Raquel Moz EventosExposição | “Sunless Asteroid AO22” de Sun Xiaoyu amanhã no Armazém do Boi Fazer uma viagem futurista a um asteróide imaginário, que um dia teve o nome de Macau, é a proposta da artista multimédia chinesa que se apresenta amanhã no Armazém do Boi [dropcap]A[/dropcap] viagem começa com uma simbólica cerimónia de desmagnetização da identidade, antes da partida marcada para um mundo alternativo, onde a reflexão sobre o futuro é uma metáfora cosmológica da visão da terra. A exposição “Sunless Asteroid AO22”, da jovem artista de multimédia chinesa Sun Xiaoyu, ocupa a partir de amanhã, 5 de Junho, o espaço do Armazém do Boi, que pretende ser o portal de passagem para esse outro lugar. Equipada com nove ecrãs, que serão janelas para olhar o universo, a galeria vai projectar o mais recente trabalho videográfico de Sun Xiaoyu, intitulado “No Destinations”, resultante da residência artística de um mês que a trouxe ao território, em Maio passado. As imagens então recolhidas, e agora expostas, gravitam à volta do título “Asteróide sem Sol”, nome de código AO22, uma espécie de planetóide imaginário outrora chamado Macau (AoMen, 1998). “Após o colapso do sistema solar, o asteróide perdeu a sua estrela e tem andado à deriva pelo universo. Em AO22 não existe dia nem noite, a areia preta semi-fluida contém solo e água. Não se dorme e as nuvens baixas, compostas de mercúrio, estão carregadas com altos níveis de oxigénio. Na linha do horizonte, amarelo-brilhante, podem ver-se camadas de miragens paradisíacas, construídas por colonos humanos neste asteróide morto. Depois de muita fusão de histórias de colonos e imigrantes, foi imposta uma ‘lei de isolamento’: apenas é permitida a existência a pessoas sem identidade”, é o repto da exposição. Eis o ponto de partida para a viagem, onde os espectadores são convidados a forjar uma não-identidade, para entrarem de uma forma clandestina no AO22. “Durante gerações, lendas misteriosas sobre o AO22 espalharam-se por todos os quadrantes, relatando como incontáveis criaturas tentaram viajar até lá e nunca regressaram”, afirma o manifesto da artista. Novo mundo Sun Xiaoyu é uma artista de vídeo que se graduou em 2017, na Escola de Artes Intermediáticas da Academia de Artes Chinesa, com um mestrado em Narrativa da Imagem Espacial. Actualmente vive entre as cidades de Hangzhou e Xangai, e trabalha em fotografia artística para instalação de painéis de vídeo, criando narrativas de linguagem visual que reflectem o pensamento actual, através do ritmo entre a imagem e o espaço expositivo. “O seu trabalho é construir um novíssimo mundo da imagem, recorrendo a metáforas surreais e rompendo com a linguagem intrínseca à própria construção. Explora também a percepção e a lógica interna da narrativa, através da imagem, sobre a realidade presente e o espaço futuro”, pode ler-se no comunicado de imprensa. Apesar da curta carreira, Sun Xiaoyu participou já em diversas mostras nacionais – no Western Art Museum de Xi’an, no New Media Art Festival em Chongqing, no CAA Art Museum em Hangzhou, no Times Art Museum de Pequim, e recentemente no Wuhan Art Museum – e internacionais – no San Francisco Art Institute, EUA, no Brüder Grimm-Museum em Kessel, Alemanha, e na Saatchi Gallery de Londres, Reino Unido. O projecto de “Sunless Asteroid AO22”, organizado pelo Armazém do Boi (Ox Wharehouse), foi desenvolvido pela curadora Lin Canwen, mestre de Arte Contemporânea no Instituto de Investigação de Ideologia Social da Academia de Artes Chinesa. A mostra estará patente na Rua do Volong, entre 5 de Junho e 4 de Agosto, todos os dias das 12h às 19h, encerrando à segunda-feira. A entrada é gratuita.
Raquel Moz EventosExposição no Armazém do Boi mostra obra de Ernest Van até 16 de Junho [dropcap]O[/dropcap] Armazém do Boi inaugurou ontem a exposição “A River of Divine Imperfections – Ernest Van solo exhibition”, que hoje abre as portas ao público e que pode ser vista entre as 12h e as 19h, de terça a domingo, até ao dia 16 de Junho. Mantras e outras espiritualidades são a proposta artística de Ernest Van, numa exposição individual em que questiona o estado de alma da humanidade. A resposta é dada através da construção de um rio de imagens, num longo caudal de pequenos mosaicos em madeira, onde se fundem materiais diversos em composições de folha de ouro, papel de arroz, tintas e outros pigmentos minerais. São 500 peças ao todo, com dez por dez centímetros, que funcionam como um totem religioso e correspondem a um sentimento perdido que Ernest Van quis salientar com esta exposição. O seu manifesto de intenções refere que, “numa altura em que a ciência supera a religião, a razão começa a ser um princípio de devoção e a nossa espiritualidade acabou sendo esmagada. É como a fábula que conta como o coração humano se localizava inicialmente no centro do peito, mas que após tantos anos de desconsideração, acabou por se mover para o lado”. Através de elementos de inspiração budista e outras alusões mitológicas, o artista local refere que “impregnando símbolos espirituais e métodos na peça de arte, espero conseguir levar os espectadores para um santuário espiritual, onde possam entrar nesse ‘estado’ que resgata a função mais ‘arcaica’ da arte – a cura do coração”. Cura para o desassombro Ernest Van, que se formou em Artes Gráficas de Comunicação pela Universidade Nacional de Artes de Taiwan, explica que “com a utilização de acções contínuas e repetitivas para iniciar um diálogo interno, cada painel representa um momento entre os muitos que compõem a vida de uma pessoa, sendo a própria vida uma viagem de auto-cultivação. Sinto-me em paz quando desenho divindades budistas, na esperança de que as minhas meditações possam ajudar a curar os outros, tal como acontece comigo”. A exposição pode ser visitada na galeria da Rua do Volong e conta com a curadoria de Ann Hoi.
