Rendas caíram entre 4 e 4,5 por cento no segundo semestre de 2020

Apesar da crise económica, a imobiliária JLL diz que os preços das rendas não sofreram grandes alterações e que os acordos de renegociação entre senhorios e inquilinos tiveram efeitos limitados. O cenário foi traçado por Gregory Ku, director administrativo da empresa, numa conferência de imprensa realizada ontem.

“[Devido há pandemia] houve reduções de rendas, tanto em residências como no sector do retalho. Mas, essas reduções resultaram em acordo de curto prazo, e que nem todos os senhorios estiveram disponíveis para assumir. Por isso, quando esses acordos aconteceram foi só durante dois ou três meses, por volta de Março e Abril”, afirmou Gregory Ku, sobre 2020.

Segundo os dados da JLL, na segunda metade do ano passado, as rendas nas residências de luxo caíram 4 por cento, enquanto no segmento de massas e intermédio a quebra foi de 4,5 por cento.

Este ano, a saída dos trabalhadores não-residentes, poderá haver quebras mais significativas, mas que se deverão ficar pelo segmento das casas com mais assoalhadas.

Realidades diferentes

“No sector residencial vemos que há muitos estrangeiros a sair de Macau, devido às quotas de emprego. Estas saídas afectam directamente o mercado do arrendamento e por isso há senhorios a baixar as rendas ligeiramente. Ainda não é uma tendência forte”, justificou. “Nas casas com mais quartos os senhorios têm mais dificuldades em encontrar inquilinos. Por isso, estão disponíveis para baixar mais os preços, com uma oferta que fica 10 por cento abaixo do praticado anteriormente. Mas as casas mais pequenas têm sempre mais procura, por isso as rendas devem manter-se”, acrescentou.

Segundo os dados mencionados pela JLL, com base nas estatísticas oficiais, o desemprego e o subdesemprego, ou seja, pessoas a cumprirem horários reduzidos, estão em valores históricos para a realidade da RAEM.

Apesar disso, os representantes das empresas que tratam de transacções imobiliárias não antecipam cenários em que as pessoas percam a capacidade de pagar as hipotecas. “Se olharmos para as poupanças dos residentes ainda estão num nível muito elevado. Mesmo no sector da banca não houve qualquer indicação de as pessoas não terem capacidade de pagar os empréstimos”, relatou Gregory Wu.

14 Jan 2021

DSEJ | Indicadores da Juventude alargado a residentes com 35 anos

O inquérito do Sistema de Indicadores da Juventude irá alargar o leque de destinatários até aos 35 anos, acompanhando a ampliação estabelecida pela Política de Juventude de Macau (2021-2030), cuja consulta pública terminou no mês passado.

De acordo com Lou Pak Sang, que dirige a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), o resultado do inquérito realizado em 2020 será publicado no primeiro semestre deste ano. O responsável, em resposta a interpelação do deputado Lam Lon Wai, destaca a importância destas ferramentas estatísticas para a eficácia da execução das políticas de juventude.

O director da DSEJ referiu ainda o contributo científico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, que analisou a eficácia da “Política de Juventude de Macau (2012-2020), para servir de referência à elaboração da nova ronda de planeamento. Os académicos sugeriram ao Governo o alargamento da cobertura da população, reforço da divulgação das políticas e aumento de comunicação com os jovens, assim como o reforço da educação do amor pela pátria e por Macau e a preparação dos jovens quadros em termos políticos.

14 Jan 2021

Óbito | Sheldon Adelson, o homem que revolucionou o jogo de Macau na liberalização 

Viu o que mais ninguém conseguia ver, e exportou para Macau o modelo de negócio de Las Vegas, com o conceito de casino-resort e novas formas de financiamento e de gestão do jogo. Sheldon Adelson morreu esta terça-feira aos 87 anos, vítima de doença prolongada, e é tido como um visionário que mudou para sempre a forma de jogar no território

 

Até o Sands ser inaugurado na península de Macau, em 2004, um casino era apenas isso: um espaço de jogo fechado, onde o único intuito era tentar fazer milhões. Com a entrada da Sands China no mercado e com a inauguração do empreendimento Sands, tudo mudou. Pela primeira vez, um turista não ia ao casino apenas jogar, ia também ver o que por lá se passava fora das salas de jogo.

O fundador do império de casinos Las Vegas Sands e principal financiador do Partido Republicano, nos Estados Unidos, Sheldon Adelson, era filho de imigrantes judeus, criado com dois irmãos numa quinta de Boston. Com o jogo tornar-se-ia num dos homens mais ricos do mundo, uma vez que, em 2018, a revista Forbes classificou-o como o 15.º homem mais rico dos Estados Unidos, com uma fortuna estimada em 28,8 mil milhões de euros. “Se fizermos as coisas de forma diferente, o sucesso segue-nos como uma sombra”, afirmou em 2014, durante uma conferência para a indústria de jogos, em Las Vegas.

A Sands China reagiu, em comunicado, ao falecimento do seu grande mentor. “Adelson representava a verdadeira definição de pioneiro, empresário e filantropo. Nunca esqueceremos as suas contribuições para o desenvolvimento de Macau, que remontam à sua corajosa visão de criar a faixa do Cotai”, pode ler-se.

Em Macau Sheldon Adelson foi uma figura central na liberalização do jogo. Foi ele que introduziu o conceito de casino-resort e que olhou para o Cotai com outros olhos. Com a inauguração do Venetian, em 2007, Macau passava a ter uma Veneza em ponto pequeno e um factor diferenciador para o turismo chinês.

A importância de Adelson em Macau é tanta que é comparado, por vários analistas, a Stanley Ho, desaparecido em Maio do ano passado. “Pouco menos de um ano depois de Stanley Ho, morreu outro visionário”, afirmou à Lusa o advogado Pedro Cortés.  “Macau deve muito daquilo em que se transformou ao senhor Sheldon Adelson, que recebeu em dobro aquilo que deu à região. Morreu um dos grandes nomes da indústria que, a par de Steve Wynn, ajudou a mudar a face de Macau depois de 2002”, reforçou.

Também o advogado Óscar Madureira, ouvido pelo HM, traça um perfil semelhante. “[Sheldon Adelson] teve a importância, depois da liberalização do jogo, que o Stanley Ho teve numa outra fase. Apostou numa zona que não era importante [o Cotai]. Reconheceu ali o local onde iria nascer o jogo e criou o primeiro resort integrado de Macau. Foi lá criada a primeira arena, trouxe os espectáculos de boxe, o Cirque du Soleil.”

Para Fernando Vitória, ex-assessor da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), o magnata “modificou o panorama do jogo em duas áreas”. “Importou a visão que tinha dos casinos para Macau de uma forma quase literal, introduziu duas ideias interessantes e que fizeram com que Macau tenha dado um salto qualitativo e quantitativo em relação à qualidade do jogo e à forma como ele era apresentado ao público. Teve a noção do casino-resort. A segunda grande ideia que ele trouxe foi uma gestão aberta e moderna dos casinos, que incluía uma certa inovação no financiamento dos casinos. Isso provocou um choque em Macau.”

Fernando Vitória recorda “que os funcionários da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) ficaram extremamente curiosos sobre a forma como ele conseguia obter tanto financiamento e tão rápido, e como entrou imediatamente na bolsa de valores de Hong Kong. Foi um factor de arrasto para os outros casinos, até para a própria SJM”.

