Exposição | Galeria da residência consular recebe “Pontes Aladas”

[dropcap]C[/dropcap]hama-se “Pontes Aladas – Exposição Colectiva de Arte Contemporânea Portugal-China” e é a mais recente iniciativa cultural promovida no território pelo Instituto Português do Oriente (IPOR). A mostra será inaugurada a 11 de Setembro pelas 18h00 e tem lugar na galeria da residência consular, junto aos lagos Nam Van.
A ideia é celebrar uma série de datas “no contexto das relações históricas entre Portugal e a República Popular da China, tendo Macau como ponto dinâmico de excelência”, uma vez se celebram os 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, assinalando-se ainda 20º aniversário da constituição da RAEM e os 30 anos da criação do IPOR.
A exposição tem, de acordo com um comunicado oficial, “nomes de marcado relevo no panorama dos dois países”, contando ainda com os apoios da Fundação Macau, do Instituto Cultural de Macau e do Instituto Camões-Instituto da Cooperação e da Língua. A curadoria está a cargo de Adelaide Ginga, numa parceria com o Museu Nacional de Arte Contemporânea.
O mesmo comunicado dá conta que a escolha das obras partiu do princípio da “junção de artistas de ambas as latitudes”. Foram seleccionados “artistas portugueses que tenham desenvolvido, no seu percurso artístico, alguma relação com Macau-China e artistas chineses que, de alguma forma, tenham uma relação com Portugal”.
Neste sentido, o público poderá ter acesso a uma “exposição colectiva que coloca em diálogo artistas dos dois países e a pluralidade da expressão artística, reunindo diferentes abordagens temáticas e variados suportes de apresentação”. A mostra estará patente até ao dia 11 de Outubro.

6 Set 2019

História | Associação organiza viagem sobre portos lusos na Ásia 

A Associação Amigos da Nova Rota da Seda, presidida pela economista Fernanda Ilhéu, está a organizar uma viagem que visa contar a história dos principais portos portugueses na Ásia, e que inclui Macau, Malaca e Goa, entre outros destinos. A associação pretende também lançar um novo livro este ano, com a colaboração de um académico de Macau

 

[dropcap]P[/dropcap]ortugal também tem a sua rota marítima esquecida no tempo e subaproveitada. A ideia é deixada ao HM por Maria Fernanda Ilhéu, a economista e professora universitária que preside à Associação Amigos da Nova Rota da Seda (ANRS), que está a promover uma viagem que passa pelos principais portos marítimos que marcam a presença portuguesa na Ásia.

Podem inscrever-se sócios e não sócios, com um custo entre 50 a 60 mil patacas, e a ideia é contar a história de lugares como Mascate, Nizwa (antiga capital de Omã), Calicute, Cochin, Goa, Malaca, Singapura e Macau. “Obviamente que não podemos ir a todos os portos, pois levaríamos dois anos de viagem”, adiantou Maria Fernanda Ilhéu ao HM.

“Queremos lembrar o que foi a nossa estratégia de abordagem desta rota marítima do Ocidente para o Oriente, e que tem muitas semelhanças com a nova rota marítima do século XXI, o projecto ‘Uma Faixa, Uma Rota’, mas que vem do Oriente para o Ocidente.”

A presidente da ANRS assume que esta viagem constitui “um pretexto para nos debruçarmos sobre a história”, lamentando que a rota marítima criada pelos portugueses seja muitas vezes esquecida.

“Esta foi uma história importantíssima na globalização mundial, e não foi importante apenas para Portugal, mas também para todo o mundo. Não só nos esquecemos como até parece que estamos um pouco envergonhados desse percurso quando outros povos, tal como os chineses, estão interessados.”

A economista não tem dúvidas de que Portugal “poderia ter a sua própria rota e outra forma de mostrar ao mundo aquilo que foi”.

Para já, a ANRS ainda não recebeu muitas inscrições. “Foi uma viagem difícil de planear. Vamos aguardar até Outubro para termos mais inscrições e depois vemos se a conseguimos fazer. Esta viagem será documentada nos nossos trabalhos e conferências, não sei se faremos outro livro.”
Maria Fernanda Ilhéu desejava publicar outra obra sobre esta temática. “Queríamos fazer um livro sobre os portos portugueses no mundo, algo que seria interessante e vou tentar que aconteça.”

Novas letras

Depois da publicação da obra “A China e a Revitalização das Antigas Rotas da Seda”, coordenado por Maria Fernanda Ilhéu e Leonor Janeiro, eis que a ANRS se prepara para lançar mais uma obra, desta vez sobre as novas rotas da seda. A obra será escrita em inglês e conta com a coordenação da presidente da ANRS e dos académicos Paulo Duarte e Francisco José Leandro, este último professor na Universidade Cidade de Macau.

“Tencionamos pôr cá fora este ano um livro sobre ‘Uma Faixa, Uma Rota’, a China e os países de língua portuguesa e as novas rotas da seda”, apontou a responsável pela ANRS.

O objectivo da obra é “trazer esse conhecimento dos projectos que estão a ser realizados ou que podem vir a ser realizados pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, em conjunto com países de língua portuguesa e parcerias que sejam desenvolvidas com Portugal”.

Para Maria Fernanda Ilhéu, estão em causa não apenas negócios a curto prazo, mas “o desenvolvimento de sinergias”. “É necessário planear e pensar esse desenvolvimento e perceber que ele vai ter de contar com a actuação de governos e empresas, mas também da própria sociedade civil”, apontou.

6 Set 2019

História | Associação organiza viagem sobre portos lusos na Ásia 

A Associação Amigos da Nova Rota da Seda, presidida pela economista Fernanda Ilhéu, está a organizar uma viagem que visa contar a história dos principais portos portugueses na Ásia, e que inclui Macau, Malaca e Goa, entre outros destinos. A associação pretende também lançar um novo livro este ano, com a colaboração de um académico de Macau

 
[dropcap]P[/dropcap]ortugal também tem a sua rota marítima esquecida no tempo e subaproveitada. A ideia é deixada ao HM por Maria Fernanda Ilhéu, a economista e professora universitária que preside à Associação Amigos da Nova Rota da Seda (ANRS), que está a promover uma viagem que passa pelos principais portos marítimos que marcam a presença portuguesa na Ásia.
Podem inscrever-se sócios e não sócios, com um custo entre 50 a 60 mil patacas, e a ideia é contar a história de lugares como Mascate, Nizwa (antiga capital de Omã), Calicute, Cochin, Goa, Malaca, Singapura e Macau. “Obviamente que não podemos ir a todos os portos, pois levaríamos dois anos de viagem”, adiantou Maria Fernanda Ilhéu ao HM.
“Queremos lembrar o que foi a nossa estratégia de abordagem desta rota marítima do Ocidente para o Oriente, e que tem muitas semelhanças com a nova rota marítima do século XXI, o projecto ‘Uma Faixa, Uma Rota’, mas que vem do Oriente para o Ocidente.”
A presidente da ANRS assume que esta viagem constitui “um pretexto para nos debruçarmos sobre a história”, lamentando que a rota marítima criada pelos portugueses seja muitas vezes esquecida.
“Esta foi uma história importantíssima na globalização mundial, e não foi importante apenas para Portugal, mas também para todo o mundo. Não só nos esquecemos como até parece que estamos um pouco envergonhados desse percurso quando outros povos, tal como os chineses, estão interessados.”
A economista não tem dúvidas de que Portugal “poderia ter a sua própria rota e outra forma de mostrar ao mundo aquilo que foi”.
Para já, a ANRS ainda não recebeu muitas inscrições. “Foi uma viagem difícil de planear. Vamos aguardar até Outubro para termos mais inscrições e depois vemos se a conseguimos fazer. Esta viagem será documentada nos nossos trabalhos e conferências, não sei se faremos outro livro.”
Maria Fernanda Ilhéu desejava publicar outra obra sobre esta temática. “Queríamos fazer um livro sobre os portos portugueses no mundo, algo que seria interessante e vou tentar que aconteça.”

Novas letras

Depois da publicação da obra “A China e a Revitalização das Antigas Rotas da Seda”, coordenado por Maria Fernanda Ilhéu e Leonor Janeiro, eis que a ANRS se prepara para lançar mais uma obra, desta vez sobre as novas rotas da seda. A obra será escrita em inglês e conta com a coordenação da presidente da ANRS e dos académicos Paulo Duarte e Francisco José Leandro, este último professor na Universidade Cidade de Macau.
“Tencionamos pôr cá fora este ano um livro sobre ‘Uma Faixa, Uma Rota’, a China e os países de língua portuguesa e as novas rotas da seda”, apontou a responsável pela ANRS.
O objectivo da obra é “trazer esse conhecimento dos projectos que estão a ser realizados ou que podem vir a ser realizados pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, em conjunto com países de língua portuguesa e parcerias que sejam desenvolvidas com Portugal”.
Para Maria Fernanda Ilhéu, estão em causa não apenas negócios a curto prazo, mas “o desenvolvimento de sinergias”. “É necessário planear e pensar esse desenvolvimento e perceber que ele vai ter de contar com a actuação de governos e empresas, mas também da própria sociedade civil”, apontou.

