Pedro Arede Manchete SociedadeAcidente | PJ aponta para hipótese de suicídio no Galaxy A Polícia Judiciária apontou possíveis indícios de suicídio no caso do trabalhador que morreu no estaleiro de obras da Galaxy depois de cair de uma altura de 28 metros. Apesar de não existir videovigilância, o cenário de homicídio foi afastado. A DSAL assegura que o local e corredor de onde caiu o homem respeita todas as regras de segurança Um dia depois de um trabalhador da construção civil ter morrido no estaleiro de obras da terceira fase de expansão do Cotai Galaxy Resort, a Polícia Judiciária (PJ) considera existirem indícios que apontam para a tese de suicídio. Numa conferência de imprensa conjunta da polícia e da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), o porta-voz da PJ reportou que, no decorrer da investigação foi excluída, para já, a possibilidade de se tratar de homicídio. Isto, dado que não foram encontrados sinais de violência no local e por ter ficado provado que não se encontravam outras pessoas no corredor aéreo da obra, no momento em que o homem de 31 anos caiu de uma altura de 28 metros. Segundo a PJ, a maior dúvida reside no facto de ninguém ter visto o homem a aceder ao corredor, nem existirem registos do momento por não haver câmaras de videovigilância no local. Além disso, a PJ argumentou ainda que o local é “seguro” e que, chegado ao corredor com 1,02 metros de largura, “normalmente não é possível cair”. Recorde-se que, segundo o empreiteiro da obra, não haveria trabalhos de construção no tecto da estrutura, que o falecido estava incumbido de realizar tarefas ao nível do chão, e não lhe foi pedido para fazer qualquer instalação eléctrica no primeiro andar. A polícia adiantou ainda que não ficou claro porque razão o trabalhador estaria no local de onde caiu. Finanças em cima da mesa A reboque da tese de suicídio, a PJ revelou ainda estar a investigar a situação financeira do funcionário que já trabalhava em Macau há quatro anos, os últimos dois anos no estaleiro de obras da terceira fase de expansão do Cotai Galaxy Resort. A PJ apontou também que, ao chegar ao hospital para onde o homem foi transportado, o médico responsável confirmou que o trabalhador já não apresentava sinais de vida e que trazia vestido o equipamento de segurança, bem como um cinto de segurança reforçado com arnês. O porta-voz da DSAL reiterou que, no decorrer da investigação, ainda não é possível saber como é que o homem acedeu a um dos corredores aéreos da obra que está normalmente destinado a tarefas de manutenção. Além disso, a DSAL assegurou que todas as normas de segurança estavam a ser cumpridas no local. No entanto, a retoma do trabalho no estaleiro só irá acontecer após inspecção ao estaleiro de obras.
João Luz Manchete SociedadeGrande Baía | Zhuhai quer abrir extensões de laboratórios de referência As autoridades de Zhuhai aprovaram legislação que permite abrir extensões dos laboratórios nacionais de referência instalados em Macau. Além disso, a inovação regulamentar irá permitir que projectos de investigação científica financiados por fundos de Zhuhai sejam conduzidos em Macau e Hong Kong Nem só de vistos e imobiliário se faz a integração regional. A Comissão de Assuntos Legislativos do Comité Permanente do Congresso Popular Municipal de Zhuhai aprovou legislação com o intuito de aprofundar a cooperação científica e tecnológica entre a cidade e as regiões administrativas especiais. Com a entrada em vigor do regulamento de promoção da inovação científica e tecnológica na Zona Económica Especial de Zhuhai, passa a ser possível abrir na cidade vizinha extensões dos laboratórios de referência nacionais que estão instalados em Macau, como por exemplo o Laboratório de Referência do Estado da Ciência Lunar e Planetária e o Laboratório de Referência do Estado da Internet das Coisas da Cidade Inteligente. Além disso, investigadores e instituições científicas de ensino superior de Macau e Hong Kong, assim como empresas privadas, vão ter direitos de propriedade, uso e pesquisa de projectos financiados por fundos de Zhuhai, desde que os projectos não sejam relativos a segurança nacional ou de interesse público, apontaram as autoridades do Interior sem especificar. É também referido que o departamento de inovação científica e tecnológica de Zhuhai irá aprofundar a cooperação com a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico e o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia. Todos juntos A ideia das autoridades é acelerar a cooperação de Zhuhai com as regiões administrativas especiais através de laboratórios conjuntos e atrair capital e talentos de Macau para projectos inovadores. Por outro lado, os responsáveis municipais da cidade vizinha pretendem construir um centro de intercâmbio científico e tecnológico entre países de língua portuguesa e a China, tendo Macau como plataforma, para a transferência de conhecimento tecnológico e cooperação científica. No sentido de fomentar o interesse empresarial e individual serão também estabelecidos prémios para distinguir “resultados notáveis e grandes contribuições de inovação científica e tecnológica”, informaram ontem as autoridades de Zhuhai em comunicado. O volume do investimento em ciência e inovação no município vizinho corresponde a 3,15 por cento do seu PIB, o segundo mais elevado de Guangdong.
João Luz Manchete SociedadeCotai Galaxy | Queda de altura de cinco andares faz mais um morto Um trabalhador da construção civil morreu ontem de manhã no estaleiro da obra de expansão do Cotai Galaxy Resort, depois de cair de uma altura equivalente a um 5.º andar. Na sequência do acidente, a DSAL enviou uma equipa para o local e suspendeu os trabalhos a mais de dois metros de altura Um trabalhador não-residente morreu ontem depois de ter caído de uma altura equivalente a um 5.º andar no estaleiro das obras da terceira fase de expansão do Cotai Galaxy Resort. Por volta das 09h10 de ontem, o Corpo de Bombeiros recebeu uma chamada a reportar a queda de um operário que estaria a trabalhar num local com altura equivalente a um quinto andar. Segundo noticiado nos meios de comunicação social em língua chinesa, o homem de 31 anos, oriundo do Interior da China, estaria a usar um cinto de segurança reforçado com arnês, estando ainda por apurar a causa do acidente, de acordo com informação prestada pela Polícia Judiciária. As autoridades informaram ainda que, segundo o empreiteiro, não haveria trabalhos de construção no tecto da estrutura e que o falecido estava incumbido de realizar tarefas ao nível do chão, e não lhe foi pedido para fazer instalação eléctrica no primeiro andar. A polícia adiantou ainda que não ficou claro porque razão o trabalhador estaria no local de onde caiu. A mesma fonte reportou que o trabalhador, portador de blue card, apresentava um quadro clínico onde constava uma severa hemorragia nas costas, múltiplas fracturas e não tinha pulso quando os bombeiros o socorreram. O homem foi transportado de ambulância para o Centro Hospitalar Conde de São Januário, onde foi declarado o óbito. DSAL no local Uma equipa da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) deslocou-se ao estaleiro para apurar as circunstâncias em que ocorreu o acidente e para dar início à investigação, ordenando à construtora que interrompesse de imediato todos os trabalhos realizados a uma altura de dois metros do solo. Em comunicado, a DSAL reiterou que “a vida e segurança dos trabalhadores é preciosa” e que, “de acordo com o Regulamento de Higiene no Trabalho da Construção Civil de Macau, as empresas construtoras estão obrigadas a conduzir avaliações de segurança dos locais de trabalho, a formular procedimentos de segurança e a supervisionar os trabalhadores” para assegurar que as medidas de segurança são postas em prática. Além de expressar “grande preocupação” com o acidente, a DSAL apresentou “as suas mais profundas condolências à família do falecido” e prontificou-se a prestar assistência no acompanhamento de um eventual pedido de indemnização por acidente de trabalho. Este não é o primeiro acidente fatal no estaleiro da Galaxy. Em Março do ano passado, três pessoas morreram esmagadas pela queda de uma plataforma, nas obras de construção da terceira fase de expansão do Cotai Galaxy Resort. Outras quatro pessoas ficaram feridas e foram socorridas no local pelos bombeiros e transportadas para um hospital. Os falecidos eram também trabalhadores não-residentes, com 19, 40 e 52 anos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Espaços de entretenimento reabrem esta quarta-feira A variante Delta chegou a Macau, mas o Governo não pondera, para já, reduzir a quarentena para quem vem do estrangeiro, porque lá fora o risco de contaminação é “muito maior”. Ontem, foram também apresentadas novas orientações para quem apresenta sintomas A partir das 00:00 de amanhã os espaços de entretenimento voltam a poder abrir portas. O levantamento das restrições impostas a 5 de Agosto, e que implicaram o encerramento de bares, discotecas ou salas de dança foi anunciado através de um despacho do Chefe do Executivo, publicado em Boletim Oficial. O anúncio foi depois comentado na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia: “Amanhã atingimos 14 dias sem casos novos e as pessoas que estão na zona vermelha e nas observações médicas nos hotéis, depois de serem testadas mais uma vez e apresentarem resultados negativos, passam a ter um código verde”, afirmou Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. “Os 14 dias significam que não houve mais casos positivos e que não há a situação de uma transmissão na comunidade, o que vai resultar num