Receitas do jogo caem 94,5 por cento em Julho

[dropcap]A[/dropcap]s receitas do jogo em Macau caíram 94,5 por cento em Julho, em relação a igual período de 2019, dados divulgados este sábado pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Os números apontam ainda que nos primeiros sete meses do ano as perdas dos casinos em relação ao ano anterior foram de 79,8%, um resultado que se justifica pelo impacto da pandemia do novo coronavírus, num território com fortes restrições nas fronteiras para conter a covid-19.

Se em Julho de 2019 as operadoras que exploram o jogo no antigo território administrado por Portugal tinham arrecadado 134,4 mil milhões de patacas, agora a receita bruta ficou-se pelos 24,4 mil milhões de patacas.

De acordo com a DICJ, contudo, o mês de Julho não foi o pior do ano. No mês anterior os casinos já haviam registado uma queda de 97% das receitas, angariando apenas 716 milhões de patacas, menos cerca de 23 mil milhões de patacas do que em Junho de 2019.

Os casinos de Macau fecharam 2019 com receitas de 292,4 mil milhões de patacas. Com os vistos turísticos da China para Macau suspensos, o número de visitantes provenientes do interior da China chegou a cair em maio 99,4%, em termos anuais.

2 Ago 2020

Jogo | SJM Holdings com perdas de 1,4 mil milhões

[dropcap]A[/dropcap] SJM Holdings anunciou ontem perdas líquidas de 1,4 mil milhões de dólares de Hong Kong durante o primeiro semestre do ano. Isto representa uma quebra de 184 por cento face ao mesmo período de 2019, em que se registaram 1,679 mil milhões em lucros.

Em comunicado ontem divulgado pelo grupo, é indicado que as receitas líquidas do jogo da SJM diminuíram 74,4 por cento durante o primeiro semestre do ano, fixando-se em 4,37 mil milhões de dólares de Hong Kong.

Já o EBITDA ajustado do grupo, que se refere aos resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações, reflectiu perdas de 984 milhões de dólares de Hong Kong.

Na mesma nota, a SJM referiu que o Hotel Grand Lisboa, em Macau, teve uma taxa de ocupação média de apenas 18,9 por cento, uma quebra de quase 80 por cento.

“Os resultados do primeiro semestre da SJM refletem a severa contração nas viagens e turismo causada pela pandemia da covid-19. Neste ambiente, empenhamo-nos para controlar os custos operacionais num nível prudente. Ao mesmo tempo, estamos a trabalhar de perto com o Governo de Macau para concluir os procedimentos para abrir o Grand Lisboa Palace, no Cotai”, disse Ambrose So, CEO da Sociedade de Jogos de Macau.

29 Jul 2020

Casinos | Trabalhadores podem aproveitar teste para cruzar fronteira

Os Serviços de Saúde fizeram um balanço positivo do início do plano de testes de ácido nucleico para trabalhadores dos casinos. Ao todo, já foram testadas 12 mil pessoas. Cloee Chao entregou uma petição a definir a despistagem como uma medida “superficial” e pediu o reforço de equipamentos de prevenção no interior dos casinos

 

[dropcap]O[/dropcap]s trabalhadores dos casinos submetidos ao teste de ácido nucleico vão poder aproveitar a despistagem, realizada por motivos de trabalho, para passar as fronteiras. A novidade foi avançada ontem por Alvis Lo Iek Long, médico da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário.

“Ao acumular um teste de ácido nucleico, por motivo de trabalho, e outro por motivos pessoais, iríamos sobrecarregar o nosso trabalho e, por isso, decidimos que os trabalhadores da linha da frente dos casinos que já fizeram o teste de ácido nucleico, podem consultar o seu código de saúde e, se o resultado aparecer negativo (…), podem aproveitá-lo para cruzar as fronteiras”, explicou Alvis Lo, por ocasião da conferência de imprensa sobre o novo tipo de coronavírus.

O responsável adiantou ainda que o plano de testes aos trabalhadores dos casinos “tem corrido bem”, tendo já sido testados, ao todo, 12 mil pessoas, ao ritmo de quatro mil testes diários.

Confrontado com o facto de terem sido registadas confusões durante a realização dos testes em alguns locais de trabalho, Alvis Lo admitiu as ocorrências, mas explicou que o sucedido se deveu à afluência exagerada de pessoas aos locais. Isto, quando os Serviços de Saúde (SS) deram instruções no sentido de “testar apenas 200 pessoas a cada 30 minutos”.

Recorde-se que desde que foi anunciada a isenção de quarentena para quem vai de Macau rumo à província de Guangdong e vice-versa, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) passou a exigir a todos os visitantes dos casinos um teste negativo de ácido nucleico. Já os trabalhadores da linha de frente dos casinos, como croupiers e o pessoal da segurança, foram integrados no referido plano despistagem.

Reforçar equipamentos

Reagindo à imposição do plano de testes, Cloee Chao, dirigente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, entregou ontem uma petição na sede da DICJ, a pedir um “reforço efectivo” dos equipamentos de protecção dos trabalhadores, como painéis de protecção contra gotículas nas mesas de jogo.

“Enquanto consomem comida e bebida oferecida pelos casinos, os jogadores vão tirar a máscara, mastigando, bebendo e falando enquanto jogam. Neste momento, as gotículas podem atingir os funcionários, até mesmo ao nível dos olhos. Além disso, muitos casinos no estrangeiro instalaram painéis de isolamento das mesas de jogo”, explicou Cloee Chao.

Contrapondo, sobre os testes aos trabalhadores dos casinos, a responsável considerou a medida “superficial” já que, para além de não proteger efectivamente os funcionários, muitos deles, estão ainda em regime de lay off. “De que serve fazer o teste agora, se só voltam a trabalhar daqui a dois ou três meses?”, questionou Cloee Chao.

21 Jul 2020

TSI | Rejeitado acesso a videovigilância para ver resultado de jogo

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) rejeitou o recurso de um jogador que pretendia aceder a imagens gravadas pelo sistema de videovigilância de um casino. O requerente apresentou queixas à Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos por entender que o resultado de um jogo numa mesa de baccarat tinha sido diferente do previsto no próximo jogo de “derived roads”, mostrado no ecrã.

No entanto, o gabinete do presidente do Tribunal de Última Instância comunicou que o jogador não apresentou provas para confirmar que apostou no jogo segundo informações mostradas no ecrã, ou de forma as informações erradas aí exibidas lhe causaram danos. Algo necessário para estabelecer a legitimidade do seu interesse.

“Ademais, o jogo, envolvido nesta causa, é baccarat. Esta forma de jogo, tal como os demais jogos proporcionados nos casinos aprovados pelo Governo da RAEM, é jogo de fortuna ou azar, em que a esperança de ganho reside somente na sorte do jogador e não no cálculo, com base no resultado do jogo anterior que é sustentado pela teoria científica”, diz a nota.