Ousadia e inovação

Óscar Madureira considera que a Sands China “é, de longe, a melhor operadora de Macau”, por ter “as propriedades mais diferentes, que oferecem um produto mais diversificado, o que tem uma oferta no ramo do entretenimento, das convenções, da própria experiência de compras”.

Tal deve-se à ousadia e inovação de Sheldon Adelson, que soube “arrastar uma nova classe de empresários de jogo para o Cotai”, destaca Fernando Vitória. Aquando da liberalização, “ficámos surpreendidos pela forma como ele se apresentou, era o homem capaz de transformar o Cotai”, recorda o ex-assessor da DICJ.

“O Cotai não estava planeado para casinos, e pensava-se que Macau já tinha muitos casinos e que aquela seria mais uma zona de diversificação da economia. Como aquilo não andava, ele propôs avançar com um casino ali, e todos diziam que seria um investimento suicida. E depois apareceu a Venetian e todas as outras concessionárias correram para o Cotai.”

Outra inovação de Sheldon Adelson foi a aposta na Cotai Water Jet, que trouxe novas carreiras de barcos entre Macau e Hong Kong. “Na altura era uma coisa impensável porque havia o monopólio do Stanley Ho, e, no entanto, Sheldon Adelson atirou-se para a frente e conseguiu. A meu ver foi a grande personagem que se atreveu, teve uma ousadia extraordinária, de ver como Macau, apesar de pequeno, conseguiu ser uma outra Las Vegas”, destaca Fernando Vitória.

“Fácil de lidar”

Manuel das Neves, ex-director da DICJ, privou de perto com Sheldon Adelson quando este chegou ao mercado de Macau. Recorda-se de “uma das figuras mais importantes na era da pós-liberalização”, alguém que “expunha as suas ideias de forma vigorosa, uma pessoa fácil de lidar, tal como os outros magnatas de jogo”.

A inovação de Adelson contrastou com as ideias das autoridades de Macau, mas depressa o impasse se resolveu. “Adaptámo-nos e sabíamos que as coisas iam ser diferentes. Nos primeiros tempos houve alguns pequenos desentendimentos, mas foram facilmente ultrapassados. Eles [Governo de Macau] não estavam habituados à forma de Las Vegas, onde há uma diferente fiscalização, com auditorias periódicas, enquanto aqui em Macau temos inspectores nos casinos. Mas eles adaptaram-se e nós também.”

Depois da inauguração do Sands e do Venetian, a operadora construiu ainda o hotel Four Seasons e o The Plaza Macau, seguindo-se, também no Cotai, o Sands Cotai Central e o The Parisian Macao. Apesar de Sheldon Adelson ter iniciado a construir a sua riqueza nos Estado Unidos, foi através dos investimentos em Macau que a sua fortuna explodiu. Os casinos em Macau geraram 63 por cento da receita da empresa, de 13,7 mil milhões de dólares, seguidos de Singapura, que representaram 22 por cento da receita do ano passado, e só depois os dos Estados Unidos. “A verdade é que ganhou mais em Macau do que em Las Vegas desde 1988 quando adquiriu o Sands por 184 milhões de dólares”, defendeu Pedro Cortés.

Apesar da sua morte, Glenn McCartney, professor na área do turismo da Universidade de Macau, defendeu que o legado de Sheldon Adelson vai continuar em Macau até porque está para breve a inauguração de mais um resort integrado do grupo, o Londoner, que representou um investimento total de 2,2 mil milhões de dólares.

“Mesmo após a conclusão das propriedades, Adelson permaneceu inabalável no seu desejo de continuar a investir em Macau. Os nossos corações pesam perante a oportunidade perdida de desfrutar do seu carisma, encanto e orgulho na abertura do The Londoner, mas consola-nos saber que o seu espírito estará certamente presente na revelação da última manifestação da sua visão arrojada, uma visão reforçada pela sua confiança resoluta em Macau e na sua população”, frisou a Sands China.

Governo manifesta pesar

O Governo manifestou esta terça-feira pesar pela morte do magnata norte-americano dos casinos, Sheldon Adelson, lembrando que ajudou a tornar o território na capital mundial do jogo. “O Sr. Sheldon Adelson promoveu o desenvolvimento da companhia em Macau. O Governo da RAEM manifesta o seu pesar pelo falecimento do Sr. Sheldon Adelson e apresenta à família as sentidas condolências”, acrescentou a nota.

Lado político

Fervoroso apoiante do Partido Republicano e grande financiador da campanha de Donald Trump para as presidenciais norte-americanas, Sheldon Adelson deixa também um legado na política, além do seu lado empresarial. Contundente, mas reservado, Adelson era descrito como um chefe político antiquado e destacava-se da maioria dos judeus norte-americanos, que são, há décadas, apoiantes tradicionais do Partido Democrata. Financiou várias campanhas políticas dos republicanos, chegando a ser considerado como o “pilar financeiro do Partido Republicano” e, nos últimos anos de vida, estabeleceu vários recordes de contribuições individuais. Adelson era um defensor ferrenho do Presidente Donald Trump e do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Também o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reagiu à morte de Sheldon Adelson, garantindo que “será para sempre lembrado” pelo seu trabalho de fortalecimento das relações entre os EUA e Israel.

14 Jan 2021

Português | Governo aceita inscrições para curso em Macau e Portugal 

A Direcção dos Serviços de Ensino Superior (DSES) está a aceitar candidaturas para mais uma edição da iniciativa “O Ser e Saber da Língua Portuguesa – Curso de Verão em Portugal”, que irá decorrer este ano em duas fases.

Podem inscrever-se estudantes portadores do bilhete de identidade de residente de Macau, que frequentem cursos de licenciatura no ano lectivo de 2020/2021, em regime de tempo inteiro, nas instituições do ensino superior de Macau ou no exterior, sem quaisquer conhecimentos prévios da língua portuguesa ou que tenham o nível básico do idioma, bem como outros níveis superiores.

A primeira fase desta iniciativa passa pela realização de um curso básico de língua portuguesa, bem como de um exame, existindo turmas em funcionamento em Janeiro, Março ou Junho. Este curso, organizado pela DSES, tem um total de 200 vagas e a duração de 50 horas.

A segunda fase desta actividade, será realizada no período do Verão em Portugal, sendo que a DSES ainda irá divulgar o regulamento e disposições “constante a situação da epidemia”.

“Dado a evolução contínua da referida epidemia, a DSES irá acompanhar estreitamente a situação, e caso a actividade seja suspensa ou cancelada, a DSES irá, oportunamente, dar essa informação, devendo estar atento às respectivas informações”, informa o organismo.

13 Jan 2021

Cerca de 2.000 infracções relacionadas com tabaco em 2020

Os Serviços e Saúde (SS) revelaram ontem que em 2020 foram registadas 2.345 infracções relacionadas com tabaco, uma descida assinalável em relação ao ano passado, tendo em conta que em 2019 foram assinalados 5.337 casos.

Das infracções à lei do tabaco em 2020, 21 casos são referentes ao uso de cigarros electrónicos em zonas proibidas, 22 casos a ilegalidades nos rótulos dos produtos de tabaco e um caso de venda de cigarro electrónico.

Contudo, devido ao impacto da pandemia, os SS dão nota para uma descida acentuada no número de inspecções realizadas em estabelecimentos. Se em 2019, foram efectuadas 333.646 inspecções, em 2020 esse número caiu para 182.220.

