Imprensa | Deputados querem população a cumprir expectativas de Xi Jinping

Após o encontro de Xi Jinping com Ho Iat Seng, vários políticos do campo pró-Pequim vieram a público apelar à população para cumprir as expectativas do Presidente chinês. As opiniões foram partilhadas através dos meios de comunicação em língua chinesa.

Ao jornal Ou Mun, Ma Iao Lai, representante de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN), prometeu coordenar os seus esforços com o Governo local, de forma a impulsionar a recuperação económica. Porém, o membro do clã Ma, um dos mais influentes em Macau, com vários negócios com o Governo, prometeu ainda contribuir para a diversificação da economia local.

Por sua vez, José Chui Sai Peng, empresário, deputado e membro da família Chui, apelou aos jovens para apostarem na formação no sector da alta tecnologia. Segundo Chui, com estas qualificações, os jovens podem mudar-se para Hengqin, a Zona de Cooperação com a RAEM, onde podem participar no polo industrial Cantão-Shenzhen-Hong Kong-Macau.

Para Si Ka Lon, deputado e representante da comunidade de Fujian, está na altura de parte dos jovens se focar no Interior, aproveitar as oportunidades da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau e integrar plenamente o desenvolvimento nacional. Segundo Si, o contexto actual permite que a RAEM tenha muitas oportunidades criadas pelas políticas do Interior.

O deputado e banqueiro Ip Sio Kai destacou que o mais importante é que nos próximos tempos a população “aprenda o espírito do discurso” de Xi Jinping, e perceba que o princípio Um País, Dois Sistemas é a maior vantagem de Macau. No mesmo sentido, o deputado Cheung Kin Chung apelou à população para manter e promover “a tradição gloriosa” do amor à pátria e a Macau.

4 Jul 2022

Operários | Deputado quer medidas mais agressivas contra surto

Lei Chan U acredita que só com a eliminação do vírus e o desmantelamento das cadeia de transmissão é possível criar condições para estabilizar a sociedade e relançar a economia. Como tal, defende que o Governo deve seguir os conselhos de Xi Jinping

 

Lei Chan U defende que o Governo deve seguir as palavras de Xi Jinping e lutar contra o vírus agressivamente, para estabilizar a situação actual e entrar num período de recuperação económica. A mensagem foi divulgada pelo deputado através do jornal do Cheng Pou, onde se mostrou preocupado com o agravar do surto mais recente, que afecta a RAEM desde 18 de Junho.

De acordo com o legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), desde o início que o surto se tem vindo agravar, apesar dos esforços do Governo e dos trabalhadores da linha da frente. Neste contexto, considera que existe o risco de a situação ficar descontrolada e que o Governo tem de meter em cima da mesa a possibilidade de tomar medidas mais drásticas.

O deputado afirmou que “a variante Ómicron é altamente infecciosa, e se a fonte das infecções não for detectada o mais depressa possível, a cadeia de transmissão não pode ser cortada, o que vai fazer com que a situação actual não seja revertida”, alertou. “É necessário que o Governo considere adoptar medidas mais restritivas, de forma a conseguir eliminar o vírus da sociedade o mais depressa possível e restaurar a ordem, ao mesmo tempo que se promove o turismo de Macau e a recuperação económica”, pode ainda ler-se na opinião.

Lei Chan U cita também a mensagem que Xi Jinping transmitiu a Ho Iat Seng, durante o encontro em Hong Kong, no sentido da RAEM “não relaxar os esforços de prevenção e controlo” da pandemia e “continuar a aliviar de forma eficiente as dificuldades” da população.

Situação preocupante

Com uma situação que considerou “preocupante”, devido ao impacto económico para a população, Lei Chan U sugere a necessidade de reduzir os fluxos de pessoas a circular nas ruas, sem especificar medidas concretas. O deputado avisa ainda que sem uma política mais agressiva “tudo o resto vai ser impossível”, numa alusão à recuperação económica.

Em relação à situação actual, e apesar de defender a eliminação do vírus, Lei reconhece que após o surto ter sido dominado vão levantar-se vozes na sociedade contra a política de zero casos.

Apesar disso, e sem tomar qualquer posição sobre o assunto, o deputado da associação alinhada com o Governo considera que o mais importante é o momento actual e o controlo da situação.

4 Jul 2022

Covid-19 | 864 casos confirmados. Redução de quarentena equacionada após surto

Até ontem, foram registados, no total, 864 casos confirmados em Macau, com 60 por cento dos novos infectados a serem detectados na comunidade. Redução de quarentenas para sete dias será ponderado apenas quando o actual surto de covid-19 estiver controlado. Publicação de itinerários de casos positivos só em “casos complicados”

 

Até ao final da tarde de ontem, Macau registou um total de 864 casos confirmados de covid-19 afectos ao actual surto, os quais incluem 47 novos casos detectados na comunidade e 21 em locais de controlo e gestão. Há ainda cerca de 54 casos positivos preliminares em análise

Para a chefe da Divisão de Prevenção e Controlo de Doenças Transmissíveis dos Serviços de Saúde, Leong Iek Hou, o facto de o número de casos detectados na comunidade estar a aumentar e representar um peso de cerca 60 por cento do número de casos diários significa que existem cadeias de transmissão ocultas que estão por controlar.

“Os casos que foram detectados na comunidade são 60 por cento e cerca de 30 por cento foram encontrados nas zonas de gestão. Esta proporção tem-se mantido ao longo dos dias, mas claro que (…) quanto menos casos forem detectados na comunidade, tanto melhor. Isso seria o ideal. O que isto pode representar é que ainda existem cadeias de transmissão ocultas na comunidade que não estão controladas (…) ou então são casos que só foram detectados posteriormente (…), por terem um baixo teor viral”, explicou durante a habitual conferência de imprensa de actualização sobre a covid-19.

Além disso, foi ainda revelado que, de entre os casos confirmados, estão sete profissionais de saúde e 14 trabalhadores externos do Centro Hospitalar Conde de São Januário e que foram detectados 38 casos positivos entre os grupos-chaves do sector de serviços de segurança, limpezas e administração de condomínios submetidos a testes de ácido nucleico no domingo.

Questionada sobre a expectativa de haver mais mortes de idosos associadas à covid-19, Leong Iek Ho não descartou a possibilidade, dado que entre os 864 casos confirmados, mais de 200 dizem respeito a pessoas com mais de 60 anos.

“Dos 864 casos confirmados, temos 92 casos entre os 60 e os 69 anos, 39 casos entre os 70 e os 79 anos, 89 casos entre os 80 e os 89 anos e quatro casos entre os 90 e os 100 anos, sendo que deste último grupo, dois acabaram por falecer. Não descartamos a possibilidade de haver mais casos mortais, porque muitos idosos são portadores de doenças crónicas e a variante Ómicron implica um maior risco de doença grave e morte em relação às pessoas cujo estado de saúde é considerado normal”, apontou.

Uma batalha de cada vez

Durante a conferência de imprensa, a mesma responsável admitiu ainda que o Governo pretende reduzir as quarentenas de 10 para 7 dias, alinhando-se assim com a mais recente política de entrada do Interior da China. No entanto, foi sublinhado, alterações nesse sentido apenas poderão acontecer quando o actual surto de covid-19 estiver debelado.

“Neste momento, as pessoas que vêm do exterior têm de fazer 10 dias de quarentena e um período de autogestão de saúde. Estamos a ter em consideração a nova política [de entrada do exterior] do Interior da China [7+3]. Vamos tomar esta medida como referência, mas (…) agora vamos concentrar todos os nossos esforços na luta contra a pandemia e depois vamos alterar ou ponderar a possibilidade de reduzir os dias de quarentena”, disse Leong Iek Hou.

Foi ainda revelado que a publicação dos itinerários dos casos de confirmados será apenas feita em situações excepcionais, em que a sua complexidade ou a gravidade assim o justifique.

“A partir do caso 501 não vamos fazer o upload do itinerário dos infectados, tendo em conta que Macau já tem muitos casos (…) e que estes estão espalhados pela comunidade. Por isso, vamos concentrar o esforço do nosso pessoal no combate à pandemia”, disse Leong Iek Hou”

Por último, foi ainda admitida a possibilidade de começarem a ser definidos grupos de risco entre a população, de forma a iniciar a toma da quarta dose da vacina contra a covid-19.

“Vamos disponibilizar a quarta dose para as pessoas de alto risco como os idosos ou os trabalhadores em postos de alto risco (…) mas agora estamos focados a combater a pandemia (…) e ainda não temos um plano”, avançou.

4 Jul 2022

HK | Xi Jinping pede que Macau continue a lutar pela recuperação económica

Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, reuniu com o Presidente Xi Jinping em Hong Kong a propósito do aniversário da transferência de soberania da região vizinha. Os recados de Pequim incidiram sobre a necessidade de recuperação de uma economia em crise

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu na quinta-feira ao Governo de Macau para que continue a “lutar pela recuperação económica”. O pedido dirigido ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, foi realizado em Hong Kong, onde ambos estiveram presentes para as celebrações do 25.º aniversário do regresso da antiga colónia britânica à soberania chinesa.

Numa reunião com o líder do Governo de Macau, Xi Jinping exortou as autoridades igualmente a aplicarem “esforços incessantes na prevenção e controlo das epidemias”, segundo um comunicado oficial. Ao mesmo tempo, pediu que o Governo avance “resolutamente com uma diversificação económica adequada” e que maximize “os esforços para manter a estabilidade social”.

