Hoje Macau SociedadeTáxis | Empresa de rádio-táxis quer mais 100 veículos O Governo vai abrir concurso para uma licença de 100 táxis e a Rádio Táxi admite a necessidade destes veículos. O serviço que está em funcionamento há menos de um ano queixa-se de não conseguir responder às necessidades e das dificuldades na contratação de motoristas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] empresa de serviços de táxi, Rádio Táxis, pretende concorrer para conseguir ter direito a ter em funcionamento mais uma centena de veículos. A informação foi deixada pelo gerente da empresa, Kevin U Kin Lung ao Jornal do Cidadão. A necessidade de pelo menos mais 100 carros em circulação deve-se não só à grande procura do serviço como às perdas registadas com os estragos provocados pela passagem do tufão Hato no território. “Tivemos 9 carros danificados e neste momento temos em circulação apenas 91 veículos”, referiu. O responsável revelou que, desde que arrancaram os serviços, o número de chamadas recebidas tem vindo a aumentar entre cinco a dez por cento mensalmente. Mas, a taxa de chamadas atendidas fica-se nos 40 por cento do total o que reflecte, considera, a grande falta de veículos para responder às necessidades. À falta de veículos, junta-se a falta de motoristas. De acordo com Kevin U Kin Lung, a dificuldade não terá que ver com a remuneração. “O nível salarial dos taxistas da companhia é atraente, uma vez que em Julho e Agosto do ano passados cerca de dois taxistas tiveram uma remuneração superior a 40 mil patacas, tendo a média de salário nesses dois meses estado entre as 25 e as 28 mil patacas”, explicou. Actualmente, a Rádio Táxis dispões de 130 taxistas e o responsável espera conseguir recrutar, pelo menos, mais 30. Entretanto, Kevin U Kin Lung confessou que se nos restantes meses do ano a empresa não consegue proporcionar um salário mais alto, tem que ver com o momento que a companhia atravessa e em que os lucros ainda são difíceis de atingir, sendo que cada motorista ganha em média um ordenado de cerca de 20 mil patacas. Sucesso lento De acordo com o responsável, a Rádio Táxis ainda não consegue apresentar resultados positivos na medida em que está em funcionamento há muito pouco tempo. “Abrimos a 1 de Abril do ano passado, há menos de um ano, e ainda é difícil ter um equilíbrio entre receitas e despesas” afirmou. Por outro lado, os custos elevados que implicam o funcionamento deste tipo de serviços também não contribuem para um lucro rápido, considerou, sendo que “a companhia tem estado empenhada no ajuste de estratégias de forma a melhorar o seu funcionamento”. Para o presidente da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Lam Hin San, para que a Rádio Táxis consiga ganhar a centena de carros que o Governo vai colocar em concurso é necessário resolver algumas falhas que os serviços ainda apresentam. Táxis | Infracções continuaram a aumentar em 2017 O número de infracções dos táxis aumentou 32,3 por cento em 2017, apontam os dados divulgados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (PSP). De acordo com as estatísticas, no ano passado, registaram-se 5491 infracções de taxistas, o que corresponde a um aumento de 1339 casos em relação a 2016, ano em que se contabilizaram 4152 infracções. Entre as infracções registadas, 57,9 por cento, num total de 3180 casos, dizem respeito à cobrança abusiva de taxas. Foram também registados 1574 casos de recusa de transporte de passageiros, 49 casos de tomada passageiros em paragens sem ser seguida a ordem da fila de espera e 688 casos de infracções diversas. A PSP divulgou ainda que, em 2017, apreendeu um total de 1232 casos de táxis ilegais, número que diminuiu ligeiramente em comparação com 2016.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeUniversidade de Hong Kong | Reitor sai e fala de pressões de ordem política O reitor da Universidade de Hong Kong, Peter Mathieson, está de saída do cargo e fala de pressões políticas da parte de “toda a gente”, incluindo membros do Gabinete de Ligação do Governo Central. Em Macau, jamais algum reitor se demitiria pelos mesmos motivos, defendem ex-docentes locais radicados em Hong Kong [dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á quatro anos que assumia o cargo de reitor na centenária Universidade de Hong Kong, lugar que serviu de embrião à revolução dos guarda-chuvas e que sempre assumiu posições elevadas nos rankings académicos internacionais. Peter Mathieson, em entrevista ao jornal South China Morning Post, disse que se demitiu do cargo, tendo adiantado que também foi alvo de pressões políticas. O nefrologista parte agora para o Reino Unido, onde vai ser vice-chanceler da Universidade de Edimburgo. Sofreu “pressões de toda a gente”, inclusivamente dos oficiais do Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong, que lhe davam avisos “o tempo todo”, revelou Mathieson. “Todos os dirigentes das universidades têm contactos com o Gabinete de Ligação, que tem um interesse no sistema educativo de Hong Kong, tal como em outros assuntos. Considero isso como parte do meu trabalho”, adiantou o reitor. “Eles podem dizer-me o que acham que eu devo fazer, mas basicamente eu faço o que acredito ser melhor para os interesses da universidade. Sim, houve pressões, mas não considero isso como sendo irrazoável”, admitiu o reitor demissionário. Além disso, Mathieson disse esperar que o ensino superior na região vizinha deixe de ser tão politizado. Peter Mathieson frisou ainda que, muitas vezes, sentiu que representava as vozes de uma minoria. “Nem sempre consegui o meu caminho no conselho, e isso levou-me a algumas situações difíceis”, adiantou. Em entrevista ao diário de língua inglesa de Hong Kong, Peter Mathieson disse esperar que a Universidade de Hong Kong se torne mais internacional, apesar de ser importante a busca por fundos que venham do continente, além de outras parcerias com universidades internacionais, como a Universidade de Stanford ou Johns Hopkins. “Para a Universidade de Hong Kong obtivemos uma boa posição ao trabalhar com a China, mas também conseguimos trabalhar com o resto do mundo. é um símbolo de uma colaboração internacional entre universidades semelhantes e é um sinal de respeito mútuo”, acrescentou. O responsável adiantou ainda que a sua saída se deveu, em parte, à entrada do professor Arthur Li Kwok-cheung para os corpos dirigentes da universidade, considerado pró-Pequim. Mathieson garantiu que nunca discutiram a possibilidade de um segundo mandato, sendo que este ano o contrato de cinco anos chegaria ao fim. Perante a ausência de discussão, Mathieson resolveu avançar com a proposta que recebeu da Universidade de Edimburgo. As limitações existem Eric Sautedé, ex-docente da Universidade de São José, actualmente radicado em Hong Kong, afirmou ao HM que, na região vizinha, “existe liberdade académica”, uma vez que são realizados vários estudos críticos com foco na China e também em Hong Kong. “Mas isso não significa que não haja nenhuma pressão, e se existe na democrática Europa, imagine-se em Hong Kong, onde todas as universidades públicas são lideradas por um reitor que é nomeado por Pequim. Mas Hong Kong é um território internacional, com uma reputação a defender, então os membros das faculdades têm vindo a resistir a várias pressões”, frisou. Para Eric Sautedé, a situação da liberdade académica em Hong Kong “é preocupante, mas há, pelo menos, alguém para a defender ou proteger”. Bill Chou, ex-docente da Universidade de Macau, actualmente a dar aulas na Universidade Baptista de Hong Kong, prefere recordar o recente episódio do chumbo da nomeação de Johannes Chan, académico pró-democracia, para o cargo de vice-chanceler da Universidade de Hong Kong. “É claro que a autonomia institucional das universidades de Hong Kong está em risco.” Em relação à liberdade académica, existe mas com algumas nuances negativas. “Mas tudo depende de como definimos liberdade. Se a liberdade está relacionada com o ensino, tenho a dizer que o criticismo em relação ao Governo chinês pode levar a críticas dos alunos junto dos departamentos administrativos e a baixas avaliações dos professores. Alguns departamentos levam essas queixas a sério e avisam os professores para serem mais ‘equilibrados’. Eu próprio tive essa experiência em Macau”, referiu Bill Chou. Arnaldo Gonçalves, professor convidado do Instituto