Andreia Sofia Silva SociedadeJogo | Croupiers são menos, mas ganham mais Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que houve uma redução de 0,9 por cento do número de croupiers em funções entre o segundo trimestre deste ano e o do ano passado, sendo que, actualmente, existem 23.467 pessoas a desempenhar essas funções, menos 208 em termos anuais. Apesar da quebra, os salários dos croupiers aumentaram 6,5 por cento, sendo actualmente o valor médio de 21.600 patacas, devido “à ascensão salarial e aumento do número de horas de trabalho”. No total, o sector dos jogos de apostas e lotarias tinha, no segundo trimestre, 52.518 trabalhadores a tempo inteiro, mais 825 em termos anuais, 1,6 por cento. Em termos salariais, a remuneração média, excluindo as remunerações irregulares, dos trabalhadores a tempo completo no sector das lotarias e outros jogos de aposta cifrou-se em 26.750 patacas, mais 8,2 por cento, em termos anuais. Salienta-se que a remuneração média dos “croupiers” se situou em 21.660 patacas, mais 6,5 por cento, devido sobretudo à ascensão salarial e ao aumento do número de horas de trabalho. Destaca-se também a grande necessidade de mão-de-obra tendo em conta “o crescimento contínuo do número de entradas de visitantes”, que levou “à recuperação constante dos ramos de actividade económica relacionados com o turismo”. No fim do segundo trimestre deste ano existiam 498 postos vagos no sector do jogo, correspondendo a um acréscimo homólogo “significativo” de 385, ou seja, mais 340,7 por cento.
João Santos Filipe Manchete SociedadePJ | Anunciada detenção de grupo que fazia batota em casinos Entre os oito residentes detidos, constam empregados dos casinos, como os responsáveis pelas mesas de jogo e croupiers, que permitiram que os crimes tivessem lugar. Segundo a PJ, a acção do grupo causou perdas de pelo menos 4,54 milhões de patacas a um casino no Cotai Oito residentes foram detidos por alegadamente terem montado um esquema de batota que prejudicou um casino em cerca de 4,54 milhões de patacas. A informação foi divulgada ontem pela Polícia Judiciária (PJ), citada pelo canal chinês da Rádio Macau, e implica trabalhadores do casino vítima do crime. Segundo as informações partilhadas pelas autoridades, o grupo criminoso é suspeito de ter recrutado trabalhadores de um casino para modificarem as cartas de jogo nas mesas de póquer. Ao alterarem as cartas, os trabalhadores conseguiam fazer com que as cartas fossem tiradas do baralho de acordo com o esperado pelos criminosos, o que lhes permitia não só ganhar os jogos, mas também fazerem apostas com valor elevado, que não fariam se não soubessem qual ia ser o desfecho do jogo. Foi através deste esquema que o grupo conseguiu ganhar 4,54 milhões de patacas. O casino onde os alegados crimes aconteceram fica situado no Cotai, embora, como acontece nestas situações, a identidade do espaço não tivesse sido revelada. A investigação da PJ ao caso começou na passada quinta-feira, quando a segurança do casino alertou as autoridades, depois de ter verificado que um dos trabalhadores, que estava de serviço, tirou parte das cartas de um baralho e as entregou aos outros membros do grupo. Trabalhadores envolvidos Com base na investigação, a polícia procedeu à detenção de oitos residentes, com idades entre os 33 anos e 42 anos, em diferentes áreas do território. O grupo de detidos é constituído por membros de ambos os sexos. Segundo a PJ, nem todos os detidos concordaram em prestar a sua versão dos acontecimentos, permanecendo alguns em silêncio. A versão oficial reconhece que haverá indícios de os crimes terem sido cometidos em duas alturas diferentes, no final de Março e no início de Maio. Aos trabalhadores do espaço que concordassem cooperar com o grupo criminoso eram prometidos ganhos de pelo menos 170 mil patacas, mas que poderiam chegar às 500 mil patacas. Entre os detidos, cinco eram croupiers ou gestores das mesas de jogo onde eram feitas as apostas. Em relação aos restantes três detidos, as autoridades acreditam que eram os responsáveis pela rede criminosa e os cabecilhas por detrás dos crimes. Apesar da detenção das oito pessoas, a PJ não afasta a possibilidade de haver mais elementos envolvidos que não foram identificados.
Andreia Sofia Silva SociedadeCroupiers | Salários crescem, funcionários diminuem Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que a remuneração média dos croupiers registou, no segundo trimestre deste ano, um aumento de 3,5 por cento, situando-se actualmente nas 19.950 patacas. No entanto, esta área perdeu 701 trabalhadores em relação ao trimestre anterior, estando actualmente a trabalhar um total de 24.643 croupiers. Ainda na área do jogo, os dados mostram que o sector tem actualmente 55.768 trabalhadores a tempo inteiro, o que representa uma quebra de 1691 pessoas em termos anuais. Quanto à remuneração média, é de 23.690 patacas, um aumento de 2,1 por cento em termos anuais. No segundo trimestre deste ano, foram recrutados 466 trabalhadores, enquanto que 1016 pessoas deixaram o emprego nesta área. A taxa de recrutamento foi de apenas 0,8 por cento, enquanto que a taxa de rotatividade dos trabalhadores foi de 1,8 por cento, um aumento de 0,6 e 1,2 por cento, respectivamente. Já a taxa de vagas foi de apenas 0,1 por cento. Segundo a DSEC, estes dados “reflectem que a procura de mão-de-obra no sector das lotarias e outros jogos de aposta permaneceu num nível relativamente baixo”.
João Luz Entrevista MancheteCloee Chao, representante dos Trabalhadores do Jogo | A mãe de todas as lutas Criou uma associação laboral porque não tinha para onde se virar, afectada pelo fumo passivo nas salas de jogo. Cloee Chao subiu a pulso na indústria dos casinos, criou duas filhas que a acompanham em lutas laborais enquanto trabalhava por turnos e prepara-se para voltar a candidatar-se a deputada. Ainda não decidiu se corre com Ng Kuok Cheong, mas garante que vai continuar a cooperar com o deputado pró-democracia, com quem partilha lutas e princípios Como chegou à indústria do jogo? Era algo que ambicionava? O que a atraiu? A minha entrada na indústria do jogo foi há mais de 20 anos. Na altura, tinha acabado o ensino secundário complementar e estava com dificuldades para encontrar emprego. Consegui trabalho como secretária num escritório, através de recomendação de familiares. Nesse tempo, Macau era uma cidade pequena, a população era pouco mais de 300 mil habitantes e as oportunidades de emprego não eram muitas, excepto nos serviços do Governo e casinos. A admissão na indústria do jogo não era como nos dias de hoje, era difícil encontrar um formulário de proposta de emprego, mas arranjei um através da irmã de um amigo que era croupier no casino Lisboa. Isto foi antes da liberalização do jogo, quando só havia o Casino Lisboa. Preenchi e entreguei o formulário e ligaram-me da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) a perguntar se tinha interesse em ir a uma entrevista. Nunca tinha entrado num casino. No início, o meu trabalho era tratar das bebidas, atrás do croupier, além de recolher fichas de jogo, entre outras coisas. Tudo era uma novidade para mim, mas a STDM era uma empresa grande e dava formação aos trabalhadores. Depois de três meses de formação, e de um exame rigoroso, podia ser promovida a croupier. Trabalhou num casino ao mesmo tempo que criou duas filhas, enquanto mãe solteira. Que protecções laborais faltam às famílias monoparentais? Sou mãe solteira, responsável por todas as despesas da casa. Como este trabalho implica turnos, não pude cuidar das minhas filhas e tive de contratar uma empregada doméstica, o que aumentou as despesas. Se perguntar a assistentes sociais, vão-lhe revelar que as crianças com maiores problemas são oriundas de famílias em que os pais trabalham na indústria do jogo. Hoje em dia, faço todos os possíveis para que as minhas filhas me acompanhem, até em manifestações estão perto de mim. Por exemplo, nas últimas eleições a minha filha mais velha, que estuda na universidade, foi quem fez o design da nossa campanha. Mas, de facto, não há qualquer apoio a famílias monoparentais. Quando me divorciei, senti-me desamparada, não me facilitaram turnos que me permitissem cuidar da minha família. Lembro-me da felicidade que senti na altura da liberalização, porque se começou a falar de creches, disponíveis 24 horas por dia, para filhos de funcionários. Mas é complicado, mesmo para um casal, se trabalharem por turnos que não coincidem. A relação torna-se distante e, assim, é natural que a taxa de divórcio seja mais alta entre trabalhadores do jogo. Que razões a levaram a criar a Associação Novo Macau pelos Direitos dos Trabalhadores de Jogo? Foi devido à gravidade de uma doença que contraí por causa do fumo passivo. Tive um problema nas amígdalas, que me forçou a ir ao hospital todos os meses para receber tratamento. O médico disse-me que se continuasse a trabalhar naquele ambiente poderia morrer. Alguns colegas tiveram cancro e problemas respiratórios. Estes casos eram frequentes antes da aprovação da lei que proibiu o fumo do tabaco nos casinos. Nesta altura, tinha