6 Set 2019

Palestra | Halen Woo leva FIMM numa viagem pela música africana

[dropcap]A[/dropcap] música africana vai estar em discussão no próximo dia 12 de Outubro, sábado, entre as 15h e as 17h, no Auditório do Conservatório de Macau. O evento, que faz parte do cartaz do Festival Internacional de Música de Macau, tem como orador o músico Halen Woo, que nasceu em Madagáscar e cresceu em Hong Kong.

A porta de entrada para o mundo da música foi aberta com lições de guitarra, seguindo-se a música afro-ocidental e cubana. A partir de 2010, Halen Woo visitou Cuba várias vezes para receber formação com “LALI” Raul González Brito, Francisco “Frank” Oropesa “El Matador” e Degoberto Sacerio Oliva, entre outros músicos. Em 2013, começa a visitar o Japão com frequência para aprender música e dança africanas com diferentes especialistas como Hiroki Murai, Yacouba Diabate, Yacouba Diabate, Lamine Traoré, Rumiko Fuji, Takada Shinobu entre outros.

Em 2014, apresentou-se com a conhecida Gekidan Africa no espectáculo anual “Carnaval” em Fukuoka, no Japão, e foi convidado para se tornar um membro da Gekidan Africa.
Halen Woo foi um dos fundadores, em 2012, do ONE Harmony Drumming Factory, um grupo de música africana cujos espectáculos mais significativos incluem Imagine Peace, Africa Soul Party, Freespace Happening, etc. Halen também é percussionista da Banda Orbita, um grupo de jazz afrocubano de Hong Kong. Como professor de guitarra e de música africana e cubana, Halen Woo lecciona em diferentes escolas e organizações e realiza workshops, por convite, sobre música cubana.

5 Set 2019

Palestra | Halen Woo leva FIMM numa viagem pela música africana

[dropcap]A[/dropcap] música africana vai estar em discussão no próximo dia 12 de Outubro, sábado, entre as 15h e as 17h, no Auditório do Conservatório de Macau. O evento, que faz parte do cartaz do Festival Internacional de Música de Macau, tem como orador o músico Halen Woo, que nasceu em Madagáscar e cresceu em Hong Kong.
A porta de entrada para o mundo da música foi aberta com lições de guitarra, seguindo-se a música afro-ocidental e cubana. A partir de 2010, Halen Woo visitou Cuba várias vezes para receber formação com “LALI” Raul González Brito, Francisco “Frank” Oropesa “El Matador” e Degoberto Sacerio Oliva, entre outros músicos. Em 2013, começa a visitar o Japão com frequência para aprender música e dança africanas com diferentes especialistas como Hiroki Murai, Yacouba Diabate, Yacouba Diabate, Lamine Traoré, Rumiko Fuji, Takada Shinobu entre outros.
Em 2014, apresentou-se com a conhecida Gekidan Africa no espectáculo anual “Carnaval” em Fukuoka, no Japão, e foi convidado para se tornar um membro da Gekidan Africa.
Halen Woo foi um dos fundadores, em 2012, do ONE Harmony Drumming Factory, um grupo de música africana cujos espectáculos mais significativos incluem Imagine Peace, Africa Soul Party, Freespace Happening, etc. Halen também é percussionista da Banda Orbita, um grupo de jazz afrocubano de Hong Kong. Como professor de guitarra e de música africana e cubana, Halen Woo lecciona em diferentes escolas e organizações e realiza workshops, por convite, sobre música cubana.

5 Set 2019

FIMM | Sona Jobarteh traz a Macau os ritmos quentes da África Ocidental

Um dos nomes mais aclamados da música africana do momento, Sona Jobarteh, tem um concerto marcado para dia 20 de Outubro no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau. Considerada como uma das virtuosas da kora, um instrumento com 21 cordas, a artista da Gâmbia cruza na perfeição os sons tradicionais da kora, blues e afropop

 

[dropcap]A[/dropcap] kora é uma espécie de híbrido entre uma harpa, um violoncelo e uma guitarra, que produz um som cristalino e normalmente tocado por homens. Sona Jobarteh, natural da Gâmbia e uma das mais virtuosas excepções à regra masculina, é uma das estrelas deste ano do cartaz do Festival Internacional de Música de Macau. O concerto está marcado para o dia 20 de Outubro, pelas 20h, no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Macau.

Em comunicado, o Instituto Cultual (IC) refere a artista da Gâmbia como “a primeira mulher intérprete de kora a surgir de uma família griot da África Ocidental”. Griot são indivíduos que transmitem histórias, tradições, conhecimentos no uso de ervas medicinais, mitos, entre outras manifestações culturais, interpretadas por músicos ou contadores de histórias.

Sona Jobarteh transporta esta bagagem tradicional, ao mesmo tempo que quebra várias barreiras. Além da barreira do género, a artista pegou nas sonoridades tradicionais, acrescentou-lhe a quase contemporaneidade do blues e do afropop e surfou com habilidade a onda de popularidade das músicas do mundo.

A conquistar palcos

Desde o seu disco de estreia que a artista captou atenção além das fronteiras da Gâmbia e Senegal. Com o segundo registo da discografia, “Fasiya”, de 2011, conseguiu o reconhecimento internacional graças à sua “habilidade como instrumentista, voz distinta, melodias contagiantes e elegância em palco”, escreve o IC.

O reconhecido virtuosismo a tocar o instrumento tradicional é algo que lhe está no sangue. A família de Sona traz consigo uma reputação de famosos mestres de kora. O avô, Amadu Bansang Jobarteh, era um ícone na história cultural e musical da Gâmbia, e o primo Toumani Diabaté é famoso pelo domínio da kora. Rompendo com a tradição, Sona é pioneira numa antiga tradição hereditária dominada por homens e que foi transmitida, nos últimos sete séculos, exclusivamente de pai para filho.

Para se ter uma ideia da exclusividade e magia da kora, o IC refere que “é um dos mais importantes instrumentos pertencentes ao povo mandinga da África Ocidental e apenas aqueles que nascem no seio de uma família griot têm o direito de a usar profissionalmente”.

Sona será acompanhada em palco por uma banda composta por Derek Johnson na guitarra electro-acústica, Andi Mclean no baixo e a juntar a sua voz à de Sona, Mamadou Sarr na percussão e voz, Westley Joseph sentado à bateria e Sidiki Jobarteh a tocar balafon e percussão.
Os bilhetes para o concerto custam entre 200 e 250 patacas.

5 Set 2019

FIMM | Sona Jobarteh traz a Macau os ritmos quentes da África Ocidental

Um dos nomes mais aclamados da música africana do momento, Sona Jobarteh, tem um concerto marcado para dia 20 de Outubro no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau. Considerada como uma das virtuosas da kora, um instrumento com 21 cordas, a artista da Gâmbia cruza na perfeição os sons tradicionais da kora, blues e afropop

 
[dropcap]A[/dropcap] kora é uma espécie de híbrido entre uma harpa, um violoncelo e uma guitarra, que produz um som cristalino e normalmente tocado por homens. Sona Jobarteh, natural da Gâmbia e uma das mais virtuosas excepções à regra masculina, é uma das estrelas deste ano do cartaz do Festival Internacional de Música de Macau. O concerto está marcado para o dia 20 de Outubro, pelas 20h, no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Macau.
Em comunicado, o Instituto Cultual (IC) refere a artista da Gâmbia como “a primeira mulher intérprete de kora a surgir de uma família griot da África Ocidental”. Griot são indivíduos que transmitem histórias, tradições, conhecimentos no uso de ervas medicinais, mitos, entre outras manifestações culturais, interpretadas por músicos ou contadores de histórias.
Sona Jobarteh transporta esta bagagem tradicional, ao mesmo tempo que quebra várias barreiras. Além da barreira do género, a artista pegou nas sonoridades tradicionais, acrescentou-lhe a quase contemporaneidade do blues e do afropop e surfou com habilidade a onda de popularidade das músicas do mundo.

A conquistar palcos

Desde o seu disco de estreia que a artista captou atenção além das fronteiras da Gâmbia e Senegal. Com o segundo registo da discografia, “Fasiya”, de 2011, conseguiu o reconhecimento internacional graças à sua “habilidade como instrumentista, voz distinta, melodias contagiantes e elegância em palco”, escreve o IC.
O reconhecido virtuosismo a tocar o instrumento tradicional é algo que lhe está no sangue. A família de Sona traz consigo uma reputação de famosos mestres de kora. O avô, Amadu Bansang Jobarteh, era um ícone na história cultural e musical da Gâmbia, e o primo Toumani Diabaté é famoso pelo domínio da kora. Rompendo com a tradição, Sona é pioneira numa antiga tradição hereditária dominada por homens e que foi transmitida, nos últimos sete séculos, exclusivamente de pai para filho.
Para se ter uma ideia da exclusividade e magia da kora, o IC refere que “é um dos mais importantes instrumentos pertencentes ao povo mandinga da África Ocidental e apenas aqueles que nascem no seio de uma família griot têm o direito de a usar profissionalmente”.
Sona será acompanhada em palco por uma banda composta por Derek Johnson na guitarra electro-acústica, Andi Mclean no baixo e a juntar a sua voz à de Sona, Mamadou Sarr na percussão e voz, Westley Joseph sentado à bateria e Sidiki Jobarteh a tocar balafon e percussão.
Os bilhetes para o concerto custam entre 200 e 250 patacas.