Politécnico de Macau e jurista, defende que continua a existir liberdade académica em Hong Kong, dando como exemplo os debates que têm vindo a ser organizados pela Faculdade de Direito da Universidade de Hong Kong, sobre democracia e a Lei Básica. Ainda assim, existem pressões, encaradas pelo académico como algo natural depois do discurso de Xi Jinping no último congresso do Partido Comunista Chinês. “Há uma alteração do tom da relação entre o Governo Central e os governos das duas regiões administrativas especiais que foi anunciado pelo presidente Xi Jinping quando foi reeleito. Ele tem a visão soberanista de que Macau e Hong Kong são China e tem uma visão leninista na forma como se relaciona com os países, a população e o aparelho da administração pública.” Neste contexto, “o facto da desobediência civil que verificamos com a revolução dos guarda-chuvas ter partido da Universidade de Hong Kong deve ter levado as autoridades da China a pensar que têm de ter uma intervenção mais crispada e evitar manifestações mais empolgadas de espírito anti-Pequim.” “Em Macau os reitores são completamente subservientes” Em Macau a questão de alegadas violações da liberdade académica surgiram em 2014, quando Eric Sautedé deixou a Universidade de São José. Pouco tempo depois, o tema viria à tona com o afastamento de Bill Chou do departamento de ciência política da Universidade de Macau. Poucos anos depois ambos continuam a afirmar que a liberdade académica na RAEM é “limitada” e que jamais um reitor, quer seja de uma instituição pública ou privada, se demitiria por razões políticas. “Os reitores em Macau são leais”, disse ao HM Bill Chou. Já Eric Sautedé lembra que o financiamento da Fundação Macau cria vários tipos de constrangimentos. “Se algum projecto for ligeiramente crítico da política de Macau ou da China, não é financiado”, referiu. “Em Macau os reitores das instituições públicas são completamente subservientes, e na UM ainda é pior. Nas instituições privadas uma delas é gerida por pessoas que pertencem ao Conselho Executivo, enquanto que a USJ, a única instituição católica, é gerida por alguém que tem medo da sua própria sombra e que acredita que os ‘portugueses são meros convidados em Macau. Foi o que me disse quando me despediu’”, disse Eric Sautedé, referindo-se a Peter Stilwell, reitor da USJ. Arnaldo Gonçalves faz referência ao caso da saída do reitor da UM, Wei Zhao, que estaria a ser investigado por alegado incumprimento de contrato. “Veja-se o perfil dos reitores das universidades. Veja-se o caso do ex-reitor da UM, iria haver um inquérito, já houve alguma conclusão? Não vi nada. Ele era um homem pró-Pequim, o novo assim será. Em Macau há uma obediência quase cega em relação aquilo que presumem que é a vontade de Pequim.” Apesar de considerar que a liberdade académica está garantida na lei do ensino superior, “cada académico pode tomar uma posição de acordo com aquilo que pensa”. “Depois há as diferenças culturais. O chinês que está ligado à cultura confuciana, segue a ideia de lealdade ao chefe”, acrescentou. Tendo em conta este ponto, Eric Sautedé lança ainda críticas à forma como os professores são recrutados. “Os processos de recrutamento são completamente opacos em Macau, enquanto em Hong Kong temos comités de investigação para preencher as vagas nas faculdades.
Andreia Sofia Silva SociedadeFundação Mário Soares | Carlos Monjardino reestrutura [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]arlos Monjardino, administrador da Fundação Mário Soares, disse ao jornal português Diário de Notícias (DN) que a entidade vai ser alvo de um processo de reestruturação após a morte do seu mentor e fundador, Mário Soares, o ano passado. Em declarações ao DN, Carlos Monjardino adiantou que é objectivo “focar” as áreas em que a fundação pode intervir, uma vez que esta “se dispersa um bocado”. “A fundação não tem de fazer tantas coisas”, explicou, sendo que poderá ser efectuada uma transferência de espólios recebidos pela fundação “que não são essenciais” para a Torre do Tombo. “Temos de tratar como deve ser aquilo que Mário Soares deixou de seu”, afirmou Monjardino, sublinhando também a necessidade de manter na FMS os espólios de personalidades importantes da I República, de companheiros de Soares na luta contra a ditadura, ou os que lá estão de protagonistas dos movimentos de libertação das ex-colónias portuguesas. “É evidente que as coisas não são tão fáceis”, disse o também presidente da Fundação Oriente, reconhecendo que a morte do ex-presidente da República e primeiro-ministro português trouxe ainda mais dificuldades de sobrevivência da fundação, criada em 1991. Ainda assim, o objectivo é manter o seu funcionamento. “Estamos todos a fazer um esforço para que funcione”, disse ao DN. Carlos Monjardino lembrou que os mecenas que doavam fundos à fundação são menos. O conselho de administração deve reunir na próxima semana, sendo depois convocado o Conselho Geral para eleger os novos órgãos sociais, processo que deverá estar concluído no final de Fevereiro. De lembrar que do Conselho Geral fazem parte algumas personalidades de Macau, como é o caso de Jorge Neto Valente, presidente da Associação dos Advogados de Macau, o magnata de jogo Stanley Ho e o empresário Sio Tak Hong. O HM tentou ainda um contacto junto de Jorge Neto Valente para saber mais pormenores sobre este processo de reestruturação, mas até ao fecho desta edição não foi possível estabelecer contacto.
Andreia Sofia Silva SociedadeMediação e arbitragem | Macau precisa de mais formação e desenvolvimento de entidades [dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]osé Figueiredo, chefe funcional da divisão de estudo do sistema jurídico da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ), participou recentemente na primeira conferência sobre mediação para a zona da Ásia-Pacífico, que decorreu na Coreia do Sul, tendo falado do “Estado como uma parte na mediação das relações comerciais entre fronteiras: desafios e benefícios”. Ao HM, o jurista defendeu que, no caso de Macau, é necessário não só apostar no desenvolvimento das instituições que venham a operar nas áreas da mediação e arbitragem, bem como garantir a formação dos recursos humanos na área do Direito. “Num primeiro plano o Governo já está a melhorar ao desenvolver as leis principais que regulam a arbitragem e a mediação, e criando regulamentação complementar. Quanto às instituições caberá a elas desempenhar o seu papel e tornarem os seus centros de mediação reconhecidos junto de outras jurisdições.” José Figueiredo lembrou que “esta área tem sido pouco aproveitada em Macau”, não apenas por parte da população como “dos agentes jurídicos no geral”. “Há algum desconhecimento em torno desta lei. Portanto a formação tem de ser feita não só para dar a conhecer o regime jurídico à população, para que possam utilizar esse mecanismo, mas também deve ser dada formação a advogados e magistrados para que possam intervir nos processos de arbitragem e mediação”, apontou. Isto porque “apesar de serem meios extra-judiciais, muitas vezes os magistrados são chamados a intervir”. “Também eles precisam de ter formação nesta área para que possam aplicar melhor a lei e tornar o regime aplicável”, frisou. A importância da especialização O responsável da DSAJ lembrou ainda que os tribunais não são especialistas em áreas como o Direito Comercial Internacional, pelo que a mediação e a arbitragem podem ter um papel importante nesta matéria. “Quanto mais volume de trabalho tiverem os tribunais mais difícil será eles darem resposta. Mas depois também se colocam problemas específicos, que têm a ver com a especialidade destes casos, pois se estão em causa matérias com um cunho internacional é preciso que o aplicador da lei tenha alguns conhecimentos de Direito Comercial Internacional.” Isto porque “os tribunais não têm essa especialização e o desenvolvimento destes meios pode permitir não só aliviar os tribunais de alguma carga mas permitir que quem vai decidir o caso tenha alguns conhecimentos sobre a matéria”, rematou José Figueiredo. Na sua apresentação, o jurista lembrou que a não aceitação da mediação ou da arbitragem não é um problema apenas de Macau. “O uso da mediação para resolver disputas administrativas não é, de uma forma geral, aceite no mundo e enfrenta algumas dificuldades de ordem dogmática e conceptual.”
