Ultramarinos pedem criação de Academia sobre “Uma Faixa, Uma Rota”

A Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau defende a criação no território de uma “Academia Uma Faixa, Uma Rota”, durante uma reunião de recolha de opiniões para a elaboração das Linhas de Acção Governativa (LAG) do Executivo liderado por Sam Hou Fai. O pedido foi deixado pelo presidente da assembleia-geral da associação, Lao Nga Wong, que indicou a necessidade de atrair mais quadros qualificados para Macau.

De acordo com o comunicado oficial do encontro, Lao Nga Wong “a criação de uma academia de ciências ‘Uma Faixa, Uma Rota’ em Macau para atrair quadros qualificados de todo o mundo e construir uma equipa internacional de investigação científica”.

O empresário defendeu ainda a necessidade de explorar “os recursos turísticos da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”, para criar aquilo que considerou ser uma grande atracção tanto para os turistas como para os residentes.

Lao Nga Wong defendeu ainda a necessidade de o Governo apoiar a entrada em bolsas de valores de empresas de Macau que têm actividade no âmbito do desenvolvimento tecnológico.

Por sua vez, o presidente da direcção da associação, Bi Chi Kin, apelou ao Governo para “promover a inteligência artificial” de forma a criar mais ferramentas de auxílio da tomada de decisões.

Bi vincou também que Macau tem de assumir a “responsabilidade de difusão bidireccional das culturas chinesa e ocidental” e que devem organizar as “festividades tradicionais” do território no exterior, para “difundir o poder brando cultural”.

Mais grupos de trabalho

No âmbito da preparação das Linhas de Acção Governativa, Sam Hou Fai também recebeu a União Geral das Associações dos Moradores de Macau. Os dirigentes associativos pediram ao Executivo para criar um novo grupo de trabalho, para coordenar a realização de obras viárias nas estradas do território.

Chan Ka Leong, presidente da associação, solicitou ainda ao Governo que adopte orientações públicas para “tornar mais claros e aperfeiçoados” os planos de desenvolvimento das áreas da saúde e da investigação científica, tidas actualmente como chave para a diversificação da economia.

De acordo com um comunicado do Governo, a reunião com os Moradores, grupo que tem três deputados na Assembleia Legislativa, ficou igualmente marcada pelos agradecimentos e elogios da presidente da associação, Ng Siu Lai, à actuação do Governo e à distribuição de apoios sociais.

24 Fev 2025

Diplomacia | RAEM classificada como adversária externa pelos EUA

O documento assinado por Donald Trump faz várias acusações à China, justificadas com a segurança nacional norte-americana. Entre as consequências do memorando, destaque para a proibição de empresas de Macau investirem em certas indústrias americanas

 

A Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) foi classificada como “adversária externa” dos Estados Unidos da América (EUA), no memorando “América Primeiro: Política de Investimento”, assinado na sexta-feira por Donald Trump. A nova política tem como consequência a restrição a nível dos investimentos realizados nos EUA por companhias de Macau em áreas como desenvolvimento tecnológico, energia e agricultura.

A integração de Macau, assim como de Hong Kong, deve-se ao facto de fazerem parte da República Popular da China (RPC). Além das três jurisdições chinesas, Trump definiu igualmente como adversários externos Cuba, Irão, Coreia do Norte, Rússia e Venezuela.

O documento revelado na sexta-feira justifica as restrições ao investimento com a necessidade de assegurar o “interesse nacional” do país norte-americano: “O investimento a todo o custo nem sempre é do interesse nacional. Certos adversários estrangeiros, incluindo a República Popular da China, dirigem e facilitam sistematicamente o investimento em empresas e activos dos Estados Unidos para obter tecnologias de ponta, propriedade intelectual e influência em indústrias estratégicas”, acuso o documento. “A República Popular da China prossegue estas estratégias de diversas formas, tanto visíveis como ocultas, e muitas vezes através de empresas parceiras ou fundos de investimento em países terceiros”, é acrescentado. Em nenhum momento do memorando surgem especificados quaisquer investimentos acusados de roubo de propriedade intelectual ou obtenção da tecnologia de ponta.

No documento consta ainda que a “segurança económica é segurança nacional” e que como a “RPC não permite que as empresas dos Estados Unidos se apoderem das suas infra-estruturas críticas, os Estados Unidos não devem permitir que a RPC se apodere das infra-estruturas críticas dos Estados Unidos”.

Obstáculos à economia

Até ontem, o documento e a classificação da RAEM como adversária externa dos EUA não tinha resultado em nenhum tipo de reacção por parte do Executivo local. No entanto, o Ministério do Comércio alertou que a nova situação vai criar vários obstáculos à cooperação internacional. “A decisão dos EUA de publicar o memorando ‘América Primeiro: Política de Investimento’ afecta seriamente a cooperação económica e comercial normal entre empresas chinesas e norte-americanas”, afirmou um porta-voz não identificado do Ministério do Comércio chinês, numa mensagem publicada através da Agência Estatal chinesa Xinhua e do Diário do Povo.

A mesma fonte referiu que as novas políticas afectam seriamente o ambiente de negócios para as empesas chinesas investirem nos Estados Unidos e que são “discriminatórias”.

De acordo com a Lei Básica, as relações externas da RAEM são um assunto da responsabilidade do Governo Central. Todavia, a RAEM pode “manter e desenvolver, por si própria, relações, celebrar e executar acordos com os países e regiões ou organizações internacionais” em áreas como a economia, comércio, finanças, transportes marítimos, comunicações, turismo, cultura, ciência, tecnologia e desporto”.

24 Fev 2025

Bairros comunitários | Governo quer instalar desenhos animados

O Governo está a negociar com diferentes empresas a autorização para instalar diferentes figuras com desenhos animados nos bairros comunitários, para atrair para estes locais mais turistas.

