CPTTM | Lionel Leong exige melhorias depois de relatório do CCAC

[dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, reagiu ontem ao relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), nomeadamente ao sistema arbitrário de contratações e pagamento de salários no Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM).

Citado por um comunicado oficial, Lionel Leong referiu que, “independentemente de se tratar de um serviço público ou entidades públicas, como o CPTTM, a sociedade espera que o processo de recrutamento e promoção seja justo, imparcial e transparente”.

O CPTTM terá agora de entregar um relatório de análise aos “processos de recrutamento para clarificar se, em situação de conflito de interesses, houve algum pedido de escusa”. Nesse sentido, o secretário “espera que o CPTTM siga os conselhos e sugestões apresentados no relatório do CCAC” e “aperfeiçoar, progressivamente, o regime de recrutamento e promoção”.

Lionel Leong explicou ainda que a direcção do CPTTM foi avisada em Novembro do ano passado das sugestões do CCAC, tendo “ele próprio exigiu àquele organismo que tomasse as devidas medidas para melhorar e corrigir a situação, devendo integrar, especialmente, no estatuto de pessoal o regime de impedimento”.

29 Mar 2019

Vacina contra o sarampo só através de marcação

Desde ontem foram diagnosticados mais três casos de sarampo, um deles contraído por outro enfermeiro do Hospital Kiang Wu, elevando para 26 os números de infectados este ano. A corrida às vacinas está a causar impacto no funcionamento dos centros e postos de saúde ao ponto de terem passado, desde ontem, a ser administradas apenas por marcação

 

[dropcap]A[/dropcap] propagação do sarampo continuar em Macau e Hong Kong. Apesar dos alertas, as autoridades tentam ao máximo evitar o alarme social. Ainda assim, “a emergente situação epidémica de casos de sarampo nas regiões vizinhas e o aumento de casos em Macau fez afluir, nos últimos dias, aos Centros de Saúde, centenas de pessoas à procura de vacinas”, referem os Serviços de Saúde de Macau (SSM).

Devido à corrida à vacinação, e à subsequente dificuldade dos postos de saúde para lidar com a afluência de utentes, os SSM estabeleceram que a partir das 8h30 de ontem “o acesso à vacina contra o sarampo só será possível através de marcação – pessoalmente ou por via telefónica”. A medida visa manter o funcionamento normal dos centros de saúde.

Crianças com menos de 2 anos de idade, pessoal de creches e profissionais de saúde estão isentos de marcação, sendo exigidos às duas últimas categorias exibição de cartão de funcionário ou documento comprovativo da profissão.

Nos últimos dias, mais de oito centenas de utentes deslocaram-se aos postos de saúde para serem imunizados contra o sarampo, um número anormal face à procura habitual de 30, o que representa um aumento de 25 vezes. A “procura causou um forte impacto no regular funcionamento dos Centros e postos de Saúde”, demorando a aplicação da vacina mais tempo que o habitual.

Ida a casa

De forma a responder à procura, os SSM “aumentaram a encomenda de vacinas contra o sarampo, rubéola e parotidite epidémica para 15.000 doses, o primeiro lote de 5.400 doses chegará na próxima semana”, referem os serviços em comunicado.

Entretanto, ontem, os SSM revelaram mais três casos diagnosticados de sarampo importado. Um deles referente a uma trabalhadora não residente, natural das Filipinas, que trabalha num restaurante. No domingo passado, a doente manifestou os primeiros sintomas (febre e tosse) e passados dois dias começaram as erupções cutâneas. Na sequência do quadro clínico, a doente deslocou-se ao Centro Hospitalar Conde de São Januário, onde lhe foi diagnosticado sarampo, encontrando-se em isolamento no Centro Clínico da Saúde Pública.

A trabalhadora não residente esteve nas Filipinas entre 6 de Janeiro e 15 de Março e regressou a Macau no dia 16 e alegou ter sido vacinada no país de origem.

De acordo com os SSM, as pessoas que moram com a paciente não apresentaram sintomas semelhantes. A paciente esteve a trabalhar mesmo após ter tido sintomas de febre. Os Serviços de Saúde estão a monitorizar o estado de saúde das pessoas que foram expostas a esta paciente durante a fase inicial da doença.

Vírus formoso

O outro novo caso de sarampo incidiu sobre um residente de Macau, enfermeiro no Hospital Kiang Wu. De acordo com comunicado dos SSM, o paciente terá visitado Taiwan, entre 3 e 9 de Março, onde acompanhou um amigo numa consulta médica.

Após a manifestações dos sintomas do sarampo, o doente recorreu aos serviços do Kiang Wu, onde é enfermeiro e, de momento, encontra-se igualmente em isolamento no Centro Clínico da Saúde Pública. Apesar de ter sido vacinado, o residente contraiu a doenças, mas a febre desapareceu e o seu estado clínico é considerado normal.

O terceiro caso diz respeito a um homem de 28 anos, treinador de futebol americano, que esteve em contacto com um dos infectados no Hospital Kiang Wu, no dia 6 de Março.

Até agora, dos 26 casos de pessoas diagnosticadas com sarampo em Macau 15 já tiveram alta.
Em Hong Kong, os casos de sarampo chegaram ontem às três dezenas, afectando particularmente trabalhadores de companhias aéreas e do aeroporto.

29 Mar 2019

Taxa de desemprego em Macau mantém-se em 1,7%

[dropcap]A[/dropcap] taxa de desemprego em Macau, entre Dezembro de 2018 e Fevereiro deste ano, foi de 1,7 por cento, mantendo o mesmo nível registado entre Novembro de 2018 e Janeiro último, anunciaram ontem as autoridades.

Esta percentagem demonstra que Macau se encontra numa situação de pleno emprego, ou seja, o território está livre de desemprego cíclico e que quem procura um trabalho, em condições normais, não demora muito tempo a empregar-se.

No período em análise, 6.700 pessoas estavam desempregadas, menos de 200 do que as registadas entre Novembro e Janeiro passados, indicou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) de Macau, em comunicado.

A população activa totalizou 394.800 indivíduos e a taxa de actividade foi de 70,8 por cento. A DSEC destacou que o número de desempregados à procura do primeiro emprego constituiu 6,6 por cento do total da população desempregada, o que representa uma quebra de 7,1 pontos percentuais.

Entre Dezembro e Fevereiro, o número de empregados no sector do jogo desceu, registando-se um aumentou de trabalhadores nos hotéis e restaurantes, apontou a DSEC.

Em comparação com o período de Dezembro de 2017 a Fevereiro de 2018, a taxa de desemprego diminuiu 0,2 pontos percentuais.

28 Mar 2019

Acidentes de trabalho | Cinco de 12 mortes relacionadas com infracções às normas de segurança

[dropcap]A[/dropcap]s infracções às normas de segurança e saúde ocupacional estiveram na origem de cinco de 12 mortes resultantes de acidentes de trabalho no ano passado. A multa mais elevada aplicada aos empregadores foi de 10.500 patacas

Os acidentes de trabalho fizeram no ano passado 7.362 vítimas, incluindo 12 mortais. Do total de fatalidades, cinco resultaram de infracções às normas de segurança e saúde ocupacional. Os dados foram revelados ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).

Em conferência de imprensa, a chefe do Departamento de Segurança e Saúde Ocupacional, Lam Iok Cheong, indicou que os cinco trabalhadores que perderam a vida devido a infracções às normas de segurança e saúde ocupacional pertenciam ao sector da construção, dos quais dois eram ilegais. Dos cinco casos, quatro redundaram em multas para o empregador – o remanescente encontra-se ainda em fase de investigação – com a multa mais elevada a corresponder a 10.500 patacas.

