China | Produção industrial cresceu 5,7% em julho

A produção industrial na China cresceu 5,7% em Julho, em termos homólogos, desacelerando face ao mês anterior e ficando abaixo das previsões dos analistas, segundo dados divulgados hoje pelo Gabinete Nacional de Estatísticas do país asiático. Os analistas esperavam uma descida para 5,9%, após o crescimento homólogo de 6,8% registado em Junho. Entre os três principais sectores considerados no indicador, o sector manufatureiro registou a maior subida (6,2%), seguida da extracção mineira (5%) e da produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água (3,3%). No acumulado de 2025, a produção industrial aumentou 6,3%. As vendas a retalho, principal indicador do consumo, cresceram 3,7% em julho, abrandando face aos 4,8% de junho.

O organismo destacou que a economia “superou um ambiente externo complexo e em mudança”, mas apontou o impacto negativo de “fenómenos meteorológicos extremos” que afetaram várias regiões do país, incluindo chuvas intensas, inundações e secas.

A taxa oficial de desemprego urbano situou-se em 5,2% em julho, contra 5% no mês anterior. Já o investimento em ativos fixos aumentou 1,6% nos primeiros sete meses do ano, abaixo dos 2,8% registados até junho e inferior às previsões de 2,7%.

Por setores, o investimento no setor manufatureiro cresceu 6,2% e em infraestruturas 3,2%, enquanto o destinado à promoção imobiliária caiu 12%, refletindo a prolongada crise do setor. As vendas comerciais de imóveis, medidas pela área de terreno, recuaram 9,2% no acumulado até julho.

17 Ago 2025

Lágrimas e crocodilos – Chega de moralismo e lamentos pela «armadilha» industrial chinesa

Por Wang Zichen

Imagem: Wang Qingsong, Can I cooperate with you, fotografia120x200cm,2000

Recentemente, os comentários norte-americanos pintaram um quadro em que a China executa um plano calculado, há muito arduamente elaborado, para atrair empresas estrangeiras para o seu mercado, apenas para extrair a sua tecnologia e estimular os concorrentes nacionais – acabando por descartar as empresas estrangeiras depois de terem cumprido o seu objetivo. Nesta narrativa, uma empresa americana após outra é vítima da suposta armadilha da “tecnologia para o mercado” de Pequim: primeiro a Motorola, depois a Apple e agora a Tesla.

Dois artigos recentes do Wall Street Journal sobre a China (8 de julho e 15 de julho, 2025) resumiram este ponto de vista, contando como a Motorola ajudou a alimentar a indústria de telecomunicações da China apenas para ser ultrapassada, e como a estrela da Tesla na China se desvaneceu à medida que os fabricantes locais de veículos eléctricos cresceram. Cada artigo levava os leitores a uma conclusão precipitada – por exemplo, um terminava com a pergunta: “Como acha que as empresas americanas devem abordar a China actualmente?”, e o seguinte com a pergunta: “Acha que os EUA devem apertar ainda mais as suas restrições tecnológicas à China?” Estas perguntas reforçam o ângulo de que as empresas estrangeiras foram vítimas ingénuas e a China a beneficiária astuta, em vez de convidarem a um debate aberto.

Esta perspectiva unidimensional ganhou ainda mais força com vozes como a do antigo estratega da Casa Branca, Steve Bannon, que foi citado no Financial Times esta semana, troçando a propósito de “as empresas americanas terem passado décadas a ser enganadas, a ser ludibriadas pelo Partido Comunista Chinês, a transferir as jóias da coroa da nossa tecnologia. E, por isso, não receberam nada”. Segundo Bannon, as empresas ocidentais foram essencialmente enganadas – seduzidas pelo mercado chinês, despojadas do seu know-how e deixadas com os bolsos vazios. (Não importa que Bannon tenha forrado o seu próprio bolso com o dinheiro de um vigarista chinês fugitivo.)

Este tipo de narrativa é cativante, sim, mas é também profundamente enganadora. Assenta num tom moralizador e condescendente que simplifica demasiado uma realidade muito mais complexa. Implícita nestas narrativas está a presunção de que a hierarquia global de domínio tecnológico – há muito liderada por empresas ocidentais – deve permanecer fixa para sempre. O tom subjacente é que as empresas ocidentais têm um direito natural à sua liderança e que, se as empresas chinesas as alcançarem ou ultrapassarem, deve haver algo de malicioso em jogo. Há um sentimento quase palpável de indignação pelo facto de um “arrivista” do mundo em desenvolvimento se atrever a desafiar a ordem estabelecida. Esta mentalidade trata o sucesso anterior das empresas ocidentais como legítimo e o avanço das outras como uma violação, ignora a realidade histórica de que todas as grandes potências industriais se ergueram aprendendo com os outros.

No passado, o próprio Ocidente tomava emprestada ou roubava tecnologia livremente: como disse uma análise da Associated Press: “A nação emergente era um antro de pirataria intelectual” – no final do século XVIII e início do século XIX, essa “nação pária” eram os Estados Unidos, cujo Secretário do Tesouro Alexander Hamilton apoiou o roubo de segredos industriais britânicos. Os primeiros americanos pirateavam projectos de máquinas têxteis e atraíam artesãos britânicos; na verdade, os EUA eram “a China do século XIX”, nas palavras de um artigo da Foreign Policy de um vencedor do prémio Loeb. Só depois de se tornarem líderes industriais é que os Estados Unidos defenderam protecções rigorosas da Propriedade Intelectual.

