Portugal | Cesário admite falhas nas relações com luso-descendentes

O secretário para as Comunidades Portuguesas deixou ontem o território depois de uma visita de três dias, e reconheceu que o país tem “feito muito, muito, muito pouco” pelas comunidades luso-descentes na Ásia. Segundo José Cesário, Macau pode ter um papel decisivo para mudar esta realidade

 

O secretário para as Comunidades Portuguesas, José Cesário, declarou ontem que Portugal não tem feito “praticamente nada” na relação com algumas comunidades de luso-descendentes da Ásia e defendeu que Macau pode ajudar a estabelecer esses contactos.

Malaca (Malásia), Sri Lanka, Goa, Damão e Diu (Índia), Myanmar (antiga Birmânia), Japão ou Tailândia são alguns dos exemplos de países ou regiões com comunidades de luso-descendentes que Portugal, de acordo com José Cesário, não tem conseguido alcançar.

Pela Ásia, “há diversíssimas comunidades e com as quais Portugal, verdadeiramente, tem feito muito, muito, muito pouco”, disse o responsável aos jornalistas em Macau, onde se encontrou até ontem numa visita de três dias.

“Em termos institucionais, praticamente nada. Há um estudioso ou outro, um académico ou outro, um investigador ou outro, um jornalista ou outro, que de vez em quando e tal faz um artigo, um trabalho, uma coisa. Agora, não há uma continuidade de trabalho”, reforçou.

José Cesário recorreu a Malaca, para exemplificar como algumas destas “comunidades isoladas” preservam tradições antiquíssimas “sem a mínima atenção e incentivo”.

“Eu visito o bairro português, o ‘settlement’, como se diz, encontro lá o [luso-descendente] Papa Joe a tocar, a cantar o Malhão em português, e eles dançam, e têm os trajes folclóricos, e têm o galo de Barcelos (…). Ninguém fala português, mas isso é normal, aqui [em Macau] também. Mas fazem aquilo tudo de acordo com a tradição de há centenas de anos, sem o mínimo acompanhamento”, reforçou.

Ponte de Macau

Para chegar a estas comunidades e colocá-las em rede, com Portugal e entre elas, Cesário defendeu que, do lado do Estado, é necessário “encontrar uma entidade” que consiga estabelecer uma “relação desejavelmente continuada” e fazer “um trabalho a prazo”.

Depois, do lado da sociedade civil, sugeriu o secretário de Estado, o trabalho pode partir de entidades “disponíveis para trabalhar com o Estado na realização de alguns projectos em concreto”.

Neste sentido, Macau pode ser o “melhor local” para realizar este projecto, considerou, referindo ter abordado “este facto que preocupa” com algumas pessoas, nomeadamente responsáveis do Instituto Internacional de Macau, da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses e da Fundação Oriente.

“O que eu disse a algumas pessoas foi para pensarem em algumas actividades que possamos fazer com eles, e ver se conseguimos agora, nestes próximos meses, no contexto dos apoios que nós normalmente concedemos ao movimento associativo (…), se conseguimos encontrar algumas actividades que se dirijam especificamente a esta comunidade”, indicou.

José Cesário notou também que há comunidades com as quais é mais complicado trabalhar, notando, por exemplo, ser “muito mais difícil identificar” a comunidade luso-descendente em Myanmar, país que é palco de um conflito armado.

A Associação Internacional dos Luso-descendentes (AILD) tem denunciado, nos últimos anos, “o genocídio” em curso de milhares de luso-descendentes católicos (bayingyis) em Myanmar, que se tem traduzido em destruição, mortes e refugiados.

De acordo com o director-geral para a Ásia/Pacífico da AILD, Joaquim Magalhães de Castro, a comunidade de luso-descendentes em Myanmar existe há mais de 400 anos, resultando de casamentos feitos entre locais e portugueses, muitos deles mercenários.

José Cesário encara Macau como o “melhor local” para realizar actividades de ligação com a comunidade luso-descendente.

30 Ago 2024

CE | Wong Wai Man e Lei Kuong Un levantaram boletim de candidatura

O presidente da Associação dos Armadores de Ferro e Aço, Wong Wai Man, e o “eterno candidato” Lei Kuong Un declaram ontem a intenção de concorrer à eleição para Chefe do Executivo e levantaram o boletim de candidatura. No campo de Sam Hou Fai, o objectivo é recolher o maior número possível de apoios

 

O primeiro dia para os candidatos a Chefe do Executivo levantarem o boletim de candidatura ficou marcado pela intenção de concorrer de Wong Wai Man presidente da Associação dos Armadores de Ferro e Aço, e Lei Kuong Un, médico tradicional chinês e ‘eterno candidato’, dado que esta é a sexta vez que tenta reunir apoios para se candidatar.

Depois de na quarta-feira ter sido expulso do Centro de Ciência de Macau, quando tentava assistir à conferência de imprensa de Sam Hou Fai, Wong Wai Man compareceu ontem de manhã no Edifício Administração Pública, para levantar o “Boletim de Propositura de Candidato”. Cada candidato precisa do apoio de 66 membros dos 400 elementos da Comissão Eleitoral.

De acordo com o portal All About Macau, Wong Wai Man não terá prestado declarações aos jornalistas, apesar de ter confirmado a intenção de tentar reunir os apoios necessários para se candidatar.

Também no Edifício Administração Pública esteve Lei Kuong Um, que tenta candidatar-se pela sexta vez. Aos jornalistas, Lei reconheceu que tem tentado participar nas eleições para Chefe do Executivo desde que atingiu 50 anos, sem nunca ter conseguido nomeações suficientes ou devido a outras formalidades. “Vou tentar obter as nomeações possíveis e aceito todos os apoios”, afirmou Lei, citado pelo jornal All About Macau. O médico tradicional chinês declarou ainda ser “um verdadeiro membro do Partido Comunista” e que a decisão “cabe a Pequim”, numa alusão ao Governo Central.

Não é esperado que qualquer dos candidatos consiga qualquer apoio para participar na eleição, que deverá ter como único concorrente Sam Hou Fai. Desde o estabelecimento da RAEM que nenhuma eleição contou com mais do que um único concorrente.

Piscina dos grandes

Em relação a Sam Hou Fai, o representante da candidatura e advogado Lei Wun Kong foi levantar o boletim de propositura, por volta das 9h40.

De acordo com a Rádio Macau, Lei Wun Kong traçou como objectivo recolher “o maior número de assinaturas” entre os 400 membros da Comissão Eleitoral, que vota para decidir o próximo Chefe do Executivo.

