admin Manchete PolíticaSSM | Portugal pode vir a integrar lista de países de risco Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau, disse ontem que Portugal pode vir a integrar a lista de países com alta incidência da pandemia causada pela doença Covid-19, o que obrigaria a qualquer pessoa vinda do país a cumprir um período de quarentena de 14 dias. Há, contudo, uma “ponderação”, uma vez que ainda só existem “dezenas de casos” [dropcap]P[/dropcap]ortugal tem actualmente 78 casos confirmados de infecção com o vírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, com especial incidência no norte do país. Perante este cenário, e caso aumentem o número de casos nos próximos dias, os Serviços de Saúde de Macau (SSM) não descartam a possibilidade de colocar Portugal na lista de países com alta incidência do vírus, o que obrigaria todas as pessoas que viajem para Macau a partir do país a cumprir obrigatoriamente um período de quarentena de duas semanas. “Caso haja um aumento de casos confirmados em Portugal, ou haja casos confirmados relacionados com Portugal, ou casos importados [para Macau], não descartamos a possibilidade de incluir Portugal na nossa lista de países de alta incidência [do vírus]”, adiantou Lei Chin Ion, director dos SSM. Numa altura em que na Europa se vive um panorama difícil, com centenas de mortes a acontecer em Itália e Espanha no espaço de poucas horas, Lei Chin Ion declarou que “nenhum especialista, na fase inicial, poderia prever o que está a acontecer na Europa”. “Caso haja um aumento de casos confirmados em Portugal, ou haja casos confirmados relacionados com Portugal, ou casos importados [para Macau], não descartamos a possibilidade de incluir Portugal na nossa lista de países de alta incidência [do vírus]”, Lei Chin Ion, director dos SSM Leong Iek Hou, coordenadora do Centro de Controlo de Doenças de Macau, disse ontem, na conferência de imprensa diária sobre a Covid-19, que uma eventual inclusão na lista vai depender de vários factores de ponderação. “Não podemos comparar Macau aos EUA e Noruega, e também temos de considerar o ritmo do aumento de casos confirmados e as medidas adoptadas pelo país. Estamos atentos à evolução da situação nesses países. Temos a mesma ponderação com Portugal e o número de casos em Portugal são dezenas”, disse. A Noruega é o país mais recente a entrar para esta lista, uma medida que está activa desde o meio-dia de ontem. No país existem 277 casos de infecção. Até à data, o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo enviou sms aos números de telemóvel de Macau que estão activos no território. Casos importados Um dia depois da Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar a Covid-19 como uma pandemia, Lei Chin Ion declarou que Macau “não pode baixar a guarda”. “Há 37 dias que não temos casos, e na província de Guangong há alguns casos, alguns deles importados, mas há um abrandamento [da situação] no Interior da China. Não podemos baixar a guarda. A OMS, ao adoptar o termo pandemia, teve toda a seriedade e precaução”, frisou. Lei Chin Ion disse ainda esperar casos importados em Macau. “Não descartamos a possibilidade, porque há sempre casos importados noutros países, e isso tem acontecido na China e Hong Kong, sobretudo de pessoas que vêm de países europeus, por isso não podemos baixar a guarda.” Lei Chin Ion voltou ainda a fazer referência ao caso de sucesso de Macau. “Fizemos os nossos trabalhos de prevenção e só assim tivemos resultados positivos. Caso contrário havia uma pressão das instituições médicas e seria um problema para a sociedade. Insistam até ao fim.” Máscaras | Arranca sexta ronda Começa hoje a sexta ronda de distribuição de máscaras à população, com regras semelhantes à ronda anterior. No total, há 84 locais onde as pessoas podem adquirir este material, estando disponíveis cinco máscaras para crianças, cinco para adultos ou dez para cada adulto. Há máscaras disponíveis para crianças com idades compreendidas entre os 3 e 8 anos que nasceram entre os anos de 2011 e 2017. Lei Chin Ion assegurou que só pode adiantar o montante gasto pelo Governo na compra de máscaras quando a pandemia da Covid-19 chegar ao fim. Foram adquiridas 1 milhão de máscaras para crianças e vendidas 100 mil até ao momento. Questionado sobre o uso de máscaras no regresso às aulas, Lei Chin Ion declarou que “ainda temos algum tempo” para tomar medidas. Nas primeiras cinco rondas foram adquiridas, no total, 28 milhões de máscaras. “Está a ser cada vez mais difícil a aquisição de máscaras com a evolução da epidemia, mas estamos preparados para a sexta ronda”, explicou Lei Chin Ion. Pousada | Fumo gera queixa Um homem, actualmente a cumprir quarentena na Pousada Marina Infante, queixou-se junto das autoridades pelo facto de outro homem estar a fumar no quarto ao lado com a porta aberta. “Fizemos o apelo para que o examinado não continue com esta acção”, disse Inês Chan, representante da Direcção dos Serviços de Turismo. Até ao momento existem 206 pessoas em quarentena neste local. Inês Chan disse ainda que foram feitos pedidos de ajuda para a compra de medicamentos. Europa | Excursões ainda este mês Inês Chan, representante da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), adiantou que há excursões para países europeus organizadas a partir de Hong Kong que deverão regressar em meados deste mês. “Segundo as exigências da DST não há excursões para a Europa e EUA, mas há residentes que participam em excursões organizadas por Hong Kong. Para a Alemanha há quatro excursões, com 12 pessoas, uma para a Noruega, com 16 pessoas. Algumas excursões para Espanha serão canceladas.”
Pedro Arede China / ÁsiaCovid-19 | Fake News geram apelos e medidas de controlo Desde que foram relatados os primeiros casos, as notícias falsas sobre o Covid-19 subiram em flecha, levando muitos a consumir informação imprecisa e potencialmente perigosa nas redes digitais. Tecnológicas como o Facebook e Google já estão a tomar medidas em consonância com a Organização Mundial de Saúde. Em Portugal, as autoridades apelaram também ao fim da propagação de boatos [dropcap]S[/dropcap]erá a cocaína capaz de matar o coronavírus? Terá sido a doença que teve o seu epicentro em Wuhan sido criada em laboratório? Ou até que um bom banho de água quente pode ajudar a prevenir a infecção? O Covid-19, foi declarado como uma pandemia mundial pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na passada quarta-feira. Mas até lá, a doença que já chegou a mais de 100 países e provocou mais de quatro mil mortes a nível mundial, tem trilhado um caminho de incertezas, também ao nível da informação e a tendência pode continuar. Com o evoluir de uma situação desconhecida e em constante actualização, a preocupação legítima para obter informação acerca do problema cresceu por todo o mundo, e com ela, o número de notícias falsas, mais conhecidas por fake news, que trouxeram consigo dados incorrectos, por confirmar, infundados ou descontextualizados e ainda mitos sobre o coronavírus, como a sua origem, dicas de prevenção ou formas de tratamento. Tudo isto, a ter lugar com maior incidência nas plataformas digitais e redes sociais, como o Facebook, Twitter ou o YouTube. Ainda na passada quarta-feira, o eco da desinformação e das notícias falsas acerca do coronavírus se fez sentir em Portugal. Perante a notícia que circulou na internet acerca daquela que seria a primeira morte no país causada pelo novo tipo de coronavírus, Graça Freitas, directora-geral de Saúde, lançou um apelo contra a disseminação de boatos, que podem causar o alarme social entre a população. “É um apelo que voltamos a fazer. Um boato durante uns minutos tudo bem. Mas um boato durante todo o dia é muito”, disse por ocasião da conferência de imprensa que teve lugar após a reunião do Conselho Nacional de Saúde Pública. No relatório “Informação e desinformação sobre o Coronavírus nas notícias e nas redes sociais em Portugal”, publicado a 10 de Março pelo MediaLab ISCTE-IUL é caracterizada a presença do tema “Coronavírus” nas notícias e nas redes sociais no país. Segundo o estudo, as redes sociais despertaram para o fenómeno muito mais tarde (final de Fevereiro) “mas com mais intensidade” do que os meios de comunicação social, sendo que a “a maior parte dos posts e tweets ao longo deste período – sobretudo aqueles que se tornaram mais virais – procuraram desdramatizar a cobertura dos media”. Sobre as notícias mais populares acerca do tema, divulgadas pelos meios de comunicação sociais portugueses na rede social Facebook, foram geradas, no total, 3.231.866 interacções, sendo que os artigos mais partilhados tendem ou a “desvalorizar o fenómeno da propagação” ou, pelo contrário, a “mostrar uma perspectiva mais dramática”. De acordo com o relatório, a notícia com maior número de interacções relata o caso de um britânico que venceu o coronavírus recorrendo a uísque e mel, seguida de outras onde figuram títulos como “Covid-19 é menos perigoso do que o vírus da gripe” ou “China acusada de cremar corpos em segredo para esconder verdadeiro número do coronavírus”. Com narrativa desinformativa e conteúdo incorrecto foi registado um post na página de Facebook “Notícias Viriato” partilhado mais de 700 vezes, sobre o facto do Covid-19 ter sido libertado pelo Laboratório Virológico de Wuhan com fins de guerra biológica. Segundo o relatório, a mesma notícia falsa surgiu em sites como o Daily Mail e o Washington Times, tendo sido depois despistada pelo Washington Post, CNN e Foreign Policy. Já nos grupos públicos de Facebook que “veiculam posts desinformativos”, foram publicados, nos 30 dias anteriores a 10 de Março, um total de 1.483 posts sobre o coronavírus, tendo gerado 42.236 interacções. Nestes existe “uma tendência evidente de usar o tema da epidemia para fazer combate político”, pode ler-se no relatório. Mitos e lendas As fake news acerca do Covid-19 têm feito estragos um pouco por todo o mundo, levando inclusivamente a OMS a criar uma página online intitulada “Myth Busters”, que tem como objectivo desmentir e clarificar alguns dos principais rumores e mitos que existem em torno da doença. Recorrendo a representações visuais e fundamentação científica na apresentação das justificações, são assim afastados rumores e informações falsas que têm circulado nos canais digitais, tais como o facto de um banho de água muito quente ser capaz de prevenir o contágio da doença ou que o tempo frio é favorável para a eliminação do vírus. Outros mitos afastados pela OMS incluem o facto de o Covid-19 ser transmitido através de picadas de mosquito ou poder ser prevenido através da ingestão de alho. Mas outras notícias falsas disseminaram pelos canais digitais, como por exemplo o facto de a UNICEF ter alegadamente declarado que o calor ajuda a eliminar o vírus, devendo ser evitada a ingestão de gelados ou pratos frios. Vários utilizadores do Facebook acabaram por partilhar o suposto aviso da UNICEF que continha ainda outros rumores como o facto de o vírus não se propagar pelo ar ou permanecer vivo durante 12 horas quando cai sobre uma superfície de metal. Todas as informações vieram a ser desmentidas, mais tarde, através de um comunicado emitido pela própria UNICEF. Outros mitos sobre o Covid-19 que já vieram a ser considerados como fake news incluíam ainda o facto de uma sopa de morcego ter estado na origem da doença, que o Vaticano tinha confirmado que o Papa tinha sido contagiado com o novo coronavírus, que a cocaína é capaz de curar a doença ou que a tecnologia 5G em Wuhan está na origem das mortes associadas ao coronavírus. De acordo com Robert Shmerling, editor da Harvard Health Publishing, apesar de “nenhuma fonte de informação ser perfeita” numa fase em qua ainda há muitas incertezas, a busca de informação deve ser baseada na “opinião de especialistas que utilizem análises científicas reconhecidas e que publiquem os seus resultados em publicações médicas reputadas” e em portais “que tenham como missão informar e proteger o público”, como a OMS ou o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças Contagiosas (CDC). “Ao abordar uma nova doença infecciosa sobre a qual ainda muito é desconhecido, é importante procurar informações fidedignas e agir em concordância. Seja céptico em relação a teorias da conspiração ou às chamadas fake news, que descartem as recomendações das autoridades de saúde. O melhor a fazer é procurar especialistas cuja missão é proteger a saúde pública”, defende Robert Shmerling. Cartada digital Com o objectivo de combater a difusão de fake news sobre o coronavírus, em meados de Fevereiro, a OMS reuniu-se com representantes das tecnológicas e plataformas com maior preponderância a nível mundial, como o Facebook, o Twitter, a Amazon, Google, YouTube ou Dropbox. No seguimento da reunião, e a título de exemplo de medidas tomadas para reduzir a difusão de notícias falsas está o Facebook. De acordo com uma mensagem divulgada pelo seu fundador Mark Zuckerberg, a rede social “está focada em assegurar que todos têm acesso a informação credível e precisa”. Assegurando que o acesso a informação credível “é crítico em qualquer situação de emergência”, Mark Zuckerberg anunciou que foram dadas ordens para remover fake news e informação incorrecta potencialmente perigosa. “É importante que todos possam partilhar as suas experiências e falar sobre o surto (…), mas não está certo partilhar algo capaz de colocar outras pessoas em risco. Por isso, estamos a remover alegações falsas e teorias da conspiração que foram indicados pelas organizações de saúde a nível mundial”, afirmou o fundador do Facebook. Das medidas tomadas pelo Facebook em consonância com a OMS, a CDC e a UNICEF, faz ainda parte um apoio em créditos de espaço publicitário na rede social, para que as organizações de saúde a nível mundial “possam dar resposta às necessidades levantadas pelo coronavírus” e ainda a criação de uma funcionalidade que permite reencaminhar os utilizadores directamente para o portal da OMS ou das autoridades de saúde locais, assim que é feita uma pesquisa sobre o coronavírus.
