João Santos Filipe Manchete SociedadeEmprego | Governo das Filipinas alerta para propostas de trabalho fraudulentas As autoridades filipinas lançaram um comunicado a denunciar o caso de uma empregada em Macau a quem foi oferecida uma proposta de trabalho no Interior da China. No Continente, a trabalhadora nunca foi paga e os patrões ficaram-lhe com o passaporte e o telemóvel [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Departamento do Trabalho e Emprego das Filipinas lançou um alerta para o facto de uma mulher filipina, em Macau, estar a oferecer a conterrâneas falsas propostas de emprego no Interior da China. Segundo as autoridades filipinas, foi registado um caso em que uma empregada se despediu do emprego em Macau depois de ter recebido uma proposta para trabalhar no Interior. Já no Continente, a empregada acabou por não ser paga, apesar de lhe terem prometido um salário mensal de 7.500 yuans, e ainda viu os patrões ficarem-lhe com o passaporte e o telemóvel. “Os trabalhadores filipinos e os turistas que procuram trabalho em Macau devem ter muito cuidado quando aceitam ofertas de emprego de outros filipinos para supostamente trabalharem no Interior da China”, pode ler-se no aviso publicado pelo departamento em causa. A proposta foi apresentada através de uma filipina com o apelido Ciabacal, que está ligada a uma recrutadora chinesa chamada Fancy. Segundo as informações das autoridades filipinas, Fancy é proprietária de um estabelecimento com o nome MMC Entreprises, localizado na zona do Mercado Vermelho, que recruta de forma clandestina empregadas filipinas e vietnamitas para trabalharem no Continente. Esta é uma situação que não é nova e os membros da comunidade em Macau ouvidos pelo HM recomendam muito cuidado a quem considerar responder a propostas no Interior da China. “Não ouvi falar dessa situação em concreto, mas conheço outras com amigos de amigos, que ocorreram em Macau. É um tema que tem sido muito discutido entre a comunidade e mesmo o Consulado das Filipinas tem alertado para estas situações”, afirmou Ana Fivilia, representante da Associação Bisdak, ao HM. “O caso típico é surgirem propostas tentadoras do Interior da China com bons salários. Mas, depois, quando se aceita o emprego e se começa a trabalhar, as pessoas não são pagas e os benefícios prometidos não se concretizam”, apontou. Na dúvida, recusar Por sua vez, Rodantes, membro do movimento Couples For Christ (CFC) Global em Macau defende que a melhor forma de lidar com estas situações é não aceitar propostas de emprego do Continente. “É muito complicado trabalhar no Interior da China. Há alguns anos houve casos de algumas pessoas a trabalharem em Macau que foram levadas pelos patrões para o Interior da China. Nessa altura houve muitas queixas sobre as condições de trabalho encontradas do outro lado da fronteira”, recorda Rodantes. “Temos noção das condições que encontram no Interior da China e já deixámos avisos aos membros da comunidade. Mesmo que haja ofertas com um salário muito bom, nós recomendamos que não aceitem”, frisou. Segundo a lei das Filipinas, os cidadãos só podem trabalhar no estrageiro quando aceitam propostas de emprego através de agências reconhecidas pelo próprio Governo. Contudo, para evitar o pagamento de taxas e a demora do processo, há cidadãos que entram nos países onde desejam trabalhar como turistas e tentam encontrar empregos por si. “A procura de emprego com visto de turista é uma situação que, apesar dos esforços os Governos de Macau e das Filipinas, não conseguem controlar. Por uma questão de segurança recomendamos que as pessoas só venham para Macau através das agências reconhecidas pelas autoridades”, explicou Rodantes. O representante da CFC Global em Macau alerta também que este tipo de problemas não é exclusivo dos cidadãos filipinos e que acontecem igualmente com imigrantes da Indonésia e do Vietname.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Vulcão Mayon intensifica actividade [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] vulcão Mayon, na zona Este das Filipinas, intensificou hoje a sua actividade, com seis novas erupções de lava em menos de 15 horas, quando o número de deslocados já ronda os 70.000 e se teme uma explosão mais potente. As novas erupções do vulcão Mayon, localizadas na província de Albay, a cerca de 350 quilómetros a sudeste de Manila, ocorreram entre a meia-noite e as 15:00 locais, informou a agência vulcanológica filipina (PHIVOLCS). As expulsões de magmas geraram colunas de gás e cinzas de 3000 metros de altura e alimentaram de lava os rios, que estão a mais de três quilómetros da cratera. “Esperamos que as erupções de lava continuem a ocorrer nos próximos dias e mantemos a vigilância para o caso de uma delas ser mais poderosa e perigosa”, disse o especialista Winchelle Sevilla, da PHIVOLCS. O vulcanólogo esclareceu, no entanto, que “no momento é uma incerteza se a situação do vulcão vai crescer ou, ao contrário, se acalmará” no curto prazo. As autoridades mantêm o alerta no nível 4 – que considera possível uma explosão perigosa nas próximas horas ou dias – de uma escala de cinco. A zona de exclusão é delimitada num raio de oito quilómetros da cratera, com uma área de máximo perigo num raio de seis quilómetros. Um total de 68.172 pessoas de 17.803 famílias que residem na zona de exclusão foram retiradas das suas casas e a maioria está em cerca de trinta abrigos na região, de acordo com dados fornecidos à EFE pelo departamento de Defesa Civil da província de Albay. A PHIVOLCS pediu às pessoas deslocadas que não regressassem a casa em nenhuma circunstância devido aos abundantes gases e cinzas na área de perigo máximo. No entanto, especialistas da PHIVOLCS excluem que o Mayon possa gerar uma erupção tão poderosa quanto a de Pinatubo. Com 23 vulcões activos, o arquipélago filipino localiza-se numa área de intensa actividade sísmica, no chamado “Anel do Fogo do Pacífico”, que se estende desde a costa oeste do continente americano até a Nova Zelândia, passando pelo Japão e Indonésia, entre outros países.