salário de supervisora, superior a 20 mil patacas por mês, e não podia abdicar desse dinheiro. Procurei a ajuda de outras associações, que não defendiam a abolição total do fumo. Depois de nos termos manifestado, decidimos começar a associação. Ao princípio não foi fácil, os colegas tinham receio de chatear o chefe ou arranjar problemas se estivessem comigo. Mas, lentamente, começámos a ser aceites. Numa altura em que parte da população está em situação de subemprego, a DSAL recebe poucas queixas e dá conta de poucos conflitos laborais. Como analisa esta realidade? A DSAL recebe menos queixas que nós. Nós ouvimos trabalhadores com problemas tão diversos como licenças sem vencimento, pressões para assinar demissões ou cartas de aviso. Durante este período de pandemia, percebo as empresas do jogo, face à quebra de lucros. Muitos anfitriões de salas VIP continuam sob licença sem vencimento, há pessoas com um terço do rendimento, quem tenha perdido bónus e a receber menos de 10 mil patacas. Na minha óptica, os trabalhadores mais afectados são da área da restauração, que tem muitos não residentes e locais em part-time, contratados através de agências de emprego, e estes não se queixam à DSAL. Que confiança tem na Concertação Social. É um organismo eficaz? O que falta? Todos os membros do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS) são nomeados, o Governo só ouve a voz de um lado. Se perguntar aos residentes, não acredito que muitos saibam o que é. Por exemplo, queremos dar as nossas opiniões sobre a lei sindical, queremos participar activamente, e não temos meios. Se compararmos com a Assembleia Legislativa, que só tem alguns deputados que representam a população, o CPCS tem zero. Quais são as suas expectativas quanto à Lei Sindical? Temos receio que a lei sindical não seja o que nós queremos, mas o que o Governo quer. Temos contacto com associações sindicais do exterior, ainda esta semana reunimos online. No passado, visitámos outras regiões como Estados Unidos, Espanha, onde existem leis sindicais. O mais importante é garantir convenções colectivas de trabalho e direito à greve. Estou preocupada com a possibilidade de estes direitos serem restringidos. Receio também que os sindicatos sejam organizados pelos próprios empregadores, com inscrição obrigatória no momento da admissão na empresa. Está a ponderar a possibilidade de concorrer às eleições na lista de Ng Kuok Cheong. Não teme dividir o eleitorado de trabalhadores do jogo, que não se alinham com a política mais pró-democracia? Todos sabem que os deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San apoiam as associações de operários e que partilhamos escritório, estiveram presente na fundação da nossa organização. Estou sempre presente nas actividades que promovem e também os convidamos para acções organizadas por trabalhadores do jogo. Creio que quem conhece a nossa associação, sabe que somos apoiantes dos deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San. É possível que haja quem tenha conceitos políticos diferentes dos deputados, mas não me parece que isso tenha grande impacto, uma vez que eles apoiam os trabalhadores há dezenas de anos. Mesmo que possam não concordar com alguns aspectos políticos, conhecem os seus desempenhos em questões laborais. Pelo contrário, acho que os apoiantes do campo democrático não nos aceitam porque nossa associação celebra o dia nacional e o aniversário da associação. Não somos do campo democrático, nem pró-Governo, somos uma associação de operários. Em Macau só existem estes dois campos. Independentemente de me candidatar, ou não, com Ng Kuok Cheong, vamos continuar a cooperar. Concorda com as ideias e as lutas que Au Kam San e Ng Kuok Cheong têm protagonizado em Macau, como a vigília do 4 de Junho? Não acha que pode ser um risco político? Ao longo dos anos, organizaram as suas actividades e que nunca foram suspensas, incluindo as actividades não puderam ser públicas devido à pandemia, acho que o maior risco político é desistirem de as organizar. Claro que me reconheço nestas lutas, se não concordasse não estaria com os deputados. Como as pessoas sabem, o campo democrático em Macau é moderado, mas pode ter sofrido com a atmosfera que se vive em regiões vizinhas. Mas creio que a população os apoia há muitos anos. Numa eventual candidatura à AL, quais são as propostas e políticas que gostaria de ver implementadas em Macau? Como eu sou trabalhadora do jogo, o foco principal é a esperança de participar no processo da renovação da concessão das licenças de jogo, fazer sugestões legislativas e lutar pelos direitos dos trabalhadores. Na altura da liberalização do jogo, as empresas candidatas às concessões prometeram muito, como creches 24 horas, dormitórios para funcionários, mas só vi estas promessas cumpridas no estrangeiro. Se calhar, porque faltam terrenos em Macau, mas ao longo dos anos não me parece que as empresas se tenham esforçado muito. De qualquer das formas, a cultura não-jogo é fraca em Macau. Por exemplo, The House of Dancing Water era muito conhecido, mas fechou devido ao impacto da pandemia. Desta vez, espero que as promessas feitas pelas concessionárias fiquem estabelecidas a escrito, de forma clara. Outro exemplo é o sector das exposições e eventos, que, de facto, estão bem desenvolvidas no Venetian. Mas é raro recrutarem residentes. Como avalia o trabalho do Governo de Ho Iat Seng até agora e que medidas gostaria de ver implementadas? Acho que o Governo tem feito um trabalho muito bom, incluindo com medidas que tiveram como prioridade o bem-estar da população, algumas corajosas, como fechar os casinos durante um período devido à pandemia. De 0 a 100, dou uma pontuação de 85 pontos. Demonstram maior capacidade de trabalho do que os governos anteriores. Por exemplo, as medidas de prevenção da pandemia não foram aplicadas às empresas de jogo apenas tendo em conta interesses negociais. Creio que o Governo impediu que muitos trabalhadores não fossem despedidos.
Pedro Arede Manchete SociedadeDSAL | Cloee Chao denuncia caso de croupiers chantageados com despedimento A Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo entregou uma carta a pedir a intervenção da DSAL num caso de cerca de 10 croupiers pressionados a apresentar demissão. Cloee Chao considera que os argumentos do casino não são válidos, sobretudo quando todas as concessionárias estão a distribuir bónus aos funcionários A presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, Cloee Chao, entregou ontem uma carta à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) a alertar para um caso de cerca de 10 croupiers, de um casino de uma subconcessionária não mencionada, que terão sido chantageados, através de cartas de aviso, com despedimentos por justa causa. Isto, caso os funcionários não apresentem a demissão por sua própria iniciativa. De acordo com Cloee Chao, o empregador justificou o acto com o facto de os trabalhadores terem ultrapassado o limite de 45 dias de faltas justificadas ou injustificadas, previsto na lei das relações de trabalho, por motivo de acidente ou doença. Para a responsável, o argumento não faz sentido pois, para além de as faltas terem sido aprovadas pelas chefias, durante a pandemia as empresas de jogo têm incentivado os funcionários a pedir licenças sem vencimento. Além disso, argumenta Chao, que também trabalhou como croupier, “é impossível não falhar nesta carreira”. “É como perguntar a um motorista com 20 anos de experiência se nunca recebeu uma multa”, disse aos jornalistas. À porta das instalações da DSAL, a presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo revelou ter contactado o casino em questão e que, na réplica, a empresa afirmou não favorecer uma “política de despedimento”. Contudo, acrescenta, até à manhã de ontem os 10 croupiers chantageados não foram informados acerca do seu futuro. Cloee Chao considera ainda que, dependendo da gravidade, existe um mecanismo que permite ao empregador anular cartas de aviso e que é injustificável despedir 10 trabalhadores quando concessionárias como a MGM, Wynn e Melco anunciaram recentemente o pagamento de bónus para os seus funcionários. “Acredito que a culpa é do departamento de recursos humanos deste casino. Várias concessionárias anunciaram o pagamento de bónus aos seus funcionários, que já custaram centenas de milhões de patacas. Não é preciso despedir uma dezena de croupiers para poupar algumas centenas de milhares de patacas”, vincou a responsável. Sentir na pele Uma das croupiers, que acompanhou Cloee Chao na entrega da carta na DSAL, revelou ter sido forçada a demitir-se ao final de um ano, logo após ter recebido a terceira carta de aviso. “Fui informada que se não tivesse pedido a demissão, entraria numa lista negra, que me impediria de trabalhar no sector do jogo no futuro,” apontou. Segundo revelou a ex-trabalhadora do casino satélite, que pediu para não ser identificada, o seu único requisito passa por manter o cargo, para poder cumprir obrigações, como o pagamento da hipoteca da casa. Situação agravada por problemas físicos que impediram de assumir outro tipo de trabalho.
