Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Pequim contra a proibição dos EUA às tecnologias chinesas O ministério do Comércio chinês declarou-se ontem contra o projecto do governo norte-americano de proibir a venda nos Estados Unidos de veículos conectados equipados com tecnologia chinesa e russa, alegando razões de segurança nacional. O texto revelado na segunda-feira pelo departamento do Comércio dos Estados Unidos abrange programas informáticos e terminais que permitem a um veículo comunicar com o mundo exterior, nomeadamente para a assistência ao condutor e a condução autónoma. “Esta decisão dos EUA não se baseia em quaisquer factos e viola os princípios da economia de mercado e da concorrência leal. É um caso típico de proteccionismo”, afirmou o ministério do Comércio chinês, em comunicado. “Isto vai contra as regras da concorrência, na medida em que os Estados Unidos estão a usar o seu poder para interferir” no comércio, sublinhou o ministério, referindo-se à “coerção económica”. O governo norte-americano não especificou quais os construtores ou modelos susceptíveis de serem abrangidos pelo âmbito de aplicação desta legislação, cujo texto será submetido a consulta durante 30 dias antes de ser finalizado. Actualmente, não existem veículos de marca chinesa no mercado dos Estados Unidos, mas alguns construtores ocidentais, como a Volvo (grupo sueco controlado pela empresa chinesa Geely), a Polestar, a Buick (grupo GM) e a Lincoln (filial da Ford), vendem automóveis fabricados na China. O fabricante americano Tesla também produz veículos eléctricos na China para exportação. A electrónica está cada vez mais integrada nos automóveis modernos e a maioria dos veículos está agora ligada à Internet através de um sistema de navegação. O aparecimento de ‘software’ de assistência ao condutor e de condução autónoma aumenta ainda mais o risco de intervenção externa indesejada no controlo de um automóvel na estrada. “O acesso malicioso a estes sistemas pode permitir que os adversários acedam e recolham os nossos dados mais sensíveis e manipulem os veículos nas estradas americanas”, explicou o governo dos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Vendas caiem em Julho. Exportações aumentam As vendas de automóveis na China registaram uma queda de 10 por cento, em Julho, em termos homólogos, informou na sexta-feira a Associação de Automóveis de Passageiros da China, enquanto as exportações aumentaram cerca de 20 por cento. No total, foram vendidos 1,6 milhões de automóveis de passageiros no país asiático, um declínio de 10 por cento em relação ao ano anterior. As exportações de veículos de passageiros fabricados na China aumentaram mais de 20 por cento, para 399.000 unidades. Mais de metade dos veículos vendidos em Julho foram eléctricos e híbridos. Para tentar aumentar a procura, o governo alargou os incentivos para encorajar os condutores a trocarem os seus automóveis mais antigos, a gasolina e a gasóleo, por veículos eléctricos. Embora as vendas globais de automóveis tenham permanecido fracas, as vendas de veículos eléctricos aumentaram quase 30 por cento em Julho em relação ao ano anterior, para cerca de 991.000. Desse total, 887.000 foram vendidos na China e 103.000 foram exportados. As vendas dos fabricantes de automóveis estrangeiros estagnaram ou caíram este ano, o que demonstra a intensa concorrência de preços num mercado saturado. A quota de vendas de automóveis detida pelos fabricantes chineses tem vindo a crescer rapidamente e atingiu dois terços de todas as vendas de veículos em Julho, uma vez que as vendas dos seus veículos aumentaram 10 por cento, segundo o relatório. A maioria dos veículos vendidos na China entre Janeiro e Julho tinha preços entre 100.000 yuan e 150.000 yuan, disse a associação da indústria. A BYD exportou 31.000 veículos eléctricos e híbridos em Julho, enquanto as exportações da Tesla totalizaram 28.000, segundo o relatório.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas para carros eléctricos vão “minar transformação verde da UE” A China defendeu ontem que as tarifas impostas pela Comissão Europeia aos veículos eléctricos chineses vão prejudicar a “transformação verde do bloco comunitário” e a resposta global às alterações climáticas. “As tarifas vão distorcer as cadeias de abastecimento automóvel globais e prejudicar os consumidores da União Europeia (UE). Além disso, vão prejudicar o próprio processo de transformação verde da UE e a resposta global às alterações climáticas”, afirmou, em conferência de imprensa, o porta-voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma do país asiático. Li Chao acrescentou que “o proteccionismo comercial não é a saída” e as tarifas “vão impedir o desenvolvimento saudável a longo prazo das empresas da UE”. A China “apoia activamente as empresas do sector automóvel em todo o mundo a participarem numa concorrência leal e a manterem a estabilidade das cadeias de abastecimento”, acrescentou, afirmando esperar que a UE “seja prudente, respeite as leis económicas básicas e as regras da Organização Mundial do Comércio e ouça também a própria indústria”. Qualidade garantida À margem da conferência, Li defendeu que a indústria de veículos de novas energias se desenvolveu “muito rapidamente” na China e fornece “um grande número de modelos de alta qualidade”. “São muito bem recebidos pelos consumidores nacionais e estrangeiros. A chave para este rápido desenvolvimento reside na aplicação da lei, no respeito pela concorrência no mercado e na nossa persistência na abertura. Além disso, o conceito de desenvolvimento ecológico está profundamente enraizado na sociedade, tornando-se uma tendência, e a indústria automóvel seguiu esta tendência orientada para o consumidor”, afirmou. De acordo com Li, foi a “plena concorrência do mercado” que levou as empresas a aumentar “o investimento em I&D [Investigação de Desenvolvimento], criando vantagens competitivas na China”. O responsável sublinhou que empresas como a Tesla, a Volkswagen e a BMW não hesitaram em “investir na produção de veículos eléctricos na China”. As declarações surgiram depois de a Comissão Europeia ter anunciado, na quarta-feira, tarifas adicionais de 21 por cento, em média, sobre as importações de veículos eléctricos provenientes da China, na sequência de uma investigação aos subsídios atribuídos pelo Governo chinês, lançada em Outubro do ano passado. Cinco dias depois, o Ministério do Comércio chinês anunciou uma investigação ‘antidumping’ (concorrência desleal) contra algumas importações de carne de porco e derivados da UE, numa resposta antecipada às tarifas impostas por Bruxelas aos veículos eléctricos chineses.