João Luz Manchete SociedadeTurismo | Cultura tailandesa e gastronomia animam fim-de-semana Este fim-de-semana, realizam-se o Festival Cultural da Tailândia, o primeiro Carnaval Vegetariano de Macau, e arranca a Noite Luminescente na Travessa do Armazém Velho, iluminando a zona dos Ervanários. Os três eventos contam-se entre os mais de 40 financiados este ano pela DST, que até Novembro atraíram 660 mil pessoas A cidade vai estar em festa este fim-de-semana, com uma série eventos “para mostrar a inclusão diversificada de ofertas e o encanto nocturno de Macau aos residentes e visitantes da cidade”, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). Amanhã e domingo, o Festival Cultural da Tailândia regressa à zona da Mitra, animando a Rua de Abreu Nunes onde vão estar instaladas cerca de duas dezenas de tendinhas de comida tailandesa. Como é hábito, além da cerveja Chang e pad thai, não vão faltar “danças tradicionais, e danças e cantares tailandeses, entre outros espectáculos de palco”. Turistas e moradores locais também vão poder relaxar com massagens tailandesas e testemunhar a tradicional bênção do arroz, uma cerimónia budista tradicional para abençoar as colheitas de arroz. Para quem prefere outras opções gastronómicas que não incluam cachaço de porco ou camarão, começa hoje a primeira edição do “Carnaval Vegetariano de Macau”, que decorre até à próxima terça-feira na Doca dos Pescadores, mostrando a “diversificação de Macau enquanto Cidade Criativa de Gastronomia”, salienta a DST. O evento que irá encher a Legend Boulevard com um autêntico festim para os sentidos, com 60 tendas de comida vegetariana e produtos culturais e criativos. “A actividade de cinco dias inclui ainda espectáculos culturais e artísticos, palestras culturais, venda de produtos, tendas de jogos, instalações para tirar fotografias e cerimónia de lanternas alusivas ao retorno de Macau à pátria”, acrescenta a DST. Luz urbana Amanhã, regressa à zona dos Ervanários “A Noite Luminescente na Travessa do Armazém Velho”, que vai iluminar o velho bairro do Porto Interior com “efeitos de luz, instalações luminosas, corredor de luz com caracteres chineses e decorações”. Até ao fim de Fevereiro, a iniciativa que é uma extensão do evento Iluminar Macau 2024, irá contar também com “jogos online e workshops presenciais para adicionar experiências diversificadas, promover o fluxo de pessoas na zona e estimular o consumo nocturno”. A DST salienta que estes três eventos que arrancam este fim-de-semana fazem parte de 41 actividades aprovadas para financiamento este ano. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes revelou ontem que, entre Janeiro e Novembro deste ano, foram organizados 31 projectos ao abrigo do programa de apoio financeiro da DST, incluindo visitas guiadas, feiras, oficinas artesanais, produção gastronómica ou passeios marítimos. A DST refere que até Novembro, os eventos apoiados atraíram mais de 660 mil participantes, e contaram com a participação directa de cerca de 1.600 estabelecimentos comerciais, “promovendo o consumo e o desenvolvimento do turismo nas zonas comunitárias”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeRádio táxis | Inquérito revela procura alta e pouca oferta Lançado pela Aliança do Sustento e Economia de Macau, o inquérito sobre o serviço de rádio táxis revela que há muita procura, mas pouca oferta, com mais de metade dos inquiridos a queixarem-se da falta de veículos disponíveis. Mais de 90 por cento dos inquiridos disse preferir chamar um táxi desta forma Macau continua a sofrer com a falta de táxis. É o que revela um inquérito lançado pela associação Aliança do Sustento e Economia de Macau sobre os serviços de rádios táxis, que aponta continuar a haver muita procura para a pouca oferta existente. Se 90,79 por cento dos inquiridos demonstraram vontade de chamar este tipo de táxis para as suas deslocações, o que significa que o serviço tem bastante potencial, verifica-se a falta de oferta, os longos períodos de espera e a insatisfação com a qualidade dos serviços. Mais de metade dos inquiridos, 61,13 por cento, respondeu que não existem veículos suficientes para o serviço, enquanto 59,78 por cento dos utentes afirmou que o tempo de espera é demasiado longo ou simplesmente não conseguem pedir um condutor. Além disso, 41,94 por cento dos utentes criticam a qualidade dos serviços. A equipa responsável pelo inquérito aponta que estes dados mostram que há ainda problemas com o serviço de rádio táxis que precisam ser resolvidos para impulsionar o funcionamento e utilização deste meio de transporte. Como resolver? O inquérito questiona também os residentes sobre as políticas que devem ser adoptadas. Assim, 60,1 por cento dos entrevistados pedem a supervisão do Governo, enquanto 54,86 por cento dos entrevistados preferem que haja, simplesmente, mais oferta de veículos. Por sua vez, 48,21 por cento dos entrevistados pedem que a qualidade dos serviços seja melhorada, enquanto 38,36 por cento dos entrevistados querem uma maior oferta em termos de tarifas cobradas. A equipa responsável pelo inquérito conclui, assim, que cabe às autoridades assumir um papel activo na melhoria deste serviço, a fim de resolver os problemas e dificuldades sentidos por residentes e turistas. A mesma equipa também entende que são necessários mais táxis, para dar resposta ao futuro desenvolvimento da zona A dos novos aterros. Foram também colocadas questões sobre as razões para os entrevistados pedirem um rádio táxi, sendo que a maioria usa este serviço para sair de Macau em viagem, com 78,94 por cento dos residentes e 67,88 por cento dos turistas a optarem pelo serviço para deslocações ao aeroporto. Por sua vez, 50,78 por cento dos residentes e 49,09 dos turistas chamam um rádio táxi para deslocações aos terminais marítimos, enquanto que em relação aos postos fronteiriços, há 68,69 por cento de turistas a escolher um rádio táxi, número superior ao dos residentes, uma vez que apenas 60,9 por cento dos locais opta por pedir um táxi deste género. O inquérito realizou-se entre os dias 19 de Junho e 4 de Setembro deste ano, contando com um total de 1.564 respostas válidas, com a participação de 959 residentes de Macau, 61 trabalhadores não residentes, 495 turistas e 49 pessoas de fora destas categorias.
