Investimentos | Residentes apostam na Ásia e América

Na hora de investir as suas poupanças, os residentes de Macau procuraram sobretudo fundos e entidades sediados na Ásia, em primeiro lugar, e depois nos Estados Unidos ou Canadá.

É o que revelam as mais recentes estatísticas da Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) sobre a Carteira de Investimentos relativas ao fim do ano passado.

Assim, e em termos de distribuição geográfica, “a região asiática deteve a maior fatia da carteira de investimentos externos de residentes de Macau, com 44 por cento do total, sendo a restante aplicada principalmente na América do Norte”, com 22,9 por cento. A Europa surge em terceiro lugar com 17,6 por cento dos investimentos feitos, seguindo-se o Atlântico Norte e Caraíbas e a Oceânia.

Estes investimentos dizem respeito a pessoas, Governo e entidades colectivas, excluindo-se as reservas cambiais. Segundo os cálculos feitos a preços de mercado de 31 de Dezembro de 2024, os investimentos tiveram um valor global de 1.204,3 mil milhões de patacas, mais 2,7 por cento em relação a Junho de 2024, e mais 14,3 por cento face a finais de 2023.

A AMCM descreve que o “investimento em títulos emitidos por entidades no Interior da China continuou a ser predominante, representando 28,4 por cento do total da carteira de investimentos externos aplicados pelos residentes de Macau”.

Além disso, o investimento dos residentes em títulos emitidos por entidades americanas foi de 250,6 mil milhões de patacas, uma subida de 33,6 por cento face ao final de 2023, tendo o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior crescido de 17,8 para 20,8 por cento.

26 Jun 2025

“929 Challenge” cria prémio para ‘startups’ de PALOP e Timor-Leste

A quinta edição da competição “929 Challenge” em Macau vai incluir um prémio para a melhor ‘startup’ dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste, anunciou ontem a organização.

Marco Duarte Rizzolio, co-fundador da 929 Challenge, disse à Lusa que o prémio ‘Future Builders’ (Criadores do Futuro) foi criado para encorajar os participantes dos países lusófonos menos desenvolvidos. “Temos uma língua em comum, mas o patamar de desenvolvimento económico de cada um dos países é completamente diferente”, explicou Rizzolio, à margem de uma conferência de imprensa.

A última edição da competição para ’startups’ chinesas e dos países de língua portuguesa registou um novo máximo, com mais de 1.600 participantes em mais de 320 equipas.

No entanto, em 2024, a 929 Challenge não recebeu quaisquer projectos de Timor-Leste ou de São Tomé e Príncipe. Com o novo prémio, Rizzolio disse esperar que na edição deste ano haja ‘startups’ de todos os nove países lusófonos. “O objectivo é isso, incentivar, mas também é ajudar (…). Se eles conseguem ganhar aquele prémio, já é algo de motivador para eles, para poderem desenvolver o projecto”, explicou.

A ‘startup’ portuguesa Iplexmed, que desenvolve dispositivos de diagnóstico genético rápido, venceu a edição do ano passado, enquanto a também portuguesa NS2, que fornece soluções inteligentes para monitorizar a qualidade da água para uma aquicultura sustentável, ficou em terceiro.

A primeira vez

A única vez que uma equipa dos PALOP e de Timor-Leste chegou aos finalistas foi logo na primeira edição, lançada em 2021, então apenas direccionada a estudantes universitários.

Um projecto da Universidade Lusófona da Guiné-Bissau para instalar painéis solares na região de Gabu, no leste do país, ficou em segundo lugar. “No final, quem ganha muitas vezes são equipas que têm já produtos maduros, serviços maduros”, explicou Rizzolio.

As inscrições estão abertas até 30 de Setembro, tanto para empresas como para equipas de alunos universitários. Rizzolio, também professor da Universidade Cidade de Macau, recordou que a competição tem novos parceiros, incluindo a StartupPorto, a Cabo Verde Digital e a Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique.

Os melhores 16 planos – oito de empresas e oito de universitários – terão 10 minutos para convencer o júri da 929 Challenge e potenciais investidores na final, em Novembro. O outro cofundador da competição, José Alves, sublinhou que a competição “ainda não é um sucesso” porque até agora não conseguiu atrair projectos para abrir portas em Macau.

“Precisamos de identificar as melhores ‘startups’, investir nelas e trazê-las para o mercado da China continental, ou levá-las da China para os países lusófonos”, explicou o docente. O concurso é coorganizado pelo Fórum Macau e por várias instituições da região, incluindo todas as universidades.

O secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Danilo Afonso Henriques, reiterou na conferência de imprensa que “estabelecer ‘startups’ em Macau requer apoio continuado”. “Sem esforços colectivos e sustentados, esta visão corre o risco de permanecer por realizar, tornando redundante os esforços e trabalho árduo de tantos”, alertou o timorense.

26 Jun 2025

SMG | Sinal 1 de tempestade içado

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) emitiram ontem às 16h30 o sinal 1 de tempestade tropical devido a uma área de baixa pressão na parte norte do Mar do Sul da China que se intensificou para uma depressão tropical, mas apontaram que a possibilidade de elevar o alerta para sinal 3 era “relativamente baixa”.

As autoridades estimavam ontem que a tempestade, que estava a cerca de 800 quilómetros de Macau, se iria deslocar para as áreas entre a costa oeste de Guangdong e a ilha de Hainan, nos próximos dias.

Como tal, será de esperar a partir de hoje e nos próximos dias céu gradualmente nublado, a intensificação do vento, assim como aguaceiros e trovoadas ocasionais. Como é normal nestas circunstâncias, os SMG aconselham a população a manter-se actualizada sobre as últimas informações meteorológicas.

Porto Interior | Apelos à protecção de barcos e ponte-cais

Após a emissão do sinal 1 de tempestade tropical, ontem à tarde, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) apelou a embarcações de pesca, pontes-cais do Porto Interior e ao público para estarem atentos às alterações climatéricas e tomarem medidas de protecção com antecedência.

As autoridades acrescentam que “os itinerários do transporte marítimo de passageiros serão suspensos tendo em conta a deterioração das condições no mar”, e que cidadãos e turistas devem fazer planos cuidados para que as suas viagens não sejam afectadas.

“Com a aproximação da tempestade tropical, as condições meteorológicas de Macau vão piorar faseadamente, pelo que as embarcações de obras devem tomar as medidas de protecção o mais cedo possível, sendo necessário retirar-se da zona de obras quando estiver içado o sinal 3 de tempestade tropical. As embarcações de pesca devem regressar a Macau o mais rápido possível para se abrigarem.

26 Jun 2025

Justiça | Património de Isabel Chiang em hasta pública

A empresária, ligada a várias burlas, foi declarada falida em Outubro de 2019, e mais de 200 credores, entre os quais o empresário Chan Meng Kam, esperam ver as suas dívidas pagas com a venda de 23 imóveis avaliados em pelo menos 147,28 milhões de patacas

 

Cerca de 23 imóveis pertencentes à empresária Isabel Chiang foram colocados em hasta pública, para pagar as dívidas a mais de 200 credores, de acordo com o portal dos Tribunais da RAEM. A empresária, que se encontra em lugar incerto, foi acusada, em 2019, por vários empresários, inclusive Chan Meng Kam de ter pedido empréstimos e promover esquemas de investimento sem ter a intenção de devolver o dinheiro.