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim | Salão automóvel arranca em período de ascensão dos fabricantes Os fabricantes mundiais de automóveis e novas empresas no segmento eléctrico revelaram ontem novos modelos e conceitos no maior salão automóvel da China, que se está a assumir como um importante concorrente das marcas tradicionais. A Toyota e a Nissan anunciaram acordos com as principais empresas tecnológicas chinesas, numa altura em que se esforçam por satisfazer a procura dos clientes pela incorporação de serviços digitais e sistemas de inteligência artificial nos automóveis, incluindo funcionalidades de condução autónoma. Os veículos eléctricos representaram cerca de um quarto de todas as vendas de automóveis na China, no ano passado. O maior fabricante de veículos eléctricos da China, a BYD, apresentou dois automóveis que podem funcionar apenas com electricidade ou como híbridos e um SUV híbrido todo-o-terreno da sua marca de luxo Yangwang na gama de mais de 1 milhão de yuan. “Os veículos eléctricos chineses, representados pelas séries Qin e Han [da BYD], conseguiram substituir em grande escala os automóveis tradicionais a combustível, e esta tendência é irreversível”, afirmou Lu Tian, chefe de vendas dos modelos Dynasty da BYD. Um executivo da Chery, um fabricante chinês mais tradicional, apresentou uma perspectiva mais moderada. Li Xueyong, um director-geral adjunto, afirmou que a empresa prevê um futuro com 40 por cento de veículos a combustível, 30 por cento de híbridos e 30 por cento de eléctricos. A empresa planeia desenvolver automóveis movidos a combustível e a novas energias. A BYD tem-se expandido rapidamente para os mercados estrangeiros, incluindo em Portugal. O grupo está a construir uma fábrica no Brasil no local de uma antiga fábrica da Ford que fechou quando o fabricante norte-americano deixou o país. Duas outras montadoras chinesas, incluindo a Chery, já têm fábricas no Brasil. A BYD foi responsável por 41 por cento das vendas de veículos eléctricos no Brasil nos primeiros três meses deste ano, embora o número total ainda seja relativamente baixo. Corrida europeia Os fabricantes chineses também estão a fazer incursões na Europa, o que suscita a preocupação de que possa constituir uma ameaça para os fabricantes de automóveis e os postos de trabalho europeus. A União Europeia está a ponderar a possibilidade de impor taxas alfandegárias punitivas aos veículos eléctricos fabricados na China devido aos subsídios governamentais que impulsionaram o crescimento da indústria. A proliferação de fabricantes de veículos eléctricos, incentivada por benefícios fiscais e subsídios à energia verde, deu origem a uma feroz guerra de preços que deverá conduzir a um abanão e à consolidação do sector nos próximos anos. Para os fabricantes estrangeiros, a ascensão dos concorrentes chineses desafiou-os a acelerar o desenvolvimento de novos modelos de automóveis elétricos para se manterem competitivos. “Em nenhuma outra região do mundo a transformação da indústria automóvel é tão rápida como na China”, afirmou Oliver Blume, Diretor Executivo da construtora alemã Volkswagen, num evento no salão automóvel. “Este mercado tornou-se uma espécie de ‘ginásio’ para nós”, afirmou. “Temos de trabalhar mais e mais depressa para o manter”, observou. A Nissan quer assinar um memorando de entendimento com a tecnológica chinesa Baidu. O presidente da empresa, Makoto Uchida, disse que a Nissan precisa de satisfazer as necessidades dos clientes chineses e a velocidade a que o mercado está a mudar. “Se não conseguirmos responder nestes dois aspetos, será muito difícil manter o nosso negócio na China”, afirmou. A Toyota anunciou uma parceria com a tecnológica chinesa Tencent. As marcas norte-americanas presentes no salão incluíram a Lincoln, a Cadillac, a Buick e a Chevrolet. A Ford apresentou um visual musculado ligado à sua história, contando a história do Mustang e do Bronco – que descreveu como um “veículo utilitário desportivo” quando foi lançado em 1966 – e mostrando as versões mais recentes desses modelos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Vendas de carros usados com forte expansão em Fevereiro As vendas de automóveis usados na China registaram uma recuperação robusta em fevereiro, impulsionadas pela crescente procura e forte recuperação do mercado após a Festa da Primavera, indica o Diário do Povo. No mês passado, cerca de 1,46 milhão de veículos usados mudaram de mãos no país, um aumento de 35,48 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação de Distribuidores Automobilísticos da China. Nos primeiros dois meses deste ano, mais de 2,7 milhões de veículos de segunda mão foram negociados na China, um aumento anual de 5,68 por cento. O mercado de carros usados recuperou o forte ímpeto em Fevereiro e a procura reprimida continuará a trazer grandes oportunidades de mercado, avalia a associação, acrescentando que a nova política da China para incentivar operações comerciais em grande escala e padronizadas no sector promoverá o desenvolvimento saudável do mercado. A associação expressou optimismo quanto às futuras perspectivas do mercado e observou que, à medida que as empresas de automóveis usados recuperam a confiança, espera-se que o mercado experimente uma recuperação gradual.
João Santos Filipe PolíticaAssociação aponta para 30 mil apólices com circulação de veículos em Cantão A Associação das Seguradoras de Macau prevê que a política de circulação de veículos de Macau no Interior vai aumentar em 30 mil o número de apólices seguros para o efeito. A estimativa foi apresentada por Ng Wai Peng, vice-presidente da Associação das Seguradoras de Macau, em declarações ao Jornal Ou Mun. A vice-presidente da associação, Ng Wai Peng, estimou que se atinjam as 30 mil apólices para a circulação de veículos de Macau na província de Guangdong, o que representa uma proporção de 40 por cento dos veículos que podem atravessar a fronteira. Quando à emissão deste tipo de seguros, a responsável garante que está tudo preparado, e que os clientes podem tratar de todo o processo online, além das vias tradicionais. Segundo Ng Wai Peng, em cerca de 10 minutos, quando o processo é feito online, os clientes podem receber o contrato do seguro. Em relação ao reconhecimento mútuo da carta de condução, a medida ainda não teve qualquer efeito a nível da emissão de seguros, uma vez que apenas foi anunciada na segunda-feira. A entrada em vigor está prevista para 16 de Maio. Contudo, existem muitas expectativas de que com a maior integração da RAEM no Interior o número de apólices vendidas cresça bom ritmo. Em defesa do Governo O reconhecimento mútuo da carta de condução surge numa altura em que o direito de manifestação foi fortemente restringido, com a proibição cada vez mais frequente de manifestações. Contudo, em 2019, centenas de pessoas saíram à rua em protesto contra esta medida, numa manifestação organizada pelos ex-deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong. A opinião da população não foi vista como impeditiva para que as associações tradicionais defendessem o reconhecimento mútuo da carta de condução. Leong Sun Iok, segundo o jornal Ou Mun, veio agora argumentar que a medida é positiva porque vai permitir a circulação das pessoas que vivem na Grande Baía, mas trabalham em Macau. Leong Sun Iok reconheceu ainda que a população teme a medida, pelo que o Governo deve fazer uma análise profunda aos dados, depois da implementação da medida, e responder a eventuais problemas que surjam. Por sua vez, Leong Hong Sai, deputado dos Moradores, considera que as autoridades do Interior e de Macau devem promover acções de formação sobre o trânsito nas regiões, para que os interessados em conduzir nas duas regiões estejam bem preparados para enfrentar as especificidades do trânsito de cada território.
