Receitas do jogo caíram 60% no primeiro trimestre

[dropcap]A[/dropcap] Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) divulgou ontem os dados das receitas brutas de todos os jogos no primeiro trimestre do ano, que apontam para uma queda de 60 por cento face a igual período do ano passado, para um total de 30,6 mil milhões de patacas.

As receitas brutas dos casinos foram de 30,4 mil milhões, uma quebra de 58,5 por cento no primeiro trimestre. Os resultados foram influenciados pela crise causada pela pandemia do novo coronavírus, que obrigou ao encerramento dos casinos por um período de 15 dias em Fevereiro. Além disso, as medidas restritivas nas fronteiras afastaram quase todos os turistas e jogadores do território.

Em termos de modalidades de jogos nos casinos, o bacará VIP foi o que obteve mais receitas, no valor de 14,8 mil milhões de patacas, ainda assim uma quebra de 60 por cento. O bacará destinado ao mercado de massas surge em segundo lugar com receitas de 12,1 mil milhões de patacas, menos 59 por cento face ao primeiro trimestre de 2019.

As apostas em máquinas surgem em terceiro lugar, com receitas na ordem de 1,5 mil milhões de patacas, o que representa uma descida de 59,4 por cento.

Maior quebra em Fevereiro

Olhando para o desempenho das receitas brutas por mês, Janeiro foi o período em que se registou uma menor quebra, com 11,3 por cento. Nesse mês, as receitas totalizaram 22,1 mil milhões face às 24,9 mil milhões de patacas registadas no primeiro trimestre de 2019.

A queda foi maior deu-se em Fevereiro, 87,8 por cento, com receitas de 3,1 mil milhões de patacas face às 25,3 mil milhões de patacas de receitas obtidas em 2019. De frisar que neste mês os casinos estiveram encerrados durante 15 dias. Em Março registou-se uma ligeira recuperação, uma vez que a descida foi de 79,7 por cento, com receitas brutas de 5,2 mil milhões de patacas. Neste momento os 41 casinos de Macau mantêm em operação 5,533 mesas de jogo e 7,215 máquinas de jogo. Relativamente às apostas em jogos de futebol e basquetebol a quebra foi menor, de 33,4 por cento e 28,4 por cento, respectivamente.

17 Abr 2020

Jogo | Mercado de massas recupera em Junho sem chegar a valores de 2019 

[dropcap]A[/dropcap]nalistas de jogo ligados ao grupo japonês Nomura defendem que o sector vai começar a recuperar da crise gerada pela covid-19 em Junho, mas sem conseguir obter os mesmos resultados do ano passado. Segundo o portal Inside Asian Gaming, os analistas Harry Curtis, Daniel Adam e Brian Dobson afirmam mesmo que só em 2022 é que as operadoras de jogo podem voltar a ter os mesmos resultados de 2019 no que diz respeito ao mercado de massas. Os analistas defendem ainda que as medidas de controlo nas fronteiras vão levar a uma quebra anual de 80 por cento nas apostas de massas relativas ao segundo trimestre deste ano.

Em relação ao terceiro trimestre a quebra deverá ser de 65 por cento, passando a 60 por cento no quarto trimestre. No que diz respeito ao desempenho do mercado de massas, este deverá atingir em 60 por cento os valores de 2019 no ano de 2021, enquanto que em 2022 essa percentagem aumenta para 90 por cento.

“Na semana passada o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, referiu que o Governo prevê o regresso à ‘normalidade’ nas fronteiras em breve, o que nos leva a concluir que isso possa acontecer dentro de seis a 12 meses, mas é uma previsão muito optimista para 2020. Os analistas defendem que existe o risco de um segundo surto de covid-19 e que essa possibilidade está a ser tida em conta por Pequim. Nesse sentido, caso os casinos regressem ao normal, “será num ambiente seguro e controlado”, pelo que “vai existir uma recuperação em 2020, mas lenta”.

16 Abr 2020

Óscar Madureira, advogado: “Governo devia considerar redução do imposto sobre o jogo”

Óscar Madureira foi um dos participantes de uma palestra online promovida ontem pela Fundação Rui Cunha sobre o futuro da indústria do jogo após a crise causada pela pandemia da covid-19. Ao HM, o advogado defende que o Governo deveria avançar com o concurso público para as novas licenças de jogo quanto antes, além de pensar em medidas de apoio para as concessionárias, como a redução do imposto especial sobre o jogo ou subsidiar salários de residentes e não residentes

 

[dropcap]Q[/dropcap]ue perspectivas coloca para o sector do jogo a curto prazo?

Ninguém sabe ao certo o que pode vir a acontecer. Mas acho que a recuperação se prevê lenta, porque o que está em causa é a saúde pública. Todos sabemos que as medidas na República Popular da China têm sido muito restritivas quanto à circulação de pessoas, e sem pessoas as indústrias do jogo e do turismo não conseguem funcionar. Antevejo que até que exista conforto suficiente por parte dos turistas para regressarem a Macau haja uma retracção muito grande e uma falta de consumo significativa.

Tendo em conta a renovação das licenças de jogo, acredita que esta pandemia vai alterar o que estava a ser pensado até aqui? Vai mudar objectivos e contrapartidas?

Estou um bocado dividido quanto a isso. Admito que o Governo pode considerar estender as concessões de jogo pelo período que a lei permite, mas isso pode não estar relacionado com a pandemia. A partir do momento em que o Governo decide não estender as actuais concessões e partir o mais rapidamente possível para novas concessões, em 2022, essas sim por um período alargado de 20 anos, até está a demonstrar às concessionárias que as quer a operar o mais depressa possível pelo maior período de tempo, para assim poderem desenvolver os projectos que acham necessários do ponto de vista comercial e do interesse público. A extensão [das concessões] seria para tapar eventuais problemas financeiros que pudessem ocorrer às concessionárias, mais do que lhes permitir desenvolver um plano estratégico para um período de operação que durará 20 anos.

Em que sentido?

Percebo que o Governo possa conceber a hipótese de estender o prazo das concessões para, no fundo, conceder uma espécie de prémio às concessionárias que tiverem uma capacidade de desenvolver uma actuação positiva durante este período. Mas em bom rigor, as concessionárias estão a operar há 18 anos, ganharam o que tinham a ganhar, distribuíram os lucros pelos accionistas, quase todas elas fizeram os seus planos de investimento e cumpriram. Independentemente de o Governo poder vir a reconhecer o esforço que as concessionárias vão ter de fazer neste período, acho que uma coisa não está relacionada com a outra. Até acho que seria mais lógico que o Governo preparasse rapidamente um novo concurso para, aí sim, termos novos concessionários capazes de desenhar um projecto e uma estratégia de um investimento para os próximos 20 anos. Essa estratégia iria considerar as novas alterações ao mercado do jogo que poderão surgir por conta desta crise.

O concurso público para a renovação das licenças deveria, assim, fazer-se a muito curto prazo?

Era importante que ficasse definido o mais rapidamente possível aquilo que o Governo de Macau pretende para o próximo concurso público. Provavelmente vão existir alterações legislativas, e aí era bom que se soubesse o quanto antes o que isso vai implicar. Será um concurso complexo, que vai necessitar de muito tempo para ser avaliado pelas autoridades de Macau e seria bom que fossem conhecidos [o mais cedo possível] os termos do concurso para que as entidades que queiram concorrer possam capacitar-se e ter tempo para preparar uma proposta.

Mas pode haver o risco de o Governo estar atrasado nessa matéria e de Ho Iat Sen ter herdado problemas do pouco trabalho feito pelo anterior Executivo.

O termo das concessões está definido há muito tempo, e se o Governo vier dizer que neste momento não tem capacidade de lançar um concurso com brevidade acho que é um não argumento. É um trabalho de casa que deveria estar feito. O Governo teve muito tempo para desenhar um concurso e as alterações legislativas necessárias de forma plena e calma, e se não o fez acredito que tenha problemas e aí, nessa circunstância, pode ser necessário estender-se as concessões. Mas não acredito que um concurso com uma importância destas tenha sido deixado para a última da hora.

As concessionárias têm de repensar o modelo de negócio?

A indústria do jogo de Macau está a sofrer como nunca e não se sabe muito bem quando é que a situação pode recuperar, e até que ponto vai recuperar. É importante também recordar que a indústria do jogo não está no seu auge, já conheceu dias melhores. O boom das receitas aconteceu há alguns anos, houve uma recuperação, mas não vamos chegar aos níveis de 2013. O que se pede aos players da indústria? Do ponto de vista governamental pedir-se-ia um pacote de medidas que fosse de incentivo às concessionárias.

Que tipo de medidas defende?

