Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeDepartamento de português da Universidade de Macau com maior procura Dora Nunes Gago, actual directora do departamento de português da Universidade de Macau, acredita que a pandemia poderá ter levado a um aumento da procura pelo idioma, não apenas ao nível da licenciatura mas também de disciplinas opcionais. A responsável está de saída do cargo O facto de Macau ter as suas fronteiras praticamente fechadas há mais de um ano devido à pandemia da covid-19 pode ter levado os alunos a optar pela língua portuguesa no ensino superior. A ideia é deixada por Dora Nunes Gago, directora do departamento de português da Universidade de Macau (UM). “Tem havido um significativo aumento da procura, não apenas pelo curso mas também por disciplinas opcionais”, disse ao HM. “A pandemia poderá ter impulsionado a procura. Alguns alunos, sobretudo os da China, poderiam ter pensado em estudar noutros países mas acabaram por vir para Macau. O aumento do número alunos tem-se sentido na licenciatura, nas opcionais e também ao nível dos mestrados”, frisou. Actualmente, o departamento conta com 311 alunos na licenciatura em Estudos Portugueses, além de que 513 são estudantes da Faculdade de Direito. Há ainda 553 alunos de português oriundos de outras faculdades. No total, o departamento possui 1377 alunos e 34 professores. Em busca de director Apesar do efeito positivo que a pandemia possa ter tido na procura pelo ensino da língua, a verdade é que trouxe outras condicionantes, uma vez que o departamento ainda não conseguiu contratar um novo professor de literatura, dado que, com as fronteiras fechadas, os candidatos não conseguem prestar provas presenciais. Directora desde Julho do ano passado, Dora Nunes Gago assume estar temporariamente no cargo, enquanto está a ser seleccionado um novo director de departamento. “Não gostaria de continuar no lugar”, assumiu. Apontando que a grande mais valia do departamento é a investigação, Dora Nunes Gago considera que a UM “tem estado no bom caminho” relativamente às respostas que o ensino superior tem de dar em matéria de cooperação regional. “As políticas que o Governo tem anunciado [sobre a cooperação com Hengqin] são positivas e podem levar a um aumento do interesse na língua portuguesa e no seu desenvolvimento. Esta poderá ser uma língua mais empresarial”, rematou.
Pedro Arede Manchete SociedadeCovid-19 | Estado de prevenção e testes em massa após novo surto Depois de dois funcionários de um hotel destinado a quarentenas terem testado positivo à covid-19, o Governo decretou estado de prevenção imediata em Macau e nova ronda de testagem em massa à população. O plano de testes engloba 52 postos e decorre até às 15h de amanhã. Mais de 380 mil pessoas tinham sido testadas até às 21h de ontem Passado pouco mais de um mês, Macau volta a mergulhar no estado de prevenção imediata e vê-se a braços com uma nova ronda de testagem em massa para toda a população. Na origem das medidas, está a confirmação de dois casos positivos de covid-19, da variante delta, em dois funcionários do Golden Crown China Hotel, reservado a quarentenas para quem chega a Macau. As duas novas infecções (caso 65 e 66) estão relacionadas com um outro caso importado detectado na passada sexta-feira (caso 64), de um residente de Macau proveniente da Turquia que chegou ao território no dia 18 de Setembro, via Singapura. O homem foi encaminhado para o Golden Crown China Hotel após o primeiro teste de ácido nucleico realizado à chegada ter sido negativo. Contudo, o teste realizado na passada quinta-feira acusou positivo, levando à imposição de testes aos agentes de segurança, pessoal de limpeza e trabalhadores do hotel. Com a confirmação da infecção dos dois agentes de segurança, de nacionalidade nepalesa, o Governo decretou a partir da meia-noite de sábado estado de prevenção imediata, por “existir o risco de surgir um surto do novo tipo de coronavírus na comunidade de Macau”. Também a partir da meia-noite sábado, foi decretado que todos os indivíduos que saiam de Macau estão obrigados a possuir um certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo nas últimas 48 horas. Adicionalmente, em conferência de imprensa, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, anunciou o início da segunda ronda de testes em massa. À semelhança do que aconteceu em Agosto, a população de Macau tem três dias para, após efectuar uma marcação prévia online, se dirigir a um dos postos de testagem espalhados pelo território. Desta feita, existem 52 postos de testagem abertos 24 horas por dia e vias especiais para pessoas com necessidades. O novo plano de testagem teve início às 15h de sábado e termina às 15h de amanhã. Até às 21h de ontem já tinham sido testadas 383.222 pessoas. Até essa hora, todos os resultados apurados testaram negativo para a covid-19. Quem não realizar o teste até às 15h de amanhã verá o seu código de saúde a assumir a cor amarela. Elsie Ao Ieong U revelou ainda, segundo a TDM-Rádio Macau, que entre as 6h de ontem e a próxima quinta-feira, os residentes de Macau estão sujeitos a quarentena de 14 dias caso atravessem a fronteira para Zhuhai. Adicionalmente, o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, Leong Man Cheong, apontou que as autoridades do território vizinho exigem a apresentação de certificado de resultado negativo do teste de ácido nucleico emitido nas últimas 24 horas. Zonas proibidas Foram ainda definidas zonas de controlo e confinamento na Rua da Palmeira (Patane) e na Avenida Horta e Costa, com áreas definidas como “zonas vermelhas” e “zonas amarelas”. Classificadas como zonas vermelhas, onde a entrada e saída de pessoas é proibida, está toda a Rua da Palmeira, a zona compreendida entre os números 31 e 35 dos Edifícios Tak Lei e Veng Hoi. Também no vermelho estão os Blocos C e D do Edifício Palácio localizado na Avenida Horta e Costa. Já na zona amarela, nas redondezas do edifício onde mora um dos infectados, no Patane, estão os Edificios Mon Weng, Homeland Court, o Beco dos Anzóis, Edifício Hou Son, o Jardim Man Lei, o Edifício Mei Lam, o Edifício Vai Ieng e o Edifício Man Sun. Os restantes blocos do Edifício Palácio, além do C e D, estão também classificados como zona amarela. Recorde-se que os códigos de saúde dos moradores das zonas vermelhas passaram a ter a mesma cor e estão obrigados a fazer quarentena no local de residência ou outro indicado pelas autoridades e ainda, testes de ácido nucleico regulares. Apenas os funcionários dos Serviços de Saúde estão autorizados a entrar nestas áreas. Por seu turno, nas zonas amarelas, apenas os moradores estão autorizados a entrar, estando também sujeitos a testes de ácido nucleico no local. Ao final do dia de ontem, existiam 86 pessoas em quarentena nas zonas vermelhas. Os Serviços de Saúde revelaram ainda que, até ao momento, foram identificadas 680 pessoas, entre contactos próximos (55), de segunda via (120) ou que partilharam o mesmo percurso que os infectados (511). Todos os testes deram negativo. Os percursos dos dois funcionários do hotel durante semana passada, foram também divulgados. Relativamente ao homem de 27 anos que mora no Patane, foi revelado que frequentava diariamente a Pastelaria San Wo Heng antes de se dirigir ao Golden Crown China Hotel. Para lá chegar apanhava os autocarros 33 (Edf. Industrial Wa Pou) e 37 (Chun U Villa) antes das 07h. No regresso a casa, por volta das 20h, apanhava o autocarro MT1 na paragem do Aeroporto. Jantou sempre em casa. Quanto ao infectado de 32 anos, morador na zona da Horta e Costa, foi revelado que frequentou os autocarros 25B (Jardim da Vitória) e 37 (Chun U Villa) sempre depois das 18h a caminho do Golden Crown China Hotel e que, na volta, apanhava na manhã seguinte o autocarro MT1 na paragem do Aeroporto, por volta das 08h. No decorrer da semana, frequentou ainda o McDonald’s da Avenida de Horta e Costa, a Rotunda de Carlos da Maia e uma loja situada perto do Mannings da Horta e Costa. Efeito borboleta Na sequência do novo surto, o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo admitiu que os dois trabalhadores foram infectados no interior do hotel devido a falhas procedimentais, tendo sido iniciada uma investigação. “Os dois casos são conexos e claro que houve uma falha. Vamos acompanhar e verificar o que aconteceu no hotel e, se for preciso, vamos introduzir melhorias”, apontou Alvis Lo no sábado, segundo a TDM-Canal Macau. Ontem, Alvis Lo detalhou que, após consulta das imagens de videovigilância, os dois funcionários “não usaram correctamente as máscaras”, destapando o nariz e boca, durante o contacto com o homem que viria mais tarde a ser diagnosticado com covid-19. O director dos Serviços de Saúde reiterou, contudo, que todos os trabalhadores dos hotéis de quarentena recebem formação adequada e estão conscientes das regras e da importância do trabalho desenvolvido, sendo que na base do contágio terá estado “um relaxamento” momentâneo “por não haver incidentes”. “Nem sempre é fácil cumprir uma execução permanente”, acrescentou. Por seu turno, a médica Leong Iek Hou apontou que quem está em quarentena no Golden Crown China Hotel e no Treasure Hotel pode ver a sua quarentena prolongada. “Como consideramos um local onde há risco de contágio, fizemos uma análise. Alguns que estão sujeitos a quarentena vão ter um período de observação médica prolongada. Temos de avaliar a situação dos dois hotéis (…) e, caso a caso, vamos informar qual é o período a prolongar”, apontou. Tendo em conta que os dois trabalhadores estavam vacinados contra a covid-19 com a vacina da Sinopharm, Alvis Lo foi questionado sobre a eficácia dos fármacos, assegurando que o que está em causa não é a possibilidade de ser ou não infectado com a doença, mas sim a diminuição dos sintomas e do risco de morte por covid-19.