De entre os casos detectados em 2020, a esmagadora maioria dos fumadores ilegais (2.169 casos) eram homens (92,5 por cento), ao passo que 7,5 por cento eram mulheres (176 casos). Relativamente à proveniência dos infractores, 1.193 multas foram aplicadas a cidadãos residentes de Macau (50,9 por cento), 956 multas aplicadas a turistas (40,8 por cento) e 196 das infracções foram cometidas por trabalhadores não residentes (8,4 por cento).

Além disso, do total dos 2.345 casos registados, 1971 infractores (83,2 por cento) pagaram multa, sendo que em 72 casos foi necessário o apoio das forças de segurança.

Já nos casinos, foram realizadas 409 inspecções, tendo sido alvo de acusação, 165 indivíduos que fumavam em locais proibidos. Destas, 155 eram homens e 10 são mulheres. Quanto à proveniência, 106 eram turistas (64.2 por cento), 57 são residentes de Macau (34,5 por cento), dois são trabalhadores não residentes (1,2 por cento).

Lei recente

Recorde-se que desde o dia 1 de Janeiro de 2019, com excepção das salas de fumadores criadas de acordo com as novas normas e permitidas em aeroportos e casinos, é proibido fumar nos recintos fechados públicos em Macau, bem como, o fumo ilegal (incluindo o fumo ilegal de cigarros electrónicos) pode ser multado em 1.500 patacas.

No total, até ao dia 31 de Dezembro, os SS receberam 40 pedidos apresentados pelos casinos para a criação de 853 salas de fumadores, das quais 750 salas já foram aprovadas.

13 Jan 2021

Jogo | Apanhado com hologramas para falsificar fichas

Um cidadão do Interior foi detido e arrisca-se a passar até 10 anos na prisão por ter cometido uma burla com fichas falsas. O crime, no valor de 190 mil dólares de Hong Kong, foi cometido com a ajuda de outro suspeito que se encontra em fuga

 

Um homem com 51 anos foi detido depois de alegadamente ter utilizado e trocado 190 mil dólares de Hong Kong em fichas falsas em casinos no centro de Macau. A notícia foi avançada pela Polícia Judiciária (PJ) numa conferência de imprensa realizada ontem e o suspeito está indiciado pela prática de burla de valor consideravelmente elevado.

O crime terá ocorrido no dia 26 de Outubro, entre as 8h e as 18h, quando o suspeito, e um colega, terão ido a um casino no centro de Macau, tendo utilizado fichas falsificadas. O esquema foi detectado logo no mesmo dia, quando os trabalhadores começaram a verificar a existência de fichas ilegais com um valor unitário de 5 mil dólares de Hong Kong. Estas foram verificadas não só nas mesas, mas também na tesouraria e nas mãos de outros quatro jogadores. Segundo as contas, as 38 fichas falsificadas encontradas naquele dia resultaram em perdas de 190 mil dólares de Hong Kong.

A utilização de fichas falsas alertou os trabalhadores. O indivíduo assim que se apercebeu de que se falava do assunto dentro do casino fugiu e saiu de Macau, assim como o colega. Com os homens em fuga, as autoridades recorreram ao sistema de videovigilâncias para identificarem os dois suspeitos.

Passados uns meses, o sujeito decidiu regressar a Macau, na semana passada, a 8 de Janeiro. Porém, no dia 11 de Janeiro foi interceptado pelas autoridades, após ter entrado num dos casinos do território pela 11h.

Culpa assumida

Confrontado pela polícia com as acções anteriores, o suspeito confessou a prática do crime. O cidadão, de apelido Chou, revelou ainda que tinha comprado 150 fichas falsas com o valor unitário de 5 mil dólares através da Internet, e que dessas tinha trazido 100 para Macau. Quanto às restantes 50 fichas, indicou que se tinha desfeito delas após ter regressado ao Interior, em Outubro do ano passado.

O suspeito foi ainda interrogado sobre o destino dos 190 mil dólares de Hong Kong que as vítimas se queixaram de ter perdido, afirmando ter gasto 100 mil dólares desse montante. Quanto aos restantes 90 mil, Chou disse estar desempregado e ter enviado o dinheiro para uma conta bancária no Interior.

Quando foi interceptado o homem trazia ainda consigo dois hologramas com o logotipo da SJM, que as autoridades acreditam ter sido utilizado para falsificar as fichas. Por esse motivo, os materiais foram enviados para o Departamento de Ciência Forense.

O outro indivíduo que participou no esquema revelado ontem pela PJ ainda se encontra em paradeiro desconhecido.

O caso foi encaminhado para o Ministério Público e o suspeito está indiciado pela prática de valor de consideravelmente elevado, punido com uma pena de prisão que vai de 2 a 10 anos.

13 Jan 2021

Empreendimento Roosevelt com novo restaurante português 

Chama-se “Roosevelt D’Ouro” e é o novo restaurante de comida portuguesa no empreendimento com o mesmo nome. Herlander Fernandes, chefe executivo do espaço, falou da coragem em arriscar num novo projecto numa altura de crise e nas expectativas moderadas para um novo ano com as fronteiras ainda praticamente fechadas

 

O empreendimento Roosevelt tem um novo restaurante dedicado à comida portuguesa. Fernando Sousa Marques explorava até há bem pouco tempo o espaço Varandas, que foi agora substituído pelo projecto “Roosevelt D’Ouro”, com João Figueiredo e Herlander Fernandes como chefe executivo da cozinha.

Ao HM, Herlander Fernandes falou da aposta de risco feita numa altura em que o território continua praticamente fechado ao mundo. “O D’Ouro surgiu como uma oportunidade de negócio que encarei como uma progressão de carreira. Achei que estava no momento de abraçar um projecto maior, ainda que não fosse a altura ideal. Apesar das condições adversas, não podíamos perder a oportunidade de explorar as possibilidades de um espaço como este”, frisou.

Apostando numa carta internacional, além da comida portuguesa, o “Roosevelt D’Ouro” pretende “oferecer ao público experiências para todos os gostos”, sendo um restaurante “dedicado à gastronomia portuguesa, salas privadas para eventos ou celebrações à medida”.

Questionado sobre as expectativas para este projecto, são ainda baixas, dada a conjuntura no sector do turismo. “São realistas. Não esperamos que haja grandes melhorias face ao ano anterior no que diz respeito às restrições nas fronteiras e, consequentemente, no número de visitantes no território.”

Nesse sentido, o foco dos promotores do “Roosevelt D’Ouro” será “o mercado local, que nos tem dado um bom feedback nesta fase inicial”. “Sobre esta estratégia temos vários eventos planeados, de forma a solidificar o conceito e trazer uma dinâmica à cidade”, acrescentou.

Varandas não resistiu

Fernando Sousa Marques parece ter sido uma das vítimas da crise que afectou o sector da restauração da Macau, tendo confirmado ao HM que actualmente apenas explora o restaurante A Toca, na Taipa.

Numa reportagem publicada pelo HM em Fevereiro do ano passado, no início da pandemia, o empresário do sector da restauração confessava que poderia vir a fechar as portas do seu negócio no Roosevelt, dizendo que o apoio concedido pelo Governo não era suficiente.

“Para o Varandas, 600 mil [patacas] é muito pouco, pois só com o cancelamento das festas na altura do Ano Novo Chinês perdi um milhão de patacas. Tenho 30 empregados e preciso de os manter. Vou fechar a partir do dia 15 até ao dia 30, depois veremos se a situação melhora”, contou.