Assim, a justiça refere que tomar como referência o resultado de outros jogos para fazer uma aposta é apenas um hábito de alguns jogadores. E deixa uma mensagem: “se não há lei que preveja a publicação do resultado do jogo anterior, o hábito ou a mania de alguns jogadores não é considerado como um bem jurídico protegido por lei”.

16 Jul 2020

Acções dos casinos sobem com alívio de restrições nas fronteiras

As acções das concessionárias de jogo deram sinais de optimismo face à atenuação das restrições fronteiriças anunciadas pelo Governo de Guangdong. A JPMorgan Chase prevê que as receitas brutas da indústria do jogo cresçam entre 20 a 25 por cento em comparação com os níveis registados no ano passado

 

[dropcap]S[/dropcap]em sinais de que a tempestade tenha terminado, mas com a bonança no horizonte, o índice Hang Seng da bolsa de Hong Kong revelou ontem sinais de optimismo para o sector do jogo de Macau, com valorizações significativas das acções das concessionárias. A esperança para a indústria renasceu com o anúncio do Governo de Guangdong de que seria dispensada a obrigatoriedade de cumprir quarentena de 14 dias para circular entre Macau e nove cidades da província vizinha (Guangzhou, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing).

Segundo a agência Bloomberg, as acções da Galaxy Entertainment Group e da Sands China valorizavam mais de 4 por cento ontem de manhã. A SJM Holdings Ltd e Melco International Development Ltd tiveram ganhos de, pelo menos, 6 por cento. Já os títulos da Wynn Macau valorizaram 16 por cento, conseguindo o melhor dia da concessionária de 2021.

O Índice da Bloomberg mostrava ontem os casinos de Macau com crescimento na ordem dos 12 por cento. A agência destacou a subida das acções das concessionárias norte-americanas no mercado bolsista dos Estados Unidos, com a MGM Resorts International a subir 6,8 por cento, enquanto a Melco Resorts & Entertainment’s deu um salto de 18 por cento.

Apesar do levantamento da obrigatoriedade de cumprir quarentena, que começa hoje, os visitantes precisam apresentar códigos de saúde verde e comprovativo de testes negativos à covid-19 feitos, pelo menos, sete dias antes de passar a fronteira.

Olha que bem

O alívio de restrições foi “uma surpresa agradável” e “mais um passo para a reabertura das fronteiras que irá conduzir ao crescimento do número de visitantes e dos lucros”, de acordo com Andrew Lee, analista do sector do jogo da consultora Jefferies, citado pelo South China Morning Post. O analista aponta a Sands China como a melhor aposta no mercado bolsista, mantendo algumas reservas em relação à performance dos títulos da Galaxy e Wynn Macau.

No que diz respeito às receitas brutas, a JPMorgan Chase estima recuperação na ordem entre 20 e 25 por cento, face aos níveis conseguidos em 2019. “Esperamos que alguma procura reprimida acorra a Macau rapidamente, à medida que as restrições são aligeiradas”, apontou um analista da Sanford C. Bernstein.

Apesar de os visitantes de fora de Guangdong ainda estarem obrigados a quarentena quando chegam a Macau, “a tendência geral é para progressos na direcção certa”.

As receitas do jogo caíram 97 por cento em Junho e mais de 77 por cento no primeiro semestre, em relação a iguais períodos de 2019. Se no primeiro semestre de 2019 as operadoras que exploram o jogo no território tinham arrecadado 149,5 mil milhões de patacas, no mesmo período de 2020 a receita bruta ficou-se pelos 33,7 mil milhões de patacas.

Segundo dados divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), o mês de Junho foi o pior do ano: os casinos tiveram receitas de apenas 716 milhões de patacas, menos cerca de 23 mil milhões de patacas do que em Junho de 2019.

15 Jul 2020

Jogo | Receitas afundam 97 por cento. Nível mais baixo desde que há registo

Os casinos tiveram receitas de 716 milhões de patacas este mês e os especialistas na área apontam que a este ritmo os despedimentos no sector deverão continuar

 

[dropcap]A[/dropcap] suspensão da emissão vistos individuais de turismo pelas autoridades do Interior, na sequência da pandemia da covid-19, e o fecho das fronteiras de Macau a cidadãos estrangeiros levaram a uma quebra de 97 por cento das receitas do jogo em Junho. De acordo com os dados apresentados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, em Junho os casinos registaram receitas de 716 milhões de patacas, que contrastam com os 23,8 mil milhões de patacas em Junho do ano passado.

Em relação à primeira metade do ano, as receitas foram de 33,7 mil milhões, o que significa uma redução de 77,4 por cento face ao primeiro semestre de 2019, quando os casinos tinham tido receitas brutas de 149,5 mil milhões de patacas.

Em relação aos números deste ano, Junho foi mesmo o pior do ano, conseguindo bater o registo de Abril, quando as receitas tinham ficado na marca de 754 milhões de patacas.

Segundo Pedro Cortés, advogado especialista na área do jogo, o resultado mostra a necessidade de diversificar a economia. “É um desastre para a indústria do jogo e, em particular, para a economia de Macau”, afirmou à Lusa. “Macau tem de começar a pensar seriamente em mudar a estratégia porque senão o desastre para a economia será ainda maior”, acrescentou.

Por sua vez, o advogado Carlos Eduardo Coelho acredita que face a estes resultados os despedimentos vão continuar: “para as concessionárias de jogo é provável que estes resultados levem à continuação da implementação de medidas de corte de custos operacionais, incluindo despedimentos e paragem de actividades consideradas não essenciais”, disse à Lusa.

Coelho apontou também que a RAEM só não está a sofrer mais com a situação da economia devido “ao excedente orçamental acumulado nos anos transactos”

Operadoras em pânico

Mas não são só as receitas que preocupam as operadoras. Também as tensões da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos levaram as empresas com capitais norte-americanos a activarem o botão de pânico.

Em declarações à publicação Inside Asian Gaming, Eilo Yu defendeu esta ideia com o facto de as operadoras terem realizado actividades para explicarem aos trabalhadores as conclusões das duas reuniões magnas, que decorreram em Pequim, no mês de Maio.

Após estas reuniões, as operadoras Wynn Macau, MGM China e Sands China, com capitais americanos, organizaram sessões para os trabalhadores, com a presença de membros do Governo Central, em que explicaram as conclusões e o “espírito” dos dois encontros.

“Foi como se tivesse carregado no botão de pânico. Elas não têm outra escolha que não seja organizarem estes projectos prestigiantes”, considerou Eilo Yu, à IAG.

O académico defendeu também que nesta fase as operadoras estão numa situação complicada, uma vez que precisam de agradar tanto aos EUA como à China, o que as coloca numa fase periclitante face às renovações das licenças de jogo, que devem ocorrer em 2022.