Andreia Sofia Silva EventosArmazém do Boi recebe “Saline Baths”, uma mostra de Shi Samben [dropcap]N[/dropcap]o próximo dia 10 de Abril é inaugurada uma nova exposição no espaço Armazém do Boi, situado na Rua do Volong. A mostra individual de Shi Samben, um artista oriundo da China continental, intitula-se “Saline Baths” e está relacionada com as reacções que os seres humanos geram no próprio artista. “Quando examino de perto a natureza humana, apenas sinto desapontamento. Mas quando olho à volta do caleidoscópio do comportamento humano, o mundo torna-se novamente interessante”, referiu, citado por um comunicado. Na sua obra, Shi Samben olha para as salinas não só como um lugar onde se produz o sal mas também como uma “solução que mantém a função das células do nosso corpo”. Na sua visão, as salinas são algo “suave, gentil e aborrecido”, sendo que o artista se transforma ele próprio numa salina, que “observa e destila o caleidoscópio da natureza humana”. Por sua vez, o conceito de “banho” surge relacionado com a intimidade que necessitamos de preservar quando estamos rodeados de estranhos. “Os conceitos de estar em privacidade e em público estão interligados e são calculados, tal como quando o artista produz o seu trabalho pessoal”, adianta o mesmo comunicado. Shi Samben estará a realizar uma residência artística no Armazém do Boi até 26 de Maio. Esta iniciativa relaciona-se com um projecto de vídeos de animação realizado no passado, quando o artista tentou relacionar pensamentos intimistas e ambíguos com formas visuais, revelando “um dilema entre considerações filosóficas comuns e a vida normal das pessoas”.
Andreia Sofia Silva EventosArmazém do Boi | Um novo espaço artístico na rua do Volong A Associação de Arte Armazém do Boi deixou a avenida Coronel Mesquita, sem adiantar se um dia vai voltar ao espaço que está, actualmente, em obras. Para já, as exposições e futuras residências artísticas acontecem na rua do Volong, num conciso edifício com três andares [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ost-Ox Warehouse Experimental Site” é o nome da exposição que revela a nova fase da Associação de Arte Armazém do Boi. Ao longo de três andares pintados de branco espalham-se várias obras de diferentes estilos, da pintura à instalação de arte e vídeo. São, na sua maioria, da autoria de artistas locais, e muitas delas remetem-nos para a contemporaneidade de Macau. Por exemplo, Ng Fong Chao, artista que se estabeleceu no território em 1984, oriundo de Zhejiang, apresenta um trabalho que remete não só para a passagem do tufão Hato como recorda, através de fotografias antigas, outras tempestades tropicais do passado. O trabalho tem um título sugestivo: “The Prosperity Alarm”. Com esta exposição, a Associação de Arte Armazém do Boi rompe um pouco com o passado sem trair a sua génese, no que diz respeito à promoção do trabalho artístico que se vai fazendo em Macau. Ao HM, Noah Ng, actual presidente da associação, traça o retrato daquilo que o público poderá ver nos próximos tempos na rua do Volong, no bairro de São Lázaro. “Este espaço é muito mais pequeno do que o anterior, mas, ainda assim, será um lugar dedicado à experimentação. Temos aqui uma grande variedade de artistas, que usam diferentes tipos de materiais e conceitos, tal como a ligação aos media, por exemplo, para seguir os seus próprios processos de experimentação.” O ponto de partida para a selecção dos artistas foi a relação que estes apresentam com a arte contemporânea, com temáticas como os media e a sociedade actual. “Os artistas que vemos aqui expostos têm cerca de 30 anos e são artistas emergentes”, adiantou Noah Ng. O que está em exposição “não tem a ver com a cidade mas com a forma como exploram o processo das suas próprias criações e como desenvolvem métodos de experimentação”. “Tem tudo a ver com a forma como vão além dos seus próprios limites e como mostram curiosidade relativamente a cada fase de produção das suas obras”, concluiu o presidente da associação de arte. No último andar do edifício fica um beliche, uma cozinha em ponto pequeno e uma varanda, lugar que dará casa a artistas de todo o mundo que serão convidados a participar em residências artísticas. Os responsáveis da associação querem ir além das fronteiras com China, Hong Kong e Taiwan e explorar alguma da arte que se faz na Europa, nomeadamente em Portugal. E a Coronel Mesquita? O enorme espaço para exposições de que dispunha a Associação de Arte Armazém do Boi está agora em obras custeadas pelo Governo, dado o envelhecimento do espaço da Avenida Coronel Mesquita. Noah Ng garante não saber se a sua associação pode voltar ao antigo edifício onde funcionou durante anos. “Uma vez que o nosso antigo espaço está em obras, tivemos de mudar e, até agora, ainda não nos foram dadas mais informações sobre o processo. Não sabemos como é que o Governo vai usar o espaço, não sabemos