Podem passar por se considerar reduzir o imposto especial sobre o jogo. Sabemos que o imposto especial, mais as contribuições adicionais, rondam cerca de 39 por cento das receitas brutas, e a questão é saber se, neste momento, as concessionárias têm capacidade para pagar esses valores. Podem depois existir incentivos financeiros por parte do Governo, que pode subsidiar parte dos ordenados dos trabalhadores, mas não deveria fazer distinção entre residentes e não residentes. Foi feito um pedido às concessionárias para que não despeçam pessoas, sobretudo residentes, mas este não pode ser apenas e só um ónus das concessionárias. O Governo pode ter aqui um papel importante à semelhança do que outros países fizeram.

Voltando às concessionárias, o que pode ser feito?

À partida exige-se que estas se reinventem do ponto de vista da oferta de produtos aos seus clientes. Talvez o decréscimo das receitas que se registou nos últimos anos seja resultado do que o mercado tem estado a oferecer aos clientes, uma vez que se conheceram poucas alterações. As pessoas só virão a Macau, ou só se sentem atraídas a regressar a Macau, se sentirem que têm um produto novo. E aí vai ter de existir um esforço bastante grande. Há concessionárias que têm vindo a fazer isso: a Sands China, por exemplo, decidiu reconverter o Sands Cotai Central no The Londoner. Esta fórmula já é assumir de que o produto que existia não era atractivo. Quase todas as concessionárias já estavam a pensar nisso no passado agora têm de pensar de uma forma efectiva ou acelerar o processo da reconversão.

Podemos assistir a algum jogo de cintura na renovação das licenças? Isto no sentido em que o Governo poderia estar a pensar em exigir mais contrapartidas em termos de responsabilidade social, mas as concessionárias podem alegar que não podem dar mais, uma vez que estão a passar por esta crise.

As concessionárias contribuem significativamente com acções no âmbito da responsabilidade social. Não quer dizer que não possam fazer mais e de forma diferente, mas é verdade que as concessionárias dedicam uma parte considerável dos seus recursos a actividades desse género. Se as condições de operação não melhorarem e se os custos não baixarem não sei até que ponto se pode pedir mais às concessionárias para fazer mais acções desse género. Antecipo que haja uma falta de meios para isso. Se o Governo quiser reduzir o valor das comparticipações para a Fundação Macau (FM) e obrigar as concessionárias a fazerem essas actividades de responsabilidade social não me oponho e acho que isso deveria ser mais promovido. Mas as concessionárias têm de ter recursos financeiros para isso. Se o Governo quer que os postos de trabalho e as operações se mantenham, não pode exigir em cima disso contribuições efectivas para a responsabilidade social sem dar o outro lado, que pode ser a redução do imposto ou contribuições adicionais para a FM.

Na segunda-feira Ho Iat Seng apresenta o relatório das Linhas de Acção Governativa. Poderemos esperar algumas medidas especiais para o sector do jogo?

Este Chefe do Executivo tem demonstrado pró-actividade e capacidade em lidar com esta situação. É um homem de negócios e tem sensibilidade suficiente para se aperceber da particularidade do momento em que vivemos. Têm sido anunciadas medidas de apoio aos cidadãos e empresas e acho que o sector do jogo não deveria ser posto de parte. Pode ser feito o que já disse, mas até que ponto é que o Governo está preparado para baixar o imposto de jogo e comparticipar salários, e gerir toda esta situação?

16 Abr 2020

Jogo | Sector tem menos 191 trabalhadores não residentes 

[dropcap]D[/dropcap]ados do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) fornecidos ao portal informativo GGRAsia revelam que nos meses de Fevereiro e Março houve uma quebra de 191 trabalhadores não residentes (TNR) no sector do jogo. Estes números não incluem os TNR que trabalham na construção civil e que são contratados directamente pelas concessionárias.

O CPSP adiantou ainda que em Fevereiro foram emitidos menos 35 vistos de trabalho, ou blue cards, tendo em conta que 79 processos foram cancelados e apenas 44 foram aprovados. Em Março foram emitidos menos 156 blue cards, com um total de 217 processos ligados à indústria do jogo cancelados e apenas 61 pedidos aprovados.

Estes números estão relacionados com a crise gerada pela pandemia da covid-19, que levou grande parte da indústria do jogo e do entretenimento a fechar portas temporariamente e a reajustar recursos humanos. No entanto, o sector continua a necessitar de mão-de-obra importada, uma vez que não há recursos humanos locais suficientes para preencher todas as vagas.

Fontes ouvidas pelo GGRAsia revelam que algumas concessionárias de jogo têm cortado pessoal na área de gestão. Por exemplo, na Sands China vários executivos de topo deixaram a empresa recentemente, mas o portal não confirmou se essas saídas estão directamente relacionadas com a crise gerada pela covid-19.

8 Abr 2020

Casinos | Operadoras com liquidez para mais seis meses, estimam analistas

[dropcap]A[/dropcap]nalistas da Sanford C. Bernstein Ltd revelaram ontem, em comunicado, que no pior dos cenários, as seis operadoras de jogo de Macau têm liquidez de caixa para mais seis meses. A previsão vem no seguimento da quebra de 79,7 por cento das receitas brutas dos casinos no mês de Março, revelada na quarta-feira pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Segundo os analistas da Sanford C. Bernstein, citados pelo portal GGR Asia, a Galaxy é, das seis operadoras, aquela “corre menos riscos”. “A Galaxy tem liquidez de caixa em abundância, não está endividada e tem pela frente, no pior cenário, um ´balão de oxigénio´ de cerca de 40 meses, antes de ter de recorrer a outros fundos”.

Quanto às restantes operadoras, assumindo sempre o pior cenário, ou seja, em que não há qualquer receita, os analistas da Sanford C. Bernstein estimam que possam continuar em actividade, sem recorrer a outras fontes de financiamento, entre seis e 17 meses.

A situação pode ainda vir a piorar já no próximo mês. De acordo com a correctora JP Morgan, citada pelo portal GGR Asia, as receitas brutas de jogo em Abril podem vir a ser praticamente inexistentes, muito por culpa das novas medidas fronteiriças aplicadas pela província de Guangdong na semana passada.

“Não seria uma surpresa que as receitas brutas de jogo em Macau se mantivessem praticamente nulas até as restrições nas fronteiras de Guandgong serem levantadas. Abril pode mesmo vir a ser o pior mês de sempre desde que o primeiro complexo de jogo ao estilo de Las Vegas abriu em Macau, em 2004”, apontaram os analistas da JP Morgan, DS Kim, Derek Choi e Jeremy.

3 Abr 2020

Jogo | Agências estimam perdas maiores do que o previsto

[dropcap]C[/dropcap]om vista a “reflectir a desaceleração económica global com maior consciência sobre distanciamento social e restrições de vistos/viagens”, o ramo de corretagem do Jefferies Group LLC aumentou em 29 pontos percentuais a sua previsão para a contração na receita bruta do jogo em Macau, noticiou ontem o GGRAsia. A empresa estima agora que o declínio anual seja de 45 por cento. Anteriormente, a instituição tinha previsto uma queda de 16 por cento este ano, e de 9,2 por cento em 2021.

Em nota emitida na segunda-feira, o analista Andrew Lee indicou que a Jefferies mantém uma posição conservadora em relação às perdas do sector pela crença de um aliviar nas restrições de viagens.

Por sua vez, a agência corretora Sanford C. Bernstein Ltd disse num memorando que estimava que a receita bruta do jogo entre 1 e 22 de Março era de aproximadamente quatro mil milhões de patacas, com uma taxa média diária mensal de cerca de 182 milhões, escreveu o GGRAsia. Isto reflecte um decréscimo de 78 por cento comparativamente a Março do ano passado. Sanford Bernstein notou ainda que a média “piorou” para 164 milhões durante a semana de 16 a 22 do mês em análise.

25 Mar 2020

Pandemia | Receita bruta de jogo deve cair para metade

O impacto económico do novo tipo de coronavírus vai levar o Governo a recorrer à reserva financeira, face a previsões de um défice de cerca de 39 mil milhões de patacas. Estima-se ainda que a receita bruta do jogo diminua para metade do valor inicialmente apontado

 

[dropcap]E[/dropcap]stá previsto que a receita bruta do jogo deste ano diminua para 130 mil milhões, menos 50 por cento em relação à estimativa inicial de 260 mil milhões de patacas. As novas estimativas reflectem o impacto económico esperado da implementação das medidas de prevenção e controlo da Covid-19, que chegaram mesmo a abranger o encerramento temporário dos casinos.

Os dados foram avançados em comunicado do Conselho Executivo, que acabou de discutir a proposta de alteração à Lei do Orçamento de 2020, já que para fazer face ao novo contexto “a receita orçamentada das finanças públicas da RAEM é insuficiente para cobrir a despesa orçamentada”. Para dar resposta ao défice estimado em 38,95 mil milhões de patacas, o Governo vai recorrer à reserva financeira. Revistos os valores, as receitas do orçamento ordinário integrado passam a 111,825 mil milhões de patacas, enquanto a despesa ascende a 110,996 mil milhões.

Recorde-se que no final do ano passado a Reserva Financeira de Macau tinha cerca de 580 mil milhões de patacas, tendo os investimentos da reserva em 2019 rendido 30 mil e 200 milhões de patacas.

