Orçamento | Excedente das contas públicas suplanta previsão

Apesar de Sam Hou Fai admitir a possibilidade de apresentar um orçamento rectificativo e defender a necessidade de maior austeridade, nos primeiros três meses o excedente orçamental atingiu 9,25 mil milhões de patacas

 

Macau terminou Março com um excedente nas contas públicas que já é maior do que a previsão do Governo para todo o ano de 2025, foi na sexta-feira anunciado. Nos primeiros três meses, o excedente atingiu 9,25 mil milhões de patacas, mais 11,8 por cento do que no mesmo período de 2024, de acordo com dados publicados ‘online’ pelos Serviços de Finanças do território.

As autoridades tinham previsto um excedente de apenas 6,83 mil milhões de patacas para este ano. Macau fechou 2024 com um excedente de 15,8 mil milhões de patacas, mais do dobro do registado no ano anterior.

O ano de 2024 foi o primeiro desde 2020, no início da pandemia de covid-19, em que o território conseguiu manter as contas em terreno positivo, algo exigido pela Lei Básica, sem efectuar transferências da reserva financeira.

Ainda assim, em 15 de Abril, o líder do Governo, Sam Hou Fai, admitiu recear um défice orçamental em 2025, devido à desaceleração nas receitas do jogo. Os dados oficiais revelam um crescimento de 0,15 por cento, para 22,2 mil milhões de patacas, nas receitas dos impostos sobre o jogo até Março, que ainda assim representaram 88,4 por cento do total.

As seis operadoras de jogo da cidade pagam um imposto directo de 35 por cento sobre as receitas do jogo, 2,4 por cento destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico e 1,6 por cento entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos.

A força do jogo

Até Março, os casinos de Macau registaram receitas totais de quase 57,7 mil milhões de patacas, mais 0,6 por cento do que no mesmo período de 2024. Apesar do crescimento nas receitas dos impostos sobre o jogo, a receita corrente de Macau caiu 5,38 por cento nos primeiros três meses de 2025, em termos anuais, para 25,1 mil milhões de patacas.

A principal razão para a diminuição foram as receitas financeiras, que passaram de mil milhões de patacas no primeiro trimestre de 2024 para apenas duas mil patacas este ano. Esta rubrica corresponde aos resultados da Autoridade Monetária de Macau, o regulador financeiro da região, incluindo receitas de investimentos e de juros e dividendos.

Nos primeiros três meses, Macau recolheu 22,3 por cento da receita corrente projectada para 2025 no orçamento, que é de 112,6 mil milhões de patacas. O aumento do excedente do território deveu-se sobretudo à despesa pública que desceu 13,8 por cento entre Janeiro e Março, para 15,9 mil milhões de patacas, sobretudo devido um corte de 21,4 por cento em apoios sociais e subsídios dados à população.

O Governo gastou 4,52 mil milhões de patacas no âmbito do Plano de Investimentos e Despesas da Administração (PIDDA), menos 13,2 por cento em comparação com os três primeiros meses de 2024.

28 Abr 2025

Grande Baía | Sam Hou Fai visita Zhuhai, Zhongshan e Jiangmen

O Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, termina hoje uma visita a três cidades da Grande Baía (Zhuhai, Zhongshan e Jiangmen), périplo que começou ontem à tarde. A delegação do Governo da RAEM, liderada por Sam Hou Fai, tem na agenda encontros com os dirigentes das três cidades, “com o intuito de trocar impressões sobre como aprofundar a cooperação bilateral e impulsionar, em conjunto, a construção da Grande Baía”.

Segundo um comunicado divulgado na tarde de sábado pelo Gabinete de Comunicação Social, o programa incluiu ainda visitas para Sam Hou Fai “se inteirar do desenvolvimento destas cidades e dos projectos de turismo cultural”.

A delegação oficial da RAEM é composta pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Tam Vai Man, o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, Leong Man Cheong, a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Chan Kak, o director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Cheong Chok Man, o presidente do Conselho Administrativo do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento, U U Sang e o presidente da Autoridade da Aviação Civil, Pun Wa Kin.

28 Abr 2025

Aviação | Cônsul irritado” com oportunidades desperdiçadas

Alexandre Leitão admite ter escrito para Portugal a queixar-se da falta de aproveitamento do momento para criar uma ligação aérea de transporte de mercadorias entre Macau e a Europa. O diplomata criticou o facto de a única ligação aérea directa entre Macau e a Europa não ser feita através de Portugal

 

O cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, confessou ter ficado “muito irritado” com o facto de a única ligação directa de Macau para a Europa não ser feita por Lisboa ou pelo Porto. As declarações foram prestadas numa apresentação do pavilhão do Turismo de Portugal na Feira Internacional de Turismo de Macau.

“Há dias escrevi [uma carta] para Lisboa, muito irritado, quando a Etiópia Airlines inaugurou [há duas semanas] o seu voo de carga triangular Adis Abeba-Madrid-Macau e com isso criou a primeira ligação directa de Macau para a Europa”, afirmou Alexandre Leitão, citado pelo Diário de Notícias (DN).

O representante de Portugal na RAEM e RAEHK explicou que desde há dois anos insistia com as autoridades de Lisboa para que a ligação fosse assegurada por uma companhia portuguesa, com um aeroporto nacional, Porto ou Lisboa, como plataforma europeia.

“Venho insistindo nisso há dois anos, por isso não me convencem que não é viável”, disse Alexandre Leitão, lembrando em Macau vivem 153 mil portugueses, inseridos numa região que num raio de 200 quilómetros tem dois polos urbanos como Shenzhen e a cidade de Cantão, além de Hong Kong.

“Aqui existem mais de uma centena de restaurantes que se reclamam portugueses, há concessionárias, há comércio e este ano vão abrir mais dois restaurantes portugueses. Repito, não me convencem que não é viável um voo que faça uma dupla função de transporte de pessoas e transporte de mercadorias”, sublinhou.

Falta de visão

Os voos da Etiópia Airlines vão trazer 20.000 toneladas de carga por ano “através de um voo puramente comercial”, entre Adis Abeba, que é a placa africana, Madrid a placa europeia e Macau.

“Expliquem-me lá porque é que Lisboa não é placa atlântica e também europeia, além de ser lusófona para mercados como o Brasil, que são servidos como nenhum outro? Ou o Porto? E porque é que as capitais africanas, lusófonas, não são também instrumentos, plataformas de distribuição das mercadorias e serviços para outros países em África que querem vir para cá?”, apontou. “Enfim, não sou técnico de aviação, mas até que me expliquem por A mais B que não faz sentido nenhum, eu continuarei a insistir nisso. E confesso-vos que no dia em que o avião entrou no aeroporto, com os jatos de água, eu fiquei aborrecido e escrevi para Lisboa a dizer que esperava sinceramente que este voo significasse uma consciencialização dos operadores relevantes em Portugal, do Governo e da TAP”, desabafou.

O apelo do cônsul surgiu para assegurar que Portugal se posicione para aproveitar o transporte directo de passageiros entre Macau e a Europa. “Todas as pessoas interessadas em Portugal [olhem para] este potencial antes que a Etiópia ou outra companhia qualquer decida mesmo fazer o voo de passageiros directo para Madrid ou para Paris, onde quer que seja. Assim, a tarefa torna-se mais difícil. E é este o apelo que eu vos faço”, concluiu.