“Acredito que podem fechar [as pequenas e médias empresas], eu sou um deles também. Acredito que há muita gente que não consegue e desiste, simplesmente. Não digo que o Toca feche, pois consigo aguentar se o senhorio for flexível, e ele tem sido, mas o Varandas tem um custo muito maior. O proprietário tem capacidade para explorar, mas eu não tenho”, disse, na altura.

13 Jan 2021

Sheldon Adelson, criador da Macau Strip, morreu aos 87 anos

Sheldon Adelson, histórico proprietário da empresa Las Vegas Sands, representada em Macau pela operadora Sands China, morreu na segunda-feira à noite, hora dos Estados Unidos, com 87 anos. A notícia foi avançada ontem à noite, através de um comunicado da empresa, que aponta complicações no tratamento de um linfoma como a causa do óbito.

Nascido em 1933, Sheldon Adelson iniciou-se no empreendedorismo com 12 anos de idade, quando montou em Boston um negócio para a venda de jornais. No entanto, foi em 1988 que o norte-americano enveredou pelo negócio que viria a ser o seu principal caminho para o sucesso, com a compra do Hotel e Casino Sands, em Las Vegas.

Na cidade americana, Adelson foi responsável em 1989 pelo conceito inovador que juntou ao negócio dos casinos o sector das exposições, que permitia que os quartos mantivessem elevados níveis de ocupação, mesmo durante os dias da semana.

A influência do empresário não se ficou pelos EUA, e Sheldon era o principal proprietário da Sands China, a primeira concessionária de fora a entrar em Macau com a liberalização do mercado do jogo. E a entrada foi feita com estrondo. Além da troca de farpas com Stanley Ho, proprietário da rival Sociedade de Jogos de Macau, a abertura do primeiro casino da Sands, com o nome da empresa, em Maio de 2004, ficou marcada por uma multidão extensa e muito entusiasta que fez a porta de entrada ceder.

No entanto, o principal momento para a empresa terá chegado mesmo em 2007, com a abertura do casino The Venetian, no Cotai, o maior edifício com a maior área do mundo à data da construção. Foi também devido aos investimentos feitos no Cotai, onde a empresa conta ainda com o The Parisian e vai abrir brevemente de forma oficial o The Londoner, que Sheldon Adelson se apelidava como o homem que tinha tido a visão de construir a Cotai Strip.

A informação mereceu uma reacção do Executivo de Macau: “O Governo da RAEM recebeu um aviso da Sands China sobre a morte ocorrida hoje [ontem] de Sheldon Gary Adelson, fundador, presidente e gerente da empresa. O senhor Adelson conduziu e desenvolveu a Sands China em Macau. O Governo expressa as suas condolências à família”, constou num comunicado publicado ontem em chinês.

Defensor da causa israelita

À margem dos negócios, a vida de Sheldon Adelson ficou ainda marcada pela ligação a Israel, local onde a mulher, Miriam Adelson, nasceu. Descendente de um pai com ascendência judaica, o milionário nunca poupou esforços em prol da agenda do país do Médio Oriente, local onde, segundo a empresa, vai decorrer o funeral.

A defesa de Israel foi igualmente um dos motivos apontado pelo milionário para se tornar apoiante do Partido Republicano. Adelson foi um dos principais financiadores do GOP, mesmo quando este apresentou como candidato às presidenciais Donald Trump.

Outra das áreas em que Sheldon se destacou, foi a filantropia, nomeadamente no combate às drogas. Uma causa para a qual Sheldon perdeu o filho adoptivo Mitchell.

Sheldon Adelson deixa a mulher, quatro filhos e um império com casinos nos Estados Unidos, Macau e Singapura, além de uma fortuna avaliada em 33,5 mil milhões de dólares norte-americanos.

13 Jan 2021

Educação | Apenas três escolas saíram de pódios de edifícios habitacionais 

A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) divulgou no seu último relatório anual, relativo ao ano de 2019, que apenas três escolas deixaram de estar instaladas em pódios de edifícios habitacionais desde 2015. “O Governo melhorou o ambiente de ensino dos edifícios escolares através de um planeamento a curto, médio e longo prazo. Entre 2015 e hoje três escolas (Escola Fu Luen, Escola Caritas e Escola São João de Brito) já saíram de pódios de edifícios”, pode ler-se.

O Governo promete continuar a desenvolver este projecto de re-alocação de escolas. “A DSEJ analisará as necessidades de desenvolvimento geral do sistema educativo, fornecerá sugestões junto do departamento de planeamento e cooperará com o planeamento geral de Macau, no sentido de melhorar o ambiente de ensino e proporcionar uma educação de maior qualidade.”

Ainda no que diz respeito à educação patriótica, a DSEJ garante que, até 2022, um total de 500 alunos de Macau vão participar por etapas no “Acampamento de Verão STEM”, a realizar-se no Interior da China, “a fim de melhorar a capacidade inovadora e a qualidade científica” desses mesmos estudantes. Esta iniciativa insere-se no programa piloto de acampamento educativo para jovens estudantes na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

Segundo dados estatísticos da DSEJ, existiam, no ano lectivo de 2019/2020, um total de 77 escolas, incluindo dez escolas públicas e 67 particulares. Encontravam-se matriculados 80.463 alunos no ensino regular e 1.267 no ensino recorrente.

12 Jan 2021

UM | Investigadores anunciam avanço no tratamento da psoríase

Uma equipa de investigadores da Universidade de Macau (UM) anunciou ter feito avanços no tratamento da psoríase, uma doença inflamatória manifestada através da pele. De acordo com uma nota divulgada ontem, a equipa de Instituto de Ciências Médicas Chinesas liderada pela professora Zheng Yin descobriu que a captação e translocação de nanopartículas pela pele e pelo sistema linfático desempenham um papel fundamental no tratamento de doenças de pele relacionadas ao sistema imunológico.

Segundo a UM, actualmente a radiação ultravioleta e a medicação são os tratamentos mais comuns para a doença, apesar de terem efeitos secundários adversos.

Os resultados das experiências realizadas pela equipa da UM mostraram que, através de uma injecção intradérmica (entre a derme e a epiderme), as nanopartículas de pequena dimensão foram transportadas com maior facilidade, com o objectivo de drenar os nódulos linfáticos, tento algumas das nanopartículas permanecido intactas na pele e nos gânglios linfáticos após oito horas.

12 Jan 2021

Universidade Cidade de Macau | Sistema de tradução automática em desenvolvimento

A Universidade Cidade de Macau e a Universidade de Évora estão a desenvolver em conjunto um sistema de tradução automática e desde 2019 que existe um laboratório colaborativo em funcionamento para esse fim. Paulo Quaresma, professor catedrático da Universidade de Évora, espera obter resultados concretos já este ano

 

São dez os investigadores da área da informática e linguística ligados ao laboratório colectivo da Universidade de Évora (UE) e da Universidade Cidade de Macau (UCM), responsável por desenvolver um sistema de tradução automática português-chinês e chinês-português.

Esta iniciativa arrancou em 2018, mas só em 2019 é que foi criado o laboratório, explicou ao HM Paulo Quaresma, professor catedrático do departamento de informática da UE e responsável pelo projecto.

A ideia foi desenvolver “uma plataforma colaborativa para o desenvolvimento de recursos computacionais para as línguas portuguesa e chinesa”, por serem “duas das línguas mais faladas do mundo” e por ser “fundamental que sejam desenvolvidas ferramentas que permitam uma mais fácil comunicação e interacção entre falantes”.
Paulo Quaresma acredita que os primeiros resultados práticos deste projecto podem começar a sentir-se já este ano.