João Luz China / Ásia MancheteCatástrofe | Tufão Tembi deixa rasto mortal nas Filipinas e dirige-se para o Vietname O tufão Tembin devastou o sul das Filipinas durante o fim-de-semana de Natal provocando a morte a 240 pessoas, segundo o último balanço. Mindanao foi a zona mais afectada, devido a inundações relâmpago e deslizamentos de terras. Em Macau, a Associação Bisdak prepara uma campanha de solidariedade para atenuar o sofrimento provocado pela tempestade [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre sexta-feira e domingo a tempestade Tembin arrasou a segunda maior ilha do arquipélago das Filipinas, Mindanao, provocando inundações e deslizamentos de terras que surpreenderam os mais de 21 milhões de habitantes da ilha. A catástrofe natural entrou no território como uma tempestade tropical, aumentando a severidade para tufão enquanto devastou as províncias do sul do arquipélago. Algumas das ilhas turísticas do arquipélago de Palawan também foram afectadas. Até ontem, as autoridades filipinas colocavam o balanço mortal em mais de 240 mortos, ao mesmo tempo que prosseguiram os esforços para encontrar mais de uma centena de desaparecidos. Na segunda-feira, dia de Natal, a polícia local divulgou a contabilidade de 208 mortos, dos quais 135 no norte de Mindanao, enquanto responsáveis da protecção civil assinalaram 78 mortos na península de Zamboanga e 27 na província central de Lanao do Sul. O caos trazido pelo tufão Tembin fez com que mais de 97 mil pessoas passassem o Natal em 261 centros de abrigo espalhados pelo sul das Filipinas, enquanto que mais de 85 mil perderam as suas casas mas encontraram refúgio em casas de familiares e amigos. É de salientar que a tempestade semeou devastação durante a quadra natalícia numa região maioritariamente cristã, apesar de ter uma minoria muçulmana que viu em 1989 a criação da Região Autónoma do Mindanao Muçulmano. De acordo com o Conselho de Gestão e Redução de Riscos Provocados por Catástrofes Naturais, as zonas mais atingidas foram o norte de Lanao e as províncias a sul de Lanao e a Península de Zamboanga. Sair de casa no Natal? Enquanto as autoridades filipinas tentam encontrar razões para um balanço de mortes tão elevado, Romina Marasigan, responsável da protecção civil do Governo de Duterte, disse à Associated Press que “à medida que o Tembin se aproximava o Governo avisou as pessoas para se protegerem”. A responsável acrescentou ainda que “é muito difícil remover as pessoas de casa durante a quadra natalícia”. “Não quisemos arrastar as pessoas dos seus lares durante o Natal, em vez disso tentámos da melhor forma convencê-las das razões pelas as quais estavam a ser evacuadas”, referiu Romina Marasigan numa conferência de imprensa em Manila. O Tenbim não foi o único desastre a assolar as Filipinas, predominantemente católicas, durante a celebração da quadra. No nordeste da província de Quezon, um ferry que fazia ligação entre ilhas afundou depois de ter sido fustigado por ventos fortes e ondulação. O acidente resultou em cinco mortos e numa operação de salvamento que socorreu mais de 250 passageiros e equipa de navegação do ferry. Na semana anterior, outra tempestade tropical assolou o leste de Visayas culminando num balanço de 50 mortos. A maioria das vítimas mortais ocorreram na ilha de Biliran devido a deslizamento de terras, uma região em que a agricultura é o principal motor económico. Na sequência da tempestade Urduja, a ilha de Biliran viu uma parte substancial das suas infra-estruturas destruídas, nomeadamente estradas, pontes e centrais eléctricas. Ajuda de Macau O tufão do passado fim-de-semana trouxe chuvas intensas que fizeram o leito do Rio Cagayan de Oro transbordar, levando à evacuação de quase 20 mil pessoas. Esta situação transformou as ruas em afluentes fluviais, com muitos habitantes a verem-se forçados a procurar refúgio nos telhados das casas. As próprias operações de resgate foram afectadas pelos efeitos do tufão, com os sistemas de comunicação e fornecimento de energia bastante danificados pela intempérie. Andrew Morris, representante da Unicef em Mindanao, disse à BBC que restabelecer o acesso a água limpa é uma das prioridades, uma vez que existem muitas áreas com elevados riscos de doença, em especial para crianças. “A província de Lanao do Sul é a mais pobre das Filipinas e nos últimos sete meses testemunhou o deslocamento de cerca de 350 mil pessoas devido ao conflito armado entre das formas governamentais e milícias islamitas em Marawi”, contextualiza o representante da Unicef. As Filipinas são um dos países do mundo mais afectados por este tipo de desastres naturais. Todos os anos registam uma média de 20 tempestades severas, frequentemente com consequências mortais e dez tufões com 50 por cento de hipóteses de serem bastante severos. Aliás, em 2003 o super tufão Hayan, um dos mais fortes alguma vez registados, arrasou o centro das Filipinas ceifando a vida a quase 8000 pessoas e deixando sem casa mais de 200 mil. Nessa altura, uma organização baseada em Macau que congrega trabalhadores filipinos, a Associação Bisdak, acorreu à catástrofe. “Na sequência do tufão Hayan enviámos para as zonas de Luzon e Visayas a nossa humilde ajuda”, recorda Ana Fivilia, uma das responsáveis da associação. Este tipo de campanhas tem sido uma constante para a Associação Bisdak. “Conseguimos reunir roupas usadas e algum dinheiro, não muito, mas que sei que trouxeram algum conforto às famílias que os receberam”, conta a filipina. Na próxima reunião da associação, está previsto que se aprove o envio de ajuda, como já fizeram anteriormente. Para já, Ana Fivilia terá as vítimas de mais esta catástrofe natural nas suas preces na esperança “que Deus lhes dê algum conforto nesta altura de sofrimento”. Berço de tufões As Filipinas reúnem todas as condições para serem o alvo de tufões devastadores. O arquipélago situado na orla oeste do Oceano Pacífico está rodeado por uma zona área de águas quentes. A própria geografia do país, com mais de 7 mil ilhas, é um dos factores naturais dos efeitos da natureza. Além disso, as Filipinas são um dos países mais pobres do mundo, com um PIB per capita em paridade com poder de compra na ordem dos 8.270 dólares por ano. Uma percentagem considerável da população vive abaixo do limiar da pobreza, o que se reflecte em infra-estruturas e habitação de pobre qualidade. À medida que o Tembin saía do arquipélago das Filipinas e se dirigia para o Vietname, voltou à categoria de tempestade tropical e foi enfraquecendo. Ainda assim, a mais de 200 quilómetros de Ho Chi Minh a tempestade registou ventos na casa dos 93 quilómetros por hora. As autoridades vietnamitas procederam à evacuação de mais de 70 mil pessoas de zonas baixas, ordenaram que petroleiros procurassem abrigo e proibiram a saída para o mar de mais de 62 mil barcos de pesca, segundo a Reuters. Aliás, segundo informação da agência noticiosa, na província de Bac Lieu, no sul de Vietname, residentes de aldeias piscatórios foram evacuados para escolas que se transformaram em abrigos. O Primeiro-ministro vietnamita, Nguyen Xuan Phuc, disse que “é preciso assegurar a segurança dos trabalhadores das plataformas de petróleo e navios petroleiros e, se for preciso, fechar instalações e proceder a evacuações”. A tempestade tropical Tembin será a 16ª tempestade a atingir o Vietname este ano. De acordo com os dados das autoridades vietnamitas, este ano mais de 390 pessoas morreram ou desapareceram devido a tempestades.
