Tribunal | Alvin Chau diz que apostas ilícitas são recorrentes em Macau

Alvin Chau, ex-CEO do grupo Suncity que está a ser julgado por suspeita da prática dos crimes de burla e branqueamento de capitais, disse ontem em tribunal que as apostas ilícitas acontecem com frequência em Macau, na forma de “apostas paralelas” ou “multiplicadas”, em que uma aposta dita formal, ou registada, representa apenas uma parte do real montante gasto em apostas privadas nas salas VIP. A ideia, com esta prática, é evitar o pagamento de taxas sobre essa receita, adiantou.

Segundo o portal Macau News Agency (MNA), Alvin Chau garantiu aos juízes que esta prática “acontece em quase todos os casinos em Macau, incluindo nas salas VIP operadas pelos junkets e aquelas que são directamente geridas pelos operadores de jogo”.

“Tal começou a acontecer mesmo antes da criação do grupo Suncity. Provavelmente antes da transição. É um lugar-comum. Acontece todos os dias”, frisou o primeiro arguido do processo. Esta prática, referiu ainda, acontece quando nas salas VIP se juntam grupos com mais de dez pessoas, compostos por jogadores e diferentes representantes de promotoras de jogo. “Muitas vezes os funcionários [nos casinos] podem dispersar os grupos se houver muita gente nas pequenas suites, e podem perguntar aos jogadores o que estão a fazer, e eles vão dizer apenas que são amigos”, salientou Alvin Chau.

O arguido foi questionado sobre uma possível intervenção de agências neste processo, mas Chau disse apenas “que é difícil” que isso aconteça, uma vez que apenas está em causa “um entendimento verbal entre jogadores e representantes dos junkets”.

Sem aviso

Nas declarações prestadas no segundo dia de julgamento, Alvin Chau apontou ainda o dedo ao regulador, a Direcção da Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), ao referir que a entidade nunca disponibilizou materiais promocionais que informem os jogadores de que as apostas paralelas não são legais em Macau.

A acusação do Ministério Público fala de empresas ligadas à Suncity que geriam estas apostas, tendo sido revelado em tribunal um documento com regras a cumprir pelos funcionários sobre este tipo de apostas. O documento, segundo a MNA, tinha o logotipo da Suncity.

Alvin Chau, que desde o primeiro dia de julgamento nega todas as acusações que lhe são imputadas, voltou a recusar também o envolvimento da empresa que liderou. “As apostas debaixo da mesa não faziam parte do negócio da Suncity, e ninguém da nossa empresa tinha direito a autorizar este tipo de apostas”.

Acusado de operar apostas online e via telefone [em que uma pessoa funciona como intermediário na aposta], Alvin Chau disse que o grupo Suncity deixou de operar apostas via telefone em 2016, após esta acção ter sido banida em Macau, tendo continuado este tipo de operação nas Filipinas. “A Suncity apenas esteve envolvida no negócio das apostas telefónicas, mas não nas apostas online”, frisou.

20 Set 2022

GP | Pilotos e equipas com menos oportunidades de preparação

A temporada de 2022 tem sido especialmente difícil para o automobilismo chinês. As restrições nas deslocações e os diversos confinamentos locais têm causado inúmeros cancelamentos e adiamentos em todos os campeonatos nacionais e regionais. Quando o Grande Prémio de Macau se disputar de 17 a 20 de Novembro, a maioria dos participantes chegará ao Circuito da Guia com muito menos quilometragem do que em edições anteriores.

Questionado pelo HM, se estes obstáculos poderão vir a ter um reflexo na performance dos pilotos no Grande Prémio, o veterano piloto português de Macau Rui Valente reconhece que “um pouco”, relembrando que “há pilotos que estão parados desde Novembro”.

Como tem acontecido desde o início da crise pandémica, a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) não organizou este ano provas de qualificação para o Grande Prémio destinadas aos pilotos locais. No entanto, a associação, que no passado fim de semana colocou de pé um evento de treino para oficiais de prova no Kartódromo de Coloane, está a tentar organizar uma prova no Circuito Internacional de Guangdong para os pilotos do território ganharem um pouco mais de ritmo competitivo antes do grande evento do final do ano.

Estas limitações não atingem só os pilotos da Grande Baía. O ex-mecânico e chefe de equipa Franky Choi também concorda que a falta de oportunidades para competirem poderá limitar as prestações dos pilotos da Grande Baía, pois “o ideal para qualquer piloto é chegar a esta corrida com uma época preenchida de corridas às costas”, mas aponta para um cenário de equilíbrio entre todos os concorrentes, “visto que no Interior da China estão a ser muitas provas canceladas e não deverão participar muitos estrangeiros. Apesar dos pilotos de Macau terem realizado menos provas, os outros também não fizeram muito mais”.

Para Duarte Alves, engenheiro da Aston Martin Racing Asia, “uma boa parte dos pilotos tem testado muito, mas corrido menos. Sendo o Circuito da Guia um circuito muito difícil de ultrapassar, acho que a falta de tempo em pista em modo de competição não irá afectar a performance no cômputo geral, haverá, no entanto, outras dificuldades associadas”.

Preço a pagar

Depois de duas temporadas em que as competições de automobilismo da China continental conseguiram passar mais ou menos incólumes à pandemia, esta época tem sido a pior de que há memória. Há duas semanas, a Taça Porsche Carrera Ásia viu-se forçada a cancelar a sua prova em Zhuhai dois dias antes do início de actividades em pista, enquanto o circuito citadino de Pingtan, em Fujian, que este próximo fim de semana receberia os campeonatos da China de GT e Fórmula 4, foi chumbado na passada sexta-feira. A cidade de Xangai, aonde a Fórmula 1 espera voltar em 2023, ainda não organizou uma só corrida este ano nos seus dois circuitos permanentes.

Além dos elevados prejuízos que causa, este pára-arranca das competições chinesas também tem impacto negativo no funcionamento das estruturas que preparam os carros. “Os mecânicos e engenheiros perderam um pouco de ritmo, especialmente com a pressão dos timings que se vivem enquanto se compete”, salienta Duarte Alves.

“Portanto, será possível assistir a alguns erros, talvez mais falhas mecânicas ou afinações não tão boas. No ano passado, o Porsche do Alexandre Imperatori até saiu para a pista com a chave de rodas ainda na jante.”

O Campeonato da China de Carros de Turismo/TCR Asia ainda só realizou um evento este ano e não sabe sequer quando poderá organizar o próximo, o mesmo acontecendo com os campeonatos da China de GT, Endurance e Fórmula 4. As possibilidades dos pilotos correrem até ao fim de semana mais importante de Novembro vão ser dramaticamente escassas, portanto qualquer tempo de pista até lá será extremamente valioso.

20 Set 2022

Covid-19 | Validade de testes para sair de Macau passa para 7 dias

As autoridades de saúde anunciaram ontem que a validade do teste de ácido nucleico para sair de Macau para o estrangeiro passou de 48 horas para sete dias. A medida aplica-se aos voos para Singapura e Taiwan

 

Macau alargou à meia-noite de ontem, de 48 horas para sete dias a validade do teste negativo da covid-19 exigido a quem apanha um voo na RAEM. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus dos Serviços de Saúde (SSM) anunciaram ontem a medida, que também se aplica aos voos para Singapura e Taiwan.

Ao contrário de Taiwan, que ainda impõe a todas as pessoas que chegam à ilha uma quarentena de três dias num hotel designado para o efeito, Singapura permite a entrada de visitantes sem quaisquer restrições.

O comunicado do centro refere ainda que deixa de ser necessário qualquer teste para quem viaja para a região vizinha de Hong Kong, através da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Hong Kong não impõe quarentena a quem chega a Macau, porém, quem entrar na RAEHK, através dos programas “Come2hk Scheme” ou “Return2hk Scheme”, terá de apresentar agora o certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo, no prazo de 72 horas após a data da amostragem, exigido pelas autoridades de Hong Kong.

Voos interiores

No que toca aos voos para a China continental, o território irá também exigir um teste negativo realizado no máximo sete dias antes da partida. No entanto, o comunicado sublinha que algumas regiões da China têm requerimentos mais apertados, que podem ir até à exigência de um teste realizado 24 horas antes da partida.

Macau segue a política de zero casos, apostando na testagem massiva da população e em confinamentos para evitar a propagação dos casos de covid-19. Ao contrário do que acontece para quem entra pela fronteira com a China continental, quem chega do estrangeiro ou de Hong Kong continua a ser obrigado a cumprir uma quarentena de sete dias num hotel, seguido de três dias de “autovigilância médica” que pode ser feita em casa.

20 Set 2022

Sector das ourivesarias espera atrair turistas de fora de Guangdong

Apesar da relativa retoma desde o último surto, a Associação das Ourivesarias de Macau queixa-se da falta de variedade de turistas, só vêm de Guangdong, e da queda da taxa de câmbio do yuan em relação ao dólar, que afasta consumidores chineses

 

Apesar de a validade dos testes de ácido nucleico para quem entra em Zhuhai vindo de Macau ter passado para 48 horas, a Associação das Ourivesarias de Macau gostaria de ver a validade dos testes aumentar para sete dias. Foi o que afirmou o presidente da associação, Kenny Lee Koi Ian, acrescentando que a medida poderia tornar o destino Macau mais atractivo para turistas de outras províncias, além de Guangdong.