admin China / ÁsiaCovid-19 | Fake News geram apelos e medidas de controlo Desde que foram relatados os primeiros casos, as notícias falsas sobre o Covid-19 subiram em flecha, levando muitos a consumir informação imprecisa e potencialmente perigosa nas redes digitais. Tecnológicas como o Facebook e Google já estão a tomar medidas em consonância com a Organização Mundial de Saúde. Em Portugal, as autoridades apelaram também ao fim da propagação de boatos [dropcap]S[/dropcap]erá a cocaína capaz de matar o coronavírus? Terá sido a doença que teve o seu epicentro em Wuhan sido criada em laboratório? Ou até que um bom banho de água quente pode ajudar a prevenir a infecção? O Covid-19, foi declarado como uma pandemia mundial pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na passada quarta-feira. Mas até lá, a doença que já chegou a mais de 100 países e provocou mais de quatro mil mortes a nível mundial, tem trilhado um caminho de incertezas, também ao nível da informação e a tendência pode continuar. Com o evoluir de uma situação desconhecida e em constante actualização, a preocupação legítima para obter informação acerca do problema cresceu por todo o mundo, e com ela, o número de notícias falsas, mais conhecidas por fake news, que trouxeram consigo dados incorrectos, por confirmar, infundados ou descontextualizados e ainda mitos sobre o coronavírus, como a sua origem, dicas de prevenção ou formas de tratamento. Tudo isto, a ter lugar com maior incidência nas plataformas digitais e redes sociais, como o Facebook, Twitter ou o YouTube. Ainda na passada quarta-feira, o eco da desinformação e das notícias falsas acerca do coronavírus se fez sentir em Portugal. Perante a notícia que circulou na internet acerca daquela que seria a primeira morte no país causada pelo novo tipo de coronavírus, Graça Freitas, directora-geral de Saúde, lançou um apelo contra a disseminação de boatos, que podem causar o alarme social entre a população. “É um apelo que voltamos a fazer. Um boato durante uns minutos tudo bem. Mas um boato durante todo o dia é muito”, disse por ocasião da conferência de imprensa que teve lugar após a reunião do Conselho Nacional de Saúde Pública. No relatório “Informação e desinformação sobre o Coronavírus nas notícias e nas redes sociais em Portugal”, publicado a 10 de Março pelo MediaLab ISCTE-IUL é caracterizada a presença do tema “Coronavírus” nas notícias e nas redes sociais no país. Segundo o estudo, as redes sociais despertaram para o fenómeno muito mais tarde (final de Fevereiro) “mas com mais intensidade” do que os meios de comunicação social, sendo que a “a maior parte dos posts e tweets ao longo deste período – sobretudo aqueles que se tornaram mais virais – procuraram desdramatizar a cobertura dos media”. Sobre as notícias mais populares acerca do tema, divulgadas pelos meios de comunicação sociais portugueses na rede social Facebook, foram geradas, no total, 3.231.866 interacções, sendo que os artigos mais partilhados tendem ou a “desvalorizar o fenómeno da propagação” ou, pelo contrário, a “mostrar uma perspectiva mais dramática”. De acordo com o relatório, a notícia com maior número de interacções relata o caso de um britânico que venceu o coronavírus recorrendo a uísque e mel, seguida de outras onde figuram títulos como “Covid-19 é menos perigoso do que o vírus da gripe” ou “China acusada de cremar corpos em segredo para esconder verdadeiro número do coronavírus”. Com narrativa desinformativa e conteúdo incorrecto foi registado um post na página de Facebook “Notícias Viriato” partilhado mais de 700 vezes, sobre o facto do Covid-19 ter sido libertado pelo Laboratório Virológico de Wuhan com fins de guerra biológica. Segundo o relatório, a mesma notícia falsa surgiu em sites como o Daily Mail e o Washington Times, tendo sido depois despistada pelo Washington Post, CNN e Foreign Policy. Já nos grupos públicos de Facebook que “veiculam posts desinformativos”, foram publicados, nos 30 dias anteriores a 10 de Março, um total de 1.483 posts sobre o coronavírus, tendo gerado 42.236 interacções. Nestes existe “uma tendência evidente de usar o tema da epidemia para fazer combate político”, pode ler-se no relatório. Mitos e lendas As fake news acerca do Covid-19 têm feito estragos um pouco por todo o mundo, levando inclusivamente a OMS a criar uma página online intitulada “Myth Busters”, que tem como objectivo desmentir e clarificar alguns dos principais rumores e mitos que existem em torno da doença. Recorrendo a representações visuais e fundamentação científica na apresentação das justificações, são assim afastados rumores e informações falsas que têm circulado nos canais digitais, tais como o facto de um banho de água muito quente ser capaz de prevenir o contágio da doença ou que o tempo frio é favorável para a eliminação do vírus. Outros mitos afastados pela OMS incluem o facto de o Covid-19 ser transmitido através de picadas de mosquito ou poder ser prevenido através da ingestão de alho. Mas outras notícias falsas disseminaram pelos canais digitais, como por exemplo o facto de a UNICEF ter alegadamente declarado que o calor ajuda a eliminar o vírus, devendo ser evitada a ingestão de gelados ou pratos frios. Vários utilizadores do Facebook acabaram por partilhar o suposto aviso da UNICEF que continha ainda outros rumores como o facto de o vírus não se propagar pelo ar ou permanecer vivo durante 12 horas quando cai sobre uma superfície de metal. Todas as informações vieram a ser desmentidas, mais tarde, através de um comunicado emitido pela própria UNICEF. Outros mitos sobre o Covid-19 que já vieram a ser considerados como fake news incluíam ainda o facto de uma sopa de morcego ter estado na origem da doença, que o Vaticano tinha confirmado que o Papa tinha sido contagiado com o novo coronavírus, que a cocaína é capaz de curar a doença ou que a tecnologia 5G em Wuhan está na origem das mortes associadas ao coronavírus. De acordo com Robert Shmerling, editor da Harvard Health Publishing, apesar de “nenhuma fonte de informação ser perfeita” numa fase em qua ainda há muitas incertezas, a busca de informação deve ser baseada na “opinião de especialistas que utilizem análises científicas reconhecidas e que publiquem os seus resultados em publicações médicas reputadas” e em portais “que tenham como missão informar e proteger o público”, como a OMS ou o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças Contagiosas (CDC). “Ao abordar uma nova doença infecciosa sobre a qual ainda muito é desconhecido, é importante procurar informações fidedignas e agir em concordância. Seja céptico em relação a teorias da conspiração ou às chamadas fake news, que descartem as recomendações das autoridades de saúde. O melhor a fazer é procurar especialistas cuja missão é proteger a saúde pública”, defende Robert Shmerling. Cartada digital Com o objectivo de combater a difusão de fake news sobre o coronavírus, em meados de Fevereiro, a OMS reuniu-se com representantes das tecnológicas e plataformas com maior preponderância a nível mundial, como o Facebook, o Twitter, a Amazon, Google, YouTube ou Dropbox. No seguimento da reunião, e a título de exemplo de medidas tomadas para reduzir a difusão de notícias falsas está o Facebook. De acordo com uma mensagem divulgada pelo seu fundador Mark Zuckerberg, a rede social “está focada em assegurar que todos têm acesso a informação credível e precisa”. Assegurando que o acesso a informação credível “é crítico em qualquer situação de emergência”, Mark Zuckerberg anunciou que foram dadas ordens para remover fake news e informação incorrecta potencialmente perigosa. “É importante que todos possam partilhar as suas experiências e falar sobre o surto (…), mas não está certo partilhar algo capaz de colocar outras pessoas em risco. Por isso, estamos a remover alegações falsas e teorias da conspiração que foram indicados pelas organizações de saúde a nível mundial”, afirmou o fundador do Facebook. Das medidas tomadas pelo Facebook em consonância com a OMS, a CDC e a UNICEF, faz ainda parte um apoio em créditos de espaço publicitário na rede social, para que as organizações de saúde a nível mundial “possam dar resposta às necessidades levantadas pelo coronavírus” e ainda a criação de uma funcionalidade que permite reencaminhar os utilizadores directamente para o portal da OMS ou das autoridades de saúde locais, assim que é feita uma pesquisa sobre o coronavírus.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Sindicatos de docentes em Portugal criticam DGS por manter escolas abertas [dropcap]O[/dropcap] Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) criticou hoje as decisões da Direcção-Geral de Saúde (DGS) que defende o adiamento de eventos em espaços fechados com mais de mil pessoas, mas mantém as escolas abertas. “É incompreensível que haja uma orientação da DGS para adiamento ou cancelamento de todos os eventos que possam implicar a concentração em espaços fechados de mais de 1.000 pessoas, quando temos escolas que registam diariamente este número entre entrada e saída de alunos e funcionários docentes e não docentes e continuam abertas”, afirma o SIPE em comunicado enviado para a Lusa. O SIPE junta-se assim aos pais, professores e diretores escolares que têm criticado a decisão da Direcção-Geral da Saúde (DGS) de avaliar caso a caso as escolas que devem ser encerradas. Depois de conhecidos os primeiros casos positivos de novo coronavírus entre alunos e funcionários, começaram a fechar estabelecimentos de ensino e os diretores sugeriram a antecipação das férias da Páscoa. Para o SIPE, ter as escolas abertas pode “contribuir para o alastramento” da doença, que em Portugal já provocou 78 doentes, refere o sindicato em comunicado. O sindicado alerta que as questões financeiras e económicas “não se devem sobrepor à segurança dos cidadãos portugueses” e que o país deve seguir o exemplo de “quem conseguiu controlar o vírus quando tomou uma decisão que simultaneamente abrangeu toda a sociedade”: “Devemos olhar para o exemplo de Macau”, concluiu. O sindicato alerta ainda para o facto de o problema se poder prolongar no tempo e a pandemia se manter durante as férias da Páscoa. Nessa altura, “o problema do sítio onde colocar as crianças mantém-se, pois as atividades extracurriculares vão continuar fechadas”, lembra. No entanto, o SIPE termina dizendo que “sendo a DGS a autoridade máxima no que refere a questões de saúde no nosso país, o SIPE considera que o Governo deverá ter em consideração as suas recomendações e decisões”. Também o Sindicato Todos os Professores (STOP) defende o encerramento de todas as escolas e que o Estado “deve pagar na integra a todos os trabalhadores que ficam em casa para acompanhar os seus filhos”. No comunicado hoje divulgado, o STOP questiona também as razões para cancelar reuniões, formações e iniciativas culturais, mas manter as escolas abertas. “O Governo, supostamente, apoia-se nos peritos do Conselho Nacional de Saúde Pública para, como tudo indica, anunciar brevemente a manutenção do funcionamento da esmagadora maioria das escolas. Mas é importante esclarecer que estes ditos ‘peritos’ não são especialistas em epidemias e muito menos em pandemias e, neste Conselho Nacional, até temos membros com ligações à indústria farmacêutica e uma composição essencialmente institucional e não técnica”, acusa o STOP.