se será usado por outras associações sem fins lucrativos, ou se haverá um concurso para a apresentação de trabalhos. Não sabemos o que vai acontecer nos próximos anos, não é certo o nosso regresso à Coronel Mesquita.” Apesar de disporem agora de um espaço bem mais reduzido, a ideia é prosseguir o mesmo objectivo e até renovar as actividades culturais que ali acontecem. A organização de residências artísticas é prova disso mesmo. “Trabalhamos muito com voluntários e, independentemente das dificuldades que enfrentamos, tentamos sempre fazer o melhor, mesmo que a situação seja agora ligeiramente diferente. Queremos ter um espaço onde possamos continuar a promover trabalhos artísticos e que possamos continuar a ser uma plataforma para o panorama das artes em Macau. Procuramos encontrar uma forma de trabalhar com projectos que se possam ajustar a este espaço.” Além das exposições colectivas e das residências artísticas, o Armazém do Boi quer apostar em exposições individuais. Sobre a Coronel Mesquita e a possível criação de um local ligado às indústrias culturais e criativas, Noah Ng tem dúvidas sobre a implementação, na prática, da ideia de Alexis Tam, secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. “É sempre uma boa ideia desenvolver um centro criativo naquela zona, mas permanece a grande questão de como é que essas ideias serão postas em prática. Sinto que deveria haver uma comissão com experiência suficiente quanto à utilização de todos os espaços e que nos explique quais as diferenças relativamente entre essa e a actual localização. Mas é difícil porque é preciso que as associações do meio sigam as instruções criadas pelo Governo para que esse plano seja posto em prática”, concluiu. A exposição “Post-Ox Warehouse Experimental Site” está disponível para visita gratuita até ao dia 7 de Outubro.
Hoje Macau EventosArmazém do Boi | Novas instalações abrem hoje com exposição colectiva [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]associação de arte Armazém do Boi vai inaugurar esta tarde uma exposição nas suas novas instalações na zona de São Lázaro. “Post Ox Warehouse Experimental Site” é uma exposição colectiva que reúne cinco artistas de Macau, Xangai, Hangzhou, Guangzhou e Shenzhen. A mostra inclui trabalhos de fotografia, performance, media pintura, arte conceptual e vídeo arte, revela um comunicado da organização. A cerimónia de abertura é às 18h30 Galeria 2F na Rua do Volong, nº 15. A entrada é livre e a exposição estará patente até 7 de Outubro.
João Luz EventosMuseu de Arte de Macau recebe Festival de Animação Experimental Cross-Straits [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Festival Experimental de Animação Cross-Straits, ou EXiM 2017, decorre no próximo fim-de-semana, de 17 a 19 de Novembro, no Auditório do Museu de Arte de Macau. O evento inclui três sessões de visionamento, sendo que a sessão inaugural acontece no próximo dia 17 de Novembro, sexta-feira, pelas 19h e é organizado pelo Armazém do Boi. As manifestações de experimentalismo na área da animação normalmente transcendem a tradicional narrativa do vídeo e do filme para conceitos que extravasam os habitais cânones da criação cinematográfica. Ao longo do tempo, este tipo de criações tornaram-se uma forma de criação artística com presença em exposições de arte contemporânea. Os organizadores do evento convidaram três curadores com bastante traquejo no que toca à arte contemporânea e ao cinema experimental. A saber: Cao Kai do Interior da China, Phoebe Man de Hong Kong e Chang Jay de Taiwan. Os três curadores escolheram uma selecção de 34 trabalhos, aos quais se juntam mais quatro de artistas locais e que forma o cartaz do EXiM 2017. Tendo em conta o surgimento nos últimos anos de uma grande profusão de meios electrónicos e digitais, inclusive no campo do software, os artistas viram as possibilidades em animação multiplicarem-se a um ritmo acelerado. Desta forma, não é de estranhar que o cinema de animação tenha sido escolhido como conceito condutor do EXiM 2017. Da diversidade A organização deste evento, de acordo com o comunicado do Armazém do Boi, é estimular a criação local de arte experimental neste ramo, de forma a manter Macau a par da cena internacional, rompendo com as amarras conceptuais que normalmente constrangem a expressão cinematográfica. Por outro lado, a escolha destes três curadores visa imprimir no cartaz do festival uma multiplicidade de influências e visões artísticas diversas. Macau, Hong Kong, Interior da China e Taiwan têm fundos históricos distintos, com níveis de desenvolvimento e ideologias sociais diferentes. Todas estas envolvências inspiram a criação artística de formas variadas em cada região. Ou seja, o público não só pode assistir às criações cinematográficas, mas também ter um vislumbre das influências sociais das produções. As sessões começam sempre às 19h e têm entrada livre.