Ao recriar os processos de desenvolvimento industrial e de difusão do conhecimento como sendo exclusivamente nefastos quando a China o faz, a narrativa actual associa o avanço nacional à ilegitimidade. Confunde a perda de um monopólio ocidental com a perda de justiça. O tom moralizador faz mais do que provocar cepticismo intelectual – gera uma espécie de ressentimento. É como se o domínio ocidental na inovação fosse considerado a ordem natural e qualquer desafio fosse automaticamente suspeito. Estas narrativas, envoltas na linguagem da justiça e da “batota”, soam muitas vezes a lamentos velados pela perda de privilégios. Dizem aos leitores o que devem pensar – a China é má, o Ocidente foi enganado – em vez de encorajar uma análise genuína do modo como a tecnologia e o poder funcionam efectivamente numa economia globalizada. O resultado é menos jornalismo do que ideologia, alimentando uma espécie de ansiedade tecno-nacionalista que substitui a indignação moral pela clareza analítica.

Durante décadas, a estratégia industrial da China assentou no princípio da troca de acesso ao mercado por tecnologia – algo explicitamente articulado por Deng Xiaoping já na década de 1980. Longe de ser uma armadilha, tratou-se de um negócio deliberado e transparente que permitiu que ambas as partes beneficiassem.

Tomemos como exemplo a General Motors (GM). A GM entrou na China na década de 1990 através de uma empresa comum e, em 2010, a GM estava a vender mais carros na China do que nos Estados Unidos. A procura de automóveis na China constituía uma enorme oportunidade de mercado, e o sucesso da GM, outrora, tornou-se uma parte vital do seu negócio global. As vendas da GM na China atingiram um pico de 4 milhões de veículos por ano no final da década de 2010, o que a tornou no maior mercado automóvel do mundo. Era uma relação mutuamente benéfica – a China dava acesso a um mercado enorme e em rápido crescimento, enquanto a GM ganhava um elevado volume de vendas e eficiência de fabrico.

Agora, considere a Apple. Ao longo da última década, a Apple obteve cerca de 227 mil milhões de dólares em lucros operacionais provenientes da China, o que representa mais de um quarto dos seus lucros totais durante esse período. Os lucros da Apple foram reforçados pela montagem dos seus iPhones na China, onde os custos de mão de obra eram mais baratos e fabricantes como a Foxconn tratavam da produção em massa. Esta parceria permitiu à Apple obter enormes poupanças de custos, ao mesmo tempo que construía uma cadeia de abastecimento de classe mundial na China.

Este não é um caso isolado. Nos primeiros anos de atividade da Tesla na China, a empresa recebeu um apoio substancial do governo chinês, incluindo a primeira fábrica estrangeira detida a 100% em Xangai, que também facilitou terrenos e empréstimos. As vendas do Modelo 3 da Tesla dispararam na China e a empresa tornou-se um dos veículos eléctricos mais vendidos no país. A ascensão dos fabricantes chineses de veículos eléctricos, como a BYD e a NIO, pode ter diminuído a quota de mercado da Tesla, mas trata-se de concorrência em ação. A política da China para atrair actores estrangeiros como a Tesla não consistiu em roubar a tecnologia da Tesla, mas sim em introduzir um “catfish” [firma que vem agitar o mercado] e criar um ambiente competitivo que levasse os fabricantes nacionais a inovar. De facto, a Tesla beneficiou muito com a sua presença na China e o mercado local de veículos eléctricos explodiu devido a essa presença. É essa a natureza dos mercados competitivos: surgem novos actores e mesmo as empresas dominantes enfrentam a concorrência, o que leva todos a fazer melhor.

A história da Motorola também foi contada com um toque de nostalgia, que, por exemplo, referia que “a entrada da Motorola não se limitou a construir um mercado; ajudou a construir uma China moderna”. Esta versão, devidamente apimentada com citações de um antigo executivo da Motorola, lamenta a forma como a Motorola se arruinou a si própria devido à generosidade forçada para com a China, omitindo convenientemente algum contexto fundamental. A empresa também perdeu a sua liderança devido a erros estratégicos. Não conseguiu antecipar a revolução dos smartphones e ficou irremediavelmente atrás da Apple e da Samsung, incapaz de igualar a inovação do iPhone ou o boom do Android que se seguiu. E para terminar a ironia, considere este conto pouco conhecido: no final de 2003, a Huawei tentou vender-se à Motorola.

A relação comercial entre os EUA e a China nunca foi um caso em que um lado foi enganado e o outro planeou um grande roubo. As empresas ocidentais tomaram decisões calculadas para entrar na China e, em troca de acesso ao mercado, partilharam alguma da sua tecnologia. A narrativa de que a ascensão da China é um “longo golpe” ignora as contrapartidas legítimas e calculadas feitas por todas as partes. A China não “enganou” estas empresas; ofereceu-lhes acesso ao seu mercado em crescimento em troca de conhecimentos, que a China utilizou para construir a sua própria base industrial.

Em última análise, a história da ascensão da China tem a ver com concorrência – tal como o Japão e a Coreia do Sul competiram outrora com as empresas americanas, a ascensão da China no domínio da tecnologia faz parte de um padrão global de concorrência industrial. Isto não torna as acções da China “maliciosas”; é apenas a forma como o mundo funciona. O Ocidente não tem direito ao domínio eterno da tecnologia e a ascensão da China não deve ser vista como um “roubo”, mas como um desafio competitivo que obriga todos a inovar e a adaptar-se.

De facto, os monopólios do conhecimento e a protecção da propriedade intelectual por parte de poderosas empresas transnacionais sediadas em países de elevado rendimento estão a conduzir a uma intensa concentração da riqueza e do poder das empresas, travando assim o desenvolvimento económico nos países de baixo rendimento. Um artigo recente de Cedric Durand e William Milberg expõe este ponto de forma vigorosa. Os autores constatam um enorme aumento do rendimento internacional gerado pelos direitos de propriedade intelectual entre a década de 1980 e a década de 2010, que se destina quase exclusivamente aos países de elevado rendimento (dominados pelos Estados Unidos). Em 1980, o rendimento gerado pelos pagamentos internacionais relacionados com a utilização da propriedade intelectual era bastante igual em todo o mundo. Em 2016, este rendimento foi cem vezes superior nos países de rendimento elevado do que nos países de rendimento baixo e médio (323 mil milhões de dólares contra 3 mil milhões de dólares).

