Ho Iat Seng agraciado em Portugal com Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique

Foto GCS

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agraciou esta quinta-feira o chefe do Governo, Ho Iat Seng, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e desejou-lhe que consiga ser reeleito no próximo ano.

Marcelo atribuiu ao Chefe do Executivo da RAEM um símbolo da Ordem que se destina a distinguir “quem houver prestado serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua história e dos seus valores”.

Ho Iat Seng agradeceu ao Presidente português e sublinhou, nos momentos de cumprimentos que antecederam a reunião, após a qual não houve declarações à imprensa, que esta é a sua primeira visita ao exterior após a pandemia de covid-19 e, embora houvesse muitas propostas, “tinha de ser a Portugal”.

Foi nesse momento que Marcelo felicitou o chefe do Governo de Macau pelo lugar que desempenha e lhe desejou que venha a ser reeleito em 2024.

Discutida jurisdição

Este ponto da agenda oficial de Ho Iat Seng não esteve aberto a todos os jornalistas: a TDM e o Jornal Tribuna de Macau foram escolhidos por sorteio efectuado pelo Gabinete de Comunicação Social, pois apenas era permitida a cobertura por parte de um diário e um canal de televisão locais. Não houve declarações dos dois governantes no final.

Contudo, na quarta-feira, em declarações à Lusa proferidas num outro evento público, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que o encontro com Ho Iat Seng seria marcado pela discussão em torno do Direito vigente no território após 1999, e o ensino do português terão sido algumas das matérias abordadas.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que iria tratar com Ho Iat Seng de “questões importantes, que ele aliás tratará com o Governo português ainda mais especificamente”. “E que têm a ver com o respeito daquilo que é o Direito que foi acordado entre os países em 1999, também a sua aplicação em certa área territorial que é uma área que é importante para a expansão da RAEM, o estatuto daqueles que lá vivem, a experiência de convívio que existe, o apoio ao ensino do português em Macau, a expansão da Escola Portuguesa em Macau”, especificou.

“Portanto, há muitos assuntos importantes, e que são importantes por duas razões: um, são importantes nas relações entre Portugal e Macau; segundo, são importantes nas relações entre Portugal e China”, acrescentou.

Capitalizar diferença

Marcelo Rebelo de Sousa realizou uma visita de Estado à República Popular da China entre Abril e Maio de 2019, que começou em Pequim, passou por Xangai e terminou em Macau. No território, Marcelo repetiu a mensagem de que “a diferença” desta região administrativa especial é o que lhe dá valor, destacando a importância da presença da língua portuguesa. O Presidente da República referiu que a língua portuguesa é actualmente mais falada em Macau do que no tempo da administração portuguesa e manifestou a certeza de que irá permanecer após 2049.

No seu entender, “não é por causa da Lei Básica [da Região Administrativa Especial de Macau]”, que vigora desde 1999, que Macau é diferente: “A Lei Básica fala num prazo de 50 anos. O que são 50 anos para uma cultura milenar como a chinesa e para uma cultura de quase mil anos como a portuguesa? Não é nada”.

Esta quinta-feira Ho Iat Seng reuniu com António Costa, primeiro-ministro, e João Gomes Cravinho, do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). Também não houve direito a declarações no final destes dois encontros, que decorreram, respectivamente, no MNE e na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.  Lusa / A.S.S.

21 Abr 2023

Empreendedorismo | Lisboa quer maior união com Macau

Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, esteve ontem na Câmara Municipal de Lisboa onde assinou o Livro de Honra e reuniu com o presidente, Carlos Moedas. Moedas quer maior união na área das startups e empreendedorismo, tendo também destacado a importância da língua portuguesa. Ho Iat Seng lembrou a permanência do bilinguismo na Administração e no hemiciclo

 

Empreendedorismo, língua portuguesa e gestão municipal. São estas as áreas nas quais Lisboa e Macau podem cooperar no futuro. Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), recebeu ontem o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng e da comitiva que o acompanhou, tendo o governante assinado o Livro de Honra da CML.

No seu discurso, Moedas lembrou o papel cada vez maior que Lisboa desempenha na área das startups, de que a Fábrica de Unicórnios é um exemplo, espaço visitado pela delegação de empresários de Macau, e a Web Summit. “Lisboa está aberta a Macau, ao seu talento e às suas empresas”, disse.

Falando de Lisboa e de Macau como “cidades irmãs”, Carlos Moedas referiu a sua nomeação, em Outubro, para a presidência da União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa (UCCLA). “Vejo em Macau um parceiro fundamental no ensino da língua portuguesa na Ásia e sei que o interesse pela nossa língua cresce na China. Macau pode tornar-se num espaço central para o ensino desta língua emergente que caminha para os 300 milhões de falantes. Vejo também em Macau um parceiro fundamental para a cooperação entre as cidades do espaço lusófono.”

Moedas não esqueceu ainda o momento da transferência de soberania. “Durante todo este tempo, Macau serviu de ponte nesta ligação secular entre Portugal e a China. E foi em Macau onde assistimos à grandeza de um momento que marcou um passo fundamental na nossa ligação: a transferência de soberania para a República Popular da China. Este longo passado é um impulso para um futuro entre Lisboa e Macau.”

Tem bilingues

Ho Iat Seng, por sua vez, lembrou que, tanto na Administração, como na Assembleia Legislativa, existe ainda um bilinguismo vivo. “Temos 77 escolas do ensino não superior, 36 das quais onde se ensina a língua portuguesa. Quando estava na escola não havia muitas escolas que ensinassem português, mas depois com o surgimento do Fórum Macau surgiu uma necessidade constante e procura pelo ensino da língua. Surgiu, assim, um enorme interesse pela língua portuguesa em Macau e na China. Na AL temos todos os documentos em versão bilingue e agora o Governo continua com as duas línguas a funcionar.”

O Chefe do Executivo disse estar “grato” por Portugal ter fornecido, nos últimos anos, docentes e profissionais de língua portuguesa para as mais diversas áreas, do ensino à tradução. “Temos uma grande equipa de tradução para podermos manter esta máquina administrativa [a funcionar].”

Sobre 1999, Ho Iat Seng disse que se tratou “de uma manifestação da continuação da nossa amizade abençoada por uma cultura e laços de cooperação entre Macau e Portugal”. O Chefe do Executivo não deixou de referir ainda os “três anos de luta na pandemia”. “Ao longo dos últimos anos a economia sofreu muito, mas a vida da população foi assegurada. Com o apoio da República Popular da China temos vindo a controlar os preços das mercadorias e fomos bem-sucedidos, pois a inflação nunca foi além de um por cento”, frisou.