A revelação foi feita ontem pelo secretário pelos Transportes e Obras Públicas, depois de ter sido questionado sobre as medidas para embelezar os bairros e os tornar mais atractivos para os turistas.

Na resposta ao deputado Wang Sai Man, Raymond Tam explicou também que o Governo tem como objectivo, no âmbito do embelezamento da cidade, remover os cabos aéreos da cidade. No entanto, a lentidão do processo valeu algumas críticas ao Executivo, como fez a deputada Lo Choi In, que até deu como exemplo o caso do Japão, onde os cabos eléctricos aéreos foram todos removidos.

21 Fev 2025

Trânsito | Deputado defende uso de carros eléctricos

O deputado Zheng Anting defendeu que a substituição de veículos a combustão por eléctricos vai levar a uma redução das temperaturas nas ruas de Macau, o que considerou positivo para o turismo.

As declarações foram prestadas ontem na Assembleia Legislativa, no âmbito de uma pergunta ao Executivo que pedia os planos para apostar numa maior adopção de veículos eléctricos no território.

Por sua vez, Raymond Tam, secretário para os Transportes e Obras Públicas, defendeu o trabalho do Governo no incentivo aos veículos eléctricos e explicou que 90 por cento dos autocarros dos complexos de entretenimento e hotéis utilizam veículos híbridos, que utilizam em parte energias alternativas e que houve vários incentivos para que os cidadãos optassem por comprar veículos eléctricos.

21 Fev 2025

Habitação | Raymond Tam garante construção de T2 e T3

O secretário admite que o objectivo do governo passa por criar um mecanismo de candidatura permanente para a compra de habitação económica e permitir que as famílias com casas pequenas possam mudar-se para outras maiores

 

O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, garantiu ontem que a política de habitação pública vai ter como prioridade a construção de apartamentos T2 e T3. A promessa foi deixada, ontem, na Assembleia Legislativa, onde esteve a responder às questões dos deputados.

“Na futura política de habitação pública vamos considerar a construção de mais habitações T2 e T3”, afirmou Raymond Tam, depois de ter sido confrontado com o facto de estes serem o tipo de habitação mais procurado pela população.

O secretário reconheceu que actualmente parte da população a viver em habitações económicas tem de lidar com o facto de os apartamentos vendidos se terem tornado demasiado pequenos com o crescimento das famílias. A habitação económica é um tipo de habitação vendida às pessoas a preços mais acessíveis face aos praticados no mercado.

Todavia, antes de se poder avançar com a construção de mais casas, Raymond Tam reconheceu que a solução de curto prazo vai ter de passar por criar um mecanismo em que as famílias a viverem num T1 ou T2 vão poder trocar para apartamentos com mais quartos. “No curto prazo, para resolver o problema, o podemos permitir a troca das fracções por outras maiores. É uma medida que pode ser tomada no curto prazo e que esperamos possa melhorar as condições habitacionais tanto nas habitações sociais como nas económicas”, indicou Tam.

As habitações sociais são um outro tipo de habitação pública para as famílias desfavorecidas, que são arrendadas pela Administração Pública com preços mais acessíveis do que os praticados no mercado privado.

Mudanças no preço

Ao longo da sessão, e com as mudanças no mercado privado, onde os preços são cada vez mais baratos, deputados como Leong Sun Iok, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), sugeriu uma redução dos preços da habitação económica.

“Actualmente, o preço da habitação privada e pública é praticamente igual, e isso influencia a vontade de comprar”, afirmou Leong. “A habitação económica só pode ser vendida no mercado ao fim de 16 anos, e com preços limitados, por isso deve ter preços acessíveis. Peço ao Governo para fazer uma avaliação sobre os preços actualmente praticados”, solicitou.

Um pedido semelhante foi apresentado pelo deputado Ron Lam: “temos de ter em conta a situação do mercado imobiliário que também está a sofrer mudanças”, vincou.

Por sua vez, Raymond Tam respondeu que a oferta de habitação na Zona A dos Novos Aterros vai ter em conta as mudanças no mercado, e garantiu que eventuais alterações estão “a ser analisadas”.

Sobre a possibilidade de haver um mecanismo permanente de compra de habitação económica, em vez dos residentes estarem limitados à abertura de concursos pelo Governo, Tam prometeu que essa vai ser a situação no futuro. No entanto, os planos devem demorar a ser implementados, devido à falta de casas disponíveis.

21 Fev 2025

APN | Sam Hou Fai reuniu com representantes de Macau

O Chefe do Executivo organizou um jantar para pedir aos representantes de Macau nos órgãos nacionais que sejam a “boa voz” do território. Em termos de política interna, solicitou a participação dos representantes na elaboração das Linhas de Acção Governativa

 

 

Sam Hou Fai pediu aos deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) e aos membros de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) que sejam a “boa voz” do território nas Duas Sessões, que deverão ocorrer próximas semanas. As Duas Sessões são as reuniões anuais da APN e do CCPPC e servem para apresentar as políticas para o corrente ano, em áreas como economia, defesa, comércio ou diplomacia.

O pedido do Chefe do Executivo foi feito durante um jantar com os representantes de Macau nos órgãos nacionais, que decorreu na noite de quarta-feira. No discurso Sam Hou Fai apelou aos representantes que apresentem as vantagens e necessidades de Macau “no novo desenvolvimento” para darem um “maior contributo para a construção de um país forte”, “revitalização da nação” e “progresso de Macau”.

O líder do Governo local insistiu igualmente na necessidade de promover o “desenvolvimento de Hengqin” bem como garantir “uma vida melhor dos residentes de Macau”.

Sam Hou Fai assegurou ainda que o Governo da RAEM presta “elevada homenagem a todos os deputados de Macau à APN e membros de Macau no Comité Nacional da CCPPC pela participação na governação do país, pela promoção do desenvolvimento de Macau, pela reflexão sobre os sentimentos e opiniões do povo e pela congregação do amor patriótico”.