Para dinamizar a economia, o Governo comprometeu-se a reforçar o investimento em projectos de infra-estruturas e de obras públicas de pequena e média escala, a par de diferentes medidas de apoio económico.

O Executivo espera que o impacto negativo da epidemia junto de empresas e residentes possa ser atenuado via benefícios fiscais como a isenção do imposto de turismo dos estabelecimentos hoteleiros e similares durante seis meses, a contar a partir de 1 de Abril de 2020.

Benefícios alargados

As medidas adicionais apresentadas abrangem a dedução da colecta do imposto complementar de rendimentos devido no ano passado pelos contribuintes, o aumento da percentagem dos rendimentos do trabalho apurado que é não colectável para 30 por cento, bem como uma maior percentagem da devolução da colecta do imposto profissional.

No âmbito da contribuição predial urbana, haverá isenção da taxa de 2019 para os imóveis destinados a habitação de proprietários que sejam residentes de Macau, e uma redução da colecta sobre imóveis para finalidades não habitacionais, como hotéis e escritórios. De referir ainda que será devolvido o imposto do selo sobre a emissão e renovação dos alvarás e das licenças administrativas deste ano, para o qual passa a haver isenção. E dispensa-se o pagamento do imposto de circulação de 2020 para diferentes meios de transportes.

Os donativos em numerário e bens destinados a apoiar o combate à Covid-19, se concedidos a favor de associações de interesse público, e de instituições de beneficência em Macau ou no Interior da China, bem como de outras instituições nacionais da China Continental, também serão tidos em conta a nível fiscal.

20 Mar 2020

SJM | Lucros líquidos subiram 12,5% em 2019

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) registou um aumento de 12,5 por cento dos lucros líquidos nos resultados anuais do ano passado. O lucro atribuível a proprietários da empresa atingiu 3,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, quando em 2018 o valor foi de cerca de 2,8 mil milhões.

Em comunicado ontem divulgado pelo grupo fundado por Stanley Ho, é indicado que as receitas líquidas da SJM foram de 33 mil milhões de dólares de Hong Kong, uma quebra de 1,5 por cento face ao ano anterior.

Já o EBITDA ajustado do grupo, que se refere aos resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações, fixou-se em 4,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 13,2 por cento relativamente a 2018.

Na mesma nota, a SJM referiu que o Hotel Grand Lisboa, em Macau, teve uma taxa de ocupação média de 93,8 por cento, na totalidade do ano, uma quebra de 1,7 por cento. O trabalho de construção no Grand Lisboa Palace ficou terminado no final de 2019, tendo sido feito um pedido para as licenças relevantes de forma a entrar em operação na segunda metade do ano corrente.

O CEO da Sociedade de Jogos de Macau mostrou-se satisfeito com os resultados ao nível do EBITDA ajustado e os lucros. “A SJM entrou em 2020 numa posição forte para enfrentar os desafios do ano”, disse Ambrose So, citado na nota, acrescentando uma mensagem de apoio ao Governo no combate ao coronavírus.

17 Mar 2020

SJM | Lucros líquidos subiram 12,5% em 2019

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) registou um aumento de 12,5 por cento dos lucros líquidos nos resultados anuais do ano passado. O lucro atribuível a proprietários da empresa atingiu 3,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, quando em 2018 o valor foi de cerca de 2,8 mil milhões.
Em comunicado ontem divulgado pelo grupo fundado por Stanley Ho, é indicado que as receitas líquidas da SJM foram de 33 mil milhões de dólares de Hong Kong, uma quebra de 1,5 por cento face ao ano anterior.
Já o EBITDA ajustado do grupo, que se refere aos resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações, fixou-se em 4,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 13,2 por cento relativamente a 2018.
Na mesma nota, a SJM referiu que o Hotel Grand Lisboa, em Macau, teve uma taxa de ocupação média de 93,8 por cento, na totalidade do ano, uma quebra de 1,7 por cento. O trabalho de construção no Grand Lisboa Palace ficou terminado no final de 2019, tendo sido feito um pedido para as licenças relevantes de forma a entrar em operação na segunda metade do ano corrente.
O CEO da Sociedade de Jogos de Macau mostrou-se satisfeito com os resultados ao nível do EBITDA ajustado e os lucros. “A SJM entrou em 2020 numa posição forte para enfrentar os desafios do ano”, disse Ambrose So, citado na nota, acrescentando uma mensagem de apoio ao Governo no combate ao coronavírus.

17 Mar 2020

SJM | Lucros líquidos subiram 12,5% em 2019

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) registou um aumento de 12,5 por cento dos lucros líquidos nos resultados anuais do ano passado. O lucro atribuível a proprietários da empresa atingiu 3,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, quando em 2018 o valor foi de cerca de 2,8 mil milhões.
Em comunicado ontem divulgado pelo grupo fundado por Stanley Ho, é indicado que as receitas líquidas da SJM foram de 33 mil milhões de dólares de Hong Kong, uma quebra de 1,5 por cento face ao ano anterior.
Já o EBITDA ajustado do grupo, que se refere aos resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações, fixou-se em 4,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 13,2 por cento relativamente a 2018.
Na mesma nota, a SJM referiu que o Hotel Grand Lisboa, em Macau, teve uma taxa de ocupação média de 93,8 por cento, na totalidade do ano, uma quebra de 1,7 por cento. O trabalho de construção no Grand Lisboa Palace ficou terminado no final de 2019, tendo sido feito um pedido para as licenças relevantes de forma a entrar em operação na segunda metade do ano corrente.
O CEO da Sociedade de Jogos de Macau mostrou-se satisfeito com os resultados ao nível do EBITDA ajustado e os lucros. “A SJM entrou em 2020 numa posição forte para enfrentar os desafios do ano”, disse Ambrose So, citado na nota, acrescentando uma mensagem de apoio ao Governo no combate ao coronavírus.

17 Mar 2020

‘Croupiers’ | Salário médio sobe em 2019

[dropcap]A[/dropcap] média salarial dos ‘croupiers’ fixou-se em 21.080 patacas em 2019, valor que representou um aumento de 3,1 por cento em relação ao ano anterior. Os dados, apresentados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) referentes ao último trimestre de 2019, revelaram ainda que em Dezembro existiam em Macau 25.459 destes funcionários, número que reflecte um aumento de 3,0 por cento em relação a 2018.

Segundo a DSEC, no final do quarto trimestre de 2019 o sector do jogo contava, no total, com 58.225 trabalhadores, dos quais 57,5 por cento eram do sexo feminino. A remuneração média (excluindo participações nos lucros e prémios) foi de 24.640 patacas, o que corresponde a um aumento de 3,8 por cento em termos anuais.

Contudo, a diferença salarial entre residentes e não residentes continua a ser significativa, com a remuneração média dos primeiros a atingir 24.790 patacas, ao passo que os detentores de blue card auferiram, em média, 21.910 patacas.

Também ao nível do género são notórias as diferenças salariais. Apesar de as mulheres ocuparem a maioria dos cargos do sector do jogo, ou seja 33.476 postos de trabalho, a sua remuneração média é inferior, tendo-se fixado em 23.670 patacas. O salário médio dos trabalhadores do sexo masculino fixou-se em 25.950 patacas.

De notar ainda que no final do ano foi registada uma quebra de 25,5 por cento ao nível do recrutamento, tendo sido recrutados 1294 trabalhadores, quando no último trimestre de 2018 foram recrutados 1737. De acordo com a DSEC, no final de 2019 existiam ainda 443 postos por preencher, sendo que 77 destes eram respeitantes à função de ‘croupier’.

10 Mar 2020

‘Croupiers’ | Salário médio sobe em 2019

[dropcap]A[/dropcap] média salarial dos ‘croupiers’ fixou-se em 21.080 patacas em 2019, valor que representou um aumento de 3,1 por cento em relação ao ano anterior. Os dados, apresentados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) referentes ao último trimestre de 2019, revelaram ainda que em Dezembro existiam em Macau 25.459 destes funcionários, número que reflecte um aumento de 3,0 por cento em relação a 2018.
Segundo a DSEC, no final do quarto trimestre de 2019 o sector do jogo contava, no total, com 58.225 trabalhadores, dos quais 57,5 por cento eram do sexo feminino. A remuneração média (excluindo participações nos lucros e prémios) foi de 24.640 patacas, o que corresponde a um aumento de 3,8 por cento em termos anuais.
Contudo, a diferença salarial entre residentes e não residentes continua a ser significativa, com a remuneração média dos primeiros a atingir 24.790 patacas, ao passo que os detentores de blue card auferiram, em média, 21.910 patacas.
Também ao nível do género são notórias as diferenças salariais. Apesar de as mulheres ocuparem a maioria dos cargos do sector do jogo, ou seja 33.476 postos de trabalho, a sua remuneração média é inferior, tendo-se fixado em 23.670 patacas. O salário médio dos trabalhadores do sexo masculino fixou-se em 25.950 patacas.
De notar ainda que no final do ano foi registada uma quebra de 25,5 por cento ao nível do recrutamento, tendo sido recrutados 1294 trabalhadores, quando no último trimestre de 2018 foram recrutados 1737. De acordo com a DSEC, no final de 2019 existiam ainda 443 postos por preencher, sendo que 77 destes eram respeitantes à função de ‘croupier’.