“É nossa forte convicção, com base no trabalho já desenvolvido e em curso e no novo equipamento em fase de instalação, que teremos resultados com desempenho bastante acima do actual estado da arte neste domínio durante este ano de 2021.”

Os responsáveis pelo projecto já estão a trabalhar em “várias soluções a disponibilizar aos cidadãos e a entidades públicas e privadas”. “Teremos o sistema de tradução automático mais tradicional, mas iremos, também, apostar na criação de serviços de elevado valor acrescentado, em que os utilizadores destes serviços poderão solicitar as traduções de documentos ou o apoio à realização de eventos específicos”, acrescentou Paulo Quaresma.

Milhões de financiamento

Este projecto está integrado no Laboratório de Inteligência Artificial e Big Data da UE e contou com o financiamento, por parte da UE, de 400 mil euros [3.9 milhões de patacas], montante financiado a 85 por cento pelo programa operacional Alentejo2020. Mas houve também o financiamento do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia (FDCT) de Macau, “que tem permitido financiar componentes fundamentais do projecto”, disse Paulo Quaresma.

Com o objectivo de responder aos desafios de tradução trazidos pelo projecto político nacional “Uma Faixa, Uma Rota”, o laboratório colectivo desenvolvido pela UE e UCM pretende “desenvolver sistemas de tradução automática chinês-português de elevada qualidade e desempenho, recorrendo às mais avançadas metodologias de inteligência artificial, nomeadamente, a aprendizagem automática e as redes neuronais profundas”.

No entanto, Paulo Quaresma reconhece as limitações e os desafios. “Embora a área da tradução automática tenha vindo a obter aumentos de desempenho bastante significativos nos últimos anos, a qualidade para o par de línguas chinês-português é, ainda, bastante baixa e há um longo e difícil caminho a percorrer.”

Com este projecto, a UCM torna-se na primeira universidade privada de Macau a desenvolver esta iniciativa, semelhante ao sistema de tradução automática já existente no Instituto Politécnico de Macau.

12 Jan 2021

Despedimento no Ministério Público chega aos tribunais

A trabalhadora despedida do Ministério Público (MP), Tang Weng Ian, fez entrar no Tribunal de Segunda Instância (TSI) um processo a contestar o processo do despedimento. Segundo o HM apurou, a queixa terá dado entrada no tribunal na semana passado.

Tang era funcionária do Gabinete do Procurador do MP há mais de 10 anos, até que em Dezembro do ano passado lhe foi comunicado que seria despedida por extinção de posto do trabalho. A sugestão do despedimento partiu do Procurador-Adjunto Vong Vai Va, com a aprovação do Procurador Ip Son Sang.

Devido aos 60 dias com que a decisão tem de ser comunicada, a trabalhadora vai ficar no MP até Fevereiro, mas, entretanto, está a recorrer aos tribunais para tentar cancelar a decisão.

11 Jan 2021

Motorista desvia 7,71 milhões em fichas de jogo

Um motorista é suspeito de ter desviado 7,71 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) em fichas de jogo, pertencentes ao seu empregador, um homem de negócios. Segundo o jornal Ou Mun, tudo começou após a vítima ter assinado um contrato no valor de 30 milhões de HKD com uma sala VIP, no Cotai.

Depois de ter perdido 27,29 milhões de HKD, a vítima viria a reforçar o montante disponível com mais 20 milhões em fichas de jogo, tendo pedido ao motorista que, do valor total, disponível, fossem transferidos 15 milhões de HKD para a conta de um amigo. Embora a transferência tenha acontecido, o restante valor, cerca de 7,71 milhões de HKD foi desviado pelo suspeito.

Após ter tentado contactar o motorista por diversas vezes, sem sucesso, a vítima apresentou queixa junto da Polícia Judiciária (PJ). No rescaldo da investigação, uma mulher afecta a uma empresa de junkets que jogou com o suspeito foi detida. O motorista continua a monte.

11 Jan 2021

Pai agride filha com cadeira por se recusar a estudar no estrangeiro

Um residente com 52 anos foi detido por alegadamente ter esbofeteado e agredido a filha com uma cadeira nas costas. A PJ diz que a ira do pai foi provocada após a vítima se ter recusado, uma vez mais, a continuar os estudos fora de Macau. As autoridades não consideram tratar-se de um caso de violência doméstica

 

É caso para dizer que o suspeito pode agora esperar sentado. A Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada terça-feira um residente de Macau com 52 anos, suspeito de ter esbofeteado e agredido a própria filha, pelas costas, com uma cadeira. A razão na origem da ira do pai, acusado do crime de ofensa simples à integridade física, terá sido a recusa da filha, com cerca de 20 anos, de prosseguir os estudos no estrangeiro.

Segundo o jornal Ou Mun, o episódio teve lugar no primeiro dia de 2021, durante a tarde, quando os pais da vítima decidiram visitar a filha ao apartamento onde reside, na zona central da cidade. Durante a visita, os pais terão insistido com a filha para prosseguir com os estudos fora de Macau. No entanto, apesar de a vítima ter já assumido a mesma posição noutras ocasiões, a recusa em prosseguir os estudos no estrangeiro originou uma reacção irada por parte do pai, que rapidamente adicionou violência à discussão.

Incrédulo, o pai esbofeteou a filha na face, tendo de seguida pegado numa cadeira para desferir uma nova agressão, desta feita dirigida às costas da vítima. Durante a discussão, a mãe, que assistiu a tudo, procurou ainda interpor-se entre os dois, numa tentativa de acalmar os ânimos. Após a discussão, ambos os pais saíram da habitação.

No dia seguinte, a vítima resolveu apresentar queixa, tendo a PJ iniciado uma investigação que resultou na detenção do homem de 52 anos na passada terça-feira.

De acordo com o porta voz da PJ, Leng Kam Lon, citado pelo canal inglês da TDM Canal Macau no sábado, a vítima apresentava ferimentos ligeiros.

“Houve alguns problemas que, muito provavelmente, estiveram na base da ira do suspeito, que acabou por esbofetear a vítima na face. Depois disso pegou numa cadeira de madeira e acertou-lhe com ela nas costas. Após investigar, o suspeito admitiu ter cometido o crime e, de acordo com os especialistas forenses, as agressões resultaram em ferimentos ligeiros no corpo da vítima”, explicou o porta-voz.

Violência caseira

De acordo com a mesma fonte, apesar dos contornos, a PJ não considera tratar-se de um caso de violência doméstica.

O homem foi, entretanto, presente ao Ministério Público (MP), acusado da prática do crime de ofensa simples à integridade física. Caso se confirme a acusação, o homem, desempregado, pode vir a ser punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa.

11 Jan 2021

Habitação | Preços sobem 0,2% entre Setembro e Novembro

O índice global de preços da habitação entre Setembro e Novembro de 2020, foi de 268,2, representando um crescimento de 0,2 por cento, em relação ao período anterior, ou seja, entre Agosto e Outubro de 2020. Detalhando os dados divulgados na passada sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o índice de preços das habitações da Península de Macau foi “semelhante” ao do período precedente (268,0), ao passo que o índice referente à Taipa e Coloane foi de 269,2, traduzindo-se, num aumento de 0,1por cento.