admin China / ÁsiaCovid-19 | Sindicatos de docentes em Portugal criticam DGS por manter escolas abertas [dropcap]O[/dropcap] Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) criticou hoje as decisões da Direcção-Geral de Saúde (DGS) que defende o adiamento de eventos em espaços fechados com mais de mil pessoas, mas mantém as escolas abertas. “É incompreensível que haja uma orientação da DGS para adiamento ou cancelamento de todos os eventos que possam implicar a concentração em espaços fechados de mais de 1.000 pessoas, quando temos escolas que registam diariamente este número entre entrada e saída de alunos e funcionários docentes e não docentes e continuam abertas”, afirma o SIPE em comunicado enviado para a Lusa. O SIPE junta-se assim aos pais, professores e diretores escolares que têm criticado a decisão da Direcção-Geral da Saúde (DGS) de avaliar caso a caso as escolas que devem ser encerradas. Depois de conhecidos os primeiros casos positivos de novo coronavírus entre alunos e funcionários, começaram a fechar estabelecimentos de ensino e os diretores sugeriram a antecipação das férias da Páscoa. Para o SIPE, ter as escolas abertas pode “contribuir para o alastramento” da doença, que em Portugal já provocou 78 doentes, refere o sindicato em comunicado. O sindicado alerta que as questões financeiras e económicas “não se devem sobrepor à segurança dos cidadãos portugueses” e que o país deve seguir o exemplo de “quem conseguiu controlar o vírus quando tomou uma decisão que simultaneamente abrangeu toda a sociedade”: “Devemos olhar para o exemplo de Macau”, concluiu. O sindicato alerta ainda para o facto de o problema se poder prolongar no tempo e a pandemia se manter durante as férias da Páscoa. Nessa altura, “o problema do sítio onde colocar as crianças mantém-se, pois as atividades extracurriculares vão continuar fechadas”, lembra. No entanto, o SIPE termina dizendo que “sendo a DGS a autoridade máxima no que refere a questões de saúde no nosso país, o SIPE considera que o Governo deverá ter em consideração as suas recomendações e decisões”. Também o Sindicato Todos os Professores (STOP) defende o encerramento de todas as escolas e que o Estado “deve pagar na integra a todos os trabalhadores que ficam em casa para acompanhar os seus filhos”. No comunicado hoje divulgado, o STOP questiona também as razões para cancelar reuniões, formações e iniciativas culturais, mas manter as escolas abertas. “O Governo, supostamente, apoia-se nos peritos do Conselho Nacional de Saúde Pública para, como tudo indica, anunciar brevemente a manutenção do funcionamento da esmagadora maioria das escolas. Mas é importante esclarecer que estes ditos ‘peritos’ não são especialistas em epidemias e muito menos em pandemias e, neste Conselho Nacional, até temos membros com ligações à indústria farmacêutica e uma composição essencialmente institucional e não técnica”, acusa o STOP.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Número de infectados em Portugal sobe para 78 O número de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19, subiu para 78 em Portugal, mais 19 do que os contabilizados na quarta-feira, anunciou hoje a Direcção-Geral da Saúde (DGS). Dos 78 casos confirmados, apenas 69 estão internados, segundo o boletim sobre a situação epidemiológica divulgado pela DGS. Em Portugal há um total de 637 casos suspeitos, dos quais 133 aguardam resultado laboratorial. Segundo a DGS, há ainda 4.923 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, mais 1.857 do que na quarta-feira. O boletim de hoje indica que há seis cadeias de transmissão activas, número idêntico ao de quarta-feira. Entre os doentes internados estão os casos de um menino com menos de dez anos e de 12 jovens entre os dez e os 19 anos. Existem dois casos de doentes infectados internados acima dos 80 anos e cinco entre os 70 e os 79. É entre a população com idades entre os 40 e os 49 anos que se registam mais casos (21) de doentes internados, segundo o boletim da DGS, que indica a existência de 14 casos entre os 30 e 39 anos e e nove casos entre os 50 e os 59 anos. Há ainda registo de sete casos entre os 20 e 29 anos, nove entre os 50 e 59 anos e sete entre os 60 e 69 anos. A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença. Há um caso confirmado no estrangeiro, segundo o boletim epidemiológico diário. Segundo o mapa disponibilizado pela DGS, continua a não haver casos registados no Alentejo e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Os dados da DGS adiantam que 10 casos resultam da importação do vírus de Itália, cinco de Espanha, três da Suíça e um continua em investigação relativamente à origem da importação(Alemanha/Áustria). A doença Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, foi classificada como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na quarta-feira. Em todo o mundo já foram infectadas mais de 124.000 pessoas e morreram mais de 4.500.
admin China / ÁsiaCovid-19 | Número de infectados em Portugal sobe para 78 O número de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19, subiu para 78 em Portugal, mais 19 do que os contabilizados na quarta-feira, anunciou hoje a Direcção-Geral da Saúde (DGS). Dos 78 casos confirmados, apenas 69 estão internados, segundo o boletim sobre a situação epidemiológica divulgado pela DGS. Em Portugal há um total de 637 casos suspeitos, dos quais 133 aguardam resultado laboratorial. Segundo a DGS, há ainda 4.923 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, mais 1.857 do que na quarta-feira. O boletim de hoje indica que há seis cadeias de transmissão activas, número idêntico ao de quarta-feira. Entre os doentes internados estão os casos de um menino com menos de dez anos e de 12 jovens entre os dez e os 19 anos. Existem dois casos de doentes infectados internados acima dos 80 anos e cinco entre os 70 e os 79. É entre a população com idades entre os 40 e os 49 anos que se registam mais casos (21) de doentes internados, segundo o boletim da DGS, que indica a existência de 14 casos entre os 30 e 39 anos e e nove casos entre os 50 e os 59 anos. Há ainda registo de sete casos entre os 20 e 29 anos, nove entre os 50 e 59 anos e sete entre os 60 e 69 anos. A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença. Há um caso confirmado no estrangeiro, segundo o boletim epidemiológico diário. Segundo o mapa disponibilizado pela DGS, continua a não haver casos registados no Alentejo e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Os dados da DGS adiantam que 10 casos resultam da importação do vírus de Itália, cinco de Espanha, três da Suíça e um continua em investigação relativamente à origem da importação(Alemanha/Áustria). A doença Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, foi classificada como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na quarta-feira. Em todo o mundo já foram infectadas mais de 124.000 pessoas e morreram mais de 4.500.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Médicos chineses expõem novas informações sobre encobrimento pelas autoridades [dropcap]O[/dropcap] hospital chinês onde trabalhava Li Wenliang, o primeiro médico que alertou para os perigos do novo coronavírus, foi o mais atingido pelo surto devido ao ocultar de informações essenciais, revela uma investigação da revista chinesa Caixin. Entre os 4.000 funcionários que trabalhavam no Hospital Central de Wuhan, 230 morreram devido a infeção pelo Covid-19, a maior taxa de mortalidade entre funcionários de saúde em Wuhan, cidade chinesa que é epicentro do surto. O chefe de um dos departamentos do Hospital citado pela Caixin, uma das raras publicações independentes na China, culpou as autoridades por colocarem vidas em risco. “As informações falsas divulgadas por departamentos relevantes [de que a doença era controlável e não era infecciosa entre seres humanos] deixaram centenas de médicos e enfermeiros no escuro, que fizeram tudo ao seu alcance para tratarem pacientes sem conhecerem a doença”, apontou o responsável, cujo nome não é identificado pela Caixin. “E mesmo aqueles que adoeceram não puderam denunciar. Não puderam alertar os seus colegas e o público a tempo, apesar do sacrifício. Essa é a perda e a lição mais dolorosas”, disse. Segundo apurou a revista, o hospital estava sobrecarregado por pacientes com febre desde o início de Janeiro. Vários ficaram ao cuidado de médicos não especializados em doenças contagiosas. Os médicos citados pela Caixin culparam a administração de “incompetência”. O chefe do Partido Comunista no hospital não tinha conhecimentos sobre doenças infecciosas e proibiu os médicos de divulgarem informações críticas para a saúde pública, apurou a revista. Um documento interno do Hospital Central obtido pela Caixin revelou ainda interferência direta das autoridades municipais de saúde de Wuhan, que tornou difícil para o hospital divulgar casos, sobretudo entre os dias 12 e 17 de Janeiro passado, quando os quadros locais do Partido Comunista participaram nas reuniões do órgão legislativo local. Segundo apurou a Caixin, um funcionário do ministério de Segurança Pública visitou o hospital no dia 12 de janeiro, e ordenou que os formulários sobre doenças infecciosas só pudessem ser preenchidos e relatados após consultas com especialistas a nível municipal e provincial, atrasando o processo. Em 13 de janeiro, Wang Wenyong, chefe do gabinete de controlo de doenças infecciosas do distrito de Jianghan, em Wuhan, ligou para o hospital e pediu que fossem alterados relatórios suspeitos de infeção pelo novo coronavírus, arquivados em 10 de Janeiro, para que constassem outras doenças nos ficheiros. Em resposta, o hospital pediu às autoridades de saúde do distrito que colectassem amostras, mas foram informados que deviam aguardar. A espera durou três dias. Em 16 de Janeiro, após terminarem as reuniões do órgão legislativo local, o centro de controlo de doenças da cidade de Wuhan finalmente foi colectar amostras. Na altura, o hospital tinha 48 casos suspeitos. As novas revelações ilustram como as autoridades de Wuhan agiram para suprimir informações sobre a doença, que já causou 4.500 mortos e infectou mais de 124 mil pessoas numa centena de países e territórios. Reportagens anteriormente publicadas pela Caixin apuraram como, em 30 de dezembro passado, Ai Fen, chefe do departamento de emergência do Hospital Central, compartilhou as primeiras análises a pacientes infectados com uma nova “doença misteriosa”, através do aplicativo de mensagens instantâneas WeChat, com amigos da faculdade e equipas médicas do hospital, alertando-os para que tivessem cuidado. Na mesma noite, vários médicos em Wuhan, replicaram o aviso. As mensagens circularam amplamente ‘online’, mas várias pessoas, incluindo Li e outros dois médicos do hospital, foram posteriormente punidos pelas autoridades por “espalharem rumores”. Ai Fen foi convocado pelos supervisores do hospital, em 2 de Janeiro passado, e punido por instigar o pânico e “afectar o desenvolvimento geral” de Wuhan, segundo a revista. No dia seguinte, o Hospital Central pediu a todos os departamentos que vigiassem a equipa de Ai e exigiu que não divulgassem “informações confidenciais” ao público, segundo uma gravação que vazou para o público. O surto provocou forte descontentamento popular na China, com as redes sociais do país a encherem-se críticas diretas ao regime e apelos por liberdade de expressão, num fenómeno inédito no país asiático, onde ativistas ou dissidentes são frequentemente condenados por “perturbação da ordem pública” ou “subversão do poder do Estado”.