Candidato com memória

De acordo com o comunicado oficial do Governo, Sam Hou Fai agradeceu a “atenção e apoio” dos representantes locais durante a “candidatura ao cargo do Chefe do Executivo” e “na organização do novo Governo”.

A nível interno, o governante apelou aos representantes que contribuam com “sugestões valiosas e apoio forte” para a elaboração das “linhas de acção governativa para o corrente ano”, as primeiras deste Executivo, que deverão ser apresentadas nas próximas semanas.

Em relação às LAG, Sam afirmou que o Governo “está a concentrar esforços para a elaboração” e que tem como objectivo “assegurar um bom começo [de governação] em todos os aspectos”.

O Chefe do Executivo revelou igualmente que “ao longo dos últimos tempos” tanto ele como a sua equipa “têm vindo a ouvir, de forma contínua e extensa, as opiniões e sugestões de todos os sectores da sociedade de Macau”. Sam Hou Fai considerou ainda que o processo dos encontros com as “associações e organizações” para elaboração das LAG tem sido “muito frutuoso e profundamente inspirador”. No entanto, deixou claro que só vai ouvir “associações patrióticas que amam Macau”.

21 Fev 2025

Burla | PJ alerta para falsos anúncios com deputados

A Polícia Judiciária (PJ) informou ontem o público sobre a existência de falsos anúncios de investimento nas redes sociais envolvendo figuras públicas, nomeadamente do meio empresarial e político, como Kevin Ho, membro de Macau à Assembleia Popular Nacional e sobrinho de Edmund Ho; Angela Leong, deputada e empresária ligada à Sociedade de Jogos de Macau, e ainda o deputado Chui Sai Peng.

Segundo uma nota da PJ divulgada ontem, esses falsos anúncios recorrem a estas personalidades para publicitar a obtenção de lucros fáceis “através de certas plataformas de investimento, induzindo os cidadãos a clicar em links que os levam a plataformas de investimento falsas para registar contas”. Desta forma, os burlões acabam por roubar os dados pessoais e retirar dinheiro das contas das vítimas.

A PJ alerta ainda para o “aumento de casos de fraude em investimentos nos últimos anos, em que os burlões recorrem a plataformas de redes sociais para atrair as vítimas”. Assim, com “diversas estratégias, promovem planos de investimento publicitando retornos elevados”.

No início, “algumas vítimas conseguem obter pequenos lucros e fazer levantamentos desses ganhos com sucesso, mas ao aumentarem o valor do investimento, descobrem que deixam de conseguir levantar o dinheiro, percebendo que foram enganadas”, descreve a PJ.

21 Fev 2025

Economia | Crescimento da China é oportunidade para PLP

O secretário-geral do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (PLP) defendeu ontem que o crescimento económico chinês vai criar oportunidades para o bloco lusófono.

“A China continua a ser um importante motor de crescimento económico mundial com boas perspectivas de cooperação com os países de língua portuguesa”, defendeu Ji Xianzheng, na recepção de Ano Novo Lunar do Fórum de Macau.

O crescimento económico da China atingiu em 2024 a meta de 5 por cento fixada por Pequim, mas alguns analistas afirmam que a economia está a expandir-se a um ritmo mais lento do que o indicado nas estimativas oficiais.

Num relatório divulgado em 16 de Janeiro, o Banco Mundial previu que a economia mundial deve crescer 2,7 por cento em 2025 e 2026 e disse que a desaceleração nos Estados Unidos e na China está a pesar no crescimento global.

Num discurso, Ji Xianzheng disse que “os esforços de Macau” na abertura ao exterior “trarão certamente novas oportunidades para a China e os países de língua portuguesa perante o aprofundamento da cooperação em vários domínios”. Em Abril do ano passado, o Fórum de Macau realizou a sexta conferência ministerial, durante a qual foi aprovado um novo plano acção até 2027, concentrado em novas áreas de cooperação, como a economia digital e a economia azul.

Apesar do optimismo, Ji Xianzheng sublinhou que “a promoção de uma cooperação abrangente de benefícios mútuos com os países de língua portuguesa está pendente dos esforços conjuntos dos dez países” que fazem parte do Fórum de Macau. A organização tem como membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe (desde 2017) e Guiné Equatorial (desde 2022).

Governo alinhado

O Fórum de Macau foi estabelecido em 2003, o mesmo ano em que Pequim designou a cidade como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa.

Na mesma cerimónia, o chefe do Executivo da região prometeu “apoiar plenamente” a organização, para aproveitar “as vantagens únicas” da cidade e “potenciar efectivamente Macau como interlocutor entre a China e os países de língua portuguesa”.

Sam Hou Fai garantiu que Macau irá “reforçar a abertura bilateral com os países lusófonos”, assim como “tomar uma postura mais aberta e inclusiva para intensificar os laços internacionais e aumentar a projeção e a atratividade globais”. Sam Hou Fai, que tomou posse em 20 de Dezembro, é o primeiro líder do Governo de Macau que domina a língua portuguesa.

20 Fev 2025

Economia | CE alerta para riscos de instabilidade internacional

O Chefe do Executivo (CE) alertou ontem para o perigo económico das tarifas impostas pela Casa Branca à China e o efeito na economia de Macau, muito exposta ao exterior. Numa reunião do Conselho para o Desenvolvimento Económico, Sam Hou Fai diz serem precisas respostas para os desafios que a economia chinesa atravessa

 

O líder da RAEM, Sam Hou Fai, lançou ontem um alerta para os tempos difíceis que se avizinham para a economia de Macau, durante a primeira reunião do ano do Conselho para o Desenvolvimento Económico. O Chefe do Executivo começou por afirmar que o mundo está a enfrentar o aceleramento de “grandes mudanças não vistas num século”, com a entrada “num novo período de mudanças turbulentas”.