Pedro Arede Manchete SociedadeCovid-19 | Escolas encerradas até 3 de Outubro. Vacinação, cultura e desporto em pausa Na sequência do novo surto de covid-19, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) ordenou encerramento das escolas até ao dia 3 de Outubro e das instituições de ensino superior. Em comunicado, a DSEDJ indicou ter exigido o encerramento a partir sábado “de todas as actividades e de todos os cursos realizados presencialmente, bem como o cancelamento ou adiamento de visitas ao exterior e outras, e o encerramento temporário das instalações de ensino”. “Tendo em conta a situação epidémica e as respectivas medidas, as escolas do ensino não superior suspenderam as aulas (…) até o dia 3 de Outubro. Quanto às instituições do ensino superior, as actividades pedagógicas presenciais foram suspensas e as respectivas disposições concretas serão divulgadas pelas próprias instituições”, pode ler-se na nota. A DSEDJ apelou ainda a todos os estudantes, nomeadamente, os transfronteiriços, para que permaneçam em casa, evitando assim a circulação de pessoas. Além disso, as autoridades anunciaram a suspensão dos transportes marítimo, o encerramento de instalações desportivas e pavilhões interiores públicos e o cancelamento de actividades desportivas. Também o Instituto Cultural anunciou o encerramento de espaços culturais e o cancelamento das respectivas actividades. Paralelamente, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) suspendeu o programa de excursões locais “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau”. Sem remédio Os Serviços de Saúde anunciam que, durante o período de testagem em massa da população, os 18 postos de vacinação serão suspensos. Também até amanhã, os serviços de consulta externa de especialidade, cirurgia programada não urgente e serviços de diálise peritoneal estão suspensos. Do outro lado, as autoridades de Hong Kong anunciaram a suspensão do programa “Come2HK”, que prevê a isenção de quarentena à entrada de residentes de Macau. Segundo o Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) está também suspensa a orientação que entraria hoje em vigor e que previa a apresentação do certificado do resultado de ácido nucleico por parte dos trabalhadores da Administração Pública não foram vacinados. A suspensão dura até 3 de Outubro.
Hoje Macau Manchete SociedadeProposta de revisão da lei do jogo vai “esmagar margens” de casinos dos EUA, diz analista O analista sénior Edward Moya, da correctora Oanda, considera que as propostas para a revisão da lei do jogo, actualmente em consulta pública, “vão esmagar as margens e todo o crescimento” que os operadores norte-americanos antecipavam. “É muito negativo para as acções dos casinos americanos”, afirmou o especialista, depois de uma queda arrasadora dos títulos em bolsa após a apresentação do documento de consulta. “O que começamos a ver é o aumento do receio de que a repressão do Governo chinês sobre vários sectores seja sentida com mais força nas acções do jogo”, indicou Edward Moya, reflectindo o nervosismo dos investidores que levou a perdas superiores a 18 mil milhões de dólares em bolsa. O analista chamou a atenção para a importância que Macau teve no crescimento dos casinos norte-americanos que têm licença para operar no território, nomeadamente Wynn, MGM e Sands. “Temos de olhar para o quão dependentes os casinos norte-americanos estavam das receitas provenientes de Macau. Antes da covid-19, Macau era responsável por 70 por cento das receitas totais do Wynn Resorts e Las Vegas Sands”, afirmou. Agora, com as licenças a expirar em Junho de 2022 e um plano governamental para alterar as regras, no contexto de uma pandemia global, o horizonte é volátil. “O Governo chinês está a questionar a forma como permitiu a Macau liberalizar a indústria do jogo”, analisou Edward Moya, referindo que as empresas americanas estão a encaixar cerca de 50 por cento das receitas. O analista antecipa que a nova legislação irá conter incentivos para os investidores fazerem mais pela comunidade e ajudarem a fazer crescer o turismo, privilegiando os operadores de jogo domésticos. Perda de vantagens Moya não antecipa uma não-renovação das licenças. “Os casinos norte-americanos vão perder algumas das vantagens que tinham na legislação anterior, mas não vão ser escorraçados”, afirmou. Com um período de consulta pública de 45 dias no processo de revisão da legislação, a expectativa é de que a volatilidade nos mercados financeiros se mantenha elevada para os operadores de casinos. Além disso, as perspectivas de recuperação das receitas em 2021 estão a ser goradas, visto que Macau ainda tem muitas restrições em vigor. “Quando olhamos para o regresso à normalidade, isso não está a acontecer em Macau. Tiveram uma estratégia de covid zero no último ano e meio e na essência as fronteiras estão fechadas”, explicou. O analista salientou o problema de as vacinas administradas no país terem menor eficácia, o que não permite perspectivar um alívio da situação. “Os receios sobre o crescimento estão a aumentar na China, e isso não é bom para a Wynn, Sands ou MGM. A incapacidade de ultrapassar a covid e dar mais explicações sobre como os casinos poderão assegurar lucros vai manter a dívida sobre pressão”, sublinhou. Há, também, um receio mais alargado em relação a outros sectores na China, espelhando as medidas que o Executivo chinês tem anunciado. “O presidente Xi [Jinping] está a tentar atacar os excessos capitalistas. Estão a reprimir os videojogos, há tantas orientações novas a saírem que é muito difícil para um investidor estrangeiro manter-se confiante na aposta na China”, explicou o analista. Estas dúvidas não existiam há três ou seis meses, quando Wall Street se mantinha confiante de que o maior crescimento da próxima década viria da China. “Agora, as pessoas estão a levantar essa questão e não têm a certeza, e isso levará à perda de investimento na China”, previu. Se a repressão sobre vários sectores continuar, os investidores vão querer “evitar um risco sistémico” e deixar planos de investimento em suspenso. A esperança dos investidores é que no próximo ano o executivo queira ver a economia chinesa a ir na direção certa e a repressão comece a desvanecer-se. Ainda assim, a tensão entre os EUA e a China está elevada, sendo que não houve progresso feito com a Administração de Joe Biden. “É possível que esta também seja uma jogada política”, considerou o analista.