Hoje Macau Grande BaíaZhongshan | 100 milhões de yuan distribuídos para compra de carros Os subsídios vão ser distribuídos através do WeChat, e visam devolver a confiança à economia local e ao sector da indústria automóvel A cidade de Zhongshan lançou um programa no valor de 100 milhões de yuan com o objectivo de promover a compra de automóveis mais eficientes a nível energético. A novidade foi anunciada no início deste mês pelas autoridades locais. Segundo os pormenores adiantados, os “cidadãos podem candidatar-se a subsídios através do WeChat” a partir de 20 de Maio e o programa vai estar disponível até ao final deste ano. Haverá subsídios em três categorias, incluindo “compra directa de automóveis novos”, “troca de veículos antigos por veículos novos” e “troca de motociclos por automóveis”. Todas as compras serão subsidiadas com base nos preços dos automóveis novos. Segundo a modalidade de compra directa de automóvel novo, o subsídio implica um único pagamento com o valor a variar entre 1.000 e 12.000 yuan. No caso do subsídio para a troca de um veículo velho por um novo, este implica a venda, ou o abate, dos veículos mais poluidores e a compra de veículos com energia eléctrica. Também neste caso, as autoridades apenas distribuem um único subsídios por viatura, que conforme o preço da compra do veículo varia entre 3.000 yuan e 13.000 yuan, o valor mais elevado. O maior apoio tem em conta a modalidade que permite a troca de motociclos por automóveis, de forma a fazer com que menos motociclos circulem na cidade da Grande Baía. Na modalidade “troca de motocicleta por automóvel”, as autoridades vão apoiar o “desmantelamento de motociclos com uma vida útil de 6 anos ou mais”. No entanto, além de terem de comprar um automóvel novo, os condutores das motas têm de abdicar das cartas de condução para motos. Uma vez que a exigência de abdicar da carta de condução é vista como elevada, as autoridades vão subsidiar os cidadãos com um valor que começa nos 9.000 yuan e chega até 22.000 yuan, sendo que este é o valor mais elevado dos subsídios distribuídos. Apoio à economia local A medida que entra agora em vigor tinha sido estudada no mês de Abril, e na altura o presidente da câmara de Zhongshan, Xiao Zhanxin, afirmou surge da “necessidade de introduzir incentivos financeiros para a compra de automóveis em benefício das pessoas e empresas, aumentando ainda mais a confiança dos consumidores, acelerando a recuperação do mercado e conhecendo melhor o anseio das pessoas por uma vida melhor”. O Esquema de Subsídios à Promoção do Consumo de Veículos de Zhongshan para 2022 estipula ainda que os subsídios são concedidos a entidades legais independentes de empresas automóveis e a consumidores individuais que comprem automóveis em sucursais em Zhongshan.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Vendas de automóveis recuaram em Março pelo 10.º mês consecutivo Apesar da resistência da economia chinesa às adversidades provocadas pela guerra comercial com os Estados Unidos, as vendas de veículos mantêm a tendência de queda. Por outro lado, as transacções de carros eléctricos dispararam, com as vendas a registarem um aumento de 100,9 por cento, face a igual período do ano passado [dropcap]A[/dropcap]s vendas de automóveis na China caíram em Março, pelo décimo mês consecutivo, em termos homólogos, informou ontem a imprensa oficial, reflectindo o abrandamento na economia chinesa, numa altura de fricções comerciais com Washington. Segundo o jornal oficial em língua inglesa China Daily, venderam-se, no total, 1,78 milhões de veículos utilitários desportivos, ‘minivans’ e ‘sedans’, uma queda de 12 por cento, face a Março de 2018. Apenas os carros eléctricos registaram um aumento das vendas, na sequência da atribuição de subsídios pelo Governo, com 111 mil unidades vendidas, em Março, mais 100,9 por cento do que no mesmo mês do ano anterior. Em 2018 a venda de automóveis na China caiu 5,8 por cento, para 22,35 milhões de veículos, no primeiro declínio anual desde 1990, coincidindo com outros indicadores negativos da economia chinesa. Trata-se de um retrocesso para as principais construtoras do sector, que anunciaram planos de milhares de milhões de euros, visando cumprir as metas do Governo chinês para o desenvolvimento de veículos eléctricos. A segunda maior economia do mundo cresceu 6,6 por cento, no ano passado, o ritmo mais lento em quase três décadas. A actividade económica permaneceu robusta durante a maior parte do ano, apesar da guerra comercial que despoletou, no Verão passado, com Washington, suscitada pelas ambições chinesas para o sector tecnológico. No entanto, as exportações caíram em Dezembro, reflectindo os efeitos da entrada em vigor de uma segunda ronda de taxas alfandegárias nos Estados Unidos, sobre cerca de 200.000 milhões de dólares de bens oriundos da China. A queda nas vendas faz prever que Pequim deverá reduzir os impostos ou oferecer outros incentivos à compra de automóveis.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul restringe circulação de viaturas BMW [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo sul-coreano decidiu restringir a circulação dos veículos BMW que não tenham sido inspeccionados, depois de mais de 30 viaturas da marca alemã se terem incendiado no país. A partir do dia 20, o fabricante vai chamar à revisão 106 mil veículos com sistema de re-circulação de gases presente nos modelos a gasóleo e que, segundo a BMW, está na origem das chamas. O fabricante deveria ter concluído ontem a revisão prévia das viaturas afectadas, mas o ministério sul-coreano das Infra-estruturas e do Transporte avançou com a restrição da sua circulação por ainda faltar avaliar 27 mil veículos. Nas estradas podem circular apenas carros com destino à revisão, segundo o ministério, que pediu a colaboração dos condutores para “evitar acidentes de maior alcance”. A BMW garantiu que vai acatar a decisão e que tomará as medidas necessárias para minimizar os inconvenientes para os seus clientes, segundo a