5 Set 2019

Livro | George Takei inspira-se na infância em campos de internamento

George Takei, o eterno Sulu de Star Trek, passou parte da infância num campo de internamento para norte-americanos de ascendência japonesa durante a Segunda Guerra Mundial. O actor recorda o pedaço de história pouco conhecida pelo qual a sua família passou numa novela gráfica intitulada “They Called Us Enemy”

 

[dropcap]O[/dropcap] norte-americano de ascendência japonesa George Takei entrou na cultura pop ao leme da USS Enterprise como o eterno Hikaru Sulu, uma das estrelas de “Star Trek”. Mais de vinte anos antes, o facto de ter nome e família japonesa fizeram com que o pequeno George, com apenas 5 anos, fosse deslocado com a sua família para o centro de relocação Rohwer, no Arkansas, um dos muitos campos de internamento destinados a norte-americanos com raízes japonesas.

Entre Fevereiro de 1942 e Março de 1946, cerca de 120 mil pessoas viram-se forçadas a deixar tudo para trás e a viver o pesadelo que cairia no esquecimento, episódio negro diluído entre outras memórias da Segunda Guerra Mundial.

O actor, autor e activista, que muitas vezes deu como exemplo este episódio de infância nas lutas contra a discriminação, verteu todo o episódio, que durou quatro anos, na novela gráfica “They Called Us Enemy”.

Em declarações ao Los Angeles Times, o autor manifestou esperança de que as suas memórias cheguem às novas gerações. A forma para o fazer teria de ser graficamente à sua medida, uma vez que cresceu com banda desenhada e ainda hoje, com 82 anos, recorda a forte impressão que esse meio lhe provocou na primeira vez que folheou uma BD. “Talvez através da novela gráfica, da típica tira de cartoon, consiga chegar aos mais novos num ponto das suas vidas em que estão em constante absorção de informação”, perspectiva o autor ao jornal norte-americano.

Luta por direitos

O livro foi escrito em parceria com Justin Eisinger, enquanto os artistas Steven Scott e Harmony Becker deram vida aos quadrados que ilustram a narrativa. Apesar da acção decorrer em grande parte, naturalmente, durante a Segunda Guerra Mundial, também inclui a época dos movimentos de luta por direitos civis dos anos 1960.

Uma das imagens mais marcantes de “They Called Us Enemy” está logo nas primeiras páginas, depois de Roosevelt ter declarado guerra ao império japonês. A imagem é simples: um mapa dos Estados Unidos que mostra as áreas onde se ergueram os campos de internamento, com zonas sombreadas cobrindo quase por completo toda a costa oeste até à fronteira com o México no Arizona.

Depois de serem declarados pelo Governo “inimigos do Estado”, a família Takei viveu perto de quatro anos com o horizonte cortado por arame-farpado.

A jornada começa em 1942, pouco tempo depois do quinto aniversário da criança que viria décadas mais tarde a tornar-se um ícone televisivo. A infância de George Takei foi interrompida por soldados armados com espingardas com baionetas a bater à porta da casa de família em Boyle Heights, em Los Angeles. De forma ríspida pediram que reunissem rapidamente os pertences que fossem capazes. Acompanhado pelos pais e os dois irmãos mais novos, George passou os primeiros meses de cativeiro em estábulos de cavalos na Pista de Corridas de Santa Anita, forçado a coabitar com ratos numa atmosfera empestada pelo cheiro a estrume.

Depois dos meses iniciais, foram deslocados para o Arkansas, onde o autor recorda “as paisagens mágicas, fantásticas, com árvores que brotavam de pântanos” e onde viu pela primeira vez uma bola de neve. Apesar das condições humilhantes, a família tentou sempre adaptar-se à nova vida de forma a sobreviverem intactos à realidade do internamento.

“Conto duas histórias paralelas. Queria captar a realidade daquele estranho novo mundo para o qual fui transportado, mas ao mesmo tempo quis contar a forma como os meus pais se sentiram, as angústias por que passaram”, explica o autor.

4 Set 2019

Livro | George Takei inspira-se na infância em campos de internamento

George Takei, o eterno Sulu de Star Trek, passou parte da infância num campo de internamento para norte-americanos de ascendência japonesa durante a Segunda Guerra Mundial. O actor recorda o pedaço de história pouco conhecida pelo qual a sua família passou numa novela gráfica intitulada “They Called Us Enemy”

 
[dropcap]O[/dropcap] norte-americano de ascendência japonesa George Takei entrou na cultura pop ao leme da USS Enterprise como o eterno Hikaru Sulu, uma das estrelas de “Star Trek”. Mais de vinte anos antes, o facto de ter nome e família japonesa fizeram com que o pequeno George, com apenas 5 anos, fosse deslocado com a sua família para o centro de relocação Rohwer, no Arkansas, um dos muitos campos de internamento destinados a norte-americanos com raízes japonesas.
Entre Fevereiro de 1942 e Março de 1946, cerca de 120 mil pessoas viram-se forçadas a deixar tudo para trás e a viver o pesadelo que cairia no esquecimento, episódio negro diluído entre outras memórias da Segunda Guerra Mundial.
O actor, autor e activista, que muitas vezes deu como exemplo este episódio de infância nas lutas contra a discriminação, verteu todo o episódio, que durou quatro anos, na novela gráfica “They Called Us Enemy”.
Em declarações ao Los Angeles Times, o autor manifestou esperança de que as suas memórias cheguem às novas gerações. A forma para o fazer teria de ser graficamente à sua medida, uma vez que cresceu com banda desenhada e ainda hoje, com 82 anos, recorda a forte impressão que esse meio lhe provocou na primeira vez que folheou uma BD. “Talvez através da novela gráfica, da típica tira de cartoon, consiga chegar aos mais novos num ponto das suas vidas em que estão em constante absorção de informação”, perspectiva o autor ao jornal norte-americano.

Luta por direitos

O livro foi escrito em parceria com Justin Eisinger, enquanto os artistas Steven Scott e Harmony Becker deram vida aos quadrados que ilustram a narrativa. Apesar da acção decorrer em grande parte, naturalmente, durante a Segunda Guerra Mundial, também inclui a época dos movimentos de luta por direitos civis dos anos 1960.
Uma das imagens mais marcantes de “They Called Us Enemy” está logo nas primeiras páginas, depois de Roosevelt ter declarado guerra ao império japonês. A imagem é simples: um mapa dos Estados Unidos que mostra as áreas onde se ergueram os campos de internamento, com zonas sombreadas cobrindo quase por completo toda a costa oeste até à fronteira com o México no Arizona.
Depois de serem declarados pelo Governo “inimigos do Estado”, a família Takei viveu perto de quatro anos com o horizonte cortado por arame-farpado.
A jornada começa em 1942, pouco tempo depois do quinto aniversário da criança que viria décadas mais tarde a tornar-se um ícone televisivo. A infância de George Takei foi interrompida por soldados armados com espingardas com baionetas a bater à porta da casa de família em Boyle Heights, em Los Angeles. De forma ríspida pediram que reunissem rapidamente os pertences que fossem capazes. Acompanhado pelos pais e os dois irmãos mais novos, George passou os primeiros meses de cativeiro em estábulos de cavalos na Pista de Corridas de Santa Anita, forçado a coabitar com ratos numa atmosfera empestada pelo cheiro a estrume.
Depois dos meses iniciais, foram deslocados para o Arkansas, onde o autor recorda “as paisagens mágicas, fantásticas, com árvores que brotavam de pântanos” e onde viu pela primeira vez uma bola de neve. Apesar das condições humilhantes, a família tentou sempre adaptar-se à nova vida de forma a sobreviverem intactos à realidade do internamento.
“Conto duas histórias paralelas. Queria captar a realidade daquele estranho novo mundo para o qual fui transportado, mas ao mesmo tempo quis contar a forma como os meus pais se sentiram, as angústias por que passaram”, explica o autor.

4 Set 2019

Animação | Festival exibe 14 filmes de para todas as idades

A crescente influência do cinema de animação, junto de públicos muito diversificados, prova que o género não serve só para contar histórias infantis. Cada vez mais há dramas e enredos para adultos. A Cinemateca Paixão estreia a 21 de Setembro a 3ª edição do Festival Mundial de Animação

 

[dropcap]A[/dropcap] Cinemateca Paixão apresenta, de 21 de Setembro a 6 de Outubro, o Festival Mundial de Animação de Verão, com 14 filmes e 2 workshops para miúdos e graúdos que destacam as mais recentes obras premiadas lá fora deste género cinematográfico.

A sessão de abertura é a oportunidade de conhecer o vencedor do Melhor Filme de Animação dos Prémios César 2019 – “Dilili em Paris” (2018), do realizador Michel Ocelot –, depois de ter estreado na abertura do Festival Internacional de Cinema de Annecy de 2018, ambos em França. Com o “encantador cenário da Belle Époque em Paris” como pano de fundo, a película conta a aventura de Dilili, uma jovem indígena (canaca), e um rapaz de entregas seu amigo, que investigam um surto de raptos de raparigas, encontrando pelo caminho estranhas personagens que vão deixando pistas para os ajudar na busca.