admin Sociedade‘Croupiers’ | Salário médio sobe em 2019 [dropcap]A[/dropcap] média salarial dos ‘croupiers’ fixou-se em 21.080 patacas em 2019, valor que representou um aumento de 3,1 por cento em relação ao ano anterior. Os dados, apresentados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) referentes ao último trimestre de 2019, revelaram ainda que em Dezembro existiam em Macau 25.459 destes funcionários, número que reflecte um aumento de 3,0 por cento em relação a 2018. Segundo a DSEC, no final do quarto trimestre de 2019 o sector do jogo contava, no total, com 58.225 trabalhadores, dos quais 57,5 por cento eram do sexo feminino. A remuneração média (excluindo participações nos lucros e prémios) foi de 24.640 patacas, o que corresponde a um aumento de 3,8 por cento em termos anuais. Contudo, a diferença salarial entre residentes e não residentes continua a ser significativa, com a remuneração média dos primeiros a atingir 24.790 patacas, ao passo que os detentores de blue card auferiram, em média, 21.910 patacas. Também ao nível do género são notórias as diferenças salariais. Apesar de as mulheres ocuparem a maioria dos cargos do sector do jogo, ou seja 33.476 postos de trabalho, a sua remuneração média é inferior, tendo-se fixado em 23.670 patacas. O salário médio dos trabalhadores do sexo masculino fixou-se em 25.950 patacas. De notar ainda que no final do ano foi registada uma quebra de 25,5 por cento ao nível do recrutamento, tendo sido recrutados 1294 trabalhadores, quando no último trimestre de 2018 foram recrutados 1737. De acordo com a DSEC, no final de 2019 existiam ainda 443 postos por preencher, sendo que 77 destes eram respeitantes à função de ‘croupier’.
Hoje Macau Sociedade‘Croupiers’ | Salário médio sobe em 2019 [dropcap]A[/dropcap] média salarial dos ‘croupiers’ fixou-se em 21.080 patacas em 2019, valor que representou um aumento de 3,1 por cento em relação ao ano anterior. Os dados, apresentados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) referentes ao último trimestre de 2019, revelaram ainda que em Dezembro existiam em Macau 25.459 destes funcionários, número que reflecte um aumento de 3,0 por cento em relação a 2018. Segundo a DSEC, no final do quarto trimestre de 2019 o sector do jogo contava, no total, com 58.225 trabalhadores, dos quais 57,5 por cento eram do sexo feminino. A remuneração média (excluindo participações nos lucros e prémios) foi de 24.640 patacas, o que corresponde a um aumento de 3,8 por cento em termos anuais. Contudo, a diferença salarial entre residentes e não residentes continua a ser significativa, com a remuneração média dos primeiros a atingir 24.790 patacas, ao passo que os detentores de blue card auferiram, em média, 21.910 patacas. Também ao nível do género são notórias as diferenças salariais. Apesar de as mulheres ocuparem a maioria dos cargos do sector do jogo, ou seja 33.476 postos de trabalho, a sua remuneração média é inferior, tendo-se fixado em 23.670 patacas. O salário médio dos trabalhadores do sexo masculino fixou-se em 25.950 patacas. De notar ainda que no final do ano foi registada uma quebra de 25,5 por cento ao nível do recrutamento, tendo sido recrutados 1294 trabalhadores, quando no último trimestre de 2018 foram recrutados 1737. De acordo com a DSEC, no final de 2019 existiam ainda 443 postos por preencher, sendo que 77 destes eram respeitantes à função de ‘croupier’.
Andreia Sofia Silva VozesA bota que não se descalça [dropcap]O[/dropcap] candidato ao cargo de Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, apresentou este sábado um programa que vai a todas e a nenhuma ao mesmo tempo. É um programa político que tem lá aqueles tópicos todos que sabemos serem problemáticos em Macau, mas medidas concretas poucas há. Ho Iat Seng fala dos assuntos mas não se compromete com nenhum, qual político super ponderado em plena campanha. Acontece que os deputados ligados aos Operários ficaram insatisfeitos com o facto de Ho Iat Seng não ter referido, preto no branco, que os trabalhadores não residentes não irão ocupar profissões como motoristas ou croupiers. Lá está, esta é aquela bota que não se descalça. Chui Sai On pode ter prometido que não mudava a lei, porque sabia que em 2019 saía do cargo que ainda ocupa. Ho Iat Seng sabe que o futuro está aí à porta e a economia não espera. Quando perceber, o aumento populacional e do turismo fará de Macau um território com um ainda maior constrangimento em matéria de recursos humanos. Está na altura de olhar para o elefante no meio da sala. Para já, é melhor ficar em silêncio e não falar sobre o assunto.
Diana do Mar PolíticaOperários temem que função de ‘croupier’ deixe de ser exclusiva para residentes após mudança de Governo Apesar das garantias de que dar cartas nos casinos vai continuar a ser uma profissão exercida em exclusivo para os residentes de Macau, dois deputados da bancada dos Operários pediram garantias de que o compromisso do Governo de não permitir a contratação de trabalhadores não residentes para o cargo de ‘croupier’ não vai ser quebrado, até porque dentro de um ano entra em cena um novo Chefe do Executivo [dropcap]O[/dropcap] Governo deixou claro, por diversas vezes, que a possibilidade de permitir a contratação de trabalhadores não residentes para o cargo de ‘croupier’ figura como uma carta fora do baralho, mas está longe de dissipar os receios da ala laboral, com dois dos quatro deputados da bancada dos Operários a pedirem mais garantias de que a profissão vai continuar a ser exercida em exclusivo por residentes de Macau, até porque dentro de sensivelmente um ano toma posse um novo Executivo. “O Chefe do Executivo afirmou, há dias, que essa política não ia ser alterada. No entanto, com o termo do mandato do IV Governo da RAEM [em Dezembro de 2019], muitos residentes estão preocupados com a alteração, que afecta o emprego dos residentes de Macau”, afirmou Lam Lon Wai, numa intervenção antes da ordem do dia. A caixa de Pandora foi aberta há dias, quando no seio do Conselho para o Desenvolvimento Económico, foi sugerida a realização de um estudo sobre a importação de mão-de-obra para a função de ‘croupier’, o que, como observou o deputado eleito por sufrágio indirecto, “suscitou fortes reacções da sociedade”. Para Leong Sun Iok – que reproduz preocupações dos operadores do sector do jogo –, a proposta para se considerar a fixação de uma quota para o cargo de ‘croupier’ destinada a trabalhadores não residentes foi mesmo vista como uma “tentativa de testar a temperatura da água”, decorrendo da “intenção de acabar com a limitação imposta à importação de ‘croupiers’. O deputado, eleito por sufrágio universal, foi ainda mais longe, colocando em xeque o argumento da falta de profissionais para dar cartas nos casinos por “carecer de fundamentos científicos”. O mal que vem de fora “A procura por ‘croupiers’ tem vindo a diminuir e, nos últimos anos, o número tem-se mantido estável”, afirmou, puxando das estatísticas oficiais, à luz das quais os casinos contavam com 24062 ‘croupiers’, número que “traduz um crescimento quase nulo relativamente a 2013”, ano em que foi atingido o pico das receitas de jogo. “Perante a procura estável e a abundância de recursos humanos, é evidente que a liberalização da importação de ‘croupiers’ viola o princípio da importação de mão-de-obra para apenas suprir a insuficiência de trabalhadores residentes”, defendeu. Apesar das garantias, ao longo dos anos, pelo Governo, Leong Sun Iok sublinhou que “sempre que alguém fala” da possibilidade de importação os ‘croupiers’ ficam em sobressalto, temendo pelo posto de trabalho, uma preocupação que, na sua opinião, “tem razão de ser”. O deputado deu o exemplo do sector da restauração, em que a mão-de-obra importada representa 44 por cento do total: “O salário médio é apenas de 10940 patacas, uma grande diferença em relação ao sector do jogo”, o que “demonstra que, face ao impacto dos trabalhadores não residentes, é difícil garantir os salários e as regalias dos locais e as oportunidade de promoção”. Neste âmbito, Leong Sun Iok sugeriu mesmo que sejam definidos “mecanismos eficientes de longo prazo” nos futuros contratos das operadoras de jogo que deixem claro que só residentes podem ser ‘croupiers’ e supervisores nos casinos. Profissionais do volante também preocupam Além dos ‘croupiers’ e dos supervisores, os deputados dos Operários lembraram que há uma terceira profissão vedada a trabalhadores de fora – os motoristas profissionais –, com Lam Lon Wai a expressar descontentamento face a uma potencial viragem da actual politica, sinalizada na “atitude aberta” manifestada pelo Governo no tocante à importação de trabalhadores não residentes e no estudo sobre os recursos humanos do sector encomendado recentemente à Comissão de Desenvolvimento de Talentos. “Estas duas posições diferentes [sobre ‘croupiers’ e motoristas] levam as pessoas a preocupar-se que a ‘linha de defesa’ da não importação de trabalhadores para a função de motorista possa vir a ser quebrada, pois parece que o Governo está a inclinar-se para a importação”, sustentou. Para o deputado, tal não só afectaria o emprego dos residentes de Macau como também colocaria em causa a segurança rodoviária. “O Governo deve definir, a longo prazo, políticas para salvaguardar os direitos e interesses legítimos dos trabalhadores locais, clarificar as profissões e funções em que é proibida a importação, bem como criar um mecanismo de ajustamento adequado, no sentido de assegurar que essas profissões não sejam facilmente alteradas, salvaguardando assim os legítimos direitos e interesses dos trabalhadores locais”, insistiu.