2 Jul 2020

Jogo | Bloomberg estima perdas acima dos 90% em Junho

[dropcap]D[/dropcap]e acordo com analistas citados ontem pela agência Bloomberg, as receitas brutas dos casinos de Macau vão continuar a registar quebras acima dos 90 por cento no mês de Junho. Os resultados oficiais serão divulgados hoje pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Segundo as estimativas de sete analistas consultados pela Bloomberg, em Junho, a quebra média das receitas brutas de jogo deverá fixar-se nos 95 por cento, com o espectro das previsões a situar-se entre os 80 e os 96 por cento.

Avançando para o mês seguinte, a Bloomberg estima um cenário mais animador para o mês de Julho, apontando quebras de receitas em termos anuais na ordem dos 80 por cento, no cômputo da análise efectuada por seis analistas consultados pela agência, cujo espectro se situa entre os 33 e os 95 por cento.

Segundo o artigo da Bloomberg, a receita bruta do total acumulado de 2020 deverá registar uma quebra de 46 por cento, comparativamente com as receitas totais de jogo de 2019.

A Bloomberg aponta ainda, segundo o analista da Sanford C Bernstein, Vitaly Umansky, que apesar do ligeiro alívio ao nível das restrições fronteiriças, Macau continua a sofrer o impacto directo da situação epidémica, referindo ainda que o recente surto registado em Pequim contribuiu para retardar a recuperação do sector do jogo.

Recorde-se que em Maio de 2020, as receitas brutas dos casinos de Macau registaram uma queda de 93,2 por cento relativamente ao mesmo período do ano passado, totalizando cerca de 1.764 mil milhões de patacas contra 25.952 mil milhões de patacas.

1 Jul 2020

Reconhecimento facial | Operadora de jogo abandona testes

[dropcap]E[/dropcap]m Julho do ano passado, Paulo Martins Chan, então director da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), indicou que duas ou três operadoras de jogo estavam a testar tecnologia de reconhecimento facial. “Duas operadoras de jogo continuam a testar a tecnologia enquanto uma operadora de jogo subsequentemente desistiu do teste”, disse agora a DICJ ao HM.

Quase um ano depois da tecnologia de videovigilância começar a ser usada por casinos, o organismo indica não ter “actualizações” relativamente à fase preliminar, ou às circunstâncias em que o sistema poderá ser aplicado caso os resultados dos testes sejam positivos.

Recorde-se que na altura Paulo Martins Chan disse que para os testes se iniciarem foi necessária a autorização do Governo e o cumprimento das indicações do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais, explicando que caso os resultados fossem positivos, as áreas em que o sistema vai ser aplicado são limitadas. A DICJ assegurava que o equipamento electrónico de vigilância e controlo instalado nos casinos se destinava a garantir a segurança de pessoas e bens, e não a recolha de dados de jogadores para outro tipo de finalidades.

22 Jun 2020

Steve Vickers vê tensões sino-americanas como ameaça à indústria do jogo

[dropcap]A[/dropcap] deterioração das relações entre os EUA e a China, bem como o impacto brutal da pandemia do novo tipo de coronavírus, “representam ameaças sérias às empresas estrangeiras envolvidas na indústria do jogo em Macau”, comunicou ontem a consultora Steve Vickers e Associados (SVA).

Uma avaliação da SVA recorda como os protestos em Hong Kong no ano passado e a propagação da epidemia afectaram a cidade, levando a uma descida das receitas do jogo. A consultora indica ainda que a Fitch prevê uma quebra de 24 por cento do produto interno bruto de Macau e de 40 por cento nas receitas de jogo, apontando que os últimos sinais são negativos.

“Agora, as fricções entre os EUA e a China sobre trocas comerciais, a pandemia, Hong Kong e o Mar do Sul da China representam uma ameaça adicional à indústria, ofuscando planos de concorrer a novas concessões de jogo”, defende a consultora.

Para a SVA, a mudança de ambiente significa que o fim das concessões de jogo em 2022 representa uma vulnerabilidade para as seis empresas beneficiárias. Isto porque entende que Pequim vai questionar se empresas de casinos controladas pelos EUA devem lucrar à custa dos jogadores da China, e aponta como ultrapassado o argumento de que as empresas chinesas precisam de especialistas americanos.

“Pequim escolheu Ho Iat Seng em parte devido às suas ligações limitadas à indústria do jogo, o que significa que podia priorizar os objectivos nacionais em vez dos interesses locais (…). Agora, o mandato de Ho parece susceptível de se alargar à geopolítica”, indica.

Avaliação de riscos

A consultora observa que as autoridades podem orientar o processo de concessão para assegurar a lealdade de quem opera em Macau, ou diminuir o papel das concessionárias estrangeiras – e que mediante maior deterioração das relações, as autoridades chinesas e de Macau podem mesmo avançar com acções punitivas a concessionárias americanas.

Na nota, a SVA reconhece que “acções punitivas ou directas contra as empresas americanas continuam a ser improváveis”, mas ressalva que “o risco está a escalar”.

Neste contexto, entre as recomendações dadas aos investidores estão a avaliação da exposição geopolítica para identificarem as empresas que podem sofrer caso se inicie uma abordagem de retaliação e a monitorização de medidas sobre saídas de capital para determinar se acções regulatórias podem afectar o sector dos casinos.

9 Jun 2020

Rede que trazia jogadores a Macau foi desmantelada no Interior

[dropcap]A[/dropcap] Polícia da Cidade de Nantong, na província de Jiangsu, anunciou a condenação de um homem responsável por uma rede que permitia a pessoas do Interior virem a Macau jogar nos casinos.

Segundo a informação desta força de autoridade, citada pelo portal GGR Asia, a associação criminosa envolvia mais de 1,47 mil milhões de patacas, 100 apostadores. Na sequência do deslindar do caso, o cabecilha da organização foi condenado a 16 anos de prisão.

A operação apenas foi anunciada na quinta-feira passada, depois de um homem com o apelido Shi, o cabecilha, ter sido condenado. No entanto, a detenção já tinha sido realizada em Maio de 2018, numa operação que envolveu a recolha de informações em Macau, Jiangsu, Cantão e Shandong. No que diz respeito à RAEM, o cabecilha do grupo foi identificado como o proprietário de uma empresa de investimento, que não foi identificada.

Além de Shi, foram ainda detidas 17 pessoas que durante cerca de uma década organizaram um esquema que permitiu que várias pessoas viessem a Macau apostar nos casinos.

Entre 2007 e 2018, a associação criminosa permitiu que Shi ganhasse 23,4 milhões de dólares de Hong Kong e ainda 11,7 milhões de yuan, o que representa um total de aproximadamente 37,4 milhões de patacas só por trazer jogadores às mesas da RAEM.

