Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCódigos de saúde | Avaria na ligação a Guangdong levou a falhas Uma avaria na ligação à base de dados de Guangdong esteve na origem de várias falhas nos códigos de saúde em Macau, precisamente no dia em que o sistema foi alargado a mais espaços. O Centro de Coordenação garante que tem meios para lidar com eventuais falhas no futuro O acesso ao sistema de códigos de saúde registou várias falhas de funcionamento ao longo do dia de ontem, que se deveram a problemas na ligação ao sistema de Guangdong. A garantia foi dada por Leong Iek Hou, coordenadora do Centro de Coordenação de Contingência do novo tipo de coronavírus. “Houve uma avaria na ligação à base de dados entre Guangdong e Macau, mas conseguimos reparar o sistema uma hora depois”, disse a responsável, referindo-se à primeira avaria registada de manhã. No entanto, à tarde seria registada uma segunda falha. “Vamos reforçar a fiscalização da ligação a essa base de dados. Caso verifiquemos uma avaria podemos desligar a ligação para que o funcionamento do sistema de Macau se mantenha normal”, frisou. Em relação ao período de validade dos códigos de saúde, mantém-se as seis horas para entradas e saídas de zonas de alto risco, e de 24 horas para entradas e saídas em estabelecimentos locais. Leong Iek Hou sugeriu que a população aceda ao sistema de declaração do código de saúde logo de manhã e guarde a imagem no telemóvel, ou imprima um documento que será depois válido no acesso aos diversos locais. Caso a pessoa não tenha consigo a declaração do código de saúde, os proprietários dos estabelecimentos podem colocar três perguntas para verificar o risco de contágio, descartando-se a possibilidade de preenchimento de um documento. Uma questão de códigos Na mesma conferência de imprensa foi referido que os motoristas de autocarro não são obrigados a pedir o código de saúde a todos os passageiros, porque “pode causar um grande atraso nas carreiras”, disse a coordenadora. “Os taxistas, por exemplo, conseguem fazer isso. Não é obrigatório pedir o código [nos autocarros].” Quem tiver código amarelo de saúde “tem de apanhar outros transportes públicos que não o autocarro para evitar contágio com pessoas, nomeadamente o carro privado”. Relativamente ao corredor aéreo entre Macau e Singapura, chegam este sábado 67 pessoas ao território, mas há receios com mudanças de horários no voo que sairá de Macau para a Cidade-Estado. Lau Fong Chi, representante da Direcção dos Serviços de Turismo, aconselhou os residentes a consultarem a companhia aérea, uma vez que “se trata de uma política comercial”. Os responsáveis do Centro de Coordenação confirmaram que, para já, o risco de contágio com origem nas cidades de Zhuhai e Zhongshan é baixo, uma vez que “não houve casos confirmados nas comunidades”, além de que está a ser feita a testagem em massa contra a covid-19.
Pedro Arede SociedadeNovas detenções por envolvimento em caso de armas proibidas O Ministério Público (MP) revelou ontem que a polícia deteve mais cinco suspeitos por envolvimento no caso de posse ilegal e armas proibidas que remonta a Dezembro do ano passado. Recorde-se que, no final de 2020, a polícia encontrou várias armas proibidas na casa de um homem, tais como bestas, arcos, flechas, sabres e pistolas eléctricas (teasers). O suspeito alegou que tais objectos proibidos tinham sido comprados fora de Macau para revenda e obtenção de lucros. Num comunicado divulgado ontem, o MP revela agora que, a investigação levou à identificação de mais cinco suspeitos envolvidos no caso. No decorrer de uma operação que teve lugar nos respectivos locais de residência, a polícia deparou-se com mais armas proibidas, nomeadamente, “bestas, arcos, flechas, bolas de aço, facas afiadas e bastões extensíveis”, que os indivíduos admitiram ter comprado. Os suspeitos foram encaminhados para o MP, para responder pela prática do crime de posse de “armas proibidas e substâncias explosivas”. A confirmar-se a acusação, os suspeitos podem ser punidos com pena de prisão entre 2 e 8 anos. Aos seis arguidos foi exigida a prestação de caução e apresentação periódica como medidas de coacção. Recorde-se ainda que o indivíduo detido originalmente em Dezembro de 2020 é também suspeito da prática do crime de violação, com a namorada a ser a alegada vítima, delito que terá acontecido em Julho do ano passado. O que diz a lei Nos termos legais, entende-se por armas proibidas, “as armas, munições, materiais explosivos, instrumentos perfurantes (tais como arco, besta, entre outros) e as facas com lâmina superior a 10 cm de comprimento susceptíveis de serem usados como instrumento de agressão física, desde que o portador não consiga justificar a sua posse, podendo violar a lei penal no caso de as importar, fabricar, comprar, vender, deter ou tratar ilegalmente, fora das condições legais ou em contrário das prescrições da autoridade competente”. No comunicado divulgado ontem, o MP afirma ainda que as armas de defesa pessoal e aquisição fácil online, como sprays, pistolas eléctricas em forma de lanterna e outros que podem ser usados para agredir, “podem ser encaixados, em Macau, no conceito de armas proibidas”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeConselheiro do CPU sugere um “Central Park” nos novos aterros Na sessão do Conselho do Planeamento Urbanístico, Omar Yeung To Lai defendeu a criação de um parque de dimensões internacionais nos aterros C e D para promover o turismo e atrair mais visitantes O arquitecto Omar Yeung To Lai defendeu a criação de um grande parque com espaços verdes, de dimensão internacional, entre a Zona C e Zona D dos novos aterros. A ideia foi deixada ontem na reunião do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), que teve como ponto único na agenda a partilha de opiniões dos conselheiros sobre o Plano Director. “A Zona C e D dos Aterros pode receber um parque central. Há muitos parques conhecidos a nível mundial, que além de terem espaços verdes, têm história e são representativos dos locais onde se encontram”, afirmou Omar. “Macau deve construir um parque internacional para todos os cidadãos poderem visitar. Um parque desta natureza pode contribuir para o turismo e ser uma zona ecológica”, acrescentou. Segundo o arquitecto, a intenção passa por criar um espaço emblemático como o Central Park, em Nova Iorque, os Jardins Botânicos em Singapura, ou o Parque Beihai, em Pequim. “Um parque nessa zona vai ter uma paisagem muito linda porque os Lotes C e D vão ter construções com uma altura baixa”, realçou. Segundo a presidente do CPU, Chan Pou Ha, directora dos Serviços de Solo, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), 19 membros entregaram opiniões sobre o Plano Director. Porém, e apesar de vários estarem presentes, apenas nove leram o resumo das opiniões submetidas. Um dos assuntos mais focados foi a necessidade de dotar Macau de mais espaço verdes e zonas de lazer. Um dos membros que defendeu esta ideia foi Kou Ngon Seng, destacando como ideal a área do Lago de Nam Van. “Nessa zona podemos meter mais elementos, espaços verdes e zonas de lazer”, indicou. Ameaça às praias No que diz respeito às zonas verdes, Leong Pou U mencionou a questão das Praias de Hac Sá e de Cheoc Van e a sua classificação. Na resposta, Lo Chi Kin, vice-presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais, garantiu que não vão deixar de ser zonas verdes. Porém, o responsável do IAM foi mais longe e explicou que o aquecimento global está a afectar os areais. “Não alterámos a classificação das praias, como zonas verdes. Mas, essas praias estão a sofrer algumas mudanças, tudo por causa do aquecimento global, com a altura do mar a ser cada vez mais alta”, disse Lo Chi Kin. “Em algumas estações, o clima pode mesmo prejudicar o uso das duas praias. Mas temos os serviços competentes a lidar com a situação”, clarificou. Durante a reunião, o arquitecto André Lui questionou se até 2040, altura de validade do Plano Director, se a demarcação de apenas duas áreas para instituições de saúde será suficiente. Por sua vez, Omar Yeung To Lai, além de ter sugerido a criação de um parque questionou também se não era necessário expandir os espaços para cemitérios. Os representantes do Governo garantiram que os espaços são suficientes. Lo Chi Kin revelou ainda que há cada vez menos pessoas a recorrerem a sepulturas.