Devemos também reconhecer que as empresas transnacionais dos países de elevado rendimento – os principais beneficiários das patentes – dependem totalmente da mão de obra e dos sistemas de produção dos países de baixo rendimento para gerar lucros. Por exemplo, a inovação e os lucros inesperados da indústria tecnológica dos EUA não seriam possíveis sem a mão de obra de países como a China e a Índia. De facto, o artigo supracitado de Durand e Milberg sublinha explicitamente que as grandes empresas tecnológicas sediadas nos Estados Unidos obtêm lucros enormes principalmente porque tiram partido do seu poder na economia mundial, e não porque inovam. Quando muito, os países de rendimento elevado devem aos países de rendimento mais baixo enormes quantidades de tecnologia devido ao facto de tirarem partido da sua mão de obra e competências.

Existe um equívoco comum de que as empresas chinesas estão a ultrapassar as empresas americanas. Embora isso seja verdade em alguns sectores – e esteja a acontecer cada vez mais -, a ascensão capitalista da China tem, na verdade, impulsionado o poder estrutural dos EUA em certos aspectos, especialmente ao gerar mais lucros para as empresas americanas. Um estudo de Sean Starrs conclui que a maioria das indústrias globais continua a ser dominada por empresas americanas , ajudadas pela ascensão da China. Starrs salienta que tanto os investimentos na China como as importações de factores de produção da China permitiram às empresas americanas manter o seu domínio global.

Em conclusão, a narrativa da China como uma “armadilha” maliciosa para as empresas estrangeiras é uma moralização fácil e hipócrita que ignora as realidades complexas da concorrência global e do avanço tecnológico. Se aspiramos genuinamente a um mundo mais justo e próspero – uma aspiração que não é universalmente partilhada, mas pela qual vale a pena lutar – a verdadeira questão é saber porque é que tão poucos países subiram com sucesso a escada tecnológica. Em vez de se deixarem enganar pela propaganda de Wall Street, talvez os países em desenvolvimento pudessem tentar tirar uma página do livro chinês para nivelar o campo de jogo – tanto com os países ricos como com a China – na criação de uma paisagem global mais equitativa.

5 Ago 2025

Economia | Actividade industrial cai em Julho pelo quarto mês seguido

A actividade na indústria transformadora da China diminuiu em Julho pelo quarto mês consecutivo, e fê-lo a um ritmo mais acentuado do que nos dois meses anteriores, de acordo com dados oficiais divulgados ontem.

O índice de gestores de compras (PMI, indicador de referência do sector), difundido pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) chinês, situou-se em Julho em cerca de 49,3 pontos, 0,4 menos do que os 49,7 registados no mês anterior, ficando abaixo das previsões dos analistas. Neste indicador, um valor acima do limiar de 50 pontos representa um crescimento da actividade no sector em comparação com o mês anterior, enquanto um valor abaixo representa uma contracção.

Entre os cinco subíndices que compõem o PMI industrial, os de produção e prazos de entrega foram os únicos que ficaram acima da marca mencionada, enquanto os de novas encomendas – fundamentais para medir a procura -, inventários de matérias-primas e emprego permaneceram na zona de contracção.

Zichun Huang, da consultora britânica Capital Economics, considerou que os indicadores divulgados ontem sugerem que a economia chinesa “perdeu algum impulso em Julho, com um crescimento mais lento nos sectores industrial, de serviços e de construção”.

“Dada a ausência de sinais de estímulo na reunião do Politburo – a cúpula do Partido Comunista Chinês – de quarta-feira, vemos poucas razões para esperar uma recuperação económica durante o segundo semestre do ano”, previu.

Quanto à contracção do PMI industrial, Huang salientou que, apesar de o GNE ter atribuído parte da descida a interrupções na produção por causas meteorológicas, a análise sugere que a procura “também enfraqueceu”.

1 Ago 2025

Indústria | Actividade recua pelo terceiro mês consecutivo

A actividade no sector transformador da China recuou em Junho pelo terceiro mês consecutivo, embora a um ritmo menos acentuado, segundo dados ontem divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país asiático.

O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês), principal indicador do sector, fixou-se nos 49,7 pontos, acima dos 49,5 registados em Maio, em linha com as previsões da maioria dos analistas.

Um valor abaixo dos 50 pontos representa uma contração da atividade face ao mês anterior, enquanto valores acima assinalam crescimento.

Dos cinco subíndices que compõem o PMI da indústria transformadora, os relativos à produção, novas encomendas – indicador-chave da procura – e prazos de entrega mantiveram-se acima da linha de crescimento, ao contrário dos de inventários de matérias-primas e emprego, que continuaram em zona de contração.

O estatístico do GNE Zhao Qinghe destacou precisamente a recuperação “quer da produção, quer da procura”, com referência a sectores como o alimentar e de maquinaria especial, embora tenha sublinhado uma “atcividade de mercado insuficiente” noutras áreas, como minerais não metálicos ou fundição e laminação de metais ferrosos.

Num relatório, a consultora britânica Capital Economics observou que os dados de junho sugerem que a economia chinesa “voltou a ganhar algum ímpeto”. O subíndice das novas encomendas para exportação subiu de 47,5 para 47,7 pontos, o terceiro aumento mensal consecutivo, embora ainda em território negativo.

Este desempenho “reflecte provavelmente um aumento da procura dos Estados Unidos após a trégua comercial de 90 dias” iniciada entre os dois países em meados de Maio, apontou a analista Zichun Huang.