Como parte das actividades, a rede criminosa cobrava ainda um determinado montante aos jogadores consoante o volume das fichas utilizados dentro nos casinos locais. Outra das formas de cobrar pelos riscos assumidos com a prática ilegal era através da partilha dos lucros do jogo, num esquema considerado ilegal pelas autoridades de Macau, por permitir a fuga aos impostos nas mesas de jogo.

Apostas online

Como parte dos serviços prestados, a rede desmantelada pelas autoridades de Nantong tinha igualmente de cobrar dívidas no Interior, o que acontecia frequentemente com recurso à violência e ao rapto dos devedores.

A rede geria ainda uma rede online de apostas instalada em Haimen. Nessa cidade foi instalado um casino em que as imagens das mesas eram transmitidas online em directo e que permitiam aos jogadores apostarem. Ao contrário do que acontece em Macau, o jogo é proibido à excepção de algumas actividades limitadas como as lotarias.

Segundo a sentença, Shi foi condenado a 16 anos de prisão pela prática dos crimes de jogo, funcionamento de negócio ilícito de casino e rapto. A pena foi complementada com uma multa de 123 milhões de yuan, o que corresponde a 139 milhões de patacas.

9 Jun 2020

Orçamento | Jogo gera receitas de 20,5 mil milhões até Abril

[dropcap]O[/dropcap] relatório sobre a execução orçamental publicado pelos Serviços de Finanças mostra que até Abril as receitas dos jogos de fortuna ou azar foram de cerca de 20,5 mil milhões de patacas. A informação foi ontem noticiada pela TDM Rádio Macau.

No mesmo período do ano passado tinha-se registado quase o dobro: 39,4 mil milhões de patacas. A segunda maior fonte de receitas correntes foram os impostos directos, com 1,7 mil milhões de patacas. Já as concessões de serviços de utilidade pública renderam 151 milhões de patacas.

No total, a Administração teve receitas de cerca de 39,3 mil milhões de patacas entre Janeiro e Abril. A taxa de execução situou-se em 35,9 por cento. Já as despesas foram de quase 23,39 mil milhões de patacas, das quais 16,1 mil milhões se destinaram a transferência, apoios e abonos. Os investimentos com o PIDDA (Plano de Investimentos e Despesas da Administração) representaram 1,18 mil milhões, equivalente a uma taxa de execução até 8,6 por cento.

13 Mai 2020

Defendida aposta na angariação de jogadores VIP para os casinos 

[dropcap]A[/dropcap]nalistas disseram à Lusa que as empresas de angariação de grandes apostadores podem ser determinantes para a recuperação dos operadores de jogo em Macau, em crise devido à covid-19.

“Mais do que falarmos em concessionárias nesta matéria devemos falar na capacidade dos promotores em levarem jogadores VIP a Macau”, afirmou à Lusa o advogado português especialista na área do jogo Pedro Cortés.

O Chefe do Executivo já afirmou, em finais de Abril, que vai solicitar ao Governo Central para que seja retomada a emissão de vistos turísticos, suspensos devido à pandemia da covid-19, e o alargamento da emissão de vistos individuais a mais cidades do Interior da China.

“Até que sejam retiradas as restrições o mercado VIP estará parado”, frisou o advogado português.
Agora, com os casinos já abertos, mas praticamente sem jogadores, as operadoras vão focar-se nos jogadores VIP e é aí que entram as empresas de angariação de grandes apostadores e quem tiver melhores contactos com elas ou mais dinheiro em caixa sairá a ganhar: “Em relação ao sector VIP, acho que os angariadores vão procurar concessionárias preparadas para oferecer os acordos de crédito mais favoráveis”, disse à Lusa o fundador da consultora especializada em regulação de jogos em Macau Newpage Consulting.

Quem está mais preparado?

Neste momento, “as concessionárias sem exposição aos EUA provavelmente estarão em melhor posição para atrair VIP”. Wynn, Sands e MGM estão a perder muita receita nas operações nos EUA, e no caso de Sands, também em Singapura, explicou David Green, apostando que a Galaxy se encontra mais bem posicionada para conquistar o mercado VIP porque “tem enormes reservas de caixa”.

“Depende muito da relação com os promotores de jogo”, explicou Pedro Cortés, que não partilha da análise de David Green até porque “algumas das operadoras norte-americanas já têm estratégias regionais separadas e alguma independência daquilo que Las Vegas manda”.

O advogado considera que as concessionárias “mais preparadas são aquelas que já antes tinham um peso maior dos jogadores do mercado VIP”, tal como a norte-americana Wynn e a concessionária Galaxy.

“Não concordo que [as operadoras norte-americanas] venham a ter mais dificuldades do que tinham antes e não me parece que haja algum sentimento, pelo menos para já, anti-empresas americanas, porque o Cliente VIP quer é um serviço de qualidade e uma experiência que lhe permita satisfazer as suas necessidades”, frisou Pedro Cortés.

8 Mai 2020

Jogo | Casinos com quebra de receitas de 96,8% em Abril

Pela primeira vez desde a liberalização do jogo em Macau, as receitas brutas mensais ficaram abaixo de mil milhões de patacas. Potenciado pelas restrições fronteiriças impostas pela província de Guangdong, o mínimo histórico de Abril materializou-se em 754 milhões de patacas

 

[dropcap]N[/dropcap]unca a indústria de jogo em Macau teve um desempenho tão negativo. De acordo com dados divulgados na passada sexta-feira pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), em Abril de 2020, as receitas brutas dos casinos registaram uma queda de 96,8 por cento em termos anuais, totalizando cerca de 754 milhões de patacas. Em igual período de 2019, as receitas foram de 23,58 mil milhões de patacas.

O registo abaixo das mil milhões de patacas traduz um novo recorde em termos mensais, pelo menos desde a liberalização da indústria do jogo, em 2004. Apesar de menos dramáticas, perdas avultadas aconteceram também em Fevereiro deste ano, quando os casinos foram obrigados a encerrar durante duas semanas devido às medidas tomadas pelo Governo para combater o novo tipo de coronavírus. Na altura, os casinos de Macau registaram uma queda de 87,7 por cento em termos anuais, totalizando cerca de 3,10 mil milhões de patacas.

Em relação à receita bruta acumulada de 2020, segundo a DICJ, registou-se uma queda de 68,7 por cento, nos primeiros quatro meses do ano. Isto, dado que o montante global gerado de Janeiro a Abril de 2020 foi de 31,24 mil milhões de patacas, ou seja menos 68,49 mil milhões de patacas do total acumulado nos primeiros quatro meses de 2019 (99,73 mil milhões).