A animação recria o período de ouro nas artes e na cultura do final do século XIX e inícios de XX, uma época que o realizador Michel Ocelot teve dificuldade em adequar ao seu argumento.

“Vi-me confrontado com um pequeno problema relacionado com a representação de Paris durante a Belle Époque: só se via gente branca… Por isso, Dilili é mestiça, membro de um grupo que também sofreu com a rejeição de ambos os lados”, terá comentado. A película é recomendada a maiores de 13, falada em francês (com legendas em inglês e chinês), e duração de 93 minutos.

No final da sessão está prevista uma festa para os mais novos, onde poderão tirar selfies em cenários de animação inspirados nas obras do festival. A entrada é livre e os espectadores estão convidados para o lanche. O filme de abertura passa às 14h30 do dia 21 de Setembro, sábado, e volta a ser exibido no sábado seguinte, a 5 de Outubro, às 17h00.

Também em destaque está o filme de encerramento, “A Torre” (2018), de Mats Grorud, uma co-produção norueguesa e francesa, que conta a história de uma menina de 11 anos que vive com toda a família num campo de refugiados em Beirute, no Líbano, depois da expulsão do seu avô da Palestina em 1948. Baseada em entrevistas feitas com refugiados palestinianos há mais de seis décadas no Líbano, que anseiam até hoje poder regressar à sua verdadeira terra natal, esta é uma história de esperança que mistura técnicas de animação 2D com plasticina, que teve muito boas críticas à passagem pelos festivais de Annecy e Busan. Passa a 28 de Setembro e a 6 de Outubro, sempre às 19h30, para maiores de 13 anos.

Cinema tabu

O programa conta com diversas propostas para diferentes grupos etários, havendo animações para o público infantil, e outras para jovens e adultos. São 14 longas-metragens de animação, que passam pela produção internacional, a animação japonesa, e as sessões pensadas para o divertimento em família.

Para os maiores de 18 está o filme “Tabu de Teerão” (2017), de Ali Soozandeh, “uma sinistra denúncia da repressão no Irão contemporâneo, conseguida com um misto de intimidade e distância através de animação rotoscópica (na qual os actores são redesenhados em computador) criada pela mestria do realizador germano-iraniano”. Falado em persa, com legendas em inglês e chinês, sobre uma sociedade patriarcal, onde são as mulheres que carregam o fardo mais pesado da vida.

Galardoado Melhor Filme Internacional no Festival de Cinema de Jerusalém 2017, passou também pela Semana da Crítica do Festival de Cinema de Cannes 2017, pelo Festival de Animação de Annecy 2017 e pelo Festival Internacional de Cinema de Hong Kong 2018. Passa a 25 de Setembro e a 2 de Outubro, duas quartas-feiras às 21h30.

“Ruben Brandt, Coleccionador” (2018), de Milorad Krstić, é um filme húngaro também recomendado a maiores de 18 anos, embora falado parcialmente em inglês, francês e italiano).

Um famoso psicoterapeuta recruta os seus pacientes criminosos num assalto tipo Ocean’s Eleven para roubar as treze pinturas de arte que o assombram. Atrás de si anda um detective contratado pelo cartel de seguradoras para recuperar as valiosas pinturas. O filme passa a 28 se Setembro às 21h30 e a 3 de Outubro às 19h30.

Ainda a destacar o filme “Funan” (2018), de Denis Do, vencedor do Prémio Cristal no Festival de Annecy 2018, sobre a história de uma jovem cujo mundo é subitamente virado de pernas para o ar com a chegada do regime Khmer Vermelho, no Camboja, em Abril de 1975. Esta foi uma “dura e impressionante estreia para o cineasta Denis Do, que recorreu à história da sua própria família para inspirar esta excitante história de amor, perda e esperança inabalável durante o mais terrível dos tempos”. Apesar do tema, a fita está classificada para maiores de 13 anos, com exibições a 22 de Setembro, às 21h30, e a 1 de Outubro às 19h30.

Jovens na onda

Os mais jovens e as crianças têm ainda um sortido de filmes para assistir durante as duas semanas de Festival. “Apanha a tua onda” (2019), de Yuasa Masaaki, sobre uma paixão entre um casal de adolescentes surfistas, ou “A Estalagem de Okko” (2018), de Kitarō Kōsaka, sobre uma menina órfã que vai viver para a estalagem da sua avó no campo, assinada pelo realizador de “A Viagem de Chihiro” (2001) e “Ponyo à Beira-Mar” (2008), são duas propostas japonesas para os adolescentes, entre outras películas interessantes, todas com duas exibições cada durante o evento.

“Os Comedores de Meias Ímpares” (2016), de Galina Miklinova, é um divertido filme checo sobre criaturas invisíveis responsáveis por devorar peúgas, que integra o conjunto de películas dedicadas à família. Outro filme de relevo nesta categoria é “Tito e os Pássaros” (2018), de Gabriel Bitar, Andre Catoto, Gustavo Steinber, uma fita brasileira sobre o medo epidémico e contagioso em São Paulo, a cidade dos muros, onde vivem vinte milhões de pessoas atrás de vedações e portões electrificados.

Há mais por onde escolher entre as sessões assinaladas como “Divertimento em Família”, que na compra de dois bilhetes, oferecem mais dois lugares para a sessão. Todas têm também duas exibições. Todos os bilhetes para o Festival de Animação custam 60 patacas e encontram-se já à venda.

À semelhança do ano passado, estão agendados dois Workshops de Animação para a Família, orientados pela realizadora de animação local, Pudusina. O tema deste ano será a reciclagem e as oficinas realizam-se a 28 e 29 de Setembro, nas galerias do Anim’Arte nos Lagos Nam Van, em cantonense. As inscrições devem ser feitas até 20 de Setembro e custam 100 patacas.

2 Set 2019

Animação | Festival exibe 14 filmes de para todas as idades

A crescente influência do cinema de animação, junto de públicos muito diversificados, prova que o género não serve só para contar histórias infantis. Cada vez mais há dramas e enredos para adultos. A Cinemateca Paixão estreia a 21 de Setembro a 3ª edição do Festival Mundial de Animação

 
[dropcap]A[/dropcap] Cinemateca Paixão apresenta, de 21 de Setembro a 6 de Outubro, o Festival Mundial de Animação de Verão, com 14 filmes e 2 workshops para miúdos e graúdos que destacam as mais recentes obras premiadas lá fora deste género cinematográfico.
A sessão de abertura é a oportunidade de conhecer o vencedor do Melhor Filme de Animação dos Prémios César 2019 – “Dilili em Paris” (2018), do realizador Michel Ocelot –, depois de ter estreado na abertura do Festival Internacional de Cinema de Annecy de 2018, ambos em França. Com o “encantador cenário da Belle Époque em Paris” como pano de fundo, a película conta a aventura de Dilili, uma jovem indígena (canaca), e um rapaz de entregas seu amigo, que investigam um surto de raptos de raparigas, encontrando pelo caminho estranhas personagens que vão deixando pistas para os ajudar na busca.
A animação recria o período de ouro nas artes e na cultura do final do século XIX e inícios de XX, uma época que o realizador Michel Ocelot teve dificuldade em adequar ao seu argumento.
“Vi-me confrontado com um pequeno problema relacionado com a representação de Paris durante a Belle Époque: só se via gente branca… Por isso, Dilili é mestiça, membro de um grupo que também sofreu com a rejeição de ambos os lados”, terá comentado. A película é recomendada a maiores de 13, falada em francês (com legendas em inglês e chinês), e duração de 93 minutos.
No final da sessão está prevista uma festa para os mais novos, onde poderão tirar selfies em cenários de animação inspirados nas obras do festival. A entrada é livre e os espectadores estão convidados para o lanche. O filme de abertura passa às 14h30 do dia 21 de Setembro, sábado, e volta a ser exibido no sábado seguinte, a 5 de Outubro, às 17h00.
Também em destaque está o filme de encerramento, “A Torre” (2018), de Mats Grorud, uma co-produção norueguesa e francesa, que conta a história de uma menina de 11 anos que vive com toda a família num campo de refugiados em Beirute, no Líbano, depois da expulsão do seu avô da Palestina em 1948. Baseada em entrevistas feitas com refugiados palestinianos há mais de seis décadas no Líbano, que anseiam até hoje poder regressar à sua verdadeira terra natal, esta é uma história de esperança que mistura técnicas de animação 2D com plasticina, que teve muito boas críticas à passagem pelos festivais de Annecy e Busan. Passa a 28 de Setembro e a 6 de Outubro, sempre às 19h30, para maiores de 13 anos.