Da resposta

Ho Iat Seng declarou que “continuará a promover, de forma eficaz, os diversos trabalhos”, além de persistir na manutenção de uma conjuntura satisfatória em Macau”. O encontro contou com a participação do director do Gabinete Geral do Partido Comunista do Comité Central da China, Ding Xuexiang e do vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong.

Ho Iat Seng viajou para Hong Kong na última quarta-feira para participar nas cerimónias oficiais do aniversário da transição da RAEHK, mas não cumpriu a quarentena obrigatória de dez dias num hotel designado exigida a todos os residentes. O Chefe do Executivo fez-se acompanhar por Hoi Lai Fong, chefe de gabinete, tendo ambos feito a viagem em circuito fechado, com a realização de um período de auto-gestão de saúde e testes.

“Para participar nesta actividade celebrativa tão significativa, a comitiva do Governo da RAEM cumpriu escrupulosamente as exigências de prevenção epidémica da RAEHK, tendo efectuado, com uma semana de antecedência, antes da partida, a monitorização de saúde e, diariamente, testes de antigénio e de ácido nucleico”, foi revelado. “Durante a estada em Hong Kong, procederá à gestão preventiva de circuito fechado e às devidas testagens”, apontaram ainda as autoridades. Com Lusa

3 Jul 2022

Coutinho alerta que DSAL está a pressionar funcionários para fazerem voluntariado

Pereira Coutinho alerta que vários serviços públicos, incluindo a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), estão a obrigar os trabalhadores a “voluntariar-se” para auxiliarem nos testes em massa.

O aviso, que deixa o deputado ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública preocupado, foi partilhado com o HM. “Estão a obrigar os trabalhadores da Função Pública a fazer trabalho de voluntariado, o que acontece em vários serviços públicos”, revelou. “A própria DSAL, que devia zelar pelos trabalhadores e os seus direitos, obriga-os a trabalhar como voluntários, sem o pagamento de horas extraordinárias”, avisou.

A situação está a causar desagrado na Função Pública, porque os trabalhadores consideram que estão a correr riscos para fazer um trabalho para a qual não são pagos, e que pode resultar na infecção das suas famílias.

“Recebi queixas de várias pessoas que trabalham nos serviços administrativo e financeiros da DSAL, porque estão a ser obrigadas a trabalhar em regime de voluntariado”, confessou. “Estão muito preocupadas porque têm idosos em casa e filhos menores. E se foram contaminadas vão propagar o vírus em casa. Não se pode obrigar as pessoas a fazer trabalho ‘voluntário’”, considerou.

Haja memória

Em declarações ao HM, José Pereira Coutinho considerou ainda ser cedo para comentar se os Funcionários Públicos deviam ter aumento do ordenado no final do ano, face ao trabalho pandémico desenvolvido ao longo do ano.

Apesar disso, numa publicação nas redes sociais, apelou ao Executivo para não se esquecer do trabalho que está a ser feito. “O Governo da RAEM não pode esquecer o contributo dos funcionários públicos durante a pandemia”, afirmou. “Em particular, dos voluntário, que têm famílias, que precisam de tomar conta dos pais e dos filhos e que mesmo assim sacrificam a sua saúde e segurança pela população”, vincou. “Esses contributos merecem ser lembrados”, acrescentou.

Desde o início da pandemia que os salários da função pública estão congelados. O Executivo afastou o cenário de aumentos no próximo ano.

3 Jul 2022

SSM | Associação critica obstrução do trabalho de jornalistas

A Associação de Jornalistas de Macau criticou os Serviços de Saúde (SSM) por “deliberadamente” obstruírem o trabalho dos repórteres que se deslocam à conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia.

O comunicado foi emitido na quinta-feira, após um dos assessores ter retirado o microfone de uma jornalista a meio de uma pergunta. Momentos antes, os SSM tinham instruído os jornalistas sobre o tipo de perguntas que eram autorizados as fazer.

“Em relação à mais recente conferência de imprensa sobre o trabalho de prevenção pandémica, alguns assessores dos Serviços de Saúde começaram a interromper perguntas dos jornalistas e até tiraram o microfone das mãos de uma jornalista”, pode ler-se no comunicado. “Indicaram também, antes da conferência de imprensa, que as questões dos jornalistas não devem focar casos particulares, mas antes serem gerais”, foi acrescentado.

“A Associação de Jornalistas de Macau […] condena veemente esta interferência no trabalho normal dos jornalistas, e apela aos serviços para corrigirem este comportamento o mais rapidamente possível”, foi pedido.

No comunicado, a associação esclarece ainda que nos últimos tempos os órgãos de comunicação social têm sido inundados pela população com perguntas sobre as políticas de prevenção da pandemia, e que as questões levantadas visam o esclarecimento público. A associação recusou ainda as declarações do director Alvis Lo que apontou que as perguntas dos jornalistas “são sobre o foro privado”.

3 Jul 2022

Governo vai distribuir 15 mil patacas para trabalhadores com salário inferior a 20 mil

Os residentes com rendimentos mensais inferiores a 20 mil patacas durante os anos de 2020 e 2021 vão receber um subsídio de 15 mil patacas. A intenção do Governo faz parte da revisão orçamental, vai ter um custo de 10 mil milhões para os cofres da RAEM, e foi anunciada ontem, pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong.

A grande novidade foi o novo “plano de apoio pecuniário aos trabalhadores, aos profissionais liberais e aos operadores de estabelecimentos comerciais”. Os trabalhadores residentes por conta de outrem, que em 2020 e 2021 tiveram  um rendimento inferior a 480 mil patacas, ou seja, um ordenado inferior a 20 mil patacas por 12 meses, recebem um apoio de 15 mil patacas.

No caso dos profissionais liberais, se forem contribuintes do imposto profissional do 2.º grupo e tiverem declarado lucros inferiores a 240 mil patacas em 2021, recebem um apoio que varia entre 15 mil e 300 mil patacas. O valor é calculado com base nos 10 por cento da média dos custos operacionais destes profissionais entre 2019 e 2021.

Aos operadores de espaços comerciais é atribuído um apoio entre 30 mil e 500 mil patacas, calculados com base em 10 por cento da média dos custos operacionais declarados entre 2019 e 2021. Neste caso, é necessário ter declarados lucros inferiores a 600 mil patacas em 2021.

Carnaval local

Ontem, foi igualmente anunciada a intenção de lançar um “Carnaval de Consumo”, quando o surto actual estiver controlado. Segundo a proposta governamental, por cada 200 patacas consumidas nos estabelecimentos que aderirem à iniciativa, os consumidores participam num sorteio que distribuirá 100 milhões de patacas.

Após o anúncio, o director dos Serviços de Finanças, Iong Kong Leong, reconheceu que mais de 231 mil trabalhadores em Macau viram os seus rendimentos diminuir, com despedimentos ou layoffs, desde o início da pandemia.

Para atenuar esta realidade, foi revelado que os taxistas vão receber até ao final do ano um subsídio mensal de mil ou duas mil patacas, que pode chegar às 6 mil ou 12 mil patacas, conforme as horas trabalhadas.

As medidas referidas fazem parte de um pacote mais amplo em que se incluem outras soluções já anunciadas, como a possibilidade de cumprir três programas de formação subsidiada, a devolução da contribuição predial para estabelecimentos industriais e comerciais, a isenção do imposto de turismo a todos os estabelecimentos, Isenção ou devolução das taxas de licenças administrativas, restituição do imposto de circulação para os veículos dedicados à actividade comercial, e ainda o plano de bonificação de juros de créditos bancários para as empresas.

As medidas têm de ser aprovadas pela Assembleia Legislativa, mas o Governo prometeu fazer tudo para acelerar o processo.

3 Jul 2022

Lares | Novo Macau relata casos de funcionários que dormem no chão

Sulu Sou revela uma faceta do sistema de gestão em circuito fechado em lares de idosos, onde funcionários impedidos de voltar a casa dormem em tapetes de ioga, pedaços de cartão, sem almofadas, mantas ou remuneração pelas horas extra. O ex-deputado enviou cartas aos directores da DSAL e SSM a pedir soluções

 

O ex-deputado Sulu Sou enviou cartas aos responsáveis máximos da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e dos Serviços de Saúde (SSM) a pedir soluções para a situação precária vivida pelos funcionários dos lares de idosos que estão em circuito fechado, ou seja, que estão obrigados a permanecer desde sábado nos locais de trabalho.

Até ontem, estavam sob gestão em circuito fechado 24 lares de idosos, 11 centro de apoio a pessoas portadoras de deficiência e 1 centro de reabilitação para tratamento de toxicodependentes.

O ex-deputado e vice-presidente da Associação Novo Macau diz compreender que as autoridades não querem novos surtos em instalações, como o verificado no Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior da Obra das Mães, na Praia do Manduco. Porém, revela que não existem quartos ou camas disponíveis para as largas dezenas de funcionários obrigados a pernoitar em alguns dos 36 centros a operar em circuito fechado. “É impossível encontrar quartos e camas suficientes para os funcionários, que são obrigados a ficar nas áreas comuns dos locais, como em salas de actividades e gabinetes. Há vários dias que dormem no chão em colchões muito finos, tapetes de ioga e mesmo em cima de cartão. Alguns nem têm almofada ou roupa de cama.”

Servir o público

Sulu Sou não esqueceu o pessoal dos Serviços de Saúde que ao abrigo do plano de resposta de emergência para a situação epidémica da covid-19 em grande escala trabalha por períodos de 14 dias sem pode ir a casa, com testes frequentes e períodos de auto-gestão. “Não há fim à vista para quem trabalha nestas condições, em particular os profissionais que têm a seu cargo crianças pequenas ou idosos e que enfrentam situações de grande ansiedade”, conta o antigo deputado.