Hoje Macau SociedadeIAM | Projecto do corredor verde marginal concluído este ano Em resposta a interpelação escrita de Leong Sun Iok, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) revelou que, até ao final de 2021, ficará concluído o planeamento do chamado corredor verde marginal, abrangendo a área a sul da Península de Macau compreendida entre o Centro de Ciência de Macau e a Barra. De acordo com o IAM, o plano terá em conta “as características dos edifícios públicos naquela zona, as necessidades de espaços de lazer, bem como elementos turísticos e culturais”. Além disso, o organismo irá articular-se com os serviços competentes de modo a que a obra seja feita “por fases”. Recorde-se que está previsto que o corredor verde passe também, entre outros, por pontos turísticos como o Centro Ecuménico Kun Iam, a Torre de Macau e as Portas do Entendimento. Na resposta assinada pelo presidente do IAM, José Tavares, é também apontado que o terreno para uso provisório na Avenida Marginal do Lam Mau será usado para construir “campos livres, instalações de manutenção física e áreas de diversão infantil”. Sobre o terreno recuperado junto à praia de Hác Sá, o IAM recordou que 6.000 dos 70.000 metros quadrados do espaço foram usados para construir uma nova zona de churrasco, sendo que a restante área está destinada à criação de “um espaço de actividades experimentais destinado aos jovens”, incluindo um projecto de aventura de grande envergadura.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeANIMA fecha 2020 com prejuízos de 1.2 milhões de patacas A ANIMA fechou o ano passado com um prejuízo de 1.2 milhões de patacas, que na prática passou a cerca de 700 mil patacas devido ao perdão de algumas dívidas e suspensão de projectos para os quais não houve dinheiro. A maior parte das despesas está relacionada com cuidados a animais, já que os resgates continuaram a ser muito superiores às adopções 2020 voltou a ser um ano financeiramente difícil para a Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA, que fechou as contas com um prejuízo de cerca de 1.2 milhões de patacas. Segundo os relatórios consultados pelo HM, e que foram aprovados na última assembleia-geral da associação, a 29 de Maio, os prejuízos baixam para cerca de 700 mil patacas devido a “actividades de anos anteriores que já estavam contabilizadas [e que foram retiradas do balanço]”, explicou Albano Martins, presidente honorário da ANIMA, ao HM. Um dos exemplos é uma obra no sistema de esgotos, no valor de 200 mil patacas, que foi perdoada pelo empreiteiro. O projecto foi executado, mas acabaria por não ser autorizado pelo Governo. “Fez-se uma limpeza do balanço pois não há dinheiro para acabar essas obras que foram pagas parcialmente e foram interrompidas, e também porque houve dívidas de trabalhos feitos no passado que foram perdoadas”, acrescentou. “Ficámos com muitas dívidas por pagar que serão pagas gradualmente, talvez cerca de 25 mil patacas mensais nos próximos dois ou três anos”, disse ainda Albano Martins. Algumas das dívidas dizem respeito a donativos, como é o caso dos montantes de 500 e 800 mil patacas emprestadas por dois membros da direcção. As despesas correntes da ANIMA, em 2020, foram superiores a 10.3 milhões de patacas, com um rendimento corrente total de 9.1 milhões de patacas. Só em cuidados com animais, a associação gastou 3.3 milhões de patacas, face às 3.2 milhões gastos em 2019. As despesas em 2019 foram de 9.6 milhões de patacas. A associação diz ter apoiado a comunidade “com comida para animais, medicamentos, esterilizações, assistência veterinária e acomodação”. Só em comida a ANIMA gastou 1,2 milhões de patacas, enquanto a facgtura da electricidade foi de 159 mil patacas face a 115 mil em 2019. Os custos com funcionários ascenderam às 5 milhões de patacas, quando em 2019 foram de apenas 4,6 milhões. Em relação ao terreno em Coloane que a ANIMA ocupa, ainda não há resposta do Governo. “Apresentámos um pedido para a concessão gratuita do terreno como única forma de resolver definitivamente os problemas levantados pelas autoridades. Não temos ainda a concessão final.” Resgates superiores às adopções Apesar de, o ano passado, terem sido adoptados 180 animais, mais 19 do que no ano anterior, os salvos voltaram a ser bem mais: 458 face aos 391 cães e gatos capturados em 2019. Foram ainda esterilizados 124 animais, incluindo os que estão nos abrigos e os que vivem na rua. Tal “contribuiu, mais uma vez, para a situação de sobrelotação do abrigo”. A ANIMA assume não poder “melhorar a qualidade do trabalho” com esta situação. “O rácio de animais saídos relativamente a animais entrados foi de 0.97, 0.98 e 0.90, valor longe do nosso objectivo de 2. Contudo, houve uma melhoria no valor do rácio dos gatos, dado o maior número de adopções”, aponta o relatório. Albano Martins confirmou também que a Fundação Macau aceitou que a verba de cinco milhões de patacas possa ser usada em várias actividades da ANIMA e não apenas no pagamento de salários e dos tratamentos dos animais. A primeira tranche, de 2,5 milhões de patacas, já foi paga, enquanto que a segunda tranche será paga este ano com uma redução de dez por cento. “Enviámos uma carta a pedir a antecipação da segunda verba, que não vai ser de 2.5 milhões de patacas, uma vez que dez por cento ficam retidos e só serão dados no próximo ano, mediante apresentação do relatório e contas. A ANIMA sempre entregou os seus relatórios e sairá prejudicada com isso”, concluiu o activista.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Governo emite novas orientações de apresentação de código de saúde Além de maiores exigências para entrar em vários espaços, quem apresentar declaração de saúde com um código amarelo ou vermelho fica impedido de viajar nos transportes públicos. A entrada em supermercados, restaurantes, bares, cabeleireiros, saunas e ginásios pode exigir apresentação de código, se o estabelecimento assim o entender O Governo anunciou ontem novas orientações para a declaração de saúde em Macau, que vai depender dos espaços que se frequentam. Segundo a apresentação feita ontem por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, durante a conferência de imprensa sobre a pandemia da covid-19, vai haver três níveis. No primeiro nível, que abrange casinos, hotéis, pensões, edifícios de migração e instituições médicas, as pessoas estão obrigadas a apresentar o código de saúde. As regras definem que para o segundo nível, a exigência da apresentação da declaração de saúde depende dos responsáveis dos espaços. Neste âmbito, estão incluídos os centros comerciais, supermercados, restaurantes, bares, salões de beleza, cabeleireiros, barbeiros, saunas, ginásios, bibliotecas, entre outros espaços em que seja expectável a permanência por mais de 20 minutos. No terceiro nível estão lojas de pequeno comércio, lojas de conveniências e outras com tamanho reduzido. “Como estas lojas são mais pequenas e têm um fluxo menor, não precisam de exigir o código da declaração de saúde”, justificou Leong Iek Hou. A médica explicou ainda que todos os estabelecimentos têm de ter meios alternativos para ler a declaração de saúde, além do telemóvel, e que o registo possa ser aferido, além de uma declaração oral. Foi ontem também esclarecido que quem apresente código de saúde com as cores amarela e vermelha fica impedido de usar transportes públicos. Testagem sem data Ontem circularam rumores nas redes sociais de que haveria uma data para realizar testes de ácido nucleico a toda a população. No entanto, Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, desmentiu haver uma data para o arranque da operação. “Há rumores que temos uma data, mas quero dizer que estamos a fazer a preparação. Não há uma data concreta. Temos de preparar equipamentos e reagentes e pessoal”, explicou Lo. “A realização de testes é uma forma bastante importante de combater a pandemia, vamos ver como evolui a situação”, acrescentou. Desde segunda-feira que para poder circular entre Macau e o Interior é necessário apresentar teste de ácido nucleico com validade inferior a 48 horas. A medida levou à corrida a centros de testagem e, por esse motivo foi ontem anunciada a abertura de um novo posto temporário. “A partir de amanhã [hoje] o Centro de Actividades Juvenis da Areia Preta vai ser um centro de testes. […] Vamos arranjar transportes para os estudantes irem ao centro, mas eles também podem fazer a marcação online para serem testados no Fórum de Macau e Terminal do Pac On”, revelou Wong Ka Ki, chefe do Departamento do Ensino Não-Superior destes Serviços da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). Barcos-Dragão sem público Face à evolução da pandemia nas regiões vizinhas, as corridas Barcos-Dragão, agendadas para 13 e 14 de Junho, vão ser realizadas sem a presença de público. Além disso, o Festival em Família, que estava previsto para 12 de Junho, das 10H às 18H, foi cancelado. Os participantes e colaboradores das provas têm de mostrar relatório de teste de ácido nucleico válido negativo (durante o período das provas), ou terem completado as duas doses de vacina contra a COVID-19, pelo menos, com antecedência de 14 dias.