Pedro Arede Manchete SociedadeCovid-19 | Mais de metade dos funcionários públicos vacinados A dois dias da entrada em vigor das orientações dos SAFP que prevêem faltas injustificadas para trabalhadores sem teste ou vacina, 60 por cento dos funcionários públicos estão inoculados contra a covid-19. Marcações deixam de ser obrigatórias em todos os 18 postos de vacinação a partir de amanhã O médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário Tai Wa Hou, revelou que a taxa de vacinação entre funcionários públicos é de cerca de 60 por cento. Isto, numa altura em que, à luz as novas orientações dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) relativas à prevenção da covid-19, a partir da próxima segunda-feira, todos os funcionários públicos devem apresentar, à entrada do serviço, um comprovativo de vacinação contra a covid-19 ou um resultado negativo do teste de ácido nucleico efectuado nos últimos sete dias. Quem não cumprir as orientações fica impedido de trabalhar e a falta é considerada injustificada. O mesmo responsável frisou ainda que os atestados médicos para os trabalhadores inaptos para tomar a vacina podem ser emitidos, tanto nos postos de vacinação, após análise no local, como no Centro Hospitalar Conde São Januário e nos centros de saúde. Até ao momento, foram emitidos 913 certificados do género, 517 dos quais dizem respeito a funcionários públicos. Em termos gerais, até às 16 horas de ontem, havia em Macau 306 mil pessoas inoculadas com as duas doses da vacina contra a covid-19, de um total de 354 mil vacinados. Recorde-se que, desde que os Serviços de Saúde anunciaram as novas orientações de vacinação, o número de vacinados quase dobrou. A tendência, apontou Tai, manteve-se nas últimas duas semanas. “Conseguimos ver um aumento progressivo da taxa de vacinação. Na faixa etária entre os 20 e os 60 anos, temos cerca de 70 por cento da população vacinada e, por isso, notámos um aumento visível”, referiu. Questionado sobre se a orientação não constitui um constrangimento à liberdade de deslocação, Tai Wai Hou reiterou que “havendo escolha entre a vacina e o teste não existe qualquer limitação”. “Quando entramos num estabelecimento também temos de apresentar o código de saúde de cor verde”, acrescentou. É só entrar Durante a conferência de imprensa, Tai Wa Hou anunciou ainda que a partir a partir de amanhã deixa de ser obrigatório fazer marcação prévia para tomar a vacina em qualquer um dos 18 postos espalhados pelo território. No entanto, quem fez marcação terá prioridade. “Em todos os 18 postos será disponibilizada vacinação sem quotas a todos os residentes de Macau. Em cada posto, haverá duas vias de vacinação. Uma fila para que não tem marcação e uma fila para quem fez marcação. Os residentes com marcação têm prioridade e os que não têm precisam de esperar no posto pela sua dose”, apontou ontem Tai Wa Hou, por ocasião da habitual conferência de imprensa sobre a covid-19. Também a partir de amanhã, a informação acerca do tempo de espera e o número de pessoas que aguarda pela toma da vacina em cada posto de vacinação, será colocada online. Relativamente aos surtos de covid-19 identificados em algumas regiões do Interior da China e ao aproximar dos feriados da semana dourada de Outubro, Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença deixou um apelo para a população “não se deslocar a esses locais”, a não ser que “seja mesmo necessário”.
João Luz SociedadeANIMA | Angariação de fundos não tapa buracos de orçamento A Sociedade Protectora dos Animais de Macau, ANIMA, continua a atravessar dificuldades financeiras, apesar da campanha de angariação de fundos, que começou no dia 7 de Agosto, e que até agora apurou quase 1,35 milhões de patacas. Com o passivo que transitou de anos anteriores a rondar 1 milhão de patacas, a juntar às despesas mensais, a associação precisa de cerca de 150 mil patacas para não comprometer as contas de Setembro. Todos os meses, a ANIMA precisa de 800 mil patacas por mês para pagar salários, despesas de veterinário do mês transacto, comida para animais também do mês anterior, rendas e despesas como electricidade e combustíveis para veículos da associação. Os crónicos problemas de finanças da ANIMA foram agravados pelas novas de atribuição de fundos pela Fundação Macau, um dos factores que levou à organização da campanha de angariação de fundos, apesar de o presidente não executivo, Billy Chan, ter perdoado 500 mil patacas das 800 mil que emprestou à associação em 2020. Com gastos que não abrandam e fundos que diminuem, a ANIMA continua a travessia difícil para evitar cortar serviços. Até agora, os principais doadores da campanha de angariação de fundos são o público em geral e 80 mil patacas de três operadoras de jogo (Galaxy, Melco e MGM), valores que ficam aquém dos doados em anos anteriores.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEducação | Governo afasta proibição de centro de explicações privados A Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento de Juventude considera que os centros de explicações assumem um papel importante na sociedade de Macau ao tomarem conta das crianças A Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento de Juventude (DSEDJ) não equaciona implementar uma proibição dos centros de explicações privados, como aconteceu no Interior. A posição foi explicada com o papel que estas instituições assumem ao tomar conta das crianças. No final de uma reunião do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior, em que se discutiu a importância dos pais na educação, Wong Ka Ki, o chefe do Departamento do Ensino Não Superior, recusou que o Governo tenha intenções de proibir os centros de explicações. Segundo Wong, houve uma “recolha de dados” sobre os centros e concluiu-se que têm um valor importante para a sociedade: “Na verdade, os centros de explicações assumem como função principal tomar conta das crianças”, justificou o representante da DSEDJ. Sobre o papel dos pais, foi ainda sublinhado pela DSEDJ a relevância de se acompanhar a saúde mental das crianças ao longo do percurso escolar. De acordo com o Executivo, o objectivo passa por “aumentar o sentimento de felicidade dos alunos”. Ainda em relação à felicidade dos estudantes, a DSEJ foi questionada sobre medidas a tomar para combater o suicídio dos jovens. Wong respondeu que houve um reforço das equipas de psicólogos que intervêm nas escolas, com mais nove especialistas na área, que se juntam às equipas anteriormente formadas. Formação técnico-profissional O Conselho de Educação para o Ensino Não Superior de ontem serviu também para discutir o desenvolvimento para o futuro do ensino técnico-profissional. A discussão teve por base o novo regulamento administrativo do sector, que vai entrar em vigor em Setembro do próximo ano. Sobre o impacto das novas normas, Leong I On, chefe da Divisão de Ensino Secundário da DSEDJ, reconheceu que haverá cursos que vão ter de sofrer alterações. “Francamente, os cursos antigos vão precisar de fazer alterações. Os cursos vão ter de ser ajustados de acordo com o novo regime”, indicou Leong. “O antigo regime está em vigor desde 1996 e passaram mais de 20 anos […] o novo regime vai permitir novas aulas, mas também um regime de cooperação com empresas”, completou. Actualmente, existem 34 cursos de ensino profissional em novo escolas, que abrangem cerca de 1.070 alunos. “São cerca de oito por cento dos alunos do ensino secundário. E em comparação com os anos anteriores não teve nem grandes aumentos nem reduções”, considerou o chefe da Divisão de Ensino Secundário. De braço estendido Mais de cinco mil professores e alunos estão prontos para serem vacinados. De acordo com Wong Ka Ki, chefe do Departamento do Ensino Não Superior houve entre 5 mil e 6 mil professores e alunos que se registaram no programa de vacinação contra a covid-19 das escolas. “Nós temos 11 escolas que receberam as equipas para haver vacinação. Temos também cerca de 60 escolas onde há veículos do Governo para fazer o transporte para o Fórum Macau, onde decorre a vacinação”, afirmou Wong. De acordo com a mesma informação, o ensino secundário de Macau tem mais de 20 mil estudantes com idades superiores a 12 anos.
Andreia Sofia Silva SociedadeCultura | Visitas a monumentos e locais históricos aumenta mais de 60 por cento A aposta das autoridades na promoção de visitas turísticas em Macau levou a um aumento da procura por passeios ligados ao património. É o que revela o mais recente “inquérito à participação dos cidadãos em actividades culturais”, levado a cabo pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os dados mostram que 123.100 residentes realizaram vistas a museus ou locais ligados ao património, um aumento de 60,6 por cento “devido à promoção das excursões locais”. Outra actividade muito procurada foi as idas às bibliotecas, que contou com a participação de mais de 150 mil residentes no segundo trimestre deste ano, um aumento de 39,4 por cento em termos anuais. A taxa de participação dos estudantes nesta actividade foi de 80,6 por cento, mais 14,5 por cento em termos anuais. As idas ao cinema foi outra das actividades culturais mais procurada, desta vez por 124.300 residentes, um aumento de 29,5 por cento em relação ao segundo trimestre de 2020. A DSEC aponta ainda que “33.200 residentes assistiram a filmes ou vídeos produzidos em Macau”, uma redução de 14,2 por cento. A queda deu-se ainda nas idas aos espectáculos, procurados por apenas 38.600 residentes, menos 5,2 por cento em termos anuais. Um total de 28.200 residentes visitaram exposições, um aumento de 18,2 por cento. Em termos gerais, o número de pessoas que participaram em actividades culturais teve uma grande quebra no primeiro trimestre devido à pandemia, mas com a reabertura de espaços houve um aumento anual de 27 por cento de participação no segundo trimestre. Um total de 291 mil residentes participaram em eventos ligados à cultura.