Hoje Macau SociedadePortuguês | Macau em grupo de reflexão sobre a língua Representantes de vários países falantes de português estão reunidos, pela primeira vez, numa sessão de dois dias que termina hoje, na Praia, Cabo Verde, para articular temas como a definição de novas palavras ou estratégias de ensino, entre outros. O Grupo Multilateral de Reflexão é uma ideia do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) e pretende “promover uma gestão mais multilateral” do Português, juntando entidades com um papel “na definição de políticas públicas para o uso, a promoção e difusão da língua portuguesa”, foi anunciado em comunicado. O IILP faz parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e neste encontro vão participar representantes de cinco Estados-membros: Cabo Verde, Angola, Brasil, Portugal e Timor-Leste, a par de uma delegação da Região Administrativa Especial de Macau, pela primeira vez envolvida a este nível em acções do IILP. A agenda prevê a partilha de informação sobre “o panorama do ensino do português em cada país” e análise de “possíveis mecanismos de articulação e de definição de critérios comuns” em matérias como “os processos de renovação do léxico”, ou seja, do conjunto de palavras da língua.
Hoje Macau SociedadeTuristas | Previstos números acima dos 33 milhões Cheng Wai Tong, subdirector dos Serviços de Turismo, declarou que Macau pode receber mais turistas até ao final do ano do que os 33 milhões de visitantes esperados. Segundo a TDM Rádio Macau, o responsável falou na possibilidade de Macau receber 34 milhões, tratando-se de um número importante no pós-pandemia, tendo em conta que, em 2019, o território recebeu 39,4 milhões de turistas. Cheng Wai Tong declarou que “ainda não há dados sobre as reservas hoteleiras relativas às férias de Natal”, mas disse que “os dados são optimistas” quanto às metas para os números de turistas. Para o subdirector da DST, os meses de Agosto e Dezembro são os que mais turistas geram, daí que as expectativas para este ano possam ser 1 milhão de visitantes acima dos 33 milhões de visitantes inicialmente previstos.
Hoje Macau SociedadeBurla | Detido por dar a penhorar relógio falso Um cidadão chinês foi detido na terça-feira no Posto Fronteiriço de Hengqin suspeito de burlar uma mulher em 100 mil dólares de Hong Kong ao emprestar-lhe, para penhora, um falso relógio de luxo. Segundo o jornal Ou Mun, no passado dia 16 de Novembro os dois intervenientes conheceram-se num casino. No dia seguinte, o homem pediu à mulher 50 mil dólares de Hong Kong para apostar. Depois de perder o dinheiro ao jogo, entregou um relógio à mulher com o intuito de que esta o penhorasse, alegando que valia 100 mil dólares de Hong Kong. A partir daqui homem ficou incontactável, enquanto a mulher foi a uma casa de penhores onde foi informada que o relógio não valeria mais do que algumas centenas de dólares de Hong Kong. Sentindo-se defraudada, a mulher denunciou então o caso às autoridades. O caso já está no Ministério Público, sendo que o homem é suspeito da prática do crime de burla de valor elevado.
João Luz Manchete SociedadeSeul | DST emite alerta a pedir precauções a turistas de Macau A turbulência política vivida na Coreia do Sul nos últimos dias, levou a Direcção dos Serviços de Turismo a emitir um alerta para os cerca de 1.500 residentes da RAEM que estão ou vão para o país. Até às 15h de ontem, o Governo da RAEM não tinha recebido pedidos de auxílio de residentes Na sequência da declaração de lei marcial na Coreia do Sul, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) lançou um alerta aos residentes de Macau que se encontram na Coreia do Sul, ou que planeiam viajar em breve para o país, para se “manterem atentos e prestarem atenção às informações mais recentes” das autoridades sul-coreanas. A lei marcial foi decretada na terça-feira à noite na Coreia do Sul pela primeira vez em mais de 45 anos, depois de ter sido imposta em 1979, após o assassinato do presidente Park Chung-hee. Numa comunicação de surpresa ao país, o Presidente Yoon Suk-yeol declarou a lei marcial para “erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem constitucional”. A lei marcial foi levantada algumas horas depois, mas a instabilidade política e o futuro da liderança do país continua a ser uma incógnita (ver página 11). A situação levou vários países a emitir alertas de viagem para o país. Ontem de madrugada, a DST enviou avisos a cerca de 1.500 residentes que estão na Coreia do Sul, ou que estavam prestes a viajar para o país. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o subdirector da DST, Cheng Wai Tong, apelou à vigilância dos residentes e afirmou que o Governo da RAEM está a observar a situação, sem haver decisão sobre a necessidade de emitir alerta a desaconselhar viagens para o país asiático. O responsável adiantou ainda que, até às 15h de ontem, a linha aberta da DST não tinha recebido pedidos e ajuda ou consultas de residentes na Coreia do Sul. Limitar passeios Apesar do levantamento da lei marcial, a DST afirmou que devido à situação política, os residentes devem reduzir saídas ao mínimo essencial e obedecer às autoridades locais. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes acrescentou que se os residentes necessitarem de assistência podem ligar para a linha hotline de turismo, disponível 24 horas por dia, ou contactar a embaixada chinesa na Coreia do Sul. Por seu turno, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, indicou ter sido informado pelas agências de viagem locais da inexistência de excursões de Macau na Coreia do Sul neste momento. No entanto, o representante realçou que Seul é uma cidade popular para turistas não-excursionistas de Macau. Para esses residentes, Andy Wu fez eco, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, das recomendações da DST.
Hoje Macau SociedadeEscarlatina | Lançado alerta face a aumento do número de casos Os Serviços de Saúde de Macau emitiram ontem um comunicado onde dão conta que “a situação da escarlatina está mais activa”, fazendo um apelo a encarregados de educação, creches e escolas para “estarem alerta”. Nos últimos dias, e conforme os dados de monitorização de doenças infecciosas de declaração obrigatória, “o número de casos declarados [de escarlatina] subiu de cinco na primeira semana de Outubro para 22 casos detectados na semana passada”. Para os SS, “este é o número mais alto registado em comparação com Outubro, dando uma média de dez casos por semana”, e também maior face ao período homólogo do ano passado. Até terça-feira desta semana, foram registados 1.654 casos de escarlatina no território, sendo que 93 por cento dos casos ocorreu em crianças com idades compreendidas entre 1 e 9 anos de idade. Os SS esclarecem ainda que “54 casos necessitaram de internamento hospitalar, tendo tido alta após recuperação”, não tendo sido registados casos graves ou mortais. Este ano foram registados, até ao momento, dois casos colectivos de escarlatina. A escarlatina é uma doença respiratória aguda transmissível causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes).