Hoje Macau SociedadeIPM | Mestrados vão acolher até 300 alunos nos cursos de mestrado Lei Heong Iok, presidente do Instituto Politécnico de Macau, adiantou, no Dia Aberto da instituição, que este ano não deverão ter mais de 300 alunos nos cursos de mestrado. O IPM ainda aguarda a aprovação do mestrado em língua e cultura portuguesas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto Politécnico de Macau (IPM) realizou, no passado sábado, o Dia Aberto para os novos ou potenciais alunos que estejam interessados em inscrever-se na instituição de ensino. À margem do evento, e segundo o Jornal do Cidadão, o seu presidente, Lei Heong Iok, garantiu que o IPM não deverá ter mais de 300 alunos nos cursos de mestrado, algo que também está relacionado com a decisão tomada pelo Governo, apontou. Neste momento, adiantou, o IPM está a preparar a abertura de candidaturas para os cursos de mestrado e doutoramento com o intuito de concretizar o plano de desenvolvimento estratégico do território. Neste sentido, e segundo o canal macau da TDM, Lei Heong Iok espera ter este ano aprovação do Governo para a abertura do novo mestrado em língua e cultura portuguesas, estando a ser pensado também um doutoramento na mesma área. “Conforme a nova lei do ensino superior o IPM pode por si próprio abrir estes programas. É uma boa oportunidade e quero aproveitar para realizar estes objectivos e nestes anos tem sido um dos meus sonhos”, adiantou Lei Heong Iok à TDM, tendo acrescentado que a proposta será entregue ao Governo “o mais depressa possível”. Também à TDM o presidente do IPM adiantou que existe o projecto de construir uma nova biblioteca no actual espaço destinado ao campo de jogos. “Faz falta uma boa biblioteca e já temos o design feito por uma empresa portuguesa. Desejo que o Governo possa aprovar o projecto”, frisou. Mais alunos do continente Relativamente às outras áreas de ensino, o IPM espera ter até três mil alunos nos cursos de licenciatura, sendo que todos os anos há 700 alunos de Macau e 100 que são do exterior. Segundo Lei Heong Iok, o número de inscrições por parte dos alunos locais secundários tem sido reduzido. Contudo, o responsável garantiu que não vai alargar o número de alunos nos cursos, sendo que este ano se verificou um aumento de três por cento nos estudantes oriundos do continente, que representam 18 por cento de todos os alunos do IPM. Quanto ao projecto de transformar o IPM numa universidade, Lei Heong Iok revelou que, para já, essa possibilidade não é uma prioridade nem é uma questão principal. Neste período, adiantou, o IPM não deixou de se desenvolver, sendo que a maioria dos cursos são reconhecidos internacionalmente, lembrou. Em relação à ideia de criar em Macau um instituto para a formação dos funcionários públicos, Lei Heong Iok defendeu que o IPM deve, de facto, reforçar a formação que disponibiliza nesta área, onde se devem incluir cursos de doutoramento. Lei Heong Iok referiu também que é mais importante coordenar os recursos das instituições e exercer melhor as funções do que criar mais universidades ou institutos em Macau. O actual presidente do IPM pretende reformar-se em Agosto. Segundo um comunicado enviado às redacções, é referido que a instituição, nos últimos 18 anos, “tem envidado esforços no sentido de concretizar a definição precisa do seu posicionamento, a criação de uma instituição com características únicas e o aumento notável da competitividade dos seus cursos”.
Hoje Macau SociedadeLei da Cibersegurança | Maioria concorda com novo diploma [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo realizou a primeira sessão de consulta pública na passada sexta-feira, dia 5, relativa à lei da cibersegurança. Segundo um comunicado oficial, “a maioria dos intervenientes concorda com a necessidade da elaboração desta lei”, sendo que “alguns deles são a favor da implementação do ‘real name system’ na aquisição do cartão pré-pago por entenderem que, assim, pode ajudar a polícia na investigação e combate ao crime cibernético”. O mesmo comunicado dá conta de que “todos os serviços públicos e operadores das infra-estruturas críticas estão incluídos no âmbito de aplicação desta lei”. “No futuro, havendo uma série de definições sobre os deveres dos operadores das infra-estruturas críticas, as formas de protecção de cibersegurança aplicadas pelos operadores poderão ser melhor reguladas. Ao tratar os dados pessoais, os respectivos operadores deverão cumprir as leis e assumirão as responsabilidades legais”, lê-se ainda. No que diz respeito à Função Pública, o Executivo afirma que “já foram elaboradas orientações internas por cada serviço, tendo sido criado um centro de dados pelos Serviços de Administração e Função Pública destinado ao uso e apoio técnico aos outros serviços públicos”.
Victor Ng SociedadeGrupo Polytec e proprietários lesados do Pearl Horizon reúnem-se com Governo [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o passado sábado, os promotores do empreendimento do Pearl Horizon, a associação de moradores e representantes do Governo reuniram-se pela primeira vez em termos oficiais. “Esta é a primeira reunião que o Executivo divulgou oficialmente”, refere Kon Meng Pok, presidente da Associação dos Proprietários do Pearl Horizon, indicando que já houve outros encontros. Um comunicado do gabinete da secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, reiterou a ideia de que o Governo “já tem um projecto básico elaborado sobre o aproveitamento futuro do terreno do Pearl Horizon”, mas como o caso sobre a concessão do terreno ainda se encontra em tribunal será a ideia do Executivo será “divulgada após ser proferida a sentença judicial”. Kon Meng Pok confirmou ao HM que os representantes do Executivo não abriram o jogo quanto à solução que têm pensada para o terreno, porém, considera que “este encontro é um bom início”. De acordo com Kon Meng Pok, os promotores do empreendimento revelaram “vontade de cooperar com o Governo, qualquer que seja a proposta”. No que toca aos proprietários que se viram sem casa, o presidente da associação que os representa afirma que o Governo perguntou “se houve mudança de posição”. Nessa medida, Kon Meng Pok mantém-se inflexível e transmitiu aos membros do Executivo que “a ideia é continuar a lutar pelas casas”. O presidente da Associação dos Proprietários do Pearl Horizon adianta que, “para já, não há data para um novo encontro, nem se sabe se poderá trazer resultados práticos”. Antes do Natal, o gabinete de Sónia Chan havia referido que o Grupo Polytec, promotor do empreendimento, “não mostrou vontade de resolver em conjunto o problema nos termos legais”. O projecto que o Executivo diz ter para o terreno, e que promete “proteger na medida do possível os interesses dos compradoras das fracções, nos termos da Lei de Terras”, será apenas revelado após o processo transitar em julgado. Para já, a esgrima judicial prossegue no Tribunal de Última Instância, que terá a última palavra quanto à concessão do terreno.
Victor Ng Manchete SociedadeCapitol | Teatro reabre portas este mês Era para ter sido em Setembro, depois passou para Outubro, mas parece que é desta. O teatro Capitol vai reabrir ainda este mês a título experimental. De acordo com os proprietários, a reabilitação do espaço vai dinamizar a zona e apesar das polémicas, os vendilhões não precisam de se preocupar em sair [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois de várias datas, todas elas adiadas, o Teatro Capitol pode reabrir a titulo experimental até meados de Janeiro. A informação foi avançada ao jornal Ou Mun pelo empresário e principal proprietário do edifício William Kwan. As obras de reparação arrancaram no primeiro trimestre do ano passado e “têm decorrido ao ritmo esperado”, referiu. Até à data, estão concluídos mais de 90 por cento dos trabalhos de reparação do teatro e os equipamentos já estão em fase de teste. A infra-estrutura que faz parte da história local e reúne um “grande valor cultural” vai, depois das obras, ter um palco maior. De acordo com William Kuan foram removidas algumas fileiras de cadeiras e o espaço foi optimizado. O investimento de cerca de 15 milhões de patacas é, para o empresário, positivo, na medida em que com a reabertura do Teatro Capitol o centro comercial que integra o mesmo espaço “vai ser revitalizado e a economia daquela zona vai ser mais diversificada”. A companhia espera oferecer às entidades ligadas à cultura e às indústrias criativas, uma plataforma ideal para a prática, o intercâmbio e a realização de eventos, referiu William Kwan. O responsável acrescentou ainda que, após entendimento com os proprietários dos vários andares do edifício, espera arrancar com mais obras a partir de Junho de forma a renovar todo o centro comercial. Questionado sobre o Teatro Cheng Peng, William Kuan disse que vai reforçar a colaboração com as autoridades para se proceder às obras de reparação. O objectivo é transformar aquele espaço num museu de ópera. Vendilhões a salvo De acordo com um dos membros da comissão de proprietários do edifício que alberga o teatro, Leong Chi Pio, em declarações ao HM, a abertura daquele espaço “é positiva e pode impulsionar os negócios dos vendilhões”. Apesar das polémicas relativas à possível expulsão dos comerciantes que se servem das instalações do centro comercial, Leong Chi Pio garantiu ainda que não vão sofrer qualquer influência com o decurso das obras de renovação que se vão realizar. O responsável referiu ainda que as equipas de limpeza e de reparação entraram nos 2º e 3º andares do edifício para reparar as lojas para que possam ser arrendadas. Por outro lado, Leong Chi Pio considera que a abertura do teatro pode afectar positivamente os negócios dos vendilhões do edifício. A razaçõ apontou, tem que ver com uma maior circulação de pessoas capaz de assegurar que os negócios que ali se fazem podem continuar a existir.