Outra questão levantada por Sulu Sou, e que suscitou o envio da missiva ao director da DSAL, prende-se com os direitos laborais dos trabalhadores dos lares, nomeadamente no que se refere às leis que estabelecem o horário de trabalho, a distinção entre turnos, dias de descanso semanais e direito a feriados. Neste domínio, Sulu Sou indica que vários empregadores de lares de idosos avisaram os trabalhadores de que não haveria lugar a compensações extra.

Local de excepção

O Centro Reabilitação de Tratamento de Ká-Ho, gerido pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), é uma das instalações que está a funcionar em “circuito fechado”. Augusto Nogueira, presidente da ARTM, testemunha o reverso da medalha e dá conta de uma “excelente e atempada colaboração com o Instituto de Acção Social” que permitiu preparar as instalações do centro e criar as melhores condições possíveis a funcionários e utentes. “Sabíamos que mais tarde ou mais cedo poderia surgir um surto, por isso preparámos tudo antecipadamente. Tivemos tempo para comprar camas, lençóis, instalar wi-fi e criar as condições para quem fica em circuito-fechado”, revelou ao HM. Actualmente, estão no centro de reabilitação em Ká-Ho 30 utentes e 7 funcionários.

30 Jun 2022

Líderes da indústria de Macau esperam uma cooperação mais estreita com Hong Kong

Os empresários de Macau acreditam que mais cooperação com Hong Kong, criando complementaridades, será benéfico para a RAEM e para a construção da Grande Baía

Os líderes da indústria de Macau expressaram confiança de que a RAE de Macau e a RAE de Hong Kong podem trabalhar em estreita colaboração e integrar-se melhor na construção da área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, aproveitando as vantagens do princípio “um país, dois sistemas”, dada a proximidade das duas cidades e histórias semelhantes.

Por ocasião do 25º aniversário do regresso de Hong Kong à pátria, os líderes da indústria na RAEM expressaram confiança em que as duas cidades possam trabalhar em estreita colaboração e integrar-se melhor na construção da Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, aproveitando as vantagens do princípio “um país, dois sistemas”.

Kevin Ho, presidente da Associação da Indústria e Comércio de Macau, afirmou que Hong Kong, um centro financeiro internacional, e Macau, que se esforça por se transformar num centro mundial de turismo e lazer, podem procurar uma cooperação e desenvolvimento complementares.

“As duas RAE são ambas as janelas do nosso país para o mundo”, disse Ho. “Podem dar as mãos nas indústrias de conferências e exposições, turismo, e finanças”.

Alan Ho, presidente da Associação dos Sectores de Convenções, Exposições e Turismo de Macau, espera que as indústrias de convenções e exposições em Hong Kong e Macau possam tomar a iniciativa de participar na cooperação regional e promover a cooperação na Área da Grande Baía através de convenções e exposições inter-cidades e inteligentes.

“Como um importante centro de convenções e exposições na região Ásia-Pacífico, a indústria em Hong Kong desenvolveu-se rapidamente desde o seu regresso à pátria, particularmente nos sectores da joalharia, relógios e produtos de beleza”, afirmou.

Nos últimos anos, cientistas e investigadores das RAE também participaram amplamente nos principais projectos científicos e tecnológicos do país.

Pang Chuan, vice-presidente da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, disse que as universidades de Macau e Hong Kong têm cooperado estreitamente no intercâmbio de pessoal, cooperação científica e de investigação, intercâmbio de laboratórios e na educação conjunta de estudantes.

“As universidades de Macau e Hong Kong são geralmente mais internacionais, com mais oportunidades de participar na cooperação internacional”, disse Pang Chuan. “No entanto, confrontam-se com a falta de indústrias de apoio nas RAE”.

Pang sugeriu que as universidades nas RAE combinem as suas vantagens na investigação e desenvolvimento com empresas de alta tecnologia na área da Grande Baía para melhor converterem os frutos científicos e de investigação internacionais.

Ma Chi Seng, membro do Comité Desportivo de Macau, elogiou as realizações desportivas de Hong Kong desde o seu regresso à pátria, observando que o governo da RAE de Hong Kong se tem dedicado à promoção de Hong Kong como cidade de eventos desportivos internacionais, oferecendo experiências com as quais Macau poderia aprender.

“Os 15º Jogos Nacionais Chineses a serem co-organizados pela província de Guangdong, Hong Kong e Macau em 2025 proporcionarão uma excelente oportunidade para aumentar a participação pública no desporto nas RAE e reforçar a cooperação aprofundada entre as indústrias desportivas nos três locais”, acrescentou Ma.

30 Jun 2022

Jovens Macaenses | Associação reuniu-se com Chefe do Executivo

A Associação de Jovens Macaenses (AJM) foi recebida pelo Chefe do Executivo, num encontro que serviu para trocar “impressões sobre a preservação e a divulgação da cultura macaense, a promoção do posicionamento de Macau como plataforma sino-lusófona e o reforço da formação de quadros qualificados plurilíngues locais”. A informação foi divulgada ontem, em comunicado pela AJM. O encontro teve lugar no passado dia 16 de Junho.

Na reunião, Ho Iat Seng garantiu a protecção e promoção da comunidade macaense, que elogiou pelo apoio prestado à governação, segundo a versão da AJM. Nesta, é igualmente indicado que o Chefe do Executivo frisou que “a RAEM tem atribuído elevada importância ao estatuto único e à identificação singular da comunidade macaense”.

Foi ainda dito pelo líder do território que “o Governo irá também continuar a prestar um forte apoio ao trabalho das associações de matriz macaense, com o intuito de assegurar que a cultura macaense pode passar de geração em geração e desenvolver-se de uma forma sustentável”.

Por sua vez, o recém-eleito presidente da comissão directora, António Monteiro, destacou que a “gastronomia macaense e o teatro em Patuá figuram na Lista de Património Cultural Imaterial Nacional” e falou da “especial relevância” da cultura macaense. Além disso, frisou igualmente que a comunidade macaense domina várias línguas e que pode contribuir para maior conhecimento e “promoção do desenvolvimento mais actualizado da RAEM e da Grande Baía”.

30 Jun 2022

Surto | Song Pek Kei quer maior rapidez na distribuição de apoios

Apesar do anúncio de 10 mil milhões de patacas, Song Pek Kei considera que o Governo tem de dar mais apoios a empresas e residentes, devido ao surto mais recente de covid-19. “Desde o início do surto que os mais afectados são as Pequenas e Médias Empresas e os trabalhadores com ordenados mais baixos, que precisam de receber o salário todos os meses para sobreviverem”, afirmou a deputada ligada à comunidade de Fujian.

Song diz assim ser urgente que a distribuição comece a ser feita, no entanto, sublinha que “a procissão ainda vai no adro”, e que as alterações ao orçamento da RAEM ainda terão de passar pela Assembleia Legislativa. Como legisladora, Song Pek Kei promete todo o apoio e afirma que os deputados estão disponíveis para acelerar ao máximo os procedimentos.

Em tempo de crise, o sector da restauração é uma preocupação. Song considerou que as plataformas online de distribuição de comida cobram comissões demasiado elevadas aos restaurantes, e que estes estão a ser prejudicados com as novas formas de consumo.

De acordo com os dados apresentados pela deputada, se as comissões se mantiverem entre os actuais níveis de 20 a 40 por cento, até ao final do ano 60 por cento dos restaurantes vão fechar as portas. Por isso, deputada apela ao Governo que aumente a supervisão destas plataformas e pondere controlar o montante cobrado em comissões.

30 Jun 2022

Hong Kong | Chefe do Executivo vai à RAEHK e volta sem cumprir quarentena

O Governo afirma que excepções para Ho Iat Seng e Hoi Lai Fong cumprem as exigências dos Serviços de Saúde. O CE vai à RAEHK participar nas celebrações do 25.º Aniversário da Transferência de Soberania da ex-colónia britânica

 

O Chefe do Executivo partiu ontem para Hong Kong, onde fica até amanhã, para participar nas celebrações do 25.º Aniversário da Transferência de Soberania. A informação foi divulgada pelo Gabinete de Comunicação Social. Ho Iat Seng vai circular entre as duas regiões sem ter de cumprir qualquer tipo de quarentena, ao contrário do que é exigido a aos cidadãos.

No regresso a Macau, Ho Iat Seng vai poder participar em todos os eventos que entender, desde que a utilização de máscara “não seja incompatível”. Ainda de acordo com a mesma informação, o período de auto-gestão do Chefe do Executivo inclui a obrigação de realizar quatro testes de ácido nucleico em sete dias, menos um do que quem tem de cumprir a quarentena, e utilização de máscara.

“Em cumprimento rigoroso das exigências anti-epidémicas dos Serviços de Saúde, os membros da comitiva, após a participação na mencionada actividade, irão realizar quatro testes de ácido nucleico nos 1.º, 2. º, 4. º e 7. º dias e, durante aquele período, não participarão em actividades quando o uso de máscara seja incompatível com a natureza das mesmas”, pode ler-se no comunicado.

Actualmente, para quem chega da antiga colónia britânica a Macau é exigida uma quarentena de 10 dias num hotel designado. Após o cumprimento do isolamento, durante sete dias os cidadãos têm de realizar cinco testes de ácido nucleico, para manterem o código de saúde verde. No entanto, há grupos profissionais que devido à sua função ser vista como essencial, como acontece no sector da logística, podem ter outras exigências, menos rigorosas.