Hoje Macau SociedadeH5N6 | Detectado caso de infecção em Guangdong Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) receberam informações das autoridades de Guangdong quanto ao registo de um caso de infecção humana pela gripe aviária de H5N6. Trata-se de um homem de 53 anos que é residente da Aldeia Nova de Dongpu, Yangwu, da Vila de Dalingshan, da cidade de Dongguan, pertencente a Guangdong. Segundo uma nota de imprensa, o homem começou a ter febre, dores de cabeça e tonturas a 13 de Setembro, tendo-se deslocado ao hospital no dia 18. No dia seguinte o homem começou a ter dificuldades em respirar e teve de ser ligado a um ventilador. O internamento numa unidade de cuidados intensivos aconteceu esta terça-feira. “As amostras de expectoração foram testadas pelo laboratório com o resultado positivo para o vírus da gripe aviária H5N6”, aponta a mesma nota, sendo que “o estado do doente é ainda grave”. Antes da ocorrência dos sintomas, o doente apresentou um historial de exposição a pássaros selvagens e aves domésticas. Os SSM apelam aos residentes para que evitem o contacto com aves, além de terem atenção aos cuidados de higiene individual e alimentar. Desde 2014 que foram registados vários casos confirmados de infecção humana pela gripe aviária H5N6 nas províncias de Sichuan, Guangdong, Yunnan, Hubei, Hunan, Anhui, Região Autónoma da Etnia Zhuang de Guangxi e Jiangsu.
João Luz Manchete SociedadeDST | Gala de drones vai custar 7,6 milhões A tradição já não é o que era, máxima transversal que se aplica também às formas de celebração. Desde que as autoridades chinesas baniram os espectáculos de fogo de artifício em mais de 400 cidades, para reduzir o impacto ambiental e o número de incêndios, uma nova forma de iluminar o céu nocturno começou a ganhar forma: espectáculos de drones. O primeiro evento do género na RAEM está marcado para o próximo dia 1 de Outubro. De acordo com informação prestada ao HM pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), “o orçamento para a realização da ‘Gala de Drones Brilha sobre Macau’ é de aproximadamente 7,6 milhões de patacas”, valor que contrasta com as mais de 24 milhões de patacas do festival de fogo de artifício de 2019, em que participaram equipas de 12 países, com duas apresentações diárias, ao longo de seis noites. A indústria global de drones tem como epicentro algumas cidades próximas de Macau. Para dar uma ideia da dimensão deste mercado na região, uma empresa de Shenzhen, a DJI, produz cerca de 70 por cento do mercado mundial de drones. A nível global, 80 por cento dos drones “domésticos”, sem fins militares, são construídos na China. No ano passado, esta indústria valia no Interior cerca de 67 mil milhões de dólares, depois de um crescimento de 16 por cento em relação a 2019. A grande invasão Com a expansão do mercado e o interesse em novas tecnologias, não é de estranhar que este tipo de shows se tenha espalhado um pouco por todo o mundo, com particular destaque para a Ásia. Nas últimas celebrações de fim de ano em Hong Kong, para tentar controlar a pandemia, o Governo de Carrie Lam apostou em celebrações online e transmitidas na televisão, além de um espectáculo de drones no Victoria Harbour, em vez do tradicional show de fogo de artifício. Também a abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio foi abrilhantada por 1.825 drones, que pintaram o céu com imagens em 3D. Agora chegou a vez de Macau. Ao longo de cinco noites (1, 3, 9, 16 e 23 de Outubro), o céu por cima do Lago Nam Van vai iluminar-se com a luz de mais de três centenas de drones. Cada noite da “Gala de Drones Brilha sobre Macau” terá duas sessões, às 19h30 e às 21h30, e um espectáculo para cada noite do evento, a cargo de uma empresa diferente todas as noites.
Pedro Arede Manchete SociedadeTurismo | Número de visitantes cai quase para metade em Agosto Devido ao surgimento do novo surto de covid-19 em Macau e consequente aumento de restrições, o número de visitantes no território em Agosto caiu 48,2 por cento em relação ao mês anterior. Ainda assim, em termos anuais, o número de visitantes cresceu 80,2 por cento Comparativamente a Julho, o número de visitantes que entraram em Macau caiu quase para metade em Agosto, devido às restrições motivadas pela pandemia de covid-19, informou na terça-feira a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Concretizando, a contar com o novo surto de covid-19 registado em Macau no dia 3 de Agosto, o território recebeu 409.207 visitantes no mês passado, contra os 789.407 de Julho, uma descida de 48,2 por cento. As autoridades justificaram a queda com o “reforço da inspecção exigida” nas fronteiras “na sequência dos casos confirmados locais” de covid-19, no início do mês passado. Recorde-se que os quatro novos casos detectados na sequência de uma estudante de Macau ter contraído a doença numa visita de estudo da Escola Hou Kong a Xi’an, resultaram na declaração do estado de prevenção imediata em Macau, na redução do prazo exigido dos testes de ácido nucleico para 12 horas ao cruzar a fronteira e no encerramento de espaços de diversão. Segundo a DSEC, do total de 409.207 visitantes, a esmagadora maioria chegou do Interior da China (369.467). O número de visitantes oriundos das nove cidades da Grande Baía totalizou 226.453, dos quais 65 por cento eram originários de Zhuhai. Os números de visitantes de Hong Kong e de Taiwan corresponderam a 36.207 e 3.453, respectivamente. Quanto à via de entrada em Macau, 83,2 por cento entrou pelas Portas do Cerco. Por via aérea e por via marítima, chegaram 13.622 e 2.529 visitantes, respectivamente. Desde o início do ano, Macau registou pouco mais de cinco milhões de visitantes, quando em média entravam no território, cerca de três milhões por mês, no período pré-pandémico. O cenário parece estar, contudo, a melhorar, dado que, aliado ao progressivo relaxamento das restrições, devido às festividades alusivas ao Bolo Lunar (Chong Chao), o CPSP anunciou que na terça-feira entraram em Macau mais de 49 mil visitantes. Há ainda expectativas elevadas para que os números atinjam novos patamares durante os feriados da semana dourada. Subida anual Apesar de o contexto não ser animador em termos mensais, num espectro mais alargado, o número de visitantes que vieram a Macau em Agosto de 2021 representa um aumento de 80,2 por cento relativamente a Agosto de 2020. Do total de visitantes de Agosto, o número de excursionistas (257.966) e turistas (151.241) cresceram, respectivamente, 64,9 por cento e 114,1 por cento. O período médio de permanência dos visitantes também cresceu, tendo-se situado em 1,6 dias, mais 0,7 dias, em termos anuais.
