João Luz Manchete SociedadeTurismo | Quase 17 milhões visitaram Macau no primeiro semestre Durante os primeiros seis meses de 2024, 16,729 milhões de turistas escolheram Macau como destino turístico, segundos dados provisórios, total correspondente a um aumento anual de 43,6 por cento. O volume de turistas aproximou-se dos níveis de 2019. Visitantes internacionais mais que duplicaram Macau está a regressar à velha forma, retomando o lugar de um dos destinos de eleição desta parte do globo. Segundo dados provisórios adiantados ontem pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), entre Janeiro e Junho deste ano entraram em Macau cerca de 16,729 milhões de visitantes, uma média diária de perto de 92 mil (91.918). O total dos turistas que visitaram Macau no primeiro semestre de 2024 representa “um aumento de 43,6 por cento face ao período homólogo de 2023 e um regresso ao nível de 82,5 por cento registado no mesmo período de 2019”, antes da pandemia afectar severamente o sector. A DST refere que o “número que está de acordo com as expectativas”. A direcção de serviços liderada por Helena de Senna Fernandes realça ainda o “aumento significativo do número de visitantes em excursões internacionais”. Nos primeiros seis meses de 2024 entraram em Macau cerca de 1,17 milhões de visitantes internacionais, um aumento anual de 146,4 por cento, tendo sido retomado o nível de 67,2 por cento da primeira metade de 2019. Por outro lado, de acordo com os dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), nos primeiros cinco meses deste ano, 928 mil visitantes chegaram a Macau em excursões, ou seja, mais 230 por cento em termos anuais. Neste capítulo, o Governo destaca o aumento de 14 vezes do número de visitantes em excursões internacionais, que chegou a 88 mil. Segunda parte Em termos de ocupação hoteleira, a DST recorda que entre Janeiro e Maio deste ano, a taxa média de ocupação se fixou em 84,3 por cento, uma subida de 7,7 por cento face ao mesmo período de 2023 e menos 7,2 pontos percentuais do que em 2019 (quando a taxa média de ocupação foi de 91,5 por cento). “O número de hóspedes dos hotéis voltou a ser mais expressivo, com 6.135.000 entre Janeiro e Maio de 2024, mais 25 por cento do que no período homólogo de 2023 e mais 6 porcento do que no mesmo período de 2019”, indicou ontem a DST em comunicado. Em relação à segunda metade do ano, a DST começa por enaltecer as “medidas de apoio do Governo Central a Macau”, nomeadamente o alargamento dos programas de vistos individuais a mais cidades do Interior da China, e indica uma série de actividades programadas para os meses que se seguem. “No segundo semestre deste ano, uma série de actividades comemorativas do 25.º Aniversário do Estabelecimento da RAEM serão realizadas, incluindo o 32.º Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau, a corrida de bandejas do Dia Mundial do Turismo 2024, o Iluminar Macau 2024 e o espectáculo de fogo-de-artifício em celebração do 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM, entre outros”.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteTurismo | Viagens domésticas na China continuam a dominar face a 2019 Um relatório do Mastercard Economics Institute destaca que o turismo doméstico na China ultrapassou as viagens internacionais. Por outro lado, o Japão atingiu níveis históricos no turismo graças à desvalorização do iene, atraindo mais de três milhões de estrangeiros em Março. Aqui mais perto, Hong Kong conseguiu estadias mais prolongadas Depois de muito tempo com quarentenas prolongadas e fecho de fronteiras que impossibilitaram viagens internacionais, os cidadãos chineses habituaram-se a ir para fora cá dentro, uma vez que os dados relativos às viagens domésticas continuam a superar os das viagens internacionais. Segundo o mais recente relatório do Mastercard Economics Institute (MEI) sobre o sector global do turismo, divulgado na última quinta-feira, “a dinâmica de viagens da China continental mudou, com maior importância [do turismo] a nível interno, uma vez que há uma maior percentagem de passageiros da China que viaja no seu país”, lê-se. O relatório, intitulado “Travel Trends 2024: Breaking Boundaries” [Tendências de Viagem 2024: Quebrando Barreiras], que analisa 74 mercados e 13 só na região da Ásia-Pacífico, refere que um maior número de viagens domésticas constituiu “um impulso para as empresas locais da China”. No primeiro trimestre deste ano, as viagens domésticas estavam 15 por cento acima dos níveis registados em igual período de 2019, antes da pandemia, o que significa que o “tráfego doméstico de passageiros se normalizou totalmente”. O relatório do MEI conclui que “o tráfego internacional deverá recuperar mais tarde”, tendo em conta os dados fornecidos pela Administração da Aviação Civil da China. O tráfego turístico internacional “ainda não recuperou e está actualmente 19,7 por cento abaixo dos níveis de 2019”, também no que diz respeito ao primeiro trimestre deste ano. O MEI descreve que “a história do turismo doméstico [na China] é positiva, com a procura a exceder os níveis de 2019”. Este facto “pode atribuir-se parcialmente a uma mudança nas preferências por destinos domésticos à medida que o interesse no turismo local se expande”. Assim, “as quotas de tráfego de passageiros na China continental reformularam-se nos últimos anos, com ênfase no turismo interno”. A maior recuperação de viagens domésticas no país em relação a voos internacionais fez com que “mercados historicamente dependentes dos viajantes da China continental tenham registado uma mudança de quota correspondente a favor dos viajantes dos Estados Unidos, Europa e resto da Ásia-Pacífico”, lê-se no relatório. Estadias mais prolongadas O relatório, que não menciona Macau, dá ainda conta do aumento do número de estadias em algumas regiões da Ásia-Pacífico (APAC), nomeadamente Hong Kong. Nesta zona do globo, os turistas “estão a prolongar as viagens em média de 1,2 dias até um total de 7,4 dias, motivados por destinados baratos, climas quentes e taxas de câmbio favoráveis”. O MEI aponta que em 2019 a média de estadias era de 6,1 dias por viagem. No caso específico de Hong Kong, “os visitantes estrangeiros estão a permanecer [no território] uma média de 6,4 dias, um aumento, em média, de 1,1 dia em relação a 2019”. O relatório dá conta que, para este ano, é esperado um crescimento adicional em termos da média diária de estadias relacionado com as isenções de vistos na região da Ásia-Pacífico, “tal como um aumento da capacidade de voos internacionais que irão beneficiar destinos como Singapura, Malásia e Tailândia”. “Entre os destinos da APAC com um maior aumento da duração de viagens entre 2019 e 2024 foi a Índia, com mais dois dias, o Vietname, com dois dias mais, e Indonésia, com uma média de 1,9 dias”. Além disso, as estadias no Japão aumentaram, em média, 1,4 dias, “em grande parte devido à fraca inflação dos preços de quartos de hotel durante este período, em comparação com outros mercados”. Bendito iene Relativamente ao Japão, o país está a posicionar-se como um dos maiores destinos turísticos da APAC e do mundo. O fluxo de turistas tem atingido nos últimos meses números recorde devido, em grande parte, à desvalorização do Iene. O relatório descreve que “o Japão tem constituído uma das histórias mais interessantes no sector das viagens deste ano”, com “um fluxo recorde de passageiros impulsionados pelo iene historicamente fraco, o mais baixo registado desde Março de 1990″. Prova do impacto positivo da desvalorização do iene no turismo é o facto de o país do “sol nascente” ter recebido em Março mais de três milhões de turistas estrangeiros (3 081 600), o número “mais elevado de sempre”, tendo em conta que “nem sequer chegámos ao pico da época de viagens”, destaca o relatório. Pelo contrário, “as chegadas de visitantes da China ao Japão diminuíram cerca de 36,5 por cento em relação aos níveis registados em 2019”. Em termos globais, este ano arrancou “com um forte crescimento no sector das viagens”, não apenas “em termos de despesas [dos turistas], mas também do número de pessoas que viajam”. Registou-se, nos primeiros três meses do ano, “um máximo histórico de cerca de 15,9 milhões de americanos que viajaram internacionalmente”, além de que os grandes eventos “estão a impulsionar as tendências de viagem”, como concertos ou competições desportivas. Além do Japão, países como a Irlanda e Roménia “registaram o maior crescimento na percentagem de despesas de turistas em relação ao ano passado”. Estadias mais prolongadas Em todo o mundo verificou-se, nos últimos meses, que “os viajantes estão a prolongar as suas viagens em cerca de um dia, em média”, em relação “ao que era normal antes da covid-19”. Neste caso, as regiões do Médio Oriente e África são as que “mais têm beneficiado com esta tendência, ambas com cerca de dois dias extra incluídos no destino”. Já os Estados Unidos “têm beneficiado menos desta nova tendência, registando um aumento menor na duração das viagens prolongadas”. No que diz respeito ao panorama do consumo, é certo que “os preços [do turismo] continuam elevados, mas o sector das viagens está bem posicionado com um consumidor resiliente”. “Na indústria de viagens e lazer, os preços ao consumidor, especialmente na indústria hoteleira, permanecem elevados em relação aos níveis anteriores à pandemia. Com preços elevados, verificámos que há um número crescente de consumidores a procurar viagens mais económicas.” O MEI explica que os preços elevados se explicam por uma “combinação de capacidade limitada, escassez de oferta e custos laborais elevados”, com exemplos adicionais de “escassez de aviões, pilotos e o aumento generalizado do crescimento dos salários reais”. Há ainda o factor “pressão da procura”, quando há mais turistas a viajar do que a oferta disponível. Assim, o MEI estima, para este ano, que se continue a registar inflação no turismo “induzida pela procura ao longo do ano, em parte devido à economia baseada em experiências e grande extensão das intenções de viagem”. Na área da hotelaria, “os quartos vão continuar a estar totalmente reservados, o que constitui um alívio para hotéis e motéis que ficaram gravemente afectados pelos encerramentos prolongados nos anos de 2020 a 2022”. Em termos gerais, “os preços vão permanecer elevados no sector das viagens, lazer e hotelaria, mas não de forma preocupante”. Munique no top O turismo é, por sua vez, cada vez mais pautado por experiências. “Os viajantes a nível mundial continuam a dar prioridade às experiências. Gastaram mais em vida nocturna e menos em compras a retalho, sector que recuperou a um ritmo mais lento”, descreve-se no relatório. A análise do MEI traça ainda o top 10 dos destinos mais populares para este Verão, com base nos dados de marcações de hotéis e viagens. Munique, na Alemanha, será o destino mais popular para este Verão, tendo em conta que o país vai receber o campeonato europeu de futebol, o EURO 2024. O jogo de abertura será nesta cidade. Segue-se Tóquio, no Japão, tendo em conta “o iene historicamente fraco e um ano inteiro sem restrições” no contexto da pandemia. Em terceiro lugar surge Tirana, capital da Albânia, “que fica a uma curta distância de carro de muitos hotéis costeiros e é muito mais económica em comparação com os principais centros turísticos de outros países europeus”. No top 10 entram ainda Nice, Cancun, Bali, Banguecoque, a ilha de Corfu e Aruba, uma pequena ilha no mar das Caribe.