Já o índice de preços das habitações construídas foi de 289,4, tendo caído 0,3 por cento em relação ao período anterior. Em termos do ano de construção, o índice das habitações pertencentes ao escalão dos 6 aos 10 anos desceu 1,2 por cento. Já o índice do escalão inferior ou igual a 5 anos de construção cresceu 1,0 por cento. Em sentido ascendente está também o índice de preços de habitações em construção, que registou um aumento de 1,9 por cento.

O índice dos edifícios do escalão dos 75 aos 99,9 metros quadrados de área útil caiu 1,1 por cento. Em sentido contrário, tanto o índice do escalão igual ou superior a 100 metros quadrados, como o do escalão inferior a 50 metros quadrados, ascenderam 0,7 e 0,5 por cento, respectivamente.

11 Jan 2021

Economia | Joey Lao prevê preços a nível moderado até Junho

O deputado e economista Joey Lao apontou que a procura externa em Macau é baixa, por isso prevê que os preços vão manter-se a um nível moderado nos primeiros seis meses do ano. A previsão foi feita em declarações ao jornal Ou Mun e não tem em conta eventuais impactos extremos da pandemia.

O também presidente da direcção da Associação Económica de Macau justificou a previsão com o facto de a subida dos preços ser principalmente impulsionada pela procura externa. Ao mesmo tempo, explicou que a procura interna não deverá ser responsável por um aumento, uma vez que o rendimento da população diminuiu e que a procura interna encontra-se também enfraquecida. Outro factor que Joey Lao considera irá ter impacto no preço dos bens é a política de abertura das fronteiras, mas o economista sublinhou que neste capítulo não se esperam mudanças significativas.

O mesmo responsável avançou ainda que os preços no segundo semestre do ano dependem do desenvolvimento do covid-19, a política de imigração, bem como da recuperação da procura externa. Joey Lao afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos segundo e terceiro trimestres do ano passado registaram quebras de 60 por cento devido à pandemia, e que o consumo está num nível baixo, com os preços dos bens em quebra há três meses consecutivos, face ao mesmo registo do ano anterior.

11 Jan 2021

Centro do Bom Pastor afastado do Conselho para os Assuntos das Mulheres e Crianças

Um atraso terá estado na origem da exclusão do Centro Bom Pastor do Conselho para os Assuntos das Mulheres e Crianças. A directora Debbie Lai assume responsabilidades, mas defende que o processo foi mais complexo e que nunca lhe foi sido revelado o prazo para a resposta

 

O Centro Bom Pastor deixou de estar representado no Conselho para os Assuntos das Mulheres e Crianças. A decisão foi tomada pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U e consta de um despacho que entrou em vigor a 14 de Dezembro do ano passado.

Esta é a primeira vez que o Centro Bom Pastor fica de fora, desde a reforma de 2016, que fez com que o Conselho passasse a ser constituído maioritariamente por associações. Nos anteriores dois mandatos, a actual directora Debbie Lai tinha sido a representante do centro.

Ao HM, a directora do Centro Bom Pastor explicou a exclusão com uma resposta tardia aos representantes do Executivo, apesar de dizer que nunca lhe tinha sido traçado um prazo.

“Eles ligaram-me para indicarmos os nomes do representante efectivo e do suplemente. Depois, pediram um outro documento, com a estrutura da liderança. Eu afirmei que ia responder-lhes mais tarde”, começou por contar Debbie Lai. “Quando enviei a documentação, disseram-me que os membros já tinham sido escolhidos e a que a entrega tinha sido feita muito tarde. Foi a resposta que nos deram”, acrescentou.

Segundo a directora do Centro Bom Pastor, o primeiro contacto terá sido estabelecido pelos membros do Governo no final de Agosto e princípios de Setembro e a resposta foi enviada no início de Novembro. Durante este período, nunca terá havido qualquer tipo de alerta para o prazo da entrega. “A resposta foi dada naquela altura porque precisei de tempo de estar com a irmã Juliana para falarmos sobre os nomes a serem indicados […] Também quando nos indicaram que entregássemos a lista dos nomes nunca me ligaram a dizer qual era o prazo”, justificou.

Ainda face à renovação do mandato de 2018, a directora do Centro fala de um processo menos claro. “Cumpri dois mandatos e quando se deu a renovação o processo foi bem mais simples. Recordo-me que foi diferente, porque quando me pediram os nomes dos membros efectivo e suplente foi tudo muito claro e bem explicado. Até o prazo de entrega foi muito claro. Mas desta vez, não foi assim. Nunca me falaram do prazo”, lembrou.

Culpas repartidas

No entanto, Debbie Lai não recusa responsabilidades no desfecho. “A nossa comunicação foi muito fraca. Esperamos que se houver uma próxima vez tenhamos um resultado diferente”, reconheceu.

Por outro lado, o Centro Bom Pastor entende que a decisão não vai afectar a associação. “Acho que não vai ter um impacto na nossa acção para a sociedade. O Centro Bom Pastor assume outros papéis e vamos continuar a desempenhá-los e a pensar nos serviços que temos de disponibilizar”, clarificou.

O actual Conselho para os Assuntos das Mulheres e Crianças entrou em vigor em 2006, como Conselho para os Assuntos das Mulheres. Desde esse ano, quando os representantes eram escolhidos a título individual, o Centro Bom Pastor esteve sempre presente, através da irmã Juliana Devoy.

O Centro Bom Pastor não foi o único a ficar de fora. Em comparação com 2016 saíram ainda a Associação de Beneficência Sin Meng, a Igreja Metodista de Macau, a Associação de Beneficência Ze Ai e a Zona Club de Macau.

Em sentido contrário, passaram a integrar o conselho a Associação Comercial de Macau, a Federação de Juventude de Macau, a Associação das Funcionárias Públicas de Macau, o Movimento Católico de Apoio à Família-Macau e a Associação dos Trabalhadores da Comunicação Social de Macau.

11 Jan 2021

Presidenciais em Portugal | Portugueses em Hong Kong sem possibilidade de votar devido à pandemia

Os portugueses que residem em Hong Kong não vão conseguir votar nas eleições presidenciais marcadas para 24 de Janeiro por causa das restrições da pandemia, disse à Lusa o cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong. “Em Hong Kong não haverá mesas de voto. Infelizmente os portugueses residentes em Hong Kong não terão hipótese de votar para as presidenciais, uma vez que o voto é apenas presencial”, explicou Paulo Cunha-Alves.

O cônsul precisou que, devido às restrições da pandemia, os portugueses a residir em Hong Kong apenas poderiam votar em Macau se cumprissem previamente no território 21 dias de quarentena. E quando regressassem a Hong Kong, acrescente-se, seriam obrigados a cumprir uma outra quarentena, de 14 dias.

Já em Macau, serão tomadas simplesmente “as medidas habituais, já em curso”: “uso de máscara, medição de temperatura à entrada da chancelaria e recomendação aos votantes para manterem uma certa distância social”.

As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de Janeiro de 2021, mas é possível votar antecipadamente entre 12 e 20 de Janeiro. Esta possibilidade destina-se a pessoas em confinamento domiciliário devido à pandemia de covid-19, emigrantes ou trabalhadores deslocados no estrangeiro e outros cidadãos que prefiram exercer o seu direito noutra assembleia de voto que não a sua em todo o país (17 de Janeiro numa qualquer autarquia).

Hong Kong registou mais de nove mil infectados e de 150 mortos desde o início da pandemia. Já Macau não regista há mais de seis meses qualquer caso, não tendo identificado qualquer surto local ou contabilizado qualquer morte.