Hoje Macau EventosArmazém do Boi abre portas em 2018 [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] já a partir do dia 1 de Outubro, domingo, que o espaço cultural Armazém do Boi estará fechado ao público, “a fim de melhorar as suas condições em prol das suas operações futuras”, anuncia o Instituto Cultural (IC) em comunicado. O IC prevê que o Armazém do Boi volte a funcionar na segunda metade de 2018. Vão ser feitos “trabalhos de reparação em todo o Armazém, incluindo a reparação de todo o telhado, paredes externas e internas e sua impermeabilização, trabalhos de drenagem e a substituição e recuperação do chão, janelas e portas”. Quanto ao concurso público, o IC deseja que “todas as associações artísticas locais interessadas em promover as artes visuais e o desenvolvimento das artes comunitárias” possam submeter as suas propostas para a utilização do espaço. A ideia é que se possa criar “um novo método cooperativo para encorajar a participação e actividade das associações civis, a fim de revelar a diversidade do panorama artístico de Macau”. Outras paragens Localizado na Avenida do Almirante Lacerda, o antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino e Canil Municipal de Macau foi classificado em 2017 como edifício de interesse arquitectónico. O edifício do antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino foi construído em 1912 e reconstruído em 1924, sendo composto por dois edifícios paralelos com a tipologia de grandes armazéns, um dos quais (actualmente conhecido por Armazém do Boi) passou a ser usado como espaço expositivo em 2003 e passou a estar sob a égide do IC em 2016. No ano passado, durante uma vistoria ao edifício, foram detectados alguns riscos de segurança causados pelo envelhecimento e degradação do mesmo, explica o IC. A associação que actualmente está no Armazém do Boi teve de sair, mas segundo explicou a sua responsável, Gigi Lee, ao HM, a ideia é continuarem o trabalho que têm vindo a desenvolver. “Saímos das instalações e vamos trabalhar com as pessoas ou trazemos a comunidade para integrar as nossas actividades. É um trabalho muito interessante e que merece ter continuidade.”
Sofia Margarida Mota Eventos MancheteArmazém do Boi ainda sem novo espaço [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Armazém do Boi ainda não conseguiu arranjar um espaço alternativo àquele que tem ocupado. A organização vai ter de abandonar as instalações do edifício do antigo matadouro e está a ser difícil encontrar uma solução. De acordo com a curadora e membro da associação, Gigi Lee, “no ano passado, durante uma reunião com o Instituto Cultural (IC), foi comunicado que, após 2017, a associação teria de deixar as instalações”. O argumento dado pelo IC, responsável pela estrutura, foi de que “iriam ser iniciadas obras de remodelação”, explica a curadora ao HM. Gigi Lee reconhece que o local precisa de obras, mas não coloca de parte a possibilidade de o edifício passar a ser aproveitado de outra forma. As perspectivas para o Armazém do Boi não são animadoras. Sem certezas quanto a um possível regresso àquele espaço, a associação não consegue encontrar um local para manter a actividade. As dificuldades são essencialmente financeiras e prendem-se com a impossibilidade de pagar contas e, “muito menos, uma renda”. “Aqui não temos de pagar as contas, nem suportar uma renda”, diz Gigi Lee, recordando que o Armazém do Boi é uma associação sem fins lucrativos, “pelo que não há dinheiro”. Todas as actividades desenvolvidas são possíveis com o apoio do Governo, recorda. Para a curadora seria importante que, mesmo com as obras, a associação tivesse oportunidade de voltar àquelas instalações. No entanto, Gigi Lee admite que este factor não é o essencial. Fundamental é conseguir manter a continuidade do trabalho que tem sido desenvolvido, até porque se trata “de um trabalho diferente do de outras organizações do mesmo género”. Marcar a diferença Em actividade há 14 anos, o Armazém do Boi já tem provas dadas na promoção artística no território. Definido pela própria curadora como um espaço singular, Gigi Lee destaca o trabalho realizado por “ser o único que recebe projectos mais experimentais e que só se dedica à arte contemporânea”. “Enquanto muitas entidades se dedicam a exposições sem integrar as novas formas de arte, nós acolhemos, por exemplo, a performance”, vinca a curadora, acrescentando que um dos objectivos do Armazém do Boi é o de estar “sempre receptivo à novidade”. Por outro lado, é esta abertura que tem feito crescer o interesse pelos artistas locais e internacionais que, de acordo com Gigi Lee, têm feito chegar à associação cada vez mais pedidos de exposição. A curadora não deixa de destacar o trabalho comunitário que tem integrado um conjunto de actividades que envolvem famílias e um público de todas as idades. “Saímos das instalações e vamos trabalhar com as pessoas ou trazemos a comunidade para integrar as nossas actividades. É um trabalho muito interessante e que merece ter continuidade”, defende Gigi Lee.
