Jogo | Construção do Grand Lisboa Palace termina no próximo mês

Três novos espaços no Cotai começam a ganhar nitidez. No próximo mês termina a construção do Grand Lisboa Palace, do grupo SJM, com abertura prevista para a segunda metade de 2020. Entretanto, a Galaxy Entertainment levanta o véu sobre o novo centro de convenções, enquanto a Sands China adianta que o Londoner Hotel estará pronto em Julho de 2020

 

[dropcap]C[/dropcap]om a renovação das licenças de jogo no horizonte, a abertura de três novos espaços no Cotai ganha contornos mais concretos. Neste aspecto, destaque para a estreia da Sociedade de Jogos de Macau, S.A. (SJM) no strip do Cotai com o Grand Lisboa Palace. Durante uma cerimónia de entrega de bolsas escolares a filhos de funcionários da concessionária, o CEO da empresa, Ambrose So, garantiu que a construção do Grand Lisboa Palace tem fim à vista, já para Setembro. Terminadas as obras, a SJM irá pedir licença de funcionamento, um processo que a concessionária espera que demore algum tempo, uma vez que tem de passar pelo crivo de vários departamentos públicos.

Em relação ao número de mesas de jogo que o Grand Lisboa Palace terá, Ambrose So referiu que irá pedir licença para cerca de 300. “Quantas mesas o Governo irá conceder não sabemos, mas com base nas experiências anteriores no Cotai, normalmente são aprovadas entre 120 e 150 mesas de jogo”, projectou o CEO da SJM, citado pela Macau News. Como já tinha sugerido noutras ocasiões, Ambrose So não descarta a hipótese de transferir algumas mesas de outros casinos do grupo para o novo espaço no Cotai.

Em relação ao decréscimo das receitas registadas no mês passado, em relação ao ano anterior, o director da SJM justificou o resultado com a quebra das receitas apuradas pelo segmento VIP, que não foi compensado.

Em relação ao panorama económico, Ambrose So espera que se chegue a um acordo na guerra comercial entre Pequim e Washington e que a estabilidade regresse a Hong Kong para que “a vida volte ao normal”.

Centro da galáxia

Esta semana, em Pequim, na IBTM China, feira dedicada ao sector MICE, o grupo Galaxy Entertainment levantou o véu sobre o Galaxy International Convention Center, descrito como uma das infra-estruturas mais avançadas tecnologicamente para este tipo de negócio.

Com abertura programada para o início de 2021, o centro de convenções terá uma área de 40 quilómetros quadrados, onde vai estar incluída uma sala de exposições e conferências com cerca de 10 quilómetros quadrados de área. Além destas valências, a infra-estrutura vai albergar um espaço dedicado a espectáculos e desporto, a Galaxy Arena, com capacidade para 16 mil lugares.

O centro de convenções será ainda dotado de um salão para banquetes, com capacidade para acolher 2400 pessoas, além de um hotel de luxo com 700 quartos.

“É uma honra apresentar esta infra-estrutura de topo, de forma a atrair novos visitantes e complementar a visão do Governo de Macau de diversificação económica e desenvolvimento do território enquanto centro mundial de turismo e lazer”, disse o presidente da Galaxy Entertainment Group, Lui Che Woo, citado pela Inside Asian Gaming.

A abertura do centro de convenções da Galaxy trará concorrência à Sands China e à Cotai Expo do Venetian e ao Cotai Arena.

Ainda no universo da Sands China, a vice-presidente do departamento de marketing e comunicação, Cristina Quental, revelou que o The Londoner Hotel estará concluído em Julho do próximo ano, de acordo com informação veiculada pela Macau News Agency. A nova unidade hoteleira irá substituir o Holiday Inn Macao Cotai Central, transformando os 1200 quartos do edifício antigo por 600 suites com um quarto.

30 Ago 2019

Hong Kong | Morgan Stanley aponta pouco impacto de protestos no jogo

Analistas da Morgan Stanley Asia Ltd entendem que os protestos e o caos político de Hong Kong não afectou a indústria do jogo em Macau. Tanto em número de entrada de turistas, como nas receitas das concessionárias, a indústria mantém-se impermeável à situação vivida na região vizinha

 

[dropcap]A[/dropcap]s previsões para as receitas no sector de massas apontam para um crescimento de 15 por cento em Julho, com destaque para os apostadores chineses que pernoitam em Macau que aumentaram 9 por cento, algo que é positivo na nossa pespectiva. Isto parece confirmar a nossa expectativa de impacto mínimo em Macau, até agora, face ao que se passa em Hong Kong”. As declarações são de Praveen Choudhary, analista da Morgan Stanley Asia Ltd, numa nota da consultora citada pelo portal GGRAsia.

O documento da gigante financeira multinacional, que em 2016 foi condenada por contribuir para a crise global de 2008, traça um cenário optimista para Macau. A nota destaca a óbvia evidência de que a esmagadora maioria dos turistas que chega a Macau para jogar são do interior da China, e uma parte chega via Hong Kong. Neste sentido, a Morgan Stanley sublinha os dados do turismo divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos revelaram que, em Julho, perto de 2,6 milhões de visitantes chineses entraram em Macau, o que representou uma subida de 18,5 por cento comparado com o mesmo período de 2018. Ainda assim, Praveen Choudhary sublinha que este número representa um desaceleramento em relação à taxa de crescimento registada nos primeiros sete meses deste ano, que foi de 21,7 por cento.

Confirmar a regra

Outro dado incontornável na análise são os 24,45 mil milhões de patacas de receitas brutas apuradas pelo sector do jogo durante o mês de Julho, representando uma queda de 3,5 pontos percentuais em relação ao período homólogo de 2018. Número que não permite uma análise pormenorizada por não diferenciar entre receitas provenientes do sector VIP e de massas.

A Morgan Stanley já havia menorizado o possível impacto da turbulência política de Hong Kong na indústria do jogo ao referir que apenas dois por cento de todos os visitantes do Interior da China chega a Macau através de transportes que partem do centro de Hong Kong, onde os protestos são frequentes.

Aliás, esta situação já havia sido reportada pela JP Morgan, outro gigante financeiro também condenado por práticas ilegais que contribuíram para a crise global de 2008. “Cerca de 60 por cento do número total de visitantes chega a Macau através de Zhuhai, enquanto os serviços de ferries transportam de Hong Kong e Shenzhen 17 por cento. Pela Ponte HKZM chegam 15 por cento dos visitantes e no aeroporto de Macau aterram 9 por cento. No que diz respeito a turistas oriundos da China, 75 por cento chega através das fronteiras com Zhuhai”, enquadrou a consultora do banco de investimento.

“Estimamos que os protestos em Hong Kong afectem as receitas do jogo cerca de 0,5 por cento, impacto que se deve desvanecer gradualmente à medida que as pessoas encontram alternativas para visitar Macau”, escreveram Jeremy An e Christine Wang, analistas da DS Kim, afiliados da JP Morgan. Outro dos factores que dificulta a correlação entre os protestos e receitas do jogo prende-se com a dificuldade em relacionar o número de visitantes e quanto é gasto nos casinos.

Aliás, pequenos grupos de apostadores de grandes quantias, que representam uma percentagem ínfima do volume de visitantes, são importantes componentes no sector.