O agravamento significativo do unilateralismo e proteccionismo dos últimos anos acrescentaram instabilidade e incerteza na economia global, especialmente em Macau enquanto “micro-economia altamente aberta ao exterior”, que “não pode ficar imune”. Além de destacar a crescente concorrência internacional ao principal sector do território, o turismo, Sam Hou Fai salientou o aumento das taxas aduaneiras impostas este mês pelos Estados Unidos (EUA) às importações chinesas. “A estratégia internacional do novo governo dos EUA e a incerteza das políticas em relação à China trazem-nos um novo impacto negativo”.

Também a nível nacional o panorama não é o mais optimista. “O funcionamento económico do nosso país continua a enfrentar muitas dificuldades e desafios, continuando a confrontar com certas pressões respeitantes nomeadamente à insuficiência de procura doméstica, às dificuldades de produção e exploração de algumas empresas, ao emprego e aumento do rendimento dos residentes”, indicou o líder do Governo.

Rol de dependências

Tendo em conta as fragilidades apontadas, Sam Hou Fai afirmou ser essencial “atenção redobrada e resposta adequada, uma vez que a economia de Macau tem como pilar a indústria de turismo e lazer integrado e está altamente dependente do mercado de visitantes do Interior da China”.

O governante voltou a apontar o dedo aos desequilíbrios estruturais da economia local com o “desenvolvimento exclusivo do sector de jogo como um único sector da economia”, admitindo que durante “um determinado período de tempo” será difícil alterar “substancialmente” esse cenário. Até lá, “os velhos problemas como escassez de recursos, estrutura única das fontes de turistas, desequilíbrio das receitas financeiras e insuficiência da capacidade de inovação, persistirão por resolver mais efectivamente”.

O Chefe do Executivo salientou também que a economia de Macau está “numa fase crucial de transição de um desenvolvimento de recuperação para um desenvolvimento de alta qualidade” e pediu a contribuição dos membros do Conselho para o Desenvolvimento Económico.

Porém, Sam Hou Fai mostra-se confiante que “a longo prazo a economia do Interior da China e o navio da economia do país irá certamente navegar no vento e quebrar as ondas para um futuro mais brilhante”. Para contornar as dificuldades económicas, o governante apontou para o cumprimento dos objectivos traçados pelo Governo Central para a RAEM, não defraudando as expectativas do Presidente Xi Jinping para o território.

“A grande pátria é, desde sempre, o nosso firme respaldo e, o ‘apoio do país e interligação com o mundo’ constituem, sem dúvida nenhuma, as maiores vantagens da RAEM”, afirmou Sam Hou Fai.

20 Fev 2025

IPIM | Macau ajudou três empresas de capitais lusos em Hengqin

O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM) de Macau disse à Lusa que ajudou três empresas de capitais portugueses a estabelecer negócios na zona económica especial da vizinha Hengqin. “Actualmente, existem três casos de investidores portugueses que obtiveram licenças comerciais na Zona de Cooperação [Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin]”, acrescentou o IPIM.

Numa resposta a questões enviadas pela Lusa, o instituto revelou que as três empresas de capitais portugueses estão a operar em “áreas como a consultoria jurídica e a gestão de projectos”. O IPIM disse que as empresas de Macau com investimento estrangeiro, de Portugal, Alemanha, República Checa e Austrália, representam cerca de 7 por cento dos pedidos recebidos para registo em Hengqin.

Em 6 de Fevereiro, o IPIM disse, em comunicado, que tinha recebido 100 pedidos de empresas de Macau, através de um serviço transfronteiriço de registo comercial na zona económica especial, com quase 90 já aprovados. O instituto disse à Lusa que os restantes processos ainda não foram aprovados porque “incluem casos em acompanhamento, à espera de documentos adicionais ou em que houve ajustamentos efectuados pelos próprios requerentes”.

As empresas de Macau com capitais estrangeiros “estão optimistas” quanto a aproveitar a zona económica especial para uma expansão no mercado do Interior da China, referiu o IPIM, no comunicado de 6 de Fevereiro.

Mais de 40 por cento das empresas de Macau que já apostaram em Hengqin estão envolvidas em indústrias de turismo e lazer integrados, saúde e bem-estar, finanças modernas, tecnologias de ponta, convenções e exposições, comércio, cultura e desporto, acrescentou o instituto.

20 Fev 2025

IAM | Tam Wai Fong nomeada para o Conselho de Administração

Tam Wai Fong, que era subdirectora dos Serviços de Planeamento e Construção Urbanos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, foi nomeada para integrar o conselho da Administração do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

A decisão do Chefe do Executivo foi publicada ontem no Boletim Oficial e entra em vigor na próxima quarta-feira. Tam é licenciada em arquitectura pela Universidade Huaqiao, em Fujian, e ingressou na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes em 2010.

Desempenhou também as funções de técnica superior do Gabinete do secretário para os Transportes e Obras Públicas, entre 2012 e 2014, técnica superior do então Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, entre 2014 e 2018, tendo chegado à posição de chefe da Divisão de Manutenção do Departamento de Vias Públicas e Saneamento do Instituto para os Assuntos Municipais.

Além da nomeação para o IAM, foi exonerada da Direcção dos Serviços de Planeamento e Construção Urbanos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.

20 Fev 2025

AL | Kou Hou In quer mais articulação entre leis de Macau e do Interior

O presidente da Assembleia Legislativa pretende que os deputados se inspirem na forma como Shenzhen utiliza novas tecnologias para facilitar a governação e fornecer serviços mais convenientes aos cidadãos

 

O presidente da Assembleia Legislativa defendeu a necessidade de se avançar com medidas que melhorem a articulação das leis, regras e sistemas entre Macau e as cidades da Grande Baía. As declarações de Kou Hoi In foram citadas pelo jornal Ou Mun, após a visita de uma delegação de deputados a Zhuhai e Shenzhen.