Circuito-fechado

Na deslocação a Hong Kong, Ho Iat Seng vai acompanhado por Hoi Lai Fong, chefe do seu gabinete, que fica sujeita às mesmas medidas que o líder da RAEM. Na RAEHK, os dois devem integrar um circuito fechado.

“Para participar nesta actividade celebrativa tão significativa, a comitiva do Governo da RAEM cumpriu escrupulosamente as exigências de prevenção epidémica da RAEHK, tendo efectuado, com uma semana de antecedência, antes da partida, a monitorização de saúde e, diariamente, testes de antigénio e de ácido nucleico”, foi revelado. “Durante a estada em Hong Kong, procederá à gestão preventiva de circuito fechado e às devidas testagens”, foi acrescentado.

O convite para participar nas cerimónias que vão servir para nomear John Lee como o novo Chefe do Executivo de Hong Kong, e que devem contar com a presença do Presidente Xi Jinping, foi feito por Carrie Lam, actual representante máxima da RAEHK.

Durante a ausência do Chefe do Executivo, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, exercerá, interinamente, as funções de Ho Iat Seng.

30 Jun 2022

Testes | Nelson Kot critica falta de comunicação entre Governo e casinos

O ex-candidato a deputado Nelson Kot criticou a forma deficiente como o Governo comunicou com os casinos, resultando em horas de espera de funcionários das concessionárias para realizarem teste do ácido nucleico na terça-feira no Posto Fronteiriço de Qingmao.  Esforço que acabou por ser inglório, porque o Governo anunciou mais tarde que a necessidade de apresentar teste de ácido nucleico feito nas últimas 48 horas só entrará em vigor a 1 de Julho.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Nelson Kot afirmou que as concessionárias emitiram uma ordem interna na semana passada a exigir que, a partir de hoje, os funcionários apresentem teste de ácido nucleico feito nas últimas 48 horas antes de se apresentarem ao serviço.

O responsável acrescentou que a maioria das empresas do jogo tem postos de testagem nas suas instalações, situação que poderia atenuar a pressão nos locais de testagem espalhados pelo território.

O facto de o Governo não ter mandado encerrar os casinos motivou queixas de trabalhadores, segundo Nelson Kot, que não compreendem porque têm de trabalhar quando não há clientes, ainda para mais face à possibilidade de os funcionários públicos ficarem duas semanas sem trabalhar.

30 Jun 2022

Pandemia | Plano de tratamento com medicina chinesa activado amanhã 

As autoridades vão activar o plano de tratamento de casos leves e assintomáticos de covid-19 com medicina tradicional chinesa a partir de amanhã. Macau conta agora com 533 casos positivos

 

A partir de amanhã, sexta-feira, será possível receber tratamento para a covid-19, com medicina tradicional chinesa (MTC), mas apenas para casos leves ou assintomáticos, e para quem esteja a cumprir o isolamento nos hotéis. A medida, que consta no Plano de Resposta de Emergência para a situação epidémica da covid-19 em grande escala, será sempre aplicada mediante autorização do doente, declarou Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM).

“Quem quiser aceitar a medicação chinesa [pode recorrer ao tratamento] pode ser atendido por médicos através de uma consulta online, que vão prescrever a medicação. Sempre colaborámos com os médicos do sector da MTC para o tratamento e divulgação de informações. Temos feito alguns trabalhos preparativos e será sempre implementado [o tratamento] com o consentimento das pessoas”, adiantou.

Ontem, Macau registava um total de 533 casos de covid-19, existindo apenas um caso grave que se encontra “em situação estável, após tratamento e medicação”.

Na conferência de imprensa de actualização da situação, que durou 1h30, Alvis Lo adiantou que “o aumento diário de casos tem a ver com vários factores, incluindo os resultados de testes rápidos e de PCR, o que significa que há um elo de ligação e contaminação na comunidade”.

Admitindo que os residentes “estão a colaborar bem” com as medidas, não há, para já, uma nova data para a realização de uma nova testagem em massa.

O director dos SSM voltou a apelar à vacinação dos idosos. “Diferentes regiões aplicam diferentes medidas. Não há medidas boas ou más a 100 por cento. Em Shenzhen, no último surto, as pessoas ficaram em casa durante duas semanas e fizeram nove testes. A aplicação de diferentes medidas terá diferentes efeitos, e tem a ver com a realidade de cada local. Tem de haver um equilíbrio entre diferentes situações”, frisou.

Entretanto, há mais uma ala do hotel Sheraton disponível para isolamento de casos positivos, disponibilizando duas mil camas no total.

Casos no lar

Relativamente à situação no lar gerido pela Obras das Mães, na zona da Praia do Manduco, e após ter sido detectado um caso positivo por parte de um funcionário, foram encontrados mais três casos, uma idosa de 94 anos com doença crónica, um enfermeiro e um cuidador. Tratam-se de “pessoas que não saíram de Macau ultimamente” e que testaram negativo aos testes PCR. Desde sábado, que o lar opera em regime de circuito fechado.

Neste momento “a situação é estável”, tendo já sido aplicadas as medidas de desinfecção e isolamento no lar. “O pessoal de gestão e os trabalhadores estão a cumprir os deveres para encarar este desafio. Na vida quotidiana dos idosos não há problemas especiais”, disse o responsável do Instituto de Acção Social.

Entretanto, seis trabalhadores dos SSM contraíram covid-19, onde se incluem um examinador de amostragem no posto de teste de ácido nucleico, dois trabalhadores de limpeza da empresa concessionárias que operam no Centro Hospitalar Conde de São Januário, uma enfermeira do Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane, uma enfermeira de Serviço de Urgência e um auxiliar. Foram ainda classificados 32 funcionários como contactos próximos, estando em quarentena.

Alvis Lo assegurou que não houve contágios com origem no hospital público. “Estas pessoas foram infectadas fora do hospital, mas não o foram dentro do dormitório. Se [o contágio] tivesse sido dentro do hospital, isso iria causar um aumento significativo de casos.” De salientar que nem todos os profissionais de saúde trabalham em circuito fechado.

O director dos SSM prometeu ainda analisar a redução da quarentena de dez para sete dias, tendo em conta as medidas implementadas pela China. “Não excluímos o ajustamento do nosso período de quarentena para quem vem de Hong Kong e de Taiwan.”

Jornalistas avisados

Na conferência de imprensa de ontem, foram deixados vários recados aos jornalistas presentes. Um deles, prende-se com a ocorrência de “incidentes” aquando da cobertura noticiosa nas zonas vermelhas. “Os jornalistas, por motivo de protecção, devem afastar-se das zonas vermelhas e só podem fazer cobertura noticiosa com locais de menor risco. Penso que não vamos impedir a vossa cobertura e o CPSP também cria conveniências para o vosso trabalho.”

Alvis Lo declarou ainda que a conferência de imprensa é um local para anunciar medidas e não para responder a perguntas mais específicas. “De uma forma geral, sobre os casos, temos outros meios para responder, uma plataforma online para a consulta dos casos. Podem consultá-la. Na conferência de imprensa, o importante é dar a conhecer a todos mais informações gerais, queremos focar-nos mais na estratégia e nas medidas aplicadas.”

DICJ reúne com concessionárias

A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) reuniu ontem com as seis concessionárias de jogo, numa altura em que os casinos continuam a operar com normalidade. Foram analisadas as medidas de controlo da pandemia e as acções de testagem dos trabalhadores do sector. Segundo uma nota de imprensa, as concessionárias vão suportar os custos dos testes, que podem ser feitos no local de trabalho ou nos restantes postos do território. Serão ainda distribuídas máscaras e testes rápidos para os trabalhadores.

30 Jun 2022

Deputados pedem melhorias no sistema de testes em massa

Ho Ion Sang apelou ao Governo para acelerar os testes das pessoas que fazem parte dos conjuntos positivos. Numa opinião divulgada no jornal Ou Mun, o deputado reconheceu que a sociedade está unida na luta contra o vírus, mas defendeu a necessidade de melhorar os trabalhos de combate à pandemia.

Quando é foi um teste em massa, as zaragatoas são juntas em grupos de 10. No caso de se detectado um teste positivo, as autoridades precisam testar todas essas 10 pessoas, para identificarem infecções. O procedimento faz com que não infectados tenham de voltar a ser testados, o que actualmente acontece na Sala C do Dome.

No entanto, Ho afirma que recebeu várias queixas sobre a forma como os testes são conduzidos devido a esperas de seis a 10 horas, numa sala com elevada concentração de pessoas. Facto que levou o legislador a alertar para o risco que a situação representa na possibilidade de aumentar o contágio.

Além disso, mostrou-se preocupado com as pessoas que testam negativo e são autorizadas a ir para casa. Segundo o relato apresentado, não existe um sistema de transportes eficaz, o que leva a que estejam dependentes da vontade dos taxistas.

Entre quatro paredes

Por outro lado, Ho Ion Sang criticou quem por estes dias sai à rua sem ter motivos urgentes ou essenciais para o fazer, como as pessoas que visitaram Coloane nos últimos dias, acrescentando mesmo que hove quem tivesse jantado em restaurantes.

Segundo o legislador ligado aos Moradores de Macau, estes comportamentos “ameaçam os trabalhos de prevenção pandémica”, fazem crescer a hipótese de contaminação entre diferentes bairros e contribuem para aumentar o stress dos funcionários na linha da frente da “batalha”.

Wong Kit Cheng, ligada à Associação das Mulheres, também defendeu a necessidade de melhorar o sistema de prevenção da pandemia. Segundo a deputada, muitos idosos não conseguem fazer os testes rápidos exigidos para que se possa fazer o teste em massa. Nesse sentido, apelou ao Governo para divulgar melhor informações e criar uma equipa especializada para assistir idosos neste procedimento.