Sobre a área municipal, Ho Iat Seng fez referência às novas zonas urbanas. “Há sempre mais exigências e preocupações para a população, que exige que a rede viária seja boa, que haja abastecimento de gás natural. Vamos ter novas zonas urbanas e, com a tecnologia, poderemos facilmente acrescentar mais redes de canalização. Os serviços municipais de Lisboa podem servir Macau e fornecer mecanismos mais inteligentes para obtermos o reconhecimento da população. Digo sempre aos colegas que o vencimento já abrange esta parte das queixas”, ironizou.

A visita de ontem ficou ainda marcada por uma deslocação da comitiva de empresários à Fundação Champalimaud, na parte da manhã, onde foram apresentadas as últimas investigações na área do tratamento do cancro e neurociência.

21 Abr 2023

Área de controlo de viaturas em Hengqin entregue a Macau

Na madrugada de quarta para quinta-feira decorreu a cerimónia de entrega da área de controlo de automóveis de passageiros e de mercadorias na Zona do Posto Fronteiriço da Parte de Macau do Posto Fronteiriço Hengqin e das zonas contíguas (excepto a ponte de acesso entre a Universidade de Macau e o Posto Fronteiriço Hengqin), informou ontem o Gabinete de Comunicação Social.

Depois da aprovação pelo Conselho de Estado, a área em questão “foi oficialmente entregue à RAEM a partir das 00h do dia 20 de Abril de 2023, e será administrada de acordo com as leis da RAEM”, é apontado.

Foi assim dado mais um passo no processo de construção do posto fronteiriço entre Macau e Hengqin, onde serão criados “corredores permanentes de automóveis de passageiros e de mercadorias”, que permitem a passagem “one stop”.

Desta forma, os veículos podem parar “apenas uma vez no corredor para concluírem todos os procedimentos de verificação aduaneira, inspecção fronteiriça, inspecção sanitária e quarentena bilaterais”. O GCS conclui que o procedimento permite reduzir “com eficácia o tempo de passagem fronteiriça dos veículos entre Macau e Hengqin”.

Caminho que se segue

Após a entrega à RAEM da soberania sobre a área, “os respectivos departamentos de Guangdong e de Macau vão continuar o procedimento de montagem, bem como de ajustamento e teste, das instalações e equipamentos para a passagem fronteiriça”.

De seguida serão realizados “testes de stress da passagem fronteiriça” e diferentes tipos de exercício de emergência contra incêndios”, para garantir “uma operação segura, fluente e eficaz do corredor permanente e da sala para inspecção de passageiros dos veículos do Posto Fronteiriço Hengqin, após a sua entrada em funcionamento oficial”.

Terminada a fase que diz respeito à área de controlo de automóveis de passageiros e de mercadorias, fica a faltar a conclusão da extensão do Metro Ligeiro de Macau até à área do Posto Fronteiriço Hengqin, cuja construção prevê-se estar concluída no último trimestre de 2024.

20 Abr 2023

Estacionamento | Lam Lon Wai quer pagamento electrónico à distância

O deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau defende que os parques e parquímetros públicos devem incluir o pagamento à distância, assim como resolver vários problemas de software das máquinas de pagamento

 

O deputado Lam Lon Wai interpelou o Governo sobre a possibilidade de os parquímetros e parques de estacionamento públicos poderem ser pagos à distância. A questão foi colocada através de uma interpelação escrita divulgada ontem, pelo legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau.

De acordo com o deputado, nos últimos anos a procura pelos parques de estacionamento e parquímetros públicos foi cada vez maior. Segundo Lam Lon Wai, a tendência de procura crescente tem sido acompanhada pela melhoria de serviço. No entanto, o deputado faz eco de queixas históricas em relação aos parquímetros de Macau, nomeadamente com problemas técnicos na hora de pagar.

O legislador aponta ainda que não é possível fazer o pagamento remoto dos parquímetros, o que obriga as pessoas a terem de se deslocar sempre ao sítio onde têm o carro, para prolongar o tempo de estacionamento pago.

“Em Hong Kong o parque de estacionamento e os parquímetros podem ser pagos à distância através de aplicações móveis ou de carteiras electrónicas. Será que as autoridades de Macau vão considerar introduzir nos parques e parquímetros a opção de pagamento electrónico à distância?”, questiona o deputado.

Problema electrónico

Em relação aos problemas técnicos, Lam indica que vários residentes quando tentam pagar enfrentam situações como falhas no sistema, incapacidade das máquinas no reconhecimento da forma de pagamento e ainda o processamento muito lento do programa informático utilizado.

A isto junta-se o facto de muitos dos meios de pagamento electrónico mais populares não serem aceites em vários parquímetros. O legislador quer saber se estão a ser pensadas mudanças: “Nos últimos anos, em cerca de 50 parques de estacionamento geridos pela Direcção e Serviços para os Assuntos de Tráfego foram instaladas formas de pagamento sem contacto. Qual é a taxa de utilização desta alternativa”, pergunta.

“E quais foram os principais problemas identificados com a utilização deste sistema? Várias pessoas queixam-se que muitas vezes não conseguem pagar, que o dinheiro não é deduzido ou que é de deduzido numa quantia errada. Vão considerar melhorar o serviço?”, acrescenta.

20 Abr 2023

Hengqin | Novo centro de ciência e tecnologia em Julho

António Lei Chi Wai, director dos Serviços de Desenvolvimento Económico da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin anunciou no fórum de quarta-feira que as obras de interiores do novo Centro de Cooperação e Intercâmbio de Ciência e Tecnologia entre a China e os países de língua portuguesa estarão concluídas em Julho.

Este Centro “irá apoiar a introdução e promoção externa das empresas científicas e tecnológicas, além de servir de cooperação e intercâmbio nestas áreas ao mais alto nível entre entidades governamentais”.

Referindo que “Hengqin não é um deserto”, António Lei Chi Wai falou de infra-estruturas já existentes como a Praça Ponto Legend, em estilo Manuelino, um investimento da Macau Legend, o parque Chimelong, ou o “Novotown”, um empreendimento turístico com o Hengqin Hyatt Hotel e uma área de 1,47 milhões de metros quadrados. Não faltou na apresentação a referência ao Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação entre Guangdong e Macau, já com 86 empresas residentes, e o “Innovalley para os Jovens de Macau”, espaço com 130 mil metros quadrados e já tem 406 empresas.