No total, ao longo de 2018, a DSAL instaurou 144 processos por infracções às normas de segurança e saúde ocupacional, aplicando multas no valor de 652 mil patacas – a esmagadora maioria versando a construção civil. Ao longo do ano passado, a DSAL emitiu 41 ordens de suspensão de obras, das quais 39 versando estaleiros.

Conflitos laborais

A DSAL facultou ainda dados relativos aos processos instaurados devido a conflitos laborais: 1.673 contra 1.860 em 2017. Do total, foram tratados 1.688, dos quais apenas sensivelmente 4 por cento foram remetidos para os órgãos judiciais. Os 1.673 processos envolveram 2.914 trabalhadores, dos quais 1.284 eram não residentes.

28 Mar 2019

Sarampo | Serviços de Saúde estimam que 95% dos clínicos estejam imunes

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde estimam que 95 por cento dos profissionais de saúde de Macau estejam imunes ao sarampo. A estimativa tem como base os dados da população em geral. No entanto, está a ser feito o levantamento de informações detalhadas, esperando-se resultados para breve

Está a ser levado a cabo um levantamento para apurar quantos profissionais de saúde estão imunes ao sarampo, ou seja, quantos foram vacinados ou já contraíram a doença anteriormente.

Os resultados devem ser conhecidos em breve, com os Serviços de Saúde a admitirem a hipótese de os divulgarem já amanhã.

A recolha de dados sobre o ponto de situação da vacinação junto de todas as instituições médicas e de saúde está a ser efectuada por via de um inquérito a preencher até hoje. Só nos últimos dias, foram vacinados 933 profissionais, indicou o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, ao HM.

Após terem admitido anteriormente desconhecer a proporção de profissionais – como médicos e enfermeiros – que se encontram vacinados ou imunes ao sarampo (por terem contraído anteriormente a doença), os Serviços de Saúde facultaram ontem uma estimativa: 95 por cento do total. Essa percentagem, segundo explicou o coordenador do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC), é calculada com base num estudo sobre a imunização da população em geral. Em causa, um estudo levado a cabo anualmente, por aquela subunidade dos Serviços de Saúde, a partir de testes serológicos, ou seja, exames realizados com amostras de sangue, sobretudo para detectar a presença de anticorpos gerados pelo sistema imunitário contra antigénios pertencentes a agentes infecciosos, de modo a determinar a sua quantidade ou concentração.

“Acreditamos que o nível de cobertura das vacinas dos profissionais de saúde seja muito melhor” do que a dos residentes em geral, porque “têm, logicamente, mais conhecimentos em relação à saúde” do que a média normal da população, realçou Lam Chong.

Segundo estimativas oficiais, Macau conta com um universo aproximado de 9.500 profissionais de saúde, distribuídos pelos hospitais, centros de saúde, clínicas ou consultórios. Só para se ter uma ideia, no final do ano passado, existiam 1.633 médicos e 2.235 enfermeiros.

Tratamentos isentos

Entre os 23 casos de sarampo sinalizados desde o início do ano existem trabalhadores não residentes que, em situações normais, teriam de pagar os encargos relativos à prestação de cuidados de saúde, mas estão a receber tratamento gratuito, segundo confirmou Lei Chin Ion ao HM.

À luz da lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis, os não residentes infectados ou suspeitos de terem contraído doenças transmissíveis podem, tendo em conta o interesse público e a sua situação económica, ser isentos do pagamento total ou parcial pelo director dos Serviços de Saúde.

28 Mar 2019

CTM assina acordo com Universidade de Macau para desenvolver 5G no território

[dropcap]A[/dropcap] Companhia de Telecomunicações (CTM) anunciou ontem um lucro de 941 milhões de patacas em 2018 e assinou um protocolo com a Universidade de Macau para desenvolver a tecnologia 5G no território.

O responsável da CTM, Vandy Poon, e o reitor da Universidade de Macau, Song Yonghua, assinaram um acordo de colaboração na área da investigação e desenvolvimento da tecnologia 5G em Macau, a grande aposta da empresa no próximo ano. Em conferência de imprensa, a empresa salientou que “2019 vai ser um ano importante para o desenvolvimento do 5G” e garantiu estar preparada para a construção da rede em Macau, de forma a contribuir para a criação de uma cidade inteligente.

No que diz respeito ao 5G, Vandy Poon referiu que o Executivo e os CTT estão a ultimar o quadro legal para a implementação da tecnologia, e que nesse aspecto a CTM foi auscultada. Quanto ao número de licenças que espera serem emitidas, o director não se alongou muito, mas vincou que em termos de concorrência a empresa de telecomunicações iria “fazer ouvir a sua voz”, acrescentando que Macau é um mercado pequeno e que a Grande Baía surge como um espaço aliciante para expandir negócios.

Ainda no tópico do projecto regional, outros responsáveis da operadora de telecomunicações, como o seu director executivo, Vandy Poon, asseguraram que uma das prioridades da CTM passa pela participação na Grande Baía. Em causa está a possibilidade da CTM avançar para um ‘mercado’ de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto que ronda os 1,3 biliões de dólares, maior que o PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.

Com esta aposta, a CTM quer ajudar a “desenvolver Macau num centro mundial de turismo e lazer e numa plataforma de cooperação comercial entre a China e os países lusófonos”, de forma a promover uma economia diversificada, segundo a própria empresa.

Em 19 de Setembro do ano passado, a CTM tinha inaugurado em Hong Kong o primeiro centro de dados fora do território, um investimento focado na expansão da empresa e no reforço dos projectos da Grande Baía e Macau Digital. “O que torna especial este projecto é que somos os primeiros a ser aprovados pelo Governo” e pelo Gabinete de Protecção de Dados fora do território, sublinhou então Vandy Poon à Lusa.

O reforço da segurança no ‘backup’ de dados e na capacidade de recuperação dos mesmos, devido à redundância de uma rede que funciona em dois locais diferentes, em Macau e, agora, em Hong Kong foi apresentado com “uma grande vantagem para as pequenas e médias empresas”, algo que o risco associado a fenómenos como os tufões Hato e Mangkhuto veio salientar, enfatizou o responsável da CTM.

28 Mar 2019

SAAM | Lucros subiram 15 por cento em 2018

[dropcap]O[/dropcap]s lucros líquidos da Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) cresceram 15 por cento no ano passado para os 89 milhões de patacas, em comparação com o período homólogo.

A informação foi avançada ontem pela empresa que explicou o aumento nos ganhos “essencialmente” com as “obras de colocação de redes e dos serviços de abastecimento de água”.

Também no ano passado o consumo total de água cresceu para os 90,94 milhões de metros cúbicos, um acréscimo de 2,8 por cento face ao ano transacto. A maior proporção do consumo foi na península de Macau, com 62,6 por cento, seguida pelas Ilhas com 36,4 por cento.

28 Mar 2019

Justiça | Revista WGM acusada do crime de publicidade e calúnia

[dropcap]A[/dropcap]ndrew Scott, director-executivo da empresa O Media, que detém a revista especializada em jogo World Gaming Magazine (WGM), e Ben Blaschkle, jornalista da publicação, estão a ser acusados da prática de um crime de publicidade e calúnia contra a empresa Ho Tram Project Company.

O caso, que se encontra em julgamento no Tribunal Judicial de Base (TJB), centra-se num artigo publicado a 28 de Janeiro de 2016 sobre um acidente de viação com trabalhadores da empresa, no Vietname, que resultou na morte de uma pessoa. Na altura, foi escrito no portal que tinham morrido três pessoas, entre elas uma grávida, mas a informação era errada.