10 Mar 2020

Jogo | Quebra de receitas ameaça PME e trabalhadores não-residentes

Albano Martins antevê que a diminuição das receitas gerada pelos impostos do jogo só no primeiro trimestre é suficiente para pagar as obras do Metro Ligeiro

 

[dropcap]A[/dropcap]pós ter sido revelado que as receitas brutas do jogo caíram para o nível mais baixo desde Fevereiro de 2005, o economista Albano Martins acredita que uma eventual onda de desemprego vai afectar principalmente os trabalhadores não-residentes das concessionárias e as Pequenas e Médias Empresas.

De acordo com as declarações prestadas ao HM, o economista antevê que as concessionárias vão proceder a cortes na aquisição de serviços o que se vai fazer sentir nas PME. “Os casinos são grandes consumidores das Pequenas e Médias Empresas. Mas como vão estar em modo de contenção, isso pode significar que vão deixar de fazer tanta despesa no mercado local. Como consequência, muitas empresas vão ficar com a corda na garganta”, apontou.

Ainda segundo os cálculos avançados por Albano Martins, com base nos dados mais recentes disponibilizados pelo Executivo, em 2017 os casinos tinham “injectado” na economia local cerca de 4 mil milhões de patacas em consumos intermédios, ou seja, a comprar produtos e serviços locais.

Se os empregos locais nas concessionárias devem ficar resguardados por motivos políticos – em 2022 deverá haver um novo concurso para a atribuição das licenças do jogo – o mesmo não deverá acontecer com os vínculos dos trabalhadores não-residentes. “Os casinos não vão correr o risco de desempregar qualquer tipo de trabalhador local nesta fase. Os trabalhadores não-residentes poderão ser despedidos, mas o despedimento de locais vai ser tido em conta pelo Governo quando for a altura de atribuir as novas concessões”, indicou.

Menos um Metro Ligeiro

Em relação às considerações políticas no despedimento, Albano Martins considerou ainda que a empresa junket que na semana passada despediu 200 trabalhadores, residentes e não-residentes, fica numa situação complicada. “Correm o risco de ficar isolados politicamente”, alertou.

No domingo ficou-se a saber que nos primeiros dois meses do ano as receitas brutas dos casinos foram de 25,2 mil milhões de patacas, o que representa uma quebra de 49,9 por cento face ao período homólogo. Só em Fevereiro, a quebra foi de 87,8 por cento de 25,4 mil milhões para 3,1 mil milhões de patacas.

Já em relação ao próximo mês, o economista adianta que as receitas deverão rondar o valor de 15,5 mil milhões de patacas: “Isto significa que relativamente ao primeiro trimestre, as receitas do jogo vão ser de cerca de 40,7 mil milhões de patacas. Representa um decréscimo de quase 47 por cento”, explicou. “A perda de receitas comparada com o ano passado para o Governo é de 13,8 mil milhões de patacas”, calculou. “Não é que o Governo fique mais pobre, como poderão dizer alguns deputados, mas viu entrar menos dinheiro. É o preço de um metro ligeiro”, clarificou. A primeira fase do metro ligeiro em Macau teve o valor de 11 mil milhões de patacas.

Recuperação VIP

Após o surto da SARS de 2003, a recuperação da economia de Macau foi impulsionada pela criação dos vistos individuais de viagens para residentes do Interior da China. A medida criou uma onda de turismo na RAEM que resultou numa rápida recuperação económica.

Este ano o caminho deverá ser diferente. Caso não haja grandes alterações económicas no Interior relacionadas com o coronavírus, a recuperação pode ter por base os grandes apostadores, conhecidos como jogadores VIP. “A China em relação aos VIP é mais selectiva, porque é um segmento onde há mais tentativas descaradas de lavagem de dinheiro. Para relançar a economia de Macau, a China pode optar por não criar tantos entraves”, opinou.

Esta abordagem é igualmente tida como uma hipótese que permite evitar a grande concentração de pessoas. “Falamos de um grupo mais restrito de jogadores com capacidade para apostar grandes quantias. E tem a vantagem de não criar o problema da grande concentração de pessoas, como acontece com o jogo de massas”, sustentou.

3 Mar 2020

Jogo | Quebra de receitas ameaça PME e trabalhadores não-residentes

Albano Martins antevê que a diminuição das receitas gerada pelos impostos do jogo só no primeiro trimestre é suficiente para pagar as obras do Metro Ligeiro

 
[dropcap]A[/dropcap]pós ter sido revelado que as receitas brutas do jogo caíram para o nível mais baixo desde Fevereiro de 2005, o economista Albano Martins acredita que uma eventual onda de desemprego vai afectar principalmente os trabalhadores não-residentes das concessionárias e as Pequenas e Médias Empresas.
De acordo com as declarações prestadas ao HM, o economista antevê que as concessionárias vão proceder a cortes na aquisição de serviços o que se vai fazer sentir nas PME. “Os casinos são grandes consumidores das Pequenas e Médias Empresas. Mas como vão estar em modo de contenção, isso pode significar que vão deixar de fazer tanta despesa no mercado local. Como consequência, muitas empresas vão ficar com a corda na garganta”, apontou.
Ainda segundo os cálculos avançados por Albano Martins, com base nos dados mais recentes disponibilizados pelo Executivo, em 2017 os casinos tinham “injectado” na economia local cerca de 4 mil milhões de patacas em consumos intermédios, ou seja, a comprar produtos e serviços locais.
Se os empregos locais nas concessionárias devem ficar resguardados por motivos políticos – em 2022 deverá haver um novo concurso para a atribuição das licenças do jogo – o mesmo não deverá acontecer com os vínculos dos trabalhadores não-residentes. “Os casinos não vão correr o risco de desempregar qualquer tipo de trabalhador local nesta fase. Os trabalhadores não-residentes poderão ser despedidos, mas o despedimento de locais vai ser tido em conta pelo Governo quando for a altura de atribuir as novas concessões”, indicou.

Menos um Metro Ligeiro

Em relação às considerações políticas no despedimento, Albano Martins considerou ainda que a empresa junket que na semana passada despediu 200 trabalhadores, residentes e não-residentes, fica numa situação complicada. “Correm o risco de ficar isolados politicamente”, alertou.
No domingo ficou-se a saber que nos primeiros dois meses do ano as receitas brutas dos casinos foram de 25,2 mil milhões de patacas, o que representa uma quebra de 49,9 por cento face ao período homólogo. Só em Fevereiro, a quebra foi de 87,8 por cento de 25,4 mil milhões para 3,1 mil milhões de patacas.
Já em relação ao próximo mês, o economista adianta que as receitas deverão rondar o valor de 15,5 mil milhões de patacas: “Isto significa que relativamente ao primeiro trimestre, as receitas do jogo vão ser de cerca de 40,7 mil milhões de patacas. Representa um decréscimo de quase 47 por cento”, explicou. “A perda de receitas comparada com o ano passado para o Governo é de 13,8 mil milhões de patacas”, calculou. “Não é que o Governo fique mais pobre, como poderão dizer alguns deputados, mas viu entrar menos dinheiro. É o preço de um metro ligeiro”, clarificou. A primeira fase do metro ligeiro em Macau teve o valor de 11 mil milhões de patacas.

Recuperação VIP

Após o surto da SARS de 2003, a recuperação da economia de Macau foi impulsionada pela criação dos vistos individuais de viagens para residentes do Interior da China. A medida criou uma onda de turismo na RAEM que resultou numa rápida recuperação económica.
Este ano o caminho deverá ser diferente. Caso não haja grandes alterações económicas no Interior relacionadas com o coronavírus, a recuperação pode ter por base os grandes apostadores, conhecidos como jogadores VIP. “A China em relação aos VIP é mais selectiva, porque é um segmento onde há mais tentativas descaradas de lavagem de dinheiro. Para relançar a economia de Macau, a China pode optar por não criar tantos entraves”, opinou.
Esta abordagem é igualmente tida como uma hipótese que permite evitar a grande concentração de pessoas. “Falamos de um grupo mais restrito de jogadores com capacidade para apostar grandes quantias. E tem a vantagem de não criar o problema da grande concentração de pessoas, como acontece com o jogo de massas”, sustentou.