João Luz Manchete SociedadeMacauPass / MPay | Cartão usado em mais de 300 cidades O Governo da RAEM e o Ministério dos Transportes chinês acordaram a possibilidade usar um cartão emitido pela MacauPass, em formato físico ou no MPay, para pagar tarifas de transportes urbanos em mais de 300 cidades chinesas. Por outro lado, visitantes chineses podem usar o cartão China T-union nos autocarros de Macau A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) acordou com o Ministério dos Transportes a adesão da MacauPass ao programa China T-union, o sistema usado para pagar transportes urbanos no Interior da China, mas também para fazer compras. Assim sendo, passou a ser possível desde ontem pedir um cartão especial da MacauPass, em formato físico ou digital através da aplicação MPay. O novo cartão custa 68 patacas e se for comprado através do MPay aceita os pontos de desconto MCoins até um valor de 10 patacas. O MacauPass – China T-union pode ser usado para pagar tarifas de transportes públicos em mais de 300 cidades chinesas e mais de 1.700 aglomerados populacionais de menor dimensão. O cartão pode também ser utilizado em cerca de 280 ligações ferroviárias urbanas. Na aplicação MPay, o cartão digital da China T-union é criado numa carteira separada onde são depositados montantes em patacas que depois são convertidos em renminbis para pagar transportes no Interior da China. Para saber se o cartão é admitido num transporte público basta procurar o logótipo da “China T-union”. Ligações estreitas Num comunicado emitido ontem, a DSAT explica que o objectivo passa por apoiar “a utilização dos transportes públicos locais e os benefícios de tarifas, mas também facilitar o acesso aos principais meios de transportes nas principais cidades do país”. O Governo acrescenta que a medida pretende responder ao aumento da procura de emprego e de viagens para o Interior da China por parte dos residentes de Macau, “estreitando cada vez mais o intercâmbio de pessoas entre os dois lados”. O mesmo irá acontecer no sentido inverso. Os visitantes do Interior da China e de Hong Kong podem desde ontem usar os seus cartões da China T-union para pagar as tarifas dos autocarros públicos de Macau. Importa referir que o cartão Ocpotus da RAEHK passou a emitir desde meados de Setembro o Octopus China T-union, que poderá ser utilizado na RAEM. A DSAT salienta que os cartões que não são emitidos em Macau “não beneficiam de desconto nas tarifas. Os visitantes podem também usar o cartão para pagar contas em restaurantes, bilhetes para espectáculos e compras em lojas. Para quem preferir a versão física do cartão, pode requerer a sua emissão, que custa 68 patacas, em três centros dos serviços de MacauPass, no Nape na Rua de Paris, nº10, na Estrada Marginal da Areia Preta, nº 183 e na Taipa na Avenida de Kwong Tung, nº 79. Se os titulares perderem o MacauPass – China T-union não podem reclamar a perda de dinheiro porque o cartão não tem a inscrição da identidade do titular.
João Luz Manchete SociedadeEPM | Concessão vitalícia de terreno passa a 25 anos O Governo extinguiu o arrendamento vitalício do terreno onde está a Escola Portuguesa de Macau, que vigorava há mais de seis décadas. O novo contrato passa a ter o prazo de 25 anos, mas continua a ser gratuito. O despacho assinado por Raimundo do Rosário pretende regularizar a situação do terreno e do edifício da escola O Executivo declarou a extinção do arrendamento vitalício do terreno onde está situada a Escola Portuguesa de Macau (EPM), através de um despacho assinado pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, publicado ontem no Boletim Oficial. O contrato passa a vigorar por 25 anos, o prazo máximo das concessões por arrendamento estabelecido na Lei de Terras, e continua a ser gratuito. A alteração tem como objectivo “regularizar a situação desse terreno e a do edifício nele existente”. O prazo da concessão pode ser sucessivamente renovado, desde que a Associação Promotora de Instrução dos Macaenses (APIM) apresente requerimento de renovação “no período entre nove meses a seis meses antes do fim do prazo da concessão ou das sucessivas renovações”. O arrendamento vitalício e gratuito fora concedido à APIM em Junho de 1963 para a construção do edifício Escola Comercial Pedro Nolasco. O estabelecimento de ensino que ocupou o terreno na Avenida de D. João IV, “foi construído com verbas concedidas pelo Governo da então Província de Macau” e ficou isento de isento de rendas e taxas, desde que a APIM respeitasse a “exclusiva finalidade de manter em funcionamento a referida escola”. Já perto da implementação da RAEM, em 1998, foi aprovado um projecto de arquitectura de obra de ampliação do edifício da Escola Comercial, para adaptação à Escola Portuguesa de Macau. “Apesar da obra de ampliação ter sido executada, a respectiva licença de utilização nunca foi emitida”, lê-se no contrato assinado entre o Governo e a APIM. Pela educação O contrato publicado no Boletim Oficial refere ainda que no dia 25 de Setembro deste ano, a APIM apresentou um requerimento para esclarecer dúvidas quanto à natureza do direito que a APIM detém sobre o terreno e o edifício nele construído, onde agora funciona a EPM e solicitou a regularização para “manter as construções já aí existentes, bem como ampliar as mesmas”. É ainda estabelecido que a APIM deve manter os edifícios escolares e instalações de apoio existentes no terreno, e que “a eventual alteração do aproveitamento do terreno, designadamente por ampliação dos edifícios” carece de autorização do Governo. Porém, a finalidade da concessão do terreno (o ensino regular) não pode ser alterada, da mesma forma que a concessão gratuita não pode ser convertida numa concessão que implique pagamento de renda.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEnsino | Macau com bons resultados a Ciências e Matemática no TIMSS 2023 Os alunos de Macau registaram um bom desempenho nas áreas da Matemática e Ciências na estreia do território na avaliação do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências, em inglês “Trends in International Mathematics and Science Study” (TIMSS), relativo a 2023. Assim, de entre mais de 60 países e regiões, Macau registou, em média, 582 pontos a Matemática e 536 pontos em Ciências, “sendo ambos significativamente mais elevados do que as médias internacionais (503 pontos em Matemática e 494 pontos em Ciências)”. Assim, segundo uma nota da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Macau ficou em 6.