João Santos Filipe SociedadeElevadores | Nova lei pode inflacionar preços em 10% Fung Tak Cheung, presidente da Associação dos Engenheiros Electrotécnicos e Mecânicos de Macau, considera que a nova Lei dos Elevadores vai fazer com que o preço da manutenção e testes de segurança dos equipamentos suba, pelo menos, 10 por cento. As declarações foram prestadas ao canal chinês da TDM, uma vez que o diploma se encontra a ser discutido na generalidade da Assembleia Legislativa. Segundo o dirigente associativo um dos motivos que irá fazer os preços disparar prende-se com a falta de mão-de-obra no sector, com conhecimento especializado na inspecção de elevadores. Actualmente, existem cerca de 9 mil elevadores em Macau, mas apenas 170 engenheiros capacitados para fazer os testes necessários. No entanto, Fung declarou estar igualmente preocupado com a proposta de lei que exige certificação ISO às empresas que vão realizar os testes exigidos. A certificação ISO corresponde a um padrão internacional, que para ser atingido exige determinado tipo de materiais e formação profissional. Contudo, o presidente da associação alertou que para a exigência legal avançar é necessário tomar medidas, uma vez que actualmente apenas uma empresa no território cumpre os requisitos da certificação necessária. Apesar da adversidade, Fung considerou que é positivo adoptar um sistema que tem uma entidade independente responsável pela supervisão das empresas do sector.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Receitas subiram 43,7% em 2021 para 86,86 mil milhões As receitas brutas dos casinos de Macau ficaram mais de 40 mil milhões de patacas abaixo das estimativas iniciais do Governo. Para 2022, a meta é 130 mil milhões, se não surgirem surtos No ano passado, as receitas brutas do jogo subiram 43,7 por cento em comparação com 2020, para 86,86 mil milhões de patacas. Os dados sobre a principal indústria do território foram publicados no primeiro dia do ano novo, pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Os números mostram que em relação a 2020 as receitas aumentaram cerca de 26,42 mil milhões de patacas, uma vez que nesse ano o valor total foi de 60,44 mil milhões de patacas. Porém, o montante das receitas dos casinos ainda está muito longe do último ano pré-covid-19 (2019), quando as receitas tinham sido de 292,46 mil milhões de patacas, ou seja, mais 205,60 mil milhões de patacas do que em 2021. Com o fechar do ano, confirma-se igualmente que as estimativas do Governo para 2021, que eram de 130 mil milhões de patacas, saíram frustradas. A diferença entre a estimativa inicial, corrigida na segunda metade do ano, e a realidade foi de 42 mil milhões de patacas. Anteriormente, o Executivo explicou a diferença com a existência de surtos no território, principalmente na altura do Verão, que levaram à imposição de várias restrições na passagem das fronteiras. Em relação ao último mês do ano passado, de acordo com a DICJ, as receitas foram de 7,96 mil milhões de patacas, um crescimento de 244 milhões de patacas (1,8 por cento) face ao período homólogo. Meta de 130 milhões Em relação ao ano que agora começa, o Executivo mantém a estimativa de 130 mil milhões de patacas em receitas brutas, que acredita alcançável se não ocorrerem novos surtos de covid-19 no território. Contudo, o analista David Katz, do banco de investimento Jefferies, emitiu um relatório cauteloso para este ano, não só devido à pandemia, mas também à situação do segmento dos grandes apostadores. “Acreditamos que vai persistir a incerteza face à atribuição das concessões do jogo, mas também em relação à procura, face ao declínio do sector VIP”, escreveu Katz. Por sua vez, Davis Fong, ex-deputado, considerou que é possível chegar à meta dos 130 mil milhões de patacas. Em declarações ao jornal Ou Mun, citado pela agência Macau News Agency, o académico especializado na área do jogo afirmou que as receitas devem ficar situadas algures entre 100 mil milhões e 130 mil milhões de patacas, num contexto em que o segmento VIP vai ter um papel cada vez mais reduzido.
Hoje Macau Manchete SociedadePopulação de Macau cresceu 23,5% em 10 anos A população de Macau cresceu 23,5% em 10 anos, com uma taxa de crescimento médio anual de 2,1%, indicam os resultados preliminares dos Censos 2021, ontem divulgados. “Em agosto de 2021 a população total de Macau era composta por 682.100 pessoas, mais 23,5% face à registada nos Censos 2011”, lê-se no comunicado da Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Quanto à área terrestre de Macau, num dos territórios com maior densidade populacional do mundo, esta é composta por 33 quilómetros quadrados, um crescimento médio anual de 1%, “sendo inferior à taxa de crescimento médio anual da população registada na mesma década, pelo que a densidade populacional aumentou de 18.454 pessoas/km2 em 2011 para 20.645 pessoas/km2 em 2021”, indicaram. Até agosto de 2021 a população de Macau era composta por 53,0% mulheres e 47% homens. Em relação à demografia, “a mediana de idade da população total aumentou de 37,0 anos em 2011 para 38,4 anos em 2021, graças ao prolongamento da vida da população”, detalharam as autoridades. A população até aos 14 anos era composta por 99.000 pessoas, mais 50,3%, em relação há dez anos, a população entre os 15 e 64 anos era de 500.300 pessoas, mais 12,0%, e havia 82.800 pessoas com 65 anos, ou mais, um aumento de 107,2%.
