Lai Chi Vun | Novas obras em 2025

O Instituto Cultural (IC) espera desenvolver, no próximo ano, a segunda fase dos projectos de revitalização dos estaleiros de Lai Chi Vun, nomeadamente os lotes X5 ao X10. Depois destas obras, que passam pela “reabilitação estrutural e de construção das infra-estruturas”, serão ainda acrescentadas instalações ligadas ao turismo cultural.

Actualmente, está a ser executada a segunda fase dos projectos de revitalização dos estaleiros X11 ao X15, estando a ser aditados “elementos interactivos multimédia” e mais “instalações de lazer com características próprias, espaços de diversão para pais e filhos, espaços para espectáculos ao ar livre e restauração e gastronomia”. As obras relativas aos estaleiros X11 e X15 deverão terminar ainda este ano, diz o IC numa resposta à interpelação escrita do deputado Ma Io Fong.

19 Ago 2024

Lai Chi Vun | Sugerida formação de guias turísticos em história naval

Com a zona dos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun prestes a acolher a primeira feira de produtos locais, Nick Lei pede ao Governo maior atenção à zona circundante de forma a torná-la mais apetecível para os turistas. Além disso, o deputado sugere a formação de guias turísticos na história da indústria naval de Macau

Passados vários anos de progressos aos solavancos sobre o destino dos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun, a zona prepara-se para acolher no final deste mês a primeira de uma série de feiras de produtos locais que se vão realizar nos fins-de-semana.

Além de deixar elogios aos planos do Instituto Cultural para a revitalização da zona que está ao abandono há décadas, o deputado Nick Lei gostaria que o Governo melhorasse as instalações em redor dos estaleiros para proporcionar uma melhor experiência a turistas e locais que visitem a zona.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o deputado refere que como as feiras periódicas de Lai Chi Vun se vão realizar durante o Verão, época em que o calor e as chuvas intensas dominam as previsões meteorológicas, no local deveriam ser disponibilizadas infra-estruturas que garantam o abrigo da chuva e do calor. Na óptica de Nick Lei, se esse aspecto não for tido em consideração, os turistas ou visitantes locais podem perder a vontade de visitar Lai Chi Vun.

O caminho para a zona dos estaleiros também deveria ser melhorado, segundo Nick Lei, já que o parque de estacionamento mais próximo fica a cerca de 15 minutos a pé dos estaleiros.

Arte e engenho

Além da venda de comes e bebes, artigos de artesanato e produtos afins, a própria envolvência do local representa um dos capítulos da longa história de Macau. Como tal, Nick Lei entende que o Governo deveria cooperar com entidades do sector do turismo para formar guias turísticos na história naval do território.

Entretanto, decorre o concurso público para a instalação de arte e equipamentos públicos nos lotes X11 a X15 dos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun até ao próximo dia 13 de Julho. O concurso é organizado em parceria com a Associação de Arquitectos de Macau e apoiado pela Galaxy e tem como objectivo “valorizar as ideias criativas das gerações mais jovens e despertar o interesse de participação de um maior público residente em Macau, com idade não superior a 45 anos”.

13 Jun 2023

Lai Chi Vun | IC lança concurso para instalações de arte pública

O Instituto Cultural (IC) vai lançar um concurso público para a instalação de arte e equipamentos públicos nos lotes X11 a X15 dos estaleiros navais de Lai Chi Vun, povoação de Coloane conhecida pela história da indústria de construção de juncos de madeira.

O concurso é organizado em parceria com a Associação de Arquitectos de Macau e apoiado pela Galaxy, estando aberto a partir de hoje e até 13 de Julho. Pretende-se “valorizar as ideias criativas das gerações mais jovens e despertar o interesse de participação de um maior público residente em Macau, com idade não superior a 45 anos”, esperando-se a submissão de “propostas artísticas criativas que confiram uma nova vitalidade artística e cultural a este espaço tradicional de estaleiros navais”.

Os participantes podem concorrer individualmente ou em grupo de três pessoas, no máximo, sendo depois atribuídos prémios aos melhores projectos.