º lugar a Matemática e 12.º lugar em Ciências no TIMSS 2023, ranking onde participou pela primeira vez. O TIMSS realiza-se desde 1995 a cada quatro anos. Para a participação de Macau nesta edição do ranking a DSEDJ organizou a participação de mais de 5.500 alunos do 4.º ano do ensino primário, de 59 escolas locais. A DSEDJ acrescenta ainda, sobre os resultados, que “as diferenças de pontuações em Matemática e em Ciências dos dois grupos de alunos de Macau provenientes de contextos socioeconomicamente altos e baixos (59 pontos tanto em Matemática como em Ciências) foram inferiores às médias internacionais (85 e 91 em Matemática e em Ciências, respectivamente), sendo também as mais reduzidas entre os países ou regiões com desempenho elevado”. Equidade em alta Para as autoridades, estes dados mostram que “Macau mantém um sistema educativo de qualidade e equitativo”, além de que “as proporções dos alunos de Macau que alcançaram os quatro pontos de referência internacionais são significativamente mais elevadas do que as medianas internacionais”, sendo que 68 por cento dos alunos locais “atingiram o nível avançado ou elevado no desempenho a Matemática e 45 por cento atingiu o nível avançado ou elevado no desempenho a Ciências”, com ambas a serem “mais elevadas do que as medianas internacionais, as quais foram de 42 e 38 por cento”, respectivamente. O TIMSS é um ranking desenvolvido pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional, analisando o desempenho nestas duas disciplinas por parte de alunos de vários países e regiões.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Identificado caso suspeito e violência doméstica Um homem com 50 anos terá alegadamente atacado com uma faca a mãe, de 70 anos, na madrugada de ontem. A informação foi divulgada pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e citada pelo canal chinês da Rádio Macau. De acordo com o relato apresentado, devido aos ataques, a mulher ficou com cortes na cabeça. No entanto, quando foi transportada para o Centro Hospitalar Conde São Januário estava consciente e o seu estado de saúde era estável. O caso acontece num edifício da Areia Preta, junto à Avenida Norte do Hipódromo. O crime de violência doméstica implica uma pena de prisão de 1 a 5 anos, mas a sanção pode ser agravada 8 anos de prisão, caso seja considerado que o crime foi cometido em “em circunstâncias que revelem especial censurabilidade ou perversidade”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeImobiliário | Preço médio continua a cair, mas vendas aumentam A primeira metade de Novembro trouxe uma recuperação no nível de transacções, mas os preços continuam em quebra, com o metro quadrado médio a valer menos de metade do que valia nos anos dourados do mercado imobiliário, em 2019, antes da pandemia O número de compras e vendas de habitação mais do que duplicou na primeira quinzena de Novembro em comparação com o período similar do ano passado. Os dados foram divulgados na segunda-feira, no portal da Direcção de Serviços de Finanças (DSF). De acordo com os dados oficiais, nos primeiros 15 dias de Novembro foram transaccionadas 145 habitações, o que representa mais do dobro das transacções face aos primeiros 15 dias de Novembro do ano passado, quando foram vendidas 72 fracções. Este é o melhor registo para o início de Novembro desde 2021, quando tinham sido transaccionadas 182 habitações. Desde que o portal da DSF apresenta estatísticas de transacções por quinzena, o que começou em 2018, o registo de maior número de compras e vendas ocorreu em 2019, quando nos primeiros 15 dias de Novembro foram transaccionadas 282 casas. No entanto, se for tida em conta a média de vendas, antes da apresentação dos dados por quinzena, o recorde está em 2020, os dados mais antigos no portal da DSF, quando durante todo o mês houve um total de 1.680 transacções, o que representa uma média de 840 compras e vendas na primeira metade do mês. Em comparação com o início e Outubro, os dados mostram também um crescimento, dado que nesse período tinham sido registadas 80 vendas de habitação. O maior número de vendas aconteceu em Macau, com 102 negócios, seguido da Taipa, 36 transacções, e Coloane, onde foram registadas sete. Preços a caírem Apesar do maior número de transacções, na primeira metade de Novembro, o preço médio do metro quadrado apresentou uma redução de 9,5 por cento, face a Novembro do ano passado. Na primeira metade do mês passado, o preço médio do metro quadrado foi de 72.982 patacas, quando há um ano tinha sido de 79.932 patacas. As estatísticas da DSF revelam também que o recorde do preço para a primeira metade de Novembro foi estabelecido em 2019, quando a média do preço do metro quadrado chegou a 113.690 patacas. Face aos valores mais recentes, a diferença é superior a 55 por cento. Quando a comparação é feita com a primeira quinzena de Outubro deste ano, a diferença é de 20,1 por cento, dado que no início do décimo mês do ano, o preço médio do metro quadrado tinha chegado a 87.668 patacas.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Detido por dormir dentro de carro ligado Um homem com cerca de 30 anos foi detido, depois de ter sido encontrado a dormir no carro, com a viatura ligada. O caso foi relatado ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), e terá acontecido na madrugada de terça-feira, na Avenida de Sun Yat-sen. De acordo com a versão das autoridades, quando os agentes faziam o patrulhamento das ruas, verificaram que estava um carro ligado à entrada de um edifício, com uma pessoa a dormir no interior. Quando acordaram o homem, sentiram um cheiro a álcool intenso, pelo que lhe pediram para soprar o balão, o que gerou um resultado de 1,59 gramas por litro de sangue. Por sua vez, o homem admitiu que tinha conduzido alcoolizado, depois de ter estado a jantar na Taipa, e que conduziu para casa. No entanto, adormeceu antes de conseguir desligar a viatura.