“Numa altura em que é pouco conveniente viajar, o número de turistas que entram em Macau diminuiu bastante. Actualmente, a larga maioria dos nossos clientes é da província de Guangdong. Gostávamos de receber turistas de outras províncias”, indicou ontem o dirigente.

Desde o fim do último surto, entre o início de Agosto e este mês, Kenny Lee Koi Ian considera que o volume de negócios do sector das ourivesarias recuperou para cerca de 60 por cento do negócio verificado no mesmo período do ano passado.

Outra questão que tem prejudicado as ourivesarias, prende-se com a queda da taxa de câmbio do renminbi em relação ao dólar norte-americano, o que torna o preço em patacas menos apetecível para os visitantes do Interior da China. O representante do sector afirmou ontem que a relação cambial teve uma consequência “inevitável” no consumo, porém, a queda recente do preço do ouro acabou por compensar a inflação.

Nós no horizonte

Encarando o que resta de 2022, Kenny Lee Koi Ian deposita o seu maior desejo na estabilidade pandémica, que pode significar a recuperação do sector. “A segunda metade do ano é a época alta dos casamentos. Portanto, estamos optimistas para o resto do ano, em especial já para o período da Semana Dourada, assim como Natal e Ano Novo”, apontou o responsável e dono da Seng Fung Jewellery, no centro de Macau.

A Associação das Ourivesarias de Macau diz que o sector procura baixar o preço dos seus produtos para atrair mais negócio, um dos métodos passa por cortar intermediários na importação de ouro para a RAEM. Como tal, o sector tem procurado fornecedores em Shenzhen em vez de comprar através de um intermediário de Hong Kong, estratégia que pode criar vantagens regionais para Macau.

Kenny Lee Koi Ian indicou ainda que está a negociar com as autoridades alfandegárias do Interior da China os procedimentos para exportação de ouro reciclado e outros materiais produzidos na China.

Está em curso até amanhã uma inspecção à pureza do ouro vendido pelas lojas associadas, um acção desenvolvida pela Associação das Ourivesarias de Macau e a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico.

20 Set 2022

Pequim promete estudar medidas para melhorar turismo

Apesar de reconhecer as “dificuldades e desafios” que Macau atravessa, o vice-director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado destaca que a diversificação está a ser alcançada com cada vez mais indústrias a ganharem peso na economia local

 

O vice-director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, Huang Liuquan, prometeu que as autoridades centrais vão “activamente” estudar o lançamento de medidas para relançar o turismo na RAEM. A promessa foi deixada ontem numa conferência de imprensa, depois de Huang ter sido questionado sobre as medidas que o Governo Central vai tomar para permitir a diversificação económica.

Em resposta, segundo o jornal Ou Mun, Huang Liuquan defendeu que o Governo Central tem apostado ao longo dos anos na promoção moderada e diversificada da economia da RAEM e que vai estudar “activamente” a implementação de mais medidas que promovam a recuperação. Este caminho passa também por “acelerar a construção da Zona de Cooperação Aprofundada na Ilha da Montanha, entre Macau e Guangdong”.

O vice-director reconheceu também que, nos últimos anos, Macau tem sido mais afectada pela pandemia, e que a economia e a população têm enfrentado “dificuldades e desafios”. No entanto, o responsável garantiu que os elementos que permitiram o desenvolvimento económicos não sofreram alterações.

Huang Liuquan afirmou também que “com o forte apoio do Governo Central” Macau vai conseguir aproveitar as suas “vantagens únicas” e alcançar novos feitos, em termos económico, melhorando a vida da população.

O lado positivo

No polo oposto, Huang Liuquan destacou que a diversificação está a avançar e que as “indústrias emergentes”, como o sector das exposições e convenções, medicina tradicional chinesa, sector financeiro e as indústrias culturais e criativas ocupam uma proporção cada vez maior do Produto Interno Bruto da região.

Ao mesmo tempo, o dirigente do Interior sublinhou que Macau é uma cidade conhecida a nível mundial devido à gastronomia, o que prova que foi estabelecido um Centro Mundial de Turismo e Lazer. A par disso, o político vincou que Macau também se conseguiu posicionar como um centro, uma plataforma e uma base no âmbito das relações entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Sentido único

Em termos políticos, Huang Liuquan insistiu no princípio Macau governado por patriotas e explicou o significado. Na visão do Governo Central, o poder tem de estar “firmemente nas mãos dos patriotas”, como diz que acontecer em todo o mundo, onde os sistemas não toleram políticos não patriotas e traidores.

Huang insistiu ainda que só com pessoas com a confiança das autoridades centrais no poder é possível garantir a estabilidade a longo prazo da RAEM, e de Hong Kong. Sobre as exigências para os governantes locais patriotas, Huang Liuquan afirmou que precisam actuar de forma responsável, amar a população, ter carisma e sentido de responsabilidade.

Quanto à participação da sociedade civil na construção de Macau, o político afirmou que está aberta a todos os que “apoiam verdadeiramente a política ‘Um País, Dois Sistemas’”, “cumpram a Lei Básica” e sejam “forças positivas” na construção da RAEM.

 

Conselho de Estado | Associação tradicionais confiantes

Após o Governo Central ter prometido apoiar o território com medidas pensadas para o turismo, os representantes de algumas associações tradicionais reagiram positivamente e com optimismo. Lee Chong Cheng, presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau, afirmou que é muito positivo o Governo Central prometer estudar mais medidas para apoiar a economia de Macau.

Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Lee indicou também que no passado Macau cresceu sempre com o “forte apoio do Governo Central” e que até conseguiu alguns resultados. Contudo, depois das declarações prestadas ontem, Lee entende que os resultados vão ser melhores. Neste sentido, o também membro do Conselho Executivo prometeu toda a lealdade no trabalho com o Governo da RAEM e ainda a abertura de escritórios na Ilha da Montanha e na Grande Baía, para ajudar os locais a deixarem a RAEM e instalarem-se em outras cidades e bairros.

Também Chan Ka Leong, outro membro do Conselho Executivo e presidente da União Geral das Associações de Moradores de Macau, se mostrou satisfeito com as declarações do representante do Governo Central. Para Chan, a RAEM vai contar com apoio reforçado para se afirmar como um centro mundial de turismo e lazer e novas políticas de promoção do turismo vão ser concretizadas com a atribuição das novas concessões de exploração do jogo.

Sobre o concurso público, o presidente dos Moradores deixou a esperança de que sirva para aumentar a oferta de elementos não-jogo no território. À imagem dos Operários, Chan também prometeu que os Moradores se vão expandir para o Interior, para que cada vez mais pessoas de Macau optem por viver no outro lado da fronteira.

20 Set 2022

Livro | “Cultura chinesa: Uma perspectiva ocidental” apresentado em Lisboa

Da autoria de Ana Cristina Alves e coordenação de Carmen Amado Mendes, “Cultura chinesa: Uma perspectiva ocidental” reúne os artigos de opinião de Ana Cristina Alves publicados no HM e no Ponto Final a partir de 2006. Em seis capítulos, explica-se ao público português diversas facetas da cultura, filosofia, política e economia chinesas

 

Um grupo de personalidades ligadas a Macau reuniu-se na última sexta-feira na livraria Almedina, em Lisboa, para assistir ao lançamento do mais recente livro de Ana Cristina Alves, doutora em filosofia, com especialidade em filosofia e cultura chinesas, e actual directora do centro educativo do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM).

“Cultura chinesa: Uma perspectiva ocidental” reúne, em seis capítulos, artigos de opinião de Ana Cristina Alves publicados na imprensa de Macau, nomeadamente nos jornais HM e Ponto Final, a partir de 2006.

Carmen Amado Mendes, presidente do CCCM e coordenadora da obra, lembrou o processo de edição e revisão dos textos, iniciado em Fevereiro de 2020. “Quando assumi a presidência do CCCM ela disse-me que queria publicar [os textos], mas eu disse que o que ela tinha não era um livro, mas sim um conjunto de artigos escritos de uma forma ligeira para um público de Macau, sem contextualização. Há coisas que são óbvias para quem vive em Macau, mas não tão óbvias para quem vive em Portugal. Fizemos inúmeras revisões, acrescentamos muitas notas justificativas e referências, contextualização histórica e cultural.”

Na opinião da coordenadora do livro, “faltava em Portugal uma obra dedicada à cultura chinesa que explicasse, de uma forma tão simples e objectiva, curiosidades que, muitas vezes, o leitor tem e não teria outra forma de as ver esclarecidas”. “Partimos de um período contemporâneo até às raízes históricas e mitológicas desta civilização milenar e cativante”, frisou.

Sem preconceitos

O livro é composto por seis capítulos e abrange áreas tão diversas do universo chinês como a economia, filosofia, política ou cultura. Ana Cristina Alves confessou que procurou sempre, no processo de escrita dos artigos, traçar “um olhar despreconceituoso sobre a China”.

“Não ia honrar e louvar a cultura, mas tentei passar o olhar de uma perspectiva ocidental sem preconceitos. Aqui encontramo-nos na neutralidade. Fui aprendendo esta perspectiva de neutralidade ao longo dos anos com os próprios chineses. Tentei ver o melhor de cada civilização, mas sem nunca largar a minha perspectiva ocidental.”

A obra começa pela área da filosofia, estabelecendo “comparações entre a filosofia oriental e ocidental, mas partindo da filosofia contemporânea para as raízes”.