A categoria “Ouro” inclui um prémio de 20 mil patacas, sendo que o vencedor será convidado pelo IC “a desenvolver o projecto e a encarregar-se da sua execução, produção e montagem”.

6 Jun 2023

Lai Chi Vun | Estaleiros abrem no início do Verão

Os estaleiros Navais de Lai Chi Vun vão abrir ao público entre os meses de Junho e Julho deste ano, de acordo com a Presidente do Instituto Cultural (IC), Deland Leong.

A responsável acrescentou que o novo espaço de lazar terá um palco para espectáculos, exposições sobre a indústria naval e áreas de restauração e venda de produtos. “Tal como previsto, as obras de renovação dos estaleiros navais de Lai Chi Vun estão a chegar ao fim.

Na próxima fase vamos tratar das instalações de infra-estruturas, incluindo o espaço dedicado à exposição das oficinas navais. Além disso, vamos ter um espaço para realizar ao fim-de-semana mercados de venda de produtos e uma área de restauração. Tudo isto para que os residentes possam desfrutar do espaço nos seus tempos de lazer”, indicou a presidente do IC, citada pelo Canal Macau da TDM.

A responsável acrescentou que apesar de a existência de um parque de estacionamento no local ser “do interesse da população”, neste momento, “não existem condições para construir junto aos estaleiros navais”.

3 Abr 2023

Lai Chi Vun | Os capítulos de uma complexa história de preservação

Há muito tempo que se fala no risco de desaparecimento progressivo daquilo que resta da povoação de Lai Chi Vun, em Coloane, um retrato vivo da antiga indústria naval no território. Agora que o Governo se prepara para abrir os estaleiros renovados ao público no próximo trimestre, recordamos os episódios de um projecto cheio de avanços e recuos

 

Não é fácil chegar a Lai Chi Vun. Quando se chega a Coloane, a poucos metros do centro da vila, uma pequena estrada de terra batida subitamente leva a um sítio à espera de ser descoberto pela voraz indústria do turismo. Nessa povoação restam estaleiros onde outrora se construíram juncos de madeira e uma pequena comunidade de moradores que trabalharam nessa indústria já desaparecida, um pequeno café e um ou outro estabelecimento de comidas ali bem junto ao rio que já deu trabalho a tanta gente.

Há vários anos que a degradação progressiva dos estaleiros de Lai Chi Vun é tema de debate público. O Instituto Cultural (IC) promete que, no próximo trimestre, deverá abrir ao público, um projecto turístico e cultural, no valor de 42 milhões de patacas, com alguns dos antigos estaleiros renovados a fim de atrair visitantes para um lugar esquecido. O assunto voltou a ser abordado na última reunião do Conselho do Património Cultural, decorrida no passado dia 8 de Fevereiro.

Com a chegada daquele que parece ser o capítulo final de uma história que esteve para ser infeliz, o HM recorda os principais episódios de uma saga rumo à classificação e preservação de um sítio histórico que, no entanto, não entrava nas linhas protegidas pela UNESCO e que corria o risco de pura e simplesmente deixar de existir.

Depois de vários alertas e estudos públicos que ficaram pelo caminho, o IC recebeu, a 22 de Março de 2017, um pedido para iniciar o procedimento de classificação dos estaleiros como património digno de protecção, tendo em conta a entrada em vigor, em 2013, da lei de salvaguarda do património cultural. De frisar o plano de desenvolvimento para Lai Chi Vun apresentado em 2012 pelo então Conselho Consultivo para o Reordenamento dos Bairros Antigos, já extinto.

Só no Verão de 2018 o IC avançou com um projecto delineado para a classificação dos estaleiros, dividindo o local em cinco zonas de protecção. Um dos detalhes do projecto visava a preservação completa de três antigos estaleiros e da fábrica de Calafete, onde se vedavam as juntas dos navios. O objectivo do IC era preservar a fisionomia do lugar e garantir a protecção de uma colina que ali existe. Desta forma, ficou assegurado que os edifícios a construir não podem ir além dos 8.9 metros de altura.