Em jeito de balanço, o também empresário considerou que a visita oficial às cidades do Interior foi muito produtiva e que serviu para alargar os horizontes dos deputados, ao mesmo tempo que lhes permitiu ficar a conhecer melhor os feitos alcançados pela cidade de Shenzhen nos últimos 40 anos.

Sobre a cidade vizinha de Hong Kong, Kou Hoi In explicou que mostrou aos legisladores o “desenvolvimento pelo sector privado nas tecnologias de ponta”, assim como aplicação destas tecnologias aos serviços sociais, o que defendeu dever servir como inspiração para o desenvolvimento da RAEM.

Kou Hoi In defendeu assim um reforço da cooperação com Interior da China e sejam tidos como exemplos os feitos alcançados a nível das novas tecnologias de ponta para impulsionar o desenvolvimento da RAEM, melhorar a governação local, aumentar o nível dos serviços prestados, e tornar os serviços mais convenientes para os residentes.

O político recordou também que o Presidente Xi Jinping apontou a necessidade de continuar a promover a construção da Grande Baía, através de uma maior articulação das regras e dos sistemas em vigor tanto no Interior, como em Macau e Hong Kong.

Desafios em Hengqin

Sobre a Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin, o presidente da Assembleia Legislativa reconheceu que existem desafios para as empresas de Macau, que decorrem do facto de se aplicarem nesta zona o sistema e as regras do Interior da China. Kou Hoi In deu como exemplo os produtos alimentares que são desenvolvidos por empresas de Macau em Hengqin, mas que têm de ser identificados como “feitos na China”, em vez de “feito em Macau”.

O presidente da Assembleia Legislativa destacou ainda que esta foi a primeira vez que uma delegação da actual Legislatura visitou oficialmente Zhuhai e Shenzhen. Todavia, deixou o desejo que Macau e as cidades da Grande Baía se estudem mutuamente, e que as vantagens de Macau no âmbito do princípio “Um País, Dois Sistemas” sejam melhor entendidas. Neste capítulo, o político expressou a esperança que a Ilha Montanha possa ser aproveitada como um projecto experimental.

Na deslocação ao Interior, a delegação da AL visitou algumas das empresas mais conhecidas de alta tecnologia chinesas, como a BYD, Huawei e a empresa de drones DIJ. A delegação visitou ainda o cento de serviços municipais para conhecer as medidas digitais mais convenientes para os residentes, também participou numa actividade de intercâmbio com as autoridades legislativas de Zhuhai e Shenzhen.

20 Fev 2025

IAM | Ron Lam critica inoperância face a venda de produto estragado

O deputado Ron Lam a actuação do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) por inacção devido a uma etiqueta falsa com o prazo de validade de um produto alimentar, depois de um residente ter denunciado a venda de uma caixa de bombons que tinha passado da validade, mas com uma nova etiqueta por cima.

Segundo a publicação de Ron Lam no Facebook, a nova etiqueta tinha a data de Janeiro deste ano, mas era possível ver que a verdadeira data de validade do produto tinha terminado em Novembro de 2023.

O homem que denunciou o caso diz ter registado um odor estranho, considerando que a venda do produto pode ter violado a lei de segurança alimentar. O deputado destacou que o indivíduo denunciou o caso ao IAM, mas a entidade apenas inspeccionou o supermercado e fez avisos.

O deputado submeteu também uma carta a pedir acompanhamento para este tipo de assuntos. “O IAM limitou-se a fazer um aviso, não pedindo explicações sobre a venda de produtos alimentares com problemas, não investigou a sua origem, fabricante e representante comercial. É difícil assegurar a segurança alimentar do público e garantir que o problema não se irá repetir”, acrescentou.

19 Fev 2025

Metro Ligeiro | Deputado pede divulgação de planos da Linha Oeste

Leong Sun Iok defende a necessidade aumentar a rede de transportes numa zona da cidade onde residem cerca de 250 mil pessoas. Além disso, salienta que as zonas por onde irá passar a Linha Oeste do Metro Ligeiro ficam perto de locais turísticos

 

O deputado Leong Sun Iok apelou ao Governo para apresentar o planeamento para a construção da Linha Oeste do Metro Ligeiro, que vai fazer a ligação entre a Barra e as Portas do Cerco. A opinião do legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) foi partilhada ontem em comunicado.

No entendimento do deputado, a necessidade de completar a Linha Oeste é evidente, uma vez que a Zona Interior da Península de Macau tem cerca de 250 mil residentes, mas não está coberta por aquele que pode ser um dos meios de transporte mais convenientes.

“Se olharmos para a zona do Porto Interior, que seria coberta pela Linha Oeste do Metro, percebemos que é uma alternativa a uma das principais estradas de Macau, que serve uma população de cerca de 250 mil pessoas, situada num raio de 500 metros”, justificou o deputado. “Não só é uma área residencial tradicional, como também fica perto de várias atracções turísticas. Pelo que é óbvio que durante as horas de ponta e os feriados os grandes congestionamentos são uma constante”, acrescentou.

Leong Sun Iok indicou também que faz cada vez mais sentido avançar com o planeamento detalhado da Linha Oeste do Metro Ligeiro, dado que há cada vez mais passageiros neste meio de transporte. Além disso, destaca que com a cidade a fazer a transição para um período em que há cada vez mais espectáculos e eventos desportivos, é necessário ter meios para a deslocação dos milhares de pessoas que assistem ou participam nesses eventos.

Mais utilizadores

O deputado também defende que a expansão da linha a lugares com mais população tem levado ao aumento do número de passageiros.