Os imóveis, que não se limitam a apartamentos, e incluem pelo menos um edifício na sua totalidade, foram avaliados com um valor base de venda de cerca de 147,28 milhões de patacas.

O valor mais elevado dos bens à venda é de 28,96 milhões de patacas e diz respeito a um centro comercial com rés-do-chão e três andares na Rua dos Ervanários. Entre os bens mais valiosos, encontram-se ainda um apartamento com dois pisos num prédio na Avenida de Sagres, avaliado em 21,72 milhões de patacas, e também uma cave no Pátio de São Lázaro, avaliada em 15,16 milhões de patacas.

Os imóveis estão a ser vendidos através da apresentação de propostas por carta fechada, e com dois processos de venda diferentes, embora ambos tenham como data limite 17 de Julho.

Entre os credores consta o nome de Chan Meng Kam, mas também de membros ligados à comunidade portuguesa, como Armando de Jesus, ex-conselheiro das comunidades. No entanto, na lista consta também a RAEM, a empresa de fornecimento de electricidade CEM e vários bancos, como o Banco Nacional Ultramarino, sucursal de Macau do Banco da China, ICBC ou Tai Fung.

Terra prometida

Em 2019, quando o escândalo com Isabel Chiang rebentou, a empresária foi acusada de pedir empréstimos ou promover investimentos com retornos elevados no desenvolvimento da Rua dos Ervanários, perto das Ruínas de São Paulo, e também no pátio Chon Sau ou na Rua da Nossa Senhora do Amparo. Até 2015, a empresária terá gasto pelo menos 100 milhões de patacas para comprar lojas nessa zona.

Parte do dinheiro utilizado para essas compras, terá tido como origem Chan Meng Kam, que reconheceu ter emprestado dinheiro à empresária, tendo recebido como garantia dois imóveis. No entanto, mais tarde, quando o dinheiro ficou por devolver, Chan apercebeu-se de que os imóveis tinham sido utilizados como garantia para outros empréstimos.

O caso levou a uma investigação da Polícia Judiciária que em 2019 reconhecia que haveria mais de 30 vítimas da burla, com os prejuízos avaliados em pelo menos 200 milhões de patacas. Isabel Chiang foi declarada insolvente a 3 de Outubro de 2019, de acordo com um aviso publicado no Boletim Oficial.

26 Jun 2025

Arbitragem | Assinado novo acordo sino-lusófono

Foi assinado esta terça-feira um novo acordo de cooperação na área da arbitragem jurídica, nomeadamente entre o Centro de Arbitragem do Centro de Comércio Mundial Macau, a funcionar no World Trade Center, e o Instituto de Certificação e Formação de Mediadores Lusófonos.

Segundo um comunicado do WTC, trata-se de um acordo que visa “aprimorar o profissionalismo dos serviços de mediação e optimizar a eficiência na resolução de conflitos transfronteiriços”.

O memorando foi assinado por Jackson Tui, presidente do centro de arbitragem do WTC, e por Ana Coimbra Trigo, presidente do Instituto de Certificação em Macau. No seu discurso, Jackson Tsui referiu que este acordo reforça “ainda mais o papel de Macau como ponte de ligação na cooperação jurídica sino-lusófona”.

Já Ana Coimbra Trigo, afirmou que esta parceria pretende “promover o reconhecimento mútuo e a interoperabilidade dos padrões de mediação sino-lusófonos, consolidando a função de Macau como ‘centro de resolução de conflitos entre a China e os países lusófonos'”.

26 Jun 2025

Reserva financeira | Registado valor mais alto desde 2021

Os activos da reserva financeira de Macau atingiram no final de Abril 632,6 mil milhões de patacas, o valor mais elevado desde o final de 2021. Nos primeiros quatro meses de 2025, a reserva cresceu 16,3 mil milhões de patacas, mais de metade desse valor foi acrescentado em Abril

 

De acordo com um balanço publicado ontem no Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), a reserva está no nível mais alto desde o registado em Dezembro de 2021: 643,2 mil milhões de patacas.

Ainda assim, permanece longe do recorde histórico de 663,6 mil milhões de patacas, atingido no final de Fevereiro de 2021, apesar de o território estar em plena pandemia de covid-19. A reserva começou 2025 em alta, com o valor dos activos a subir 16,3 mil milhões de patacas nos primeiros quatro meses. Mais de metade deste valor (8,99 mil milhões de patacas) foi ganho só no mês de Abril.

Os dados oficiais mostram que é o melhor arranque de ano desde os primeiros quatro meses de 2021, período em que a reserva se valorizou em 42,7 mil milhões de patacas. De acordo com a AMCM, a reserva tinha registado em 2024 o melhor ano desde a pandemia, ao ganhar 35,7 mil milhões de patacas. Este foi o aumento anual mais elevado desde 2019, quando o valor da reserva aumentou em 70,6 mil milhões de patacas.

O valor da reserva extraordinária no final de Abril deste ano era de 459,7 mil milhões de patacas e a reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau, era de 164,2 mil milhões de patacas.

Pano de fundo

O orçamento inicial do território para 2025 prevê uma subida de 7 por cento nas despesas totais, para 109,4 mil milhões de patacas. A Assembleia Legislativa está actualmente a discutir uma proposta apresentada pelo Governo para um novo orçamento, que inclui um aumento extra de 2,86 mil milhões de patacas nas despesas.

A reserva financeira de Macau é maioritariamente composta por 257,8 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados, depósitos e contas correntes no valor de 252,9 mil milhões de patacas e até títulos de crédito no montante de 116,6 mil milhões de patacas.

Em 2024, os investimentos renderam à reserva financeira quase 31 mil milhões de patacas, correspondendo a uma taxa de rentabilidade de 5,3 por cento, disse a AMCM no final de Fevereiro.

26 Jun 2025

UPM | Empresa de investigação com prejuízo de 47 mil patacas

No ano de início de actividade, a Inovação Tecnológica da Universidade Politécnica de Macau (UPM) registou um prejuízo de 47,2 mil patacas. Contudo, a administração prevê lucros no corrente ano, devido a um contrato que pode atingir o valor de 640 mil patacas

 

Nos primeiros dois meses de operação, a Inovação Tecnológica da Universidade Politécnica de Macau (UPM) teve um prejuízo de 47,2 mil patacas. Os resultados da empresa de investigação da UPM de 2024 foram divulgados ontem, através do portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSSGAP).

Segundo o relatório anual de actividades, em dois meses de 2024 a empresa registou receitas de 10.522 patacas, sendo que a despesa atingiu 57.771 patacas, o que levou a um prejuízo final de 47.249 patacas.

A principal despesa, no valor de 55 mil patacas, prendeu-se com gastos com a contratação de “serviços profissionais. Além disso, houve despesas administrativas relacionadas com o pessoal da empresa de 2.771 patacas. “Uma vez que a empresa ainda se encontra na fase inicial de operações, as despesas prenderam-se essencialmente com as despesas para estabelecer e iniciar as operações”, foi explicado sobre os montantes gastos.

Apesar das perdas, Marcus Im Sio Kei, presidente do conselho de Administração da empresa e reitor da UPM, mostra-se confiante em relação ao futuro. “O ano de 2024 foi o de fundação da empresa. Apesar dos desafios iniciais, foram lançadas fundações sólidas para o desenvolvimento futuro”, justificou Im.