Hoje Macau SociedadeIPM aposta em ‘podcasts’ para formar professores de português O Instituto Politécnico de Macau (IPM) anunciou ontem que vai apostar no uso e produção de ‘podcasts’ na formação de professores de português, num ano em que a instituição assinala o seu 40.º aniversário. O IPM justificou a aposta no ‘podcast’, um arquivo digital de áudio disponibilizado na internet, por se tratar de “um poderoso instrumento de ensino”, cuja “criação e a divulgação (…) têm vindo a desenvolver-se rapidamente em todo o mundo, especialmente nos países de língua portuguesa”. Até porque, salientou, os ‘podcasts’ podem “desempenhar um papel importante no aumento da autonomia e da motivação dos estudantes na aprendizagem de línguas”. Razão pela qual, acrescentou, vai merecer uma especial atenção durante a “Oficina para o Ensino do Português na Grande Baía: recursos digitais pedagógicos” promovida pelo Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM, num evento ‘online’ agendado entre 1 e 7 de Julho. Aprender a ouvir A oficina de formação para o ensino do português tem como público-alvo professores de língua portuguesa e vai incluir três sessões. A primeira sessão da Oficina “irá demonstrar aos participantes as vantagens da utilização dos podcasts como recurso pedagógico na sala de aula de línguas estrangeiras”. A segunda, “não só vai apresentar os modelos mais comuns utilizados na criação dos ‘podcasts’, como também a sua ligação com a literatura portuguesa, de modo que os participantes possam compreender como os podcasts podem ser utilizados no ensino da literatura desta língua”. Finalmente, “a terceira sessão irá dar a conhecer dicas úteis para a produção dos ‘podcasts’, bem como os ‘softwares’ comummente utilizados, a fim de facilitar a sua utilização futura nas práticas de ensino dos professores de língua portuguesa”. A inscrição é gratuita e “será bem-vinda a participação de todos os professores de português das universidades chinesas, sendo dada a prioridade aos professores de português das universidades da Grande Baía”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeJardim Botânico | Fundação Casa de Macau vai renovar pavilhão A Fundação Casa de Macau vai restaurar o pavilhão de chá no Espaço Jardim de Macau, situado no Jardim Botânico de Lisboa. O projecto deverá ser feito em parceria com a Universidade de Lisboa e a Fundação Jorge Álvares O pavilhão de chá que esteve exposto na Expo 98, e que está hoje no Espaço Jardim de Macau, dentro do Jardim Botânico de Lisboa, vai ser alvo de obras de remodelação. Este projecto consta do plano de actividades da Fundação Casa de Macau (FCM) em Lisboa para este ano. “Graças à reitoria da Universidade de Lisboa (UL) tem havido uma grande intervenção, sobretudo valorativa. Acompanhamos isso, mas falta valorizar o pavilhão de chá, que veio da Expo 98, que está inscrito no nosso orçamento queremos fazer o mais rapidamente possível”, disse ao HM Mário Matos dos Santos, administrador da FCM. Nesta fase foi proposta cooperação à Fundação Jorge Álvares e à própria reitoria da UL, cujos detalhes ainda estão a ser ultimados. “Não vamos pedir apoio financeiro a Macau e faremos isto com mais duas entidades directamente interessadas. Gostaríamos de ter a obra pronta no Verão deste ano”, acrescentou. Sem avançar o orçamento, Mário Matos dos Santos referiu apenas que é um “valor normal para este tipo de trabalhos”. A mão de Berardo O Jardim Botânico Tropical, que chegou a chamar-se Jardim Colonial de Lisboa, foi criado em 1906. Em 1940, já no período do Estado Novo, realizou-se a “Exposição do Mundo Português”, na qual o jardim albergou uma secção de Etnografia Colonial. Com “o objectivo de documentar e expor ao público fiéis representações de elementos da vida macaense e amostras naturais que constituíam a riqueza e paisagem natural de Macau”, conforme descreve a FCM, foi então concebido o Espaço Jardim de Macau. Foram construídos elementos como o Arco de Macau e a Rua de Macau, que “se tornaram incontornáveis pontos de interesse daquele Jardim”. Esta iniciativa aconteceu a partir de 1949. No final da Expo 98, a FCM doou alguns equipamentos que tinham feito parte do Pavilhão de Macau. Em Janeiro do ano passado o Jardim Espaço de Macau foi redesenhado e passou a ter plantas asiáticas. Além do trabalho feito pela reitoria, a sua manutenção chegou a ter a ajuda do empresário Joe Berardo. “Durante a Expo 98 demos um grande apoio ao espaço e sempre estivemos próximos. Houve uma altura em que o Joe Berardo nos ajudou a colocar muitas coisas naquele jardim. A grande mudança deu-se com a entrada da reitoria [da UL], e desde esse momento que foram feitas alterações, como um novo alinhamento do percurso do jardim. A única coisa que falta fazer, e que é da nossa responsabilidade, é o pavilhão de chá”, rematou Mário Matos dos Santos. O HM contactou o general Garcia Leandro, ex-Governador de Macau e actual presidente da Fundação Jorge Álvares, que confirmou a proposta da FCM. “É algo que está muito no princípio. Há muita coisa a fazer no jardim tropical e haverá uma parte ligada a Macau, que precisa de ser trabalhada, e irá contar com o apoio de certeza. Mas não temos pormenores”, concluiu. O Jardim Botânico Tropical está classificado como Monumento Nacional e desde 2015 que integra a UL, sendo actualmente gerido em conjunto com o Museu de História Natural e da Ciência e o Jardim Botânico de Lisboa. A primeira fase da renovação do Jardim Espaço de Macau arrancou em 2019.