levantamento das medidas de controlo”, acrescentou. O levantamento das medidas não significa que todas as pessoas em quarentena possam sair já dos hotéis e outros espaços designados. Os 14 dias são contados a partir do momento em que se acredita que houve o contacto próximo com os casos infectados ou com as amostras ambientais. Macau registou quatro infecções de covid-19 da variante Delta, o que levou à imposição de quarentenas de 21 dias, além de uma autogestão, ou seja, quando a pessoa volta à comunidade, de sete dias. No entanto, neste capítulo, para quem vem do estrangeiro, zona considerada de alto risco, não se esperam grandes mudanças, mesmo que o critério de incubação para as infecções locais com a variante Delta seja de apenas 14 dias. “Em Macau conseguimos dominar o risco de contaminação. Logo após os casos da variante Delta fizemos muitos trabalhos, como uma testagem maciça e as quarentenas para os contactos próximos”, começou por justificar Leong Iek Hou, sobre a dualidade de critérios. “No estrangeiro a propagação na comunidade nunca parou e o risco de contaminação é muito mais elevado do que as pessoas nas zonas amarelas e vermelhas em Macau. No estrangeiro há muitos casos, e o risco é muito maior”, considerou. Novos critérios Também ontem, o Governo anunciou novas orientações para lidar com quem apresenta potenciais sintomas de infecção. De acordo com Tai Wa Hou, médico-adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário (CHCSJ), dependendo dos sintomas, as pessoas passam a ser classificadas em três níveis baixo, médio e alto. Se uma pessoa apresentar sintomas ligeiros, como apenas tosse ou dor de garganta, então deve fazer a marcação de um teste dentro de 24 horas. O exame pode ser feito nos postos comunitários, ou nos hospitais Conde São Januário, MUST e Kiang Wu, e os resultados aguardam-se em casa. No nível médio, ficam aqueles que apresentam sintomas ao mesmo tempo que contactos próximos ou depois de terem estado em contacto com pessoas com sintomas. Neste nível, ficam também os que têm contacto com pessoas de risco elevado e trabalham em posições de atendimento à população. Nestas duas situações, é necessário fazer um teste rápido, sem ter de ficar na fila. O nível mais elevado é classificado de alto risco e aplica-se a trabalhadores das fronteiras que tiveram contacto com pessoas infectadas ou que apresentaram sintomas graves. O tempo de contacto tido em conta é de 28 dias. Nesta situação, é pedido às pessoas que se dirijam urgentemente aos hospitais e que aguardem pelos resultados. Quem relatar sintomas passa a apresentar um código de saúde amarelo, que só é convertido em verde depois de um teste com resultado negativo.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeApostas desportivas | Advogados defendem nova legislação Os advogados Pedro Cortés e Luís Machado defendem, num artigo publicado no portal Lexology, que Macau deve ter um novo quadro regulatório sobre apostas desportivas, que possibilite a entrada no sector de mais operadoras e crie uma nova fonte de receitas de jogo As autoridades de Macau devem rever a legislação relativa às apostas desportivas. É esta a ideia deixada pelos advogados Pedro Cortés e Luís Machado no artigo “Sports betting in Macau – opportunity to change the games” [Apostas desportivas em Macau – oportunidade para alterar os jogos], publicado no portal Lexology. “Os recentes desenvolvimentos no mercado de apostas desportivas em todo o mundo, especialmente nos EUA, podem ter impacto no que deveria ser a diversificação das oportunidades de jogo disponibilizadas pelas operadoras de jogo de Macau”, pode ler-se. Os autores do artigo defendem que as operadoras têm feito uma “sensata interpretação” da lei em vigor, destacando o exemplo do campeonato do mundo da FIFA em 1998. “É agora tempo de introduzir uma nova lei e rever a actual legislação das apostas desportivas, expandido o número de operadoras bem como os desportos onde as apostas são permitidas.” Desta forma, “uma nova política” e também “um novo regime legal” podem “prevenir os residentes e turistas de Macau de apostarem em plataformas legais estrangeiras e ilegais”. Numa altura em que o sector do jogo enfrenta o problema da quebra de receitas devido à pandemia, que afastou visitantes do território, Pedro Cortés e Luís Machado acreditam que as apostas desportivas podem “constituir uma nova fonte de receitas para a região, diversificado o mercado de jogo e, de certa forma, trazer novos tipos de negócios a Macau, incluindo empresas de tecnologia (um mercado com crescimento expectável nos próximos anos)”. Fracas receitas O artigo, publicado na quinta-feira, recorda o facto de o segmento das apostas desportivas no território representar uma fatia “insignificante” no “bolo” das receitas do jogo. No ano passado, as apostas em jogos de futebol e basquetebol registaram apenas 543 milhões de patacas, enquanto que no primeiro trimestre deste ano foram de 151 milhões. No entanto, destacam os autores, as quantias envolvidas nestas apostas “foram mais significativas”, ou seja, 5,731 milhões de patacas no ano passado e 1,725 milhões nos primeiros três meses deste ano. Os advogados recordam também que a pandemia acabou por causar um impacto menos significativo nesta área. “Apesar de estes valores poderem parecer insignificantes, comparando com os obtidos pelos jogos de casinos, as apostas desportivas não foram afectadas pela pandemia da mesma forma que foram os casinos”. Os juristas referem também a última revisão contratual entre o Governo e a concessionária Macau Slot Co Ltd., que entrou em vigor no passado dia 6 de Junho, e que introduziu “um desenvolvimento importante – a alteração de um modelo exclusivo de concessão, operado por uma única entidade, para um modelo de concessão que permite mais do que uma concessionária nas lotarias desportivas”. O primeiro contrato firmado com a Macau Slot data de 1989 sendo que, em 1998, aquando do campeonato do mundo de futebol, a concessionária conseguiu autorização para explorar apostas desportivas nesse segmento.
Hoje Macau Manchete SociedadeLGBT | Casal gay de cidadãos de Taiwan e Macau casou sexta-feira Um casal homossexual composto por um cidadão de Taiwan e outro de Macau contraiu matrimónio em Taipé na sexta-feira, após vencer um processo histórico, que anulou a interdição a casamentos com estrangeiros de territórios onde o casamento ‘gay’ é ilegal. A Associação Arco-Íris de Macau destacou a importância do momento e felicitou o casal O histórico nó está dado. Na sexta-feira, um residente de Macau e um cidadão de Taiwan casaram-se, oficializando o primeiro matrimónio entre um cidadão da Formosa e um estrangeiro natural de um território onde o casamento gay não é reconhecido legalmente, depois de uma intensa batalha judicial. Recorde-se que Taiwan tornou-se em Maio de 2019 o primeiro território da Ásia a legalizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo. No entanto, a lei estipula que os taiwaneses podem casar com estrangeiros do mesmo sexo, desde que sejam provenientes de um país onde o casamento homossexual é também permitido. Ting Tse-yen e o seu parceiro, Leong Chin-fai, de Macau, intentaram uma acção judicial contra esta restrição e acabaram por ganhar o processo. A excepção atribuída pelo tribunal só se aplica ao casal, sendo que outros casais estrangeiros do mesmo sexo terão que abrir processos semelhantes. “Esta é uma primeira vitória. Outros casais estrangeiros ainda não podem casar-se e nós pedimos total reconhecimento”, disse Ting, de 29 anos. “Esperamos que isto torne o Governo ciente da necessidade de igualdade”, afirmou Leong, de 33 anos. A decisão que ordena ao Governo o registo do casamento entre pessoas do mesmo sexo foi proferida em Maio pelos tribunais. Dois anos de noivado A boa nova foi recebida com jubilo pela Associação Arco-Íris de Macau. Anthony Lam, que preside à associação de defesa dos direitos LGBT no território, afirmou que a notícia do matrimónio deixou todos os membros da Arco-Íris “entusiasmados e animados”. “Tanto quanto sabemos, este foi o primeiro casamento do género em Taiwan, de natureza interjurisdicional entre pessoas do mesmo sexo”, acrescentou o activista. Reconhecendo que em Macau não foram feitos progressos em direcção à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a associação salienta que o casamento é um direito e uma opção pessoal. “Cada indivíduo tem a liberdade de escolher se quer casar, e ter o direito a fazê-lo quando desejar”, refere Anthony Lam. Além de salientar o marco histórico que representa o matrimónio entre Ting e Leong, por trazer para a ribalta casos de pessoas que estão em situação semelhante, a Associação Arco-Íris de Macau desejou ao casal “uma maravilhosa vida conjunta, repleta de amor”. Importa recordar que em 2019, os dois homens solicitaram que o seu casamento fosse registado, mas o pedido foi rejeitado. “Esperámos dois anos e finalmente podemos casar-nos”, disse Ting. O casal foi co-fundador de uma associação que visa ajudar mais de 100 taiwaneses cujos parceiros vêm de países onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é legal, incluindo a China continental, o Japão, a Tailândia e o Vietname. “O casamento é um direito humano básico e é inimaginável que, por ser originário de um determinado país, o parceiro seja discriminado”, disse a advogada do casal, Victoria Hsu. A ilha está na vanguarda dos direitos dos homossexuais. Em 2019, 200.000 pessoas participaram da Marcha do Orgulho de Taipé para celebrar a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Desde a entrada em vigor da lei, cerca de 6.000 casais oficializaram a sua união.