Perspectivas optimistas

O relatório deixa ainda uma mensagem optimista para o futuro, uma vez que no final de 2024 a empresa assinou um contrato de cooperação que se espera que possa gerar receitas de 640 mil patacas.

O documento não adianta pormenores sobre este contrato, como partes envolvidas, nem as condições variáveis que podem afectar as receitas. Contudo, o conselho de administração acredita que o novo projecto vai garantir que a empresa consegue obter lucros no final deste ano.

Em termos dos objectivos da empresa para o ano em curso, Marcus Im Sio Kei definiu o contributo para o desenvolvimento económico e social do território e a diversificação da economia. “Em 2025, a empresa vai desempenhar a sua actividade com base nos recursos académicos e a força inovadora da Universidade Politécnica de Macau e focar-se no desenvolvimento tecnológico para alcançar os dois objectivos de contribuir para o desenvolvimento económico e social e injectar uma nova vitalidade à diversificação económica de Macau”, é apontado.

A Inovação Tecnológica da Universidade Politécnica de Macau (UPM) é detida a 100 por cento pela UPM e tem um capital social de 200 mil patacas.

A empresa foi criada no final do ano passado para desenvolver “actividades nas áreas de investigação profissional, serviços profissionais, inovação tecnológica, científica e educação contínua”. Os serviços disponibilizados incluem ainda actividades de “consultoria, aconselhamento, transferência de tecnologia e assistência”, “gestão de financiamento comercial em outras empresas, testes de engenharia” e “disponibilização de cursos de formação”.

25 Jun 2025

Estreito de Ormuz | Encerramento pode fazer disparar inflação

O presidente da Associação da União dos Fornecedores de Macau, Ip Sio Man, avisa que em caso de bloqueio o impacto deve começar a ser sentido dentro de dois a três meses. Alguns preços podem subir até 10 por cento

 

A possibilidade de o Irão avançar com o encerramento do Estreito de Ormuz pode fazer disparar a inflação em Macau. O cenário foi traçado pelo presidente da Associação da União dos Fornecedores de Macau, Ip Sio Man, em declarações ao jornal Ou Mun.

Após os bombardeamentos norte-americanos e israelitas contra o Irão foi adiantada a possibilidade de o país encerrar o Estreito de Ormuz. Ip Sio Man reconheceu que os efeitos negativos do encerramento vão afectar a RAEM ao nível dos preços dos bens de consumo e que deverão começar a sentir-se mais intensamente cerca de dois a três meses após o bloqueio.

O presidente da associação estimou que o encerramento vai levar ao “aumento inevitável dos preços” de cerca de 5 a 10 por cento. O crescimento dos preços vai demorar cerca de dois a três meses a fazer-se sentir, porque muitos dos importadores e distribuidores têm reservas dos produtos que podem vir a ser afectados, pelo que podem ser vendido aos preços actuais. No entanto, quando forem importados novos produtos mais caros, os preços em Macau também vão reflectir esse aumento.

Ip Sio Man também indicou que depois do início da guerra entre Israel, os EUA e o Irão, o custo dos seguros para o transporte marítimo aumentou 50 por cento. Os preços do petróleo subiram cerca de seis por cento.

O presidente da associação indicou ainda que com o bloqueio do Estreito de Ormuz, o transporte marítimo que actualmente demora três meses vai passar a demorar quatro a cinco meses. Face a esse cenário, Ip acredita que o impacto a nível do transporte de mercadorias entre e Ásia e a Europa vai ser semelhante ao que aconteceu durante a pandemia.

China mais protegida

Apesar do panorama negativo, Ip Sio Man destacou ainda que a China está mais bem preparada para enfrentar o impacto do que regiões como o Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Macau ou outras do Sudeste Asiático.

O presidente destacou que o transporte ferroviário entre a China e a Europa pode ser uma alternativa para o transporte de alguns produtos e que actualmente já é utilizado para bens mais consumidos pela classe média-alta, como vinhos, licores, produtos lácteos, doces, chocolates e bolachas.

Uma área em que Macau deverá sofrer pouco impacto é ao nível dos bens de primeira necessidade, como cereais, óleo alimentar e outros alimentos, dado que estes produtos têm como origem o Interior da China e os países do Sudeste Asiático.

O artigo do jornal Ou Mun cita também um fornecedor anónimo que indica que a Europa não é uma fonte de importações em Macau e que por isso o impacto não deve ser muito sentido. A mesma fonte anónima indicou que desde a pandemia, Macau começou a diversificar o destino de origem das importações, procurando alternativas no sudeste Asiático.

Este fornecedor indicou ainda esperar um impacto moderado a nível da inflação, porque o consumo no Interior da China está em retracção, devido à crise do emprego no outro lado da fronteira.

25 Jun 2025

Táxis | Infracções quase triplicam entre Janeiro e Maio

Entre Janeiro e Maio de 2025, foram registadas mais irregularidades praticadas por taxistas do que em todo o ano passado. O número de acidentes diminuiu, excepto os que envolveram peões. Foram bloqueados mais veículos em vias públicas, mas o valor total das multas de trânsito diminuiu ligeiramente

 

Nos primeiros cinco meses deste ano, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) registou 993 irregularidades cometidas por taxistas, volume que suplantou as 870 irregularidades detectadas em todo o ano passado, e mais 162,7 por cento face ao mesmo período de 2024.

Entre as infracções mais praticadas por taxistas, salta à vista nos dados estatísticos do trânsito a “recusa de transporte”, que aumentou anualmente 63 por cento no período em análise. Mas o lugar cimeiro deste tipo de infracções é “não aguardar por ordem de chegada pelos clientes em praças de táxis”, que mais do sextiplicou com um aumento meteórico de 515 por cento em termos anuais.

De um total de quase mil infracções detectadas, 229 foram entregues à Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego para acompanhamento, menos de um quarto, mas que ainda assim representou uma subida de quase 75 por cento.

No cômputo geral, os dados estatísticos do trânsito revelam estabilidade, com um ligeiro aumento de 0,37 por cento das infracções às regras rodoviárias para um total de 306.304, com uma larga fatia a dizer respeito a estacionamento ilegal (quase 270 mil infracções nos primeiros cinco meses de 2025).

Cavalos e peões

Nos primeiros cinco meses de 2025, as autoridades deram conta de 6.069 acidentes de viação, menos 5,3 por cento face ao mesmo período do ano passado, sem registo de mortes e com o número de feridos a cair 7,4 por cento para 2.159. A nível dos acidentes, a estatística mais preocupante foi a referente a acidentes a envolver peões, que aumentaram 27,3 por cento para um total de 261.

No período em análise, as autoridades passaram multas num valor superior a 81,2 milhões de patacas, menos 1,1 por cento em termos anuais. Um dos factores responsáveis por grande parte das multas passadas, foi o estacionamento ilegal, que apesar da ligeira quebra de 0,65 por cento, acumulou quase 270 mil infracções. Apesar da descida dos estacionamentos ilegais, as autoridades revelam que nos primeiros cinco meses do ano o bloqueamento de veículos em vias públicas aumentou 29 por cento, com um total de 1.100 veículos bloqueados, a larga maioria automóveis.

Outro tipo de infracções que passou a ter destaque nos últimos anos, diz respeito a peões que atravessam as vias sem cumprirem regras de trânsito, capítulo onde foram detectadas 3.949 irregularidades, total que representou uma descida de 3,2 por cento. Já os casos de não cedência de prioridade a peões em passadeiras, aumentou 17,1 por cento para 253 casos.