Apelando a uma maior autonomia em matéria de gestão e administração, o responsável frisou que a entidade gestora da Zona de Cooperação pode actuar em 159 áreas de intervenção. “Hengqin pode dar novas oportunidades a Macau e aos países de língua portuguesa, nomeadamente a Portugal”, adiantou perante a plateia de empresários no âmbito da visita de Ho Iat Seng a Portugal.

20 Abr 2023

IPIM | Investidores devem olhar para Macau como parte da Grande Baía

O presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau disse na quarta-feira à Lusa que os investidores devem olhar para o território como parte integrante da Grande Baía, o que abre mais possibilidades de negócio.

“A China é um mercado gigante onde todos os investidores querem estar, mas têm de identificar bem o mercado, porque há várias plataformas consoante a região da China, e Macau está na plataforma que inclui Guangdong, Hong Kong e Macau, que será um importante centro económico no futuro”, disse U U Sang em declarações à Lusa à margem da “Sessão de Promoção de Investimento e de Turismo Macau Portugal”.

“Macau pode ser uma plataforma para expansão para toda essa zona, e como é a única região designada pelo governo chinês para a comunicação com os países de língua portuguesa, isso é muito importante” para os investidores que quiserem expandir-se para esta região chinesa.

Para U U Sang, o facto de Macau ser um território geograficamente pequeno não deve ser olhado como um impedimento ao investimento, precisamente porque o objectivo é que Macau não seja olhado individualmente, mas sim como parte de uma extensa região, a Grande Baía. “O espaço é diminuto, é certo, mas temos recursos e um projecto não precisa de ser implementado em Macau, um investidor pode, por exemplo, instalar o escritório em Macau e depois fazer o seu projecto numa das províncias adjacentes, tirando partido do facto de Macau fazer parte da Grande Baía”, argumentou.

20 Abr 2023

Vacinas | Chan Iek Lap quer privados a vender a turistas

O médico e deputado Chan Iek Lap defende que as clínicas privadas devem poder vender vacinas a turistas. A posição foi tomada ontem na Assembleia Legislativa, e justificada com o desenvolvimento do que apelidou de “Turismo + Vacinas”.

“Tendo em conta que o Governo está a envidar grandes esforços para promover o desenvolvimento de produtos de saúde e turismo, e que a vacinação é um dos importantes conteúdos, não sendo possível satisfazer todas as necessidades só com os serviços prestados pelas instituições médicas públicas e pelos hospitais privados, a participação dos médicos do sector privado é também necessária e inevitável”, justificou o médico, numa intervenção feita também em nome de Vong Hin Fai e Chui Sai Cheong.

Actualmente, as clínicas privadas estão proibidas de venderem vacinas, restrição justificada com medidas de segurança.

20 Abr 2023

Apoios | Deputados pedem subsídios de consumo

Song Pek Kei e Pereira Coutinho defendem que o Governo deve continuar a lançar subsídios de incentivo ao consumo interno. As posições foram tomadas ontem na Assembleia Legislativa, durante as intervenções antes da ordem no dia. No início da semana, o secretário para a Economia e Finanças fechou a porta a uma nova ronda do cartão de consumo.

Porém, ontem, Song Pek Kei, deputada ligada à comunidade de Fujian, apelou aos governantes para saírem à rua e ouvirem as pessoas. “Os dirigentes devem ir aos bairros comunitários para observar, ouvir as opiniões e sugestões da população. Há que, durante a retoma económica, lançar benefícios ao consumo, para promover a economia comunitária e atenuar a pressão causada pelos preços elevados, com vista a libertar o poder de compra dos residentes e a dinamizar a economia, assegurando-se, de forma mais eficaz, a qualidade de vida da população e a estabilidade social”, afirmou Song.

20 Abr 2023

Ensino | Deputados querem programas focados na segurança nacional

Ngan Iek Hang, Ma Chi Seng e Chan Hou Seng defenderam ontem na Assembleia Legislativa que as escolas e a comunidade escolar, com participação dos encarregados de educação, devem dar prioridade à educação nacional

 

Vários deputados apelaram ontem na Assembleia Legislativa à introdução de mudanças nos programas de ensino para dar ênfase à segurança nacional como tema central, principalmente entre os mais jovens. Os apelos foram feitos na sequência do Dia da Segurança Nacional, assinalado no passado dia 15 de Abril.

Ngan Iek Hang, deputado ligado aos Moradores, foi o mais claro na necessidade de reforçar do sistema educativo para dar prioridade à segurança nacional. O legislador considerou mesmo os currículos escolares devem abordar o tema em diferentes disciplinas.

“Sugiro que o Governo planeie, de forma global, os trabalhos de educação sobre a segurança nacional a realizar em Macau e desenvolva um sistema curricular de educação sobre a segurança nacional que envolva diferentes disciplinas e fases de aprendizagem, com a integração do conceito geral de segurança nacional”, disse o deputado.

Segundo Ngan Iek Hang, esta reforma educativa vai “cultivar, desde tenra idade, nos jovens de Macau, a consciência da segurança nacional e o conceito de amor pela pátria e por Macau”.

O legislador apontou ainda que o Governo tem o dever de “proporcionar mais recursos e apoio aos diversos sectores da sociedade, comunidades, escolas, famílias, entre outros, para incentivar todas as partes a trabalharem juntas, no sentido de construir um sistema de educação sobre a segurança nacional”.

Também Ma Chi Seng, deputado nomeado por Ho Iat Seng, considerou necessário “reforçar mais o ensino sobre o amor dos jovens pela pátria e por Macau”. “Os jovens são o futuro de Macau e a principal força para salvaguardar a segurança nacional”, afirmou. “O Governo e os diversos sectores da sociedade devem continuar a manter uma estreita cooperação, promover a integração dos jovens no desenvolvimento nacional e implementar as exigências apresentadas pelo Chefe do Executivo […] de enraizar nos jovens a ideia de defesa da segurança nacional, desde pequenos”, completou Ma Chi Seng.

Ataques internacionais

Por sua vez, Chan Hou Seng, afirmou que o trabalho de segurança nacional “depende de todos nós”. “Atendendo à mudança constante da situação internacional, se a segurança nacional não for garantida, qualquer desenvolvimento não passa de palavras”, começou por apontar.

O deputado nomeado por Ho Iat Seng indicou de seguida que a segurança nacional tem de estar ligada às perspectivas de emprego dos mais jovens: “Defendemos a segurança nacional a todos os níveis, para consolidar o vigor da nação e os jovens conhecerem profundamente o caminho de desenvolvimento extraordinário da pátria e ligarem a sua carreira profissional ao destino do país”, vincou.