“O senhor Sam já anunciou a candidatura ao sexto mandato ao cargo do Chefe do Executivo na conferência de imprensa de ontem. Hoje [ontem], eu como mandatário da campanha de Sam Hou Fai, vim buscar o formulário em nome da candidatura”, afirmou Lei, citado pela emissora. “Vamos proceder agora aos trabalhos de candidatura o mais rápido possível e de forma ordenada. Ao mesmo tempo, vamos ouvir os membros da Comissão Eleitoral, em conformidade com as disposições da Lei Eleitoral, a fim de procurar obter o maior número de assinaturas”, acrescentou. A eleição para o Chefe do Executivo está agendada para 13 de Outubro.

30 Ago 2024

Ho Iat Seng fala em “fase crítica” para desenvolvimento económico

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, disse ontem que Macau se encontra actualmente “numa fase crítica para alcançar um desenvolvimento económico diversificado”, sendo o ambiente externo “complexo e volátil”. O governante discursou na sessão de divulgação do espírito da terceira sessão plenária do 20.º Comité Central do Partido Comunista da China, que decorreu ontem no edifício do Fórum Macau e que contou com a presença de outros membros do Executivo.

No discurso, o Chefe do Executivo disse ser necessário “identificar, procurar e fazer corresponder as mudanças [a adoptar em Macau] em conformidade com o espírito de reforma da terceira sessão plenária, a fim de promover o desenvolvimento das empresas”. A ideia é “satisfazer as expectativas da sociedade e dos residentes, integrando de forma estreita a situação real de Macau” com os planos do Governo Central.

Boas lições

Ho Iat Seng, que está de saída do Governo após ter anunciado que não será candidato a um segundo mandato como Chefe do Executivo, disse esperar que as personalidades políticas presentes no evento “continuem a assumir a liderança na divulgação e promoção das reformas” da China, a fim de promover uma maior integração regional do território. “Devemos estudar e aplicar as importantes observações do Presidente Xi Jinping sobre o aprofundamento global da reforma”, sendo que o Governo da RAEM “assumirá a forte responsabilidade de aplicar as decisões e disposições relativas a Macau e tirar pleno partido das vantagens do princípio ‘um país, dois sistemas’ e das suas características únicas”.

Pretende-se ainda que Macau se possa desenvolver mais, com estas novas ideias do partido, “como um território internacional que ajuda o país na aceleração do estabelecimento de novos padrões de desenvolvimento”.

Ho Iat Seng não esqueceu também a integração com o projecto da Grande Baía, defendendo um reforço “na convergência de regras e mecanismos”, ajudando o país a abrir ainda mais ao exterior.

29 Ago 2024

Chefe do Executivo | Figuras políticas apoiam candidatura de Sam Hou Fai

Políticos e dirigentes de associações apoiam a candidatura de Sam Hou Fai apresentada ontem. Kou Hoi In, presidente da Assembleia Legislativa, entende que a corrida às eleições do ex-presidente do Tribunal de Última Instância garante o cumprimento do princípio de “Macau governada por patriotas”

 

Diversas personalidades políticas e dirigentes associativos congratularam a candidatura de Sam Hou Fai, que até há bem pouco tempo era presidente do Tribunal de Última Instância (TUI) desde 1999, e que saiu do cargo para se candidatar ao cargo de Chefe do Executivo da RAEM.

Segundo o jornal Ou Mun, uma das vozes concordantes é a de Kou Hoi In, presidente da Assembleia Legislativa (AL), que acredita que o candidato corresponde ao cumprimento de uma série de princípios políticos como “Um País, Dois Sistemas” e “Macau governada pelas suas gentes”, indo ainda de encontro ao estipulado na Lei Básica e Lei Eleitoral do Chefe do Executivo, sobretudo no que diz respeito à ideia de que Macau deve ser governada por patriotas.

Kou Hoi in destacou a imensa experiência na área judicial de Sam Hou Fai, sendo ainda capaz de avançar na construção dos projectos da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin e no próprio fomento da economia local.

Por seu turno, Lao Ngai Leong, presidente do Conselho Regional de Macau para a Promoção da Reunificação Pacífica da China, apontou ao mesmo jornal que apoia a candidatura do ex-presidente do TUI. O também membro da delegação de Macau à Assembleia Popular Nacional destacou que o conceito de governação de Sam Hou Fai deverá corresponder ao modelo governativo de Pequim.

O responsável destacou também que Sam Hou Fai tem servido Macau há várias décadas e que, com a sua profunda formação jurídica e grande experiência nos tribunais, demonstrou uma liderança e imparcialidade notáveis no período de presidência do TUI.

Lao Ngai Leong considera que o ex-presidente do TUI pode levar Macau a obter resultados mais significativos em termos de manutenção da estabilidade social, na promoção do desenvolvimento económico e na melhoria do bem-estar social. Caso seja eleito, Sam Hou Fai poderá, na sua visão, trazer mais vigor ao futuro desenvolvimento sustentável do território, por sempre ter tido uma atitude série e rigorosa de trabalho, incluindo grande experiência em matérias judicial e administrativa.

Mais comunicação

Por seu turno, o deputado e presidente da Associação Comercial de Macau Chui Sai Cheong espera que Sam Hou Fai elabore um programa político e um conceito de governação, além de reforçar a comunicação com os sectores industrial e empresarial e ouvir as suas opiniões.

Chan Hong, ex-deputada e presidente da Associação de Educação de Macau, disse desejar que Sam Hou Fai esteja atento às vozes da população e das suas diferentes classes sociais, bem como dos diversos sectores económicos, para construir consensos. A responsável considera que só assim Sam Hou Fai, caso seja eleito, poderá resolver os problemas que Macau.

29 Ago 2024

Sam Hou Fai destaca “consideração especial” pela comunidade portuguesa

Sam Hou Fai garantiu ontem que com a sua candidatura a Chefe do Executivo as comunidades macaense e portuguesa têm uma “consideração especial”, por permitirem a distinção do território. As declarações foram prestadas, quando respondia a perguntas na conferência de imprensa de apresentação de candidatura a Chefe do Executivo.

“A comunidade macaense, inclusivamente qualquer pessoa falante da língua portuguesa, tem uma consideração especial na RAEM, porque é uma das nossas características”, afirmou o candidato. “Com certeza que o futuro desenvolvimento desta região vai oferecer oportunidades de trabalho e de para esta comunidade”, sublinhou. O candidato a líder do Governo destacou também o posicionamento atribuído pela República Popular da China a Macau, como “um centro, uma plataforma, uma base” e vincou que se for bem concretizado que haverá mais oportunidades para a comunidade macaense.

No sentido da missão da RAEM como “um centro, uma plataforma, uma base”, Sam indicou o papel da comunidade falante de português, para atrair mais turistas para o território e promover maiores ligações com os países de língua portuguesa.