João Santos Filipe SociedadeAcadémico e ex-jornalista elogia independência da imprensa local José Manuel Simões considera que financiamento público dos jornais não condiciona a liberdade de imprensa nos meios de comunicação social em língua portuguesa de Macau. No entanto, apela a uma maior abertura para as comunidades falantes de português, que não a portuguesa [dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]ma imprensa com coragem para assumir publicamente as suas posições num Território onde as pessoas muitas vezes não o fazem. Foi desta forma que o académico e ex-jornalista José Manuel Simões abordou o Estado dos jornais em língua portuguesa de Macau e a relação com os subsídios públicos. “Curiosamente os jornais em língua portuguesa de Macau, onde as pessoas não dizem muito abertamente aquilo que pensam, têm essa capacidade e virtude de assumirem posições. Isso é de louvar”, disse, ontem, José Manuel Simões ao HM. “Nota-se nos órgãos de comunicação social em língua portuguesa uma independência face ao poder político por vezes arrojada, uma liberdade de dizer as coisas que podem, à partida, ser surpreendentes, sabendo dessa aparente condicionante”, sublinhou. O académico da Universidade de São José escreveu no ano passado, em conjunto com o também académico Paulo Faustino, um artigo, em inglês, sobre o impacto dos apoios públicos para nos jornais de Macau com o título “Impactos do Apoio Público e do Pluralismo de Vozes nos Jornais de Macau”. Entre as conclusões considera-se que existe uma grande liberdade e pluralidade entre os órgãos de comunicação social em língua portuguesa, apesar do financiamento directo do Governo. “Na prática os subsídios não se reflectem em termos de censura ou controlo editorial. Podemos falar de liberdade de expressão. Isto é em relação à imprensa em língua portuguesa”, explicou José Manuel Simões, ao HM. “Não me parece, e tendo em conta os trabalhos dos meus alunos na cadeira de jornalismo e no mestrado de comunicação e media, que esta mesma não ingerência do Governo não exista nos órgãos em chinês. Neste caso podemos falar de censura ou, pelo menos, de autocensura”, frisou. Os apoios são encarados como o garante da pluralidade de vozes na comunicação social, sendo escrito no artigo que a leitura da imprensa em língua portuguesa permite ter acesso a opiniões neutras, contra e a favor das posições do Executivo. “Os apoios à imprensa portuguesa e chinesa mantêm-se desde a Administração Portuguesa, o que também nos mostra que estamos a falar de um mercado reduzido. É um factor que permitem manutenção e continuidade da diversidade dos média em Macau”, apontou José Manuel Simões. Abertura a outras comunidades Por outro lado, o académico considera que sem o financiamento público seria muito difícil que a imprensa em língua portuguesa se mantivesse em Macau. No entanto, considerou que pelo menos existe espaço para a existência de um jornal. “Num universo em que há três diários e dois semanários, acho que seria possível sobreviver um. Os jornais não sobrevivem nem com as tiragens nem com publicidade, portanto à partida se não houvesse os apoios seria muito difícil. O universo de leitores é muito escasso”, comentou. “Mas se existisse apenas um dos cinco, acho que seria exequível a sobrevivência até na tarefa de angariar publicidade”, completou. José Manuel Simões defendeu ainda que os jornais deveriam centrar-se mais nas comunidades portuguesas, e menos na comunidade portuguesa de Macau: “Por vezes os jornais deveriam ter a preocupação de trazer para as suas páginas as outras comunidades de língua portuguesa, e não só a comunidade portuguesa para quem são mais virados. Era uma tarefa que não seria propriamente complicada”, indicou. O artigo escrito por José Manuel Simões foi publicado em Abril do ano passado na revista Journalism and Mass Communication.
Andreia Sofia Silva SociedadeAeroporto com maior volume de passageiros de sempre [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] número de passageiros que passaram pelo Aeroporto Internacional de Macau o ano passado atingiu a fasquia de 7.16 milhões, um aumento de oito por cento em relação a 2016. Segundo um comunicado, trata-se do maior número em 22 anos de operacionalização do aeroporto, ultrapassando 11 vezes o número da população de Macau. Em Dezembro havia um total de 29 linhas aéreas a passar pelo aeroporto, que ligam o território a 46 destinos do sudeste asiático, que representaram 43 por cento do volume de passageiros de todo o aeroporto. Garantindo que os números bem sucedidos se devem a uma boa cooperação com parceiros e o Governo de Macau, a Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau (CAM) assegura que, o ano passado, o Mercado da China e Taiwan se manteve “estável”, enquanto que os mercados do sudeste asiático e do continente registaram aumentos na ordem dos dez e 15 por cento, respectivamente. Tal representou um aumento de 32 por cento de passageiros nas linhas low cost. Os bons resultados ao nível de rotas e passageiros permitem à CAM “garantir uma base sólida para a expansão das linhas aéreas em 2018”. “Em termos de desenvolvimento de mercado, vamos desenvolver rotas de longo curso, com o objectivo de aumentar e mudar a actual estrutura de mercado em termos passageiros, para que possamos atrair mais viajantes internacionais e locais para o Aeroporto Internacional de Macau”, lê-se no comunicado. A CAM espera ainda este ano concluir várias obras de expansão do aeroporto, tal como o novo terminal norte, que irá permitir uma capacidade de recepção de 7.5 milhões de passageiros por ano.
Victor Ng SociedadePreço de venda de porcos vivos voltou a aumentar [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]pesar dos preços da venda por grosso de porcos vivos terem ficado mais caros com o novo ano, o presidente da Associação dos Comerciantes de Carne Verde Iong Hap Tong de Macau, Che Su Peng, não acredita que o consumidor final vá sentir esse aumento. Em declarações ao Jornal do Cidadão, o presidente defendeu que o facto do aumento não ter sido significativo vai fazer com que os comerciantes de carne mantenham os preços praticados no ano passado. Ainda assim, Che Su Peng considerou o aumento anormal, visto que com base no passado este tipo de aumentos surgia logo a seguir ao Dia Nacional, em Outubro. Porém, desta vez apenas foi registado com o início do novo ano. Por outro lado, o presidente criticou o Governo por ainda não ter feito nada para controlar os preços que chegam ao consumidor final. Face a esta situação, Che Su Peng sugeriu ao Executivo a aquisição de um espaço para instalações de suinocultura no Interior da China. O objectivo passaria por fazer diminuir os preços da carne de porco que chegam a Macau. Também o deputado Ho Ion Sang sublinhou a necessidade do Governo implementar medidas para controlar o impacto da inflação na importação de carne de porco junto dos consumidores finais. O legislador declarou ao Jornal do Cidadão que a sociedade quer ver o mercado da comida fresca liberalizado com a introdução de um mecanismo para implementar concorrência justa, alargamento das fontes de importação dos produtos, garantia de preços razoáveis e redução dos impactos da inflação no Interior da China junto do consumidor final. Apesar de entender que o Executivo prometeu por várias vezes garantir os direitos e interesses dos consumidores no mercado, Ho Ion Sang lamentou que as promessa não estejam a ser cumpridas e que o residentes tenham de continuar a aguentar o alto nível de preços na vida. Ainda assim, o deputado frisou que, com os preços por grosso dos produtos alimentares frescos a aumentarem, que vários cidadãos estão preocupados que tenham de ser eles a pagar esses aumentos. Por essa razão, Ho Ion Sang apelou ao Governo para fazer uma fiscalização mais eficaz.
João Santos Filipe SociedadeChan Meng Kam compra hotel Lan Kwai Fong por 2 mil milhões Empresário e político pagou 1,8 mil milhões de dólares de Hong Kong em dinheiro vivo e completou a aquisição do hotel e casino Lan Kwai Fong. Chan Meng Kam passa a controlar quatro casinos no território [dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]han Meng Kam finalizou ontem por 2 mil milhões de dólares de Hong Kong a aquisição do hotel e casino Lan Kwai Fong ao grupo China Star Entertainment, controlado pelo empresário Charles Heung. A conclusão do negócio foi avançada ontem, em comunicado à Bolsa de Hong Kong, sendo que a identidade do comprador tinha sido revelada anteriormente, pelo portal GGR Asia. Aquisição do hotel e casino foi fechada após um pagamento de 1,8 mil milhões de dólares de Hong Kong. Já em Outubro do ano passado, altura em que foi revelado o princípio de acordo para o negócio, Chan Meng Kam tinha pago 200 milhões de dólares de Hong Kong como caução a fundo perdido. Segundo o moldes do negócio, o valor final da compra ficou cifrado em 2 mil milhões de dólares de Hong Kong e foi feito através da empresa Golden Dragon Entertainment Holdings. “A direcção está feliz por poder anunciar que a conclusão do negócio ocorreu a 3 de Janeiro. Como consequência do pré-acordo existente, o comprador nomeou a empresa Golden Dragon Entertainment Holdings Limited para receber as acções da venda”, pode ler-se num comunicado da China Star Entertainment. “O restante montante da venda no valor de 1.800 milhões foi pago na totalidade em dinheiro vivo”, é acrescentado. O hotel Lan Kwai Fong tem 209 casinos, restaurantes, lojas entre outras instalações. Segundo o comunicado de Outubro da China Star Entertainment, na altura o casino tinha 84 mesas de jogo, focadas no mercado de massas e VIP, e 65 máquinas de jogo. O casino é gerido como satélite da Sociedade de Jogos de Macau, detentora da concessão. Sempre a somar A conclusão deste negócio faz com que o número de casinos controlados pelo empresário e político, que tem lugar no Conselho do Executivo, suba para quatro. Ainda na península de Macau, Chan Meng Kam controla os casinos Golden Dragon e Royal Dragon, também através de acordos com a SJM. Na Taipa, o empresário de Fujian é detentor do Casino Taipa Square, através da licença da Melco Resorts and Entertainment, concessionária controlada por Lawrence Ho. Rumores nos meios da indústria do jogo têm apontado Chan Meng Kam como um eventual candidato a uma licença de jogo, caso o Governo tome a opção de aumentar o número de concessões. Essa licença poderia ser atribuída numa parceria com Alvin Chao, proprietário da empresa de promoção de jogo Suncity.