Diana do Mar PolíticaDeputados colocam em causa exequibilidade da interdição de entrada nos casinos Os trabalhadores da indústria de jogo vão deixar de poder frequentar os casinos fora do horário de expediente. A medida – que entra em vigor daqui a um ano – figura da proposta de alteração à lei do condicionamento da entrada, do trabalho e do jogo nos casinos, aprovada ontem, na especialidade. Os deputados manifestaram, porém, dúvidas quanto à exequibilidade da aplicação e receios de que abra a porta a eventuais despedimentos [dropcap]N[/dropcap]os casinos só para trabalhar. Foi aprovada ontem, na especialidade, a proposta de lei que interdita os trabalhadores da indústria de jogo de frequentarem casinos fora do horário de expediente. A medida, que entra em vigor dentro de um ano, vai abranger um universo de 54 mil pessoas. Apesar de compreenderem a intenção legislativa que vai no sentido de diminuir o vício do jogo que, segundo estudos oficiais, afectam com maior incidência os trabalhadores do sector, os deputados levantaram uma série de dúvidas, desde logo no que toca à forma como vai ser executada a lei. Esta “mudança radical” de alargar o número de pessoas interditas de entrar nos casinos “vai acarretar muita pressão ao nível da implementação da lei”, afirmou Pereira Coutinho, lembrando que, além dos 54 mil trabalhadores da indústria do jogo, o diploma proíbe a entrada de pessoas interditas, a somar ainda aos aproximadamente 40 mil funcionários públicos que apenas podem ir ao casino pelo Ano Novo Chinês. “Quem é que dentro da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) vai aplicar a lei no terreno? Quantos inspectores temos?”, questionou o deputado, colocando em causa a capacidade da DICJ para fiscalizar até porque já sofre de “falta de pessoal”. Pereira Coutinho deu, aliás, exemplos de inspectores que têm de “cobrir” vários casinos, elencou as diversas funções que lhes são atribuídas, como ao nível do controlo do tabagismo, falando até da “luta interna” que se verifica no seio da DICJ na hora de marcar férias. Como funciona? Também Angela Leong pôs o dedo na ferida: “Os trabalhadores não podem entrar nos casinos, mas temos um problema. Como funciona?” “Muitas pessoas estão preocupadas com a exequibilidade da proposta porque agora tudo é feito a olho nu”, afirmou a também directora executiva da Sociedade de Jogos de Macau, dando o exemplo do controlo da entrada dos menores de 21 anos. Na réplica aos deputados, o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, reconheceu que, “com evolução do sector”, o pessoal da DICJ “é um pouco escasso”, mas que o seu universo será reforçado, prometendo acelerar o recrutamento “para fazer face as necessidades”. O director da DICJ, Paulo Martins Chan, complementou, sustentando que a fiscalização tem diferentes “modalidades”, incluindo uma nova que passa pela linha aberta durante 24 horas para denúncias, que irá permitir “uma melhor execução da lei”, manifestando ainda confiança de que os cidadãos estarão “conscientes” das novas regras. Castigo à vista Outra preocupação manifestada teve que ver com a possibilidade de os funcionários virem a ser perseguidos, após infringirem a lei, ao ponto de poderem ser despedidos. “As pessoas preocupam-se que ponha em causa emprego”, observou Leong Sun Iok, pedindo garantias de que tal não vai suceder, dado que, apesar de o Governo negar, “na prática”, existe “uma lista negra” de trabalhadores dos casinos. “De que medidas dispõe para assegurar que as empresas não abusam?”, questionou o deputado dos Operários. Lionel Leong foi taxativo na resposta: “A intenção legislativa não é estigmatizar pessoas. Nunca pretendemos afectar ou discriminar qualquer trabalhador. Podem ficar descansados”. O secretário para a Economia e Finanças afirmou ainda que, no futuro, vão ser levadas a cabo “acções de sensibilização” de modo a que os trabalhadores fiquem a conhecer a lei e as consequências de entrarem nos casinos”, com o director da DICJ a deixar claro que a sanção por uma eventual infracção não tem cariz disciplinar nem pode levar as concessionárias a avançar para um eventual despedimento, sendo apenas “pecuniária”, ainda que possa ser aplicada uma pena acessória. À luz do diploma, quem violar a lei é punido com multa de 1000 a 10000 patacas. Outros deputados, como Au Kam San, questionaram ainda a razão pela qual não se proíbe apenas o acto de jogar ao invés da entrada nos casinos propriamente dita, dado que muitos funcionam em ‘resorts’ integrados, que têm outra oferta, como lojas ou restaurantes. “Se entrarem pode ser um factor que atrai, podendo levá-los a enveredar pelo caminho do jogo e, por isso, não os queremos a deambular”, justificou o Governo. À luz do regime actual, os trabalhadores da indústria de jogo encontram-se apenas proibidos de jogar nos casinos explorados pela respectiva entidade patronal, mas podem tentar a sorte nos restantes fora do horário de expediente.
Hoje Macau PolíticaChefe do Executivo insiste que a profissão de croupier mantém-se apenas para residentes [dropcap]A[/dropcap] regra não escrita relativamente aos ‘croupiers’ vai manter-se inalterada, ou seja, dar cartas nos casinos vai continuar a ser uma profissão exercida em exclusivo por residentes de Macau, reiterou, este sábado, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, antes de partir para a tradicional visita de balanço a Pequim. A garantia surge em linha com as palavras do secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, que deixou claro, na semana passada, que a possibilidade de contratação de trabalhadores não residentes para esse cargo é uma carta fora do baralho. “A promessa do governo de garantir esse cargo exclusivamente para residentes não está sujeita a alteração”, afirmou o Chefe do Executivo, sustentando ainda ser normal que existam opiniões, necessidades e reivindicações diferentes, numa referência ao Conselho para o Desenvolvimento Económico, onde a ideia foi aventada. “Só com pontos de vista díspares é que se conseguem alcançar os resultados esperados de uma entidade de consulta”, observou, de acordo com um comunicado oficial, apontando que “o Governo ausculta primeiro as opiniões dos membros para depois proceder à sua análise de um modo abrangente”.