Huang alertou, no entanto, para as “pressões deflacionistas persistentes” na economia chinesa, com os preços de produção a acelerarem em junho, mas a manterem-se “em níveis baixos”. O GNE divulgou ainda o PMI dos sectores não manufactureiros – serviços e construção – que subiu de 50,3 em Maio para 50,5 pontos em Junho, superando as expectativas dos analistas.

1 Jul 2025

China | Produção industrial aumenta 5,9% nos dois primeiros meses do ano

O crescimento alcançado em Janeiro e Fevereiro superou as expectativas dos analistas

 

A produção industrial da China subiu 5,9 por cento, em termos homólogos, nos dois primeiros meses do ano, acima da previsão dos analistas, segundo dados oficiais divulgados ontem. O ritmo de crescimento nos dois primeiros meses do ano é, no entanto, 0,3 por cento inferior ao atingido em Dezembro.

Entre os três principais sectores em que o Gabinete Nacional de Estatísticas (NBS) do país asiático divide o indicador, o que mais contribuiu para a produção em Janeiro e Fevereiro foi a indústria transformadora (+6,9 por cento), seguida da indústria extractiva (+4,3 por cento) e da produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água, que registou um avanço de 1,1 por cento.

A instituição destacou a retoma da produção em alguns segmentos, como a indústria de fabrico de automóveis (+12 por cento), os têxteis (+7 por cento) ou a indústria de processamento de alimentos (+8,3 por cento).

O NBS divulgou também outros dados estatísticos, como as vendas a retalho – indicador-chave do estado do consumo -, que cresceram 4 por cento em termos homólogos, uma percentagem que está em linha com as previsões dos analistas e que é superior à de Dezembro (+3,7 por cento) e ao valor global para 2024 (+3,5 por cento).

A taxa de desemprego oficial nas zonas urbanas situou-se em 5,4 por cento no final de Fevereiro, mais 0,2 por cento do que no final do primeiro mês do ano.

O investimento em activos fixos aumentou 4,1 por cento, em termos homólogos, nos dois primeiros meses do ano, ultrapassando também fortemente o registo anterior (+3,2 por cento) e as previsões dos analistas (+3,6 por cento).

Nos segmentos em que se divide este último indicador, o investimento destinado ao sector primário (agricultura, mineração, pescas, silvicultura) avançou 12,2 por cento, enquanto o destinado à indústria aumentou 11,4 por cento e o destinado ao sector terciário (serviços) 0,7 por cento.

Queda abrandada

O investimento em promoção imobiliária caiu 9,8 por cento nos dois primeiros meses do ano, um valor menor em comparação com a queda registada em 2024 (-10,6 por cento), no contexto de uma crise prolongada no sector, que tem pesado na recuperação económica do país asiático.

O NBS publica os dados para Janeiro e Fevereiro em conjunto, a fim de evitar qualquer distorção decorrente da semana de férias do Ano Novo Lunar, que calha todos os anos em dias diferentes.

18 Mar 2025

China | Actividade industrial aumentou para um máximo de três meses em Fevereiro

A actividade da indústria transformadora da China cresceu em Fevereiro ao ritmo mais forte dos últimos três meses, de acordo com uma análise privada com base em dados do sector divulgada ontem.

O Índice de Gestores de Compras (PMI), compilado pela empresa britânica de informação económica IHS Markit e publicado pela revista chinesa Caixin, subiu 0,7 pontos, para 50,8 pontos, em Fevereiro.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O valor superou também as expectativas dos analistas, que esperavam uma recuperação mais modesta, para cerca de 50,3 pontos.

Este fim de semana, o Gabinete Nacional de Estatística (GNE) divulgou o seu PMI oficial para Fevereiro, que também bateu a sua melhor leitura desde Novembro. Neste caso, passou de negativo em Janeiro (49,1) para o nível de expansão (50,2) no mês passado.

Saldos a aproveitar

Segundo Wang Zhe, economista da Caixin, a “poderosa recuperação” do consumo durante o período de férias do Ano Novo Lunar impulsionou a confiança no sector, embora assinale que a economia ainda enfrenta problemas, como a incerteza no mercado de trabalho ou nos rendimentos das famílias, que dificultam os esforços para impulsionar a procura interna.

Antes da abertura, esta semana, da sessão anual do órgão máximo legislativo da China, a Assembleia Popular Nacional, Wang apelou para que as medidas de apoio se centrem nas expectativas do mercado e nas preocupações da sociedade, dando prioridade às iniciativas do lado da procura.

Zichun Huang, analista da consultora britânica Capital Economics, destacou a melhoria tanto da produção como das novas encomendas em Fevereiro, referindo também uma maior procura por parte do estrangeiro.

Neste último caso, o analista afirmou que a procura externa de produtos chineses é provavelmente impulsionada pelos importadores norte-americanos, que estão a acelerar as suas compras antes da entrada em vigor das taxas adicionais anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e na expectativa de que sejam aplicadas novas taxas mais tarde.

4 Mar 2025

China | Produção industrial cresce 5,4% em Novembro

A produção industrial na China cresceu 5,4 por cento, em Novembro, em termos homólogos, um valor 0,1 por cento acima da marca registada no mês anterior, indicam dados oficiais divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE).

O valor do penúltimo mês do ano é também ligeiramente superior ao esperado pelos analistas, que previam que se mantivesse nos mesmos 5,3 por cento de Outubro. Os dados mostram ainda que a produção industrial acumulou um crescimento de 5,8 por cento até agora em 2024.

Entre os três grandes sectores em que o GNE dividiu este indicador, o que mais aumentou a produção em Outubro foi a indústria transformadora (+6 por cento), superando a indústria extractiva (+4,2 por cento) e a produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água (+1,6 por cento). A instituição destacou ainda o aumento da produção de bens específicos, como veículos eléctricos (+51,1 por cento), robôs industriais (+29,3 por cento) e semicondutores (+8,7 por cento).