Também os casos de excesso de velocidade aumentaram 13,7 por cento, para um total de 6.158. Neste capítulo, destaque para o excesso de velocidade grave que aumentou 61 por cento, para 135 casos.

24 Jun 2025

Gestão de auto-silos | Aceites 9 de 12 propostas entregues

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) aceitou, esta sexta-feira, 9 de 12 propostas submetidas a concurso público organizado para a gestão de vários parques de estacionamento públicos, nomeadamente o Auto-Silo do Edifício da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, do Auto-Silo do Edifício Fai Fu, do Auto-Silo do Lido, do Auto-Silo do Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, do Auto-Silo do Edifício do Lago e do Estacionamento Público da Residência para Idosos da Avenida do Nordeste.

Segundo um comunicado da DSAT, foram apresentadas propostas de retribuição de base trimestral entre 1,088 milhão de patacas e 2,038 milhões de patacas, sendo que as três sociedades foram excluídas por terem desistido voluntariamente do concurso, é explicado.

O prazo de concessão para a gestão é de seis anos e abrange 2188 lugares de estacionamento para automóveis ligeiros e 1858 para motociclos e ciclomotores. A DSAT explica que a entidade concessionária será responsável “não apenas pela gestão e exploração quotidiana dos auto-silos, mas também pela optimização do sistema de pagamento electrónico e sem contacto dos auto-silos, pelo reforço dos sistemas de vigilância de segurança” e “implementação de equipamentos ecológicos e energeticamente eficiente, e pela melhoria das instalações existentes”.

23 Jun 2025

Água | Garrafões de Miriam Grupo com níveis elevados de bactérias

É o terceiro caso, desde o início do ano, de águas distribuídas em Macau sem cumprirem os padrões de qualidade. Os garrafões foram fornecidos a serviços públicos, como os Serviços de Saúde. Em reacção ao caso, o Miriam Grupo acusa “alguns clientes” de contaminarem propositadamente os garrafões utilizados

 

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) anunciou que vários garrafões de água fornecidos a serviços públicos da marca O Sun chumbaram nos testes de qualidade, apresentando níveis elevados de bactérias coliformes e bactérias pseudomonas aeruginosa. As coliforme são um tipo de bactérias, como a e.coli, que habitam no intestino de mamíferos, enquanto as bactérias pseudomonas aeruginosa podem ser encontradas nas águas e nos solos e podem levar a infecções graves nos pulmões, na pele ou no tracto urinário.

O problema com a água O Sun, do Miriam Grupo Limitada, foi identificado em lotes produzidos a 7 e 21 de Maio deste ano, e comunicados na sexta-feira. No entanto, a informação disponibilizada pelo IAM e pelos SS não revelaram a altura em que os problemas foram detectados pelas entidades.

Desde o início do ano, esta é a terceira marca de águas de Macau a apresentar problemas ao nível da qualidade e segurança. O primeiro caso, aconteceu a 9 de Março com a marca Iceblue, da fábrica Oi Kou Pou. Mais recentemente, também em Maio, as autoridades detectaram problemas com a água da marca Ieong Iat Tat (tradução fonética).

A água O Sun terá sido fornecida a serviços públicos locais, entre os quais os Serviços de Saúde (SS). Todavia, foi negado que a água contaminada tivesse entrado no comércio a retalho, hospitais ou escolas. “Os dois lotes de água destilada não entraram no mercado de venda a retalho, sendo principalmente fornecidos a serviços do Governo e sociedades comerciais. Os lotes também não foram fornecidos a escolas nem hospitais”, foi comunicado pelos SS.

Após a divulgação da informação, os SS anunciaram o cancelamento do fornecimento de água daquela marca: “Após verificação, os lotes em causa não foram fornecidos aos Serviços de Saúde. No entanto, por razões de segurança, os Serviços de Saúde pararam de utilizar as águas potáveis daquela marca, e passaram a utilizar as águas engarrafadas de outra marca qualificada, a fim de assegurar o fornecimento de água potável”, foi justificado. O comunicado não identifica se há um novo fornecedor de água ou se apenas foi trocada a marca de água do Miriam Grupo Limitada.

Ataque de “alguns clientes”

Após a detecção deste caso, o IAM comunicou ter pedido ao grupo para “aplicar medidas de prevenção, nomeadamente a recolha dos lotes das águas destiladas envolvidos, bem como implementar a limpeza e desinfecção da linha de produção” de água.

O Miriam Grupo Limitada também respondeu ao caso ao indicar que desde 1 de Junho que tinha emitido um aviso a alertar para a recolha dos lotes contaminados e que desde 30 de Maio a produção de água foi suspensa, para limpeza e aplicar as rectificações necessárias. A mesma informação indicou que em relação ao lote de 7 de Maio foram recolhidos 196 dos 367 garrafões de água produzidos e face ao lote de 21 de Maio foram recolhidos 121 dos 432 garrafões de água distribuídos. “Sob a testemunha e organização do IAM, os lotes dos garrafões de água anormais foram eliminados. Entre 30 de Maio e 1 de Junho, uma empresa de limpeza independente também procedeu à limpeza da fábrica e os equipamentos de produção. Cerca de 9.000 garrafões de água dos lotes em Maio foram eliminados,” foi divulgado pelo grupo.

No comunicado, o grupo queixou-se ainda da cobertura mediática, e desmentiu que o lote de 7 de Maio tivesse apresentados resultados positivos de contaminação de bactérias coliformes, não desmentido a contaminação com bactérias pseudomonas aeruginosa.

O Miriam Grupo Limitada acusou ainda alguns clientes de contaminarem os garrafões usados, que depois são devolvidos, para prejudicar a empresa.

23 Jun 2025

Economia | Inflação desacelerou para 0,19% em Maio

A inflação em Macau desacelerou em Maio, foi anunciado na sexta-feira, mas a região escapou à queda dos preços no consumidor, algo que se verificou pelo quarto mês consecutivo no Interior da China.

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Macau subiu 0,19 por cento em Maio, em termos homólogos, mais lento do que o valor registado em Abril (0,23 por cento), de acordo com dados oficiais divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Apesar do IPC ter descido 0,05 por cento em comparação com Abril, o território escapou pelo terceiro mês consecutivo à deflação (queda anual nos preços no consumidor).

A deflacção reflecte debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

A China, de longe o maior parceiro comercial de Macau, está há quatro meses consecutivos em deflacção após o IPC ter recuado 0,1 por cento em Maio, o mesmo valor registado em Abril e Março.

De acordo com os dados da DSEC de Macau, a desaceleração da inflação em Maio deve-se ao custo das refeições adquiridas fora de casa, que subiu apenas 1,39 por cento, enquanto os gastos com hipotecas dos apartamentos aumentaram somente 0,42 por cento.

O índice dos preços da habitação caiu 11,7 por cento no ano passado, não obstante a Autoridade Monetária de Macau ter aprovado três descidas da taxa de juro nos últimos três meses de 2024. Apesar do aumento do número de visitantes, a região registou uma queda de 2,5 por cento no preço do vestuário e calçado.

