Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Passageiros dos autocarros 17 e 19 devem contactar autoridades Os passageiros que possuem MacauPass ou cartão de consumo electrónico, e que andaram nos mesmos autocarros que os quatro infectados com covid-19, devem contactar o Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavirus. Segundo um comunicado, uma doente, do sexo feminino, apanhou o autocarro número 17 às 16h11, dia 27 de Julho, tendo feito o percurso compreendido entre a paragem “Est. Coelho Amaral/ Horta E Costa” até à paragem “Edifício Nam Kwong”). No dia 1 de Agosto, a mesma doente apanhou o autocarro número 19 às 20h52, tendo feito o percurso entre a paragem “Est. Coelho Amaral/ Hospital Kiang Wu” até à paragem “Edf. Seng Yee”. No mesmo dia, apanhou o autocarro número 17, mas às 22h55, tendo feito o percurso entre a paragem “Terminal das Portas do Cerco” até à paragem temporária dessa carreira na Rua de D. Belchior Carneiro. Segundo uma nota de imprensa emitida este domingo, as pessoas que fizeram o mesmo percurso de autocarro devem contactar o Centro de Coordenação após verificarem os dados nas tabelas divulgadas. Deve ser enviado um SMS para o número 63337420 com os dados relativos ao itinerário e à data em que a pessoa apanhou o autocarro, quais as paragens de embarque e de saída e ainda o número do MacauPass. Devem também ser fornecidos dados pessoais como o nome, sexo, data de nascimento, tipo e número de documento de identificação, bem como o número de telefone. Na mesma nota é referido que os Serviços de Saúde de Macau (SSM) “já conseguiram encontrar a maioria dos passageiros que se encontravam nos mesmos autocarros com a doente, mas alguns deles ainda não foram identificados”. Dados do autocarro nº 17, dia 27 de Julho, em direcção ao Centro Cultural Dados relativos ao autocarro nº 19, dia 1 de Agosto, em direcção à Alameda da Tranquilidade Dados do autocarro nº 17, do dia 1 de Agosto, em direcção às Portas do Cerco / Jardim Luís de Camões
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Resultados negativos em teste a toda a população de Macau As autoridades de Macau anunciaram hoje que todos os testes à covid-19 deram negativo em toda a população do território, na sequência da testagem massiva realizada em três dias. No total foram testadas 716.251 pessoas cujos resultados saíram às 02:00 de hoje e “todos com resultados negativos”, informou, em comunicado, Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus informa que foram testadas no âmbito do plano massivo 614.465 pessoas e que desde o dia 03 de agosto, 101.786 pessoas deslocaram-se, por sua iniciativa, aos postos de testes de ácido nucleico para realizar o teste”, acrescentou. Os quatro casos da variante Delta do novo coronavírus detetados numa família residente em Macau levaram na terça-feira o Governo do território a decretar o “estado de emergência imediata” e a realização de testes à covid-19 para toda a população, a partir de quarta-feira e durante três dias. As autoridades anunciaram o encerramento de espaços culturais, desportivos e de diversão, bem como a suspensão ou cancelamento de atividades que se podiam traduzir na aglomeração de pessoas. No arranque dos testes em massa, na quarta-feira, registaram-se filas enormes nos postos de testagem, a decorrer em 42 locais. Problemas informáticos causaram problemas na marcação dos testes e na criação do código QR de saúde que vigora no território, o que levou as autoridades a pedirem desculpa à população. Na origem dos quatro novos casos (uma família com dois filhos) esteve a filha do casal, que se deslocou a Xian, na China, em visita escolar, entre 19 e 24 de julho, informaram os responsáveis de saúde. Macau detectou 63 casos desde o início da pandemia, não registando qualquer morte. Nenhum profissional de saúde foi infetado ou identificado qualquer surto comunitário.
Pedro Arede SociedadeCasinos | Wynn e MGM recuperam receitas no segundo semestre Apesar de os resultados não serem ideais, as receitas das operadoras Wynn Macau e MGM China traduziram uma evolução positiva no segundo trimestre de 2021. As receitas operacionais, tanto do Wynn Palace (Cotai) como do Wynn Macau (península) registaram um crescimento significativo em relação ao trimestre anterior, salientou a empresa. Em comunicado, a Wynn Macau detalha que o Wynn Palace obteve lucros de 270,4 milhões de dólares americanos, um aumento de 261,7 milhões em relação ao total de 8,7 milhões de dólares acumulados no primeiro trimestre. Quanto ao Wynn Macau, as receitas foram de 184 milhões de dólares, um aumento de 172,1 milhões em relação ao total de 11,9 milhões de dólares acumulados no primeiro trimestre. Contudo, em termos gerais, a operadora Wynn Macau anunciou ontem um prejuízo de 116,6 milhões de dólares no segundo trimestre do ano. Já o grupo de capital norte-americano, Wynn Resorts, que inclui as operações em Las Vegas e em Boston, registou perdas de 131,4 milhões de dólares no mesmo período. “Ficámos satisfeitos por ver o forte regresso dos nossos visitantes tanto no Wynn Las Vegas como em Encore Boston Harbor durante o segundo trimestre, com o EBITDA (…) das nossas operações nos EUA bem acima dos níveis pré-pandémicos”, disse o director executivo da Wynn Resorts, Matt Maddox. “Embora tenha havido algumas convulsões ao longo do caminho para a recuperação em Macau, fomos encorajados pela forte procura que sentimos durante o período de férias de Maio”, acrescentou. Conter o surto Por seu turno, a MGM China, operadora de jogo que dispõe também de dois casinos em Macau, anunciou um EBITDA positivo (lucros antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) no segundo trimestre do ano. O grupo de maioria de capital norte-americano cresceu de um EBITDA positivo de 84 milhões de dólares de Hong Kong registado nos primeiros três meses, para 116 milhões. Para este resultado contaram sobretudo as operações do MGM de Macau, em contraste com o MGM Cotai, que apresentou um EBITDA negativo. Já o resultado semestral evidenciou um EBITDA positivo de 200,4 milhões de dólares de Hong Kong, quando no mesmo período do ano passado tinha registado mais de mil milhões de EBITDA negativo. As receitas também cresceram. Se nos primeiros seis meses de 2020 apenas tinham arrecadado 257 milhões de dólares de Hong Kong, agora a operadora apresentou receitas de 2,4 mil milhões. Sobre o novo surto de covid-19 no território, a operadora mostra-se atenta, mas optimista, em relação ao futuro “Há registo de novos casos de covid-19 entre residentes de Macau em Agosto, que deverão ter impacto a curto prazo ao nível do número de visitantes e das receitas brutas de jogo. Com o esforço do Interior da China e do Governo de Macau para conter o surto e atenuar as restrições fronteiriças, acreditamos que a procura por viagens a Macau vá aumentar ao longo do tempo”.