Hoje Macau EventosIlha de Hengqin | Armazém do Boi acolhe exposição de fotografia A terceira edição da exposição de fotografias que retratam o desenvolvimento da Ilha de Hengqin começa este sábado. Os trabalhos, da autoria de sete fotógrafos de Macau, estarão expostos no Armazém do Boi até 16 de Julho [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s investimentos anunciados na vizinha Ilha de Hengqin, também conhecida como Ilha da Montanha, têm levado a profundas transformações no pequeno território do continente e nas vidas que o povoam. Sete fotógrafos de Macau deram seguimento a um trabalho de recolha de imagens que retratam estas transformações, iniciado em 2011. A terceira edição da exposição “Following The Changes in Hengqin’ 2011-2014-2017” é inaugurada já este sábado no Armazém do Boi, estando patente até ao dia 16 de Julho. Tudo começou em 2011, quando Frank Lei Ioi Fan, o mentor do projecto, fez o primeiro trabalho sobre as pequenas aldeias que, aos poucos, vão sendo sugadas pelas torres de betão e pelo desenvolvimento económico. Esse projecto teve como título “The Disappearing Neighbouring Villages – Rediscovery of Hengqin Island Photographic Exhibition”. Em 2015, houve uma sequela, com o nome “Below Laobeishan: Hengqin Today Photos and Videos Creative Exhibition”. Segundo um comunicado do Armazém do Boi, Frank Lei e os restantes fotógrafos têm procurado retratar o constante e rápido desenvolvimento da Ilha de Hengqin, “documentando as mudanças drásticas que afectaram a sociedade e a vida das pessoas desde que o Governo Central lançou o Plano Geral de Desenvolvimento de Hengqin, em 2009”. A nova edição da exposição que agora se inicia “conta a história de Hengqin através da perspectiva de sete fotógrafos”, contando também com uma selecção de alguns trabalhos já exibidos entre 2011 e 2014. O Armazém do Boi vai também compilar e publicar a obra “The once dusty land – Images of Hengqin: 2011-2014-2017”, enquanto documento visual periódico. A exposição tem entrada livre e conta com apoio da Fundação Macau.
Sofia Margarida Mota Eventos MancheteArmazém do Boi | Workshop e exposição para reflectir Macau Gil Mac regressa a Macau para um woprkshop no Armazém do Boi em que os participantes são convidados a trabalhar em logótipos que representem a cidade. O espaço é de criação e reflexão para que, no final, resulte uma exposição em caixas de cartão que comuniquem o território [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma semana para a criação de logótipos em caixas de cartão capazes de reflectir a cidade, é a proposta do workshop Macau™ que vai ter lugar no Armazém do Boi. Gil Mac é o responsável pelo evento. A participação do artista marca a presença portuguesa na programação de 2017 do Armazém e resultou do open call “Seed in Spring” promovido pela entidade local. A cidade não é nova para Gil Mac e a ideia, neste regresso, é pensar Macau e o branding do lugar. “A primeira vez que estive em Macau foi em 2007 com a Teatro do Frio para apresentar um espectáculo a solo no festival Fringe e apaixonei-me pela cidade. Voltei em 2014 com o colectivo (DEMO) para o mesmo festival com o projecto ‘UWAGA!’. Estivemos no Armazém do Boi várias semanas com uma oficina de arte urbana e tipografia”, recorda. Foi aí que conheceu e se surpreendeu com a criação artística “made in Macau”. “Conheci uma nova geração de artistas muito criativa, com espírito crítico e “politicamente” envolvidos. Fizemos várias intervenções no espaço público e o resultado foi muito interessante”, aponta Gil Mac. O evento, que vai ter lugar entre 12 e 19 de Março, tem como mote “a riqueza histórica e multicultural do território e a sua contemporaneidade identitária tendo em conta as particularidades”. Para Gil Mac, o território é detentor de características que se concretizam nos fluxos de turismo e de consumo, na globalização e na mudança dos espaços públicos e privados, e estes serão alguns dos temas em análise.O Macau™ aparece ainda na sequência do trabalho que, o também designer gráfico, tem vindo a desenvolver dentro do projecto pessoal “whatever ™”. Comunicar a urbe As premissas que fundamentam o evento são as necessidades da cidade e as suas representações. No entanto, não se trata de um resultado de intervenção em espaço público mas sim expositivo e com uma linguagem associada à publicidade através do uso do branding, com os olhos postos na síntese que é o logótipo. A ideia passa ainda por “fazer a desconstrução da comunicação das marcas que se encontram na cidade e a forma como se comunicam.” O objectivo inicial seria a realização de um workshop durante uma semana, mas na ausência de espaço disponível o programa foi reorientado. O evento será feito em vários momentos. Numa primeira fase, é realizado um briefing, a 12 de Março, com os participantes e onde são dadas as premissas. Segue-se uma semana de trabalho. “Este tempo é um momento em que as pessoas vão olhar para a cidade, reflectir no que ela diz e trabalhar em esboços, fotografias e ideias, para que no fim-de-semana seguinte, num terceiro momento, se faça uma síntese dos logos que foram criados no período anterior e seja criado um objecto gráfico a preto e branco”. A materialização é feita em caixas de cartão porque, afirma, “são objectos que normalmente têm em si informação acerca dos produtos que transportam e, muitas vezes, esta informação é também um logótipo”. Para Gil Mac, “o mais importante é a experiência” sendo que a discussão dos diferentes pontos de vista e opiniões sobre a cidade culminarão em trabalhos “mais ricos”. “No cerne do evento está a reflexão do que é que é Macau neste momento”, afirma. Os participantes vão procurar, de uma forma criativa, comunicar com a cidade, e, ao olhá-la com outros olhos, encontrar nela características que possam ser representadas graficamente. “[Os participantes] serão encorajados a ver a cidade de outra forma nas suas múltiplas facetas: na arquitectura, nos símbolos e dinâmicas”. O curto período de tempo do workshop também representa um desafio, considera, na medida em que permite desenvolver capacidades de trabalho sob pressão. Gil Mac é um artista multifacetado. Conimbricense, nasceu em 1975. Estudou artes gráficas, fotografia e multimédia e teve formação adicional em tipografia. Paralelamente, desenvolve projectos associados ao teatro e à música experimental. Admirador de Camilo Pessanha tem vindo a desenvolver o projecto “Inscrição” que deu o mote, no ano passado, à performance “ORACULO”, no Festival Rota das Letras. Camilo Pessanha regressa à edição deste ano, desta feita com a performance Hydra & Orpheu e o projecto DEMO. A ideia é mostrar a influência do poeta local na geração de escritores modernistas portugueses em que se inclui Fernando Pessoa.