27 Ago 2019

Jogo | Ambrose So recomenda que não se aumente número de licenças

Depois da eleição de Ho Iat Seng como Chefe do Executivo, as recomendações de políticas não se fizeram esperar. Ambrose So pede que não seja aumentado o número de licenças de jogo em nome da diversificação económica, enquanto a presidente da associação das mulheres reclama mais igualdade

 

[dropcap]A[/dropcap]inda não tinham passado 24 horas da eleição de Ho Iat Seng como Chefe do Executivo, e já as sugestões de governação se multiplicavam pelos diversos sectores sociais e empresariais da sociedade de Macau. Entre eles, destaque para o director executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Ambrose So, que em declarações ao jornal do Cidadão, deixou a esperança de que Ho Iat Seng tenha a clarividência necessária para ouvir a opinião pública. O homem forte da SJM deixou ainda a receita para um dos objectivos traçados para Macau nas Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía. “Se Macau quiser desenvolver a diversificação adequada da economia, não deve aumentar o número de licenças de jogo, sob pena de absorver mais mão-de-obra e terrenos. Além disso, a dimensão económica da indústria de jogo já é suficiente para sustentar as despesas financeiras do Governo”, sublinhou Ambrose So, citado pelo Jornal do Cidadão.

O CEO da SJM destacou ainda o elevado número de votos que Ho Iat Seng mereceu, “reflectindo o amplo apoio dos vários sectores sociais” que facilitará a implementação de acções governativas no futuro.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o advogado Miguel de Senna Fernandes, que fez parte da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, sugeriu que, em termos económicos, o próximo Governo deixe o mercado actuar com interferências mínimas. Além disso, o jurista espera equilíbrio entre mercados e acção executiva. Como tal, deseja que Ho Iat Seng seja um líder “mais forte” e com coragem para implementar políticas definitivas, como, por exemplo em matéria de habitação, onde não deve deixar o mercado imobiliário fazer o que bem entender.

Bairros, mulheres e trabalho

Uma relação mais próxima entre residentes e Governo é a exigência de Leong Heng Kao, presidente da União Geral das Associações de Moradores de Macau. O dirigente associativo espera que Ho Iat Seng reforce a proximidade com os bairros e a cooperação com associações de serviço social de forma a optimizar o aproveitamento dos recursos sociais. Além disso, Leong Heng Kao disse ao Jornal do Cidadão que espera que o novo Chefe do Executivo resolva o problema constante das inundações.

Outra voz ouvida pelo Jornal do Cidadão foi a presidente da direcção da Associação Geral das Mulheres de Macau, Lam Un Mui, que tem esperança que Ho Iat Seng promova a igualdade de género e harmonia familiar, defendo os direitos das mulheres e crianças. A dirigente sugeriu ainda que o próximo Governo utilize as redes sociais para aumentar a interacção com a geração mais jovem com respostas pessoais.

Por parte do sector laboral, Lei Chan U, deputado ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, disse ao jornal Ou Mun que Ho Iat Seng deve fazer o possível para resolver as questões mais prementes no mercado de trabalho. Aperfeiçoar as leis laborais, salvaguardar os direitos e interesses dos trabalhadores, aumentar a qualidade do emprego dos residentes e partilhar razoavelmente os resultados do desenvolvimento são as prioridades que o deputado aponta ao próximo Executivo.

Medidas de apoio para a população mais idosa e aposta na melhoria do panorama empresarial foram os temas fortes nas sugestões da vice-presidente da Associação dos Conterrâneos de Kong Mun de Macau, Lo Choi In. Em declarações ao Jornal Ou Mun, a dirigente pediu prioridade nas questões que afectam os grupos vulneráveis da sociedade, nomeadamente os idosos. De resto, Lo Choi In gostaria de ver maior celeridade na construção de habitações públicas, e no plano económico, a promoção das pequenas e médias empresas, aproveitando as oportunidades da Grande Baía.

27 Ago 2019

Jogo | Fosso salarial entre homens e mulheres aumenta 31%

[dropcap]N[/dropcap]o segundo trimestre deste ano, a discrepância de salários entre homens e mulheres que trabalham na indústria do jogo aumentou 31 por cento em relação ao período homólogo do ano transacto. De acordo com dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a remuneração média auferida por mulheres no período em análise fixou-se em 23.570 patacas, enquanto os homens receberam 25.870 patacas, ou seja, mais 2.300 patacas por mês.

Um valor que aumentou face ao segundo trimestre de 2018, quando um funcionário masculino ganhava mais 1.760 patacas do que uma mulher a desempenhar o mesmo trabalho. Feitas as contas, o fosso salarial entre géneros aumentou em quase um terço.

Outro dado revelador, em termos de igualdade de género, prende-se com o número dos directores e quadros dirigentes. No segundo trimestre deste ano, num total de 3.129 quadros dirigentes, 1.804 eram ocupados por homens, ou seja, em relação ao número total eram mais 479 do que as dirigentes mulheres.

Também neste indicador o fosso entre géneros aumentou em relação ao período homólogo do ano passado. No segundo trimestre de 2018, havia mais 307 homens em cargos de chefia do que mulheres, ou seja, num ano a diferente entre géneros nas posições de topo das empresas de jogo aumentou 56 por cento.

No fim do trimestre em análise existiam 904 postos vagos, ou seja, mais 81, face ao fim do segundo trimestre de 2018. A maioria das vagas pertencia aos “empregados administrativos” (79,5 por cento), observando-se que 588 destas vagas se destinavam aos “croupiers”.

Em relação aos requisitos de recrutamento, apenas 14,2 por cento das vagas requeriam experiência profissional, 64,7 por cento exigiam habilitações académicas inferiores ou iguais ao ensino secundário complementar, 77,2 por cento requeriam o domínio do mandarim e 21,9 por cento exigiam o do inglês.

23 Ago 2019

Jogo | Suncity perde todas as salas VIP em casinos australianos

O grupo Suncity vai perder as salas VIP que tinha em casinos australianos. A informação vem na sequência da proibição de Alvin Chau entrar na Austrália por suspeita de ligação a organizações criminosas e esquemas de lavagem de dinheiro

 

[dropcap]D[/dropcap]epois das notícias que ligaram o Suncity ao crime organizado e a esquemas de lavagem de dinheiro, assim como da proibição de Alvin Chau entrar na Austrália, o grupo de junket está perto de perder todos as salas VIP em casinos australianos. A notícia foi veiculada pelo jornal de Melbourne The Age.

A The Star Entertainment, o segundo maior operador de jogo australiano, referiu na passada sexta-feira que decidiu “nos últimos 10 dias encerrar a sala VIP que o grupo Suncity tinha no casino bandeira da The Star em Sydney”. A operadora fez questão de salientar que a decisão foi tomada em conjunto com a Suncity. “A sala reservada para a Suncity vai ser descontinuada. Tinham uma pequena sala, que vai ser encerrada”, anunciou Matt Bekier, CEO da The Star.

Segundo fontes citadas pelo The Age, um dos jornais que revelou as ligações do grupo de Macau ao crime organizado, a mesma situação vai-se repetir no casino da Crown em Melbourne, ou seja, a operadora também se vai distanciar da empresa junket e fechar a sua sala VIP.

O anúncio da operadora The Star surge depois do conselho da administração da Crown ter difundido anúncios a enaltecer a relação com a Suncity e outros operadores junket.

No entanto, Matt Bekier não quis comentar até que ponto a operadora continuaria a ter relações com o grupo de Alvin Chau depois de encerrar a sala reservada ao grupo de Macau.