28 Abr 2025

Governo vai apertar controlo a nova droga sintética

O Governo anunciou na sexta-feira que irá implementar controlos mais rigorosos para um anestésico usado numa nova droga sintética, conhecida como ‘petróleo espacial’, ligada a três mortes em Hong Kong.

No plenário de sexta-feira na Assembleia Legislativa, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, revelou que a proposta de lei sobre esta matéria foi enviada ao Conselho Executivo e será discutida neste órgão consultivo a 2 de Maio.

Durante a apresentação do relatório das LAG para este ano na área da Segurança, o secretário Wong Sio Chak disse que os novos protocolos poderão chegar à Assembleia Legislativa, para serem votados com caráter de urgência, em meados de Maio.

O secretário defendeu que a revisão será “muito completa”, uma vez que irá incluir numa lista de produtos perigosos alvo de restrições não apenas o anestésico etomidato, mas também outras 20 substâncias ligadas ao ‘petróleo espacial’.

O etomidato, um anestésico de curta acção, administrado por via intravenosa, é utilizado principalmente em serviços de urgência, unidades de anestesia, salas de cirurgia e unidades de cuidados intensivos.

Novos protocolos

Em Fevereiro, Hong Kong implementou novos protocolos que envolvem um controlo mais rigoroso não só sobre o armazenamento da droga, mas também sobre os requisitos de documentação e manuseamento nos hospitais locais.

O etomidato era classificado na cidade como uma substância controlada, pelo que a venda ou posse ilegal poderia acarretar uma pena de dois anos de prisão e uma multa de 100 mil dólares de Hong Kong. Mas a droga foi incluída numa lista de produtos perigosos alvo de restrições, elevando a pena máxima por posse de ‘petróleo espacial” para sete anos de prisão e uma multa de um milhão de dólares de Hong Kong.

Já o tráfico ou importação ilegal desta substância passou a ser passível de uma pena máxima de prisão perpétua e de uma multa de cinco milhões de dólares de Hong Kong.

Wong Sio Chak sublinhou que, tanto na China continental como em Hong Kong, é “relativamente simples” restringir o uso de etomidato e punir a posse ou tráfico de ‘petróleo espacial’, uma vez que basta publicar o equivalente de um regulamento administrativo. Porém, em Macau, é necessária votação no hemiciclo.

No início de Novembro, as autoridades de Hong Kong confirmaram terem suspeitas de que pelo menos três mortes estão relacionadas com o ‘petróleo espacial’.

Também Macau revelou em Dezembro que a polícia detectou quatro casos ligados a este narcótico desde o primeiro caso de ‘petróleo espacial’ encontrado numa escola local, em Outubro de 2023. Esta droga é conhecida em Hong Kong como ‘droga zombie’ porque pode causar graves danos físicos e mentais, incluindo dependência, perda de memória, convulsões, perda de consciência e até morte.

28 Abr 2025

Segurança nacional | Governo vai criar “sistema de alerta de riscos”

O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, disse na sexta-feira, no âmbito da apresentação do relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano, que o Executivo pretende criar “um sistema de alerta de riscos para a defesa da segurança nacional, com recurso à tecnologia”.

Wong Sio Chak acrescentou que este novo sistema visa “promover com maior eficácia a modernização das capacidades da RAEM na defesa da segurança nacional”. Além disso, pretende-se fazer “a reestruturação da composição da Comissão de Defesa da Segurança do Estado (CDSE) e das entidades que executam trabalhos complementares”.

O objectivo desta renovação é “aperfeiçoar o funcionamento da organização, por forma a ampliar a participação no trabalho da defesa da segurança nacional a todas as áreas, e mesmo a todo o Governo”.

O secretário explicou também que irá continuar a ser promovida “a reestruturação das entidades responsáveis pela execução de trabalhos complementares, no sentido de reforçar as funções da CDSE de coordenação, de tomada de decisão e de impulso para execução”. A ideia é garantir que “a defesa da segurança nacional é responsabilidade de todos, todos devem cumprir essa responsabilidade e todos podem agir”.

Além disso, o Governo vai apreciar a os trabalhos de “qualificação dos candidatos a deputados à 8.ª Legislatura da Assembleia Legislativa pela CDSE nos termos da lei, garantindo a concretização do princípio ‘Macau governado por patriotas'”, rematou o governante.

28 Abr 2025

Macau quer usar moeda digital para comércio entre China e lusofonia

O secretário para a Economia e Finanças de Macau quer explorar a possibilidade de usar a pataca digital nas trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa.

Durante a apresentação do programa político para 2025 na área da economia e finanças, do novo Governo de Macau, Tai Kin Ip disse que discutiu a ideia com o banco central de Portugal durante uma recente visita ao país. Uma delegação liderada por Tai Kin Ip esteve em Lisboa entre 4 e 6 de Março, onde se encontrou com dirigentes do Banco de Portugal, incluindo o administrador Luís Morais Sarmento.

No final de Março, o gabinete do secretário disse num comunicado que os vários encontros serviram para “negociar a consolidação e o aprofundamento da cooperação entre Macau e Portugal nas áreas da ciência, tecnologia, economia e comércio”.

Tai Kin Ip disse na quarta-feira na Assembleia Legislativa que iria continuar a visitar mais países de língua portuguesa no futuro para procurar apoio para a utilização da pataca digital. O secretário prometeu aproveitar as vantagens da pataca digital como uma moeda cuja circulação será livre através das fronteiras de Macau, uma economia aberta ao fluxo de capitais.

Pelo contrário, a moeda chinesa, o renminbi, não é inteiramente convertível em outras moedas e as autoridades de Pequim impõem um rígido controlo ao fluxo de capitais, sobretudo para fora do país.

Sementes a germinar

O protótipo do sistema da pataca digital de Macau (e-Mop) foi lançado em 12 de Dezembro, oito dias antes do fim do mandato do anterior líder do Governo, Ho Iat Seng. Em Setembro, o regulador financeiro da região disse que a pataca digital poderia “servir de exemplo para os países de língua portuguesa”.

O presidente da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), Benjamin Chan Sau San, falava durante a segunda Conferência dos Governadores dos Bancos Centrais e dos Quadros da Área Financeira entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que decorreu em Macau.

Na abertura do evento, Ho Iat Seng disse que o desenvolvimento da e-Mop contou com o apoio do Governo e do banco central da China, que foi a primeira grande economia do mundo a lançar uma moeda digital, o renminbi digital ou e-CNY, em Agosto de 2020.

Em Setembro, a AMCM explicou que, antes do lançamento oficial da pataca digital, iria realizar testes para identificar riscos e “estabelecer leis e regulamentos”.

25 Abr 2025

Hospital das Ilhas | Críticas às poucas ligações de autocarros

A legisladora ligada à comunidade de Jiangmen, Lo Choi In, considera que actualmente as deslocações para o hospital implicam um “percurso tortuoso”. Além disso, pede autocarros mais direccionados, que não coincidam com algumas das principais atracções turísticas

 

A deputada Lo Choi In critica as poucas ligações de autocarros ao Hospital das Ilhas, e pede ao Governo que apresente planos para resolver a situação. O assunto foi abordado através de uma interpelação escrita.