Pedro Arede SociedadeSSM | Apenas 65% de pessoal médico vacinado O coordenador do plano de vacinação, Tai Wa Hou revelou na passada sexta-feira que a taxa de vacinação entre os profissionais dos Serviços de Saúde é de cerca de 65 por cento. Segundo o responsável, o pessoal médico tem a responsabilidade e o dever de dar exemplo à população, assumindo a toma da vacina em primeiro lugar. “Os profissionais da linha da frente, especialmente os médicos, enfermeiros e outros trabalhadores da área da saúde devem ser um exemplo para mostrar que a vacina é segura e eficaz para combater a covid-19. E também têm esse dever de serem os primeiros vacinados”, referiu Tai Wa Hou segundo o canal português da TDM-Rádio Macau. Ao mesmo tempo, o médico assegurou que a vacina não será obrigatória para o pessoal médico e que os profissionais com risco mais elevado de contágio serão submetidos a testes de ácido nucleico. Quanto à taxa de vacinação entre os profissionais de saúde dos Hospital Kiang Wu e Hospital Universitário do MUST, Tai Wa Hou apontou que é também de cerca de 65 por cento. Até às 16h00 de sexta-feira, a percentagem de vacinação em toda a população era de 44,2 por cento e a taxa de vacinação entre os funcionários públicos é de cerca de 40 por cento. Em termos de vacinas dadas, foram administradas 547.953 doses, num total de 302.079 pessoas vacinadas, das quais, 54.396 com a primeira dose e 247.683 pessoas com as duas doses da vacina.
Pedro Arede SociedadeTestes | Homem que atacou agentes arrisca mais de 5 anos de prisão O caso de um residente que insultou e atacou funcionários dos Serviços de Alfândega num posto de testagem na Taipa foi encaminhado para o Ministério Público (MP), podendo o arguido vir a ser condenado a uma pena superior a 5 anos de prisão. Segundo o MP, o caso ocorreu no posto do Terminal Marítimo da Taipa no passado dia 10 de Agosto, para onde o homem foi levado pela polícia, após não ter realizado o teste contra a covid-19 durante o período de testagem em massa da população. Já no posto, e após ter sido testado, o homem recusou-se a esperar pelo resultado do exame, dando início às agressões. “Repentinamente [o arguido] ficou emocionalmente desequilibrado durante a espera, insultou e empurrou várias vezes dois funcionários dos Serviços de Alfândega que, entretanto, o vieram aplacar e cuidar”, pode ler-se em comunicado. De seguida, ignorando os avisos das autoridades, o homem tentou fugir da zona de espera e “atacou dois funcionários que o impediram de cometer tal infracção”, provocando ferimentos na cara e danos nos óculos a um deles. O residente é suspeito da prática dos crimes de resistência e coacção, injúria agravada, dano, e desobediência qualificada sendo puníveis, respectivamente, com pena de prisão de 4 meses e 15 dias a 5 anos ou com pena de multa, e em caso de cúmulo jurídico, até com a soma das penas aplicadas a cada um dos crimes em causa.
João Luz Manchete SociedadeGalaxy | Receitas do segundo trimestre mantêm tendência positiva Na primeira metade do ano, a Galaxy acumulou lucros de 947,1 milhões de dólares de Hong Kong, resultado que contrasta com as perdas de 2,86 mil milhões de dólares de Hong Kong do primeiro semestre de 2020. O CEO do grupo realça que este foi o quarto trimestre consecutivo de recuperação A Galaxy Entertainment Group divulgou ontem os resultados do segundo trimestre do ano, de onde se retira um cenário oposto ao vivido no ano passado. Feitas as contas, nos primeiros seis meses do ano a operadora amealhou 947,1 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) em lucros, número que contrasta com os prejuízos de 2,86 mil milhões de HKD do primeiro semestre de 2020. Em termos de receitas brutas, nos primeiros seis meses de 2021 a operadora de jogo apurou 9,48 mil milhões de HKD, o que representa um crescimento de 65,8 por cento, face aos 5,71 mil milhões de HKD de igual período do ano transacto. Quanto às receitas apuradas pelo segmento não-jogo, nomeadamente hotéis e centros comerciais, no primeiro semestre deste ano verificou-se um crescimento de 104,6 por cento, para quase 1,39 mil milhões de HKD, em relação aos primeiros seis meses de 2020. No comunicado que acompanhou os resultados à bolsa de valores de Hong Kong, o presidente da Galaxy, Lui Che Woo, dá particular ênfase ao facto de o período entre Abril e Junho ter marcado o quarto trimestre consecutivo de ganhos, apesar dos esporádicos surtos de covid-19 na província vizinha. Quanto às receitas líquidas, a Galaxy reportou 10,66 mil milhões de HKD no primeiro semestre de 2021, o que representou uma subida de 71,3 por cento em relação aos 6,22 mil milhões de HKD de igual período de 2020. As casas de grupo Sem surpresa, a performance do grupo ficou a dever-se aos resultados do Galaxy Cotai, que vem trilhando um caminho de recuperação gradual, desde que a pandemia contaminou a economia global. No primeiro semestre de 2021, o resort do Cotai acumulou receitas líquidas de 7,23 mil milhões de HKD, o que representou um crescimento de 88,4 por cento em relação aos quase 3,84 mil milhões de HKD correspondentes ao período análogo do ano passado. Na península, a principal propriedade do grupo, o Hotel StarWorld, acumulou no primeiro semestre deste ano receitas líquidas de 1,95 mil milhões de HKD, mais 79,6 por cento verificadas nos primeiros seis meses de 2020.
Pedro Arede Manchete SociedadeEconomia | “Situação vai continuar no próximo meio ano”, Jorge Neto Valente O empresário Jorge Neto Valente defende que, a curto prazo, as perspectivas económicas são “muito más” e que a situação se deve arrastar, pelo menos, por mais seis meses. Para o sócio da fábrica de máscaras criada em 2020 em Macau, o novo surto prova que “é preciso ter capacidade de produção local” A reboque do prolongamento da pandemia e do surgimento de novos casos de covid-19, o empresário Jorge Neto Valente considera que o tecido empresarial de Macau está a atravessar um “momento difícil” e não vê melhorias no horizonte dos próximos seis meses. “Há muitas empresas a entrar em falência e outras que vão entrar (…) muito em breve. A situação está mesmo muito má, porque os turistas são praticamente inexistentes, a pandemia piorou e as poupanças que as pessoas tinham estão a chegar ao fim. Portanto, o ciclo é bastante mau. A curto e a médio prazo, as perspectivas são muito más e toda a gente concorda que a situação vai continuar assim, pelo menos, nos próximos seis meses, se não for mais”, apontou ao HM. Apesar de referir que, face ao novo surto de covid-19, as empresas de Macau estão a colaborar plenamente com todas as regras e medidas de contingência implementadas pelos Serviços de Saúde, Neto Valente afirma que, do ponto de vista comercial há “um grande problema”. Isto, quando passados praticamente dois anos, as empresas continuam a “sofrer muito”, sem que haja uma perspectiva para o final das consequências da pandemia. Para o empresário, a incerteza dos tempos e a realidade do novo contexto deve servir para motivar as empresas a puxar pela capacidade de adaptação, independentemente de o vírus poder vir a ser controlado ou de ser adoptada uma política fronteiriça mais flexível. “Não adivinho o futuro, mas, como empresários (…) o que temos de fazer é adaptar-nos à realidade actual e sobreviver num novo contexto através da experiência adquirida. Mesmo que o sector recupere um pouco e que os turistas comecem a voltar (…) temos de saber como vamos sobreviver perante um futuro em que o sistema fiscal tem menos receitas económicas”, defendeu. Receita da casa Jorge Neto Valente, também sócio de uma fábrica de máscaras criada no ano passado em Macau, apontou ainda que o novo surto local de covid-19 veio provar a importância da capacidade de produção dentro de portas. Sobretudo, quando o surgimento de novos casos implica alterações às regras de passagem fronteiriça e, consequentemente, constrangimentos ao nível do abastecimento de mercadorias no território. “Este último surto veio provar que é preciso ter capacidade de produção local. Mal surgiram os novos casos, no dia seguinte, houve uma corrida aos testes de ácido nucleico e (…) à compra de máscaras”, começou por explicar. “Sentimos, desde logo, que houve mais procura [por máscaras]. O problema que se põe é que [como se viu], quando há surtos, não se consegue importar nada porque os próprios condutores de camiões de mercadorias ficaram imediatamente condicionados a nível fronteiriço pela obrigatoriedade de apresentar testes de ácido nucleico com a validade de 12 horas”, partilhou com o HM.