Hoje Macau SociedadeIAS | Creches da zona norte abrem na segunda metade de 2022 Em resposta a interpelação escrita de Song Pek Kei, o Instituto de Acção Social (IAS) revelou que as duas novas creches pensadas para a zona norte de Macau entrarão em funcionamento no segundo semestre de 2022. Os novos serviços de creche que serão abertos nas habitações públicas do Edifício do Bairro da Ilha Verde e da 2ª fase de habitação social de Mong Há irão disponibilizar cerca de 300 vagas. A resposta vem no seguimento de a deputada se ter mostrado preocupada com as dificuldades da população em obter vagas para que as crianças que vivem nas zonas norte e central possam ingressar numa creche do seu bairro. Sobre o desajuste apontado por Song Pek Kei entre as vagas existentes e o número de recém-nascidos, o IAS aponta que, tendo em conta as estatísticas, o número de vagas disponíveis é suficiente para as crianças com dois anos. “Em 2019, nasceram 5.979 crianças e o número actual das creches subsidiadas para crianças de dois anos já é quase igual ao referido número de nascimentos. Nesta conformidade, o número total de vagas disponíveis para crianças de dois anos em todas as creches subsidiadas e privadas irá satisfazer as necessidades das famílias necessitadas”, pode ler-se na resposta de Hon Wai, presidente do IAS. Sobre as crianças com menos de dois anos, o IAS reiterou a ideia de que podem ficar em casa ao cuidado dos pais. Segundo o IAS, existem actualmente 66 creches que disponibilizam mais de 10.000 vagas para crianças com idade igual a três meses, mas inferior a três anos.
Andreia Sofia Silva SociedadePJ | Detida por suspeitas de passar dinheiro falso no Cotai A Polícia Judiciária (PJ) deteve uma mulher associada a um caso de notas falsas detectado em Janeiro do ano passado. A mulher entrou em Macau novamente no passado dia 30 de Maio, e foi interceptada pelas autoridades num hotel a 3 de Junho. O caso remonta a 18 de Janeiro de 2020, quando as autoridades receberam uma queixa de um casino no Cotai sobre a descoberta de seis notas alegadamente falsas detidas por um cidadão da China, que tentou trocar dez notas de 100 renminbi por dólares de Hong Kong. Mais tarde a PJ descobriu que o mesmo indivíduo tinha consigo mais 84 notas falsas de renminbi. O suspeito alegou ter recebido as notas de uma mulher num local ilegal de câmbio de dinheiro. A PJ identificou a mulher, que deixou o território depois de dar as notas falsas ao homem. As autoridades associaram também o caso a um outro, ocorrido a 16 de Janeiro, quando os gerentes do mesmo casino, no Cotai, encontraram um molho de notas falsas de renminbi numa casa de banho para mulheres. A suspeita é acusada da prática do crime de burla e passagem de moeda falsa. O caso seguiu para investigação no Ministério Público.
João Santos Filipe Manchete SociedadeRuído | Queixas aumentam quase 50%, “conversas e gritos” foram principal razão A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental afirma que o ruído foi inferior aos anos anteriores, mas que as queixas se devem ao facto de a população estar mais atenta. O relatório sobre o ambiente de Macau em 2020 sublinha também a melhoria da qualidade do ar devido à pandemia O número de queixas sobre o ruído ambiental aumentou em 4.279 casos entre 2019 e 2020, o que representa um crescimento de 45,4 por cento. A informação consta no Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2020, feito pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), e as principais queixas deveram-se a “conversações e gritos”. Entre as 13.701 queixas, as “conversas e gritos” foram o principal motivo, com 6.176 ocorrências. Seguem-se as reclamações devido a “música e karaoke”, com 1.854 queixas, “decoração interiores”, com 1.424, e ainda “obras de construção”, com 493 queixas. Em todos os campos apresentados, registaram-se aumentos face ao ano anterior que variaram entre 28,1 por cento e 53,7 por cento. Segundo os dados da DSPA, o aumento das queixas é explicado com a maior atenção da população para o fenómeno. “Durante o período da epidemia em 2020, os níveis de ruídos registados em todas as estações de monitorização do ruído forma inferiores aos de 2019”, é afirmado. “Houve um aumento considerável de mais de 40 por cento no número de reclamações sobre o ruído em 2020 face a 2019, sendo os tipos principais, sucessivamente, ‘conversações e gritos’, ‘música e karaoke’, e ‘decorações de interiores’, todos provenientes da vida social, demonstrando que os moradores estiveram mais atentos ao estado sonoro do ambiente em que se inserem, durante a epidemia”, é acrescentado. A DSPA propõe a redução da densidade populacional em algumas zonas, melhorar as condições de isolamento de som durante as fases de planeamento e concepção dos projectos de construção, controlo do número de veículos, incentivar uso dos transportes públicos e veículos eléctricos e redução do “impacto sonoro proveniente dos projectos de construção”. Pandemia melhorou ar Como consequência da pandemia, a redução das actividades sociais e económicas levaram a que em mais de 95 por cento do ano o ar fosse classificado como “bom” ou “moderado”. “Esta melhoria visível tem a ver com o abrandamento das actividades socioeconómicas durante a epidemia causada pelo novo tipo de coronavírus, devendo, no entanto, ser dada atenção à tendência de mudança à medida que as actividades socioeconómicas vão retomando a normalidade”, é acrescentado. Ainda de acordo com os dados apresentados nas estações “Berma da Estrada (Macau)”, “Áreas de Alta Densidade Habitacional (Macau)” e “Áreas de Alta Densidade Habitacional (Taipa)” não houve qualquer dia de 2020 em que o ar estivesse “insalubre” ou “muito insalubre”. Nas estações “Ambiental (Taipa)”, “Ambiental (Coloane)” e “Berma da Estrada (Ká-Hó)” os dias com ar insalubre forma de 15, dias, 10, dias e 16 dias, respectivamente. Ainda sobre a qualidade do ar, o relatório mostra-se preocupado com os níveis de ozono que afectam “amplamente a qualidade do ar da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau” e põem “em causa a saúde da população”. Neste contexto, é sugerido ao Governo medidas para reduzir as emissões principalmente nas áreas da produção de electricidade e dos transportes. Contudo é também deixado um apelo aos cidadãos: “Cada um de nós deve pensar em si e nas próximas gerações, optar por um estilo de vida mais ecológico, de modo a promover o desenvolvimento de baixo carbono em Macau, contribuindo assim para enfrentar as mudanças climáticas”. Descargas sem tratamento No ano passado, entre um total de 186 saídas de drenagem costeira, 47 (cerca de um quarto) enviaram águas residuais domésticas para o mar sem qualquer tratamento. É por esse motivo, que as águas estão insalubres, de acordo com o Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2020. A zona do Porto Interior é a mais afectada pelas descargas e deve-se ao facto de os colectores de intercepção estarem “constantemente cheios”. Porém, segundo director da DSPA, Raymond Tam Wai Man, há planos para construir três instalações provisórias de tratamento de água residual no Porto Interior.
Nunu Wu SociedadeDSAL | Expectativas salariais afastam locais de trabalhos domésticos O Governo diz que residentes locais têm pouco interesse em ser empregadas domésticas, porque procuram ordenados e horários que não correspondem às expectativas dos empregadores Numa altura em o território atravessa problemas de falta de mão-de-obra na área do trabalho doméstico, devido às alterações à lei de contratação de não-residentes e ao encerramento das fronteiras, a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) afirma que dificilmente os trabalhadores residentes serão solução para o problema. A explicação faz parte da resposta a uma interpelação do deputado Lam Lon Wai. Segundo Wong Chi Hong, director da DSAL, existe um desfasamento entre as expectativas dos trabalhadores locais a nível do salário e dos horários face às ofertas de emprego. “Segundo a base de dados de desempregados da DSAL, poucos residentes locais têm vontade de trabalhar no âmbito do apoio domiciliário, ou poucos empregadores têm vontade de contratar funcionários de apoio domiciliário”, indicou. “As expectativas de salário e horário de trabalho que os candidatos têm são diferentes das condições que os empregadores estão dispostos a oferecer”, acrescentou. Wong Chi Hong explicou também que no ano passado apenas cinco residentes locais procuraram empregos de “apoio domiciliário” com salários a rondar 10 mil patacas por mês. Porém, para esses trabalhadores apenas houve oito ofertas de emprego, com salários de 8.500 patacas. Também segundo o director da DSAL, até o fim de Abril de 2021, foram registadas seis inscrições para vagas de apoio domiciliário, com os interessados a solicitarem um salário médio de 12,5 mil patacas. Contudo, houve apenas cinco ofertas, com um ordenado médio de 9.500 patacas. Apesar do cenário, o Governo concorda com a sugestão do deputado de serem criadas “equipas de apoio domiciliário com trabalhadores locais” para resolver o problema. No caso de haver interessados, Wong esclarece que a DSAL está disponível para organizar as formações necessárias. Cursos de formação Em relação à formação nesta área, desde 2012 até ao final de Março de 2021, cerca de 400 pessoas participaram em cursos. Os números foram adiantados pelo director Wong Chi Hong, na resposta a interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai. Wong explicou que desde 2012 foram lançadas 17 edições do curso, que contaram com 400 participantes. Entre estes participantes, 80 por cento, ou seja aproximadamente 320, eram empregadas vindas do exterior e que se inscreveram por indicação dos patrões. As formações incluem conteúdos técnicas de culinária, cuidado de idosos e crianças, conhecimentos higiénicos, segurança ocupacional e conhecimento legal. No que diz a cursos para trabalhadores vindos do Interior, a DSAL realizou várias formações desde 2014, que abrangeram, até Março de 2021, 980 pessoas.