Vinho de Coimbra

O candidato vincou também a ligação do seu percurso académico com Portugal, mais concretamente a cidade de Coimbra, onde admitir ter aprendido a gostar de vinho tinto. “Também me formei em Portugal. Antes de chegar não bebia vinho, depois aprendi a gostar”, confessou. “Na altura, não gostava de vinho tinto porque achava que era ácido. Depois fiquei em Coimbra, convivi com os portugueses e aprendi a beber vinho tinto, que é um dos vinhos que mais aprecio”, admitiu.

Sam Hou Fai afirmou ainda que a “cultura portuguesa” foi uma das grandes influências na sua formação. “Também aprecio a cultura portuguesa, e tem sido uma grande influência para a minha pessoa no dia-a-dia”, vincou.

O ex-juiz do TUI destacou também que a defesa da comunidade macaense consta da Lei Básica, um documento legal com valor reforçado, e que o território será uma das poucas jurisdições em que a protecção de uma comunidade surge tão claramente imposta por lei.

29 Ago 2024

Governo garante plano para resgatar pessoas com dificuldades motoras

De forma a auxiliar a população com dificuldades de mobilidade durante a ocorrência de desastres naturais, a polícia actualiza regularmente a base de dados sobre a população que necessita de auxílio nas zonas baixas da cidade. A garantia foi deixada pelo presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Hon Wai, na resposta a uma interpelação do deputado Ho Ion Sang.

Segundo Hon, no “âmbito das acções de contingência para desastres”, antes do início da época de tufões, “as Forças e Serviços de Segurança realizam sistematicamente uma triagem de moradores e comerciantes das zonas baixas mais vulneráveis a inundações, recolhendo e actualizando informações e identificando os casos que poderão necessitar de apoio na evacuação”.

Os dados são depois carregados num sistema, disponível no caso de haver necessidade de evacuar as zonas identificadas.

Na interpelação, Ho Ion Sang mostrava-se preocupado com a mobilidade das pessoas com dificuldades motoras, durante as catástrofes naturais e pedia ao Governo que fizesse uma lista à qual se pudesse recorrer em caso de emergência.

Apoio à acessibilidade

Sobre o apoio para as pessoas com dificuldade, o IAS garantiu também que se encontra a decorrer o chamado “Projecto-piloto de disponibilização de coordenador de apoio à acessibilidade”. Este é um programa que consiste no envio de pessoas especializadas na criação de acessos sem barreiras para diferentes serviços públicos.

“Actualmente, 14 serviços públicos, com um total de 22 locais de serviços, fazem parte do “Projecto-piloto” e existe um total de 60 coordenadores de apoio à acessibilidade”, foi indicado. “Após a realização de um balanço sobre as experiências adquiridas, o Governo da RAEM pretende alargar gradualmente o Projecto-piloto a outros serviços e está a preparar-se para uma plena implementação”, foi acrescentado.

27 Ago 2024

MASTV | Ron Lam critica Governo por não supervisionar canal

O deputado Ron Lam criticou o Governo por não supervisionar devidamente o funcionamento da licença da MASTV, canal de televisão que entrou recentemente em falência, o que resultou em preocupações do foro social em relação aos trabalhadores.

Em declarações ao jornal Click2Macau, o deputado recordou que há muito que a MASTV mantinha salários em atraso em Macau e em Taipé, mas o antigo Chefe do Executivo, Chui Sai On, renovou a licença por mais 15 anos. O deputado lembrou ainda que a MASTV deveria, segundo a licença de operação, criar cinco canais, mas que o plano nunca se concretizou. Assim, Ron Lam concluiu que a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações não assumiu o devido papel de supervisão para assegurar que o canal tinha capacidade financeira, enquanto o Gabinete de Comunicação Social não fiscalizou o cumprimento de projectos por parte da MASTV em consonância com a licença.

O deputado deseja que o Executivo explique ao público se vai recuperar a licença e a concessão do terreno em Coloane, onde estava localizada a MASTV, e se haverá penalizações aplicadas à estação por não cumprir o estabelecido no contrato de concessão.

27 Ago 2024

Chefe do Executivo | Sam Hou Fai apresenta hoje candidatura

Sam Hou Fai vai apresentar hoje o manifesto de candidatura para o cargo de Chefe do Executivo no Centro de Ciência. No espectro oposto, uma responsável ligada à campanha de Jorge Chiang indica que o candidato já recolheu as assinaturas de membros da comissão eleitoral e que brevemente vão começar acções de campanha

 

Agora é oficial. Hoje, pelas 11h, no Salão de Convenções do Centro de Ciência de Macau, realiza-se a “apresentação do manifesto de candidatura de Sam Hou Fai ao cargo de 6.º Chefe do Executivo da RAEM”. Um dia depois de ter sido exonerado do cargo de presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), e um dia antes do início do período para submeter candidaturas às eleições para liderar o próximo Governo, Sam Hou Fai elimina as poucas dúvidas que restariam sobre as suas intenções políticas.

Em menos de uma semana, o panorama político de Macau sofreu alterações dramáticas, com o anúncio da desistência de candidatura de Ho Iat Seng na passada quarta-feira, a declaração de intenções de Sam Hou Fai no dia seguinte, pausa para fim-de-semana, exoneração de Sam Hou Fai do mais alto cargo na magistratura da RAEM na segunda-feira e ontem o anúncio da candidatura a Chefe do Executivo.

O lado B da vida

No campo oposto, sem o peso institucional e apoios políticos, está a candidatura do empresário Jorge Chiang a Chefe do Executivo. O HM falou com uma representante da campanha, Ieong Kit Meng, que revelou que Jorge Chiang se encontrava ontem numa viagem de negócios ao estrangeiro, mas que irá regressar ao território nos próximos dias.

A responsável que também é membro da Associação de Institucionalismo de Macau, assim como Chiang, afirmou ao HM que o empresário recolheu as assinaturas suficientes de membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo para participar nas eleições de 13 de Outubro.

Em relação à inactividade da campanha de Jorge Chiang, sem presença mediática e sem publicações nas redes sociais, Ieong Kit Meng indicou que o candidato está a aguardar pelo tempo certo para começar as actividades de campanha. “Queremos que os residentes de Macau conheçam o nosso programa político. Estamos a planear começar as acções oficiais de campanha ainda esta semana”, afirmou a responsável, sem confirmar datas.

Quanto ao programa político, Ieong Kit Meng indicou que Jorge Chiang irá explicar com mais detalhes os seus objectivo políticos e que a Associação de Institucionalismo de Macau irá organizar seminários sobre as prioridades do candidato. Porém, a saúde do tecido empresarial, em especial das pequenas e médias empresas, o bem-estar da população, emprego e habitação estão entre as principais preocupações de Jorge Chiang.