Os números de Abril podem ser explicados com a entrada em vigor de novas medidas de combate à covid-19, como a imposição de quarentena obrigatória de 14 dias para quem cruza a fronteira anunciada pelas autoridades de Guangdong no mês passado, provocando uma considerável diminuição do número de entradas em Macau, provenientes do território vizinho.

Contudo, outras medidas como a suspensão do transporte que atravessa a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau ou a obrigatoriedade de apresentar um teste negativo para a covid-19 para quem pretende viajar de avião para o território, também contribuíram negativamente para o desempenho histórico da indústria do jogo em Macau.

Marcar passo

De acordo com uma nota da Sanford C. Bernstein, citada pelo portal GGR Asia, o cenário poderá registar ligeiras melhorias a partir do momento em que as restrições fronteiriças entre Macau e o Interior da China começarem a ser levantadas, algo que pode acontecer “algures nas próximas semanas”, com especial enfoque para a concessão de vistos.

“É ainda incerto quando é que a emissão de vistos individuais vai regressar, mas se a actual trajectória do número de casos [de covid-19] se mantiver, a expectativa é que isso possa acontecer já em Junho, podendo a emissão ser alargada a grupos no final do Verão”. A mesma correctora estima ainda que em Maio as perdas anuais se fixem entre os 90 e os 95 por cento.

MGM | Perdas de 63% no primeiro trimestre

A MGM China, detentora de dois casinos em Macau, registou perdas de 63 por cento nas receitas líquidas do primeiro trimestre de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019. Segundo o Inside Asia Gaming, no comunicado divulgado ontem pela empresa norte-americana MGM Resorts, que detém parte do capital da MGM China, o grupo revelou assim que a receita líquida em Macau se fixou em 272 milhões de dólares. O MGM China apresentou ainda prejuízos de 22 milhões de dólares de EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações), nos primeiros três meses do ano. A MGM China acrescentou ainda que está a ter prejuízos diários de cerca de 1,5 milhões de dólares no conjunto das duas infra-estruturas que detém em Macau, valor que “excede significativamente os lucros”.

4 Mai 2020

Casinos | Secretário alerta para aumento crescente dos casos de câmbio ilegal

[dropcap]W[/dropcap]ong Sio Chak, secretário para a Segurança, disse esta tarde no hemiciclo que tem-se verificado um crescimento dos crimes de câmbio ilegal associados ao sector do jogo. “Tem havido uma maior incidência de grupos [criminosos] nos últimos dois anos e um aumento em termos numéricos devido às restrições do sistema Union Pay.”

A Polícia Judiciária tem feito buscas rusgas e inspecções “quase todos os dias”, com a maioria a resultar em expulsão de pessoas do território e proibição de entrada durante três anos. Dados relativos a 2019 mostram que foram expulsas de Macau 6964 pessoas, um enorme aumento face a 2018, quando foram expulsas 3050 pessoas. Relativamente a 2018, um total de 5.518 pessoas ficaram proibidas de entrar em Macau por um período de três anos.

Esta questão foi levantada pelo deputado Leong Sun Iok, que disse ser abordado com frequência na rua por alegados praticantes do crime de burla ilegal. O deputado chegou a sugerir a introdução de agentes infiltrados no combate a este crime, mas o secretário deixou claro que esta medida só é implementada “em circunstâncias especiais”.

29 Abr 2020

Receitas do jogo caíram 60% no primeiro trimestre

[dropcap]A[/dropcap] Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) divulgou ontem os dados das receitas brutas de todos os jogos no primeiro trimestre do ano, que apontam para uma queda de 60 por cento face a igual período do ano passado, para um total de 30,6 mil milhões de patacas.

As receitas brutas dos casinos foram de 30,4 mil milhões, uma quebra de 58,5 por cento no primeiro trimestre. Os resultados foram influenciados pela crise causada pela pandemia do novo coronavírus, que obrigou ao encerramento dos casinos por um período de 15 dias em Fevereiro. Além disso, as medidas restritivas nas fronteiras afastaram quase todos os turistas e jogadores do território.

Em termos de modalidades de jogos nos casinos, o bacará VIP foi o que obteve mais receitas, no valor de 14,8 mil milhões de patacas, ainda assim uma quebra de 60 por cento. O bacará destinado ao mercado de massas surge em segundo lugar com receitas de 12,1 mil milhões de patacas, menos 59 por cento face ao primeiro trimestre de 2019.

As apostas em máquinas surgem em terceiro lugar, com receitas na ordem de 1,5 mil milhões de patacas, o que representa uma descida de 59,4 por cento.

Maior quebra em Fevereiro

Olhando para o desempenho das receitas brutas por mês, Janeiro foi o período em que se registou uma menor quebra, com 11,3 por cento. Nesse mês, as receitas totalizaram 22,1 mil milhões face às 24,9 mil milhões de patacas registadas no primeiro trimestre de 2019.

A queda foi maior deu-se em Fevereiro, 87,8 por cento, com receitas de 3,1 mil milhões de patacas face às 25,3 mil milhões de patacas de receitas obtidas em 2019. De frisar que neste mês os casinos estiveram encerrados durante 15 dias. Em Março registou-se uma ligeira recuperação, uma vez que a descida foi de 79,7 por cento, com receitas brutas de 5,2 mil milhões de patacas. Neste momento os 41 casinos de Macau mantêm em operação 5,533 mesas de jogo e 7,215 máquinas de jogo. Relativamente às apostas em jogos de futebol e basquetebol a quebra foi menor, de 33,4 por cento e 28,4 por cento, respectivamente.

17 Abr 2020

Jogo | Mercado de massas recupera em Junho sem chegar a valores de 2019 

[dropcap]A[/dropcap]nalistas de jogo ligados ao grupo japonês Nomura defendem que o sector vai começar a recuperar da crise gerada pela covid-19 em Junho, mas sem conseguir obter os mesmos resultados do ano passado. Segundo o portal Inside Asian Gaming, os analistas Harry Curtis, Daniel Adam e Brian Dobson afirmam mesmo que só em 2022 é que as operadoras de jogo podem voltar a ter os mesmos resultados de 2019 no que diz respeito ao mercado de massas. Os analistas defendem ainda que as medidas de controlo nas fronteiras vão levar a uma quebra anual de 80 por cento nas apostas de massas relativas ao segundo trimestre deste ano.

Em relação ao terceiro trimestre a quebra deverá ser de 65 por cento, passando a 60 por cento no quarto trimestre. No que diz respeito ao desempenho do mercado de massas, este deverá atingir em 60 por cento os valores de 2019 no ano de 2021, enquanto que em 2022 essa percentagem aumenta para 90 por cento.