Segundo Leong Sun Iok, em 2023, antes da abertura da Estação da Barra, que permitiu ligar a Península de Macau àLinha da Taipa, a média diária de passageiros do Metro Ligeiro era de 6 mil por dia. Contudo, após a abertura dessa linha, conjugada com as novas linhas de Seac Pai Van e da Ilha da Montanha, a média diária de passageiros subiu para 23,1 mil por dia.

Leong Sun Iok recordou ainda que as estimativas do Governo apontavam que até 2030 houvesse uma média diária de 137 mil passageiros. Todavia, sem a abertura da Linha Oeste, o deputado duvida que a meta seja alcançada, mesmo com a abertura da Linha Leste, que vai fazer a ligação entre as Portas do Cerco com a Taipa, através do Zona A dos Novos Aterros.

O deputado apelou ainda ao Governo para modernizar o sistema de pagamentos no Metro Ligeiro, para permitir pagamentos através das aplicações móveis mais popular no território. Segundo o deputado, este é um dos factores que tornam pouco prático o uso do Metro Ligeiro.

19 Fev 2025

Governação | Criados grupos para implementar discursos de Xi

O Chefe do Executivo criou cinco grupos de trabalho para “implementar os espíritos consagrados no importante discurso do Presidente Xi Jinping proferido na celebração do 25º aniversário” da RAEM. O anúncio foi feito ontem, através de um comunicado do Gabinete de Comunicação Social.

Entre os novos grupos, dois vão ser liderados por Sam Hou Fai para implementar a reforma da administração pública e a promoção da construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.

O primeiro grupo liderado por Sam terá como objectivo “intensificar a colaboração intersectorial e interdepartamental, empenhando-se em elevar a capacidade e o nível de gestão pública da RAEM”, enquanto o segundo irá “promover a concretização de alta qualidade do objectivo e tarefas definidas para a segunda fase da construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

Por sua vez, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, vai liderar três grupos, um sobre a “coordenação da reforma da administração pública”, outro sobre “coordenação jurídica” e um terceiro para “embelezamento e limpeza urbana”.

O grupo de coordenação jurídica tem como missão estreitar a cooperação entre o Governo e a Assembleia Legislativa na produção de leis, enquanto os outros grupos têm como metas “melhorar o sistema e regime de garantia e aperfeiçoamento de bem-estar social”.

Apesar de terem sido comunicados ontem, o despacho para a criação dos grupos foi assinado na passada sexta-feira, numa reunião com os membros do Governo.

19 Fev 2025

ATFPM | Eleições agendadas para 26 de Outubro

A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) agendou para 26 de Outubro as eleições para escolher uma nova direcção. A informação foi divulgada ontem pela associação liderada pelo deputado José Pereira Coutinho, depois de a data ter sido decidida numa Assembleia Geral, que aconteceu na quinta-feira passada.

Na reunião foi ainda aprovado por unanimidade que as estruturas actuais da direcção e do conselho fiscal se vão manter em funções 31 de Dezembro, de modo a garantir o funcionamento diário da associação. Ao longo da reunião, de acordo com o comunicado da ATFPM, os sócios terão ainda expressado as crescentes dificuldades económicas em Macau, resultado de um custo de vida considerado “extremamente elevado”, que força os reforçados a mudarem-se para o Interior da China “para sobreviver”.

Ao mesmo tempo, foi pedido o aumento dos salários dos funcionários públicos, assim como do valor do subsídio para idosos e da pensão.

18 Fev 2025

Economia | Lei Chan U pede elaboração de Plano Quinquenal

Com o 2.º Plano Quinquenal da RAEM a chegar ao fim até ao final deste ano, Lei Chan U pede à Direcção dos Serviços de Estudos de Políticas e Desenvolvimento Regional que faça um balanço e indique como está a ser desenvolvido o plano para o período 2026-2030

 

Lei Chan U pretende que o Governo faça um ponto de situação sobre o andamento dos trabalhos do 3.º Plano Quinquenal da RAEM (2026-2030), que deverá entrar em vigor no próximo ano. O assunto é abordado numa interpelação escrita partilhada ontem pelo gabinete do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

Em 2015, a RAEM começou a seguir o modelo do Interior da China que a cada cinco anos apresenta um plano sobre o desenvolvimento da sociedade a cinco anos. O deputado defende esta opção e justifica que a “elaboração de um plano quinquenal ajuda a construir um modelo de desenvolvimento futuro e a definir os objectivos de desenvolvimento económico e social”.

Face à importância que atribui ao plano, Lei Chan U considera ser necessário que Direcção dos Serviços de Estudos de Políticas e Desenvolvimento Regional (DSEPDR) faça uma actualização dos trabalhos para o futuro programa e que indique quando vão arrancar os trabalhos de elaboração.

Por outro lado, o deputado da FAOM pretende que o Executivo faça um ponto de situação sobre o plano actualmente em vigor o 2.º Plano Quinquenal da RAEM (2020-2025), que está no último ano de vigência. “Quando se espera que o Governo comece a rever e a concluir a eficácia do Segundo Plano Quinquenal?”, questiona.

Entre as preocupações do deputado consta ainda a necessidade de “convergência perfeita” entre o final do plano actualmente em vigor e o início do futuro plano.

O papel da Ilha

Ao longo da interpelação, Lei Chan U praticamente não faz referência a conteúdos que gostaria de ver no plano. No entanto, quer saber se parte do plano vai visar a Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Guangdong e em que moldes a cooperação vai seguir “o espírito dos discursos de Xi Jinping”, proferidos aquando da passagem em Macau, durante o Dezembro do ano passado.

Em relação aos discursos do Xi, Lei defende ainda que o “Governo deve seguir estas instruções e tomar medidas específicas na elaboração do terceiro plano quinquenal”.

Ao mesmo tempo, o legislador da FAOM defende que o 3.º Plano Quinquenal da RAEM se deve articular com 15.º Plano Quinquenal da República Popular da China e seguir o exemplo do que é feito “com sucesso” no Interior da China.