29 Jun 2022

Cooperação | Nelson Kot quer ajuda de equipas do Interior

Nelson Kot, ex-candidato a deputado e presidente da “Associação de Estudos Sintético Social de Macau”, defende que as equipas médicas do Interior devem vir urgentemente ao território ajudar no combate ao surto. A opinião foi deixada num artigo publicado ontem no Jornal do Cidadão, em que Kot sugere que seja pedida assistência à Comissão de Saúde de Guangdong.

“Até agora, as políticas de saúde tiveram por base as opiniões da equipa de Zhong Nanshan, sem registo de problemas. No entanto, como o surto se tornou mais sério e perigoso, será que a equipa de Zhong Nanshan pode enviar pessoal para vir a Macau assistir na prevenção da epidemia?”, questionou.

Num cenário em que diz que os trabalhadores da função pública estão cansados e cada vez mais nervosos com a possibilidade de serem infectados, Nelson Kot quer que a província vizinha assuma um papel mais activo. “A Associação de Estudos Sintético Social de Macau recomenda que o Governo da RAEM contacte imediatamente a Comissão de Saúde da Província de Guangdong e a Comissão de Saúde Nacional para pedir assistência, para reforçar os recursos humanos e resolver rapidamente a situação epidémica”, pode ler-se. “Espero que o Governo considere estas opiniões”, acrescentou.

Ao mesmo tempo, o candidato a deputado derrotado duas vezes aponta que a situação nos casinos não é satisfatória e que os trabalhadores, apesar de fazerem testes rápidos a cada dois dias, estão preocupados por terem de trabalhar. Segundo Nelson Kot, estas pessoas têm medo de serem infectadas no trabalho e contaminar as respectivas famílias. Por isso, pediu ao Executivo a suspensão temporária do funcionamento dos casinos.

28 Jun 2022

Política de zero casos | Ex-deputado Sulu Sou defende discussão

O vice-presidente da Associação Novo Macau considera urgente o combate ao surto pandémico. Depois de resolvida a situação, Sulu Sou gostaria de ver debatida a manutenção da política de zero casos em Macau ou a passagem a uma fase de coexistência com a covid-19

 

Apesar de a pandemia da covid-19 se prolongar em Macau há mais de dois anos e meio, nunca houve uma discussão pública sobre a política de zero casos. O ex-deputado Sulu Sou considera que depois de resolvido o surto actual, seria importante abrir espaço para se debater a manutenção da política de zero casos ou, à semelhança do que acontece no resto do mundo, avançar para a coexistência com o vírus.

Numa entrevista ao jornal All About Macau, Sulu Sou afirmou que existem cada vez mais vozes na sociedade que questionam a política actual e o pendor para eliminar os casos comunitários a todo o custo. Nesse sentido, o ex-legislador entende que a política deve ser analisada mais profundamente, o que não tem acontecido.

Na perspectiva de Sulu Sou, o debate é muito importante e a sociedade devia estar mais aberta para a discussão, apesar de reconhecer limites. “Não posso dizer que estou optimista sobre este debate, se tivermos em conta que o actual espaço público para fazer estas discussões é muito reduzido”, desabafou.

O ex-deputado, banido das últimas eleições legislativas, indicou que actualmente toda a discussão foca a criação, ou não, de mais postos de testes ou se uma espera de 15 minutos nos postos de testes é aceitável. “É o tipo de debate que os órgãos de comunicação social tradicionais têm permitido e que faz com que o espaço para a discussão mais profunda seja muito limitado”, opinou.

Lutar contra a natureza

Em relação à política actual, Sulu Sou acha que o Governo está a gastar muitos recursos no combate ao coronavírus, que está sempre em mutação. O vice-presidente da Novo Macau indicou também que os recursos eram melhor utilizados se fossem canalizados para grupos de risco, como idosos, crianças, doentes crónicos, ou pessoas portadoras de deficiência.

Por outro lado, o ex-legislador questionou o objectivo da política de zero casos, argumentando ser impossível eliminar um vírus de um momento para o outro. “Alguma vez os humanos foram capazes de tomar medidas que ultrapassassem a capacidade de um vírus para se espalhar? Alguém acha que é desta vez que os humanos vão eliminar um vírus tão contagioso?”, questionou. “Acho que até o cidadão normal, como eu, que não é profissional de saúde, está surpreendido com esta visão”, frisou.

Este aspecto foi apontado depois de Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, ter afirmado que para controlar o surto as autoridades teriam de ser mais rápidas a actuar, a detectar as diferentes infecções, para quebrarem a cadeia de transmissão.

Depende das condições

Em relação ao debate, Sulu Sou argumenta que não se deve limitar a discussão a duas opções inflexíveis: a política de zero casos ou a coexistência com o vírus. No seu entender, ambas as visões têm aspectos positivos que podem ser adoptados, de acordo com a evolução da pandemia.

Contudo, o ex-deputado recusa que a política de coexistência seja definida como a escolha de deixar morrer os mais fracos, como acredita que Ho Iat Seng deu a entender durante a conferência de imprensa da semana passada. Para Sulu Sou, não é assim que se pode discutir de forma saudável um problema profundo, apenas criando condições para no futuro haver grande oposição para a adopção de uma política menos restritiva.
Sulu Sou apontou ainda uma incoerência no discurso de Ho Iat Seng e nas medidas adoptadas.

Na conferência, Ho Iat Seng apelou à calma da população, porque a estirpe actual não tem a taxa de mortalidade das estirpes anteriores do vírus. Sulu Sou concorda com a afirmação e reconhece que os dados reflectem essa realidade, porém, não deixou de notar que as medidas tomadas não reflectem esta nova realidade.

Sem condições para mudar

Finalmente, Sulu Sou reconheceu que nas condições actuais, e segundo a apresentação do Chefe de Executivo na conferência de imprensa, não vai ser possível desistir da política de zero casos tão depressa.

Mesmo afastando a impossibilidade de Macau adoptar políticas diferentes das praticadas no Interior da China, devido ao encerramento das fronteiras, Sulu Sou indicou que o Governo não tem trabalhado para viver com o vírus, o que limita as opções. O ex-deputado é assim contra uma alteração repentina, por temer que os Serviços de Saúde não estejam preparados para a mudança.

Mesmo indicando que a reacção das autoridades ao surto tem sido dinâmica, com aprendizagem, como a alteração de critérios das zonas amarelas e vermelhas comprova, Sou espera que antes da implementação de mudanças estas sejam bem explicadas à população para evitar respostas negativas.

28 Jun 2022

Saúde mental | Coutinho defende medidas preventivas 

O deputado José Pereira Coutinho interpelou o Governo sobre a necessidade de implementar “medidas eficazes que envolvam um maior envolvimento dos cuidados de saúde primários na prevenção e tratamento das perturbações depressivas e do humor”, tendo em conta o potencial aumento dos casos de depressão ou suicídio.

Além disso, o deputado entende ser necessário um maior investimento na área educativa, nomeadamente em prol da “capacitação do corpo docente e de funcionários das escolas para identificarem potenciais quadros de perturbação mental nos jovens”. Sobre os cuidadores informais, Coutinho entende ser necessário dispor de “medidas concretas e eficazes” para o acompanhamento psicológico destas pessoas, além de serem necessárias “equipas com especialistas para os profissionais de saúde”, a fim de prevenir casos de “burnout”. O deputado pede também a criação de uma linha de apoio psicológico destinada a “profissionais de saúde e demais trabalhadores essenciais”.

A interpelação dá conta que, nos últimos três anos, o território tem enfrentado uma série de confinamentos “que ninguém sabe quando acabam”, o que acaba por ter um efeito na saúde mental da população. O deputado alerta para o facto de a economia local “estar de rastos”, com as autoridades a gastarem as “reservas acumuladas” em apoios à população e empresas.

“Multiplicam-se os testes de despistagem, distribuem-se centenas de milhares de kits, aumenta o número de infectados e tudo isto provocou alterações profundas nos cidadãos na sua forma de pensar e de viver. Muitos cidadãos vivem com a angústia, tristeza, medo, incertezas, frustração, cansaço e desgaste individual”, rematou.

27 Jun 2022

SAFP | Serviços públicos e consulado encerrados até 1 de Julho

Os serviços públicos vão permanecer encerrados até 1 de Julho, excepto para tratar assuntos urgentes, à semelhança do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong que irá manter um piquete de funcionários para assegurar serviços mínimos. O pessoal dos Serviços de Saúde terá férias canceladas até 31 de Julho

 

O Governo anunciou que todos os serviços públicos vão permanecer encerrados até sexta-feira, dia 1 de Julho, segundo estipula o despacho assinado por Ho Iat Seng publicado ontem no Boletim Oficial. “Para evitar a transmissão da Pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus na RAEM, os serviços públicos da RAEM encerram nos dias 27 de Junho a 1 de Julho de 2022, com excepção dos que prestam serviços urgentes e indispensáveis ao público”, lê-se no despacho que entra hoje em vigor.

O encerramento compulsivo “não obsta a que os dirigentes dos serviços públicos determinem que os trabalhadores da Administração Pública compareçam ao serviço ou prestem serviço por motivo de apoio à prevenção da epidemia ou outro motivo de interesse público”.

Da mesma forma, desde o passado dia 20 de Junho, o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong está encerrado ao público, sem serviços de atendimento presencial. Na passada quinta-feira, o HM contactou a representação diplomática portuguesa na RAEM, depois de tomar conhecimento de relatos de pessoas em dificuldades para tratar de assuntos prementes, inclusive questões burocráticas essenciais para o retorno definitivo a Portugal.