“Na semana passada o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, referiu que o Governo prevê o regresso à ‘normalidade’ nas fronteiras em breve, o que nos leva a concluir que isso possa acontecer dentro de seis a 12 meses, mas é uma previsão muito optimista para 2020. Os analistas defendem que existe o risco de um segundo surto de covid-19 e que essa possibilidade está a ser tida em conta por Pequim. Nesse sentido, caso os casinos regressem ao normal, “será num ambiente seguro e controlado”, pelo que “vai existir uma recuperação em 2020, mas lenta”.

16 Abr 2020

Óscar Madureira, advogado: “Governo devia considerar redução do imposto sobre o jogo”

Óscar Madureira foi um dos participantes de uma palestra online promovida ontem pela Fundação Rui Cunha sobre o futuro da indústria do jogo após a crise causada pela pandemia da covid-19. Ao HM, o advogado defende que o Governo deveria avançar com o concurso público para as novas licenças de jogo quanto antes, além de pensar em medidas de apoio para as concessionárias, como a redução do imposto especial sobre o jogo ou subsidiar salários de residentes e não residentes

 

[dropcap]Q[/dropcap]ue perspectivas coloca para o sector do jogo a curto prazo?

Ninguém sabe ao certo o que pode vir a acontecer. Mas acho que a recuperação se prevê lenta, porque o que está em causa é a saúde pública. Todos sabemos que as medidas na República Popular da China têm sido muito restritivas quanto à circulação de pessoas, e sem pessoas as indústrias do jogo e do turismo não conseguem funcionar. Antevejo que até que exista conforto suficiente por parte dos turistas para regressarem a Macau haja uma retracção muito grande e uma falta de consumo significativa.

Tendo em conta a renovação das licenças de jogo, acredita que esta pandemia vai alterar o que estava a ser pensado até aqui? Vai mudar objectivos e contrapartidas?

Estou um bocado dividido quanto a isso. Admito que o Governo pode considerar estender as concessões de jogo pelo período que a lei permite, mas isso pode não estar relacionado com a pandemia. A partir do momento em que o Governo decide não estender as actuais concessões e partir o mais rapidamente possível para novas concessões, em 2022, essas sim por um período alargado de 20 anos, até está a demonstrar às concessionárias que as quer a operar o mais depressa possível pelo maior período de tempo, para assim poderem desenvolver os projectos que acham necessários do ponto de vista comercial e do interesse público. A extensão [das concessões] seria para tapar eventuais problemas financeiros que pudessem ocorrer às concessionárias, mais do que lhes permitir desenvolver um plano estratégico para um período de operação que durará 20 anos.

Em que sentido?

Percebo que o Governo possa conceber a hipótese de estender o prazo das concessões para, no fundo, conceder uma espécie de prémio às concessionárias que tiverem uma capacidade de desenvolver uma actuação positiva durante este período. Mas em bom rigor, as concessionárias estão a operar há 18 anos, ganharam o que tinham a ganhar, distribuíram os lucros pelos accionistas, quase todas elas fizeram os seus planos de investimento e cumpriram. Independentemente de o Governo poder vir a reconhecer o esforço que as concessionárias vão ter de fazer neste período, acho que uma coisa não está relacionada com a outra. Até acho que seria mais lógico que o Governo preparasse rapidamente um novo concurso para, aí sim, termos novos concessionários capazes de desenhar um projecto e uma estratégia de um investimento para os próximos 20 anos. Essa estratégia iria considerar as novas alterações ao mercado do jogo que poderão surgir por conta desta crise.

O concurso público para a renovação das licenças deveria, assim, fazer-se a muito curto prazo?

Era importante que ficasse definido o mais rapidamente possível aquilo que o Governo de Macau pretende para o próximo concurso público. Provavelmente vão existir alterações legislativas, e aí era bom que se soubesse o quanto antes o que isso vai implicar. Será um concurso complexo, que vai necessitar de muito tempo para ser avaliado pelas autoridades de Macau e seria bom que fossem conhecidos [o mais cedo possível] os termos do concurso para que as entidades que queiram concorrer possam capacitar-se e ter tempo para preparar uma proposta.

Mas pode haver o risco de o Governo estar atrasado nessa matéria e de Ho Iat Sen ter herdado problemas do pouco trabalho feito pelo anterior Executivo.

O termo das concessões está definido há muito tempo, e se o Governo vier dizer que neste momento não tem capacidade de lançar um concurso com brevidade acho que é um não argumento. É um trabalho de casa que deveria estar feito. O Governo teve muito tempo para desenhar um concurso e as alterações legislativas necessárias de forma plena e calma, e se não o fez acredito que tenha problemas e aí, nessa circunstância, pode ser necessário estender-se as concessões. Mas não acredito que um concurso com uma importância destas tenha sido deixado para a última da hora.

As concessionárias têm de repensar o modelo de negócio?

A indústria do jogo de Macau está a sofrer como nunca e não se sabe muito bem quando é que a situação pode recuperar, e até que ponto vai recuperar. É importante também recordar que a indústria do jogo não está no seu auge, já conheceu dias melhores. O boom das receitas aconteceu há alguns anos, houve uma recuperação, mas não vamos chegar aos níveis de 2013. O que se pede aos players da indústria? Do ponto de vista governamental pedir-se-ia um pacote de medidas que fosse de incentivo às concessionárias.

Que tipo de medidas defende?

Podem passar por se considerar reduzir o imposto especial sobre o jogo. Sabemos que o imposto especial, mais as contribuições adicionais, rondam cerca de 39 por cento das receitas brutas, e a questão é saber se, neste momento, as concessionárias têm capacidade para pagar esses valores. Podem depois existir incentivos financeiros por parte do Governo, que pode subsidiar parte dos ordenados dos trabalhadores, mas não deveria fazer distinção entre residentes e não residentes. Foi feito um pedido às concessionárias para que não despeçam pessoas, sobretudo residentes, mas este não pode ser apenas e só um ónus das concessionárias. O Governo pode ter aqui um papel importante à semelhança do que outros países fizeram.

Voltando às concessionárias, o que pode ser feito?

À partida exige-se que estas se reinventem do ponto de vista da oferta de produtos aos seus clientes. Talvez o decréscimo das receitas que se registou nos últimos anos seja resultado do que o mercado tem estado a oferecer aos clientes, uma vez que se conheceram poucas alterações. As pessoas só virão a Macau, ou só se sentem atraídas a regressar a Macau, se sentirem que têm um produto novo. E aí vai ter de existir um esforço bastante grande. Há concessionárias que têm vindo a fazer isso: a Sands China, por exemplo, decidiu reconverter o Sands Cotai Central no The Londoner. Esta fórmula já é assumir de que o produto que existia não era atractivo. Quase todas as concessionárias já estavam a pensar nisso no passado agora têm de pensar de uma forma efectiva ou acelerar o processo da reconversão.

Podemos assistir a algum jogo de cintura na renovação das licenças? Isto no sentido em que o Governo poderia estar a pensar em exigir mais contrapartidas em termos de responsabilidade social, mas as concessionárias podem alegar que não podem dar mais, uma vez que estão a passar por esta crise.