Sofia Margarida Mota SociedadeAinda não há data para nova lei dos táxis [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Governo ainda não consegue avançar com uma data concreta para a alteração ao regulamento do transporte de passageiros em automóveis ligeiros de aluguer ou táxis. Numa resposta à interpelação escrita do deputado Si Ka Lon, a directora substituta da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), Leong Pou Ieng, disse que o atraso se deve à existência de diferentes opiniões junto da sociedade, pelo que é necessário continuar a fazer estudos sobre este assunto. Na mesma resposta, Leong Pou Ieng disse ainda que nos primeiros seis meses deste ano vai ser lançada a consulta pública sobre o regime de aquisição de bens e serviços. Quanto ao processo legislativo sobre este diploma deverá arrancar no terceiro trimestre deste ano. No que diz respeito aos diplomas relacionados com a renovação urbana, a responsável da DSAJ adiantou que o Governo vai adoptar diferentes medidas para, com base nas necessidades, poderem ser revistas e complementadas as leis em vigor nessa área.
Andreia Sofia Silva SociedadeGrand Hotel, em frente ao Sofitel, abre portas em 2019 A arquitecta Joy Choi é a responsável pela renovação do histórico Grand Hotel e garante que a obra deverá estar concluída em 2019. O edifício obrigou a um estudo de um ano, pois havia o risco de demolição. A obra que obriga os trausentes a circular fora do passeio deverá estar concluída a partir do dia 10 [dropcap style≠‘circle’]S[/dropcap]erá um hotel boutique de duas estrelas, com a antiga fachada renovada e com um estilo clássico. Eis alguns detalhes do histórico Grand Hotel, localizado na zona do Porto Interior, em frente ao empreendimento Ponte 16, e que há anos não passa de um velho edifício abandonado e vazio. Ao HM, a arquitecta Joy Choi, responsável pelo projecto, adiantou que as obras deverão estar concluídas em 2019 e que chegou a existir o risco de demolição de todo o edifício, o que acabou por não se verificar. “Antes deste trabalho a nossa equipa demorou cerca de um ano a estudar as condições do edifício, uma vez que tem cerca de 80 anos. Tínhamos de saber quais eram as condições, se necessitava de ser demolido ou se podia haver uma remodelação. Também fizemos alguns estudos e pesquisas sobre o futuro uso da estrutura. Todos nós estamos contentes com o facto de não termos de demolir o edifício”, apontou a arquitecta. Joy Choi lembrou também que o seu cliente e proprietário do espaço, International Weng Fu Investment Company Ltd, não teve problemas em esperar mais tempo. “Uma parte muito importante é o cliente, que é muito bom e que compreendeu toda a situação. Ele aceitou pagar mais dinheiro para fazer os trabalhos de restauro e reparação de todo o edifício, o que exige mais tempo e dinheiro. Tudo para garantir a segurança das infra-estruturas do hotel no futuro.” O actual proprietário adquiriu o antigo hotel em 2014 e 2015 à família Fok em duas transacções. “Vamos manter a fachada original e vai estar totalmente renovada, com novas janelas, num estilo elegante. Uma parte interessante serão os interiores, pois será um hotel boutique de duas estrelas”, disse Joy Choi. Passeio pronto dia 10 Os trabalhos de fundações levaram ao corte de acesso dos trausentes ao passeio, o que faz com que tenham de andar numa parte da estrada na avenida Almeida Ribeiro. Contudo, Joy Choi assegura que os trabalhos deverão ficar prontos no próximo dia 10. “O passeio vai voltar a estar operacional no dia 10 deste mês. Claro que compreendemos que o público, que não conhece os detalhes, se vá queixar desta obra, mas sem isto não conseguíamos fazer os trabalhos com as fundações. Trata-se de um trabalho de curto prazo e está quase concluído”, concluiu. Ao jornal Ou Mun, o proprietário garantiu que vai demorar cerca de 20 anos a recuperar o investimento feito neste novo projecto hoteleiro.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeSistema de alertas e alarmes para tufões vão ser modificados Os secretários Raimundo do Rosário e Wong Sio Chak revelaram ontem na Assembleia Legislativa que o sistema de alerta de marés e de tufões vai ser revisto e os alarmes vão estar espalhados pela cidade. Os primeiros vão estar em funcionamento até Junho [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s alertas das marés altas vão ser revistos. A medida insere-se no conjunto de iniciativas que têm como objectivo aumentar a capacidade de resposta do território em caso de catástrofe e anunciada ontem pelo secretário para os transportes e obras públicas, Raimundo do Rosário. “Vamos rever os alertas das marés altas de três para cinco níveis e o nível de altura da água vai passar do metro e meio para valores acima dos 2,5 metros”, referiu o governante em resposta à deputada Ella Lei na sessão plenária de ontem da Assembleia Legislativa (AL). Vai ainda ser revista a classificação dos tufões bem como os intervalos de tempo que medem a intensidade dos ventos. De uma medição horária, vão passar a ser tidos em conta os valores registados a cada dez minutos. Numa sessão marcada por mais perguntas e muito poucas respostas, as políticas e acções que o Governo tenciona implementar de modo a evitar estragos como os registados com a passagem do tufão Hato pelo território preencheram o inicio da reunião plenária e contaram com a resposta conjunta de Raimundo do Rosário e do secretário para a segurança, Wong Sio Chak. Depois do Governo reiterar o que já tinha sido dito ao longo das sessões dedicadas às Linhas de Acção Governativa para 2018, Wong Sio Chak revelou que vão também existir algumas modificações no que respeita aos avisos de tempestades tropicais, garantindo que vão ser dados com maior antecedência. “Quanto às tempestades tropicais que podem atingir o território vamos elaborar avisos com três horas de antecedência para que a população tenha tempo de se preparar”, referiu o responsável pela segurança. Vídeos, alarmes e megafones Ainda em resposta às iniciativas que estão a ser levadas a cabo pelo Governo, Wong Sio Chak adiantou que os Serviços de Polícia Unitários (SPU) já estão a promover a instalação de um sistema de alarme em resposta a situações de emergência que irá entrar em funcionamento até meados do próximo ano. Trata-se de um sistema articulado com o que está a ser implementado a nível da videovigilância. “O referido sistema de alarme irá articular-se com a segunda e terceira fase da construção do sistema de videovigilância, instalando-se em 90 candeeiros”, referiu o secretário para a segurança. Caso a rede de comunicação seja afectada e inutilize o sistema em causa, Won Sio Chak também apontou a solução. “Existirá uma cooperação com as entidades que integram a estrutura de protecção civil, destacando pessoal em viaturas, munidos de altifalantes para difundir informações mais actualizadas sobre o tufão nas vias públicas e junto da população”, disse. Ainda na área das comunicações, o secretario revelou que as autoridades já distribuíram 60 walki-talkies a organizações comunitárias. O objectivo é manter uma via de comunicação pronta para “fazer face à falta de electricidade ou se as redes de telecomunicações forem afectadas permitindo o contacto com o Centro de Operações de Protecção Civil”, justificou o governante. Comunicação tripartida De modo a que a comunicação seja facilitada e tendo em conta a cooperação com Guandong e Hong Kong, o secretário para a segurança apontou que as comunicações vão ter uma banda cerca de 10 vezes maior do que a actual. “A banda de transmissão de dados vai aumentar de 2 para 20 megabites”, especificou. Tendo ainda em conta a cooperação regional, estão a ser debatidas entre as três regiões formas de melhorar aspectos que facilitem a resposta a situações de emergência. O secretário dá exemplos e aponta a criação de um mecanismo de passagem de fronteira rapidamente ou o aperfeiçoamento do mecanismo de cooperação médica e de socorro entre as partes. As informações foram dadas directamente a Ella Lei. A deputada com ligações à FAOM interpelou o Executivo acerca de medidas concretas que estejam a ser tomadas já, antes que “comece a época dos tufões”. Para a deputada têm sido muito divulgadas iniciativas sem, no entanto, serem, especificas e claras, e pior, sem serem materializadas em iniciativas objetivas. Ainda relativamente ao Hato vários foram os deputados que pediram mais responsabilidades por parte do