para a falta de legislação que defenda o consumidor. Por outro lado, alerta para o cuidado com investimentos na China “que podem correr mal”. A lei de Macau nada pode fazer face a investimentos feitos no continente.

Com Angela Ka

6 Jul 2016

Li Gang deixa Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]i Gang, o director do Gabinete de Ligação do Governo Central da China em Macau, deixou ontem o posto e foi substituído por Wang Zhiming, disse à Lusa fonte do próprio Gabinete.
“É verdade, temos um novo director, Li Gang deixou o serviço [ontem]”, disse Bian Tao, representante do Gabinete.
Na semana passada, a Comissão Central de Disciplina do Partido Comunista Chinês (PCC) – a agência anti-corrupção chinesa – anunciou que ia, pela primeira vez, enviar inspectores para o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado.
Bian Tao garantiu, no entanto, que a saída de Li Gang – que antes de Macau foi representante do Governo Central em Hong Kong – não representa “uma crítica”, antes pelo contrário. “Não foi por nada mal feito. Ele foi transferido para um cargo tão ou mais importante que este, mas ainda não foi nomeado. É altamente considerado pelo Governo Central pelo seu serviço em Macau”, sublinhou.
Segundo Bian Tao, o novo director, Wang Zhiming, foi vice-director do Gabinete de Ligação em Hong Kong, antes de ser transferido para Pequim, onde assumiu, até agora, as funções de subdirector do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado.
“A partir de hoje, é o número um em Macau”, frisou.
De acordo com a mesma fonte, a nomeação foi repentina e Wang “não estava preparado” para viver em Macau, tendo “um curto período para se transferir”. Da parte do Executivo local não houve qualquer anúncio.
Bian Tao garantiu que o procedimento é comum desde que Xi Jinping assumiu a presidência da China. “Já é prática actual a nomeação, desde Xi Jinping, de quadros de alto nível muito em cima da hora, sem que se deixe sair a informação antes, nem para a própria pessoa. Mas foi uma transferência normal”, assegurou. HM/LUSA

1 Jul 2016

Inspecções anti-corrupção chegam ao Gabinete de Ligação de Macau e Hong Kong

Tudo começou por um responsável do controlo interno do Gabinete e membro do Conselho de Estado ter, alegadamente, violado a disciplina ao incluir nas despesas de representação, o pagamento de uma refeição a amigos num hotel.
Esta é a 10.ª ronda de inspecções desde que Xi Jinping assumiu o poder mas a primeira no Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] agência anticorrupção chinesa vai, pela primeira vez, enviar inspectores para o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, segundo a imprensa local.
O anúncio foi feito na noite de quarta-feira pelo secretário da Comissão Central de Disciplina do Partido Comunista Chinês (PCC) – a agência anticorrupção chinesa –, Wang Qishan, que disse que as inspecções são um dos métodos mais eficazes no combate à corrupção, escreve o jornal South China Morning Post.
Esta é a primeira vez que as inspecções anticorrupção abrangem o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau, refere o jornal, indicando que as mesmas abrangem organismos ligados à Assembleia Nacional Popular, incluindo as comissões da Lei Básica das duas regiões chinesas com administração especial, e outras 29 de nível ministerial do partido e órgãos governamentais.
“As inspecções são uma forma importante para realizar a supervisão interna do partido”, disse Wang Qishan.
Os inspectores devem estar em sintonia com o Presidente, Xi Jinping, e “examinar se as directrizes do partido e políticas têm sido verdadeiramente aplicadas numa tentativa de salvaguardar resolutamente a liderança central do partido”, acrescentou.
Esta é a 10.ª ronda de inspecções desde que Xi Jinping assumiu o poder no final de 2012. O objectivo é cobrir todos os órgãos do partido e do Governo central, bem como todas as províncias e empresas estatais, informou a agência anticorrupção.

Aconchegando o “cobertor”

Nesta ronda, além do gabinete de assuntos para Hong Kong e Macau, os inspectores serão igualmente enviados para os ministérios dos Negócios Estrangeiros, Finanças e Segurança Pública. Também serão destacados para as províncias de Tianjin, Jiangxi, Henan e Hubei, já alvo de inspecções anteriores.
O anúncio da nova ronda de inspecções surge semanas depois de um responsável chinês encarregado do controlo interno do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado ter alegadamente violado a disciplina por incluir, nas despesas de representação, o pagamento de uma refeição a amigos num hotel.
Este ano foi criado um novo cargo no seio do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado da China para supervisionar os trabalhos de inspecção de disciplina.
Li Qiufang, a primeira responsável a ocupar o cargo, disse em Março à imprensa em Hong Kong que o seu papel é assegurar que os esforços anticorrupção se estendem como um “cobertor”. Após ascender ao poder, Xi Jinping lançou uma ampla e persistente campanha anticorrupção que atingiu já mais de 130 responsáveis chineses com o estatuto de vice-ministro ou superior em todos os setores do regime, incluindo no exército. Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao, Ling Jihua. Xi Jinping qualificou o combate à corrupção como “uma questão de vida ou de morte para o Partido Comunista e a nação”.

24 Jun 2016