No entanto, a preservação dos estaleiros de Lai Chi Vun demorou a atingir consenso no Conselho do Património Cultural, pois em Junho de 2018, 14 dos seus 17 membros chegaram a estar contra, argumentando com os elevados custos de preservação daquelas estruturas.

Entre Janeiro e Março desse ano, o Governo avançou com uma consulta pública sobre a preservação do local, em que 82 por cento dos participantes, ligados à população, se mostravam a favor da reabilitação. Foi então que os membros do Conselho mudaram de opinião, apoiando o plano do Executivo.

Complexidades costeiras

Muito antes do pedido de classificação e do projecto delineado pelo Executivo, já os moradores temiam o pior a cada tufão que assolava Macau. O Governo ia reconstruindo os estaleiros aos poucos, mas era claro que o risco de desaparecimento total era iminente.

Em 2017, num ano em que dois estaleiros foram demolidos pelas autoridades por apresentarem grande risco para a segurança de quem ali vive, David Marques, porta-voz da Associação dos Moradores da Povoação de Lai Chi Vun, dava entrevistas a vários meios de comunicação social a exigir uma actuação rápida para a preservação da história do local. Em Lai Chi Vun sempre foi complexa a propriedade dos estaleiros, conforme contou ao HM nesse ano. No total, a zona alberga 16 estaleiros, mas o Governo apenas intervém directamente em três.

“Em primeiro lugar, não há documentos. O Governo disse que poderia recuperar três estaleiros a partir dos proprietários e, segundo os contratos, estão apenas como gestores dos estaleiros e esse contrato está assinado com apenas uma pessoa que tem o direito de usar o terreno com aquela finalidade. Mas com a transferência de soberania essa pessoa decidiu vender o terreno a outra para receber dinheiro. O dono vendeu ao cliente A. Esse cliente acreditou que o terreno lhe pertencia e vendeu ao cliente B, que depois vendeu ao cliente C. O cliente C ainda está vivo. Este vai ao Governo porque quer reabilitar a zona, mas o Governo pergunta: ‘quem é o senhor’?’”

Projectos que caíram

No meio de um longo processo cheio de complexidades e burocracias, houve projectos privados de requalificação do local que ficaram pelo caminho. Vários estudantes de arquitectura desenharam esboços sobre a zona, e que contemplavam infra-estruturas como edifícios multiusos, ligações à zona do Cotai, a criação de museus ou de um parque temático ligado à indústria naval. Os projectos, que contaram com a participação dos macaenses Carlos Marreiros, arquitecto, e José Luís Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau, foram propostos às autoridades, mas nunca saíram da gaveta. Alguns foram mesmo recusados.

Destaque para a iniciativa do residente Henrique Silva, mais conhecido entre a comunidade portuguesa como Bibito, designer e apaixonado por barcos, que se juntou a uma empresa dedicada à construção de empreendimentos navais virados para o turismo. A proposta chegou a ser apresentada ao Executivo em 2016, mas nunca avançou.

Ao HM, Henrique Silva explicou, na altura, que o projecto “contemplava a existência de oficinas, que é uma coisa que não existe em Macau para quem precisa de manutenção de barcos, um museu e um clube para iates. E ainda uma escola de vela”. Junto à marina existiriam algumas moradias térreas e criava-se “uma zona privilegiada” para um turista que iria chegar no seu barco e que, assim, teria acesso privilegiado ao Cotai.

Desde os anos 50

As expectativas são agora elevadas num espaço que quer preservar mostrar a história e cultura tão próprios de um lugar. David Marques foi novamente contactado pelo HM para prestar declarações, tendo-se revelado muito satisfeito com o facto de o Governo avançar com uma data de abertura do projecto ao público. No entanto, e numa altura em que a associação local se prepara para ir a eleições, não quis prestar, para já, declarações, mas enviou-nos fotografias recentes do projecto de requalificação.

Do lado dos operadores turísticos existem ainda algumas reservas sobre a verdadeira eficácia, em termos de atracção de turistas, de Lai Chi Vun. É o caso de Bruno Simões, ligado à empresa SmallWorldExperience e presidente da associação Macau Meetings, Incentives and Special Events (MISE).