18 Fev 2025

Emprego | Seminário dá a conhecer indústria tecnológica a jovens

Há pouco mais de uma semana, o Governo e o Macau Youth Development Service Centre organizaram o seminário “O Futuro da Indústria Tecnológica de Macau”, que teve como objectivo ajudar os jovens de Macau a conhecer as oportunidades de emprego oferecidas pela indústria tecnológica local.

Segundo um comunicado divulgado ontem pelas direcções de serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), o evento contou com a participação de 70 jovens que foram incentivados a frequentar acções de formação e a obter certificações profissionais na área.

O seminário foi marcado pelas intervenções de três empresários dos ramos dos chips analógicos, semicondutores e inteligência artificial. A DSAL indica que a iniciativa teve como objectivo ajudar ao desenvolvimento profissional dos jovens de Macau e, para os apoiar a integrarem-se no desenvolvimento dos sectores relacionados com o desígnio “1 + 4”. O evento serviu também para apresentar aos participantes os programas de estágios, incluindo no Interior da China.

18 Fev 2025

Comunicação | Ex-candidato à AL critica Sam Hou Fai

Johnson Ian, candidato nas eleições legislativas, critica a forma de comunicação utilizada pelo Chefe do Executivo para divulgar a equipa de secretários do actual mandato. Considerando “incrível” a forma como a divulgação foi realizada, Johnson Ian, que é parceiro do deputado Ron Lam, defende que há matérias que têm de ser anunciadas de outra maneira

 

O Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, anunciou a equipa de secretários com que vai trabalhar nos próximos anos através de um comunicado, sem direito a conferência de imprensa ou outras explicações adicionais, o que levou Johson Ian, ex-candidato à Assembleia Legislativa (AL), a classificar essa acção como “incrível”.

O antigo jornalista e também presidente da Associação de Sinergia de Macau, a que está ligado o deputado Ron Lam U Tou, disse ao jornal All About Macau que a forma adoptada pelo Executivo para comunicar políticas através de comunicados é “unidireccional”, não conseguindo explicar de forma plena as questões à população.

Johson Ian alertou ainda para o facto de, nas redes sociais, existirem vozes a duvidar da nova liderança governativa, por não se registar muito “movimento” de acções públicas e comentários após a tomada de posse.

Na opinião do responsável, se o Governo continuar a comunicar com a população simplesmente através de comunicados, tal pode prejudicar a sua imagem e credibilidade.

“Macau tem muitos problemas que não podem ser explicados apenas através de comunicados”, defendeu. Para Johson Ian, se Sam Hou Fai e os secretários se mantiverem em silêncio, é certo que os chefes de departamento e demais subordinados também não irão prestar declarações públicas. Tal pode provocar uma desconexão com a sociedade, defendeu.

Menos limitações

O novo Executivo tomou posse a 20 de Dezembro, mas apenas foram divulgados comunicados para anunciar as visitas realizadas em bairros comunitários com Sam Hou Fai e demais membros da equipa governativa. Além disso, e segundo Johnson Ian, não foram aceites entrevistas à margem das actividades e visitas a associações.

Só Tai Kin Ip, secretário para a Economia e Finanças, respondeu de forma simples às questões colocadas pelos jornalistas no passado dia 1 de Fevereiro, depois de mais uma visita com o Chefe do Executivo.

Assim, Johnson Ian sugere que o Governo acabe com as limitações de acesso a alguns meios de comunicação social que, desde Outubro, não têm permissão de entrada em alguns serviços governamentais, com o argumento de que não existe espaço suficiente para todos.

“Sempre que é dito que existe limitação de espaço, as imagens mostram que há muitas cadeiras vazias, o que demonstra que é mentira”, disse Johnson Ian.

O responsável afirmou que actualmente existe uma maior diversidade na comunicação social local, pois esta não se limita a publicar em papel, recorrendo também às redes sociais e plataformas digitais para disponibilizar conteúdos e informações, tal como outros media em todo o mundo. Desta forma, o presidente da associação considera que a RAEM tem também de seguir esta tendência, a fim de acolher as visões dos meios de comunicação social, ao invés de os limitar na sua acção.

Johnson Ian apresentou os casos de alguns governantes da Europa, EUA e Hong Kong que recorrem às redes sociais para dar explicações públicas e comentar diversos assuntos, entendendo ainda que as actuais práticas do Governo de Macau já não conseguem atingir os objectivos a que se propõem. Para Johnson Ian, já não basta divulgar comunicados de imprensa para que sejam reproduzidos nos meios de comunicação tradicionais, dado o menor número de leitores ou espectadores face às plataformas digitais.

18 Fev 2025

Casinos | Deputada pede mais pausas entre turnos

A deputada Song Pek Kei defende que o Governo deveria incentivar alterações nos horários de trabalho nos casinos, nomeadamente com a introdução de mais pausas entre turnos, a fim de promover um melhor ambiente laboral e mais estabilidade na procura de emprego.

A ideia surge numa interpelação escrita entregue ao Executivo, onde a deputada, representante da comunidade de Fujian no território, defende a melhoria das condições de descanso dos trabalhadores da linha da frente que têm tido mais trabalho. Porém, a deputada entende que as empresas de jogo não têm contratado mais pessoas para aliviar a situação, o que gera grande pressão nos funcionários.

Além disso, Song Pek Kei espera que o Governo incentive as empresas de jogo a conceder mais licenças para deslocações médicas, tal como existe na Função Pública, para que os trabalhadores consigam lidar melhor com assuntos familiares.