Hoje Macau SociedadeDesemprego | Taxa mantém-se estável face a meses anteriores A taxa de desemprego manteve-se em 2,8 por cento entre os meses de Setembro e Novembro, valor semelhante ao registado entre os meses de Agosto e Outubro, apontam dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos. Olhando em detalhe, a taxa de desemprego de residentes foi de 3,8 por cento, valor também semelhante ao do período anterior. A DSEC explica que estes dados se devem “ao acréscimo da necessidade de recursos humanos, originado pela realização de várias actividades de grande envergadura em Novembro”. Um cenário que contribuiu “para a estabilização da situação de emprego dos residentes”, indica a DSEC. O número de residentes empregados nestes meses, foi de 280.900, mais 600 pessoas em relação aos meses de Agosto a Outubro. No entanto, o número de trabalhadores não residentes que viviam em Macau diminuiu, e a população empregada fixou-se em 375.900 pessoas, menos 500, em comparação com o período precedente. Em termos de ramos de actividade económica, verificou-se que o número de trabalhadores das actividades imobiliárias e serviços prestados às empresas aumentou. No entanto, os empregados dos restaurantes e similares registou uma quebra, adianta a DSEC. Entre Setembro e Outubro a população activa era de 386.900 pessoas, com taxa de actividade de 68,6 por cento.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHo Chio Meng | Repetição do julgamento do caso conexo arranca no próximo mês O caso conexo ao processo que condenou Ho Chio Meng regressa à barra dos tribunais. Enquanto a primeira instância vai reavaliar factos relacionados com participação económica em negócio, na última instância avançam recursos relativos à condenação por associação criminosa A repetição do julgamento do caso conexo ao de Ho Chio Meng, ex-procurador da RAEM, vai arrancar na tarde de 26 de Janeiro. Em causa, segundo o HM apurou, estão os factos que em 2017 foram julgados como participação económica em negócio e que o Ministério Público (MP) defende que devem ser considerados burla. A repetição acontece depois de ter sido aceite um recurso do MP pelo Tribunal de Segunda Instância, em Julho deste ano, e anula as absolvições de António Lai Kin Ian, ex-chefe do gabinete de Ho Chio Meng, Chan Ka Fai, ex-acessor do MP, e Alex Lam Hou Un, funcionário das empresas que o TUI considerou serem lideradas por Ho Chio Meng. A decisão afecta igualmente os empresários Wong Kuok Wai e Mak Im Tai, que estão a cumprir pena no Estabelecimento Prisional de Coloane. Na primeira instância, Wong foi condenado a pena de 14 anos de prisão pela prática de 1.147 crimes, entre os quais participação em associação criminosa, participação económica em negócio e branqueamento de capitais agravado. Mak foi condenado com uma pena de prisão de 12 anos de prisão por 1.147 crimes, semelhantes aos de Wong. As penas podem agora ser agravadas. A repetição do julgamento pode igualmente ter impactos para Ho Chio Shun, irmão de Ho Chio Meng, que tinha sido condenado a 13 anos de prisão, e Lei Kuan Pun, condenado a 12 anos de prisão. Parte do processo no TUI Julgado pela primeira vez em Agosto de 2017, o caso conexo ao de Ho Chio Meng vai continuar a arrastar-se durante mais uns anos nos tribunais, e em diferentes instâncias. No dia 17 de Dezembro, o Tribunal de Última Instância (TUI) aceitou um outro recurso do MP, para que a parte dos factos do julgamento original, que não vai ser repetida, suba imediatamente ao TUI. Na prática, a decisão significa que enquanto a tipificação dos crimes de burla ou participação económica será novamente discutida na primeira instância, na última instância, os juízes do TUI vão avaliar as condenações de associação criminosa. Caso conexo à parte, o primeiro Procurador da RAEM foi condenado, sem direito a recurso, em Julho de 2017. Ho Chio Meng foi considerado culpado da prática de 1.092 crimes, e sentenciado a cumprir 21 anos de prisão. O TUI deu como provado que o ex-Procurador aproveitou o cargo para formar uma associação criminosa e lucrar com vários contratos públicos, atribuídos a empresas fictícias.
Hoje Macau SociedadeJustiça | Autoridades do Interior entregam suspeito de burla de 3 milhões Um homem que era procurado em Macau foi detido na quarta-feira pelas autoridades do Interior da China em Zhongshan e entregue às autoridades locais. Segundo o jornal Ou Mun, o detido é de Macau, tem 48 anos, e fugiu para o Interior em Maio, após ter burlado duas vítimas em cerca de três milhões renminbis. De acordo com a investigação da PJ, o suspeito, que é dono de uma empresa de engenharia no norte da Península de Macau, falsificou documentos em Maio de 2019 para simular que tinha ganho o concurso para uma obra de remodelação em Coloane. No âmbito do trabalho fictício, o burlão ofereceu à vítima, uma parceria, desde que pagasse caução de 1,78 milhões de renminbis. A vítima aceitou. Mais tarde, em Setembro de 2019, o suspeito voltou a pedir mais cinco milhões renminbis à primeira vítima, que apenas entregou 500 mil, por considerar que precisava de ver provas do contrato, para fazer um investimento maior. Nesta fase, a vítima entrou em contacto com o dono da obra e percebeu que os documentos que tinha recebido eram falsificados. Porém, o fugitivo entregue ontem às autoridades praticou outro crime em Abril de 2020. Nessa altura, o suspeito ajudou uma das vítimas a ficar com uma outra obra em Coloane. Os trabalhos foram aprovados, e a vítima pediu ao burlão auxílio para contratar 22 trabalhadores não-residentes em Macau. Porém, apenas 13 foram aprovados e nos restantes processos os documentos foram apresentados. Ainda assim, com o processo de falsificação de documentos, o detido apurou 128 mil renminbis.