23 Jun 2025

Visitantes | Segundo melhor arranque de sempre até Maio

Entre Janeiro e Maio foram recebidos 16,3 milhões de visitantes, o segundo melhor registo de sempre de visitantes. No entanto, o número ainda está abaixo do que acontecia antes da pandemia e da política de isolamento

 

Macau recebeu nos primeiros cinco meses deste ano 16,3 milhões de visitantes, o segundo valor mais elevado de sempre para um arranque de ano, foi anunciado na sexta-feira. De acordo com dados oficiais, o número de turistas que passou por Macau só foi superado entre Janeiro e Maio de 2019 – antes da pandemia de covid-19 -, período em que registou quase 17,2 milhões de visitantes.

No entanto, segundo a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), quase 59 por cento dos visitantes chegaram em excursões organizadas e passaram menos de um dia na cidade.

Em 2024, o Governo Central divulgou uma série de medidas de apoio a Macau, como o aumento do limite de isenção fiscal de bens para uso pessoal adquiridos por visitantes da China.

Ao mesmo tempo, as autoridades chinesas alargaram a mais 10 cidades da China a lista de locais com “vistos individuais” para visitar Hong Kong e Macau. Além disso, desde 1 de Janeiro que os residentes da vizinha cidade de Zhuhai podem visitar Macau uma vez por semana e ficar até sete dias.

Em resultado, a esmagadora maioria (90,7 por cento) dos turistas que chegaram a Macau nos dois primeiros meses do ano vieram do Interior ou Hong Kong, enquanto somente 1,14 milhões foram visitantes internacionais.

A 17 de Janeiro, a directora dos Serviços de Turismo de Macau, Maria Helena de Senna Fernandes, disse esperar que Macau possa receber entre 38 e 39 milhões de visitantes este ano. Em Agosto, a dirigente apontou como meta mais de três milhões de visitantes internacionais em 2025.

Mais sem vistos

As autoridades do território anunciaram na segunda-feira que cidadãos nacionais da Arábia Saudita, Qatar, Kuwait, Barém e Omã estão dispensados de visto para entrar em Macau a partir de 16 de Julho.

A medida surge numa altura em que o Governo de Macau quer atrair mais visitantes internacionais e após as autoridades e operadores turísticos do território terem visitado, em Fevereiro, a Arábia Saudita e o Dubai, para promover a cooperação.

Apesar do aumento no número de turistas, o consumo médio de cada visitante, excluindo nos casinos, caiu 13,2 por cento no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2024.

No início de Maio, a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos da região apontou a “alteração do padrão de consumo dos visitantes” como uma das principais razões para a queda de 1,3 por cento da economia de Macau entre Janeiro e Março.

Foi a primeira vez que o Produto Interno Bruto do território encolheu, em termos homólogos, desde o final de 2022, quando a região começou a levantar as restrições devido à pandemia de covid-19.

23 Jun 2025

Fraqueza industrial e financeira é entrave a presença moçambicana em Macau

Especialistas consideram que aposta moçambicana em Macau se mantém condicionada pela falta de indústria e de recursos financeiros, e que novas parcerias, incluindo no âmbito de novo projecto regional chinês, podem projectar Moçambique no território.

Ao visitar o centro de exposições de produtos do Fórum de Macau, no ano passado, a académica Fátima Papelo, que estuda as relações sino-moçambicanas, apercebeu-se da existência de poucos produtos de Moçambique no local, onde estão expostos artigos dos vários países de língua oficial portuguesa.

“Existem muitos mais produtos brasileiros, mas é, até certo ponto, um reflexo da estrutura económica moçambicana. Acredito que, por via do Fórum de Macau, também podemos pensar em como transformar esta estrutura económica positivamente e que terá como consequência a existência de mais produtos moçambicanos a serem vendidos em Macau”, notou agora à Lusa.

Dados oficiais do Governo de Macau sustentam a percepção da académica da Universidade Joaquim Chissano, em Maputo: O território importou de Moçambique, no ano passado, bens no valor de cerca de 12 milhões de patacas. No caso do Brasil, o valor ultrapassou mil milhões de patacas.

Neste sentido, Papelo refere a necessidade de criar “mais eventos” que coloquem agentes do comércio de Macau e Moçambique “a discutir e explorar possibilidades de aprofundamento dessas relações”.

“Também é necessário colocar outros indivíduos ligados à indústria, porque só uma indústria desenvolvida pode conferir produtos que vão ser trocados. Moçambique ainda precisa trabalhar muito neste desenvolvimento da indústria e é dessa forma que vai transformar os seus produtos em manufacturados, colocá-los no mercado de Macau e, quem sabe, de toda a China”, considera.

Fórum é “diferencial”

Criado em 2003, o Fórum Macau constitui “um diferencial” na relação entre Moçambique e China, afirma Papelo, defendendo, porém, que “há muito que ainda não está a ser feito”. “É importante olhar como um espaço de trocas. Nesse caso, investimentos devem vir a Moçambique, mas investimentos moçambicanos também devem ir a Macau. Este segundo sentido precisa de ser trabalhado”, diz.

Apesar de a China ter sido um dos primeiros países a reconhecer Moçambique como Estado soberano, no dia em que este declarou a independência, em 25 de junho de 1975, a “fortificação dos laços” com Macau, então sob administração portuguesa, vai dar-se apenas após 1999.

“A partir do momento que o Governo chinês começa a assumir controlo sobre o território, aí já existe esta possibilidade de Moçambique cooperar também com Macau. Então, esta relação começa a tornar-se muito mais viva, muito mais presente”, sublinha.

O historiador Wu Zhiliang considera a criação do Fórum de Macau “um reconhecimento” do papel do território como ponte entre China e parceiros lusófonos.

Assumindo que a região “tem muito por fazer para cumprir bem esta missão”, o também presidente da Fundação Macau refere à Lusa que o Fórum deve “ampliar a sua acção, além da promoção de intercâmbio económico e comercial, às áreas do ensino, cultura e investigação científica”.

Aposta na Baía

Uma oportunidade para Moçambique na região constitui, ainda segundo Fátima Papelo, a Grande Baía, projecto que Maputo deve “aproveitar e explorar”.

“Vejo um espaço em que Moçambique pode promover as suas potencialidades, pode também buscar serviços que irão permitir o seu desenvolvimento económico em diversas áreas, desde energia, indústria, transporte, comunicação, porque há muito desenvolvimento tecnológico, na área de transporte, até formulação de políticas públicas”, propõe. E a língua portuguesa, diz, será “sempre vantagem”: “É necessário que Moçambique perceba este lugar especial que tem e dele faça bom uso, no sentido positivo”.

23 Jun 2025

DST | Alerta para evitar viagens a Israel e ao Irão

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) emitiu ontem uma nota de alerta para que os residentes evitem viajar para Israel ou Irão tendo em conta os últimos acontecimentos bélicos e políticos, referindo que “não devem viajar para estes dois países e quem se encontrar naqueles países deve abandonar os territórios o mais rápido possível, garantindo a sua segurança pessoal”.

Além disso, a DST diz estar “a acompanhar a situação em Israel e no Irão, alertando os residentes de Macau para estarem atentos à situação de segurança”.

Até ontem, ainda não tinha sido recebido qualquer pedido de informação ou assistência para a linha aberta da DST. A mesma nota indica de que não há telemóveis de Macau a circular no Irão, tendo em conta os dados fornecidos pelas operadoras de telecomunicações de Macau.