Hoje Macau China / ÁsiaDireitos humanos | Dois activistas assassinados nas Filipinas [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois activistas que investigavam presumíveis violações dos direitos humanos foram mortos nas Filipinas, informaram ontem as autoridades, agravando o “clima de impunidade” denunciado por diversas ONG. Os dois militantes, que promoviam um inquérito sobre as acusações de expropriação de terras de camponeses por um responsável municipal da ilha de Negros (centro), circulavam de moto quando homens armados, em duas outras motos, os atingiram a tiro, anunciou a polícia. Elisa Badayos, responsável da organização nacional de defesa dos direitos humanos Karatapan, e Eleuterio Moisés, membro de uma organização camponesa local, foram mortos e um outro membro da equipa ferido, acrescentou a polícia. Foi anunciada a abertura de um inquérito. A secretária-geral da Karapatan, Cristina Palabay, considerou, em declaração à agência noticiosa France-Presse (AFP), que este duplo assassinato agrava o “clima de impunidade” nas Filipinas. “Os homens de mão dos proprietários e dos políticos são encorajados e cometer violações dos direitos humanos, sobretudo após as declarações de Duterte [referência ao actual Presidente Rodrigo Duterte] que protege os violadores dos direitos humanos que integram a sua polícia e o seu exército”, declarou Palabay. As organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que as Filipinas se baseiam numa cultura na qual as pessoas poderosas pensam que podem promover assassinatos com total impunidade, incluindo de militantes ou de jornalistas. Para os observadores, a situação agravou-se desde a chegada ao poder de Duterte em 2016. O Presidente filipino tem multiplicado as críticas dirigidas aos ativistas de direitos humanos, que têm criticado a sua guerra contra a droga que provocou milhares de vítimas.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | Pequim e Manila reforçam laços de cooperação [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e as Filipinas assinaram acordos de cooperação esta quarta-feira, assumindo o compromisso de fortalecer o “impulso positivo” nas relações bilaterais. Depois de se encontrar com o presidente filipino, Rodrigo Duterte, o primeiro-ministro chinês Li Keqiang comunicou à imprensa que as relações sino-filipinas melhoraram, e que ambos os lados esperam “trabalhar conjuntamente para compensar o tempo perdido”, informa o Diário do Povo. Li é o primeiro chefe de Governo chinês a realizar uma visita oficial às Filipinas na última década, tendo chegado ao país num momento em que os laços bilaterais se fortalecem — reflexo do esforço contínuo levado a cabo por Duterte desde que assumiu a presidência no ano passado. Os dois líderes testemunharam a assinatura de 14 acordos de cooperação sobre financiamento de infraestruturas, construção de pontes, emissão de títulos, reabilitação de toxicodependência, mudanças climáticas, proteção de propriedade intelectual e cooperação na capacidade industrial. Os líderes anunciaram também o início dos trabalhos para a construção de duas pontes fluviais em Manila e dois centros de reabilitação de toxicodependência em Mindanao, no sul das Filipinas. A China irá fazer uso da sua experiência no fabrico de equipamentos e no desenvolvimento de infraestruturas, de modo a gerir a cooperação bilateral na capacidade industrial e formular uma estratégia de desenvolvimento a longo prazo, afirmou Li. Alvos definidos O primeiro-ministro chinês destacou vários pontos centrais de cooperação, incluindo: facilitação de investimentos comerciais, tecnologia da informação, agricultura, pesca, combate à pobreza e reconstrução de áreas degradadas. Li prometeu ainda 150 milhões de yuans em subsídios do governo chinês para auxiliar a reconstrução de Marawi, devastada pela guerra no sul das Filipinas. O governo filipino em Outubro declarou a vitória sobre os extremistas ligados ao Estado Islâmico em Marawi, pondo um fim a quase cinco meses de confrontos que destruíram várias partes da cidade. Por sua vez, Duterte agradeceu à China pela ajuda fornecida às Filipinas na reconstrução de Marawi e pela assistência no impulso para a iniciativa de desenvolvimento de infraestruturas das Filipinas. “É com entusiasmo que testemunho a reviravolta positiva e o vigoroso impulso das relações sino-filipinas”, afirmou Duterte. O chefe de Estado filipino salientou que os esforços conjuntos para melhorar os laços promovem a paz, a estabilidade e o desenvolvimento na região. No seu encontro com Li, Duterte vincou que espera tirar lições do desenvolvimento da China, fortalecendo a cooperação em áreas como os transportes, telecomunicações e agricultura.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita de Trump à Ásia foi “tremendo sucesso” [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, regressou ontem a Washington, depois de uma visita à Ásia que declarou ter sido um “tremendo sucesso” e serviu para alertar o mundo de que as “regras mudaram” no comércio. O líder norte-americano revelou que fará, esta semana, uma “declaração importante” sobre o comércio e o seu périplo pela Ásia, na Casa Branca, onde deverá promover o plano de reforma fiscal do Partido Republicano. Um avião Air Force One partiu ontem de Manila, onde Trump disse aos jornalistas que se deslocam com ele que “foram 12 dias fantásticos”. Sobre o comércio, o Presidente norte-americano afirmou que os parceiros comerciais dos EUA “vão passar a tratar [os EUA] de forma muito diferente”. O Presidente partiu de Washington, em 3 de Novembro, para um périplo de quase duas semanas que incluiu Japão, Coreia do Sul, China, Vietname e Filipinas. “Penso que os frutos do nosso trabalho vão ser incríveis, seja para a segurança das nossas nações, ou para a segurança do mundo, ou em questões comerciais”, afirmou. Trump, que durante a campanha eleitoral prometeu rasgar acordos comerciais multilaterais, que considera prejudicarem os Estados Unidos, insistiu durante a viagem que o défice comercial norte-americano, de centenas de milhares de milhões de dólares, será reduzido a zero. O líder norte-americano frisou que o comércio deve ser justo e mutuamente benéfico. “Os Estados Unidos devem ser tratados de forma justa e reciproca”, escreveu ontem Trump, na rede social Twitter. “Os défices comerciais gigantes devem reduzir-se rapidamente”, acrescentou. Trump afirmou que, durante a viagem, foram fechados negócios no valor conjunto de 300.000 milhões de dólares, uma soma que previu irá triplicar num curto período de tempo. “Explicámos que os EUA estão abertos ao comércio, mas que queremos comércio reciproco”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas destacam 60 mil para cimeira da ASEAN [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s autoridades das Filipinas destacaram ontem cerca de 60 mil polícias e soldados para coordenar a segurança da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que vai decorrer entre os próximos dias 10 e 14. Além dos líderes dos dez países-membros da ASEAN, o encontro vai contar com a presença dos Presidentes dos Estados Unidos e da China, respectivamente, Donald Trump e Xi Jinping, bem como dirigentes da União Europeia, Rússia, Japão ou Austrália. A polícia filipina proibiu o porte de armas durante os dias do evento na capital, Manila, e noutras províncias adjacentes na zona central de Luzón, segundo o jornal The Manila Times. A crise da minoria muçulmana rohingya na Birmânia, as ambições nucleares da Coreia do Norte, o terrorismo e as disputas territoriais no Mar do Sul da China figuram entre os temas que devem ser abordados pelos chefes de Estado e de Governo reunidos nas Filipinas. A economia vai ser outro tema relevante nas reuniões da ASEAN, uma comunidade de 620 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de 2,55 biliões de dólares (2,16 biliões de euros). Fundada em 1967, a ASEAN é composta pela Birmânia, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Rússia doa cinco mil espingardas no combate ao Estado Islâmico [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo da Rússia doou ontem 5.000 espingardas Kalashnikov e 20 veículos militares às Filipinas para a luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), numa cerimónia em Manila liderada pelo Presidente, Rodrigo Duterte. O Presidente filipino presenciou a assinatura do contrato de entrega às forças armadas das Filipinas do lote de equipamento militar russo, que também inclui um milhão de cartuchos de munições e 5.000 capacetes de aço. O ministro da Defesa filipino, Delfín Lorenzana, disse tratar-se de “uma doação sem custo” e que o Governo russo “quer ajudar” as Filipinas “a combater o terrorismo, porque também lutam contra o terrorismo no seu país e ajudam na luta global contra o terrorismo”. A doação chegou um dia depois do acordo de cooperação técnica militar selado por Lorenzana e pelo homólogo russo, Sergey Shoygu, no âmbito de uma reunião de ministros de Defesa da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), realizada em Clark, a cerca de 100 quilómetros a norte de Manila. Pelo acordo firmado na terça-feira ambos países cooperaram na “investigação, apoio à produção e possível intercâmbio de peritos e formação de tropas para programas conjuntos”, de acordo com o comunicado oficial. Desde que chegou ao poder em Junho de 2016, o Presidente de Filipinas apostou em distanciar-se do tradicional aliado, os Estados Unidos, especialmente no âmbito militar, e aproximar-se à China e Rússia tanto na defesa como nas áreas diplomática e económica.