admin China / ÁsiaCovid-19 | Médicos chineses expõem novas informações sobre encobrimento pelas autoridades [dropcap]O[/dropcap] hospital chinês onde trabalhava Li Wenliang, o primeiro médico que alertou para os perigos do novo coronavírus, foi o mais atingido pelo surto devido ao ocultar de informações essenciais, revela uma investigação da revista chinesa Caixin. Entre os 4.000 funcionários que trabalhavam no Hospital Central de Wuhan, 230 morreram devido a infeção pelo Covid-19, a maior taxa de mortalidade entre funcionários de saúde em Wuhan, cidade chinesa que é epicentro do surto. O chefe de um dos departamentos do Hospital citado pela Caixin, uma das raras publicações independentes na China, culpou as autoridades por colocarem vidas em risco. “As informações falsas divulgadas por departamentos relevantes [de que a doença era controlável e não era infecciosa entre seres humanos] deixaram centenas de médicos e enfermeiros no escuro, que fizeram tudo ao seu alcance para tratarem pacientes sem conhecerem a doença”, apontou o responsável, cujo nome não é identificado pela Caixin. “E mesmo aqueles que adoeceram não puderam denunciar. Não puderam alertar os seus colegas e o público a tempo, apesar do sacrifício. Essa é a perda e a lição mais dolorosas”, disse. Segundo apurou a revista, o hospital estava sobrecarregado por pacientes com febre desde o início de Janeiro. Vários ficaram ao cuidado de médicos não especializados em doenças contagiosas. Os médicos citados pela Caixin culparam a administração de “incompetência”. O chefe do Partido Comunista no hospital não tinha conhecimentos sobre doenças infecciosas e proibiu os médicos de divulgarem informações críticas para a saúde pública, apurou a revista. Um documento interno do Hospital Central obtido pela Caixin revelou ainda interferência direta das autoridades municipais de saúde de Wuhan, que tornou difícil para o hospital divulgar casos, sobretudo entre os dias 12 e 17 de Janeiro passado, quando os quadros locais do Partido Comunista participaram nas reuniões do órgão legislativo local. Segundo apurou a Caixin, um funcionário do ministério de Segurança Pública visitou o hospital no dia 12 de janeiro, e ordenou que os formulários sobre doenças infecciosas só pudessem ser preenchidos e relatados após consultas com especialistas a nível municipal e provincial, atrasando o processo. Em 13 de janeiro, Wang Wenyong, chefe do gabinete de controlo de doenças infecciosas do distrito de Jianghan, em Wuhan, ligou para o hospital e pediu que fossem alterados relatórios suspeitos de infeção pelo novo coronavírus, arquivados em 10 de Janeiro, para que constassem outras doenças nos ficheiros. Em resposta, o hospital pediu às autoridades de saúde do distrito que colectassem amostras, mas foram informados que deviam aguardar. A espera durou três dias. Em 16 de Janeiro, após terminarem as reuniões do órgão legislativo local, o centro de controlo de doenças da cidade de Wuhan finalmente foi colectar amostras. Na altura, o hospital tinha 48 casos suspeitos. As novas revelações ilustram como as autoridades de Wuhan agiram para suprimir informações sobre a doença, que já causou 4.500 mortos e infectou mais de 124 mil pessoas numa centena de países e territórios. Reportagens anteriormente publicadas pela Caixin apuraram como, em 30 de dezembro passado, Ai Fen, chefe do departamento de emergência do Hospital Central, compartilhou as primeiras análises a pacientes infectados com uma nova “doença misteriosa”, através do aplicativo de mensagens instantâneas WeChat, com amigos da faculdade e equipas médicas do hospital, alertando-os para que tivessem cuidado. Na mesma noite, vários médicos em Wuhan, replicaram o aviso. As mensagens circularam amplamente ‘online’, mas várias pessoas, incluindo Li e outros dois médicos do hospital, foram posteriormente punidos pelas autoridades por “espalharem rumores”. Ai Fen foi convocado pelos supervisores do hospital, em 2 de Janeiro passado, e punido por instigar o pânico e “afectar o desenvolvimento geral” de Wuhan, segundo a revista. No dia seguinte, o Hospital Central pediu a todos os departamentos que vigiassem a equipa de Ai e exigiu que não divulgassem “informações confidenciais” ao público, segundo uma gravação que vazou para o público. O surto provocou forte descontentamento popular na China, com as redes sociais do país a encherem-se críticas diretas ao regime e apelos por liberdade de expressão, num fenómeno inédito no país asiático, onde ativistas ou dissidentes são frequentemente condenados por “perturbação da ordem pública” ou “subversão do poder do Estado”.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Coreia do Sul anuncia 114 novos casos, menor número em quase três semanas [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul anunciou hoje ter registado o menor número de novos casos diários de coronavírus em quase três semanas, 114, somando um total de 7.869 pessoas infectadas. Do total das infecções, 7.470 são casos activos, depois de 333 terem recebido alta hospitalar. Nas últimas 24 horas há a registar mais seis mortes, o que elevou para 66 o número de vítimas fatais desde o início do surto. Das 114 novas transmissões, a maioria, 81, foi registada novamente no foco principal do país, localizado na cidade de Daegu (cerca de 230 quilómetros a sudeste de Seul) e na província de Gyeongsang do Norte. Este foco representa 89% dos casos. No entanto, os últimos números na região sugerem uma estabilização do foco, já que Daegu, com 73 novos casos na quarta-feira, contabilizou menos de 100 infecções pela segunda vez esta semana. Já em Gyeongsang do Norte, há a registar oito infecções nas últimas 24 horas, o menor número de testes positivos desde 20 de fevereiro. O surto no sudeste está sobretudo associado à seita religiosa Shinchonji, com 60% das transmissões localizadas em Daegu, onde está sediada, sendo que mais de 200 mil membros já fizeram análises ao coronavírus. A Coreia do Sul testou mais de 227.000 pessoas até o momento. Por sua vez, Seul registou 19 novos casos na quarta-feira e já identificou um total de 212 pessoas infectadas, tornando-se no terceiro local no país com mais infeções. O primeiro-ministro sul-coreano, Chung Sye-kyun, alertou hoje numa reunião do Governo para o perigo de uma “super-transmissão” do patógeno em Seul e arredores, onde residem 26 milhões de pessoas, mais de metade da população do país. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença Covid-19 como pandemia, uma decisão que justificou com os “níveis alarmantes de propagação e de inacção”.
admin China / ÁsiaCovid-19 | Coreia do Sul anuncia 114 novos casos, menor número em quase três semanas [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul anunciou hoje ter registado o menor número de novos casos diários de coronavírus em quase três semanas, 114, somando um total de 7.869 pessoas infectadas. Do total das infecções, 7.470 são casos activos, depois de 333 terem recebido alta hospitalar. Nas últimas 24 horas há a registar mais seis mortes, o que elevou para 66 o número de vítimas fatais desde o início do surto. Das 114 novas transmissões, a maioria, 81, foi registada novamente no foco principal do país, localizado na cidade de Daegu (cerca de 230 quilómetros a sudeste de Seul) e na província de Gyeongsang do Norte. Este foco representa 89% dos casos. No entanto, os últimos números na região sugerem uma estabilização do foco, já que Daegu, com 73 novos casos na quarta-feira, contabilizou menos de 100 infecções pela segunda vez esta semana. Já em Gyeongsang do Norte, há a registar oito infecções nas últimas 24 horas, o menor número de testes positivos desde 20 de fevereiro. O surto no sudeste está sobretudo associado à seita religiosa Shinchonji, com 60% das transmissões localizadas em Daegu, onde está sediada, sendo que mais de 200 mil membros já fizeram análises ao coronavírus. A Coreia do Sul testou mais de 227.000 pessoas até o momento. Por sua vez, Seul registou 19 novos casos na quarta-feira e já identificou um total de 212 pessoas infectadas, tornando-se no terceiro local no país com mais infeções. O primeiro-ministro sul-coreano, Chung Sye-kyun, alertou hoje numa reunião do Governo para o perigo de uma “super-transmissão” do patógeno em Seul e arredores, onde residem 26 milhões de pessoas, mais de metade da população do país. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença Covid-19 como pandemia, uma decisão que justificou com os “níveis alarmantes de propagação e de inacção”.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China regista número mais baixo de novos casos desde que há registo [dropcap]A[/dropcap] China registou hoje 15 novos casos de infecção pelo Covid-19, o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em Janeiro, numa altura em que outros países lidam com novos focos do surto. Até à meia-noite de quarta-feira, o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu em 11, para 3.169. No total, o país soma 80.793 infectados. A Comissão Nacional de Saúde informou que 62.793 pessoas receberam alta após terem superado a doença, até à data, restando 14.831 em tratamento. Dez das onze mortes ocorreram na província de Hubei, epicentro da epidemia, onde surgiram também 8 dos 15 novos casos detectados a nível nacional. Esses oito casos foram detetados na capital de Hubei, a cidade de Wuhan, de onde o vírus é originário, e sob quarentena desde 23 de Janeiro passado. No total, Hubei soma 3.056 mortes e 67.781 casos de infecção, a maioria a nível mundial. Nas últimas 24 horas, foram detectados seis casos “importados” de fora do país, incluindo três na província de Guangdong, adjacente a Macau. Segundo dados oficiais, 677.243 pessoas que tiveram contacto próximo com os infectados foram monitorizadas clinicamente desde o início do surto, entre as quais 13.701 ainda estão sob observação. Uma das prioridades das autoridades chinesas é agora “protegerem-se contra a importação” de infeções de outros países, à medida que Itália, Irão ou Coreia do Sul lidam com um rápido aumento no número de infectados. O surto de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos, entre mais de 124 mil pessoas infectadas numa centena de países e territórios.