As concessionárias contribuem significativamente com acções no âmbito da responsabilidade social. Não quer dizer que não possam fazer mais e de forma diferente, mas é verdade que as concessionárias dedicam uma parte considerável dos seus recursos a actividades desse género. Se as condições de operação não melhorarem e se os custos não baixarem não sei até que ponto se pode pedir mais às concessionárias para fazer mais acções desse género. Antecipo que haja uma falta de meios para isso. Se o Governo quiser reduzir o valor das comparticipações para a Fundação Macau (FM) e obrigar as concessionárias a fazerem essas actividades de responsabilidade social não me oponho e acho que isso deveria ser mais promovido. Mas as concessionárias têm de ter recursos financeiros para isso. Se o Governo quer que os postos de trabalho e as operações se mantenham, não pode exigir em cima disso contribuições efectivas para a responsabilidade social sem dar o outro lado, que pode ser a redução do imposto ou contribuições adicionais para a FM.

Na segunda-feira Ho Iat Seng apresenta o relatório das Linhas de Acção Governativa. Poderemos esperar algumas medidas especiais para o sector do jogo?

Este Chefe do Executivo tem demonstrado pró-actividade e capacidade em lidar com esta situação. É um homem de negócios e tem sensibilidade suficiente para se aperceber da particularidade do momento em que vivemos. Têm sido anunciadas medidas de apoio aos cidadãos e empresas e acho que o sector do jogo não deveria ser posto de parte. Pode ser feito o que já disse, mas até que ponto é que o Governo está preparado para baixar o imposto de jogo e comparticipar salários, e gerir toda esta situação?

16 Abr 2020

Jogo | Sector tem menos 191 trabalhadores não residentes 

[dropcap]D[/dropcap]ados do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) fornecidos ao portal informativo GGRAsia revelam que nos meses de Fevereiro e Março houve uma quebra de 191 trabalhadores não residentes (TNR) no sector do jogo. Estes números não incluem os TNR que trabalham na construção civil e que são contratados directamente pelas concessionárias.

O CPSP adiantou ainda que em Fevereiro foram emitidos menos 35 vistos de trabalho, ou blue cards, tendo em conta que 79 processos foram cancelados e apenas 44 foram aprovados. Em Março foram emitidos menos 156 blue cards, com um total de 217 processos ligados à indústria do jogo cancelados e apenas 61 pedidos aprovados.

Estes números estão relacionados com a crise gerada pela pandemia da covid-19, que levou grande parte da indústria do jogo e do entretenimento a fechar portas temporariamente e a reajustar recursos humanos. No entanto, o sector continua a necessitar de mão-de-obra importada, uma vez que não há recursos humanos locais suficientes para preencher todas as vagas.

Fontes ouvidas pelo GGRAsia revelam que algumas concessionárias de jogo têm cortado pessoal na área de gestão. Por exemplo, na Sands China vários executivos de topo deixaram a empresa recentemente, mas o portal não confirmou se essas saídas estão directamente relacionadas com a crise gerada pela covid-19.

8 Abr 2020

Casinos | Operadoras com liquidez para mais seis meses, estimam analistas

[dropcap]A[/dropcap]nalistas da Sanford C. Bernstein Ltd revelaram ontem, em comunicado, que no pior dos cenários, as seis operadoras de jogo de Macau têm liquidez de caixa para mais seis meses. A previsão vem no seguimento da quebra de 79,7 por cento das receitas brutas dos casinos no mês de Março, revelada na quarta-feira pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Segundo os analistas da Sanford C. Bernstein, citados pelo portal GGR Asia, a Galaxy é, das seis operadoras, aquela “corre menos riscos”. “A Galaxy tem liquidez de caixa em abundância, não está endividada e tem pela frente, no pior cenário, um ´balão de oxigénio´ de cerca de 40 meses, antes de ter de recorrer a outros fundos”.

Quanto às restantes operadoras, assumindo sempre o pior cenário, ou seja, em que não há qualquer receita, os analistas da Sanford C. Bernstein estimam que possam continuar em actividade, sem recorrer a outras fontes de financiamento, entre seis e 17 meses.

A situação pode ainda vir a piorar já no próximo mês. De acordo com a correctora JP Morgan, citada pelo portal GGR Asia, as receitas brutas de jogo em Abril podem vir a ser praticamente inexistentes, muito por culpa das novas medidas fronteiriças aplicadas pela província de Guangdong na semana passada.

“Não seria uma surpresa que as receitas brutas de jogo em Macau se mantivessem praticamente nulas até as restrições nas fronteiras de Guandgong serem levantadas. Abril pode mesmo vir a ser o pior mês de sempre desde que o primeiro complexo de jogo ao estilo de Las Vegas abriu em Macau, em 2004”, apontaram os analistas da JP Morgan, DS Kim, Derek Choi e Jeremy.

3 Abr 2020

Jogo | Agências estimam perdas maiores do que o previsto

[dropcap]C[/dropcap]om vista a “reflectir a desaceleração económica global com maior consciência sobre distanciamento social e restrições de vistos/viagens”, o ramo de corretagem do Jefferies Group LLC aumentou em 29 pontos percentuais a sua previsão para a contração na receita bruta do jogo em Macau, noticiou ontem o GGRAsia. A empresa estima agora que o declínio anual seja de 45 por cento. Anteriormente, a instituição tinha previsto uma queda de 16 por cento este ano, e de 9,2 por cento em 2021.

Em nota emitida na segunda-feira, o analista Andrew Lee indicou que a Jefferies mantém uma posição conservadora em relação às perdas do sector pela crença de um aliviar nas restrições de viagens.

Por sua vez, a agência corretora Sanford C. Bernstein Ltd disse num memorando que estimava que a receita bruta do jogo entre 1 e 22 de Março era de aproximadamente quatro mil milhões de patacas, com uma taxa média diária mensal de cerca de 182 milhões, escreveu o GGRAsia. Isto reflecte um decréscimo de 78 por cento comparativamente a Março do ano passado. Sanford Bernstein notou ainda que a média “piorou” para 164 milhões durante a semana de 16 a 22 do mês em análise.

25 Mar 2020

Pandemia | Receita bruta de jogo deve cair para metade

O impacto económico do novo tipo de coronavírus vai levar o Governo a recorrer à reserva financeira, face a previsões de um défice de cerca de 39 mil milhões de patacas. Estima-se ainda que a receita bruta do jogo diminua para metade do valor inicialmente apontado

 

[dropcap]E[/dropcap]stá previsto que a receita bruta do jogo deste ano diminua para 130 mil milhões, menos 50 por cento em relação à estimativa inicial de 260 mil milhões de patacas. As novas estimativas reflectem o impacto económico esperado da implementação das medidas de prevenção e controlo da Covid-19, que chegaram mesmo a abranger o encerramento temporário dos casinos.