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeAssociações acreditam em recuperação plena do turismo Chegado o fim-de-semana da Páscoa esperam-se números bem-sucedidos do turismo. Helena de Senna Fernandes, directora da Direcção dos Serviços de Turismo, prevê a vinda de 65 mil visitantes por dia. Ao HM, Luís Herédia, presidente da Associação de Hotéis de Macau, fala de uma “perspectiva positiva” para os números do turismo nos próximos dias, adiantando que o sector deverá continuar em recuperação pós-pandemia até 2025. “Estamos ainda numa aprendizagem, mas estamos melhor. O recrutamento [de empregados para o sector do turismo e hotelaria] correu bem, com grande apoio das autoridades. É um processo que já acontecia antes, mas é sempre trabalhoso e exigente.” “Temos o mercado muito forte da China, sobretudo de Cantão, que exige uma série de aptidões, sobretudo linguísticas, mas temos de estar munidos para a aposta do mercado internacional que Macau está a fazer. Este ano vai ser importante e a recuperação total do sector irá até 2025”, apontou. Luís Herédia fala ainda de “novos desafios” tendo em conta a emergência “em força de outros mercados”, como Dubai, Singapura ou outras regiões asiáticas. Diversão precisa-se Para o académico Glenn Mccartney, especialista em turismo da Universidade de Macau, importa olhar se os números de turistas se traduzem num maior número de noites em Macau e, consequentemente, em mais gastos, para que haja “um impacto económico mais amplo em toda a cidade e não apenas nos pontos turísticos mais populares”. O responsável diz ainda ser necessário uma maior aposta no entretenimento nocturno. “Discuti recentemente a necessidade de desenvolvimento de uma economia nocturna em Macau, sendo que grande parte da qual depende do entretenimento. Por isso, o desenvolvimento do entretenimento de Macau deve considerar a possibilidade de o fazer evoluir para uma estratégia de vida nocturna”, rematou.
Jorge Rodrigues Simão Perspectivas VozesMacau e o turismo de massas “Mass tourism is a complex and multifaceted phenomenon that has significant implications for society, the environment, and the global economy.” Mass Tourism in a Small World – David Harrison and Richard Sharpley O turismo de massas tornou-se uma indústria predominante no mundo moderno, com milhões de pessoas a viajar todos os anos para diferentes destinos em busca de lazer, descontracção e experiências culturais. Embora o turismo de massas traga benefícios económicos a muitos países e comunidades locais, também tem uma série de efeitos nocivos para o ambiente, as culturas locais e as estruturas sociais. O turismo de massas, tal como o conhecemos actualmente, tem as suas raízes na revolução industrial dos séculos XVIII e XIX. A revolução industrial trouxe mudanças significativas nos transportes, tornando mais fácil e mais económico para as pessoas viajarem longas distâncias. Os navios a vapor e os caminhos-de-ferro tornaram possível aos cidadãos comuns explorar novos locais e conhecer culturas diferentes, o que levou ao aparecimento da indústria do turismo. Um dos principais acontecimentos que moldaram o desenvolvimento do turismo de massas foi a invenção do pacote turístico em meados do século XIX. Thomas Cook, um empresário britânico, é frequentemente considerado o responsável pela organização do primeiro pacote turístico em 1841, levando um grupo de pessoas numa viagem de comboio de Leicester a Loughborough. Este facto marcou o início do turismo organizado, tendo Cook expandido mais tarde o seu negócio para oferecer viagens ao estrangeiro. Outro acontecimento importante na história do turismo de massas foi a introdução das viagens aéreas em massa em meados do século XX. O desenvolvimento das companhias aéreas comerciais e o aumento do rendimento disponível conduziram a um aumento nas viagens internacionais, com mais pessoas do que nunca a poderem visitar destinos longínquos. Este período assistiu ao aparecimento de agências de viagens e de operadores turísticos, que responderam à procura crescente de experiências de viagem. Para além de Thomas Cook, houve várias personalidades importantes que desempenharam um papel significativo no desenvolvimento do turismo de massas. Um desses indivíduos é Jost Krippendorf, um sociólogo alemão conhecido pelo seu trabalho sobre os impactos sociais do turismo. A investigação de Krippendorf destacou os efeitos negativos do turismo nas comunidades locais, incluindo a deslocação social, a mercantilização cultural e a degradação ambiental. Outra figura influente no domínio do turismo de massas é Rachel Carson, uma bióloga marinha e conservacionista americana. O livro inovador de Carson, “Silent Spring”, publicado em 1962, chamou a atenção para os efeitos nocivos dos pesticidas no ambiente e salientou a necessidade de práticas de turismo sustentável. O seu trabalho ajudou a aumentar a sensibilização para o impacto das actividades humanas no mundo natural e inspirou uma geração de activistas ambientais. O crescimento do turismo de massas teve uma série de efeitos na sociedade, tanto positivos como negativos. Do lado positivo, o turismo de massas trouxe benefícios económicos a muitos países, criando empregos, gerando receitas e dinamizando as economias locais. O turismo também ajudou a preservar o património cultural e as tradições, uma vez que as comunidades locais dependem frequentemente do turismo para obterem rendimentos e apoio. No entanto, os impactos negativos do turismo de massas não podem ser ignorados. Um dos principais problemas associados ao turismo de massas é o excesso de turismo, em que os destinos populares ficam sobrelotados e sobrecarregados de visitantes. O excesso de turismo pode levar à degradação ambiental, à erosão cultural e a tensões sociais, uma vez que os habitantes locais podem sentir-se marginalizados ou deslocados pelo afluxo de turistas. Além disso, o turismo de massas pode ter efeitos negativos no ambiente natural, incluindo a poluição, a destruição de habitats e a perturbação da vida selvagem. As actividades turísticas, como caminhadas, mergulho e observação da vida selvagem, podem exercer pressão sobre ecossistemas frágeis e contribuir para o declínio da biodiversidade. Em destinos turísticos populares, o desenvolvimento de infra-estruturas e os projectos de construção em grande escala podem prejudicar ainda mais o ambiente e perturbar as paisagens naturais. Existem várias perspectivas sobre o tema do turismo de massas, com algumas pessoas a defenderem que é prejudicial e outras a afirmarem que é benéfico. Os defensores do turismo de massas apontam frequentemente para os benefícios económicos que o turismo traz, como a criação de emprego, a geração de receitas e o desenvolvimento de infra-estruturas. Argumentam que o turismo pode ajudar a aliviar a pobreza, promover o intercâmbio cultural e fomentar a compreensão entre diferentes sociedades. Por outro lado, os críticos do turismo de massas manifestam preocupações quanto aos seus impactos negativos no ambiente, nas culturas locais e nas estruturas sociais. Argumentam que o turismo pode levar à degradação ambiental, à mercantilização cultural e à erosão dos modos de vida tradicionais. Em muitos casos, o desenvolvimento do turismo tem sido impulsionado por motivos de lucro, com pouca consideração pelas consequências a longo prazo para as comunidades e os ecossistemas. O turismo de massas é de facto prejudicial, pois tem uma série de efeitos negativos na sociedade, no ambiente e nas comunidades locais. A procura do lucro e do crescimento económico tem sido frequentemente feita à custa da sustentabilidade ambiental, da equidade social e da preservação cultural. O excesso de turismo em destinos populares conduziu a uma série de problemas, incluindo a poluição, o congestionamento e a perda de autenticidade. Para resolver estas questões, é essencial adoptar uma abordagem mais sustentável do turismo que equilibre o desenvolvimento económico com a protecção do ambiente e a responsabilidade social. Tal pode implicar a limitação do número de visitantes em zonas sensíveis, o investimento em infra-estruturas ecológicas, a promoção de práticas de viagem responsáveis e a participação das comunidades locais na tomada de decisões em matéria de turismo. Os diversos sectores da sociedade devem trabalhar em conjunto para encontrar soluções para os desafios do turismo de massas, podendo garantir que as gerações futuras possam continuar a usufruir dos benefícios das viagens sem causar danos ao mundo que nos rodeia. O futuro do turismo de massas será moldado pelas mudanças nas preferências dos consumidores, pelos avanços tecnológicos e pelas tendências globais. À medida que os viajantes se