10 Jan 2021

ARTM | Projecto Be Cool inaugura nova sede

Apesar das pressões económicas e psicológicas da pandemia, a Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau diz que não tem dados que provem uma maior procura das drogas. Porém, teve de lidar com cortes nos apoios financeiros

 

A Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM) vai inaugurar de forma oficial as novas instalações do projecto Be Cool, dedicado à prevenção do uso de drogas. Apesar de a mudança ter acontecido em Março do ano passado, a pandemia levou a que a cerimónia só agora pudesse avançar.

“No passado o projecto Be Cool estava em instalações arrendadas, mas depois o Instituto de Acção Social deu-nos umas novas, que nos permitem ter condições muito melhores”, afirmou Augusto Nogueira, presidente da ARTM, ao HM. “Com as novas instalações os nossos serviços podem ser muito melhores, temos mais capacidade de resposta e de apoio aos jovens, maiores infra-estruturas para os jovens passar o tempo no Be Cool, e mais pessoas para fazer um trabalho de prevenção na escola, rua e na comunidade”, acrescentou.

A cerimónia de domingo vai decorrer na rua de Choi Long, na Taipa, numa altura em que a economia local acusa o desgaste do impacto económico causada pela pandemia da covid-19.

A ARTM também sentiu o impacto económico, mas conseguiu manter todas as operações essenciais para a missão de prevenção no consumo de estupefacientes. Os cortes nos apoios aconteceram do lado público e privado, mas sem um impacto significativo. “Por parte do IAS apenas tivemos um corte de cerca de 50 por cento no desenvolvimento de actividades extra. Já sabíamos que isso ia acontecer. As actividades vão ser todas feitas na mesma, mas tivemos de apertar o cinto e arranjar outras formas de fazê-las, com menos apoios financeiros”, revelou.

As actividades extra envolvem torneios e eventos lúdicos realizados a pensar nos jovens. Os cortes são de cerca de 500 mil patacas. Os apoios para o funcionamento não tiveram qualquer corte do sector público.

Ruas tranquilas

Por parte dos privados, os cortes foram menos significativos com todas as operadoras a manterem as doações, à excepção da Sands China. “É uma perda que magoa, mas podemos continuar a desempenhar as nossas actividades dentro da normalidade”, indicou o presidente da ARTM.

Quanto à pressão da pandemia para os cidadãos, a associação considera que no dia-a-dia não sente que as pessoas se estejam a virar mais para os estupefacientes. “No nosso trabalho realizado na rua não sentimos que as pessoas se tenham refugiado no consumo de droga para aliviar o stress causado pelo covid-19, nem tivemos mais pessoas a pedir ajuda”, apontou. “Sei que houve outras associações que falaram num aumento, mas os nossos dados não mostram que tenha havido um aumento”, traçou como cenário.

8 Jan 2021

Intercâmbio | Nova associação quer promover cultura sino-lusófona a partir de Macau

Portugal e o Brasil vão ser os países prioritários nas acções iniciais da Associação Promotora das Línguas e Culturas Chinesas e Lusófonas, criada na quarta-feira, disse à Lusa o co-fundador, Paulino Comandante.

“Portugal e o Brasil vão ser os principais países [ao nível da cooperação], porque são aqueles com os quais temos mais contactos, de momento. Com os restantes países lusófonos, vamos procurar desenvolver contactos”, indicou .

A missão da associação vai focar-se em três objectivos. Por um lado, “promover contactos e intercâmbios entre indivíduos da China e dos países de língua portuguesa no âmbito de línguas, culturas e costumes, levar adiante as respectivas boas tradições, compreender e aprender uns com os outros, e estreitar os laços de amizade”.

Por outro, “promover a aprendizagem e o intercâmbio entre os indivíduos interessados e os que desejam adquirir mais conhecimentos nas línguas e culturas chinesas e dos países de língua portuguesa”, bem como “apoiar e defender o papel de Macau como ponte” entre a China e o bloco lusófono.

“Não queremos ser demasiado ambiciosos e fazer grandes promessas sobre as actividades que vamos desenvolver. Este ano queremos dar a conhecer a associação e estabelecer contactos. Não nos vamos sobrepor ao que já existe. Do nosso ponto de vista, o objectivo é acrescentar algo ao que está a ser feito, ou seja, colaborar e não competir”, afirmou Paulino Comandante.

8 Jan 2021

Polícia Judiciária | Antigo investigador perde recurso no TSI

O Colectivo do Tribunal de Segunda Instância (TSI) não deu razão ao recurso apresentado por um antigo investigador criminal condenado por violação de segredo de justiça, que argumentou a não validade das escutas telefónicas usadas como prova e excesso na medida da pena. “O registo de escutas telefónicas, obtido por via lícita, pode servir de prova de acusação de outros crimes no processo”, indica um comunicado do gabinete do presidente do Tribunal de Última Instância.

Em 2018, a Polícia Judiciária (PJ) descobriu, através de escutas telefónicas durante a investigação de um caso de criminalidade organizada, que um investigador criminal exigiu a colegas da Secção de Prevenção e Investigação de Crimes relacionados com o Jogo que lhe fornecessem dados dos autos e cópias. “Consultou e adquiriu, assim, dados confidenciais de processos penais não relacionados com o seu trabalho e propiciou-os a outrem, revelando indevidamente informações dos casos”, contextualiza a nota. O investigador acabou por ser condenado em primeira instância pela prática de um crime de violação de segredo de justiça, com um ano de prisão efectiva.

As escutas telefónicas tinham sido autorizadas por um juiz, com base nos relatórios da PJ. O recorrente observou que acabou por não ser condenado por criminalidade organizada, o motivo que tinha dado origem à autorização das escutas, mas a justiça entende que “tal fundamento não tem a virtude de invalidar as escutas já realizadas” ou de afastar “a livre convicção do Juiz sobre a possibilidade da legalidade do resultado dessas escutas”.

8 Jan 2021

Jogo | Snow Lake pede à MGM para alienar 20 % dos negócios na China 

A empresa de investimentos Snow Lake, que detém 7,5 por cento da MGM China Holdings International, enviou uma carta à MGM Resorts International onde pede que esta venda 20 por cento dos seus negócios na China. A transacção serviria para investir mais no Japão e no segmento não jogo na MGM China e Macau, lê-se na carta consultada pela Reuters

 

A MGM Resorts International recebeu uma carta da Snow Lake, uma empresa de investimentos que detém 7,5 por cento da concessionária MGM China Holdings International, onde é pedido que esta venda 20 por cento dos negócios de jogo que detém na China a um parceiro estratégico. Segundo a agência Reuters, a Snow Lake defende na carta que esta seria uma “transacção com ganhos mútuos” para todos.

A venda dos 20 por cento serviria não só para a MGM investir no mercado de jogo no Japão, na cidade de Osaka, mas também para trazer mais recursos para o segmento não-jogo na MGM China e Macau.

“Ao introduzir uma empresa chinesa líder no consumo online ou na área do turismo e lazer, como um investidor estratégico para esses 20 por cento, iria aumentar significativamente a exposição da MGM China ao sector não jogo e pode ser um instrumento para a diversificação do turismo e da economia de Macau”, escreveu Sean Ma, fundador da Snow Lake e administrador financeiro. A Reuters contactou a MGM para tentar obter uma reacção a esta carta, mas a concessionária não reagiu.