O GNE também divulgou outros dados estatísticos, como as vendas a retalho, cujo ritmo de crescimento abrandou fortemente de 4,8 por cento em Outubro para 3 por cento em Novembro, enquanto os especialistas previam um ligeiro abrandamento para 4,6 por cento.

A taxa oficial de desemprego nas zonas urbanas manteve-se ao mesmo nível do mês anterior, em 5 por cento, e está a caminho de terminar o ano dentro do limite oficial de 5,5 por cento, fixado para este ano por Pequim.

O crescimento do investimento em activos fixos caiu para 3,3 por cento no acumulado até Novembro, menos 0,1 por cento do que nos primeiros dez meses do ano, apesar das expectativas dos analistas de que não sofreria tal queda.

Na análise por sector, o investimento na indústria transformadora cresceu 9,3 por cento e nas infra-estruturas 4,2 por cento.

17 Dez 2024

PMI | Actividade industrial volta a crescer na China

A actividade da indústria transformadora da China aumentou em Outubro, pela primeira vez em cinco meses, segundo o Índice de Gestores de Compras (PMI) divulgado ontem.

De acordo com o Gabinete Nacional de Estatística (NBS) chinês, o PMI situou-se em 50,1 pontos, em Setembro, contra 49,8 pontos, no mês anterior, e ligeiramente acima das expectativas dos analistas, que apontavam para os 50 pontos. Neste indicador, um valor acima do limiar de 50 pontos representa um crescimento da actividade no sector, em comparação com o mês anterior, enquanto um valor abaixo desse limiar representa uma contracção.

Entre os cinco subíndices que compõem o PMI da indústria transformadora, o único que reflectiu o crescimento da actividade foi o da produção, com as novas encomendas – a principal medida da procura – a manterem-se ao mesmo nível do mês anterior e as reservas de matérias-primas, o emprego e os prazos de entrega ainda abaixo dos 50 pontos, embora com descidas mais ligeiras.

O estatístico do NBS, Zhao Qinghe, atribuiu a recuperação do PMI da indústria transformadora ao pacote de medidas de apoio anunciado pelas autoridades chinesas e ao “surgimento gradual dos efeitos” de iniciativas anteriormente anunciadas.

Zhao destacou sectores como o automóvel, a maquinaria eléctrica e o equipamento geral, mas ressalvou que a procura ainda é insuficiente noutros sectores, como a transformação de madeira, produtos químicos e minerais não metálicos.

O analista sublinhou que a confiança no sector subiu dois pontos em relação ao mês anterior, para 54 pontos, atingindo o nível mais alto em quase quatro meses.

1 Nov 2024

Indicador privado diz que actividade transformadora cresceu em Maio

A actividade da indústria transformadora da China cresceu em Maio, pelo sétimo mês consecutivo, de acordo com o índice de gestores de compras divulgado ontem pelo jornal privado Caixin, contrariando os dados do Governo chinês.

Este indicador, compilado pela empresa britânica de informação económica IHS Markit e que muitos investidores internacionais tomam como referência para analisar o sector industrial chinês, aumentou em Maio de 51,4 para 51,7 pontos. No índice de gestores de compras, uma marca acima dos 50 pontos representa uma expansão da actividade em relação ao mês anterior, enquanto um valor abaixo daquela marca representa uma contração.

O indicador do Caixin cresceu em Maio ao ritmo mais acelerado dos últimos 23 meses e atingiu o valor mais elevado desde Junho de 2022. Os dados agora divulgados superaram as previsões dos analistas, que esperavam que o indicador não passasse de 51,5 pontos.

O Caixin atribuiu o aumento a uma expansão da produção e da procura no sector da indústria transformadora, apontando especificamente para o aumento da produção de bens de consumo. Ainda assim, o jornal digital sublinhou que o mercado de trabalho no sector industrial encolheu pelo nono mês consecutivo devido à cautela das empresas quando se trata de contratar.

À procura de solução

Os preços permaneceram baixos devido à forte concorrência no sector, embora os custos tenham crescido à taxa mais elevada em sete meses devido ao aumento dos metais industriais, plásticos e petróleo bruto, disse o Caixin. “A economia chinesa está geralmente estável e continua no caminho da recuperação (…). No entanto, a pressão sobre o emprego e a procura mais fraca do que a oferta continuam a ser problemas importantes”, disse Wang Zhe, economista da Caixin.

“Levará tempo para encontrar soluções para os problemas que se acumulam. As políticas que procuram estabilizar a economia, impulsionar a procura interna e aumentar o emprego devem ser reforçadas e consistentes”, acrescentou.

Pelo contrário, os dados oficiais, divulgados na sexta-feira pelo Gabinete Nacional de Estatística da China, indicam que a actividade da indústria transformadora encolheu em Maio, após dois meses de expansão. O índice de gestores de compras do Gabinete de Estatística chinês situou-se em 49,5 pontos em Maio, menos 0,9 pontos do que em Abril (50,5).

Dos cinco sub-índices que compõem o indicador, os da produção e prazos de entrega conseguiram passar para a zona de expansão, enquanto os do emprego, novas encomendas – chave para a procura – e reservas de matérias-primas permaneceram na zona negativa.

O estatístico Zhao Qinghe atribuiu na sexta-feira a contracção da actividade da indústria transformadora da China à “falta de procura efectiva” no mercado. Mas o analista oficial destacou que a produção económica da China “em geral continuou a expandir-se” e sublinhou a confiança empresarial e a produção das grandes empresas como factores positivos.