Pedro Arede Manchete SociedadeTestes | Alvis Lo admite limitações ao nível dos recursos humanos O director dos Serviços de Saúde admitiu que há cirurgiões a trabalhar em postos de testagem e que a distribuição de recursos humanos alocados ao programa de testes em massa pode afectar a prestação de cuidados médicos à população. Três centenas de técnicos de Guangdong chegaram ontem a Macau para ajudar ao programa de testagem O director dos Serviços de Saúde (SSM) Alvis Lo Iek Long, admitiu ontem que, enquanto decorrer o programa de testagem em massa da população, a prestação de serviços não prioritários pode ser afectada, incluindo ao nível dos cuidados de saúde. Segundo Alvis Lo, perante a actual conjuntura e dado que os recursos humanos são “limitados”, é evidente que “a maior prioridade é o controlo da situação epidémica”. “Para responder ao surto, os recursos são limitados e os trabalhadores dos nossos serviços têm, primeiro, que dar prioridade ao tratamento dos quatro casos confirmados em Macau e ao isolamento e investigação das pessoas de contacto próximo”, começou por dizer na habitual conferência de imprensa de actualização sobre a covid-19. Segundo o responsável, estão actualmente alocados ao trabalho de testagem em massa cerca de 850 profissionais de saúde e 330 trabalhadores de outros departamentos, sem qualquer formação médica. “É uma questão de distribuição de recursos. Há muitos serviços importantes que não podem ser suspensos e que nós mantemos. Mas, noutro tipo de serviços, os recursos podem ser reduzidos. Temos uma ordem de prioridades e sabemos que alguns cidadãos podem ser afectados mas agora, a nossa maior prioridade é o controlo da situação epidémica”, explicou. Ao HM, um paciente que está internado no Centro Hospitalar Conde de São Januário relatou que há três dias não é visto por um médico, ao contrário do acompanhamento diário que tinha recebido até então. Além disso, uma enfermeira terá também admitido que a situação era “difícil” e que o número de médicos no hospital tinha sido reduzido. No seguimento do tema, o director dos Serviços de Saúde apontou que, dada a situação, existem inclusivamente cirurgiões destacados para a recolha de amostras de testagem e que estão a desempenhar a tarefa pela primeira vez. “Os cirurgiões que começaram a recolher amostras (…) não conseguiam trabalhar de forma rápida. Mas hoje [ontem] verificámos que a velocidade de execução desses profissionais aumentou muito”, detalhou. Forças especiais Durante a conferência de imprensa, Alvis Lo Iek Long revelou ainda que chegaram ontem a Macau 300 técnicos de Guangdong destinados a apoiar Macau no trabalho de testagem em massa da população. Segundo Alvis Lo, à chegada, os referidos técnicos “finalizaram as formalidades fronteiriças” e só vieram a Macau para apoiar a actual ronda de testes, voltando para Guangdong assim que o programa estiver concluído. Para já, os técnicos serão distribuídos para apoiar os vários postos de teste de ácido nucleico. Horas mais tarde, em comunicado, o Governo agradeceu os “enormes esforços envidados pelo Governo da província de Guangdong” e vincou que o apoio dos técnicos vai elevar “a eficácia na realização massiva de testes”, reduzindo o tempo de espera da população. Covid-19 | Mais de metade da população testada. 115 mil negativos O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long revelou que até ao final da tarde de ontem tinham sido testadas 379 mil pessoas contra à covid-19, ou seja, 55 por cento da população. Além disso, do total de testados, 115 mil obtiveram resultados negativos, correspondente a todos os resultados apurados até à altura. Para o responsável, estes são indicadores demonstrativos de que, até às 09h de sábado, será possível concretizar a testagem de toda a população. “Em três dias temos de concluir os testes. Já concluímos a testagem a 55 por cento da população e faltam 41 horas para testar os outros 45 por cento, pelo que os cidadãos não têm de se apressar. Temos espaço e tempo para concluir os restantes testes”, considerou. Questionado sobre a demora no carregamento dos resultados dos testes nos códigos de saúde, Alvis Lo disse que, tendo em conta o fluxo de exames, o tempo necessário para que tal aconteça pode atingir dois dias. “Dado o grande volume de amostras recolhidas pelo programa de teste de ácido nucleico, o tempo necessário para o carregamento do resultado do teste no Código de Saúde pode atingir dois dias”. Sobre a possibilidade de realizar uma segunda ronda de testes à população, hipótese avançada no dia anterior pelo Chefe do Executivo, o director dos Serviços de Saúde foi peremptório em dizer que o assunto está em cima da mesa e que depende dos resultados da primeira ronda de testes à população. “Dependendo do resultado dos testes, e também dos resultados das pessoas com contacto próximo, não podemos excluir a possibilidade de realizar uma segunda testagem em massa. Se não pudermos controlar bem a transmissão, isso pode resultar numa grande pressão para o nosso sistema de saúde”, apontou Alvis Lo. Vacinas | Macau sem postos de vacinação O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus suspendeu o serviço de vacinação do Centro Desportivo Mong-Há, o único que estava disponível, para o transformar num novo posto de testagem contra a covid-19 integrado no programa de testagem em massa da população. Tai Wa Hou, membro da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, confirmou ontem, na conferência de imprensa da covid-19, que a vacinação estará suspensa, acrescentado que “depois da testagem em massa” será ponderada a data para voltar a administrar vacinas. O Centro Desportivo Mong-Há “suspendeu os serviços de vacinação, hoje [ontem] 5 de Agosto” e “passou a realizar testes de ácido nucleico”, pode ler-se num comunicado divulgado ao mesmo tempo que o fluxo de milhares de pessoas continuava a pressionar a capacidade de resposta dos postos de testagem, agora 42 no total (28 em Macau e 14 na área da Taipa e Coloane). Porém, logo no primeiro dia, a operação no novo centro de testes foi criticada pela população. Em declarações ao jornal Exmoo, uma residente de apelido Van revelou que os funcionários presentes não responderam às suas dúvidas. A residente contou ainda que quando viu que o centro seria aberto para testagem se dirigiu para o local, onde esperou das 9h45 até às 13h. A espera de mais de 3 horas pela abertura do posto motivou a queixa de Chan, outra residente que demonstrou receio pela multidão que se aglomerou, devido ao risco da falta de distanciamento social. Chan considerou que o Governo não preparou bem a abertura do espaço, antes do anúncio. Código de saúde | Alvis Lo exclui quarentenas para não testados O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long garantiu que quem não faça o teste de ácido nucleico até às 09h de sábado, não será punido ou obrigado a realizar quarentena, apesar da cor amarela no código de saúde. “Não queremos punir. Se o código de saúde for amarelo, não podem entrar em estabelecimentos. Claro que vamos tentar identificar essas pessoas e pedir-lhes novamente para fazer o teste de ácido nucleico. Forçar essa pessoa a uma quarentena (…) não será uma consequência directa, porque assim desperdiçamos recursos públicos e quem perde é toda a população”, referiu. Testes | Locais a pagar para quem precisa passar fronteira O centro de coordenação de contingência negociou com uma entidade terceira a possibilidade de cidadãos que precisem de passar a fronteira com urgência efectuarem o teste de ácido nucleico mediante pagamento e obter um certificado em papel em 12 horas. As autoridades ressalvam que para “concentrar registo e amostragem, melhorar o fluxo de pessoas nos locais, reduzir a aglomeração, o programa de teste de ácido nucleico para toda a população de Macau não disponibiliza o certificado de teste de ácido nucleico em papel. Os locais onde se paga para obter certificado de teste são no Posto fronteiriço de Hengqin, Centro Médico Kuok Kim (Macau), Kuok Kim (Fórum de Macau) e Kuo Kim (Pac On). Hou Kong | Director da escola pediu desculpa Iao Tun Ieong, director da Escola Secundária Hou Kong pediu desculpa pela inconveniência e insegurança provocadas pelo surto originado pela visita de estudo em que uma aluna foi infectada. “A população condena a escola e a aluna. Achamos que é compreensível, porque sentem raiva no coração. Por isso, publicámos pedidos de desculpa em jornais”, afirmou o responsável, citado pelo canal chinês da Rádio Macau. Iao Tung Ieong confessou ainda ter-se sentido muito triste por ver pessoas em fila, à chuva, para fazer o teste de ácido nucleico. No entanto, realçou o cuidado que estas visitas implicam. “Cada vez que realizamos uma visita, seguimos as instruções do Executivo. Naturalmente, as autoridades desaconselham deslocações ao exterior, mas não disseram para evitar zonas de baixo risco. Como tal, tivemos em consideração as instruções da Comissão Nacional de Saúde da China, que não levantaram questões de acessibilidade”, explicou. Iao Tun Ieong pediu o fim da condenação pública da aluna infectada, que caracterizou como uma vítima inocente, acrescentando que a escola procurou apoio psicológico para a jovem. China | Dois casos em Chongqin ligados a Macau As autoridades do Interior anunciaram ontem a descoberta de dois casos em Chongqing, que se acredita que tenham sido contaminados pela estudante de Macau da Escola Secundária Hou Kong. De acordo com as explicações das autoridades chinesas, citadas pelo jornal Ou Mun, as pessoas infectadas no Interior estiveram no Museu dos Guerreiros de Terracota, em simultâneo com a aluna de 12 anos, quando esta já tinha sintomas. O contacto que gerou a infecção aconteceu no dia 23 de Julho.
João Luz SociedadeGoverno manda encerrar cinemas, teatros, museus, bares e outros locais Desde a meia-noite, o Governo mandou cancelar actividades culturais, encerrar museus, cinemas, teatros, bares, discotecas, ginásios e várias instalações de ensino. O surto comunitário de covid-19 levou ao congelamento de concertos, exposições e ao fecho de portas de quase tudo, à excepção dos casinos e restaurantes Desde as 00h de hoje, foram “encerrados cinemas, teatros, parques de diversão em recintos fechados, salas de máquinas de diversão e jogos de vídeo, cibercafés, salas de jogos de bilhar e de bowling, estabelecimentos de saunas e de massagens, salões de beleza, ginásios de musculação, estabelecimentos de health club e karaoke, bares, night-clubs, discotecas, salas de dança e cabaret.” A ordem consta de um despacho executivo, assinado por Ho Iat Seng, e publicado ontem em Boletim Oficial. A medida foi tomada ao abrigo da lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis e justificada como forma para evitar a transmissão da covid-19 em Macau. Em paralelo, o Instituto Cultural (IC) “cancelou todas as actividades até 16 de Agosto, incluindo vários tipos de actividades em museus, bibliotecas públicas, artes performativas, património cultural e indústrias culturais e criativas, assim como os respectivos workshops e cursos de formação de Verão”. Os concertos e espectáculos do BOK Festival foram cancelados. A organização do evento anunciou na terça-feira à noite que, “devido a preocupações motivadas pelos casos covid-19 em Macau, todos os espectáculos e actividades do festival serão adiados”, sem haver, para já, data para os retomar. Seguindo a vaga de encerramentos, o Museu do Grande Prémio de Macau (GPM), o Museu das Comunicações, o Museu dos Bombeiros e o Edifício Ritz fecharam portas, “incluindo o balcão de informações turísticas e a sala de exposições”. A Direcção dos Serviços de Turismo acrescenta que a data da reabertura será notificada à população e que quem comprou bilhetes para visitar o Museu do GPM será contactado para ser reembolsado. Também as reservas feitas até 11 de Agosto de excursões locais “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau” foram canceladas e os serviços de turismo remeteram para informações futuras quanto à retoma do programa. Coisas da autarquia Como não poderia deixar de ser, também os equipamentos do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) serão afectados. A começar pelos centros de actividades do IAM, que vão todos encerrar, assim como as instalações e pavilhões cobertos e o teleférico da Colina da Guia, até data a comunicar no futuro. Instalações ao ar livre, tais como parques, jardins e zonas de lazer, permanecem, para já, abertas ao público. O organismo liderado por José Tavares irá encerrar o próprio Edifício do IAM, a Galeria Comemorativa da Lei Básica de Macau, o Salão de Exposições do Parque de Esculturas Étnicas Chinesas, os pavilhões no Jardim de Lou Lim Ioc, a Casa Cultural de Chá de Macau, Centro de Recursos de Educação Cívica, Ecoteca de Mong-Há. Além das instalações no Monte da Guia, da sala de actividades do Jardim Cidade das Flores e do Auditório do Carmo na Taipa, encerram também a zona de animais do Jardim da Flora, o Pavilhão do Panda Gigante e o Pavilhão de Animais Raros. Creche e desaparece No capítulo do ensino, o Instituto de Acção Social (IAS) informou ontem que o funcionamento das creches subsidiadas de Macau fica suspenso até amanhã. A reabertura será anunciada conforme a evolução da epidemia. O IAS apela ainda “à colaboração das creches privadas no sentido de cumprir a referida medida contra a epidemia”. A Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau também anunciou que os serviços de proximidade foram cancelados até amanhã, assim como as actividades do projecto Be Cool, que incluem aula de dança, desenho, boxe tailandês e karaté. A associação vai, no entanto, manter o programa de troca de seringas. As visitas a utentes de lares de idosos e em reabilitação vão ficar suspensas até dia 18 de Agosto, informou o IAS, acrescentando que os familiares têm a possibilidade de marcar deslocações em zonas designadas das instalações ou realizar chamadas de vídeo com utentes acamados. Também a educação patriótica foi interrompida, na sequência do surto local que paralisou Macau desde terça-feira à tarde. Assim sendo, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) anunciou ontem o encerramento da Base da Educação do Amor pela Pátria e por Macau para Jovens, do Pavilhão do Sentimento de Amor pela Pátria. Foram também encerradas as Pousadas de Juventude, Pavilhão de Exposições e Espectáculos Artísticos para Jovens, Pavilhão Desportivo da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional, salas de estudo e instalações escolares. Em tempos de paralisação, nem as actividades desportivas escapam. O Instituto do Desporto revelou ontem a suspensão dos procedimentos da nova fase (que decorre em Setembro e Outubro) das classes de recreação e manutenção do “Desporto para Todos”, nomeadamente registo, sorteio e inscrição, que estavam previstos para se realizar entre amanhã e domingo. Por outro lado, o “desporto e saúde posto de atendimento e informação” previsto para 8 e 15 de Agosto, bem como estágios, acções de formação e competições organizadas por associações desportivas serão também suspensas até dia 16 de Agosto.