Desde sexta-feira que Israel e o Irão têm vindo a bombardear-se mutuamente, levando algumas embaixadas a encerrar temporariamente a sua presença no Irão. Os ataques começaram por Israel a alvos designados em várias partes do Irão, contribuindo para piorar as tensões que já se viviam no Médio-Oriente graças ao conflito israelo-palestiniano. Os ataques dos últimos dias já mataram mais de 200 pessoas, a maioria no Irão.

20 Jun 2025

Alfândega | Apreendidos mais de 20 mil Labubu falsos

A alfândega da Ponte Fronteiriça da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, do lado de Zhuhai, detectou consecutivamente três casos de violação de direito de propriedade, ao apreender 20.599 peluches Labubu, os populares brinquedos da marca Pop Mart.

Segundo a agência estatal Xinhua, os peluches apreendidos vinham em três camiões que tentaram atravessar a fronteira para sair do Interior da China em períodos diferentes do dia.

A agência cita a empresa proprietária da marca, que confirmou a contrafacção dos produtos e o uso da marca sem autorização. Importa referir que o centro comercial de Gongbei, adjacente ao posto fronteiriço com as Portas do Cerco, está repleto de lojas de roupa contrafeita com artigos falsos de marcas conhecidas internacionalmente.

20 Jun 2025

Burlas | Imagens de Sam Hou Fai manipuladas com IA

Um vídeo com imagens de Sam Hou Fai manipuladas com recurso a ferramentas de Inteligência Artificial está a ser utilizado para burlar os residentes. O alerta foi deixado pela Polícia Judiciária (PJ), através de um comunicado em língua chinesa, divulgado na tarde de ontem.

Segundo o material divulgado pela PJ, as imagens mostram Sam Hou Fai a discursar e ao lado são prometidos investimentos que garantem um retorno de 6 mil patacas até 14 mil patacas por dia. No entanto, esta é apenas uma forma de levar os residentes a fornecerem numa plataforma online os seus dados bancários, que depois são utilizados para lhes tirar dinheiro da conta.

“O vídeo mostra uma peça de notícias com Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau, Sam Hou Fai, a participar num evento público. O vídeo foi gerado com recurso a tecnologia de IA para se fazer passar pelo Chefe do Executivo de Macau e promover um projecto de investimento online, tentando enganar o público”, foi comunicado pela PJ. “Até ao momento não foram detectadas quaisquer vítimas desta fraude”, foi acrescentado.

No mesmo comunicado, a PJ informa a população que este método de burlas tem sido utilizado com muita frequência fora da RAEM e que os objectivos passam sempre por ganhar muito dinheiro ao obter os dados bancários das vítimas.

20 Jun 2025

Habitação | Vendas e preços continuam em queda

Depois de um mês de Abril animador, Maio voltou a registar quebras a toda a ordem nas vendas e preços da habitação. No mês passado, foram vendidas 195 casas em Macau, total que representou uma quebra mensal de 31 por cento e menos 43,6 por cento em termos anuais. Os preços levaram um corte anual de quase um quarto do valor

 

Os sinais positivos do mercado imobiliário para a habitação que se registaram em Abril, dissiparam-se em Maio. A negra realidade do mercado é comprovada pelos mais recentes dados respeitantes às fracções autónomas destinadas à habitação que foram declaradas para liquidação do imposto do selo por transmissões de bens, publicados no site da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF).

No passado mês de Maio, foram vendidas na RAEM 195 fracções para habitação, das quais 150 estão localizadas na península. Este total de vendas representa uma quebra mensal de 31 por cento, descida mais acentuada quando comparada com Maio de 2024 (-43,6 por cento). Também nos preços, os dados da DSF demonstram descidas face ao preço médio do metro quadrado do mês passado, 78.143 patacas. Em termos mensais o preço diminuiu 7,3 por cento, mas a comparação anual revela uma quebra de 24 por cento.

Na zona onde se registaram mais vendas, a península, foram transaccionadas menos 69 fracções, ou 31,5 por cento, face a Abril deste ano. A quebra é mais acentuada (-33,6 por cento) face a Maio de 2024.

Números insulares

A performance do mercado imobiliário para habitação em Maio não foi melhor nas Ilhas. No mês em análise, foram vendidas 36 casas na Taipa, quase metade das transacções registadas em Maio de 2024, quando foram vendidas 73, resultando numa quebra anual de 50,7 por cento. Face a Abril deste ano, a quebra de vendas foi de 30,8 por cento.

Os preços seguiram a mesma tendência. Em Maio deste ano o preço do metro quadrado na Taipa atingiu 70.934 patacas, valor que representou uma descida de 14,1 por cento em relação a Abril deste ano, e uma quebra de 36,6 por cento em termos anuais.

Na zona mais cara do território, Coloane, foram vendidas apenas uma dezena de fracções para habitação em Maio. A fraca performance reflectiu uma quebra de vendas de 16,7 por cento em termos mensais. Em termos anuais, o mercado de habitação em Coloane registou uma quebra de 78,7 por cento na venda de fracções.

Porém, Coloane registou a única flutuação positiva nos dados estatísticos de Maio, com a subida mensal dos preços das habitações de 4,6 por cento, para um preço médio de 92.184 patacas por metro quadrado. Ainda assim, o preço médio do metro quadrado em Coloane caiu 8,6 por cento face a Maio de 2024.

20 Jun 2025

Universidade de Macau com queda de 40 lugares no ranking da Quacquarelli Symonds

A Universidade de Macau (UM) registou uma quebra de 40 lugares no ranking mundial das universidades publicado pela Quacquarelli Symonds (QS), referente a 2026, caindo para o 285.º lugar.

Apesar da menor prestação, a principal universidade pública da RAEM continuar a ser a melhor posicionada de Macau do ranking, onde também se encontra a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, em inglês) no 440.º lugar, e a Universidade Politécnica de Macau, sem lugar definido, mas entre o grupo das melhores 900 a 950.

Numa escala de 1 a 100 pontos, a UM conseguiu um resultado geral de 47 pontos, o que não foi suficiente para evitar a posição mais baixa desde 2023, quando ocupava o 304.º lugar. No ranking de 2025, a instituição tinha alcançado o 245.º lugar do ranking e em 2024 tinha conseguido 254.ª posição.

Em relação aos critérios considerados no ranking, a faculdade conseguiu as melhores pontuações em aspectos como o número de citações por faculdade (99,9 pontos), o rácio de estudantes internacionais por faculdade (100 pontos), rácio geral de estudantes internacionais (100 pontos) e a diversidade internacional dos estudantes (99,6 pontos).

Os aspectos onde a UM foi mais penalizada, prenderam-se com o rácio geral do número de estudantes por faculdade (11,7 pontos), reputação entre os empregadores (17,9 pontos) e reputação académica (18,5 pontos).

Nas restantes áreas, os resultados foram mais positivos, como aconteceu ao nível da sustentabilidade (52,2 pontos), empregabilidade dos alunos (56,8 pontos) e rede internacional de pesquisa (55,1 pontos).

Caminhos opostos

Por sua vez, a MUST conseguiu o melhor resultado de sempre, ao subir ao 440.º lugar, quando em 2025 tinha ficado na posição 464. Como melhores aspectos, o ranking destaca o rácio geral de estudantes internacionais (100 pontos), o rácio de estudantes internacionais por faculdade (100 pontos) e a diversidade internacional dos estudantes (87,9 pontos).

No entanto, a penalização acontece ao nível do rácio de alunos por faculdade (4,8 pontos), reputação académica (7,4 pontos), reputação entre os empregadores (10,9 pontos) e rede internacional de pesquisa (23,9 pontos).