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Quarentena e teste para contactos próximos de infectados Quem esteve em contacto próximo com dois dos quatro infectados com covid-19 deve fazer quarentena de dois dias e dois testes de ácido nucleico em três dias. Os residentes infectados foram interrogados pela Polícia Judiciária e divulgaram novas paragens dos seus percursos, incluindo duas lojas de telemóveis no Fai Chi Kei e Rua Coelho do Amaral O Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus decretou novas medidas para quem esteve em contacto próximo com dois dos quatro infectados do recente surto local de covid-19. Os funcionários e clientes da sede do banco ICBC, no edifício Landmark, vão ter de fazer dois testes no período de três dias. Já os funcionários que trabalham no oitavo andar do edifício da Associação Geral das Mulheres vão ser sujeitos a quarentena por apenas duas noites, além de realizarem o mesmo número de testes. Os funcionários da recepção que trabalham no terceiro andar do edifício da Administração Pública também estão sujeitos às mesmas regras. Entretanto, foram divulgadas novas informações quanto ao percurso de dois dos quatro infectados, que foram interrogados pela Polícia Judiciária (PJ). No dia 31 de Julho ambos entraram em duas lojas de telemóveis, da CTM, situada no edifício The Praia, no Fai Chi Kei, e da Hutchinson, na Rua Ferreira do Amaral. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, um dos infectados estava de baixa para acompanhamento de doente e terá feito deslocações nos dias 29 e 31 de Julho. “Foi através do interrogatório [da PJ] que os dois pacientes se conseguiram lembrar do seu percurso, mas ainda vamos tentar apurar se haverá mais informações nos próximos dias. Os dois pacientes não tinham certeza das suas deslocações nesses dias e pedimos a colaboração dos agentes da PJ para um só interrogatório. Se houver necessidade, vamos convidar os agentes para nos ajudar”, referiu Leong Iek Hou, coordenadora do Centro de Coordenação. A responsável não conseguiu adiantar se a informação foi ocultada propositadamente. “Segundo a lei, qualquer pessoa que oculte informação de propósito, causando a transmissão do vírus, tem de assumir as responsabilidades. Há normas claras sobre isso, mas será que as duas pessoas ocultaram a informação? Ainda estamos a analisar.” A responsável frisou que a implementação de um “código de deslocação segura” poderia ser “uma boa solução” para saber os percursos de pessoas de contacto próximo com infectados. UM com teste negativo Entretanto, o edifício da Administração Pública fechou ao público, abrindo portas na segunda-feira após a desinfecção completa. Cerca de 600 funcionários públicos que trabalham neste edifício já foram testados. Também o edifício da Associação Geral das Mulheres fechou portas. Um funcionário da Universidade de Macau (UM) esteve, no dia 27 de Julho, no mesmo restaurante que um dos quatro infectados, incidente que o levou a fazer o teste de ácido nucleico na quarta-feira, com resultado negativo. Numa nota de imprensa, a UM informa acompanha a situação e que irá adoptar novas medidas preventivas caso seja necessário. Tai Wa Hou, responsável pelo programa de vacinação, adiantou que 40 por cento dos funcionários públicos foi vacinado. Sobre as eleições, agendadas para 12 de Setembro, Leong Iek Hou referiu que a Comissão para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa foi contactada, mas nada foi dito sobre um possível adiamento. Burla | PJ alerta para chamadas de falso funcionário dos SSM A Polícia Judiciária (PJ) alertou ontem para uma alegada burla telefónica em que um falso funcionário dos Serviços de Saúde entra em contacto com as vítimas dizendo que “um documento importante dos Serviços de Saúde ainda não foi levantado”. Num comunicado divulgado ontem, a PJ diz que o caso foi reportado por um cidadão que, ao ouvir a gravação em cantonês e mandarim, desligou de imediato a chamada. “Até ao presente, a PJ não recebeu nenhuma queixa relacionada com uma situação deste tipo. Contudo, os burlões mudam sempre as formas de actuação, pelo que a PJ alerta os cidadãos para prestarem a maior atenção e tomarem medidas preventivas”, pode ler-se na mesma nota. Testes | Leong defende participação de médicos privados O deputado Leong Sun Iok considera que, na eventualidade de novas rondas de testagem em massa da população, o Governo deverá requisitar o contributo de profissionais de saúde do sector privado. Citado pelo jornal Ou Mun, o deputado sugere ainda que antes que seja necessária uma nova ronda de testagem, o Executivo deve dar formação a estes profissionais, reduzindo assim a pressão acumulada dos trabalhadores da linha da frente do sector público que mostraram ser “em número insuficiente”.
Pedro Arede Manchete SociedadeHomem detido por fotografar debaixo de saias tem 4.200 imagens Um cozinheiro foi detido por tirar fotografias por baixo da saia de uma mulher, dentro de um elevador localizado perto da Praça de Ferreira do Amaral. O homem, que admitiu ser viciado nesta prática, desde o final de 2020, armazenou, em menos de um ano, 4.200 imagens em três dispositivos diferentes O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deteve na passada terça- -feira um residente de Macau com 40 anos por suspeitas da prática do crime de devassa da vida privada. Em causa, está o facto de o homem, cozinheiro de profissão, ter captado imagens de forma clandestina por baixo da saia de uma mulher, enquanto viajava num elevador localizado na Rua de Sintra, juntamente com um grupo de amigas. De acordo com o relato apresentado pela vítima no seguimento da queixa efectuada às autoridades, enquanto viajava de elevador na segunda-feira, uma das amigas suspeitou do comportamento anormal por parte de um homem que se encontrava no mesmo espaço. A amiga ainda indagou o homem sobre o que estaria a fazer mas não obteve resposta. Ao saírem do elevador, a amiga partilhou o seu receio com a vítima que, de imediato, foi atrás do homem. Quando o alcançou pediu-lhe para mostrar a galeria de imagens do smartphone, mas não conseguiu ver qualquer imagem suspeita. A vítima insistiu com o homem e, no momento em que ameaçou ligar à polícia, o homem fugiu. No decurso da investigação e recorrendo às imagens recolhidas pelas câmaras de videovigilância, o CPSP conseguiu localizar o suspeito na sua residência, situada na Rua de João de Araújo, onde viria a ser detido na terça-feira. Confirmado, ficou igualmente que, após ter sido abordado pela vítima, o suspeito pegou no carro para concretizar a fuga. A culpa é da internet Durante o interrogatório, o homem confessou o crime, admitindo igualmente que o vício de fotografar clandestinamente partes íntimas de mulheres, teve início em 2019 quando começou a interessar-se por vídeos pornográficos que encontrou online e cujo tema visava precisamente o registo fotográfico por baixo de saias. Inspirado pela receita que encontrou online, no final de 2020, o cozinheiro decidiu começar a fotografar mulheres de saia clandestinamente, tendo escolhido a zona da Praça de Ferreira do Amaral para actuar. Segundo o porta-voz do CPSP, o suspeito escolheu a Praça de Ferreira do Amaral “por haver muitas mulheres de saia naquela zona da cidade”. No decurso da investigação, o CPSP apreendeu na residência e no veículo do suspeito, dois smartphones e um tablet. Armazenadas nos três equipamentos estavam, no total, 4.200 imagens da mesma índole, captadas pelo homem desde o final de 2020. Dessas, quatro fotografias dizem respeito à vítima que apresentou queixa. O caso seguiu para o Ministério Público (MP), onde o suspeito vai responder pela prática do crime de devassa da vida privada. A confirmar-se a acusação, o cozinheiro pode ser punido com pena de prisão até 2 anos ou de multa até 240 dias.