Diana do Mar PolíticaJogo | Governo descarta hipótese de não residentes exercerem função de ‘croupier’ A função de ‘croupier’ vai continuar a ser desempenhada exclusivamente por residentes. A garantia foi dada ontem pelo secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, que deixou claro que a possibilidade de contratação de trabalhadores não residentes é uma carta fora do baralho [dropcap]A[/dropcap] regra não escrita relativamente aos ‘croupiers’ vai manter-se inalterada, ou seja, dar cartas nos casinos vai continuar a ser uma profissão exercida em exclusivo por residentes de Macau. Isto porque o Governo descartou ontem a possibilidade de serem contratados trabalhadores não residentes para exercerem esse cargo – como proposto na véspera no seio do Conselho para o Desenvolvimento Económico. “O Governo da RAEM está firme na posição de manter a política de não importação de trabalhadores não residentes para as funções de ‘croupier’”, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, aos jornalistas, à margem de um evento. O Governo “continuará a promover o desenvolvimento saudável do sector de jogo e reforçará a capacidade de promoção profissional e a mobilidade horizontal dos trabalhadores residentes”, sublinhou, citado num comunicado oficial. A hipótese de serem contratados trabalhadores não residentes para o cargo de ‘croupier’ foi sugerida na terça-feira durante a reunião do Conselho para o Desenvolvimento Económico, presidido pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On. A informação foi adiantada pelo chefe da secção para o estudo das políticas de recursos humanos do Conselho para o Desenvolvimento Económico, Vong Kok Seng, que deu conta de que durante o encontro, à porta fechada, foi referida a existência de uma grande procura por ‘croupiers’, bem como um potencial aumento no quadro da expansão da indústria do jogo. Um cenário que levou alguns membros do órgão consultivo a alertar para a dificuldade de o mercado de trabalho local satisfazer essa procura e, por conseguinte, a propor a possibilidade de ser fixada uma quota para trabalhadores não residentes para suprir a eventual falta de recursos humanos disponíveis para ocupar o cargo de ‘croupier’. O secretário para a Economia e Finanças, que também esteve presente no encontro do órgão consultivo do Governo, afirmou que, como habitual, os membros dos diferentes sectores expressaram as suas opiniões e sugestões sobre o desenvolvimento económico de Macau nas diversas vertentes. No entanto, como ressalvou, os representantes do Governo não deram qualquer resposta a essas opiniões e sugestões, indicando que estas serão posteriormente analisadas integralmente. Política permanente Contudo, no caso concreto das propostas relativamente aos ‘croupiers’, Lionel Leong foi buscar palavras do Chefe do Executivo, recordando que Chui Sai On afirmou, por diversas vezes, a posição do Executivo de manter o cargo vedado a trabalhadores não residentes, uma política que descreveu como “permanente” da RAEM, que “não está sujeita a alteração”. Os casinos de Macau contavam, no final do ano transacto, com 24.453 ‘croupiers’, cuja remuneração média correspondia a 19.850 patacas, segundo dados oficiais. A ideia de serem contratados trabalhadores não residentes para o cargo foi avançada no passado e, em 2013, por exemplo, levou mesmo milhares de trabalhadores do sector a saírem à rua em protesto. Os funcionários dos casinos reagiram aos rumores que corriam no seio da indústria do jogo de que não haveria mão-de-obra local para preencher as posições de ‘croupier’ face aos casinos que estavam projectados para a ‘strip’ do Cotai.
Hoje Macau SociedadeConselho de Desenvolvimento Económico analisa acesso de não residentes à profissão de croupier O Conselho para o Desenvolvimento Económico abordou ontem a possibilidade de trabalhadores não residentes virem a aceder à profissão de croupier dada a elevada necessidade de mão-de-obra. O Governo não teceu qualquer opinião sobre a matéria [dropcap]F[/dropcap]oi ontem discutida, pela primeira vez, a possibilidade de trabalhadores não residentes (TNR) poderem vir a trabalhar nos casinos como croupiers. De acordo com a Rádio Macau, a hipótese está a ser analisada pelo Conselho para o Desenvolvimento Económico e foi avançada pelo empresário e membro Vong Kok Seng, que também faz parte do Conselho Permanente de Concertação Social. Vong Kok Seng adiantou aos jornalistas que o Governo não se comprometeu com nenhuma ideia ou medida, tendo apenas ouvido as sugestões apresentadas. “Foi referido que existe uma grande procura por croupiers e é por isso que alguns membros sugeriram que, no processo de desenvolvimento e expansão da indústria do jogo, essa procura ainda pode vir a ser maior, de tal modo que o mercado laboral doméstico terá dificuldades em satisfazer essa procura. Como tal, seria uma boa ideia fixar uma percentagem de croupiers que possam ser importados”, disse Vong Kok Seng em declarações reproduzidas pela Rádio Macau. A lei determina que apenas os residentes podem ser croupiers e, para Vong Kok Seng, caso haja importação de TNR para estas posições estes serão os primeiros afectados em caso de crise no sector do jogo. “Quando se estiver numa situação em que a indústria do jogo está em declínio e se se tiver de despedir alguns trabalhadores, estes croupiers importados serão os primeiros a serem dispensados”. A ideia da necessidade de importação de TNR não vem de agora. A Rádio Macau recorda que já em Março de 2012 um estudo do Instituto Politécnico de Macau apontava para essa solução. Foi também entregue uma petição ao Chefe do Executivo por três associações do jogo onde se pedia que não se importassem os TNR para estes cargos. Chui Sai On sempre deixou claro que não iria fazer qualquer alteração à lei. TNR precisam-se Vong Kok Seng, que é também vice-presidente da Associação Comercial de Macau (ACM), frisou que se deve “importar adequadamente” trabalhadores para alguns áreas da economia. “Em alguns sectores com muita falta de recursos humanos, deve-se importar adequadamente trabalhadores. Esperamos que possa ser aperfeiçoada esta medida de importação, por exemplo, no sector das convenções e exposições, quadros bilingues, medicina tradicional chinesa, motoristas, serviços e construção civil”. Neste sentido, o vice-presidente da ACM adiantou que, na reunião, foi referida a possibilidade do Governo vir a alterar as políticas de recursos humanos, criando medidas “de longo prazo”.
Hoje Macau Sociedade‘Croupier’ condenada a um ano e meio de prisão por furto de fichas [dropcap]U[/dropcap]ma ‘croupier’, de 44 anos, foi condenada recentemente a uma pena de prisão efectiva de um ano e seis meses por peculato, após ter furtado fichas de jogo no valor de 450 mil dólares de Hong Kong, bem como a compensar o casino onde trabalhava. Segundo noticiou ontem o jornal Ou Mun, em 2014, a ‘croupier’, terá subtraído fichas de jogo avaliadas em 100 mil dólares e, posteriormente, desviado outras no valor de 350 mil dólares de Hong Kong. O crime foi descoberto por um funcionário através do sistema de videovigilância.
Victor Ng SociedadeLei laboral | Cerca de mil saíram à rua contra selecção de feriados A Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo levou ontem à rua cerca de mil pessoas, mas as contas da PSP falam em apenas 400. Os manifestantes estão contra a selecção dos feriados obrigatórios que o Governo quer introduzir na lei laboral [dropcap]A[/dropcap] proposta do Governo de selecção de três dos quatro feriados obrigatórios, contida na revisão da lei laboral, levou ontem croupiers à rua. O protesto foi organizado pela Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo e, de acordo com a sua presidente, Cloee Chao, contou com a presença de mil pessoas. Porém, a Polícia de Segurança Pública (PSP) contabilizou apenas 400 participantes. O protesto terminou com a entrega de uma carta na sede do Governo a exigir a retirada da proposta, que ainda está a ser discutida no seio do Conselho Permanente para a Concertação Social (CPCS). A manifestação também serviu para exigir aumentos salariais para os trabalhadores do jogo e para mostrar a oposição à proibição de entrada dos funcionários nos casinos além do horário laboral. Em declarações ao HM, Cloee Chao considera que a medida de selecção de feriados, a decidir entre patrões e trabalhadores, pode fazer com que estes sofram não só uma redução do número de feriados gozados como uma redução salarial. Para Cloee Chao, o Governo deveria ter como referência a lei laboral em vigor na China, que contempla sete dias de feriados para celebrar o dia da implantação da República Popular da China. “Essa medida é mais adequada para o território, uma vez que 90 por cento da população é chinesa e não há razões para que a maioria se ajuste a uma minoria”, apontou a dirigente associativa. Cloee Chao lembrou que o Governo avançou com a ideia de seleccionar os feriados tendo em conta a existência de trabalhadores estrangeiros, para que estes possam festejar os feriados relacionados com as suas culturas. Zhou Yu, manifestante que trabalha como croupier, queixou-se ao HM que, tendo em conta que os funcionários dos casinos gozam de poucos dias de feriado, a nova medida surge numa altura inoportuna. “Tendo em conta o número de feriados obrigatórios na China e noutros países, em Macau temos poucos feriados. A economia de Macau é uma das melhores do mundo, mas as regalias e o tratamento dados aos trabalhadores são poucos”, frisou. Zhoe Yu disse esperar que o Executivo aumente o número de feriados obrigatórios de quatro para doze. Cinco por cento A proibição de entrada dos trabalhadores noutros casinos que não sejam local de trabalho também continua a não agradar aos croupiers, que consideram que a medida pode trazer inconvenientes ao seu dia-a-dia. Um manifestante de apelido Hao, que trabalha como croupier há seis anos, confessou que muitas vezes os familiares pedem aos trabalhadores que lhes façam visitas guiadas aos casinos, algo que com a nova medida será impossível de realizar. O Governo pretende introduzir esta disposição para evitar o aumento de casos de vício de jogo no seio dos trabalhadores dos casinos. Cloee Chao defende que a proibição de entrada deveria ser cingida apenas às zonas de apostas. Por outro lado, a responsável pede um aumento salarial de cinco por cento, tendo em conta a taxa de inflação.