Chan Hou Seng disse também que todos devem participar na missão defina pelo Governo Central de “construção de um país socialista moderno com características chinesas”, onde considerou serem “indispensáveis a participação do povo e a democracia popular de processo integral”. Porém, na intervenção na Assembleia Legislativa, não definiu o que se entende por “democracia popular de processo integral”.

20 Abr 2023

Declaração Conjunta | Ho Iat Seng diz que acordo está a ser cumprido

Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, chegou ontem a Lisboa onde tem hoje encontros ao mais alto nível com o primeiro-ministro português, António Costa, o Presidente da República e o Ministro dos Negócios Estrangeiros. Na partida, do aeroporto de Macau, disse que a Declaração Conjunta tem sido cumprida “escrupulosamente” e falou dos objectivos a atingir com esta visita

 

O líder do Governo garantiu esta terça-feira à noite, à partida para uma visita a Portugal, que o acordo que resultou na transferência da administração do território para a China, em 1999, tem sido “cumprido escrupulosamente”.

Numa conferência de imprensa, Ho Iat Seng defendeu que “não houve qualquer mudança” no que toca ao respeito pela Declaração Conjunta Sino-Portuguesa, de 13 de Abril de 1987, que prevê a manutenção dos direitos, liberdades e garantias durante um período de 50 anos. “Não posso responder a todos os comentários feitos por todos os indivíduos”, disse Ho Iat Seng. “São a prova de que Macau é uma sociedade dotada de liberdades”, acrescentou o Chefe do Executivo.

O hemiciclo está a discutir uma revisão da lei relativa à defesa da segurança do Estado, que pretende punir crimes cometidos no exterior, abrangendo não apenas residentes, trabalhadores migrantes e turistas em Macau, mas também estrangeiros.

Questionado pelos jornalistas sobre o impacto desta revisão, Ho Iat Seng lembrou que não houve qualquer acusação ao abrigo da actual lei de segurança do Estado, aprovada em 2009, que tornou crimes actos de traição, secessão, sedição e subversão. “Viram algum impedimento ou restrição à liberdade humana?” perguntou o líder do Governo, que defendeu ter havido “especulações que criaram desentendimentos”.

Planos e objectivos

A acompanhar Ho Iat Seng na primeira deslocação ao exterior após a pandemia estará uma comitiva de 50 empresários locais, liderada pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, que irá visitar várias empresas em Portugal.

No seu discurso, Ho Iat Seng lembrou que esta viagem de dez dias à Europa inclui, além de Portugal, o Luxemburgo, a Bélgica e a sede da União Europeia.

“Escolher Portugal como o primeiro destino a visitar no estrangeiro visa aproveitar as novas oportunidades da conjuntura actual”, lembrou o governante, que passa pelo “impulsionar o aceleramento da construção” da plataforma comercial e a diversificação da economia. Destaca-se ainda “a grande importância que o Governo da RAEM dá à relação de amizade entre Macau e Portugal e ao desempenho do papel no apoio do intercâmbio e cooperação entre a China e Portugal”.

A nível político, decorrem hoje encontros com o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro de Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho. Inclui-se ainda uma visita à Embaixada da China em Portugal, a fim de trocar impressões sobre a expansão da relação de amizade entre Macau e Portugal.

A nível económico e empresarial pretende-se “o aprofundamento da cooperação em várias áreas” e mostrar em Lisboa “o desenvolvimento actual [do território] e as novas oportunidades em Macau”, bem como “apoiar o crescimento do sector comercial e o intercâmbio de jovens em Portugal”.

O Chefe do Executivo disse ainda ter esperança de aproveitar “a investigação feita por universidades de Macau” para desenvolver novos medicamentos, em cooperação com farmacêuticas portuguesas. “Acredito que, pelas vantagens de Portugal nas áreas da medicina, tecnologia de ponta e economia marítima, esta visita contribuirá para consolidar e reforçar as relações amigáveis entre Macau e Portugal”. Espera-se que “as empresas dos países de língua portuguesa possam aproveitar o papel de plataforma de Macau e desenvolver-se na Grande Baía e na Zona de Cooperação Aprofundada, de forma a expandir o mercado do Interior da China”.

Finanças e companhia

No Luxemburgo e Bélgica a agenda oficial inclui encontros com o primeiro-ministro luxemburguês, o vice-primeiro ministro da Bélgica, e representantes da União Europeia e das embaixadas da China nos dois países. O objectivo é “trocar opiniões sobre a economia e comércio, finanças, ciência e tecnologia, turismo e a mobilidade transfronteiriça, entre outros temas”.

Ho Iat Seng quer, na Europa, ver avanços em três áreas, como o “reforço das relações amigáveis”, o aprofundamento da cooperação e a exploração das “oportunidades de cooperação”. O governante entende que estes países têm “um bom desenvolvimento”, apresentando “experiências de sucesso nas áreas financeira, inovação tecnológica e infra-estruturas, que merecem ser alvo de análise, de estudo e de aprendizagem por parte de Macau de forma a ajudar a diversificação e desenvolvimento estável”.

20 Abr 2023

Governo afasta alteração à lei de prevenção da violência doméstica

O Governo afirmou não ter “qualquer plano de alteração da lei de prevenção e combate à violência doméstica”, por considerar “exitir um efeito positivo”, apesar de um aumento dos casos denunciados.

Desde a entrada em vigor da lei, em maio de 2016, os casos de violência doméstica aumentaram de 2.278 casos em 2017 para 2.666 em 2022, afirmou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, na resposta a uma interpelação da deputada Wong Kit Cheng, na Assembleia Legislativa (AL) de Macau.

No entanto, o número de casos classificados como suspeitos de violência doméstica, depois de avaliação profissional, diminuiu anualmente, de 96 casos em 2017 para 39 em 2022, mostrando que “a colaboração social e o mecanismo de comunicação”, previsto naquela lei, “têm um efeito positivo” e reforçam “a consciência da população sobre a suspeita de atos de violência doméstica”, indicou Elsie Ao Ieong.

A deputada Wong Kit Cheng defendeu ser “necessário e premente rever e aperfeiçoar oportunamente as respetivas disposições” legais e destacou os dados do Instituto de Ação Social (IAS), segundo os quais, até ao primeiro semestre do ano passado (2022), foram notificados 10.144 casos de violência doméstica e 381 casos suspeitos.

Por outro lado, Wong Kit Cheng indicou que a lei define “critérios exigentes para a aplicação de medidas coercivas, o que dificulta a repressão de atos de importunação”.

“O IAS tem estado continuamente a rever, analisar e discutir a situação sobre a implementação da Lei da Violência Doméstica, pelo que, de momento, não existe qualquer plano para alterar a lei em causa”, indicou a governante.