4 Jun 2024

Indústria | Produção na China excede expectativas e cresce 7%

A produção industrial da China registou um crescimento homólogo de 7 por cento nos dois primeiros meses do ano, segundo dados oficiais divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país. O valor registado nos dois primeiros meses do ano excede largamente as previsões dos analistas, que esperavam um crescimento de cerca de 5 por cento.

Entre os três principais sectores em que o GNE divide o indicador, o que mais aumentou em Janeiro e Fevereiro foi o da produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água (+7,9 por cento em termos homólogos), seguido da indústria transformadora (+7,7 por cento) e, por último, das minas (+2,3 por cento).

A instituição destacou a retoma da produção em alguns segmentos, como a produção de impressoras 3D (+49,5 por cento), carregadores para veículos eléctricos (+41,8 por cento) ou componentes electrónicos (+41,5 por cento).

O GNE divulgou também outros dados estatísticos, como as vendas a retalho, um indicador-chave do estado do consumo, que cresceram 5,5 por cento em termos homólogos, uma percentagem que supera as expectativas mais difundidas entre os analistas de cerca de 5,2 por cento, mas que está abaixo da de Dezembro (+7,4 por cento) e do valor global para 2023 (+7,2 por cento).

A taxa de desemprego oficial nas zonas urbanas recuperou uma décima de ponto percentual para 5,3 por cento no final de Fevereiro. O investimento em activos fixos aumentou 4,2 por cento nos dois primeiros meses do ano, ultrapassando também fortemente o último recorde (+3 por cento) e as previsões dos peritos (+3,2 por cento).

19 Mar 2024

Indústria | Actividade volta a contrair em Dezembro

A actividade da indústria transformadora da China contraiu pelo terceiro mês consecutivo em Dezembro, segundo dados divulgados no domingo pelo Gabinete Nacional de Estatística (NBS) do país.

O índice de gestores de compras (PMI) situou-se nos 49 pontos em Dezembro, contra 49,4 no mês anterior, algo que o NBS admitiu ser um sinal de fraca procura. O índice caiu em oito dos últimos nove meses, sendo Setembro a única excepção. Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da actividade.

O NBS também divulgou no domingo o PMI para os sectores de serviços e construção, que subiu em Dezembro para 50,4 pontos, mais 0,2 pontos do que em Novembro. Apesar da crise no sector imobiliário, a actividade na construção disparou de 55 pontos em Novembro para 56,9 pontos.

Já o sector dos serviços permaneceu inalterado em 49,3 pontos, após registar em Novembro a primeira contração desde Dezembro de 2022, quando o país desmantelou a política de ‘zero casos’ de covid-19, resultando numa onda de infeções que se espalhou pela China em poucas semanas.

Também no domingo, num discurso de fim de ano transmitido na televisão, o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatizou a necessidade de “manter a prosperidade e a estabilidade a longo prazo. A economia da China cresceu a um ritmo de 5,2 por cento nos primeiros três trimestres de 2022 e tinha mostrado sinais de melhoria em Novembro, com a produção das fábricas e as vendas a retalho a aumentarem.

Nos últimos meses, o governo aumentou as despesas com a construção de portos e outras infraestruturas, reduziu as taxas de juro e diminuiu as restrições à compra de habitação, para tentar estimular a procura interna que, segundo os economistas, é necessária para sustentar o crescimento.

A procura global de produtos manufacturados tem sofrido com o aumento das taxas de juro pelos bancos centrais de todo o mundo para combater as taxas de inflação, que há décadas são elevadas.

3 Jan 2024

Indústria transformadora | Actividade voltou a contrair em Maio

A actividade da indústria transformadora da China voltou a contrair em Maio, de acordo com dados oficiais divulgados ontem, ilustrando a recuperação débil da segunda maior economia mundial, após o fim da estratégia ‘zero covid’.

O índice de gestores de compras, elaborado pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) da China, fixou-se nos 48,4 pontos, em Maio.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da actividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo.

Trata-se da segunda vez este ano que aquele indicador regista uma contração da actividade, depois de se ter fixado nos 49,2 pontos em Abril.

A indústria chinesa foi prejudicada pela queda na procura global, depois de os bancos centrais dos Estados Unidos, Europa e países asiáticos terem subido as taxas de juro, visando travar a inflação galopante.

O GNE publicou ainda o índice de gestores de compras para o sector não transformador, incluindo construção e serviços.

Os gastos dos consumidores chineses recuperaram em Maio, impulsionados pelos três dias de feriado, por ocasião do Dia do Trabalhador. Os subsectores dos transportes ferroviário e aéreo, alojamento e restauração mantiveram-se em expansão, enquanto a actividade no mercado imobiliário caiu.

A recuperação do consumo foi impulsionada pelo fim da política de ‘zero casos’ de covid-19, que vigorou ao longo de quase três anos na China.

Mas a recuperação do consumo foi mais fraca do que o esperado e os analistas estão a rever em baixa as suas expectativas para a economia. Os bancos de investimento Nomura e Barclays cortaram já as previsões de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da China em 2023.

1 Jun 2023

GNE | Produção industrial cresceu 5,6 por cento em Abril

A produção industrial da China subiu 5,6 por cento em Abril, em termos homólogos, segundo dados oficiais ontem divulgados, sinalizando o acelerar do ritmo de crescimento deste indicador, após ter aumentado 3,9 por cento em Março.

O aumento em Abril ficou, porém, abaixo da previsão dos analistas, que esperavam um avanço de cerca de 10 por cento, em relação ao mesmo período de 2022.

As fortes taxas de crescimento devem-se ao efeito base de comparação, já que, no ano passado, a China impôs rigorosos bloqueios em várias cidades, no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19, que paralisou a actividade económica.