Ontem, Andrew Scott foi ouvido, admitiu o erro publicado na primeira versão do artigo online, mas negou qualquer intenção em prejudicar a empresa. “Quando soubemos que houve um erro fizemos logo a correcção”, respondeu, depois da juíza do processo ter dito que poderia ter havido intenção de prejudicar a empresa. “Nós fazemos notícias deste género sobre todas as operadoras, mesmo de Macau. Não se pode dizer que foi o caso de uma revista de moda que, de repente, escreveu um artigo sobre jogo. Este tipo de artigos faz parte do nosso dia-a-dia”, acrescentou.

O responsável considerou também que a informação errada era de pormenor: “Claro que me arrependo de termos cometido um erro de detalhe”, sublinhou. Por outro lado, defendeu que os erros acontecem em publicações de todo o mundo e que o procedimento normal passa pela correcção.

Ainda segundo Andrew Scott, a revista contactou três vezes a empresa para obter esclarecimentos, mas sem sucesso.

A WGM é uma revista de Macau que cobre o sector do jogo na Ásia. Já a Ho Tram Project Company dedica-se ao desenvolvimento de casinos e opera principalmente no Vietname.

28 Mar 2019

Justiça | Rita Santos revela envio de explicações ao Governo Português

Rita Santos confessou ter tomado comprimidos para dormir após um artigo em que foi acusada, a par de José Pereira Coutinho, de vender passaportes portugueses. O Ministério Público (MP) pediu a condenação do director do jornal pela prática do crime de abuso de liberdade de imprensa

 

 

Rita Santos precisou de tomar comprimidos para conseguir dormir, logo após a publicação do artigo de opinião do jornal San Wa Ou que acusava os conselheiros das comunidades portuguesas de venderem passaportes.

A versão foi relatada ontem em tribunal, no processo em que o director do jornal, Lam Chong, responde pela prática do crime de abuso de liberdade de imprensa, na forma de difamação agravada. Além disso, os conselheiros das comunidades portuguesas, Rita Santos, José Pereira Coutinho e Armando de Jesus, exigem-lhe o pagamento de uma indemnização que ronda as 50 mil patacas, cada, num total 167.748 patacas.

“Não consegui dormir. Tomo comprimidos todos os dias para poder dormir. Pode perguntar ao meu médico. Não entendo as razões que levaram Lam Chong a fazer isto connosco. Ainda mandámos um esclarecimento por escrito para ser publicado no jornal, mas não publicou nada”, disse Rita Santos, no Tribunal Judicial de Base (TJB).

Contudo, apontou que Lam Chong mudou de comportamento face às pessoas com passaporte português, após a transição e o estabelecimento da RAEM. “Agora quando nos encontra no elevador nem nos fala. Antes do estabelecimento da RAEM ainda falava. Não sei porque mudou de atitude para com os portugueses”, revelou.

Durante o depoimento a conselheira emocionou-se algumas vezes, o que levou o representante do Ministério Público (MP) a pedir-lhe que se acalmasse.

Segundo a também presidente da Assembleia Geral da Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), o artigo publicado em 2017 colocou o Conselho das Comunidades Portuguesas em causa e motivou uma reunião com o então cônsul português, Vítor Sereno.

“Nenhum facto do artigo é verdadeiro. Foi dado a entender que na altura havia conluio com o cônsul. Por isso, reuni com o cônsul e tivemos de enviar uma carta imediatamente para o Ministério dos Negócios Estrangeiros [do Governo Português] e para o Gabinete de Ligação”, explicou.

Rita Santos relatou ainda que o conselho das comunidades, que funciona na sede da ATFPM, apenas se limita a ajudar idosos e não-falantes de portugueses a marcar deslocações ao consulado para renovar passaportes. A conselheira negou qualquer cobrança pelo serviço e disse desconhecer a origem do valor de 18.000, que o artigo indicava como custo de um passaporte.

MP pede condenação

Nas alegações finais, o MP pediu a condenação de Lam Chong com base em dois argumentos: a ausência de provas nos autos para o conteúdo do artigo e ainda porque o arguido optou por manter o silêncio, em vez de apresentar factos para substanciar o que tinha sido escrito.

No mesmo sentido, também o advogado de acusação, Bruno Nunes, pediu a condenação e sublinhou que Lam Chong havia enlameado o nome dos três conselheiros. “Acusou os conselheiros de cobrarem 18.000 renminbis e deu a entender que havia conluio com o Consulado [de Portugal], sabendo que ia atingir e enlamear o nome dos conselheiros perante a Assembleia Legislativa, Conselho das Comunidades, Governo Português, Assembleia da República e, não menos importante, perante as famílias”, realçou Bruno Nunes.

Por sua vez, o advogado de defesa, Vong Keng Hei, defendeu a absolvição, argumentando não haver provas dos alegados danos cometidos. Além disso, o advogado referiu que os nomes dos conselheiros nunca foram mencionados no artigo.

A decisão ficou agendada para o dia 26 de Abril. Em caso de condenação, Lam Chong arrisca uma pena de prisão até 2 anos ou uma multa de, pelo menos, 120 dias.

Consulado em causa

Uma das questões que levou os conselheiros a apresentar queixa deveu-se aos danos para o nome do Consulado de Portugal em Macau e Hong Kong. A situação foi reconhecida, ontem, por Rita Santos. “Ele [cônsul de Portugal] está ciente da gravidade do artigo, porque fala de conluio com funcionários do consulado. Foi por isso que decidimos avançar com o caso. Queríamos mostrar que era uma pura mentira e que afecta a nossa imagem”, apontou.

28 Mar 2019

Contratações ao exterior | CCAC contra “atitude conservadora”

[dropcap]O[/dropcap] relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) relativo a 2018 menciona a investigação às irregularidades com os processos de fixação de residência por investimento coordenados pelo Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM).

Neste sentido, o organismo liderado por André Cheong defende que o Executivo deve deixar de lado práticas mais conservadoras no que diz respeito à contratação de quadros qualificados no exterior.

“No desenvolvimento de Macau não se pode rejeitar a recepção de profissionais qualificados do exterior. Ter uma atitude conservadora ou optar por permanecer num mercado fechado relativamente à política de quadros qualificados corresponde a abdicar de competitividade por iniciativa própria”, lê-se no documento, que defende uma melhoria das leis vigentes nesta área.

Isto porque “não se pode pôr em causa o resultado do regime ou até negar o seu significado devido à existência actual de alguns problemas na apreciação dos processos”.

28 Mar 2019

Leal Senado | Antigo IACM pagou contas de um prédio que não era seu

[dropcap]O[/dropcap] relatório do CCAC contempla também um caso relativo a um prédio habitacional localizado ao lado do edifício que alberga o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

O organismo liderado por André Cheong concluiu que o antigo IACM pagou despesas relacionadas com a administração do prédio que não lhe competiam, na ordem das 300 mil patacas. Tal aconteceu pelo facto de nunca ter sido nomeada uma administração para o edifício.

“Devido ao facto de que o antigo Leal Senado possuía, antigamente, a maioria dos fogos habitacionais do prédio, o mesmo organismo foi encarregado pelos restantes moradores para a administração daquele parque de estacionamento. No entanto, com o decorrer do tempo, o IACM possui actualmente apenas uma pequena quantidade dos fogos habitacionais do prédio.”

Nesse contexto, e tendo em conta a ausência de administração, “o IACM continuou a prestar apoio na administração do parque de estacionamento, cobrando mensalmente aos utentes dos lugares de estacionamento um montante fixado para o pagamento de água e electricidade, bem para as despesas para manutenção dos equipamentos”.

O CCAC concluiu que o edifício nunca foi do IACM nem do Governo, “mas sim uma propriedade comum dos proprietários do prédio”. De acordo com o Código Civil em vigor, “as responsabilidades de administração, reparação e segurança devem ser assumidas conjuntamente pelos proprietários do prédio, não devendo o IACM ‘pagar a conta’ para o funcionamento do parque de estacionamento com dinheiro público”.