Voltar atrás

A operadora The Star havia reafirmado há mais de uma semana que não via qualquer inconveniente em continuar a trabalhar com o Suncity Group. “O Suncity é o maior operador junket do mundo inteiro, com quem trabalhamos de uma forma respeitadora da lei. Aliás, reguladores de outros territórios atestam a credibilidade do grupo”, comentou Matt Bekier.

Importa referir que na passada sexta-feira a Star Entertainment anunciou um volume de negócio proveniente de apostadores VIP estrangeiros na ordem dos 28,8 mil milhões de dólares nos dozes meses que terminaram a 30 de Junho, o que representou uma quebra de 30,7 por cento em relação ao mesmo período no ano passado. No total, as receitas durante o período em apreço caíram 17,6 por cento.

20 Ago 2019

Protestos no aeroporto de Hong Kong com impacto nos casinos

[dropcap]O[/dropcap]ntem e na segunda-feira o Aeroporto Internacional de Hong Kong encerrou devido a protestos no local, algo que poderá ter impacto no turismo de curta duração de Macau. A tese é da consultora financeira Nomura, de acordo com a GGRAsia.

“Esperamos que o fecho do aeroporto de Hong Kong exerça pressão sobre os visitantes que se dirigem a Macau por um curto período de tempo”, referem os analistas Harry Curtis, Daniel Adam e Brian Dobson citados pela mesma fonte. No entanto, “o impacto deve ser transitório e as visitas para Macau deverão ser recuperadas assim que o aeroporto reabrir”, acrescentaram.

Recorde-se que a maioria dos jogadores dos casinos locais são turistas, e que muitos chegam a Macau através do aeroporto da região vizinha.

A Sanford C. Bernstein Ltd sublinha que o impacto negativo dos protestos de Hong Kong é notório. “Estamos a começar a registar o impacto negativo dos protestos em Hong Kong com a interrupção dos transportes, o que está a criar um movimento contrário à China e à região (e às visitas a Macau)”, apontou a consultora.

Também a Wynn Macau Ltd admitiu – durante uma teleconferência com analistas de investimentos – a existência de um impacto negativo para o sector do jogo devido à interrupção dos transportes causada pelos protestos em massa em Hong Kong. “Quando são cancelados centenas de voos e surge relutância em viajar, há motivos para achar que isso terá impacto no negócio”, disse o director, Matt Maddox.

Sem fim à vista

O presidente da Wynn Macau Ltd, Ian Coughlan, acrescentou na mesma altura que “o que está a acontecer em Hong Kong certamente se vai reflectir nos negócios a curto prazo”. “Houve uma interrupção no movimento de pessoas entre Hong Kong e Macau e parece que vai continuar nas próximas semanas pelo menos”, acrescentou o responsável.

Por outro lado, há ainda quem defenda que em Macau não existe correlação directa entre o número de turistas e as receitas de jogo, na medida em que uma das grandes fontes de apostas é o sector VIP, que envolve elevadas quantias, mas poucos jogadores. No entanto, de acordo com as últimas estatísticas de jogo, o sector de massas tem contribuído mais para os lucros das operadoras.

14 Ago 2019

Jogo | Croupier foi detida por roubo de fichas de casino

[dropcap]U[/dropcap]ma mulher de apelido Ao Ieong, com 50 anos de idade, croupier, residente de Macau, foi detida por roubo de fichas de jogo durante o exercício das suas funções. Segundo informações do jornal Ou Mun, a Polícia Judiciária recebeu no dia 16 de Julho denúncia vinda de um casino em Macau, onde foi reportada a existência de suspeitas em relação a uma croupier que alegadamente terá furtado três vezes fichas de jogo, enquanto estava ao serviço nos dias 8, 13 e 15 de Julho, passando-as depois ao seu cúmplice para as levar para fora do casino.

A suspeita for interceptada esta segunda-feira durante o trabalho pelos agentes policiais, tendo furtado um total de 115 mil dólares de Hong Kong. No decurso da investigação, a suspeita negou o crime, mas os agentes da PJ confirmaram a infracção através do sistema de CCTV. A detida foi presente ao Ministério Público por peculato e a PJ está à procura do cúmplice em fuga.

9 Ago 2019

Jogo | Bloomberg justifica queda de receitas com protestos em Hong Kong

Analistas citados pela agência Bloomberg justificam quebra de receitas do jogo em Julho com a instabilidade provocada pelos protestos em Hong Kong. Além disso, a guerra comercial, o abrandamento da economia chinesa e o crescente escrutínio sobre os junkets são outros possíveis “travões” do sector VIP

 

[dropcap]N[/dropcap]a passada quinta-feira, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos revelou que os casinos de Macau terminaram Julho com receitas brutas de 24,45 mil milhões de patacas, menos 3,5 por cento do que em igual período do ano passado. Julho foi o quarto mês de queda das receitas face ao período homólogo do ano passado.

Um artigo da agência Bloomberg elenca, entre outras justificações, a turbulência política e os protestos em Hong Kong como factor negativo para os resultados das receitas da indústria que move a economia de Macau.

Ainda assim, a agência refere que o sector do jogo se tem aguentado, apesar dos ventos desfavoráveis gerados pelas incertezas da guerra comercial e o enfraquecimento da economia chinesa, com a entrada em Macau de números recorde de turistas que alavanca o segmento do jogo de massas.

É no segmento VIP que a realidade económica ganha contornos mais pessimistas. Neste capítulo, a Bloomberg cita a instabilidade vivida em Hong Kong e o possível aperto por parte de Pequim aos operadores junkets como razões que amedrontam os grandes apostadores chineses.

“A procura no mercado VIP sofreu uma acentuada deterioração a partir da segunda metade de Julho, sem razão aparente. Pode-se explicar como um pequeno desvio de curto-prazo num contexto de grande mediatização da escalada dos conflitos em Hong Kong”, lê-se numa nota de analistas da JPMorgan citada pela agência. O documento destaca também a pressão sobre os junkets como possível justificação, nomeadamente depois da intensificação do escrutínio na sequência da polémica das apostas online alegadamente promovidas pelo grupo Suncity no interior da China.

A outra margem

Apesar dos resultados, os analistas não encontram razão para achar que o mês de Julho será um ponto de viragem com consequências a longo-prazo. Indicação disso é a pouco significativa reacção dos investidores, que não fizeram soar alarmes. O índice da Bloomberg Intelligence para os operadores de Macau caiu 1,1 por cento na passada quinta-feira, depois do anúncio de 2,7 por cento de queda das receitas. As acções dos casinos têm apresentado alguma volatilidade, que incluiu uma queda na ordem dos 20 por cento em Maio. No entanto, o Índice mantém a previsão de subida anual de 11 por cento, liderado pela Melco Resorts & Entertainment Ltd. e a SJM Holdings Ltd.

O panorama da indústria havia melhorado recentemente graças aos números fortes da entrada de turistas e com sinais de que a retracção do sector VIP teria batido no fundo. Porém, os resultados de Julho voltaram a levantar questões quanto à capacidade de retoma.

A Ponte HKZM foi apontada por analistas como uma espécie de escudo protector dos casinos contra a instabilidade vivida em Hong Kong, permitindo aos apostadores chegarem a Macau sem porem o pé na região vizinha. Ainda assim, apesar de ainda não haver números oficiais de visitantes para Julho, teoriza-se que Macau possa ser penalizado devido à quebra das vendas de pacotes turísticos que incluem as duas regiões administrativas especiais.