João Santos Filipe SociedadeKaifong apela à segurança depois de incêndio em restaurante A União Geral das Associações dos Moradores de Macau defendeu a promoção das medidas de segurança contra incêndio, após o fogo de terça-feira que afectou um restaurante no edifício San Mei On, no norte da península. A mensagem foi deixada por Chao I Sam, directora da Delegação da Zona Norte da associação tradicional, citada pelo jornal Cheng Pou. Na terça-feira um incêndio deflagrou num restaurante na zona norte da cidade, e apesar do fumo e da retirada de oito trabalhadores e 30 residentes do edifício, não houve registo de feridos. O Corpo de Bombeiros apontou como causa o sobreaquecimento do exaustor, que se terá incendiado. Além disso, acredita-se que contribuiu igualmente a falta de manutenção da chaminé, que teria acumulado gorduras e outras sujidades. Para Chao I Sam, o fogo de terça-feira mostrou que existe na comunidade uma falta de alerta para as questões da segurança contra incêndio, principalmente no sector da restauração e no que diz respeito a comportamentos de prevenção. Por outro lado, a responsável dos Kaifong apontou a falta de medidas de prevenção, aliada a negligência nas cozinhas dos restaurantes, por desconhecimento das práticas mais seguras. A responsável sublinhou que os dois factores podem ser uma ameaça não só para os trabalhadores e clientes dos restaurantes, mas também para toda a comunidade, principalmente quem vive em edifícios com estabelecimentos de restauração nos pisos térreos. Mais campanhas Para Chao I Sam, a principal causa de incêndios nos restaurantes de Macau é a negligência dos trabalhadores quando estão na cozinha e ainda a acumulação de gorduras nas condutas de exaustão de fumo. Sobre este último aspecto foi apontado que as gorduras e sujidade criam condições ideais para que os equipamentos comecem a arder durante a confecção de refeições. Neste cenário, Chao I Sam sugere que o Governo aumente as acções de promoção das medidas de segurança, com especial foco na indústria. Entre as informações consideradas essenciais, a directora da Delegação do Norte indicou a necessidade de ensinar as formas correctas de instalar e utilizar botijas de gás, medidas de prevenção de incêndios, conhecimentos de combate a incêndio, e ainda melhoria das práticas na cozinha.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCaso de corrupção na Universidade de Macau envolve 220 milhões O Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) anunciou um caso de corrupção e falsificação de documentos com obras na Universidade de Macau, que envolve contratos de 220 milhões de patacas. Segundo a informação disponibilizada, o implicado é um ex-administrativo e a queixa partiu da instituição de ensino. O acusado fazia parte da Divisão de Obras do Departamento de Gestão de Desenvolvimento do Complexo Universitário e com base em informações dos trabalhos, como os orçamentos internos da UM, ajudou uma empreiteira a ficar com contratos para a construção de residências. A assistência foi prestada na elaboração das propostas para o concurso, e com a falsificação de documentos sobre a experiência da empreiteira em outras obras com residências universitárias. Depois, numa segunda fase, o administrador foi ainda um dos júris dos concursos em que a empresa participou. O Comissariado Contra a Corrupção apurou igualmente que a empresa vencedora adjudicou parte dos trabalhos a uma outra companhia recém-criada que tinha como um dos accionistas o administrativo da UM. “Como contrapartida, tendo conseguido a adjudicação do projecto, o empreiteiro adjudicou uma parte da obra a uma empresa recém-criada, da qual o suspeito tinha participações, constituída especialmente para a referida obra”, foi apontado. Outras ilegalidades Apesar do conflito de interesses, o CCAC destaca que o suspeito participou “nos trabalhos relativos à proposta de iniciação do projecto, ao concurso e à avaliação de propostas, mas nunca declarou nem pediu escusa à Universidade de Macau”. Esta não terá sido a única vez que o ex-administrativo esteve envolvido em ilegalidades, e as autoridades acreditam ter provas de que no passado este já tinha fornecido informações confidenciais sobre outras obras, como adjudicações de construção de abrigos contra a chuva. O suspeito, e os outros dois sócios da empresa, foram assim indiciados pela prática dos crimes de corrupção passiva para acto ilícito, punível com pena de prisão que vai de um ano a oito anos, e de falsificação de documentos, que implica uma pena de prisão que pode chegar aos três anos. O ex-administrativo é ainda acusado do crime de violação de segredo, punível com pena que pode chegar a um ano de prisão. No comunicado do CCAC não é indicada qualquer acusação por corrupção activa. O HM contactou o organismo para perceber a razão, mas até ao fecho da edição não recebeu qualquer resposta.
Pedro Arede SociedadeFalsificação informática | Detida por desfalque de 70 mil renminbis A Polícia Judiciária (PJ) deteve no passado sábado uma residente de Macau por suspeitas da prática do crime de burla de valor elevado com recurso a falsificação informática. Em causa está o facto de a suspeita ter recorrido às redes sociais e a capturas de ecrã forjadas para se fazer passar por três pessoas diferentes para burlar um homem em cerca de 70 mil renminbis. De acordo com informações reveladas ontem em conferência de imprensa, a burla aconteceu a pretexto da troca de dinheiro, com a vítima a mostrar-se interessada em trocar 17.120 renminbis por 20 mil patacas. Se nas primeiras vezes, a suspeita respondeu com a transferência do montante acordado e a apresentação de uma captura de ecrã onde constava o respectivo valor, nas vezes seguintes, o resultado não foi o mesmo. Isto porque, após as primeiras transacções terem corrido favoravelmente, a vítima recorreu novamente à suspeita para trocar, por duas ocasiões, 10.000 e 13.000 renminbis e 10.000 e 12.040 renminbis. No entanto, apesar de, tal como da primeira vez, a apresentação das capturas de ecrã ter bastado para convencer o homem da veracidade da operação, a vítima acabaria por não reaver os montantes. Depois de investigar, a PJ viria a confirmar que a suspeita se fez passar por três pessoas diferentes para aliciar a vítima, acabando por detê-la na noite do passado sábado quando esta tentou sair de Macau pelas Portas do Cerco. Após a detenção, a vítima admitiu a prática do crime. Por seu turno, a vítima revelou que, no total, dos 120 mil renminbis investidos, 50 mil foram trocados com sucesso e 70 mil ficaram perdidos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Pedidos de entrada de estrangeiros ainda sem aprovação Dos 25 pedidos de entrada de estrangeiros nos últimos cinco dias, as autoridades aprovaram zero. Também ontem, foi revelado que à luz das novas exigências de vacinação foram emitidos 609 certificados médicos de dispensa Os Serviços de Saúde (SSM) ainda não aprovaram qualquer pedido de entrada em Macau por parte de estrangeiros que se encontrem em Hong Kong há mais de 21 dias. Os números foram avançados ontem, na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia. Segundo Leong Iek Hou, médica, desde o dia 15 de Setembro, quando a medida entrou em vigor, foram recebidos 25 pedidos. Entre estes, quatro estão ligados a estrangeiros que têm famílias com residentes na RAEM. Outras 15 solicitações, são de estrangeiros que têm famílias não-residentes no território. Existem ainda quatro pedidos relacionados com pessoas com actividade comercial em Macau e outros dois de estudantes admitidos nas universidades locais. “Actualmente uma parte das pessoas ainda está a entregar os documentos e estes estão no período de apreciação. Nenhum dos pedidos foi autorizado”, admitiu Leong Iek Hou. Sobre a possibilidade de ser reestabelecida a circulação com Hong Kong sem necessidade de quarentena, o cenário não sofreu qualquer alteração. Macau continua a negociar com o Interior a possibilidade da reabertura da circulação. “É preciso ter uma medida que tenha o consentimento do Interior, por isso as três partes continuam a negociar”, respondeu Leong Iek Hou. Mães e vacinas Outro dos assuntos abordados na conferência de imprensa, foi o número de suspensões de vacinação. Segundo Tai Wa Hou, responsável pelo programa, até às 16h de ontem tinham sido emitidos 609 certificados médicos de suspensão da vacina, e cerca de 190 tinham sido emitidos a grávidas. No entanto, a posição do Governo face às mães que amamentam é diferente: “Em todas as recomendações, inclusive internacionais, é dito que as mães que amamentam devem ser vacinadas. A vacinação reduz o risco de contágio dos filhos, porque a mãe produz anticorpos, que depois são transmitidos aos filhos”, justificou Leong Iek Hou. “Todas as mães que amamentam podem apanhar a vacina mRNA [BioNTech-Pfizer]”, acrescentou. Por outro lado, o Governo afirmou que após as medidas que impõem a obrigação de vacinação ou realização de teste a cada sete dias, houve uma corrida à vacinação. “Após as novas medidas a vontade da população [ser vacinada] aumentou. Nos vários postos há um aumento das marcações, que subiram para o dobro”, revelou Tai Wa Hou.