Governo, nomeadamente por parte do Chefe do Executivo. Mas Para Wong Sio Chak, Chui Sai On fez o que tinha de fazer. “O Chefe do Executivo reconheceu as insuficiências e a partir do momento em que deu a conferência de imprensa no dia seguinte à passagem do tufão Hato sempre assumiu um papel protagonista liderando todos os trabalhos de socorro e resgate. Convocou a ajuda por parte do continente, redigiu um dossier e tem vindo a acompanhar todos os trabalhos o que representa a sua coragem nesta situação”, rematou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeTNR com baixos salários apostam em lotarias e slot-machines Apesar de fazerem parte das comunidades com os salários mais baixos de Macau, os trabalhadores não residentes também jogam. Não o fazem nas mesas dos casinos, muito menos nas salas VIP, mas apostam em lotarias, onde os bilhetes custam no máximo dez patacas, ou em slot-machines. Há vícios escondidos e famílias destruídas. Associações que representam estas comunidades pedem mais serviços de apoio e uma nova base de dados que inclua os trabalhadores migrantes [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] esperança deposita-se em pequenos quadrados de papel com números e rabiscos. As mãos cansadas de trabalhar seguram-nos enquanto os olhos não saem dos ecrãs com os resultados. É assim a rotina dos que apostam quase diariamente nas lotarias do Pacapio, com gestão da SLOT – Sociedade de Lotarias e Apostas Mútuas de Macau. Não há turistas nem multidões e os jogadores são, na sua maioria, reformados. Há, contudo, um outro tipo de jogadores que se destaca: são trabalhadores não residentes (TNR), filipinos ou de outras nacionalidades, que ali jogam nas horas mortas ou nos intervalos do trabalho. Sabem que com apenas cinco a dez patacas podem ter a sorte de ganhar o jackpot. “Claro que quero ganhar dinheiro!”. Freddie Padin, filipino, trabalhador na área do catering no Aeroporto Internacional de Macau, está confiante de que a sorte um dia lhe vai cair no colo. A mulher vive nas Filipinas e visita-o em Macau sempre que pode. Este TNR vive no território há onze anos. Nunca ganhou nada no Pacapio, mas isso não o demove de continuar a tentar, sozinho ou na companhia de amigos. “Se ganhasse o dinheiro iria investi-lo, iria para casa, para as Filipinas. Se ganhasse o jackpot claro que iria para casa, seria um vencedor”, garantiu ao HM. Não vai ao Pacapio todos os dias, mas sempre que ganha um pouco parte para outros voos em busca da riqueza que lhe vai resolver todos os problemas. “Não venho todos os dias, só às vezes. Quero ganhar um jackpot e aqui só gastamos dez patacas. Se ganhar mais algum dinheiro vou aos casinos, mas nunca ganhei”, assegurou. Regressar às Filipinas com dinheiro no bolso é o sonho de muitos e é isso que os faz ir sempre que podem apostar nas lotarias. São homens e mulheres que aguardam nas cadeiras vermelhas à espera que se faça sorte. Muitos deles experimentam jogar uma primeira vez, como é o caso de Dante Canedo. Há dois anos que vive em Macau e trabalha na área da limpeza, no casino Venetian. “É fácil jogar aqui, mas não sei se virei mais vezes”, contou. “Quero jogar porque quero ganhar o grande prémio, e se conseguir regresso para as Filipinas.” E o que faria na sua terra natal? Dante Canedo queria montar um negócio, na área da restauração, ou fazer uma grande casa para si e para os seus. Também Renato, filipino, vem com alguma frequência, mas não todos os dias. “Venho nos meus dias de folga, porque é muito barato jogar, são só dez patacas”, adiantou. John conversa com um amigo enquanto olha para o ecrã cheio de números. É a sua primeira vez que vem ao Pacapio para jogar, mas caso ganhe o jackpot, já sabe o que vai fazer com o dinheiro: “comprava o meu próprio carro e ia para o Hawai com amigos e raparigas bonitas”. “Jogo faz mal aos filipinos” Enquanto uns apostam e aguardam que a sorte apareça, outros almoçam no restaurante localizado ao lado, com o irónico nome de Estabelecimento de Comidas Boa Fortuna. Choi (nome fictício), bebe um chá quente enquanto fala com o HM, sem nunca desviar o olhar dos números que estão na sala do lado. Choi começou por frequentar o Pacapio para ali fazer as suas refeições, até que sentiu curiosidade e passou a apostar nas lotarias. Hoje, já reformado, frequenta as lotarias entre três a quatro vezes por mês e chega a ganhar não mais do que 200 patacas. Uma vez ganhou um milhão de patacas, há muito tempo, “uma coisa rara de acontecer”, garante. Choi diz que 80 por cento dos jogadores são pessoas como ele: reformados que ali gastam as suas horas mortas, sobretudo no período de férias, quando há mais apostadores. Depois há os trabalhadores migrantes. “Estes jogos são muito baratos e toda a gente tem o objectivo de ganhar dinheiro. Mas acho que este jogo pode fazer mal aos filipinos porque, apesar de custar pouco dinheiro, eles podem gastar o seu salário todo”, defendeu Choi. Este jogador é um dos muitos residentes de Macau que guarda boas memórias de um espaço cheio de história, e que acarreta consigo “memórias inesquecíveis”. “Acho que este tipo de lotarias deve continuar a existir porque há muita gente que não consegue entrar nos casinos”, apontou. Mio, que veio para Macau com dez anos de idade, vai às lotarias umas dez vezes por mês. Esta é a casa onde gasta os seus tempos livres há quase 20 anos. “Aqui não há coisas para fazer além do jogo. Também não costumo fazer desporto, por isso não tenho mais nenhum sítio onde ir além das lotarias”, contou o residente, que trabalha num casino. Um lugar onde “há muita memória” deve sem dúvida manter-se, acredita Mio. “O Pacapio deve manter-se e não deve ser administrado dentro dos casinos, porque há pessoas que não podem lá entrar”, frisou. “Jogo faz mal” O jogo ou o seu vício é uma temática que não se associa aos trabalhadores migrantes dado os baixos salários que estes recebem. Na maioria dos casos, os ordenados ficam abaixo da média salarial de Macau, que ronda as 15 mil patacas. Sabe-se de um caso aqui a ali, mas a maior parte das situações estão escondidas aos olhos de muitos. Rodantes, ligado a duas associações de cariz social ligadas à comunidade filipina, assume já ter ouvido falar de histórias de azar dos que procuraram a sorte. “Sei que há muitas pessoas que vão ao Pacapio e às slot-machines. É um problema porque é muito fácil ir lá, uma vez que esses espaços estão localizados no centro de Macau, e jogam para tentar a tua sorte, mas nós, associações, tentamos alertar essas pessoas para que não joguem.” Rodantes contou que o espaço de slot-machine localizado ao lado do Hotel Sintra é muito frequentado por TNR. “Se formos, por exemplo, às casas-de-banho vemos muitos filipinos e também pessoas de outras nacionalidades, como o Nepal ou o Vietname, que estão lá para jogar. É mais barato [apostar], é muito fácil e podem gastar o tempo livre depois do trabalho, ou mesmo nas folgas. É muito comum.” Embora o azar seja mais comum, há histórias de pessoas que conseguiram regressar ao seu país de origem com mais umas patacas no bolso. “Há alguns anos que ouvimos alguns casos de famílias que entram em falência e que têm de voltar para as Filipinas sem nada, porque perderam o emprego. Mas conheço muita gente que investiu o dinheiro que ganhou nas Filipinas, na construção de casas, por exemplo. Mas a maioria não consegue guardar dinheiro para o seu futuro”, adiantou. Rodantes diz que há muita falta de informações sobre eventuais riscos, e é aqui que entra o trabalho de associações ou outras organizações não governamentais (ONG). “As pessoas que jogam podem não frequentar a igreja ou não ir ao consulado. Há muita falta de informação e temos vindo a falar dos riscos que o jogo acarreta. Gasta-se todo o salário e, por muito barato que seja, gasta-se sempre dinheiro.” Para Rodantes, os TNR não deveriam ter permissão para jogar. “Penso que o Governo deve fazer mais promoção junto das empresas e dos patrões, para não permitirem os seus empregados de jogar. Os locais podem fazer o que quiserem, mas os TNR não deveriam ter permissão para jogar.” Ana Fivilia, representante de outra associação próxima da comunidade filipina, também “ouviu falar” de histórias semelhantes. “Há casos de filipinos que gastam o seu ordenado em jogo, porque pensam que vão ter sorte naquele dia. É muito arriscado gastar o salário assim à espera da sorte.” A associação da qual Ana faz parte dá sobretudo aconselhamento