Os dados foram avançados em comunicado do Conselho Executivo, que acabou de discutir a proposta de alteração à Lei do Orçamento de 2020, já que para fazer face ao novo contexto “a receita orçamentada das finanças públicas da RAEM é insuficiente para cobrir a despesa orçamentada”. Para dar resposta ao défice estimado em 38,95 mil milhões de patacas, o Governo vai recorrer à reserva financeira. Revistos os valores, as receitas do orçamento ordinário integrado passam a 111,825 mil milhões de patacas, enquanto a despesa ascende a 110,996 mil milhões.

Recorde-se que no final do ano passado a Reserva Financeira de Macau tinha cerca de 580 mil milhões de patacas, tendo os investimentos da reserva em 2019 rendido 30 mil e 200 milhões de patacas.

Para dinamizar a economia, o Governo comprometeu-se a reforçar o investimento em projectos de infra-estruturas e de obras públicas de pequena e média escala, a par de diferentes medidas de apoio económico.

O Executivo espera que o impacto negativo da epidemia junto de empresas e residentes possa ser atenuado via benefícios fiscais como a isenção do imposto de turismo dos estabelecimentos hoteleiros e similares durante seis meses, a contar a partir de 1 de Abril de 2020.

Benefícios alargados

As medidas adicionais apresentadas abrangem a dedução da colecta do imposto complementar de rendimentos devido no ano passado pelos contribuintes, o aumento da percentagem dos rendimentos do trabalho apurado que é não colectável para 30 por cento, bem como uma maior percentagem da devolução da colecta do imposto profissional.

No âmbito da contribuição predial urbana, haverá isenção da taxa de 2019 para os imóveis destinados a habitação de proprietários que sejam residentes de Macau, e uma redução da colecta sobre imóveis para finalidades não habitacionais, como hotéis e escritórios. De referir ainda que será devolvido o imposto do selo sobre a emissão e renovação dos alvarás e das licenças administrativas deste ano, para o qual passa a haver isenção. E dispensa-se o pagamento do imposto de circulação de 2020 para diferentes meios de transportes.

Os donativos em numerário e bens destinados a apoiar o combate à Covid-19, se concedidos a favor de associações de interesse público, e de instituições de beneficência em Macau ou no Interior da China, bem como de outras instituições nacionais da China Continental, também serão tidos em conta a nível fiscal.

20 Mar 2020

SJM | Lucros líquidos subiram 12,5% em 2019

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) registou um aumento de 12,5 por cento dos lucros líquidos nos resultados anuais do ano passado. O lucro atribuível a proprietários da empresa atingiu 3,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, quando em 2018 o valor foi de cerca de 2,8 mil milhões.

Em comunicado ontem divulgado pelo grupo fundado por Stanley Ho, é indicado que as receitas líquidas da SJM foram de 33 mil milhões de dólares de Hong Kong, uma quebra de 1,5 por cento face ao ano anterior.

Já o EBITDA ajustado do grupo, que se refere aos resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações, fixou-se em 4,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 13,2 por cento relativamente a 2018.

Na mesma nota, a SJM referiu que o Hotel Grand Lisboa, em Macau, teve uma taxa de ocupação média de 93,8 por cento, na totalidade do ano, uma quebra de 1,7 por cento. O trabalho de construção no Grand Lisboa Palace ficou terminado no final de 2019, tendo sido feito um pedido para as licenças relevantes de forma a entrar em operação na segunda metade do ano corrente.

O CEO da Sociedade de Jogos de Macau mostrou-se satisfeito com os resultados ao nível do EBITDA ajustado e os lucros. “A SJM entrou em 2020 numa posição forte para enfrentar os desafios do ano”, disse Ambrose So, citado na nota, acrescentando uma mensagem de apoio ao Governo no combate ao coronavírus.

17 Mar 2020

SJM | Lucros líquidos subiram 12,5% em 2019

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) registou um aumento de 12,5 por cento dos lucros líquidos nos resultados anuais do ano passado. O lucro atribuível a proprietários da empresa atingiu 3,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, quando em 2018 o valor foi de cerca de 2,8 mil milhões.
Em comunicado ontem divulgado pelo grupo fundado por Stanley Ho, é indicado que as receitas líquidas da SJM foram de 33 mil milhões de dólares de Hong Kong, uma quebra de 1,5 por cento face ao ano anterior.
Já o EBITDA ajustado do grupo, que se refere aos resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações, fixou-se em 4,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 13,2 por cento relativamente a 2018.
Na mesma nota, a SJM referiu que o Hotel Grand Lisboa, em Macau, teve uma taxa de ocupação média de 93,8 por cento, na totalidade do ano, uma quebra de 1,7 por cento. O trabalho de construção no Grand Lisboa Palace ficou terminado no final de 2019, tendo sido feito um pedido para as licenças relevantes de forma a entrar em operação na segunda metade do ano corrente.
O CEO da Sociedade de Jogos de Macau mostrou-se satisfeito com os resultados ao nível do EBITDA ajustado e os lucros. “A SJM entrou em 2020 numa posição forte para enfrentar os desafios do ano”, disse Ambrose So, citado na nota, acrescentando uma mensagem de apoio ao Governo no combate ao coronavírus.

17 Mar 2020

SJM | Lucros líquidos subiram 12,5% em 2019

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) registou um aumento de 12,5 por cento dos lucros líquidos nos resultados anuais do ano passado. O lucro atribuível a proprietários da empresa atingiu 3,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, quando em 2018 o valor foi de cerca de 2,8 mil milhões.
Em comunicado ontem divulgado pelo grupo fundado por Stanley Ho, é indicado que as receitas líquidas da SJM foram de 33 mil milhões de dólares de Hong Kong, uma quebra de 1,5 por cento face ao ano anterior.
Já o EBITDA ajustado do grupo, que se refere aos resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações, fixou-se em 4,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 13,2 por cento relativamente a 2018.
Na mesma nota, a SJM referiu que o Hotel Grand Lisboa, em Macau, teve uma taxa de ocupação média de 93,8 por cento, na totalidade do ano, uma quebra de 1,7 por cento. O trabalho de construção no Grand Lisboa Palace ficou terminado no final de 2019, tendo sido feito um pedido para as licenças relevantes de forma a entrar em operação na segunda metade do ano corrente.
O CEO da Sociedade de Jogos de Macau mostrou-se satisfeito com os resultados ao nível do EBITDA ajustado e os lucros. “A SJM entrou em 2020 numa posição forte para enfrentar os desafios do ano”, disse Ambrose So, citado na nota, acrescentando uma mensagem de apoio ao Governo no combate ao coronavírus.

17 Mar 2020