João Santos Filipe SociedadeAutoridades afirmam ter testado 50 mil pessoas em seis horas O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, afirmou ontem que nas primeiras horas do programa de testagem, ou seja, entre as 09h e as 16h, foram testadas 49.905 pessoas. O número está abaixo da média do Governo, mas o cenário não foi considerado preocupante para alcançar a meta de testar toda a população em três dias. “Com uma melhor comunicação vamos melhorar o processo. De acordo com as nossas previsões conseguimos fazer 10 mil testes por hora”, disse o director dos Serviços de Saúde. Alvis Lo garantiu também que até às 16h todos os testes tinham apresentado resultados negativos. A previsão do Executivo aponta assim para que por dia sejam testadas 240 mil pessoas. Contudo, nas primeiras horas a média foi de 8.318, o que significa que se o ritmo se mantiver vão ser testadas 199.632 pessoas por dia. Tendo em conta que em Junho a população de Macau era de 684.500 habitantes, segundo os números dos Serviços de Estatística e Censos, e que quem vive no outro lado da fronteira vai precisar de fazer um teste a cada 12 horas para poder passar a fronteira, o ritmo pode não ser suficiente para testar todos durante os três dias. No entanto, as autoridades afirmaram acreditar que os testes vão ser concluídos dentro do prazo definido. “Sabemos que algumas filas são longas e que as pessoas vão ter de esperar. Mas os postos funcionam 24 horas por dias e vamos concluir tudo [nos três dias]. Temos confiança”, garantiu Tai Wa Hou, médico responsável pelo programa de vacinação. Adeus azul Ainda de acordo com as informações disponibilizadas, até às 16h de ontem tinham sido feitas 286 mil marcações, com a maioria da população a pretender fazer o teste longo no primeiro dia do programa. Além disso, as autoridades reconheceram que, ao contrário do anunciado na madrugada anterior, não vai haver códigos de saúde com a cor azul. Inicialmente, o Governo fez materiais a divulgar que quem não tivesse sido testado teria um código de saúde azul. Só depois do teste, e dependendo do resultado, é que o código regressaria ao verde. Porém, a ideia acabou por ser abandonada por dificuldades técnicas. “Queríamos que o teste ficasse azul e depois fosse convertido em verde. Mas como sabem devido às mudanças e ao programa de testes houve falhas, e uma das soluções adoptadas pelo grupo de técnicos foi manter o sistema actual”, explicou Alvis Lo. “Devido à estabilidade do código de saúde não vai haver código azul”, frisou. No cenário actual, quem tiver código verde tem três dias para ser testado. Ao fim dos três dias, o código fica com a cor amarela, até que se faça um teste. Na madrugada de ontem, as autoridades tinham dito que a testagem da população só avançava se houve mais casos positivos. Porém, tudo mudou e Alvis Lo explicou o recuo: “Achámos que medidas rápidas e firmes podem ter uma melhor eficácia para obter zero casos”, apontou. “As filas de espera podem incomodar e causar problemas aso cidadãos, mas achamos que vale a pena”, defendeu.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Centros de testes sem capacidade para lidar com afluência Sistemas informáticos em baixo, concentrações e filas intermináveis nos centros de testagem e pessoas impedidas de entrar em hospitais e mercados por não serem capazes de completar a declaração de saúde. Foi este o cenário vivido no primeiro dia de testagem maciça O anúncio da obrigatoriedade de testar toda a população em três dias causou ontem o caos em Macau. De madrugada já circulavam imagens de pessoas que vivem do outro lado da fronteira a dormir nas ruas e estações de autocarros, por não terem teste de ácido nucleico válido para regressarem a casa. De manhã o cenário piorou. Segundo as instruções do Governo, era possível marcar o teste através do Código de Saúde. Todavia, o sistema começou a falhar logo pela manhã, às 8h40, ainda antes de os centros de testes abrirem, o que devia ter acontecido às 09h, ao mesmo tempo que nos 41 locais se concentravam pessoas, formando longas filas. No Centro de Actividades no Edifício do Bairro da Ilha Verde as coisas correram ainda pior e o espaço não começou a testar antes das 10h, de acordo com o jornal Ou Mun. À publicação, uma residente de apelido Cheang, que foi para o início da fila às 06h, queixou-se da falta de informação relativamente à prioridade de quem fez a marcação prévia. Cheang foi um dos muitos exemplos de residentes apanhados nos cenários de caos que caracterizaram os postos de testagem. Situação semelhante foi relatada por Lo, uma residente da terceira idade. Ao Ou Mun, afirmou ter chegado ao centro do Bairro da Ilha Verde entre as 07h e as 08h, munida de marcação. Porém, apesar da marcação teve de esperar porque a fila “era muito longa”. As queixas foram repetindo-se um pouco por todo o lado. Na Escola Secundária Pui Ching, que acumulou filas que chegaram ao Jardim Lou Lim Iok, uma residente mostrou a indignação de estar na mesma fila que pessoas sem marcação, apesar de ter chegado cedo ao local. A residente que não foi identificada pela emissora pública denunciou a “falta de organização”. As esperas de várias horas fizeram com que no Campo dos Operários uma pessoa tivesse de ser transportada para o hospital, segundo o jornal Exmoo, por se sentir mal devido à exposição solar. Na mesma zona, vários trabalhadores não-residentes dormiam nas ruas e paragens de autocarros, enquanto aguardavam pelos resultados dos testes para poderem passar a fronteira. Marcações só em chinês Além dos desafios logísticos e longas filas, quem não fala chinês enfrentou um desafio maior: durante grande parte do dia, o portal para as marcações dos testes apenas apresentava os nomes dos centros em chinês. A questão sobre a “falha” foi colocada durante a conferência com o Chefe do Executivo, que prometeu que o assunto ia ser resolvido o mais depressa possível. Várias horas depois do início dos testes e quando o Governo já apelava às pessoas para não comparecerem nos locais de testagem, surgiram os 41 nomes dos locais, e as respectivas moradas, em português. Contudo, o caos matinal não se ficou apenas pelos centros de testagem. Com os códigos de saúde a falharem, a identificação teve de ser feita mediante a apresentação do bilhete de identidade de residente para entrar em vários espaços, como no mercado do Iao Hon. Situação idêntica aconteceu no Hospital Kiang Wu, de acordo com o jornal Exmoo, onde algumas pessoas foram impedidas de entrar para outros fins que não a testagem. A razão apresentada foi o facto de a declaração de saúde não estar a funcionar. Alvis Lo culpa residentes Segundo o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, a responsabilidade pelas longas filas foi de quem apareceu nos centros de testes sem marcação. “Formaram-se algumas aglomerações porque houve pessoas que não fizeram marcação, o que causou muita insatisfação a quem fez”, afirmou na conferência diária sobre a pandemia. “Mas, agora, a ordem está muito boa”, frisou. Apesar da declaração, Alvis Lo pediu desculpas pelo sucedido: “Esta manhã houve muitas filas e apresento as minhas desculpas pelos inconvenientes causados”, reconheceu. “Acho que há sempre espaço para melhorias [no nosso trabalho]”, acrescentou.