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCrime | Desmantelada quadrilha que roubava clientes VIP nos casinos Ajudavam jogadores VIP a ganhar dinheiro, com sucesso, mas entre ganhos, amena cavaqueira e gritos de incentivo aproveitavam para tirar das fichas em cima da mesa uma “comissão”. A PJ acredita que o grupo terá furtado cerca de 700 mil dólares de Hong Kong A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem a detenção de três pessoas, dois homens e uma mulher, ligadas a uma quadrilha que se dedicava a roubar jogadores VIP nos casinos. Só no mês de Outubro o grupo criminoso deverá ter roubado cerca de 700 mil dólares de Hong Kong. Segundo o modus operandi relevado pelas autoridades, o cabecilha do grupo abordava jogadores VIP nos casinos do Cotai e dizia-lhes que era capaz de garantir ganhos, pedindo para que jogassem juntos. Estes concordavam, permitiam que o homem os ajudasse, e nos dois casos reportados à PJ até acabaram a ganhar dinheiro. No entanto, enquanto o cabecilha jogava, aproveitava também para distrair os jogadores VIP, com palavras de incentivo e outros truques. As distrações eram aproveitadas por outros membros da quadrilha, que se sentavam ao lado do jogador VIP, e, nos momentos de distração, iam tirando fichas que estavam em cima da mesa, uma, duas, ou três de cada vez. Após os roubos, os membros iam à casa-de-banho, onde aproveitavam para passar as fichas a outro membro da quadrilha, que, por sua vez, arrumava o montante e mais tarde fazia a troca por dinheiro. Sempre a somar O primeiro caso foi relatado a 12 de Outubro, depois da vítima ter decidido recorrer aos truques do “super jogador”, a 6 de Outubro. Nesse dia, um jogador de uma sala VIP aceitou jogar cerca de 200 mil dólares de Hong Kong, com o grupo criminoso. No final da sessão, o jogador VIP saiu do casino a ganhar 550 mil dólares de Hong Kong. Contudo, dias depois, apresentou queixa às autoridades após descobrir que faltava parte do dinheiro. A primeira vítima confessou ainda às autoridades que entre tantas fichas não conseguiu contar logo todo o dinheiro, razão pela qual só apresentou queixa mais tarde. No segundo caso, ocorrido a 17 de Outubro, quando as autoridades estavam a fazer a investigação, o mesmo grupo convenceu uma outra vítima a jogar 360 mil dólares de Hong Kong, com o mesmo procedimento. Com recurso ao sistema de CCTV do casino, as autoridades viram membros do grupo a roubar fichas do jogador em 18 ocasiões. Neste caso, o jogador terá ganho cerca de 190 mil dólares de Hong Kong. Tendo em conta o dinheiro roubado e o facto de um dos membros ter trocado só numa ocasião 400 mil dólares de Hong Kong em fichas, a Polícia Judiciária acredita que o grupo foi responsável por roubos que terão chegado a 700 mil dólares de Hong Kong. TNR envolvida As vítimas detidas são todas do Interior da China, entre as quais consta um casal. A PJ acredita que o marido, de 35 anos, é o cabecilha e indiciou-o pela criação de associação criminosa e furto qualificado, que envolvem molduras penais que podem chegar aos 15 anos de prisão e 10 anos, respectivamente. O homem foi detido nas Portas do Cerco no final de Novembro, e enquanto permaneceu em Macau ficou hospedado num hotel do ZAPE, que estava em nome da esposa, um trabalhadora não-residente. A mulher tem 36 anos, foi detida num restaurante na Taipa, onde trabalhava, e está indiciada pela prática de associação criminosa e furto qualificado. Na operação das Portas do Cerco foi igualmente detido um outro homem, de 39 anos, que também ficou hospedado no hotel no ZAPE. Além dos membros detidos e levados ontem para o Ministério Público, as autoridades acreditam que mais dois ou três membros estão a monte. Com os detidos foram apenas apreendidos 13 mil dólares de Hong Kong. A polícia ainda está a tentar encontrar o dinheiro roubado.
Hoje Macau SociedadeTrânsito | Número de veículos subiu em Novembro No final de Novembro a RAEM registava 247.049 veículos matriculados, mais 1,5 por cento, face ao final de Novembro de 2020, de acordo com dados publicados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os automóveis ligeiros aumentaram 1,8 por cento, para 112.985, e os motociclos de 3,1 por cento, para 105.606. Em relação aos primeiros onze meses do ano, o número de veículos com matrículas novas fixou-se em 11.368, mais 1,7 por cento, face ao mesmo período de 2020. Entre Janeiro e Novembro, três pessoas morreram em acidentes de viação, menos duas mortes face aos primeiros onze meses do ano passado. Durante o mesmo período, o número de feridos nas estradas da RAEM foi de 4.036. Em relação a 2020, houve mais acidentes de viação, com um crescimento de 27,5 por cento, para os 11.700 acidentes. Ainda em Novembro de 2021, os postos fronteiriços somaram 374.512 movimentos de automóveis, entradas e saídas, mais 12,8 por cento, em termos anuais. Em particular, os movimentos de automóveis ligeiros subiram 12,5 por cento, para 339.807. Ao mesmo tempo, o peso bruto da carga contentorizada nas entradas e saídas de Macau por via terrestre fixou-se em 3.286 toneladas, mais 15,6 por cento, em termos anuais.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Três testes em cinco dias para viajantes de locais de risco máximo A medida aplica-se a países como Brasil, Estados Unidos e Moçambique, mas deixa Portugal de fora. Macau confirmou ontem o segundo caso importado de infecção com a variante ómicron A partir de 6 de Janeiro, quem viajar para Macau vindo de locais classificados como de risco máximo de infecção por covid-19 tem de apresentar três testes com resultado negativo feitos nos últimos cinco dias. A medida foi anunciada ontem na conferência de imprensa dos Serviços de Saúde e não abrange, por agora, Portugal. A imposição aplica-se a países como Brasil, Estados Unidos, Moçambique, Índia, Camboja, Indonésia, Filipinas, entre outros. Além da apresentação de três testes com resultado negativo feitos nos últimos cinco dias, um dos quais nas últimas 24 horas antes da viagem, as pessoas têm depois de cumprir quarentena de 28 dias. A exigência do período de isolamento não sofreu alterações. “Antes tinham de apresentar três resultados negativos nos últimos sete dias. Agora são necessários três resultados negativos em cinco dias”, anunciou Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Vigilância da Doença. As alterações não são encaradas como agravamentos das medidas de prevenção da pandemia. Aliás, a responsável acrescentou que chegou a ser proibido viajar para Macau partindo de alguns dos países incluídos na medida. Leong Iek Hou foi questionada sobre o facto de a medida só entrar em vigor a 6 de Janeiro, o que justificou com o tempo necessário para os afectados se prepararem. “Temos de dar tempo às pessoas para marcarem os testes”, completou. Segundo caso de ómicron Ontem foi também confirmado um novo caso de covid-19 em Macau, que fez subir o total, desde o início da pandemia, para 79 infecções, o segundo da variante ómicron. Uma vez que o território deixou de contabilizar os casos assintomáticos como casos, seguindo o padrão do Interior, este caso já tinha sido comunicado anteriormente, mas não entrava nas estatísticas. De acordo com Leong Iek Hou, o caso refere-se a um homem que entrou em Macau a 26 de Dezembro. “No dia 26 estava assintomático, mas teve sintomas hoje [ontem], por isso é um caso confirmado. Depois da sequência genética, foi confirmado que é uma infecção com a variante ómicron”, disse Leong. “Actualmente, o paciente não tem febre nem problemas de maior no tracto respiratório”, acrescentou. Também ontem foi anunciado que o Hotel Lisboeta deixa de ser utilizado para quarentenas, por pedido dos proprietários. Ontem 708 pessoas estavam em isolamentos em hotéis da RAEM.