João Santos Filipe Manchete SociedadeUM | Investimento em Hengqin dispara para 4 mil milhões Após ter sido anunciado que a UM vai pagar 946 milhões de renminbis por um terreno em Hengqin, onde vai ser construído um novo campus, o capital social da empresa Guangdong Hengqin UM Higher Education Development foi aumentado O investimento da Universidade de Macau (UM) em Henqgin, através da empresa Guangdong Hengqin UM Higher Education Development, disparou para 4 mil milhões de renminbis. É este o novo capital social declarado ao portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSGAP). Quando a empresa foi inicialmente declarada, no início de Outubro, o investimento como capital social apresentado era de 50 mil renminbis e a UM surgia como a única accionista da empresa com sede em Hengqin, também conhecida como Ilha da Montanha. O capital social é o valor ou meios que os sócios entregam à sociedade para desenvolver a actividade e que corresponde ao património inicial. Contudo, a informação mais recente relativa à Guangdong Hengqin UM Higher Education Development mostra que o capital inicial disparou para 4 mil milhões de renminbis, dos quais 2,89 mil milhões de renminbis (72,35 por cento) vêm directamente do orçamento da Universidade de Macau, enquanto os restantes 1,11 mil milhões (27,65 por cento) advêm igualmente da UM, mas através da empresa UMTEC Limitada. A UMTEC Limitada é detida a 99 por cento pela UM, uma instituição financiada com capitais do orçamento da RAEM, e a 1 por cento pelo Fundo Educativo e tem como objecto de negócio a “investigação científica”, “inovação tecnológica”, “transformação comercial dos resultados de pesquisa científica”, “licenciamento de patentes”, além disso pode “exercer quaisquer outros negócios permitidos por lei”. Tem também duas representações em Zhuhai, com um capital social de 300 mil renminbis e 150 mil renminbis. No terreno O aumento do capital da empresa Guangdong Hengqin UM Higher Education Development está relacionado com a construção de um novo campus da Universidade de Macau em Henqing. No mês passado, foi tornado público que a UM vai pagar cerca de 946 milhões de renminbis à Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, na Ilha da Montanha, por um terreno com 375.600 metros quadrados. A Guangdong Hengqin UM Higher Education Development é a responsável pelo pagamento, depois de ter participado num concurso público pelo terreno, de acordo com o jornal Ou Mun. Segundo os documentos citados do concurso público, a UM tem de construir um campus internacional na Ilha da Montanha, com a chancela do Governo da RAEM, virado para o ensino e investigação nas áreas da ciência, engenharia, agricultura e medicina. São esperados pelo menos 10 mil alunos no campus que deverá ficar concluído até 2028, ano em que iniciará as operações com 8 mil alunos, entre os quais 4 mil a frequentarem licenciaturas.
João Luz Manchete SociedadeFestival de Gastronomia | Negócios caíram apesar de descontos O Festival de Gastronomia, que acabou no domingo, gerou menos 10 por cento do volume de negócios em comparação com o ano passado. Preços mais baratos e alguns dias de chuva foram explicações avançadas por Chan Chak Mo para a redução dos negócios Em fase de digestão do 24.º Festival de Gastronomia, o deputado e presidente da comissão organizadora do evento, Chan Chak Mo, apontou que o volume de negócios dos restaurantes presentes no festival este ano caíram cerca de 10 por cento em comparação o festival de 2023. Segundo o jornal Ou Mun, Chan Chak Mo indicou as possíveis razões que levaram à quebra. “Em primeiro lugar, tivemos alguns dias com chuva. Em segundo lugar, apelámos aos comerciantes para baixarem os preços este ano. Portanto, apesar de por vezes as filas de espera serem grandes, os preços mais em conta podem ter levado à descida do volume dos negócios”, avançou o deputado e empresário. Face à questão se a redução dos negócios poderia ter sido afectada pelo declínio da capacidade de consumo dos visitantes, Chan Chak Mo afastou esse cenário, indicando não ter sentido diferente na vontade de consumir. Coincidências de calendário Este ano, o Festival de Gastronomia não contou com restaurantes de fora da Macau, circunstância que Chan Chak Mo justificou com os elevados custos para participar e a falta de espaço. O deputado salientou também que se tivessem vindo restaurantes de fora, os locais iriam perder oportunidades. O deputado salientou ainda que Festival de Gastronomia coincidiu com o Grande Prémio de Macau, situação que beneficiou os negócios. Outro aspecto positivo, foram os shuttles providenciados pelas concessionárias de jogo que passaram pela Torre de Macau, trazendo visitantes para o festival. Chan Chak Mo considera que estas ligações de autocarro são uma opção de transportes a explorar melhor na edição de 2025 do Festival de Gastronomia. Sobre a possibilidade de realizar o evento no novo recinto para espectáculos de grande envergadura no Cotai, Chan Chak Mo não se mostrou motivado, indicando que para tal seria necessário aperfeiçoar o trânsito na zona e fazer um novo planeamento do festival, apesar de permitir o convite a mais comerciantes.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Emperor com perdas de 225 milhões Nos últimos seis meses que terminaram em Setembro, o grupo Emperor Entertainment Hotel registou um aumento de receitas para 407 milhões de dólares de Hong Kong (HKD), face aos 371 milhões de HKD no mesmo período de 2023. Porém, feitas as contas às despesas e receitas, os resultados não auditados apresentados pelo grupo à Bolsa de Valores de Hong Kong revelam um prejuízo líquido de 225 milhões de HKD durante o período em análise, contra um lucro de 12 milhões HKD no ano anterior. A empresa afirmou que a subida de 9,7 por cento nas receitas foi apoiada pelo “aumento contínuo do número de visitantes”. Apesar do aumento de 17,3 por cento das receitas de jogo, a perda de valor em propriedade de investimento de 263,9 milhões de HKD foi citada pelo grupo na nota enviada à bolsa de valores como uma das razões para o registo de prejuízos líquidos, que resultaram na queda de 0,15 HKD por acção.
João Luz Manchete SociedadeInquérito | Cerca de 80% pede mais apoios económicos A Federação das Associações dos Operários de Macau apresentou ontem os resultados de um inquérito onde se revela que mais de 60 por cento dos inquiridos considera que a recuperação económica não chegou à sua família. Problemas financeiros relacionados com despesas correntes, hipotecas e filhos são factores que levam a maior stress O stress financeiro é uma realidade transversal às famílias de Macau, que motiva a necessidade de alargamento dos apoios do Governo, é o que revela um estudo apresentado ontem pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Os resultados do inquérito, expostos por representantes da FAOM, incluindo o deputado Leong Sun Iok, revela que mais de 60 por cento dos inquiridos afirmaram que as suas famílias não foram beneficiadas pela recuperação económica. Para quase 62 por cento, os factores económicos foram as maiores fontes de stress. As despesas do dia-a-dia foram indicadas como o fardo mais pesado na economia familiar de quase 67 por cento dos inquiridos. O pagamento de empréstimos hipotecários foi destacado por quase 46 por cento, enquanto as despesas e dificuldades para educar os filhos foram apontados por 43 por cento dos entrevistados como factor motivador de stress na família. Face a este panorama, não surpreende que quase 80 por cento dos inquiridos “apelem fortemente” ao Governo para introduzir mais medidas de apoio económico, como subsídios, para aliviar as pressões do quotidiano. Fruto com bicho A falta de igualdade na distribuição dos “frutos da recuperação económica” tem sido um chavão muito ouvido no discurso político em Macau. Leong Sun Iok apelou à implementação de políticas que favoreçam um maior equilíbrio. “A estrutura económica tem de ser melhorada, para garantir o desenvolvimento equilibrado de todos os sectores. Além disso, é preciso investir em educação e formações tecnológicas de forma a reforçar a adaptabilidade de trabalhadores no mercado”, afirmou Leong Sun Iok. O deputado apelou ainda ao lançamento de mais medidas de apoio económico, como subsídios para cobrir “as despesas do dia-a-dia, como cartões do consumo, apoios à habitação e saúde”. Além das questões directamente económicas, mais de 70 por cento dos entrevistados revelaram sentir stress devido à necessidade de cuidar de menores e idosos. A vice-presidente da FAOM, Leong Meng Ian, sugeriu o limite do horário de trabalho semanal para 48 horas, a unificação dos dias de licença de maternidade entre os sectores privado e público, bem como aumentar a licença de paternidade. A responsável apelou ainda à criação de uma licença para acompanhamento médico de familiar e licença para actividades entre pais e filhos. O inquérito foi realizado entre Junho e Novembro deste ano e teve respostas de 1.100 pessoas.