Hoje Macau SociedadeDespesa pública continua a subir, receita de impostos a cair A despesa pública em Macau continua a subir e a receita a cair, indicaram os últimos dados divulgados na quarta-feira pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). Entre Janeiro e Abril, a receita corrente foi de pouco mais de 17,3 mil milhões de patacas, contra os 24,1 mil milhões de patacas de 2020, um ano económico que afectou fortemente o território devido à pandemia da covid-19. Desta receita corrente, o Governo arrecadou 12,4 mil milhões de patacas em impostos sobre o jogo, de acordo com o relatório da execução orçamental datado desta quarta-feira. Ou seja, menos 39,6 por cento em relação ao ano anterior, quando foram arrecadadas 20,5 mil milhões de patacas. Também de acordo com os dados da DSF, nos primeiros quatro meses do ano, Macau recolheu 27 por cento da receita projectada para este ano. Se a receita desceu, a despesa pública subiu. Isto porque este ano a despesa até Abril foi de 26,6 mil milhões de patacas, contra as 23,4 mil milhões de patacas registadas no ano anterior. Também a despesa corrente aumentou de 21,5 mil milhões de patacas em 2020 para 23,2 mil milhões de patacas este ano. Ao ritmo da pandemia Desde final de Janeiro de 2020, a pandemia teve um impacto sem precedentes no motor da economia de Macau, ou seja, o sector do jogo, com os impostos sobre as receitas desta indústria a financiarem a esmagadora maioria do orçamento governamental. Com o aumento de visitantes da China continental, começaram a melhorar este ano os resultados dos casinos, que registaram um recorde de receitas já em Maio, mas ainda assim longe dos montantes arrecadados no período pré-pandémico. Recorde-se que em Maio de 2021, os casinos de Macau registaram receitas de recorde desde o início da pandemia, tendo aumentado para 10.445 milhões de patacas, ou seja, mais 492,2 por cento em relação a 2020. Ainda assim, o valor representa apenas um terço do montante arrecadado pelos casinos em 2019, indicaram dados divulgados na terça-feira pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Desde o início de 2020 que os orçamentos do Governo de Macau têm sido marcados por sucessivas alterações e por pacotes de estímulo dirigidos às pequenas e médias empresas, à população em geral e ao consumo.
Pedro Arede Manchete SociedadeInundações | Chuva intensa faz estragos na Universidade de Macau Durante as chuvas intensas da passada terça-feira, começou a cair água do tecto e houve inundações, pelo menos, num dos parques de estacionamento e na cafetaria do Colégio Cheng Yu Tung da Universidade de Macau. Ao HM a UM confirmou a ocorrência de “alguns casos esporádicos” que, no entanto, não causaram “danos sérios” aos edifícios O interior de algumas instalações do campus da Universidade de Macau (UM), inaugurado em 2014, foi afectado pela intempérie registada na passada terça-feira que provocou inundações, estragos e apreensão um pouco por toda cidade. Contactado pelo HM, um aluno da UM partilhou que o parque de estacionamento localizado junto ao edifício central (E3-E7) da universidade começou a ser inundado por água durante a chuva intensa que se fez sentir. O estudante apercebeu-se da situação, ao receber uma notificação da empresa de segurança, a aconselhá-lo a remover o seu motociclo do parque porque estava a começar a ficar molhado devido à água que estava a cair dentro da estrutura. Além disso, no momento em que se preparava para ir beber café, o estudante, que optou por não se identificar, encontrou o chão da cafetaria do Colégio Cheng Yu totalmente inundado, havendo, inclusivamente, água a cair do tecto. Através de vídeos partilhados com o HM foi ainda possível observar que, para atenuar o efeito da chuva que estava a cair também dentro de portas, foram espalhados baldes e panelas pelo espaço e, dentro do possível, as instalações eléctricas colocadas a salvo. Como resultado, os electrodomésticos ficaram molhados e foram necessárias várias horas para que o espaço pudesse voltar a estar em condições de ser usado. “Quando decidi ir fazer café reparei que o chão estava inundado devido à chuva. Ao início, pensei que era porque a janela não estava fechada, mas não. Quando abri a porta para o interior da cafetaria, vi logo que estava a cair água do tecto e que alguns electrodomésticos estavam molhados”, partilhou. O estudante referiu, contudo, que o dormitório onde vive não foi afectado pela chuva, desconhecendo se outros alunos foram forçados a sair dos seus quartos devido à intempérie. Recorde-se que o novo Campus da Universidade de Macau foi inaugurado em 2014, tendo recebido no mesmo ano a visita do Presidente Xi Jingping. O ano lectivo 2014/2015 foi o primeiro em que as novas instalações abriram para receber estudantes. Muito permeável O estudante conta ainda que a situação foi semelhante à ocorrida durante a passagem do tufão Mangkhut em Setembro de 2018, altura em que os andares superiores do Colégio Cheng Yu ficaram também inundados e começou a cair água do tecto. “Demorou muito tempo a limpar tudo e a tirar a água do chão”, recorda. Quando questionado sobre o que estará por trás do facto de, apesar de recentes, várias instalações da UM serem recorrentemente afectadas aquando da ocorrência de chuva intensa ou da passagem de tufões, o estudante aponta que tal se deve à fraca qualidade de construção. “Penso que uma das razões pelas quais estas situações lamentáveis acontecem está, principalmente, ligada aos materiais de construção. Na minha opinião, a UM devia dar mais atenção à qualidade da construção pois, de outra forma, este tipo de casos irá acontecer mais vezes e a situação não melhora”, apontou. O HM contactou a UM para comentar o sucedido e confirmar as ocorrências, nomeadamente quais as razões que explicam os incidentes reportados, tendo em conta o facto de todas as estruturas do actual campus da UM serem relativamente recentes. Na resposta, a UM confirma a ocorrência de alguns “casos esporádicos”, que não causaram danos sérios. “A Universidade apenas encontrou casos esporádicos de inundações após a tempestade, sendo que todos os problemas foram resolvidos prontamente sem afectar o normal desenrolar das operações. Não foram registados danos sérios nos edifícios aos edifícios da universidade como resultado da tempestade”, pode ler-se na resposta.