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Exército toma edifício controlado por extremistas islâmicos [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ilitares filipinos tomaram um edifício na cidade de Marawi que era controlado por grupos afiliados ao radical Estado Islâmico, e encontraram cerca de 40 cadáveres de homens armados no interior do prédio, foi ontem noticiado. A informação foi dada à agência noticiosa Associated Press (AP) por dois militares, que pediram o anonimato por não estarem autorizados a divulgar os últimos desenvolvimento em Marawi, onde as forças do governo começaram uma retirada gradual, à medida que os confrontos diminuíram consideravelmente nos últimos dias. No domingo, fontes militares disseram que o exército filipino estava a lutar contra uma dezena de extremistas islâmicos em Marawi, naquela que podia ser a última operação contra o Estado Islâmico (EI) na cidade, um conflito que começou há cinco meses. O porta-voz das Forças Armadas, Restituto Padilla, disse que pelo menos dois estrangeiros poderiam fazer parte do último grupo rebelde que está entrincheirado em cinco edifícios daquela cidade do sul do país. O porta-voz acrescentou que os extremistas mantêm pelo menos uma dezena de reféns, mas acrescentou que estão “encurralados” e sem influência sobre o resto da cidade. O conflito em Marawi matou mais de mil pessoas, incluindo 897 rebeldes, 164 soldados e 47 civis, e 395 mil deslocados foram alojados em acampamentos e terrenos desportivos nas aldeias próximas, de acordo com fontes oficiais.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Exército combate última dezena de ‘jihadistas’ em Maraw [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] exército filipino está a lutar contra uma dezena de ‘jihadistas’ em Marawi, naquela que poderá ser a última operação contra o Estado Islâmico (EI) na cidade, um conflito que começou há cinco meses, disseram ontem fontes militares. O porta-voz das Forças Armadas, Restituto Padilla, disse que pelo menos dois estrangeiros poderiam fazer parte do último grupo rebelde que está entrincheirado em cinco edifícios daquela cidade do sul do país. “Estamos a tentar terminá-lo […] e os nossos relatórios recolhidos pelos nossos colegas na principal zona de batalha colocam o foco nesses cinco edifícios”, disse Padilla num entrevista à rádio filipina dzBB, citado pela EFE. O porta-voz acrescentou que os insurgentes mantinham pelo menos uma dezena de reféns, mas acrescentou que estão “encurralados” e que não têm mais influência sobre o resto da cidade. O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, declarou na quarta-feira que Marawi ficou livre, dois dias depois de o exército ter morto os dois principais líderes rebeldes. O conflito em Marawi matou mais de mil pessoas, incluindo 897 rebeldes, 164 soldados e 47 civis, e fez deslocar 395 mil pessoas, que foram alojadas em acampamentos e terrenos desportivos nas aldeias próximas, de acordo com fontes oficiais. Malásia | Sete mortos em deslizamento de terras [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades da Malásia elevaram ontem para sete o número de mortos num deslizamento de terras que soterrou, no sábado, 11 trabalhadores num estaleiro de obra. Cerca de 220 operacionais da polícia, equipas de resgate e pessoal médico procuram os desaparecidos por debaixo da lama que se desprendeu de uma colina adjacente à zona de obras em Tanjung Bungah, no estado de Penang, no noroeste do país. Um porta-voz da protecção civil confirmou ao jornal The Star que um sétimo cadáver foi recuperado a meio da manhã de ontem, juntando-se a outros três encontrados durante a noite e três descobertos pouco depois do incidente. Os mortos são trabalhadores indonésios, bangladeshianos e birmaneses, que juntamente com os quatro desaparecidos, incluindo um supervisor malaio, ficaram soterrados pela lama que caiu de uma ladeira, de 35 metros de altura. O director do departamento de Fogos e Resgate de Penang, Saadon Mokhtar, disse que o acidente aconteceu quando os operários trabalhavam nas fundações da obra. As autoridades da Malásia elevaram ontem para sete o número de mortos num deslizamento de terras que soterrou, no sábado, 11 trabalhadores num estaleiro de obra. Cerca de 220 operacionais da polícia, equipas de resgate e pessoal médico procuram os desaparecidos por debaixo da lama que se desprendeu de uma colina adjacente à zona de obras em Tanjung Bungah, no estado de Penang, no noroeste do país. Um porta-voz da protecção civil confirmou ao jornal The Star que um sétimo cadáver foi recuperado a meio da manhã de ontem, juntando-se a outros três encontrados durante a noite e três descobertos pouco depois do incidente. Os mortos são trabalhadores indonésios, bangladeshianos e birmaneses, que juntamente com os quatro desaparecidos, incluindo um supervisor malaio, ficaram soterrados pela lama que caiu de uma ladeira, de 35 metros de altura. O director do departamento de Fogos e Resgate de Penang, Saadon Mokhtar, disse que o acidente aconteceu quando os operários trabalhavam nas fundações da obra.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Polícia suspende “guerra contra as drogas” [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] polícia nacional das Filipinas suspendeu ontem as suas operações na sequência da polémica “guerra contra as drogas” depois de o Presidente do país, Rodrigo Duterte, ter colocado a campanha nas mãos da Agência Antidroga (PDEA). “Delegamos a nossa tarefa à PDEA. Vamos procurar outras coisas para trabalhar, mas drogas por agora não”, declarou o director da polícia nacional, Ronald Dela Rosa, numa conferência de imprensa. De acordo com Dela Rosa, a polícia vai levar a cabo uma “limpeza interna” tendo como alvo a corrupção, depois de vários escândalos que afectaram a imagem das forças policiais na campanha. O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, atribuiu em exclusivo à agência antidroga do país (PDEA) a liderança da polémica “guerra contra a droga” e afastou a polícia da campanha, após uma onda de escândalos e protestos. Duterte ordenou a todas as entidades do Governo que “reservem à PDEA, como única agência, a gestão das campanhas e operações contra aqueles que, directa ou indirectamente, estejam envolvidos ou relacionados com drogas ilegais”, de acordo com um memorando a que agência de notícias espanhola Efe teve ontem acesso. O memorando especifica que a liderança da PDEA “não significa uma diminuição dos poderes de investigação do Departamento Nacional de Investigação (NBI) nem da Polícia Nacional relativamente a todos os delitos” relacionados com droga. Popularidade em queda A ordem presidencial tem lugar após uma série de escândalos em torno da sangrenta campanha em que mais de 3.900 suspeitos foram abatidos pela polícia. Estima-se que o número total de mortes seja superior a 7.000 se somados os homicídios de supostos toxicodependentes e traficantes atribuídos a indivíduos ou patrulhas de moradores. A morte de três jovens e outras irregularidades cometidas no âmbito da “guerra contra a droga” nos últimos meses causaram mal-estar na sociedade filipina, algo que se traduziu, no mês passado, na maior manifestação contra Duterte e numa queda do apoio popular ao Presidente – de 78% em Junho para 67% em Setembro.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Rejeitadas recomendações da ONU contra “guerra antidroga” [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s Filipinas rejeitaram as recomendações das Nações Unidas para investigar assassinatos extrajudiciais na polémica “guerra antidroga” e para desistir de restaurar a pena de morte, anunciou ontem o Governo chefiado pelo Presidente, Rodrigo Duterte. Estas propostas figuram entre as 254 directivas recomendadas em Maio passado pelo Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas, das quais Manila só pretende acatar 103, disse, em conferência de imprensa, o porta-voz da presidência, Ernesto Abella. O executivo filipino decidiu que recomendações aceitar e quais rejeitar “após uma consulta exaustiva com as partes interessadas” e “em linha com a política externa independente” das Filipinas, justificou. Investigar os assassinatos extrajudiciais da “guerra antidroga” e permitir que a ONU inspeccione este caso, travar o processo de restauração da pena de morte e abandonar a redução da idade de responsabilidade criminal são as propostas mais importantes rejeitadas pelas Filipinas. O Conselho de Direitos Humanos solicitou ao país estas medidas para combater a impunidade, após a multiplicação de denúncias da participação das forças de segurança em execuções extrajudiciais como parte da sangrenta cruzada contra a droga levada a cabo por Duterte. No passado dia 11, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, afirmou-se “gravemente preocupado com o apoio do Presidente a uma política de matar os suspeitos” e com a “aparente ausência de investigações credíveis” das execuções. A política dura de Duterte também prevê a redução da idade penal de 15 para nove anos e a restauração da pena de morte (abolida em 2006), decisões que estão a aguardar uma resolução final do congresso das Filipinas.