Hoje Macau SociedadeMandarim estimulado no ensino e cantonês com futuro incerto em Macau O mandarim, falado pela maioria da população chinesa, é opção crescente do ensino em Macau. Não é só o futuro do cantonês, língua dominante no território, que está em causa, mas a cultura local, adverte uma linguista. À hora do almoço, na Universidade Politécnica de Macau, ouvem-se grupos de estudantes a falar mandarim. Três alunos de doutoramento do interior da China dizem à Lusa que não estariam aqui hoje se o percurso académico fosse feito em cantonês, língua dominante em Macau. “Seria um desafio, porque não entendo cantonês”, complementa Liu Tiantao, da província de Zhejiang, no leste chinês. Actualmente, 70 por cento (39.080) dos estudantes a frequentarem o ensino superior local vêm do interior da China, apontam dados da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). Nos “anos mais recentes”, tem chegado também “um número elevado” de professores do outro lado da fronteira, para leccionar nas universidades do território, indica a académica e presidente da Associação do Dialeto Yue (ou cantonês) de Macau, Tong Choi Lan. E o mesmo acontece no ensino básico e secundário: “Na escola secundária [Hou] Kong, fala-se realmente mandarim, além de que há muitos alunos transfronteiriços [vivem no interior da China e atravessam a fronteira diariamente]. Quando passo pela escola ao meio-dia, ouço as crianças a comunicar em mandarim”, conta sobre a instituição de tradição patriótica. Notando que as autoridades da Educação têm vindo a incentivar as escolas a usarem o mandarim para ensinar a disciplina de chinês desde cerca de 2011, a linguista refere que a maioria acabou por fazê-lo. Algumas, diz, optaram mesmo por adoptar o mandarim como língua veicular de ensino. À Lusa, Chen Yiwen, professora de chinês na secundária de Talentos Anexa à Escola Hou Kong nota que o estabelecimento “utiliza o mandarim como meio de instrução”. A lei da língua Questionada pela Lusa sobre o assunto, a DSEDJ não respondeu quantas escolas leccionam actualmente a disciplina de chinês em mandarim, nem quantos professores do interior da China foram contratados pelos estabelecimentos educativos. Os únicos dados disponíveis dizem respeito ao ano lectivo 2016/2017: 22 por cento das aulas de chinês no ensino primário e 26 por cento no ensino secundário eram dadas em mandarim, declararam as autoridades competentes em 2017, num programa da rádio chinesa da Teledifusão de Macau. A ideia, referiu nesse mesmo ano a então directora da Educação, Leong Lai, é que “a taxa possa ser aumentada de forma estável”. “As escolas de Macau podem escolher diferentes línguas de ensino, de acordo com as suas características escolares. A DSEDJ não obriga as escolas a utilizar o mandarim como meio de ensino da língua chinesa ou de outras disciplinas”, respondeu à Lusa aquela direcção. A opção pelo mandarim no ensino, alerta Tong Choi Lan, pode vir a ter um forte impacto no próprio cantonês. “Se todas as escolas falarem mandarim, o cantonês vai alterar-se numa geração. Isto é do conhecimento geral da sociolinguística”, assume.
Hoje Macau SociedadeReceitas do jogo caem 11,3% em Novembro As receitas do jogo caíram 11,3 por cento em Novembro, face ao mês anterior, mas subiram 14,9 por cento em termos anuais, foi anunciado ontem. Os casinos arrecadaram 18,438 mil milhões de patacas em Novembro contra 20,787 mil milhões de patacas em Outubro, de acordo com dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). O valor em Outubro foi o mais alto registado desde Janeiro de 2020, quando as receitas dos casinos totalizaram 22,13 mil milhões de patacas. Desde o final de Janeiro de 2020 que a pandemia da covid-19 teve um impacto sem precedentes no sector dos casinos, motor da economia de Macau, com os impostos sobre as receitas desta indústria a financiarem a maioria do orçamento governamental. Já em Novembro de 2023, os casinos registaram receitas de 16,043 mil milhões de patacas. Em termos de receita bruta acumulada, os primeiros onze meses deste ano registaram um aumento de 26,8 por cento em relação ao ano anterior, com um total de 208,580 mil milhões de patacas contra 164,492 mil milhões de patacas entre Janeiro e Novembro de 2023. Macau fechou o ano passado com receitas totais de 183,059 mil milhões de patacas, quatro vezes mais do que em 2022, depois de em Janeiro ter levantado todas as restrições à entrada de turistas, que vigoraram durante quase três anos, devido à covid-19.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTUI | Mantida condenação de 13 anos para Levo Chan O empresário foi condenado pela prática de 24 crimes de exploração ilícita de jogo em local autorizado, 1 crime de associação ou sociedade secreta, 1 crime de exploração ilícita de jogo e 1 crime agravado de branqueamento de capitais O Tribunal de Última Instância (TUI) manteve a condenação a 13 anos de prisão de Levo Chan Weng Ling, proprietário da promotora Tak Chun, recusando os recursos do Ministério Público e da defesa. A decisão foi anunciada na sexta-feira, numa decisão que diminuiu as dívidas a pagar pelos condenados. O caso da Tak Chun chega assim ao fim com Levo Chan considerado culpado de 27 crimes: 24 crimes de exploração ilícita de jogo em local autorizado, 1 crime de associação ou sociedade secreta, 1 crime de exploração ilícita de jogo e 1 crime agravado de branqueamento de capitais. O TUI confirmou desta forma o entendimento do Tribunal de Segunda Instância, que tinha absolvido Levo Chan de sete crimes de burla de valor consideravelmente elevado, e reduzido a pena de 14 anos de prisão para 13 anos de prisão. O