Na empregabilidade dos alunos a universidade conseguiu 36,8 pontos e nas citações por faculdade conseguiu 79,5 pontos. O ranking foi liderado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, como acontece pelo menos desde 2018.

20 Jun 2025

Índice de Satisfação | Residentes preferem restaurantes de Zhuhai

Ao contrário da tendência dos anos anteriores, o Índice de Satisfação dos Consumidores de Macau publicado pela MUST mostra que também as lojas de roupas e calçado local estão a perder a vantagem, ao nível da satisfação dos clientes, face a Zhuhai

 

Os residentes de Macau estão mais satisfeitos com os restaurantes de Zhuhai do que com os da RAEM. A tendência foi identificada pelo Índice de Satisfação dos Consumidores de Macau, publicado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, em inglês), e confirma o cenário dos anos anteriores.

Tendo em conta cinco aspectos como qualidade dos produtos, qualidade do serviço, relação custo-benefício, número de queixas e lealdade dos clientes, o índice apresenta, numa escala de 0 a 100 pontos, um grau médio de satisfação de 78,4 pontos em relação aos restaurantes de Zhuhai. Nos restaurantes de Macau, o grau médio de satisfação não foi além dos 72,3 pontos.

No entanto, os 915 questionários realizados entre Março e Abril mostram que os consumidores consideram que a qualidade dos restaurantes, tanto em Macau como em Zhuhai, está a subir. Em 2024, a pontuação dos restaurantes de Zhuhai era de 75,4 pontos, pelo que se registou uma melhoria de 3 pontos, de acordo com os cálculos apresentados. Em Macau a melhoria foi mais ligeira, subindo para 72,3 pontos, uma diferença de 1,1 pontos.

O aspecto que mais satisfaz os residentes a nível dos restaurantes de Zhuhai é a relação custo-benefício, o que significa os preços mais baixos, com uma pontuação de 80,1 pontos, um aumento de 4,1 pontos face ao ano anterior. A qualidade da comida foi pontuada com 78,1 pontos, mais 2,6 pontos do que no ano passado, e a qualidade do serviço foi avaliada com 77,8 pontos, um aumento de 2,1 pontos.

Na RAEM a qualidade do serviço foi avaliada com 73,5 pontos (aumento de 1,2 pontos), a qualidade da comida foi avaliada com 73,0 pontos (subida de 1,5 pontos) e o custo-benefício com 71,5 pontos (crescimento de 1,5 pontos).

Lojas: sinais de preocupação

Em termos das lojas de roupas e calçado, verificam-se sinais de preocupação para o comércio local, que perdeu a vantagem, em termos de satisfação, face ao comércio de Zhuhai.

O índice deste ano mostra que a pontuação das lojas de Macau foi de 73,4 pontos, igual à de Zhuhai. Em 2024, Macau tinha conseguido um grau de satisfação de 75,4 pontos, pelo que houve uma redução de 2 pontos. A redução em Zhuhai foi menor, dado que no ano anterior a satisfação tinha sido de 74,2 pontos.

A nível das lojas de Macau a qualidade do serviço obteve uma pontuação de 73,9 pontos, a qualidade dos produtos com 73,7 pontos e o custo-benefício com 73,7 pontos. Em Zhuhai, a qualidade do serviço foi avaliada com 73,5 pontos (menos 0,4 pontos), a qualidade do produto com 73,4 pontos (menos 0,3 pontos) e o custo-benefício com 73,3 pontos (menos 0,3 pontos).

20 Jun 2025

Cheques pecuniários | Serviços da Areia Preta abertos ao fim-de-semana

O Governo anunciou ontem que a partir deste fim-de-semana os balcões de reserva no Centro de Serviços da RAEM na Areia Preta vão abrir aos sábados e domingos para facilitar a apresentação de documentos para a atribuição do cheque pecuniário.

Segundo um comunicado divulgado ontem pelo Gabinete de Comunicação Social, a medida foi tomada “tendo em consideração a falta de disponibilidade dos residentes durante os dias de trabalho”. O horário de atendimento ao público é igual aos dias de semana, ou seja, das 09h às 18h, com serviço contínuo ao meio dia.

O período para apresentação do requerimento para receber o cheque pecuniário começou ontem e estende-se até ao fim de 2028, razão pela qual o Governo salienta que “há bastante tempo” e que “os residentes não precisam de se deslocar apressadamente aos centros de serviços do Governo logo nos primeiros dias”. Além disso, os residentes podem usar a aplicação móvel Conta Única para tratar das formalidades.

Até às 12h de ontem, ou seja, a primeira manhã, a “Conta Única” e os balcões de serviço receberam cerca de 1300 requerimentos.

20 Jun 2025

Orçamento | Saldo deste ano caiu 96% para 290 milhões

O saldo orçamental apresentado na proposta do Governo anterior, pelo ex-secretário para a Economia e Finanças Lei Wai Nong, foi cortado significativamente de 7,7 mil milhões de patacas para 290 milhões de patacas. A revisão reflecte a descida das receitas fiscais e o aumento da despesa

 

Um dos diplomas que os deputados da segunda comissão permanente da Assembleia Legislativa têm em mãos é a Alteração à Lei do Orçamento de 2025, que foi votada na generalidade no passado dia 11 de Junho, contando com todos os votos favoráveis dos deputados presentes, à excepção da abstenção de Ron Lam.

Ontem, realizou-se a primeira reunião entre os deputados e membros do Governo para avaliar a revisão orçamental e alinhar o Orçamento da RAEM para este ano com a realidade económica da região.

Uma das novidades avançadas ontem prende-se com a revisão do saldo orçamental para este ano, que foi cortado em 96,3 por cento, para 290 milhões de patacas do valor inicial apresentado pelo ex-secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, de 7,7 mil milhões de patacas.

Os números foram avançados pelo deputado Chan Chak Mo, que preside à comissão permanente que analisa na especialidade a lei de revisão do orçamento. Segundo o deputado, as principais mudanças no diploma dizem respeito à queda de 3,8 por cento das receitas fiscais e ao aumento de 2,5 por cento das despesas.

Para lá das questões orçamentais, importa recordar que os activos da Reserva Financeira de Macau atingiram no final de Março 623,6 mil milhões de patacas, o valor mais elevado dos últimos três anos.

Mundos e fundos

Segundo Chan Chak Mo, os deputados da comissão demonstraram uma particular preocupação com o aumento de 650 milhões de patacas na despesa orçamentada para o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização. O legislador revelou que os representantes do Executivo justificaram o incremento das verbas alocadas para o fundo com a necessidade de apoiar os processos de digitalização e promoção de pequenas e médias empresas, assim como o lançamento do “plano das lojas com características especializadas e delicadas”. Chan Chak Mo indicou que os deputados não ficaram esclarecidos e que esperam que o Governo explique o aumento do orçamento para o fundo mais detalhadamente.

Quanto à Plano de Investimentos e de Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA), a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública tem dois projectos novos que vão implicar o aumento do orçamento em mais 100 milhões de patacas. O reforço orçamental irá pagar a construção do Centro de Catástrofes de Computação em Nuvem.

Outro dos aumentos de despesa contemplados na revisão orçamental, diz respeito à terceira fase de expansão da Central de Incineração de Resíduos Sólidos de Macau, que passou a estar orçamentada em cerca de 200 milhões de patacas, depois do aumento de 114 por cento face ao valor inicial. Também sobre este projecto, Chan Chak Mo indicou que a comissão vai convidar na próxima semana os serviços responsáveis para apresentarem mais detalhes.