O Consulado-Geral respondeu na sexta-feira, esclarecendo que “retomará os serviços de atendimento presencial quando idêntica medida for anunciada pelo Governo da RAEM para os serviços públicos locais”, ou seja, o atendimento presencial não será uma opção durante esta semana.

Em relação ao tratamento de questões urgentes, é referido que “os serviços mínimos estão, desde dia 20 de Junho, a ser assegurados por um piquete de funcionários no Consulado-Geral”. “Podemos ser contactados via telefone, e-mail e página Facebook”, acrescenta o organismo liderado por Paulo Cunha Alves.

Para tal, o Consulado-Geral aconselha contactos através do e-mail macau@mne.pt e do número de telefone 28356660.

Mais tarde, também através do Facebook, o Consulado informou que permanecerá encerrado de 27 de Junho a 1 de Julho, sendo que os utentes com marcações de atendimento serão contactados para reagendarem as marcações.

Férias em banho-maria

Entretanto, o director dos Serviços de Saúde assinou ontem uma circular informativa a estabelecer que “todos os pedidos de férias para o período de 27 de Junho a 31 de Julho de 2022, apresentados pelos funcionários dos Serviços de Saúde, não serão deferidos”, e que “todos os pedidos de férias já autorizados serão cancelados”.

A medida é justificada com a necessidade de “reforçar medidas preventivas dos Serviços de Saúde contra uma eventual epidemia, no sentido de proteger os interesses de toda a população de Macau” e, até ao final de Julho, “incluindo feriados, todos os funcionários devem permanecer contactáveis”.

A circular esclarece que, em casos excepcionais, “devidamente fundamentados”, Alvis Lo pode autorizar ressalvas ao estipulado.

Também os serviços da sede do Instituto de Acção Social (IAS), centros de serviço social e outros serviços a ele subordinados vão continuar encerrados durante toda a semana. O IAS irá manter abertos “os serviços de carácter urgente, nomeadamente o tratamento por medicamentos no Centro de Tratamento por Medicamentos (Metadona) da Areia Preta e no Centro de Tratamento por Medicamentos (Metadona) do Carmo”.

Aquilo que resta

Praticamente, todos os sectores da máquina administrativa irão apenas disponibilizar serviços mínimos. O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, por exemplo, suspendeu a maioria dos seus serviços de atendimento ao público, mantendo o funcionamento limitado para pedidos de autorização de residência por investimento.

A Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana informou que vão continuar suspensos, até 1 de Julho, todos os serviços públicos “com excepção dos serviços urgentes e indispensáveis ao público”. Quanto à Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico apenas serão disponibilizados serviços para requerimento das licenças de importação e de exportação e dos certificados de origem.

Também o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) irá funcionar a semana toda a meio gás. Porém, para apresentar “denúncias, ou queixas no âmbito da provedoria de justiça, os cidadãos podem recorrer ao serviço de apresentação de queixas online do CCAC, ou ligar para a Linha Vermelha do CCAC através do n.º 2836 1212. As datas limite previstas para a entrega da Declaração de Bens Patrimoniais e Interesses por parte dos trabalhadores da função pública serão adiadas para o primeiro dia útil após a suspensão do serviço”.

A Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça irá suspender todos os serviços ao público (incluindo os serviços dos registos e do notariado, os serviços de apoio judiciário e os serviços de Apostilha), com a excepção dos serviços de urgência do registo de óbitos, que “serão realizados no 2.º andar do Edifício Administração Pública, das 10h30 às 12h30”.

 

Autocarros | Frequência de carreiras reduzida em 20%

Perante a diminuição da procura dos serviços de autocarros devido ao novo surto de covid-19 em Macau, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) decidiu ajustar a frequência de todas as carreiras do território em cerca de 20 por cento, em termos gerais. Em comunicado, o organismo revela assim que, desde o passado sábado, a frequência dos autocarros foi reduzida entre 4 e 50 por cento, “mantendo a prioridade na frequência das carreiras que incluem os hospitais nas suas rotas”. Atendendo ao evoluir da “situação real”, o organismo promete ainda a ajustar os serviços de autocarro, de acordo com a necessidade de deslocação da população.

CTT | Distribuição postal suspensa nas zonas vermelhas

Dada a impossibilidade de os distribuidores postais acederem a algumas áreas confinadas da cidade, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT) anunciou a suspensão temporária da entrega de encomendas que tenham como destino as chamadas zonas vermelhas. Neste contexto, os CTT irão guardar as respectivas encomendas até que as medidas de encerramento sejam levantadas. “Os CTT irão guardar, temporariamente, os objectos postais em questão, e retomarão, logo que possível, a distribuição postal nas referidas zonas e estabelecimentos após o levantamento das medidas de encerramento”, pode ler-se em comunicado. Paralelamente, para “reduzir o contacto e manter a distância social”, todos os destinatários de encomendas, deixam de estar obrigados a assinar o recibo de entrega.

27 Jun 2022

Covid-19 | Encerrados espaços de lazer. Estirpe BA5.1 na origem de todos os casos

Por decreto do Governo, desde as 17h00 de ontem que todos os espaços de diversão e lazer estão encerrados ao público e os restaurantes só estão autorizados a servir refeições para fora. A totalidade dos 110 casos confirmados foram infectados com a estirpe da variante Ómicron BA5.1. Definição de zonas vermelhas só a partir da detecção de dois casos positivos. Novo teste em massa decidido após resultados da actual ronda

 

 

O Chefe do Executivo decretou ontem, através de um despacho publicado em Boletim Oficial, o encerramento de todos os espaços de lazer, diversão e outros serviços e a imposição aos restaurantes de apenas servirem refeições para fora. A medida entrou em vigor às 17h00 de ontem.

Assim, segundo o despacho, enquanto a actual situação epidémica vigorar, cinemas, teatros, parques de diversão, salões de jogos, cibercafés, salas de bilhar e bowling, saunas e locais de massagens, salões de beleza, ginásios, health clubs e karaokes, bares, discotecas, salas de dança, barbearias e piscinas estarão de portas fechadas.

Quanto aos restaurantes, estão também desde ontem proibidos de servir refeições e vender outros produtos para consumo “no interior dos respectivos espaços, sem prejuízo da prestação dos serviços de takeaway”.

Questionado sobre se as empresas privadas deveriam seguir o exemplo e também elas fechar portas, Ho Iat Seng respondeu afirmativamente e reiterou que, à luz do actual surto, é fundamental travar a transmissão da covid-19 em Macau, através da redução da circulação de pessoas, concentrações e saídas desnecessárias.

“O Governo já suspendeu os serviços públicos e, por isso, as empresas do sector privado também podem seguir esse exemplo. Isto, com o objectivo de evitar aglomerações e saídas desnecessárias, como também aconteceu com as escolas. Não se trata de um problema de casos confirmados, mas o objectivo (…) é reduzir, tanto quanto possível, a transmissão”, disse o Chefe do Executivo durante uma conferência ao início da tarde de ontem.

Estirpe mistério

Mais tarde, o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long anunciou que o número de casos confirmados em Macau aumentou para 110 até às 15h00 e confirmou que todos os pacientes foram infectados com a estirpe da variante Ómicron BA5, que nunca antes tinha entrado em Macau.

“De onde vem este surto epidémico? Não podemos afastar qualquer possibilidade. Pode ter sido através dos bens alimentares congelados que são importados do exterior para Macau. Agora, no Interior da China não existe a estirpe BA5. Uma vez que existe a possibilidade de contaminação através dos produtos, muitas vezes, não conseguimos encontrar a fonte, mas agora (…) temos que saber como é que, a curto prazo, vamos controlar a situação. Em Macau, em mais de 200 dias nunca houve um caso confirmado com esta estirpe”, disse Alvis Lo.

Sobre os infectados, o responsável detalhou que o seu estado de saúde é “estável” e que foram divididos em cinco grupos, envolvendo o Edifício Yim Lai (55 pessoas), Edifício Tat Cheong (38 pessoas), uma lavandaria (4 pessoas), um ginásio (3 pessoas) e o Centro Internacional de Macau (2 pessoas). Entre os infectados, foi ainda revelado, está pela primeira vez um profissional de saúde. Do total de pacientes, apenas 32 apresentam sintomas.

Questionado sobre a possibilidade de o Governo avançar para uma terceira ronda de testagem em massa da população, Alvis Lo referiu que, primeiro, é necessário analisar os resultados da ronda que termina hoje e que, só depois, será decidida uma nova testagem nesses moldes ou através da utilização de testes rápidos.

Sobre a utilização do hospital de campanha, o responsável referiu que as instalações podem ser activadas “em qualquer momento”. No entanto, dado que a maioria dos casos são assintomáticos e os pacientes com sintomas têm manifestações leves, os casos detectados estão a ser colocados em hotéis.

Nota ainda para o facto de o pavilhão C do Macau Dome estar disponível desde hoje como posto de testagem, no lugar do posto do Pac On. A medida foi justificada com a possibilidade de o novo espaço poder acolher mais pessoas.

Padrões alterados

Também ontem, foi anunciada a revisão dos critérios de classificação das zonas vermelhas e amarelas, com as primeiras a ser seladas, a partir do momento em que há dois casos confirmados. Nas situações em que é detectado apenas um caso de covid-19, essa área será definida como zona amarela. Isso mesmo explicou a médica Leong Iek Hou, vincando que ao final de cinco dias as zonas vermelhas podem passar a amarelas, caso sejam cumpridos determinados critérios.