A ideia é que os leitores “ao lerem, sintam que não estão numa biblioteca, mas pensando que, quem escreveu, esteve no terreno e que, a partir das suas vivências, construiu as suas teorias filosóficas com o que viveu”. Desta forma, Ana Cristina Alves deixa claro que “o livro não pode ser considerado um livro de biblioteca, uma vez que foi um caminho existencial que foi sendo percorrido”.

Constam nomes da filosofia ocidental, “mais ligados a uma tradição liberal”, como [John] Locke, Kant, Habermas e o japonês Francis Fukuyama. Neste sentido, e segundo a autora, “o pensamento ocidental contemporâneo é fundamental para fazer o balanço entre o socialismo, o nacionalismo e o espaço liberal, que é um espaço de equilíbrio, uma via do meio que o Ocidente encontra”.

“O pensamento liberal permite pensar sem medo das consequências, e foi este o fio condutor que segui quando pensei na filosofia chinesa. Apresentei o melhor que pude. Na parte da filosofia política e económica também se mostrou que há um termo entre o socialismo e o nacionalismo, um espaço possível sempre de uma perspectiva ocidental”, frisou Ana Cristina Alves.

O livro passa depois para a área da cultura chinesa. “Quando entramos nesse campo o fio condutor começa a ser a filosofia em geral, mas também a filosofia da linguagem, os caracteres chineses, a etimologia, e pensar no que isso nos pode trazer para compreender a cultura chinesa. Depois termina-se com filosofia e com um diálogo à maneira platónica nas considerações finais”, adiantou a autora.

A apresentação esteve a cargo do jornalista António Caeiro, ex-delegado da agência Lusa em Pequim, tendo dado lugar a um debate sobre a falta de disseminação da cultura chinesa, sobretudo na área da música e cinema, em Portugal, por oposição às culturas japonesa e coreana.

Para Carmen Amado Mendes, “muitos estudos têm sido feitos sobre isso e uma das grandes conclusões prende-se com a dificuldade de aprender a língua e também em termos de a língua ser considerada interessante nas músicas”. Para a presidente do CCCM, “é difícil a língua chinesa ultrapassar certas fronteiras”.

Ana Cristina Alves apontou que o caminho é a aposta na educação. “[O mandarim] é uma língua radicalmente diferente [em relação ao coreano e japonês], o que resulta num grande espaço de incompreensão em relação à China. O Japão não é radicalmente neutro porque estão mais próximos do que nós, tal como os coreanos.”

A autora da obra lamenta que “nunca venha ao de cima o que é a neutralidade chinesa”. “Se não partimos de um ponto neutral não conseguimos desenvolver um olhar que nos leva a compreender o outro como ele é”, frisou. No final, e perante o repto lançado por uma interveniente, ficou a promessa do CCCM vir a organizar um ciclo de cinema chinês.

19 Set 2022

Caso Suncity | Alvin Chau nega todas as acusações de que é alvo

Arrancou ontem o julgamento do caso Suncity, tendo Alvin Chau, ex-CEO do grupo, negado todas as acusações de que é alvo por parte do Ministério Público. Chau disse em tribunal que o grupo lidava com centenas de milhares de clientes e que não tinha necessidade de recorrer a apostas ilícitas

 

Alvin Chau, antigo director-executivo do maior angariador de apostas VIP do mundo, o grupo Suncity, negou ontem todas as acusações no início do julgamento em Macau por associação criminosa e branqueamento de capitais. Na sessão, apenas estiveram presentes os sete arguidos que tinham ficado em prisão preventiva, com os restantes ausentes ou julgados à revelia.

Chau, de 48 anos, disse “nunca” ter participado no crime de exploração ilícita de jogo, nem através de apostas feitas por telefone nem através da Internet. O arguido disse mesmo ter “aconselhado” um conhecido a não se envolver nesse tipo de actividade.

Já o advogado de Chau, Kuong Kuok On, defendeu não ter existido o crime de exploração ilícita de jogo, uma vez que as apostas electrónicas ou por telefone eram legais nas Filipinas até 2019.

Embora o Ministério Público (MP) de Macau tivesse, aquando da detenção de Chau, em Novembro, dito que a investigação da Polícia Judiciária só detectou a existência de um grupo criminoso em 2019, a sessão de ontem revelou que as escutas ao empresário tinham começado já em 2014.

Segundo a TDM Rádio Macau, Alvin Chau acusou o quinto arguido do processo, Chong Chi Kin, de ser o possível responsável pelas apostas paralelas, uma vez que, já antes da pandemia, o grupo Suncity lidava com centenas de milhares de clientes, pelo que não tinha necessidade de recorrer a estas operações. Esta resposta foi dada ao representante da Wynn, assistente no processo.

Alvin Chau foi confrontado com diversas mensagens escritas e de voz que servem de eventual prova do seu envolvimento nestas actividades ilegais, mas o responsável disse não se recordar do conteúdo.

Na sessão de julgamento, foi ainda abordada a alegada existência de uma empresa na China que serviria para branquear capitais. A acusação do MP dá conta que esta empresa foi criada para referir projectos imobiliários como forma de cobrança de dívidas ou linhas de crédito para clientes. A TDM Rádio Macau noticiou que Alvin Chau admitiu em tribunal ter criado uma empresa na China, mas que esta prestava um “serviço legítimo na gestão de activos”. Alvin Chau volta hoje a ser ouvido em tribunal a partir das 14h45.

Perdas gigantescas

O MP acredita que o grupo criminoso, alegadamente liderado por Chau, levou a Administração a perder cerca de 8,26 mil milhões de dólares de Hong Kong em receitas fiscais desde 2013. No pico das operações, a Suncity tinha cerca de 4.800 funcionários, uma lista de 60 mil clientes, sobretudo na China continental, e recebia em média mais de 100 jogadores VIP por dia, revelou ontem Alvin Chau.

O TJB decidiu, na sexta-feira, separar todos os pedidos de indemnização civil feitos por quatro operadores de jogo, por prever que poderiam “procrastinar gravemente o processo” criminal. O julgamento de 35 associados de Alvin Chau em Wenzhou, na província de Zhejiang, no leste da China, terminou em 12 de Agosto, com todos os arguidos a declararem-se culpados, anunciou o MP da cidade chinesa, na rede social WeChat. A polícia de Wenzhou disse que Chau terá aliciado, no total, 80 mil apostadores do continente.

A detenção do empresário e a saída da Suncity do negócio das salas VIP atingiram de forma muito significativa a indústria do jogo de Macau. O número de licenças de promotores de jogo em Macau emitidas para este ano pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos caiu de 85 para 46.

19 Set 2022

Shenzhen | Incidente em central nuclear sem consequências

Os Serviços de Polícia Unitários de Macau foram informados no domingo de uma ocorrência na Central Nuclear de Ling Ao, em Shenzhen. Segundo as autoridades, o incidente não afectou a segurança da estrutura, nem o ambiente em redor. Apesar de registar vários incidentes operacionais, a central foi reconhecida internacionalmente como a mais segura do mundo

 

O Gabinete da Comissão de Gestão de Emergência Nuclear da Província de Guangdong informou as autoridades de Macau de um incidente operacional verificado no sábado na Central Nuclear de Ling Ao em Shenzhen. O organismo do Interior avisou no domingo os Serviços de Polícia Unitários, ao abrigo do “Acordo de cooperação no âmbito da gestão de emergência de acidentes nucleares da Central Nuclear de Guangdong”.

Segundo a informação veiculada pela comissão de gestão de emergência, durante uma inspecção regular periódica realizada no sábado, “os operadores detectaram a activação inesperada de um dos motores diesel de emergência da linha A da unidade 4 da Central Nuclear de Ling Ao (O motor diesel de emergência tem como função principal o abastecimento de energia de emergência, encontrando-se geralmente no estado “hotstandby”)”.

Após a inspecção, foi verificado que o gerador a diesel e o sistema de abastecimento de energia de emergência estavam normais. “Os operadores pararam o gerador a diesel e restauraram-no ao estado inicial”. Segundo as autoridades, durante estas operações, a unidade nuclear manteve-se sempre em condições de segurança.

Sem interrupção

Segundo a Escala Internacional de Acidentes Nucleares (INES) e os regulamentos de segurança nuclear, a ocorrência detectada no sábado foi classificada como um incidente operacional de nível 0 (a INES classifica os incidentes nucleares em níveis de 1 a 7), ou seja, não foi categorizado como um incidente, mas um desvio que tem de ser corrigido.

As autoridades de Guangdong garantiram que a ocorrência não afectou o funcionamento e a segurança da central, nem a saúde do pessoal operacional, da população e do ambiente adjacente à central.

A Central Nuclear de Ling Ao começou a operar em 1994, foi a infra-estrutura que marcou o arranque da aposta da China na energia nuclear e primeira central no Interior da China a produzir nível de energia superiores a um milhões de kilowatts.

Enquanto parte operacional da Estação Nuclear da Baía de Daya foi reconhecida em 2020 pela Associação Mundial de Operadores Nucleares como a estrutura mais segura do mundo.

19 Set 2022

Covid-19 | Assistentes sociais em Macau lidaram melhor com o stress

Um estudo comparou a resistência dos assistentes sociais de Macau e do Interior da China ao stress acrescido pela pandemia e concluiu que na RAEM a resistência dos profissionais foi maior

 

Os assistentes sociais de Macau mostraram melhor resistência para lidarem com o trabalho e stress acrescidos pela covid-19 em comparação com os colegas no Interior. A comparação faz parte de um estudo publicado este mês, na revista British Journal of Social Work, que contou com a participação de Tang Ning, chefe do departamento de assistentes sociais da Universidade de São José.