Andreia Sofia Silva SociedadePedida “ponderação” no caso dos filhos de TNR nascidos em Macau A 3.ª comissão permanente da Assembleia Legislativa (AL) exige ao Governo “suficiente ponderação e cuidado” no que diz respeito ao caso dos bebés de trabalhadores não residentes (TNR) nascidos em Macau. Este alerta consta no parecer relativo à análise na especialidade do novo regime jurídico do controlo de migração e das autorizações de permanência e residência na RAEM. A nova lei, que revoga e substitui o actual diploma, de 2003, determina que, aquando do nascimento da criança, os pais devem apresentar o passaporte ou “outro documento de viagem” junto do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). No entanto, a comissão entende que “este novo regime poderá ter grande relevância prática, devendo haver suficiente ponderação e cuidado com estas situações”. No entender de deputados e juristas, deve “procurar assegurar-se que os menores recém-nascidos possam ser autorizados a permanecer na RAEM com os seus progenitores, em benefício dos próprios menores recém-nascidos e também da unidade familiar”. O mesmo parecer dá ainda conta que “não parece ter sido feita uma consulta [para] ouvir a opinião do Conselho dos Magistrados Judiciais, Conselho dos Magistrados do Ministério Público (MP) e da Associação dos Advogados de Macau”. Pode ler-se que “apesar de não parecer ser legalmente obrigatório, há vários aspectos ao longo da proposta de lei que terão impacto em aspectos do processo administrativo, da intervenção do MP e do funcionamento dos tribunais, onde seria sempre recomendável ouvir estas entidades”. A comissão “espera que nenhum destes aspectos, com um potencial impacto sobre o MP ou o funcionamento dos tribunais, tenha uma grande relevância prática e que não haja dificuldades de maior na aplicação da proposta de lei nesta matéria”, acrescenta-se. Possível suspensão Um dos exemplos apresentados no parecer diz respeito aos processos de autorização de residência ainda pendentes nos tribunais, colocando-se a possibilidade de “uma eventual modificação e extinção da instância”. Neste sentido, prevê-se que a Administração, “por ser tipicamente a ‘entidade recorrida’ no recurso contencioso de anulação de acto administrativo”, deve “comunicar ao tribunal quando ocorra uma decisão de reapreciação num processo administrativo relativo a uma autorização de residência.” A comissão frisou ainda os processos “que estejam em fase adiantada de resolução”. “Nestes casos, havendo um acordo entre as partes, poderá ser oportuno proceder à suspensão da instância para se aguardar pela regular conclusão do procedimento administrativo de reapreciação”, mesmo que a proposta de lei não preveja que “as partes possam requerer a suspensão da instância”. Além disso, o próprio tribunal “pode considerar que está perante um motivo justificado para ordenar” essa suspensão.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCensos | Recolha de informação arranca sábado Governo vai sortear diariamente 200 cupões de consumo em supermercados no valor de 200 patacas. Só as pessoas que preencherem os questionários online podem participar no sorteio, que implica um investimento de 20 mil patacas Os agentes da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) vão começar a visitar domicílios para recolher informação para os censos a partir de sábado e até 21 de Agosto. Os dados da mega operação para conhecer os habitantes de Macau foram apresentados ontem numa conferência de imprensa da DSEC, liderada pelo director Ieong Meng Chao. Durante quinze dias vão estar no terreno cerca de 2.200 agentes, que vão visitar os domicílios em grupos de dois e recolher as informações através de um tablet. Os agentes utilizam uniformes dos Censos 2021, têm um cartão de identificação própria e pastas cinzentas. Em caso de dúvida, os habitantes das fracções pode ainda digitalizar o código QR das cartas/questionários ou ligar para a linha azul dos Censos, através do número 8809 8809. Sobre as visitas domiciliárias, a DSEC apelou “a todos os cidadãos de Macau que prestem apoio e colaborem com os agentes de censos durante a visita domiciliária e que forneçam informação correcta”. Quem quiser evitar o contacto com os agentes pode ainda preencher os dados através da internet, meio disponível entre os dias 7 e 16 de Agosto. Como forma de incentivar as pessoas a adoptarem o preenchimento online, o Governo está vai realizar sorteios diários, que atribuem aos vencedores 200 patacas num carregamento de MPay ou em cupões de compras de supermercados. São sorteados 200 prémios por dia, 2.000 no total, o que implica um investimento das autoridades de 20 mil patacas. Reforço da segurança Ainda em relação aos procedimentos, nomeadamente informáticos, as autoridades prometeram “reforçar a cibersegurança para proteger os dados” recolhidos, bem como “a confidencialidade das informações fornecidas pelos agregados familiares”. “Os resultados dos Censos são muito importantes para o desenvolvimento de Macau. Os dados não só reflectem a evolução da estrutura demográfica e das respectivas características socioeconómicas, como também são referências relevantes no planeamento do futuro por parte do Governo (…) na definição de políticas nas áreas da educação, habitação, transportes, assistência médica e serviços sociais”, exemplificaram as autoridades. “Além disso, os dados são também essenciais para as instituições privadas decidirem sobre negócios e para os académicos realizarem estudos”, acrescentaram.
João Santos Filipe SociedadeVisita | Escola Hou Kong pediu desculpa A Escola Secundária Hou Kong pediu desculpa pelo incómodo e insegurança gerados na sociedade devido à infecção de Covid-19 trazida pela visita de estudo a Xi’an da instituição. Segundo as declarações à Rádio Macau, a escola informou todos os docentes e alunos que tiveram contacto com o grupo de 30 estudantes que devem apresentar-se nos Serviços de Saúde para testagem, bem como cumprir as medidas necessárias de prevenção da pandemia dos SSM. A Hou Kong comprometeu-se ainda a reunir toda a informação sobre os alunos em causa, e entregar todos os contactos ao Governo. Além disso, comprometeu-se a terminar todas as actividades de grupo, cumprindo as orientações da prevenção da pandemia. Ao canal chinês da Rádio Macau, a Escola não explicou o que levou a actuar tão tarde face à situação, mas disse ir “aprender as lições, continuando a divulgar bem a educação da prevenção da pandemia”. Entre os membros da direcção, consta Chan Hong, deputada e vice-directora da Hou Kong. A legisladora esteve ontem no hemiciclo no âmbito das interpelações orais, mas, segundo o Exmoo, assim que foi declarada a situação de emergência e divulgado o nome da escola aproveitou para deixar a AL e não mais regressar.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Detectados quatro casos positivos locais depois de viagem ao Interior Viagem de “intercâmbio” da Escola Hou Kong resultou em infecção de quatro pessoas em Macau, onde estiveram 10 dias, antes de serem diagnosticadas. Ontem, o Governo declarou Estado de Prevenção Imediata, os esforços foram canalizados para a testagem e os infectados apresentam a variante Delta [dropcap]O[/dropcap] Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou ontem a detecção de quatro casos de infecção com a variante Delta da covid-19, que estiveram em contacto com a comunidade durante dez dias. A situação foi revelada ontem às 15h30 e o Chefe do Executivo declarou o Estado de Prevenção Imediata. Os infectados são um casal e os respectivos filhos, que habitam no edifício Mei Lin, na Rua de Coelho do Amaral, o que levou as autoridades a deslocarem-se ao local e a criar uma cerca sanitária, para testar moradores. O caso foi detectado depois de o homem de 51 anos, que é motorista nos Serviços de Saúde, e a mulher, de 43 anos e empregada numa loja de fruta, terem feito testes de ácido nucleico, na segunda-feira, em Zhuhai, cujos resultados confirmaram as infecções. O casal conseguiu regressar a Macau, antes do resultado positivo ser conhecido, porque tinham outros testes de ácido nucleico válidos, em vias de expirar. Contudo, não foram os únicos infectados, uma vez que o filho e a filha foram igualmente identificados como casos confirmados. Após a divulgação do contágio, as equipas de desinfecção deslocaram-se ao local de trabalho da mulher e ao mercado dos Três Candeeiros, que foram isolados. O mesmo aconteceu com o Centro de Saúde de Seac Pai Van e o Posto de Saúde de Coloane, onde o homem trabalha. Visita de estudo As autoridades acreditam que uma visita de estudo da Escola Hou Kong, que se deslocou a Xi’an entre 19 e 24 de Julho, está na origem da infecção de Macau. A visita teve como objectivo realizar actividades de intercâmbio. A filha do casal, assim como um grupo de 30 alunos da escola, viajaram nos voos CZ3761, entre Zhuhai e Xi’an, e regressaram no CZ3762, entre Xi’an e Zhuhai, onde estiveram em contacto com dois casos ligados ao surto de da Nanjing. “A filha passou por uma zona de alto risco, uma vez que a 19 de Junho partiu de Zhuhai para Xi’an para participar em actividades de intercâmbio e verificámos que o percurso coincide com os casos conexos a Nanjing e Zhongshan. A filha esteve no mesmo voo que envolveu as pessoas infectadas que partiram de Nanjing para Zhongshan e Zhuhai”, afirmou Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde. “Esta é a possibilidade de infecção que achamos mais provável”, acrescentou. A