De acordo com a legisladora ligada à comunidade de Jiangmen, há cada vez mais pessoas que procuram utilizar o Hospital das Ilhas, porque tem menos utentes, o que faz com que as filas de espera sejam mais pequenas. “Tendo em conta a reputação do hospital Peking Union Medical College e o número relativamente baixo de utentes durante o período inicial do seu funcionamento, muitos residentes optam actualmente por se deslocar ao hospital das Ilhas”, afirmou Lo.

A deputada reconheceu que há percursos disponíveis para o hospital, através dos autocarros 35, 50, H3, MT4 e N5, mas que a cobertura é limitada e deixa muitas zonas consideradas importantes de fora.

“As carreiras de autocarros não cobrem adequadamente as zonas urbanas antigas da Península de Macau, especialmente a Areia Preta, Porto Interior ou a Rua de São Paulo, pelo que os residentes destas zonas têm de percorrer grandes distâncias, quando precisam de ir ao Hospital das Ilhas”, justifica a deputada. “Os residentes destas zonas têm de apanhar outros autocarros ou fazer um percurso tortuoso, como por exemplo, fazer a transferência dos autocarros para o metro ligeiro, para se dirigirem ao Hospital das Ilhas”, acrescentou.

Neste cenário, Lo pergunta ao Executivo se tem “planos para optimizar os percursos dos autocarros” e recorda que actualmente as deslocações para deficientes motores, os idosos ou os doentes já são suficientemente difíceis.

Além do turismo

Ao mesmo tempo, Lo Choi In aponta que muitos dos autocarros que se deslocam ao Hospital das Ilhas coincidem com autocarros utilizados pelos turistas para se deslocarem a algumas das principais atracções do território. Esta é uma situação criticada pela deputada, por considerar que torna as deslocações desnecessariamente mais difíceis para pessoas que apresentam uma condição física mais fragilizada.

A legisladora pretende assim saber se existem planos “a longo prazo” para criar “autocarros mais directos”, com “horários limitados, especializados e orientados para os locais de residência das pessoas que mais frequentam cuidados médicos”.

Na interpelação escrita, a deputada aborda também a questão dos táxis para as pessoas que precisam de se deslocar de cadeira de rodas. Lo indica que “a oferta em Macau foi sempre inferior à procura” e pretende saber como o Governo vai responder a esta situação. A deputada sugere que haja “incentivos políticos” para que as associações locais tratem deste serviço, dado que desta forma não é necessário assegurar lucros.

25 Abr 2025

Jornalismo | Associação critica mutismo de Lisboa sobre detenções

O líder de uma associação internacional de profissionais da comunicação social disse à Lusa que Portugal deveria ter feito “um gesto discreto ou uma expressão de preocupação” face à detenção de duas jornalistas em Macau. O presidente da AIPIM alerta para precedente “constrangedor”

 

No dia 17 de Abril, a polícia deteve duas repórteres do jornal All About Macau quando tentavam entrar no salão da Assembleia Legislativa para assistir à apresentação do programa político do Governo para 2025. “Consideramos o silêncio de Portugal preocupante, dados os seus profundos laços históricos e culturais com Macau”, lamentou Josep Solano, o presidente da Sociedade de Jornalistas e Profissionais da Comunicação Europeus na Ásia (JOCPA), criada em Janeiro e sediada na Estónia.

“Acreditamos que tal silêncio não pode ser visto como neutro, especialmente num contexto em que a liberdade de imprensa está ameaçada”, sublinhou Josep Solano. “É importante lembrar a Portugal — um país democrático com ligações de longa data a Macau — que tem a responsabilidade moral de defender e promover as liberdades fundamentais”, defendeu o catalão. “Mesmo um gesto discreto ou uma expressão de preocupação reafirmaria o compromisso de Portugal com os valores democráticos e a liberdade de imprensa”, disse Solano.

Nas redes sociais, o All About Macau escreveu que a polícia foi chamada para retirar as jornalistas, “alegando serem suspeitas de ‘perturbar o funcionamento das autoridades’ de Macau e de ‘gravação ilegal de vídeo'”. “A justificação oficial (…) é profundamente preocupante. Reflecte um ambiente cada vez mais repressivo, no qual os meios de comunicação independentes enfrentam restrições arbitrárias, exclusão de eventos públicos e, agora, criminalização”, alertou a JOCPA, num comunicado divulgado na terça-feira.

Solano disse esperar “sinceramente que este lamentável incidente não marque uma nova deterioração do ambiente de liberdade de imprensa em Macau. No entanto, os acontecimentos recentes na região levantam preocupações”.

O peso e a medida

“A situação inédita ocorrida é triste e preocupa-nos, pois consideramos que abre um precedente – no mínimo – constrangedor”, disse à Lusa o presidente da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM). José Miguel Encarnação pediu ao Ministério Público “que haja ponderação na avaliação dos factos, por forma a que não haja consequências de maior”.

A JOCPA pediu ao Governo que retire todas as acusações contra as jornalistas e que levante as restrições aos meios de comunicação social, “independentemente do formato ou da frequência de publicação”.

Também José Miguel Encarnação defendeu ser “essencial garantir que os direitos dos jornalistas sejam salvaguardados e que a liberdade de informar não seja condicionada sob pretextos pouco claros”.

Ainda assim, o presidente da AIPIM admitiu que a associação decidiu não fazer qualquer comunicado sobre o incidente. Uma posição que Josep Solano compreende: “Dadas as circunstâncias complexas e delicadas que actualmente prevalecem em Macau, (…) entendemos que a prudência é uma consideração importante”.

No entanto, o dirigente alertou que “um número significativo de jornalistas não-chineses que trabalham em Macau são europeus, e qualquer erosão das liberdades fundamentais pode ter um impacto directo na sua capacidade de operar de forma segura e eficaz”.

25 Abr 2025

TNR | Lam U Tou exalta-se no plenário por ausência de medidas

O deputado Lam U Tou interveio ontem no debate a propósito do alegado excesso de trabalhadores não residentes (TNR) em alguns sectores de actividade, como é o caso do jogo. “Não vejo, neste relatório das LAG, nenhuma palavra sobre os TNR, e tal está desfasado da realidade de Macau. Estou muito insatisfeito, disse aqui que há vagas nas áreas da restauração e retalho, mas vemos que há mais desemprego nestes sectores e, por outro lado, há mais TNR nas operadoras de jogo”, acusou.

Lam U Tou deu o exemplo de “outros sectores, como mediadores de seguros e o sector das exposições e convenções que fazem esse truque, contratando TNR que falam mandarim”. “Porque é que não estabelecemos uma meta mais elevada para o rácio de trabalhadores, em prol dos locais? Nas LAG não vemos nada em concreto sobre isso. Porque permitimos que haja um grande número de TNR nas concessionárias? Porque é que só três ramos de actividade são exclusivas a locais, e porque não podemos alargar a mais actividades? Sim, estou emocionado, mas de facto é um problema.”