Entre os três grandes sectores em que o Gabinete Nacional de Estatísticas da China (GNE) divide a produção industrial, a mineração manteve-se estável, a indústria transformadora avançou 6,5 por cento e a produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água subiu 4,8 por cento.

A instituição divulgou também ontem outros dados estatísticos, como as vendas a retalho, um indicador fundamental para medir o estado do consumo.

As vendas aumentaram 18,4 por cento, em termos homólogos, um valor superior aos 10,6 por cento alcançados em Março, mas que se mantém ligeiramente abaixo do esperado pelos analistas, que esperavam um crescimento na casa dos 20 por cento.

A taxa oficial de desemprego nas zonas urbanas situou-se em 5,2 por cento no final de abril, 0,1 por cento abaixo do registado no mês anterior e dentro do limite máximo que as autoridades impuseram para este ano, de 5,5 por cento.

O investimento em activos fixos aumentou 4,7 por cento, nos primeiros quatro meses do ano, depois de ter registado um aumento de 5,1 por cento entre Janeiro e Março.

Neste indicador, o aumento dos gastos com infraestruturas (+8,5 por cento) e na indústria transformadora (+8,3 por cento) contrastou com a queda do investimento em sectores como a mineração (-2,2 por cento).

17 Mai 2023

Actividade industrial da China cresce em Julho ao ritmo mais rápido em quase 10 anos

[dropcap]A[/dropcap] actividade industrial da China cresceu em Julho ao ritmo mais rápido em quase uma década, segundo o índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro, publicado hoje pela revista económica Caixin. O PMI de Julho atingiu os 52,8 pontos, o máximo desde Janeiro de 2011, e já depois de ter subido aos 51,2 pontos, no mês passado.

Uma leitura acima dos 50 pontos indica crescimento da atividade do setor, enquanto uma leitura abaixo indica contração. Na sexta-feira, o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) informou que o PMI oficial do sector manufactureiro fixou-se nos 51,1 pontos, em Julho, no quinto mês consecutivo de crescimento.

“No geral, os surtos em algumas regiões não prejudicaram a tendência positiva no setor manufatureiro, que continuou a recuperar, apesar das medidas adoptadas para controlar a epidemia”, disse Wang Zhe, economista da Caixin.

“Os níveis de oferta e procura melhoraram, com os indicadores a manter a dinâmica. No entanto, precisamos de continuar a prestar atenção à vulnerabilidade no mercado de trabalho e à procura externa”, disse.

Segundo a consultora britânica Capital Economics, o PMI oficial, divulgado na sexta-feira, “apontou já para uma forte recuperação, no início do terceiro trimestre, mas o índice da Caixin, publicado hoje, é ainda mais optimista e indica que a taxa de expansão da indústria, no mês passado, foi a mais forte em quase uma década”.

“Os dados da pesquisa são consistentes com a nossa opinião de que as políticas de estímulo abriram caminho a um período de crescimento acima da tendência na indústria e na construção”, diz o economista Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics, num relatório.

O analista acrescentou que “no curto prazo, isto deve ajudar a compensar a contínua fraqueza no consumo e nos serviços, permitindo que a economia como um todo retorne à normalidade de ‘antes da guerra’ [contra a epidemia]”.

O país onde a pandemia do novo coronavírus começou, em Dezembro, foi também o primeiro a repor a normalidade, a partir de março, depois de o Partido Comunista Chinês ter declarado vitória sobre a doença.

A indústria e outras actividades estão a regressar aos níveis anteriores à pandemia, mas a procura externa, no entanto, permanece moderada, à medida que a pandemia do novo coronavírus atingiu os mercados de exportação da China.

Os consumidores chineses, que perderam rendimentos, estão também relutantes em realizar grandes compras. Nos primeiros seis meses do ano a economia chinesa contraiu 1,6%.

3 Ago 2020

Indústria na China | Lucros caem quase 10 por cento em Outubro

[dropcap]O[/dropcap]s lucros da indústria na China caíram 9,9 por cento, em Outubro, em termos homólogos, reflectindo a queda nos preços de fábrica e desaceleração na produção e vendas, numa altura de disputas comerciais com os Estados Unidos.

Segundo dados publicados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatísticas chinês (GNE), os lucros ascenderam a 427.560 milhões de yuan, no mês passado. A queda em Outubro é superior à registada em Setembro, de 5,3 por cento, também em termos homólogos.

Para este indicador, as estatísticas chinesas consideram apenas empresas industriais com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuan. No conjunto dos dez primeiros meses do ano, os lucros fixaram-se em 5,02 biliões de yuan, 2,9 por cento a menos do que no mesmo período de 2018.

Entre os 41 sectores analisados, 30 registaram um aumento dos lucros, incluindo no sector da produção e fornecimento de aquecimento ou fabrico de máquinas e equipamentos eléctricos.

Os onze restantes registaram uma quebra nos lucros, incluindo a indústria do petróleo, carvão e outros combustíveis, ou a fundição e laminação de metais ferruginosos.

A abrandar

O estatístico GNE Zhu Hong destacou que as empresas com melhor desempenho entre Janeiro e Outubro foram as que se dedicam ao fabrico de alta tecnologia, “indústrias estratégicas emergentes” ou fabrico de equipamentos.

As estatísticas chinesas revelaram ainda que o índice de endividamento das empresas industriais, em relação aos seus activos, se fixou, em Outubro, em 56,8 por cento, ou seja, uma redução de 0,5 por cento, em termos homólogos.

A economia chinesa cresceu 6 por cento, no terceiro trimestre do ano, o ritmo mais lento em quase três décadas, e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, admitiu já que vai ser “muito difícil” que a economia da China continue a crescer 6 por cento ou mais, devido à sua dimensão e ao “aumento do proteccionismo e do unilateralismo”.

Analistas prevêem que a economia chinesa registe um declínio acentuado, reflectindo as disputas comerciais com os Estados Unidos. A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o espoletar de uma guerra comercial, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.