tornam cada vez mais conscientes do seu impacto no ambiente e nas comunidades locais, há uma procura crescente de opções de turismo sustentável e responsável. Esta tendência é susceptível de impulsionar o desenvolvimento de alojamentos ecológicos, programas de compensação de carbono e experiências baseadas na natureza que dão prioridade à conservação e à preservação cultural. Além disso, os avanços na tecnologia, como a realidade virtual e a inteligência artificial, estão a abrir novas possibilidades para a indústria do turismo. Visitas virtuais, experiências imersivas e recomendações personalizadas estão a mudar a forma como as pessoas planeiam e vivenciam as suas viagens, tornando estas mais acessíveis e envolventes para um público mais vasto. O aumento do nomadismo digital e do trabalho remoto também está a esbater as fronteiras entre viagens e trabalho, à medida que mais pessoas procuram combinar lazer e produtividade em locais exóticos. O turismo de massas em Macau tem sido um tema de controvérsia nos últimos anos, com muitos a defenderem que os seus impactos negativos superam os benefícios. Macau tem uma longa história de turismo, que remonta à colonização portuguesa da região no século XVI. A cidade tornou-se rapidamente um destino popular para comerciantes e viajantes devido à sua localização estratégica no delta do rio das Pérolas. No século XIX, Macau registou um “boom” turístico, tornando-se conhecida como o “Monte Carlo do Oriente”, com os seus casinos e hotéis de luxo a atraírem visitantes de todo o mundo. Um dos principais acontecimentos que marcaram o turismo em Macau foi a transferência da cidade de Portugal para a China em 20 de Dezembro de 1999. Este acontecimento marcou uma nova era para Macau, que se tornou uma Região Administrativa Especial da China com o seu próprio sistema político e económico. A transferência de soberania também abriu novas oportunidades para o turismo em Macau, uma vez que os visitantes chineses passaram a ter um acesso mais fácil à cidade. Outro acontecimento importante que teve impacto no turismo em Macau foi a legalização do jogo no início da década de 2000. Este facto levou a um aumento da construção de novos casinos e resorts, transformando Macau num importante centro de jogo na Ásia. O afluxo de turistas, em particular da China continental, impulsionou uma rápida expansão da indústria do turismo em Macau. Várias personalidades desempenharam um papel importante na formação da indústria do turismo em Macau. Uma delas foi Stanley Ho, o fundador da SJM Holdings, uma das maiores empresas de jogo de Macau. Ho desempenhou um papel essencial na transformação de Macau num destino de jogo e na atracção de turistas de todo o mundo. Embora o turismo de massas tenha trazido benefícios económicos a Macau, também teve vários impactos negativos na cidade. Um dos principais problemas é a pressão que o turismo de massas tem exercido sobre as infra-estruturas e os recursos da cidade. O afluxo de turistas provocou a sobrelotação, o congestionamento do tráfego quer automóvel, quer pedonal inimaginável (com ruas cortadas, turistas controlados nas áreas de acesso a monumentos classificados pela UNESCO como as ruínas de S. Paulo e muitos outros locais) e à degradação ambiental em Macau. Macau não se deve tornar numa segunda Veneza ou Barcelona. Outro impacto negativo do turismo de massas em Macau é a deslocação dos residentes locais conduzindo à desigualdade social e à perda do património cultural da cidade. A Directora da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau tem-se concentrado na diversificação da oferta turística da cidade, promovendo o turismo cultural e patrimonial para além do jogo. Os seus esforços têm ajudado a atrair um leque mais diversificado de visitantes a Macau, mas não é o suficiente tendo de ser formuladas políticas públicas intersectoriais entre o turismo, protecção do ambiente e desenvolvimento social. É preciso mais zonas verdes e menos cimento. Há várias perspectivas diferentes sobre a questão do turismo de massas em Macau. Alguns defendem que o turismo de massas é necessário para o crescimento e desenvolvimento económico da cidade, trazendo as receitas necessárias e criando emprego. Outros defendem que o turismo de massas tem conduzido a um desenvolvimento excessivo e à degradação ambiental, prejudicando o património cultural e a qualidade de vida da cidade. Uma das perspectivas é a dos residentes locais, que têm suportado o peso dos impactos negativos do turismo de massas em Macau. A construção de novos empreendimentos que são destinados aos turistas, de quase nada parecem beneficiar os residentes, bem como a comunidade local. Este facto tem o efeito de poder provocar ressentimentos entre os residentes, que se sentem marginalizados na sua própria cidade. O lado positivo do turismo de massas trouxe prosperidade económica à cidade, criando empregos e estimulando o crescimento da indústria do turismo. O afluxo de turistas levou também a melhorias nas infra-estruturas e equipamentos, tornando Macau um destino mais atractivo para os visitantes. No entanto, o turismo de massas em Macau tem também aspectos negativos. A cidade tornou-se demasiado dependente do turismo como principal fonte de rendimento, o que a torna vulnerável às flutuações da economia mundial. A preocupação em satisfazer as necessidades dos turistas também levou a uma perda de identidade cultural e de património em Macau. Olhando para o futuro, existem vários potenciais desenvolvimentos futuros relacionados com o turismo de massas em Macau. Uma tendência possível é uma mudança para práticas de turismo mais sustentáveis e responsáveis, à medida que a cidade procura equilibrar o crescimento económico com a protecção ambiental e a preservação cultural. Isto poderá implicar a promoção de formas alternativas de turismo, como o ecoturismo e o turismo patrimonial, mais que o turismo de saúde muito difícil de implementar, para diversificar a base de visitantes da cidade. Outro desenvolvimento potencial é a expansão contínua da indústria do turismo em Macau, com novos hotéis, resorts e locais de entretenimento a serem desenvolvidos para satisfazer a procura crescente, não esquecendo que as infra-estruturas turísticas devem servir também os residentes locais. Esta situação poderá agravar ainda mais os problemas de sobrelotação e degradação ambiental na cidade, a menos que sejam tomadas medidas para gerir o impacto do turismo de massas. A diversificação das actividades económicas é urgente e não confundível com a abertura de apenas estabelecimentos de comidas e bebidas, venda de frutas e legumes e bugigangas, para farmácias e agências imobiliárias que têm uma grande quota-parte de responsabilidade pela especulação imobiliária em crescimento, após a acalmia da política zero. Será impossível existir desenvolvimento económico sustentável sem algum dirigismo governamental a menos que se queira cair no capitalismo selvagem e do mercado livre anárquico que Milton Friedman e Rose Friedman descrevem no “Free to Choose: A Personal Statement”, que Hong Kong tão bem conhece e com os graves prejuízos que daí advêm.
Hoje Macau Manchete SociedadeTurismo | Recebidos 28,2 milhões de visitantes em 2023 Macau recebeu em 2023 mais de 28,2 milhões de visitantes, cinco vezes mais do que no ano anterior e um valor que representa 71,6 por cento do registado antes do início da pandemia de covid-19, foi ontem anunciado. Quase metade dos visitantes (perto de 14 milhões) chegaram em excursões organizadas e passaram menos de um dia na região chinesa, de acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os dados oficiais mostram ainda que 93 por cento dos turistas que entraram em Macau vieram da China ou Hong Kong, enquanto o território recebeu 1,5 milhões de visitantes internacionais – categoria que não inclui Taiwan –, menos de metade do registado em 2019. Macau recebeu só em Dezembro 2,9 milhões de visitantes, sete vezes mais do que em igual mês de 2022 e 4,5 por cento menos do que em Dezembro de 2019. O território recebeu quase 679.600 turistas na época de Natal, entre o aniversário da transição, a 20 de Dezembro, e 26 de Dezembro, dez vezes mais do que em igual período de 2022, de acordo com a Polícia de Segurança Pública (PSP). No dia 31 de Dezembro a RAEM recebeu quase 175 mil visitantes, o valor diário mais elevado desde que há registos, também segundo dados oficiais da PSP. O anterior recorde diário, quase 161.200 visitantes, tinha sido fixado antes do início da pandemia, em 2 de Outubro de 2019, durante a chamada ‘semana dourada’ do Dia Nacional da China.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Macau recebeu 28,2 milhões de visitantes em 2023 Macau recebeu em 2023 mais de 28,2 milhões de visitantes, cinco vezes mais do que no ano anterior e um valor que representa 71,6 por cento do registado antes do início da pandemia de covid-19, foi ontem anunciado. Quase metade dos visitantes (perto de 14 milhões) chegaram em excursões organizadas e passaram menos de um dia na região chinesa, de acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os dados oficiais mostram ainda que 93 por cento dos turistas que entraram em Macau vieram da China ou Hong Kong, enquanto o território recebeu 1,5 milhões de visitantes internacionais – categoria que não inclui Taiwan –, menos de metade do registado em 2019. Macau recebeu só em Dezembro 2,9 milhões de visitantes, sete vezes mais do que em igual mês de 2022 e 4,5 por cento menos do que em Dezembro de 2019. O território recebeu quase 679.600 turistas na época de Natal, entre o aniversário da transição, a 20 de Dezembro, e 26 de Dezembro, dez vezes mais do que em igual período de 2022, de acordo com a Polícia de Segurança Pública (PSP). No dia 31 de Dezembro o território recebeu quase 175 mil visitantes, o valor diário mais elevado desde que há registos, também segundo dados oficiais da PSP. O anterior recorde diário, quase 161.200 visitantes, tinha sido fixado antes do início da pandemia, em 2 de Outubro de 2019, durante a chamada ‘semana dourada’ do Dia Nacional da China.