Andreia Sofia Silva SociedadeTáxis | Cerca de 70% não pagou taxas do sistema inteligente A empresa gestora do sistema inteligente que funciona no interior dos táxis, a New Leader Tecnologia Informática (Macau), disse que cerca de 70 por cento dos motoristas ainda não pagou as tarifas relativas à plataforma, num total de 1241 veículos, incluindo cinco táxis que nem pagaram o depósito para a instalação. Segundo o jornal Ou Mun, Ngai Chi Kit, responsável pela empresa, disse que quem não saldar dívidas de Dezembro até Janeiro poderá ter o sistema suspenso. Ngai Chi Kit frisou ainda que cerca de 40 a 50 por cento dos taxistas apenas pagam tarifas quando o sistema é suspenso, com a situação das dívidas a piorar desde que foi adoptada a plataforma, que mistura funções de taxímetro, gravação, entre outras. Por sua vez, Kam Chi Wa, presidente da Associação dos Arrendatários de Táxis de Macau, questionou se a empresa tem o poder para suspender o serviço, uma vez que a plataforma é propriedade do Governo, que já paga taxa mensal. O dirigente defende que a empresa deve cobrar as dívidas de uma outra forma, ao invés de suspender o serviço, tendo em conta que o sector dos táxis enfrenta uma crise. Os taxistas queixaram-se à Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) sobre este assunto, mas ainda não obtiveram resposta.
Andreia Sofia Silva SociedadeAMCM | Instaurado processo contra intermediários ilegais em investimentos A Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) instaurou um processo contra a empresa Bluemount Internacional Limitada e os seus administradores Chan Wai Yuk e Chan Lan. Segundo um despacho publicado ontem em Boletim Oficial, existem “fortes indícios” de que estes residentes exerceram, de forma ilegal, funções de intermediários financeiros em operações de investimento em valores imobiliários, tal como obrigações, acções e fundos. As actividades que levantaram suspeitas do regulador foram realizadas entre Dezembro de 2019 e Novembro do ano passado, quando os dois residentes angariaram clientes em Macau, que resultaram na assinatura de contratos com a Bluemount Internacional Limitada no valor total de 119,18 milhões de dólares de Hong Kong. A AMCM aponta que este acto constitui uma violação do regime jurídico do sistema financeiro relativamente a práticas financeiras não autorizadas. Os visados têm agora 20 dias para deduzir, por escrito, defesa no processo. Caso não o façam, terão de pagar multa que pode chegar a dez milhões de patacas. No entanto, caso o benefício económico da empresa tenha sido superior a 2,5 milhões de patacas, o limite máximo da multa a aplicar pode ser o dobro desse valor.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Reabertura de fronteiras entre China e HK poderá demorar A reabertura de fronteiras entre a China e Hong Kong pode demorar devido ao receio das autoridades chinesas relativo ao aumento de casos de covid-19 graças à variante Ómicron, escreve o SCMP. Isto apesar de os preparativos para o levantamento de restrições estarão praticamente concluídos A variante Ómicron do novo coronavírus, mais facilmente transmissível do que as anteriores, estará a atrasar a reabertura de fronteiras sem obrigatoriedade de quarentena entre a China e Hong Kong. A notícia foi avançada ontem pelo South China Morning Post, que cita uma fonte não identificada. “O Governo Central vai tomar a decisão final sobre o processo de abertura de fronteiras. Mas, pessoalmente, acredito que [a decisão] só chegará depois de a Comissão Nacional de Saúde baixar o nível de algumas regiões de Guangdong de médio para baixo risco”. A mesma fonte diz que as autoridades do país receiam a ocorrência mais casos de infecção com a variante Ómicron com a saída dos cidadãos do país. A maior parte dos preparativos para a reabertura das fronteiras já está concluída, disse a mesma fonte, tal como a reactivação de postos de controlo e a correcção dos detalhes do sistema de código de saúde para os viajantes de Hong Kong. Porém, a decisão de levantamento de restrições terá de vir de Pequim, algo que a mesma fonte disse ser improvável ocorrer nas actuais circunstâncias. No entanto, o jornal avança que muitos residentes de Hong Kong vão optar por fazer quarentena obrigatória para visitarem familiares a viver na China. Recorde-se que já tinha sido avançada a possibilidade de reabertura de fronteiras a partir do dia 19 de Dezembro, mas tal não aconteceu. Centenas de casos no país Entretanto, as autoridades de Macau decidiram cancelar a obrigatoriedade de quarentena para quem viaja de algumas zonas do país, como é o caso do distrito de Zhenhai, em Ningbo, na província de Zhejiang, ou da Vila Daying, no distrito de Yongqiao, cidade de Suzhou, pertencente à província de Anhui. Além disso, foram também canceladas as medidas para visitantes oriundos do complexo residencial n.º 12 da Vila de Nanxiu, no distrito de Gulou, em Nanjing, província de Jiangsu, ou da zona de prevenção antiepidémica da Aldeia de Tiansheng do Distrito de Yuexiu, em Guangdong. Estas medidas entraram em vigor às 15h de ontem. Também ontem foram detectados, na China, um total de 197 novos casos de covid-19, 152 dos quais por contágio local. Os casos locais foram diagnosticados nas províncias de Shaanxi (151) em Jiangsu (um), indicou a Comissão de Saúde chinesa. A maioria dos casos detectados em Shaanxi foi diagnosticada na capital, Xian, com 13 milhões de habitantes, em confinamento desde quinta-feira. Os restantes 45 casos foram diagnosticados em viajantes provenientes do estrangeiro em Xangai, Tianjin, Guangxi, Sichuan e Zhejiang, entre outras zonas do país.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Ocupação hoteleira fixa-se em 46,8 por cento em Novembro A taxa de ocupação hoteleira média foi de 46,8 por cento em Novembro, tratando-se de um aumento de dois pontos percentuais em termos mensais. No mesmo mês, a taxa de ocupação hoteleira teve um aumento de 2,8 pontos percentuais em relação ao mesmo mês de 2020, indicou, em comunicado, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em Novembro, os 116 hotéis e pensões hospedaram 481.000 pessoas, um aumento de 1,3 por cento em termos anuais. “O período médio de permanência dos hóspedes situou-se em 1,8 noites, mais 0,2 noites, em termos anuais”, apontou a DSEC, na mesma nota. De Janeiro a Novembro, a taxa de ocupação média situou-se nos 49,6 por cento, mais 23,3 pontos percentuais, relativamente ao mesmo período do ano anterior. Durante este período, hospedaram-se 5.961.000 pessoas, o que representa uma subida de 80,9 por cento em relação a 2021. Em 2019, mais de 14 milhões de pessoas ficaram alojadas nos hotéis e pensões de Macau, que recebeu, nesse ano, 39.406.181 milhões de visitantes.