empresário, igualmente ligado à Macau Legend, está em prisão preventiva desde Fevereiro de 2022, tendo sido o segundo caso mais mediático na campanha da RAEM contra os promotores de jogo. Além disso, o TUI reduziu a dívida a ser paga à RAEM pelos diferentes arguidos de 2,49 mil milhões de dólares de Hong Kong para 1,83 mil milhões de dólares de Hong Kong. Uma vez que esta é uma dívida solidária, os bens de Levo Chan podem ser utilizados para pagar a totalidade do montante. Outras penas Em relação aos restantes arguidos, as penas definidas pelo TSI foram igualmente mantidas, o que significa que Wong Pui Keng foi condenada a 9 anos de prisão, pela prática de 26 crimes: 24 crimes de exploração ilícita de jogo em local autorizado, 1 crime de associação ou sociedade secreta e 1 crime de exploração ilícita de jogo. Cheong Sao Pek tem pela frente uma pena também de 9 anos de prisão pela prática de 26 crimes: 24 crimes de exploração ilícita de jogo em local autorizado, 1 crime de associação ou sociedade secreta e 1 crime agravado de branqueamento de capitais. Lio Weng Hang enfrenta uma pena de 10 anos de prisão, por ter cometido um total de 27 crimes: 24 crimes de exploração ilícita de jogo em local autorizado, 1 crime de associação ou sociedade secreta e 1 crime de exploração ilícita de jogo. Finamente, o TUI confirmou também a pena de 7 anos de prisão para o arguido Lee Tat Chuen pela prática de 25 crimes, 24 crimes de exploração ilícita de jogo em local autorizado e 1 crime de associação ou sociedade secreta.
Hoje Macau SociedadeCanídromo | Nick Lei pergunta quando estará pronto Jardim Desportivo Nick Lei pediu ao Governo a calendarização pormenorizada da construção do Jardim Desportivo para os Cidadãos, que irá nascer na estrutura do antigo Canídromo Yat Yuen. Numa interpelação escrita divulgada na sexta-feira, o deputado ligado à comunidade de Fujian questionou o Governo sobre a possibilidade de serem disponibilizados temporariamente terrenos para a prática desportiva, uma vez que a obra ainda está em fase de concepção, pelo menos, até à primeira metade do próximo ano. O projecto será construído num terreno com cerca de 40 mil metros quadrados, integrando uma pista de atletismo, três edifícios principais com campos desportivos, um sistema pedonal e de lazer e um conjunto de praças urbanas. Em relação aos parques da cidade, Nick Lei perguntou se as obras da Linha Leste do Metro Ligeiro terão impacto no Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen, espaço incluído na lista de bens imóveis classificados. O deputado citou ainda queixas de idosos e deficientes sobre a falta instalações sem barreiras no Jardim de Luís de Camões.
Hoje Macau Manchete SociedadeEPM | Pais pedem intervenção de Presidente da República A direcção da associação de pais considera que a falta de autorização para a contratação de docentes transmite “às autoridades locais sinais de manifesto desinteresse do Governo de Portugal por Macau e pela comunidade portuguesa” A associação de pais da Escola Portuguesa de Macau criticou “o silêncio” do ministro da Educação e pediu a intervenção do Presidente da República para resolver “o impasse” na contratação de professores. Numa carta enviada na sexta-feira, a Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Portuguesa de Macau (APEP) pede a Marcelo Rebelo de Sousa para intervir “na resolução do impasse que está a ser causado pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) ao indeferir a licença especial de profissionais do quadro do MECI para leccionarem em Macau”. A APEP lembrou que o indeferimento de quatro licenças especiais “prende-se, pelo que foi apurado, com a falta de professores em Portugal, não obstante os directores de escola dos professores em causa terem autorizado a sua vinda para Macau”. E acrescentou ter tentado, “sem êxito, chegar” ao ministro Fernando Alexandre e “explicar que tal decisão não tinha em conta a situação das escolas portuguesas no exterior, e em particular da Escola Portuguesa de Macau [EPM], que não têm, localmente, professores habilitados para leccionar em língua portuguesa”. “O silêncio” de Fernando Alexandre “atinge toda a comunidade educativa: os alunos que estão sem professores porque não há capacidade de contratação local de professores em língua portuguesa; os professores que, em espírito de missão, estão a trabalhar em sobrecarga horária desde Setembro; os pais e encarregados de educação que estão preocupados com a situação e não vislumbram uma solução; e os órgãos dirigentes da Escola Portuguesa de Macau perante a ausência de resultados das diligências políticas e diplomáticas efetuadas junto do MECI”, afirmou a APEP, na missiva. Desinteresse por Macau A APEP lembrou ainda que para manter a missão da EPM, “ministrar o ensino em português e contribuir para preservar a língua e a cultura portuguesas na Região Administrativa Especial de Macau”, tal como definido nos estatutos, a escola precisa “de professores de língua portuguesa e tal só é possível com a autorização de licenças especiais” do MECI. Sem estas condições, a APEP considerou que, além de prejudicar os alunos, também se dá “às autoridades locais sinais de manifesto desinteresse do Governo de Portugal por Macau e pela comunidade portuguesa que aqui reside e trabalha”. Dada a ausência da qualquer resposta do MECI ao apelo da APEP, a associação pediu a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa para que “a decisão tomada seja reconsiderada”. Esta carta, enviada à Lusa, foi também dada a conhecer ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e aos vários grupos parlamentares portugueses.