3 Mar 2020

Jogo | Casinos registam quebra de 87,7% em Fevereiro

Num mês marcado pelo encerramento dos casinos durante duas semanas, as receitas brutas de jogo de Fevereiro registaram uma queda anual que vai ficar para a história, totalizando apenas 3,104 mil milhões de patacas. O valor mais baixo desde Fevereiro de 2005

 

[dropcap]P[/dropcap]elos piores motivos, mas para a história. Além de ter sido o mês em que Macau praticamente paralisou devido à crise e às medidas de prevenção tomadas para combater o coronavírus, Covid- 19, Fevereiro de 2020 será também lembrado pela maior queda anual de receitas brutas dos casinos, desde Fevereiro de 2005.

Em Fevereiro de 2020, as receitas brutas dos casinos de Macau registaram uma queda de 87,7 por cento em termos anuais, totalizando cerca de 3,104 mil milhões de patacas. Em igual período de 2019, as receitas foram de 25,307 mil milhões de patacas.

Segundo os dados divulgados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), registou-se também uma descida de quase 50 por cento (49.9 por cento) em relação à receita bruta acumulada de 2020, depois de em Janeiro já ter sido registada uma queda de 11,3 por cento em relação a igual período do ano passado na capital mundial do jogo.

A queda abrupta, contudo, já vinha sendo profetizada, pelo menos, desde que o Governo decretou o encerramento dos casinos durante 15 dias, numa medida sem precedentes, de prevenção contra o novo tipo de coronavírus, que forçou os 41 estabelecimentos de jogo de Macau (dos quais, há 39 activos) a fechar portas entre 5 e 19 de Fevereiro.

O resultado está assim em linha com as previsões dos analistas, embora seja até ligeiramente melhor. Na semana passada, analistas da consultora Sanford Bernstein traçaram um cenário negro para concessionárias de jogo em Macau, apontando para quebras de 90 por cento no final de Fevereiro e de 80 por cento para Março, segundo o portal Asia Gaming.

De acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), é necessário recuar até Fevereiro de 2005 para encontrar registo semelhante, quando as receitas brutas totalizaram 3.211 mil milhões de patacas. Pior, só mesmo em 2004 quando em Abril as receitas brutas foram de 2.984 mil milhões.

Segundo a DSEC, em 2005, existiam no território apenas 17 casinos, 1338 mesas e 3.421 máquinas de jogo. Já o pior registo de sempre foi em Maio de 2003, quando as receitas brutas dos casinos se fixaram em 1.760 mil milhões de patacas.

Recuperação lenta

Se por um lado, já praticamente todos os casinos do território reabriram portas (37) desde que foi levantado o decreto do Governo, por outro, o cenário está longe da normalidade, sobretudo ao nível de receitas.

A consultora JP Morgan avançou mesmo na semana passada, via comunicado, que a recuperação do mercado de jogo não deverá acontecer antes do quarto trimestre deste ano.

2 Mar 2020

Jogo | Casinos registam quebra de 87,7% em Fevereiro

Num mês marcado pelo encerramento dos casinos durante duas semanas, as receitas brutas de jogo de Fevereiro registaram uma queda anual que vai ficar para a história, totalizando apenas 3,104 mil milhões de patacas. O valor mais baixo desde Fevereiro de 2005

 
[dropcap]P[/dropcap]elos piores motivos, mas para a história. Além de ter sido o mês em que Macau praticamente paralisou devido à crise e às medidas de prevenção tomadas para combater o coronavírus, Covid- 19, Fevereiro de 2020 será também lembrado pela maior queda anual de receitas brutas dos casinos, desde Fevereiro de 2005.
Em Fevereiro de 2020, as receitas brutas dos casinos de Macau registaram uma queda de 87,7 por cento em termos anuais, totalizando cerca de 3,104 mil milhões de patacas. Em igual período de 2019, as receitas foram de 25,307 mil milhões de patacas.
Segundo os dados divulgados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), registou-se também uma descida de quase 50 por cento (49.9 por cento) em relação à receita bruta acumulada de 2020, depois de em Janeiro já ter sido registada uma queda de 11,3 por cento em relação a igual período do ano passado na capital mundial do jogo.
A queda abrupta, contudo, já vinha sendo profetizada, pelo menos, desde que o Governo decretou o encerramento dos casinos durante 15 dias, numa medida sem precedentes, de prevenção contra o novo tipo de coronavírus, que forçou os 41 estabelecimentos de jogo de Macau (dos quais, há 39 activos) a fechar portas entre 5 e 19 de Fevereiro.
O resultado está assim em linha com as previsões dos analistas, embora seja até ligeiramente melhor. Na semana passada, analistas da consultora Sanford Bernstein traçaram um cenário negro para concessionárias de jogo em Macau, apontando para quebras de 90 por cento no final de Fevereiro e de 80 por cento para Março, segundo o portal Asia Gaming.
De acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), é necessário recuar até Fevereiro de 2005 para encontrar registo semelhante, quando as receitas brutas totalizaram 3.211 mil milhões de patacas. Pior, só mesmo em 2004 quando em Abril as receitas brutas foram de 2.984 mil milhões.
Segundo a DSEC, em 2005, existiam no território apenas 17 casinos, 1338 mesas e 3.421 máquinas de jogo. Já o pior registo de sempre foi em Maio de 2003, quando as receitas brutas dos casinos se fixaram em 1.760 mil milhões de patacas.

Recuperação lenta

Se por um lado, já praticamente todos os casinos do território reabriram portas (37) desde que foi levantado o decreto do Governo, por outro, o cenário está longe da normalidade, sobretudo ao nível de receitas.
A consultora JP Morgan avançou mesmo na semana passada, via comunicado, que a recuperação do mercado de jogo não deverá acontecer antes do quarto trimestre deste ano.

2 Mar 2020

JP Morgan | Jogo deverá manter-se em baixa até fim do ano 

Analistas da consultora JP Morgan prevêem que, afinal, não será no terceiro trimestre que o sector do jogo começará a dar sinais de recuperação no contexto da crise gerada pelo novo coronovírus. O desempenho do mercado vai depender do momento em que as autoridades chinesas sentirem segurança para eliminar proibições de entrada no país e retomarem a emissão de vistos para Macau, dizem

 

[dropcap]A[/dropcap] consultora JP Morgan estima que a recuperação do mercado de entretenimento e de jogo não deverá acontecer antes do quarto trimestre deste ano, por oposição às ideias já apresentadas por alguns analistas de que a recuperação se daria no terceiro trimestre. A análise da JP Morgan é revelada num comunicado ontem emitido e citado pelo portal informativo GGRAsia.

“Estamos perante um cenário de perdas de 24 por cento nas receitas do mercado de massas em 2020, uma acentuada quebra que varia entre 25 a 30 por cento esperados na fase do consenso pré-vírus”, escreveram os analistas DS Kim, Derek Choi e Jeremy An.

Em 2019, o mercado de massas registou uma quebra de 3,4 por cento, com receitas de mais de 292 mil milhões de patacas, mesmo antes de surgir a crise causada pelo surto do Covid-19.

Na mesma nota, a JP Morgan disse que as previsões para o mercado deste ano são “conservadoras”, devido à falta de respostas relativamente ao rumo que o novo coronavírus pode tomar, o que traz grandes incertezas ao mercado. Os analistas consideram que há que olhar para factores como o levantamento das proibições de viagem para a China e a emissão de vistos para que cidadãos chineses possam voltar a viajar para Macau, factores esses que podem “normalizar” o mercado.

A JP Morgan diz ainda esperar quebras de 55 por cento nas receitas do mercado de massas relativas ao primeiro trimestre, e 35 por cento no segundo trimestre. Seguir-se-á “alguma estabilidade no terceiro trimestre”, descrevem. A consultora defende que o panorama económico para as seis operadoras de jogo, este ano, é “terrível”, devido aos elevados custos para manter os trabalhadores, além de que vêm aí novos concursos públicos para as licenças.

“Os lucros vão, inevitavelmente, registar uma rápida quebra tendo em conta os custos de uma estrutura tão rígida – entre 15 a 20 por cento das despesas operativas estão sujeitas a contenção de custos”, escreveram os pesquisadores.

Quebras no EBITDA

Os analistas utilizam a metáfora de “viagem turbulenta” para descrever este ano e apontam para enormes perdas também ao nível do EBITDA (lucros antes de impostos, amortizações e depreciações) pode sofrer “uma quebra entre 45 e 80 por cento” no primeiro e segundo trimestre do ano “até atingir os valores mais baixos de sempre”. O EBITDA pode voltar a níveis “okay” no terceiro trimestre, até chegar a um patamar “sólido” no quarto trimestre do ano. “As próximas duas temporadas serão muito importantes dada a virtual falta de receitas”, aponta a JP Morgan.