A situação ficou resolvida o ano passado, com o antigo IACM a pôr termo ao seu papel de administrador. Além disso, o organismo “prestou esclarecimentos aos restantes proprietários relativamente às despesas de reparação pagas para o parque de estacionamento ao longo dos anos, com vista a recuperação das respectivas verbas”.

28 Mar 2019

CCAC | Contratações no CPTTM revelam nepotismo

[dropcap]U[/dropcap]m dos casos investigados pelo CCAC, e revelado no relatório de 2018 ontem divulgado, diz respeito à política de contratações do Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM), tendo sido verificadas “situações de nepotismo e de gestão irregular”, que existiam “há vários anos”.

“A prática inicial de recrutamento do CPTTM era demasiado arbitrária, e a proporção dos trabalhadores que tinham, entre si, relações familiares era demasiado alta, tudo isto suscita inevitavelmente suspeitas por parte do público relativamente a actos de nepotismo”, lê-se no relatório ontem divulgado.

O CCAC chegou à conclusão que a maior parte dos funcionários contratados por este organismo eram familiares. “Até Abril de 2017, existiam 101 trabalhadores no CPTTM. Destes, 16 tinham relações familiares entre si, nomeadamente de pai-filho, pai-filha, cônjuge, irmãos e irmãs entre outras, sendo que três deles já se desvincularam do serviço.”

Além disso, havia falta de documentação sobre estas contratações, uma vez que o organismo “não conseguiu fornecer ao CCAC documentos relativos à contratação de alguns trabalhadores, nem mesmo as propostas de contratação e os respectivos despachos”.

O CCAC concluiu também que durante vários anos o CPTTM “não realizava concursos públicos nem divulgava ao público informações relativas ao recrutamento, e os procedimentos de recrutamento realizavam-se através de recomendações por parte do seu pessoal interno”.

Dessa forma, “os procedimentos de recrutamento eram bastante arbitrários”, uma vez que um gerente de gabinete “não só podia decidir quais os candidatos a emprego que poderiam participar nas avaliações de recrutamento, mas também podia decidir aproveitar-se apenas das entrevistas sem realizar provas escritas ou testes de aptidão profissional”.

Também não havia regras relativamente ao pagamento de salários dos trabalhadores. “A remuneração e regalias de trabalhadores eram decididas pela direcção do CPTTM após consideração global de vários factores. Tudo isto demonstra que o poder discricionário exercido é significativamente excessivo.”

Após a análise efectuada em 2017, o CCAC chegou à conclusão de que o CPTTM poderia ainda melhorar alguns aspectos do seu funcionamento, “nomeadamente o não estabelecimento de um regime de impedimentos no regulamento interno que regula as acções de recrutamento, e que este facto pode aumentar o risco de aparecimento de situações de conflito de interesse”.

28 Mar 2019

Fundador da Air Asia admite instalação de base em Macau

[dropcap]O[/dropcap] fundador da transportadora aérea Air Asia considerou hoje a possibilidade de criar uma base em Macau da maior companhia de baixo custo na região para servir clientes chineses.

Em entrevista ao jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP), Tony Fernandes afirmou que “entrar na China pode ser através de Macau”, o que torna a Air Asia a primeira companhia aérea a preparar-se para apostar no território após os 25 anos de monopólio da Air Macau, que terminam em 2020.

“Não temos que estar na China continental, mas estar em Macau é como estar na China”, afirmou o director executivo da Air Asia, de ascendência portuguesa, numa conferência sobre investimento realizada em Hong Kong.

Uma base em Macau, o primeiro apoio na China para a transportadora com sede em Kuala Lumpur desde o seu serviço inaugural em 2004, facilitará o acesso para os passageiros chineses.
Tal base serviria também para testar a adesão da Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, um projecto de criação de uma metrópole mundial que envolve as regiões administrativas especiais chinesas de Hong Kong e de Macau, e nove cidades [Cantão, Dongguan, Foshan, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai] da província de Guangdong, no sul da China.

No total, nesta região habitam cerca de 70 milhões de habitantes e possui um Produto Interno Bruto que ronda os 1,3 biliões de dólares, maior que o PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.

Actualmente, a Air Asia voa para quatro destinos da região da Grande Baía: Hong Kong, Macau, Shenzhen e Cantão, e está aberta à possibilidade de obter um certificado para operar uma companhia aérea em Macau, disse Fernandes.

“Se a possibilidade surgir [de ter uma base em Macau], sim, isso é outra forma” de chegar ao mercado chinês, acrescentou.

As operações da Air Asia atravessam toda a região e incluem Malásia, Tailândia, Indonésia, Filipinas, Índia e Japão. A companhia também concordou lançar uma unidade de baixo custo no Vietname.

A transportadora é a segunda maior utilizadora do aeroporto de Macau, onde ocupa 15% das faixas horárias, com voos provenientes da Malásia, da Tailândia e das Filipinas, com 102 partidas marcadas todas as semanas. Só a Air Macau tem presença maior, controlando dois quintos das faixas horárias.

“Macau tem um lugar muito especial no meu coração. Acreditaram em nós quando não éramos nada”, disse. A companhia voa para 18 destinos na China, “o que prova que a aviação na China é um mercado aberto”, acrescentou.

A Air Asia também se prepara para lançar, em Macau, serviços em terra: ‘check-in’, embarque e bagagens, o que permitirá uma redução de custos de operação.

A transportadora de baixo custo está ainda a preparar-se para vender viagens em transportes locais, como autocarros, ‘ferries’ e comboios, o que lhe permitirá aproveitar as vantagens da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, a maior travessia marítima do mundo, bem como do comboio de alta velocidade que deverá ligar toda a região, indicou o SCMP.

27 Mar 2019

CCAC revela abuso de poder cometidos por funcionários públicos

O relatório do Comissariado contra a Corrupção relativo ao ano passado é claro: não só há mais crimes de abuso de poder e burla cometidos por funcionários públicos, como aumentaram as burlas com pedidos de subsídios públicos. Foram detectadas situações de roubo de computadores ou pagamento de despesas ligadas a um caso extraconjungal de um funcionário público

 

[dropcap]A[/dropcap]pesar do discurso político apontar para a necessidade de uma melhor conduta por parte dos funcionários públicos, a verdade é que o número de casos relacionados com burlas ou abuso de poder dentro da Administração não pára de aumentar.

A conclusão é do relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), relativo ao ano de 2018, que foi ontem divulgado. No documento, lê-se que, apesar da diminuição do número de casos de corrupção passiva e de recepção de vantagens praticados pelos trabalhadores da Função Pública, “registou-se um aumento no número de casos de crimes de burla, de falsificação de documento, de abuso de poder, entre outros, praticados pelos mesmos, especialmente casos em que alguns dirigentes de determinados serviços públicos violaram a lei penal por terem abusado do seu poder para fins particulares através do aproveitamento de funções”.

Neste contexto, o organismo liderado por André Cheong defende que é necessário “reforçar as acções de sensibilização para elevar a consciência dos trabalhadores da Função Pública face à necessidade de observância da disciplina e cumprimento da lei, bem como de adopção de uma conduta ética”.

Outro dos pontos denunciados pelo relatório diz respeito ao aumento de infracções ligadas a subsídios públicos. “Relativamente aos casos de obtenção fraudulenta de subsídios atribuídos pelo Governo, deparamo-nos com uns primeiros sinais de um rápido crescimento”, defende o CCAC, que estabelece a correlação com o facto de o Executivo ter vindo a criar, nos últimos anos, cada vez mais apoios deste género, tendo em conta o desenvolvimento económico.