Hoje Macau SociedadeUPorto e USJ aliam-se a centro luso-chinês de investigação em ciências do mar A Universidade do Porto (UPorto) e a Universidade de São José, em Macau, juntaram-se na quarta-feira a um centro luso-chinês de investigação em ciências do mar, que quer atrair mais instituições, disse um dirigente à Lusa. As duas universidades assinaram acordos com a Universidade dos Oceanos de Xangai (SHOU), durante a cerimónia de abertura da quinta conferência, realizada em Macau, do Centro Internacional de Investigação Conjunta para as Ciências do Mar. O centro, conhecido pela sigla inglesa de Sinoport Ocean, foi inicialmente estabelecido pelo Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve e pela SHOU, em 2017, e teve reuniões anuais alternadas entre Xangai e Faro, interrompidas pela pandemia. À margem da conferência, o director do CCMAR, Adelino Canário, disse que o objectivo “é de facto alargar a cooperação” e previu que o número de acordos assinados com universidades portuguesas e chinesas “vai continuar a alargar-se”. “Até agora tem sido com um número limitado de participantes, por convite, mas estamos a pensar alargar de uma forma mais aberta, permitir que mais investigadores possam participar, porque há muito interesse mútuo em colaborar”, explicou Canário. “Às vezes há falta de mecanismos, mas há esse interesse e quanto mais pessoas estiverem envolvidas melhor, para permitir que haja também mais diversidade”, acrescentou o professor universitário. Incentivo ao conhecimento Canário apontou o financiamento das colaborações como um outro desafio e lamentou interrupções nos programas da Fundação para a Ciência e a Tecnologia português e do Ministério da Ciência e Tecnologia da China. O Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia de Macau “está muito interessado em ajudar a que estas colaborações avancem e, portanto, temos confiança que vão avançar”, acrescentou o académico. Além dos resultados científicos, Canário sublinhou a importância de encorajar a iniciativa, sobretudo dos jovens investigadores, em procurar oportunidades de colaboração e de “conhecer outras formas de fazer coisas e outras culturas”. Por outro lado, disse o director do CCMAR, as alterações climáticas fazem com que seja “cada vez mais importante” investigar os oceanos, porque ajudam a regular o clima ao absorverem o excesso de dióxido de carbono na atmosfera. De acordo com a televisão pública de Macau TDM, o vice-presidente da SHOU disse querer alargar às universidades da região semiautónoma chinesa a cooperação científica e académica entre a China continental e Portugal. Após a cerimónia de abertura da conferência, Luo Yi acrescentou que os acordos poderão ajudar a criar uma rede de cooperação e investigação científica “mais vasta e mais próxima” entre instituições de ensino superior dos dois países.
João Luz Manchete SociedadeCriminalidade | Subida de 12% até ao fim de Setembro Nos primeiros nove meses deste ano, as forças de segurança de Macau registaram um aumento de 12,2 por cento da criminalidade, ultrapassando também os níveis pré-pandémicos. O Governo atribuiu a subida à disseminação das burlas, mas também a criminalidade violenta registou uma subida anual de 16,7 por cento, apesar da descida dos homicídios Apesar das variações produzidas pela paralisia da sociedade e posterior reabertura progressiva no fim da política de zero casos de covid-19, “o ambiente de segurança de Macau mantém-se estável”. Foi desta forma que o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, encerrou a apresentação das estatísticas da criminalidade referentes ao terceiro trimestre deste ano. Segundo os dados apresentados, desde o início de 2024 até ao fim de Setembro, a Polícia de Macau instaurou, no total, 10.831 inquéritos criminais, mais 1.178 casos do que no mesmo período de 2023, o que representa um aumento anual de 12,2 por cento da criminalidade, e um aumento de 2,2 por cento face ao mesmo período de 2019. “Este acréscimo deve-se ao aumento contínuo dos crimes de burla (o que representa um aumento de 43,9 por cento do aumento total do número de crimes, em comparação com o mesmo período de 2023)”, explicou o governante. Em nove meses, foram detidas e presentes ao Ministério Público 4.113 pessoas, o que reflecte um aumento de mais de um terço (34,3 por cento) em termos anuais, mas uma descida de 17,8 por cento face ao mesmo período de 2019. Apesar do ambiente de segurança estável, no período em análise foram registados 210 casos de criminalidade violenta, um aumento de 16,7 por cento em termos anuais, mas uma diminuição de quase 60 por cento face a 2019. Neste capítulo, destaque para os sequestros que mais de duplicaram (+147,1 por cento), para um total de 42 casos, e para as violações que cresceram 48,1 por cento. Por outro lado, este ano até Setembro foi registado apenas um homicídio, uma redução significativa face aos quatro casos no mesmo período do ano passado. Também o abuso sexual de crianças desceu (37,5 por cento) para um total de 15 casos, mas continua acima dos 11 casos verificados no mesmo período de 2019. As ofensas à integridade física, simples e graves, subiram igualmente, à semelhança dos roubos, que totalizaram 34 casos, mais 13,3 por cento do que no ano transacto. Wong Sio Chak salientou, no entanto, que, no que diz respeito aos “crimes relacionados com a droga e com o jogo, bem como os crimes que afectam a vida quotidiana da população, nomeadamente furto e roubo, os números registados foram significativamente inferiores aos do mesmo período do ano 2019”. Motores do crime O secretário para a Segurança voltou a destacar a ascensão dos crimes de burla como o factor determinante para o aumento da criminalidade. Nos primeiros nove meses de 2024, as autoridades registaram 2.160 casos de burla, o que quase perfaz oito casos diários, uma subida de 31,5 por cento face ao mesmo período de 2023, um aumento para mais do dobro dos casos registados nos primeiros três trimestres de 2019. Os dados estatísticos demonstram mudanças nos métodos dos burlões para defraudar a população. Por exemplo, as burlas telefónicas caíram um terço em relação ao ano passado, mas aumentaram quase 53 por cento face ao período pré-pandémico. Nesta categoria, mais de 70 por cento das chamadas que burlaram a população foram “simulações de chamada por pessoal de serviços públicos”. Já as burlas cibernéticas aumentaram significativamente, totalizando 721 casos, representando aumentos de 20 por cento face ao ano anterior, e mais do triplo do registo de 2019. As burlas através do investimento online, venda de bilhetes e compras online foram as mais frequentes. Destaque ainda para a diminuição das burlas através de nude chat, e para a prevalência dos crimes de relacionados com pagamentos online através de cartões de crédito no capítulo das burlas informáticas. Outro aumento que traduz os tempos que se vivem, diz respeito aos crimes relacionados com o jogo, com o registo de 1.021 casos, total que reflecte uma subida anual de 42,6 por cento, mas uma redução de 36,1 por cento face ao mesmo período de 2019. As autoridades explicam esta subida com o “aumento do número de turistas que chegaram a Macau, em comparação com o mesmo período do ano passado”, acrescentando que “a recuperação da indústria do jogo e da economia global” conduziu ao “inevitável aumento de factores de incerteza para a segurança”, e um acréscimo dos crimes associados ao jogo.