Cinema tabu

O programa conta com diversas propostas para diferentes grupos etários, havendo animações para o público infantil, e outras para jovens e adultos. São 14 longas-metragens de animação, que passam pela produção internacional, a animação japonesa, e as sessões pensadas para o divertimento em família.
Para os maiores de 18 está o filme “Tabu de Teerão” (2017), de Ali Soozandeh, “uma sinistra denúncia da repressão no Irão contemporâneo, conseguida com um misto de intimidade e distância através de animação rotoscópica (na qual os actores são redesenhados em computador) criada pela mestria do realizador germano-iraniano”. Falado em persa, com legendas em inglês e chinês, sobre uma sociedade patriarcal, onde são as mulheres que carregam o fardo mais pesado da vida.
Galardoado Melhor Filme Internacional no Festival de Cinema de Jerusalém 2017, passou também pela Semana da Crítica do Festival de Cinema de Cannes 2017, pelo Festival de Animação de Annecy 2017 e pelo Festival Internacional de Cinema de Hong Kong 2018. Passa a 25 de Setembro e a 2 de Outubro, duas quartas-feiras às 21h30.
“Ruben Brandt, Coleccionador” (2018), de Milorad Krstić, é um filme húngaro também recomendado a maiores de 18 anos, embora falado parcialmente em inglês, francês e italiano).
Um famoso psicoterapeuta recruta os seus pacientes criminosos num assalto tipo Ocean’s Eleven para roubar as treze pinturas de arte que o assombram. Atrás de si anda um detective contratado pelo cartel de seguradoras para recuperar as valiosas pinturas. O filme passa a 28 se Setembro às 21h30 e a 3 de Outubro às 19h30.
Ainda a destacar o filme “Funan” (2018), de Denis Do, vencedor do Prémio Cristal no Festival de Annecy 2018, sobre a história de uma jovem cujo mundo é subitamente virado de pernas para o ar com a chegada do regime Khmer Vermelho, no Camboja, em Abril de 1975. Esta foi uma “dura e impressionante estreia para o cineasta Denis Do, que recorreu à história da sua própria família para inspirar esta excitante história de amor, perda e esperança inabalável durante o mais terrível dos tempos”. Apesar do tema, a fita está classificada para maiores de 13 anos, com exibições a 22 de Setembro, às 21h30, e a 1 de Outubro às 19h30.

Jovens na onda

Os mais jovens e as crianças têm ainda um sortido de filmes para assistir durante as duas semanas de Festival. “Apanha a tua onda” (2019), de Yuasa Masaaki, sobre uma paixão entre um casal de adolescentes surfistas, ou “A Estalagem de Okko” (2018), de Kitarō Kōsaka, sobre uma menina órfã que vai viver para a estalagem da sua avó no campo, assinada pelo realizador de “A Viagem de Chihiro” (2001) e “Ponyo à Beira-Mar” (2008), são duas propostas japonesas para os adolescentes, entre outras películas interessantes, todas com duas exibições cada durante o evento.
“Os Comedores de Meias Ímpares” (2016), de Galina Miklinova, é um divertido filme checo sobre criaturas invisíveis responsáveis por devorar peúgas, que integra o conjunto de películas dedicadas à família. Outro filme de relevo nesta categoria é “Tito e os Pássaros” (2018), de Gabriel Bitar, Andre Catoto, Gustavo Steinber, uma fita brasileira sobre o medo epidémico e contagioso em São Paulo, a cidade dos muros, onde vivem vinte milhões de pessoas atrás de vedações e portões electrificados.
Há mais por onde escolher entre as sessões assinaladas como “Divertimento em Família”, que na compra de dois bilhetes, oferecem mais dois lugares para a sessão. Todas têm também duas exibições. Todos os bilhetes para o Festival de Animação custam 60 patacas e encontram-se já à venda.
À semelhança do ano passado, estão agendados dois Workshops de Animação para a Família, orientados pela realizadora de animação local, Pudusina. O tema deste ano será a reciclagem e as oficinas realizam-se a 28 e 29 de Setembro, nas galerias do Anim’Arte nos Lagos Nam Van, em cantonense. As inscrições devem ser feitas até 20 de Setembro e custam 100 patacas.

2 Set 2019

IC | Aceitam-se propostas para “Desfile Internacional de Macau”

[dropcap]R[/dropcap]ealiza-se a 8 de Dezembro mais uma edição do “Desfile Internacional de Macau 2019”, organizado pelo Instituto Cultural (IC) em celebração do 20.º Aniversário da Transferência da Administração de Macau para a China. O IC começa a receber propostas de participação de grupos artísticos ou escolas que desejem desfilar por algumas zonas da península de Macau entre os dias 2 e 8 de Setembro.

De acordo com um comunicado, “a rota do desfile desta edição é semelhante à do ano anterior, tendo início nas Ruínas de S. Paulo e fim na Praça do Lago Sai Van”. O tema deste ano é “Uma Faixa, Uma Rota”, nome do projecto político chinês, que pretende reconstituir a antiga rota comercial da seda. Os grupos podem participar no desfile em duas modalidades : “Tema do Desfile” e “Desfile de Grupos Artísticos”.

Além disso, os participantes podem inscrever-se também nas actividades comunitárias que decorrem na véspera do desfile, tal como o “Mini Desfile de Promoção Artística” e o “Programa da Arte na Comunidade”. O objectivo é levar “diferentes formas de cultura e artes às comunidades de Macau”. Serão ainda atribuídos dois prémios.

30 Ago 2019

TIMC | Wu Tiao Ren em Portugal para concertos em cinco cidades 

A banda chinesa Wu Tiao Ren aterrou ontem em Lisboa e prepara-se para realizar a sua primeira digressão em Portugal. Manuel Correia da Silva, do festival This is My City – Global Creative Network, pretende transformar estes concertos numa iniciativa permanente e até levá-los aos festivais de Verão que anualmente acontecem no país

 

[dropcap]C[/dropcap]omeça hoje a digressão em Portugal da banda chinesa Wu Tiao Ren, oriunda de Shenzen, que termina a 8 de Setembro. Hoje os Wu Tiao Ren protagonizam um concerto na redacção do Jornal de Notícias do Porto e, no sábado, na sala de espectáculos Casa da Música. Segue-se uma residência artística em Leiria, graças a uma parceria com a editora Omnichord Records, estando previsto um concerto no Atlas Hostel Leiria. Na próxima quinta-feira, 5 de Setembro, é a vez da banda actuar no Salão Brazil, em Coimbra, seguindo-se o concerto no MusicBox, em Lisboa, no dia seguinte.

A 8 de Setembro os Wu Tiao Ren tocam no interior do Alentejo, na cidade de Montemor-o-Novo, no espaço artístico das Oficinas do Convento.

Em declarações ao HM, Manuel Correia da Silva, responsável pelo TIMC, declarou que esta é a primeira vez que promovem uma digressão com uma banda chinesa e não pretendem ficar por aqui.

“Queremos alargar esta rede e poder trazer bandas chinesas com mais frequência para estes circuitos. Estes artistas não são conhecidos e temos de fazer um grande trabalho de promoção para conseguirmos alcançar os festivais de Verão. Acho que faz todo o sentido chegar a esse mercado e acreditamos que para o ano isso já se vai conseguir, estamos a trabalhar para alcançar esse objectivo.”

Acima de tudo, trazer os Wu Tiao Ren a Portugal significa mostrar um outro lado da cultura e música chinesas ainda desconhecidas do grande público português.

“A nível de expressão artística e de música indie é muito raro acontecer algo em Portugal. Fala-se muito da China mas só se fala de um certo tipo de coisas, e queremos mostrar ao vivo artistas que pertencem a uma geração mais recente, de uma cultura urbana, que em muitas coisas são parecidos connosco mas ao mesmo tempo tem uma cultura diferente, e os Wu Tiao Ren fazem bem esse jogo, porque apesar de terem uma base musical bastante universal, que é o rock, têm muitos pormenores da cultura deles, porque cantam em chinês e têm muitos pormenores da cultura folclórica do sul da China, como a ópera chinesa e tudo mais. Esta conjugação parece-nos única e de valor para ser apresentada cá.”

Também para chineses

Apesar de esta ser uma digressão em Portugal, Manuel Correia da Silva admite que gostaria de encontrar, na audiência, rostos da comunidade chinesa residente em Portugal. “Gostava muito de conseguir encontrar a comunidade chinesa nestes concertos, pois acho que também é para eles. Estamos a tentar colmatar o desafio que é chegar essas comunidades. Não é fácil.”

Os Wu Tiao Ren nasceram em 2008, sendo oriundos da cidade de Shantou, na província de Guangdong. As suas músicas versam sobre as vidas marginais da China e são marcadas pela influência da ópera local e por canções de pescadores. Além disso, “a sonoridade desta banda chinesa incorpora ainda gravações das ruas da cidade, buzinas de autocarros, ruídos de motorizadas e encenações de discussões entre vizinhos”, aponta um comunicado.

Além da digressão dos Wu Tiao Ren, o TIMC tinha o plano de trazer o projecto NOYB, mas por motivos de doença de um dos protagonistas da iniciativa o projecto teve de ser adiado. “Este é um projecto de Macau, liderado pelo Rui Farinha e por mim. É um trabalho de curadoria e um projecto multimédia que envolve música e video e que constitui também uma tentativa de reflectir a região onde estamos. Era um espectáculo que ia ser feito de propósito para Macau, mas é provável que aconteça ainda este ano”, frisou.