A liderança norte-americana teme perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes actores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

28 Nov 2019

Indústria manufactureira na China recua pelo sexto mês consecutivo

A actividade da indústria manufactureira da China contraiu em Outubro, pelo sexto mês consecutivo, informou ontem o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês, numa altura de tensões comerciais entre Pequim e Washington

 

[dropcap]P[/dropcap]elo sexto mês consecutivo, a indústria manufactureira da China registou quebras, de acordo com o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês.

O índice de gestão de compras (PMI, na sigla em inglês) caiu cinco décimas, face ao mês anterior, e fixou-se nos 49,3 pontos, detalhou a mesma fonte.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, o indicador de actividade da indústria manufactureira sugere uma expansão do sector, pelo que abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção.

Em 2019, o PMI expandiu-se apenas em Março e Abril, 50,5 e 50,1 pontos, respectivamente. No mês passado registou sinais de recuperação ao subir três décimas, em relação a Agosto, para 49,8 pontos.

Este índice é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda maior economia do mundo.

O sub-índice que calcula a procura por trabalhadores pelas empresas manufactureiras recuperou 0,3 por cento, para 47,3 pontos, enquanto os de novos pedidos e reservas de matérias-primas caíram.

O GNE avançou ainda os dados da indústria não manufactureira, cujo índice de gerente de compras atingiu os 52,8 pontos, em Outubro, uma queda de quase um ponto, em comparação com os 53,7 pontos de Setembro, o valor mais baixo daquele indicador nos últimos três anos.

O sub-índice que mede a actividade dos serviços caiu para 51,4 pontos, depois de se ter fixado nos 53 pontos, em Setembro, enquanto as expectativas de negócios naquele sector aumentaram para 59,3 pontos, em relação aos 59,3 pontos do mês anterior.

Água na fervura

O analista do GNE Zhao Qinghe observou que houve uma “rápida expansão” em sectores como o transporte aéreo e ferroviário, empresas bancárias e de seguros, todos com índices acima dos 65 pontos.

O indicador para o sector da construção fixou-se nos 60,4 pontos, em relação aos 57,6 de Setembro, retornando a um “nível relativamente alto de expansão”. Para a consultora Capital Economics, os dados são piores do que o esperado, o que revela que “a melhoria registada no final do terceiro trimestre não marcou o início de uma recuperação sustentada”. “O declínio nos novos pedidos para exportação indica uma desaceleração adicional”, afirmou a consultora, em comunicado.

A economia chinesa cresceu 6 por cento, no último trimestre, o ritmo mais lento em quase 30 anos, mas quase o dobro do crescimento médio mundial.

1 Nov 2019

China | Lucros industriais aumentam em Janeiro e Fevereiro

As principais empresas da China registaram crescimento anual de lucros nos primeiros dois meses do ano, anunciou o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).

As companhias com receita anual de mais de 20 milhões de yuans relataram lucros de 969 biliões de yuans em Janeiro e Fevereiro, um aumento de 16,1 por cento em comparação com o ano anterior, segundo um comunicado do DNE.

O índice foi 5,3 pontos percentuais maior que a taxa de crescimento registada em Dezembro de 2017. Entre as 41 indústrias pesquisadas, 29 obtiveram crescimento anual de lucro nos dois primeiros meses do ano.

Todas as indústrias de produtos farmacêuticos, mineração de carvão e têxteis registaram um grau de crescimento mais rápido em Janeiro e Fevereiro, segundo o DNE.

He Ping, investigador do departamento, comenta que “além do crescimento rápido e contínuo nos lucros industriais, foram feitas melhorias na eficiência e rentabilidade”. Nos primeiros dois meses, os custos por cada 100 yuans de receita das empresas industriais caíram 0,33 yuan em termos anuais, informou He. O técnico do DNE indicou que a razão de alavancagem das empresas industriais da China também diminuiu. Até o final de Fevereiro, a relação dívida/activos caiu 0,8 ponto percentual em relação ao ano anterior para ficar em 56,3 por cento.

28 Mar 2018

China | Actividade industrial cai para ritmo mais lento dos últimos 19 meses

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] actividade da indústria manufatureira da China abrandou em Fevereiro para o ritmo mais lento dos últimos 19 meses, devido ao impacto sazonal do Ano Novo Lunar, cujas festividades duram uma semana, segundo dados divulgados ontem.

Depois de em Janeiro se ter fixado nos 51,3 pontos, o índice que mede a actividade nas fábricas, oficinas e minas da segunda maior economia mundial recuou este mês para 50,3 pontos.

No entanto, a actividade manufatureira da China continua a expandir-se, visto que quando se encontra acima dos 50 pontos, aquele índice sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade.

O índice é tido como um importante indicador mensal da economia chinesa, o principal motor da recuperação global após a crise financeira internacional de 2008.

Economistas alertam, no entanto, para o impacto sazonal do Ano Novo Lunar, que este ano se celebrou entre os dias 15 e 21 de Fevereiro.

Durante a principal festa das famílias chinesas, que todos os anos calha em dias diferentes dos meses de Janeiro ou Fevereiro, centenas de milhões de trabalhadores chineses gozam uma semana de férias, levando as fábricas a suspender ou reduzir a produção naquele período.

“O período das festividades é tradicionalmente uma época fraca para os negócios. As empresas por norma interrompem o seu trabalho ou reduzem a produção e a actividade do mercado abranda”, explicou o analista Zhao Qinghe, do Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês, que publicou os dados online.

Os números revelam ainda um abrandamento no sector dos serviços, cujo ritmo caiu para 54.4 pontos, em Fevereiro, depois de se ter fixado nos 55.3 pontos, no mês anterior.

1 Mar 2018