Hoje Macau China / ÁsiaRodrigo Duterte poderá decretar lei marcial na próxima semana [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, poderá vir a decretar a lei marcial em todo o arquipélago na próxima semana se os protestos previstos pela esquerda resvalarem em perturbações ou violência, advertiu sexta-feira o ministro da Defesa. “Ele disse: ‘Se a esquerda, que está a tentar realizar uma manifestação gigante, inflamar as ruas e perturbar o país, poderei então [decretar a lei marcial]”, declarou Delfin Lorenzana, citando uma conversa que manteve, esta semana, com Rodrigo Duterte. Delfin Lorenzana ressalvou, no entanto, que as probabilidades de instaurar o regime de excepção são mínimas porque os protestos previstos para quinta-feira não devem ser – segundo estima – tão grandes como anunciam os organizadores. “Mas o Presidente está muito preocupado, porque pode degenerar”, por isso, é que afirmou que poderia decretar a lei marcial, explicou o ministro da Defesa. Uma coligação de grupos de esquerda autointitulada de “Movimento contra tirania” anunciou a realização de iniciativas de protesto para o próximo dia 21, dia do 45.º aniversário da instauração da lei marcial pelo falecido ditador Ferdinand Marcos. O movimento pretende denunciar a controversa ‘guerra contra droga’, que fez milhares de mortos, bem como protestar contra os ataques por parte do Presidente filipino contra as instituições democráticas. A coligação também se declarou horrorizada pelo apoio de Duterte a Ferdinand Marcos, deposto em 1986 após uma revolta popular lançada na sequência de um regime marcado por graves violações dos direitos humanos e também por acusações de corrupção. O ‘slogan’ adotado para a jornada de protesto é “Parem as mortes! Tirania e ditadura nunca mais!” Avisos regulares O Presidente das Filipinas ameaça regularmente decretar a lei marcial em todo o país. Até ao momento, nem Duterte nem o seu Governo invocaram datas para o efeito ou um motivo susceptível de motivar tal decisão. A Constituição das Filipinas permite a instauração da lei marcial por 60 dias no caso de rebelião ou invasão. Duterte instaurou, em Maio, a lei marcial na região de Mindanao, que compreende a principal ilha, com o mesmo nome, e uma série de ilhotes vizinhos, devido à ocupação, por um grupo extremista que reclama ser afiliado do autoproclamado Estado Islâmico (EI) da cidade de Marawi, num conflito que fez mais de 800 mortos. (Ver caixa). Essa região do sul, que constitui aproximadamente um terço do país, tem aproximadamente 20 milhões de habitantes. A Constituição das Filipinas permite a instauração da lei marcial por 60 dias no caso de rebelião ou invasão. ‘Jihadistas’ controlados O exército filipino disse ontem que assumiu o controlo do centro de comando dos ‘jihadistas’ que se instalaram em Maio na cidade de Marawi, onde ainda estão entrincheirados. Há quatro meses que militares filipinos se envolveram em violentos confrontos de rua para desalojar os rebeldes, que se apresentam como associado do grupo Estado Islâmico (EI). O exército filipino afirmou ontem que assumiu o controlo do centro de comando dos islamitas na sequência de uma batalha sangrenta iniciada no sábado numa mesquita e num outro edifício.”Esta enorme operação enfraquece o grupo terrorista privando-o do seu antigo centro de comando e de controlo”, declarou num comunicado o general Eduardo Ano.”As operações de limpeza continuam e esperamos que o inimigo abandone a partir de agora posições ocupadas no passado, o que não fará sem combater”, adiantou. “Estamos prontos para isso”, referiu.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Orçamento de comissão que investiga ‘guerra contra droga’ reduzido a 150 patacas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados das Filipinas votaram uma redução do orçamento da comissão dos direitos humanos que investiga a controversa ‘guerra contra a droga’ para o equivalente a 150 patacas, anunciaram ontem as autoridades. Esta decisão da Câmara dos Representantes insere-se, segundo os críticos do Governo do Presidente filipino, Rodrigo Duterte, no quadro de uma campanha para silenciar a oposição à ‘guerra contra a droga’, que resultou já em milhares de mortos. A câmara baixa decidiu cortar os fundos destinados à comissão dos direitos humanos para 1.000 pesos (16 euros) na proposta de orçamento de 2018, cujo valor global é de 3,8 biliões de pesos (62,2 mil milhões de euros) e que foi votada na noite de terça-feira. “Isto coloca-nos na trajectória directa para a ditadura”, denunciou o senador Francis Pangilinan, líder do Partido Liberal, o principal movimento da oposição. A comissão dos direitos humanos é um dos órgãos independentes inscritos na Constituição para supervisionar o trabalho do Governo. A comissão investiga, entre outros, cerca de 3.800 mortes de toxicodependentes e traficantes de droga que foram alegadamente abatidos em operações que polícia e forças de segurança dizem ser “legítimas”. Resistir até ao fim A proposta de orçamento ainda tem ser submetida ao Senado, com Pangilinan a prometer forte oposição na câmara alta. “Não permitiremos que passe no Senado, mesmo que tal signifique que o orçamento para 2018 não é aprovado”, afirmou. O senador independente Panfilo Lacson, antigo comandante da polícia, indicou, numa entrevista à rádio DZMM que o projecto preliminar do Senado recomendava uma alocação de 678 milhões de pesos (11,1 milhões de euros) para a comissão de direitos humanos. Se as duas câmaras divergirem relativamente às propostas de orçamento devem reunir-se para elaborar uma versão comum que será então depois submetida a votação, em ambas, antes de ser promulgada ou vetada pelo Presidente das Filipinas. A ‘guerra’ contra a droga desencadeou uma onda de violência nas Filipinas, marcada pela morte, em circunstâncias por explicar, de milhares de outras pessoas. As organizações de defesa dos direitos humanos acusam as autoridades de deixarem milícias fazerem o seu próprio trabalho, algo que o Governo de Manila nega.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Polícia mata 32 suspeitos de tráfico na mais sangrenta operação de sempre [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia da província filipina de Bulacan anunciou ontem ter matado 32 presumíveis traficantes de droga em 24 horas, na operação mais sangrenta da “guerra antidroga” iniciada há um ano pelo Presidente, que já felicitou as autoridades. “Foi algo magnífico”, disse o Presidente filipino, Rodrigo Duterte, numa referência à operação na província de Bulacan, a norte de Manila, que permitiu também deter 107 pessoas por delitos alegadamente relacionados com as drogas. “Se pudéssemos matar 32 outras pessoas por dia, poderia reduzir-se o flagelo que afecta o país”, acrescentou. Os agentes mataram os 32 suspeitos e detiveram outros 107 numa operação antidroga executada entre segunda e terça-feira nesta província de 3,3 milhões de habitantes a norte de Manila, informou a polícia regional de Bulacan em comunicado. Na operação, as autoridades apreenderam 367 sacos de uma droga química chamada shabu (cloridrato de metanfetamina), com um valor estimado em 1,17 milhões de pesos (19.800 euros). Nas casas dos suspeitos foram ainda encontrados 765 gramas de marjuana, duas granadas, 34 armas de fogo de diversos calibres e 114 balas. O elevado número de mortos num tão curto intervalo de tempo não tem precedentes, mesmo tendo em conta que a “guerra contra as drogas” de Duterte já provocou 3.451 mortes em operações policiais deste género em todo o país, segundo dados oficiais. “No passado realizámos operações de larga escala, mas este foi o maior número de pessoas mortas numa só operação”, confirmou em conferência de imprensa Romeo Caramat, diretor da Polícia Nacional. Mata, mata A Polícia de Bulacan justificou a operação argumentando que os suspeitos assassinados eram “notórios delinquentes dos que preferem lutar até à morte do que ser apanhados vivos”, pelo que os agentes “não tiveram outro remédio” senão disparar a matar. Classificou ainda a operação como um êxito para as autoridades na sua “luta implacável contra as drogas e armas ilegais”. Calcula-se que mais de 7.000 pessoas tenham morrido desde que começou a controversa campanha de Duterte, já que, aos abatidos pela polícia somam-se as vítimas de patrulhas de moradores e outros homicídios facilitados pelo clima de impunidade. A “guerra contra as drogas” de Duterte tem sido criticada por organizações internacionais, que acusam o Presidente filipino de violar direitos humanos. Duterte garante que continuará a campanha até erradicar o narcotráfico e o crime do país de 100 milhões de habitantes.