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | IPM estuda previsão de infecções com base em análises ao sangue Cinco investigadores do Instituto Politécnico de Macau e da Universidade de Bolonha recorreram à inteligência artificial para analisar a precisão de quatro modelos de dados com o objectivo de prever o contágio de covid-19 através de análises ao sangue. Um deles atingiu bons resultados em todas as variáveis estudadas A possibilidade de prever contágios de covid-19 através de uma simples análise ao sangue, com recurso à inteligência artificial, foi o foco do estudo desenvolvido por quatro investigadores do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Ziyue Yu, Lihua He, Wuman Luo e Rita Tse, e da investigadora Giovanni Pau da Universidade de Bolonha e departamento de ciências computacionais de Los Angeles. Na tese de doutoramento intitulada “Deep Learning for COVID-19 Prediction based on Blood Test” é feita uma análise a quatro modelos híbridos de Deep Learning, aplicados depois a 18 dados de análises sanguíneas do Israelta Albert Einstein Hospital, no Brasil. Este trabalho foi feito, em parte, com recurso ao sistema Big Data Driven Intelligent Computing do IPM. Foram analisados quatro modelos de Deep Learning, CNN+GRU, CNN+Bi-RNN, CNN+Bi-LSTM e CNN+Bi-GRU, aplicados depois aos dados das análises ao sangue. Os investigadores compararam depois os modelos segundo a sua precisão, recolha e pontuação, entre outras variáveis, sendo que “os resultados experimentais mostram que o modelo CNN+Bi-GRU atinge a melhor performance em todas as cinco métricas”. Os investigadores assumem que este estudo visa “aliviar o pessoal de saúde do trabalho duro de testagem” e “acelerar” esse mesmo processo, tendo em conta o problema da falta de recursos humanos na área da saúde. “Até agora a inteligência artificial tem vindo a tornar-se muito importante ao nível do diagnóstico médico. No entanto, a investigação ao nível da previsão da covid-19 com base no sistema de Deep Learning está ainda numa fase preliminar”. De frisar que o sistema de Deep Learning permite configurar parâmetros sobre dados e treinar o computador para fazer sozinho a sua leitura e reconhecimento. Apoio precioso Na tese pode ler-se que “o modelo CNN+Bi-GRU irá ser um método efectivo para o diagnóstico da covid-19 com base numa análise de sangue”. “No futuro, vamos continuar a explorar modelos de Deep Learning para a previsão da covid-19 e conceber novos modelos de previsão”, apontam os autores. Actualmente, há duas formas de testar a infecção por covid-19, através da análise ao sangue e do teste de ácido nucleico. Este “é de momento o mais usado dada a sua simplicidade”, mas “a percentagem de falsos negativos atinge os 20 por cento”. Os investigadores defendem que “a performance da análise ao sangue em termos de falsos positivos e negativos, por comparação ao teste de ácido nucleico, é muito menor”. Numa publicação nas redes sociais, o IPM comentou que esta investigação representa “uma ajuda altamente efectiva e precisa na previsão da infecção da covid-19”, além de constituir “um valor prático e académico significativo que pode ser aplicado de forma abrangente na prevenção e cura desta pandemia global”. Este estudo foi distinguido na 6.ª Conferência Internacional da Internet das Coisas e Segurança de Dados, em Abril, além de ter recebido um outro prémio atribuído pelo Instituto de Sistemas e Tecnologias da Informação, Controlo e Comunicação, uma associação sem fins lucrativos sediada em Lisboa.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadePais contestam explicações sobre aumento de propinas na EPM Filipe Regêncio Figueiredo, presidente da Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau (APEPM), disse ao HM que não concorda com as explicações dadas por José Sales Marques, administrador da Fundação da EPM, sobre o aumento das propinas em 12 por cento. “Contesto que venha dizer que não é verdade o que nós dissemos. O aumento global da propina é de 12 por cento, mas no montante global da propina anual não corresponde ao que os pais vão pagar, mas sim [um aumento de] 34 a 46 por cento dependendo do ciclo de ensino. Ele não pode dizer que são coisas que não têm nada a ver com a fundação. Esse aumento de 12 por cento é um problema da fundação e se os pais não colocarem os filhos na escola ela não serve para nada nem a fundação.” O presidente da APEPM lamenta também que Sales Marques o tenha acusado de “desinformação por referir que houve baixas de salário”. “O que disse é que há uma diminuição no valor do orçamento da escola para o ano lectivo 2019/2020 relativamente ao pessoal docente, mas há um aumento do orçamento para o pessoal da direcção, quando o pessoal dirigente [da escola] são apenas duas pessoas [Manuel Machado e Zélia Mieiro]. É o que consta nos documentos, pelo menos desde o ano lectivo de 2016/2017.” Além disso, Filipe Regêncio Figueiredo diz que a fundação “nunca respondeu aos nossos emails e desde ontem [terça-feira] que continuamos sem resposta nem qualquer tipo de contacto”. Instalações diferentes José Sales Marques referiu que existe a necessidade de aumento de propinas dadas as “dificuldades” financeiras que a fundação tem enfrentado e a redução do subsídio atribuído pela Fundação Macau em 1 milhão de patacas. Afirmou ainda que a EPM é, no seio das escolas privadas, a que cobra das propinas mais baixas. No entanto, Filipe Regêncio Figueiredo diz que há outras matérias a ponderar. “Não sei quanto se paga nas outras escolas, porque não estou interessado. Se comparar as instalações da EPM com a Escola Internacional de Macau [TIS], comparamos o incomparável. Tem de se olhar para aquilo que a propina engloba.” Sales Marques admitiu analisar casos de famílias com dificuldades devido à pandemia, mas o presidente da APEP não vê como essas situações possam ser resolvidas. “Vão abrir um regime excepcional por cada aluno? No meu caso pessoal, felizmente não entro em situações de dificuldades, mas tenho três filhos na escola e para o ano vou ter quatro. São questões que têm de ser ponderadas.” Contactado pelo HM, José Sales Marques não quis prestar mais declarações.
Hoje Macau SociedadeGrande Baía | Secretária desafia IFT a manter posição de “liderança” A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, desafiou ontem o Instituto de Formação Turística a manter a posição de liderança na Grande Baía, ao nível da formação de quadros qualificados. A “esperança” foi deixada durante o discurso da cerimónia de licenciatura deste ano dos estudantes do IFT. “Espera-se que o IFTM acompanhe, de perto, as necessidades de Macau e da Grande Baía, desempenhando ainda mais o seu papel de liderança nos serviços de formação e educação nas áreas de turismo e lazer, no sentido de contribuir para o desenvolvimento contínuo da sociedade”, afirmou. A secretária apelou ainda à coragem dos alunos para que arrisquem e participem na Grande Baía. “Para abraçar o futuro, não só temos de ter grande coragem, como temos de alargar os nossos horizontes e manter as nossas mentes abertas. A Grande Baía está intimamente ligada à nossa vida, e as oportunidades de desenvolvimento na Grande Baía são únicas para nós”, afirmou. “Os alunos devem aproveitar estas boas oportunidades, atrevendo-se a tentar coisas novas e desenvolvendo as suas potencialidades”, recomendou. Além do desafio, Elsie Ao Ieong U elogiou o contributo da instituição para a integração de Macau na Grande Baía, através da “base”. “A Base de Ensino e Formação em Turismo para a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, estabelecida pelo IFTM, depois de menos de dois anos de desenvolvimento, já tem acções de cooperação estendidas a Zhuhai, Guangzhou e Shunde, em Foshan, assim concretizando gradualmente o conceito de exportar recursos de formação turística de qualidade para o ‘círculo de formação acessível em uma hora’”, reconheceu.