Hoje Macau SociedadeColoane | Cobra gigante encontrada em Ká Hó Uma cobra gigante foi encontrada na tarde de ontem em Ká Hó, durante obras de escavação. As autoridades foram chamadas ao local, e um trabalhador do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) removeu o animal. Depois de ter sido encontrada, a cobra manteve-se imobilizada durante vários minutos. Porém, segundo o jornal Ou Mun, na altura em que os trabalhadores avançaram para remover o animal, a cobra deu sinal de vida e ainda tentou fugir. Contudo, acabou mesmo por ser apanhada, sem que se tenham registados feridos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Encontrado segundo caso importado em dois dias Como está assintomático, o caso do residente de 62 anos vindo dos Estados Unidos ainda não entra nas estatísticas oficiais dos casos importados. A infecção foi detectada quando entrava em Macau Ontem foi registado mais um caso importado de covid-19, referente a um residente que viajou dos Estados Unidos para Macau, via Singapura. Apesar de o caso ter sido divulgado pelos Serviços de Saúde (SSM), o indivíduo de 62 anos não é considerado estatisticamente como infectado por não apresentar sintomas, em resultado da nova classificação adoptadas pelas autoridades. “De acordo com o Centro de Contingência, neste momento, o referido indivíduo não apresenta sintomas suspeitos da covid-19”, foi explicado, em comunicado. “Em articulação com o historial epidemiológico, os desempenhos clínicos e resultados de testes deste indivíduo, foi classificado como caso importado de infecção assintomática e não foi incluído nas estatísticas de casos confirmados de Macau.” O teste que confirmou a infecção foi realizado na segunda-feira, altura em que foi testado em Macau, antes disso, tinha sido testado no Estados Unidos, a 24 de Dezembro, com resultado negativo. “Este residente, do sexo masculino, com 62 anos de idade, administrou 3 doses da vacina de mRNA, produzida pela empresa Moderna em Fevereiro, Março e Novembro deste ano. No dia 24 de Dezembro, foi submetido a teste de ácido nucleico nos Estados Unidos, e o resultado do teste deu negativo”, foi revelado. O homem chegou a Macau, vindo de Los Angeles, no voo n.º SQ037 da companhia Singapore Airlines, do dia 25 e sentou-se no lugar número 62E. No dia 27, embarcou no voo número TR904, da companhia Scoot, no lugar número 20A. Nessa altura, o resultado do teste foi logo positivo. “Logo que entrou em Macau, foi sujeito a um teste de zaragatoa nasofaríngea, cujo resultado deu positivo”, informaram os SSM. Dois dias, dois casos Recorde-se que na segunda-feira foi anunciado que um residente de 23 anos, também vindo dos Estados Unidos, estava infectado e apresentava sintomas. Além de ter sido identificado como o 78.º caso de infecção por covid-19 em Macau, o estudante foi classificado como a primeira ocorrência em Macau da variante Ómicron. O estudante estava vacinado com duas doses da vacina BioNtech, tomadas em Junho e Julho deste ano, e viajou de Nova Iorque para Singapura a 22 de Dezembro, no voo número SQ023 da companhia Singapore Airlines, no lugar 42H. Finalmente no dia 25 apanhou o voo da Scoot para Macau, tendo testado positivo no primeiro teste realizado.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeJogo | Governo pode criar alternativas sobre distribuição de lucros, defende advogado O advogado Pedro Cortés acredita que o Governo poderá abandonar a ideia de criar meios legais de controlo da distribuição de dividendos pelos accionistas das concessionárias de jogo. Ao invés disso, o Executivo “poderá encontrar outras medidas para atingir o mesmo objectivo” Um dia depois da divulgação do relatório de consulta pública sobre a revisão da lei do jogo, o advogado Pedro Cortés elaborou um documento de análise sobre as propostas em causa. No documento, divulgado nas redes sociais, consta a ideia de que o Executivo poderá deixar de lado a medida de controlar legalmente a distribuição de dividendos aos accionistas das concessionárias de jogo. Medida que originou vários alertas de analistas devido à possibilidade de desestabilização dos princípios da economia de mercado. “O Governo vai encontrar outras medidas para atingir o mesmo objectivo mas poderá abandonar a ideia de criar requisitos legais para a distribuição de dividendos por parte das concessionárias para os seus accionistas”, pode ler-se. Outra ideia deixada pelo advogado é a criação de “mecanismos adicionais para reforçar a supervisão” dos casinos “que não passem pelos delegados do Governo”. Isto porque, na proposta apresentada pelo Executivo, está prevista a introdução desta figura na empresa gestora dos casinos, o que iria permitir “um acesso directo a informação relevante na área de gestão ou operações das concessionárias”. Para o causídico, a medida “poderá interferir no funcionamento das actividades [das concessionárias] e na sua independência”, e não é de descartar a possibilidade de o Governo “ter como referência sistemas de supervisão adoptados por outras jurisdições ou países onde são operados casinos”. A tal meia dúzia O relatório da consulta pública avança para o número de seis concessões, e essa é também a visão de Pedro Cortés, “uma vez que o risco de alterar o status quo, nesta fase, é alto”. Relativamente ao prazo limite das concessões, o analista acredita que será sempre inferior a 20 anos, que é o prazo máximo da lei em vigor, “muito provavelmente entre os 10 e os 15 anos”. Neste sentido, “na altura de estabelecer o prazo limite de concessões, o Governo vai considerar o equilíbrio entre vários aspectos, tais como a estabilidade do mercado laboral, o retorno do investimento e as necessidades do Governo para garantir a continuidade do desenvolvimento da indústria”, apontou. Ainda sobre o funcionamento dos junkets e mercado VIP, Pedro Cortés diz que, aquando da revisão da lei do jogo, se pode esperar “uma análise sustentada adicional e mecanismos de supervisão”. Sobre a recepção ilegal de depósitos, o advogado prevê que o Governo reforce a moldura penal, “que pode eventualmente incluir um crime tipificado para a aceitação ilegal de depósitos”. É também importante legislar “sobre sanções administrativas”, uma vez que esta matéria “está prevista na lei do jogo, mas nunca foi regulada”. No documento de análise, é previsto também que os novos contratos de concessão tenham cláusulas mais específicas sobre a responsabilidade social corporativa das empresas e sobre os elementos não jogo.