No lado oposto, o deputado Chan Chak Mo disse que o território precisa de TNR para a economia funcionar. “Se não conseguirmos preencher esses lugares, quem vai trabalhar? Vamos incentivar a natalidade para termos mais trabalhadores? Não! Se não houver trabalhadores as empresas fecham. Queremos ser um centro mundial de turismo e lazer e cidade da gastronomia, e temos de prestar um bom serviço. Também estou exaltado como o colega”, disse.

O secretário explicou que nos três anos de pandemia o número de TNR baixou, tendo crescido gradualmente, mas sempre segundo o princípio de ser um complemento ao trabalho dos locais.

24 Abr 2025

LAG 2025 | Empresa vai modificar pedras preciosas dos países lusófonos

As autoridades de Macau revelaram ontem que uma empresa vai transformar, no território, pedras preciosas vindas dos países de língua portuguesa, tendo como alvo o mercado da China continental.

O director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) disse que o Governo conseguiu atrair a empresa para lançar operações no território. Yau Yun Wah sublinhou que a empresa poderá exportar pedras preciosas para o outro lado da fronteira, através de um acordo que estabelece um relacionamento semelhante a parceiros de comércio livre entre a China continental e Macau.

O Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau foi criado em 2003 e tem sido alvo de revisões regulares, a última das quais entrou em vigor em Março. Esta revisão alarga a abertura da China continental às empresas de Macau, em áreas como os serviços culturais e audiovisuais, de tecnologia de ponta, e financeiros, incluindo bancos e seguradoras.

Yau Yun Wah falava na Assembleia Legislativa durante a apresentação do programa político para 2025, na área da economia e finanças.

Licenças valiosas

Em 2019, o território começou a receber diamantes certificados pelo processo Kimberley, um regime que atesta a sua origem para evitar a transação dos chamados “diamantes de sangue”, oriundos de áreas de conflitos. Yau Yun Wah disse que, desde Outubro de 2019, a DSEDT já emitiu licença de operação para actividades relativas a diamantes em bruto a 17 empresas, assim como 37 certificados para importação e 26 para exportação.

O dirigente acrescentou que, entretanto, passaram por Macau diamantes em bruto com um valor total de 180 milhões de dólares. Além disso, Yau disse que a cidade tem actualmente quatro fábricas de medicina ocidental (incluindo uma da farmacêutica portuguesa Hovione) e oito fábricas de medicina tradicional chinesa, uma das prioridades do Governo para a diversificação da economia.

24 Abr 2025

FMI | Previsão de crescimento económico cortada para metade

O novo relatório do FMI aponta que o PIB de Macau vai crescer 3,6 por cento em 2025, quando a estimativa inicial indicava um crescimento de 7,3 por cento. As tarifas de Donald Trump são apontadas como a principal razão para as novas previsões

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou para metade a estimativa sobre o crescimento da economia de Macau ao longo deste ano, que deverá ser de 3,6 por cento. A revisão consta no relatório mais recente sobre as expectativas económicas, que foi publicado na terça-feira.

Anteriormente, as estimativas do FMI apontavam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Macau de 7,3 por cento. Contudo. De acordo com a mesma instituição, o cenário para 2026 não é muito melhor, e a estimativa é que o crescimento do PIB da RAEM seja ainda mais lento, de 3,5 por cento.

No ano passado, o FMI indica que o território teve um crescimento da economia de 8,8 por cento.

A nível de preços, o FMI espera um crescimento no território de 0,9 por cento ao longo deste ano e de 1,3 por cento em 2026. Quanto ao desemprego a expectativa é que tanto neste ano como no próximo a taxa seja de 1,7 por cento, abaixo da taxa de 1,8 por cento de 2024, ainda assim em “terreno” de pleno emprego.

Apesar da revisão em baixa, a economia de Macau deverá registar o maior crescimento entre as “economias avançadas” da Ásia, onde se incluem países e regiões como Coreia do Sul, Hong Kong, Japão, Nova Zelândia, Singapura, Taiwan e ainda a Austrália. A média de crescimento nesta zona é de 1,2 por cento para este ano e 1,4 por cento para o próximo.

Em relação à economia do Interior da China, que está integrada no âmbito das economias emergentes e em desenvolvimento da Ásia, a estimativa é que o crescimento seja de 4 por cento neste ano, e também 4 por cento em 2026. A zona das economias emergentes e em desenvolvimento da Ásia tem previsto um crescimento médio de 4,5 por cento neste ano e 4 por cento no próximo.

Um problema de tarifas

Não é só na Ásia que houve uma revisão em baixa das estimativas de crescimento, o mesmo aconteceu para a economia global, em que o crescimento esperado é agora de 2,8 por cento. Anteriormente, em Janeiro, era de 3,3 por cento. Face a 2026, a expectativa é que a economia mundial cresça 3 por cento, quando em Janeiro era de 3,3 por cento.

No relatório publicado na terça-feira, o FMI justifica a revisão em baixa das estimativas com as tarifas de Donald Trump e a vontade de redesenhar o comércio global: “Grandes mudanças políticas estão a reiniciar o sistema de comércio global e a dar origem a incertezas que estão, mais uma vez, a testar a resistência da economia global”, é indicado.

“Desde Fevereiro, os Estados Unidos anunciaram várias vagas de implementação de tarifas contra parceiros comerciais, alguns dos quais invocaram contra-medidas. Os mercados começaram por aceitar os anúncios com naturalidade, até à aplicação quase universal de tarifas pelos Estados Unidos, a 2 de Abril, o que desencadeou quedas históricas nos principais índices de acções e subidas nas taxas de rendibilidade das obrigações”, foi acrescentado.

24 Abr 2025

Creche Smart | Tribunal aceita providência cautelar

Os tribunais aceitaram uma providência cautelar da Creche Smart para impedir o Governo de suspender o financiamento e recuperar as instalações onde está instalada a instituição. A informação foi divulgada pela Creche Smart, através de um comunicado nas redes sociais.

“Caros pais, fiquem tranquilos. O tribunal aprovou o procedimento cautelar da Smart, e suspendeu a decisão do Instituto de Acção Social”, pode ler-se na mensagem. “Obrigado por todo o apoio”, foi acrescentado.

O anúncio do IAS sobre o fim do financiamento e a recuperação das instalações exploradas pela associação Zonta Club de Macau foi tornado público em Março. Nessa altura, as autoridades apontaram o final de Agosto como a data prevista para o encerramento da creche e a recuperação das instalações, ao mesmo tempo que garantiam que havia lugares na Taipa para todas as crianças afectadas pelo encerramento.

Contudo, os motivos desta decisão nunca foram esclarecidos publicamente. O IAS limitou-se a indicar que não foi possível chegar a um acordo com a associação Zonta Club de Macau sobre os moldes em que iria continuar a funcionar a parceria de financiamento. O Governo terá ainda indicado que a falta de acordo visou “princípios básicos” e “importantes aspectos de organização”.

Ontem Hon Wai, presidente do IAS, voltou a ser questionado sobre este assunto e reconheceu a decisão de aceitar a providência cautelar. Todavia, para assegurar o normal funcionamento da justiça, recusou fazer comentários sobre a decisão.