28 Fev 2020

JP Morgan | Jogo deverá manter-se em baixa até fim do ano 

Analistas da consultora JP Morgan prevêem que, afinal, não será no terceiro trimestre que o sector do jogo começará a dar sinais de recuperação no contexto da crise gerada pelo novo coronovírus. O desempenho do mercado vai depender do momento em que as autoridades chinesas sentirem segurança para eliminar proibições de entrada no país e retomarem a emissão de vistos para Macau, dizem

 
[dropcap]A[/dropcap] consultora JP Morgan estima que a recuperação do mercado de entretenimento e de jogo não deverá acontecer antes do quarto trimestre deste ano, por oposição às ideias já apresentadas por alguns analistas de que a recuperação se daria no terceiro trimestre. A análise da JP Morgan é revelada num comunicado ontem emitido e citado pelo portal informativo GGRAsia.
“Estamos perante um cenário de perdas de 24 por cento nas receitas do mercado de massas em 2020, uma acentuada quebra que varia entre 25 a 30 por cento esperados na fase do consenso pré-vírus”, escreveram os analistas DS Kim, Derek Choi e Jeremy An.
Em 2019, o mercado de massas registou uma quebra de 3,4 por cento, com receitas de mais de 292 mil milhões de patacas, mesmo antes de surgir a crise causada pelo surto do Covid-19.
Na mesma nota, a JP Morgan disse que as previsões para o mercado deste ano são “conservadoras”, devido à falta de respostas relativamente ao rumo que o novo coronavírus pode tomar, o que traz grandes incertezas ao mercado. Os analistas consideram que há que olhar para factores como o levantamento das proibições de viagem para a China e a emissão de vistos para que cidadãos chineses possam voltar a viajar para Macau, factores esses que podem “normalizar” o mercado.
A JP Morgan diz ainda esperar quebras de 55 por cento nas receitas do mercado de massas relativas ao primeiro trimestre, e 35 por cento no segundo trimestre. Seguir-se-á “alguma estabilidade no terceiro trimestre”, descrevem. A consultora defende que o panorama económico para as seis operadoras de jogo, este ano, é “terrível”, devido aos elevados custos para manter os trabalhadores, além de que vêm aí novos concursos públicos para as licenças.
“Os lucros vão, inevitavelmente, registar uma rápida quebra tendo em conta os custos de uma estrutura tão rígida – entre 15 a 20 por cento das despesas operativas estão sujeitas a contenção de custos”, escreveram os pesquisadores.

Quebras no EBITDA

Os analistas utilizam a metáfora de “viagem turbulenta” para descrever este ano e apontam para enormes perdas também ao nível do EBITDA (lucros antes de impostos, amortizações e depreciações) pode sofrer “uma quebra entre 45 e 80 por cento” no primeiro e segundo trimestre do ano “até atingir os valores mais baixos de sempre”. O EBITDA pode voltar a níveis “okay” no terceiro trimestre, até chegar a um patamar “sólido” no quarto trimestre do ano. “As próximas duas temporadas serão muito importantes dada a virtual falta de receitas”, aponta a JP Morgan.

28 Fev 2020

O pacto

[dropcap]N[/dropcap]ada do que é inumano nos é estranho!
– Como é?
– Ao contrário do que dizia Terêncio, a humanidade é uma raridade… e tem de ser provocada. Nós navegamos no inumano.
– Triste.
– Sobre isso não conjecturo. Apenas constato.
– E como chegaste a essa ideia?
– Nem é sequer uma ideia, é uma evidência. Chegou-me da odisseia pífia do americano Michael Hughes, que morreu na semana passada durante uma tentativa de demonstrar que a Terra é plana. Hughes, conhecido como “Mad Mike”, construiu um foguete movido a vapor, no seu jardim, com a ajuda de um amigo. E contou à imprensa que o seu objetivo era subir 1.500 metros acima do nível do mar para provar que a Terra não é redonda, mas tem “a forma de um disco voador”. Só que o foguetão explodiu-lhe nos braços… Bom, começo por discordar do Mad Mike no formato da Terra, apostaria no da pera-rocha, ou no das orelhas do defunto
Vasco Pulido Valente, esse pensador sempre alerta…
– Deixa-te de sarcasmos!
– Bizarro que o Mad Max confiasse nos conhecimentos tecnológicos do amigo, que se apoiava em informações extraídas da net, mas não confiasse nas fotografias tiradas por satélite: vês congruência nisto? A pobre criatura era acometida por dois males: o de má-fé quanto à plausibilidade do conhecimento que o mundo lhe poderia oferecer, só aceitando a “prova” que ele mesmo engendrasse; e duma enorme incapacidade de aprendizagem, dado que contrapunha às evidências o “modelo abstracto” que a cultura dos terraplanistas lhe implantou no cérebro. O Mike fugia da realidade como o diabo foge da cruz.
– Mas isso é estupidez, não é inumanidade…
– Olha que sim, as feridas que provocam aqueles que denegam a realidade e a deixam exangue, exilando-a, são incicatrizáveis. Esta crueldade é inumana… Não há crime maior do que negar à realidade o coração e o lume… É como pôr um recém-nascido a “chutar” absinto…
– Queres dizer que estamos rodeados de junkies?
– Duvidas? Quem nega com tamanha sanha a realidade torna-se junkie, terraplanista, fanático-abstracto…
– Os platónicos não negam a realidade?
– Não, estabelecem que esta esfera cá em baixo é menos perfeita que a ideal, mas não negam a esfericidade.

É uma questão de sobre-significação, de foco e detalhe… Já o Mad Mike escamava viciosamente qualquer mínima parcela da realidade para a classificar como um peixe. Se de uma pedra não obtinha escamas, jurava que era um peixe congelado há oito mil anos e chegado da Antártida, novo território de todos os delírios…

Digo-te, negar a realidade é o mecanismo entranhado de quem não se quer comprometer… E não só politicamente, a cobardia entrou em força nas artérias dos inumanos… Olha as igrejas…
– Não sei se te acompanho.
– Vai à Universal, a fé, neles, é o simulacro que permite o voyeurismo do demónio alheio. Ah, assistir ao demónio do outro a ser caçado! E nesta barretada, cobarde, o dízimo é o engendramento capitalista da dizimação da fé…
– Estás a fazer trocadilhos.
– É mais do que isso… Hoje a única subversão política que se mantém de pé encontramo-la no mito do Fausto…
– Tens cada uma!
– Olha que não! Depois do Marx só o Fausto. Ao pobre o que resta, se as narrativas da emancipação derrocaram como castelos de cartas? O que resta ao empreendedor com boas ideias, mas sem financiamento? Qual a hipótese para o talentoso, mas nascido na periferia da grande finança? Que melhor saída para o tipo que estudou e tem rasgo mas não tem cheta?
– És um hermético, sabias? Desembucha…
– A única coisa que lhes resta é vender a alma ao Diabo. O rico tem por si a herança e as leis que o protegem. Vender a alma é o expediente do corajoso contra a venda a conta-gotas do capitalismo. Por cada pobre que avance para o Pacto abate-se um operário explorado… Para quê passar por mais dificuldades? Sabes qual é a mensagem mais frequente dos anjos na Bíblia?
– Vais dizer-me…
– Levanta-te e apressa-te!
– Queres tirar o negócio a Deus!?
– Quero descapitalizá-lo, devolver-lhe a gratuidade! Hoje, a única missão é divulgar a disposição de Mefistófeles para nos restituir a dignidade…
– A alma contra a dignidade?
– Chega do quase-etéreo ideológico… Antes o carácter que a virtude. E ao fazeres o Pacto provas ao menos que és humano, é algo que já não te tiram: apegas-te ao real e a cada momento da tua finitude, antes da morte, a faceta mais áspera da realidade, ta tirar…
– Hum, conheces quem o tenha feito?
– O Brecht. Repara nesta tirada de 1926, tinha ele vinte e oito anos: «No dia em que já não restar mais nada para procurar na literatura, abandoná-la-ei. Quando queremos fazer um túnel, é preciso primeiro fazer a montanha. E se a tarefa de fazer a montanha é difícil, no fazer o túnel é que está o génio…», esta intuição não ocorre aos vinte e oito anos se não se fez o Pacto…
– O que é que tu fazias se, para além de te borrares, te aparecesse esta noite o Mefistófeles propondo-te a assinatura do contrato?
– Primeiro contratava o Iago e mandava-o entregar o mais belo casaco de vison do mundo à Melania Trump, em nome de um anónimo; para além de o pôr a forjar umas cartas de amor incandescentes da Melania para mafarrico, só para armar a confusão… o cornuto havia de deixar o mundo em paz por uns tempos… E depois comprava o Hoje Macau e aumentava cinco vezes o ordenado dos seus trabalhadores e o do seu director, para poderem finalmente montar um casino…
– E para a tua mulher nada?
– Ah, seria a croupier do casino e embutia-lha a alma no corpo, para que não pudesse vendê-la…

27 Fev 2020

Jogo | Receitas em Fevereiro e Março caem entre 80 e 90 por cento

[dropcap]O[/dropcap]s analistas da consultora Sanford Bernstein traçam um cenário negro quanto às receitas das concessionárias de jogo em Macau, apontando para quebras de 90 por cento no fim de Fevereiro e 80 por cento em Março, segundo o portal Inside Asian Gaming. Numa nota de imprensa, os analistas revelam que os operadores com que falaram não conseguiram indicar com clareza quando começará a recuperação do sector.