médica Leong Iek Hou foi mais assertiva: “Concluímos que a infecção partiu da filha”, vincou. Leong explicou também que a infectada apresentou sintomas logo no dia 22 de Julho, quando estava em Xi’an com os 30 colegas da escola de Macau. “Apresentou sintomas como tosse, perda de paladar, até que a 27 de Julho finalmente apresentou melhorias”, revelou a médica. Foi com sintomas que a aluna da Escola Hou Kong entrou em Macau, a 25 de Julho, e terá levado a infectar o irmão, que teve sintomas como febre e nariz entupido, a 28 de Julho. Finalmente, a 1 de Agosto, o pai apresentou um quadro clínico que incluiu dores de garganta, assim como a mãe, apesar dos casos só terem sido detectados dois dias depois. Perguntas sem resposta A questão de a filha ter entrado em Macau com sintomas de covid-19, levantou questões sobre a declaração de saúde. Além disso, os voos em causa tinham sido anteriormente referidos pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus como um trajecto de risco, por estarem ligados a duas infecções. Apesar destes aspectos, e de nos voos estarem 30 alunos da escola Hou Kong, a situação de risco dos estudantes também não terá sido comunicada às entidades de saúde para monitorização. Neste cenário, a questão da responsabilização foi levantada na conferência de imprensa sobre a pandemia da covid-19. Como a aluna infectada é menor de idade, levanta-se a possibilidade de a escolar ser responsável por um eventual comportamento negligente. A pergunta ficou sem uma resposta concreta: “No dia 22 de Julho começou a ter tosse, mas os sintomas foram muito ligeiros. Nunca teve febre, mas vamos ver o código de saúde que declarou… As pessoas quando entram em Macau e têm sintomas têm de os declarar correctamente”, afirmou Leong. “Quanto à escola, vamos apurar se a aluna falou com os professores e directores. Quando tivermos informações vamos declarar”, acrescentou. Oito dias em comunidade À hora de fecho do HM ainda não era conhecido na totalidade o percurso dos infectados nos dias em que estiveram em Macau antes do diagnóstico e em livre contacto com a comunidade. As informações preliminares da médica Leong Iok Hou indicam que os infectados, além dos locais de trabalho, frequentaram os restaurantes Federal, entre as 13h e as 14h de 25 de Julho, e Nga Kai, a 27 de Julho, entre as 18h e as 19h30. No dia 26 de Julho, o filho esteve ainda entre as 13h e as 15h na Biblioteca do Jardim Luís de Camões. Por sua vez, o pai foi ainda vários vezes a Zhuhai às compras, e passou pelo menos cinco vezes a fronteira, antes de ser identificado como caso confirmado. Ontem, as autoridades não conseguiram confirmar o número de casos de contacto próximo e de contacto próximo secundário, apesar de a prioridade ser “perseguir os contactos próximos”. Todavia, foi anunciado que três colegas da mãe tinham sido levados para o Hospital Conde São Januário para serem testados e isolados. O mesmo aconteceu com as pessoas que trabalham nos centros de saúde com o homem de 51 anos. Também os 30 colegas da aluna iam ser testados, mas à noite as autoridades só tinham identificado 19, sem que houvesse confirmação de infecções. Contudo, uma das pessoas está em quarentena, depois de ter apresentado sintomas de febre. Cidade dividida por zonas Apesar das dúvidas, Alvis Lo, director dos SSM, deu uma certeza: a cidade vai ser dividida por zonas com cercas sanitárias, tal como já tinha sido anunciado anteriormente pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U. A primeira zona vermelha foi instalada no edifício Mei Lin e prolongada para dois edifícios vizinhos. Estas pessoas não podem sair de casa e são testadas no local. Na mesma rua foram ainda classificados outros edifícios como zona de código de saúde de cor amarela. Já na Rua da Emenda, e até a Rua Horta e Costa, também foram classificados edifícios na zona amarela. Além disso, a secretária diz que está tudo preparado para a eventualidade de fazer testagem da população em massa, uma medida que ontem às 22h ainda não estava decidida. Nas imediações dos prédios assinalados a vermelho, as autoridades perguntaram sobre o paradeiro de membros do agregado familiar que não estavam em casa, para efeitos de testagem, e disponibilizaram alimentos aos afectados. A secretária deixou ainda um apelo à população para ficar na RAEM. “Esperamos que a população de Macau que tenha estado exposta ou em contacto próximo se dirija imediatamente ao hospital e que as pessoas utilizem sempre máscara”, apelou.
Nunu Wu Manchete SociedadeAlegado rapto de bebé leva mãe a procurar ajuda de Wong Kit Cheng [dropcap]N[/dropcap]o domingo à tarde, uma mulher aflita publicou num popular grupo de Facebook uma mensagem a dar conta do alegado rapto do seu filho bebé, pela família do pai. De acordo com o relato, um dia, enquanto não estava em casa, o marido foi a sua casa e levou o bebé de cinco meses. Desesperada, e há dez dias (no domingo) sem saber o paradeiro do filho, resolveu publicar a história num grupo com mais de 27 mil membros, depois de pedir ajuda à Polícia Judiciária, ao Movimento Católico de Apoio à Família e ao Instituto de Acção Social. Além disso, recorreu ao gabinete da deputada Wong Kit Cheng. O HM contactou a deputada e representante da Associação Geral das Mulheres que não comentou o caso, para proteger a privacidade das pessoas em causa. Porém, confirmou ter recebido a senhora, prestado aconselhamento e encaminhado o caso para as entidades competentes. A mulher é uma trabalhadora não-residente, oriunda de Hong Kong, empregada numa loja de animais. Segundo o relato, tanto o marido como os sogros deixaram de atender as chamadas telefónicas ou responder a mensagens no WeChat. Finalmente, o marido terá, alegadamente, respondido de forma breve, dizendo que o bebé estava vivo e bem de saúde. Foi-lhe também negado o pedido de envio de fotografias ou vídeos da criança. Nariz na porta Na semana passada, recebeu uma mensagem do marido a dizer que tinha mandatado um advogado para tratar dos procedimentos do divórcio e de requerer a custódia do filho. Assim sendo, na sexta-feira, dirigiu-se à casa da família do marido e, depois de ouvir barulho que denunciava a presença de pessoas, bateu à porta. Ajudada pela alegada persuasão do porteiro e um agente policial que a acompanharam, finalmente, o sogro abriu a porta. Porém, este ter-se-á escusado a atender à vontade da mãe, que solicitava ver a criança. Segundo a senhora, o sogro terá afirmado pertencer à Polícia Judiciária, estatuto que terá feito com que o agente da polícia que acompanhava a mulher se retirasse. A porta fechou-se de seguida. O HM entrou em contacto com a mulher, mas, até ao fecho da edição, não obteve resposta.
Pedro Arede Manchete SociedadeBernstein | Surtos de covid na China vão afectar receitas de Agosto Após a recuperação de 29 por cento em Julho, relativamente ao mês anterior, as receitas brutas dos casinos de Macau podem vir a ser “negativamente afectadas” em Agosto. Segundo a Bernstein, com os novos surtos activos no Interior da China e mais restrições de viagem, as receitas podem mesmo vir a representar perdas de 60 por cento em relação ao cenário pré-pandemia [dropcap]O[/dropcap]s analistas da Sanford C. Bernstein prevêem que, chegados ao final de Agosto, as receitas brutas dos casinos de Macau possam vir a ser “negativamente afectadas” com o surgimento de novos casos de covid-19 um pouco por toda a China. A previsão surge depois de a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) ter revelado que, em Julho, as receitas dos casinos foram de 8,4 mil milhões de patacas (mais 29 por cento em relação a Junho), assumindo-se como o segundo melhor mês do ano, seguido do mês de Maio (10,4 mil milhões de patacas). Isto, tendo em conta que Junho foi, até agora, o pior mês de 2021, com os casinos a contabilizarem receitas de 6,5 mil milhões de patacas, num resultado que coincidiu com a descida no número de visitantes devido a um surto comunitário de covid-19 na província de Guangdong. Para os analistas da Bernstein, Vitaly Umansky, Louis Li e Kelsey Zhu, citados pelo portal GGR Asia, o aumento das receitas dos casinos em Julho ficou a dever-se “à recuperação do número de visitantes” alavancada pelo relaxamento de algumas medidas transfronteiriças no final de Junho e início de Julho, por parte do Governo de Macau. No entanto, a pandemia continuou sem dar tréguas e, na segunda metade de Julho, o surgimento de novos casos no Interior da China levou o Executivo a criar novas restrições de viagem, como a imposição de quarentenas à chegada a Macau ou a obrigatoriedade de apresentar um teste negativo à covid-19 realizado nas 48 horas anteriores, a quem chegue ao aeroporto internacional de Macau vindo da China. Talvez no fim do Verão Lembrando que, à data de ontem, o número de províncias a partir das quais os visitantes têm de fazer quarentena à chegada a Macau subiu para oito, a Bernstein prevê que as melhorias ao nível das receitas brutas de jogo possam acontecer apenas no final do Verão. “Tendo em conta que os casos de covid-19 continuam a espalhar-se pela China e a baixa probabilidade de que a reabertura das viagens entre Macau e Hong Kong possa acontecer em breve, prevemos que as receitas brutas de jogo em Agosto desçam 60 por cento em relação a Agosto de 2019. Esperamos começar a ver melhorias ao nível das receitas brutas de jogo final do Verão, à medida que as restrições de viagem começarem a dissipar-se”, pode ler-se na nota da Bernstein, citada pelo GGR Asia.