24 Abr 2025

Jogo | Seaport estima receitas “mais fracas do que o esperado”

A corretora Seaport Research Partners reduziu para mais de metade a estimativa de crescimento das receitas brutas do jogo deste ano para 3 por cento, uma previsão “mais fraca do que o esperado” no início do ano, quando foi projectada uma subida de 6,5 por cento.

Num comunicado divulgado na terça-feira, citado pelo portal GGR Asia, o analista Vitaly Umansky mantém a estimativa de crescimento de 7 por cento para os anos 2026 e 2027, com 2027 a ter receitas brutas de jogo que podem ficar a 92 por cento do nível de 2019.

“Prevemos um fortalecimento do mercado no final do Verão e no segundo semestre deste ano. Não esperamos que a guerra comercial tenha um impacto negativo significativo em Macau, nesta altura”, apontou o analista.

De acordo com a Seaport, os benefícios das mesas digitais ‘inteligentes’ “poderão ser mais fortes do que o esperado e levar a uma revisão em alta das previsões”, principalmente porque as apostas paralelas no bacará estão a aumentar.

Recorde-se que nos primeiros três meses de 2025, as receitas brutas dos casinos de Macau foram de cerca de 57,66 mil milhões de patacas, mais 0,6 por cento do que no mesmo período de 2024.

24 Abr 2025

Economia | Alerta para efeitos do proteccionismo

O debate de ontem sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para a área da Economia e Finanças demonstrou a posição prudente do secretário Tai Kin Ip em relação ao cenário económico local. Numa altura em que o mundo enfrenta um cenário de tarifas impostas pelos EUA e a consequente resposta da China, o governante afirmou que a economia local pode sofrer com esta atitude proteccionista.

“O agravamento do unilateralismo e do proteccionismo trazem impactos ao desenvolvimento económico e à estabilidade da cadeia de abastecimento mundial, afectando as actividades económicas, a evolução inflacionária e a direcção das políticas monetárias adoptadas pelos principais bancos centrais, o que dá origem a várias instabilidades e incertezas em termos de perspectivas da economia mundial”.

Assim, tendo em conta que “Macau é uma microeconomia orientada para o exterior e altamente aberta, dificilmente consegue isolar-se dos impactos externos”. Tai Kin Ip referiu que, apesar “da situação económica de Macau permanecer geralmente estável”, enfrenta “alguns problemas antigos e novos desafios”.

Tal como já referiu no passado, o secretário deixou claro que as receitas brutas do jogo podem não trazer um cenário económico tão desafogado como se pensava. “No primeiro trimestre deste ano as receitas brutas do jogo mantiveram-se praticamente iguais em termos anuais, podendo as receitas financeiras não ser tão optimistas como o previsto”, disse no seu discurso, acrescentando que “o desenvolvimento da diversificação industrial ainda não satisfaz as expectativas da sociedade”. Assim sendo, o secretário para a Economia e Finanças aconselha a “examinar cuidadosamente a situação económica e responder com prudência”.

24 Abr 2025

PME | Novo plano de bonificação de juros

Tai Kin Ip, secretário para a Economia e Finanças, apresentou ontem as principais medidas da sua tutela no âmbito do relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano. E uma delas prende-se com o lançamento de mais um apoio financeiro às pequenas e médias empresas (PME): o “Plano de bonificação de juros de créditos bancários para as pequenas e médias empresas”.

O secretário explicou que esta medida será proporcionada a cada “empresário comercial qualificado”, sendo concedida uma “bonificação de juros de créditos bancários até uma taxa de 4 por cento, para créditos bancários até 5 milhões de patacas, com um prazo de 3 anos”. As empresas elegíveis têm que ter participações superiores a 50 por cento por parte de residentes de Macau, entre outros critérios.

Além disso, o apoio governamental estende-se também à banca, com a medida “Pagamento apenas de juros, sem amortização do capital”. A ideia é “aliviar os encargos de juros suportados pelas PME, apoiando as empresas a reforçar a sua liquidez e o desenvolvimento dos seus negócios”, explicou o secretário.

Tai Kin Ip lembrou que as PME “são uma importante parte integrante da economia de Macau”, e que será dado todo o apoio “à operação sustentável, desenvolvimento inovador e reforço da capacidade de operação” destas empresas, não apenas com apoios financeiros, mas também com “a expansão da clientela, promoção do consumo e reforço das suas capacidades”.

Outra das medidas do foro empresarial apresentada no debate de ontem, visa a expansão dos “Serviços de Apoio à Digitalização das PME 2025”, com o aumento das actuais 900 vagas para 1500.

24 Abr 2025

LAG 2025 | Deputados continuam a alertar sobre desemprego jovem

Vários deputados levaram ontem a questão do desemprego jovem para o debate sectorial das Linhas de Acção Governativa para a área da Economia e Finanças. Lam Lon Wai referiu que “estamos a desenvolver-nos aos poucos [em termos tecnológicos e empresariais], mas as exigências para os jovens entrarem no mercado de trabalho são muitas”.

Também Lei Leong Wong frisou esta problemática. “O secretário disse que a situação económica está estável, tudo certo. Mas para os jovens que têm dificuldades em encontrar um emprego a situação não está assim tão boa. Não digo que todos os trabalhadores não residentes têm de sair de Macau, mas é necessário avaliar o número por áreas. Os jovens têm confiança, mas enfrentam muito stress”, referiu.

Da parte do Executivo, ficou a promessa de continuidade do apoio ao emprego e formação profissional. “Depois da pandemia muitos jovens não precisavam de realizar estágios, pois encontravam emprego rapidamente. Em 2023 tivemos 213 estagiários nos nossos programas, e em 2024, 197. As entidades que prestam estágios deram oito mil patacas a cada estagiário, e este ano, em Junho, vamos lançar uma nova ronda de estágios. Vamos melhorar o plano em várias áreas”, referiu o director Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, Chan U Tong.

Opção Hengqin

O director da DSAL adiantou ainda que “o Governo sempre deu importância ao emprego dos jovens”. “Lançamos planos de colocação profissional para jovens e bolsas de contacto com concessionárias. Tivemos 14.699 pessoas em 2024, com 60 por cento, ou seja, 9.239 com menos de 34 anos. No primeiro trimestre deste ano tivemos 2.517 correspondências de emprego bem-sucedidas, sendo que 1.278 pessoas, ou seja, 50 por cento, eram jovens com menos de 34 anos, o que [demonstra] uma alta percentagem de jovens que aderiram ao mercado laboral”, referiu.

A grande maioria das vagas preenchidas prendem-se com empregos administrativos ou no sector de vendas, mas Chan U Tong assegurou que faltam pessoas para trabalhos de instalação e na restauração. “Os jovens de Macau podem também tentar encontrar trabalho na Zona de Cooperação em Hengqin. Além disso, queremos estender o plano de estágios às cidades da Grande Baía”, disse.