Com o título “Stress Laboral dos Trabalhadores Sociais durante a Pandemia da Covid-19: Uma comparação entre o Interior da China e Macau”, os autores concluem que “os assistentes sociais do Interior, de uma forma geral, relataram maior stress causado pelo trabalho do que os congéneres [de Macau]”.

Segundo a explicação do estudo, o facto de a pandemia ter sido “mais grave” no Interior, com “restrições e regulamentos muito rigorosos e, ao mesmo tempo, caóticos” pode ter levado a que os trabalhadores do Interior se mostrassem mais vulneráveis face à pressão.

No pólo oposto, os investigadores traçam um cenário diferente na RAEM, em que o Instituto de Acção Social (IAS) orientou de forma clara os assistentes sociais e profissionais do sector. “Em Macau, o IAS fez parte das equipas constituídas pelo Governo para fornecer aos assistentes sociais instruções específicas e participar directamente nos trabalhos de combate à covid-19”, é indicado na conclusão. “Em grande parte, estas instruções garantiram que os assistentes sociais entenderam sempre quais eram as suas funções”, é acrescentado.

A vantagem da idade

Outro dos factores que o estudo indica como possíveis contribuições para a maior resistência local está relacionado “em parte” com a idade e experiência no posto de trabalho. “Os resultados mostram que, em comparação com os assistentes sociais de Macau, há uma maior probabilidade de os assistentes do Interior serem mais jovens, solteiros, terem um curso profissional, em vez de um curso superior, e contarem com menos tempo de trabalho na linha da frente”, é explicado.

Ao longo da investigação, é também concluído que o facto de os assistentes sociais contarem com supervisão activa contribui para a diminuição do stress, além de maior certeza face aos papéis que têm de desempenhar. Contudo, neste campo, os investigadores concluíram que o ambiente no Interior da China e em Macau não mostra disparidades significativas para ter impacto na forma como os assistentes sociais se sentiram durante os períodos mais intensos de combate à pandemia.

Além da chefe do departamento de assistentes sociais da Universidade de São José participaram ainda no estudo Sun Fei, da Universidade Estadual do Michigan, nos EUA, Zhang Donghang, da Universidade Cidade de Macau, Charles Leung, da Universidade Baptista de Hong Kong e Gao Xiang, da Universidade de Ciências e Tecnologia de Huazhong, em Wuhan.

19 Set 2022

Compensações | Ron Lam revela confusão na Função Pública

A falta de instruções claras sobre compensação pela “prestação de trabalho em períodos de dispensa de comparência ao serviço” está a gerar o caos na Administração Pública. Ron Lam denuncia casos em que os trabalhadores fazem horas extra para compensarem a compensação

 

Ron Lam denunciou a confusão que reina em vários serviços públicos, devido às diferentes formas adoptadas para compensar os trabalhadores pelas horas extra feitas durante o surto que começou a 18 de Junho. A denúncia, acompanhada por um pedido de esclarecimento, faz parte de uma interpelação escrita divulgada ontem pelo deputado.

No relato do legislador, apesar de alguns funcionários públicos terem sido dispensados do trabalho durante o surto de 18 de Junho, muitos enfrentaram um aumento das horas de trabalho e da pressão nas suas funções, porque foram obrigados a desempenhar funções nos postos de testagem ou nos serviços de apoio.

Todavia, na altura de serem compensados pelas horas extra durante o período de dispensa do serviço não houve um procedimento universal. De acordo com Ron Lam, os departamentos da Administração Pública fizeram interpretações díspares do Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau, o que terá criado não só muita confusão, mas também um sentimento generalizado de injustiça.

“Com os departamentos públicos a adoptarem práticas de compensações diferentes e até a mudarem a política de um dia para a noite, a moral dos trabalhadores da linha da frente sofreu um grande impacto”, afirma Ron Lam.

A grande confusão

Segundo o Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau, quando o Chefe do Executivo declara o “encerramento dos serviços”, aqueles que desempenham funções “por conveniência” são compensados com a “dedução [das horas trabalhadas] no horário normal de trabalho”.

De acordo com as regras, as horas feitas por funcionários públicos nos postos de testagem teriam de ser definidas como “serviços por conveniência”. Os trabalhadores seriam assim compensados com a dedução destas horas no horário normal de trabalho. Esta interpretação chegou a vigorar em alguns serviços, mas houve um recuo.

“Depois de permitirem que os funcionários públicos fossem compensados com a dedução das horas no horário normal de trabalho, muitos departamentos suspenderam, de um momento para o outro, as compensações que já tinham sido aprovadas”, revelou Ron Lam. “Houve trabalhadores que depois de gozarem as compensações tiveram de trabalhar horas extra para as compensarem”, acrescentou.

Momentos de claridade

Face à confusão verificada, o deputado pede agora que os Serviços de Administração e Função Pública emitam orientações claras para todos os serviços sobre a interpretação da lei.

Uma das grandes incertezas é causada pela expressão a “generalidade dos trabalhadores” que fica dispensada da comparência ao serviço, quando tal é declarado pelo Chefe do Executivo.

Como alguns serviços entenderam que os seus funcionários faziam parte da generalidade dos trabalhadores dispensados, decidiram compensá-los com a dedução das horas. Porém, posteriormente, entenderam que esses trabalhadores não estavam dispensados e pediram compensação pelas horas não trabalhadas.

Neste contexto, Ron Lam apelou, a bem do moral dos trabalhadores, aos SAFP para definirem muito bem quem está dispensado de comparecer ao serviço, nas situações em que o Chefe do Executivo declara dispensa.

19 Set 2022

Tribunal separa pedidos de indemnização no processo penal da Suncity

O volume de trabalho, coincidência temporal com o mega-processo das Obras Públicas e atitudes dilatórias de alguns advogados levaram os magistrados que vão julgar o processo Suncity a pedir a separação dos pedidos de indemnização civil das acusações de cariz penal.

A notícia avançada ontem pela TDM – Rádio Macau tem como base a decisão do colectivo do 2.º Juízo Criminal do Tribunal Judicial de Base, que notificou as partes e Ministério Público na passada sexta-feira.

Na decisão judicial, os magistrados defendem que “para evitar que a parte civil deste processo procrastine a parte criminal (podemos prever que o pedido de indemnização civil vai procrastinar gravemente o processo)”, “depois de considerar as vantagens e desvantagens, o tribunal, separa todos os pedidos civis deste processo”.

O colectivo acrescentou às justificações o facto de ter “em mãos” outro mega-processo de julgamento dos ex-directores dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, Li Canfeng e Jaime Carion.

A decisão foi tomada “tendo em consideração que há 21 arguidos neste processo (Suncity), sete deles estão presos, há mais do que 100 testemunhas, 70 volumes de processo principal e quase 300 volumes de apenso, e o presente tribunal trata simultaneamente do processo do ex-director de DSSOPT, também com 21 arguidos neste processo, três deles estão presos e também tem mais do que 100 testemunhas, 120 volumes de processo principal e 500 volumes de apenso, o período de prisão preventiva dos dois processos é próximo.”

Outras partes

Recorde-se que além dos crimes imputados a Alvin Chau e companhia, o Governo e quatro operadas de jogo (Wynn, SJM, Venetian e MGM) pediram indemnizações, processo de natureza civil.

O despacho judicial assinado pela juíza Lou Ieng Ha acrescenta ainda que “de acordo com a evolução do presente processo, muitos advogados não manifestam uma atitude de cooperação suficiente, muito deles ainda requerem a prorrogação da audiência do presente caso (mesmo que saibamos que muitos arguidos estão presos), por isso, podemos prever que o tratamento dos dois casos urgentes pelo presente tribunal vai ser tardado”.

O tribunal justifica ainda que “como o horário da audiência do presente tribunal está apertado, e tendo em conta a corrente situação e a dificuldade do arranjo de audiência (o presente tribunal tem de tratar de dois casos enormes e que o período de prisão preventiva é próximo), não podemos prorrogar mais para condescender a parte do procedimento civil deste processo”.

19 Set 2022

Taiwan | Sismo derrubou prédio e “prendeu” 400 turistas em montanha

Um forte sismo abalou grande parte de Taiwan ontem, derrubando um prédio de três andares, prendendo, temporariamente, quatro pessoas no seu interior, e deixando cerca de 400 turistas numa encosta de uma montanha.

O sismo de 6,8 de magnitude na escala de Ritcher foi o maior entre dezenas que sacudiram a costa sudeste da ilha desde sábado à noite, quando um terremoto de 6,4 atingiu a mesma área. Não houve relatos imediatos de ferimentos graves.

A maior parte dos danos terá acontecido a norte do epicentro, que o Departamento Meteorológico Central de Taiwan disse estar na cidade de Chishang. Um prédio de três andares, que tinha uma loja de conveniência no piso térreo e residências nos superiores, desabou na cidade vizinha de Yuli, noticiou a Agência Central de Notícias da ilha.

O dono do edifício, de 70 anos e sua mulher, foram os primeiros de quatro pessoas presas a serem resgatadas dos escombros, e só depois uma mulher de 39 anos e a sua filha de 5 anos.

Mais de 7.000 residências ficaram sem energia em Yuli, e as canalizações de água também foram danificados.
Também em Yuli, um deslizamento de terra prendeu quase 400 turistas numa montanha famosa pelos lírios alaranjados que cobrem as suas encostas nesta época do ano, noticiou a Agência Central de Notícias.