agência noticiosa local Yonhap. Este ano registaram-se 39 incêndios em veículos BMW na Coreia do Sul, o mais recente dos quais na segunda-feira, sem provocar vítimas. A chamada à oficina também acontecerá na Europa para 324 mil viaturas. Fonte oficial do grupo automóvel revelou à Lusa que quase 2.400 veículos BMW serão chamados à revisão em Portugal. A chamada dos veículos ocorreu depois de uma investigação do fabricante ter revelado um “mau funcionamento do módulo de recirculação dos gases de escape (EGR) que pode, em casos extremos, originar um fogo em alguns modelos BMW com motores a gasóleo”. “O BMW Group decidiu levar a cabo uma acção de chamada por forma a analisar o módulo EGR nos modelos BMW Série 3, Série 4, Série 5, Série 6, Série 7, X3, X4, X5, X6 com motores Diesel de 4 cilindros (produzidos entre Abril 2015 e Setembro 2016) e motores diesel de 6 cilindros (produzidos entre Julho 2012 e Junho 2015)”, referiu informação oficial. O fabricante referiu que, em alguns casos, o radiador do módulo EGR pode ter fugas de líquido de refrigeração, que se acumula no módulo EGR. “Quando combinado com sedimentos de óleo, este líquido pode tornar-se combustível. Devido às altas temperaturas dos gases de escape nesta unidade, estes depósitos podem inflamar-se e provocar, em casos extremos, um fogo”, explicou ainda a BMW.
Diana do Mar PolíticaAprovado benefício fiscal para proprietários de viaturas afectadas pelo Hato Os deputados aprovaram ontem, na generalidade, por unanimidade, o benefício especial fiscal para ajudar os proprietários de veículos danificados pelo tufão Hato a adquirirem novos. No entanto, muitos tribunos lamentaram o facto de deixar de fora quem não quer ou não pode adquirir uma nova viatura [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] proposta de lei que estabelece um benefício fiscal especial destinado a aliviar os encargos financeiros suportados pelos proprietários de veículos afectados pelo tufão Hato na compra de novas viaturas foi ontem aprovada na generalidade. A aprovação foi por unanimidade. Não faltaram, contudo, vozes na Assembleia Legislativa a criticar o facto de o apoio ser dirigido apenas a quem pretende comprar um novo veículo e não a todos os que foram afectados. Ng Kuok Cheong foi o primeiro a usar da palavra: “Por que razão se concentrou na aquisição de novos veículos? Existem diferentes opiniões na sociedade. Se um residente não tem capacidade para comprar uma viatura nova já não goza do benefício fiscal”. Agnes Lam tocou na mesma ferida. “Parece que [o Governo] se desviou do propósito inicial. Esta iniciativa legislativa destina-se à aquisição de novos veículos, mas há proprietários que ainda estão a pagar em prestações os carros que foram danificados. Quer dizer, tem que pagar em dobro. Parece que pouco releva [para aliviar a situação dos afectados]”, afirmou a deputada. Zheng Anting subscreveu: “Este benefício é uma opção para quem vai adquirir [uma viatura nova], mas para quem não vai qual será a solução?” “Não se trata de uma compensação, nem indemnização”, reiterou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong. À luz do diploma, são elegíveis os proprietários de viaturas que, até 18 de Setembro, procederam às formalidades de cancelamento da matrícula junto da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). A proposta de lei, de 15 artigos, prevê a dedução e restituição do imposto sobre veículos motorizados na compra de viaturas novas até dois anos a contar da data de entrada em vigor da lei. No caso de automóveis novos, o montante a deduzir pode chegar a 140 mil patacas; enquanto para ciclomotores a 5500 patacas. Limites que, segundo a nota justificativa do diploma, resultam da média das colectas pagas entre a última alteração das taxas do imposto sobre os veículos motorizados e a passagem do tufão. Carro por mota? Durante o debate, houve também deputados, como Agnes Lam, que indagaram se o benefício fiscal se aplica no caso de quem tinha um automóvel querer agora adquirir um motociclo (dado que é mais barato). Na réplica, o Secretário para a Economia e Finanças lembrou que há diferenças no imposto, pelo que essa terá sido provavelmente a razão pela qual tal possibilidade não foi equacionada. O subdirector dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, Luís Gageiro, afastou essa ideia, sustentando que a categoria tem de ser a mesma: “Se são automóveis têm que ser automóveis”. Caixa: Mais de 6000 veículos danificados Segundo dados facultados ontem pelo director dos Serviços de Finanças, Iong Kong Leong, em resposta ao deputado Ho Ion Sang, o tufão Hato danificou 6521 veículos – 3240 automóveis e 3281 motociclos ou ciclomotores –, estimando-se que o montante total do benefício fiscal ascenda a 147,7 milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeProprietários com carros inundados sentem-se enganados [dropcap style≠‘circle’]L[/dropcap]eong, representante da aliança constituída por vários grupos de pessoas que perderam carros nas inundações provocadas pela passagem do tufão Hato, critica a demora das medidas prometidas pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). Os proprietários lesados aguardam a redução e isenção do imposto sobre veículos motorizados anunciadas pela entidade. Em declarações ao Jornal Ou Mun, Leong considera que foi enganado pelo Governo. Em Agosto do ano passado, a DSF anunciou medidas de apoio, nomeadamente a devolução de impostos já pagos na aquisição de novos veículos. No entanto, passando meio ano, o representante da associação de lesados critica a falta de seguimento deste processo. O representante recorda que na altura foi exigido aos proprietários o cancelamento das matrículas dos veículos inundados. Os proprietários cooperaram, no entanto ainda não receberam qualquer tipo de imposto. Para Leong trata-se de um engano e acusa mesmo o Executivo de ter ficado com o dinheiro obtido com a venda dos carros em hasta pública sem que o tivesse usado para retribuir aos lesados na dedução do imposto.