30 Ago 2019

FIMM | Billy Childs Quartet e Dorian Wind Quintet juntos em concerto

O Quarteto de Jazz de Billy Childs junta-se ao Quinteto de Cordas Dorian para dois espectáculos cada, um dos quais em conjunto, em Outubro no território. A proposta é tentadora e acontece no XXXIII Festival Internacional de Música de Macau

 

[dropcap]B[/dropcap]illy Childs Quartet e Dorian Wind Quintet são duas bandas de relevo convidadas para participar no XXXIII Festival Internacional de Música de Macau (FIMM), que se realiza este ano entre 4 e 30 de Outubro em diversas salas do território. Os dois grupos vão actuar no mesmo dia em separado, a 10 de Outubro, apresentando os seus trabalhos musicais, e no dia seguinte juntam-se para um novo concerto a meias, a 11 de Outubro, onde irão apresentar a estreia mundial de “Ecosystems”, a mais recente produção de Billy Childs.

O pianista e compositor de jazz norte-americano é figura de destaque neste programa do FIMM, considerado um dos artistas mais diversificados e aclamados da actualidade na sua área. “As composições e arranjos originais de Billy Childs valeram-lhe um Doris Duke Performing Artist Award em 2013, Guggenheim Fellowship em 2009, 16 nomeações e cinco prémios Grammy”, lê-se no programa divulgado pelo Instituto Cultural (IC).

As primeiras influências de Childs devem-se aos mestres de jazz norte-americano Herbie Hancock e Chick Corea, indo beber ainda aos compositores clássicos como Maurice Ravel e Igor Stravinsky. A carreira de William Edward Childs passou também pela “aprendizagem com o lendário trombonista de jazz J.J. Johnson e o grande trompetista de jazz Freddie Hubbard. Antes de conseguir um contrato com a sua editora, gravou e tocou com influentes músicos de jazz como Joe Henderson e Wynton Marsalis”.

Como pianista, Billy Childs tocou já em parceria com Yo-Yo Ma, Sting, Renee Fleming, Jack DeJohnette, Dave Holland, Ron Carter, Chris Bottio, os próprios Chick Corea e Wynton Marsalis, e as bandas The Los Angeles Philharmonic, The Detroit Symphony Orchestra, The Kronos Quartet, The Ying Quartet ou The American Brass Quintet.

Em 2001, formou o seu grupo de jazz de câmara, composto por piano, contrabaixo, percussões, guitarra acústica, harpa e sopros de madeira, embora fosse tendo diferentes formações em função dos projectos musicais em mãos. Para o espectáculo do FIMM, Childs traz consigo um quarteto de grandes intérpretes de jazz, como “o multipremiado saxofonista Shai Golan, o baixista Dave Robaire, que foi aluno do célebre baixista John Patitucci, e o jovem e enérgico baterista Christian Euman, aclamado como um dos ‘seis bateristas que devemos conhecer’”, informa o IC.

O grupo toca às 20h do dia 11 de Outubro, sexta-feira, no grande auditório do Centro Cultural de Macau. O espectáculo terá hora e meia de duração e apresentará obras do seu repertório, como “Backwards Bop”, “Stay” e “Rebirth”, sendo este último o título do seu disco mais recente, premiado com o Grammy de Melhor Álbum Instrumental de Jazz em 2018. Os bilhetes custam 150, 200, 300 e 400 patacas.

Sopros barrocos

No mesmo dia e à mesma hora – 11 de Outubro às 20h – apresenta-se o Dorian Wind Quintet no palco do Teatro D. Pedro V. O famoso quinteto de música de câmara, composto por instrumentos de sopro, é uma formação versátil e “exímia na interpretação de música de várias épocas, desde as transcrições e arranjos de obras-primas dos períodos renascentista e barroco, até ao século XX com obras contemporâneas de compositores americanos e franceses”.

O Dorian Wind Quintet é conhecido mundialmente como um dos mais proeminentes e activos conjuntos de câmara, formado em Tanglewood, no Massachusetts, in 1961. Desde a sua criação, colaborou já com “artistas lendários como Phyllis Bryn-Julson, Lukas Foss e Lorin Hollander”, e percorreu a Europa, Médio Oriente, Índia, África e Ásia, além das digressões que faz pelos Estados Unidos e Canadá. Em 1981, foi o primeiro quinteto de sopros a actuar no Carnegie Hall.

Até hoje tem sido “responsável por quase 40 encomendas a grandes compositores e estreou 98 novas composições. A sua encomenda do Quinteto de Sopros nº 4, de George Perle, ganhou o Prémio Pulitzer de Música em 1986, fazendo história por ser o primeiro atribuído a um quinteto de sopros”.

O ensemble é actualmente composto por Gretchen Pusch na flauta, Gerard Reuter no oboé, Benjamin Fingland no clarinete, Adrian Morejon no fagote e Karl Kramer-Johansen na trompa. O concerto, que terá aproximadamente 1 hora e 45 minutos, com intervalo, e conta com suites e peças de Trans. R. Roseman, J. Ibert, A. Harberg, P. Hindemith e Johann Sebastian Bach. Os bilhetes custam 250 e 300 patacas.

Todos juntos

No dia seguinte, sábado de 12 de Outubro, o Dorian Wind Quintet dividirá o palco do Teatro D. Pedro V com Billy Childs, para interpretarem juntos a estreia mundial de “Ecosystems” e o regresso de “A Day in the Forest of Dreams”, estreado em 1997, ambos compostos por Childs. A peça foi entregue pelo compositor ao quinteto em Agosto de 2018, com o apoio do CMA Classical Commisioning Program Grant, para ser estudada e interpretada algures no Verão de 2019, o que acontece agora em primeiríssima mão no FIMM. O espectáculo terá 1 hora e 45 minutos, com intervalo, aos preços de 250 e 300 patacas.

29 Ago 2019

Turismo de Macau presente na Festa do Livro de Belém, em Lisboa

O Turismo de Macau vai estar presente na Festa do Livro de Belém, em Lisboa, que começa esta quinta-feira. O evento celebra a língua portuguesa e é promovida por um Presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa) atento ao sector, afirmou o secretário-geral da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).

“É um evento que, comercialmente, não se pode comparar com a Feira do Livro de Lisboa – apesar de ser bastante interessante -, mas é muito importante para que se possa mostrar o que de melhor se faz na edição portuguesa, os melhores autores portugueses”, disse o secretário-geral da APEL, Bruno Pacheco.

A Festa do Livro de Belém, que cumpre a quarta edição entre quinta-feira e domingo nos jardins do Palácio de Belém, é uma ideia do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para divulgar a literatura em língua portuguesa e é organizada pela APEL.

Bruno Pacheco recordou que a actual direcção da APEL, que tomou posse em 2018 e é presidida por João Alvim, esteve reunida com Marcelo Rebelo de Sousa para uma troca de cumprimentos.

“É sabido que o Presidente da República é um bibliófilo e tem um particular interesse por esta área do livro e da edição. Está preocupado com a questão das livrarias, com o desaparecimento de algumas livrarias emblemáticas, está preocupado com várias situações relacionadas com o livro e é alguém que procura estar sempre a par daquilo que se está a passar no setor”, disse o secretário-geral da APEL.

Nesta edição estarão presentes mais de 40 editoras e entidades convidadas, como a Gradiva, a Tinta da China, a Relógio d’Água e a Porto Editora, a Fundação Francisco Manuel dos Santos, o Turismo de Macau e a Federação Espírita Portuguesa.

“É uma celebração da língua portuguesa e dos seus autores. […] Acaba por ser um local privilegiado, mais do que vender, para mostrar o catálogo do que diz respeito à língua portuguesa”, disse o secretário-geral da APEL.

Segundo Bruno Pacheco, este houve um reforço de programação e melhoramentos no espaço para responder ao aumento de público que se tem registado deste a primeira edição.

De acordo com a programação divulgada, estão previstos, por exemplo, debates sobre Sophia de Mello Breyner Andresen e Jorge de Sena, no ano em que se assinala o centenário do nascimento de ambos, e concertos dos D.A.M.A. e dos Xutos & Pontapés.

Haverá ainda uma apresentação do espectáculo “A menina do mar”, pela actriz Carla Galvão e pelo pianista Filipe Raposo a partir do texto de Sophia de Mello Breyner Andresen e música de Bernardo Sassetti.

De acordo com o regulamento da associação, no evento podem participar, mediante uma inscrição de cerca de 300 euros, “editores e livreiros associados da APEL que apresentem livros de autores lusófonos de ficção e não ficção. Poderão ser admitidas entidades com relevante produção editorial, que tenham estabelecido parcerias com a APEL”.

28 Ago 2019

Bilhetes para espectáculo “A Haste Dourada” já estão à venda

[dropcap]J[/dropcap]á se encontram à venda os bilhetes para o espectáculo de acrobacias “A Haste Dourada”, organizado pelo Governo de Macau e pelo Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau. A iniciativa conta também com a coordenação do Instituto Cultural e do Departamento de Propaganda e Cultura do Gabinete de Ligação e com o apoio do Instituto do Desporto.

O espectáculo decorre no edifício Fórum de Macau, junto ao Instituto Politécnico, entre os dias 30 de Setembro e 1 de Outubro, pelas 19h30. Os bilhetes, no valor de 100 patacas cada, podem ser adquiridos na Bilheteira Online de Macau.