Os destroços de um toldo caído numa plataforma na estação de Dongli, na cidade de Fuli, que fica entre Yuli e o epicentro em Chishang, atingiram um comboio que passava, descarrilando seis vagões, disse a Agência Central de Notícias, citando a administração ferroviária. O sismo foi sentido no extremo norte da ilha, na capital, Taipei. A Agência Meteorológica do Japão emitiu um alerta de tsunami para várias ilhas do sul do Japão.

19 Set 2022

APOMAC | Suplemento de pensão leva a acusações de “discriminação”

Jorge Fão considerou que a medida de entrega de um suplemento extra da pensão de reforma deveria abranger todos os reformados, mesmo aqueles fora de Portugal, e recordou que entre 2011 e 2016 os cortes atingiram todos

 

A Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) defendeu o alargamento a todos os reformados do suplemento extra de meia pensão. A posição foi tomada depois de o Governo português ter anunciado o pagamento de um suplemento extra com a pensão, a ser entregue em Outubro, que deixa de fora os pensionistas que vivem fora de Portugal. Esta opção é vista como discriminatória.

“Isto é muito injusto para connosco. Até chega a ter alguma dose de discriminação”, afirmou Jorge Fão, presidente da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), à Lusa.

Jorge Fão lembrou que todos os pensionistas da Caixa Geral de Aposentações portuguesa, incluindo os que vivem no estrangeiro, sofreram cortes devido à Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), imposta pelo Estado português entre 2011 e 2016.

“O Governo deve alargar [o suplemento extra] a todos os reformados em todas as latitudes, porque quando cortou também cortou a todos. Se cortou a todos, então também deve pagar a todos”, defendeu o dirigente.

A 5 de Setembro, o primeiro-ministro português António Costa, no âmbito do pacote de medidas lançadas para combater a inflação, anunciou que os reformados vão receber um suplemento extra equivalente a meio mês de pensão pago de uma só vez em Outubro, para mitigar o impacto do aumento do custo de vida no rendimento.

No entanto, a resolução aprovada em Conselho de Ministros deixa de fora pessoas com pensões acima de 12 Indexantes de Apoios Sociais, ou seja, acima de 5.260 euros brutos mensais, assim como aposentados que vivam fora de Portugal.

Outro lado da moeda

Jorge Fão admitiu que a inflação em Macau, 1,38 por cento em Julho, é bem menor do que a registada em Portugal, 8,9 por cento em Agosto, mas lembrou que os reformados que vivem no território têm sofrido com a desvalorização do euro face à moeda local, a pataca.

Segundo dados da Autoridade Monetária de Macau, o euro estava sexta-feira a negociar a 8,08 patacas, longe do valor de 10,03 patacas registado no início de 2018. “No mínimo perdemos 20 por cento devido à taxa cambial”, lamentou Jorge Fão.

O pedido foi feito em duas cartas enviadas a António Costa e ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, na terça-feira. Jorge Fão disse acreditar que vivam na região chinesa cerca de dois mil reformados da antiga administração portuguesa de Macau, sendo que “algumas centenas” são membros da APOMAC.

19 Set 2022

Turismo | Sector espera 30 mil visitantes diários nos feriados

O número de visitantes durante os feriados da Semana Dourada pode chegar a 30 mil por dia, pelo menos, assim espera presidente da Associação de Indústria Turística, Andy Wu. O representante deu como pista os dados da Direcção dos Serviços de Turismo que indicaram que na sexta-feira passada entraram em Macau mais de 23 mil visitantes, o maior volume de entradas desde o último surto de covid-19. Em declarações ao jornal Ou Mun, Andy Wu confessou que o volume de turistas surpreendeu o sector.

Como nos últimos meses a origem das pessoas que visitam Macau se restringiu, principalmente, à província de Guangdong, o dirigente associativo acredita que com a pandemia estabilizada na RAEM e na província vizinha o número de entradas diárias pode manter-se acima das 20 mil.

Também o regresso do concurso internacional de fogo-de-artifício é visto por Andy Wu como uma forma de atrair turistas de Guangdong, uma. Vez que a organização de festas e actividades de grupo com muitas pessoas continuam severamente condicionados no Interior da China.

Quanto ao futuro a curto-prazo do sector, o dirigente espera boas notícias até ao fim do ano sobre as restrições impostas pelo combate à pandemia. Wu mencionou as declarações do director-geral da Organização Mundial de Saúde que apontou à proximidade do fim da pandemia, e a primeira visita de Xi Jinping ao exterior, como sinais do possível alívio das medidas de prevenção da pandemia em 2023.

19 Set 2022

Admitidas todas as propostas ao concurso público para licenças de jogo

A abertura das propostas do concurso público de atribuição das novas concessões do jogo decorreu na sexta-feira, tendo a GMM sido admitida de forma condicional. Os resultados do concurso devem ser anunciados até ao final do ano

 

O Governo anunciou que todas as sete propostas apresentadas no concurso público de atribuição de novas licenças de jogo foram aceites. A comunicação foi feita na sexta-feira, dia da abertura das propostas, sendo que a proposta da GMM S.A. foi aceite de forma condicional.

Normalmente, as propostas aceites condicionalmente nos concursos públicos exigem a apresentação de documentação adicional nos dias úteis seguintes. Contudo, o comunicado do Gabinete de Comunicação Social (CGS) não especifica as razões que levaram a que a proposta fosse aceite de forma condicional.

As propostas foram abertas de acordo com a entrega e o procedimento, que tinha começado pelas 10h, terminou às 18h40. “Por deliberação final foram admitidas as seguintes empresas: Wynn Resorts (Macau), S.A., Venetian Macau S.A., Melco Resorts (Macau) S.A., SJM Resorts, S.A., MGM Grand Paradise S.A., Galaxy Casino, S.A.. Foi admitida condicionalmente a GMM S.A.”, indicaram as autoridades.

O resultado das empresas escolhidas para explorarem os casinos locais deve ser anunciado até ao final do ano. As licenças terão validade de 10 anos.

Tom de confiança

Durante o processo de abertura de propostas, os representantes das candidatas mostraram-se confiantes com as perspectivas do mercado do jogo em Macau, assim como nas hipóteses de receberem uma nova concessão.

“Acreditamos que os nossos anos de experiência, história e investimentos em Macau contribuirão definitivamente para o resultado do concurso. A diversificação em áreas não-jogo é muito importante para enfrentarmos o mercado internacional e atrairmos turistas de todo o mundo”, afirmou Linda Chen, representante da Wynn Resorts (Macau), de acordo com a Rádio Macau. “Precisamos de ter ideias e instalações diversas, precisamos trabalhar em conjunto com as pequenas e médias empresas, para construir um centro mundial de turismo e lazer”, acrescentou.

Diversificação económica

Por sua vez, Lawrence Ho, presidente da Melco, outras da actuais operadoras, sublinhou os elementos não-jogo desenvolvidos pela empresa. “A Melco sempre teve o entretenimento no seu ADN. Tudo o que fazemos vai no sentido do entretenimento que é realmente a chave para atrair visitantes estrangeiros a Macau, por isso quando pensamos em todas as coisas que já fizemos, como o The House of Dancing Waters, a Roda Gigante, ou o Parque Aquático, pensamos que essas coisas são realmente atracções e regalias que vão atrair visitantes estrangeiros”, vincou Ho, segundo a TDM.

O filho de Stanley Ho justificou o optimismo com o apoio do Governo Central. “Com o apoio do Governo Central e, esperemos, com a política do Governo de Macau, acredito que o futuro é brilhante. Por isso estamos muito confiantes porque a Melco, enquanto operador, tem realmente apoiado o Governo de Macau em todas as suas iniciativas-chave nos últimos 16 anos”, declarou.

Ligações históricas

Daisy Ho, presidente do Conselho de Administração da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), também se mostrou optimista sobre o resultado do concurso, tendo destacado as ligações históricas da SJM a Macau e ao mercado de jogo local. Sobre os objectivos traçados para atrair turistas internacionais, Daisy Ho disse que essa é uma tendência geral e que a empresa está muito confiante de que pode cooperar com o Governo nessa área.

Outra das ouvidas na sexta-feira foi Pansy Ho, representante da MGM China, que defendeu o mercado local. Na visão de Pansy Ho, a RAEM continuar a ser uma “cidade de jogo atractiva” e com “grande potencial”, sendo também uma região com características únicas na Ásia. “Independentemente do surto de covid-19 estou confiante de que Macau terá um bom desenvolvimento”, acrescentou.

19 Set 2022

Autoridades trabalham em novo plano de resposta a surtos epidémicos

Após o surto de 18 de Junho, Alvis Lo revelou que o Chefe do Executivo pediu aos diferentes departamentos para melhorarem os trabalhos de resposta à pandemia. Actualmente, os SSM estão também a preparar-se para lidar com a varíola dos macacos

 

O director dos Serviços de Saúde (SSM), Alvis Lo, anunciou que as autoridades estão a desenvolver um novo plano de resposta a emergências ligadas à covid-19, na sequência do surto de 18 de Junho. As declarações foram prestadas no sábado, no Jornal do Cidadão, em que Alvis Lo reconheceu haver alguns problemas.

Segundo Lo, as autoridades estão a recolher as informações sobre o surto mais recente e a tentar perceber quais foram os principais desafios encontrados pelos diferentes departamentos. O objectivo passa por melhorar os aspectos negativos, ao mesmo tempo que se seguem as orientações mais recentes, emitidas pela Comissão Nacional de Saúde do Interior.