Por sua vez, o secretário Tai Kin Ip referiu que em três anos “temos obtido resultados positivos nas edições dos programas de estágio”. “As empresas participantes, talvez devido à escassez de mão-de-obra, aceitam trabalhadores e não disponibilizam estágios, daí verificar-se uma redução das ofertas. Temos de ver se há possibilidade de antecipar o contacto dos estudantes com a realidade laboral, para que sejam disponibilizados novos postos de trabalho relacionados com tecnologias avançadas e do sector terciário. Estamos a conceber acções de formação nessas áreas em conjugação com associações, sobre o sector de exposições e convenções e turismo”, acrescentou.

24 Abr 2025

Casinos-satélite | Secretário diz que estão a ser eleborados “planos preparatórios”

O debate de ontem sobre as Linhas de Acção Governativa para a área da Economia e Finanças incidiu muito sobre o encerramento dos casinos- satélite, mas o secretário Tai Kin Ip disse apenas que estão a ser pensados “planos preparatórios”. Deputados temem impacto financeiro na banca, nas empresas e mais desemprego

 

São 11 os casinos-satélite que podem fechar portas nos próximos meses, tendo em conta a informação já avançada pelo Governo de que as empresas gestoras destes espaços têm até ao final do ano para terminar este modelo de exploração dos espaços de jogo. Os sinais de alerta quanto ao impacto negativo desta mudança têm surgido nos últimos meses, mas o Governo teima em não dar uma resposta concreta dos planos de coordenação a levar a cabo com as empresas gestoras.

Ontem, não foi excepção: foram vários os deputados a colocar questões sobre os casinos-satélite ao secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, no âmbito do debate sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano, mas a resposta só surgiu bem no final do debate, perto das 20h, tendo em conta que a sessão começou às 9h30 e terminou às 20h.

“O Governo sempre agiu de acordo com a lei para regular o sector do jogo. O regime jurídico define três anos de período transitório, e o Executivo vai trabalhar bem nesse sentido e definir planos preparatórios. Estamos a desenvolver esse tipo de trabalho”, disse.

Dúvidas e mais dúvidas

Um dos deputados a questionar os planos governamentais foi Lei Leong Wong. “Existem 11 casinos-satélite com um total de 13 mil trabalhadores, e se não conseguirmos tratar bem este problema isso vai causar grande impacto na sociedade. O Governo está a coordenar este assunto [do encerramento]? Se apenas pedirmos aos trabalhadores para encontrarem um novo emprego a 31 de Dezembro de 2025, será já demasiado tarde”, apontou.

O deputado Lam U Tou foi também um dos intervenientes sobre este assunto. “Como vai resolver a situação de desemprego de dezenas de milhares de trabalhadores dos casinos-satélite? Os locais não conseguem emprego, e como é que as PME vão subsistir?”, inquiriu.

Por sua vez, Cheung Kin Chung alertou para o impacto destes encerramentos na banca. “Além de termos de proteger os nossos trabalhadores, se forem encerrados os casinos satélite encerra também a economia dos bairros e tal vai afectar o problema do crédito malparado. Não sei se o Governo tem alguma previsão em relação a esta matéria”, disse.

O mesmo deputado referiu que actualmente a fatia do crédito malparado no conjunto global de créditos bancários é de 5,6 por cento, com um risco ainda “controlado”. Porém, “se os casinos-satélite fecharem, a situação dos hotéis piora e isso afecta o crédito malparado”. “Temos de pensar em formas de podermos ajudar mais os nossos bancos”, frisou.

Sobre o crédito malparado, Tai Kin Ip mostrou-se optimista. “Nos últimos meses [o crédito malparado] tem estado estável. Se investirmos mais na base [do problema] nos próximos meses podemos manter essa estabilidade”, disse apenas.

24 Abr 2025

Ponte HKZM | Preço do estacionamento foi reduzido

A Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou uma redução do preço para os veículos ligeiros que utilizam o estacionamento da Fronteira da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau por mais de 12 horas.

De acordo com um comunicado da DSAT, e com a informação publicada no Boletim Oficial, o estacionamento ininterrupto por mais de 12 horas e até um máximo de 24 horas vai ser cobrado sempre ao preço de 120 patacas. Antes destas alterações, o estacionamento custava 10 patacas por hora, o que significava que o estacionamento por um período de 24 horas teria um custo de 240 patacas. Se um condutor deixar o veículo ligeiro estacionado naquele local por cinco dias, o preço passa agora a ser de 600 patacas, quando anteriormente era de 1.200 patacas.

O modelo de 10 patacas por hora continua a ser aplicado aos estacionamentos com uma duração inferior a 12 horas. Por exemplo, se uma pessoa estacionar naquele local por oito horas, paga 80 patacas.

A DSAT justificou a nova medida com a vontade de “utilizar bem os recursos de estacionamento”, “atrair os turistas a prolongarem a estadia em Macau”, “promover o desenvolvimento económico” e “promover um maior intercâmbio com as regiões vizinhas”.

O estacionamento máximo permitido é de oito dias, e no caso de haver menos de 600 lugares disponíveis torna-se necessário fazer reserva online.

23 Abr 2025

Metro Ligeiro | Si Ka Lon pede melhor serviço e novas tecnologias

O deputado ligado à comunidade de Fujian pediu ao Governo que melhore os serviços do Metro Ligeiro e implemente medidas para reduzir o número de avarias. Além disso, Si Ka Lon espera eficácia na exploração dos espaços comerciais das estações

 

Si Ka Lon defende o recurso a novas tecnologias para controlar regularmente o funcionamento do Metro Ligeiro e antecipar eventuais problemas. A proposta faz parte de uma interpelação escrita do deputado ligado à comunidade de Fujian, que foi entregue na Assembleia Legislativa, ainda antes dos problemas de domingo, quando cerca de 30 pessoas ficaram presas nas carruagens.

De acordo com o documento, Si Ka Lon indica que o “funcionamento do Metro Ligeiro tem sido afectado periodicamente por falhas que revelam insuficiências em termos de segurança e estabilidade”. Por este motivo, o deputado considera que o transporte “não conseguiu satisfazer plenamente as expectativas do público e dos viajantes quanto a um funcionamento eficiente”.

Para lidar com a situação, o legislador acredita que o Governo deve encorajar a empresa que explora o metro a seguir o exemplo do que se faz em Hong Kong e criar “um centro de dados e um sistema de monitorização do desempenho dinâmico da via para verificar instantaneamente o desempenho dos comboios e do equipamento”. “Os dados serão transmitidos para análise aprofundada, de modo a identificar antecipadamente quaisquer irregularidades e efectuar a manutenção preventiva, tornando assim a monitorização mais eficiente e melhorando a eficiência global da operação”, acrescentou.

Si Ka Lon pergunta assim ao Executivo se existe intenção de “investir mais em sistemas inteligentes adequados para melhorar a qualidade e a eficiência do serviço do Metro Ligeiro”.

Mais negócio

O deputado questiona ainda o Executivo sobre os planos para explorar espaços comerciais nas várias estações de Metro Ligeiro. O deputado reconhece que “as lojas da estação da Barra foram todas arrendadas”, mas que o “desenvolvimento comercial noutras estações tem sido lento”, faltando “um plano claro” para esta aposta.

Também neste aspecto, o deputado faz o contraste com a situação do metro em Hong Kong, onde as estações têm vários espaços comerciais e também grandes anúncios publicitários, que contribuem para as receitas do da empresa que gere o transporte público.