emocional e psicológico. “Ajudamo-nos uns aos outros e damos conselhos a quem tenta sair do vício do jogo.” Ainda assim, Ana considera que os departamentos públicos devem ajudar os trabalhadores migrantes. “Estes jogadores deveriam ter algum tipo de apoio do Governo porque os portadores de blue card têm salários muito baixos e toda a gente sabe disso. Não falo apenas dos filipinos mas de pessoas de outras nacionalidades. E vão para os casinos tentar a tua sorte.” Também têm direito Paul Pun, secretário-geral da Caritas, tem uma posição menos radical do que Rodantes. Os TNR também têm direito a jogar, caso assim o desejem, defende. O que é necessário é criar programas de apoio especiais para estas comunidades, que devem passar, sobretudo, pela criação de uma nova base de dados. Isto porque Paul Pun acredita que os actuais dados, elaborados pelo Instituto de Acção Social, possam incluir apenas os residentes e deixar de fora os portadores de blue card. “Em Macau deveríamos ter mais programas de apoio a migrantes que estão viciados no jogo. Neste momento há um programa de prevenção do jogo e acredito que não estejam a excluir os TNR”, começou por dizer. De facto, segundo o website do IAS, a Divisão de Prevenção e Tratamento do Jogo Problemático – Casa de Vontade Firme aceita residentes permanentes e não permanentes de Macau, tal como TNR. Ainda assim, “temos de ter mais ONG a trabalhar em conjunto para reduzir este problema e também temos de apostar na investigação, para que tenhamos uma melhor base de dados”. “Temos de saber a percentagem dos trabalhadores migrantes que têm um problema sério com o jogo”, explicou. Junto das comunidades de trabalhadores migrantes não existem apenas famílias com salários entre duas a quatro mil patacas. Há pessoal que trabalha na área da segurança, ou mesmo na construção civil, com ordenados a rondar as dez mil patacas ou um pouco mais do que isso. “Não podemos proibi-los de jogar, porque não sabemos se trabalham como empregadas domésticas, alguns deles podem até ter salários mais altos. Mas a maior parte deles ganha muito pouco. Mas também têm o direito de ir aos casinos ou à lotaria, apesar de ser muito arriscado”, acredita Paul Pun. Além das apostas existem muitas vezes outros vícios associados. “Conheço alguns casos de pessoas que ganharam muito dinheiro e que contaram aos outros migrantes que ganharam. Então estes também tentaram a sua sorte. Muitos deles também bebem muito, além de jogar”, concluiu o secretário-geral da Caritas. De acordo com os dados recolhidos pelo IAS, relativos ao período entre Janeiro e Dezembro de 2016, mais de 80 por cento dos pedidos de ajuda partem dos portadores de bilhete de identidade de residente, sendo que, em 40 por cento dos casos, os viciados em jogo ganham mais de 17.000 patacas.
Hoje Macau SociedadeLotarias | Governo renova concessão por mais um ano [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Sociedade de Lotarias Wing Hing, Limitada viu renovado o contrato de concessão para a exploração de lotarias chinesas por mais um ano, prolongando-se até 31 de Dezembro e “cessando os seus efeitos” nessa data. O despacho publicado ontem em Boletim Oficial recorda que o primeiro contrato assinado com a Sociedade de Lotarias Wing Hing foi assinado em 1990. O mesmo despacho aponta ainda que “como contrapartida da prorrogação do contrato de concessão até 31 de Dezembro de 2018, a concessionária fica obrigada a pagar à concedente um prémio anual de quinhentas mil patacas, sem prejuízo de outros pagamentos ou obrigações previstos no referido contrato”. Recorde-se que o contrato com a SLOT – Sociedade de Lotarias e Apostas Mútuas de Macau foi prolongado até 2021. A Macau Slot, ligada a Stanley Ho, explora as apostas desportivas, como de futebol e basquetebol, desde 1998. Há alguns anos que se tem vindo a especular a possibilidade dos casinos poderem operar este tipo de lotarias, sendo que recentemente Jorge Godinho, académico que lançou o livro Direito do Jogo, sugeriu novamente a quebra deste monopólio.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Exportações de Macau para a China isentas de taxas diminuem [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s exportações de mercadorias com isenção de taxas aduaneiras de Macau para o interior da China atingiram 94,7 milhões de patacas no ano passado, traduzindo uma ligeira diminuição, indicam dados oficiais. Em 2016 o valor das exportações de mercadorias com isenção de direitos aduaneiros de Macau para a China atingiu 97,18 milhões de patacas e em 2015 foi de 101,4 milhões de patacas. De acordo com dados publicados no portal do CEPA – Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau –, sob alçada da Direcção dos Serviços de Economia, Novembro figurou como o melhor mês, com o registo de 14,2 milhões de patacas. Por outro lado, Março foi o pior mês, com 5,3 milhões de patacas. Desde Janeiro de 2004 até Dezembro de 2017, o valor acumulado das exportações de mercadorias com isenção de direitos aduaneiros atingiu 861,1 milhões de patacas. Desde a entrada em vigor do acordo, em Janeiro de 2004, têm vindo a ser assinados diversos suplementos, com vista ao alargamento das áreas, produtos e serviços. Recentemente Macau e a China firmaram dois acordos (um de investimento e outro de cooperação económica e técnica) sob a alçada do CEPA. Segundo o Governo de Macau, os dois acordos referidos vão permitir alargar o espaço de desenvolvimento para as pequenas e médias empresas, profissionais e jovens de Macau, bem como o desenvolvimento da diversificação adequada da economia.
Hoje Macau SociedadeGripe | Serviços de Saúde alertam para aumento de casos O número de doentes atendidos com casos de gripe aumentou cerca de 50 por cento na última semana. Os Serviços de Saúde apontam que nos últimos dias do ano foram registados 33 casos por cada mil pessoas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ano de 2017 chegou ao fim com mais casos de gripe registados no serviço público de saúde. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, houve um aumento de cerca de 50 por cento de casos em relação a igual período do ano passado. “Na última semana de 2017, de acordo com os dados de vigilância da gripe no hospital, Macau registou um aumento do número de utentes a quem foi diagnosticada febre, quando comparado com a 51.ª semana e com o período homólogo de 2016.” O mesmo comunicado aponta para a ocorrência de 33 casos registados por cada mil pessoas, o que “revela um aumento de 20 casos comparativamente aos períodos anteriores”. Estes dados dizem respeito aos adultos. No que diz respeito às ocorrências registadas no serviço de urgência pediátrica, “a proporção média foi de 123 casos por 1000 pessoas, registando-se uma ligeira subida de cerca de 106 casos em comparação à penúltima semana de 2017 e 105 casos relativamente ao período homólogo do ano de 2016”. Os Serviços de Saúde (SS) explicam que os dados entretanto registados em laboratório revelam que “o vírus influenza está a tornar-se mais activo, mas ainda não entrou no período de pico”. Para já, os serviços liderados por Lei Chin Ion “estão a monitorizar de perto a prevalência de doenças respiratórias em escolas e comunidades, sensibilizando os residentes a adopção das medidas de prevenção abaixo que poderá diminuir a infecção da gripe e de outras doenças do tracto respiratório superior”. Mulher intoxicada por monóxido de carbono Uma mulher foi intoxicada por monóxido de carbono num apartamento situado na Travessa da Prosperidade. Segundo um comunicado dos Serviços de Saúde, o incidente deu-se na noite de terça-feira, pelas 23h30, quando a mulher, de 48 anos de idade, “tomou banho durante cerca de 10 minutos e manifestou dispneia, tendo desmaiado”. “Após ter sido detectada por um familiar, a paciente foi transportada de ambulância para o Centro Hospitalar Conde de São Januário onde, após análises, foi diagnosticada uma intoxicação moderada por monóxido de carbono”, aponta o comunicado. “Após investigação verificou-se que na casa de banho do apartamento existe um esquentador sem instalação de qualquer tubo exaustão e que durante o banho, as janelas de casa de banho estavam entreabertas. O exaustor estava desligado. Suspeita-se que a intoxicação tenha sido provocada por gás residual num ambiente com má ventilação”, apontam os Serviços de Saúde. Entretanto a doente está estável e já se encontra em tratamento no hospital Kiang Wu.