Taxa de execução de 22 % até Março

No primeiro trimestre, a taxa de execução do Orçamento da RAEM atingiu 22,8 por cento, de acordo com os números apurados pela Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas da Assembleia Legislativa. Wong Kit Cheng, recordou que o orçamento do Plano de Investimentos e de Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) foi de 19,78 mil milhões de patacas para este ano. Wong Kit Cheng explicou também que o PIDDA prevê 23 projectos novos, incluindo as obras de reordenamento da caixa de retenção de águas na Avenida do Aeroporto, na Taipa, e a construção de diques no aterro para resíduos de materiais de construção.

A deputada apontou que 49 projectos registaram zero taxa de execução orçamental, incluindo 13 projectos da Direcção dos Serviços de Obras Públicas, cinco projectos da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água, cinco projectos da Universidade de Macau, quatro projectos do Instituto para os Assuntos Municipais e quatro projectos da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau. A taxa de execução zero significa que estes projectos ainda não estão em andamento.

20 Jun 2025

Brasil tem grande potencial para aumentar exportação de peixe para a China

Um assessor do ministro da Pesca e Aquicultura do Brasil disse ontem que o país tem um enorme potencial para exportar mais peixe e outros produtos aquáticos para o mercado chinês. “Existe muito, muito potencial no Brasil, uma capacidade de produzir alimentos de origem aquática de forma sustentável e a capacidade de exportar é imensa”, defendeu Carlos Mello, em Macau.

“O Brasil tem alimentos de origem aquática, desde a água salgada até a água doce, de climas frios a climas mais tropicais, além de pescados da nossa região amazónica, que são iguarias no nosso país e que poderiam ser muito bem apreciados aqui”, referiu o assessor do ministro André de Paula.

“A capacidade do Brasil e o potencial para exportar para a China é sensacional”, defendeu Carlos Mello. No final de Abril, os dois países assinaram um acordo que abriu o mercado chinês ao peixe e marisco natural e selvagem pescado no Brasil, após negociações que decorriam desde 2016.

Parceiros de confiança

Mello falava à margem do encerramento de um colóquio sobre economia azul, organizado pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau).

O assessor disse que a actividade, que reuniu dirigentes governamentais durante duas semanas, demonstrou que os nove estados lusófonos têm “muita força para colaborar, especialmente com a China”, que desde 2009 é o principal parceiro comercial brasileiro.

O Brasil “pode aprender em termos de desenvolvimento tecnológico, de superar desafios como a de geografia, uma população muito extensa e estratégias para segurança alimentar”, referiu o especialista em aquicultura.

Mello deu como exemplo a inteligência artificial (IA), que pode ajudar em sistemas “de precisão” para o cultivo de organismos aquáticos, para consumo humano ou de animais. A IA pode apoiar a tomada de decisões ao processar dados “que levariam muito tempo para pessoas fazerem”, resultando “em maior produtividade”, explicou o assessor.

Futuro frutuoso

No discurso de encerramento do colóquio, o secretário-geral do Fórum de Macau lembrou o destaque que a China tem alcançado em “tecnologia, aquicultura, construção de cadeias industriais e acesso a mercados”. Ji Xianzheng destacou o potencial para cooperação com os estados lusófonos, que “possuem ricos recursos marítimos e grande potencial no sector pesqueiro”.

Também Carlos Mello falou de “uma possibilidade muito forte” de que o colóquio “possa gerar frutos no futuro”, em termos de projectos de cooperação entre os países de língua portuguesa e a China. Os representantes lusófonos estiveram, entre 13 e 15 de Junho, na Exposição Internacional de Pescas e Marisco da China, em Fuzhou, capital da província de Fujian, no sudeste do país.

Segundo um comunicado do Fórum de Macau, o vice-presidente da autarquia de Fuzhou, Liang Dong, expressou o desejo de que empresas locais possam trabalhar com os países de língua portuguesa para “construir bases industriais de pesca”.

19 Jun 2025

Casinos-satélite | DSAL acompanha situação de 70% dos funcionários

O Governo enviou pessoal aos casinos-satélite que vão encerrar para oferecer aconselhamento legal, encaminhamento para empregos e formação profissional. As autoridades acompanharam quase 3.900 trabalhadores, cerca de 70 por cento dos recursos humanos dos casinos que vão fechar

 

As autoridades estão no terreno a tentar ajudar os trabalhadores dos casinos-satélite que vão encerrar no fim do ano. Pelo menos, de acordo com o trabalho de acompanhamento feito por equipas da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), que enviou na segunda-feira 62 inspectores a 10 casinos-satélite e três casas de máquinas de slot.

Segundo um comunicado divulgado na terça-feira à noite pela DSAL, foram organizadas 38 sessões pelas operadoras de jogo, com a supervisão da DSAL, sobre direitos laborais. Além disso, as equipas da DSAL prestaram aconselhamento legal e sobre opções de formação profissional, além de terem sugerido encaminhamento para empregos aos profissionais dos espaços que vão encerrar.

No total, as sessões de aconselhamento contaram com a participação de 3.878 trabalhadores, o que representa quase 70 por cento de toda a força de trabalho dos casinos-satélite que vão fechar. A DSAL acrescentou que irá continuar a organizar este tipo de sessões de esclarecimento sobre direitos laborais e encaminhamento dos trabalhadores.

Encontro de vontades

Ao longo desta semana, a DSAL e as três concessionárias de jogo sob cujas licenças se realizam as operações de jogo dos casinos-satélite organizaram sete sessões de emparelhamento e entrevistas de emprego. A primeira concessionária a participar foi a SJM Resorts, que na segunda-feira fez 84 entrevistas, a 87 profissionais inscritos, para empregos com funções de atendimento ao cliente, alimentação e bebidas e gestão de instalações em oito locais. As outras duas sessões ocorreram na terça-feira e ontem e foram acompanhadas por pessoal da DSAL.

Entretanto, alargando o escopo dos destinatários a todos os residentes de Macau, a DSAL anunciou ontem que vai organizar seis feiras de emprego, com 418 vagas disponíveis, para um leque de empresas ligadas ao sector.

No dia 25 de Julho, vai decorrer a sessão de emparelhamento em que a Venetian Macau irá oferecer 50 vagas para especialista no desenvolvimento de clientes (serviços premium). Na tarde de 27 de Junho, é a vez da Nova Galaxy Entretenimento disponibilizar 177 vagas de emprego para subchefe de cozinha, chefe de equipa de cozinheiros, cozinheiro sénior, chefe de restauração, empregado de mesa, empregado de bar e mestre de chá.

Na manhã de 30 de Junho realiza-se a sessão de emparelhamento para a SLOT – Sociedade de Lotarias e Apostas Mútuas de Macau, com 17 vagas para chefe de auditoria de TI, funcionário de atendimento ao cliente, operador de central telefónica, empregado administrativo e bilheteiro.

As sessões de feira de emprego incluem na SEMAC – Companhia de Segurança de Macau, empresas de gestão de propriedades e condomínios, e empresas de comércio de artigos de roupa. As inscrições abriram esta manhã e os interessados podem inscrever-se no site da DSAL até ao meio-dia da próxima segunda-feira.

19 Jun 2025