Assim sendo, a Sanford Bernstein refere que, até agora, as receitas brutas em Fevereiro rondam os 2,1 mil milhões de patacas, com uma média diária entre 255 milhões e 260 milhões nos dias em que as portas dos casinos estiveram abertas. “Esta taxa diária é 65 por cento mais baixa do que a de Janeiro (714 milhões de patacas) e Dezembro de 2019” (quando se apuraram diariamente 737 milhões de patacas), é referido na nota da consultora. Neste ponto, os analistas destacam a maior força do segmento VIP, em comparação com o de massas, num contexto de elevada volatilidade, “algo que não é surpresa”, complementam.

Um dos pontos fulcrais da análise é a ausência de pistas que indiquem quando o declínio das receitas das concessionárias poderá melhorar. “Os vistos individuais, assim como os vistos de grupo, para entrar em Macau estão suspensos e grande parte dos transportes estão severamente afectados, com a maioria das companhias aéreas a cancelar ou limitar voos para Macau, ou para aeroportos das imediações”, destacam os analistas.

26 Fev 2020

Jogo | Receitas em Fevereiro e Março caem entre 80 e 90 por cento

[dropcap]O[/dropcap]s analistas da consultora Sanford Bernstein traçam um cenário negro quanto às receitas das concessionárias de jogo em Macau, apontando para quebras de 90 por cento no fim de Fevereiro e 80 por cento em Março, segundo o portal Inside Asian Gaming. Numa nota de imprensa, os analistas revelam que os operadores com que falaram não conseguiram indicar com clareza quando começará a recuperação do sector.
Assim sendo, a Sanford Bernstein refere que, até agora, as receitas brutas em Fevereiro rondam os 2,1 mil milhões de patacas, com uma média diária entre 255 milhões e 260 milhões nos dias em que as portas dos casinos estiveram abertas. “Esta taxa diária é 65 por cento mais baixa do que a de Janeiro (714 milhões de patacas) e Dezembro de 2019” (quando se apuraram diariamente 737 milhões de patacas), é referido na nota da consultora. Neste ponto, os analistas destacam a maior força do segmento VIP, em comparação com o de massas, num contexto de elevada volatilidade, “algo que não é surpresa”, complementam.
Um dos pontos fulcrais da análise é a ausência de pistas que indiquem quando o declínio das receitas das concessionárias poderá melhorar. “Os vistos individuais, assim como os vistos de grupo, para entrar em Macau estão suspensos e grande parte dos transportes estão severamente afectados, com a maioria das companhias aéreas a cancelar ou limitar voos para Macau, ou para aeroportos das imediações”, destacam os analistas.

26 Fev 2020

Ng Kuok Cheong preocupado com não-residentes no sector do jogo

A proporção de trabalhadores não-residentes na indústria do jogo passou de 20 por cento, em 2011, para 30 por cento, em 2018. Ng Kuok Cheong quer que Ho Iat Seng controle este crescimento

 

 

[dropcap]O[/dropcap] deputado Ng Kuok Cheong exige medidas ao Governo para garantir a presença maioritária de residentes nos principais cargos, intermédios e chefias, durante a emissão das novas licenças de jogo. É este o conteúdo da última interpelação escrita do democrata, divulgada no domingo à noite.

Para Ng, apesar de a RAEM ter uma economia próspera, a forma desigual como são geridos os recursos humanos na indústria do jogo faz com que os residentes “não tenham acesso aos benefícios económicos em termos de rendimentos do trabalho”.

Por isso, o deputado mostra-se preocupado com a ocupação dos cargos mais altos e intermédios por não-residentes e exige soluções para a situação. “Será que o novo Governo pode fornecer os dados da proporção de trabalhadores não-residentes nas concessionárias na altura em que tomou posse? E pode o Executivo comprometer-se com a política de garantir que a proporção de todos os trabalhadores nas concessionárias é inferior a 30 por cento?”, questiona. “Como é que o Governo pode garantir que as posições de chefia e intermédias são ocupadas em 85 por cento por residentes? Será que o Executivo está a pensar na forma de melhorar os mecanismos em vigor para cumprir essa proporção?

Por outro lado, o democrata quer medidas preferenciais para residentes nas posições de chefia e intermédias. Por isso, pergunta se com os novos contratos vai haver mecanismos legais para forçar esse controlo da proporção de não-residentes.

 

Alterações indesejadas

No documento, o deputado recorda que em 2011, quando também abordou o assunto, a proporção de não-residentes nas seis concessionárias era de 20 por cento. Nesse ano, a média de residentes para as mesmas posições era de 80 por cento.

Contudo, depois de 2013 gerou-se uma alteração que preocupa o legislador: “Em 2018, quando se debateram as Linhas de Acção Governativa para a área da Economia e Finanças, pedi os dados sobre a proporção dos trabalhadores não-residentes e em cinco concessionárias a proporção era superior a 30 por cento, nomeadamente 33,3 por cento, 32,9 por cento, 32,8 por cento, 31,8 por cento e 30,8 por cento”, apontou. “Apenas uma operadora tinha uma proporção inferior a 30 por cento com 23,3 por cento”, atirou o membro da Assembleia Legislativa.

Agora, com o novo Governo em funções, desde 20 de Dezembro, e a futura emissão de licenças de jogo, que deverá acontecer em 2022, quando expiram as actuais concessões, Ng Kuok Cheong exige a Ho Iat Seng que obrigue as concessionárias a apresentarem uma proporção de 85 por cento de trabalhadores residentes nas posições intermédias e de topo, de forma a haver uma maior partilha dos benefícios do desenvolvimento económico.

25 Fev 2020

Casinos | Reabertura com apostas mínimas ajustadas e para jogadores de Macau

Os casinos voltaram a acender as luzes, mas foram poucos a apostar as suas fichas no dia da reabertura. O HM testemunhou que os jogadores são sobretudo residentes de Macau e que, nalguns casos, o valor da aposta mínima nas mesas de bacará desceu para metade

 

[dropcap]É[/dropcap] um jogo quase sem apostas, aquele que recomeçou ontem. Mas com mais trancas à porta. À entrada a identificação é obrigatória. “Trouxe consigo a declaração de saúde?”, pergunta um segurança do Grand Lisboa, posicionado antes do detector de metais. Pistola de temperatura apontada à cabeça e a entrada está garantida.

O cenário é atípico mas a música e o som de fundo do metal digitalizado a cair é inconfundível. As mesas fechadas podem facilmente ser identificadas pelas barreiras de protecção que foram colocadas à sua volta e aquelas que estão abertas não têm mais do que três cadeiras, onde, noutros tempos, seria normal haver cinco. Tudo pensado para manter a distância mínima entre jogadores, como confirmou um trabalhador do bar do Grand Lisboa.

“Há muito menos pessoas do que estava à espera, mas sem dúvida que as novas medidas que estão a ser aplicadas são boas em termos de prevenção. Além disso é bom voltar depois de estar duas semanas sem trabalhar. E é muito bom para a empresa também”, contou ao HM.

Andando por entre mesas, várias funcionárias de baldes nas mãos, estão encarregues de ir limpando todos os equipamentos de jogo, inclusivamente as cadeiras onde os jogadores estiveram sentados mal acabam de jogar.

“Agora temos uma equipa de limpeza a trabalhar durante todo o dia, a limpar as mesas e os assentos dos jogadores”, explicou ao HM um supervisor do casino do Grand Lisboa de apelido Lao. “No mínimo, temos de assegurar que as mesas são limpas a cada 15 ou 30 minutos e de cada vez que os lugares são utilizados”, assegurou o responsável.

Recorde-se que desde a meia-noite de quinta-feira, momento a partir do qual os casinos foram autorizados a reiniciar actividade, passaram a ser implementadas medidas extraordinárias de prevenção contra o novo tipo de coronavírus, o Covid- 19, para os espaços de jogo, anunciadas pelo Governo através da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Entre elas, para além de ser obrigatória a utilização de máscara por funcionários e jogadores, é mandatório para entrar, que os clientes passem pelo processo de medição da temperatura corporal e apresentem uma declaração de saúde. Nos espaços de jogo propriamente ditos, tiveram de ser redobradas as operações de limpeza e de desinfecção, aplicada uma maior distância entre mesas e não são permitidas apostas em pé, nem aglomerações, pelo que é determinada uma distância mínima entre jogadores. Além disso, o acesso aos casinos passou também a estar vedado a todas a pessoas que tenham estado na província de Hubei, local onde começou a epidemia.