Hoje Macau SociedadeDSEC | Preços para turistas mais altos em 2023 No ano passado, os preços para os turistas foram em média 21,53 por cento mais altos, de acordo com os dados do Índice de Preços Turísticos, publicado na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). “Em 2023 o IPT médio (141,77) subiu 21,53 por cento, face ao ano de 2022, devido principalmente à ascensão de preços dos quartos de hotéis, do vestuário, dos serviços de restauração e dos pastéis e doces”, justificou a DSEC. Estes dados, significam que, por exemplo, se em 2022 um produto para turistas custava 100 patacas, no ano passado passou a custar 121,53 patacas. “Analisando por secções de bens e serviços, o índice de preços da secção alojamento cresceu 157,93 por cento, em termos anuais e os índices de preços das secções vestuário e calçado (mais 6,88 por cento), produtos alimentares, bebidas alcoólicas e tabaco (mais 3,68 por cento) e restauração (mais 2,00 por cento) também registaram acréscimos”, foi completado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDST | Esperados três milhões de visitantes internacionais em 2024 A Direcção de Serviços de Turismo (DST) espera que durante o presente ano o número de visitantes internacionais possa chegar aos valores anteriores à pandemia, apesar de reconhecer as dificuldades regionais do sector da aviação Ao longo deste ano, os Serviços de Turismo esperam que o território atraia cerca de 3 milhões de visitantes internacionais. A meta foi traçada ontem pela directora dos serviços, Maria Helena de Senna Fernandes, ao indicar que a perspectiva é voltar aos níveis de 2019, antes do território se ter isolado do mundo devido à pandemia da covid-19. De acordo com as declarações citadas pelo jornal Ou Mun, Maria Helena de Senna Fernandes assinalou que no ano passado a recuperação do mercado internacional de visitantes foi “boa”, com cerca de um milhão de visitantes internacionais a visitarem o território. Para este ano, a meta é mais ambiciosa, com as autoridades a querem alcançar três milhões de turistas internacionais, o registo pré-pandemia. No entanto, o Governo reconhece que a obtenção deste número depende de “vários factores”. Uma das questões que pode dificultar a chegada de turistas internacionais passa pela onda de cancelamentos de voos em Hong Kong, e em especial com a operadora Cathay Pacific. Como Macau tem um número muito limitado de ligações aéreas para o estrangeiro, um grande volume dos turistas internacionais chega a Macau através de Hong Kong. Sobre este aspecto, Maria Helena de Senna Fernandes acautelou que a “indústria internacional de aviação” ainda não recuperou totalmente da pandemia, e prometeu que as autoridades vão trabalhar para atrair mais visitantes. Apesar do cenário traçado pela dirigente, há países que têm batidos novos recordes relacionados com a aviação, como acontece com Portugal, onde no ano passado se bateu o recorde de chegadas ao país através dos diferentes aeroportos e onde este ano se espera que seja batido um novo recorde. Investimento de 235 milhões Como parte da campanha para atrair mais visitantes estrangeiros, o Governo espera gastar durante o ano cerca de 235 milhões de patacas, de várias formas, como promoções na compra de bilhetes de avião, entre outras. No que diz respeito aos bilhetes com descontos, estes são principalmente dirigidos aos voos directos para o território, e visam ligações com o estrangeiro, cujos preços mais elevados podem ser encarados como um obstáculos à vinda de visitantes. Maria Helena de Senna Fernandes explicou também esclareceu que de acordo com o plano gizado, a aposta não deverá seguir o modelo de Hong Kong, em que após a compra de um bilhete de avião os passageiros recebem outro grátis, mas antes pela oferta de descontos no preço final. As declarações de Senna Fernandes foram prestadas ontem, durante uma cerimónia da Air Macau, que celebrou o lançamento de uma ligação aérea para Kuala Lumpur. Segundo o portal News Today, na cerimónia, Zhu Paibo, administrador da companhia de aviação controlada pela Air China, destacou que o lançamento da ligação aérea coincide com a entrada em vigor das medidas de relaxamento das exigências de visto entre a Malásia e a China.
Hoje Macau SociedadeEntradas | Atingido novo recorde diário de visitantes O território recebeu quase 175 mil visitantes no domingo, o valor diário mais elevado desde que há registos, de acordo com dados oficiais divulgados pela Polícia de Segurança Pública (PSP). Num comunicado, a PSP revelou que mais de 687.500 pessoas atravessaram as fronteiras do território em 31 de Dezembro, o segundo dia dos feriados do Ano Novo, incluindo a entrada de quase 362 mil pessoas, entre as quais 174.930 turistas. O anterior recorde diário, quase 161.200 visitantes, tinha sido fixado antes do início da pandemia de covid-19, em 2 de Outubro de 2019, durante a chamada ‘semana dourada’ do Dia Nacional da China. O comunicado não revelou a origem dos visitantes a Macau, cujo sector do turismo é extremamente dependente da China continental. No entanto, a PSP revelou que mais de dois terços dos visitantes (quase 121 mil) chegaram através das fronteiras terrestres com o Interior, enquanto mais de 29.100 atravessaram a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Esperança que “prendas” atraiam visitantes estrangeiros Os planos para atrair turistas do sudeste e nordeste asiático e expandir os mercados internacionais foram aplaudidos pelo sector. Primeiro consolidar esses mercados, que eram os mais fortes no passado, e depois expandir para a Europa e Médio Oriente foi traçado como a via a seguir. Até Outubro deste ano, os turistas internacionais representavam cerca de 4,5 por cento das entradas Turistas estrangeiros e a diversificação dos mercados turísticos são objectivos do Governo para o próximo ano. Nesse sentido, a directora dos Serviços de Turismo (DST) anunciou na quarta-feira, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa para 2024, o lançamento de descontos e promoções para hotéis, restaurantes e viagens para atrair turistas internacionais. O intitulado programa de “250 mil prendas”, para a celebração em 2024 do primeiro quarto de século da fundação da RAEM, mereceu elogios de representantes do sector. O presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, Paul Wong, aplaudiu a prioridade de concentração de esforços nos mercados dos países e regiões do sudeste e nordeste asiático, que já representavam no passado, antes da pandemia, os principais mercados internacionais de Macau. Assim sendo, Paul Wong concorda que os primeiros esforços devem ser dirigidos para restaurar e consolidar estes mercados. De seguida, sugeriu o dirigente em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, a DST deveria considerar expandir para os mercados europeus e do Médio Oriente. Choque com realidade O presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau felicita também o recente aumento de voos internacionais que aterram no Aeroporto de Macau, assim como as actividades promocionais no estrangeiro realizadas pela DST. Esta conjugação de factores é vista por Paul Wong como a receita para atrair mais turistas estrangeiros, algo que o dirigente espera continuar a evoluir positivamente. Porém, sugere ao Governo a cooperação com a indústria nas acções para atrair mercados internacionais. Por sua vez, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, deu como exemplo o retorno da ligação aérea entre a RAEM e a capital indonésia, Jacarta. Para contornar questões de capacidade e alargar fontes de turistas, Andy Wu aconselhou a DST a cooperar com as autoridades que gerem o Aeroporto Internacional de Hong Kong para suplantar a falta de rotas internacionais e acelerar a recuperação do sector. Nos primeiros 10 meses deste ano, entraram em Macau mais de 22,68 milhões de turistas, destes quase 95,5 por cento vieram do Interior da China e Hong Kong, segundo os últimos dados estatísticos divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos.
Andreia Sofia Silva SociedadeDespesa de turistas aumenta quase 300% em termos anuais A despesa dos visitantes em Macau aumentou, em termos anuais, 290,3 por cento nos três primeiros trimestres deste ano por comparação a igual período do ano passado. Relativamente aos primeiros três meses de 2019, ou seja, antes da pandemia, verifica-se um aumento na ordem dos 8,8 por cento. Nos três trimestres de 2023, os turistas gastaram no território 52,06 mil milhões de patacas, apontam dados da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC). Só no terceiro trimestre as despesas dos visitantes foram de 19,60 mil milhões de patacas, mais 576,7 por cento em termos anuais. O valor explica-se, segundo a DSEC, pelo facto de o “número de visitantes em Macau ter aumentado 821,3 por cento face ao trimestre homólogo de 2022”. Em comparação com o terceiro trimestre de 2019, esta despesa subiu 28,9 por cento. No trimestre de referência os visitantes despenderam predominantemente em compras, representando 44,3 por cento da despesa per capita, seguindo-se gastos em alojamento, com uma fatia de 29,3 por cento, e alimentação, 20,1 por cento. A despesa per capita dos visitantes em compras cifrou-se em 1.048 patacas, menos 49,7 por cento em termos anuais. Menos satisfação O inquérito da DSEC aos turistas revela ainda uma maior insatisfação face a alguns serviços e infra-estruturas do sector. Relativamente ao terceiro trimestre, a satisfação dos visitantes com os equipamentos ou instalações públicas baixou 2,5 por cento em termos trimestrais, sendo que 86 por cento dos turistas disseram estar satisfeitos com este ponto. Quanto aos transportes públicos, 72,4 por cento disseram estar satisfeitos com o serviço, uma quebra trimestral de 5,5 pontos. Enquanto isso, a proporção dos visitantes que considerou serem suficientes os pontos turísticos de Macau foi de 68,5 por cento, menos 6,2 por cento face ao segundo trimestre. Por sua vez, 82,2 por cento dos turistas disseram estar satisfeitos com os estabelecimentos de jogo, mais 1,1 por cento, enquanto 80,9 por cento mostraram-se agradados com o serviço das agências de viagens, mais 10,9 por cento face ao trimestre precedente.