Hoje Macau China / ÁsiaNissan perde certificado de qualidade internacional nas fábricas japonesas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] fabricante japonês Nissan perdeu o certificado de qualidade internacional nas suas fábricas de produção local, no Japão, devido a irregularidades nos controlos de automóveis, informou ontem a agência nipónica Kyodo. A multinacional empregou trabalhadores sem qualificações necessárias para realizarem a revisão final dos seus automóveis, tendo estas irregularidades sido detectadas em Setembro passado. A Organização Internacional de Normalização, encarregada de assegurar o controlo de qualidade, retirou a 31 de Outubro a certificação 9001 em seis fábricas de montagem de veículos da marca. “Consideramos que a revogação é lamentável”, disse à agência Efe um porta-voz da empresa, adiantando que agora que retomaram a produção para o mercado interno vão trabalhar para obter a certificação o “mais depressa possível”. A norma 9001, uma das mais conhecidas da organização com sede na Suíça, assegura que os produtos e serviços cumprem os requisitos do cliente e que melhoram a sua qualidade de forma constante. Estes controlos dos automóveis irregulares foram revelados em Setembro, depois de ter sido feita uma inspecção pelo Ministério do Trabalho japonês às unidades do grupo. A Nissan, que assegurou de forma pública que os seus veículos são seguros, deverá responder perante o Ministério dos Transportes nas próximas semanas para garantir que estas situações não se repetem.
Hoje Macau SociedadeQuase 500 carros retirados de quatro auto-silos [dropcap style≠'circle']O[/dropcap] Governo de Macau retirou mais de 470 veículos de quatro parques de estacionamento que sofreram inundações durante a passagem do tufão Hato, a 23 de Agosto, informaram os Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). Em comunicado, a DSAT disse que 433 automóveis e 39 motociclos foram retirados de quatro auto-silos públicos, a pedido dos proprietários. Em Agosto, o Governo tinha indicado que cerca de mil veículos tinham ficado destruídos nos mesmos quatro parques públicos. À Lusa, fonte da DSAT explicou que, desde então, os proprietários retiraram os seus veículos dos parques, alguns com o intuito de os reparar, outros para cancelar a matrícula. Os 470 retirados pelas entidades públicas tiveram já as matrículas canceladas. Segundo a DSAT, três dos auto-silos “sofreram inundações relativamente leves” e, por isso, espera-se que possam ser reparados até ao final do ano. No entanto, no caso do parque do edifício Fai Tat, o mais afectado, a recuperação “será mais prolongada devido à necessidade de reparar ou substituir todos os equipamentos”, prevendo-se que reabra no primeiro semestre de 2018. “Os equipamentos do sistema de ventilação, de elevadores, de controlo de acesso e de combate a incêndios não estão a funcionar com normalidade, sendo demorado o processo de aquisição de alguns equipamentos”, acrescentou a DSAT.
Joana Freitas SociedadeDSAT está “a estudar colocação de parquímetros” ao lado do LECM [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) assegurou ao HM estar a acompanhar as queixas dos trabalhadores do Laboratório de Engenharia Civil de Macau (LECM) de falta de lugares de estacionamento. O organismo afirma estar a estudar a situação. Cerca de 160 trabalhadores do LECM estão a ter problemas em encontrar um lugar para estacionar o carro devido à existência de veículos abandonados na Estrada da Ponta da Cabrita, ao lado do laboratório. Conforme o HM noticiou a semana passada, a situação tem vindo a agravar-se e, apesar de terem enviado cartas ao Governo a pedir parquímetros, ainda não foi resolvida. No local, como referem os trabalhadores da instituição e como o HM pôde comprovar, não há um parque de estacionamento público. E onde era dantes permitido estacionar está não só constantemente ocupado por carros abandonados, como também foi recentemente vedado pela polícia. A falta de parque público levou os funcionários a enviar cartas à DSAT a pedir a instalação de parquímetros no local onde os carros podiam antes estacionar. Questionada pelo HM, a DSAT confirma ter recebido as cartas dos trabalhadores, mas diz não poder apresentar soluções, para já. “A DSAT anda a acompanhar o assunto. Tendo em consideração que a Estrada da Ponta da Cabrita faz parte do circuito de exames de condução, ao reordenar a disposição nesta estrada deve-se ponderar a segurança dos exames de condução e estudar de forma activa os lugares que reúnem condições para a instalação de parquímetros, a fim de equilibrar as necessidades dos diferentes utentes da via pública”, explica o organismo. A questão dos carros de condução já tinha sido levantada anteriormente, com os funcionários do LECM a explicar que, se os carros forem apenas estacionados do lado esquerdo de quem sobe a Estrada, então há espaço suficiente para a circulação visto que a rua é larga e, antes dos carros abandonados lá terem sido colocados, sempre houve carros estacionados legalmente naquele espaço. A DSAT confirma apenas a instalação “gradual” de parquímetros perto dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, Parque de Merendas e Cemitério, algo que já tinha sido também anunciado, mas que não agrada aos funcionários dada a distância do LECM destas infra-estruturas na montanha. Os funcionários pedem cerca de 60 lugares.