“Em 2018, o CCAC investigou vários casos relativos à obtenção fraudulenta de subsídios atribuídos pelo Governo, incluindo, nomeadamente, casos criminais de obtenção fraudulenta dos subsídios concedidos pelo Fundo para a Protecção Ambiental e a Conservação Energética, e pelo Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo, o que demonstra a necessidade de se adoptarem normas e mecanismos de fiscalização mais rigorosos, no âmbito da atribuição de subsídios pelos serviços públicos.”

Traição paga

Um dos últimos casos investigados pelo CCAC, em Dezembro, diz respeito a despesas pessoais pagas pelo Executivo a um funcionário da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), no âmbito de uma relação extraconjungal mantida pelo próprio.

Tudo partiu de uma denúncia. “Um ex-dirigente da DSPA tinha uma relação íntima com uma colega do mesmo serviço e arranjava sempre deslocações ao exterior em missão oficial de serviço em que ambos participavam.”

Nesse contexto, ambos realizaram uma viagem a Portugal, em 2013, que “não tinha qualquer relação com os trabalhos da responsabilidade da referida colega”, além de que “o ex-dirigente em causa prolongou propositadamente a agenda da referida deslocação dos envolvidos sem que se verificasse oficialmente qualquer necessidade”. “As respectivas despesas de hospedagem, alimentação e ajudas de custo foram pagas pelo Governo da RAEM”, concluiu o CCAC.

Outro caso diz respeito a um dirigente da Delegação da RAEM em Pequim suspeito de “praticar vários actos ilegais através do aproveitamento das suas competências funcionais”. O caso, que está a ser investigado pelo Ministério Público, centra-se no pedido de subsídio de deslocação por parte do suspeito “durante muitos anos”, quando vivia no edifício da delegação.

O dirigente aproveitou “dois escritórios da delegação para ali pernoitar, tirando igualmente partido de dinheiros públicos para ali instalar equipamentos para a sua vida diária e uso pessoal, nomeadamente chuveiro, aquecedor de água, máquina de lavar e secar roupa, entre outros”.

Além disso, “foi descoberto ainda que o referido dirigente deu instruções ao motorista oficial da delegação para levar familiares e amigos seus para visitar alguns lugares famosos, exigindo ao referido motorista que efectuasse o pagamento prévio das despesas de alimentação dos seus familiares e amigos durante as visitas, e aprovando, posteriormente, o reembolso daquelas despesas como se tratando de despesas efectuadas em missão oficial de serviço”.

O computador roubado

Outro exemplo de infração revelado pelo relatório do CCAC versa sobre o roubo de material informático por parte de um trabalhador da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau (DSFSM). “No decorrer da investigação, foi admitido que por não possuir nenhum computador em casa, o funcionário se aproveitou das suas funções para levar para casa os equipamentos informáticos pertencentes ao património do serviço, apropriando-se dos mesmos.”

De frisar que estes aparelhos continham documentos confidenciais de vários serviços públicos.
Numa resposta emitida ontem, a DSFSM adiantou que o referido funcionário foi suspenso de imediato, estando a ser alvo de um processo disciplinar. O computador roubado continua “alguns ‘execution files’ de programas de aplicação pertencentes aos diversos departamentos das forças de segurança, bem como alguns documentos reservados”. Contudo, o trabalhador “não tinha competências e palavras-passes para o acesso aos respectivos documentos”. A ocorrência levou ao reforço do sistema de vigilância.

Taxista nas horas vagas

Outro episódio fraudulento patente no relatório da entidade fiscalizadora incide sobre um funcionário dos Serviços de Alfândega (SA) que conduzia um táxi a tempo parcial. Em resposta, os SA afirmam que “abriram imediatamente o procedimento interno de investigação disciplinar e investigaram o caso de acordo com a lei, tendo sido proposta uma punibilidade pela prática do acto ilegal e infracção disciplinar”.

No mesmo comunicado dos SA, lê-se que “o caso se encontra, neste momento, em fase final de decisão”, e que “os resultados serão anunciados posteriormente”.

Um outro funcionário dos SA foi também suspeito de usar um documento falsificado para se candidatar a habitação social e obter o subsídio de residência. Os SA esclarecem que o trabalhador foi demitido em 2011 por faltas injustificadas, tendo, em 2016, apresentado “o requerimento de reabilitação para ser convertida em aposentação compulsiva a pena de demissão”. No comunicado, os SA esclarecem que, quando o verificador alfandegário cometeu os actos suspeitos, “já estava desligado do serviço”.

Melhorar a lei

Tendo em conta estes casos, o CCAC volta a repetir uma sugestão já feita no passado, que aponta para a necessidade de melhorar a aplicação das leis vigentes e procedimentos. O organismo considera que o conceito de “observância da disciplina e cumprimento da lei” dos trabalhadores da função pública “tem de ser intensificado, e a consciencialização relativa à ‘integridade e dedicação ao público’ do pessoal de direcção e de chefia deve também ser reforçada, não devendo os mesmos aproveitar-se, directa ou indirectamente, das suas funções e poder em prol dos seus interesses pessoais”.

As investigações mostraram que existem “problemas relacionados com a aplicação não rigorosa da lei e a falta de supervisão por parte de alguns serviços públicos se destacam, merecendo uma grande atenção pelo Governo”.

27 Mar 2019

DSAT vai renovar radares em 14 cruzamentos

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) vai instalar um sistema integrado de detecção de irregularidades em 14 intersecções rodoviárias. O sistema entrará em funcionamento a partir do próximo dia 1 de Abril, de forma faseada e mediante coordenação com o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP).

Na primeira fase, os radares serão instalados em sete intersecções e vão substituir o actual sistema de detecção de desrespeito ao sinal luminoso. De acordo com a DSAT o objectivo é permitir a fiscalização do “desrespeito ao sinal luminoso e situações de excesso de velocidade, elevando a consciência dos condutores para a segurança rodoviária”.

Para já o sistema vai ser instalado na Intersecção entre a Avenida D. João IV e a Avenida do Infante D. Henrique, no cruzamento entre a Avenida D. João IV e Avenida do Infante D. Henrique, na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida com a Rua Filipe O’Costa, na intersecção entre Rua da Ribeira do Patane e a Avenida de Demétrio Cinatti, Avenida Venceslau Morais com a Rua Francisco Xavier Pereira, na Avenida Venceslau Morais com a Avenida do Almirante Magalhães Correia, e na intersecção entre Avenida Venceslau Morais e a Avenida do Nordeste.

Mais sete

Na segunda fase, que deve arrancar em Julho, vão ser instalados novos radares nos cruzamentos da Avenida Horta e Costa com a Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida, da Avenida Horta e Costa com a Avenida do Almirante Lacerda, entre a Avenida do Almirante Lacerda e a Avenida do General Castelo Branco, na intersecção da Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado com a Rua Nova da Areia Preta e a Rua da Doca dos Holandeses, no cruzamento entre a Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues e a Rua de Malaca, entre a Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida e a Avenida do Ouvidor Arriaga e no cruzamento entre a Almirante Lacerda e a Avenida do Ouvidor Arriaga.

Em comunicado, a DSAT alerta ainda que, nos termos da legislação vigente, o condutor que não respeite os limites máximos de velocidade é punido com pena de multa 600 a 40 000 patacas, podendo chegar à inibição de condução. O condutor que não pare nos sinais vermelhos pode ser punido com multa de 1000 a 10 000 patacas e ficar proibido de conduzir.

27 Mar 2019

MP | Maioria dos crimes de natureza sexual arquivados no ano passado

Dados estatísticos ontem publicados pelo Ministério Público revelam um elevado número de arquivamentos de processos relativos a crimes de natureza sexual ao longo do ano passado. De um total de 20 queixas de violação 15 foram arquivadas. Por outro lado, aumentaram os casos de importunação sexual e filmagens de zonas íntimas feitas à revelia da vítima

 

[dropcap]A[/dropcap]lei mudou, mas é ainda difícil deduzir acusação. O Ministério Público (MP) revelou ontem novos dados relativos aos casos de natureza sexual ocorridos no território em 2018 e os números mostram que, apesar do aumento de ocorrência de alguns crimes, continua a verificar-se um elevado número de arquivamentos dos processos.