Hoje Macau China / ÁsiaMorte de autarca filipino é advertência para outros políticos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] chefe da polícia filipina declarou ontem que a morte de um presidente de câmara e 14 pessoas durante uma operação antidroga, no sul do país, é “uma advertência” para políticos ligados ao narcotráfico e crime. Ronald dela Rosa falava de uma operação realizada, no domingo, em Ozamiz, na ilha de Mindanao, que deve “servir como uma advertência de que a polícia não abre exceções na hora de aplicar a lei”. “Não temos medo, nem damos tratamento especial”, disse Dela Rosa, numa conferência de imprensa transmitida pela televisão. No domingo, 15 pessoas foram mortas, incluindo o presidente do município Reynaldo Parojinog e vários dos seus familiares, na sequência de um tiroteio com as forças de segurança que iam apresentar meia dúzia de mandados de captura. Sangue por sangue De acordo com a polícia, os agentes abriram fogo ao serem recebidos com disparos, à aproximação da casa do presidente do município, alegado líder de um grupo criminoso ligado, nas últimas três décadas, ao tráfico de drogas, operações paramilitares, sequestros e extorsões. O director da polícia afirmou que o objetivo da operação era deter com vida os suspeitos, mas os agentes foram forçados a disparar ao serem recebidos pelo “exército privado” dos Parojinog. No tiroteio morreram também a mulher, a irmã e Octavio Parojinog, irmão do autarca. Um agente ficou ferido na sequência de uma explosão. A polícia apreendeu armas, drogas e dinheiro. Reynaldo Parojinog constava de uma das “listas negras” do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, por alegadas ligações ao tráfico de drogas e crime organizado. Mais de sete mil pessoas morreram desde o início da campanha antidroga de Duterte. Cerca de metade das vítimas mortais foram abatidas por agentes polícias por terem alegadamente resistido à detenção. Na passada segunda-feira, Duterte reiterou que vai manter uma “luta implacável” contra o tráfico de droga, apesar das críticas que recebo dentro e fora do país.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang cancela festival para turistas por causa da seca [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte cancelou um festival de cerveja destinado principalmente a atrair turistas estrangeiros, que devia celebrar-se a partir desta semana em Pyongyang, num momento em que o país está a atravessar uma seca severa. A Koryo Tours, a principal agência de viagens para turistas ocidentais que querem visitar a Coreia do Norte, informou na sua página na Internet que foi notificada pelo regime, no domingo, do cancelamento da segunda edição do Festival da Cerveja do Rio Taedong, que devia celebrar-se de 26 de julho até finais de agosto. “As razões do seu cancelamento não são claras e não esperamos que nos chegue uma informação mais completa nos próximos tempos, mas é possível que se deva à persistente seca no país, que causou uma grande quantidade de problemas”, explicou a agência. Nos últimos meses o país teve que lidar com a falta de chuva nas suas províncias ocidentais e os ‘media’ norte-coreanos tinham informado que o regime teve de enviar camiões cisterna e equipamentos de bombagem de água para a província de Hwanghae do Sul, uma das mais afetadas. A Koryo Tours lamentou o cancelamento do evento, cuja edição do ano passado, a primeira, foi um “grande êxito”, tendo sido insistentemente promovida pelos ‘media’ estatais norte-coreanos. A notícia surge após um anúncio de que os Estados Unidos vão proibir os seus cidadãos de viajar para o país depois da morte do estudante Otto Warmbier, que passou 17 meses detido na Coreia do Norte por alegadamente roubar um poster de propaganda. O jovem morreu depois de ser devolvido ao seu país em coma. Segundo um estudo sul-coreano, a indústria do turismo atrai cerca de 50 mil visitantes estrangeiros (90% dos quais chineses) à Coreia do Norte por ano, o que gera entre 30 a 43 milhões de dólares em divisas estrangeiras. Filipinas | Duterte mantém campanha violenta de combate à droga [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente filipino, Rodrigo Duterte, reiterou ontem, apesar das críticas internacionais, que não irá inverter a sua política violenta de combate à droga, dizendo mesmo que traficantes e toxicodependentes têm apenas duas hipóteses: “a prisão ou o inferno”. “Não tentem assustar-me com ameaças de prisão ou com o Tribunal Penal Internacional”, declarou o chefe de Estado filipino no discurso anual do estado da nação, de acordo com a agência Associated Press. “Eu estou disponível para ir para a prisão para o resto da minha vida”, acrescentou. “O combate [à droga] não vai parar até que aqueles que estiverem envolvidos percebam que têm que parar porque as alternativas são a prisão ou o inferno”, afirmou Duterte, motivando os aplausos do chefe da polícia filipina, Ronal del Rosa, e de outros presentes na audiência. Milhares de alegados traficantes e toxicodependentes foram mortos desde que Duterte lançou a campanha de combate à droga logo a seguir a tomar posse como Presidente das Filipinas, em Junho do ano passado, justificando críticas internacionais e ameaças de processo criminal. Vários milhares de pessoas saíram ontem à rua em Manila numa marcha de protesto contra ou reclamando quase tudo, desde o cumprimento da promessa feita por Duterte no discurso do ano passado de iniciar conversações de paz com os insurgentes comunistas até ao aumento da velocidade na Internet.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte arrisca uma grave escassez de alimentos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte poderá sofrer uma grave escassez de alimentos devido à pior seca dos últimos 15 anos no país, advertiu onde a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). As culturas foram penalizadas devido à falta de chuvas, num país onde a desnutrição já é um flagelo, referiu a FAO num relatório. “A chuva que caiu entre Abril e Junho nas principais regiões agrícolas do país foi muito abaixo da média a longo prazo, o que causou graves perturbações nas atividades de plantio e danos às culturas na principal estação”, indicou o documento. Isso poderá traduzir-se em “uma forte deterioração da segurança alimentar para uma grande parte da população”, de acordo com Vincent Martin, representante da FAO para China e para a Coreia do Norte. “É necessário implementar ações agora para ajudar os agricultores afetados e para prevenir que os mais vulneráveis se voltem para estratégias de adaptação não sustentáveis, como reduzir a sua ingestão diária de alimentos”, acrescentou. “É vital que esses agricultores beneficiem agora de uma assistência agrícola adequada, incluindo ferramentas e equipamentos de irrigação”, sublinhou Martin. “Um aumento nas importações de alimentos (…) também será necessário durante os próximos três meses (…) para garantir um abastecimento alimentar adequado para os mais vulneráveis, incluindo crianças e idosos”, referiu a FAO. Desgoverno A Coreia do Norte experimentou na década de 1990 uma falta de alimentos que deixou várias centenas de milhares de mortos. Mesmo em anos sem a seca, mais de 40% da população norte-coreana sofre de subnutrição, segundo a ONU. Segundo especialistas, a escassez alimentar resulta de uma má gestão por parte do Governo norte-coreano, que consagra uma importante parte do seu orçamento aos programas balísticos e nucleares. As entregas internacionais de alimentos, nomeadamente pelos norte-americanos e sul-coreanos, diminuíram fortemente com a escalada da tensão ligada aos programas militares de Pyongyang. Um outro relatório da FAO sobre a Coreia do Norte estimou que em 2016 a produção agrícola foi penalizada pela falta de terras aráveis, pela degradação do solo devido a