Pedro Arede Manchete SociedadeEducação sexual | DSEDJ não aborda homossexualidade Os Serviços de Educação afirmaram ao HM que a criação de valor sexual e de consciência de género correctas passa por ensinar os alunos a aceitarem as diferenças entre os dois sexos e a construir relações humanas saudáveis. A Comissão da Luta contra a Sida apontou que o aumento de infecções por HIV resultantes de contacto homossexual é uma tendência que “não pode ser ignorada” Sem fazer referência ao tema da homossexualidade, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) afirmou que a formação de valores sexuais e da consciência de género correctas passa por ensinar os jovens a aceitar as diferenças entre sexos, a aceitarem-se a si próprios e a construir relações humanas saudáveis. A resposta vem no seguimento da apresentação feita pelo organismo, aquando da 1.ª reunião de trabalho da Comissão de Luta Contra a Sida, realizada a 22 de Julho em articulação com os Serviços de Saúde (SSM) e o Instituto de Acção Social (IAS). Na ocasião, o director dos SSM, Alvis Lo Iek Lo, apontou que o “acréscimo de casos de infecção por contacto do mesmo sexo” é uma tendência que “não pode ser ignorada”. Por seu turno, Chan Ngai Hong, chefe do Centro de Educação Moral da DSEDJ afirmou que, tendo em vista a promoção da educação sexual, foram realizadas actividades pedagógicas preventivas, que tinham como objectivo “apoiar os alunos a criar valor sexual e consciência de género correctos”. Questionada, neste contexto, sobre o significado da criação de uma “consciência de género correcta”, a DSEDJ respondeu assim: “Em articulação com as necessidades de trabalho da Comissão de Luta Contra a Sida, compete à DSEDJ promover e fiscalizar o trabalho relativo à saúde sexual dos jovens. A DSEDJ apresentou, principalmente, os trabalhos relativos à formação dos valores sexuais e da consciência de género nos alunos, cujo conteúdo envolve ensinar aos alunos como construir uma relação humana saudável, aceitar as diferenças entre os dois sexos e o respeito mútuo, compreender as mudanças físicas e psicológicas, aceitar-se a si próprios e respeitar as mudanças dos outros durante o seu crescimento, etc.”, pode ler-se numa nota enviada ao HM. No âmbito da educação para a prevenção da Sida, a DSEDJ assegurou ainda ter promovido acções para passar aos alunos, “conhecimento sobre a transmissão da Sida, como cuidar dos pacientes com esta doença, como recusar o preconceito e a discriminação”. Em alerta Recorde-se que das 34 infecções por HIV registadas entre residentes de Macau até Junho de 2021, 23 foram causadas por contacto homossexual ou entre pessoas transgénero. A estatística revelada pela secretária-geral da Comissão de Luta contra a Sida, Leong Iek Hou, aquando da 1.ª reunião de trabalho de 2021 do organismo, contabiliza ainda que, dos 34 casos registados entre Janeiro e Junho deste ano, 29 dizem respeito a homens e cinco são mulheres. Apesar de Macau ser uma região de baixa incidência, Alvis Lo afirmou que face à tendência crescente de infecções por HIV resultantes de contactos homossexuais, os SSM vão alargar os serviços de prevenção e controlo da Sida a este grupo.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Revelados novos dados sobre percurso de dois infectados O casal da família de quatro infectados com covid-19 passou pelos edifícios da Administração Pública e pela Associação Geral das Mulheres no dia 29 de Julho, além de se ter deslocado a um banco dois dias antes, no edifício Landmark. Autoridades pedem contacto de pessoas que estiveram nestes locais Os responsáveis do Centro de Coordenação e Contingência do novo tipo de coronavírus adiantaram ontem novos dados sobre o percurso feito em Macau por dois de quatro infectados com covid-19. No dia 27 de Julho os pais da família infectada foram a uma sucursal do banco ICBC no edifício Landmark entre as 16h30 e as 18h30. Dois dias depois, o casal deslocou-se de motociclo à Rua do Campo e foi ao terceiro andar do edifício dos Serviços de Administração e Função Pública, entre as 11h e as 12h e ao quinto andar do edifício da Associação Geral das Mulheres entre as 14h30 e as 14h40. No mesmo dia, voltaram à mesma sucursal do banco, onde estiveram entre as 15h e 15h30. Foi, assim, pedido que quem tenha estado nestes lugares, à mesma hora que os residentes infectados, entre em contacto com o Centro de Coordenação. Relativamente aos percursos das carreiras de autocarros que transportaram infectados, as autoridades informaram ter contactado 150 passageiros. O Centro de Coordenação adiantou ainda que a aluna da Escola Secundária Hou Kong terá sido infectada com covid-19 no voo entre Zhuhai e Xian. Quando regressou ao território não fez novo teste de ácido nucleico depois do primeiro teste, negativo, realizado a dia 18 de Julho. “Segundo os nossos critérios ela poderia regressar a Macau [sem novo teste], pois na madrugada de 25 de Julho o certificado ainda estava válido e não tinha de fazer novo teste.” As autoridades estão neste momento a controlar duas zonas vermelhas de contágio, na Rua da Emenda e Rua do Coelho do Amaral, com um total de oito edifícios residenciais. Até à data apenas duas pessoas foram transferidas para hotéis para quarentena por não terem condições em casa. Atrasos explicados Os responsáveis do Centro de Coordenação foram ainda questionados sobre atrasos ou falta de informações concedidas aos moradores que residem em zonas vermelhas sobre a realização de quarentena. Leong Iek Hou referiu que os atrasos podem dever-se a mudanças de morada, uma vez que a alteração da cor do código de saúde foi feita segundo a morada registada nos Serviços de Identificação. “A 3 de Agosto cercámos essas zonas e os seus moradores já estavam sob gestão. Na altura tínhamos de encontrar as pessoas de alto risco, e como tínhamos prioridades de trabalho só depois emitimos os despachos [para a realização das quarentenas]”, rematou a coordenadora. Em relação à zona de Seac Pai Van, os residentes estão isentos de fazer um novo teste de ácido nucleico, após o posto de saúde ter sido desinfectado duas vezes. Neste momento, a taxa de vacinação é de 43,5 por cento, disse Tai Wa Hou, responsável pelo programa de vacinação. As pessoas vacinadas com mais de 12 anos representam 49 por cento, enquanto a faixa etária entre 40 e 49 anos representa a fatia mais elevada, com 70 por cento. Os jovens com menos de 20 anos e os idosos totalizam apenas cerca de 20 por cento da população vacinada. Hong Kong só em Abril A quarentena vai continuar a ser uma realidade para quem entra em Hong Kong até Abril do próximo ano. A informação foi divulgada ontem pelo Governo de Hong Kong, que alargou a medida que estava prevista terminar no próximo dia 30 de Setembro. Segundo a TDM Rádio Macau, quem viajar para Hong Kong até 31 de Março de 2022 terá de fazer quarentena. O porta-voz do Executivo local disse que o prolongamento do prazo permite às autoridades adoptarem novas medidas consoante a evolução da pandemia.
Pedro Arede SociedadeDesobediência | Detido após insultar agentes e simular crime Na sequência de um acidente de viação, um homem de 60 anos acabou detido por obstruir o trabalho dos agentes de trânsito, que chegou mesmo a insultar e a acusar de o terem agredido. De acordo com o CPSP, após o embate de um veículo contra a porta de ferro de uma loja localizada perto da Rua Xavier Pereira, dois agentes foram chamados ao local, tendo iniciado os procedimentos habituais para remover o veículo. No entanto, o homem recusou-se a colaborar, afirmando que “não é justo” estar obrigado a lidar precisamente com os mesmos agentes que encontrou aquando de outro acidente no qual também participou recentemente. Continuando sem vontade de obedecer, o homem começou a insultar os agentes e a impedir que um deles abandonasse o local de motociclo, colocando-se à sua frente e acabando por se lançar sobre o veículo. Numa tentativa de acusar o agente de agressão, após promover o contacto com o motociclo, o homem atirou-se para o chão e chamou uma ambulância. Já nas urgências, o homem tentou aproveitar o momento para fugir, mas acabou por ser detido e levado para a esquadra onde já tinha estado sem qualquer vontade de colaborar. O caso foi entregue ontem ao Ministério Público, onde o indivíduo irá responder pelos crimes de abuso e simulação de sinais de perigo, desobediência, denúncia caluniosa e ainda simulação de crime.
Pedro Arede Manchete SociedadeVacinas | Aumento de 25% de marcações “abaixo do previsto” após novo surto Os Serviços de Saúde consideraram que o aumento de 25 por cento de marcações diárias para a toma da vacina contra a covid-19 ficou “abaixo do previsto”, numa altura em que Pequim enviou mais 200 mil doses da Sinopharm. Ontem foi decretado o fim do estado de prevenção imediata Tai Wa Hou, membro da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário considerou ontem que o número de inscrições para tomar a vacina contra a covid-19 em Macau, após o plano de testagem em massa, ficou “abaixo do previsto”. Isto, explicou Tai, tendo em conta que após a reabertura dos postos de vacinação, a média diária do número de inscritos aumentou apenas 25 por cento. “Antes da testagem em massa administrávamos diariamente 3.000 doses. No entanto, nestes últimos dias, desde a retoma do plano de vacinação, vacinámos 5.000 pessoas por dia, ou seja, um aumento de 25 por cento que ficou abaixo do previsto. Achamos que as pessoas têm vontade de se vacinar, pelo que vamos continuar a apelar que o façam”, apontou ontem Tai Wa Hou, por ocasião da habitual conferência de imprensa sobre a covid-19 O também coordenador do plano de vacinação mostrou-se surpreendido com o facto de, ao contrário do que aconteceu em Guangdong, em Macau o surgimento de um novo surto de covid-19 não se traduzir num aumento assinalável da procura pela vacina e alertou para a falsa sensação de segurança deixada pela testagem em massa da população, que revelou apenas resultados negativos. “Há de facto mais vontade de aderir à vacinação, mas essa vontade está abaixo das nossas expectativas. Em Guangdong [após o surto] a vontade era de 100 por cento e as pessoas que querem tomar a vacina já estão todas vacinadas. As pessoas que não querem levar a vacina em Macau podem pensar que, depois de toda a população ter testado negativo, estão seguras. Achamos esta ideia incorrecta porque mesmo depois da testagem existem riscos. Estamos num momento crucial (…) e o mais importante é tomar vacina o mais rápido possível”, vincou. De fora do radar dos Serviços de Saúde (SSM), confirmou o responsável, continua a criação de medidas de incentivo à vacinação ou a imposição de restrições para não vacinados, prevalecendo “o princípio da voluntariedade e da escolha”. “Não ponderamos isso”, reforçou. Tai Wa Hou revelou ainda que estão a caminho de Macau 200 mil doses da vacina da Sinopharm enviadas por Pequim e que isso irá permitir reabrir todos os postos de vacinação do território e aumentar o limite diário de marcações para 10 mil. O resistente Tai Wa Hou revelou ainda que das 55 pessoas que recusaram inicialmente a fazer o teste durante o programa de testagem em massa 16 já fizeram o teste e 34 foram levadas pela polícia aos postos de testagem, só saindo de lá após a obtenção do resultado. Quanto aos restantes quatro indivíduos, os SSM não os conseguiram contactar. No entanto, dos 55, uma pessoa mostrou-se “firme” em não realizar o teste e, por isso, será submetido a uma quarentena compulsiva de 14 dias. “A pessoa disse que prefere ficar em quarentena do que fazer o teste e tanto o pessoal médico como a polícia, já explicaram as formalidades dos dois processos. Não vamos impor o teste (…) e, por isso, vai ter de fazer 14 dias de quarentena”, explicou Tai. Ontem, o Centro de Coordenação e Protecção Civil declarou o fim do estado de prevenção imediata. China | Quarentena para quem chega de Hainan e Henan Desde as 20h da passada segunda-feira, quem chegue de algumas localidades da Região Autónoma da Mongólia Interior, da Província de Hainan e da Província de Henan são submetidos a quarentena obrigatória de 14 dias. Segundo o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus nessas localidades estão incluídos a Vila de Fendou, do Distrito de Hailar, da Cidade-Prefeitura de Hulunbuire (Mongólia Interior), o Parque Industrial de Yunlong, da Zona de Desenvolvimento Industrial de Alta Tecnologia, e na Vila de Yunlong, do Distrito de Qiongshan, da Cidade de Haikou, (Hainan) e a Vila de Zhuangtou, do Distrito de Weishi, da Cidade de Kaifeng (Henan). Guangdong | Validade de testes alargada para 48 horas Desde as 06h de ontem, quem atravessar os postos fronteiriços entre a Província de Guangdong e Macau devem apresentar, um certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo, emitido dentro das 48 horas anteriores (em vez de 12 horas). Num comunicado divulgado na noite de segunda-feira, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus aponta ainda que a validade dos testes noutros postos fronteiriços, permanece inalterada. Rumores | MP promete sanções “severas” O indivíduo que alegadamente espalhou o rumor de que cinco trabalhadores da equipa de combate à pandemia tinham sido infectados com covid-19 está indiciado da prática do crime contra a segurança, ordem e paz públicas em incidentes súbitos de natureza pública. Caso seja provado que cometeu efectivamente o crime arrisca uma pena de 3 anos de prisão ou 240 dias de multa. Segundo ao Ministério Público, foi aplicada ao arguido a medida de coacção de obrigação de apresentação periódica. Em comunicado publicado ontem, o MP prometeu ainda penas severas: “Como não é nada fácil alcançar um resultado positivo no combate à epidemia e a tranquilidade social de Macau depende dos esforços conjuntos envidados pelos cidadãos na implementação de medidas de prevenção da epidemia, quaisquer infracções que venham a perturbar ou prejudicar o trabalho de combate epidémico sujeitar-se-ão a sanções severas nos termos da lei”, consta no comunicado.