“Sou um operador na área do MICE [exposições, convenções e conferências] e para esse tipo de eventos interessa-nos poder usar esse espaço para eventos privados, porque aí Macau pode ter uma oferta diferenciada para os tais eventos relacionados com negócios. Se esse projecto não tiver essas características, para a minha área não tem muito interesse. Vou aguardar pela chegada do projecto e ver as possibilidades que tem na área do turismo de negócios.”

Os estaleiros começaram a ser construídos em Lai Chi Vun a partir de 1950, constituindo hoje um dos maiores legados da indústria naval do sul da China. Segundo informações disponibilizadas pelo IC, os estaleiros de Coloane “apresentam técnicas e métodos relacionados com a construção naval no final do século XX, revelando igualmente a organização e o modo de vida da comunidade da Vila de Lai Chi Vun e as influências que tiveram do sector da indústria naval”.

A envolvente paisagística é também tida em conta, pois os estaleiros sempre tiveram uma forte ligação com a água, ali tão perto, e com a colina existente na povoação.

24 Fev 2023

Lai Chi Vun | Estaleiro utilizado como depósito de papel usado

[dropcap]O[/dropcap]s estaleiros navais de Lai Chi Vun foram classificados como património, mas um deles foi utilizado como um espaço de depósito de papel usado. A Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) já alertou o ocupante para não colocar bens no espaço sem aprovação prévia. Segundo o jornal Exmoo, a DSAMA pediu-lhe também um esclarecimento por escrito.

O ocupante explicou que muitos bens recicláveis não podem ser exportados devido às políticas das zonas vizinhas e de férias, motivo pelo qual guardou provisoriamente os bens no estaleiro.

O presidente da direcção da Associação Comercial de Reciclagem de Materiais Recicláveis de Macau, Wong Weng Chi, lamentou que o sector da reciclagem não tenha espaços suficientes para depositar o material. Em declarações ao Exmoo, recordou que o Governo anterior prometeu a concessão de um terreno perto da incineradora, mas que ainda não houve avanços. Além disso, a pandemia afectou o mercado da reciclagem, sendo esperada uma queda de cerca de 50 por cento do movimento de importação e exportação de bens.

28 Out 2020

Governo apresentou dois projectos para proteger Lai Chi Vun e Coloane

[dropcap]P[/dropcap]roteger Lai Chi Vun e Coloane com um dique ou com dois lagos? É esta a resposta que o Governo procura para prevenir as inundações em Lai Chi Vun e na Avenida 5 de Outubro, em Coloane. As duas propostas foram apresentadas ontem ao Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), com a opção dos lagos a ser apoiada quase unanimemente pelos membros que exprimiram os seus pontos de vista.

A maior parte argumentou que a construção de um dique entre os estaleiros navais e a ponte-cais de Coloane teria um impacto visual demasiado forte para aquela que é uma zona protegida. Em relação a este aspecto, Lam Iek Chit, membro do conselho, disse considerar ridícula a opção de cortar a ligação dos estaleiros ao mar.

“Estamos a falar de uma fábrica de barcos que tem de ter contacto com a água. É por esta envolvente que foi considerada uma área protegida pelo Governo. Mesmo a vida da população de Lai Chi Vun está numa colina, por isso as inundações não afectam muito a população”, justificou.

“A proposta de cortar a ligação entre Lai Chi Vun e o mar é ridícula”, apontou.

Caso seja construído o dique a altura será de 4,5 metros e no topo poderiam ser colocados espaços verdes e parques. Por outro lado, a situação dos lagos tende a imitar as opções de Sai Van e Nam Van.

Também o arquitecto Rui Leão se mostrou a favor dos lagos, mas alertou que é preciso garantir que existe uma forma de escoar a água destes espaços, em caso de chuvas. “Se houver um dique junto à margem actual, esta vai ficar emparedada com uma parede muito alta de betão à frente da margem. É um efeito visual extremamente negativo”, afirmou Rui Leão. “Se estamos a falar de uma altura de 4 a 4,5 metros é bastante inviável. Vai dar cabo da paisagem da zona”, acrescentou.