Elsie Ao Ieong salientou que a proteção da vítima “não está dependente de ação judicial contra o autor da violência”, acrescentando que os diversos serviços públicos prestam “medidas de proteção ou assistência”, incluindo acolhimento temporário das vítimas, assistência económica de urgência, acesso gratuito aos cuidados de saúde, assistência no acesso ao ensino ou ao emprego, prestação de aconselhamento jurídico, acesso a apoio judiciário urgente, entre outras.

O IAS proporciona cursos de formação para aumentar a capacidade dos técnicos “na identificação, avaliação e intervenção dos casos de violência doméstica e as devidas técnicas de tratamento”, elaborando planos de apoio das vítimas de curto, médio e longo prazo, disse ainda, destacando a atuação do Governo na prevenção e deteção da violência doméstica.

“O Governo da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] tem-se centrado na prevenção e deteção da violência doméstica, com o auxílio na resolução dos conflitos e disputas familiares, tendo intervindo em casos antes que estes se tornem em violência doméstica”, referiu.

18 Abr 2023

Câmara Municipal de Lisboa cedeu espaço para exposição de Macau

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) assegurou ao HM que a mostra “Sentir Macau, Sem Limites – Exposição de Macau em Lisboa” foi feita sem cobrança de qualquer valor por parte da Câmara Municipal de Lisboa.

“A organização da exposição e exibição do vídeo mapping na emblemática Praça do Comércio foram possíveis graças ao forte apoio da Câmara Municipal de Lisboa. A utilização da Praça do Comércio para a realização da promoção não acarretou honorários, dado tratar-se da cedência de um espaço público”, foi dito, em resposta escrita.

A DST não adiantou, contudo, qual o valor do orçamento global para a iniciativa “Sentir Macau Sem Limites – Promoção de Macau em Lisboa” que inclui, além da exposição no Terreiro do Paço, espectáculos nocturnos de video-mapping diários até sábado e sessões de promoção turística com uma forte componente empresarial.

Esta delegação de empresários, chefiada pela DST, contém “representantes das principais associações da indústria do turismo e das maiores operadoras de turismo e lazer integrado de Macau”. O ponto alto da agenda em Lisboa acontece hoje, com a realização da Sessão de Promoção Económica, Comercial e Turística em Lisboa.

Trata-se de um evento que decorrerá da parte da tarde [hora de Lisboa] organizado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau. Neste evento serão reveladas “as novidades da oferta de Macau”, prevendo-se a realização de “contactos com homólogos portugueses do sector turístico”. “Também está programada uma visita de familiarização aos recursos turísticos na grande Lisboa, entre outros”, acrescenta a DST na sua resposta.

Em sintonia

Recorde-se que, em plena pandemia, a DST decidiu fechar a representação que tinha em Lisboa, chefiada então por Paula Machado, passando a Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa a funcionar sem esta componente de promoção turística. Questionada sobre uma eventual reabertura dos escritórios em Lisboa, a DST promete “avaliar continuamente a evolução dos fluxos de visitantes da Europa, Portugal e outros mercados, enquanto prossegue com a promoção dos destaques do destino através das redes sociais e outros canais”.

“Os esforços promocionais presenciais serão fortalecidos em sintonia com a resposta dos mercados ao reforço dos transportes e infraestruturas auxiliares para ligações de longo curso a partir de Macau”, disse ainda a entidade.

18 Abr 2023

Comporta de marés | Raimundo Rosário avisa contra ilusões

O secretário avisou os deputados contra a criação de ilusões face à eficácia da barragem de marés no Porto Interior na resolução do problema das cheias. Anteriormente, Raimundo do Rosário tinha insistido que o projecto era pouco viável, e ontem voltou a abordar o tema, na sequência de uma interpelação oral do deputado Zheng Anting.

“Depois da conclusão da comporta de marés, e mesmo com a conclusão destas obras, ainda vamos ter inundações”, afirmou o secretário. No seguimento das declarações, Raimundo do Rosário recusou tomar uma decisão sobre a construção do projecto por considerar “que não é o tempo oportuno”.

Além disso, o membro do Executivo avisou os deputados que os trabalhos vão tornar o trânsito naquela zona caótico: “Com essas obras, e como as ruas são estreitas e têm um fluxo de circulação enorme, vamos ter muitos problemas no trânsito”, respondeu. “E depois vou ter outro problema, porque os deputados se vão queixar do trânsito”, acrescentou.

18 Abr 2023

Pérola Oriental | Governo recusa alterar monumento

O secretário para os Transportes e Obras Pública recusou a ideia de deslocar o monumento da rotunda da Pérola Oriental, de forma a construir um cruzamento naquela zona. A posição foi tomada ontem na Assembleia Legislativa, numa sessão de interpelações orais dos deputados.

A proposta tinha sido apresentada pela deputada Lo Choi In, como forma de melhorar a condição do trânsito na rotunda da Pérola Oriental, que tem congestionamentos frequentes, uma vez que é o único ponto de ligação à Zona A dos Aterros e à Ilha Artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. No entanto, Raimundo não só recusou mudar o monumento da rotunda, como ainda negou que a situação do trânsito seja tão caótica como a descrição da deputada.

“A situação de trânsito em Macau não é tão má quanto pensa”, começou por responder o secretário. “Não estamos a pensar deslocalizar o monumento, nem sequer temos esse plano. Queremos optimizar o trânsito na zona, o que foi feito através de um viaduto superior. E agora queremos vamos fazer uma nova ligação para a Zona A dos Novos Aterros, para melhorar o trânsito”, acrescentou.

Apesar dos planos apresentados pelo Governo, vários deputados como Zheng Anting, Che Sai Wang, mostraram-se muito preocupados com a situação do trânsito, face ao desenvolvimento da Zona A e as poucas ligações viárias.

18 Abr 2023

Economia | José Pereira Coutinho defende mais apoios à população

Após o secretário para a Economia e Finanças ter anunciado a indisponibilidade para lançar uma nova ronda do cartão de consumo de 8 mil patacas, Pereira Coutinho defendeu que a sociedade de Macau ainda atravessa uma fase em que todo o apoio é bem-vindo

 

O deputado José Pereira Coutinho defende que o Governo deve lançar mais uma ronda do cartão de consumo, mesmo que o valor não seja 8 mil patacas. Em declarações ao HM, o legislador ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) considera que o território ainda atravessa uma fase em que “todo o apoio é bem-vindo”.