Sobre a candidatura de Sam Hou Fai a Chefe do Executivo, a responsável da campanha adversário diz que acolhe com braços abertos a competição, que demonstra a importância que o cargo de Chefe do Executivo tem. “A participação de Sam Hou Fai nas eleições não significa uma vitória certa. Os candidatos vão ter de demonstrar quem apresenta melhores propostas que beneficiem a população e essa deve ser a atitude do eleito ao longo do cumprimento do seu mandato”, afirmou Ieong Kit Meng.

27 Ago 2024

Comunidades | APOMAC elogia fim de “privilégios” no Consulado

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário visitou ontem a sede da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), onde os seus dirigentes denunciaram “dificuldades encontradas aquando do pedido da atribuição da Pensão de Sobrevivência junto da Caixa Geral de Aposentações para os seus associados”.

A APOMAC indica em comunicado que “as dificuldades são quase sempre as mesmas, devido à falta de compreensão por parte de quem recebe e analisa o processo para a atribuição da pensão de sobrevivência e, com isso, resultou injustificada demora para as requerentes”.

A APOMAC debateu ainda com José Cesário o trabalho do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, que “registou uma melhoria, pelo facto de ter deixado de conceder privilégios a determinadas individualidades”. Os dirigentes da APOMAC pediram ainda que, o fim da concessão desses privilégios “deverá ser extensivo a todas as instituições de matriz portuguesa por uma questão de justiça relativa”.

O mesmo comunicado refere que José Cesário tomou “nota de todos os assuntos abordados e revelou de que irá procurar uma solução para alguns dos problemas”.

27 Ago 2024

Portugal | José Cesário destaca papel “fundamental” da comunidade

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas reuniu-se com o Chefe do Executivo e afirmou que a permanência da comunidade Portuguesa em Macau é “absolutamente fundamental” para as relações entre as duas partes. A partir de 2026, os passaportes portugueses passam a ter duração de 10 anos

 

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, destacou a importância atribuída pelo Governo de Portugal à relação com Macau, relação que tem de passar pela permanência da comunidade portuguesa no território. As declarações sobre o conteúdo do encontro de ontem com o Chefe do Executivo foram prestadas à margem de uma reunião na Associação de Trabalhadores da Função Pública (ATFPM).

“Abordou-se genericamente a questão da relação entre Portugal e Macau, e houve pormenores que ficam entre nós. […] Foi muito importante transmitir-lhe [ao Chefe do Executivo] a atenção que o Governo português actual está a dar à relação com Macau”, revelou José Cesário. “Sou o terceiro membro do Governo a vir a Macau em cinco meses, o que traduz uma diferença muito grande em relação ao passado”, acrescentou.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas garantiu ainda ter recebido como reposta de Ho Iat Seng que o papel dos portugueses é considerado. “Nessa relação, o papel dos portugueses que estão em Macau é absolutamente central. E ouvi da boca do Chefe do Executivo exactamente toda a reafirmação dessa consideração pelos portugueses que estão em Macau”, adiantou.

Questionado sobre o facto de Macau ter eliminado o regime especial para os cidadãos portugueses na atribuição do bilhete de identidade de residentes, Cesário assegurou que do lado das “autoridades de Macau” existe disponibilidade para encarar a situação como sempre aconteceu no passado. A resposta deixou de fora a posição das autoridades centrais.

Melhorias no consulado

Em relação aos serviços consulares, o governante de Portugal prometeu melhorias de tratamento dos cidadãos. “Foram dadas instruções a todos os pontos consulares para haver uma diversificação do método do agendamento dos actos consulares, para deixarmos de nos limitar exclusivamente às plataformas online e haver maior diversidade das possibilidades de fazer esse mesmo agendamento. É um problema geral da rede consular”, admitiu. “E tem de haver um atendimento, diria eu, mais disponível. Essa recomendação já foi dada, e o senhor cônsul vai naturalmente fazer um esforço conjuntamente com os funcionários para resolver os problemas em causa”, acrescentou.

A situação do tratamento consular foi abordada também por Alexandre Victal, vice-presidente do Conselho Fiscal da ATFPM, que acusou o consulado de adoptar um tratamento racista contra os portugueses de etnia chinesa, após a chegada de Alexandre Leitão ao cargo. Alexandre Victal também afirmou sentir-se tratado como “um espião” no consulado, por ter participado num encontro com o cônsul em que lhe foi pedido que não entrasse na sala com telemóvel. O membro da ATFPM afirmou que o mesmo aconteceu com Rita Santos. O HM tentou contactar Alexandre Leitão sobre as acusações, mas até ao fecho da edição não recebeu resposta.

Passaportes com 10 anos

Polémicas à parte, José Cesário revelou que o Governo está a trabalhar para que os passaportes tenham uma duração de 10 anos, a partir de 2026. “Decidiu-se também que o passaporte vai ter uma validade de 10 anos. A execução da medida será operada ao longo do ano 2025, e em princípio vai entrar em vigor em 2026. Mas estamos a trabalhar para eventualmente poder ser implementada antes, porque o que está em causa, nesta fase, são problemas de natureza técnica”, prometeu.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas defendeu ainda Alexandre Leitão das críticas perante a demora na emissão de vistos para os residentes de Macau que pretendem estudar em Portugal. Este tem sido um dos pontos recentes na agenda da ATFPM, da conselheira Rita Santos e do deputado José Pereira Coutinho. “As questões estão a ser tratadas. Mas há que dizer que a maior parte dos problemas não depende daqui [consulado de Portugal em Macau]”, realçou. “Por um lado, o sistema informático mudou e ainda não está com a eficácia desejável, por outro lado, a grande parte dos vistos são vistos nacionais que necessidade do parecer da AIMA [Agência para a Integração, Migrações e Asilo] e a AIMA está a passar por uma fase de transformação que não está concluída”, frisou.

27 Ago 2024

DST | Sorteio de viagens e estadias para atrair estrangeiros

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) anunciou ontem o lançamento de uma campanha promocional destinada aos mercados de visitantes internacionais, que irá sortear pacotes de viagem com bilhetes de avião de ida e volta a Macau, alojamento, e experiências de “apreciação culinária em restaurantes com estrelas Michelin e a gastronomia típica local”.

Para aceder à iniciativa, que já está disponível online, os visitantes podem até 17 de Outubro participar num jogo online de perguntas e respostas relacionadas com o turismo de Macau. Para tal, precisam inscrever-se na página electrónica da “Sentir Macau Edição Limitada” e participar no questionário uma vez por dia. Se acertarem nas três questões, ficam automaticamente habilitados ao concurso e ganham automaticamente uma prenda.