A opção dos lagos foi assim mais elogiada: “Apresenta-se como uma solução muito mais viável para resolver as questões do impacto visual e urbanístico”, frisou.

Mak, o residente

Também Mak Soi Kun, deputado e construtor civil que vive em Coloane, diz que prefere os lagos. “Na perspectiva de cidadão, acho que tem de ser a opção segura e que protege vida dos cidadãos, porque eu moro em Coloane”, afirmou Mak. “Mas gosto mais da opção dos dois lagos”, opinou.

No final da reunião, Li Canfeng, director das Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), explicou que as duas propostas ainda estão em fase de estudo e que não há um calendário para os trabalhos nem orçamento. “Ainda não temos um calendário para tomar uma decisão. Estamos numa fase de debate. Hoje [ontem] apresentámos aos membros do CPU as alternativas e eles apresentaram as suas opiniões. Também queremos ouvir os residentes e fazer vários estudos”, disse Li Canfeng.

Durante a reunião debate-se ainda a possibilidade de mudar a ponte-cais de Coloane de sítio. Porém, Li mostrou-se contra este cenário.

Depois de estar escolhida uma alternativa, o Governo tem de pedir autorização a Pequim para avançar com as obras, uma vez que os trabalhos afectam a área marítima.

11 Abr 2019

Fotografia | Roberto Santandreu revisita estaleiros de Lai Chi Vun

[dropcap]O[/dropcap]s estaleiros de Lai Chi Vun, o maior grupo de estaleiros navais de Macau, estão em foco numa exposição de fotografia de Roberto Santandreu que é inaugurada a 17 de Janeiro na Casa da América Latina, em Lisboa.

Intitulada “O Estaleiro”, a exposição apresenta uma proposta fotográfica com imagens marcadas pelo tempo, nas quais o autor partilha as vivências e sensações que teve ao fotografar os estaleiros abandonados de Lai Chi Vun.

Na mesma exposição, que ficará patente até 1 de Março, segundo uma nota da organização, são igualmente exibidas fotografias de frases manuscritas encontradas naquela histórica estrutura naval.

Construídos a partir da década de 1950, os Estaleiros Navais de Lai Chi Vun são o maior grupo de estaleiros navais de Macau, e considerados um dos maiores legados de património industrial da construção naval da região do sul da China.

Os estaleiros apresentam técnicas e métodos relacionados com a construção naval no final do século XIX, revelando igualmente a organização e o modo de vida da comunidade da vila de Lai Chi Vun e as influências que tiveram do sector da indústria naval.

Em 2017, o Instituto Cultural de Macau recebeu um pedido para iniciar o procedimento da classificação dos estaleiros navais, por iniciativa de um grupo local, e o projecto avançou no ano passado para ser preservado como património cultural.

Nascido em Milão, em 1948, de nacionalidade chilena, Roberto Santandreu trabalhou em Oslo e em Londres, fixando residência em Lisboa, em 1975.

14 Jan 2019

Conselho Executivo aprova classificação de Lai Chi Vun

[dropcap]É[/dropcap]oficial, o Conselho Executivo (CE) concluiu o projecto de regulamento administrativo sobre a Classificação dos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun como Sítio e Fixação da Respectiva Zona de Protecção.
O plano de classificação apresentado ontem pelo porta-voz do CE segue as linhas do projecto preliminar divulgado pelo Instituto Cultural no final do mês de Julho.

A área de Lai Chi Vun vai assim ser classificada enquanto sítio e ter uma zona de protecção.

À categoria de sítio – termo que, de acordo com a lei de salvaguarda do património em vigor, é um lugar com “obras do homem ou obras conjugadas do homem e da natureza, notáveis pelo seu interesse cultural relevante, incluindo os locais de interesse arqueológico” – correspondem quatro zonas que integram os estaleiros propriamente ditos e a área marítima circundante. As diferentes zonas foram definidas tendo em conta métodos distintos de conservação a aplicar nas estruturas.