5 Ago 2019

ONU | Representante diz que casinos ainda são centro de lavagem de dinheiro

Jeremy Douglas, representante da Agência para os Assuntos de Droga e de Crime das Nações Unidas para a zona da Ásia-Pacífico, disse à Macau News Agency que o sector do jogo em Macau ainda é um dos principais centros de branqueamento de capitais, com o grande contributo dos junkets

 

[dropcap]A[/dropcap] Organização das Nações Unidas (ONU) considera que Macau é ainda um foco de lavagem de dinheiro. O aviso foi feito à Macau News Agency (MNA) por Jeremy Douglas, representante da Agência para os Assuntos de Droga e de Crime das Nações Unidas para a zona da Ásia-Pacífico (UNODC, na sigla inglesa).

“Há muito que Macau tem sido lugar para actividades de branqueamento de capitais e crime organizado e, apesar dos tempos e dos métodos terem vindo a mudar, o território é ainda visto por muitos desta forma”, apontou. O responsável não ignorou o facto de Macau estar situado numa zona do globo onde o jogo tem expandido em países como o Camboja ou o Vietname, entre outros. “Os casinos tem vindo a expandir-se e a proliferar”, disse, enquanto que “os junkets, levemente regulados, tem vindo a financiar aqueles que fazem apostas elevadas”, sem esquecer que aqueles que são considerados os “correios de dinheiro” transportam “elevados montantes”.

A semana passada, um relatório da UNODC deu conta da existência de várias organizações criminais em Hong Kong, Macau, Taiwan e Tailândia, bem como da falta de capacidade legislativa destes territórios para responder ao panorama do tráfico de droga na zona do sudeste asiático. O tráfico faz-se sobretudo com estupefacientes, produtos contrafeitos, medicamentos, espécies protegidas e pessoas. Os traficantes recorrem aos casinos, que a UNODC considera serem mal regulados, ou através dos sistemas bancários de Hong Kong e de Singapura.

Discussões com Pequim

À MNA, Jeremy Douglas disse ainda que a ONU tem vindo a “trabalhar de perto com as autoridades em Pequim, discutindo preocupações sobre os casinos e a indústria junket nesta região”.

Apesar das críticas apontadas por Douglas, o Governo de Macau tem mexido na legislação respeitante a estas matérias. Em 2017, foi feita uma revisão à lei que regula o branqueamento de capitais, tendo sido implementadas também mudanças na forma de registo dos operadores junket e na documentação a entregar junto da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Esta não é a primeira vez que uma entidade relaciona a criminalidade organizada ao mundo do jogo. Em 2016, um estudo da Universidade Cidade de Hong Kong dava conta do domínio das tríades nas salas VIP dos casinos, algo que foi rejeitado pela DICJ. “Até ao momento, não verificámos qualquer ‘tríade seleccionada pelos casinos nem a trabalhar com junkets’”, foi referido.

23 Jul 2019

Videovigilância | Reconhecimento facial testado em casinos

[dropcap]A[/dropcap] tecnologia de videovigilância com reconhecimento facial está a ser testada em “dois ou três” casinos do território. A informação foi divulgada ontem de manhã por Paulo Martins Chan, director da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), de acordo com o jornal Exmoo. Segundo o responsável, para se iniciarem estes testes foi necessária autorização do Governo e o cumprimento integral das indicações do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais. Chan afirmou também que caso os resultados dos testes sejam positivos, as áreas em que o sistema vai ser aplicado vão ser muito limitadas.

Em relação ao número de portais online a oferecer jogo, Paulo Martins Chan disse que entre 2016 e 2018 foram detectados mais de 500 páginas que disponibilizaram apostas. Entre estes, o acesso a 300 portais foi bloqueado com a ajuda das operadoras de telecomunicação.

Outro dos assuntos focados pelo director da DICJ foi a lei dos promotores de jogo, mais conhecidos como junkets. De acordo com as explicações avançadas, o Governo prossegue com o processo legislativo e serão aplicados critérios rigorosos no que diz respeito a margens de lucro e à origem do capital. Paulo Martins Chan não avançou com uma data para a entrada do diploma na Assembleia Legislativa.

17 Jul 2019

Guerra comercial sem impacto nas licenças de jogo, diz cônsul dos EUA

[dropcap]A[/dropcap] guerra comercial que se vive entre os Estados Unidos da América e a China não terá impacto na indústria do jogo de Macau, não comprometendo a atribuição de licenças em 2022. A ideia foi defendida pelo cônsul-geral dos Estados Unidos para Hong Kong e Macau, Kurt Tong, à Rádio Macau.

“A minha expectativa é a de que as pessoas que vão tomar as decisões em 2022 o façam com base unicamente nos investimentos que poderão ser feitos. O que quero dizer é que espero que o processo seja transparente”, disse me entrevista à mesma fonte.

A certeza advém das “garantias de toda a gente em Macau de que o processo vai ser justo e transparente”. Neste sentido, “quem procura fazer negócios aqui vai tomar a sua decisão com base no retorno que esperam obter dos investimentos e as pessoas que vão atribuir as licenças vão olhar para o desempenho passado, perspectivas futuras e tomar decisões racionais”, acrescentou. Como tal, Kurt Tong considera que “o processo não vai, de todo, ser afectado pelas negociações entre Washington e Pequim”.

O diplomata reconhece que Pequim tem uma palavra a dizer, mas insiste que o que importa é que o processo seja transparente. “O Governo Central tem um interesse legítimo na forma como Macau se desenvolve e certamente vai interessar-se pelo assunto, mas espero que tudo seja feito de forma transparente e que esteja focado, em primeiro lugar, no desenvolvimento da indústria e da economia”, referiu. Kurt Tong está de saída, deixando o cargo de cônsul-geral dos Estados Unidos para Hong Kong e Macau ao fim de três anos.

1 Jul 2019

Jogo | Trabalhadores levam lista de preocupações à DICJ

[dropcap]A[/dropcap] Power of the Macao Gaming Association pediu ontem à Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) que esclareça as dúvidas dos associados quanto à sua participação no regime de previdência central não obrigatório.

Além isso, a associação pediu ao Governo para que esteja atenta à segurança nos casinos e que responda às aspirações dos trabalhadores do sector do jogo quanto aos sistemas de promoção e distribuição de participações nos lucros aos funcionários. Foi dito aos dirigentes associativos que a DICJ vai comunicar às empresas os problemas relatados.

Lau Ka Weng, presidente da assembleia-geral daquela associação, disse que são poucos os actuais funcionários que pretendem aderir ao regime de previdência central não obrigatório. Portanto, espera que o Governo exija às concessionárias que aumentem o regime contributivo, pedido que entende dever ser feito aquando da renovação das licenças de forma a atrair mais trabalhadores.

Lau Ka Weng apontou ainda que a segurança de casinos está a piorar, nomeadamente face aos recentes casos de roubo de fichas e burlas.

19 Jun 2019

Tufões | DICJ discute medidas de contingência para casinos

[dropcap]A[/dropcap] Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) reuniu, de acordo com o portal noticioso GGRAsia, com as operadoras de jogo a fim de discutir medidas de contingência para a época de tufões que se aproxima.

No encontro foram abordadas medidas para os casinos situados em zonas baixas, como é o caso dos espaços de jogo na Doca dos Pescadores, por exemplo, ou o casino da Ponte 16.

Foram também abordadas experiências vividas aquando das passagens dos tufões Hato e Mangkhut, ambos de sinal 10. As operadoras também informaram a DICJ que regularmente fazem uma avaliação dos casinos e dos seus espaços de jogo que estão localizados em zonas baixas ou que podem vir a ser “facilmente afectados” pela chuva e vento.