Hoje Macau SociedadeRenovação Urbana | Contratos milionários para empresas estatais A empresa Macau Renovação Urbana assinou ontem dois memorandos de entendimento para as obras no Lote P da Areia Preta, que vão garantir a empresas estatais quase 5 mil milhões de patacas. Em relação à obra mais cara, que envolve a construção das habitações para troca com os lesados do empreendimento Pearl Horizon, os trabalhos vão ser conduzidos pela empresa China Construction Engineering (Macau) a troco de 4,068 mil milhões de patacas. A informação foi divulgada ontem num comunicado da empresa, que apenas comunica em chinês e inglês. A outra obra implica a construção de habitação para troca, ou seja, as casas que poderão ser utilizadas como forma de compensar os proprietários que participarem no programa do Governo de renovação urbana. Os trabalhos implicam um custo de 878,6 milhões de patacas e foram atribuídos ao consórcio constituídos pelas empresas China Road and Bridge Corporation, Coneer Engineering Limited e Top Design Consultants Company Limited. Por outro lado, a empresa avançou também que o concurso público para a construção de mais habitações temporárias está em curso e deve chegar ao fim no final deste mês. Segundo a Macau Renovação Urbana, as obras no Lote P vão criar mais de três mil oportunidades de emprego. A empresa diz ainda estar empenhada em coordenar os diferentes trabalhos de escavação, de forma a evitar ao máximo os condicionamentos no trânsito. As obras de construção no terreno da Areia Preta, onde ia ser erigido o empreendimento de luxo Pearl Horizon, devem ficar concluídas no final de 2024.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeAdvocacia | Ordem quer reactivar Protocolo com AAM no início do próximo ano A Ordem dos Advogados assegura que o Protocolo com a Associação dos Advogados de Macau poderá ser retomado no início do próximo ano, ultrapassado o impasse causado pela pandemia da covid-19. O Bastonário, Luís Menezes Leitão, assegura que “a principal questão” nas negociações prende-se “com a exigência de formação complementar para exercer a advocacia” Pode estar para breve a reactivação do Protocolo entre a Ordem dos Advogados (OA) em Portugal e a Associação dos Advogados de Macau (AAM). Depois de meses de negociações, a OA aponta como prazo para a entrada em vigor o início do próximo ano. “Desde o início que manifestamos concordância com a recuperação do Protocolo, havendo apenas que ultimar as questões que se colocam para efeitos de reciprocidade. A pandemia prejudicou, no entanto, o decorrer das negociações. Temos esperança que, estando tudo resolvido, no início do próximo ano o mesmo possa ser reactivado”, confirmou ao HM Luís Menezes Leitão, Bastonário da OA. A exigência de formação complementar além da licenciatura em advocacia é, para já, o tema que continua a ser discutido. Esta formação é exigida para exercer a profissão no território e ter “o conhecimento da lei local, que é cada vez mais diferente em Portugal e Macau”. “Teremos que acertar em condições de reciprocidade qual a formação exigida para o exercício da advocacia em cada uma das jurisdições”, adiantou o Bastonário. Esta formação prende-se com a necessidade de aprendizagem do Direito de Macau. Um ano de negociações As negociações para que este Protocolo seja reactivado duram há cerca de um ano. Numa entrevista ao HM, Luís Menezes Leitão falou da importância do documento para a OA. “É uma forma de mantermos a nossa ligação em termos jurídicos com Macau onde neste momento existe ainda um grande património jurídico comum. Achamos que ambas as advocacias podem trabalhar em conjunto.” Jorge Neto Valente, presidente da AAM, referiu recentemente que o número de advogados portugueses que vêm para Macau trabalhar é cada vez menor. Em 1999 “havia 87 advogados de pleno direito e 13 estagiários, e a esmagadora maioria, seguramente 70 por cento, eram de língua materna portuguesa”, recordou. “Neste momento, eu diria que 70 por cento [dos inscritos] são de língua materna chinesa”, num universo de “436 advogados e 127 estagiários”, apontou o presidente da AAM em declarações à Lusa. “Há muito poucos [causídicos], porque, além da questão da pandemia, os advogados de Portugal não podem chegar aqui, bater à porta e dizer ‘estou cá’”, disse. Antes de poderem exercer no território, têm de obter autorização de residência e de trabalho, “o que não é fácil”, e “fazer um curso de adaptação ao Direito de Macau”. “Ou então têm de começar pelo estágio, e a maior parte dos advogados não quer ter de fazer estágio outra vez”, explicou Jorge Neto Valente.
Hoje Macau SociedadeMuseu do Grande Prémio | Cerca de 12 mil visitantes no período experimental O Museu do Grande Prémio abriu ontem oficialmente. Apesar de ter capacidade para receber 2.200 visitantes por dia, devido às medidas de prevenção da pandemia vão ser disponibilizadas 1.100 entradas, com um máximo de 284 pessoas por cada período. O Chefe do Executivo presidiu à cerimónia de inauguração. “Em Março deste ano foram concluídas as obras e deu-se início ao seu funcionamento experimental. No início do funcionamento, os turistas ocupavam cerca de 10 por cento do total de visitantes e têm vindo a aumentar até aos actuais 30 por cento. Até ao final de Maio registaram-se 12 mil visitas, tendo-se ouvido também opiniões de diferentes organizações e residentes para ajustamento e aperfeiçoamento de serviços”, disse a directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, ao discursar na cerimónia de inauguração. A DST avançou que os inquéritos recolhidos pelo museu mostram que as peças expostas e serviço de visitas guiadas são os elementos que geram maior satisfação entre os visitantes, enquanto o “desafio g-force”, “sentir uma corrida virtual de moto” e “boxes” são os jogos interactivos mais populares. Além disso, prevê-se que no futuro o museu organize workshops para famílias em cooperação com diferentes organizações. O museu está aberto entre as 10h e as 18h, encerrando à terça-feira.
Pedro Arede SociedadeDetidas 59 pessoas por envolvimento em rede de prostituição A Polícia Judiciária (PJ) deteve ontem de manhã, no bairro do Iao Hon, um total de 59 pessoas por suspeitas de envolvimento numa rede de prostituição. Entre os detidos estão 25 homens e 34 mulheres, dos quais, quatro são residentes de Macau, 45 têm nacionalidade vietnamita, nove são oriundos Interior da China e um é residente de Hong Kong. De acordo com uma nota enviada pela PJ, o caso começou a ser investigado em Janeiro deste ano, no seguimento de denúncias feitas pelos moradores do bairro localizado na zona norte da cidade, a reportar que, sobretudo junto a algumas habitações mais antigas, passou a ser notória a presença de várias mulheres que assediavam, habitualmente, os transeuntes. Com todos os indícios recolhidos, a PJ decidiu montar uma operação pelas 7h00 de ontem num desses edifícios antigos, acabando por deter as 59 pessoas no interior de 28 unidades habitacionais. No decorrer da investigação, a PJ conseguiu descortinar tratar-se de uma rede criminosa de “considerável dimensão” e que os membros da organização tinham uma “clara divisão de tarefas”. Além disso, entre os detidos havia 22 pessoas com visto de trabalhador não residente (blue card). Após as detenções, quatro pessoas acabaram por confessar que estavam a trabalhar como prostitutas. Com estrutura Quanto ao modus operandi da rede, a PJ relatou que os cabecilhas do grupo alugavam as fracções em edifícios antigos para as entregar às mulheres, juntamente com alguns materiais e a promessa de protecção, em troca do pagamento diário de um valor situado entre as 300 e as 500 patacas. Enquanto as fracções eram alegadamente utilizadas para prostituição, outros membros do grupo ficavam nas ruas circundantes de vigia. Ainda de acordo com as autoridades, por cada serviço as mulheres recebiam entre 150 e 200 patacas. À luz da lei, quem como “modo de vida ou com intenção lucrativa, fomentar, favorecer ou facilitar o exercício por outra pessoa de prostituição ou a prática de actos sexuais de relevo, explorando a sua situação de abandono ou de necessidade” pode ser punido com pena de prisão de 1 a 5 anos.