Hoje Macau SociedadeSanta Casa | MGM doou 712 mil para reparações [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Santa Casa da Misericórdia (SCM) recebeu um donativo da MGM no valor de 712 mil patacas para custear as obras de reparação do Centro de Reabilitação dos Cegos (CRC), que sofreu avultados danos com a passagem do tufão Hato. Segundo um comunicado da SCM, o donativo foi “utilizado nas obras de reparação e impermeabilização das paredes e do telhado, bem como a substituição parcial da tijoleira do soalho, afectados pela inundação que chegou ao nível do parapeito das janelas do edifício datado do início dos anos 60 do século passado”. “Em nome dos utentes do Centro, quero agradecer-lhe esta ajuda que permitiu restabelecer o conforto e a segurança a esta valência. Esforçamo-nos para proporcionar aos invisuais um Centro de dia aprazível, onde possam interagir, adquirindo e partilhando conhecimentos, e patrocinadores como a MGM tornam isso possível”, disse António José de Freitas, provedor da SCM.
Victor Ng SociedadeEmissão de fumos de restaurantes take away pode ser fiscalizada, diz DSPA [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) confirmou que se receber queixas sobre emissões de fumos e maus cheiros de restaurantes e estabelecimentos take away irá enviar funcionários para investigar o caso e fornecer instruções para o controlo da poluição produzida. A informação foi dada pela DSPA em resposta a uma interpelação escrita do deputado Zheng Anting feita em 2015, altura em que foi concluída a consulta sobre normas para controlar a emissão de fumos oleosos de restaurantes. Entretanto, de acordo com o documento assinado pelo então director Raymond Tam, é necessário que o Governo proceda a uma profunda análise e coordenação no sentido de assegurar a operacionalidade da legislação. Por outro lado, a DSPA citou mensagens do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) sobre segurança alimentar, depósito de combustível, segurança contra os incêndios e de construção, bem como a higiene ambiental nas lojas take away. Relativamente à hipótese de haver legislação para criar um sistema de licenciamento, a DSPA manifesta uma atitude aberta em auscultar opiniões dos sectores de forma a buscar o consenso na sociedade.
Hoje Macau SociedadeSaúde mental | Cada vez mais jovens recorrem a tratamento O número de pessoas que recorrem aos serviços de apoio psicológico e psiquiátrico é cada vez maior e cerca de 20 por cento dos que pedem ajuda são jovens. Os números são preocupantes e Macau não tem psicólogos suficientes [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]xistem cada vez mais jovens a receber tratamento para doenças mentais. O tema esteve ontem de manhã em debate no programa Fórum Macau, da Ou Mun Tin Toi. Cerca de 20 por cento dos pacientes a receberem tratamento para doenças mentais têm entre 18 e 25 anos, de acordo com os dados revelados por Sou Keng Leong, secretário–geral da Associação Richmond Fellowship. O número de jovens que está em tratamento “tem vindo a aumentar” e para Sou Keng Leong esta é uma situação que “tem um grande impacto”. O representante da Associação Richmond Fellowship recorda que são pessoas, por norma sem experiência de trabalho e que podem estar ainda a estudar. O aumento daqueles que precisam de acompanhamento foi já referido pela presidente do Instituto de Acção Social, Celeste Vong. Para a responsável, o aumento dos problemas mentais é natural nas circunstâncias actuais do território. “É natural que durante as épocas de crescimento económico sejam agravados os problemas de cariz psicológico. Há mais stress, a constituição das famílias agora também é diferente, é mais pequena. Antigamente, os casais tinham, por regra, mais filhos. Era normal terem quatro ou cinco filhos, o que fazia com que houvesse pessoas dentro de casa com quem partilhar problemas, angustias e mesmo as alegrias. Agora, os pais têm um ou dois filhos, trabalham e o stress pode ser maior do que antes”, referiu em entrevista ao HM, no passado mês de Dezembro. Celeste Vong alertou ainda para o facto deste tipo de problemas afectarem essencialmente os jovens. Um problema abrangente Para Sou Keng Leong é ainda necessário prestar mais apoio aos mais velhos que se encontram em tratamento. Para o responsável, são pessoas que muitas vezes enfrentam perdas de amigos e mesmo de emprego, derivado à condição de saúde que enfrentam. De acordo com Sou Keng Leong, 530 pessoas recebem actualmente tratamento na associação, refere o canal de rádio da TDM. A falta de profissionais nesta área é uma das questões levantadas por Elvo Sou, presidente da Associação de Psicologia de Macau. Nesta altura, o território conta com 50 psicólogos, incluindo nos Serviços de Saúde, e 300 assistentes. Elvo Sou diz que desta forma é difícil aumentar o nível profissional e a qualidade dos serviços. O presidente da associação espera que a situação possa ser melhorada no futuro. Elvo Sou refere também que os pacientes deste grupo têm tendência para ideias suicidas e alerta para que as famílias estejam atentas, como forma de prevenção para estes casos.
Hoje Macau Manchete SociedadeCanídromo | Angela Leong promete adoptar os galgos abandonados [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]uma altura em que até a antiga estrela de cinema Brigitte Bardot apela para a salvação dos galgos do Canídromo, a directora-executiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Angela Leong, disse ontem aos jornalistas, segundo o canal chinês da Rádio Macau, que não há uma nova proposta para o futuro destes animais. A também deputada alertou para que não se oiçam as mensagens que não sejam divulgadas por si, numa clara resposta não só a Brigitte Bardot como a todas as organizações locais e internacionais que lutam pela sobrevivência dos galgos. A directora-executiva da SJM, concessionária que detém o Canídromo, explicou ontem que não estão a ser importados novos galgos. Angela Leong disse ainda que “caso eu peça ajuda, os meus amigos vão adoptar os galgos”, tendo frisado que não é necessária intervenção do exterior. Angela Leong frisou ainda que todos os galgos que actualmente estão no Canídromo têm dono, sendo que “no caso dos donos abandonarem os galgos, eu própria irei adoptar todos aqueles que fiquem abandonados”. A também deputada deu ainda explicações sobre aquilo que considera serem difamações contra o funcionamento do local de corridas de cães, tal como as notícias de que há galgos abatidos e que há consumo de carne de cão por parte dos veterinários. A deputada entende o pedido que foi apresentado junto do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) para que os 600 galgos no Canídromo sejam transferidos para várias associações, além do pedido que foi feito no sentido de serem recolhidos cerca de cinco milhões de euros para transferir os animais para Portugal.
Hoje Macau Manchete SociedadeGravidez | Taxa moderadora no São Januário ajustada para portadoras de blue card A direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário pretende aumentar as taxas moderadoras para as grávidas portadoras de blue card, mesmo que estas sejam casadas com residentes não permanentes. A medida, disse Kuok Cheong U, ainda está a ser analisada [dropcap style≠’circle’]K[/dropcap]uok Cheong U, director do Centro Hospitalar Conde de São Januário, disse, segundo o jornal Ou Mun, que as taxas moderadoras para casos de nascimentos irão aumentar para as grávidas portadoras de blue card, mesmo que estas sejam casadas com residentes não permanentes. O médico explicou que a medida se prende com o aumento dos custos do hospital nos últimos anos, sendo que esse aumento também se explica com as actualizações salariais, rendas e compra de novos equipamentos. Neste momento a medida ainda está a ser alvo de um processo de consulta de opiniões junto do hospital. Kuok Cheong U disse que vai divulgar os novos valores nos próximos meses e que os pormenores serão apresentados em breve. Esta medida não é nova, uma vez que em Janeiro do ano passado Kuok Cheong U anunciou a vontade do Governo de aumentar as taxas moderadoras para as grávidas portadoras de blue card, uma vez que se tinha registado um aumento de pacientes entre dez a 12 por cento face a 2015. Procriação em consulta O director do hospital público disse ainda prever que a proposta de lei relativa à procriação medicamente assistida possa ser implementada em meados deste ano. Quanto ao processo de consulta pública, Kuok Cheong U adiantou que está a ser finalizado e que no prazo de três meses se pode dar entrada ao processo legislativo. Apesar do Governo estar a preparar a legislação sobre esta matéria, Kuok Cheong U defendeu que a procriação medicamente assistida não é a única forma dos casais estéreis terem filhos e que os Serviços de Saúde esperam que as mulheres possam ficar grávidas de forma natural, recorrendo a outro tipo de tratamentos. A consulta pública decorre até 12 de Janeiro.