Andreia Sofia Silva PolíticaRAEM, 25 anos | Oferta de bilhetes e parcerias com agências A fim de celebrar os 25 anos da implementação da RAEM, o Governo deseja lançar um programa turístico próprio. Na conferência de imprensa de ontem, Ho Iat Seng adiantou algumas das medidas pensadas. “A Direcção dos Serviços de Turismo vai preparar esses programas. Não iremos apenas oferecer bilhetes de avião, mas vamos também combinar parcerias com agências de viagens para termos pacotes de viagens a Macau, além de aumentar o número de convenções e exposições a fim de atrair mais expositores e outro tipo de turistas.” Ho Iat Seng espera ainda uma internacionalização do turismo e mudanças de fundo no sector aéreo, ainda que o monopólio da Air Macau permaneça por mais três anos. “A taxa de utilização do aeroporto é de apenas 60 por cento, porque os aeroportos das regiões vizinhas estão também a desenvolver-se. Temos de ter mais turistas internacionais, temos feito muitas acções de promoção e acredito numa boa recuperação este ano.” O Chefe do Executivo salientou que é importante que o Governo “não fique satisfeito” com os dados actuais do sector. “Temos de nos abrir ao mercado internacional, sobretudo à zona do sudeste asiático. O mercado europeu é também muito importante. Espero que a Air Macau possa adquirir aviões maiores a fim de alargar o nosso mercado. Nos últimos dois ou três anos investimos muito dinheiro para desenvolver o sector turístico e iremos observar a situação futura”, rematou. Numa altura em que acaba de ser anunciado o regresso, para o próximo ano, do aclamado espectáculo “House of Dacing Waters”, Ho Iat Seng adiantou que “Macau vai tornar-se numa metrópole de espectáculos”. Por isso, na hora de captar talentos para diversas áreas, o sector artístico será um dos principais a necessitar de quadros do estrangeiro. “Vamos precisar de muitos actores em palco e precisamos de mais quadros de excelência para nos ajudar a promover os artistas e o campo dos espectáculos.”
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteTurismo | “Macau é um laboratório de consumo”, diz académico Tim Simpson, docente da Universidade de Macau, acaba de lançar o livro “Betting Macau – Casino Capitalism and China’s Consumer Revolution”, que foi apresentado na última edição do festival literário Rota das Letras. O académico analisa como Macau se tornou um epicentro de consumo, à medida que o turismo chinês se modifica e expande A partir da liberalização do jogo nada ficou igual, muito menos a partir da política dos vistos individuais para cidadãos chineses que passaram a poder viajar para Macau e Hong Kong. Verificou-se então um boom económico e de consumo em Macau associado à mudança de paradigma do turismo chinês. Esta é uma das ideias essenciais do novo livro do académico da Universidade de Macau (UM) Tim Simpson, intitulado “Betting Macau – Casino Capitalism and China’s Consumer Revolution”, uma edição da Imprensa da Universidade do Minnesota, nos Estados Unidos, e recentemente lançado na última edição do festival literário Rota das Letras. Ao HM, Tim Simpson explica que a obra aborda as questões “do consumo e da transformação que ocorreu nos consumidores e sociedade chineses, e no papel que Macau teve em toda essa mudança”. “Não me apresento aqui como um analista da área dos estudos de consumo, mas estou de facto mais interessado [em perceber] o lugar que Macau tem no capitalismo mundial. [O território] é, de facto, um laboratório para os consumidores chineses e uma componente da transformação pós-economia socialista que ocorreu na China.” O académico estabelece mesmo um paralelismo com a própria história de Macau como entreposto comercial desde o século XVI, “envolvido na economia mundial devido ao comércio com a China”. “Macau foi criada graças a essa ligação à extensão do capitalismo no seu início. De certa maneira, acabou depois por cair na obscuridade, em que houve um período em que as pessoas se esqueceram de Macau, voltando depois a emergir para desempenhar um novo papel no capitalismo global, que será provavelmente dominado pela China.” Em “Betting Macau” é analisado “o crescimento de Macau nos últimos 20 anos”. “O que vemos é um exemplo exagerado das mudanças que ocorrem na China nos dias de hoje”. Trata-se de um país que, aos olhos do autor, “está a movimentar a economia mundial e os turistas chineses são um factor essencial para a economia chinesa”. Neste contexto, Macau “é um dos principais sítios para onde os turistas vão”, pelo que analisar o território permite “perceber o comportamento dos turistas chineses”. Projecto com dez anos Este livro começou a ser desenhado e pensado em meados de 2003 e 2004, quando o académico iniciou a vida profissional em Macau e teve acesso privilegiado a um mundo em mudança relativamente ao jogo e ao turismo do território. “Três anos depois de me mudar para Macau abriu o Sands, o primeiro casino inaugurado no território depois da liberalização do jogo. Subsequentemente, tudo em Macau mudou dramaticamente e de forma muito rápida. Tive a oportunidade de assistir a todos esses episódios e à transformação que ocorreu em Macau, tanto a nível cultural como da própria paisagem da cidade. Então comecei a interessar-me por escrever sobre isso e documentar toda essa transformação”, contou. Tim Simpson recorda-se do período em que começou a trabalhar na UM quando o campus estava ainda situado na Taipa. “Via diariamente centenas de turistas que frequentavam o hotel New Century. Tentava compreender esse fenómeno quando ia trabalhar, então comecei a investigar mais sobre o turismo em Macau.” É para este tipo de turistas que o território “é uma espécie de laboratório de consumo, porque essa função não existe para os locais”, sendo uma componente que “faz parte da transformação económica da China, que passou de uma economia socialista para uma economia de mercado”. “É nesse ponto que Macau se integra, na criação das zonas económicas especiais, que se tornaram laboratórios de produção. Macau e Hong Kong tornaram-se laboratórios de consumo”, ressalvou. Os efeitos da SARS Tim Simpson recorda que o consumo desenfreado que começou a verificar-se no território foi espoletado pelo arranque da política dos vistos individuais para os turistas chineses, destinados a Macau e Hong Kong. “Desde meados do século XIX, Macau tem sido um lugar onde o jogo é legal. Não penso que seja um exemplo exagerado de uma sociedade de consumo. As pessoas vinham para jogar e não havia muitas actividades que estivessem separadas do jogo. Mas com a ocorrência da SARS [Síndrome Respiratória Aguda Grave], em 2002, prejudicou a economia de Macau e de Hong Kong, porque os turistas não viajavam para estas duas regiões com o medo de contágio. O Governo Central criou então o esquema de vistos individuais que, pela primeira vez, permitiu a cidadãos chineses comuns visitar as duas regiões.” A SARS teve um impacto bastante mais negativo, em matéria de saúde pública, em Hong Kong, mas a verdade é que os vistos individuais levaram à recuperação económica das duas regiões administrativas especiais. “A China tentou estimular ambas as economias ao criar os vistos individuais, e foi aí que se deu o boom: havia mais jogadores, mais visitantes em restaurantes e a adquirir produtos de luxo.” Questionado sobre a existência de semelhanças ou diferenças face ao período da pandemia, Tim Simpson recorda que “a covid-19 representou uma crise de saúde pública muito mais grave, no sentido em que teve contornos globais”. “Houve o encerramento de fronteiras e muitas restrições às viagens. O que vemos agora é o regresso dos turistas e, de repente, as pessoas estão a gastar dinheiro de novo, mas é um processo gradual. Parece-me que esta fase não vai mudar Macau para a fase anterior em que estava, antes da covid-19”, salientou. Depois de vários anos de implementação da política de vistos individuais, e com todas as mudanças ocorridas no sector do jogo, Tim Simpson destaca que hoje “os turistas já não jogam como jogavam antes da covid-19, parte da explicação para isso é que a indústria está a mudar, limitando o jogo VIP”. Relativamente ao consumo, o académico recorda que já não se observa apenas o típico turista que compra roupas, joias e outros produtos de luxo. “Há uma nova geração de jovens que visita Macau e que está menos interessada no jogo, preferindo outras actividades de entretenimento. Provavelmente, há ainda um grande número de pessoas a comprar produtos de luxo e a gastar dinheiro nesse tipo de comércio, mas tudo depende da confiança que existe na economia chinesa. Quanto mais confiantes estiverem os turistas chineses, mais vão gastar. Em termos gerais, temos mais turistas, mas se calhar não gastam tanto como antes da pandemia.” O académico entende que, mesmo com a recuperação da economia, há pontos a melhorar. “Caminho pelos resorts e vejo ainda muitos espaços fechados. Parece-me que as grandes marcas ainda estão presentes, mas negócios mais pequenos ainda não conseguiram recuperar. Esse é o desafio, fazer com que os negócios regressem ao que eram. Mas não tenho mais dados sobre se as principais marcas de moda e de luxo estão a fazer mais dinheiro agora ou antes da covid-19.” Tempo de solidificar Relativamente ao futuro, Tim Simpson considera que é tempo de as concessionárias consolidarem os investimentos feitos e trazer novos produtos ao mercado. “Todas as seis concessionárias conseguiram ver as licenças renovadas, e desta vez por um período de dez anos. As empresas têm pequenas janelas de oportunidades com uma concessão de dez anos, então há que consolidar os negócios, gastando menos em novas propriedades, pois esse investimento irá demorar mais tempo a ser recuperado. Além disso, não há tantos terrenos disponíveis para a extensão de projectos, pelo que alguns resorts vão tentar consolidar os projectos que já têm.” O académico considera que as maiores mudanças prendem-se com as “expectativas em relação à diversificação daquilo que as operadoras oferecem aos turistas, com mais elementos não jogo por exigência do Governo. Todas as concessionárias têm esse compromisso de investir noutro tipo de atracções, como concertos, exposições e convenções ou eventos desportivos.” Tim Simpson destaca também os acordos assinados pelas concessionárias com o Executivo para revitalizar bairros históricos, passando a ter “mais responsabilidades pelo seu desenvolvimento”.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Mais de 300 mil visitam Macau no fim-de-semana Durante o fim-de-semana prolongado do feriado do Chong Yeong mais de 300 mil pessoas visitaram Macau, mantendo o dinamismo da Semana Dourada, com mais de 100 mil entradas diárias. Sábado foi o dia de maior movimento nas fronteiras, com a entrada de mais de 110 mil turistas A zona circundante das Ruínas de São Paulo voltou a encher-se de turistas neste fim-de-semana prolongado do feriado do Chong Yeong (Culto dos Antepassados). Segundos dados divulgados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), ao longo dos três dias, entre sábado e segunda-feira, entraram em Macau 301.705 turistas, o que representa uma média de mais de 100.500 visitantes diários. Importa realçar que na segunda-feira também foi feriado obrigatório na região vizinha de Hong Kong. Seguindo a tendência verificada na Semana Dourada, sábado registou logo o pico de entradas, quando as autoridades contabilizaram 110.468 visitantes. No que diz respeito aos locais de entrada no território durante os feriados, as Portas do Cerco e a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau concentraram mais de dois terços das entradas, responsáveis por cerca de 66,5 por cento das travessias de turistas que entraram em Macau. Voar baixo O posto fronteiriço das Portas do Cerco continuou a ser o mais usado, por onde entraram 102.791 turistas, enquanto a fronteira da ponte registou 97.670 entradas. No polo oposto, destaque para o baixo tráfego aéreo registado no Aeroporto Internacional de Macau, por onde entraram 19.430 turistas, assim como os terminais marítimos (Taipa e Porto Exterior) que registaram menos de 40 mil entradas durante os três dias. Tendo em conta os movimentos totais, o CPSP revelou que reunidos os dados de todos postos fronteiriços, foram registadas mais de 1,8 milhões de travessias (entradas e saídas) ao longo dos três dias. Números que se traduziram numa azáfama nas fronteiras, com uma média diária que ultrapassou as 600 mil pessoas a entrar e sair do território durante três dias.