“Quando, nos edifícios, surgirem mais de dois casos positivos, estes são considerados como zonas seladas e o código de saúde das pessoas que lá moram passa a vermelho. Esta zona vai ficar selada, pelo menos cinco dias e no 1º e 5º dias, vão ter que fazer teste de ácido nucleico e no 2º 3º e 4º dia têm de fazer testes antigénio”, começou por explicar Leong Iek Hou.

“Se não houver mais transmissão, no quinto dia, após saírem os resultados do teste de ácido nucleico, essas zonas vão voltar a abrir, no 6.º e 7.º dia o código passa a amarelo e no 7.º dia essas pessoas têm de ser sujeitas a teste de ácido nucleico”, acrescentou.

 

Zonas Vermelhas – Controlo Selado

Edifício YIM LAI: Rua de Manuel de Arriaga n.º 60-66C;
PADRE Modern Cuisine: Avenida da Praia Grande, n.º 251, Edifício. TAK FUNG, R/C B e C);
Edifício TAT CHEONG: Rua de Afonso de Alburquerque n.º 33-35G;
Centro CHIU FOK: Rua de Pedro Coutinho n.º 23);
CENTRO INTERNACIONAL DE MACAU (TORRE VI) : Rua de Malaca 124 Rua do Terminal Marítimo 93-103 Travessa da Amizade 82;
EDF. MAN LEI (BLOCOS S,T) : Rua Três do Bairro da Areia Preta6;
HOTEL FORTUNA: Rua de Cantão 49-63, Rua de Foshan 48A-78, Praça de D. Afonso Henriques 76-90 (Obs.:O Auto-Silo Pak Tou e reaberto.);
YO HO CITY CENTER: Avenida Marginal do Patane 331-339, Rua Marginal do Lam Mau 330-342, Travessa Marginal do Lam Mau 15-31;
FLOWER CITY (EDF. LEI SENG): Rua de Nam Keng 73;
EDF. PAK WAI (BLOCO 3): Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida 128;
EDF. U WA (BLOCO 6): Rua do Canal Novo 263;
TRUST LEGEND (TOWER II): Rua do Padre Eugénio Taverna 86;
EDF. FEI CHOI KONG CHEONG: Rua Direita do Hipódromo 77-115,Rua da Tribuna 303-315,Avenida do Hipódromo 332-388,Alameda da Tranquilidade 8-42.

Zona Amarela – Zona de Prevenção

Edifício SON LEI: Rua de Manuel de Arriaga n.º 64-64B;
Edifício. CHUN FONG: Rua de Afonso de Albuquerque n.º 38-40A;
Edifício. TAK FONG: Avenida da Praia Grande n.º 241-253;
Edifício TAK WENG: Rua de Afonso de Alburquerque n.º 37-45;
Edifício MAN HENG: Rua de Afonso de Alburquerque n.º 31C-31G;
Edifício PARKWAY MANSION, Bloco 2: Rua do Almirante Costa Cabral n.º 146;
FLOWER CITY – LEI POU KOK: Avenida Olímpica n.º 177-259, Rua de Évora n.º 10-72;
LAKE VIEW GARDEN: Praça de Lobo de Ávila 16-18;
Carnes Assadas Lam Kei: Rua da Emenda 40 ;
EDF. JARDIN IAT LAI (BLOCO 6) : Rua central de T’oi Sàn 302 .

Congelados | Suspensa importação de produtos da Índia

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) decidiu suspender a importação de produtos aquáticos congelados de uma empresa oriunda da Índia. Segundo uma nota de imprensa, a medida surge depois de a Administração Geral das Alfândegas da China ter anunciado ontem que uma amostra de produtos importados da referida empresa testou positivo à covid-19.

O IAM exigiu ainda “aos comerciantes locais que selassem esses produtos”, tendo sido realizadas novos testes, sem detecção de anomalias.  A mesma nota dá conta que, desde Julho de 2020, o IAM tem realizados vários testes às amostras recolhidas dos produtos aquáticos congelados importados da Índia e das suas embalagens, quer interiores quer exteriores, “mas nunca havia detectado o novo tipo de coronavírus”.

Nos últimos três meses, o IAM “tem procedido a desinfecção e a testes aleatórios em relação aos produtos provenientes do referido país, cuja entrada é apenas permitida após a aprovação nas respectivas inspecções”.

Encomendas | Produtos vindos do Interior mais caros

Com o surto recente e os limites à circulação de pessoas entre Macau e Zhuhai, as encomendas vindas do Interior e entregues nas lojas locais estão mais caras. Segundo o Jornal Ou Mun, um responsável de uma loja explicou que o facto de todos os camiões transfronteiriços terem sido desviados e haver um aumento no preço dos combustíveis fez com os preços tivessem praticamente duplicado. Só nas encomendas mais pequenas, o lojista afirmou que o aumento foi de 2 patacas por unidade, mas prometeu baixar para o normal, mal termine o surto.

Outra pessoa ouvida, também responsável por um negócio semelhante, mostrou-se a favor dos aumentos e explicou a posição com a falta de condutores de camiões, além do custo da desinfecção dos produtos, que disse reflectir-se num aumento de 20 por cento sobre o preço final.

Ilha Verde | Abrigo de Verão volta a abrir

O Instituto de Acção Social (IAS) anunciou ontem a abertura do Abrigo de Verão localizado na Ilha Verde. A decisão foi tomada no seguimento de a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) ter emitido alerta amarelo de temperaturas altas. Segundo uma nota divulgada ontem, o abrigo ficará de portas abertas “até que a temperatura volte a baixar” e os utilizadores que pretenderem aceder ao espaço terão de realizar, no local, um teste rápido.

De acordo com os SMG, as temperaturas para os próximos dias irão variar entre os 27 e os 33 graus Celsius. O pico das temperaturas deverá ser atingido entre as 12h00 e as 14h00. O IAS apela ainda à população para estar atenta “à situação física dos idosos em casa e dos que vivem sozinhos, doentes crónicos bem como dos indivíduos débeis” para evitar os efeitos provocados pelas altas temperaturas nos próximos dias.

24 Jun 2022

Ella Lei quer mais apoios económicos face ao novo surto

A legisladora da Federação das Associações dos Operários de Macau defende que o Executivo tem de ajudar os trabalhadores em layoff e os desempregados com pelo menos um novo cheque de 10 mil patacas

 

A deputada Ella Lei apelou ao Governo que para fazer face ao impacto económico do surto mais recente no território que lance urgentemente um subsídio para trabalhadores, profissionais e operadores de estabelecimentos comerciais. O pedido foi feito através de uma interpelação escrita, divulgada ontem, pelo escritório da legisladora.

“A pandemia está entre nós, e está a afectar todos os aspectos das nossas vidas. Com a descoberta de mais casos confirmados na comunidade no dia 19 de Junho, e uma vez que a fonte da infecção ainda não é conhecida, muitos residentes têm de ficar de quarentena. E outros têm de evitar sair de casa”, começou por admitir a deputada. “No entanto, para fazer face às medidas de resposta aos casos comunitários, muitos negócios tiverem de suspender o seu funcionamento e os empregados ficaram sem trabalhar novamente”, alertou.

Num cenário em que os rendimentos são cada vez mais reduzidos e em que as medidas do Governo de combate à pandemia impedem o funcionamento da economia, Ella Lei aponta que há que “aliviar o fardo carregado pelas empresas e residentes”.

A deputada pede assim um novo “plano de apoio pecuniário aos trabalhadores, aos profissionais liberais e aos operadores de estabelecimentos comerciais”, ou seja, a medida de distribuição de 10 mil patacas a cada trabalhador, em 2020, e que no ano passado ofereceu 10 mil patacas às pessoas com um rendimento anual inferior a 144 mil patacas.

“Devido ao impacto profundo da pandemia, muitas empresas e os rendimentos dos trabalhadores estão suspensos, além disso a duração da suspensão é incerta. Será que o Governo já ponderou em que moldes vai lançar o plano de apoio pecuniário aos trabalhadores, aos profissionais liberais e aos operadores de estabelecimentos comerciais”, perguntou. “E será que este ano pode baixar as exigências para a distribuição do apoio aos residentes, para incluir mais pessoas que foram obrigados a ficar de layoff, ou que viram os salários reduzidos?”, questionou.

Desempregados crónicos

Além da ajuda aos empregados em layoff, Ella Lei indica que há cerca de 2.500 pessoas desempregadas há mais de setes meses, apesar de procurarem activamente trabalho. A estes, juntam-se ainda 1.500 pessoas que estão no desemprego há mais de um ano. A legisladora quer saber se estas pessoas vão ter apoios especiais.

“A pressão económica entre os desempregados e as famílias está a tornar-se enorme. Será que o Governo pode reforçar as medidas de apoio para estes desempregados?”, perguntou. “E em que moldes vão criar os novos apoios para estes grupos?”, questionou.

Actualmente, quem estiver desempregado pode pedir um subsídio de 150 patacas por dia, com um limite máximo de 90 dias, o que resulta em 13.500 patacas. Recebido esse montante, tem de esperar até ao próximo ano para poder voltar a receber o subsídio.

23 Jun 2022

Teste em massa | Governo anuncia nova que ronda começa esta manhã

A partir das 9h de hoje, os residentes têm de realizar mais um teste de ácido nucleico. Ontem, os casos confirmados subiram para 71, com 11 ocorrências detectadas durante os testes de antigénio

 

As autoridades anunciaram a realização de mais um teste em massa a toda a população, que começa esta manhã e se prolonga até à meia-noite do dia 25, ou seja, depois das 23h59 de amanhã. O anúncio foi feito na tarde de ontem, na habitual conferência sobre a evolução da pandemia e, até ao fecho desta edição do HM, existiam 71 casos confirmados.