Pedro Arede Manchete SociedadeCovid-19 | Autoridades desaconselham viagens à China Com a ameaça da variante Delta à porta, os Serviços de Saúde pediram aos cidadãos para evitar viagens ao Interior da China. A partir de hoje, quem apresentar sinais de febre e queira tomar a vacina pode realizar gratuitamente um teste de ácido nucleico. Possibilidade de aumentar dias de quarentena para quem chega da China não foi descartada [dropcap]C[/dropcap]om a variante Delta a alastrar-se por várias cidades e províncias do Interior da China, os Serviços de Saúde apelaram ontem à população para evitar deslocações ao território. Isto, numa altura em que a taxa de vacinação continua longe do ideal. “Apelamos aos cidadãos que evitem deslocações a cidades e províncias do Interior da China. Se tiverem necessidade de ir, devem ponderar bem a situação epidemiológica [dessas regiões]”, apontou Tai Wa Hou, médico-adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, por ocasião da habitual conferência de imprensa sobre a covid-19. “O teor da cadeia mutante deste vírus [Delta] é muito rápido, tem uma alta capacidade de transmissão e leva mais tempo até acusar negativo. Estamos no Verão, há mais calor e a concentração de pessoas em pontos turísticos é maior. Este surto começou no aeroporto [de Nanjing] e está a espalhar-se por todas as províncias da China. A curto prazo, prevemos que o surto se alastre a outras regiões”, acrescentou. Dada a situação, Tai Wa Hou anunciou que a partir das 9h00 de hoje passam a ser disponibilizados testes de ácido nucleico gratuitos para os interessados em tomar a vacina que apresentem sintomas de febre. O resultado, que não serve para cruzar fronteiras, poderá ser consultado numa nova secção do código de saúde . “Vamos aumentar os testes de despistagem às pessoas que apresentem febre e, por isso, vamos adicionar uma funcionalidade ao código de saúde para aqueles que apresentem o código amarelo ou sintomas de febre. Essas pessoas que tiverem marcação [para tomar a vacina] podem fazer o teste de ácido nucleico a título gratuito no hospital, no terminal do Pac On ou no Fórum. Os resultados não serão apresentados no código de saúde e não podem ser usados para efeitos de passagem fronteiriça”, vincou o responsável. Perigo a aumentar Durante a conferência de imprensa, a médica Leong Iek Hou frisou que a variante Delta oferece ainda muitas incertezas aos profissionais de saúde e que, por isso, a somar ao facto de “apresentar períodos de incubação mais curtos e sintomas mais cedo”, os Serviços de Saúde não descartam aumentar o número de dias das quarentenas para quem chega do Interior da China. Questionado sobre a implementação de incentivos à vacinação e a possibilidade de vir a obrigar funcionários públicos a ser inoculados, Tai Wa Hou referiu que “não há necessidade” de tomar novas medidas, mas que é preciso “aumentar a sensibilização” sobre a segurança e a importância das vacinas. “Se a população for vacinada depois de a variante Delta chegar a Macau, pode ser tarde de mais. Espero que as pessoas fiquem em Macau e possam tomar a vacina o mais rápido possível”, referiu.
João Luz Manchete SociedadeCinema | ‘A Lenda do Grande Prémio de Macau’ nomeado para óscares do automobilismo O filme ‘A Lenda do Grande Prémio de Macau’, de autoria de Sérgio Basto Perez foi nomeado para os International Motor Film Awards 2021 na categoria de melhor filme de evento. A obra produzida pela DST apresenta a história do grande acontecimento desportivo local. Estreia na quinta-feira no Museu do Grande Prémio Um filme sobre o Grande Prémio de Macau foi nomeado para os ‘óscares’ do automobilismo, anunciou a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) na passada sexta-feira. “O filme ‘A Lenda do Grande Prémio de Macau’ (…), produzido pela DST, foi oficialmente seleccionado como uma das seis nomeações na categoria de “Best Event Film” – Melhor Filme de Evento nos ‘International Motor Film Awards 2021’, pode ler-se no comunicado. O filme, do realizador local Sérgio Basto Perez, “apresenta uma viagem pela história do Grande Prémio de Macau, guiada pelas vozes de pilotos de carros e de motos do passado e do presente, com um vislumbre da atmosfera única, carácter e emoção na ocorrência de um fim-de-semana no Grande Prémio de Macau”, acrescentou a DST. O filme foi desenvolvido para ser exibido no Museu do Grande Prémio de Macau, recentemente inaugurado. A estreia está marcada para 5 de Agosto, sendo projectado duas vezes por dia, à excepção de terça-feira, quando o museu está fechado ao público. História singular feita no plural “Nunca esperei ser nomeado para um festival com este prestígio. Ficámos nas nuvens com esta notícia”, afirmou Sérgio Basto Perez numa publicação de Facebook. O realizador local revelou também para aqui chegar foram necessários mais de 17 anos de trabalho, incluindo a exaustiva pesquisa de um vasto arquivo de imagens “do nosso mais prestigiado e amado evento”. Quanto à produção, o autor adianta que foi “desenvolvida como uma demonstração emotiva da singularidade da mais lendário corrida da Ásia, num dos circuitos urbanos com mais história.” Todos os filmes nomeados são elegíveis para as nomeações nos prémios de Realização Técnica, Melhor Fotografia, Melhor Acrobacia, Melhor Som e Melhor Edição, bem como para o “Grand Prix Award”. Os resultados do “International Motor Film Awards 2021” vão ser anunciados em 15 de Setembro, em Londres. A DST salientou que o evento internacional “reconhece os talentos em realização e produção, desde filmes de alta qualidade e anúncios publicitários, até às produções estudantis e independentes” e que “são considerados os óscares do mundo do automobilismo”. O realizador local enalteceu o compromisso e apoio da DST, do Instituto do Desporto, da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, da organização e equipa da Federação Internacional do Automóvel. Aproveitou também para agradecer o contributo de condutores e talentos locais do sector audiovisual.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCentral de Taishan | Reactor nuclear suspenso para “manutenção” A empresa responsável pela Central Nuclear de Taishan, a 70 quilómetros de Macau, diz que está a fazer “manutenção e investigação dos danos relacionados com o combustível”. A suspensão do reactor nuclear acontece depois de a parceira EDF ter afirmado que se o complexo fosse em França as operações seriam suspensas A empresa estatal China Guangdong Nuclear Power (CGNPC) suspendeu o reactor da Central Nuclear de Taishan para “manutenção e investigação dos danos relacionados com o combustível”. O anúncio foi feito na sexta-feira, através de um comunicado, em que foi abordado o estado da central que fica a cerca de 70 quilómetros de Macau. “Durante o funcionamento da Unidade 1 foi registado um pequeno dano relacionado com o combustível, porém, tudo está dentro dos níveis definidos pelas especificações técnicas, pelo que a unidade pode continuar a operar de forma estável”, assegurou a CGNPC, no mesmo comunicado. A suspensão do reactor levou a empresa Energia de França, proprietária de 30 por cento da Central Nuclear, através da empresa Taishan Nuclear Power Joint Venture (TNPJVC, na sigla inglesa), a considerar que estão a ser adoptados os melhores padrões para reagir a estas situações. “A decisão do operador TNPJVC está em linha com o que a EDF teria feito em França, no que diz respeito aos procedimentos adoptados nas centrais que operam em território francês”, vincou. A eléctrica francesa, controlada pelo Estado Francês, tinha dito no final do mês passado que os problemas registados na Central Nuclear de Taishan teriam levado à suspensão, caso a situação ocorresse em França. O comunicado foi feito numa altura em que a CGNPC ainda não tinha concordado com a suspensão, que aconteceu agora. Situação desvalorizada A Central Nuclear de Taishan fica a cerca de 70 quilómetros de Macau e os problemas mais recentes foram dados a conhecer em Junho, através da CNN. A emissora americana teve acesso a um documento em que a EDF pedia autorização ao Governo dos EUA para transferir tecnologia à CGNPC. A empresa estatal chinesa está na lista negra dos EUA por apropriação de tecnologia para desenvolvimento militar. Após a notificação dos problemas, a CGNPC explicou que houve uma acumulação de crípton e xénon, dois gases inertes, no circuito primário do reactor número da estação. A empresa frisou também que se trata de “fenómeno conhecido, estudado e previsto nos procedimentos operacionais”. Posteriormente, a agência estatal chinesa responsável por supervisionar as centrais nucleares do país, garantiu que os níveis de radioactividade na região estavam normais, apesar de reconhecer os danos sofridos em cinco barras de combustível. Na altura, a situação foi igualmente desvalorizada pelo ministério da Ecologia e do Ambiente da China. “Não há problema de derrame radioactivo para o ambiente”, afirmou o ministério em comunicado, acrescentando que a radiação no reactor aumentou, mas manteve-se dentro dos “níveis permitidos”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Receitas de Julho atingiram 8,4 mil milhões Até Julho os casinos arrecadaram 57,5 mil milhões de patacas em receitas brutas. Para que a previsão anual do Governo seja alcançada, as receitas dos próximos cinco meses têm de ficar acima de 14,5 mil milhões por mês Em Julho as receitas dos casinos foram de 8,4 mil milhões de patacas, naquele que foi o segundo melhor mês do ano, de acordo com os dados divulgados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). O montante do mês passado foi apenas superado em Maio, quando os casinos arrecadaram 10,4 mil milhões de patacas. Em relação ao período homólogo do ano passado, os 8,4 mil milhões de patacas representam um crescimento de 528,1 por cento, uma vez que em Julho de 2020 as receitas não tinham ido além de 1,34 mil milhões de patacas. Contudo, os milhões arrecadados estão muito longe do período pré-pandemia covid-19. O valor de Julho deste ano representa apenas um terço (34,2 por cento) das receitas de Julho de 2019, quando os casinos tinham facturado 24,5 mil milhões de patacas. Os números de Julho contrastam com Junho, que foi o pior mês do ano, com as concessionárias a contabilizarem receitas de 6,5 mil milhões de patacas, resultado que coincidiu com a descida do número de visitantes, na sequência de um surto comunitário de covid-19 na província vizinha de Guangdong. Em relação aos primeiros sete meses do ano, os casinos registaram uma subida de 63,9 por cento nas receitas comparativamente a igual período do ano passado, com 57,4 mil milhões de patacas de receitas brutas acumuladas contra 35 mil milhões de patacas no mesmo período de 2020. Previsão mais distante Passados sete meses, os números indicam também que as previsões feitas pelo Governo estão cada vez mais longe de se concretizarem. Segundo as contas feitas no orçamento da RAEM para 2021, as receitas dos casinos devem fixar-se em 130 mil milhões de patacas, previsão que o Executivo tem recusado rever. No entanto, após Julho, os casinos precisam de registar uma média de 14,5 mil milhões de patacas por mês em receitas para alcançar a meta estabelecida. Por um lado, o cenário antevê-se complicado uma vez que nos primeiros sete meses do ano o valor mais elevado foi em Maio, com receitas de 10,4 mil milhões de patacas. Por outro, as restrições de viagem entre Macau e o Interior estão mais “apertadas”. Desde sábado que as pessoas que se desloquem a Macau num voo do Interior precisam de apresentar o resultado negativo de um teste de ácido nucleico com validade inferior a 48 horas.