Exemplo disso são os crimes de violação. O MP recebeu um total de 20 casos mas arquivou 15, tendo deduzido apenas cinco acusações. No que diz respeito aos crimes de coacção sexual, foram arquivados metade das queixas, de um total de seis investigações realizadas.

A elevada taxa de arquivamento verificou-se também no crime de importunação sexual, estabelecido com a revisão do Código Penal em 2017. O MP aponta que “o número de inquéritos autuados tem aumentado”, uma vez que, na segunda metade de 2017, “foram autuados 12 inquéritos e, em 2018, foram actuados 50”. No ano passado, o MP “concluiu 34 inquéritos de importunação sexual, deduzindo 16 acusações e determinando 18 arquivamentos”, lê-se em comunicado oficial.

No que diz respeito à importunação sexual pela via de actos exibicionistas, foram arquivados seis dos 11 inquéritos. Também na investigação de crimes de abuso sexual de crianças os números de arquivamento foram elevados. De um total de 16 inquéritos, não foi deduzida acusação em 13.

No capítulo do crime de actos sexuais com menores, foram realizados apenas três inquéritos, que resultaram em dois arquivamentos.

No total, o MP autuou, em 2018, 127 inquéritos penais relativos à prática do crime sexual, entre os quais se destacaram 25 de crime de violação, oito de coacção sexual, 50 de importunação sexual, cinco de actos exibicionistas, 25 de abuso sexual de crianças, três de acto sexual com menores e três de pornografia de menor.

Menos de um por cento

No mesmo comunicado, o MP dá conta do aumento, nos últimos anos, de “casos relacionados com a filmagem secreta de parte íntima de outra pessoa”, que resultaram na dedução de cinco acusações pelo crime de gravações e fotografias ilícitas.

Os números mostram, de acordo com o MP, que “os inquéritos relativos a crime sexual ocupam menos de um por cento da totalidade dos inquéritos penais”, não tendo sido registado “um acréscimo notório de percentagem de inquéritos de crime sexual nos últimos anos. Tudo graças ao “combate rigoroso levado a cabo pela polícia e órgãos judiciários do crime sexual e à maior consciência dos cidadãos sobre a sua prevenção”.

Ainda assim, o MP nota que “tendo em conta que os respectivos inquéritos envolveram a protecção de direitos e interesses das pessoas, designadamente mulheres e crianças, tornaram-se alvo de atenção da sociedade”.

27 Mar 2019

BNU doa 750 mil patacas à Universidade de Macau

[dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) doou 750 mil patacas à Universidade de Macau (UM), indicou ontem a instituição bancária em comunicado.

O valor doado anualmente pelo BNU é “calculado com base numa percentagem do valor gasto em compras” com um cartão do banco, que desde 2013 já doou mais de 4,5 milhões de patacas à UM, de acordo com o mesmo comunicado.

27 Mar 2019

Ensino | Grupo especializado no içar da bandeira estreia a 4 de Maio

A equipa de estudantes escolhida pela DSEJ vai realizar a estreia em cerimónias oficiais do içar da bandeira. Os 40 alunos de “elite” nesta tarefa foram treinados pelo Exército de Libertação do Povo Chinês

 

[dropcap]O[/dropcap] território vai celebrar o centenário do 4 de Maio – movimento estudantil de 1919 que teve na origem no reconhecimento da ocupação pelo Japão de partes da China – e a oportunidade vai servir para estrear a equipa escolar especializada em cerimónias do içar da bandeira. O cenário foi traçado, ontem, pelo Conselho da Juventude e os estudantes escolhidos para a cerimónia são considerados aqueles que melhor desempenho obtiveram na tarefa.

“É a primeira equipa escolar [do içar da bandeira]. A Direcção de Serviços de Educação e Juventude [DSEJ] deu formações às escolas sobre a cerimónia e depois foram escolhidos os alunos com melhor desempenho para fazerem parte desta equipa”, explicou Cheong Man Fai, chefe do Departamento da Juventude da DSEJ. “Espera-se que nas actividades oficiais e de grande envergadura que haja uma equipa escolar para o içar da bandeira”, foi acrescentado.

De acordo com Cheong Man Fai, o objectivo da cerimónia passa por promover os valores do patriotismo e do amor pela pátria. A equipa em causa foi escolhida entre 65 alunos propostos por 30 escolas, com 40 estudantes a serem escolhidos para a formação da DSEJ que é feita em conjunto com o Exército de Libertação do Povo Chinês. Entre estes, 30 vão fazer parte da equipa e os restantes 10 vão ser suplentes. A Escola Portuguesa de Macau e a Escola Internacional de Macau (TIS) também foram convidadas a propor nomes de alunos, mas optaram por não o fazer. “É uma participação voluntária”, apontou Cheong.

Patriotismo e democracia

Ainda em relação ao centenário vão ser organizados fóruns, exposições, cerimónias de hastear da bandeira e emissão de produtos filatélicos. “Espera-se que a realização destas actividades, para além de constituírem uma forma de comemorar este movimento patriótico, possam incentivar os jovens e Macau a divulgarem e a transmitirem o espírito do Movimento: ‘Patriotismo, progresso, democracia e ciência’”, foi sublinhado no final do Conselho de Juventude.

Na reunião de ontem foram abordadas as linhas gerais de planeamento para a integração dos jovens de Macau na Grande Baía. Em relação a este assunto, o Governo acredita que deve haver uma intensificação das relações entre as escolas locais e as do Interior da China. Segundo os dados avançados, há 84 escolas com parcerias do outro lado da fronteira e cada instituição de Macau recebe 80 mil patacas para eventos conjuntos. Os apoios representam uma despesa de 6,72 milhões de patacas, valor que deverá sofrer um aumento.

Estreia de Calvin Chui

Esta foi a primeira reunião do Conselho de Juventude com a participação do sobrinho de Chui Sai On, Calvin Chui Tin Lop. O novo membro do conselho que substituiu Lei Iok Pui, que está a ser julgado no âmbito do caso John Mo e que foi ilibado na primeira instância. Sobre a situação de Lei, Cheong Man Fai, chefe do Departamento da Juventude da DSEJ, explicou que a nomeação foi feita de acordo com as leis vigentes e que mesmo que o ex-membro seja considerado inocente, tem de aguardar um período de dois anos para poder voltar ao conselho. Contudo, a responsável explicou que a situação não está a ser equacionada.

27 Mar 2019

Jogo | Dente Partido investe no Palau

[dropcap]W[/dropcap]an Kuok Koi, conhecido como Dente Partido, está a desenvolver um projecto em cooperação com o Governo do Palau para tornar a ilha do Pacífico num centro de jogo.

A revelação foi feita pelo ex-líder da tríade 14 quilates em declarações à revista East Week. Nas declarações prestadas à publicação de Hong Kong, Wan Kuok Koi não adiantou grandes detalhes, mas o agora empresário referiu que a zona de Anguar vai ser o local escolhido para ser o centro de jogo. No entanto, ainda não há orçamento concretizado.

Dente Partido revelou que vai ter uma palavra a dizer sobre os serviços de emigração da Ilha, mas também em relação a este aspecto não divulgou pormenores. Wan Kuok Koi, que também é chamado Pan Nga Koi, ou seja, Dente Partido em cantonês, tem-se dedicado nos últimos tempos a tentar envolver-se na Iniciativa Uma Faixa, Uma Rota. Como parte destas iniciativas empresariais investiu em cripto-moedas. Ao mesmo tempo, tentou também promover uma maior aproximação entre o Interior da China e Taiwan.