“Entre as inúmeras ofertas da campanha, figuram 100 prémios de peso como experiências de viagem de edição limitada, as quais incluem bilhetes de avião de ida e volta a Macau e alojamento”, “exploração do património mundial, experiências da cultura do património cultural intangível, apreciação culinária em restaurantes com estrelas Michelin e a gastronomia típica local, actividades de aventura e lazer”, indica a DST.

O Governo irá ainda atribuir “um prémio final de experiência de viagem das seis empresas de turismo e lazer integrado, para dar a sentir as infra-estruturas de lazer de classe mundial de Macau aos visitantes das diferentes partes do mundo”.

26 Ago 2024

DSPA | Concluída expansão de central de incineração

O Governo anunciou que a 3.ª fase de expansão da Central de Incineração de Resíduos Sólidos de Macau está pronta para entrar em funcionamento, depois de recentemente terem sido realizados os testes de funcionamento. A informação foi divulgada ontem pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), que reconhece que o projecto enfrentou vários problemas.

“A execução da obra foi afectada por vários factores adversos, tais como a pandemia do novo tipo de coronavírus e as condições climáticas adversas, o que impediu, de certo modo, a fabricação, o transporte e a instalação de alguns principais equipamentos de processamento de grande porte no âmbito do projecto”, foi comunicado. “No entanto, com os esforços da equipa de execução e de outras partes envolvidas, a obra foi finalmente concluída em Agosto de 2024”, foi acrescentado.

Com a entrada em funcionamento da 3.ª fase, a “capacidade total de tratamento diário da Central de Incineração de Resíduos Sólidos de Macau aumentará 1.300 toneladas”. Os dados oficiais apontam que a nova expansão da central tem capacidade para converter a energia térmica gerada durante o processo de incineração em electricidade, e deverá produzir mais de 200 milhões de quilowatts-hora (kwh) de electricidade por ano, se operar na capacidade total.

O Governo espera ainda que a expansão da central de incineração em conjunto com “as várias medidas de redução de produção de resíduos” e a “futura conclusão do Centro de Recuperação de Resíduos Orgânicos” respondam “às necessidades de tratamento de resíduos” durante “um longo período de tempo”.

26 Ago 2024

Aperfeiçoamento Contínuo | Pedido mais dinheiro para programa

Ma Io Fong questionou o Governo sobre a possibilidade de o montante distribuído no Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo ser aumentado no futuro. A questão faz parte de uma interpelação escrita pelo deputado ligado à Associação das Mulheres de Macau divulgada ontem.

“Será que as autoridades vão considerar aumentar o montante do financiamento do Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo, ou considerar aumentar o financiamento quando os cursos tiverem como objectivo a obtenção de certificados profissionais ou formações profissionais?”, questiona Ma.

A fase actual do programa começou em 2023 e prolonga-se até 2026, prevendo a distribuição de até 6 mil patacas para pagar os custos de inscrição dos residentes nos cursos e formações que aderiram ao programa.

Ma pergunta também se existe possibilidade de as autoridades começarem a imitar as opções tomadas no programa de vales de saúde, em que o montante não utilizado pode ser transmitido aos familiares. “Será que as autoridades vão considerar imitar o subsídio dos vales de saúde, para que os residentes possam transmitir o apoio para os familiares directos que precisam de se inscrever em cursos mais avançados e mais caros?”, pergunta.

O deputado das Mulheres questiona ainda a possibilidade de o Governo começar a financiar cursos realizados em formatos online, quando estiverem ligados a instituições de prestigio. Para defender esta possibilidade, Ma argumenta que depois da pandemia o ensino online se tornou cada vez mais uma tendência que deve ser aproveitada.

26 Ago 2024

Chefe do Executivo | Sam Hou Fai apresenta demissão do TUI

O presidente do Tribunal de Última Instância, Sam Hou Fai, pediu a exoneração do cargo, abrindo caminho para uma possível candidatura a líder do Governo. A ordem executiva que oficializou a saída do magistrado do mais elevado cargo judicial da RAEM foi assinada por Ho Iat Seng

Com Lusa 

“É exonerado, a seu pedido, o juiz Sam Hou Fai dos cargos de presidente e de juiz do Tribunal de Última Instância (TUI) e do cargo de membro da Comissão Independente responsável pela indigitação dos candidatos ao cargo de juiz da Região Administrativa Especial de Macau, a partir do dia 28 de Agosto de 2024.” Foi desta forma que Sam Hou Fai deu o primeiro passo oficial antes de apresentar a sua candidatura ao cargo de Chefe do Executivo, através de uma ordem executiva publicada ontem no Boletim Oficial assinada por Ho Iat Seng, culminando quase um quarto de século na presidência do TUI.

À medida que se aproxima o início do período para a apresentação de candidaturas ao mais elevado cargo político da região, a exoneração de Sam Hou Fai à frente do TUI liberta-o de impedimentos de legais no caminho para liderar o próximo Governo.

De acordo com a lei eleitoral, juízes ou funcionários judiciais só se podem candidatar a Chefe do Executivo após apresentarem a demissão ou caso já se tenham reformado. Entre os impedimentos à candidatura, a lei eleitoral inclui ainda titulares dos principais cargos, membros do Conselho Executivo e membros das comissões eleitorais.

Passo rápido

Sam Hou Fai admitiu na quinta-feira a possibilidade de se candidatar ao cargo de Chefe do Executivo, à margem de um evento para o qual apenas foram chamados órgãos de comunicação social chineses mais próximos do Governo. “Sempre tive o desejo de servir Macau e alguns amigos encorajaram-me a continuar a dar o meu contributo para o desenvolvimento da RAEM”, afirmou. Sam Hou Fai expressou também gratidão por quem se tem preocupado com a eleição para líder do Governo e afirmou que “o cargo de Chefe do Executivo é uma posição nobre para servir Macau e os residentes”.

Um dia antes de Sam Hou Fai admitir a possibilidade de concorrer a Chefe do Executivo, Ho Iat Seng anunciou que não se vai candidatar a um novo mandato no cargo, marcando um momento histórico e inédito na vida política da RAEM por ser a primeira vez que um Chefe do Executivo não cumpre dois mandatos.

“Devido a problemas de saúde ainda não totalmente resolvidos, a bem do desenvolvimento a longo prazo de Macau e partindo do que corresponde ao melhor interesse desta região, decidi não participar na eleição para o sexto mandato do Chefe do Executivo”, afirmou, em comunicado divulgado pelo Gabinete de Comunicação Social.

A eleição do Chefe do Executivo está marcada para 13 de Outubro e os candidatos a líder do Governo de Macau vão ser conhecidos entre a próxima quinta-feira e 12 de Setembro.