João Luz Manchete SociedadeVacina | Pessoas com mais de 60 anos isentas de marcação A partir de hoje, quem tiver mais de 60 anos não precisa fazer marcação para ser vacinado contra a covid-19. As autoridades de saúde indicaram que a nível internacional a terceira dose ainda não foi atestada quanto à segurança e eficácia e alargaram as medidas restritivas a locais no Interior que reportaram infecções Basta aparecer. A partir de hoje, as pessoas com mais de 60 anos de idade não precisam fazer marcação prévia para serem vacinas contra a covid-19, basta dirigirem-se ao Centro Hospitalar Conde de São Januário ou aos centros de saúde onde a vacina é administrada. A informação foi prestada pelo médico e director do hospital público Tai Wa Hou, especificando que, como a “grande maioria” das pessoas com mais de 60 anos são “portadoras de doenças crónicas”, as novas medidas permitem aos médicos, durante uma consulta, avaliarem o estado de saúde para facilitar o acesso à vacina. Para tal, será suficiente assinar o termo de consentimento. Tai Wai Hou mencionou também a hipótese de administração da terceira dose da vacina, referindo que “está a ser estudada pelas autoridades de saúde”. O médico referiu que, mesmo que em alguns países e regiões esse passo tenha sido dado, “a maioria das instituições reguladoras da vacina não fez ainda a aprovação oficial” e “em termos internacionais, não existe qualquer relatório científico para suportar a segurança e eficácia da administração da terceira dose”. Alargar quarentenas À medida que vão sendo reportados mais casos de infecção no Interior da China, as autoridades locais alargam o âmbito das medidas restritivas a quem chega a Macau, nomeadamente através da imposição de quarentena. O centro de coordenação de contingência afirmou ontem que, “tendo em consideração a evolução epidemiológica mais actualizada das províncias de Jiangsu, Hunan, Hubei e Henan”, quem tenha saído dos locais especificados pelas autoridades, ou por lá passado num período inferior a 14 dias antes de entrar em Macau, terá de cumprir quarentena obrigatória. O período de observação médica é de “14 dias a contar da data de saída dos locais referidos, não podendo esse período ser inferior a 7 dias”. Os locais que implicam quarentena são o “subdistrito de Gaoliangjian do distrito de Hongze da cidade de Huaian da província de Jiangsu, a vila de Morong Miao da aldeia de Morong do condado de Guzhang e subdistrito de Donghe da cidade de Jishou, subdistrio de Chilingru do distrito de Tianxin da cidade de Changsha e subdistrito de Chengjiao da cidade de Ningxiang da prefeitura autónoma de Xiangxi Tujiazu e Miaozu da província de Hunan. Quanto à província de Hubei, fica sujeito a quarentena quem passou “na aldeia de Yongjiahe do condado de Hongan da cidade de Huanggang. A quarentena é aplicável também a quem chega ou tenha passado pela província de Henan, nomeadamente pelo “subdistrito de Jingguangru e subdistrito de Changjiang do distrito de Erqi da cidade de Zhengzhou. Além disso, os serviços de saúde informaram que até às 16h de sábado tinham sido administradas 509.754 doses da vacina. No total, tinham tomado a segunda dose 226.851 pessoas, correspondendo a uma taxa de vacinação de 35,5 por cento.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeOferta de casas sociais resolve problemas habitacionais, diz Chan Ka Leong Chan Ka Leong, membro do Conselho para os Assuntos de Habitação Pública, defendeu que a actual oferta de habitações sociais vai fazer com que os próximos dez anos sejam “dourados” no que diz respeito à resolução dos problemas de habitação. O responsável falou aos jornalistas à margem de um fórum organizado pelo Centro de Política da Sabedoria Colectiva sobre habitação económica. “Os residentes mais vulneráveis já têm garantias suficientes devido às candidaturas permanentes para as habitações sociais em Mong-Há, Toi San e na zona A dos Novos Aterros, que serão atribuídas gradualmente”, frisou. Sobre a habitação económica, Chan Ka Leong disse que a oferta de fracções está de acordo com a procura, elogiando a acção do Governo, que nos últimos dois anos disponibilizou oito mil casas. O responsável destacou as alterações feitas à lei de habitação económica, que beneficiam agora as famílias mais vulneráveis. “O novo sistema de pontuação tem em conta a estrutura das famílias, tal como a proporção dos residentes permanentes, a duração do período de residência e se há membros vulneráveis na família.” Para Chan Ka Leong, as famílias com três ou quatro pessoas, ou os agregados mais jovens, têm agora uma maior possibilidade de conseguir uma habitação. Quanto às casas para a classe sanduíche, Chan Ka Leong acredita que serão necessárias dez mil fracções, apontando que o Governo já tem terrenos disponíveis. Quanto às críticas sobre os elevados preços de venda das casas económicas, de cinco mil patacas por metro quadrado, o membro do Conselho defendeu que os valores podem ser discutidos. “O mais importante é olhar para o prémio dos terrenos. Se o Governo cobrar totalmente o valor, o custo deve ser aproximadamente duas mil patacas por metro quadrado, e isso pode ser discutido na sociedade. É semelhante ao preço praticado nos edifícios privados, é um preço razoável”, defendeu. Chan Ka Leong admitiu que o valor é um pouco caro, mas deve-se também ao aumento do preço dos materiais de construção.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Mais quarentenas e testes para quem vem do Interior da China Desde as 19h de ontem que quem chegar das cidades de Zhangjiajie, em Hunan, e Chengdu, em Sichuan, é obrigado a realizar uma quarentena de 14 dias. Passa também a ser obrigatório, a partir da meia noite de sábado, teste à covid-19 negativo para quem voar das cidades do Interior da China A ocorrência de surtos de covid-19 em vários locais na China está a obrigar as autoridades a apertar as medidas de prevenção. Desde as 19h de ontem que quem viajar das cidades de Zhangjiajie, na província de Hunan, e Chengdu, na província de Sichuan, é obrigado a realizar uma quarentena de 14 dias no território. No entanto, no caso da cidade de Chengdu, apenas estão abrangidos alguns distritos. As medidas, anunciadas ontem em conferência de imprensa do Centro de Coordenação e de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, incluem ainda a cidade de Ruili e o Condado de Longchua, em Yunnan; um bairro residencial em Shenyang, província de Liaoning e diversas zonas e cidades no distrito de Jiangsu, onde se pensa que terá tido início o surto do aeroporto de Nanjing. Além disso, Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), referiu que “todas as pessoas que vierem directamente do Interior da China para Macau, através de voos, têm de apresentar antes um teste de ácido nucleico negativo com 48 horas de validade”. Esta medida entra em vigor à meia noite deste sábado, 31 de Julho. No caso da cidade de Zhangjiajie, o surto de covid-19 está associado ao “Espectáculo Maravilhoso Xiangxi”, que teve lugar no passado dia 22. As autoridades sabem que há três excursões de residentes de Macau nesta cidade e também em Chengdu, mas as pessoas não assistiram ao espectáculo. Além disso, 100 pessoas já fizeram o registo no seu código de saúde em como estiveram em Zhangjiajie desde o dia 17 de Julho. Estas terão de fazer quarentena e serem submetidas a três testes de ácido nucleico. Mau entendimento Alvis Lo declarou que actualmente “os lugares considerados de médio e alto risco aumentaram”, enquanto que “os lugares de médio risco passam a incluir toda a cidade e não apenas algumas ruas ou distritos”. O responsável voltou a apelar à vacinação durante as férias de Verão e pediu que as pessoas evitem deslocações ao exterior. Relativamente ao caso de infecção em Zhuhai, mais de 2600 pessoas de Macau registaram nos seus códigos de saúde terem feito o mesmo percurso da pessoa infectada, mas Leong Iek Hou admitiu a ocorrência de falhas neste processo. “Muitas pessoas tiveram um mau entendimento sobre o percurso que tiveram. Entende-se por percurso cruzado estar no mesmo local e à mesma hora que o infectado. Os casos de contacto próximo determinados por Zhuhai não estão em Macau”, frisou. Tai Wa Hou, responsável pelo programa de vacinação, referiu ainda a ocorrência de um “evento adverso grave” associado à vacina da Pfizer/BionTech. “Um rapaz de 17 anos, no dia 27 de Julho, teve problemas cardíacos e foi à urgência dia 28. Fez os testes, incluindo análises ao sangue. Teve alta, saiu do hospital, mas à tarde as dores no coração agravaram-se e voltou de novo ao Centro Hospitalar Conde de São Januário. Concluímos que tinha miocardite. Após um período de descanso deixou de ter dores e está agora numa situação estável.” O rapaz recebeu a segunda dose da vacina esta segunda-feira. “Consideramos que este é um evento adverso grave após a vacinação”, adiantou Tai Wa Hou. Na conferência de imprensa de ontem, foi também referida a situação de residentes de Hong Kong que optam por realizar a quarentena em Macau e não em Shenzhen. Em Junho, foram feitos dez pedidos de consulta, e este mês 21. “Há uma tendência de aumento, mas temos quatro hotéis seleccionados para quarentenas e neste momento o número de quartos é suficiente”, adiantou Lam Tong Hou, representante dos Serviços de Turismo.