Hoje Macau EventosVídeo | Festival experimental com edição dedicada a Portugal O EXiM 2016 olha para Portugal. O evento selecciona, em cada edição, um país ou região para poder mostrar o que de melhor na área do vídeo por lá se faz. Este ano traz de Portugal o vídeo experimental, com destaque para o trabalho feito no feminino [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] “um festival diferente”, classifica José Drummond, um dos curadores, a par com Bianca Lei, de mais uma edição do festival dedicado ao vídeo experimental, o EXiM 2016. “É um festival diferente no sentido em que não tem candidaturas e os filmes projectados são uma escolha. É ainda um evento que tem como alvo o que se faz a nível experimental, como indica o próprio nome”, explica ao HM. Tem a direcção de Bianca Lei, que nesta edição divide com José Drummond a curadoria. “As projecções de Macau ficaram a cargo da Bianca Lei e eu com as de Portugal.” Na origem da iniciativa está a ideia de que cada ano seja dedicado a um país que irá dividir a participação com Macau. Esta edição é dedicada a Portugal. O critério de escolha das apresentações que vão acontecer no Armazém do Boi é essencialmente a diversidade. “Em vez de fazer três screenings semelhantes, a nossa aposta de imediato foi em ter uma sessão mais variada e ter uma maior diversidade de práticas, que pudesse, de alguma forma, fazer um bocadinho o panorama do que se tem feito nos últimos cinco ou dez anos com artistas realmente diferentes ou a trabalharem o vídeo de uma forma diferente”, explica José Drummond. A título de exemplo, o curador refere os trabalhos de Rui Calçada Bastos, José Carlos Teixeira, Bruno Campo e Carla Carreira e António Júlio Duarte. O evento é marcado, após a sessão de abertura de sexta-feira que junta artistas locais e portugueses, por uma aposta no trabalho feito no feminino, com as projecções de Tatiana Macedo e de Mariana Viegas. A razão é, segundo o curador, a necessidade de dar mais espaço a que os trabalhos feitos por mulheres sejam apresentados. “Tenho insistido muito em que, de algum modo, a presença feminina se destaque, de modo a poder dar contextos associados a esse mundo que é particular”, explica. José Drummond considera que “as mulheres têm de ter mais espaço”. “Ainda não é suficiente porque, além do modo e sensibilidade de abordagem das mulheres ser especial, essas coisas têm de começar a ter a mesma presença e balanço também no vídeo para podermos ser mais justos”, diz. Ao falar das escolhas que fez, em particular para a edição de 2016 do EXiM, o curador explica “Mariana Viegas está a viver na Dinamarca e Tatiana Macedo tem estado numa residência em Berlim. Enquanto ponto de ligação é o facto de serem ambas artistas portuguesas que não estão no seu país”. Além da mulher As duas artistas partilham ainda o facto de terem trabalhado anteriormente em fotografia. Mas, no que respeita ao vídeo, apresentam abordagens nada semelhantes, apesar de nenhuma das duas se centrar na questão do género ou de assuntos relacionadas. “São trabalhos diferentes e o que acho curioso é que, no trabalho delas, não há uma tentação do feminino no sentido em que as artistas não demonstram preocupações mais directamente ligadas ao mundo das mulheres: a maternidade, por exemplo. No caso destas autoras isso não acontece, sendo que a sensibilidade feminina está lá.” Para Drummond, “quando se vê um trabalho feito por uma mulher, percebe-se isso mesmo”. Mariana Viegas, segundo Drummond, já na sua obra fotográfica mostra uma paixão muito intensa de contraste entre ruínas e seres vivos. “O trabalho dela estabelece essa relação entre um espaço em geral de ruínas e a continuação de uma outra qualquer existência. Sem que se note que seja forçado, há um olhar sobre a morte, sobre uma ideia qualquer de um apocalipse que, mesmo assim, deixará que continue a existência.” No entanto, “esta é uma leitura pessoal e feita no vazio”, salvaguarda o curador. O trabalho da Tatiana Macedo aparece como um trabalho “muito interessante” que pega no título de uma canção do Leonard Cohen – “Seems So Long Ago, Nancy”. É um vídeo de 45 minutos, é uma visão, sobre um museu em especial, o Tate Gallery, e é feito a partir do olhar dos seguranças e funcionários do espaço. “O protagonista não é o público ou as obras, mas sim as pessoas que trabalham no museu, aquelas pessoas que estão ali chateadas num canto, sentadas numa cadeira. É um trabalho com uma poética muito interessante na forma como aborda temas como o tédio e o vazio, é uma visão depurada do que é um museu a partir da perspectiva dessas pessoas.” A experiência As projecções encerram no serão de domingo com o trabalho de José Maçãs de Carvalho, que também faz a transição da fotografia para o vídeo, embora o trabalho que tem vido a desenvolver seja essencialmente marcado pelo carácter experimental. “Na fotografia de José Maçãs de Carvalho existe sempre um lado conceptual muito forte, enquanto no vídeo há uma tentativa de experimentar caminhos que o vídeo proporciona.” O autor tem várias pequenas peças em que apresenta coisas diferentes de como trabalhar este meio e, “ao longo da sua carreira, foi apontando caminhos diversos de como o fazer”. Programa EXiM 2016- Portugal and Macao Experimental Video Festival Local: Armazém do Boi | 25, 26 e 27 de Novembro Sexta-feira 19h – Artistas: Natercia Chang Sio Weng, Joein Leong, Ella Lei, Yves Etienne Sonolet, Ray Chu, Carla Cabanas, Nuno Cera Sábado 16h – Trabalhos de Tatiana Macedo e Mariana Viegas 19h – Trabalhos de Ray Sun Ruey Horng, Lei Cheok Mei, Ieong Kun Ieng , Suki Chan , Ivy Choeng , Fish Leong Ka Ian, Sam Kin Hang, Jack Yau, William Kwok, Napx, Leong Hou Un, Paula Lo, Natercia Chang Sio Weng e Ray Chu Domingo 16h – Trabalhos de Nuno Cera, Bruno Ramos, José Carlos Teixeira, António Júlio Duarte, Carla Cabanas & Rui Calçada Bastos 19h – Trabalhos de José Maçãs de Carvalho