O líder da região é eleito para um mandato de cinco anos pela Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo – que integra 400 membros provenientes dos quatro sectores da sociedade, sendo depois nomeado pelo Governo Central chinês, de acordo com a Lei Básica, e a respectiva lei eleitoral.

26 Ago 2024

Carros eléctricos | Ron Lam exige melhores políticas fiscais

O deputado Ron Lam interpelou o Governo sobre a necessidade de melhorar as políticas fiscais. Isto porque a isenção fiscal para os carros eléctricos não favoreceu o controlo de viaturas, pois para Ron Lam U Tou tal transformou Macau num paraíso fiscal para a compra de carros eléctricos do segmento de luxo.

O deputado defende, assim, que as autoridades devem elaborar normas para a classificação dos carros eléctricos, estabelecendo um valor máximo e limitando a isenção fiscal, como é feito em Hong Kong. Além disso, para Ron Lam o Governo deveria incentivar também a substituição por carros mais antigos por viaturas movidas a gasolina.

Na mesma interpelação, o deputado destacou que, nos últimos dias, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego incluiu na lista de veículos com isenção de impostos os carros eléctricos com extensor de autonomia. Na visão de Ron Lam, tal não corresponde à legislação, faltando referências, pois estes carros têm emissões de escape.

O deputado denunciou também a desactualização do regulamento do imposto de circulação, que não abrange os carros eléctricos. Assim, o legislador defende a revisão deste diploma, por entender que não faz sentido que os carros eléctricos estejam isentos do pagamento deste imposto, enquanto os veículos eléctricos de maior dimensão precisam de pagar o mesmo imposto com um valor elevado, pois a cobrança depende do peso do veículo.

26 Ago 2024

Espectáculos | Pedida realização de mais eventos

O presidente da Associação Económica de Macau, Lau Pun Lap, defende que Macau deve realizar mais espectáculos, para desenvolver a política de transformação de Macau numa Cidade do Espectáculo. A posição foi tomada em declarações ao jornal Ou Mun, onde Lau justifica o seu posicionamento com o facto de considerar que os dados oficiais mostram uma forte procura no território por concertos e espectáculos.

O dirigente da associação acredita também que a área dos espectáculos vai permitir um maior crescimento e diversificação da economia do território.

Ainda em relação à situação económica, o presidente da Associação Económica de Macau afirmou esperar que o crescimento do Produto Interno Bruto registe um abrandamento na segunda metade, em comparação com o período homólogo. Lau Pun Lap explicou que na segunda metade do ano passado registou-se uma grande aceleração da economia, pelo que o espaço de crescimento vai ser mais reduzido.

Em relação ao turismo, Lau indica que o território está a sofrer uma transformação estrutural, dado que o número de visitantes de Hong Kong teve uma quebra de 11 por cento, em Julho, face ao período homólogo. Estas alterações, indicou o presidente da associação, têm impacto no comércio e estão a constituir-se como um desafio, uma vez que os turistas de Hong Kong têm um elevado poder de compra e são dos que mas consumem na RAEM.

26 Ago 2024

Publicidade | Song Pek Kei exige retirada de placas em risco de queda

A deputada Song Pek Kei alertou o Governo para a necessidade de remover com celeridade as placas antigas de publicidade em edifícios, a fim de assegurar a segurança pública.

Numa interpelação escrita, a deputada ligada à comunidade de Fujian cita dados oficiais que revelam que, desde o ano passado e até Julho deste ano, foram informados e apoiados proprietários para a remoção de 463 placas de publicidade antigas, sendo que 140 destas estavam já bastante antigas e em risco de queda. As autoridades removeram 120 placas.

Para Song Pek Kei, trata-se de um avanço lento, por estarem em causa riscos para peões, além de que, segundo a deputada, o Executivo deve reforçar as medidas de segurança durante a época de tufões e chuvas intensas. Uma vez que a legislação em vigor não obriga à manutenção regular das placas de publicidade, a deputada pede uma alteração dos diplomas, para que comerciantes sejam obrigados a removê-las aquando do encerramento dos negócios.

26 Ago 2024

DSF | Desmentido investimento de 40 mil milhões em empresa de Jason Ho

Na semana passada voltou a circular o rumor que a empresa do filho de Ho Iat Seng teria recebido do Governo um investimento avultado para desenvolver plataformas no metaverso. As finanças vieram a público negar a informação

 

A Direcção de Serviços de Finanças (DSF) negou o investimento de 40 mil milhões de patacas na empresa do filho de Ho Iat Seng, sem nunca referir a empresa ou o nome do filho do Chefe do Executivo. O desmentido foi feito na sexta-feira, através de uma resposta enviada ao Canal Chinês da Rádio Macau.

“Em resposta às perguntas dos média, a Direcção de Serviços de Finanças declara que o Governo da RAEM nunca realizou o chamado investimento público de 40 mil milhões de patacas no metaverso”, pode ler-se na resposta.

A DSF defende ainda que este tipo de despesa, a ser realizado pelo Governo, teria de constar no orçamento da RAEM, o que não acontece. “Todos os orçamentos e despesas têm de cumprir rigorosamente as leis do orçamento e estão sujeitas à supervisão da Assembleia Legislativa”, foi acrescentado.

O rumor sobre a realização de um investimento de 40 mil milhões de patacas na empresa de Jason Ho Kin Tong para investir num projecto de metaverso não é novo, e terá começado a circular em 2022.

Em plena pandemia, o conceito de metaverso entrou no discurso político do Governo e deputados, a reboque das alterações na empresa proprietária da rede social Facebook, que em Fevereiro desse ano adoptou a denominação Meta.

No entanto, o rumor voltou a ganhar predominância online na semana passada, com as notícias da não recandidatura de Ho Iat Seng a Chefe do Executivo, e também da saída de Jason Ho Kin Tong do Conselho de Curadores do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT). Nas caixas de comentários de diferentes jornais, inclusive nos meios mais próximos do Governo, e ainda nos grupos de Facebook mais populares do território eram vários os utilizadores que ligavam as saídas ao facto de os dois terem ficado satisfeitos com o “investimento” de 40 mil milhões de patacas.

Origem do número

Segundo o jornal Cheng Pou, o rumor terá começado com as declarações de Ho Iat Seng, quando em Agosto de 2022, se deslocou à AL e mencionou terem sido feitos investimentos estatais por parte das autoridades do Interior na Ilha da Montanha. Os investimentos de 40 mil milhões teriam sido feitos em áreas como saúde ou novas tecnologias, como a produção em grande escala de semicondutores.

Também nessa ocasião, Ho terá mencionado que havia projectos de metaverso a serem desenvolvidos em Hengqin, tendo o Chefe do Executivo expressado o desejo que os jovens de Macau pudessem “participar no desenvolvimento do país, através do metaverso”.