A introdução de melhorias aos procedimentos de resposta a surtos terá sido, segundo Alvis Lo, um pedido do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, que convocou reuniões com vários departamentos, a quem atribuiu a missão de melhorarem os trabalhos.

Quase desde o início do surto, que as medidas adoptadas em Macau têm seguido as orientações da Comissão Nacional de Saúde, e do médico Zhong Nanshan, como é reflectido pela contagem do número de casos, em que há uma divisão dos assintomáticos e não assintomáticos.

No entanto, o novo plano de resposta a surtos apenas vai ser apresentado mais tarde, quando as autoridades considerarem que está “maduro” o suficiente para ser colocado em prática.

Varíola dos macacos

Na ocasião, Alvis Lo abordou também os trabalhos para lidar com a varíola dos macacos, cujo primeiro caso chegou recentemente a Hong Kong.

Segundo o director dos Serviços de Saúde, as autoridades estão a negociar com as empresas fornecedoras a compra de vacinas, e há a esperança de que o processo decorra dentro da normalidade, sem sobressaltos.

Em relação a futuros casos da doença em Macau, Alvis Lo apontou as medidas contra a covid-19 como um exemplo, ao afirmar que o mais importante é proceder ao isolamento dos possíveis infectados.

Em Junho deste ano, os Serviços de Saúde deram formação aos médicos e enfermeiros, para saberem como lidar com futuros pacientes com varíola dos macacos.

Alvis Lo pediu ainda atenção à sociedade, e sublinhou que as pessoas infectadas com varíola dos macacos desenvolvem sintomas como febre, dores de cabeça, dores musculares e reacção na pele semelhantes à varíola mais comum.

19 Set 2022

Chá Gordo | ADM promove quatro sessões até ao final do ano 

Realiza-se já amanhã, na sede da Associação dos Macaenses, uma sessão de Chá Gordo, uma refeição volante típica da gastronomia macaense, e que será a primeira de três que a associação irá promover até final do ano. Miguel de Senna Fernandes, presidente, diz que é uma forma de revitalizar o leque de actividades

 

Experimentar as iguarias do Chá Gordo, uma tradicional refeição da gastronomia macaense, será possível amanhã, na sede da Associação dos Macaenses (ADM), entre as 17h30 e as 20h30, sendo esta a primeira de três sessões do género que a associação pretende organizar até final do ano. O menu está a cargo de Marina de Senna Fernandes e a actividade é subsidiada pela Fundação Macau.

Ao HM, Miguel de Senna Fernandes, presidente da ADM, disse que já ultrapassaram as 40 inscrições. “Esta é uma primeira amostra e vamos ter mais três até ao final do ano. Temos um número limitado de pessoas e parece-me que as inscrições estão no bom caminho, já temos mais de 40. Se não fizermos absolutamente nada estamos a colaborar com a estagnação [que Macau vive em termos de actividades], e esse não é o meu estilo. Vamos fazer o que for dentro do possível”, adiantou.

O Chá Gordo, por tradição, “era um evento com uma refeição muito rica, feita pelas velhas famílias macaenses que tinham condições para o fazer”. “Era motivo de orgulho mostrar aos amigos e convidados em geral. O Chá Gordo era um momento pouco chique, não se esperava que os homens vestissem fraque. Mas havia uma certa indumentária, lembro-me bem das pessoas que apareciam no Chá Gordo, que se vestiam bem, porque o evento assim o justificava.”

Desta forma, acrescentou Miguel de Senna Fernandes, o evento da ADM exige “dress code”, sem necessidade de vestidos de cerimónia. “Queremos que as pessoas evitem ir de calças de ganga e ténis, para que entendam o espírito do Chá Gordo.”

Molhos e companhia

Marina de Senna Fernandes levantou a ponta do véu sobre os pratos que poderão ser provados numa refeição cheia de diversidade e onde os convidados ficam de pé a servir os pratos. “Vou usar um prato muito antigo, o Missó Cristão, que é um molho com origem japonesa, do tempo dos missionários japoneses e jesuítas que estavam em Macau. Esse prato foi praticamente esquecido e hoje em dia já ninguém faz, mas o molho é muito versátil e pode ser usado com peixe, camarões ou entrecosto. Já o fiz várias vezes e vou fazer com bacalhau e camarões. É um molho muito especial.”

Haverá ainda o “Arroz Gordo”, tido como a “dama da festa”, pois “Chá Gordo sem o Arroz Gordo não é Chá Gordo”, disse Marina de Senna Fernandes. É um arroz feito à base de guisado de várias carnes com ovos de codorniz, frutos secos e polpa de tomate.

“Esta é uma mostra da arte de bem receber e de hospitalidade. Todas as carnes do Chá Gordo têm de ser cortadas para serem comidas na hora, para não deixar que as pessoas usem as mãos ou talheres”, concluiu.

Marina de Senna Fernandes disse ainda que o próximo Chá Gordo na sede da ADM terá lugar no dia 15 de Outubro, onde serão desvendados os segredos do Chá Gordo para casamentos, “onde a comida é um bocadinho diferente”.

16 Set 2022

Análise | Trunfos e fraquezas da nova candidata a concessão de jogo

A entrada na corrida por uma concessão de jogo de uma empresa ligada ao Genting Group foi a grande surpresa do dia de entrega de propostas. A maior vocação para resorts dirigidos para famílias e elementos não-jogo é vista como um trunfo. Para os analistas da Nomura, a questão está entre começar do zero um novo estilo de resort ou adaptar os existentes

 

A entrada em cena da GGM S.A. na corrida às novas concessões de jogo em Macau marcou o dia de entrega de propostas para o concurso público. A empresa ligada ao Genting Group e ao magnata malaio Lim Kok Thay trouxe ao processo um novo fôlego, que está a gerar muitas reacções e leituras.

Os analistas do banco de investimento Nomura realçam que a concorrente começa numa posição de desvantagem, uma vez que pouco se sabe ainda sobre a estrutura exacta da accionista da GGM S.A., mas que o grupo traz ao concurso novas valências que podem ser úteis face ao contexto que a indústria enfrenta actualmente.

“A Genting tem como trunfo a vasta experiência em resorts integrados destinados a uma clientela familiar, rumo que o Governo da RAEM quer para a indústria, privilegiando a diversificação que desloque o actual foco excessivo no jogo das actuais concessionárias”, indicaram os analistas, numa nota divulgada na quarta-feira à noite.

Os observadores realçam que apesar de as actuais concessionárias terem capacidade para se adaptar a uma nova realidade, que retire ênfase ao factor jogo, isso irá implicar alterações físicas aos seus resorts.

“Como novo operador, a GGM pode conceber um resort de raiz que corresponda às novas prioridades do Executivo de Macau, ao contrário dos operadores actuais que conceberam as suas propriedades para os velhos tempos do jogo VIP. A nova concorrente pode também adaptar-se em termos orçamentais a um índice de despesas de capital mais baixo, adequando-se a volumes de receitas brutas de jogo estruturalmente inferior” ao verificado até antes da pandemia, apontam os analistas, citados pelo portal Inside Asian Gaming.

Pedras no caminho

A Nomura destaca como um dos principais desafios da GGM S.A. a potencial dificuldade em convencer os investidores do Genting Group sobre as potencialidades do mercado de jogo da RAEM.

“Pensamos que os investidores da Genting Malaysia e da Genting Berhad podem encarar a entrada no concurso público de forma negativa por duas razões. A primeira prende-se com a incerteza em relação à recuperação da indústria do jogo de Macau, devido à política de covid zero que reduziu drasticamente as receitas brutas dos casinos. Cremos que existem poucas esperanças de que as restrições de combate à pandemia aliviem, como aconteceu no resto do mundo”, é indicado.

A segunda preocupação, que os observadores consideram mais forte, é que alguns investidores da Genting Malásia (e consequentemente o grupo) podem não se sentir confortáveis com o mercado de Macau e a incerteza que isso acarreta, principalmente tendo em conta o investimento feito na área de influência da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

Além disso, a perspectiva de um grande compromisso de investimento depois de dois anos de contas apertadas devido à pandemia e do aumento das dívidas pode desagradar aos investidores mais conservadores.

Por sua vez, os analistas da JP Morgan destacaram a recente falência do Genting Hong Kong como um “mau presságio” para as chances de a nova candidata ganhar uma concessão em Macau. Além das hipóteses, ou falta delas, da GGM S.A., os especialistas da JP Morgan consideram improvável que alguma das seis concessionárias actuais perca a licença de jogo.

“Lufada” de ar fresco

Carlos Lobo, analista de jogo, considera que a entrada da GMM, ligada à Genting, no concurso público de atribuição das concessões do jogo é uma “lufada” de ar fresco no sector. As declarações foram prestadas à Rádio Macau. Apesar desta lufada, o analista não vê o interesse da Genting como uma surpresa, uma vez que esta não é a primeira vez que a empresa malaia concorre a uma licença de jogo no território.

Carlos Lobo defendeu também que apesar de as seis operadoras terem um histórico de grandes investimentos no território, que irá ser frisado nas propostas, a entrada de uma nova concorrente pode ditar mudanças no panorama do jogo. As propostas apresentadas por GMM S.A.,Wynn Resorts (Macau), S.A., Venetian Macau S.A., Melco Resorts (Macau) S.A., SJM Resorts, S.A., MGM Grand Paradise S.A. e Galaxy Casino, S.A. vão ser abertas esta manhã, pelas 10h, no 21.º andar do Edifício China Plaza.