Também neste aspecto, Si Ka Lon pede que se siga Hong Kong, porque ao “introduzirem-se grandes espaços publicitários, lojas especiais ou projectos comerciais nas principais estações, acredita-se que haverá um aumento das receitas além dos bilhetes e que se promoverá a economia do Metro Ligeiro de superfície”.

No passado, o ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, explicou que um dos grandes obstáculos à instalação de lojas nas estações prendia-se com o facto de não terem sido planeadas nos projectos de concepção, o que fazia com que não houvesse espaço suficiente.

23 Abr 2025

Economia | Plano de Bonificação de juros entrou em vigor

O Plano de Bonificação de Juros de Créditos Bancários para as Pequenas e Médias Empresas 2025 foi lançado ontem, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT).

A medida abrange as Pequenas e Médias Empresas que passam a poder requerer a bonificação de juros de créditos através dos bancos, desde que obtenham, no período entre 22 de Abril de 2025 e 22 de Abril de 2026, o crédito autorizado por um banco licenciado em Macau destinado a financiar as necessidades de fundo de maneio da empresa candidata.

Os requisitos cumulativos para poder aceder a este plano implicam que os empresários sejam residentes de Macau ou que mais de 50 por cento do capital das sociedades comerciais seja detido por residentes; que as empresas não exerçam actividades em regime e concessão ou de subconcessão pública; não exerçam actividades financeiras; tenham até 100 trabalhadores, tanto a tempo interior como parcial; não tenham dívidas cobráveis através por processo de execução fiscal; estejam “em situação operacional adequada”; disponham de licença para o exercício das actividades que desenvolvem e tenham aberto actividade até 14 de Abril deste ano.

O montante máximo dos créditos a conceder a cada empresário comercial é de cinco milhões de patacas, com o prazo máximo de bonificação de três anos e o limite máximo da taxa anual de bonificação é de 4 por cento. O limite máximo do montante total dos créditos a bonificar é de 10 mil milhões de patacas.

23 Abr 2025

Cancro | Pereira Coutinho pede medidas para acelerar diagnósticos

Face ao aumento dos casos de cancro em Macau, o deputado José Pereira Coutinho perguntou ao Governo que medidas serão implementadas para reduzir a espera por testes de despistagem de cancros, aumentar a eficácia dos exames de rastreio e promover a detecção precoce de cancros raros.

Numa interpelação escrita divulgada ontem, o deputado cita dados oficiais que revelam “um preocupante aumento no número de novos casos de cancro, que passaram de 1.677 em 2015 para 2.571 em 2021”, tornando-se “uma das principais causas de mortalidade na região, ocupando uma posição de relevo entre as dez principais causas de morte em Macau”.

Além do aumento dos casos de cancro, Pereira Coutinho alerta para o “aumento significativo” de cirurgias realizadas no Centro Hospitalar Conde São Januário nos últimos dez anos, prolongando o tempo de espera, situação de sobrecarga do sistema de saúde contraditória perante a celeridade de tratamento que as doenças oncológicas exigem.

Entre os tipos de cancro mais prevalentes em Macau, sobressaem o cancro pulmonar, cancro colorretal, cancro do cólon e do reto, cancro da mama, cancro da próstata e cancro da tiroide, indica o deputado.

Além do diagnóstico e tratamento, Pereira Coutinho sublinha a “urgência de implementar políticas eficazes de prevenção”, e da sensibilização para os “factores de risco, como o tabagismo e a dieta, bem como a promoção de rastreios regulares, são fundamentais para a detecção precoce da doença”.

23 Abr 2025

Suicídio | Governo reforça consultas e serviços de psicoterapia

Face ao recorde de suicídios no ano passado, foram criadas consultas externas de saúde mental em nove centros de saúde e serviços de psicoterapia em duas instituições privadas. O director dos Serviços de Saúde destacou os esforços do Governo na detecção precoce de problemas psicológicos, como a depressão

 

2024 foi um ano negro em Macau em matéria de suicídio, com 90 pessoas a tomarem a sua própria vida, batendo recordes e causando alarme social. O deputado Ho Ion Sang abordou o tema numa interpelação escrita e perguntou ao Governo que medidas vão ser tomadas para reduzir a trágica estatística.

Tendo em conta o crescimento da taxa de suicídio, o director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, começou por garantir que “o Governo da RAEM atribui uma relevância significativa à saúde psicológica dos residentes”.

Em termos práticos, os SS “criaram consultas externas de saúde mental em nove centros de saúde, concederam apoio financeiro a duas instituições sem fins lucrativos para a prestação de serviços de psicoterapia”. Além disso, foram criadas “equipas de prestação de serviços psicológicos comunitários”, para estreitar proximidade com casos latentes e fornecer consultas de psiquiatria na comunidade e em lares de idosos.

Também ao nível hospitalar, as urgências do Hospital Conde de São Januário passaram a prestar serviços de psiquiatria 24 horas para emergências.

Um dos pontos principais da resposta de Alvis Lo prende-se com a recolha e análise de dados sobre o suicídio. Na interpelação escrita, Ho Ion Sang afirma que o registo de 2024 foi o pior dos últimos dez anos. Porém, os dados estatísticos relativos ao suicídio têm estado espalhados em várias categorias ao longo dos anos, entre estatísticas da criminalidade e indicadores da saúde. O HM analisou os dados disponíveis desde 2003 e uma realidade salta à vista: antes de 2017, nunca se verificaram mais de 80 suicídios anualmente. Aliás, a média anual de suicídios entre 2003 e 2013 foi de 53,5 casos, com um total de 589 suicídios nesses 11 anos.

Informação é poder

Depois desta dispersão de metodologia estatística, o Governo compromete-se em proceder à recolha sistemática de dados relativos ao sexo, idade, profissão e causas do suicídio, efectuando análises multidimensionais e construindo um sistema de prevenção a três níveis.

Num primeiro nível, as autoridades apostam em campanhas de sensibilização sobre saúde mental, em especial para os jovens. O segundo nível, prende-se com o rastreio para grupos de alto risco, reforçando a capacidade de identificação e tratamento de crises, “encaminhamento de casos de alto risco e a intensificação da intervenção precoce nos transtornos mentais, como a depressão”. O terceiro nível, inclui “primeiros socorros psicológicos” e intervenção de acção social a indivíduos com tentativa de suicídio, e acompanhamento de luto a familiares.

Alvis Lo realça a medida lançada pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) para a elaboração de boletins de identificação da saúde mental de alunos, com o objectivo de identificar e intervir precocemente em doenças do foro psiquiátrico. A DSEDJ lançou também o “Plano de linha aberta de aconselhamento para alunos e apoio online – Chat With U”, em cooperação com instituições de serviço social.

23 Abr 2025

AL | Reclamações devido a bloqueio resultam na detenção de jornalistas

Após terem sido impedidas de aceder à sala do Plenário, as jornalistas do All About Macau tentaram obter explicações e acabaram detidas pela polícia. Desde que Sam Hou Fai foi eleito, a publicação em língua chinesa tem sido impedida de participar em conferências de imprensa

 

Duas jornalistas do All About Macau foram detidas na quinta-feira, depois de terem sido impedidas, mais uma vez, de entrar na sala do Plenário da Assembleia Legislativa e de terem tentado pedir explicações sobre os motivos pelos quais voltaram a ser barradas. Segundo o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) as jornalistas são suspeitas de “perturbação do funcionamento de órgãos da Região Administrativa Especial de Macau”.