Para este ano, os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) estimam que Macau deverá ser atingida por quatro a seis tufões, sendo que o primeiro chegará em meados deste mês. A época de tufões deverá terminar em Outubro.

12 Jun 2019

Jogo | SJM e Lisboeta em negociações para criar casino satélite

Ambrose So, vice-presidente da SJM, diz que a operadora está disponível para colocar mesas de outros casinos satélites no Lisboeta, projecto ligado a Arnaldo Ho, filho de Stanley Ho e Angela Leong

 

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) está disponível para colocar algumas das mesas de outros casinos satélites no Hotel Lisboeta, que está a ser desenvolvido no Cotai por Arnaldo Ho, filho de Stanley Ho e Angela Leong. A hipótese foi admitida por Ambrose So, vice-presidente da SJM, à margem das celebrações do 10 de Junho, Dia de Portugal.

“Não vamos colocar no Lisboeta as mesas que são operadas por nós. Mas vamos considerar mudar algumas das mesas que recuperámos de casinos satélites no Lisboeta. Vai depender do acordo a que chegarmos”, disse Ambrose So ao HM. O responsável da SJM confirmou também a forma como as mesas do Lisboeta vão operar: “Sim, o Lisboeta vai ser um casino satélite. Agora é preciso autorização do Governo para avançar com o processo e tratar das formalidades”, acrescentou.

O hotel Lisboeta vai custar cinco mil milhões de dólares de Hong Kong e tem abertura prevista para 2020. O resort, uma homenagem a Stanley Ho, é inspirado nos hotéis mais icónicos do magnata, como Hotel Estoril, Lisboa e Macau Palace.

Ambrose So fez também um ponto de situação sobre a abertura do projecto da SJM no Cotai, o Grand Lisboa Palace, que deve abrir no próximo ano.

“É muito difícil dizer uma data para a abertura do Grand Lisboa Palace. Estamos a fazer as obras, que devem ser finalizadas até ao final do ano. Depois temos de pedir aos respectivos departamentos do Governo as diferentes licenças para operar”, apontou. “Esperamos que a atribuição das licenças e a inspecção possa ser feita com alguma rapidez. Se esse for o caso, esperamos abrir o mais rapidamente, ou seja, nesse cenário, esperamos abrir um pouco depois do final deste ano”, frisou.

Em relação ao número de mesas para o Grand Lisboa Palace, Ambrose So acredita que fique abaixo das duas centenas. “Só podemos fazer o pedido para as mesas do jogo quando está tudo finalizado. Mas se tivermos em conta a experiência do passado, o Governo deverá autorizar por volta de 100, abaixo das 200 mesas de jogo”, disse o vice-presidente da SJM. O número não preocupa: “Temos espaço de manobra para mudar mesas de outros espaços que operamos para o Grand Lisboa Palace. Vamos fazer o que for necessário. No início queremos começar a operar o novo espaço com umas centenas de mesas”, sublinhou.

Guerra comercial preocupa

Desde o início do ano até Maio, as receitas brutas dos casinos em Macau registaram uma quebra de 1,6 por cento de 127,7 mil milhões de patacas para 125,7 mil milhões. Esta quebra tem sido principalmente motivada pelos resultados negativos do jogo VIP.

Na segunda-feira, Ambrose So defendeu que a competição regional não é o factor que mais preocupa as operadoras, mas antes a guerra comercial e as condições económicas no Interior da China.

“Em relação à competição regional não estou tão assustado, acho que os principais motivos de preocupação são a guerra comercial e as condições económicas da China”, sustentou. “Quanto mais durar a guerra, mais se vão sentir os efeitos, não apenas para Macau, mas para todos. Se houver uma guerra comercial prolongada entre os Estados Unidos e a China vamos todos ser afectados”, indicou.

Por outro lado, Ambrose So deixou a esperança que o crescimento do jogo de massas acabe por compensar as perdas sofridas no segmento mais elevado do mercado.

12 Jun 2019

Macau promove ‘apagão’ em pontes e casinos em campanha de poupança energética

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau promove hoje um ‘apagão’ em pontes, casinos e locais turísticos como forma de sensibilizar para a poupança energética, anunciaram as autoridades em comunicado.

“Das 20:30 às 21:30, as três pontes que ligam Macau e a Taipa, seis casinos e alguns locais turísticos irão desligar as luzes desnecessárias, durante uma hora, como forma de adesão à conservação energética”, pode ler-se na nota do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético.

O objectivo passa por “divulgar e promover a conservação energética e sensibilizar os cidadãos para pouparem energia através da acção”, sendo feito o apelo à adesão da população.

As autoridades sublinharam o facto de a iniciativa anual continuar a contar com o “forte apoio dos diferentes sectores da sociedade e de várias associações e organizações que se inscreveram para aderir à actividade de desligar as luzes, nomeadamente os serviços públicos, seis casinos, vários hotéis, bancos, estabelecimentos comerciais, alguns locais turísticos e grandes empreendimentos”.

Para além do ‘apagão’ de hoje, as autoridades anunciaram que as luzes decorativas das três pontes que ligam a península de Macau à ilha da Taipa vão começar a ser desligadas mais cedo, a partir das 23:00.

10 Jun 2019

Jogo | Receitas cresceram 1,8 por cento em Maio

[dropcap]O[/dropcap]s casinos de Macau fecharam o mês de Maio com receitas brutas de 25.952 milhões de patacas, mais 1,8 por cento em relação ao período homólogo de 2018.

Contudo, as receitas brutas acumuladas nos primeiros cinco meses do ano continuam a registar um decréscimo de 1,69 por cento em relação a 2018, um resultado que se deve sobretudo às variações negativas registadas em Janeiro e Abril.

Em relação ao mês anterior, as receitas brutas das salas de jogo registaram um aumento de 2.364 milhões de patacas.

3 Jun 2019

Polícia quer colocar videovigilância própria dentro dos casinos

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades estão a considerar instalar câmaras de segurança públicas dentro dos casinos com os novos contratos de concessão do jogos. O cenário foi admitido pelo Adjunto do Comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, Mui San Meng, depois de ter sido interpelado pelos deputados ligados à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) para o aumento da criminalidade nos casinos.

“Em relação às câmaras com reconhecimento facial, como o secretário recentemente disse, a lei da videovigilância só permite a instalação em espaços públicos. Dificilmente podemos instalar câmaras em lugares privados”, começou por sublinhar Mui San Meng. “Mas na nova ronda de atribuição das concessões podemos considerar introduzir nas exigências condições para este efeito”, acrescentou.

Ainda em relação à videovigilância, Mui San Meng revelou que até 2023 vão ser instaladas mais 980 câmaras de CCTV, no âmbito do Sistema “Olhos no Céu”. Este número vai fazer com que nesse ano o número de câmaras no território chegue às 2.600 o que vai fazer com exista uma câmara para cada 258 habitantes, segundo os números da população no primeiro trimestre deste ano.

Entre estas, 820 já estão instaladas e dizem respeito às primeiras três fases do programa. Outras 800 estão actualmente a ser montadas e dizem respeito à 4.ª fase, que deverá ficar concluída até Março de 2020.