João Santos Filipe SociedadeRedacção da lei de interdição permite acesso a croupiers de casinos satélite [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]proposta do Executivo que interdita o acesso dos empregados dos casinos às áreas de jogo fora do expediente do trabalho vai ter de ser reformulada. O problema foi reconhecido, ontem, durante o primeiro encontro entre os representantes do Governo e os deputados da 1.ª comissão permanente da Assembleia Legislativa. Em causa está o facto da proposta de lei definir que os interditos são os “trabalhadores das concessionárias”, ou seja uma formulação que levanta várias dúvidas e pode excluir da interdição, por exemplo, croupiers de casinos satélites ou empregados de limpeza e segurança de companhias subcontratadas pelas operadoras. “Que tipos de trabalhadores vão ser incluídos quando se diz trabalhadores das concessionárias? São todos os que têm vínculos com as concessionárias? Ou queremos incluir outros trabalhadores na interdição, como os ligados a empresa subcontratadas, como empregados de segurança e limpeza?”, questionou Ho Ion Sang. “Na comissão há diferentes interpretações sobre a lei, porque parece que há tratamentos diferentes [para os trabalhadores]. Mas parece certo que os trabalhadores subcontratados não são abrangidos. Por isso, o Governo vai repensar o âmbito da abrangência da interdição”, acrescente Ho. No entanto, é um ponto assente entre os deputados a necessidade de interditar o acesso aos casinos a trabalhadores que lidam directamente com as mesas de jogo. Existe também ainda a possibilidade de relações públicas, trabalhadores de restaurantes em casinos, seguranças e empregados de limpeza serem interditos quando estão fora do expediente de trabalho. Questões ultrapassáveis “O Governo disse que não tem intenção de englobar trabalhadores das relações públicas, restaurantes, empregadas de limpeza ou seguranças na interdição. Mas, após a consulta pública, reconhece que este tipo de trabalhadores também pode ser facilmente influenciado e adquirir o vício do jogo”, indicou o presidente da comissão. Por sua vez, Paulo Martins Chan, director da Direcção de Serviços de Inspecção e Coordenação dos Jogos, reconheceu que ainda há alguns pormenores a ultimar, mas que a ideia de proteger os trabalhadores é comum a Governo e deputados. “Em relação à política do jogo responsável para evitar o vício do jogo, acho que é uma questão pacífica tanto para deputados como Governo. Só que houve algumas dificuldades técnicas em pormenores e áreas em que deve ser proibido entrar. Mas penso que são questões ultrapassáveis”, afirmou Paulo Martins Chan.
Victor Ng Manchete PolíticaEleições | Lista de Cloee Chao pede benefícios iguais aos da Função Pública [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]omeçou por ser activista em defesa dos direitos dos croupiers. Depois dos protestos de 2014, Cloee Chao deixou de estar tão activa nesse trabalho. Este ano, porém, decidiu voltar à ribalta como candidata às eleições legislativas através da “Linha da Frente dos Trabalhadores de Casinos”. A lista, composta por oito membros, todos eles funcionários da indústria do jogo de nível básico, apresentou ontem o seu programa político. Cloee Chao disse que o objectivo da candidatura é aumentar os benefícios de todos os que trabalham no sector, equiparando as regalias às que são atribuídas aos funcionários públicos. A candidata fala de benefícios como a atribuição de cinco dias de trabalho e dois dias de folga por semana, 22 dias de férias por ano, 90 dias de licença de maternidade e cinco de licença de paternidade. Cloee Chao pede ainda que sejam pagos 14 meses de ordenado. Cloee Chao referiu que, aquando da liberalização do sector do jogo, as operadoras que investiram no mercado prometeram regalias como a atribuição de subsídios para a habitação ou mais vagas nas creches destinadas aos filhos dos trabalhadores do jogo. A candidata lamentou que, passados mais de dez anos, o aumento significativo das receitas não levou as operadoras a cumprirem as promessas feitas. Uma delas prende-se com o não pagamento das gorjetas pagas pelos clientes nas mesas de jogo. “Todos os anos as operadoras têm lucros elevados mas nem todos os anos recebemos aumentos de salário ou bónus”, apontou a líder da lista 25. Sim à Lei Sindical A “Linha da Frente dos Trabalhadores de Casinos” pede ainda que seja legislada a Lei Sindical, que já foi chumbada nove vezes na Assembleia Legislativa. Para Cloee Chao, o diploma em causa nunca foi aprovado devido aos interesses de alguns deputados do hemiciclo. Por isso, um dos objectivos da candidatura é apresentar a Lei Sindical, para que os trabalhadores possam ter outras formas de diálogo com as operadoras em vez de optarem por protestos ou greve. Cloee Chao defende ainda que os trabalhadores não residentes não devem desempenhar as funções de croupier (algo que a legislação em vigor já prevê), além de defender o fim das salas de fumo nos casinos. A maioria dos pontos do programa político versam sobre os trabalhadores do jogo, mas a lista 25 diz estar também atenta a questões como o trânsito ou a habitação. Contudo, como são temas presentes em todas as candidaturas, Cloee Chao disse preferir enfatizar a luta pelos direitos dos trabalhadores do jogo.
Angela Ka SociedadeJogo | Manifestação exigiu aumentos e lei sindical Depois das taxas, os croupiers. Ontem a Associação Nova dos Direitos e Interesses dos Trabalhadores do Jogo, dirigida por Cloee Chao, foi até à sede do Governo pedir aumentos salariais e a implementação da lei sindical [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]nquanto o Governo estuda, o povo reclama. Enquanto o Governo promete avançar com um concurso público para estudar a implementação da lei sindical, mais uma associação ligada ao sector do Jogo volta a pedir a legislação de um artigo da Lei Básica. Cloee Chao voltou à rua com a sua Associação Nova dos Direitos e Interesses dos Trabalhadores do Jogo e com 300 croupiers. Exigem aumentos salariais na ordem dos cinco por cento às operadoras e pedem uma lei sindical, para que “nunca mais seja preciso ir à rua apresentar a mesma reinvindicação”. No protesto estava Lo, de 50 anos, que disse ao HM que não vê o seu salário aumentado há dois anos, algo que não acompanha a inflação. A carta entregue na sede do Governo, dirigida ao Chefe do Executivo, refere que em 2016 apenas a Sands China ajustou os salários dos seus trabalhadores, sendo que as restantes operadoras não fazem aumentos desde 2015, tendo “prejudicado de forma disfarçada” os direitos sociais dos empregados. “No início de 2016 as empresas de Jogo publicaram os juros líquidos de 12,5 mil milhões de patacas após o pagamento de impostos. Apesar do sector ter sofrido um ajustamento profundo, os dados mostram que todas as empresas ainda obtiveram enormes lucros.” Cloee Chao alertou para o facto dos salários pagos na indústria não serem tão bons como a maioria das pessoas pensam, tendo em conta ordenados pagos a pessoal administrativo, técnicos, empregadas de limpeza, pessoal de segurança e condutores. Estes estarão a ser substituídos por não residentes, que ganham salários mais baixos. “Há mais de dez anos um croupier recebia 14 mil patacas, mas hoje em dia recebe 18 mil, o que está de acordo com a média salarial revelada pelas estatísticas oficiais (15 mil patacas). Onde está então o emprego com alto salário? Podem imaginar os salários que são pagos noutras posições”, lê-se na carta. A ausência de uma lei sindical faz com que, no caso dos trabalhadores exigirem aumentos, “só podem ficar à espera que os capitalistas se tornem benevolentes, ou optam por sair à rua”, sem outras saídas. Cloee Chao confirmou que deseja recolher assinaturas do sector, caso os aumentos não se realizem após o Ano Novo Chinês. As reivindicações também deverão chegar às mãos dos deputados do hemiciclo.