“É uma pena [se não houver mais uma ronda do cartão de consumo]. Não é em três meses que se consegue recuperar de três anos com implementação de medidas gravosas pandémicas”, reagiu José Pereira Coutinho, face às declarações do secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong. “Todo o apoio é bem-vindo, as pessoas utilizam os cartões de consumo para comprar bem essenciais. Além de ajudar as pequenas e médias empresas, também consegue aliviar as dificuldades das famílias”, acrescentou.

Na segunda-feira, em resposta a uma interpelação de Pereira Coutinho, o secretário indicou que a “recuperação económica já está mais estável e melhor do que previsto”, por isso, o Governo considera não ter “condições para atribuir mais oito mil patacas através do cartão de consumo”.

Dificuldades escondidas

No entanto, na perspectiva do deputado, o cenário económico ainda coloca muitos desafios à população. “Muitas famílias estão em dificuldades financeiras, devido à perda de trabalho dos familiares mais próximos. As pequenas e médias empresas têm enormes dificuldades de sobrevivência, porque as rendas são extremamente elevadas, após o levantamento das restrições pandémicas”, indicou.

O aumento generalizado dos preços é outro problema para quem vive no território e Coutinho fala em casos de pobreza escondida. “A inflação está a disparar. Com todo o devido respeito, as estatísticas oficiais não reflectem a realidade social, nomeadamente a muita pobreza envergonhada”, afirmou.

“Os que mais sofrem são as camadas mais vulneráveis da sociedade, como os idosos, em especial os acamados, as pessoas com deficiências, as famílias monoparentais, os desempregados, os trabalhadores com doenças crónicas, que têm todos os meses dificuldades para pagar as despesas fixas, como a electricidade, gás, águas e os transportes. Não são situações fáceis”, acrescentou.

18 Abr 2023

Governo “sem condições” para lançar novo cartão de consumo

O Governo de Macau disse hoje não ter condições para atribuir mais oito mil patacas a cada residente, lembrando estar ainda em vigor um plano para aliviar o impacto da pandemia de covid-19.

“A recuperação económica já está mais estável e melhor do que previsto (…). Neste momento, não temos condições para atribuir mais oito mil patacas através do cartão de consumo”, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, na Assembleia Legislativa.

O Governo já injetou no mercado, até ao dia 10 deste mês, “um montante total de cerca de 9.794 milhões de patacas, gerando um efeito benéfico global de cerca de 13.927 milhões de patacas, o que impulsionou eficazmente o mercado de consumo e mitigou os efeitos da epidemia sobre a vida da população”, disse o responsável, na resposta a uma interpelação apresentada pelo deputado José Pereira Coutinho e que suscitou perguntas idênticas de vários deputados.

No ano passado, o Governo atribuiu a “Terceira ronda do plano de benefícios de consumo por meio eletrónico contra a epidemia” e o “Plano de subsídio de vida para aliviar o impacto negativo da epidemia nos residentes da Região Administrativa Especial de Macau em 2022”, sendo que este último está em vigor até ao fim do mês de junho, acrescentou.

Lei Wai Nong defendeu a ação dos planos, “em termos de estabilização da economia de Macau, do apoio às pequenas e médias empresas na continuidade da exploração das suas atividades, bem como de garantia do emprego para os residentes locais”.

Pereira Coutinho defendeu que um novo cartão de consumo podia ajudar muitas famílias, afetadas sobretudo pelo desemprego.

O secretário lembrou duas medidas para “aliviar a pressão económica dos residentes e estimular o consumo”: a contribuição pecuniária atribuída anualmente a cada residente permanente e não permanente, de dez mil seis mil patacas, respetivamente, e a devolução de 60% do valor da coleta do imposto profissional referente a 2021, até ao limite de 14 mil patacas.

“O Governo vai analisar de forma dinâmica a situação económica de Macau para assim garantir a subsistência e o emprego da população e também a sobrevivência e negócios das empresas”, declarou Lei Wai Nong.

“A posição, a atitude do Governo mantém-se inalterada”, disse, lembrando que “em relação aos grupos mais vulneráveis, Macau já dispõe de um bom regime de segurança social que permite prestar-lhes o apoio necessário”.

18 Abr 2023

Trabalho | Cônsul-geral do Vietname reuniu com Ho Iat Seng

O Cônsul-geral do Vietname em Hong Kong e Macau, Pham Binh Dam, esteve em Macau no fim-de-semana e reuniu com o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, na primeira visita do diplomata ao território desde a reabertura pós-pandemia. Em comunicado, o diplomata adiantou que em cima da agenda estiveram assuntos como comércio externo, trabalho, turismo e investimento.

Pham Binh Dam considera que a população de Macau tem uma predilecção especial por produtos vietnamitas, e que os trabalhadores oriundos do Vietname têm dado uma contribuição positiva para a economia de Macau e participado activamente nas actividades culturais da região. O diplomata aproveitou a ocasião para agradecer ao Governo de Macau pelas condições favoráveis que beneficiaram os vietnamitas que trabalham e vivem na RAEM, em especial durante os tempos árduos da pandemia.

O responsável aproveitou ainda para se encontrar com os dirigentes associativos que representam vietnamitas, que revelaram que a comunidade conta actualmente com 7.000 pessoas, menos de metade do verificado antes da pandemia, e que auferem salários médios entre as 5.000 e as 10.000 patacas mensais.

O cônsul terá também feito algumas sugestões às autoridades de Macau, que passam pelo aumento do número de trabalhadores vietnamitas na RAEM, o reforço da cooperação económica, com eventos organizados nos dois territórios, e a coordenação para resolver problemas urgentes relacionados com vistos de trabalhadores e visitantes oriundos do Vietname.

Participaram também nos encontros representantes do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau. O diplomata reuniu ainda com responsáveis da Galaxy Entertainment Group e da Melco Resorts & Entertainment Limited.

17 Abr 2023

PCC | Revelados dirigentes do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau

O novo gabinete para os assuntos de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China começa a ganhar forma. Xia Baolong irá transitar para o novo órgão que será liderado por Ding Xuexiang. O novo gabinete deverá incluir o ministro dos Negócios Estrangeiros Qin Gang, o ministro da Segurança Pública Wang Xiaohong e os membros do politburo Shi Taifeng e Chen Wenqing

 

O novo gabinete para os assuntos de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC) vai ganhando contornos, depois da sua criação ter sido anunciada em Março. O órgão que irá substituir o anterior gabinete, que estava sob a alçada do Conselho de Estado, reforça o controlo do Comité Central do partido sobre as regiões administrativas especiais.

Segundo notícia avançada no domingo pelo South China Morning Post (SCMP), Pequim deverá nomear seis veteranos do PCC com as missões de supervisionar as questões relacionadas com segurança e desenvolvimento.