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEPM | Pais questionam aumento de propinas na ordem dos 12 por cento Os encarregados de educação da Escola Portuguesa de Macau foram ontem informados do aumento de propinas na ordem dos 12 por cento, mas a Associação de Pais contesta os números e pede explicações sobre a gestão do estabelecimento de ensino. A Fundação que gere a escola diz-se aberta ao diálogo, mas afirma que os aumentos são inevitáveis dada a redução dos subsídios A Fundação da Escola Portuguesa de Macau (FEPM) decidiu aumentar as propinas em 12 por cento, depois de em Fevereiro ter sido proposto um aumento de 15 por cento. Os pais foram ontem informados desta actualização. “Este aumento tem um peso real no bolso dos pais que varia entre 34,05 e 46,19 por cento, dependendo do ciclo de ensino”, disse Filipe Regêncio Figueiredo, presidente da Associação de Pais da EPM (APEP) ao HM. O Governo, através da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude, financia parte destes valores, mas apenas para os portadores do BIR. “Como o subsídio não aumenta com a mesma dimensão da propina, o grande aumento acaba por recair nos encarregados de educação. [Os pais sem BIR] já pagavam bastante mais e vão continuar a pagar mais”, frisou. Estão em causa aumentos, por exemplo, de mais 3.900 patacas anuais no primeiro ciclo, ou de 4.700 patacas por ano no ensino secundário. Filipe Regêncio Figueiredo alerta para casos em que muitos encarregados de educação perderam o emprego ou viram os seus salários reduzidos devido à crise gerada pela pandemia. A APEP não está contra o aumento, mas pede justificações sobre o orçamento e gestão da escola. “No ano lectivo de 2014/2015 a EPM teve um resultado líquido de exercício positivo de perto de 2 milhões de patacas. Passados quatro anos, em 2018/2019, teve um resultado líquido negativo superior a 3 milhões de patacas. Com o número de alunos a subir, que leva ao aumento de propinas, pode haver questões com a contratação de mais professores, mas tenho dúvidas”, adiantou o presidente da APEP. Uma das explicações reside no corte do subsídio, em 1 milhão de patacas, por parte da Fundação Macau (FM), mas é um argumento que também não convence a APEP. “Este aumento [de propinas] é, em média, de 2,5 milhões de patacas, muito acima de 1 milhão cortado pela FM. Não basta dizer que a única forma de reduzir custos é despedir pessoal, porque não é verdade.” Filipe Regêncio Figueiredo diz não compreender “a discrepância entre o valor médio de um salário de um docente e o valor médio de um salário de alguém da direcção, que é três vezes superior”. De frisar que, nos últimos anos houve aumentos residuais de propinas, à excepção do último ano lectivo. FEPM “em dificuldades” Contactado pelo HM, José Sales Marques, administrador e porta-voz da FEPM, garantiu que continuam abertos ao diálogo com os pais, mas que os tempos são outros. “Este ano tivemos de fazer uns acertos porque os custos da escola são, em muitos aspectos, fixos, como os salários, que tendem a aumentar e não a diminuir. A escola tem tido propinas que são relativamente inferiores a outras escolas privadas. Isso só tem sido possível por causa dos subsídios”, frisou. Sales Marques confirmou o corte de subsídios por parte da FM e o facto de “a FEPM ter vindo a cobrir os défices anuais [da EPM] com recurso ao seu fundo de reserva”. O responsável destaca o facto de a situação financeira da EPM se dever “a um problema estrutural”, pois começou com “uma base de propinas muito baixa”. Sales Marques admitiu que o donativo de 65 milhões de patacas feito pela Sociedade de Jogos de Macau (SJM) tem vindo a ser gasto nos últimos anos. “O fundo inicial da FEPM foi de cerca de 25 milhões de patacas e já passamos por muitas dificuldades financeiras que nunca foram reflectidas. Houve anos em que a Fundação Oriente deixou de contribuir, depois houve uma certa reposição de valores, mas sem esses fundos que foram doados, como da SJM, se calhar teríamos de pedir algum ‘socorro’. Mas isso nunca se reflectiu no dia-a-dia da escola. Os salários foram sempre pagos a horas.” Sales Marques explica que há o risco de não se voltar aos antigos valores subsidiados. “Não sei se irá, provavelmente não, haver uma recuperação do ponto de vista dos subsídios que são dados pela FM”, disse, destacando que esta actualização das propinas é necessária “para que no futuro não tenhamos de fazer aumentos ainda maiores”. Sales Marques acrescentou que o maior número de alunos não explica tudo. “O aumento do número de alunos não se reflecte imediatamente no rácio entre o custo por aluno e as receitas que a escola pode gerar. Terá de ser sempre compensado com um aumento de propinas. Nos anos anteriores houve inflação e fomos sempre muito prudentes, não quisemos sobrecarregar as famílias”, rematou.
Hoje Macau Manchete SociedadeCasinos | Receitas atingem números recorde em Maio Os casinos registaram em Maio receitas recorde desde o início da pandemia, mais 492,2% do que em 2020, mas ainda assim apenas um terço do montante arrecadado pelos casinos em 2019, indicaram dados oficiais hoje divulgados. As operadoras registaram receitas de 10.445 milhões de patacas, mais dois mil milhões de patacas do que no mês anterior, de acordo com a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos. A receita bruta acumulada em 2020 é de 42.487 milhões de patacas, mais 28% do que no ano passado. Antes da pandemia da covid-19, contudo, nos primeiros cinco meses de 2019, os casinos já tinham arrecadado 125.691 milhões de patacas. Macau identificou apenas 51 casos de covid-19 desde o início da pandemia, mas as restrições fronteiriças e a ausência de visitantes praticamente paralisaram a economia, quase exclusivamente dependente da indústria dos casinos e do turismo chinês. Após o reinício, no final de setembro, da emissão dos vistos individuais e de grupo da China continental para o território, suspensos desde o início da pandemia, o número de turistas tem subido gradualmente, ainda que continue muito abaixo da média de cerca de três milhões de visitantes registada por mês em 2019. Macau, capital mundial do jogo, é o único local em toda a China onde o jogo em casino é legal. Em 2019 obteve receitas de 292,4 mil milhões de patacas. Contudo, em 2020, devido ao impacto causado pela pandemia, os casinos em Macau terminaram o ano com receitas de 60,4 mil milhões de patacas, uma quebra de 79,3% em relação ao ano anterior.
Hoje Macau SociedadeBNU dá dias extra aos trabalhadores que se vacinem contra a covid-19 O Banco Nacional Ultramarino (BNU) vai oferecer dois dias extra de férias aos trabalhadores inoculados com as duas doses da vacina contra a covid-19 até ao final de Setembro. A medida da empresa foi anunciada ontem num comunicado, depois de um encontro entre o CEO do BNU e os principais directores da instituição. “Temos todos a responsabilidade de fazer a nossa parte para que tenhamos um ambiente de trabalho seguro, para nós e para os nossos clientes”, afirmou, segundo um comunicado do BNU, o CEO durante o encontro. “Tivemos uma excelente resposta e rápida actuação na implementação das medidas de prevenção à propagação do vírus quando este apareceu no princípio de 2020 e devemos mais uma vez demonstrar o nosso compromisso com o Governo na criação de uma imunidade de grupo para proteger toda a comunidade de Macau e apoiar uma rápida recuperação económica”, acrescentou. O banco vai ainda distribuir outros benefícios que diz que vão custar “perto de 1 milhão de patacas”, no caso de ser atingida a meta “um determinado número mínimo de empregados completamente vacinados”. A meta não foi anunciada, mas os benefícios vão ser envolvem “notas por cortar, cupões de dinheiro de diferentes montantes para usufruir num resort seleccionado, notas comemorativas” e vão ser sorteados entre os trabalhadores vacinados. Além disso, o banco vai organizar um seminário com os Serviços de Saúde em que vão ser explicados aos trabalhadores os benefícios da vacinação. O encontro vai decorrer no dia 4 de Junho.