Joana Freitas Manchete SociedadeLECM | Trabalhadores pedem parquímetros no local de trabalho Não têm parque público e onde podiam estacionar antes agora já não podem. Mais de um centena de trabalhadores do LECM estão desesperados por um lugar para pôr o carro, num lugar de trabalho isolado. O pedido à DSAT é simples: a implementação de alguns parquímetros no local [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s trabalhadores do Laboratório de Engenharia Civil de Macau (LECM) estão a ter problemas em encontrar um lugar para estacionar o carro devido à existência de veículos abandonados na Estrada da Ponta da Cabrita. A situação tem vindo a agravar-se e, apesar de terem enviado cartas ao Governo a pedir parquímetros, ainda não foi resolvida. O caso seria algo contornável, não fosse a localização do LECM. Em frente à Universidade de Ciência e Tecnologia, o laboratório – um dos mais requisitados para serviços do Governo – tem de um lado uma bomba de gasolina e a Rotunda do ISTMO e do outro a Ponta da Cabrita, uma rua a subir que vai dar ao Parque das Merendas e aos Serviços Meteorológicos e Geofísicos. No local, como referem os trabalhadores da instituição e como o HM pôde comprovar, não há um parque de estacionamento público. Onde era dantes permitido estacionar está não só constantemente ocupado por carros abandonados, como também foi esta semana vedado pela polícia. “Nos locais onde era permitido estacionar estão agora a ser colocados sinais de proibição”, refere um dos porta-vozes dos trabalhadores. “Mudámos para aqui em 2009 e praticamente não havia carros. Como estamos isolados, não há bancos, não há sítios para comer e temos horários a cumprir, não podemos esperar por autocarros”, explica outra das porta-vozes, que adianta que as pessoas que vêm de Macau, por exemplo, precisam de mudar duas ou três vezes de autocarro. “Há até pessoal que tem crianças, vai levá-las à creche, vai pôr o carro a casa e apanha o autocarro.” Dêem-lhes parques Com as novas decisões do Governo em acabar com os parques “ilegais”, onde havia carros abandonados ou à venda, o local – que tinha até espaço livre – começou a ficar inundado. “Com o decorrer do tempo, começou a encher-se de carros, de vendas, abandonados, até pessoas que têm mais do que um carro”, frisa o porta-voz. O HM conseguiu comprovar isso mesmo. “Os carros de instrução [que passam na Estrada] começaram a reclamar à DSAT e a PSP vinha cá multar. Até os nossos, porque com os lugares onde era permitido estacionar ocupados pelos veículos abandonados, começámos a pôr em cima da linha amarela, mas era a única solução.” O parque do LECM é pequeno demais para todos e é só para carros da empresa e, se restarem lugares, para as chefias. Esta semana, a PSP decidiu bloquear toda a zona – incluindo onde era permitido estacionar -, colocando sinais de proibição e de queda de pedras. Mas os funcionários do LECM têm uma solução, que já apresentaram até à DSAT. “Chegámos a estacionar os carros dois quilómetros montanha acima, mas agora nem isso é possível. Por isso, o que pedimos é que coloquem lá parquímetros. Não têm de ser grátis, claro, não nos importamos de pagar. Deverão ser de duas em duas horas, para que as pessoas que cá abandonam os carros não mandem alguém pôr moedas, como acontece agora, que vêm cá trocar carros por outros”, frisa. A situação afecta neste momento cerca de 160 pessoas, mas os funcionários – chineses e portugueses – pedem cerca de 60 lugares de estacionamento, até porque, tendo onde estacionar, “dão boleia uns aos outros”. A PSP colocou sinais de queda de pedras em algumas zonas, mas há outras, como o lado esquerdo de quem sobe pela Estrada da Ponta da Cabrita, onde as montanhas foram tratadas e o talude está seguro, como se pode ver no local. A DSAT tem um aviso a dizer que vai construir parques de estacionamento com parquímetro perto dos Serviços Meteorológicos e do Cemitério, mas estes locais ficam “a quilómetros” do LECM. A possibilidade de terem um parque a pagar reservado ao LECM era ideal, se a DSAT assim o decidisse, mas os trabalhadores não pedem mais do que “parquímetros pagos”. O HM tentou pedir esclarecimentos à DSAT, mas não recebeu qualquer resposta até ao fecho desta edição.
Tomás Chio SociedadeTráfego | Governo quer enviar carros abandonados para Cantão [dropcap style=’circle]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) está a estudar a possibilidade de transferir os carros abandonados para Cantão. Já os membros do Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários das Ilhas defendem que os donos dos veículos fora de circulação devem pagar mais pela manutenção da sucata e o reboque dos carros, apontando que os veículos velhos podem causar um problema de saúde pública. Segundo o jornal Ou Mun, Kou Kun Pang, membro do Conselho, explicou que a DSAT “vai estudar o planeamento da transferência dos carros abandonados da zona das ilhas para Cantão, sendo que neste momento o planeamento não passa de uma ideia preliminar, não existindo um calendário”. O Conselho espera poder avançar mais detalhes ainda este ano. Lo Wa Kit e Leong Meng Ian, também membros do grupo, consideram que a situação dos veículos abandonados é muito grave nas ilhas, especialmente na zona ao lado da escola de condução, em Coloane. Os responsáveis alertam para o facto destes carros estarem naquele espaço há mais de cinco anos, o que trouxe mais mosquitos e insectos para a área, esperando que o Governo tenha mais preocupação em relação a este assunto. O Conselho referiu ainda que a DSAT já tratou de mais de cinco mil veículos abandonados nos últimos anos, mas devido ao facto do período de inspecção dos veículos ter sido cortado, o número de carros abandonados vai continuar a ser grave, com tendência a aumentar.