Entre os casos identificados ontem, alguns foram detectados durante a realização dos testes antigénio, ou seja, os testes rápidos. Segundo Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, até às 16h, cerca de 373 mil pessoas tinham feito o teste e declarado os resultados. Entre estas, houve 31 declarações com resultados positivos, mas apenas 11 casos foram confirmados. Isto porque 18 se enganaram a declarar o resultado, e dois infectados fizeram uma declaração positiva que foi contabilizada duas vezes.

“Vamos iniciar uma ronda de testes em massa no dia 23 de Junho, que começa às 9h e que vai durar até à meia-noite de 25 de Junho, o que significa que vai ter a duração de 39 horas”, anunciou Alvis Lo. “Vamos tentar que até às 9h de sábado tenhamos todos os resultados”, acrescentou.

A necessidade de realizar mais de dois testes por semana, quando também contabilizado o teste rápido caseiro, foi justificada como um “contra-relógio” das autoridades. Segundo esta explicação, quanto mais testes forem feitos, maior a probabilidade de se detectarem os casos na comunidade. Além disso, explicou o director dos Serviços de Saúde, o teste rápido evita que pessoas contaminadas circulem pelas ruas.

O novo teste foi anunciado numa altura em que ainda decorria a realização de um outro teste para a população da “zona alvo”, ou seja, os habitantes do interior da zona delineada pelas artérias: Avenida Horta e Costa, Rua do Almirante Costa Cabral, Estrada do Repouso e Avenida do Almirante Lacerda. Para estas, o teste de ácido nucleico de ontem não foi cancelado. Porém, os Serviços de Saúde solicitaram que apenas agendem o novo teste para sexta-feira.

Seguem-se rápidos

Com a realização do teste em massa, vão ser distribuídos mais dois kits de testes rápidos, para serem utilizados mais tarde.

Outra novidade para a segunda ronda de testes em massa deste mês, passa pelo facto de os postos onde se pagava, como acontecia, por exemplo, no Hotel Grande Lisboa, passarem a estar disponíveis testes de forma gratuita.

Também ontem, foi anunciado que o Hotel England Marina Club, perto do hotel Pousada Marina Infante, no Cotai, vai começar a ser utilizado para quarentena. Até ontem, havia 2.246 pessoas nos hotéis designados em observação. A administração do Hotel Lisboeta anunciou igualmente que o espaço também vai passar a ser utilizado para a realização de quarentena.

Mais longe, está a utilização do Hospital de Campanha, na Nave dos Jogos da Ásia Oriental. Segundo Alvis Lo, o hospital temporário está preparado para receber casos graves da doença, e vai continuar a ser essa a sua finalidade.

Jantar da preocupação

Outra das informações do dia de ontem, foi o apelo geral das autoridades para que quem participou num jantar de casamento, no dia 18 de Junho, no Hotel Grand Lisboa Palace, entre em contacto com os Serviços de Saúde. O evento tem estado rodeado de polémica, uma vez que a informação disponibilizada pelas autoridades tem sido escassa, o que contrasta com a informação apresentada sobre os trabalhadores não-residentes do Myanmar.

Há três dias, foi mesmo colocada a pergunta sobre se a informação estava a ser guardada por ter participado no jantar um ou mais membros do Governo. A ideia foi recusada por Leong Iek Hou, que afirmou não olhar a nomes.

Contudo, ontem surgiu um apelo para que todos os convidados do evento se identificassem. O jantar é encarado como um “veículo de transmissão”, conta com quatro casos positivos, espalhados por mais de uma mesa. Além disso, o Governo não consegue aceder à lista de todos os convidados, porque não há registo, e não se conhece o número total de participantes.

A possibilidade de o banquete ter ultrapassado o limite de 400 pessoas, contando com os trabalhadores a prestarem serviço, também não foi afastada, o que implicaria uma violação das medidas de prevenção pandémica. Se o limite fosse ultrapassado, era exigido aos participantes que apresentassem um teste de ácido nucleico com resultado negativo para poderem entrar no evento.

Fim do ano lectivo

Devido ao surto mais recente e à impossibilidade de realização aulas presenciais, a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude anunciou o fim antecipado do ano lectivo. Segundo o representante da DSEDJ, Kong Chi Meng, as escolas do ensino não-superior têm elementos suficientes para fazer a avaliação dos alunos e terminar o ano lectivo, sem necessidade de recorrerem a um exame final. Ainda de acordo com o responsável a decisão foi tomada depois de ouvir as escolas.

Covid-19 | Mulher queixa-se de longa espera até isolamento

Uma mulher, cujo teste está integrado no conjunto das amostras com resultados preliminares positivos, queixou-se num grupo na rede social Facebook de um longo período de espera até chegar ao hotel para cumprir uma quarentena de dez dias. Esta residente descreve que, na noite de terça-feira, as autoridades informaram-na de que seria transferida de casa para o Centro Hospitalar Conde de São Januário para a realização da quarentena.

No entanto, esperou toda a noite, desde as 2h da manhã, por um autocarro, que só chegaria às 9h desta quarta-feira. A residente descreve também que, no hospital, havia um grande aglomerado de pessoas que esperavam há mais de dez horas pelo transporte para o hotel, além de que o local não era suficientemente arejado.

A publicação no Facebook, que é acompanhada por um vídeo, pede que as autoridades revejam a forma como estão a transportar pessoas para quarentena, alertando ainda para o risco, em matéria de saúde pública, de reunir muita gente num só espaço sem suficiente circulação de ar.

23 Jun 2022

Orçamento | Quase menos 2 mil milhões em apoios até Abril

Até ao final de Abril, o Governo gastou menos 1,83 mil milhões de patacas em “transferências, apoios e abonos” em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a Execução Orçamental. Segundo os dados disponíveis no portal da Direcção de Serviços de Finanças, no ano passado, até ao final de Abril, a despesa com “transferências, apoios e abonos” tinha sido de 17,61 mil milhões de patacas.

No entanto, até ao final de Abril do corrente ano, o valor não foi além dos 15,78 mil milhões de patacas, o que representa uma diminuição de 1,83 mil milhões de patacas, ou seja, 10,4 por cento.

O valor gasto em “transferências, apoios e abonos” representa uma taxa de execução de 28,2 por cento do montante orçamentado até ao mês de Abril para esta rubrica, que é de 55,96 mil milhões de patacas. O valor relatado ainda não tem em conta o valor distribuído com o cheque pecuniário que só deve ser contabilizado nos próximos meses.

Apesar do corte de quase 2 mil milhões de patacas, numa altura em que a economia atravessa um período mais complicado do que no ano passado, e com um novo surto, os apoios são muito superiores aos montantes de 2019, antes do surgimento da pandemia.

Em 2019, quando Fernando Chui Sai On ainda era o Chefe do Executivo, o Governo tinha gasto 9,43 mil milhões de patacas em “transferências, apoios e abonos”, o que significa uma diferença de 6,35 mil milhões de patacas face aos valores deste ano.

23 Jun 2022

Coutinho diz que actividade de Junkets não tem futuro em Macau

Pereira Coutinho considerou que a nova lei do jogo aprovada ontem irá levar à extinção da actividade dos promotores de jogo em Macau. Isto, defendeu o deputado, tendo em conta que o diploma prevê que cada promotor de jogo só possa exercer actividade com uma concessionária, tornando as duas figuras “concorrentes” entre si.

“Se calhar é melhor eliminar esta norma, porque [na lei] não há espaço para o desenvolvimento das actividades de promoção de jogo”, começou por dizer.

“No futuro, o promotor vai então concorrer com a concessionária, que tem os seus próprios panos individuais. Esta situação é muito parecida com a questão das comissões dos promotores. O senhor secretário disse que não quer alargar [a actividade] mas eles têm um desenvolvimento sustentável e querem ter mais clientes. Estamos a falar de trabalhadores que vão ficar sem salários. Não estou a entender porque é que aqui isto aparece de forma tão rigorosa e no passado era possível trabalhar com várias concessionárias. Se há acções ilegais podemos abrir um processo. Há dias dialoguei com alguns jovens que me disseram que vão desenvolver esta actividade no Japão e na Tailândia, porque a forma como a lei está redigida é para eles fecharem as portas”, acrescentou.

Na réplica, Lei Wai Nong explicou que apesar de a actividade dos promotores de jogo estar a ser regulada noutra proposta de lei, era obrigatório que no diploma aprovado ontem houvesse uma “menção geral” aos junkets. O secretário rejeitou ainda a ideia de que promotores de jogo e concessionárias sejam concorrentes e defendeu que a nova legislação “garante uma relação mais clara e evita interpretações sem limites”.

“São parceiros. Queremos que os promotores de jogo angariem clientes para servir melhor as concessionárias”, acrescentou.

Fantasmas do passado

Por seu turno, Adriano Ho, responsável máximo da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) justificou o articulado com “a necessidade de fiscalizar melhor a actividade” e com actos ilegais ocorridos nas salas VIP, que escaparam à intervenção das operadoras nos últimos 20 anos.

“No passado, houve casos criminosos que tiveram a ver com as actividades ilegais dos promotores. Então, para garantir o desenvolvimento sustentável e saudável do sector do jogo tivemos de adoptar medidas para fiscalizar as actividades dos promotores, porque nas salas VIP instaladas nas concessionárias pelos promotores (…) as operadoras não tiveram uma intervenção profunda (…), mas com esta lei as concessionárias passam a ter o dever de fiscalizar as actividades dos promotores”, vincou.

22 Jun 2022