O Cheng Pou indica igualmente que a partir dessa ocasião começam a circular rumores de um investimento de 40 mil milhões de patacas da RAEM em Hengqin, que no início não surgem ligados à empresa do filho do Chefe do Executivo. Todavia, em Setembro do ano passado, a ligação com a empresa do filho de Ho Iat Seng começou a ser feita.

26 Ago 2024

CE | Governo Central dá sinal de confiança a futura liderança

Apesar de ainda não haver candidatos a Chefe do Executivo, nem se saber a constituição do próximo Governo, o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado acredita que os escolhidos vão “continuar a escrever um capítulo colorido”

 

O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado acredita que o futuro Governo e Chefe do Executivo vão “continuar a escrever um capítulo colorido da implementação do princípio um país, dois sistemas com características de Macau”. Foi esta a mensagem deixada pelo órgão do Governo Central responsável pelos assuntos da RAEM, após ter sido tornado público que Ho Iat Seng não se vai candidatar a um novo mandato.

“Ao longo dos últimos 25 anos, sob a forte liderança do Governo Central e a forte liderança dos sucessivos Chefes do Executivo e dos sucessivos governos da RAEM, todos os sectores da sociedade de Macau trabalharam unidos e lançaram as bases sólidas para alcançar um melhor desenvolvimento”, foi indicado. “Acreditamos que o futuro Chefe do Executivo e Governo que estão prestes a nascer vão com certeza continuar a trabalhar arduamente e continuar a escrever um capítulo colorido da implementação de um princípio um país, dois sistemas com característica de Macau, e a dar maiores contributos para a concretização do sonho chinês do grande rejuvenescimento da nação chinesa!”, foi acrescentado.

A mensagem foi publicada na conta de WeChat do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado com o título “Paz em Hong Kong e Macau”, tendo sido divulgada integralmente nos principais jornais em língua chinesa do território.

Visita ao passado

Em relação à RAEM, o artigo menciona ainda as palavras de Xi Jinping, quando afirmou que apesar de Macau ser um território pequeno pode alcançar grandes feitos, se tiver a “abordagem correcta”. “O presidente Xi Jinping indicou que apesar de Macau ser pequeno, enquanto mantiver a abordagem correcta, com boas políticas, boas capacidades e uma população unida, também pode alcançar grandes feitos”, é recordado.

No texto de quarta-feira, o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado indicou ainda vários aspectos que considerou terem contribuído para os 25 anos de sucesso em Macau no pós-transição. Entre estes, foram apontados “a insistência no correcto entendimento da relação entre o poder de governação compreensivo do Governo Central e o elevado grau de autonomia”, “a eficiente salvaguarda da ordem constitucional estabelecida pela Constituição e a Lei Básica”, os “esforços para melhorar a consciencialização sobre o nacionalismo e o espírito patriota”, assim como o desenvolvimento económico ou a construção da cidade como “um centro, uma base, uma plataforma” e um “centro mundial de turismo”.

23 Ago 2024

Chefe do Executivo | Sam Hou Fai está a ponderar candidatura

A possibilidade de Sam Hou Fai, presidente do Tribunal de Última Instância, se candidatar ao cargo de Chefe do Executivo parece agora mais certa, confirmando notícias e rumores que apontavam nesse sentido. O responsável afirmou ontem estar a pensar se apresenta a candidatura e que sempre desejou servir Macau

 

Ainda antes do anúncio de Ho Iat Seng de que não iria cumprir um segundo mandato como Chefe do Executivo, já o nome de Sam Hou Fai era mencionado como potencial candidato ao cargo político mais elevado da RAEM, inclusive nas publicações Jornal Tribuna de Macau, Macau Daily Times e Plataforma.

A hipótese ganhou ontem alguma força com as declarações do presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), à margem de uma palestra sobre o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características de Macau, organizada pela Associação dos Antigos Alunos de Macau da Faculdade de Direito da Universidade Peking.

Quando perguntado se iria apresentar uma candidatura às eleições que vão escolher o próximo Chefe do Executivo, Sam Hou Fai disse que “está a considerar a possibilidade” e que em breve irá endereçar o assunto.

“Sempre tive o desejo de servir Macau e alguns amigos encorajaram-me a continuar a dar o meu contributo para o desenvolvimento da RAEM”, afirmou o magistrado à margem de um evento para o qual apenas foram chamados órgãos de comunicação social chineses mais próximos do Governo.

Sam Hou Fai expressou também gratidão por quem se tem preocupado com a eleição para líder do Governo e afirmou que “o cargo de Chefe do Executivo é uma posição nobre para servir Macau e os residentes”.

Perfil às direitas

Sam Hou Fai tem dedicado a vida ao Direito. Nascido em 1962 na cidade vizinha de Zhongshan, o actual presidente do TUI fez a licenciatura em Direito na Universidade de Pequim, e um curso de língua e cultura portuguesa na Universidade de Coimbra, em Portugal, tal como um curso de Direito.

Em Macau, frequentou ainda o curso de Introdução ao Direito na Universidade de Macau, o curso inaugural de formação de magistrados, bem como os primeiros cursos de formação básica e avançada para juízes e Ministério Público promovidos pelo Centro de Formação Jurídica e Judiciária.

O potencial candidato a Chefe do Executivo exerceu advocacia no Interior da China e quando regressou a Macau ocupou vários cargos de relevo na Administração, dirigindo o Secretariado para a Coordenação Económica entre 1995 e 1997. Desde a transição que preside o TUI, o mais elevado cargo da hierarquia judicial da RAEM.

23 Ago 2024

Secretário de Estado chega a Cantão este domingo

Já é conhecida a agenda oficial de José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas do Governo português, que fará um périplo por Cantão, Macau e Hong Kong. Numa nota enviada às redacções, é referido que Cesário chega a Cantão este domingo, reunindo no Consulado-geral de Portugal em Cantão com a comunidade portuguesa residente na cidade chinesa.

Na segunda-feira, dia 27, ainda em Cantão, decorre um encontro com a PorCham – Câmara de Comércio e Indústria de Portugal na China, e ainda um encontro com empresários da comunidade portuguesa de Cantão. José Cesário dará ainda uma conferência de imprensa para os media locais no Liurong Building.

Na terça-feira, e já em Macau, seguem-se os encontros com os conselheiros das comunidades portuguesas, a direcção da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, presidida por Carlos Álvares, uma visita ao Consulado e ainda um encontro com Jorge Fão e Francisco Manhão, dirigentes da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC).

Medalhas entregues

Destaque ainda para a entrega, na terça-feira, das Medalhas de Mérito das Comunidades Portuguesas a Anthony Stephen da Cruz e ainda, a título póstumo, a Wu Zhiwei, CEO e fundador do Grupo Quinta da Marmeleira, recentemente falecido.