admin China / ÁsiaCovid-19 | China regista número mais baixo de novos casos desde que há registo [dropcap]A[/dropcap] China registou hoje 15 novos casos de infecção pelo Covid-19, o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em Janeiro, numa altura em que outros países lidam com novos focos do surto. Até à meia-noite de quarta-feira, o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu em 11, para 3.169. No total, o país soma 80.793 infectados. A Comissão Nacional de Saúde informou que 62.793 pessoas receberam alta após terem superado a doença, até à data, restando 14.831 em tratamento. Dez das onze mortes ocorreram na província de Hubei, epicentro da epidemia, onde surgiram também 8 dos 15 novos casos detectados a nível nacional. Esses oito casos foram detetados na capital de Hubei, a cidade de Wuhan, de onde o vírus é originário, e sob quarentena desde 23 de Janeiro passado. No total, Hubei soma 3.056 mortes e 67.781 casos de infecção, a maioria a nível mundial. Nas últimas 24 horas, foram detectados seis casos “importados” de fora do país, incluindo três na província de Guangdong, adjacente a Macau. Segundo dados oficiais, 677.243 pessoas que tiveram contacto próximo com os infectados foram monitorizadas clinicamente desde o início do surto, entre as quais 13.701 ainda estão sob observação. Uma das prioridades das autoridades chinesas é agora “protegerem-se contra a importação” de infeções de outros países, à medida que Itália, Irão ou Coreia do Sul lidam com um rápido aumento no número de infectados. O surto de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos, entre mais de 124 mil pessoas infectadas numa centena de países e territórios.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Portugal decide hoje se encerra escolas [dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro português, António Costa, remeteu para esta quinta-feira uma eventual decisão sobre o encerramento de escolas em Portugal, devido à pandemia de Covid-19. “Haverá a decisão do Conselho Nacional de Saúde Pública, amanhã [quinta-feira] de manhã temos uma reunião do Conselho de Ministros e nessa altura serão adoptadas as orientações que tivermos de adotar”, declarou António Costa. O chefe do Governo português falou aos jornalistas depois de um jantar com Angela Merkel na Chancelaria Federal, em Berlim, em que se abordou, também, a situação do novo coronavírus. António Costa defendeu a importância de o sistema político “ter a humildade de ouvir os técnicos e agir em função daquilo que é o aconselhamento técnico.” Ainda sobre o eventual fecho dos estabelecimentos de ensino, o chefe do executivo assegurou que “esta noite não vai ser seguramente decretado nada”, destacando que a decisão de encerrar ou não escolas não se prende com o impacto que essas medidas possam ter na economia. “Não podemos condicionar, por razões orçamentais ou por razões económicas, qualquer decisão que tenha a ver com a saúde das pessoas. A máxima prioridade é responder às necessidades de prevenção e à cura das pessoas infectadas”, adiantou. Sobre a doença Covid-19, Costa reconheceu que “é um tema que concentra a atenção de todos”. “É uma ameaça global e todos temos de dar o nosso melhor para a controlar”, adiantou.
admin China / ÁsiaCovid-19 | Portugal decide hoje se encerra escolas [dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro português, António Costa, remeteu para esta quinta-feira uma eventual decisão sobre o encerramento de escolas em Portugal, devido à pandemia de Covid-19. “Haverá a decisão do Conselho Nacional de Saúde Pública, amanhã [quinta-feira] de manhã temos uma reunião do Conselho de Ministros e nessa altura serão adoptadas as orientações que tivermos de adotar”, declarou António Costa. O chefe do Governo português falou aos jornalistas depois de um jantar com Angela Merkel na Chancelaria Federal, em Berlim, em que se abordou, também, a situação do novo coronavírus. António Costa defendeu a importância de o sistema político “ter a humildade de ouvir os técnicos e agir em função daquilo que é o aconselhamento técnico.” Ainda sobre o eventual fecho dos estabelecimentos de ensino, o chefe do executivo assegurou que “esta noite não vai ser seguramente decretado nada”, destacando que a decisão de encerrar ou não escolas não se prende com o impacto que essas medidas possam ter na economia. “Não podemos condicionar, por razões orçamentais ou por razões económicas, qualquer decisão que tenha a ver com a saúde das pessoas. A máxima prioridade é responder às necessidades de prevenção e à cura das pessoas infectadas”, adiantou. Sobre a doença Covid-19, Costa reconheceu que “é um tema que concentra a atenção de todos”. “É uma ameaça global e todos temos de dar o nosso melhor para a controlar”, adiantou.
António Cabrita Diários de Próspero h | Artes, Letras e IdeiasMinistério do Medo [dropcap]- S[/dropcap]e o governo compra um circo, o anão começa a crescer. Cito um antigo ministro da economia… – És capaz de tudo, para te fazeres interessante! – Ajusta-se a este fenómeno de acamparmos nas margens do rio Corona… Que, pelos vistos, tem novecentos metros de fundo e rápidos fragorosos… – Estás mesmo a águas, dá-te para seres espirituoso! – Repara na frase do ministro, quer dizer que é detectável um desfasamento permanente entre o que se consegue planear e o curso da realidade. – Pões paninhos quentes sobre a ineficácia do sistema? – Digo que a arte de governar é a forma como se disfarça que não estamos preparados, que nunca estivemos. O Trump reconhece-o ao desviar o assunto e afirmar que a crise do coronavírus terá um aspecto positivo: os americanos gastarão mais dinheiro em casa, em vez de viajarem para áreas afetadas pelo surto. Diante duma calamidade mundial, ele converte-a em dividendos para a economia americana… – Tu arriscavas ir a Veneza, com o vírus? – Parece uma inconsciência, mas arriscava, é uma questão de oportunidade. Quantas vezes poderei eu ir a Veneza? – Quantas vezes podes tu apanhar o vírus? – Este vírus, apesar de tudo, algumas, não faço parte de qualquer grupo de risco… – E caías como as Bolsas… – Cuja queda foi aproveitada pelo Trump para prometer uma baixa de impostos… a lógica que ele transmite é que com ele os americanos estão blindados; só fora de portas se encontra a Kryptonita Verde… – Smart, mas já se sabia que o menino é imune à empatia… lembras-te do primeiro comentário público que ele fez, quando caíram as Twin Towers: O meu edifício 40 Wall Street voltou a ser o mais alto de Nova Iorque!? – Mas agora detecta-se-lhe um padrão no comportamento: ele tem cagufa do que não domina, é o que lhe explica que só se dê bem com tiranecos que têm menor poder do que ele… Gente à altura dele, ele não aguenta… nem se ofereceu para fazer a mediação com o Putin nas negociações com a Opep… E essa cagufa dele, estranhamente, reforça o narcisismo tóxico da América… – Chega de falar no marmanjo! – Sim, falemos antes do “perigo amarelo” que impulsionou esta histeria associada ao vírus. Havia o tigre-de-papel, o tigre-do-bali e o tigre-de-java e agora temos o tigre-nanotecnológico, importado em fábula biológica… – Não é justo chamar-lhe fábula, os números já são puxados, agora na Itália paralisou-se o futebol… – É um problema, sem dúvida… Contudo, viste os números da OMS? A gripe da temporada (seasonal flu) está a causar muito mais vítimas. Registam-se 2.812 mortes por coronavírus neste ano, contra 76.537 mortos pela gripe da temporada – ou seja 2.720% mais. É difícil não relativizar… – Estamos sempre a ser ultrapassados pelos números. Achas que a coisa foi empolada pelos media? – Com certeza, ainda que o vírus revele uma velocidade de propagação assinalável, que exigiam de facto medidas de contenção. Porém, a malária ceifa vinte vezes mais e nos últimos anos tem acelerado o número de vítimas. Não te vou poupar: o relatório da OMS relatório mostra uma relação entre o paludismo e a anemia em crianças com menos de cinco anos – 24 milhões de crianças, só em África, foram infectadas. Em 2018, as crianças representaram 67% das mortes mundiais, devido ao paludismo. E não há todos os anos novas estirpes de gripes novas? E não se têm fechado escolas, aeroportos, estádios, ou adiado congressos, por causa disso… Esta diferença na abordagem a esta nova ameaça é que tem de ser inquirida… – Hum, funcionará o Covid-19 como um sintoma do medo ao desconhecido? – Tal como, a outro nível, o pânico aos refugiados – que afinal nem chegam a 200 000. Como é que esta minoriazinha microscópica poderia afectar de facto 747,182,815 habitantes europeus? – Sim, há desproporção irrazoável do medo em relação aos dois tipos de “vírus”. – Não digas isso aos húngaros, ou aos fanáticos das identidades. Reparaste na coincidência de ter aumentado o sentimento de insegurança na Europa na exacta proporção em que têm crescido as reivindicações e os populismos identitários? – Achas? Não pode ser! – Não te percebo esse tom… – Veio-me à cabeça que provavelmente a absoluta vaga de imoralidade política patente nos novos líderes é que tornou as pessoas inseguras, ou esta nova paisagem financeira que transformou a estabilidade económica num jogo de casino… – É algo de sistémico que anda no ar. Tal como a gula com que as pessoas opinam sobre tudo nas redes sociais. Aliás, proporcional ao pavor de reconhecerem que têm feito péssimas escolhas políticas… e à mínima tensão explodem em defesa da sua “imagem”… Viste o comentário pedagógico do Jurgen Klopp à pergunta que lhe fizeram sobre o coronavírus? Foi uma lição de humildade… Hoje a grande fatia da comunicação social lembra-me esta pergunta dos metadiálogos do Bateson: “Pai, porque é que os adultos fazem guerra, em vez de lutarem como as crianças fazem?” – Todavia, minimizares o Corona soa-me a erro de paralaxe de quem está nos trópicos… tens sorte do vírus não se dar bem com temperaturas acima dos 26 graus… – Estás enganado, este caldo permanente é uma chatice, e não compares as políticas de saúde pública, estás muito mais bem protegido… O que me mete espécie é como a comunicação dramatiza mais do que esclarece… Que nem sequer se tirem as ilações políticas disto tudo!? Quem ganha com isto? Quem está a lucrar com esta loucura? Fareja o rasto do dinheiro e achas o criminoso, aconselhava o Mickey Spillane… O Trump foi até transparente… – Para acabarmos com esta conversa, é crise ou não é crise? – Vista da lua é uma crise de ricos, e um pouco ociosa. Porque, se oferece perigos, não é a peste… antes se assemelha a uma manifestação do Turismo do Medo. Que vai ter Ministério.