27 Mar 2019

Sin Fong | Audiências do processo do Governo contra a Lai Si a 4 e 5 de Dezembro

[dropcap]A[/dropcap]s audiências relativas ao processo do Governo de Macau contra a Lai Si Enterprise Holding Limited sobre as indemnizações ligadas ao colapso da estrutura do edifício Sin Fong Garden vão ter lugar a 4 e 5 de Dezembro.

A informação consta do relatório anual de resultados da empresa divulgado pela Bolsa de Valores de Hong Kong onde estão incluídos os passivos que a Lai Si enfrenta devido às acções judiciais com o Governo de Macau.

Os problemas no edifício Sin Fong Garden foram conhecidos em Outubro de 2012, depois de terem sido detectadas fissuras em pilares do segundo piso. Após a descoberta foi ordenada a evacuação da construção devido ao risco de derrocada, o que deixou mais de 100 proprietários fora das suas casas.

Em Setembro de 2015, vários proprietários do edifício Sin Fong Garden avançaram com uma acção judicial contra os empreiteiros, incluindo a Lai Si, em que exigiam uma indemnização no valor de 49 milhões de dólares de Hong Kong.

Em Outubro de 2015, o Governo da RAEM também processou a empresa num processo conjunto que envolveu mais quatro empreiteiros. Na acção, o Governo solicitava indemnizações na ordem dos 12,8 milhões de patacas por despesas tidas para evitar o colapso do edifício e garantir a segurança dos residentes.

As audiências judiciais ligadas ao processo aberto pelo Governo ocorrerão nos dias 4 e 5 de Dezembro. Já as datas das audiências do processo levantado pelos moradores do edifício ainda não estão confirmadas.

Entretanto, as obras de reconstrução do Jardim Sin Fong foram iniciadas em Outubro do ano passado. O novo prédio seguirá o plano original, com 30 andares, 144 unidades habitacionais, 48 lugares de estacionamento, e terá fundações reforçadas, com 39 colunas adicionadas.

27 Mar 2019

Instituto Camões | Destacado entusiasmo dos macaenses pelo Português

[dropcap]O[/dropcap]presidente do Instituto Camões, Luís Faro Ramos, destacou o entusiasmo “notável” dos macaenses que querem aprender português como parte da sua afirmação de identidade.

Luís Faro Ramos falou à margem da sua primeira visita como presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua à costa oeste dos Estados Unidos, onde reside a maior comunidade de luso-americanos do país.

O responsável falava da plataforma desenvolvida pelo Instituto Camões e pela Porto Editora para o ensino de português online que já reúne cerca de 600 utilizadores. O universo de utilizadores da “Português Mais Perto”, que foi lançada no ano lectivo 2017/2018, “é positivo e tem crescido”, considerou o responsável, explicando que há pessoas a aprender português de forma remota nos cinco continentes.

27 Mar 2019

Últimos dez galgos abandonaram ontem o Canídromo

Saíram ontem os últimos dez galgos que ainda se encontravam no Canídromo, o que marca o culminar do processo de adopção internacional, com a duração de seis meses, levado a cabo pela ANIMA. Albano Martins está “feliz” pela missão cumprida e o presidente do IAM, José Tavares, agradece a todos os envolvidos no processo. Hoje, o terreno do Canídromo segue para a alçada da Direcção dos Serviços de Finanças

 

[dropcap]O[/dropcap]s últimos dez galgos que viviam no Canídromo saíram ontem do local, rumo ao aeroporto para serem adoptados. No total, a empresa de exploração de corridas de galgos, Yat Yuen, abandonou 532 animais a 20 de Julho do ano passado. Destes, 15 morreram. Os restantes entraram em processos internacionais de adopção, liderados pelo presidente da Associação de Protecção Animal – ANIMA, Albano Martins.

O tempo de adopção dos mais de 500 animais foi de seis meses, um período recorde que culmina neste “final rápido e feliz”. “Conseguimos fazer isto em seis meses”, sublinha o responsável. “Não foi fácil, mas tínhamos uma rede internacional montada e isso ajudou-nos imenso. Apenas tivemos que liderar o processo localmente com os nossos parceiros do IAM e da Yat Yuen e resolver ocasionalmente os pequenos problemas que iam surgindo”, acrescentou ontem Albano Martins em declarações à margem da saída dos últimos cães do Canídromo.

O feito foi também sublinhado pelo presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), José Tavares. “A ANIMA conseguiu em poucos meses resolver a situação de adopção dos mais de 500 cães do Canídromo e isso é obra”, disse. “São mais de 500 cães adoptados em meio ano e acho que isso nunca aconteceu em lado nenhum”, acrescentou Tavares.

Rumo à Califórnia

De entre os galgos adoptados, a maioria teve como destino os Estados Unidos da América – 307 – , essencialmente para a Califórnia. Para o Reino Unido seguiram 70, 60 para a Itália, 15 para França, 26 seguiram para Hong Kong e 31 foram adoptados em Macau. A própria ANIMA ficou com 23 animais, de entre os quais 19 vão ser enviados para famílias de acolhimento em Macau, seguindo mais tarde para a Austrália. Os restantes animais não vão ser mantidos pela instituição por se encontrarem doentes.

Hoje, o terreno que tem albergado as instalações do Canídromo é entregue aos Serviços de Finanças. Entretanto, o Governo já avançou que este terreno irá servir para fins educativos, estando prevista, pelo menos, a construção de quatro escolas.

Quanto aos antigos funcionários da Yat Yuen, José Tavares recordou que muitos foram absorvidos temporariamente pela empresa contratada pelo IAM para a segurança e manutenção das instalações do Canídromo. “A empresa cessa hoje [ontem] o contrato e estes trabalhadores vão ter que ser colocados noutros locais”, apontou o responsável.

José Tavares aproveitou a ocasião para agradecer a todos os envolvidos neste processo. “Quero agradecer a todos. Aos voluntários, às associações que aqui estiveram desde o início e que nos deram uma mão. Foi muito importante principalmente nas primeiras duas semanas, altura em que foi muito difícil tomar conta disto tudo”, referiu.

Entretanto, a Yat Yuen terá gasto cerca de 70 milhões de patacas em todo o processo, onde se inclui a multa por abandono dos animais, as viagens internacionais e os cuidados médicos a que foram submetidos, apontou Albano Martins.

27 Mar 2019

Sarampo | Serviços de Saúde desconhecem percentagem de clínicos vacinados nos hospitais

Os Serviços de Saúde reconhecem não dispor de informações sobre quantos médicos ou enfermeiros foram vacinados contra o sarampo. Não só no Hospital Kiang Wu, mas também no Centro Hospitalar Conde de S. Januário. Isto quando a vacina integra o programa de vacinação de Macau

 

[dropcap]O[/dropcap]ito dos 23 casos de sarampo registados desde o início do ano dizem respeito a profissionais de saúde. Os Serviços de Saúde desconhecem, porém, quantos médicos, enfermeiros ou auxiliares de enfermagem foram vacinados ou se encontram imunizados (por terem contraído a doença anteriormente). Tanto no Kiang Wu como no próprio Centro Hospitalar Conde de S. Januário (CHCSJ).

Isto mesmo reconheceu o coordenador do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, Lam Chong, em declarações ao HM, após ter afirmado, durante o programa radiofónico “Fórum Macau”, saber apenas que aproximadamente 20 por cento dos oito profissionais de saúde infectados com sarampo não tinham sido vacinados ou não estavam imunizados (porque não contraíram a doença anteriormente). Os oito profissionais de saúde (três médicos, três enfermeiros, um auxiliar de enfermagem e um outro trabalhador – pertencem todos ao Kiang Wu.