De acordo com o relato do jornal All About Macau, as jornalistas chegaram ao local por volta das 09h20 e receberam um “cartão azul”, que as impediam de entrar na sala do Plenário da Assembleia Legislativa. Normalmente, quando chegam à AL, os jornalistas identificam-se e recebem um cartão amarelo com lugares marcados dentro da sala do plenário. A marcação de lugares não tende a ser respeitada, a não ser quando o Chefe do Executivo vai ao hemiciclo. Só nesses dias o número de repórteres tende a ser mais significativo. Mas, mesmo nessas ocasiões, a sala do plenário nem sempre enche, porque além dos lugares para a imprensa também há lugares para a população, que na teoria pode aceder às reuniões. Todavia, na quinta-feira a sessão contava com a presença do secretário para a Administração e Justiça, André Cheong.

A atribuição de um cartão azul faz ainda com que os jornalistas sejam colocados numa sala numa das partes laterais do edifício, onde há uma tela com a transmissão das reuniões. Este local dificulta o acesso a membros do Governo, para se obter esclarecimentos adicionais sobre o conteúdo do plenário ou colocar outras questões à margem da participação do hemiciclo.

Tentativa frustrada

Apesar dos cartões azuis, e ainda antes do início da sessão, as jornalistas terão tentado entrar na sala para falar com os deputados, de acordo com o relato inicial do próprio All About Macau. A tentativa foi frustrada devido à intervenção de pessoas que alegadamente seriam funcionários da Assembleia Legislativa e que formaram um cordão humano à volta das jornalistas. No interior da sala do plenário haveria vários lugares vazios.

Com um cordão humano à sua volta, uma das jornalistas terá pedido que lhe fosse explicado os motivos para ser barrada, protestando a decisão.

A situação ficou assim por alguns momentos, com a jornalista a pedir explicações, até que uma das pessoas que formava a barreira humana se identificou como polícia à paisana e decidiu avançar com a detenção.

Num primeiro momento, as jornalistas foram levadas para a esquadra pela polícia com a justificação de que tinham de ser identificadas, por suspeitas do crime de perturbação do funcionamento de órgãos da Região Administrativa Especial de Macau e ainda, uma delas, que tinha filmado um vídeo na terça-feira, dentro de hemiciclo, por suspeitas do crime “gravação ilegal de vídeo”. Este último crime estaria alegadamente ligado a um vídeo captado dentro do hemiciclo, onde é normal captarem-se imagens, em que os funcionários da AL impediam as jornalistas de circularem, enquanto os governantes saíam da sala do plenário.

As imagens da detenção das duas jornalistas foram divulgadas pelo próprio All About Macau e é possível ver, no exterior do hemiciclo, uma das jornalistas perguntar porque motivo tem de ir para a esquadra e a garantir que não vai perturbar o funcionamento da AL. As imagens tornaram-se virais nas redes sociais.

Gritos e advertências

Por sua vez, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) emitiu um comunicado ao final da noite a acusar as jornalistas de terem recusado “entrar no auditório da Assembleia Legislativa por estarem insatisfeitas com as respectivas disposições da mesma Assembleia”.

O CPSP apontou também que as jornalistas “perturbaram o local e tentaram, por várias vezes, entrar no salão de reuniões, mas não conseguiram”. “A seguir começaram a gritar em voz alta e ignorarem, por várias vezes, as advertências do pessoal da Assembleia Legislativa, por isso o mesmo pessoal solicitou o apoio da Polícia devido à grave perturbação da ordem pública no local”, foi acrescentado. “Tendo em conta que essas duas pessoas se encontram suspeitas de influenciar o funcionamento da Assembleia Legislativa, o pessoal desta Polícia levou-as à Corporação para investigação”, foi adicionado.

A versão do CPSP indica ainda que “existe fortes indícios de que as duas pessoas acima referidas foram suspeitas da prática do crime de ‘Perturbação do funcionamento de órgãos da Região Administrativa Especial de Macau’ previsto no Artigo 304.º do Código Penal” e que o caso foi encaminhado para o Ministério Público. O crime é punido com uma pena que pode chegar a três anos de prisão ou pena de multa.

No comunicado não surgiu qualquer referência ao crime de gravação ilegal de vídeo. Além disso, o Corpo de Polícia de Segurança Pública identifica o All About Macau como um “jornal online”, o que não correspondem totalmente à verdade, uma vez que este meio de comunicação social está inscrito junto do Gabinete de Comunicação Social (GCS) e publica mensalmente um jornal em papel. Se fosse apenas em formato online não estava registado, dado que o Governo não reconhece meios online.

Face ao caso, a Associação de Jornalistas de Macau emitiu um comunicado online a “lamentar profundamente o incidente” que levou à detenção da sua presidente, Ian Sio Tou, uma das jornalistas detidas.

Dias antes do incidente, a AJM já havia lamentado o facto de a mesma publicação ter sido barrada no acesso a vários eventos, depois da eleição do novo Chefe do Executivo, além de ter igualmente indicado haver cada vez menos oportunidades de jornalistas fazerem perguntas aos governantes.

Por sua vez, o jornal All About Macau anunciou que face a todos os acontecimentos vai deixar de acompanhar as Linhas de Acção Governativa, por falta de condições.

Imagem: captura de ecrã de reportagem televisiva

21 Abr 2025

MP | Homem indiciado por publicações online

Um indivíduo está indiciado pela prática do crime de “publicidade e calúnia” e ainda de “coacção e artifícios fraudulentos sobre a comissão de candidatura” devido a publicações nas redes sociais. A informação, divulgada pelo Ministério Público, indica que o conteúdo das publicações pode ser entendido como prejudicial para as associações visadas na publicação, que não foram identificadas.

“Após a investigação preliminar, verificou-se que os conteúdos publicados constituíram o crime de publicidade e calúnia […] razão pela qual foi aplicado ao arguido medida de coacção”, foi informado pelo MP. “Paralelamente, tais conteúdos podem também constituir o crime de coacção e artifícios fraudulentos sobre a comissão de candidatura […] por abrangerem um Pedido de Reconhecimento de Constituição de Comissão de Candidatura das eleições para a 8.ª Assembleia Legislativa da RAEM e outras declarações relacionadas com as eleições”, foi acrescentado.

O MP avisou também a população para ter cuidado com o que escreve online, não só em período de eleições, mas como fora deste período. “O Ministério Público apela aos cidadãos que, não só no período de candidatura, mas como no período de eleição, estejam prudentes nas palavras e nos actos, mantenham a racionalidade e se abstenham de qualquer conduta que possa prejudicar o desenvolvimento normal e adequado das actividades eleitorais, sob pena de assumirem as respectivas responsabilidades legais”, foi avisado. As eleições para a Assembleia Legislativa decorrem a 14 de Setembro.

21 Abr 2025