Pedro Arede Manchete SociedadeDroga | Dois residentes detidos por tráfico e consumo de ice Além de dois residentes de Macau que tinham na sua posse 0,80 gramas de ice, foi detido um indivíduo que trabalhava num jardim público. No cacifo do funcionário foram encontradas mais embalagens. No total foram apreendidos 4,0 gramas de ice no valor de 13 mil patacas A Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada segunda-feira dois residentes de Macau e um funcionário subcontratado pelo Governo de nacionalidade estrangeira que trabalhava num jardim público, por suspeitas da prática dos crimes de tráfico e consumo de estupefacientes. A operação resultou na apreensão total de 4 gramas de ice avaliados em 13 mil patacas. De acordo com informações reveladas ontem em conferência de imprensa, o caso veio a lume após a PJ ter sido alertada para duas pessoas que alegadamente dedicavam parte do seu tempo ao tráfico de droga na zona da Avenida Almeida Ribeiro. Iniciada a investigação, a PJ descobriu que as informações diziam respeito a um homem de 44 anos e uma mulher de 52 anos, amigos e residentes de Macau, que moravam na zona do NAPE. Por volta das 22h de segunda-feira, os agentes destacados para o caso montaram uma operação junto à residência dos suspeitos, acabando por interceptá-los na rua, quando finalmente acabaram por sair de casa. Na sua posse, o homem tinha 0,44 gramas de ice armazenados numa embalagem, ao passo que a mulher trazia consigo dois pacotes com 0,36 gramas de ice no total. Seguindo as informações prestadas pelos suspeitos, a PJ conseguiu identificar e interceptar por volta das 23h30 do mesmo dia, uma terceira pessoa que terá vendido os estupefacientes aos residentes de Macau. Na posse do homem de nacionalidade estrangeira, que trabalhava como jardineiro em espaços públicos, a PJ encontrou mais 0,6 gramas de ice. No decurso da investigação, o terceiro suspeito foi levado pela polícia para um jardim localizado na zona central, que era o seu local de trabalho habitual. No jardim público, as autoridades acabaram por apreender mais quatro pacotes de ice com o peso total de 2,6 gramas armazenados no interior do cacifo do funcionário. Sem colaborar Na residência do funcionário, na zona do Templo de Kun Iam não foram encontrados estupefacientes nem materiais para consumir droga, embora tenham sido identificados sacos de plástico usados para embalar droga. Durante o interrogatório, o funcionário do jardim recusou-se a colaborar com a polícia. Os exames médicos efectuados após a detenção revelaram ser negativos para a presença de droga no corpo. Por seu turno, na casa dos residentes de Macau foram encontrados utensílios destinados ao consumo de droga e os exames médicos revelaram ser positivos para a presença de droga. Sem adiantar quantidades, os dois admitiram ainda que pagavam 3.000 patacas por cada compra feita ao dealer. Contas feitas, foram apreendidos 4,0 gramas de ice, avaliados em 13 mil patacas. O caso seguiu ontem para o Ministério Público (MP), onde o jardineiro irá responder pelo crime de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, pelo qual pode ser punido com pena de prisão entre 5 e 15 anos. Quanto aos dois residentes de Macau, ambos irão responder pelos crimes de tráfico e consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas e ainda, detenção indevida de utensílios. Pelos crimes de consumo e posse de material, podem ser punidos, por cada um deles, com pena de prisão de 3 meses a 1 ano ou com pena de multa de 60 a 240 dias.
João Santos Filipe SociedadeNúmero de trabalhadores não-residentes regista nova quebra Entre o primeiro e o segundo trimestre, Macau perdeu 852 trabalhadores não-residentes, de acordo com os dados publicados ontem pela Direcção de Serviços e Estatística e Censos (DSEC). No segundo trimestre a população total manteve-se estável, 682,5 mil habitantes, o mesmo número declarado no final de Março. Em relação aos trabalhadores não-residentes (TNR), 14.431 tiveram a autorização de trabalho cancelada pelas autoridades, ao mesmo tempo que 13.579 viram os pedidos de trabalho aceites. A diferença entre os dois números faz com que o saldo de TNR seja negativo em 852, para os 172,3 mil TNR. Como habitual, a maioria dos TNR é proveniente do Interior da China, registando uma proporção de 65,6 por cento deste segmento demográfico. Os filipinos surgem em segundo lugar com uma proporção de 19,3 por cento, seguidos por vietnamitas, que têm uma proporção de 6,5 por cento. Se por um lado a população se manteve estável entre o primeiro trimestre do ano e o segundo, o mesmo não se pode dizer quando a comparação é feita com o período homólogo. No final de Junho de 2020, Macau tinha uma população de 685,4 mil habitantes e agora totaliza 682,5 mil, o que representa uma diferença de aproximadamente 2.500 pessoas. Apesar da redução, o número de habitantes está ainda acima dos níveis pré-pandémicos, uma vez que no final de Dezembro de 2019, o último trimestre sem impactos da covid-19, havia 679,6 mil pessoas a viver na RAEM. Celebração da vida No trimestre entre Abril e Junho deste ano, nasceram em Macau 1.299 bebés, contra 554 óbitos, o que traduz um saldo positivo de 745. Entre as mortes, os tumores foram a principal causa de mortalidade, responsáveis por 211 falecimentos. Em segundo lugar surgem as doenças do aparelho circulatório e doenças do aparelho respiratório, com 120 e 83 mortes, respectivamente. No que concerne a casamentos, durante o período em apreço 809 casais darem o nó, o que representa uma redução de 16,9 por cento face ao primeiro trimestre. Entre os 809 casais, 643 homens e 660 mulheres casaram pela primeira vez.