Andreia Sofia Silva MancheteCroupiers | Chui Sai On recebeu mais três petições. Exigida saída de Cheang Chi Keong do hemiciclo As palavras de Cheang Chi Keong continuam a fazer mossa. Ontem três associações do sector do Jogo entregaram petições a pedir ao Chefe do Executivo para que mantenha a política de não introdução de não residentes para a profissão de croupier. Associações pretendem continuar a reagir e uma pede a saída do deputado da Assembleia [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]rês associações dirigiram-se ontem à sede do Governo para entregar petições a Chui Sai On. São mais reacções às palavras do deputado Cheang Chi Keong, que referiu ao jornal Ou Mun que o Executivo deveria ponderar a introdução de trabalhadores não residentes (TNR) para o cargo de croupier nos casinos. A Forefront of Macau Gaming juntou-se à Associação dos Empregados de Jogo de Macau para entregar uma petição com mais de 12 mil assinaturas. Não só estão insatisfeitos com as palavras de Cheang Chi Keong (deputado eleito pela via indirecta à Assembleia Legislativa), como pedem uma redução de TNR em vários sectores económicos. Dados do Governo mostram que já foram aprovadas mais de 210 mil quotas para TNR, sendo que as empresas locais já importaram mais de 180 mil TNR. Para os responsáveis das associações, este panorama faz com que os empregados portadores de BIR fiquem numa situação passiva na altura de discutir salários e condições de trabalho. As duas associações sublinharam que, embora os croupiers ainda não tenham sido afectados pela entrada de TNR, a verdade é que também são trabalhadores e sentem-se preocupados com a possível mudança de política. Os assinantes da petição esperam que Cheang Chi Keong possa voltar atrás nas suas declarações, para que seja mantida a justiça no acesso ao emprego. “A introdução de TNR não é adequada para o território”, disse Ieong Man Teng, presidente da Forefront of Macau Gaming. “Recolhemos as assinaturas dos trabalhadores do Jogo que se sentem descontentes com o discurso feito. O Governo já respondeu negativamente às declarações de Cheang Chi Keong e nós apoiamos isso, mas caso o Governo assuma outra posição, vamos ter novas acções”, frisou. Feiras inspeccionadas Ieong Man Teng exemplifica. “Numa feira de recrutamento organizada pela Melco Crown estavam imensos candidatos locais à procura de emprego, e o Governo não precisa de estudar a introdução de TNR. Vamos fazer alguns relatórios sobre estas feiras de recrutamento e vamos entregá-los ao Governo”, adiantou. Nesta feira, “os candidatos começaram a chegar entre as sete e meia da manhã até às nove, tendo os responsáveis da operadora dito que as vagas já estavam preenchidas e que não havia mais quotas. Muitos dos candidatos não foram seleccionados através de uma entrevista e alguns deles ficaram muito insatisfeitos”, disse Ieong Man Teng. Cloee Chao, membro da Forefront of the Macau Gaming e secretária-geral da Associação dos Empregados de Jogo de Macau, garantiu que têm recebido queixas de candidatos a vagas de emprego que participaram em mais de dez feiras mas que não receberam quaisquer respostas. Os locais suspeitam, assim, que essas feiras não sirvam, de facto, para o recrutamento. Cloee Chao disse ainda que o sector dos croupiers está cheio e que algumas operadoras têm vindo a pedir aos empregados para gozarem os feriados ou licenças sem vencimento, ou então para saírem do trabalho mais cedo. Ng Kim Yip, outro responsável da Forefront of the Macau Gaming, disse que vão “realizar mais relatórios sobre a fiscalização das feiras de recrutamento. A saída de TNR é um tema que reúne consenso na sociedade e isso terá uma influência positiva no preço das casas”, rematou. Grande “reacção social” A associação de trabalhadores “Macau Selfhelper” defendeu em comunicado que as declarações de Cheang Chi Keong originaram uma “grande reacção junto da sociedade” e que a introdução de TNR só deve acontecer quando há falta de recursos humanos locais. Também esta associação fala dos pedidos de licença sem vencimento feitos aos croupiers, o que mostra que o sector não necessita de mais recursos humanos. A “Macau Selfhelper” espera que o Governo garanta de forma clara a protecção dos direitos dos trabalhadores locais, esperando uma revisão quanto ao número de TNR. A associação frisou que a maioria dos TNR ilegais vem dos países do sudeste asiático, o que traz consequências negativas para os locais que estão à procura de trabalho. Grupo pediu saída de Cheang Chi Keong do hemiciclo Um grupo intitulado “Poder do Povo” entregou ontem uma petição à Assembleia Legislativa (AL) a pedir a saída de Cheang Chi Keong do cargo de deputado. Segundo um comunicado enviado às redacções, o grupo considera que as declarações do deputado indirecto têm um efeito negativo para os trabalhadores do Jogo e representam um problema para o Governo. “Sabemos que Cheang Chi Keong não é eleito pela via directa e pelo público, não tem qualquer responsabilidade para com os cidadãos, então porque é que afirma coisas que podem tirar o ganha pão aos residentes?”, questionou o grupo. Este defende que os deputados recebem salários pagos pelos cofres públicos e que Cheang Chi Keong fez declarações que prejudicam o interesse público, afirmando que este não tem qualificações para se sentar na Assembleia Legislativa. O “Poder do Povo” considera que o sistema de recursos humanos em Macau é mau, dando como exemplo o sector da construção civil, onde, afirmam, a maioria dos trabalhadores são não residentes. “Economicamente é um desastre”, dizem analistas O medo de que trabalhadores não residentes (TNR) invadam o sector dos croupiers há muito que existe. Apesar do Governo ter referido sempre que a política não vai mudar, as acções de rua têm-se sucedido. Ao HM, Albano Martins garante que o deputado Cheang Chi Keong só agora veio levantar esta questão pelo facto da abertura dos casinos estar prestes a chegar. “Esse deputado é um dos principais interessados nos casinos e sabe que os casinos precisam de mão-de-obra. A maior parte dos empresários sabe que não tem qualquer sentido económico qualquer profissão estar confinada a locais. Mais dia ou menos dia alguém tinha de acordar. Interpretaram que os croupiers e os condutores tinham de ser locais por mero interesse político de ganhar votos e evitar no período eleitoral que alguma população se virasse contra eles. O que ele diz faz todo o sentido, é das poucas coisas felizes que alguma vez disse”, referiu o economista. Já o analista de Jogo Grant Govertsen não acredita numa mudança de política, e frisa que os casinos não estão por detrás destas declarações feitas ao jornal Ou Mun. “Os empresários, em geral, preferem um mercado aberto em vez de um mercado restrito, e os casinos têm a inteligência suficiente para perceber que esta medida poderá provocar polémica e que é difícil perseguir este objectivo. Não me parece que os casinos estejam por detrás destas declarações.” “Penso que não é algo que o Governo vá considerar (uma mudança na política). Os locais vão ficar muito insatisfeitos se a política for alterada. Mas a realidade é que mais casinos vão abrir portas e não vão existir trabalhadores locais suficientes”, acrescentou. Não dizer o que se pensa Albano Martins defende o que tem vindo a defender desde o início. “Temos problemas complicadíssimos para resolver, não só a nível dos croupiers mas dos condutores de autocarros, e continuamos na mesma, não temos pessoas. Com a entrada em funcionamento dos novos casinos, vamos precisar de muitas mais pessoas e com essa medida tudo vai ficar mais complicado. Estão a criar uma situação difícil de pôr os residentes todos nos casinos, e isso não faz sentido. Economicamente é um desastre. É irracional que sectores estejam vedados à população do exterior. É absurdo e um pouco xenófobo e do ponto de vista económico é irracional.” O economista acredita que muitos deputados da Assembleia Legislativa (AL) defendem a manutenção da medida por medo da perda de votos. “Chui Sai On vai mantendo essa política irracional. O Chefe do Executivo, que não vai ter mais mandato nenhum, devia ter assumido com coragem que isso é irracional. Mas a sua postura não é, do ponto de vista económico, a mais correcta. Está com medo da sombra. A maior parte dos deputados não diz o que pensa porque tem medo dos votos no período eleitoral e deixou-se a economia estar amarrada a um grupo de pessoas que não sabe bem o que quer”, concluiu.
Tomás Chio PolíticaCroupiers | Mais duas associações contra opinião de Cheang Chi Keong [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] associação Forefront of Macau Gaming associou-se à Associação dos Empregados das Empresas de Jogo de Macau e já recolheu cerca de 1800 assinaturas de croupiers que visam pedir ao Chefe do Executivo para conservar a actual política de manter os lugares de croupier nos casinos exclusivamente para os residentes. Cloee Chao, secretária-geral da associação e membro da Forefront of Macau Gaming, disse ao HM que muitos croupiers ficaram preocupados após lerem as declarações do deputado Cheang Chi Keong ao jornal Ou Mun. Este defendeu que a introdução de trabalhadores não residentes (TNR) nesta profissão não iria causar problemas na economia, nem despedimentos. Exemplos de fora “Soube que os casinos em Singapura já começaram a despedir pessoas e cerca de 400 pessoas saíram dos casinos. Os empregados em Macau têm vindo a sofrer pressões por parte das operadoras. Como as receitas caíram as operadoras lançaram muitas exigências e muitos empregados receberam avisos para não as cumprir. Isto gerou preocupação nos empregados que acham que estas são acções para facilitar despedimentos”, referiu. “O deputado falou sobre a introdução de TNR neste momento mas isso não corresponde aos desejos da sociedade e será muito grave para todos os croupiers”, acrescentou Cloee Chao. “Esta recolha de assinaturas é voluntária. Esperamos que o Governo possa criar uma lei para proibir a introdução de TNR no sector. O Jogo é a principal actividade económica e, dos cerca de 80 mil empregados, 50 mil são croupiers. Este trabalho é a base para muitas famílias e não queremos ouvir mais discursos parecidos com o do deputado Cheang Chi Keong”, rematou. Esta não é a primeira associação que se manifesta contra as palavras do membro do hemiciclo. Na sexta-feira passada a Power of the Macau Gaming entregou uma petição ao Chefe do Executivo a pedir para que se mantenha a actual política.