Carlos Morais José A outra face VozesOs infectados [dropcap]C[/dropcap]ada infectado é meu irmão. Bro’, sis’, brother, wathever… Je suis infectado! Estou convosco por condição. Há muito que estou doente, profundamente doente de um sem-número de maleitas inomináveis mas que, sem pudor, tenho transmitido aos incautos. Sim, aos incautos com quem não me abstenho de conviver. Socializo, vou a reuniões, frequento festas, deslizo pelas ruas, entro em cafés, almoço em restaurantes, chego-me às pessoas. Aí, nesses lugares plenos de humanos indefesos, tusso, contido, aforismos; espirro orações pagãs; verbalizo blasfémias e espero pelo resultado. Sim: tenho contagiado muita gente, uns meros inocentes que passavam, outros claramente culpados que só esperavam por um momento qualquer para dirimir a culpa. Passei a doença à minha filha; peguei-a à minha mulher. E isto, como devem imaginar, foi de menos. O pior devia estar para vir. Entretanto, enquanto nada se passava, num dia sem chuva, sem sol ou presságio de nevoeiro, chegou um coronavírus, vulgo covid-19, criando uma série de mal-entendidos. É que a doença já cá estava, em nós morava e sem pagar a renda. Também não era uma prenda que nos tenha sido ofertada. Não: era o azeite, era a banha, a manteiga; era o óleo de girassol, de amendoim, de canola: o que vinha ao de cima, depois de muito espremido e destilado o coração. E foi preciso uma epidemia para que essa nossa gordura, a nossa gordurosa verdade emergisse, na tona manhosa das noites ou à superfície rançosa dos dias, consoante os horários de cada um. Há muito tempo que estamos infectados. A doença não é nova: temo-la há muito, repito. Possuímo-la. Acarinhamo-la, como a tudo o que é nosso e, provavelmente, com dificuldade viveríamos sem ela. Fazemos amor com essa doença quando cuidamos ninguém estar a olhar. Não haver câmaras. Pois cada um de nós é um infectado e, nessa estranha medida, constitui um perigo para o outro. Graças ao covid-19, finalmente assumimos: usamos máscaras, luvas, óculos protectores e evitamos mãos, lábios, faces, corpos alheios. Fico com o Ti digital, ok? E tu com o Mim. Para quê a proximidade, afinal? Temos o cabo e temos a net, temos o flix. O uber e o eats. O outro no seu lugar: na distância física: onde deve estar. Compro sem tocar. Pago sem papel. Exijo a desinfecção. As gentes limpas. Médicos orgânicos. Amigas biológicas. Menos não será suficiente. E as empresas que o asseguram e o garantem digitalmente por escrito. Enviam para o email. Depois desparecem e cada negócio é coisa de uma noite: mágica. Volta a doença. Não: não se trata de uma doença nova. Nós temos a doença: cada ser humano está infectado e é fatal para o outro. Perdi o que tornava suportável a tua companhia, o que me garantia ser capaz de realmente te aturar, de te olhar, de te ouvir, de realmente te tocar, de te conhecer (meu deus, que seca!)!…, como se realmente existisses. Lembro-me… mas como parece distante… coisa de outras eras… de outras gentes, assim tipo Neardanthal ou Cro-Magnon… Antigo Regime ou Pós-II Guerra, gentes do passado, habituadas a bizarros costumes… Estamos fechados em casa. Onde se está bem. Supermercamos e regressamos como se de Tróia viéramos: cansados. Mas não vimos de lado nenhum. Nenhum lugar há para ir. Mas ainda a precisar de reconstruir arquétipos, continuar a peça, representar qualquer coisa: um papel tíbio, que não perturbe, não contagie, mas ainda assim presente como um fantasma ousa estar presente numa mente temerosa e oca. A obrigação de fazer qualquer coisa. E a nossa casa é igual à casa seguinte e passasse mais ou menos a mesma coisa, mais net e menos flix, mais face e menos book (pouco importa), sem que saiba se isso efectivamente me irrita ou, pelo contrário, me conforta. Uso máscara. Sempre usei, só que ninguém dava por isso. Agora uso duas. Agora é importante saber que se está infectado. Ter consciência aguda do seu próprio estado. Compreender o mal que se pode passar aos outros. Ser o impaciente zero. Onde me pode levar tamanha ousadia?… Por vezes vou ao restaurante… arrisco. Doutras não sei o que fazer porque qualquer acção me parece inútil, pré-programada, como um destino perante o qual não sobra sequer a vontade de ser espectador. A vontade de tão diluída: fantasma. O mundo sem os outros não interessa. Com eles também não. É o que a doença nos ensina. Não é de agora. Nem do vírus coroado rex. Seria bom, seria útil, será impossível: talvez uma peste, um dia, nos faça cair a máscara. A nós: os infectados.
Andreia Sofia Silva SociedadeCovid-19 | Recusa de regresso dá direito a faltas justificadas As escolas têm carta verde para justificar as faltas dos alunos que não queiram regressar às aulas por receio de novos contágios ou por estarem em regime de quarentena, uma vez que muitos alunos regressam do Interior da China. A DSEJ assegura total flexibilidade no regresso às aulas e decretou regras para almoços nas cantinas [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) disse ontem que o dia do regresso às aulas será anunciado no último dia do mês, estando previsto que esse recomeço seja uma realidade até 20 de Abril. No entanto, existe a possibilidade de atribuir faltas justificadas aos alunos que, por motivos de receio da epidemia Covid-19, queiram continuar em casa ou para aqueles que, vindos de Zhuhai ou Zhongshan, tenham de fazer quarentena. A garantia foi dada ontem na habitual conferência de imprensa sobre as medidas de combate ao coronavírus por Wong Kin Mou, representante da DSEJ. “Se os pais não quiserem que os filhos voltem às aulas podem pedir às escolas para atribuir faltas justificadas. Discutimos um tratamento flexível com os directores das escolas”, explicou. Há ainda casos “em que os alunos precisam de se submeter a quarentena por terem estado noutros locais”. “Há alunos que não podem regressar às aulas e esta flexibilidade também se aplica a estes casos”, acrescentou Wong Kin Mou. Dados ainda relativos a Janeiro, e que não foram actualizados, mostram que há cerca de três mil alunos que estudam em Macau e que estão no Interior da China, bem como 300 professores e trabalhadores das escolas. Hora de almoço No regresso às aulas, as escolas devem também cumprir regras de convivência diária, decididas entre a DSEJ e os Serviços de Saúde de Macau. “As escolas têm a sua própria forma de organização das refeições. Se tiverem uma cantina com mais espaço podem ter melhores condições. Tendo em conta o desenvolvimento da epidemia, temos uma instrução de que, durante as refeições, um estudante não deve ser colocado em frente ao outro. Apelamos a que não haja concentração de grupos, e, numa cantina com 100 pessoas, devem ser feitos diferentes horários para refeições”, adiantou Wong Kin Mou. O responsável da DSEJ tranquilizou ainda os encarregados de educação que possam ter dúvidas, uma vez que “na província de Guangdong poderá haver casos importados de outros países, mas são esporádicos”. “A situação em geral está melhor e não teremos condições para esperar até termos zero casos para recomeçar as aulas. É necessário fazer uma avaliação do risco, pois há um impacto para milhares de alunos na sua aprendizagem”, disse.
admin SociedadeCovid-19 | Recusa de regresso dá direito a faltas justificadas As escolas têm carta verde para justificar as faltas dos alunos que não queiram regressar às aulas por receio de novos contágios ou por estarem em regime de quarentena, uma vez que muitos alunos regressam do Interior da China. A DSEJ assegura total flexibilidade no regresso às aulas e decretou regras para almoços nas cantinas [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) disse ontem que o dia do regresso às aulas será anunciado no último dia do mês, estando previsto que esse recomeço seja uma realidade até 20 de Abril. No entanto, existe a possibilidade de atribuir faltas justificadas aos alunos que, por motivos de receio da epidemia Covid-19, queiram continuar em casa ou para aqueles que, vindos de Zhuhai ou Zhongshan, tenham de fazer quarentena. A garantia foi dada ontem na habitual conferência de imprensa sobre as medidas de combate ao coronavírus por Wong Kin Mou, representante da DSEJ. “Se os pais não quiserem que os filhos voltem às aulas podem pedir às escolas para atribuir faltas justificadas. Discutimos um tratamento flexível com os directores das escolas”, explicou. Há ainda casos “em que os alunos precisam de se submeter a quarentena por terem estado noutros locais”. “Há alunos que não podem regressar às aulas e esta flexibilidade também se aplica a estes casos”, acrescentou Wong Kin Mou. Dados ainda relativos a Janeiro, e que não foram actualizados, mostram que há cerca de três mil alunos que estudam em Macau e que estão no Interior da China, bem como 300 professores e trabalhadores das escolas. Hora de almoço No regresso às aulas, as escolas devem também cumprir regras de convivência diária, decididas entre a DSEJ e os Serviços de Saúde de Macau. “As escolas têm a sua própria forma de organização das refeições. Se tiverem uma cantina com mais espaço podem ter melhores condições. Tendo em conta o desenvolvimento da epidemia, temos uma instrução de que, durante as refeições, um estudante não deve ser colocado em frente ao outro. Apelamos a que não haja concentração de grupos, e, numa cantina com 100 pessoas, devem ser feitos diferentes horários para refeições”, adiantou Wong Kin Mou. O responsável da DSEJ tranquilizou ainda os encarregados de educação que possam ter dúvidas, uma vez que “na província de Guangdong poderá haver casos importados de outros países, mas são esporádicos”. “A situação em geral está melhor e não teremos condições para esperar até termos zero casos para recomeçar as aulas. É necessário fazer uma avaliação do risco, pois há um impacto para milhares de alunos na sua aprendizagem”, disse.