16 Set 2022

Semana dourada | Medidas de entrada serão analisadas “de forma dinâmica”

As autoridades de saúde não planeiam alterar as medidas de entrada em Macau tendo em conta a chegada da Semana Dourada, mantendo-se os prazos de validade dos testes. Sobre a posição da OMS, que indicou que a pandemia poderá estar perto do fim, o Governo não dá sinais de mudar de estratégia

 

Aproxima-se o período de feriados da Semana Dourada, em finais deste mês e princípios de Outubro, e mesmo com as expectativas de ligeira recuperação no sector do turismo, o Governo não dá mostras de relaxar as medidas de entrada no território. “Vamos manter as medidas inalteradas. Falta algum tempo para a Semana Dourada e vamos continuar a avaliar a situação de forma dinâmica”, disse Leong Iek Hou, coordenadora do centro de coordenação de contingência do novo tipo de coronavírus. Desta forma, mantém-se os prazos de validade dos testes necessários para entradas e saídas entre Macau e a China.

O que também se mantém inalterada é a postura das autoridades em relação à pandemia, mesmo que Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), tenha dito que o fim da pandemia poderá estar próximo.

“Os Serviços de Saúde (SSM) e o Governo observam de forma estreita a avaliação da OMS em relação à pandemia. Acompanhamos de perto as orientações e medidas aplicadas no Interior da China. O que está a ser feito em Macau tem a ver com a nossa realidade”, adiantou a mesma responsável.

Na quarta-feira o director-geral da OMS declarou que “na semana passada, o número de mortes semanais por covid-19 foi o mais baixo desde Março de 2020”. “Nunca estivemos em melhor posição para acabar com a pandemia. Não estamos lá ainda, mas o fim está próximo”, acrescentou.

Sobre o caso de contacto próximo detectado num hotel em Zhuhai, e que levou ao fecho do edifício, os SSM dizem estar em contacto permanente com as autoridades da cidade vizinha e que se houver residentes de Macau envolvidos irão informar a população.

O que é ser positivo

Na conferência de imprensa de ontem as autoridades admitiram ainda ter alterado, na última sexta-feira, os valores CT, associados à carga viral, que definem se uma pessoa está infectada com covid-19 ou se está “negativa”. Se antes o valor de CT abaixo de 38 significava que a pessoa estava com covid-19, agora, para ser considerado positivo o valor de CT tem de ser inferior a 35.

“Em todos os casos, locais ou importados, é usado este critério. Quem tiver um valor de CT inferior a 35 está positivo terá quarentena estendida. Com mais de 35 significa que a infecção não foi recente e a quarentena não tem de ser prolongada [fica mais dois dias para fazer testes]. Na altura, definimos o valor 38 para decidir se a pessoa infectada ia para o hotel ou isolamento médico. Mas ao longo do tempo percebemos que muitas pessoas apresentavam o valor CT de 35, que se mantinha aquando da realização dos dois testes, o que significa um caso sem grande risco de transmissão na comunidade. Na sexta-feira passada decidimos que, quando o valor CT se mantém, não é necessário prolongar a quarentena”, revelou ontem a representante dos Serviços de Saúde, Wong Weng Man.

16 Set 2022

Alvis Lo reeleito presidente da Federação de Juventide

O director dos Serviços de Saúde tem a companhia de Ho Hoi Kei, filha de Ho Iat Seng, nos órgãos sociais da associação. Ho foi reeleita vice-presidente, assim como Calvin Chui, filho de José Chui Sai Peng. Arnaldo e Sabrina Ho, filhos de Ângela Leong, fazem igualmente parte da direcção

 

Ho Hoi Kei, filha de Ho Iat Seng, foi reeleita para o cargo de vice-presidente da Federação de Juventude de Macau, que tem como presidente Alvis Lo. O acto eleitoral decorreu no passado dia 9 de Setembro, e teve como principal destaque a reeleição do director dos Serviços de Saúde para o cargo de presidente e ainda de mais 27 vice-presidentes.

Os órgãos sociais da Federação de Juventude de Macau contam também com três deputados, nas posições de vice-presidentes. Song Pek Kei, da comunidade de Fujian e associada ao empresário Chan Meng Kam, Wong Kit Cheng, membro da direcção das Mulheres, e Ngan Iek Hang, ligado aos Moradores, são os legisladores presentes na direcção.

Ao nível dos clãs locais, além da filha de Ho Iat Seng, destaca-se Calvin Chui, filho do deputado José Chui Sai Peng, e sobrinho do ex-Chefe do Executivo Fernando Chui Sai On, Calvin Chui foi eleito vice-presidente. Em sentido contrário, Kelvin Ho, sobrinho de Edmund Ho, era vice até às eleições de 9 de Setembro, mas sai da direcção.

Com corpos sociais com cerca de 200 membros, surgem ainda como membros da direcção, mas sem uma posição clara, Arnaldo e Sabrina Ho, filhos de Stanley Ho e da relação com a deputada Ângela Leong.

O clã Ma, ligado ao empresário Ma Man Kei, é representado por Frederico Ma, apresentado como “presidente permanente” da Federação de Juventude de Macau, um título que é também utilizado para Chan Meng Kam.

A nível dos órgãos sociais, surge ainda Jorge Neto Valente, filho do advogado com o mesmo nome, na posição de vice-presidente do Conselho Fiscal.

Influência crescente

Fundada em 2006, a Federação de Juventude de Macau viu a sua influência política oficialmente reconhecida em 2010. Nesse ano, o então secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, escolheu a associação como uma das quinze com assento permanente no Conselho de Juventude. A associação foi a 15.ª nomeada, numa lista com várias forças tradicionais, como a Associação Comercial de Macau, Federação das Associações dos Operários de Macau, Associação Geral de Estudantes Chong Wa de Macau, Associação Geral das Mulheres de Macau, entre outras.

A partir desse momento, a associação nunca mais perdeu o lugar do Conselho da Juventude. Em 2020, por decisão de Elsie Ao Ieong U, secretária para os Assuntos Sociais e Cultura de Ho Iat Seng, a Federação de Juventude de Macau entra para o Conselho para os Assuntos das Mulheres. Entre as 15 associações escolhidas, a federação foi a sétima.

Apoiar, sempre!

A inscrição na Federação de Juventude de Macau está aberta a membro individuais, desde que tenham entre 18 e 45 anos, sejam residentes em Macau e a candidatura seja aprovada pela direcção. Nos primeiros dois anos, apenas os residentes permanentes eram aceites, no entanto, em 2008, a exigência foi aligeirada, e passou a permitir-se que residentes não-permanentes também se pudessem candidatar.

Quanto aos objectivos, a Federação de Juventude de Macau declara nos estatutos ter sido criada para “orientar os jovens de todos os contextos a apoiarem a governação do Governo de Macau, de acordo com a lei”, promover a participação “em vários assuntos de Macau”, “contribuir para a prática bem-sucedida de um país, dois sistemas” e “promover a reunificação completa com a mãe-pátria”.

Neste momento tem mais de 1.800 membros individuais, e 150 membros colectivos, segundo o portal da associação e desde o momento da sua fundação que conta com o forte apoio do Governo de Macau, assim como do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central.

16 Set 2022

Trabalho | Estudo indica que 70% dos jovens estão pessimistas

Um estudo realizado pela Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau sobre a Gig Economy mostra que cerca de 70 por cento dos jovens entre os 14 e 18 anos encara com pessimismo a entrada no mercado de trabalho. O emprego a tempo parcial e freelance são vistos com bons olhos

 

A Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau revelou ontem em conferência de imprensa o resultado de um estudo sobre a chamada Gig Economy, o conceito que engloba formas alternativas de emprego como prestação de serviços avulsos a apps, trabalhos freelancer e a tempo parcial. Os inquiridos foram jovens de Macau com idades compreendidas entre 14 e 18 anos.

Uma das conclusões mais significativas e reveladoras prende-se com a óptica que os jovens têm da entrada no mercado de trabalho. O responsável do estudo, Leong Chon Kit, considera que o Governo devia ter em atenção os adolescentes prestes a entrar no primeiro emprego. “Cerca de 70 por cento dos entrevistados estão pessimistas sobre as perspectivas de emprego. Realço que este estudo foi realizado antes de o último surto de covid-19 atingir Macau, por isso acredito que o sentimento de pessimismo se deve ter agravado ainda mais”, indicou o responsável.

Independentemente das preferências e vocações profissionais, cada vez mais jovens trabalham como freelancers, a tempo parcial ou com contratos de curto-prazo. Uma tendência que a Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau entende deixar os jovens mais desprotegidos em termos de direitos laborais por falta de actualização dos regimes legais para a nova realidade.

Entre os inquiridos, apenas 26,1 por cento afirmou não querer trabalhar em empregos da chamada Gig Economy, enquanto 47 por cento disse estar disposto a aceitar a nova tendência.

Prós e contras

O estudo revela alguns resultados que demonstram conflitos geracionais, como, por exemplo, o facto de 48,2 por cento dos inquiridos achar que a nova realidade permite o acesso a boas oportunidades de emprego, ao mesmo tempo que 54,9 considera que as ofertas de trabalho não correspondem às expectativas da família.