Angela Ka EventosArmazém do Boi apresenta vários workshops em Novembro [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Armazém do Boi tem na manga um mês de Novembro que liga a criação artística ao ambiente. A associação artística local apresenta “Transformation – Regeneration” que conta com convidados de Hong Kong para a partilha de experiências e conhecimentos no que respeita à reutilização e recriação de produtos. As áreas são ecléticas e abrangem a confecção de roupa, a interacção entre comunidade e artesanato, uma nova abordagem da agricultura em espaço urbano e a criação e mobiliário. Da lista de convidados consta o estilista Ken Hung que para participar na MILL6 Summer Program: MILL6 WARM UP – Make a piece of clothing for yourself em Hong Kong, passou meses entre as comunidades da vizinha RAEHK a ajudar os residentes a transformarem as peças de roupa. O ex-director da Hong Kong House of Stories, Him Lo vem partilhar a experiência que tem adquirido na promoção de actividades associadas ao artesanato dentro das comunidades. Do currículo do artista sobressai o trabalho desenvolvido na preservação de artefactos que representam vidas e culturas. <h4>Agricultura na cidade</h4> De Macau, estará presente Yvonne Ieong. Agora residente de Hong Kong , traz a aplicação dos conceitos de protecção ambiental ao comércio. A vencedora de vários prémios com o projecto que realizou no território vizinho, “Hong Kong Green Building Council Limited”, considera que a difusão de actividades agrícolas em espaço urbano já está a acontecer, nomeadamente em cidades com grande densidade populacional. Yvonne Ieong regressa a Macau para partilhar a sua experiência. Jaffa Lam é a artista que vai ensinar a redecorar através da reutilização e transformação de objectos que tinham o lixo como certo. Do seu portfólio destacam-se inúmeros objectos que acolhem as coisas com histórias e representativas de meios sócio culturais. Programa 5/11 A True Remaking – Ken Hung X Siwai Cheong Fabric Recycling / Clothes Transformation 14h30 Craftsmanship & Community – Him Lo X Cora Si Traditional Crafts & Community Symbiosis 16h30 6/11 Spatial Remake in the Concrete Jungle – Yvonne Ieong X Aquino da Silva The Green Office 14h30 Roaming and Relocating – Jaffa Lam X Joey Ho Soical Awreness and Art Sculpture 16h30
Manuel Nunes EventosArmazém do Boi | Organizados Fórum e exposição sobre espaços de arte O Armazém do Boi vai organizar um fórum e uma exposição sobre a teoria da evolução e sobrevivência dos espaços artísticos. Este evento será o primeiro sobre o tema apresentado pelo Armazém do Boi e é participado por artistas e especialistas de Macau, Taiwan e Cantão. Assim, este programa de intercâmbio regional, encetado também pela Estação Huangbian de Cantão, vai contar com a presença de grupos artísticos representativos da Formosa para estudar como os espaços de arte e os grupos independentes se adaptam às mudanças sociais para conseguirem sobreviver. Para discutir o assunto, estarão também presentes representantes de artistas, que vão discutir a evolução dos espaços de arte independentes, numa sessão onde explicarão aos presentes como continuar a melhorar a sua performance e sobre forma de adaptação para sobreviverem. Explorar as ecologias artísticas de cada uma das regiões, discutir outros temas de interesse e a partilha de experiências e ideias é também um dos objectivos do evento. Segundo a organização, Macau, Guangzhou e Taiwan têm intercâmbios artísticos frequentes, apesar de cada uma destas regiões ter suas próprias tendências e processos de desenvolvimento artístico diferentes. Todavia, lê-se ainda no comunicado distribuído à imprensa, nos últimos dez anos o crescimento dos espaços de arte independentes nas três regiões tornou-se um tema da actualidade, ao que não serão alheias as políticas culturais oficiais e a demanda do público. Protagonistas Os oradores serão Frank Lei (Armazém do Boi), Li Xiaotian (Huangbian Station) e Lai Hsin-Lung (Hantoo Art Group). Participam ainda os artistas Bianca Lei, Noah Ng e Cora Si (Armazém do Boi), Catherine Chen, Chen Jialu, Zhongjian Du, Haibin Huang, Jingbin Liu e Zhiyong Li (Estação Huangbian – Cantão) e Lai Hsin-Lung, Yang Jen-Ming, Lu Hsien-Ming e Chang-Ling (Grupo Hantoo Art – Taiwan). “Teoria da Evolução dos Espaços Arte”, assim se chama o evento, é organizado pelo Armazém do Boi e patrocinado pelo Instituto Cultural e pela Fundação Macau e comissionado conjuntamente pela Estação Huangbian de Cantão e pelo Grupo Art Hantoo de Taiwan. A produção é de Gigi Lee, artista e curadora de Macau. O local da exposição é, naturalmente, o Armazém do Boi. Fórum e Exposição acontecem a 21 de Maio estando o início do fórum previsto para as 15h00 e a cerimónia de abertura da exposição para duas horas mais tarde, ficando depois patente ao público até ao dia de 10 Julho. A entrada é livre.