admin SociedadeConsumidores | Retalho e restauração geram mais queixas [dropcap]O[/dropcap] relatório do Conselho dos Consumidores (CC) recebeu no ano passado 4485 casos, onde se contam mais de 2500 reclamações. Deste grupo, 1035 casos são de turistas. As reclamações relativas à falta de qualidade dos produtos de couro e vestuário surgem em segundo lugar na lista das reclamações mais comuns, com 70 por cento a ser apresentadas por turistas. Neste segmento, houve uma subida de 75 por cento das queixas. O sector da restauração também está em destaque neste capítulo, com “180 reclamações principalmente ligadas ao preço e à qualidade dos serviços dos estabelecimentos de comida”. As reclamações nestes dois aspectos aumentaram, respectivamente, 75 e 25 por cento”, descreve o CC em comunicado. Pelo contrário, o CC relata uma “descida notável no número de reclamações respeitantes aos serviços de táxi”. O segmento “transportes públicos” foi apenas o quinto que mais gerou reclamações, num total de 148. Ainda assim, houve uma descida de 10 por cento face a 2018. “Entre os casos, 79 dizem respeito à cobrança abusiva e à má atitude de atendimento dos taxistas, o que representa uma descida de cerca de 40 por cento face a 2018.” No comunicado do CC é descrito que o segmento que mais gerou queixas o ano passado foi o de “serviços e produtos de higiene pessoal”, com um total de 236 casos, uma subida aproximada de 60 por cento face a 2018.
Hoje Macau SociedadeConsumidores | Retalho e restauração geram mais queixas [dropcap]O[/dropcap] relatório do Conselho dos Consumidores (CC) recebeu no ano passado 4485 casos, onde se contam mais de 2500 reclamações. Deste grupo, 1035 casos são de turistas. As reclamações relativas à falta de qualidade dos produtos de couro e vestuário surgem em segundo lugar na lista das reclamações mais comuns, com 70 por cento a ser apresentadas por turistas. Neste segmento, houve uma subida de 75 por cento das queixas. O sector da restauração também está em destaque neste capítulo, com “180 reclamações principalmente ligadas ao preço e à qualidade dos serviços dos estabelecimentos de comida”. As reclamações nestes dois aspectos aumentaram, respectivamente, 75 e 25 por cento”, descreve o CC em comunicado. Pelo contrário, o CC relata uma “descida notável no número de reclamações respeitantes aos serviços de táxi”. O segmento “transportes públicos” foi apenas o quinto que mais gerou reclamações, num total de 148. Ainda assim, houve uma descida de 10 por cento face a 2018. “Entre os casos, 79 dizem respeito à cobrança abusiva e à má atitude de atendimento dos taxistas, o que representa uma descida de cerca de 40 por cento face a 2018.” No comunicado do CC é descrito que o segmento que mais gerou queixas o ano passado foi o de “serviços e produtos de higiene pessoal”, com um total de 236 casos, uma subida aproximada de 60 por cento face a 2018.
admin Manchete SociedadeTurismo | Número de visitantes deverá cair 3% em 2020 Segundo estimativas avançadas ontem pela directora dos Serviços de Turismo, Macau deverá registar em 2020 uma queda de 3 por cento no número de entradas de turistas. Isto depois de em 2019 ter sido alcançado um novo recorde de visitantes [dropcap]T[/dropcap]udo o que sobe acaba eventualmente por descer. Depois de 2019 ter registado a entrada de 39,4 milhões de visitantes, o maior número de visitantes de que há memória em Macau, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) anunciou ontem estimar para 2020 uma queda de 3 por cento do número total de visitantes. A verificar-se será a primeira queda desde 2015. A estimativa foi avançada ontem pela directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, por ocasião da conferência de imprensa anual da DST, atribuindo as razões da queda, sobretudo, à actual conjuntura internacional, à guerra comercial entre a China e os EUA e aos sinais que os últimos meses têm dado acerca do número de visitantes. “No ano passado registámos 39,4 milhões de visitantes, mas já estamos preparados para o crescimento negativo deste ano. Segundo a nossa previsão deste ano, acho vai haver uma diminuição do número de visitantes. Para 2020 prevê-se que este crescimento negativo seja cerca de 3 por cento. Isto porque em Novembro e Dezembro (…) os números já reflectiram essa diminuição”, partilhou Maria Helena de Senna Fernandes. “Isto tem a ver com factores externos e com a conjuctura mundial e também sabemos que existe neste momento a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos da América, à qual estaremos atentos quanto ao seu impacto no mercado turístico de Macau”, acrescentou. Admitindo que não vai haver recuperação nos próximos tempos em relação ao número visitantes, a directora dos Serviços de Turismo sublinhou que só em Novembro do ano passado foi registada uma queda de 6 por cento e que o elevado número de visitantes registados entre Janeiro e Abril de 2019 está relacionado com a entrada em funcionamento da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM). “Registámos um aumento do número de visitantes desde Janeiro até Abril, mas está relacionado com a entrada em funcionamento da Ponte HKZM. Por causa da ponte registámos um aumento do número de visitantes até Outubro, mas em Novembro, mesmo com um evento como o Grande Prémio, registou-se uma quebra de 6 por cento do número de turistas”, afirmou a responsável. Sobre o ano que passou, a DST realçou a entrada de 39,4 milhões de pessoas no território, o que representa um aumento de 10,1 por cento face ao ano anterior. Do mercado da Grande China vieram mais de 36,3 milhões de visitantes, num aumento de 11,3 por cento. Em contrapartida, o número de visitantes internacionais registou mais de 3 milhões de entradas, uma descida de 2,8 por cento. Questionada se a crise em Hong Kong esteve na base da queda do número de turistas de outros países, Maria Helena de Senna Fernandes respondeu positivamente. “Creio que o motivo da diminuição está relacionado (…) com a situação de Hong Kong, porque muitas vezes a maioria dos turistas ou comerciantes que aposta em participar nas convenções ou exposições de Hong Kong visita também Macau”, afirmou a responsável. Os Serviços de Turismo apontaram ainda que os visitantes que não pernoitaram na cidade (20,7 milhões de visitantes) aumentaram 20 por cento e aqueles que pernoitaram (mais de 18,6 milhões), aumentaram 0,8 por cento, “representando 47,3 por cento do total de visitantes de Macau” em 2019. “O nosso objectivo principal é aumentar o número de visitantes que pernoitam em Macau. Prevê-se que nos próximos anos haja mais quartos de hotéis e por isso vamos alargar o nosso mercado na Grande Baía e focar nas cidades que dispõem de ligações aéreas com Macau. Por isso, vamos reforçar a promoção em relação a cidades com comboio de alta velocidade em Guangdong para aumentar este número de visitantes, permitindo que possam pernoitar em Macau”, disse Maria Helena de Senna Fernandes sobre o tema. Ano novo, reticências novas Já no que diz respeito ao Ano Novo Chinês, Maria Helena de Senna Fernandes avançou que os Serviços de Turismo esperam queda de seis por cento no número de visitantes durante a semana que marca as celebrações da data. “Quanto ao número de turistas para o ano novo chinês, não estamos optimistas. No ano passado tínhamos um registo de 1,20 milhões e daí, se para este ano tivermos uma diminuição de 6 por cento, então o número estimado de visitantes vai ser de 1,13 milhões para o ano 2020 durante a época do ano novo chinês, avançou a directora. Afirmando que a DST vai “tentar ajustar as políticas para recuperar mercado”, sublinhou que na base desta diminuição, além do facto das celebrações de 2019 terem contado com a ajuda da abertura da Ponte HKZM que levou “mais visitantes a escolherem visitar Macau”, estará “a influência negativa da pneumonia de Wuhan”. Prioridades para o futuro Com um orçamento de 374 milhões de patacas, que reflecte um aumento de 8,9 por cento em relação ao ano passado, a Direção dos Serviços de Turismo de Macau definiu quatro pontos prioritários de trabalho para 2020. O primeiro é o desenvolvimento do turismo inteligente, que prevê o alargamento da aplicação do banco de mega dados do turismo. O segundo passa pelo “desenvolvimento de Macau como uma Cidade Criativa de Gastronomia”, que prevê a criação de uma base de dados sobre a gastronomia macaense e a promoção de Macau como destino para turistas internacionais que visitam a Grande Baía. O “enfoque na criação de um turismo de qualidade, e a elevação da qualidade da prestação de serviços do sector” é também visto pelas autoridades como prioritário e irá passar por dar continuidade a acções de fiscalização e acompanhar de perto as propostas de lei relacionadas com as actividades hoteleiras, das agências de viagens e guias turísticos. Por fim, o Governo de Macau ambiciona também inaugurar o Museu do Grande Prémio de Macau, bem como promover o enriquecimento dos recursos de produtos turísticos, como travessias marítimas nas ilhas da Grande Baía. Além do orçamento da região de 374 milhões de patacas, a DST anunciou ainda que PIDDA para este ano é de 161 milhões de patacas e que o orçamento preventivo do fundo de turismo é de 1.210 milhões de patacas.