João Santos Filipe Manchete SociedadeQuarentena | Solidão, insónias e stress pós-traumático são consequências Um estudo académico analisou o impacto das quarentenas de 21 dias feitas em Hong Kong, destacando vários efeitos negativos. Falta de sustentação científica é um dos pontos mais criticados por quem passou pela experiência, com alguns inquiridos a revelarem mais receio da “observação médica” do que do novo coronavírus Uma parte significativa das pessoas que fizeram quarentena em Hong Kong vivenciou um profundo sentimento de isolamento, solidão, confinamento, preocupações financeiras e, em alguns casos, stress pós-traumático. Os efeitos da quarentena foram estudados pela académica Judith Blaine e publicados no estudo “Explorando as Consequências Psicossociais da Quarentena Obrigatória durante a Pandemia da Covid-19 em Hong Kong”, da revista Psicologia e Ciências Comportamentais. Segundo as conclusões do estudo com base em 130 inquéritos, os efeitos da quarentena não foram apenas físicos, mas principalmente psicológicos. “O mais comum foram os efeitos duradouros de medo, ansiedade, raiva, exaustão, falta de energia e dificuldade na reintegração social”, é indicado. No que diz respeito a efeitos psicológicos, um dos inquiridos que cumpriu o período de “observação médica” no hospital admitiu o medo de ter de repetir o procedimento: “Na altura em que saí do hospital, estava tão psicologicamente afectado e assustado, que não queria ir a lado nenhum. Não queria ir a nenhum lugar onde pudesse haver alguém que me levasse de novo para quarentena”, é relatado. A nível dos efeitos físicos, alguns participantes queixaram-se da falta de espaço no quarto para fazer exercício e de ar da rua, o que causou problemas nas costas, dores musculares e até confusão mental. Um dos participantes confessou mesmo que “não se lembra de nada” dos primeiros 14 dias de quarentena no hotel. Quarentena punitiva Outro dos problemas relacionado com a quarentena apontados pelos participantes foi a frustração provocada pela falta de justificação científica para adoptar um período de 21 dias. Por exemplo, um dos inquiridos afirmou acreditar que a quarentena “foi desenhada para dissuadir as pessoas de viajar e castigá-las por fazê-lo”. Neste aspecto, uma das queixas frequentes dos inquiridos foi a ausência de base científica, que as autoridades da RAEHK não conseguiram apresentar. Neste grupo de participantes descontentes com a duração, contam-se também pessoas que não se mostraram contra a quarentena em si por considerarem ser necessária para proteger a comunidade. Porém, todos os entrevistados foram “unânimes” na duração excessiva e “sem qualquer racionalidade”. “Não me importo de fazer quarentena para proteger a cidade, e até acho que é uma medida eficaz, mas a terceira semana é apenas cruel e desnecessária”, respondeu um dos inquiridos. “Prendem as pessoas durante 21 dias sem qualquer fundamentação científica. É odioso e provavelmente uma violação da Lei Básica”, afirmou outro inquirido. Mais medo da quarenta Entre os 130 inquiridos, alguns confessarem que estavam com mais medo da quarentena do que ser contaminados com a covid-19. “Para muitos, o medo de fazer quarentena de 21 dias num hotel ou ser enviado para instalações do Governo ultrapassa o medo de ser contaminado com covid-19”, aponta o estudo. Depois, é citado um dos inquiridos: “Pessoalmente, estou menos preocupado com a doença do que com as consequências, se for infectado todos aqueles com que tive contacto têm de ser postos de quarentena, que é uma espécie de prisão”, foi respondido. Se para muitos ser enviado para a quarentena é uma prisão e um castigo, houve quem aproveitasse o momento para ter “tempo para si”. Contudo, praticamente todos os inquiridos admitiram que as novas tecnologias fizeram com que os 21 dias fossem menos penosos. “Considero que temos muita sorte por atravessarmos esta pandemia numa altura em que a tecnologia nos permite manter o contacto com outras pessoas”, opinou um entrevistado. O adeus ao humanismo A académica Judith Blaine entende que os resultados do estudo demonstram que quem passou pela quarentena obrigatória considerou a experiência como um processo desprovido de humanismo. “O principal sentimento de todos os inquiridos é que a abordagem das autoridades para proteger a população não foi humanista”, afirmou a académica ao jornal South China Morning Post. “Muitas pessoas dizem que a quarentena não é humana, que não tem ética. Se for abordada de um ponto de vista meramente científico, a verdade é que não existe um lado emocional”, sustentou a investigadora. “Somos criaturas sociais […] Se formos privados durante 21 dias da parte social isso contraria a natureza humana”, sublinhou. Face às conclusões do estudo, a autora defendeu a necessidade de maior transparência e justificação das medidas, não só por levar as pessoas a serem mais favoráveis ao procedimento, mas também porque tem efeitos benéficos na componente psicológica. “Se as pessoas compreenderem a razão das medidas de quarentena e aceitarem totalmente o conceito da quarentena, as consequências psicossociais são mitigadas”, indicou. Finalmente, a investigadora defendeu ainda a necessidade de o processo de quarentena ser acompanhado de uma linha telefónica de apoio psicológico.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Recolhidas oito amostras ambientais positivas, depois de desinfecção Na inspecção a 100 objectos e superfícies em risco de contaminação, ligados aos quatro casos de covid-19, oito deram positivas, mesmo depois de terem sido desinfectadas. As amostras contaminadas tiveram origem no carro e na merenda do pai da família de quatro infectados O Governo confirmou ter recolhido oito amostras ambientais positivas, num total de 100 locais testados. O anúncio foi feito ontem à tarde e as amostras positivas foram detectadas nos locais de trabalho do pai da família infectada, o Centro de Saúde de Seac Pai Van, nomeadamente no carro e no frigorífico, onde o homem guardava a merenda. “Foram recolhidas mais de 100 amostras e apenas 8 foram positivas. São amostras dos locais que a família frequentava, recolhidas em locais e horas diferentes”, explicou Tai Wa Hou, coordenador do plano de vacinação contra a covid-19. “As amostras positivas foram recolhidas dentro do carro conduzido pelo pai e também num frigorífico no local de trabalho, onde ele colocava a merenda para comer” acrescentou. Algumas amostras positivas foram recolhidas em locais que já tinham sido desinfectados, pelo que os casos vão ser investigados. “Nos locais em que houve amostras positivas, a desinfecção tinha sido feita de forma muito rigorosa. Mas, claro que podem haver locais e cantos de alguns objectos em que o vírus resistiu”, afirmou o médico. “A desinfecção foi feita de forma rigorosa, mas apesar disso foram encontrados resultados positivos. Talvez esteja relacionado com a variante delta, que pode ser mais forte. Vamos investigar e se for preciso actualizar os critérios para exigir duas ou três desinfecções antes de abrir os espaços”, admitiu. Apesar das amostras, o Governo informou também que além das equipas de desinfecção e das pessoas já isoladas, mais ninguém entrou em contacto com os objectos infectados. 55 recusaram testes O Governo anunciou também que 55 pessoas recusaram ser testadas. Caso não mudem de atitude até hoje, o Executivo vai pedir à polícia que as encaminhe para testes ou para quarentena. “55 pessoas recusaram fazer o teste. Se até hoje [ontem] não fizerem o teste, a polícia vai contactá-los para os levar ao hospital. Se não fizerem o teste, então vão para quarentena de 14 dias”, disse o médico. “Estas são pessoas que conseguimos contactar e que só depois percebemos que não queriam fazer o teste. Alguns disseram-nos que o teste não era útil e outros que achavam que o teste devia ser voluntário e que não concordavam que fosse obrigatório”, indicou. “Falámos com eles, tentámos convencê-los e mesmo assim recusaram. É por isso que podemos ter de tomar outras medidas”, adicionou. Sobre as cerca de 4 mil pessoas que há dois dias ficaram com o código de saúde amarelo por falha dos SSM, ou por não terem feito efectivamente o teste, foi ontem revelado que as autoridades tentaram contactar todos os indivíduos. No entanto, Tai Wa Hou disse que não foi possível entrar em contacto com, pelo menos, metade das pessoas. SSM contactos por 149 pessoas de autocarros No domingo à noite os Serviços de Saúde lançaram o alerta para quem tenha viajado nos autocarros n.º 17 e n.º 19 contactasse as autoridades, devido ao risco de contaminação. Estes autocarros foram utilizados por um dos infectados e as autoridades publicaram mesmo uma lista com o número dos cartões Macau Pass das pessoas. Tai Wa Hou explicou ainda que o contacto foi facilitado nos casos em que os passageiros utilizaram Mpay ou MacauPass com identificação, ou seja que permite saber automaticamente quem são os proprietários. SSM identificaram a maioria de contactos próximos De acordo com Alvis Lo, os Serviços de Saúde contactaram com sucesso a maior parte dos contactos próximos da família de quatro pessoas infectada com covid-19. As declarações foram prestadas ontem no programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau. Segundo as informações avançadas, 1.253 pessoas estão em isolamento por serem contactos próximos, mas o director dos SSM acredita que o número vai continuar a subir nos próximos dias. Sobre a possibilidade de qualquer pessoa ser contaminada, Alvis Lo afirmou que os SSM preferem submeter todos a quarentena do que arriscar a que uma fuga e surto na comunidade. Por outro lado, o responsável apelou aos residentes para que não facilitem, apesar de todos os testes terem apresentado resultados negativos. Segundo Alvis Lo, os próximos sete a oito dias vão ser cruciais e a população deve utilizar sempre máscara, lavar as mãos e evitar ajuntamentos no dia-a-dia. SSM | Alvis Lo atira responsabilidade para mais tarde O Director dos Serviços de Saúde considera que as responsabilidades sobre o surto que surgiu em Macau devem ser “apuradas mais tarde”. Foi desta forma que o médico reagiu às questões sobre a prestação de falsas declarações de saúde por parte da aluna escola Hou Kong, aquando