Já a zona de protecção está dividida em duas parcelas: uma em que as construções não podem ultrapassar os 8,9 metros de altura e outra composta pela fábrica de calafete.

Na dúvida

Por esclarecer continua o número de estaleiros a serem demolidos sendo que, os que integram a zona 1, composta por três lotes, vão ser “completamente mantidos”, esclareceu a vice-presidente do Instituto Cultural, Leong Wai Man. Os restantes vão ser alvo de um processo de revitalização que obedece às regras previstas no projecto de regulamento. Segundo Leong o objectivo não é a demolição, “mas isso depende da situação de conservação das estruturas”, apontou.

Os responsáveis pela futura gestão da zona também não estão definidos, não se sabendo se ficará a cargo do Governo ou se se permite a participação de entidades privadas. “O Governo vai divulgar no futuro se Lai Chi Vun pode estar sujeito a gestão privada”, apontou a vice-presidente do IC.

Outro assunto que continua sem estar esclarecido é acerca da possibilidade de construção de hotéis, sendo que, de acordo com o IC não existe ainda uma “decisão final a este respeito”. Mas uma coisa é certa, sublinhou a responsável, “o IC quer utilizar parte daquele espaço para a exposição e divulgação das técnicas de construção naval”

O planeamento de Lai Chi Vun, vai estar a cargo de uma equipa de trabalho coordenada pelas obras públicas e composta por representantes do IC e da Direcção dos Serviços de Turismo.

6 Dez 2018

Lai Chi Vun | Novo Macau defende protecção da zona dos estaleiros

A forma da antiga povoação, os estaleiros navais, o monte, a fauna e flora são as características que a associação pró-democrata entende que devem ser preservadas

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] povoado antigo, as infra-estruturas navais, o monte e a fauna e flora são os quatro elementos que a Associação Novo Macau considera que devem ser preservados em Lai Chi Vun. A tese foi defendida, ontem, numa conferência de imprensa que contou com a participação do vice-presidente Sulu Sou e Alin Lam, membro da associação.

“A Zona de Lai Chi Vun tem valor histórico para Macau, bem como as passagens dos montes e a água daquela zona. É um dos poucos vestígios de uma das indústrias navais com maior dimensão do Sul China”, afirmou a associação em comunicado.

“Por esta razão, a Novo Macau considera que o Executivo deve, no futuro, proteger os quatro elementos essenciais, que são a fauna e flora da zona de Lai Chi Vun, o conjunto dos estaleiros, incluindo a sua cultura e artes navais, a forma da antiga povoação e os montes existentes”, é acrescentado.

Por outro lado, a associação criticou, através de Sulu Sou, a situação em que se encontra toda a área, que considerou “insatisfatória”.

O deputado suspenso considerou ainda que a situação degradada dos estaleiros se deve à “falta de trabalhos de conservação por parte das autoridades”.

A consulta pública sobre a preservação dos estaleiros termina hoje. Em relação a este aspecto, Sulu Sou criticou o documento de consulta por considerar que é muito focado em dois ou três aspectos. Segundo o deputado, o documento foca em demasia a questão da segurança e se os estaleiros devem ser demolidos. Em contraste, considerou o pró-democrata, falha em focar os outros aspectos mais abrangentes.

Povoação de fora

Outro dos pontos criticados passa pelo facto do Governo não ter incluindo a zona a Leste da Estrada de Lai Chi Vun na área protegida, assim como os montes. “O Governo deveria ter feito tudo para que o monte ligado à povoação de Lai Chi Vun fosse integrado na futura zona de protecção”, lê-se no comunicado.

Na conferência esteve também Alin Lam, membro da associação que é arguido no processo relacionado com o Hotel Estoril, em conjunto com Scott Chiang. O activista recordou que já em 1986 as autoridades tinham desenvolvido um plano de protecção da Ilha de Coloane, em que a construção em altura em Lai Chi Vun não poderia ultrapassar os 11,6 metros.

Recorde-se que, recentemente, o Instituto Cultural, através da vice-presidente Deland Leong, admitiu que Lai Chi Vun poderia receber hotéis, além de um museu dedicado aos estaleiros.

22 Mar 2018