Flora Fong EventosArmazém de Boi | Festival de Vídeo Experimental de Hong Kong em Macau O Festival de curtas-metragens de Hong Kong EXiM volta ao território entre os dias 13 e 15 deste mês para, define a organizadora, fazer com que as pessoas reflictam. No grande ecrã estarão filmes sobre sexo, o Occupy Central e violência doméstica [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]exo, género, sociedade e arte são os temas principais do Festival de Vídeo Experimental de Hong Kong (EXiM), que abre portas a 13 deste mês no Armazém do Boi. Com entrada gratuita, o festival começa com a exibição de “Arte e Sociedade”, às 19h00. A peça aborda a temática do Occupy Central, um movimento que teve lugar na região vizinha em defesa do sufrágio universal nas próximas eleições para o Chefe do Executivo. A organizadora do festival, Bianca Lei, vai juntar-se a duas artistas, Phoebe Man e Linda Lai, e um produtor musical, para trazer a iniciativa até Macau. “Para organizar um evento sobre a arte de Hong Kong em 2015, não nos podemos esquecer da Revolução do Guarda-Chuva, que aconteceu no ano passado”, começou a artista por explicar. “Este movimento foi a inspiração para muitas obras de arte, os cidadãos expressaram as suas solicitações de forma artística”, continuou. Muitos dos filmes, explica Lei, “transmitem uma mensagem polícia muito intensa”. Este, no entanto, “é mais abstracto”, pelo que dá mais espaço ao público para pensar. “A arte é também um processo de reflexão”, explicou a artista Phoebe Man no site do festival. Da manif ao amor No próximo sábado, serão apresentadas duas curtas-metragens às 16h00 e às 20h00, respectivamente. A primeira foi realizada pela artista Linda Lai, que considera a arte de vídeo uma ligação preponderante, que activa o mundo e a vida. Chama-se “Espectáculos Críticos, Visões vagueadas” e o trabalho final consiste na selecção de mais de dez obras realizadas por estudantes do Instituto de Media Criativos de Hong Kong. Fazem parte da curta “elementos banais” e paisagens que juntas constituem um discurso acerca da sociedade cultural. “Uma parte do vídeo relata o espaço estreito da cidade de Hong Kong, que ultrapassa o limite de movimento do corpo humano, que sente estar preso numa gaiola”, explica Lai no mesmo website. O dia de sábado integra três outras peças de vídeo da mesma autora, incluindo “Não Espaço/Outro Espaço”, que mostra a evolução das cidades de Macau e Hong Kong durante os últimos nove anos. Através de curiosas imagens, cores e elementos sociais e do ambiente citadino, mistura as duas ambiências. O segundo filme, intitulado “Doors Medley”, tem uma particularidade: foi filmado recentemente, mas usa técnicas muito frequentes da década de 60 de obras de cinema cantonês. Fala de portas a abrir e fechar e cenas de amor entre namorados. O “In The House, The Flat (aka La Casa 1-2)” captou a decoração e bens dentro de um domicílio, através de conversas entre familiares, tenta passar cá para fora a vida em comunidade e a privacidade que o lar oferece. No último dia do festival, que encerra a 15 de Novembro, serão exibidos no Armazém do Boi oito vídeos de Phoebe Man. A sessão de cinema tem início às 15h00 de domingo e focam histórias sobre sexo, humor e questões sociais polémicas. “Tenho interesse em questões sociais como são a violência doméstica, conforto da Mulher, problemas de habitação e outros que serão expostos nos vídeos”, começou a artista por dizer. “Em termos de técnica e estilo, confesso que gosto de filmar cenas de sexo na cama com métodos de cinema que enalteçam os corpos”, confessa. O EXiM encerra com um concerto audiovisual do artista convidado de Hong Kong, Choi Sai Ho. É a partir das 20h00 de domingo que o público poderá assistir a um espectáculo multimédia com recurso a sons, imagens e canções originais do próprio autor.