A ideia por detrás do espectáculo “A Haste Dourada” é recordar os 70 anos da implantação da República Popular da China, tendo sido convidada a Companhia de Artes Acrobáticas de Nanjing.

O espectáculo de acrobacia “A Haste Dourada” é baseado na Jornada ao Oeste, e usa a haste dourada como um indício. Mostra o desenvolvimento da aprendizagem de Sun Wukong, derrota demónios e monstros, solidifica o rio Pei-Ho para sempre, para além de contar muitas outras lendas.

A Haste Dourada é, ao mesmo tempo, um utensílio e uma arma e um símbolo de justiça, sabedoria e força. É o primeiro drama encenado na China a integrar a tecnologia multimédia 3D com acrobacia tradicional e magia, combinando de forma harmoniosa as cenas do Monte Huaguo em Jiangsu, o Palácio do Dragão do Mar Oriental, a eliminação de espíritos malignos, para além de muitos outras cenas fantásticas.

Um comunicado oficial adianta que “a forma inovadora como o espectáculo é apresentado possibilita a utilização de mais meios para mostrar cores mitológicas e qualidades mágicas, podendo o público desfrutar de um espectáculo de acrobacia maravilhoso e incomparável”.

Por todo o mundo

A Companhia de Artes Acrobáticas de Nanjing já deu mais de uma centena de espectáculos por todo o mundo, tendo procurado introduzir várias inovações artísticas em palco.

O espectáculo “A Haste Dourada” foi seleccionado como o primeiro projecto financiado pelo Fundo Nacional de Artes da China, tendo obtido a primeira pontuação em acrobacia, tendo sido também escolhido para integrar o 20.º Festival Internacional de Artes de Xangai, China.

28 Ago 2019

Cinemateca Paixão | Ciclo de novo cinema chinês no início de Setembro

Entre 1 e 19 de Setembro, o ecrã da Cinemateca Paixão será tomado pelo novo cinema chinês. “Chinese camera, here and now” é o nome do ciclo, composto por quatro filmes, com dois retornos à tela da Travessa da Paixão. Os bilhetes já estão à venda

 

[dropcap]Q[/dropcap]uando fizemos a selecção para o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, reunimos uma lista vasta de filmes, mas não tínhamos tempo para os mostrar todos. Então pensámos que deveríamos mostrar os que ficaram de fora. Foi daí que veio a ideia de exibir um pequeno ciclo dedicado ao novo cinema chinês.” As palavras de Rita Wong, directora da Cinemateca Paixão, revelam a génese do ciclo “Chinese camera, here and now”, que estará em exibição entre os dias 1 e 19 de Setembro.

Ao longo do evento vão ser mostrados quatro filmes. A película que inaugura o ciclo é “An Elephant Sitting Still”, um épico de 2018 com quase quatro horas de duração, realizado por Bo Hu. A narrativa do filme, que estreou no Festival Internacional de Cinema de Berlim, centra-se em torno da ideia de fuga e num ditado popular chinês sobre uma cidade do norte da China, Manzhouli, onde se diz que existir um elefante sentado que ignora, ostensivamente, o mundo.

A lenda do elefante e a vontade de escapar são os pontos unificadores que juntam num improvável grupo quatro personagens.

Visualmente deslumbrante, “An Elephant Sitting Still” desenrola-se ao longo de um só dia convergindo na linha ferroviária que liga a província de Hebei a Manzhouli. O filme será exibido no domingo, dia 1 de Setembro, às 16h e passado uma semana, a 8 de Setembro às 15h.

Película fêmea

“Girls Always Happy” é outro dos destaques no ciclo de novo cinema chinês e uma recomendação pessoal de Rita Wong. “Quando seleccionámos filmes para o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, eu e a curadora, a crítica de cinema Joyce Yang, uma coisa saltou à vista: tínhamos muitos filmes de autoria de mulheres. Foi muito interessante ver a forma como trazem um ponto de vista interessante para o cinema, com uma boa execução, tecnicamente muito boas”, explica a directora da Cinemateca Paixão. Rita Wong destaca “Girls Always Happy” por considerar que “mostra o poder do cinema chinês no feminino”.

Realizado pela jovem Yang Mingming, “Girls Always Happy” parte do desespero que é ultrapassado pelo poder do amor. A narrativa gira em torno de duas personagens, mãe e filha, que estão em contantes confrontos, num crescendo de repulsa, ódio e dor. O filme será exibido a 3 de Setembro às 19h30, depois no dia 7 às 21h30 e finalmente no dia 11 de Setembro às 19h30.

“Jinpa” é o outro regresso, além de “An Elephant Sitting Still”, à Cinemateca Paixão. Vencedor do Melhor Argumento (Prémio Horizontes Veneza), 75º Festival de Cinema de Veneza, o filme do realizador tibetano Pema Tseden foi produzido por Wong Kar-wai. Baseado no conto “Atropelei Um Carneiro” e na obra “O Carrasco”, do escritor tibetano Tsering Norbu, esta película conta a história de dois homens chamados igualmente Jinpa e do seu destino entrelaçado. O road film explora a redenção de quem assassinou. “Jinpa” será exibido no dia 4 de Setembro às 19h30, dois dias depois no 6 de Setembro às 21h30 e no domingo dia 8 de Setembro às 19h30.

Finalmente, “Meu Bom Amigo” é o filme restante do ciclo dedicado ao novo cinema chinês. Realizado por Yang Pingdao, o filme conta a história do velho Shuimu que vive com a esposa, Fang, numa aldeia do sul da China. O seu maior amigo, Zhongsheng, é mudo e trabalha como guarda de um reservatório. Quando tinham dez anos, os dois juraram viver e morrer juntos. O velho Zhongsheng sabe que têm os dias contados e recorda uma visita a uma aldeia com Shuimu, onde ouviram o rumor acerca do massacre de uma família e de um rapaz arrastado pelo rio. Vendo a crescente ansiedade do amigo, Shuimu decide levá-lo de volta às suas raízes.

Durante a viagem, os dois homens reencontram as suas infâncias e as suas jovens personalidades. “Meu Bom Amigo” será exibido a 5 de Setembro, às 19h30, no dia 7 às 16h30 e no dia 10 de Setembro às 19h30.

28 Ago 2019

Gonçalo Lobo Pinheiro ganha menção honrosa em festival no Brasil

[dropcap]O[/dropcap] fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau desde 2010, arrecadou uma menção honrosa na Convocatória Portfólio do XV Festival Internacional de Fotografia Paraty em Foco (PEF) com a foto “Hope and belief”.

A fotografia, já premiada anteriormente por diversas ocasiões em concursos e festivais, é o retrato da migrante indonésia Ratna Khaleesy que trabalha em Macau em condições consideradas precárias. Gonçalo Lobo Pinheiro é, uma vez mais, o único português a conseguir um lugar na principal exposição do certame, considerado o melhor festival de fotografia da América do Sul e um dos mais conceituados do mundo.

“Que felicidade. Estou sem palavras. Este tem sido um ano fantástico e esta presença em Paraty é um sonho tornado realidade. Trata-se de um festival que dá visibilidade no mundo da fotografia e, após três participações, vejo finalmente um trabalho meu merecer destaque do júri, desta vez nos 15 anos do PEF. Como se costuma dizer: à terceira é de vez. Muito obrigado ao júri pela Menção Honrosa. E claro, um enorme obrigado a Ratna Khaleesy”, disse, citado por um comunicado.

Na categoria Ensaio, a vencedora foi Gabriela Vivacqua, pelo trabalho intitulado “Dukhan — Entre fumaça e fogo”, que retrata um ritual afrodisíaco milenar que persiste até aos dias de hoje no Sudão. A grande vencedora da categoria Foto Única, onde Gonçalo Lobo Pinheiro participou, foi Reiko Otake, com a imagem “Sem Título” repleta de potencial simbólico, que mostra um barco lotado de viajantes e rodeado por gaivotas.

A Convocatória Portfólio em Foco 2019 recebeu um total de 1.014 inscrições, 511 na categoria Ensaio e 503 na categoria Foto Única. O Festival Paraty em Foco agradece a participação de todos e convida à exposição, que reunirá vencedores, finalistas e menções honrosas e será realizada durante o evento, de 18 a 22 de Setembro, em Paraty-Rio de Janeiro, no Brasil.

27 Ago 2019

Ópera | “Paradise Interrupted” de Jennifer Wen Ma no MGM Theatre do Cotai

Uma instalação operática é a proposta vanguardista da premiada artista Jennifer Wen Ma, que sobe ao palco do MGM Theatre a 29 e a 31 de Agosto. “Paradise Interrupted” revisita sonhos de amor e jardins simbólicos na adaptação da antiga ópera chinesa “O Pavilhão das Peónias”

 

[dropcap]O[/dropcap] espectáculo visual e musical de “Paradise Interrupted” chega ao território este fim-de-semana, anos depois da aclamada tournée nos Estados Unidos da América em 2016, onde recebeu o entusiasmo do público e rasgados elogios de jornais como o New York Times ou o Wall Street Journal. Sob a direcção da premiada artista visual chinesa, Jennifer Wen Ma, esta instalação operática é uma adaptação livre de um excerto da obra-prima de Tang Xianzu, “O Pavilhão das Peónias”, composta no século XVI, que vai buscar sugestões também ao mito do Jardim do Éden.