17 Fev 2025

Consumo | Governo estuda incentivos para zonas comunitárias

O Executivo de Sam Hou Fai está a analisar formas de promover o consumo nos bairros residenciais, fora dos circuitos turísticos. Sem especificar que medidas vão ser tomadas, o Governo destaca o sucesso do programa de descontos Grande Prémio para o Consumo e a importância da organização de eventos desportivos e culturais nos bairros

 

A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) está a “rever e avaliar” a eficácia das actividades de promoção do consumo nos bairros comunitários. Sem especificar exactamente que medidas de incentivo ao comércio nas zonas residenciais, fora dos circuitos turísticos, vão ser implementadas, o director da DSEDT, Yau Yun Wah, começa por realçar os resultados do Grande Prémio para o Consumo.

A campanha de distribuição de cupões de desconto contou com a participação de mais de 22 mil lojas, incluindo restauração e venda a retalho. Durante 13 semanas, foram usados cerca de 227 milhões de patacas em cupões, gerando um consumo total de 1,1 mil milhões de patacas, indicou o director da DSEDT em resposta a uma interpelação escrita de Ella Lei.

Para já, o organismo está a auscultar “opiniões de diversos sectores”, para estudar o lançamento de mais actividades de promoção do consumo nos bairros comunitários, e garante que vai continuar a cooperar com as diferentes associações industriais e comerciais do território.

Porém, o Executivo aponta que a economia pode ser estimulada de outra formas, além de apoios financeiros directos. A organização de eventos turísticos e culturais em bairros residenciais podem ser soluções alternativas.

Neste domínio, Yau Yun Wah indica que a Direcção dos Serviços de Turismo está empenhada em colaborar com as concessionárias para estender aos bairros comunitários “actividades emblemáticas de marca”, como as comemorações do Ano Novo Lunar, a Festa Internacional das Cidades de Gastronomia de Macau, o Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício e o Festival da Luz.

Além disso, o Governo irá apoiar actividades que tragam turistas para estas zonas, como a exposição “Coastal Fantasia: The Lobster King’s Vacation in Macao” e a “Philip Colbert’s Macao Art Tour”, mostras trazidas para Macau pela Sands China.

Arte na rua

O Governo refere ainda três programas de apoio financeiro a associações que realizem actividades de turismo, combinando recursos comunitários e lojas locais. Para 2025, foram aprovadas 43 actividades, que o Governo estima envolverem mais de 2.000 estabelecimentos comerciais e que poderão contar com a participação de 2,2 milhões de pessoas.

O director da DSEDT menciona também como exemplo a seguir os eventos desportivos que envolveram os bairros comunitários, como a exposição de automóveis na Praça do Tap Seac durante os fins-de-semana do Grande Prémio de Macau e as visitas de tenistas aos bairros durante o Macau Tennis Masters do ano passado.

17 Fev 2025

CEPA II | Alterações discutidas esta quarta-feira

A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) realiza esta quarta-feira uma sessão de esclarecimento sobre as alterações ao “Acordo sobre Comércio de Serviços” no âmbito do CEPA II (Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau). Estas alterações, com o nome oficial “Acordo relativo à Alteração II” foram assinadas a 10 de Outubro do ano passado e entram em vigor no próximo dia 1 de Março.

A sessão decorre no Centro de Convenções e Entretenimento da Torre de Macau e conta com uma delegação do Ministério do Comércio da China, sendo que um dos objectivos é “aprofundar o conhecimento do sector empresarial de Macau sobre o referido Acordo”, além de se criarem “mais plataformas de troca de informações para ajudar Macau a integrar-se na conjuntura do desenvolvimento nacional”, destaca-se numa nota.

A referida sessão pretende fazer “uma retrospectiva do ponto de situação da implementação do CEPA”, apresentação dos conteúdos sobre esta alteração por parte da DSEDT e a realização de debates temáticos. A sessão de divulgação e esclarecimento será conduzida em chinês com tradução simultânea para português.

17 Fev 2025

Taipa | Ron Lam pede inclusão de prédios privados em lista de obras

Ron Lam quer que as obras de construção de edifícios privados sejam incluídas nas listas anuais de obras a realizar, publicadas pelo Instituto para os Assuntos Municipais.

Numa interpelação escrita, o deputado salienta que as obras rodoviárias na Avenida Dr. Sun Yat Sen da Taipa não foram incluídas na lista das obras nas zonas de coordenação definitiva deste ano, não dando oportunidade para a sociedade se expressar sobre os trabalhos e o seu impacto.

O deputado recordou que as autoridades explicaram tratar-se de uma obra urgente de instalação de tubagens, mas que como o Governo tem sempre conhecimento das obras que estão previstas para o território, assim como as datas previstas para conclusão, não existe a necessidade de declarar uma obras como urgente. Ron Lam vai mais longe, citando opiniões de especialista do sector que alertam que a não inclusão de construção de prédios privados na lista de obras a realizar pode levar a repetição de obras que afectam as vias rodoviárias.

17 Fev 2025

Fronteiras | Passagem automática alargada a alemães e brasileiros

A partir de hoje, visitantes de nacionalidade brasileira e alemã podem utilizar os canais de passagem automática tradicionais para entrar e sair da RAEM, informou o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) na sexta-feira.

As autoridades indicaram que a medida tem como objectivo “aumentar o nível de facilidade na passagem fronteiriça de visitantes internacionais”, em “articulação com as linhas de acção governativa do Governo da RAEM”.

O CPSP refere ainda que a medida concretiza “a exigência do Presidente Xi Jinping” de empenho “na construção de uma plataforma de abertura ao exterior de nível mais elevado”, e no posicionamento da RAEM enquanto “um centro, uma plataforma, uma base”.

As passagens automáticas estão disponíveis para maiores de 18 anos. Os menores com idades entre 11 e 17 anos devem ser acompanhados pelos pais, ou tutor, que devem exibir o original da sua certidão de nascimento. Os canais de passagem automática podem também ser usados por cidadãos de Portugal, Austrália, Coreia do Sul e Singapura.

17 Fev 2025