Hoje Macau SociedadeNúmero de visitantes sobe 144% em Novembro O número de visitantes em Macau subiu 144,1% em Novembro, comparativamente ao mês anterior, devido à realização do Grande Prémio e do Festival de Gastronomia, foi anunciado. Em Novembro, 801.300 pessoas entraram na região administrativa especial chinesa, o que representa também um aumento de 25,9% em relação a igual mês do ano passado, de acordo com um comunicado da Direção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC). O número de visitantes da China fixou-se em 741.226, mais 25,9%, em termos anuais. Os números de visitantes de Hong Kong e de Taiwan corresponderam a 54.655 e 5.297, respetivamente, indicou a DSEC. Nos 11 primeiros meses deste ano entraram em Macau 6.885.073 visitantes, mais 31,5%, relativamente ao período homólogo do ano passado, tendo os excursionistas (3.582.584) e os turistas (3.302.489) aumentado 27,7% e 35,8%, respetivamente.
Hoje Macau SociedadeIC | Ainda não foi criada empresa que vai gerir orquestras Decorre ainda o processo de alteração do modelo de gestão da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau, que vão deixar de ser geridas pelo Instituto Cultural (IC) para passar a ser geridas por uma empresa com capitais públicos. Segundo o All About Macau, a presidente do IC, Mok Ian Ian, garantiu que esse trabalho deverá estar concluído a 1 de Fevereiro do próximo ano. Em finais de Novembro foi anunciado que a partir do dia 1 de Janeiro as orquestras deixarão de estar sob alçada do IC. O IC promete ainda manter a comunicação com as orquestras após a transferência de gestão para uma empresa de capitais públicos. Por outro lado, os músicos vão estar habilitados a dar aulas no Conservatório de Macau, conforme as necessidades. A mesma publicação adianta que alguns músicos se queixam do facto de faltar apenas um mês para a alteração e terem poucas informações sobre salários e outras questões contratuais com o novo modelo de gestão. Além disso, pretendem saber se as questões disciplinares serão tratadas segundo o sistema da Função Pública, existindo também a preocupação sobre eventuais despedimentos. Dados divulgados pelo IC revelam que 66 professores dão aulas no Conservatório de Macau, dos quais 52 são provenientes das orquestras.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTak Chun | Ex-trabalhador do grupo queixa-se de “promessa falsa” O diferendo entre o empregado e o grupo Tak Chun surgiu na sequência de uma promessa de compensação por despedimento acima dos valores legalmente previstos Um funcionário do Grupo Tak Chun apresentou queixa na Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) por se sentir enganado. Apesar da promessa assumida pela companhia junket de que as saídas voluntárias dos trabalhadores iam ser pagas acima do custo legalmente previsto, na altura da rescisão, o valor ficou aquém do prometido. O relato foi feito por um trabalhador do grupo ao portal All In, que revelou que a 10 de Dezembro a empresa publicou um aviso interno a anunciar que ia fechar as salas de jogo VIP. Os trabalhadores que saíssem voluntariamente da companhia receberiam uma compensação acima do legalmente previsto. Contudo, quando o funcionário em causa se apresentou para assinar a rescisão e receber a respectiva compensação, reparou que o valor não correspondia ao que lhe tinha sido prometido. Além disso, foi informado que caso não assinasse um acordo de confidencialidade, não receberia o respectivo salário, indemnização nem sequer o comprovativo de demissão. Ao portal, o queixoso mostrou-se muito preocupado com o facto de ver a emissão do certificado de demissão recusada. O documento é uma exigência da própria DSAL para que as pessoas demitidas possam aceder à formação subsidiada publicamente e para poderem recorrer à DSAL para procurar novo emprego. Perante a conduta do empregador, o funcionário fez queixa à DSAL. No dia 24 de Dezembro, o portal All In ainda não tinha recebido qualquer resposta da DSAL, que também não tinha sido publicada ontem. Hipoteca para pagar O denunciante admitiu ainda estar desesperado, uma vez que precisa pagar os empréstimos da casa e do carro, além de sustentar a família. Além disso, confessou ter receio de ficar lesado nos seus direitos laborais. Por sua vez, o grupo Tak Chun considera estar a cumprir a legislação vigente. “O grupo foi forçado a demitir os funcionários devido ao impacto de factores exteriores. Lamentamos toda a situação”, respondeu, ao portal All In. “O grupo tomou as medidas necessárias para assegurar os interesses dos funcionários conforme a lei laboral. Agradecemos o apoios e contributo dos nossos funcionários ao longo dos tempos. Se tiverem quaisquer consultas, podem ligar ao nosso departamento dos recursos humanos,” lê-se igualmente resposta. O encerramento das salas VIP do grupo Tak Chun foi anunciado internamente após as operações policias no Interior e em Macau contra o grupo Suncity, o maior junket do território, que resultaram na detenção do empresário Alvin Chau. Apesar do caso ainda não ter sido julgado, vários casinos anunciaram o fim das parcerias com empresas promotoras de jogo.