Flora Fong Manchete SociedadeZona Norte | População quer avanço de sistemas pedonais prometidos desde 2008 O Governo apresentou uma proposta de criação de dois sistemas pedonais na zona norte em 2008, mas até ao momento nada de concreto foi apresentado. Ouvidos pelo HM, especialistas dizem que o sistema é uma necessidade e esperam que o Executivo “avance” com o que ficou prometido. Moradores ouvidos pelo HM concordam [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m 2012 ficou concluído o sistema pedonal da Taipa, mas a proposta da Direcção dos Serviços para Assuntos de Tráfego (DSAT) em construir dois sistemas pedonais semelhantes na zona norte, que se estendiam pelas Portas do Cerco, Fai Chi Kei, Doca do Lam Mau e o Porto Exterior, ficou pelo caminho. A ideia do Executivo era fazer com que os cidadãos começassem a andar mais pé, de forma a diminuir o trânsito. Contudo, até agora nada foi feito e os próprios responsáveis do Governo admitem que nada têm planeado. Numa reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Norte, que aconteceu a semana passada, os vogais convidaram representantes da DSAT, da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) para que apresentassem mais detalhes sobre os sistemas, segundo o Jornal Exmoo. No entanto, os mesmos representantes afirmaram que até ao momento não têm um planeamento pormenorizado dos sistemas, nem um calendário para a sua construção, defendendo apenas que já concluíram trabalhos de planeamento das obras. Oportunidade perdida Para Chan Tak Seng, presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau, cuja sede fica na Areia Preta, o Governo tinha melhores condições para construir os sistemas no ano de 2008, quando a economia de Macau estava a crescer. Ao HM, o responsável disse lamentar que o projecto não tenha avançado. “A ideia dos sistemas era também a de facilitar a deslocação de idosos e portadores de deficiência. Acho que o Governo deve rever as medidas de trânsito, já que actualmente nenhum cidadão está satisfeito com isso”. Chan Tak Seng considera “extremamente necessário” que sejam publicado os detalhes da criação dos sistemas pedonais, que já foram decididos mas que continuam no papel, ou nem isso. “Quais são as razões para o atraso? A falta de técnicas ou de um plano director urbanístico? O Governo não pode falar numa coisa e esquecê-la, até porque os residentes e os média insistem em perguntar. Um Governo responsável não deve ser assim”, afirmou. Apesar de admitir que os sistemas pedonais não serão utilizados por todos os cidadãos, o presidente da Associação considera que estes vão ter um certo efeito, que passa por diminuir a pressão do grande número de automóveis em trânsito que todos os dias circulam na zona norte. “Quase de certeza que os cidadãos irão andar mais a pé em vez de apanhar autocarros ou conduzir os próprios carros, sobretudo os idosos”, indicou. Para o jovem Alvis Un, que mora perto das Portas do Cerco, actualmente a principal maneira de deslocação dentro da zona norte é conduzir uma mota. Contudo, ao HM, o jovem assegura que não se importaria de utilizar os sistemas pedonais, caso o seu destino fosse dentro da zona. Alvin diz ainda que seria também viável criar pistas para bicicletas na zona norte, para que as pessoas pudessem deslocar-se a sítios mais afastados, mas ainda dentro do perímetro. Outro morador da zona norte, Un Choi – para quem a principal forma de deslocação é também a mota – diz ao HM que não acha que os mais novos fossem utilizar os sistemas pedonais devido ao hábito de condução, mas assegura que sem dúvida que os idosos o fariam, até porque, diz, para eles “andar mais a pé serve” como uma forma de fazer desporto.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeAuto-Silos | Empresa contratada pelo Governo emitiu passes ilegais A Sociedade de Administração de Parques Forehap emitiu 390 cartões de teste de passes mensais no auto-silo Jardim Comendador Ho Yin em 2012, o que os torna ilegais. A empresa, contratada pelo Governo para gerir parques públicos, cobrou ainda tarifas mais altas aos portadores destes passes. A infracção vai custar 250 mil patacas [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo deixou de emitir novos passes mensais nos parques de estacionamento públicos em 2009, mas a Sociedade de Administração de Parques Forehap, que gere seis auto-silos públicos, decidiu emitir, a partir de 1 de Maio de 2012, 390 “cartões de teste de passe mensal” no parque de estacionamento Jardim Comendador Ho Yin, acção que vai contra a lei. A infracção foi anunciada ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), que vai agora aplicar a infracção máxima à empresa: 250 mil patacas. Contudo, a investigação ao caso prossegue. “De acordo com os termos contratuais, a empresa infringiu as cláusulas e vamos aplicar a pena pecuniária máxima, de 250 mil patacas. A DSAT irá sancioná-la em conformidade com o contrato, não reconhecendo os passes mensais emitidos por via ilegal. A DSAT considera que existe margem de melhoria em termos do controlo dos parques de estacionamento, reiterando que as empresas de gestão dos parques devem cumprir os regulamentos de forma muito restrita”, explicou o director do organismo, Lam Hin San. Além de ter emitido 390 passes mensais – 122 para lugares não reservados para automóveis, 28 para automóveis ligeiros e 240 para motociclos -, a empresa cobrou ainda tarifas aos utilizadores do parque de estacionamento, tarifas essas mais altas do que aquelas que têm sido cobradas. Os valores para automóveis variaram entre as mil e 1200 patacas e 200 patacas para motociclos. “De acordo com o relatório da empresa, esta cobrou taxas para a utilização destes cartões de teste e também já pedimos a entrega de toda a documentação de contabilidade. As tarifas que a empresa cobrou são mais elevadas do que aquilo que exigimos de acordo com o regulamento dos auto-silos. Vamos resolver o problema o mais depressa possível devido à gravidade da situação”, acrescentou o director da DSAT. Segundo o Governo, a empresa já avisou os utilizadores do fim da medida, que coincide com o fim do contrato assinado com o Executivo. “A empresa de gestão do auto-silo vai suspender o uso destes cartões a partir de 1 de Dezembro. Achamos que é a melhor altura para resolver o problema dos passes mensais uma vez que estamos quase no final do ano”, admitiu o director da DSAT. Multas para condutores Para já a empresa vai ser alvo de uma infracção administrativa, mas nada impede que a mesma possa ser sujeita a uma acção penal, caso a investigação o justifique. Mas a DSAT alertou ontem que os portadores dos cartões de teste de passe mensal também podem ser alvo de multas. “No sentido de melhorar os trabalhos de gestão dos parques, iremos proceder à revisão da gestão e dos mecanismos de controlo dos auto-silos. Em simultâneo iremos apelar aos condutores para cumprirem a lei, sob pena de serem também aplicadas multas.” Para o futuro a DSAT promete também inspecções mais rigorosas a outros parques de estacionamento. “Os trabalhos de inspecção têm sido feitos e vamos reforçar os trabalhos nos outros estacionamentos. Temos oito colegas que se responsabilizam pela gestão diária dos auto-silos e a elaboração dos contratos”, explicou o director. O HM tentou contactar de várias formas um dos dois administradores da empresa, tendo enviado questões por email. Até ao fecho desta edição não foi possível chegar à fala com a direcção da Sociedade de Administração de Parques Foieng (Forehap Parking Management, em Inglês).