exploração intensiva, a falta de sementes, pesticidas e fertilizantes de qualidade. A FAO, que tem um escritório permanente no país asiático, estima que 50.000 hectares de terras agrícolas foram afetados este ano pela seca, nomeadamente as culturas de arroz, milho, batatas e soja. “A produção ligada às culturas do início da safra de 2017 caiu mais de 30% em relação ao ano anterior, passando de 450.000 para 310.000 toneladas”, advertiu ainda a FAO. Duterte diz que não visita Estados Unidos porque “não prestam” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas declarou que nunca irá visitar os Estados Unidos enquanto for chefe de Estado, afirmando que “já viu a América e não presta”. Rodrigo Duterte fez o mais recente ataque verbal contra os Estados Unidos quando foi instado, numa conferência de imprensa na sexta-feira, a reagir às declarações do congressista Jim McGovern. McGovern afirmou que irá liderar um protesto se o Presidente filipino aceitar um convite do Presidente norte-americano, Donald Trump, para visitar a Casa Branca. “O que o leva a pensar que eu vou à América?”, questionou Duterte. “Em nenhum momento durante a minha administração irei à América, ou depois… Eu já vi a América e não presta”, afirmou. O porta-voz de Duterte disse, em Abril, que Trump tinha convidado, durante um telefonema, o Presidente filipino a visitar Washington, o que causou protestos de ativistas dos direitos humanos, que pediram a Trunp para não receber um líder acusado de violações dos direitos humanos e de execuções extrajudiciais.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Pelo menos 174 mortos em combates entre extremistas e exército [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ubiu para 174 o número de mortos em combates na cidade de Marawi, no sul das Filipinas, entre grupos extremistas ligados ao Estado Islâmico e o exército, informaram ontem fontes militares. O tenente-coronel Jo-ar Herrera, porta-voz da 1.ª Divisão da Infantaria, declarou aos media que pelo menos 120 islamitas foram abatidos enquanto 25 efectivos governamentais perderam a vida em acção. O ministro de Defesa filipino, Delfin Lorenzana, confirmou ontem que pelo menos outros 10 soldados morreram durante um ataque aéreo lançado pelo próprio exército, o que eleva o número de baixas governamentais para 35. Os números oficiais também dão conta da morte de 19 civis, enquanto o porta-voz do Comité de Gestão de Crises da província de Lanao do Sul, Zia Alonto Adiong, disse à agência Efe que “o número de baixas civis rondará uma centena”. Entre 50 a 100 extremistas do grupo Maute, ligado ao Estado Islâmico, permanecem no centro da cidade e usam mulheres e crianças como escudo humano, disse em conferência de imprensa o porta-voz do exército Restituto Padilla. Os combates começaram no dia 23 de Maio com o fracasso de uma operação militar para capturar Isnilon Hapilon, líder do grupo extremista Abu Sayyaf, também com ligações ao Estado Islâmico, e que estava a ser protegido por membros do grupo Maute. Os extremistas contra-atacaram com o objectivo de tomar parcialmente a cidade e pegaram fogo a uma esquadra da polícia, uma prisão e uma igreja, de onde sequestraram um padre e 13 paroquianos, que mantiveram cativos. O exército recuperou desde então 90% da população e tenta eliminar “pequenos grupos de resistência” escondidos atrás de um número indeterminado de civis.
Hoje Macau China / ÁsiaCombatentes islâmicos decapitam polícia no sul das Filipinas [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]ombatentes islâmicos que têm semeado o caos numa cidade do sul das Filipinas decapitaram um chefe da polícia local, afirmou ontem o Presidente filipino, Rodrigo Duterte. “O chefe da polícia de Malabang foi parado quando regressava a casa (…) pelos terroristas e creio que o decapitaram no local”, declarou o Presidente para justificar a lei marcial imposta no sul das Filipinas. Duterte disse que poderá declarar aquele regime de excepção “em todo o país para proteger a população”. O Presidente impôs na terça-feira a lei marcial na região de Mindanao, onde vivem cerca de 20 milhões de pessoas, depois de se terem registado violentos confrontos entre as forças armadas filipinas e combatentes com ligações ao grupo extremista Estado Islâmico (EI). A lei marcial, imposta em caso de emergência ou de perigo, implica a submissão total das autoridades civis aos comandos militares. A ferro e fogo O arcebispo Socrates Villegas, presidente da Conferência Episcopal das Filipinas, disse ontem que os extremistas islâmicos entraram na catedral de Marawi e sequestraram um padre, 10 fiéis e três trabalhadores. Os combates em Marawi, cidade com 200.000 habitantes de maioria muçulmana, começaram com um assalto das forças de segurança contra uma casa que se pensava ser um esconderijo de Isnilon Hapilon, comandante do grupo extremista Abu Sayyaf e “rosto” do Estado Islâmico nas Filipinas. Os ‘jihadistas’ pediram reforços e uma centena de homens armados de um grupo aliado, o Maute, entraram em Marawi e incendiaram alguns edifícios. Segundo o arcebispo, o grupo Maute é também o responsável pelo sequestro do padre e das restantes pessoas e os combatentes querem que o governo retire as suas forças. “Apelamos ao grupo Maute que diz utilizar as armas em nome de um Deus misericordioso e clemente – o mesmo Deus que nós cristãos veneramos – a honrar verdadeiramente o Deus único pela misericórdia e benevolência”, disse Socrates Villegas. “Na altura da sua captura, o padre Chito exercia as suas funções. Não é um combatente. Não tinha armas. Não ameaçava ninguém. A sua captura e a dos seus companheiros violam todas as normas de um conflito civilizado”, adiantou.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas rejeitam ajuda da UE para desenvolvimento [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo filipino anunciou ontem que deixou de aceitar ajuda ao desenvolvimento da UE por considerar que Bruxelas tenta interferir nos assuntos internos das Filipinas e “põe em risco” a autonomia do país. O Presidente filipino, Rodrigo Duterte, “aprovou a recomendação do Departamento das Finanças de não aceitar mais doações da UE”, comunicou o porta-voz do gabinete presidencial, Ernesto Abella, numa conferência de imprensa em Manila. Esta decisão representa uma perda de 250 milhões de euros nos próximos projectos de ajuda de desenvolvimento, destinada sobretudo à melhoria das condições de vida das regiões mais empobrecidas do sul do arquipélago. “Estas doações pertencem a projectos que têm o potencial de afectar a autonomia do país”, argumentou o porta-voz presidencial, que acusou a UE de tentar “interferir na política interna das Filipinas”. Em meados de Março, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução para condenar e pedir o fim da “guerra contra as drogas” liderada por Duterte e que causou mais de 7.000 mortos – de acordo com estimativas das organizações não-governamentais – desde que o chefe de Estado filipino tomou posse, no final de Junho de 2016. Desde então, Duterte ameaçou, em várias ocasiões, rejeitar a ajuda por considerar que Bruxelas exerce pressões para determinar as políticas internas do país. Os bons milhões Ao mesmo tempo, o Presidente filipino assegurou milhares de milhões de euros em doações da China, o novo aliado com quem tem vindo a estreitar laços à medida que se afasta dos Estados Unidos e da UE. O porta-voz presidencial também assegurou ontem que as Filipinas “estão a crescer e a melhorar” a um ritmo sólido, pelo que podem permitir-se abandonar a “atitude de mendicidade” e enfrentar os desafios económicos de forma autónoma. Ontem foram publicados os dados sobre o crescimento do PIB filipino entre Janeiro e Março, que foi de 6,4%, o que representa um recuo ao ser o menor desde o terceiro trimestre de 2015.