Hoje Macau SociedadeReceitas da hotelaria caem 66,2 por cento em 2020 Em 2020, o sector hoteleiro de Macau registou receitas de 12,93 mil milhões de patacas, uma descida de 66,2 por cento relativamente a 2019. De acordo com dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a queda ficou a dever-se à baixa taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes (28,6 por cento), que resultou da pandemia de covid-19. Dado que as despesas (22,22 mil milhões) foram superiores às receitas, revela a DSEC, o excedente bruto dos hotéis e pensões teve um défice de 9,36 mil milhões de patacas. Por seu turno, o valor acrescentado bruto, que reflecte o contributo económico do sector, fixou-se em 2,18 mil milhões de patacas, ou seja, menos 88,8 por cento, face a 2019. Em termos da classificação dos hotéis, observou-se que as receitas dos 36 hotéis de 5 estrelas foram de 10,03 mil milhões de patacas, isto é, menos 66,7 por cento, face a 2019. O excedente bruto destes estabelecimentos teve um défice de 7,85 mil milhões de patacas. Além disso, as receitas e despesas dos hotéis das restantes estrelas diminuíram em relação a 2019, tendo registado diferentes níveis de prejuízos. Em 2020 existiam 124 hotéis e pensões abertos ao público, mais dois do que em 2019 e o pessoal ao serviço totalizou 42.672 indivíduos, menos 9.181.
João Luz Manchete SociedadeVIP | Alvin Chau diz que revisão da lei do jogo não vai afastar junkets O líder da Suncity Group acredita que as novas propostas para a revisão da lei do jogo, não têm como objectivo expulsar junkets do mercado de Macau. Alvin Chau encara as regulações em consulta pública como uma forma de controlar a origem do capital usado nas salas VIP e credibilizar o sector Quando foi divulgado o documento, que está em consulta pública, sobre a revisão da lei do jogo soaram alarmes em vários sectores da indústria mais lucrativa e característica de Macau. Um deles foi o do jogo VIP, que tem sofrido com a crise gerada pela pandemia e as restrições nacionais à saída de capitais. Ainda assim, o CEO do grupo Suncity, Alvin Chau, não está preocupado, nem encara as medidas propostas como uma forma de o Governo se “livrar dos junkets no mercado local”. Em declarações ao Hong Kong Economic Journal, Alvin Chau afirmou que encara as propostas do Governo como uma forma para diferenciar o capital usado pela indústria, excluindo o que é proveniente ou usado com intenções ilegítimas. “Não é para excluir completamente a entrada de fundos de clientes. Se os clientes não nos pagam, como poderemos comprar fichas de jogo em seu nome?”, comentou o CEO ao jornal de Hong Kong, citado pelo GGRAsia. O documento que levanta a ponta do véu sobre o que poderá ser o futuro regime legal que irá regular o jogo em Macau coloca os promotores de jogo, como o grupo Suncity, debaixo de maior escrutínio. Purificar o mercado Ainda sem se conhecer o formato, o documento revelado na semana passada parece seguir o caminho da credibilização dos junkets e outros operadores que desempenham cargos na concessionária ou nas sociedades gestoras. Aliás, durante a conferência de imprensa que anunciou a consulta pública sobre a revisão da lei do jogo, o secretário da Economia e Finanças apontou a via para assegurar a defesa da lei. “Queremos que haja um mecanismo de verificação de idoneidade dos promotores de jogo porque eles também são intervenientes do sector. Através da apreciação da sua idoneidade, vamos assegurar a sua legalidade em vários aspectos como a capacidade financeira. Queremos aperfeiçoar o mecanismo de fiscalização”, sublinhou Lei Wai Nong. Seguindo as declarações do governante, Alvin Chau entende que “o Governo não pretende banalizar ou expulsar os junkets, mas regular o sector para que não prejudique a reputação de Macau”. Nos últimos anos, Macau registou vários roubos de quantias elevadas de depósitos em salas VIP, alguns envolvendo profissionais de junkets. Alvin Chau comentou a situação exemplificando como uma das áreas em que o Governo deverá implementar novas medidas, remediando os danos que provocam à credibilidade da indústria.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadePlano quinquenal | Especialistas destacam política sobre veículos eléctricos O ambientalista Joe Chan e o académico Thomas Lei congratulam o Governo pela medida que obriga serviços públicos a escolherem veículos eléctricos, quando for necessário adquirir viaturas novas. Porém, Joe Chan critica a postura conservadora face às metas ambientais para os próximos anos A partir do próximo ano, o Executivo vai obrigar todos os serviços públicos a comprar veículos eléctricos quando for necessário adquirir ou substituir viaturas da frota automóvel. A medida prevista no segundo Plano de Desenvolvimento Quinquenal da RAEM (2020-2025) é para o académico Thomas Lei, da Universidade de São José (USJ), um passo importante. “É um grande passo em frente o Governo exigir aos departamentos públicos que apenas tenham veículos eléctricos em substituição dos antigos, assim como a construção de estações de carregamento para veículos eléctricos”, disse ao HM. Para o especialista, “como os veículos eléctricos têm zero emissões e não emitem partículas PM 2.5 e NOx [óxido de nitrogénio] para a atmosfera, podem ser uma solução para reduzir as emissões dos veículos nas estradas de Macau”. Na óptica do ambientalista Joe Chan este é o único ponto positivo das políticas ambientais contidas no novo Plano Quinquenal. “Vemos que o Governo está a esforçar-se para que os veículos eléctricos sejam mais populares, com mais parques de estacionamento e estações de carregamento, além de que o Governo vai adquirir carros eléctricos. Nos próximos cinco anos, sem dúvida que veremos mais viaturas deste tipo nas estradas.” Níveis podem melhorar Outra das propostas do Executivo é manter, até 2025, a emissão de partículas PM 2.5 abaixo das 25 microgramas por metro cúbico. Thomas Lei destaca “o compromisso” de reduzir emissões de dióxido de carbono para a atmosfera nos próximos cinco anos, propondo passar de 53 para 45 por cento. O académico considera, no entanto, que o nível da emissão das partículas PM 2.5 ainda pode melhorar para atingir os níveis sugeridos pelo Guia da Qualidade do Ar da Organização Mundial de Saúde. Além disso, “o ideal é que haja uma elevada percentagem de dias com ar limpo para actividades ao ar livre”. Para Joe Chan a redução das emissões de dióxido de carbono “é o único objectivo do Plano no qual vale a pena focarmo-nos”. O ambientalista aponta que “não podemos esperar uma grande melhoria da qualidade do ar nos próximos cinco anos porque continua a ser usado o mesmo objectivo constante no índice de poluição do ar”. Assim sendo, o ambientalista considera que os objectivos públicos para as zonas verdes são “desapontantes”. Está prevista a plantação de cinco mil árvores e o aperfeiçoamento de 20 mil metros quadrados de zonas verdes. “O Governo apenas diz que vai melhorar a área destinada a zonas verdes em vez de aumentar, o que é verdade, pois no passado a definição de zona verde era ridícula, incluindo espaços abertos dos casinos e cemitérios. Provavelmente, o Governo quer usar os próximos cinco anos para melhorar essas áreas.” Relativamente a Coloane, Joe Chan entende que “a construção deveria ser restringida nas zonas húmidas e montanhosas” e aproveitados os terrenos ocupados ilegalmente para novos espaços verdes.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogos Nacionais | Kuok Kin Hang conquista primeira medalha de Macau O karateca Kuok Kin Hang fez história no fim-de-semana ao conquistar a primeira medalha de Macau nos Jogos Nacionais. Ho Iat Seng enviou uma mensagem a congratular o atleta pelo feito O karateca Kuok Kin Hang conquistou a primeira medalha de sempre de Macau nos Jogos Nacionais, ao alcançar o bronze na vertente Kata individual masculino. Na prova de apuramento do terceiro lugar, o atleta de Macau derrotou o compatriota Song Zhengwang, com um resultado de 25,02 pontos contra 24,14 pontos. No final da prova, o karateca mostrou-se satisfeito com o resultado alcançado. “Queria muito ganhar uma medalha para Macau, por isso, e apesar de ter estado sob forte pressão, fico muito feliz com o meu desempenho”, disse Kuok, citado pela agência nacional China News Service. Kata é uma vertente do karaté em que os atletas praticam os movimentos diante de um júri, que avalia não só a execução técnica, mas também as transições entre as diferentes posições. Sobre o percurso como atleta, Kuok reconheceu que em 10 anos de competição experimentou muitos altos e baixos, mas que nunca deixou de acreditar nas suas capacidades. Além dos agradecimentos à família, clube e ao treinador, o atleta reconheceu que a participação nos próximos Jogos Nacionais, que vão ser realizados em Macau, Hong Kong e Cantão, deve pode não ser possível devido à sua idade. O atleta tem agora 29 anos e em 2025 terá 34 anos. Elogios políticos O feito desportivo de Kuok Kin Hang recebeu elogios dos dirigentes políticos da RAEM, como o Chefe do Executivo, que destacou os esforços do karateca. “A notável marca obtida por Kuok Kin Hang é fruto de um treino intenso e rigoroso, o que enche de orgulho a população de Macau no seu todo”, afirmou Ho Iat Seng, numa mensagem escrita. “Espero que todos os atletas mantenham vivo o ânimo no decorrer das restantes provas dos Jogos Nacionais, continuando a alcançar bons resultados e a conquistar glórias para Macau”, acrescentou. No passado, o Executivo atribuiu medalhas a atletas com feitos desportivos semelhantes, por isso ao conquistar a primeira medalha de sempre de Macau nos Jogos Nacionais, Kuok Kin Hang coloca-se em posição de ser distinguido no final do ano pelo Chefe do Executivo devido aos feitos conquistados em representação da RAEM. Os elogios não se limitaram a Ho Iat Seng, também Pun Weng Kun, presidente do Instituto do Desporto, se mostrou muito feliz. Segundo Pun, a medalha tem muita importância para Macau por ser a primeira e ser o resultado do esforço individual do atleta. Por outro lado, o presidente do ID considerou que Kuok é um modelo para todos os outros atletas.