“Nós pedimos formalmente ao Kiang Wu para verificarem a situação da imunização de todo o pessoal. Eles estão a fazê-lo e a providenciar vacinação”, indicou Lam Chong, apontando que, posteriormente, os Serviços de Saúde vão ver como os trabalhos estão a serem implementados.
Segundo informações divulgadas pelo organismo liderado por Lei Chin Ion, recentemente, o Kiang Wu vacinou cerca 250 profissionais de saúde contra o sarampo. O chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças admitiu, no entanto, desconhecer quantos dos aproximadamente 2.000 funcionários do hospital privado têm as vacinas em dia. O mesmo sucede, no entanto, no caso do hospital público. “Não temos detalhes exactos, mas vamos ver depois. Neste momento, estamos a providenciar vacinação e a encorajar todos a serem vacinados”, afirmou Lam Chong, embora concordando ser “importante” saber.

À luz do programa de vacinação de Macau, a vacina é obrigatória para os bebés entre os 12 e os 18 meses. Quem ainda não perfez 18 anos também pode receber gratuitamente duas doses da vacina tríplice – (contra o sarampo, parotidite (papeira) e rubéola. Desde Setembro, quem nasceu depois de 1970 e não foi vacinado contra o sarampo após o primeiro aniversário também pode receber uma nova dose de forma gratuita. Os profissionais de saúde – como realçaram anteriormente os Serviços de Saúde – podem administrar a vacina em falta independentemente do ano de nascimento.

Os Serviços de Saúde, que qualificaram a situação no Hospital Kiang Wu como uma “infecção colectiva”, não descartando a possibilidade de ocorrência de mais casos, afastam, no entanto, a abertura de um eventual inquérito aos procedimentos adoptados na unidade privada. “Não encontramos nada de desadequado na forma como lidam com os casos. Este tipo de transmissão acontece”, explicou Lam Chong.

De facto, em Portugal, por exemplo, no ano passado, foram registados 162 casos de sarampo, mais de metade dos quais visando profissionais de saúde, devido sobretudo a um surto no Hospital Santo António (Porto). Com efeito, o caso desencadeou uma série de preocupações com a saúde pública, levando mesmo o Bastonário dos Médicos a admitir a hipótese de a vacinação passar a ser obrigatório para os profissionais que trabalhem em unidades de saúde.

Número sem precedentes

A RAEM obteve, em 2014, a acreditação da erradicação do sarampo da Organização Mundial de Saúde. No entanto, como realçou anteriormente o director dos Serviços de Saúde, o facto de Macau ser uma cidade altamente turística e de nas regiões vizinhas existirem epidemia de sarampo, faz com que seja “difícil” suster a infecção devido ao elevado grau de contágio do vírus.

Com efeito, o número de casos de sarampo detectados em menos de três meses figura já como o mais elevado desde a transferência de soberania. Os Serviços de Saúde garantem não haver, no entanto, razões para alarme. Já em Hong Kong que, por contraste, tem mais de 7,5 milhões de habitantes, foram registados 25 casos de sarampo desde o início de 2019, superando igualmente o total de ocorrências verificadas nos últimos anos.

Encomendadas 15 mil vacinas

Actualmente, Macau tem 4.000 vacinas disponíveis para adolescentes e adultos. Segundo revelou Lam Chong, foram encomendadas mais 15.000, com a primeira remessa, de pelo menos 5.000, com data de chegada prevista para “meados do próximo mês”. A vacina é gratuita para os residentes, mas os trabalhadores não residentes têm de pagar 50 patacas por cada dose, ficando isentos, porém, se exercerem funções em áreas da saúde, lares, creches, jardins de infância e escolas.

Em paralelo, à luz da lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis, os não residentes infectados ou suspeitos de terem contraído doenças transmissíveis podem, tendo em conta o interesse público e a sua situação económica, ser isentos do pagamento total ou parcial de encargos relativos à prestação de cuidados de saúde pelo director dos Serviços de Saúde. Já aos turistas não são disponibilizados serviços de vacinação.

Sarampo ‘chega’ à AL

Os casos de sarampo também já ‘chegaram’ à Assembleia Legislativa, dado que só ontem pelo menos três deputados (Wong Kit Cheng, Mak Soi Kun e Angela Leong) enviaram às redacções comunicados de imprensa sobre o “preocupante” cenário daquela doença altamente contagiosa em Macau, com todos a pedirem mais medidas de prevenção e campanhas de sensibilização para a importância da vacinação.

Angela Leong, por exemplo, vai mais longe ao deixar propostas concretas ao Governo, como a introdução de incentivos, como subsídios, de modo a que os patrões levem os trabalhadores não residentes a ser vacinados.

Três novos casos

Dos 23 casos de sarampo registados desde o início do ano, três foram confirmados ontem. Segundo os Serviços de Saúde, o primeiro diz respeito a uma croupier de 47 anos, nascida na China, cujo historial vacinal se desconhece; o segundo a uma professora de um centro de inglês para crianças, de 24 anos, que foi vacinada; enquanto o terceiro a uma estudante, de 14 anos, que todos os dias regressa a Zhuhai após as aulas, também residente de Macau e igualmente vacinada.

O que é o sarampo?

Forma de transmissão: exposição por gotículas de saliva ou via aérea e também por contacto directo com secreções respiratórias e através do contacto com a boca e objectos contaminados
Período de incubação: 7 a 18 dias, podendo chegar a 21 após exposição
Período de transmissão: entre 3 dias e uma semana após o aparecimento do exantema (erupção cutânea)
Primeiros sintomas: febre alta, conjuntivite, tosse, rinorreia

Quem não precisa de ser vacinado:

Os nascidos antes de 1970;
Os que já tenham tido sarampo;
Os nascidos em ou após 1990 que tenham sido imunizados de acordo com o programa de vacinação de Macau

Os números

Ano | Casos

2019 até ontem | 23
2018 | 3
2017 | 2
2016 | 0
2015 | 0
2014 | 1
2013 | 3
2012 | 1
2011 | 1
2010 | 0
2009 | 0
2008 | 0
2007 | 0
2006 | 2
2005 | 0
2004 | 0
2003 | 3
2002 | 3
2001 | 4
2000 | 5

Fonte: Estatísticas das doenças de declaração obrigatória

27 Mar 2019

Autocarros | Motorista agredido por idoso quer justiça

[dropcap]N[/dropcap]a tarde de domingo, por volta das 16h, uma corrida para apanhar um autocarro público resultou na agressão ao condutor. O caso foi filmado por um internauta que se encontrava fora do autocarro e que posteriormente partilhou o vídeo nas redes sociais.

Tudo começou quando um idoso tentou apanhar um autocarro na paragem junto ao Hotel Sofitel, na Ponte 16. O veículo já tinha retomado a marcha, quando um passageiro idoso correu e bateu na porta do autocarro. O condutor interrompeu a marcha para deixar o senhor entrar. Segundo o relato do motorista, o passageiro não parou de o descompor até ao fim da viagem, que terminou na estação de autocarros da Praça das Portas do Cerco.

Segundo informação concedida pela PSP ao HM, e apesar do condutor não ter respondido às provocações do idoso este terá passado das palavras aos actos. O que se seguiu foi uma sessão de murros dados pelo passageiro na cara do motorista.

Na sequência das agressões, o condutor foi submetido a tratamento hospitalar e deseja avançar judicialmente contra o idoso. Por sua vez, o passageiro alega que também foi agredido com um murro na cabeça, alegação que o motorista nega. No entanto, o idoso recusou tratamento hospitalar e afasta a hipótese de avançar judicialmente contra o condutor do autocarro.

26 Mar 2019