Custos tabu

A 5.ª fase, que ainda está a ser planeada, deve comportar a instalação de 300 câmaras “em locais de grande concentração”, como zonas circundantes a escolas e paragens de táxis. Finalmente a 6.ª fase envolve 680 câmaras e visa estender os olhos das autoridades às zonas circundantes das instalações recreativas e desportivas ou estabelecimentos públicos com grande concentração de pessoas. Estas são as fases mais recentes anunciadas e devem ficar concluídas em 2022 e 2023.
Mui San Meng, que esteve a representar a secretaria para a Segurança, foi ainda questionado sobre o orçamento do sistema, mas em relação a esse assunto não disse uma única palavra.

28 Mai 2019

Four Seasons | Dois homens roubam 3,1 milhões em cinco minutos

No dia anterior ao assalto, um dos homens tinha estado na área de jogo vestido de mulher a estudar a melhor estratégia para o golpe. Na sequência do roubo, foram detidas quatro pessoas, todas do Interior da China

 

[dropcap]D[/dropcap]ois homens roubaram na sexta-feira, por volta das 4h22 da manhã, 3,1 milhões de dólares de Hong Kong em fichas de jogo do casino Plaza no Hotel Four Seasons. A façanha foi alcançada com recurso a spray pimenta e terá demorado entre três a cinco minutos.

Contudo, os homens acabaram detidos no dia seguinte, já em Zhuhai. Além disso, foram igualmente presos uma mulher e outro homem, em Macau, por terem guardado as fichas do assalto, que foram totalmente recuperadas.

O caso aconteceu na sexta-feira quando os dois homens atacaram com spray pimenta um segurança e um croupier, no segundo andar do casino numa zona de apostas de valor elevado, e conseguiram fugir com 31 fichas de jogo, cada uma com o valor de 100 mil dólares de Hong Kong. Os homens saíram depois do Four Seasons e apanharam dois táxis diferentes, sem terem deixado rasto. Houve seguranças do espaço gerido pela Sands China que ainda correram atrás dos indivíduos, mas quando chegaram à rua só tiverem tempo de observá-los a deixar o casino. O alerta às autoridades foi dado pouco depois, passados 10 minutos do roubo, mas já não houve tempo para se montar uma perseguição imediata.

Foi já no sábado, pouco depois da meia-noite, que a Polícia Judiciária (PJ) marcou uma conferência de imprensa para anunciar a detenção de quatro pessoas ligadas ao caso. Os envolvidos são todos do Interior da China e dois já tinham atravessado a fronteira, tendo sido presos pelas autoridades de Zhuhai.

Vestido de mulher

Segundo a informação revelada pela PJ, a operação do duo tinha começado a ser planeada ainda na quinta-feira. Nessa altura, um dos suspeitos vestiu-se de mulher e andou pela zona de jogo daquele casino a estudar a possibilidade de levar as fichas e fugir com sucesso. Quanto ao gás pimenta ainda está a ser investigada a proveniência.

As autoridades revelaram que após a fuga, os indivíduos estiveram durante algumas horas em Macau e aproveitaram para trocar de roupas e a andar em diferentes transportes públicos, com o objectivo de despistar a polícia, caso fossem seguidos pelas imagens de videovigilância. Só depois é que atravessaram com sucesso a fronteira para Zhuhai, onde acabariam detidos.

Enquanto estavam no território os principais criminosos conseguiram ainda entregar as fichas roubadas a uma mulher, que tinha arrendado um hotel no Cotai. Esta cúmplice foi detida em Macau pela PJ e é alegadamente a namorada de um dos principais ladrões e teria como missão trocar as fichas por dinheiro, que seria depois repartido. Já o outro homem viu-se envolvido por também ter guardado algumas das fichas do assalto, uma vez que estava no hotel com a mulher.

Segundo o jornal Ou Mun, o caso já foi reencaminhado para o Ministério Público, e os dois principais suspeitos vão responder pela prática dos crimes de roubo, cuja penalização pode ir de 1 a 10 anos de prisão, pelo crime de armas proibidas e substâncias explosivas, castigado com pena de prisão de 2 a 8 anos, e ainda por ofensa grave à integridade física, punido com 2 a 10 anos de prisão. Já a mulher e o terceiro homem terão de responder por estar na posse do dinheiro roubado, o que constitui o crime de receptação e é punido com uma pena que pode chegar aos 5 anos.

Segurança reforçada

O caso ganhou especial relevância uma vez que aconteceu dois dias depois de responsáveis da PJ, Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) e a equipa de segurança da Sands China ter estado reunida. Na altura ficou acordada a criação de um mecanismo mais eficaz de comunicação e colaboração aquando a prática de crimes. Esta tinha sido uma forma de responder aos eventos do fim-de-semana anterior, quando um homem foi encontrado morto debaixo de uma passagem aérea exterior do Four Seasons, depois de uma rixa que resultou no esfaqueamento de quatro homens.

Por isso, logo na sexta-feira a DICJ voltou a marcar uma nova reunião com as operadoras para transmitir a mensagem sobre “a necessidade de assegurar boas condições de segurança nos casinos”, nomeadamente no que diz respeito “à verificação integral das medidas de segurança implementadas, bem como prestando activa colaboração com os agentes policiais”.

27 Mai 2019

Jogo | Analistas da Standard & Poor’s defendem aposta nas massas

Analistas da Standard & Poor’s defendem a massificação do jogo em detrimento das apostas VIP. A ideia tem por base conseguir um retorno que apesar de menor, consegue ser constante. Já a renovação de licenças, deverá acontecer mesmo em 2022, consideram, e não devem ser alargadas a mais operadoras

 

[dropcap]O[/dropcap]s analistas da Standard & Poor’s (S&P) que seguem Macau disseram à Lusa que a aposta na massificação do jogo em detrimento dos grandes jogadores é uma tendência positiva para o Governo e para os operadores.

“A percentagem de grandes jogadores face aos jogadores em massa tem vindo a diminuir, ficou abaixo dos 50 por cento no princípio deste ano, quando antes a relação era de mais de 70 jogadores VIP para 30 jogadores em massa, e isso, na nossa perspectiva, é de salutar”, disse a vice-directora da análise de ‘rating’ empresarial da região Ásia Pacífico, Sandy Lim.

A analista explicou que “a primeira vantagem do aumento dos jogadores em massa e diminuição dos jogadores VIP tem que ver com a volatilidade destes gastos, que estão ligados à liquidez, aos angariadores e ao sentimento geral da macroeconomia, ao passo que os jogadores com menos poder financeiro, apesar de também estarem dependentes de vários factores, têm um comportamento mais estável.

“O ‘mix’ é mais salutar porque há mais estabilidade, os gastos podem crescer pouco, mas crescer constantemente e de forma sustentada”, argumentou a directora do departamento de análise de ‘rating’ empresarial, Sophie Lin.

Margens maiores

Além da menor volatilidade, o aumento da percentagem de jogadores oriunda da classe média tem a ver com as margens: “Os angariadores de grandes apostadores [‘junckets’, no original em inglês] representam 5 a 15 por cento da receita das operadoras, enquanto as margens para os jogadores em massa andam nos 25 a 40 por cento, por isso são muitos mais lucrativos para as operadoras”, argumentou Sandy Lim.

Questionada sobre a evolução a curto prazo desta relação entre o número de jogadores VIP e jogadores da classe média, os analistas responderam que “apesar de poder haver alterações de trimestre para trimestre, a percentagem de jogadores VIP vai continuar a diminuir e os jogadores em massa vão valer mais de 50 por cento, crescendo de forma sustentada”.