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaCovid-19 | Actuação das autoridades portuguesas provoca receios em Macau Vários portugueses a residir em Macau estão preocupados com a forma como as autoridades portuguesas estão a combater a Covid-19 e há quem esteja a planear levar familiares para o território, que está sem novos casos de infecção há 35 dias. Nas redes sociais, espalham-se os avisos para que em Portugal se comece a usar máscara, à semelhança do que acontece em Macau [dropcap]S[/dropcap]em novos casos de infecção há 35 dias e sem doentes internados, Macau tornou-se no bom exemplo a nível mundial de como se deve combater o surto causado pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19. No entanto, vários portugueses a residir no território mostram-se muito preocupados com a forma como as autoridades portuguesas estão a levar a cabo os trabalhos de combate ao surto. Com 61 casos diagnosticados no país, o uso de máscara em locais públicos continua a estar longe de ser generalizado, apesar de este material ter esgotado nas farmácias. Além disso, dias antes de serem diagnosticados os primeiros casos, não havia qualquer rastreio de passageiros vindos de Itália, país que actualmente é considerado de alto risco. Nesta fase, já com 61 casos de infecção confirmados, continua a não existir rastreio de pessoas no aeroporto, uma vez que, segundo relatos feitos ao HM, não é obrigatório o preenchimento de qualquer documento sobre a origem do visitante nem é verificada a temperatura corporal à chegada. Também não é efectuado qualquer outro tipo de rastreio. O receio em Macau é tanto que há quem esteja a ponderar levar familiares para o território. É o caso de Vera Varela, cujo pai viaja para o território a 18 de Março para escapar ao coronavírus em Portugal. “Decidi pedir ao meu Pai que venha para Macau, agora que a crise epidémica chegou a Portugal, pois não vejo que o Governo português esteja a tomar as devidas precauções contra esta epidemia, o que me gera preocupação e receio”, contou ao HM. Para Vera, as medidas adoptadas pelas autoridades portuguesas não só estão atrasadas como não existe “um plano conjunto de prevenção”. “Vão sendo lançadas, escassas e atabalhoadas medidas, que serão insuficientes e tardias para evitar o colapso, especialmente, da já debilitada ‘saúde’. O meu principal receio é a ‘saúde’ dos hospitais em Portugal, que não estão preparados, há falta de médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar e de condições necessárias, nomeadamente camas e zonas de isolamento. Tenho dúvidas que haja máscaras de protecção, hazmats, monitores, ventiladores, e medicamentos suficientes, vai ser caótico e triste.” Quem também está a ponderar trazer os pais para Macau é Cristina Ferreira, jurista. “Os meus pais estão no grupo de risco e a minha irmã tem um bebé com um ano. Naturalmente que estou preocupada e sei que estariam mais seguros em Macau do que em Portugal”, disse ao HM. Para Cristina Ferreira, a sociedade portuguesa ainda não tem verdadeira consciência do perigo que acarreta o novo coronavírus. Em Macau, pelo contrário, “há consciência do perigo de contágio e um sentimento de solidariedade e de cumprimento com as medidas de prevenção”. “O respeito pelo colectivo não está a ser bem gerido devido à leviandade e à irresponsabilidade da Europa. O facto de não ter sintomas não significa que não seja portadora do vírus e não contamine o Ti Manel quando vou tomar a bica vinda do carnaval de Veneza! Não pode ser. As pessoas têm de ficar em casa durante 14 dias e aguardar sintomas reduzindo ao máximo os contactos e usando máscara ou outra protecção até passarem os 14 dias da incubação. Isto é básico e o Governo português não assume esta condição”, acrescenta a jurista. Esta terça-feira, Graças Freitas, directora-geral de Saúde, disse na Assembleia da República que “havia uma grande pressão para publicar um plano específico” para o surto de Covid-19, mas que existia um plano genérico que permitia acção imediata e a acção era a prioridade. “Não podíamos deixar de agir. Não era que não quiséssemos publicar o plano, era porque já tínhamos um que nos permitia acção. Isso foi extremamente importante para a DGS.” O primeiro esboço formal do plano de contingência da DGS foi feito a 21 de Janeiro. Negócios em crise Vanessa Amaro, empresária, não só está preocupada com a sua família em Portugal como está também preocupada com os efeitos que esta epidemia vai causar no projecto de abertura de um segundo spa em Lisboa. “Além dos receios do impacto que isso poderá ter nos meus familiares – tenho família em Guimarães e em Lisboa – também sinto que uma eventual epidemia terá efeitos catastróficos nos negócios que tenho em Portugal. Temos responsabilidades perante trabalhadores que dependem de nós para sustentar as suas famílias, e por isso caso o nosso spa venha a ser impactado, prevejo que não poderei contar com nenhum tipo de apoio financeiro para fazer face às despesas.” Também Vanessa Amaro está preocupada com a forma “leviana” como o Governo português tem levado a cabo medidas preventivas. “Tenho bastante receio de como a ameaça de epidemia tem sido gerida pelas autoridades portuguesas, principalmente depois de termos passado por esta crise de maneira tão serena em Macau. Parece-me que as decisões são tomadas de forma muito leviana e as autoridades apenas vão tendo acções relativas, mostrando muito pouca pró-actividade.” Já Sara Augusto, académica, confessa que avisou amigos em Portugal do verdadeiro impacto da epidemia que teve origem na cidade de Wuhan, China. “Dá-me a impressão que, não só as pessoas que conhecemos, mas também o Governo, não fizeram absolutamente nada. Deixou que as coisas chegassem à porta.” Com alguns amigos “cépticos” em relação a medidas preventivas como o uso de máscara e desinfectante no dia-a-dia, Sara Augusto diz ter uma “família imensa” pelo facto de os pais “terem uma vida social muito forte” numa pequena cidade perto de Viseu. “Depois de falar com uma das minhas irmãs, que é enfermeira, percebi que as pessoas, mesmo sem o Governo dizer nada, vão tomando as suas decisões. Há mais de duas semanas, a Universidade Sénior foi encerrada e não foi preciso o Governo dizer nada. Foi apenas porque alguns alunos da universidade foram a Itália e fizeram quarentena, ficaram em casa, mas a Universidade Sénior fechou por eles, não estiveram à espera”, apontou. Sara Augusto confessa estar preocupada com a saúde da população idosa, um dos grupos de risco do novo coronavírus. “Será que em Portugal as medidas estão a ser eficazes? Não sei até que ponto podem estar a ser levadas a sério. Preocupa-me também as consequências económicas, em especial o aumento da clivagem entre o interior e as grandes cidades. Achava que os meus pais estavam sossegados na aldeia, mas não tenho tanta certeza. Basta um”, confessou. Nas redes sociais, os alertas têm sido muitos. É o caso de Rita Gonçalves, professora de yoga, que decidiu chamar a atenção dos amigos que tem em Portugal. “Junto-me aos portugueses residentes em Macau/China que têm andado a partilhar este género de informação na tentativa de alertar amigos de Portugal. Bem sei que em Portugal nunca será possível montar tamanho dispositivo de ‘assepticidade’ e obediência civil [por comparação a Macau]. Mas vocês não são incapazes de tomar iniciativa e pensarem pela vossa cabeça.” Usar máscara, lavar as mãos sempre que necessário e evitar espaços congestionados são os avisos principais. “A sério pessoal. Deixem-se de piadas e posts tontos e de queixumes sobre a incompetência dos governantes. Vão à farmácia comprar máscaras por favor”, rematou. Medidas preventivas em Portugal Lavar as mãos com frequência com sabão e água e esfregar as mãos com gel alcoólico se não for possível lavar as mãos Cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel descartável sempre que for necessário. O lenço de papel deverá ser deixado no caixote do lixo. Na ausência de lenços de papel poder-se-á tossir ou espirrar para a dobra do cotovelo As pessoas que sintam tosse, febre ou dificuldades respiratórias devem permanecer em casa e não devem deslocar-se para o seu local de trabalho Evitar contacto próximo com pessoas com tosse, febre ou dificuldades respiratórias Limpar e desinfectar frequentemente objectos e superfícies de utilização comum Em caso de sintomas ou dúvidas ligar para a linha SNS 24 O uso de máscara de protecção na população em geral não está recomendado, uma vez que não há qualquer evidência de benefício do seu uso fora de estabelecimentos de saúde. Regressados de países como norte de Itália (regiões de Emigilia-Romana, Lombardia, Piemonte Veneto), China, Japão, Irão ou Singapura devem respeitar um período de isolamento de 14 dias após o seu regresso, estar atentos ao surgimento de sintomas À hora do fecho desta edição, Governo pondera encerrar todas as escolas do país, numa altura em que algumas universidades e espaços de uso comunitário, sobretudo no norte do país, fecharam portas DGS diz que está a comprar “tudo o que o mercado consegue produzir” Esta terça-feira, Graça Freitas, directora-geral de Saúde, disse na Assembleia da República que Portugal está a comprar “tudo o que o mercado consegue produzir” de equipamentos individuais de protecção para constituir uma reserva para enfrentar o surto de Covid-19. “Neste momento tudo o que o mercado consegue produzir nós temos tentado adquirir para constituir uma reserva. Essa reserva será activada de acordo com as necessidades. Há um controlo muito restrito sobre esta reserva. É o Infarmed, que é parceiro da Direcção-geral de Saúde (DGS), que está a gerir, com excelência diria eu, esta reserva, mas quando é para activar é a DGS, com cada região e com o país, todo que vê como é que pode alocar parte da reserva”, disse Graça Freitas. Sobre a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente no que diz respeito a cuidados intensivos e camas de isolamento, Graça Freitas garantiu que há margem para expansão, caso se revele necessário. “Obviamente em Portugal [os cuidados intensivos] também são um ponto de risco. Isso também não há como dizer que não são, mas há capacidade para os expandir e os hospitais estão a fazer não só levantamentos como a ver a sua capacidade de expansão em função do que estamos a aprender com os doentes e com os outros países. Neste momento a indicação que há é não só actualizar a informação da capacidade instalada, mas arranjar mecanismos para expandir essa capacidade instalada para minimizar o impacto”, disse. “Infecções ligeiras” são 80% Não quis precisar quantos quartos existem para isolamento, referindo que são “x”, mas esse número “pode ser aumentado para muito mais do que ‘x’” se necessário, uma vez que a qualquer momento “qualquer enfermaria pode passar a quarto de isolamento”. Referiu, no entanto, que cerca de 80% dos casos de Covid-19 são infecções ligeiras, que podem ser tratadas em casa. Questionada sobre se conta com o sector privado e social para a resposta ao surto, Graça Freitas garantiu que conta com todos. Questionada sobre se entende que a DGS tem na lei todos os poderes que necessita para fazer face ao surto, Graça Freitas respondeu afirmativamente. Esta sublinhou que o nível de tranquilidade da população em relação à epidemia, mesmo reconhecendo que circula muita informação que não é verdadeira, disse que não se deve chegar a um ponto em que as pessoas tenham que fazer stocks de bens e mantimentos e pediu aos portugueses que “não açambarquem”, referindo que em situações de crise é possível encontrar redes de solidariedade.