Hoje Macau SociedadeRecluso morre depois de ataque cardíaco Um recluso do Estabelecimento Prisional de Coloane morreu após ter sofrido um ataque cardíaco na noite de 25 de Dezembro, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços Correccionais (DSC). O homem de 52 anos foi transportado para o Centro Hospitalar Conde S. Januário, onde foi tratado de emergência e declarado morto. O ataque foi antecedido por uma discussão que não envolveu o sinistrado: “Por volta das 19h10 do dia 25 de Dezembro, dois reclusos companheiros da cela entraram em discussão e o recluso Chan aproximou-se deles para os dissuadir e, de repente, desmaiou”, foi relatado. “A equipa médica da prisão chegou imediatamente ao local para aplicar as manobras de reanimação e chamou a ambulância para levá-lo ao CHCSJ, onde foi confirmada a morte às 20h24, após os infrutíferos tratamentos de emergência”, foi acrescentado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeObras públicas | Li Canfeng detido na véspera de Natal por suspeitas de corrupção O CCAC acusa o ex-director da DSSOPT de estar em fuga “há longo tempo” no Interior da China. O caso que levou à detenção de Li Canfeng envolve dois empresários locais, terrenos, licenças de construção e “avultadas vantagens” trocadas por favores O ex-director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, foi detido no Interior da China e está indiciado pela prática dos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. Cada um dos três delitos imputados a Li tem uma moldura penal máxima de oito anos. A operação foi revelada na manhã de 24 de Dezembro e, de acordo com o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), Li terá “recebido, pessoalmente e através de familiares seus, avultadas vantagens por parte de empresários, abusando dos seus poderes e aprovando, ilegalmente, vários pedidos de projecto de construção no período de exercício das suas funções”. A investigação tem por base um relatório de 2018 do CCAC e o papel de Li na aprovação de uma planta de alinhamento. Os detalhes sobre o terreno e a planta em causa não foram publicados, mas nesse ano foi divulgada a investigação ao terreno do Alto de Coloane. “O referido ex-dirigente da DSSOPT, no período de exercício das suas funções, mesmo sabendo que a planta de alinhamento de um projecto de construção já tinha caducado, autorizou, ainda assim, a aplicação da antiga planta de alinhamento no respectivo projecto de construção, fazendo com que o respectivo projecto de construção não necessitasse de submeter à discussão do Conselho do Planeamento Urbanístico”, revelou o CCAC. “Mesmo sabendo que o respectivo projecto de arquitectura violou instruções administrativas no âmbito da construção, terá ainda dado ordens aos seus subordinados para aprovar o referido projecto de arquitectura, o que levou ao deferimento do pedido”, foi acrescentado. Li Canfeng terá sido igualmente o responsável por instruções que alargaram ilegalmente a área de um terreno, na posse de uma empresa privada, para “que o promotor pudesse vender o terreno com preço elevado, ganhando assim grandes lucros”. Segundo o CCAC, a detenção contou com a ajuda das autoridades chinesas, uma vez que o ex-director “se encontrava em fuga” no Interior da China, onde vivia há “um logo período de tempo”. Empresários Kuan e Sio Além de Li, a investigação envolve outros sete arguidos, entre os quais dois empresários locais, identificados com os apelidos Kuan e Sio, que terão ficado em prisão preventiva. Um dos empresários terá ajudado um familiar de Li Canfeng a obter residência em Macau, através de um investimento fictício. “Um empresário envolvido terá prestado apoio a um familiar do referido ex-dirigente para aquisição fictícia de quotas da empresa do seu grupo a título do investimento”, adiantou o CCAC. “O referido familiar do ex-dirigente aproveitou a oportunidade e através da forma de imigração por investimento relevante, para requerer, junto do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, a fixação de residência por investimento relevante e o respectivo pedido foi autorizado”, foi revelado. Os casos que envolvem o ex-director da DSSOPT não terminam aqui, sendo também suspeito de ter aceite um suborno de um empresário para garantir a licença de utilização de um edifício. “O referido ex-dirigente terá recebido vantagens de valor elevado oferecidos por um outro empresário e que, quase antes do termo da expiração do prazo de aproveitamento do terreno, contornou os procedimentos legais no sentido de acelerar os trabalhos de vistoria e recepção das obras, emitindo assim a respectiva licença de utilização”, foi também divulgado. À excepção de Li Canfeng, todos os outros arguidos estão indiciados pelos crimes de corrupção activa, punido com pena até três anos de prisão, branqueamento de capitais, pena de oito anos de prisão, e falsificação de documentos, pena de oito anos de prisão. Relação atribulada com Raimundo Li Canfeng deixou o cargo de director da DSSOPT em Janeiro de 2020, no início do segundo mandato de Raimundo do Rosário como secretário para os Transportes e Obras Públicas. A relação entre os dois nunca foi saudável e o ex-deputado Mak Soi Kun, ligado à associação de Jiangmen, da qual também faz parte o empresário Sio Tak Hong, chegou a afirmar na Assembleia Legislativa que Li fazia tudo para bloquear as obras tidas como fundamentais pela tutela. Em público, Raimundo Rosário, em Janeiro de 2020, negou existir “mal-estar” na relação com Li. Ho Iat Seng informado À chegada de Pequim, o Chefe do Executivo comentou a investigação e sublinhou ter sido informado quando estava na capital. “Claro que fui informado, não posso diz que não sabia, porque é um caso muito grande. Tomei conhecimento em Pequim”, afirmou Ho Iat Seng. “É um acto independente do CCAC e fui informado”, acrescentou. O líder do Governo recusou ainda comentar a possibilidade de detenção de outros altos quadros públicos, mas deixou uma garantia: “agimos de acordo com as irregularidades detectadas”, destacou.
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Detectado primeiro caso da variante Ómicron em Macau Foi hoje diagnosticado o primeiro caso da variante Ómicron do novo coronavírus num residente de 23 anos regressado dos EUA. Este é o 78.º caso confirmado de covid-19 registado no território desde o início da pandemia, indicou o Centro de Coordenação e de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “O caso foi diagnosticado num homem de 23 anos, residente de Macau, que partiu dos Estados Unidos no dia 23 de dezembro e chegou a Macau via Singapura” no dia de Natal, indicaram os serviços, em comunicado. O Laboratório de Saúde Pública “sequenciou o genoma do vírus, cujo resultado mostrou que o doente foi infetado com a variante Ómicron do vírus”, esclareceram. À chegada ao território o jovem testou positivo mas não tinha sintomas de covid-19, tendo sido classificado como um caso assintomático. No entanto, hoje o doente começou a manifestar os primeiros sintomas da doença, como tosse e expectoração. Neste momento o doente encontra-se no Centro Clínico de Saúde Pública no Alto de Coloane. No mesmo comunicado, o Centro de Coordenação e de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus adiantou que “a variante Ómicron do novo tipo de coronavírus é mais infecciosa do que a variante delta e apelou aos residentes de Macau no exterior para seguirem o princípio de ‘viajar só se for estritamente necessário’, de forma a minimizar as viagens desnecessárias”.