O objectivo do Governo e também dos operadores “é promover mais receitas vindas dos jogadores em massa e menos dos jogadores VIP”, concluíram.

Recorde-se que as receitas dos casinos em Macau caíram 2,4 por cento no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo de 2018, e em Abril caíram 8,3 por cento, de acordo com os últimos dados da Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ) de Macau. Uma das principais razões para a quebra das receitas dos casinos prende-se com a diminuição das receitas angariadas nas salas de grandes apostas, tradicionalmente frequentadas pelos ‘jogadores VIP’: no primeiro trimestre deste ano, o jogo ‘VIP’ sofreu uma redução de 13,4 por cento, em relação ao período homólogo do ano passado, no qual tinha atingido 42,95 mil milhões de patacas.

Licenças em 2022

Standard & Poor’s antecipam ainda que o Governo vá renovar, em 2022, a concessão da licença de jogo aos seis operadores no território.

“O nosso cenário base de análise é que as operadoras de jogo que cobrimos na nossa análise vão conseguir renovar a licença, baseado no histórico de forte investimento na indústria e na sociedade, e também no esforço que estão a fazer para aumentarem a proporção de investimentos no sector ‘não jogo’ e na massificação dos jogadores, por oposição aos jogadores VIP”, disse a directora do departamento de análise de ‘rating’ empresarial, Sophie Lin.

“Quando os operadores falarem com o Governo sobre a renovação das concessões, já têm argumentos para mostrar que têm sido bons cidadãos e que têm cumprido as recomendações feitas nos acordos de concessão em vigor”, acrescentou.

Questionada sobre que alterações podem surgir no âmbito da renegociação dos contratos, Sophie Lin lembrou o exemplo de Singapura e apontou que é previsível que Macau force um aumento do investimento das operadoras em áreas não directamente ligadas ao jogo, como as infraestruturas, e também um maior envolvimento no financiamento do sistema de pensões.

Os do costume

Quanto à eventual entrada em cena de novos operadores em Macau, S&P não antecipa esse cenário, considerando que, mais importante do que a eventual nova concorrência, que teria de ter capacidade para competir com seis casinos já instalados e em plena actividade, “para os operadores a questão é saber se conseguem fazer crescer o seu próprio negócio”, abrindo mais casinos e expandindo as outras actividades turísticas.

Questionada sobre se o facto de os casinos serem propriedade de empresas norte-americanas poder ter influência na decisão do Governo de Macau, num contexto da tensão comercial entre os EUA e a China, Sandy Lim diz que não. “Diria que o ponto não é serem ou não dos EUA, mas sim terem a capacidade de ajudar Macau a investir na indústria não jogo e de melhorar a vida das pessoas, mais do que a nacionalidade dos donos dos casinos”, argumentou.

“Do nosso ponto de vista, a haver impacto da tensão comercial entre os EUA e a China, ele será apenas indirecto; a indústria do jogo pode ser impactada pela volatilidade da moeda e pelas taxas de juro, que afectam a capacidade de aceder aos mercados financeiros, o que é importante porque as operadores usam a emissão de dívida para financiar o desenvolvimento”, acrescentou.

20 Mai 2019

Macau deve alargar número de concessões do jogo em 2022, diz Jorge Godinho

[dropcap]O[/dropcap] especialista em direito do jogo Jorge Godinho defende que o Governo de Macau deveria alargar o número de concessões de casinos em 2022, quando terminam as licenças das actuais operadoras.

“Existem operadores que estão a funcionar debaixo do guarda-chuva de outras que deveriam ser autonomizadas”, disse Jorge Godinho à margem do lançamento do livro “Os Casinos de Macau”, do qual é autor.

Recorde-se que actualmente existem três concessionárias (Sociedade de Jogos de Macau, Galaxy e Wynn resorts) e três subconcessionárias (Venetian, MGM Resorts e Melco).

“É preciso dimensionar os projectos, é preciso ver as conjunturas económicas e é preciso perceber exactamente quem se propõe a fazer o quê”, disse Jorge Godinho, acrescentando que não sabe se deveriam “ser seis ou mais [concessionárias], provavelmente deveriam ser mais porque talvez deva haver qualquer coisa nova para oferecer”, apontou.

Entretanto, o Governo já garantiu que não quer prolongar mais o prazo dos contratos de concessão do jogo no território e prometeu um concurso público em 2022. “Vai ter de haver concurso, provavelmente em 2021, para que em 2022 comecem as novas concessões”, considerou o especialista.

Quanto “às condições concretas ainda é um bocadinho cedo para serem anunciadas”, já que “o caderno de encargos provavelmente [só] será anunciado pela nova administração” em 2020 ou em 2021 e que este ano há eleições para Chefe do Executivo.

Na opinião de Jorge Godinho, no caderno de encargos devem constar as obrigações de diversificação por parte das operadoras.

Concorrência calma

Em relação à concorrência na área do jogo com outros países asiáticos (como Singapura e Filipinas), Jorge Godinho não se mostra muito preocupado com as possíveis repercussões em Macau: “Há uma expansão regional do jogo mas a verdade é que não vemos um impacto muito negativo em Macau”, disse.

O especialista fez uma analogia com o que se passou nos Estados Unidos com a liberalização do jogo para outras regiões que não Las Vegas. “No início havia só Las Vegas e não havia casinos em mais lado nenhum, depois começaram a abrir, mas Las Vegas soube sobreviver e soube adaptar-se a essa nova concorrência”, disse.

14 Mai 2019

TSI | Dezoito condenados pela prática de fraude de jogo em hotel

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) julgou improcedentes os recursos dos 18 arguidos envolvidos num caso de fraude que tem por base a transformação da suite de um hotel numa sala de jogo VIP. De acordo com um comunicado, os arguidos foram condenados a penas de prisão efectiva de entre 2 a 5 anos e 3 meses.

Em causa está o aluguer de uma “suite” num hotel local e a sua transformação numa sala de jogo VIP. Os arguidos fingiam ser donos da sala de jogo tendo constituído uma equipa de colaboradores nas áreas de relações públicas, de tesouraria, croupiers, segurança e empregados de mesa. O negócio processava-se através da angariação de jogadores do continente que nunca tivessem vindo a Macau nem conhecessem o negócio VIP do jogo.

A primeira queixa feita à Polícia Judiciária (PJ) em 2017 por um destes jogadores a quem foram prometidas fichas no valor de quatro milhões de dólares de Hong Kong para apostar, caso pagasse previamente quatrocentos mil renminbi. O jogador concordou, e quando foi jogar na falsa sala VIP perdeu o dinheiro investido – quatrocentos mil renminbi – em menos de duas horas. Ao suspeitar que tinha sido burlado fez queixa à PJ.

3 Mai 2019

As cidades casino

[dropcap]H[/dropcap]á cidades que se tornaram palcos privilegiados para a vertigem do jogo, como Las Vegas e Macau, mundialmente reconhecidas. Movem-se as fichas que fazem correr a adrenalina, rolam os dados, viram-se as cartas, gira a roleta, cantam as slot-machines marcando o ritmo da excitação dos jogadores, pobres, ricos ou assim-assim, ambiciosos quase sempre e ocasionalmente imprevidentes. Ganham-se e perdem-se fortunas mas só entre quem joga – quem não aprecia particularmente a prática da modalidade está imune a estas contabilidades de ganhos e perdas, porventura inócuas, mas eventualmente dramáticas.