Como o jornal da região vizinha já havia indicado, Ding Xuexiang, membro do Comité Permanente do Politburo, irá liderar o novo organismo. Xia Baolong, que já ultrapassou a tradicional idade da reforma, irá transitar do antigo gabinete para a nova estrutura enquanto número dois de Ding Xuexiang, para garantir uma transferência suave do controlo do órgão da esfera ministerial para o núcleo-duro do PCC.

O SCMP acrescenta que o novo gabinete irá integrar mais quatro altas personalidades partidárias, duas do Politburo do PCC e duas do Conselho de Estado.

Os dois membros do Politburo são Shi Taifeng, director do Departamento de Trabalho da Frente Unida e vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e Chen Wenqing, secretário da Comissão Central de Política e Assuntos Jurídicos (o principal órgão que supervisiona as autoridades de segurança responsáveis pela aplicação da lei).

Figuras de peso

Os dois conselheiros de Estado que vão integrar o gabinete serão o ministro da Segurança Pública e número dois de Chen Wenqing, Wang Xiaohong, e o ministro das Relações Exteriores Qin Gang.

Fonte ouvida pelo SCMP aponta a integração como uma das prioridades para o novo órgão. “O desenvolvimento será o tema principal deste organismo, e a principal tarefa de Ding será impulsionar a integração de Hong Kong e Macau no país, ao abrigo do projecto da Grande Baía”, refere a fonte ouvida pelo SCMP. Outra das funções do gabinete será prestar atenção próxima aos aspectos de segurança das regiões administrativas especiais.

O jornal da região vizinha cita uma fonte que, apesar de confirmar o elenco que deverá compor o novo gabinete, indica que ainda não foi tomada uma decisão final quanto a todos os nomeados.

17 Abr 2023

SimplePay | Ron Lam critica taxas do sistema

O deputado Ron Lam criticou ontem as taxas de 0,8 por cento que são cobradas em todas as transacções feitas com a aplicação móvel SimplePay.

O legislador sublinhou a discrepância de taxas, argumentando o valor cobrado em Macau é quase o triplo do cobrado no Interior, onde a taxa é de 0,3 por cento, sem que haja realmente alternativas. Ron Lam insistiu ainda que o valor prejudica em particular as pequenas e médias empresas do território.

A posição foi tomada depois de Lei Wai Nong ter indicado que “os serviços SimplePay são utilizados em mais de 90 por cento dos locais de venda a retalho”. Por sua vez, Ma Io Fong indicou estar preocupado com o facto de os turistas do exterior não estarem tão disponíveis para utilizar os meios de pagamento locais. Por isso, deixou o desejo que o Governo conseguia mudar os hábitos de quem visita a cidade.

17 Abr 2023

Consumo | Coutinho preocupado com subida dos preços

O deputado José Pereira Coutinho mostrou-se ontem preocupado com a subida dos preços, principalmente o gás, e considerou que são alterações que estão a obrigar os mais velhos a regressarem ao mercado do trabalho.

“Com a impossibilidade de arranjar emprego e a perda de fontes de rendimento, o aumento constante do índice de preços no consumidor agravou ainda mais a situação dos residentes”, atirou.

“Por exemplo, segundo os dados oficiais, em 14 de Fevereiro de 2023, o preço do gás natural (para os clientes residenciais) aumentou mais de 8 por cento, e o preço das botijas de gás butano (13,5 kg) aumentou 36 por cento, de 199 patacas, em 2018, para 270 patacas”, exemplificou.

Neste contexto, Coutinho revelou que “muitos funcionários públicos da linha da frente e das categorias mais baixas têm de procurar emprego depois de se aposentarem aos 65 anos, só para conseguirem parcos rendimentos para suportar as despesas do dia-a-dia”.

17 Abr 2023

Hong Kong | Secretário destaca regresso de turistas

O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, destacou ontem a importância do regresso dos turistas de Hong Kong e sequente impacto para a economia local, com o aumento do consumo.

“A data de 8 de Janeiro foi muito importante para nós, porque estivemos três anos sem muita abertura. Mas, a 8 de Janeiro [com o fim das exigências de quarentena] surgiram novas oportunidades”, afirmou Lei Wai Nong. “Com o regresso dos turistas, em comparação com 2019, temos uma recuperação de 58 por cento a nível do turismo. O regresso dos turistas de Hong Kong é satisfatório e contribuiu mais para a economia. Eles são importantes porque compram mais lembranças”, acrescentou.

Por outro lado, o secretário indicou que em algumas zonas da cidade até há mais turistas do que antes da pandemia. “Acho que na Rua do Cunha, neste momento, temos mais turistas do que em 2019. No último sábado foi registado um novo recorde este ano, com a entrada de mais de 98 mil turistas num único dia”, informou.

Lei Wai Nong adiantou ainda que actualmente há um novo perfil do turista típico que visita Macau. “Sabemos que neste momento os turistas são mais jovens. A maior parte dos turistas tem entre 18 e 35 anos. E estes consomem mais em Macau”, revelou.

17 Abr 2023

Desemprego | Lei Wai Nong diz que o pior já passou e traça cenário positivo

O secretário para a Economia e Finanças foi ontem à Assembleia Legislativa responder a questões de deputados sobre o panorama económico do território. O governante relevou que a taxa de desemprego deve cair para 3,9 por cento, depois de ter atingido 5,5 por cento entre Junho e Agosto do ano passado

 

A situação do desemprego na sequência de uma das mais graves crises económicas sentidas no território foi um dos grandes temas que esteve em discussão ontem na Assembleia Legislativa, no âmbito de uma sessão de respostas a interpelações orais dos deputados por membros do Governo. No entanto, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, garante que Macau já ultrapassou a pior fase da recessão e que a taxa de desemprego está a ser reduzida gradualmente.

O tema foi trazido para a sessão por Ella Lei, deputada ligada aos Operários, que sublinhou os desafios encontrados por idosos e pessoas com deficiências no acesso ao mercado do trabalho.

No entanto, José Pereira Coutinho, legislador ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau, levou a questão mais longe ao destacar um problema transversal à sociedade. “Recebi muitas pessoas desempregadas com idades entre os 30 e os 40 anos. E estamos a falar de cerca de 40 famílias que envolvem cerca de 100 pessoas. Onde vão agora arranjar um emprego?”, questionou José Pereira Coutinho.

“No dia 16 de Abril, o Chefe do Executivo veio à Assembleia Legislativa e anunciou a distribuição da comparticipação pecuniária. Mas não chega, estas pessoas precisam de ajuda”, sublinhou.