Hoje Macau SociedadePJ | Cúmplice de furto milionário detido ao regressar a Macau A Polícia Judiciária (PJ) anunciou no domingo a detenção de um residente de Macau suspeito de envolvimento no roubo de um armazém na zona norte da península, de onde foram subtraídas 900 caixas de cosméticos avaliadas em 920 mil patacas, noticiou ontem o jornal Ou Mun. As autoridades policiais receberam no dia 13 de Dezembro queixa de um funcionário que acabara de chegar ao armazém, indicando que, além da avultada perda de mercadoria, quatro câmaras de videovigilância foram destruídas, dano a que se juntou uma porta arrombada. O suspeito, um funcionário de relações públicas de um casino, foi detido na quinta-feira passada, quando tentava atravessar a fronteira de regresso a Macau depois de, alegadamente, ter fugido na sequência do furto. O homem de 31 anos, de apelido Wong, confessou o crime e contou que os dois restantes suspeitos que não foram detidos (de uma quadrilha de quatro elementos), lhe disseram que o armazém em questão tinha muitas mercadorias de elevado valor e que Wong seria bem pago pela sua participação. Assim sendo, na madrugada de 12 de Dezembro, o residente e outro suspeito arrombaram a porta do armazém e retiraram a mercadoria usando um carrinho de transporte de carga. De acordo com as autoridades, Wong contactou vários contrabandistas para transportarem os cosméticos para o Interior da China, aos poucos, para não alertar as autoridades. Logo na manhã de dia 12 de Dezembro, a PJ indicou que a mercadoria subtraída foi entregue do outro lado da fronteira. Dois dias depois, a polícia deteve um suspeito de 26 anos, que terá sido o outro elemento que roubou o armazém. Os residentes são suspeitos da prática do crime de furto qualificado. As autoridades acrescentam que Wong foi encaminhado para o Ministério Público, à semelhança do que já havia acontecido com o outro suspeito. Os dois restantes suspeitos continuam a monte e são procurados pelas autoridades.
Hoje Macau Sociedade2022: Da dúvida sobre o concurso do jogo à aposta certa no funeral dos ‘junkets’ As previsões para 2022 em Macau parecem assombradas por uma inquietação existencial e um consenso: duvida-se que se avance com o concurso para exploração do jogo, dá-se como seguro o funeral dos ‘junkets’ e do mercado VIP. O Governo da capital mundial dos casinos continua a marcar no calendário de 2022 um dia para o concurso público de atribuição de novas licenças do jogo, mas analistas ouvidos pela agência Lusa suspeitam que falta tempo e que a conjuntura não é a melhor. Basta olhar para os últimos dois anos. A covid-19 praticamente acabou com os turistas, infectou as contas dos casinos e gripou a economia da capital mundial do jogo. E esse cenário aconselha a um adiamento do concurso e consequente extensão das actuais licenças, por um ano, estimam. O jurista Carlos Lobo, que foi assessor do Governo de Macau, participou na elaboração da lei do jogo e integrou em 2001-2002 a comissão do primeiro concurso público de concessão dos casinos, resume assim a probabilidade: “Será quase impossível”. Mas a acontecer, ressalva, “será, sem dúvida, o evento do ano”, até porque, “tal como em 2001-2002”, o concurso “vai determinar o que será Macau nas próximas duas décadas”. Uma coisa parece certa: “Em 2022, será mais que provável a erradicação do sistema dos ‘junkets’”, as empresas de angariação de grandes apostadores. Razões não faltam, sublinha, exemplificando: o facto de a concessão de crédito aos apostadores ter os dias contados em Macau e os constrangimentos que recaem sobre as operadoras devido à “nuvem negra que paira sobre esse sistema em relação ao cumprimento das obrigações jurídicas”. Afinal, nenhum casino “pode dar-se ao luxo de operar num sistema que o próprio Governo central chinês veio dizer que actua de forma ilegal”, sendo que “o maior deles está alegadamente envolvido em actividades criminosas”. No mesmo tom Tal como Carlos Lobo, o economista José Sales Marques duvida também que o concurso avance no próximo ano, até porque “uma extensão permitiria lançá-lo numa conjuntura diferente” daquela que a pandemia criou, de crise económica geral e de perdas sem precedentes para os casinos. Mas, a acontecer, há uma convicção que destaca: “O modelo em que assentava o jogo, de dependência em relação ao mercado VIP, vai mudar de certeza”, o que se traduz “na necessidade de atrair o mercado de massas, (…) um mercado mais híbrido, cujo perfil não será a 100 por cento de jogo”. A questão do crédito aos jogadores, enfatiza, é mais uma mensagem clara de Pequim, em sintonia com a grande motivação da China, “que está a apertar com o jogo para controlar a saída de capitais”. “É um problema cada vez mais claro, sendo que o descontrolo sobre o movimento de capitais é visto não só como uma questão económica, mas de segurança de Estado”, acrescenta. A necessidade de diversificação tem tanto de discurso motivacional dos governos local e central, como de aviso à navegação, têm apontado analistas como Albano Martins, que chega a admitir a ideia de que Pequim quer mesmo acabar com o jogo em Macau. Tempo para Hengqin Contudo, a prometida regeneração económica com a aposta em Hengqin, a ilha vizinha da China continental para onde Macau deverá crescer nas próximas décadas, numa parceria com a província de Guangdong, ainda vai demorar, ressalva Sales Marques. As autoridades afirmam que o projecto é essencial para combater a dependência da indústria do jogo, que actualmente representa 55,5 por cento do PIB e 80 por cento das receitas do território, e prometem apostar no desenvolvimento de indústrias em áreas como saúde, financeira, tecnologia de ponta e turismo. Mas isso “leva algum tempo para ganhar suficiente dimensão, para crescer”, reitera. A haver tempo, o concurso público poderá dissipar algumas das dúvidas já em 2022. Sendo certo que não haverá lugar para mais operadores na indústria do jogo, fica por perceber se é mesmo para ‘emagrecer’ o número de casinos, de cujas receitas depende o orçamento do Governo e é hoje refém a economia da Las Vegas da Ásia.