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeGoverno| Carros Volkswagen sem problemas em Macau O Executivo assegura não existirem quaisquer problemas com os carros da marca Volkswagen no território, isto depois de Taiwan ter exigido à marca de automóveis alemã para retirar do mercado os veículos afectados no âmbito da adulteração da emissão de gases poluentes [dropcap style=’cricle’]A[/dropcap]polémica com os carros adulterados da Volkswagen continua a fazer-se sentir na Ásia. Desta vez foi a Administração de Protecção Ambiental de Taiwan a pedir ao grupo alemão para retirar do mercado todos os veículos afectados pelo sistema que manipulou os dados das emissões de gases poluentes, tendo ainda exigido à marca o pagamento das devidas compensações aos proprietários. Em Macau, contudo, as autoridades continuam a frisar que os automóveis que circulam no mercado não estão afectados. “A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) contactou de imediato os agentes locais (…). De acordo com as informações iniciais, não existem quaisquer problemas com os carros importados para Macau”, apontou o organismo ao HM. Apesar disso, o Governo promete continuar atento. “A DSAT vai continuar a prestar atenção ao caso e dará toda a assistência aos agentes caso seja encontrado qualquer tipo de problema nos carros importados para Macau”, acrescentou. Fora de circulação Jay Chu, director-geral da Volkswagen Macau, já tinha referido ao diário Business Daily que em Macau não circulam os modelos afectados pelo software adulterado. “De facto só envolve os carros de passageiros a diesel. Em Macau, não temos sequer esse tipo de modelo”, frisou. Apesar de circularem no mercado carros comerciais movidos a diesel, Jay Chu frisou ao mesmo jornal que esses veículos possuem motores turbo diesel, sendo, portanto, diferentes daqueles que foram afectados. A decisão tomada esta semana em Taiwan visa a retirada de quase 17.800 automóveis das marcas detidas pelo Grupo Volkswagen, incluindo a própria Volkswagen, Audi e Skoda CV. A Administração de Protecção Ambiental de Taiwan referiu que é necessário efectuar modificações no sistema dos automóveis no prazo de três meses, estando já a efectuar um plano para a retirada e modificação dos veículos. A polémica, que levou à demissão do CEO do grupo, Martin Winterkorn, e que afectou 11 milhões de veículos, levou ontem o presidente da Volkswagen na América do Norte, Michael Horn, a apresentar um pedido de desculpas ao Congresso norte-americano. “Quero apresentar as desculpas sinceras da Volkswagen por ter utilizado um programa informático que serviu para manipular os resultados dos testes” das normas anti-poluição, declarou o presidente durante uma audição.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeMacau não suporta aumento anual de 5% de veículos [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]O Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, disse ontem aos deputados que será muito difícil Macau continuar a suportar um aumento de anual de veículos na ordem dos 5%. “De Janeiro a Junho, comparando com o ano passado, houve um aumento de 5% de motas e veículos ligeiros. Se continuamos com este aumento não sei se o problema do trânsito pode ser resolvido. Está cada vez mais complicada a situação do trânsito”, revelou o Secretário ontem na Assembleia Legislativa (AL). Num debate em que os deputados voltaram a pedir medidas concretas para resolver o excesso de tráfego no território, Raimundo do Rosário referiu que o maior problema ao nível dos transportes públicos é a falta de recursos humanos. “Os condutores têm uma idade média de 50 anos, e se a situação continuar teremos autocarros mas sem condutores, e o serviço de autocarros será afectado. Esperamos emitir mais carreiras, mas isso também vai afectar as outras carreiras por falta de condutores. Há falta de jovens a ingressar na profissão”, frisou. Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), garantiu que serão criadas quatro novas carreiras de autocarros e prometeu “para breve” novidades sobre a negociação contratual com as operadoras de autocarros. “Estamos a negociar com duas companhias concessionárias quanto a um novo modelo, para que possam aumentar o número de frequência Esperamos muito em breve poder chegar a um consenso das carreiras. Recebemos um pedido para a criação de uma carreira entre a zona do edifício Dinasty e a Taipa, a qual vamos estudar e apreciar o quanto antes”, rematou.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaAuto-silos | Deputados contra novas medidas de passes mensais Os deputados Chan Meng Kam e Chan Hong consideram que o Executivo deve rever o regime de passes mensais nos parques de estacionamento. Chan Meng Kam fala de uma medida desactualizada face à realidade actual e pede mais esclarecimentos a Raimundo do Rosário [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]questão da manutenção dos velhos passes mensais nos parques de estacionamento e o congelamento de novas emissões continua a gerar preocupação. Dois deputados da Assembleia Legislativa (AL), Chan Meng Kam e Chan Hong, utilizaram ontem o período de interpelações orais antes da ordem do dia para pedir ao Governo que mude a política. “Apelo ao Governo e aos serviços competentes para que procedam o quanto antes à alteração do Regulamento do Serviço Público de Parques de Estacionamento e à revisão do regime de passes mensais”, defendeu Chan Meng Kam. “Hoje em dia, atendendo ao preço elevado das rendas dos lugares de estacionamento e ao seu elevado valor de mercado, o regime de passes mensais já não se coaduna com as reais necessidades. O Governo deve tomar como referência a suspensão da fixação de residência através da compra de casa e rever o regime de passes mensais”, acrescentou o deputado. Já a deputada Chan Hong, nomeada pelo Chefe do Executivo, considera que as novas medidas anunciadas pelo Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário, quanto ao novo preço de seis patacas por hora podem trazer consequências negativas. “Após a entrada em vigor da nova tarifa, a rotatividade dos lugares com parquímetros vai aumentar, mas muitos veículos terão de circular nas vias. Então isso não vai aumentar a sobrecarga das vias públicas? São bastante insuficientes os lugares de estacionamento público dos auto-silos. Isto não contribui para aumentar a taxa de estacionamento ilegal? Esta medida vai ou não levar à subida significativa das rendas dos parques de estacionamento? Vai ou não afectar os trabalhadores e moradores das zonas-piloto? O Governo deve estudar e esclarecer estas questões”, apontou. Em nome do interesse público No passado mês Raimundo do Rosário esclareceu num debate da AL que, afinal, os passes mensais não iriam acabar, estando apenas previsto o congelamento da emissão de novos passes. Para Chan Meng Kam, a medida devia ser alterada em nome do interesse público, dando como exemplo o fim abrupto dos táxis amarelos. “É perfeitamente possível que o Governo altere, ou suspenda até, por razões de interesse público, o regime de passe mensal, alvo de dúvidas de muitos residentes”, considerou. “O Regulamento prevê que os passes mensais são intransmissíveis e podem ser renovados, mas esses passes não são eternos, portanto o chamado regime de passe mensal vitalício é apenas desejo de uma das partes e não tem qualquer fundamento legal.” Para o deputado, há muitas questões que continuam sem resposta. “Quanto à revogação do regime do passe mensal, o Secretário para os Transportes e Obras Públicas já disse coisas diferentes, por isso há que esclarecer isso. Por exemplo, segundo o modelo de gestão das empresas concessionárias sob controlo do Governo, a quem pertence este passe mensal? Como se decide isto? O funcionamento é transparente? Que factores é que o Governo teve em conta quando fixou as tarifas do passe mensal? Quantos lugares são ocupados por viaturas dos serviços públicos e dos governantes? O Governo deve esclarecer e divulgar informações junto do público sobre todas estas dúvidas, para este poder fiscalizar”, frisou Chan Meng Kam.