Andreia Sofia Silva MancheteCroupiers | Associação rejeita inclusão de TNR e responde a Cheang Chi Keong Associação Power of the Macau Gaming entregou uma petição ao Chefe do Executivo a pedir a pedir a manutenção exclusiva dos locais nos cargos de croupier. Cheang Chi Keong, que defendeu a inclusão de TNR, está a dar voz a um lobby, diz Coutinho As declarações foram feitas ao jornal Ou Mun e as reacções não se fizeram esperar. Dias depois do deputado indirecto Cheang Chi Keong ter defendido que os trabalhadores não residentes (TNR) poderiam desempenhar a função de croupiers nos casinos, sem consequências negativas para a economia, eis que a associação Power of the Macau Gaming decidiu reagir e entregar uma petição ao Chefe do Executivo, Chui Sai On. “Estamos para apresentar uma petição para que o Chefe do Executivo respeite e cumpra as promessas que fez na altura da candidatura ao cargo máximo da RAEM, de que no seu mandato não haveria mudanças ao nível da importação de mão-de-obra nas funções de croupier”, disse ao HM o deputado directo José Pereira Coutinho, que também pertence à Power of the Macau Gaming. Coutinho acusa Cheang Chi Keong de estar a dar voz ao lobby dos patrões. “Ele é a voz desses interesses e é sobretudo a voz desses empresários junto do Chefe do Executivo. Está a testar as águas, para ver se estão quentes, frias ou mornas e se há ou não reacções. Ele veio (fazer as declarações) a mando de alguém”, referiu. O Governo já reagiu através de um comunicado oficial em que frisa que não vai importar TNR para a profissão de croupier. Coutinho garante que os locais perderiam imediatamente os seus postos de trabalho. “Abrindo essa brecha viriam muitas raparigas elegantes da República Popular da China. As pessoas de Macau ficariam prejudicadas. Hoje em dia viola-se diariamente a Lei Básica no aspecto do princípio da igualdade.” Não foi apenas o deputado Cheang Chi Keong que por estes dias defendeu a vinda de TNR para as mesas de Jogo. Numa recente sessão de consulta pública sobre o Plano de Desenvolvimento Quinquenal, virada para a área da educação, foi dada uma sugestão de que seria importante recrutar TNR para trabalharem como croupiers nos turnos da noite, para que os locais pudessem estar mais tempo em casa com os seus filhos. Não aos ilegais Na petição entregue a Power of Macau Gaming pediu ainda um maior controlo dos trabalhadores ilegais. “O Governo deve fiscalizar rigorosamente a proliferação de trabalhadores ilegais, sendo que os cargos dos três sectores (arquitectura, decoração doméstica) devem ser ocupados por trabalhadores locais, já que neste momento muitos deles estão desempregados”, pode ler-se. “O Governo deve formar talentos da nova geração no ensino secundário por via do ensino politécnico para ocupar vagas no sector da electricidade, electromecânica, canalização de águas e outros ofícios, não devendo a nossa sociedade estar a formar jovens somente de colarinho branco”, defendeu a associação. Tabaco | Coutinho quer tolerância zero O deputado José Pereira Coutinho falou ainda da revisão do regime de controlo e prevenção do tabagismo, criticando as palavras de Chan Chak Mo, que preside à comissão que analisa o diploma. “O presidente da 2ª Comissão Permanente diz que a maioria dos seus membros estão a favor da existência de salas de fumo nos casinos. Chamo atenção ao Governo de que esse é um projecto deles e lembro-me que o Secretário fez questão de dizer que haveria tolerância zero no fumo nos casinos. Tratando-se de tolerância zero, o Governo não pode neste momento ceder às alterações do projecto de lei do Governo e em respeito da Convenção sobre o fumo em espaços fechados, se a AL retirar as normas que o Governo submeteu, retira o projecto, porque já está adulterado. Estando adulterado viola a convenção sobre o fumo em espaços fechados e põe um fim às promessas feitas pelo Secretário.”
Flora Fong MancheteJogo | Deputado fala de “risco” de não haver TNR como croupiers O deputado Cheang Chi Keong considera que se os residentes continuarem a ocupar exclusivamente o cargo de croupier nos casinos tal vai gerar consequências negativas na economia. Ella Lei não quer alterações e o Governo também não [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]esde 2005 que os residentes são os únicos que podem ocupar o cargo de croupier nos casinos. Contudo, o deputado indirecto à Assembleia Legislativa (AL) Cheang Chi Keong considera que a actual política deveria ser alterada. Em declarações ao jornal Ou Mun, Cheang Chi Keong alertou para o facto de, se todos os residentes continuarem a ser croupiers, tal vai gerar um impacto negativo na economia. O deputado apelou ao Governo e à própria sociedade para ponderar uma alteração e permitir a contratação de trabalhadores não residentes (TNR), devido à quebra consecutiva das receitas dos casinos nos últimos 24 meses. O deputado citou dados que mostram que até finais de 2014 as seis operadoras tinham 95 mil trabalhadores, incluindo 72 mil locais. No âmbito do Jogo, existiam 53 mil trabalhadores, sendo que apenas dois mil são TNR. Nas áreas do entretenimento existem 41 mil trabalhadores nas operadoras, mas apenas 21 mil são locais. Referindo-se aos trabalhadores, Cheang Chi Keong, disse que pôr “todos no mesmo saco” não deverá acarretar riscos. Cheang Chi Keong sugere mesmo uma proporção na introdução de TNR na ordem dos 20 a 30%. “Todos podem pensar (que a introdução dos TNR) é também uma protecção para os trabalhadores locais. Caso uma operadora de Jogo decida cortar 5% na mão-de-obra, milhares de croupiers locais podem sofrer com as demissões”, apontou. O deputado considerou ainda que a introdução de TNR pode gerar maior competitividade e maior promoção na carreira para os locais. Um comunicado oficial ontem emitido revela que o Governo pretende manter a política tal como está. “O Governo sublinha novamente que irá manter a medida actual de importação de trabalhadores não residentes para os cargos de croupier dos casinos locais.” Voz contra Contactada pelo HM, a deputada indirecta Ella Lei disse que esta não é a melhor altura para uma alteração ao sistema, sendo que esta deputada sempre defendeu o emprego dos locais no hemiciclo. “Quando houver mil vagas e mais de mil residentes queiram assumir as suas posições, deve-se contratar primeiro os locais. Isso está claro na lei. A introdução de TNR é apenas para os sectores nos quais os residentes não querem trabalhar. Se um sector já tem mão-de-obra local suficiente, mas pede a saída de uma parte dos trabalhadores locais, e caso seja definida uma proporção para a entrada de TNR, isso poderá contrariar a lei”, apontou. A deputada, que representa a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), lembrou que há sectores que excluem os residentes, por já existir um grande número de TNR. “Não é a altura para alterar a medida”, defendeu.
Hoje Macau BrevesNúmero de croupiers diminuiu face a 2014 [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que os trabalhadores no sector de lotarias e outros jogos de apostas aumentaram 1,3% no segundo trimestre em relação ao ano passado. Desse número, 25.072 trabalhadores eram croupiers, o que significa uma redução de 2,5% em termos anuais. Apesar de uma quebra de trabalhadores nas mesas de jogo dos casinos, os salários continuam elevados. A remuneração média dos croupiers foi de 18.580 patacas, um aumento de 6% face a Junho de 2014. Já a remuneração média de todos os trabalhadores do sector cifrou-se nas 21.480 patacas, um aumento de 6,5%. Quanto às vagas de emprego, 107 pertenciam aos croupiers, as quais baixaram 396, aponta a DSEC. Ao nível de recrutamento houve também uma quebra. A DSEC revela que no segundo trimestre deste ano foram recrutados 1972 trabalhadores, número bem mais inferior face aos 3124 que foram contratados em igual período do ano passado. A taxa de recrutamento diminuiu 2%, sendo que “estas quedas reflectiram um abrandamento da procura de recursos humanos no sector das lotarias e outros jogos de aposta”.