Pedro Arede Manchete SociedadeTurismo | Número de visitantes deverá cair 3% em 2020 Segundo estimativas avançadas ontem pela directora dos Serviços de Turismo, Macau deverá registar em 2020 uma queda de 3 por cento no número de entradas de turistas. Isto depois de em 2019 ter sido alcançado um novo recorde de visitantes [dropcap]T[/dropcap]udo o que sobe acaba eventualmente por descer. Depois de 2019 ter registado a entrada de 39,4 milhões de visitantes, o maior número de visitantes de que há memória em Macau, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) anunciou ontem estimar para 2020 uma queda de 3 por cento do número total de visitantes. A verificar-se será a primeira queda desde 2015. A estimativa foi avançada ontem pela directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, por ocasião da conferência de imprensa anual da DST, atribuindo as razões da queda, sobretudo, à actual conjuntura internacional, à guerra comercial entre a China e os EUA e aos sinais que os últimos meses têm dado acerca do número de visitantes. “No ano passado registámos 39,4 milhões de visitantes, mas já estamos preparados para o crescimento negativo deste ano. Segundo a nossa previsão deste ano, acho vai haver uma diminuição do número de visitantes. Para 2020 prevê-se que este crescimento negativo seja cerca de 3 por cento. Isto porque em Novembro e Dezembro (…) os números já reflectiram essa diminuição”, partilhou Maria Helena de Senna Fernandes. “Isto tem a ver com factores externos e com a conjuctura mundial e também sabemos que existe neste momento a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos da América, à qual estaremos atentos quanto ao seu impacto no mercado turístico de Macau”, acrescentou. Admitindo que não vai haver recuperação nos próximos tempos em relação ao número visitantes, a directora dos Serviços de Turismo sublinhou que só em Novembro do ano passado foi registada uma queda de 6 por cento e que o elevado número de visitantes registados entre Janeiro e Abril de 2019 está relacionado com a entrada em funcionamento da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM). “Registámos um aumento do número de visitantes desde Janeiro até Abril, mas está relacionado com a entrada em funcionamento da Ponte HKZM. Por causa da ponte registámos um aumento do número de visitantes até Outubro, mas em Novembro, mesmo com um evento como o Grande Prémio, registou-se uma quebra de 6 por cento do número de turistas”, afirmou a responsável. Sobre o ano que passou, a DST realçou a entrada de 39,4 milhões de pessoas no território, o que representa um aumento de 10,1 por cento face ao ano anterior. Do mercado da Grande China vieram mais de 36,3 milhões de visitantes, num aumento de 11,3 por cento. Em contrapartida, o número de visitantes internacionais registou mais de 3 milhões de entradas, uma descida de 2,8 por cento. Questionada se a crise em Hong Kong esteve na base da queda do número de turistas de outros países, Maria Helena de Senna Fernandes respondeu positivamente. “Creio que o motivo da diminuição está relacionado (…) com a situação de Hong Kong, porque muitas vezes a maioria dos turistas ou comerciantes que aposta em participar nas convenções ou exposições de Hong Kong visita também Macau”, afirmou a responsável. Os Serviços de Turismo apontaram ainda que os visitantes que não pernoitaram na cidade (20,7 milhões de visitantes) aumentaram 20 por cento e aqueles que pernoitaram (mais de 18,6 milhões), aumentaram 0,8 por cento, “representando 47,3 por cento do total de visitantes de Macau” em 2019. “O nosso objectivo principal é aumentar o número de visitantes que pernoitam em Macau. Prevê-se que nos próximos anos haja mais quartos de hotéis e por isso vamos alargar o nosso mercado na Grande Baía e focar nas cidades que dispõem de ligações aéreas com Macau. Por isso, vamos reforçar a promoção em relação a cidades com comboio de alta velocidade em Guangdong para aumentar este número de visitantes, permitindo que possam pernoitar em Macau”, disse Maria Helena de Senna Fernandes sobre o tema. Ano novo, reticências novas Já no que diz respeito ao Ano Novo Chinês, Maria Helena de Senna Fernandes avançou que os Serviços de Turismo esperam queda de seis por cento no número de visitantes durante a semana que marca as celebrações da data. “Quanto ao número de turistas para o ano novo chinês, não estamos optimistas. No ano passado tínhamos um registo de 1,20 milhões e daí, se para este ano tivermos uma diminuição de 6 por cento, então o número estimado de visitantes vai ser de 1,13 milhões para o ano 2020 durante a época do ano novo chinês, avançou a directora. Afirmando que a DST vai “tentar ajustar as políticas para recuperar mercado”, sublinhou que na base desta diminuição, além do facto das celebrações de 2019 terem contado com a ajuda da abertura da Ponte HKZM que levou “mais visitantes a escolherem visitar Macau”, estará “a influência negativa da pneumonia de Wuhan”. Prioridades para o futuro Com um orçamento de 374 milhões de patacas, que reflecte um aumento de 8,9 por cento em relação ao ano passado, a Direção dos Serviços de Turismo de Macau definiu quatro pontos prioritários de trabalho para 2020. O primeiro é o desenvolvimento do turismo inteligente, que prevê o alargamento da aplicação do banco de mega dados do turismo. O segundo passa pelo “desenvolvimento de Macau como uma Cidade Criativa de Gastronomia”, que prevê a criação de uma base de dados sobre a gastronomia macaense e a promoção de Macau como destino para turistas internacionais que visitam a Grande Baía. O “enfoque na criação de um turismo de qualidade, e a elevação da qualidade da prestação de serviços do sector” é também visto pelas autoridades como prioritário e irá passar por dar continuidade a acções de fiscalização e acompanhar de perto as propostas de lei relacionadas com as actividades hoteleiras, das agências de viagens e guias turísticos. Por fim, o Governo de Macau ambiciona também inaugurar o Museu do Grande Prémio de Macau, bem como promover o enriquecimento dos recursos de produtos turísticos, como travessias marítimas nas ilhas da Grande Baía. Além do orçamento da região de 374 milhões de patacas, a DST anunciou ainda que PIDDA para este ano é de 161 milhões de patacas e que o orçamento preventivo do fundo de turismo é de 1.210 milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Mais de 30 milhões visitantes até Setembro [dropcap]M[/dropcap]ais de 30 milhões de pessoas visitaram Macau até Setembro, um aumento de 17 por cento face a igual período do ano passado, segundo dados oficiais divulgados ontem. Entre Janeiro e Setembro, o número de excursionistas (15.929.175) e de turistas (14.273.731) aumentou 30,6 por cento e 4,9 por cento respectivamente, em termos anuais, totalizando 30.202.906 de visitantes. Por visitante entende-se qualquer pessoa que tenha viajado para Macau por um período inferior a um ano, um termo que se divide em turista (aquele que passa pelo menos uma noite) e excursionista (aquele que não pernoita). Nos meses em análise, os visitantes permaneceram no território por um período médio de 1,2 dias, de acordo com a Direcção dos Serviços e Estatísticas e Censos (DSEC). A maioria dos visitantes que entrou em Macau, até Setembro, é oriunda do interior da China (21.455.294), mais 17,7 por cento em relação ao período homólogo de 2018. Já os visitantes da Coreia do Sul (609.833), de Hong Kong (5.560.117) e de Taiwan (815.838) cresceram 0,4 por cento, 22,3 por cento e 1,5 por cento, respectivamente. Só no mês de Setembro, visitaram Macau 2.764.924 de pessoas, um aumento de 8 por cento em relação ao mesmo mês do ano passado. Em 2018, Macau bateu o número recorde de turistas: 35,8 milhões, um aumento de 9,8 por cento em relação ao ano anterior.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Mais de 30 milhões visitantes até Setembro [dropcap]M[/dropcap]ais de 30 milhões de pessoas visitaram Macau até Setembro, um aumento de 17 por cento face a igual período do ano passado, segundo dados oficiais divulgados ontem. Entre Janeiro e Setembro, o número de excursionistas (15.929.175) e de turistas (14.273.731) aumentou 30,6 por cento e 4,9 por cento respectivamente, em termos anuais, totalizando 30.202.906 de visitantes. Por visitante entende-se qualquer pessoa que tenha viajado para Macau por um período inferior a um ano, um termo que se divide em turista (aquele que passa pelo menos uma noite) e excursionista (aquele que não pernoita). Nos meses em análise, os visitantes permaneceram no território por um período médio de 1,2 dias, de acordo com a Direcção dos Serviços e Estatísticas e Censos (DSEC). A maioria dos visitantes que entrou em Macau, até Setembro, é oriunda do interior da China (21.455.294), mais 17,7 por cento em relação ao período homólogo de 2018. Já os visitantes da Coreia do Sul (609.833), de Hong Kong (5.560.117) e de Taiwan (815.838) cresceram 0,4 por cento, 22,3 por cento e 1,5 por cento, respectivamente. Só no mês de Setembro, visitaram Macau 2.764.924 de pessoas, um aumento de 8 por cento em relação ao mesmo mês do ano passado. Em 2018, Macau bateu o número recorde de turistas: 35,8 milhões, um aumento de 9,8 por cento em relação ao ano anterior.