O deputado considerou mesmo que o contrabando de produtos entre Macau e o Interior tem como motivação a falta de dinheiro da população para fazer face às despesas diárias. “As pessoas fazem contrabando nas Portas do Cerco porque precisam de viver. Até as crianças têm de fazer contrabando porque têm de viver”, atirou.

Em resposta a Coutinho, Lei Wai Nong indicou que o pior período a nível do desemprego aconteceu no ano passado, entre Junho e Agosto: “Foi a época mais difícil para nós, porque a taxa de desemprego atingiu os 5,5 por cento”, reconheceu.

Contudo, Lei indica que a situação está a sofrer alterações para melhor. “Desde Janeiro a Março vimos que a taxa de desemprego sofreu uma redução para 4,1 por cento. E há uma nova tendência que pode levar a uma nova queda da taxa de desemprego para 3,9 por cento”, acrescentou. “Desde Março que começaram a ser contratados mais trabalhadores. Vemos esses dados diariamente para termos uma base científica para as nossas decisões”, reforçou.

Questões complicadas

Por sua vez, Lo Choi In perguntou se o Governo tinha planos para prolongar o subsídio de emprego, que actualmente tem um limite máximo de três meses por ano, para seis meses por ano.

A deputada justificou que a maior parte das pessoas que fica sem emprego demora, em média, quatro meses para conseguir um novo trabalho, pelo que fica sem rendimentos durante esse período e com despesas por pagar. A questão não teve uma resposta directa do secretário, que se limitou a responder que o Governo está empenhado em “criar oportunidades” de emprego para os desempregados.

Sobre a situação dos idosos e pessoas com deficiências, Lei Wai Nong apontou como solução um aumento das qualificações dessas pessoas e o reforço da “confiança”. “O problema do desemprego estrutural para estas pessoas [idosos e com deficiências] é resolvido quando se ajustar a mentalidade da sociedade e se elevar a sua capacidade profissional. Com uma maior capacidade vão ter mais oportunidades de emprego e uma maior confiança no acesso ao emprego”, afirmou Lei.

Por outro lado, o secretário reconheceu que a condição física deste segmento da população pode representar desafios no acesso ao mercado de trabalho. “Muitas vezes os empregos exigem uma grande força física. O insucesso na procura de emprego prende-se principalmente com a condição física”, informou.

Lei Wai Nong defendeu também os trabalhos feitos pela Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) na busca de uma solução para o desemprego estrutural. “A DSAL tem lançado muitas acções de apoio, para elevar a capacidade profissional dos desempregados. Também tem prestado formações técnicas, para que as pessoas se inteirem da situação actual do mercado laboral”, considerou.

17 Abr 2023

UE | Ho Iat Seng no Luxemburgo e Bélgica depois de ir a Portugal

Depois da visita a Portugal, o Chefe do Executivo e uma delegação de representantes do Governo e empresários da RAEM vão passar pelo Luxemburgo e Bélgica, regressando a Macau no dia 27 de Abril. Segundo o Gabinete de Comunicação Social, as visitas têm como objectivo “reforçar e aprofundar a cooperação e os contactos económicos, comerciais, turísticos, na área do ensino e da cultura, como também promover Macau junto da Europa”.

No Luxemburgo, Ho Iat Seng os membros da delegação terão um encontro com o primeiro-ministro e também ministro do Estado, das comunicações e da comunicação social, dos assuntos religiosos, para a digitalização e da reforma administrativa, Xavier Bettel.

O périplo pela Europa termina com uma visita a Bruxelas, na Bélgica, onde a delegação do governo visitará a sede da União Europeia (UE) e terá encontros com o vice-primeiro ministro e ministro da economia e do trabalho da Bélgica, Pierre-Yves Dermagne, e o ministro presidente do governo da região de Bruxelas, Rudi Vervoort, e representantes da UE.

A delegação do Governo integra ainda o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Hoi Lai Fong, a chefe do gabinete do secretário para a Economia e Finanças, Ku Mei Leng.

Durante a ausência de Ho Iat Seng, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, irá exercer interinamente as funções de Chefe do Executivo.

17 Abr 2023

Wong Kit Cheng quer segurança nacional nos currículos escolares

Foram vários os políticos locais que juntaram as suas vozes aos discursos oficiais de celebração do “8.º Dia da Educação da Segurança Nacional”, enaltecendo eventos como a “Exposição sobre a Educação da Segurança Nacional”, inaugurada no sábado no complexo do Fórum Macau.

A deputada Wong Kit Cheng afirmou ao jornal Ou Mun o Governo da RAEM deve estudar a possibilidade de incluir nos currículos escolares disciplinas que se debrucem sobre a educação e a segurança nacional. A representante da Associação Geral das Mulheres de Macau defende a importância de estabelecer uma forte consciência de defesa da segurança nacional desde a infância, através de organização de aulas e publicação de materiais didácticos dedicados ao tema, e pela formação de professores.

Por seu lado, o director dos Serviços de Saúde e presidente da Federação de Juventude de Macau Alvis Lo garantiu que a associação que lidera “vai continuar a orientar os mais jovens para aprenderem aprofundadamente o espírito do 20.º Congresso Nacional e das duas sessões, concretizando o princípio essencial de Macau governada por patriotas e a perspectiva geral da segurança nacional”. A opinião do director dos Serviços de Saúde foi também expressada ao jornal Ou Mun.

O responsável demonstrou total apoio, em nome da Federação de Juventude de Macau, aos esforços do Governo de Ho Iat Seng para aperfeiçoar consecutivamente o regime jurídico da defesa da segurança nacional e o seu mecanismo executivo. Além disso, Alvis Lo sublinhou a importância de “reforçar a educação juvenil do amor à pátria e a Macau”, através de visitas à exposição de segurança nacional, organização de palestras.

Anda no ar

O jornal Ou Mun ouviu um naipe de deputados, entre os quais Vong Hin Fai que destacou que a segurança nacional tem influência directa nos interesses essenciais da nação chinesa, mas também envolve os interesses fundamentais da RAEM.

Também Si Ka Lon apelou a todos os sectores da sociedade para que se comprometam com o conhecimento actualizado das circunstâncias referentes à segurança nacional e que tenham a defesa do Estado como valor fundamental.

O deputado ligado à comunidade de Fujian acrescentou que a população de Macau deve estar atenta à evolução dos contextos que influenciam a segurança nacional, de forma a contribuir para a construção de um país socialista moderno, promovendo o grande rejuvenescimento da nação chinesa e o desenvolvimento próspero de Macau.

17 Abr 2023