admin China / ÁsiaCovid-19 | Actuação das autoridades portuguesas provoca receios em Macau Vários portugueses a residir em Macau estão preocupados com a forma como as autoridades portuguesas estão a combater a Covid-19 e há quem esteja a planear levar familiares para o território, que está sem novos casos de infecção há 35 dias. Nas redes sociais, espalham-se os avisos para que em Portugal se comece a usar máscara, à semelhança do que acontece em Macau [dropcap]S[/dropcap]em novos casos de infecção há 35 dias e sem doentes internados, Macau tornou-se no bom exemplo a nível mundial de como se deve combater o surto causado pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19. No entanto, vários portugueses a residir no território mostram-se muito preocupados com a forma como as autoridades portuguesas estão a levar a cabo os trabalhos de combate ao surto. Com 61 casos diagnosticados no país, o uso de máscara em locais públicos continua a estar longe de ser generalizado, apesar de este material ter esgotado nas farmácias. Além disso, dias antes de serem diagnosticados os primeiros casos, não havia qualquer rastreio de passageiros vindos de Itália, país que actualmente é considerado de alto risco. Nesta fase, já com 61 casos de infecção confirmados, continua a não existir rastreio de pessoas no aeroporto, uma vez que, segundo relatos feitos ao HM, não é obrigatório o preenchimento de qualquer documento sobre a origem do visitante nem é verificada a temperatura corporal à chegada. Também não é efectuado qualquer outro tipo de rastreio. O receio em Macau é tanto que há quem esteja a ponderar levar familiares para o território. É o caso de Vera Varela, cujo pai viaja para o território a 18 de Março para escapar ao coronavírus em Portugal. “Decidi pedir ao meu Pai que venha para Macau, agora que a crise epidémica chegou a Portugal, pois não vejo que o Governo português esteja a tomar as devidas precauções contra esta epidemia, o que me gera preocupação e receio”, contou ao HM. Para Vera, as medidas adoptadas pelas autoridades portuguesas não só estão atrasadas como não existe “um plano conjunto de prevenção”. “Vão sendo lançadas, escassas e atabalhoadas medidas, que serão insuficientes e tardias para evitar o colapso, especialmente, da já debilitada ‘saúde’. O meu principal receio é a ‘saúde’ dos hospitais em Portugal, que não estão preparados, há falta de médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar e de condições necessárias, nomeadamente camas e zonas de isolamento. Tenho dúvidas que haja máscaras de protecção, hazmats, monitores, ventiladores, e medicamentos suficientes, vai ser caótico e triste.” Quem também está a ponderar trazer os pais para Macau é Cristina Ferreira, jurista. “Os meus pais estão no grupo de risco e a minha irmã tem um bebé com um ano. Naturalmente que estou preocupada e sei que estariam mais seguros em Macau do que em Portugal”, disse ao HM. Para Cristina Ferreira, a sociedade portuguesa ainda não tem verdadeira consciência do perigo que acarreta o novo coronavírus. Em Macau, pelo contrário, “há consciência do perigo de contágio e um sentimento de solidariedade e de cumprimento com as medidas de prevenção”. “O respeito pelo colectivo não está a ser bem gerido devido à leviandade e à irresponsabilidade da Europa. O facto de não ter sintomas não significa que não seja portadora do vírus e não contamine o Ti Manel quando vou tomar a bica vinda do carnaval de Veneza! Não pode ser. As pessoas têm de ficar em casa durante 14 dias e aguardar sintomas reduzindo ao máximo os contactos e usando máscara ou outra protecção até passarem os 14 dias da incubação. Isto é básico e o Governo português não assume esta condição”, acrescenta a jurista. Esta terça-feira, Graças Freitas, directora-geral de Saúde, disse na Assembleia da República que “havia uma grande pressão para publicar um plano específico” para o surto de Covid-19, mas que existia um plano genérico que permitia acção imediata e a acção era a prioridade. “Não podíamos deixar de agir. Não era que não quiséssemos publicar o plano, era porque já tínhamos um que nos permitia acção. Isso foi extremamente importante para a DGS.” O primeiro esboço formal do plano de contingência da DGS foi feito a 21 de Janeiro. Negócios em crise Vanessa Amaro, empresária, não só está preocupada com a sua família em Portugal como está também preocupada com os efeitos que esta epidemia vai causar no projecto de abertura de um segundo spa em Lisboa. “Além dos receios do impacto que isso poderá ter nos meus familiares – tenho família em Guimarães e em Lisboa – também sinto que uma eventual epidemia terá efeitos catastróficos nos negócios que tenho em Portugal. Temos responsabilidades perante trabalhadores que dependem de nós para sustentar as suas famílias, e por isso caso o nosso spa venha a ser impactado, prevejo que não poderei contar com nenhum tipo de apoio financeiro para fazer face às despesas.” Também Vanessa Amaro está preocupada com a forma “leviana” como o Governo português tem levado a cabo medidas preventivas. “Tenho bastante receio de como a ameaça de epidemia tem sido gerida pelas autoridades portuguesas, principalmente depois de termos passado por esta crise de maneira tão serena em Macau. Parece-me que as decisões são tomadas de forma muito leviana e as autoridades apenas vão tendo acções relativas, mostrando muito pouca pró-actividade.” Já Sara Augusto, académica, confessa que avisou amigos em Portugal do verdadeiro impacto da epidemia que teve origem na cidade de Wuhan, China. “Dá-me a impressão que, não só as pessoas que conhecemos, mas também o Governo, não fizeram absolutamente nada. Deixou que as coisas chegassem à porta.” Com alguns amigos “cépticos” em relação a medidas preventivas como o uso de máscara e desinfectante no dia-a-dia, Sara Augusto diz ter uma “família imensa” pelo facto de os pais “terem uma vida social muito forte” numa pequena cidade perto de Viseu. “Depois de falar com uma das minhas irmãs, que é enfermeira, percebi que as pessoas, mesmo sem o Governo dizer nada, vão tomando as suas decisões. Há mais de duas semanas, a Universidade Sénior foi encerrada e não foi preciso o Governo dizer nada. Foi apenas porque alguns alunos da universidade foram a Itália e fizeram quarentena, ficaram em casa, mas a Universidade Sénior fechou por eles, não estiveram à espera”, apontou. Sara Augusto confessa estar preocupada com a saúde da população idosa, um dos grupos de risco do novo coronavírus. “Será que em Portugal as medidas estão a ser eficazes? Não sei até que ponto podem estar a ser levadas a sério. Preocupa-me também as consequências económicas, em especial o aumento da clivagem entre o interior e as grandes cidades. Achava que os meus pais estavam sossegados na aldeia, mas não tenho tanta certeza. Basta um”, confessou. Nas redes sociais, os alertas têm sido muitos. É o caso de Rita Gonçalves, professora de yoga, que decidiu chamar a atenção dos amigos que tem em Portugal. “Junto-me aos portugueses residentes em Macau/China que têm andado a partilhar este género de informação na tentativa de alertar amigos de Portugal. Bem sei que em Portugal nunca será possível montar tamanho dispositivo de ‘assepticidade’ e obediência civil [por comparação a Macau]. Mas vocês não são incapazes de tomar iniciativa e pensarem pela vossa cabeça.” Usar máscara, lavar as mãos sempre que necessário e evitar espaços congestionados são os avisos principais. “A sério pessoal. Deixem-se de piadas e posts tontos e de queixumes sobre a incompetência dos governantes. Vão à farmácia comprar máscaras por favor”, rematou. Medidas preventivas em Portugal Lavar as mãos com frequência com sabão e água e esfregar as mãos com gel alcoólico se não for possível lavar as mãos Cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel descartável sempre que for necessário. O lenço de papel deverá ser deixado no caixote do lixo. Na ausência de lenços de papel poder-se-á tossir ou espirrar para a dobra do cotovelo As pessoas que sintam tosse, febre ou dificuldades respiratórias devem permanecer em casa e não devem deslocar-se para o seu local de trabalho Evitar contacto próximo com pessoas com tosse, febre ou dificuldades respiratórias Limpar e desinfectar frequentemente objectos e superfícies de utilização comum Em caso de sintomas ou dúvidas ligar para a linha SNS 24 O uso de máscara de protecção na população em geral não está recomendado, uma vez que não há qualquer evidência de benefício do seu uso fora de estabelecimentos de saúde. Regressados de países como norte de Itália (regiões de Emigilia-Romana, Lombardia, Piemonte Veneto), China, Japão, Irão ou Singapura devem respeitar um período de isolamento de 14 dias após o seu regresso, estar atentos ao surgimento de sintomas À hora do fecho desta edição, Governo pondera encerrar todas as escolas do país, numa altura em que algumas universidades e espaços de uso comunitário, sobretudo no norte do país, fecharam portas DGS diz que está a comprar “tudo o que o mercado consegue produzir” Esta terça-feira, Graça Freitas, directora-geral de Saúde, disse na Assembleia da República que Portugal está a comprar “tudo o que o mercado consegue produzir” de equipamentos individuais de protecção para constituir uma reserva para enfrentar o surto de Covid-19. “Neste momento tudo o que o mercado consegue produzir nós temos tentado adquirir para constituir uma reserva. Essa reserva será activada de acordo com as necessidades. Há um controlo muito restrito sobre esta reserva. É o Infarmed, que é parceiro da Direcção-geral de Saúde (DGS), que está a gerir, com excelência diria eu, esta reserva, mas quando é para activar é a DGS, com cada região e com o país, todo que vê como é que pode alocar parte da reserva”, disse Graça Freitas. Sobre a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente no que diz respeito a cuidados intensivos e camas de isolamento, Graça Freitas garantiu que há margem para expansão, caso se revele necessário. “Obviamente em Portugal [os cuidados intensivos] também são um ponto de risco. Isso também não há como dizer que não são, mas há capacidade para os expandir e os hospitais estão a fazer não só levantamentos como a ver a sua capacidade de expansão em função do que estamos a aprender com os doentes e com os outros países. Neste momento a indicação que há é não só actualizar a informação da capacidade instalada, mas arranjar mecanismos para expandir essa capacidade instalada para minimizar o impacto”, disse. “Infecções ligeiras” são 80% Não quis precisar quantos quartos existem para isolamento, referindo que são “x”, mas esse número “pode ser aumentado para muito mais do que ‘x’” se necessário, uma vez que a qualquer momento “qualquer enfermaria pode passar a quarto de isolamento”. Referiu, no entanto, que cerca de 80% dos casos de Covid-19 são infecções ligeiras, que podem ser tratadas em casa. Questionada sobre se conta com o sector privado e social para a resposta ao surto, Graça Freitas garantiu que conta com todos. Questionada sobre se entende que a DGS tem na lei todos os poderes que necessita para fazer face ao surto, Graça Freitas respondeu afirmativamente. Esta sublinhou que o nível de tranquilidade da população em relação à epidemia, mesmo reconhecendo que circula muita informação que não é verdadeira, disse que não se deve chegar a um ponto em que as pessoas tenham que fazer stocks de bens e mantimentos e pediu aos portugueses que “não açambarquem”, referindo que em situações de crise é possível encontrar redes de solidariedade.
Hoje Macau China / Ásia MancheteCovid-19 | Organização Mundial de Saúde declara pandemia [dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou hoje a doença Covid-19 como pandemia. “Podemos esperar que o número de casos, mortes e países afectados aumente”, afirmou o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. A OMS justifica a declaração de pandemia com “níveis alarmantes de propagação e inação”. “Os países podem ainda mudar o curso desta pandemia se detetarem, testarem, tratarem, isolarem, rastrearem e mobilizarem as pessoas na resposta”, ressalvou Tedros Adhanom Ghebreyesus, na sede da OMS, em Genebra, na Suíça. O vírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19, teve origem em Dezembro na cidade de Wuhan, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos entre cerca de 117 mil pessoas infectadas numa centena de países e territórios.
admin China / Ásia MancheteCovid-19 | Organização Mundial de Saúde declara pandemia [dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou hoje a doença Covid-19 como pandemia. “Podemos esperar que o número de casos, mortes e países afectados aumente”, afirmou o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. A OMS justifica a declaração de pandemia com “níveis alarmantes de propagação e inação”. “Os países podem ainda mudar o curso desta pandemia se detetarem, testarem, tratarem, isolarem, rastrearem e mobilizarem as pessoas na resposta”, ressalvou Tedros Adhanom Ghebreyesus, na sede da OMS, em Genebra, na Suíça. O vírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19, teve origem em Dezembro na cidade de Wuhan, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos entre cerca de 117 mil pessoas infectadas numa centena de países e territórios.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Macau vai obrigar a exame médico quem tenha estado na Noruega nos últimos 14 dias [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau anunciou hoje que, a partir das 12h00 de quinta-feira, quem tenha estado na Noruega nos 14 dias anteriores à entrada no território será sujeito a exame médico. “A partir das 12:00 do dia 12 de Março de 2020, passa a exigir a todos os indivíduos que tenham estado na Noruega, nos 14 dias anteriores à entrada em Macau, que sejam sujeitos a exame médico”, detalhou em comunicado o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus de Macau. A razão desta tomada de decisão tem a ver com a recente “evolução epidémica do coronavírus Covid-19 na Noruega, que se tornou mais grave”, explicaram as autoridades de Macau. “O Centro de Coordenação de Contingência de Novo Tipo de Coronavírus alerta que os infractores podem estar sujeitos a medidas de isolamento compulsório, além da sua responsabilidade criminal”, frisaram as autoridades. Segundos os últimos dados oficiais disponibilizados pelo Instituto Norueguês de Saúde Pública no seu site, na terça-feira, foram confirmados mais 85 casos de novo coronavírus “nas últimas 24 horas, perfazendo um total de 277”. Horas antes, na conferência de imprensa diária das autoridades de Macau sobre o Covid-19, O Governo de Macau disse estar a ponderar colocar mais países europeus na lista de alta incidência epidémica de Covid-19 e assim impor uma quarentena de 14 dias a quem tenha estado nesses países. Esta afirmação surge um dia depois de ter entrado em vigor a imposição de uma quarentena de 14 dias para quem tenha estado na Alemanha, Espanha, França ou Japão nos 14 dias anteriores à entrada em Macau, território que há 36 dias que não regista casos novos de infecção. Esta medida vigora também, há algumas semanas, para as pessoas provenientes da Coreia do Sul de Itália e do Irão.