João Santos Filipe Manchete SociedadePatrimónio | IC diz que calçada da Eduardo Marques não tem valor histórico A vice-presidente do IC, Deland Leong, diz que a remoção de calçada portuguesa não envolveu qualquer “sacrifício da autenticidade histórica”. Por sua vez, o IAM informou que, por agora, não há planos para remover calçada noutras artérias da cidade O Instituto Cultural (IC) desvalorizou na quarta-feira a remoção da calçada portuguesa da Rua Eduardo Marques e defendeu que não houve qualquer “sacrifício da autenticidade histórica”. As declarações foram prestadas por Deland Leong, vice-presidente do IC, à saída de uma reunião do Conselho do Planeamento. De acordo com o jornal Cheng Pou, Deland Leong afirmou que quando foi equacionada a remoção da calçada, que o primeiro elemento de análise foi se era um elemento histórico da rua. Porém, foi concluído que tinha sido colocada naquele local recentemente, depois de obras de embelezamento. Leong apontou que outros materiais já haviam sido utilizados no pavimento da Rua Eduardo Marques, que a calçada não era a original. IC Deland Leong recusou que o parecer do instituto tenha tido em conta factores como a necessidade de melhorar o trânsito e explicou que, na perspectiva do IC, o parecer teve exclusivamente em conta a inexistência de valor histórico da calçada portuguesa naquele local. Por outro lado, a representante do IC disse que o Governo está receptivo a ideias sobre como continuar a destacar o valor histórico e cultural da freguesia de São Lázaro. Sem planos para mais Também à saída de uma reunião do Conselho do Planeamento, Lo Chi Kin, vice-presidente do Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) defendeu a remoção da calçada e disse que por ano foram apresentadas mais de dez queixas de pessoas que caíram de motociclo ou escorregaram quando andavam na Rua Eduardo Marques. O representante do IAM responsabilizou ainda “algumas” das pessoas que sofreram acidentes no local, porque tentaram pedir indemnizações ao Governo, face ao pavimento da rua. Segundo o Cheng Pou, Lo Chi Kin justificou ainda que face aos acidentes, o IAM entrou em comunicação com o IC, e a decisão foi tomada com o objectivo de “melhorar a situação” do trânsito e de “evitar mais acidentes e potenciais perdas de vida”, principalmente nos dias de chuva. Quanto à escolha de cimento para a Rua Eduardo Marques, Lo declarou que foram equacionadas muitas opções, mas que o cimento foi considerada a mais apropriada. Por outro lado, o representante do IAM avisou que a sociedade evolui e que é necessária adaptação aos tempos. Isso faz com que muitas ruas não tenham a pavimentação original. No entanto, garantiu que, por agora, não existem pedidos para substituir calçada portuguesa noutras zonas da cidade.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeAAM | Direcção alvo de processo disciplinar decretado por tribunal O Tribunal Administrativo decretou a abertura de um processo disciplinar no Conselho Superior de Advocacia, que tem como alvo a Associação dos Advogados de Macau por atrasos na execução de uma sentença. O motivo prende-se com a demora de um mês em repor actos ligados à suspensão de um estagiário A direcção da Associação de Advogados de Macau (AAM), presidida por Jorge Neto Valente, está a ser alvo de um processo disciplinar no Conselho Superior de Advocacia (CSA) por ordem do Tribunal Administrativo (TA). Em causa está a demora, de cerca de um mês, na anulação de actos e reposição de informações relativas à suspensão do estágio de um advogado estagiário cujo patrono é João Soares. Segundo a sentença do TA, a que o HM teve acesso, e que data do passado dia 3 de Setembro, o tribunal mandou “extrair a certidão para remeter ao CSA depois do trânsito em julgado desta decisão”, com base no Código do Processo Administrativo Contencioso. Esta legislação, no que diz respeito à “inexecução ilícita das decisões dos tribunais em processos de contencioso administrativo” determina que “os titulares dos órgãos, funcionários, agentes e representantes responsáveis pelo facto ilícito incorrem em responsabilidade disciplinar nos termos do respectivo estatuto”. O caso remonta a Fevereiro deste ano, quando a AAM suspendeu, no dia 3 de Fevereiro, a inscrição do advogado estagiário, tendo comunicado a mesma decisão dia 8 do mês aos tribunais e à Comissão de Apoio Judiciário (CAJ), com efeitos no dia seguinte. Este acto foi comunicado “internamente através de uma circular” à associação. O advogado estagiário colocou a direcção da AAM em tribunal e a sentença do TA, que lhe deu razão, data de 15 de Março. A 18 de Março a AAM “informou o advogado estagiário para se apresentar de modo a realizar as provas escritas ao 29º exame final de estágio marcadas para os dias 20 e 27 do mesmo mês”. A 20 de Abril foi instaurado novo processo contra a AAM, tendo o estagiário alegado “a falta do cumprimento espontâneo da decisão judicial”, que passava pela informação a diversas entidades judiciais do fim da suspensão do estágio. Só a 30 de Abril a AAM “informou internamente quanto ao levantamento da suspensão da inscrição do advogado estagiário por efeito da execução da sentença judicial”. Além disso, a 4 de Maio diversos serviços públicos, incluindo os tribunais e a CAJ foram informados do levantamento da suspensão. O tribunal entendeu que o que está em causa “é a situação de responsabilidade pessoal e solidária em que as pessoas físicas que se encontravam encarregados, dentro do órgão administrativo, das tarefas de exceção da sentença, respondam pela prática do acto ilícito que lhe seja imputável”. Sem indemnização Em sua defesa, a direcção da AAM alegou falta de tempo e demasiadas tarefas por cumprir para não levar a cabo a sentença, que incluíam ainda a inserção do nome do queixoso na lista de advogados estagiários no website da AAM. A associação “fundamentou o atraso na sua execução com a falta de pessoal (…) além das funções administrativas da AAM”, sem esquecer “o acompanhamento dos vários processos judiciais”. O jovem causídico exigia também o pagamento de 60 mil patacas por danos patrimoniais e não patrimoniais em resultado do “incumprimento ilícito e culposo da sentença”, bem como a “fixação de um prazo, nunca superior a dois dias úteis, para que a entidade executada cumpra a condenação e logre efectuar, nesse prazo, os actos referidos”. Foi também exigido à AAM “a imposição de uma sanção pecuniária por cada dia de incumprimento além do prazo judicialmente fixado, em valor nunca inferior a 5 mil patacas”. No entanto, o TA não deu razão ao advogado estagiário neste ponto. O órgão judicial considerou que o queixoso pode “propor uma nova acção autónoma contra os supostos responsáveis” a fim de tentar obter a indemnização a que julga ter direito. O HM tentou, até ao fecho desta edição, chegar à fala com Jorge Neto Valente, sem sucesso. Também não foi possível contactar Paulino Comandante, presidente do CSA. João Soares não quis tecer comentários uma vez que a sentença ainda não transitou em julgado e é ainda passível de recurso por parte da direcção da AAM. No entanto, explicou que o seu estagiário está ainda a ponderar se avança ou não para uma nova acção judicial a pedir indemnização.