A associação descreve que a própria pandemia veio alterar o mercado de trabalho, injectando elementos de imprevisibilidade e precariedade. Por exemplo, aumentaram as vagas para distribuidores de take-away e de influencers e outras oportunidades de marketing e vendas através das redes sociais. Todos empregos dirigidos a mão-de-obra mais jovem e à vontade com a linguagem da internet.

A associação defende que o Governo deve analisar a nova realidade laboral trazida pela Gig Economy e falar com trabalhadores destes sectores. Aliás, uma das críticas enumeradas pela Nova Juventude Chinesa é que uma fatia considerável desta economia fica de fora das estatísticas da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos.

O estudo foi realizado entre o fim de Maio e o início de Junho, antes do último surto de 18 de Junho. Foram recolhidas 805 respostas válidas.

DSEDJ | Estudo sobre juventude esperado no próximo ano

A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento de Juventude (DSEDJ) espera que os resultados da “Investigação Social dos Indicadores Sobre Juventude em Macau 2022” sejam conhecidos na primeira metade do próximo ano. A revelação foi feita ontem na segunda reunião plenária deste ano do Conselho de Juventude, presidida por Kong Chi Meng, director da DSEDJ. Este estudo é realizado a cada dois anos, está a decorrer entre este mês e Novembro, com a realização de várias entrevistas a jovens nas ruas de Macau e ainda questionários realizados online. A informação recolhida será utilizada como referência do Governo na formulação das políticas destinadas à juventude.

16 Set 2022

Operadoras do jogo entregaram propostas dentro do prazo estabelecido

Todas as actuais seis empresas com autorização para explorarem casinos em Macau apresentaram propostas de participação no concurso público de atribuição das novas concessões. O prazo para a participação no processo que vai escolher as concessionárias para os próximos 10 anos terminou ontem, pelas 17h45, com a apresentação de sete propostas.

Após a Wynn Resorts (Macau), S.A. ter apresentado a proposta na terça-feira, ontem foi a vez das empresas Venetian Macau S.A., Melco Resorts (Macau) S.A., SJM Resorts, S.A., MGM Grand Paradise S.A. e Galaxy Casino, S.A. na sede da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Às actuais operadoras juntou-se uma outra proposta, identificada como GMM S.A., ligada ao empresário Lim Kok Thay. Lim é o líder do grupo Genting, da Malásia, que explora casinos e que na RAEM está ligado ao edifício Resort World Macau, em construção na Rotunda Ferreira do Amaral.

Antes da entrega, uma senhora identificada como Chan, acompanhada pelo advogado Bruno Nunes, explicou que Lim Kok Thay não compareceu devido à pandemia. “Ele queria vir a Macau, mas como tem muitos negócios, não teve condições para vir”, afirmou Lim.

Trabalho de 20 anos

Na altura da entrega da proposta, o vice-presidente do Grupo Galaxy, Francis Lui, recordou o trabalho da subconcessionária nos últimos 20 anos. “Fizemos muito trabalho de preparação [para esta proposta]. Nos últimos 20 anos, sentimos que em todos os aspectos, económico, comunitário, em termos de investimento, treino dos jovens e responsabilidade social, cumprimos de forma satisfatória”, afirmou Lui, de acordo com o GGR Asia. “Por isso, gostávamos de ter a hipótese para continuar a contribuir para o desenvolvimento de Macau”, acrescentou.

Por sua vez, Pansy Ho, co-presidente da MGM China, que esteve presente no acto da entrega, disse estar “confiante” no valor da proposta apresentada. “Começámos os trabalhos de preparação da proposta há cerca de um ano”, justificou.

Também Lawrence Ho, presidente da Melco, esteve presente na entrega da proposta, mas não prestou quaisquer declarações. Antes disso, havia emitido um comunicado: “Gostava de agradecer ao Governo de Macau esta oportunidade. A nossa proposta reforça o compromisso com Macau e aprofunda a diversificação da economia”, declarou Ho. “Estamos ansiosos para assumir um papel de liderança em parceria com o Governo de Macau e executar a sua visão”, foi acrescentado. O acto de abertura das propostas está agendado para sexta-feira, pelas 10h, no 21.º andar do Edifício China Plaza.

15 Set 2022

ADM | Associação “paralisada” com novos critérios da Fundação Macau 

A cantina da Associação dos Macaenses deveria reabrir este mês, mas tal não será possível. Eventos como a festa de Natal vão obrigar a uma ginástica orçamental e a planos de gestão alternativos. Miguel de Senna Fernandes, presidente, diz que os novos critérios de subsídios definidos pela Fundação Macau vieram baralhar os planos da direcção

 

Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses (ADM), diz que a entidade está “paralisada” devido, em parte, aos novos critérios de atribuição de subsídios a associações definidos pela Fundação Macau (FM).

O facto de terem sido feitos cortes financeiros e de o montante ser definido consoante o número de actividades realizadas está a limitar o alcance que a ADM pode ter.

A reabertura da cantina, um dos espaços mais frequentados pela comunidade macaense, mas não só, não tem data para voltar a abrir portas, desde que os funcionários rescindiram contrato em Abril deste ano e deixaram Macau.

Entretanto, contratar tornou-se quase impossível devido à falta de dinheiro e de recursos humanos.
“A ADM está parada por causa das restrições e há muitas limitações que se impuseram. A cantina ficou completamente estagnada e vamos procurar reabri-la. Neste momento ainda não há condições porque não tem sido fácil a contratação de pessoas porque não há dinheiro. Logo que haja condições financeiras para a contratação, obviamente que a cantina não vai parar. Talvez no início do próximo ano [possa reabrir], mas nem quero apostar numa data.”

Sim às actividades

A ADM está, assim, apostada na realização de diversas actividades, nomeadamente vários eventos de Chá Gordo até ao final do ano, entre outras. “Até ao fim deste ano a ADM vai apostar em várias actividades, dentro das condições mínimas que tem, para merecer este atendimento da FM. Ficamos praticamente paralisados em vários eventos do exterior, como a Festa de Natal ou de S. João, sem pessoal não vamos conseguir realizá-los. Estamos limitados em tudo o que envolva confecção de comida.”

A realização da festa de Natal, algo habitual para muitas associações locais, está também em risco. “Vamos ver se conseguimos fazer a festa de Natal, porque precisamos de pessoal e mais apoio. Já não temos dinheiro para essa festa e vamos ter de arranjar uma solução minimamente comportável para os sócios e que cubra as despesas mínimas, como a própria refeição e a banda”, disse Miguel de Senna Fernandes.

15 Set 2022

MNE | China oferece três documentários a média dos PLP

A China prendou os média de países lusófonos com documentários sobre cultura do chá, medicina tradicional chinesa e ecossistemas das quatro estações do ano no país. Os conteúdos produzidos pela televisão estatal foram traduzidos pela TDM. O comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Macau, Liu Xianfa, presidiu à cerimónia de entrega

 

A cultura como meio de comunicação e cooperação entre meios de comunicação social chineses e dos países lusófonos. Foi com este intuito que a China ofereceu aos países lusófonos três documentários produzidos pela televisão estatal chinesa e traduzidos para português pela TDM-Teledifusão de Macau.

“Seleccionámos com cuidado e traduzimos três documentários sobre a cultura chinesa e oferecemo-los aos media dos países de língua portuguesa, com o objectivo de aproveitar a cultura como um meio para desenvolver um novo caminho para a cooperação entre os media da China e dos países de língua portuguesa, fornecer novas dinâmicas a esta cooperação e elevá-la para um novo patamar”, afirmou o comissário Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) na RAEM, Liu Xianfa, na cerimónia que oficializou a oferta.

Os três filmes versam sobre a cultura do chá, a medicina tradicional chinesa e a diversidade de ecossistemas durante as quatro estações.

Sobre o primeiro tema, Liu Xianfa apontou que o chá é um dos “cartões de visita” da China, desde a Rota da Seda e a Antiga Rota do Chá nos tempos antigos, até ao projecto ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e à ‘Rota Marítima da Seda do Século XXI’, atravessando hoje a história e as fronteiras, transmitindo o espírito de harmonia e diferença e o conceito de abertura e cooperação”. “Macau foi o primeiro porto a partir do qual, o chá chinês foi exportado em grande escala”, acrescentou o comissário do MNE.

Contra os muros

Liu Xianfa demonstrou esperança de que os meios de comunicação social da lusofonia “assumam melhor as suas responsabilidades sociais”, trabalhem em conjunto para defender os valores comuns de toda a humanidade, adiram ao conceito de igualdade, apreciação mútua, diálogo e tolerância das civilizações, e promovam o respeito mútuo, a harmonia e a coexistência entre os povos.

A oferta simbólica dos conteúdos multimédia representa um esforço para “eliminar barreiras culturais através de intercâmbios culturais, transcender o choque de civilizações através da apreciação mútua de civilizações, e substituir a superioridade civilizacional pela coexistência civilizacional”.

O representante do Governo Central afirmou na cerimónia que “alguns países estão a contrariar a tendência da história ao ‘desligar’, construir ‘pequenos pátios e muros altos’, impor sanções extremas, e criar tensões artificiais, contradições e confrontos divisivos”.

Face ao contexto de globalização económica acelerada e de partilha de informação ao segundo nas redes sociais, Liu Xianfa destacou a necessidade “ainda maior” de a China e os países de língua portuguesa aprofundarem intercâmbios, expandirem a cooperação e promoverem o desenvolvimento. Após a cerimónia de oferta, todos os presentes assistiram a um espectáculo de língua e cultura portuguesa em Macau.

15 Set 2022