Ajustar expectativas

Mais croupiers do que jogadores compunham a paisagem. O segundo piso estava totalmente encerrado ao público, à excepção das salas de jogo VIP. Os Jogadores, poucos, que na tarde de ontem apostavam nas mesas do casino do Grand Lisboa contavam-se pelos dedos das mãos, sendo raras as vezes em que estavam sentados mais do que três, por mesa. A razão, contou ao HM o supervisor do espaço, deve-se a inexistência de jogadores provenientes do Interior da China

“Há muito pouca gente e não temos jogadores da China”, explicou Lao. “Hoje praticamente só estamos a receber jogadores de Macau”, acrescentou. O responsável mostrou-se satisfeito por voltar ao trabalho e referiu ainda que os clientes não tinham contestado, para já, as novas medidas de prevenção que começaram ontem a ser aplicadas.

Com o número total de mesas limitado no dia da reabertura, a menos de 30 por cento (menos de 1800 mesas), segundo informaram as autoridades, foi ainda assim, visível que as que estavam abertas dificilmente seriam preenchidas. Além disso, o valor pedido para a aposta mínima do bacará foi reduzido para metade nas mesas do Grand Lisboa, como uma supervisora de mesa confirmou ao HM.

“O valor das apostas mínimas foi ajustado neste dia de reabertura. No Bacará, por exemplo, passaram de 1000 patacas para 500 patacas”, disse uma supervisora de mesa de bacará de apelido Cheng.

Apostar a espaços

No casino do Wynn, um dos 29 que reabriram ontem portas, o cenário era o mesmo. Os apostadores escasseiam e funcionárias aguardam de pé, com bandejas, à espera que alguém peça uma bebida para levar à mesa. À entrada o mesmo ritual, mas menor azáfama com a higienização do espaço. Aqui o valor da aposta mínima nas mesas de bacará mantém-se inalterado, nas 1000 patacas, confirmou uma recepcionista do casino. A mesma recepcionista não soube dizer se afluência no dia da reabertura é mais alta do que antes do encerramento, mas espera que a situação possa melhorar em breve.

“Não tenho a certeza se há mais pessoas no casino do que antes, mas é bom voltar ao trabalho e assim, pelo menos, garantimos o nosso trabalho. Espero que as coisas possam melhorar em breve, talvez daqui a um mês”, profetizou.

A área destinada às máquinas de jogo também tem novas regras e nem todas podem ser utilizadas, devido ao cumprimento das novas medidas de prevenção, como explicou ao HM a supervisora responsável por aquela área de jogo.

“Em relação às máquinas também há novas regras e nem todas as máquinas estão a funcionar porque temos de deixar um espaço mínimo de intervalo entre jogadores. Por exemplo numa fileira de três máquinas, a máquina do meio não está ligada ao servidor”, explicou Pansy.

Por entre cadeiras à espera de ser ocupadas, porém, uma apostadora vestida a rigor para a ocasião com um casaco amarelo e brilhantes a adornar o cabelo vai saltando de mesa em mesa, em busca da sorte, talvez. De luvas postas, a mulher não se inibe de apresentar notas, circulando sem restrições de espaço. Afinal, nunca se sabe quando é que a sorte pode bater à porta, mesmo em tempos de azar.

21 Fev 2020

Casinos | Reabertura com apostas mínimas ajustadas e para jogadores de Macau

Os casinos voltaram a acender as luzes, mas foram poucos a apostar as suas fichas no dia da reabertura. O HM testemunhou que os jogadores são sobretudo residentes de Macau e que, nalguns casos, o valor da aposta mínima nas mesas de bacará desceu para metade

 
[dropcap]É[/dropcap] um jogo quase sem apostas, aquele que recomeçou ontem. Mas com mais trancas à porta. À entrada a identificação é obrigatória. “Trouxe consigo a declaração de saúde?”, pergunta um segurança do Grand Lisboa, posicionado antes do detector de metais. Pistola de temperatura apontada à cabeça e a entrada está garantida.
O cenário é atípico mas a música e o som de fundo do metal digitalizado a cair é inconfundível. As mesas fechadas podem facilmente ser identificadas pelas barreiras de protecção que foram colocadas à sua volta e aquelas que estão abertas não têm mais do que três cadeiras, onde, noutros tempos, seria normal haver cinco. Tudo pensado para manter a distância mínima entre jogadores, como confirmou um trabalhador do bar do Grand Lisboa.
“Há muito menos pessoas do que estava à espera, mas sem dúvida que as novas medidas que estão a ser aplicadas são boas em termos de prevenção. Além disso é bom voltar depois de estar duas semanas sem trabalhar. E é muito bom para a empresa também”, contou ao HM.
Andando por entre mesas, várias funcionárias de baldes nas mãos, estão encarregues de ir limpando todos os equipamentos de jogo, inclusivamente as cadeiras onde os jogadores estiveram sentados mal acabam de jogar.
“Agora temos uma equipa de limpeza a trabalhar durante todo o dia, a limpar as mesas e os assentos dos jogadores”, explicou ao HM um supervisor do casino do Grand Lisboa de apelido Lao. “No mínimo, temos de assegurar que as mesas são limpas a cada 15 ou 30 minutos e de cada vez que os lugares são utilizados”, assegurou o responsável.
Recorde-se que desde a meia-noite de quinta-feira, momento a partir do qual os casinos foram autorizados a reiniciar actividade, passaram a ser implementadas medidas extraordinárias de prevenção contra o novo tipo de coronavírus, o Covid- 19, para os espaços de jogo, anunciadas pelo Governo através da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Entre elas, para além de ser obrigatória a utilização de máscara por funcionários e jogadores, é mandatório para entrar, que os clientes passem pelo processo de medição da temperatura corporal e apresentem uma declaração de saúde. Nos espaços de jogo propriamente ditos, tiveram de ser redobradas as operações de limpeza e de desinfecção, aplicada uma maior distância entre mesas e não são permitidas apostas em pé, nem aglomerações, pelo que é determinada uma distância mínima entre jogadores. Além disso, o acesso aos casinos passou também a estar vedado a todas a pessoas que tenham estado na província de Hubei, local onde começou a epidemia.

Ajustar expectativas

Mais croupiers do que jogadores compunham a paisagem. O segundo piso estava totalmente encerrado ao público, à excepção das salas de jogo VIP. Os Jogadores, poucos, que na tarde de ontem apostavam nas mesas do casino do Grand Lisboa contavam-se pelos dedos das mãos, sendo raras as vezes em que estavam sentados mais do que três, por mesa. A razão, contou ao HM o supervisor do espaço, deve-se a inexistência de jogadores provenientes do Interior da China
“Há muito pouca gente e não temos jogadores da China”, explicou Lao. “Hoje praticamente só estamos a receber jogadores de Macau”, acrescentou. O responsável mostrou-se satisfeito por voltar ao trabalho e referiu ainda que os clientes não tinham contestado, para já, as novas medidas de prevenção que começaram ontem a ser aplicadas.
Com o número total de mesas limitado no dia da reabertura, a menos de 30 por cento (menos de 1800 mesas), segundo informaram as autoridades, foi ainda assim, visível que as que estavam abertas dificilmente seriam preenchidas. Além disso, o valor pedido para a aposta mínima do bacará foi reduzido para metade nas mesas do Grand Lisboa, como uma supervisora de mesa confirmou ao HM.
“O valor das apostas mínimas foi ajustado neste dia de reabertura. No Bacará, por exemplo, passaram de 1000 patacas para 500 patacas”, disse uma supervisora de mesa de bacará de apelido Cheng.

Apostar a espaços

No casino do Wynn, um dos 29 que reabriram ontem portas, o cenário era o mesmo. Os apostadores escasseiam e funcionárias aguardam de pé, com bandejas, à espera que alguém peça uma bebida para levar à mesa. À entrada o mesmo ritual, mas menor azáfama com a higienização do espaço. Aqui o valor da aposta mínima nas mesas de bacará mantém-se inalterado, nas 1000 patacas, confirmou uma recepcionista do casino. A mesma recepcionista não soube dizer se afluência no dia da reabertura é mais alta do que antes do encerramento, mas espera que a situação possa melhorar em breve.
“Não tenho a certeza se há mais pessoas no casino do que antes, mas é bom voltar ao trabalho e assim, pelo menos, garantimos o nosso trabalho. Espero que as coisas possam melhorar em breve, talvez daqui a um mês”, profetizou.
A área destinada às máquinas de jogo também tem novas regras e nem todas podem ser utilizadas, devido ao cumprimento das novas medidas de prevenção, como explicou ao HM a supervisora responsável por aquela área de jogo.
“Em relação às máquinas também há novas regras e nem todas as máquinas estão a funcionar porque temos de deixar um espaço mínimo de intervalo entre jogadores. Por exemplo numa fileira de três máquinas, a máquina do meio não está ligada ao servidor”, explicou Pansy.
Por entre cadeiras à espera de ser ocupadas, porém, uma apostadora vestida a rigor para a ocasião com um casaco amarelo e brilhantes a adornar o cabelo vai saltando de mesa em mesa, em busca da sorte, talvez. De luvas postas, a mulher não se inibe de apresentar notas, circulando sem restrições de espaço. Afinal, nunca se sabe quando é que a sorte pode bater à porta, mesmo em tempos de azar.

21 Fev 2020