da deslocação ao Interior. A escola viajou para Xian em Julho, depois de ter sido alertada pela Direcção de Educação e Desenvolvimento de Juventude para que todas as viagens não essenciais fossem adiadas ou canceladas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTaipa | Engenheiro detido por filmar debaixo de saias em supermercado Um residente de Macau foi detido por tirar fotografias por baixo da saia de uma mulher de 30 anos num supermercado na Taipa. No telemóvel do suspeito, a polícia encontrou vídeos do mesmo teor captados noutras ocasiões. Noutro caso, uma residente de Macau foi desfalcada em 277.000 HKD por um homem por quem se apaixonou online O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deteve na passada sexta-feira um residente de Macau com 40 anos por suspeitas da prática do crime de devassa da vida privada. Em causa, está o facto de o homem, engenheiro de profissão, ter captado imagens de forma clandestina por baixo da saia de uma mulher com 30 anos, no interior de um supermercado localizado na Rua de Nam Keng, na Taipa. De acordo com informações facultadas ontem em conferência de imprensa, o caso veio a lume às 12h30 de sexta-feira, altura em que a CPSP apresentou queixa a relatar o sucedido. Segundo a mulher, enquanto percorria os corredores do supermercado começou a sentir que algo estava em contacto com as suas pernas. Voltando-se de imediato, a mulher deu de caras com um homem agachado por baixo da sua saia e com um telemóvel em riste. Logo, a vítima perguntou ao homem se tinha utilizado o dispositivo para filmar ou tirar fotografias às suas partes íntimas, pedindo-lhe igualmente para ver a galeria de imagens do telemóvel. Acedendo ao pedido, o engenheiro abriu a galeria e mostrou imagens lá alojadas a grande velocidade, não permitindo à vítima ver os conteúdos com atenção. Perante o sucedido, a mulher, também residente de Macau, disse que ia chamar a polícia. A ameaça levou o homem a iniciar uma fuga que só terminou na Rua de Bragança, local até onde se deslocou no seu próprio veículo. Após consultar as imagens captadas pelas câmaras de videovigilância, a CPSP conseguiu identificar e interceptar o homem nessa mesma rua. Durante o interrogatório, o engenheiro admitiu ter filmado por baixo das saias da vítima durante a visita ao supermercado. No entanto, ao verificar o dispositivo do suspeito, essas imagens tinham já sido removidas. Ao analisar a galeria de imagens detalhadamente, a CPSP descobriu, contudo, a existência de vídeos do mesmo teor captados noutras ocasiões. O caso seguiu no sábado para o Ministério Público (MP), onde o suspeito vai responder pela prática do crime de devassa da vida privada. A confirmar-se a acusação, o engenheiro pode ser punido com pena de prisão até 2 anos ou de multa até 240 dias. Amor dispendioso Noutro caso, a Polícia Judiciária (PJ) revelou que uma residente de Macau de 30 anos foi desfalcada em 277 mil dólares de Hong Kong (HKD), após ter conhecido um homem por quem se apaixonou numa rede social e que lhe pediu dinheiro para pagar o empréstimo da casa. Segundo a PJ, desde o dia 24 de Junho que, a pedido do homem que afirmou ser natural de Taiwan, que a mulher transferiu em três ocasiões, 84.500 HKD, 97.000 HKD e 92.000 HKD. Quando deixou de conseguir contactar o suspeito, a mulher apresentou queixa à polícia.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeGestão | Equipa de Macau vence Global Management Challenge A edição de 2019 do Global Management Challenge, competição internacional na área da estratégia e gestão, foi ganha por uma equipa de Macau. O evento aconteceu em Lisboa e contou com a participação de 16 países Macau deu cartas numa competição internacional nas áreas da estratégia e gestão. Segundo o semanário português Expresso, a edição de 2019 do Global Management Challenge foi ganha por uma equipa de quatro estudantes universitários de Macau. O estudante que liderou a equipa da RAEM, Zheng Bowen, afirmou que foi “uma honra participar e ser campeão do Global Management Challenge”. O aluno adiantou ainda que numa competição deste género é possível aprender estratégias de gestão, verificar os resultados das decisões e trabalhar em equipa. O líder da equipa de Macau acrescentou apenas que a Rússia foi um dos adversários mais fortes na competição, apesar de ter terminado em quarto lugar. A última vez que Macau venceu esta competição foi em 2017. O HM tentou chegar à fala com Zheng Bowen, mas até ao fecho desta edição não foi possível. Importa referir que a equipa participou no Global Management Challenge graças à parceria da Associação de Gestão de Macau. Competir desde 1980 O concurso Global Management Challenge é organizado desde 1980 e é considerado uma das maiores competições nas áreas da estratégia e gestão. A iniciativa, que leva as equipas participantes a confrontarem-se com diferentes culturas e formas de gerir empresas, é organizada pela SDG – Simuladores e Modelos de Gestão e também pelo semanário Expresso. No website da iniciativa pode ler-se que “ao longo dos anos [a competição alcançou] um enorme sucesso, tornando-se num evento de elevada notoriedade e visibilidade, prestigiando as organizações que nele participam”. O Global Management Challenge esteve agendado para Abril do ano passado, mas foi adiado devido à pandemia da covid-19. Participaram um total de 16 países, incluindo o território de Macau. Os participantes foram divididos aleatoriamente em quatro grupos, de quatro equipas cada, que disputaram uma semi-final que decorreu de 19 a 23 de Julho, também online. As duas melhores equipas de cada grupo passaram à final, que foi disputada online por Macau, República Checa, Portugal, Brasil, Polónia, Rússia, Quénia e Espanha, no dia 27 de Julho.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAcidente com carro descontrolado causa pânico na Travessa dos Bombeiros Uma colisão entre dois veículos na Travessa dos Bombeiros causou momentos de pânico, por volta da 13h, quando um dos carros perdeu o controlo e embateu violentamente num portão. Segundo o jornal Ou Mun, o sinistro levou a que uma mulher que seguia no veículo cinzento, o que sofreu o embate mais violento, tivesse de ser transportada para o hospital, com ferimentos ligeiros. As imagens do acidente circularam pelas redes sociais e mostram que o primeiro embate foi causado no cruzamento entre a Rua Xavier Pereira e a Travessa dos Bombeiros. Na origem, terá estado o facto de um dos condutores não ter respeitado a prioridade. A colisão fez com que os dois carros saíssem disparados contra a montra de uma clínica e que uma mulher, que caminhava no passeio naquela altura, tivesse de fugir, de forma a evitar ser atingida pelo Toyota cinzento. Contudo, quando o acidente parecia terminado, deu-se a parte mais violenta e perigosa do embate. Sem que nada o fizesse prever, o Toyota cinzento perde o controlo, começa a andar de marcha atrás uns 30 metros em aceleração e embate contra uma loja, que na altura estava fechada e selada com as grades metais de protecção. Mesmo depois do segundo embate, o carro continuou a fazer marcha-atrás até finalmente se imobilizar. No hospital O segundo embate feriu uma mulher, uma das passageiras do Toyota cinzento, que teve de ser encaminhada para o hospital. A residente de 70 anos foi transportada para o Hospital Kiang Wu, com queixas na anca. Quando as autoridades chegaram ao local, fizeram o teste de despistagem do álcool ao condutor do carro descontrolado, que não acusou o consumo de substâncias alcoólicas. O condutor do carro preto também não tinha bebido à hora do acidente. Além dos danos causados nas lojas, várias barreiras de protecção dos passeios foram derrubadas. Contudo, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) notificou o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) para que a substituição seja efectuada o mais rapidamente possível.
João Luz Manchete SociedadeMIECF | Mais de 400 empresas participam em edição online Terminou no sábado a edição de 2021 do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau, fortemente afectada pelo surto local revelado na semana passada. Apesar de não ter componente presencial, mais de 400 empresas expositoras participaram no evento e foram assinados 10 protocolos de cooperação A dois dias de arrancar, um surto local de covid-19 meteu uma pedra na engrenagem do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF). Com a cidade parada e passagens fronteiriças severamente afectadas, a MIECF passou para um plano exclusivamente online. Ainda assim, terminado o evento no sábado, a organização deu conta da realização de “247 sessões de bolsas de contactos, a assinatura online de 10 protocolos de cooperação”. No total, participaram mais de 400 empresas expositoras e foram exibidos mais de 750 produtos em plataformas online. Não obstante o cancelamento de todos os elementos presenciais, que tinham o Venetian como epicentro, a organização considera que o evento ajudou “as empresas de Macau, do Interior da China, dos Países de Língua Portuguesa aos quatro cantos do mundo, a aproveitar as oportunidades de negócio”. Com o tema “Rumo a uma nova era verde e de baixo carbono”, a MIECF procurou proporcionar às empresas participantes possibilidades de encontrar parcerias com uma maior precisão, oferecendo uma plataforma de comunicação. Trabalho de casa Ainda antes do anúncio que resumiria a MIECF ao plano cibernético, já as bolsas de contacto online promoviam parcerias comerciais. Ao longo de 14 dias, entre 25 de Julho e o sábado passado, realizaram-se 247 sessões de bolsas de contactos, “concentradas em temas como veículos eléctricos e respectivos equipamentos e instalações complementares, utensílios de mesa ecológicos, tecnologias biodegradáveis, serviços de protecção ambiental, materiais de construção ecológicos, entre outros”. Em relação às salas de exposição, em formato virtual, a edição deste ano da MIECF contou com a participação de mais de quatro centenas de empresas provenientes do Interior da China, Bélgica, Brasil, Portugal, Hong Kong e Macau, entre outros países e regiões, e exibidos produtos dirigidos ao mercado verde, assim como planos de gestão e tratamento de resíduos e projectos de centrais de incineração de resíduos.