João Luz Manchete SociedadeSJM | Grand Lisboa Palace abre hoje portas ao público Chegou o dia da abertura, parcial, do Grand Lisboa Palace. O mega resort da SJM Holdings, que custou cerca de 39 mil milhões dólares de Hong Kong para se erguer no Cotai, vai disponibilizar para já 300 quartos, de um total de 1900, e abrir parte dos restaurantes Após sucessivos adiamentos e muita expectativa acumulada, o Grand Lisboa Palace abre portas hoje, ao meio-dia, marcando a aguardada entrada “em grande” da SJM Holding, Lda no Cotai. O mega-resort entrará em funcionamento de forma faseada, com a abertura hoje de 300 quartos e uma parte da oferta de restauração. Apesar da indicação anterior de que a nova aposta do grupo deveria abrir no final do primeiro semestre deste ano, a notícia da abertura caiu de surpresa. À margem da apresentação da mostra “Harmony of East and West – The Exhibition by Famous Local Artists”, a presidente do conselho de administração da SJM, Daisy Ho, revelou que vão ser disponibilizados 300 quartos, na primeira fase, mas que “os restantes serão colocados ao serviço, de acordo com a procura”. A responsável da operadora afirmou também que a segunda fase da abertura do Grand Lisboa Palace depende da evolução da pandemia. Em termos de ofertas para o paladar, um dos destaques será o Grand Buffet, um sucesso do passado do Grand Lisboa que será relançado oferecendo mais de 600 iguarias. Para os fãs da gastronomia portuguesa, o restaurante Mesa promete ser um local de referência para os sabores lusos. Haverá ainda uma charmosa e típica casa de chá, com a decoração a cargo do conceituado designer de Hong Kong Alan Chan, e para um restaurante tradicional de hotpot de Taiwan. Para quem não dispensa a cozinha italiana e japonesa, o resort irá abrir dois restaurantes liderados por chefs reconhecidos com estrelas Michelin. Em comunicado emitido ontem, o grupo refere que o Grand Lisboa Palace “celebra o encontro do melhor de dois mundos – a essência encantadora do Oriente e do Ocidente. Inspirado nos monumentais edifícios europeus dos períodos neoclássico e belle époque e nos elementos tradicionais chineses, o resort honra o lendário património multicultural de Macau”. “A nossa visão para o Grand Lisboa Palace é que seja um hub gastronómico para amantes da boa mesa de todos os cantos do mundo. Queremos impressionar com experiências gastronómicas inovadoras, criadas por marcas aclamadas e por parceiros de várias partes do mundo”, afirmou Daisy Ho, em comunicado no passado dia 15 de Julho. A construção do Palácio Como havia sido antecipado por Ambrose So, a SJM conseguiu 150 novas mesas de jogos. Já em 2019, o vice-presidente e director-executivo do grupo disse que iria pedir licença para 300 mesas de jogo para o novo resort, mas que esperava obter apenas 150. Até à hora do fecho desta edição, ainda era incerto o número de mesas disponíveis nesta primeira fase de abertura. No total, o Grand Lisboa Palace irá oferecer 1900 quartos e suites, distribuídos por três torres: O Grand Lisboa Palace Hotel, o Palazzo Versace e o hotel com a marca de “Karl Lagerfeld”, o histórico designer da casa Chanel. O mega-resort da SJM tem um custo estimado de 39 mil milhões de dólares de Hong Kong (HKD) e começou a ser construído em Fevereiro de 2014. No início das obras, o grupo estimava que a construção custasse 30 mil milhões de HKD e abrisse ao público em 2017. Recorde-se que a edificação do resort enfrentou severos contratempos, incluindo a devastação causada pelo tufão “Hato” e vários incêndios que levaram a evacuações do estaleiro e a investigações das autoridades policiais.
Hoje Macau SociedadeOcupação média hoteleira cai para 45,3% em Junho A taxa de ocupação média hoteleira em Macau caiu de 62,1% em maio para 43,5% em Junho, uma queda de 16,8 pontos percentuais, anunciou hoje a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em comunicado, a DSEC explicou a descida com o reforço das medidas de prevenção e controlo da pandemia de covid-19 entre Macau e a província vizinha de Guangdong, no início de Junho. No mês passado, os 116 hotéis e pensões do território, num total de 35 mil quartos, hospedaram 469 mil pessoas, mais 245,9% em comparação com o período homólogo do ano passado, quando as fronteiras estavam praticamente fechadas aos visitantes. No primeiro semestre deste ano, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos hotéis e pensões foi de 50,4%, aumentando 23,2 pontos percentuais relativamente ao semestre do ano anterior. No total, ficaram hospedados 3,3 milhões de pessoas, um crescimento de 84,5%, quando comparado com os primeiros seis meses de 2020. Suspensos no início da pandemia, a emissão dos vistos individuais e de grupo da China para o território foi retomada a 23 de Setembro de 2020. Em Fevereiro, a responsável pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, estimou que Macau venha a receber este ano entre seis a dez milhões de visitantes, o que traduziria perdas entre 74% e 84% comparativamente aos 39,4 milhões de visitantes registados em 2019.
Andreia Sofia Silva SociedadeJogo | Melco Resorts com perdas líquidas de 185,7 milhões de dólares no 2.º trimestre A operadora de jogo Melco Resorts & Entertainment, com quatro casinos em Macau, teve perdas líquidas de 185,7 milhões de dólares no segundo trimestre do ano, anunciou a empresa. Ainda assim, a perda líquida foi menor do que a registada no mesmo período homólogo de 2020, período em que a pandemia e as restrições fronteiriças atingiam de forma mais acentuada a capital mundial dos casinos. O presidente da empresa, Lawrence Ho, um dos filhos do falecido magnata do jogo Stanley Ho, mostrou-se satisfeito “por ver uma recuperação progressiva dos níveis de negócios durante o segundo trimestre de 2021, apesar dos desafios da pandemia de covid-19 e das restrições fronteiriças, que apesar de relaxadas para a China continental, ainda estão em vigor. No comunicado divulgado hoje, o grupo apresentou receitas operacionais no segundo trimestre de 2021 de 566,4 milhões de dólares, um aumento de aproximadamente 222%. No segundo trimestre de 2021, o grupo apresentou um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado positivo de 79,1 milhões de dólares.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJulgamento do caso conexo ao de Ho Chio Meng vai ser repetido O Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu razão ao recurso do Ministério Público (MP) e ordenou a repetição do julgamento do caso conexo ao do ex-Procurador Ho Chio Meng. O Tribunal Judicial de Base (TJB) vai assim voltar a debruçar-se sobre a maior parte dos factos que constam na acusação, segundo apurou o HM. A primeira decisão do caso tinha sido tomada em Agosto de 2017, e, na semana passada, o TSI apresentou o veredicto sobre os diferentes recursos, que implica que a instância inferior volte a decidir sobre os factos imputados aos arguidos que terão ajudado o ex-Procurador a cometer 1.091 crimes. A condenação valeu a Ho uma pena de prisão de 21 anos, que ainda está a cumprir no Estabelecimento Prisional de Coloane. Para o Ministério Público, a decisão é uma primeira vitória e as absolvições de António Lai Kin Ian, ex-chefe do gabinete de Ho Chio Meng, Chan Ka Fai, ex-acessor do MP, e Alex Lam Hou Un, funcionário das empresas que o TUI disse serem lideradas por Ho Chio Meng, são assim anuladas. Os três arguidos arriscam-se agora a serem condenados. Por outro lado, o facto de o TSI ter aceite o recurso do MP levou a que o recurso dos empresários Wong Kuok Wai e Mak Im Tai – donos das empresas que Ho Chio Meng foi acusado de favorecer – nem fosse apreciado. Wong Kuok Wai tinha sido condenado a uma pena de 14 anos de prisão pela prática de 1.147 crimes, entre os quais participação em associação criminosa, participação económica em negócio e branqueamento de capitais agravado. Por sua vez, Mak Im Tai tinha sido condenado com uma pena de prisão de 12 anos de prisão por 1.147 crimes, semelhantes aos de Wong Kuok Wai. Ambos estão a cumprir pena na Prisão de Coloane, mas as condenações podem ser agravadas. Outros afectados Também os arguidos Ho Chio Shun, irmão de Ho Chio Meng, que tinha sido condenado a 13 anos de prisão, e Lei Kuan Pun, condenado a 12 anos de prisão, voltam a ver os seus casos analisados. A decisão do TSI recusou igualmente o recurso de Lei. Segundo o HM apurou, as únicas condenadas que não vão ter os seus casos “reabertos” são Chao Sio Fun, esposa de Ho, e Wang Xiandi, amante do ex-Procurador. Chao tinha sido condenada a 2 anos de prisão, com pena suspensa, por dois crimes de inexactidão dos elementos de declaração de rendimentos e um crime de riqueza injustificada, e vai ter de devolver a riqueza injustificada. Wang não apresentou qualquer recurso, e fica com a pena de prisão de seis anos em vigor, pelos crimes de burla de valor considerado elevado. Porém, a amante encontra-se em parte incerta pelo que não deverá cumprir a pena.