Andreia Sofia Silva SociedadeCâmara de Comércio elogia plano de cooperação com Hengqin Carlos Duque Simões, presidente da Câmara de Comércio Europeia de Macau destacou ontem, num seminário online sobre investimento, o novo plano de cooperação com a ilha de Hengqin, apresentado esta semana pelo Executivo. No evento intitulado “Roadshow Macau – Portugal”, o também advogado referiu que Hengqin tem “uma área enorme comparada com Macau”, que é “cinco o seis vezes maior”, e que está ainda “em estado de desenvolvimento”. Para Carlos Duque Simões, a ilha de Hengqin traz “um grande número de oportunidades para as Pequenas e Médias Empresas e grandes empresas, que podem ter espaço e recursos que muitas vezes não têm em Macau”. Desta forma, os negócios locais “podem crescer”, frisou ainda. O responsável falou também das oportunidades que constitui o Acordo CEPA assinado com a China, que “promove a participação de uma grande variedade de empresas no mercado chinês, garantindo a igualdade face às empresas chinesas”. Facilidades locais Para o presidente da Câmara de Comércio Europeia em Macau, Hengqin terá um ambiente regulador “que não é complicado” e que permite que a maior parte dos negócios não necessitem de licença especial para operar. Além disso, as empresas “podem ser geridas por residentes ou não residentes, independentemente da sua nacionalidade”. Macau é, portanto, “uma economia aberta onde se pode operar”, não apenas um mercado por si só, mas também uma plataforma de acesso ao mercado chinês, disse. “Como advogado recebo muitos pedidos de investidores portugueses com interesses em Macau, incluindo do Ribatejo, sobre a disponibilidade de profissionais aqui. Podemos encontrar auditores, contabilistas, arquitectos, gestores, engenheiros, pessoas muito qualificadas e muitas vezes bilingues. Fazem as decisões e lidam de forma fácil com investimentos locais”, adiantou ainda o orador. O evento contou com a presença de outros empresários de Macau, como António Trindade, CEO da CESL-Ásia, entre outros, e foi organizado pela NERSANT – Associação Empresarial e pela Ribatejo Business Intelligence. Paulo Cunha Alves, cônsul-geral de Portugal em Macau, encerrou a palestra.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHospital das Ilhas | Confirmado modelo de parceria público-privada O Governo apresentou ontem informações sobre um estudo que terá sido determinante para a escolha do modelo de Parceria Público-Privada para explorar o novo Hospital das Ilhas. As instalações devem entrar em funcionamento em 2023 Uma decisão que tem por base a necessidade de controlar os gastos públicos com saúde e aumentar a eficácia. Foi desta forma que Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), justificou a escolha de uma parceria público-privada (PPP) para a nova exploração, gestão e manutenção do futuro Hospital das Ilhas, que deve começar a operar em 2023. “Todos os sistemas de todos os países estão a enfrentar o mesmo problema de envelhecimento populacional. É um problema global e estamos a procurar um modelo que permita o desenvolvimento sustentável do sistema de saúde”, afirmou o director. “O estudo realizado teve como objectivo ajudar a escolher o modelo”, acrescentou. Segundo o estudo para o modelo de gestão do novo hospital público, elaborado pelo Departamento de Medicina da Universidade de Hong Kong, foram abordadas quatro opções. A primeira passava por uma gestão totalmente pública, como no Centro Hospitalar Conde de São Januário; a segunda por criar uma empresa pública para a gestão; a terceira pelo modelo de PPP; e um último modelo totalmente privado. O Governo revelou que a escolha caiu no terceiro sistema: “Tentamos sempre adoptar o modelo mais eficaz”, prometeu Alvis Lo. Ao mesmo tempo, admitiu que o estudo não apresenta o custo que cada modelo significaria em termos de pacientes, o que impossibilita uma comparação financeira. “É muito difícil calcular o preço por paciente. Mas, vamos procurar o melhor modelo para a saúde”. Apesar da lógica financeira, o director dos SSM afirmou que as pessoas que actualmente têm serviços gratuitos no Centro Hospitalar Conde de São Januário vão usufruir do mesmo regime no Hospital das Ilhas. Negociações em segredo Alvis Lo admitiu que já decorrem negociações com a instituição que vai assumir o hospital, no entanto, recusou divulgar o nome por “não ser ainda conveniente”. Anteriormente, foi adiantado que decorriam negociações com o Hospital Peking Union Medical College, uma instituição privada do Interior da China. O director dos SSM foi questionado se durante as negociações foram tidas em conta propostas de instituições de Hong Kong, ou oriundas de outros países além da China, mas não respondeu. Ao invés focou os critérios da escolha: “uma instituição que tenha boa credibilidade, que mereça confiança do público, capacidade de gestão elevada e técnicas clínicas de ponta”. As obras do Hospital das Ilhas devem ficar concluídas em 2022 e quando entrar em funcionamento o número de camas para internamentos aumenta em 1.100 unidades. Para os representantes do Governo, a abertura do complexo hospitalar vai criar “uma nova fase” na saúde no território.
João Santos Filipe Manchete SociedadeGoverno diz que não obriga ninguém a ser vacinado contra a covid-19 Alvis Lo entende que ninguém é obrigado a ser vacinado e recorda a possibilidade de realizar semanalmente testes de ácido nucleico. O director dos Serviços de Saúde argumenta que raramente há políticas que satisfaçam as expectativas de todos os cidadãos O Governo não está a obrigar ninguém a vacinar-se. A opinião foi expressa por Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), face às críticas geradas pela medida que exige a apresentação de comprovativo de vacinação, ou realização de testes de ácido nucleico todas as semanas, à entrada dos locais de trabalho. Recorde-se que os serviços públicos emitiram uma circular a implementar e medida e que o custo dos testes de ácido nucleico é pago pelo trabalhador. “Não podemos classificar esta medida como uma forma de obrigar à toma da vacina. A escolha cabe ao trabalhador”, afirmou Alvis Lo. “Muitas pessoas dizem que o princípio da escolha e da vacinação voluntária está a ser violado. Isso não é verdade”, sublinhou. A medida foi adoptada depois de as autoridades do Interior terem criticado a baixa taxa de vacinação na RAEM. No entanto, surgiram casos de entidades patronais que terão tentado obrigar os trabalhadores a serem vacinados, sem considerarem a possibilidade do recurso à testagem a cada sete dias. Sobre este aspecto, o director do SSM lembrou que as duas alternativas têm de ser aceites. “Tomámos conhecimento de que algumas entidades tiveram diferentes entendimentos sobre as directrizes [de vacinação ou testagem]. Houve quem afirmasse que só a vacinação era aceitável. Tenho de esclarecer que isso viola o princípio da escolha”, frisou Alvis Lo. Castigo dos inocentes? Durante a conferência de ontem, o director dos Serviços de Saúde foi questionado se a medida não castiga quem ficou em Macau durante toda a pandemia, para beneficiar quem atravessa a fronteira constantemente. Alvis Lo recusou aceitar essa visão e considerou que é errado “dividir a população”. Por outro lado, defendeu que o risco não está apenas ligado com as pessoas, mas com as mercadorias que chegam do exterior. Segundo o director dos SSM, quem chega do estrangeiro, mesmo a cumprir quarentena de 21 dias, é um risco para o território, porque nunca há risco zero. Ainda em relação às políticas de vacinação, Alvis Lo negou existirem outras intenções além da segurança da população. “Uma política não satisfaz todas as expectativas dos cidadãos. Nós só queremos garantir a segurança dos cidadãos. E não acho que seja uma política muito criticável”, opinou. De acordo com os números apresentados ontem, entre as pessoas com 20 e 60 anos a taxa de vacinação é de 67,7 por cento. Os SSM dizem ter capacidade para fazer testes regulares de ácido nucleico às cerca de 100 mil pessoas que ainda não se vacinaram. FAOM exige clareza Os deputados Ella Lei e Leong Sun Iok, da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), reuniram ontem com os Serviços de Saúde para defender orientações de vacinação claras. Após as instruções do Governo, os deputados terão recebido queixas de trabalhadores obrigados a tomar a vacina. Os legisladores acham que o Executivo deveria optar por uma política de incentivos para aumentar a taxa de vacinação.