Na quarta-feira, 28 de Agosto, a agenda oficial faz-se com uma visita à sede do Banco Nacional Ultramarino e uma reunião com o seu presidente do conselho de administração, Carlos Álvares; uma visita à Fundação Oriente e encontro com a sua delegada, Catarina Cottinelli; e a deslocação à Santa Casa da Misericórdia de Macau. Aí irão decorrer encontros com o seu provedor, António José de Freitas. Ainda nesse dia está agendada uma visita ao Instituto Internacional de Macau.

A visita termina na quinta-feira, 29, com uma visita à Universidade de São José, sendo que a comitiva de José Cesário deslocar-se-á a Hong Kong. Aí irão decorrer reuniões com Tony Cruz, do Hong Kong Jockey Club, e um encontro com a comunidade no histórico Club Lusitano de Hong Kong.

A visita oficial de José Cesário a Cantão, Macau e Hong Kong estava prevista para Junho, mas foi adiada por “motivos familiares”. Sendo um nome bem conhecido do território, por ter sido secretário de Estado das Comunidades Portuguesas durante vários anos, Cesário faz agora a sua primeira visita no contexto do novo Governo português liderado por Luís Montenegro.

22 Ago 2024

Consumo | Lo Choi In pede incentivos através de descontos

Lo Choi In sugere que o Governo dê subsídios na forma de descontos para residentes, a fim de incentivar o consumo em algumas zonas do território.

O pedido da deputada surge no contexto do alargamento do programa do grande prémio de consumo nos fins-de-semana para o quarto trimestre deste ano, fazendo referência ao programa do cartão de consumo, pois do total de oito mil patacas, três mil eram concedidos a residentes através de descontos de 25 por cento em produtos, enquanto cinco mil patacas podiam ser gastos directamente.

De acordo com o Jornal do Cidadão, a deputada recordou que essa medida potenciava bastante o consumo local, esperando que haja maior flexibilidade na utilização dos cupões, para que sejam usados diariamente e não apenas aos fins-de-semana.

Lo Choi In defende também a criação de mais ofertas de alojamento no sector hoteleiro, em épocas especiais como o aniversário da implantação da República Popular da China e Natal, a fim de incentivar os turistas a pernoitarem mais tempo no território. A deputada lembrou que apesar do número de estadias ter aumentado 20 por cento em Julho, o tempo médio passou a 1,2 dias, sendo que muitas pequenas e médias empresas não beneficiaram disso.

22 Ago 2024

Taiwan | Sugerida visita a Macau a residentes da Formosa

Lao Ngai Leong, que tem chefiado a delegação de Macau na Assembleia Popular Nacional, deseja que residentes de Taiwan visitem a RAEM para testemunharem os progressos do território e apaziguar receios sobre ‘Um País, Dois Sistemas’. O responsável acusa William Lai de ser um soldado raso das forças anti-China

 

Ver para crer. Este é o slogan de Lao Ngai Leong, que tem chefiado a delegação de Macau na Assembleia Popular Nacional (APN) nos últimos anos, em relação à reunificação de Taiwan com a República Popular da China. O responsável que preside ao Conselho Regional de Macau para a Promoção da Reunificação Pacífica da China, afirmou que gostaria que os residentes de Taiwan visitassem Macau para verem com os seus próprios olhos os progressos alcançados depois da transferência da soberania de Macau para a China. Testemunhar na primeira pessoa a prosperidade e harmonia do território poderia, na óptica de Lao Ngai Leong, corrigir mal-entendidos, apaziguar receios e desbloquear eventuais resistências em relação à eficácia do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’.

A ideia foi partilhada pelo dirigente na última reunião da “Conferência Global dos Chineses Ultramarinos para Promover a Reunificação Pacífica da China”, que ocorreu na passada terça-feira em Hong Kong.

Lao Ngai Leong concluiu perante os restantes membros do conselho que ao longo dos anos, Macau registou um notável desenvolvimento económico, a sociedade manteve-se estável e o bem-estar da população prossegue num crescendo. Além disso, o responsável destacou a projecção e prestígio internacional alcançado por Macau “devido às suas características multiculturais” e a ambiente urbano único.

“Os residentes de Macau sabem que só uma pátria potente pode continuar a apoiar o território, como fez até agora, proporcionando um futuro brilhante para a região”, acrescentou Lao Ngai Leong, citado pelo jornal Ou Mun.

Contra o separatismo

Têm sido frequentes as intervenções do representante de Macau na APN sobre temas como a reunificação pacífica e a intransigência para com forças separatistas de Taiwan. A última reunião da “Conferência Global dos Chineses Ultramarinos para Promover a Reunificação Pacífica da China” não foi excepção. Lao Ngai Leong considera que os esforços dos independentistas de Taiwan para impedir a reunificação do país são em vão e estão votados ao insucesso.

O responsável lançou também vários ataques pessoais ao dirigente da Formosa William Lai, referindo que este ignora o Consenso de 1992, insistindo na defesa da independência de Taiwan e “promovendo a falácia do separatismo”, e arrisca a segurança de 23 milhões de compatriotas. “William Lai serve como soldado raso das forças internacionais anti-China, que têm como objectivo travar o desenvolvimento da China”, acrescentou.

22 Ago 2024

Medicina | Leong Sun Iok pede mais vagas para médicos estagiários

O deputado Leong Sun Iok defende que o Governo deve aumentar as vagas de estágios para os licenciados em medicina. O pedido faz parte de um comunicado divulgado ontem pelo legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

De acordo com o membro da Assembleia Legislativa, face à falta de recursos humanos médicos no território, não é compreensível que as vagas não abranjam todos os recém-licenciados. Leong indica que todos os anos há mais de 150 licenciados em medicina de Macau no exterior. “No entanto, as vagas de estágios em Macau concentram-se principalmente no sistema público de saúde, e os números de vagas nos dois anos foram de 99 vagas a 115 vagas”, aponta. “As vagas são insuficientes para responder à procura por todos os recém-licenciados em medicina, por isso, pede-se ao governo que adopte medidas activamente para aumentar o número de vagas para estágios”, acrescentou.

No comunicado, Leong Sun Iok indica também que há um aumento da procura por cuidados médicos, devido ao envelhecimento da população. Leong afirma que apesar de ter havido um aumento do número de clínicas nos anos mais recentes, ainda se regista um problema da falta de médicos, principalmente no sector público. Além disso, o deputado da FAOM destaca que os médicos estão cada vez mais sob forte pressão, o que afecta a qualidade dos serviços, assim como a vida pessoal e a sua saúde.

22 Ago 2024