Nem todos os jogos das cidades contemporâneas são assim: há outros onde quem movimenta as fichas ganha ou perde mas esses movimentos não são inócuos ou neutros para o resto da população, os jogadores mais ou menos involuntários que se vêm arrastados para a arena da competição – ou empurrados para a periferia dos tabuleiros em que se tornaram as cidades contemporâneas. À falta de investimento produtivo e de inovação tecnológica relevante e sistemática, os processos de renovação e expansão das cidades atuais tornaram-se polos privilegiados para a atração de capitais internacionais num capitalismo global cada vez mais especulativo e violento na expressão das suas desigualdades sociais e espaciais.

Joga-se à grande em Lisboa nestes dias em que a cidade se fez tabuleiro para os movimentos estratégicos de especuladores milionários com as mais diversas origens geográficas. Não se compra o Rossio, ainda praça pública, nem sequer a Avenida da Liberdade, assim por atacado, para construírem casas e hotéis, como no jogo do Monopólio. Mas vão-se comprando apartamentos, restaurantes, prédios, antigas salas de teatro e cinema, quarteirões inteiros, reconvertidos para a gastronomia gourmet, para o comércio mais ou menos luxuoso, para a habitação prime, para a hotelaria convencional ou para novas formas de exploração intensiva do alojamento de curta duração: são muitas as formas especulativas para a criação de riqueza utilizando o território sem reforçar a capacidade produtiva do país, o desenvolvimento tecnológico ou a valorização dos recursos humanos.

Tal como no famoso jogo de tabuleiro, movem-se as fichas também para comprar estações de caminhos de ferro, também elas potenciais hotéis depois de transformadas em inúteis infraestruturas. A companhia da eletricidade já tinha sido comprada, com amplo benefício para quem comprou e para quem foi gerindo a operação e evidente prejuízo para uma população que recebe dos mais baixos salários da Europa e paga das mais altas contas para utilização de energia elétrica no continente. Vão restando companhias das águas, em algumas cidades, mas cada vez mais serviços públicos fazem parte das opções disponíveis nos tabuleiros da especulação global.

Haverá jogadores que ganham e outros que perdem neste casino a céu aberto em que as cidades se vão tornando na actual fase do desenvolvimento capitalista, em que as desigualdades sociais e espaciais se acentuam a olhos vistos: todos os anos se batem novos recordes na concentração de riqueza nas mãos de um escasso número de bilionários e aumenta a desproporção de rendimentos entre os mais ricos e os mais pobres. Também crescem os condomínios de luxo, cada vez mais privados, exclusivos e fechados, nos centros das cidades, enquanto a pobreza e a falta de infraestruturas e serviços elementares alastram miseravelmente nas periferias suburbanas. Concentram-se as fichas deste jogo nas mãos de um punhado de exímios jogadores e barra-se ao resto da população o acesso ao casino. Para jogar, entenda-se, porque sempre se vai podendo entrar para trabalhar, em regime cada vez mais precário e com salários adequadamente “low-cost”.

Acontece que estas cidades feitas casinos são os lugares onde as pessoas vivem e que essas vidas são cada mais condicionadas pela forma como os jogadores distribuem as suas fichas pelo tecido urbano. Alguns pequenos proprietários poderão eventualmente enriquecer neste alucinante processo especulativo, mas a subida sistemática dos preços da habitação beneficia sobretudo os grandes investidores especulativos e as instituições financeiras que os suportam. As cidades casino onde a habitação se transacciona segundo as leis do livre mercado são territórios hostis a quem lá vive e vai empurrado para as zonas periféricas, enquanto os centros deixam de ser históricos e passam a ser amontoados de monumentos com decoração vintage para entretenimento elitista. Não terá grande futuro, este casino.

23 Abr 2019

Jogo | Concurso para concessões não passa de 2022

Os concursos para atribuição de licenças de exploração do jogo vão acontecer em 2022 e não irão existir mais prorrogações de contratos. A garantia foi deixada pelo Chefe do Executivo aos deputados da Assembleia Legislativa. Os próximos contratos vão ainda exigir mais responsabilidades às operadoras no âmbito dos direitos dos trabalhadores, ambiente e elementos não jogo

 

[dropcap]D[/dropcap]epois de ter prorrogado os contratos de exploração de jogo da MGM e da SJM até 2022, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, garantiu que a medida não se vai repetir e que o concurso para atribuição de licenças vai ter lugar em 2022.

“Neste momento não estou a ver a necessidade de fazer mais prorrogações se temos tempo suficiente para proceder ao concurso público”, apontou na semana passada numa sessão plenária de respostas aos deputados na Assembleia Legislativa.

Segundo o chefe do Governo estão reunidas as condições para avançar com os procedimentos necessários ao concurso. “Pessoalmente, entendo que já reunimos condições para fazer os seguintes trabalhos: em primeiro lugar temos tempo suficiente para rever essas leis e alterar essas leis [a lei do jogo e o regulamento administrativo sobre o concurso público para a atribuição das concessões, os contratos e os requisitos de idoneidade e capacidade financeira das concorrentes], e em segundo lugar temos condições para realizar um novo concurso”, sublinhou.

Recorde-se que de acordo a legislação, os contratos de concessão podem ser prolongados, por despacho do Executivo, cinco vezes por um período de dois anos.

Depois da prorrogação de licenças à MGM e à SJM, todas as licenças de jogo terminam em 2022.

Regras apertadas

Além de confirmar a existência de concurso para atribuição de licenças de exploração de jogo, Chui Sai On garantiu ainda que os requisitos a serem exigidos às operadoras vão ser mais apertados. O objectivo é salvaguardar os direitos dos trabalhadores, a protecção ambiental e a promoção de mais elementos não jogo. “Isto tudo tem que ver com a construção de Macau como um centro de turismo mundial e de lazer”, justificou o Chefe do Executivo.

Segundo Chui Sai On, todas as empresas de jogo estão decididas a integrar o regime de previdência central não obrigatório. Esta foi uma das poucas exigências feitas à SJM e à MGM aquando da decisão de prorrogar a operação além de 2020.

23 Abr 2019

GIF | Jogo lidera em transacções suspeitas no primeiro trimestre

[dropcap]A[/dropcap]s transacções suspeitas de branqueamento de capitais e/ou de financiamento do terrorismo (STRs na sigla em inglês) relacionadas com o sector do jogo somaram 72,5 por cento do total das participações durante o primeiro trimestre de 2019, de acordo com o Gabinete de Informação Financeira (GIF).

“O número total de STRs recebidos pelo GIF durante o primeiro trimestre de 2019 foi de 699, o que significa uma diminuição de 23,1 por cento em relação ao mesmo período de 2018”, quando se registaram 909 participações. “A mudança deveu-se principalmente à diminuição significativa do número de STRs reportados pelo sector financeiro e por outras instituições”, pode ler-se na nota do organismo público.

Os sectores financeiro e do jogo acumularam a larga maioria das participações de transacções suspeitas, com 24,2 por cento e 72,5 por cento, respectivamente. As participações quanto à actividade de outro tipo de instituições ficaram-se pelos 3,3 por cento.

Durante o primeiro trimestre de 2019, o GIF recebeu 507 participações relativas à indústria do jogo, o que representou uma ligeira descida de quase 6,3 por cento.

Contextualizando, no ano passado o GIF recebeu 3.716 participações de transacções suspeitas de branqueamento de capitais e/ou de financiamento do terrorismo, mais 20,45 por cento do que em relação a 2017.

11 Abr 2019