José Navarro de Andrade h | Artes, Letras e IdeiasTurismo [dropcap]E[/dropcap]ste ano levava outros planos que porém não excluíam os banhos solitários na barragem, onde numa tarde vieram javalis beber a um recanto antes de darem pela presença humana; almoçaradas acintosamente adversas a pruridos nutricionais, cedendo à estação estival apenas na preferência pelo rosé; sestas impenitentes de “pijama e penico” à Camilo José; fins-de-tarde no terraço, deleitosamente expostos aos rigores da calma apenas temperados por mojitos e o eventual havano; noites sem tempo, defendidas pelo ladrar da cadela a repelir gatos bravios, saca-rabos e até texugos atraídos pelo cheiro da cozinha da casa. Algum exercício físico não seria desdenhável, como o de ir às beldroegas que fizeram tufo junto a um furo do tubo de irrigação do olival e depois dar-se à maçada de as desfolhar minuciosamente. Ou cozinhar ossudas peças de carne vermelha com toda a morosidade que o forno concede, execução de facto mais contemplativa do que dinâmica. Ou o de ir pela manhã espreitar abetardas ao longe. Ou de colmatar por uma hora a ausência do vaqueiro e seguir com a carrinha de apoio uma apartação de bezerros. Mas que ninguém se iluda, não tem pretensões idílicas nem revigorantes este espairecimento, do qual só se tira partido se houver a segurança e a retaguarda de uma casa com águas correntes quentes e frias, ar condicionado e wi-fi que dê resposta aos breves momentos em que apeteça saber do mundo lá fora. Só quem não a sofreu ou dela não ouviu contar se apraz com a brutalidade de vida rústica. As Arcádias são antropologias de quem nunca apanhou carraças. Mas este ano trazia um intuito, uma dedicação. O de preterir as leituras diletantes do costume, erráticas e meramente conduzidas pelo impulso, a favor do contacto e leitura – ou qualquer coisa parecida com isso – de algumas coisas que em breve fará falta conhecer. Como era previsível foi um fracasso. Sabem-na toda os engenheiros quando ironizam que um plano é uma coisa que se estilhaça no primeiro encontro com a realidade. Quem já para cá dos Pirenéus caminhe de frente para o Sol vindo da prosperidade europeia fique avisado que a última livraria digna desse nome antes de a costa atlântica lhe interromper a marcha é a Universitas de Badajoz. Este ano havia jurado nem sequer ler as recomendações de Verão do Babelia mas acabei por folheá-la pois a curiosidade é inclemente com os fracos. Prometera passar ao largo da Universitas no entanto uma inexorável força centrípeta puxou para ela. Destas indulgências resultou sair de lá enriquecido por um par de livros. Nunca é difícil à transgressão valer-se da lógica e neste caso pareceu óptima razão que esses livros fossem imprescindíveis para colmatarem certas lacunas que de súbito se mostraram como um vexame. E assim foi que em 15 dias frequentei durante 4 anos a Córdova do califa al-Hakan II, de 971 a 975, na época de ouro da dinastia Omíada. Neste exacto território que temos consolidado como nosso porque o habitamos vai para gerações, há mais de mil anos floresceu e estabeleceu-se aqui uma sociedade tão diferente da actual que dificilmente a compreendemos com as ferramentas de que dispomos. Habitavam-no pessoas que podem ter sido antecedentes de sangue de alguns de nós se nos déssemos ao trabalho de procurarmos pela noite dos tempos até onde se prolonga a genealogia donde brotamos. Não era um mundo menos complexo nem mais mal organizado do que aquele em que hoje vivemos, nem os nossos antepassados eram menos inteligentes, aptos e sábios do que nós, a evolução é coisa de centenas de milhares de anos, no mínimo, e não de séculos. O quadro mental em que esta gente se movia é-nos hoje quase impenetrável. A escala de valores, a ideia de Bem e de Mal, os tratos e os contratos tanto públicos como privados, os conceitos de “pessoa” e de “humano”, para usar termos que talvez não lhes fizessem sentido, o vínculo entre o céu e a terra, o modo de conceber a ordem divina e a sua intervenção secular, tudo isto media-se e incidia na vida, nas relações e na política de então de uma forma e com um sentido tão radicalmente diversos dos contemporâneos e com uma naturalidade que desmontam os paradigmas tomados agora como evidentes. Da eternidade tida como irrefutável pelos que nela existiam restam umas quantas ruinas soterradas. Uma lição que estamos sempre a desaprender.
Raquel Moz SociedadeTurismo | Visitantes gastaram menos 20,7 por cento per capita [dropcap]O[/dropcap]s gastos médios por visitante durante o 2º trimestre de 2019 – entre os meses de Abril e Junho – foram de 1.583 patacas, menos 20,7 por cento do que no mesmo período de 2018. Entre os que mais despesa fizeram durante a estadia estão os visitantes do Interior da China, Japão, Taiwan e Hong Kong, que deixaram cá 1.796, 1.641, 1.283 e 946 patacas por pessoa, o que representou descidas de 24,1 por cento, 2,4 por cento, 7,3 por cento e 15 por cento, respectivamente. Por sua vez, as despesas dos visitantes de Singapura (1.803 patacas), da República da Coreia (1.648 patacas), dos Estados Unidos da América (1.387 patacas) e do Reino Unido (1.234 patacas), cresceram em termos anuais. Segundo os números revelados ontem pela DSEC, a despesa total dos visitantes (excluindo a despesa no jogo) cifrou-se em 15,71 mil milhões de patacas neste último trimestre, ou seja, menos 4,8 por cento, em termos anuais. Quanto ao tipo de gastos, os visitantes despenderam essencialmente em compras (44,8 por cento do total), alojamento (26,3 por cento) e alimentação (20,8 por cento). Analisando os gastos por motivo de vinda a Macau, observou-se que em termos anuais a despesa per capita daqueles que vieram participar em convenções e exposições aumentou 2,6 por cento (3.926 patacas), mas o dinheiro largado pelos que vieram às compras e passar férias diminuiu 36,9 por cento (2.161 patacas) e 7,6 por cento (2.191 patacas), respectivamente.
Raquel Moz SociedadeProtestos em Hong Kong | DST atenta que o número de visitantes pode vir a decair [dropcap]O[/dropcap]s incidentes de Hong Kong ainda não interferiram nos números do turismo em Macau, que continuam a registar crescimento, mas já existem sinais de algum nervosismo por parte dos agentes de pacotes em grupo, que por cautela começam a alterar os percursos dos viajantes nesta região do Delta do Rio das Pérolas. O turismo em Macau registou até ao mês de Junho um aumento acumulado de 20 por centro, face ao primeiro semestre de 2018. Apesar da situação instável que se vive na vizinha ex-colónia britânica, o efeito ainda não se reflecte em Macau. “Em termos de impacto, temos acompanhado os dados estatísticos e, até Junho, os números são muito positivos. E os dados preliminares do mês de Julho, a que tivemos acesso, ainda nos dão um aumento além dos 10 por cento, o que é bastante forte”, revelou ontem a directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes. No entanto, “durante este mês de Agosto, já tenho ouvido muitas opiniões da indústria, através das agências e guias turísticos, de que os grupos de turistas oriundos da China, sobretudo, que normalmente fazem um trajecto por Hong Kong e Macau, já começaram a cancelar viagens”, acrescentou a responsável. Os operadores turísticos começam também a dar sinais de alteração dos destinos em oferta, deixando cair Hong Kong, mas incluindo Macau e outras cidades da Grande Baía. Os que têm voos directos para o território estão a equacionar estas mudanças, segundo a monitorização “quase diária” da DST. Os efeitos ainda não se podem avaliar, disse, porque na organização de grandes eventos e conferências, feitas a médio e longo prazo, Macau pode vir a sofrer consequências que só se repercutirão mais tarde. A informação foi avançada ontem pela directora da DST, à margem da conferência de imprensa do 30º CIFAM, que se realiza em Macau nos meses de Setembro e Outubro, e onde são esperados muitos turistas com as festividades do Bolo Lunar e a semana dourada do 1 de Outubro.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Quase sete milhões em hotéis e pensões no primeiro semestre [dropcap]O[/dropcap]s hotéis e as pensões de Macau receberam quase sete milhões de pessoas nos primeiros seis meses do ano, um ligeiro aumento de 1 por cento face a igual período do ano passado, foi ontem anunciado. Em comunicado, os Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indicaram que, entre Janeiro e Junho, ficaram hospedadas no território 6.939.000 pessoas, por um período médio de 1,5 noites. No primeiro semestre do ano, a taxa de ocupação média atingiu 91,1 por cento, uma subida homóloga de 1,1 pontos percentuais. O número de visitantes que se hospedaram nos hotéis e pensões representou, no período em análise, 70 por cento do total de turistas. Só em Junho, os hotéis e pensões do território hospedaram 1.119.000 de pessoas, o que ainda assim representa uma descida de 3,4 por cento em termos anuais. No mesmo mês, o número de hóspedes provenientes do interior da China (752.000), de Hong Kong (128.000) e de Taiwan (38.000) baixaram 1,7 por cento, 6,7 por cento e 12,2 por cento, respectivamente. Em sentido inverso, o número de hóspedes oriundos da Coreia do Sul aumentou 7,2 por cento, para 42.000, indicou a DSEC. Neste último mês, a taxa de ocupação média atingiu 89,5 por cento, menos 0,3 pontos percentuais, em termos anuais. A DSEC salientou que a taxa de ocupação dos hotéis de cinco estrelas (90,7 por cento) e de quatro estrelas (89,7 por cento) diminuíram, em Junho, 0,2 e 1,6 pontos percentuais. No final de Junho, existiam em Macau 119 hotéis e pensões em actividade (mais três, em termos anuais), disponibilizando um total de 39.000 quartos, um ligeiro aumento de 0,1 por cento. Mais de 14 milhões de visitantes alojaram-se nos hotéis e pensões de Macau no ano passado, ou mais 7,2 por cento em relação a 2017, de acordo com dados oficiais.