A Snow Lake identificou também potenciais parceiros para esta transacção, que serviria também para um novo posicionamento no mercado de jogo em 2022. A carta faz referência a um “factor-chave diferenciador” para a MGM, com empresas como a Meituan, Trip.com Group, Huazhu Group Limited e Sunac China Holdings.

Resposta a Hong Kong

A empresa de investimentos defende também na mesma missiva que o futuro parceiro da MGM Resorts International poderia beneficiar também desta transacção, numa altura em que Macau “poderia ultrapassar Hong Kong e tornar-se num destino líder para o mercado interno de turismo na China, devido aos recentes constrangimentos em Hong Kong com os protestos e a pandemia”.

Além disso, a Snow Lake defende que uma transacção deste género iria permitir à MGM amenizar a sua oferta pela Entain PLC, um operador que detém a empresa de apostas online britânica Ladbrokes Coral. A Snow Lake sempre defendeu o potencial de uma maior ligação com a Entain PLC. “Uma aquisição da Entain PLC faz muito sentido para a MGM Resorts International, uma vez que o mercado online norte-americano representa uma oportunidade de crescimento a longo prazo”, descreve a Snow Lake na carta.

8 Jan 2021

Observação de aves | Inscrições abertas para três actividades ecológicas

Nos dias 9 e 23 de Janeiro, a DSPA vai promover diversas actividades ecológicas, que incluem workshops, visitas guiadas e a observação de colhereiros-de-cara-preta, uma ave migratória em vias de extinção que passa o Inverno em Macau. Até ao final de 2020, foram registados 54 exemplares da espécie nas Zonas Ecológicas do Cotai

 

Com as restrições fronteiriças, as asas dos colhereiros são aquelas que, muito provavelmente, nos farão voar mais longe. A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) vão realizar nos próximos dias 9 e 23 de Janeiro, várias actividades ecológicas destinadas a conhecer as Zonas Ecológicas do Cotai. As inscrições para as iniciativas, que incluem a observação de colhereiros-de-cara-preta podem ser feitas junto da DSPA, via telefónica ou online.

No total, estão previstas três actividades. O “Dia Aberto ao Público”, com actividades previstas no próximo sábado e no dia 23 de Janeiro, o workshop “Actividade educativa sobre a natureza”, a acontecer no próximo sábado e a “observação de pássaros nas zonas húmidas”, que terá lugar no dia 23 de Janeiro.

De acordo com uma nota da DSPA, o “Dia Aberto ao Público” tem previstas duas sessões, em cada um dos dias, às 10h00 e às 15h00, onde, segundo as orientações dos guias, os participantes poderão entrar na Zona Ecológica I, condicionalmente aberta ao público, e na Zona Ecológica II, “para apreciar as plantas e observar a beleza das aves”. Cada passeio terá a duração de duas horas e a participação de 25 inscritos.

Já o workshop “Actividade educativa sobre a natureza” é uma iniciativa destinada a crianças e pais que terá lugar em duas sessões agendadas para as 10h00 e 15h00 deste sábado. Guiados por um instrutor, a visita decorre na Zona Ecológica I, cenário que servirá de pano de fundo para transmitir “conhecimentos ecológicos à medida que vão passando pelo trilho de estudo da natureza até aos observatórios das aves”.

Segundo a DSPA, a iniciativa que prevê a participação máxima de 10 grupos (sendo cada grupo um adulto e uma criança), aumentar o conhecimento das crianças sobre a natureza, ensinando-as a fazer os herbários com as folhas recolhidas no local, que servirão depois para fazer desenhos. Cada sessão terá a duração de 2h30.

Aves raras

Aproveitando a época das aves migratórias, que dura até Abril de 2021, a “observação de pássaros nas zonas húmidas” assume-se como a primeira de várias iniciativas que terão lugar mensalmente.

Em Janeiro, o passeio que tem como objectivo primordial a observação de colhereiros-de-cara-preta, ave migratória em vias de extinção que vem passar o Inverno a Macau, realiza-se no dia 23, em duas sessões (9h30 e 14h30).

Durante a visita de duas horas e meia, os participantes serão orientados por um instrutor para passear na rota prevista e entrarem nos postos de observação dedicados a contemplar a espécie, através de telescópios fornecidos pela DSPA. Em cada sessão poderão participar 20 pessoas.

De acordo com dados divulgados pela DSPA, até ao momento, foram registados, no máximo, 54 colhereiros-de-cara-preta nas Zonas Ecológicas do Cotai, desde a chegada do primeiro grupo em Outubro.

Na verdade, tendo em conta os dados revelados em Julho de 2020 no relatório da “Hong Kong Bird Watching Society”, citados pelo jornal Tribuna de Macau, o número deste ano é animador, dado que no Inverno do ano passado registaram-se em Macau 40 colhereiros-de-cara-preta no território.

Todos os inscritos nas actividades, serão contactados pela DSPA no dia anterior à realização da mesma, para confirmar a sua concretização ou não, caso se prevejam condições meteorológicas adversas ou o número de participantes seja insuficiente.

7 Jan 2021

Associação Novo Macau considera que decisão sobre construções em Nan Vam é “teste” para o Governo

Ainda antes do início da reunião de ontem do Conselho do Planeamento Urbanístico, a Associação Novo Macau entregou uma petição no local, a pedir a retirada dos dois projectos de construção previstos para os lotes de terreno da Zona C do Lago Nam Van.

Para Rocky Chan, vice-presidente da Novo Macau, é imperativo o Governo respeitar a opinião do público que, durante o período de consulta, mostrou ser maioritariamente contra os projectos de construção dos edifícios judiciais previstos para o local. Segundo o responsável, a decisão final que vier a ser tomada pelo Executivo constitui-se mesmo como um teste.

“Esperamos que o Governo possa ouvir a opinião pública e respeite a nossa própria opinião, que passa por defender a retirada dos projectos. Achamos que é um teste para o Governo, especialmente para os membros do Comité do Planeamento Urbanístico designados pelo Chefe do Executivo. Além disso, dado que a própria DSSOPT é parte integrante do Governo, a decisão que vier a ser tomada deverá reflectir a generalidade das opiniões da população ou, caso contrário, constitui uma agressão à paisagem histórica, cultural e preciosa da nossa cidade”, apontou Rocky Chan.

O vice-presidente da Novo Macau recorda ainda que, das mais de 100 opiniões que o público endereçou formalmente às autoridades durante o período de consulta pública, apenas uma mostrou ser favorável.

“A opinião é generalizada. Todo o planeamento urbanístico tem de estar de acordo com o princípio de perseguir o interesse público, o desenvolvimento sustentável, a transparência e promover a participação pública”, acrescentou.

Culpa própria

Caso no final de todo o processo, os dois projectos venham a avançar nos moldes originais, mantendo uma altura máxima que bloqueie os corredores visuais entre a Colina da Penha e a zona marítima da Ponte Nobre de Carvalho, Rocky Chan sublinha que o Governo só se pode culpar a si mesmo.

“Desde que o Governo apresentou os dois projectos (…) tentámos tudo o que estava ao nosso alcance para que o Executivo ouvisse a vontade da população. Enviámos também uma petição ao Chefe do Executivo a alertar para (…) os danos irreparáveis que a aprovação dos dois projectos vão provocar na paisagem de Macau. Nos últimos dias submetemos ainda uma carta à UNESCO a explicar as nossas preocupações. Acho que a opinião pública é muito clara por isso se, ainda assim, os dois planos forem aprovados, considero que a culpa é do Governo”, apontou.

7 Jan 2021