Hoje Macau China / ÁsiaMais de um milhão de traficantes e toxicodependentes entregaram-se à polícia filipina [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos 1,2 milhões de toxicodependentes e traficantes de droga entregaram-se às autoridades em dez meses da “guerra anti-droga” iniciada pelo presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, informou terça-feira a polícia filipina. A polémica campanha contra o narcotráfico lançada por Duterte já causou milhares de mortos, com as organizações não-governamentais (ONG) pró-direitos cívicos e direitos humanos a afirmarem que a polícia filipina executa consumidores e passadores de droga, bem como elementos das suas famílias. O director de operações da Polícia Nacional (PNP), Camilo Cascolan, disse terça-feira que 1.266.966 pessoas se entregaram e foram enviadas para prisões ou centros de reabilitação. O responsável falava no fórum “Números Reais”, em Quezón, no qual as autoridades pretendem dar uma nova imagem da campanha contra a droga, que tem recebido muitas críticas a nível internacional. Dos números Vários especialistas dos organismos policiais filipinos defenderam a campanha, revelando dados que mostram um elevado número de detenções e uma forte redução do crime. Segundo a polícia filipina, desde finais de Junho de 2016 – quando começou a campanha – foram detidos 64.917 suspeitos de crimes relacionados com droga, no decorrer de 53.503 operações policiais. O número de delitos em todo o país desceu de 134.958 ocorrências para 96.398 neste mesmo período (uma redução de 28,5%). As violações caíram 45% e os assaltos desceram para metade (face ao mesmo período do ano anterior). No entanto, os homicídios subiram 25%. As autoridades estimam que existam quatro milhões de toxicodependentes nas Filipinas (cuja população é de cem milhões de habitantes). As ONG indicam que mais de 8.000 pessoas – alegadamente suspeitos de crimes – foram mortas no decorrer de operações policiais ou executadas por patrulhas de bairro ou “justiceiros”. Questionada sobre o número exacto de mortes na sequência da “guerra anti-droga”, a polícia filipina disse que há 5.691 homicídios sob investigação (num total de 9.432 homicídios registados desde Julho último), afirmando que desconhece quantos estão relacionados com a campanha de Duterte. A polícia disse apenas que 2.692 suspeitos foram abatidos pelos agentes – supostamente por terem resistido à prisão. Outros 1.847 homicídios estão relacionados com assuntos de drogas.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas recusam abordar disputas territoriais na cimeira da ASEAN [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas afirmou ontem que não levantará o tema da disputa territorial com Pequim relativa ao Mar do Sul da China na cimeira do Sudeste Asiático, levando os seus críticos a acusá-lo de subserviência. A cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) decorre até domingo em Manila, capital das Filipinas, e contará com a presença dos chefes de Governo e de Estado de países como Birmânia (Myanmar), Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname. As Filipinas obtiveram no ano passado uma vitória num tribunal arbitral, que não reconheceu como válidas as pretensões históricas de Pequim quanto a territórios disputados no Mar do Sul da China. O Presidente Rodrigo Duterte afirmou ontem que a decisão arbitral é uma questão que apenas diz respeito às Filipinas e à China, não aos outros membros da ASEAN. Os críticos de Duterte consideram que o Presidente filipino deveria abordar o tema na cimeira, para pressionar Pequim a aceitar a decisão e a reconhecer o Estado de Direito. Vários outros membros da ASEAN – o Brunei, a Malásia e o Vietname – disputam também com a China o direito ao arquipélago Spratly, entre outras ilhas, no Mar do Sul da China. As Ilhas Spratly são muito ricas em recursos energéticos. Na agenda do encontro da ASEAN – que celebra o seu 50.º aniversário – estará a integração comercial do bloco asiático com as grandes economias do continente, como a China, o Japão e a Índia, como resposta à saída dos Estados Unidos do Acordo Transpacífico de Cooperação Económica (TPP, na sigla em inglês). Trata-se da primeira cimeira da ASEAN desde que os Estados Unidos anunciaram a retirada em definitivo do TPP, a 23 de Janeiro último. Esta sexta-feira haverá uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros e no sábado realiza-se a cimeira de chefes de Estado e de Governo. Bloco de peso A perda de peso do TPP (ao qual pertencem o Brunei, a Malásia, Singapura e Vietname) trouxe um novo fôlego político à iniciativa chamada Associação Económica Regional Integral (RCEP), criada pela ASEAN em 2012 e apoiada pela China. Na prática, a RCEP seria um tratado de livre comércio entre a ASEAN, a Austrália, a China, a Coreia do Sul, a Índia, o Japão e a Nova Zelândia, que juntos representam aproximadamente 40% do PIB mundial e quase metade da população do planeta. Só os dez países da ASEAN formam um bloco de 625 milhões de habitantes (mais do que os cerca de 500 milhões da União Europeia), que pretende chegar a um PIB conjunto de 4,7 mil milhões de dólares em 2020 e tornar-se na quarta potência económica mundial dentro de 15 anos. O próximo encontro dos líderes do bloco regional realiza-se em Novembro, estando prevista a presença do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As Filipinas, país no qual estão activos vários grupos terroristas e rebeldes, rodeou a cimeira da ASEAN de fortes medidas de segurança, num dispositivo que inclui 41 mil polícias e militares, bem como corte de estradas e restrições no espaço aéreo.
Hoje Macau China / ÁsiaAmnistia Internacional quer ASEAN a tomar posição contra mortes nas Filipinas [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ara a AI, os líderes do bloco, composto por dez nações, devem considerar se as mortes constituem uma grave violação da Carta da ASEAN, particularmente do compromisso de defesa dos direitos humanos. A organização não-governamental (ONG) indicou que até 9.000 pessoas foram mortas, pela polícia ou pessoas armadas, desde Julho, no âmbito da campanha do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, contra o tráfico de droga nas Filipinas. “À medida que o número de mortos aumenta, também aumentam as provas relativas ao papel das autoridades filipinas no derramamento de sangue”, disse Champa Patel, director da AI para o Sudeste Asiático e Pacífico. Patel considerou “um escândalo” que a cimeira da ASEAN decorra nas Filipinas e devia levar o Governo a realizar de imediato “uma investigação independente e eficaz” às mortes extrajudiciais. Numa carta aberta ao ministro da Justiça filipino, Vitaliano Aguirre II, a AI pediu às autoridades para realizarem uma investigação imediata e imparcial a todas as mortes relacionadas com o tráfico de droga, e processarem os suspeitos, independentemente do cargo que ocupem. Negas estatais O porta-voz presidencial filipino Ernesto Abella disse que “os alegados homicídios extrajudiciais não são apoiados nem aprovados pelo Estado”. As operações policiais seguem protocolos definidos e quem não respeita o protocolo responde perante a lei, disse. De acordo com Abella, o Senado filipino realizou uma investigação independente e não encontrou quaisquer provas de execuções aprovadas pelo Estado. Na segunda-feira, o advogado filipino Jude Sabio entregou documentos ao gabinete da procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI), no qual acusa Duterte de ter causado a morte de mais de 8.000 pessoas na guerra anti-droga. As Nações Unidas, a União Europeia, os Estados Unidos, assim como numerosas organizações de defesa dos direitos humanos têm expressado preocupação sobre as alegadas execuções extrajudiciais.