A originalidade da peça parte de um conceito artístico criado pela directora e encenadora, onde esta combina os géneros presentes na ópera – música, teatro, dança, poesia – com efeitos visuais extraordinários inspirados nos origami de papel, nos jogos de luz e sombra, nas aguarelas e na caligrafia chinesa. E tudo isto potenciado por gráficos e projecções multimédia.

Não é por acaso que Jennifer Wen Ma foi uma das artistas responsáveis pelas cerimónias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e viria a receber um Emmy norte-americano pela transmissão internacional do espectáculo.

A banda-sonora dramática é recriada pelo compositor sino-americano Huang Ruo, combinando elementos da tradicional ópera chinesa (Kunqu) com modernas técnicas inspiradas na música clássica ocidental. E o que podia ter resultado num estranho cliché de fusão de sonoridades, tem sido amplamente aclamado por públicos e imprensa especializada.

Huang Ruo é também reconhecido pela classe como um dos jovens compositores mundiais de destaque, que nas suas obras vai buscar influências à música tradicional e ao folclore chinês, para as fazer conviver com sons de vanguarda, rock e jazz mais ocidentais, numa técnica a que o próprio chama de “dimensionalismo”. O compositor tem peças escritas para orquestra, música de câmara, ópera, teatro, dança moderna, instalações sonoras e cinema. Foi recentemente nomeado como compositor-residente do Royal Concertgebuow em Amesterdão e é membro da Mannes College of Music em Nova Iorque.

A mulher em palco

A interpretação e a voz da soprano Qian Yi, que foi apelidada pelo The New York Times de “princesa soberana da ópera chinesa”, é também um dos trunfos desta ópera especial. A intensa performance no papel da protagonista – uma mulher em busca de amor e de sentido na vida – é um projecto exigente e ambicioso ao longo dos 90 minutos de espectáculo, onde canta, dança e interpreta quase sempre presente em palco.

Qian Yi estudou ópera chinesa clássica (Kunqu) na Escola de Ópera de Xangai desde os dez anos de idade. Mais tarde, como membro da Companhia de Ópera de Xangai percorreu o mundo e ficou conhecida pelo imenso repertório de obras a que emprestou a voz como cantora principal.

Além da carreira artística em palco, a cantora ensinou também ópera chinesa na Barnard College, da Columbia University, nos Estados Unidos, e deu inúmeras palestras em universidades e museus. Foi também reconhecida pelo Ministro da Cultura chinês como uma das melhores intérpretes de Kunqu do país.

“Paradise Interrupted” começa com uma mulher sozinha em palco. Esta sonha com um encontro amoroso e com o seu amante ideal, iniciando “uma viagem psicológica através de um jardim simbólico, estranho e surreal, feito de dinâmicas esculturas de papel”, que interagem com a protagonista respondendo aos registos da sua voz, como se todo o palco fosse uma nova personagem, descreve a produção do espectáculo.

O palco, que começa envolto em branco e com uma linha horizontal de luz, transforma-se num jardim abstracto e meditativo à medida que o ponto de vista da protagonista muda, contraindo e expandindo até acabar num lago de tinta negra, onde ela finalmente entende que pode escrever a sua realidade conforme bem quiser.

Contracenam com a soprano Qian Yi o contratenor John Holiday, como a poderosa voz do vento, e o tenor Joshua Dennis como o seu amante de sonho, com quem contracena num “tocante dueto”, sob a batuta do maestro Chien Wen-Pin na condução da orquestra Hong Kong New Music Ensemble.

O espectáculo sobe ao palco do MGM Theatre a 29 e a 31 de Agosto, quinta e sábado, às 19h e às 20h respectivamente. A entrada é livre.

27 Ago 2019

Obras de Chen Zhifo do Museu de Nanjing inaugura amanhã

[dropcap]Q[/dropcap]uietude e Claridade: Obras de Chen Zhifo da Colecção do Museu de Nanjing” é o título da mostra que é hoje inaugurada às 18h30, no Museu de Arte de Macau (MAM), e abre ao publico amanhã, dia 24, dando a conhecer as obras do mestre da pintura chinesa que fazem parte da colecção do Museu de Nanjing.

Chen Zhifo foi um importante artista chinês, “conhecido pelas suas pinturas de flores-e-pássaros de estilo meticuloso, além de ter sido um educador de arte e pioneiro das artes e do artesanato chineses do século XX”, segundo revela o comunicado sobre a exposição. “As suas obras, com representações delicadas e cuidadosas, são elegantes e brilhantes, em tons subtis, exalando um encanto gracioso e majestoso. Ao usar padrões criativos com um toque decorativo, foi um artista inovador que abriu novos caminhos para este género de pintura”.

No MAM vão estar expostas 166 obras do artista, que incluem pinturas, esboços, materiais e utensílios utilizados em diferentes períodos, num conjunto que abrange exemplos diversos da evolução da sua arte, com o objectivo de aprofundar a compreensão do público para o estilo do autor, que passou seis anos a estudar a pintura de detalhe em Tóquio, no Japão, no início do século passado.

Mestre contemporâneo da pintura de pássaros-e-flores em estilo “gongbi”, Chen Zhifo foi pioneiro nas modernas artes aplicadas chinesas, tendo sido o primeiro bolseiro do governo chinês a frequentar um curso de design de padrões no Japão em 1918. Depois de regressar à China, ensinou na Escola de Artes Orientais de Xangai, na Universidade de Artes de Xangai, na Universidade Nacional Central e no Colégio Nacional de Arte, do qual também foi director.

“Profundamente dedicado ao ensino artístico na China, contribuiu decisivamente para a formação de muitos profissionais. A forma como fez uso da cor e da composição para dar brilho, clareza, elegância e delicadeza às suas pinturas de pássaros-e-flores, e ainda o toque decorativo, ajudou a abrir novos caminhos para o progresso desta nobre arte tradicional”, lê-se no texto do MAM.

O pintor nasceu em 1896 em Yuyao, província de Ningbo, e viria a falecer em 1962 na cidade de Nanjing, a capital da província de Jiangsu na República Popular da China, onde se encontra hoje grande parte da sua obra.

Palestras e workshops

A exposição é co-organizada pelo Museu de Arte de Macau do Instituto Cultural e pelo Museu de Nanjing e vai estar patente até 17 de Novembro. A par das obras está previsto um programa educativo que inclui três palestras temáticas, nos dias 1 e 14 de Setembro, e dia 12 de Outubro, dois workshops sobre pintura de pássaros-e-flores, em Outubro e Novembro, e ainda concertos e visitas guiadas através da obra de Chen Zhifo.

A primeira palestra, “Entre Figura e Criatividade”, será feita por He Jianping, um premiado designer chinês radicado na Alemanha, que se propõe “apresentar o design de padrões criativo de Chen Zhifo e explicar aos participantes como os temas transmitem mensagens e como se transforma um motivo num fragmento tridimensional criativo”, já a 1 de Setembro, domingo.

23 Ago 2019

Dança | “Flights” chega ao CCM para dois espectáculos no sábado e domingo

Um bailado composto por movimentos coreografados, na busca humana de ganhar asas e voar, chega este fim-de-semana ao CCM. “Flights” é para crianças e adultos, trazido pela companhia espanhola “Aracaladanza”, que falou ontem aos jornalistas

 

[dropcap]O[/dropcap] espectáculo “Flights” traz de regresso a Macau a companhia espanhola de dança contemporânea “Aracaladanza”, para duas exibições este fim-de-semana, dia 24 às 19h30 e dia 25 às 15h, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM).

Acabados de chegar ao território, o director e dois bailarinos falaram ontem à tarde à comunicação social sobre o projecto inspirado no legado do pintor italiano Leonardo da Vinci, no ano em que se celebra o 500º aniversário da sua morte. “A inspiração para a coreografia do espectáculo não foi tanto a obra do pintor, mas a sua obsessão pela possibilidade de voar”, revelou Henrique Cabrera, o criador e responsável pela companhia.

A ideia de voar está presente em todas as civilizações e culturas, mas também em cada um de nós desde a mais remota infância, comentou. “Eu também sonhava com isso quando era menino”, portanto a coreografia explora essa vontade através das imagens e do movimento. “Queria mostrar esse apelo em diferentes fases do espectáculo, com diversos adereços, com asas e penas, com momentos em que pequenos pássaros pousam nas mãos” e outras surpresas ao longo do bailado.

O trabalho da “Aracaladanza” é geralmente concebido para um público mais novo, composto por crianças e famílias, “mas eu acho que todos os nossos espectáculos são para as pessoas de todas as idades”, sublinhou o director. “Não pretendo educar as crianças para a arte e para a dança, nem quero contar uma história, prefiro que eles sintam os movimentos”, disse.

A coreografia não obedece a uma narrativa específica, nem existe uma linha condutora. Como defendeu Henrique Cabrera, “desenvolvemos a dramaturgia como se fosse um sonho, confuso na lógica dos acontecimentos, mas fazendo sentido para quem lá está no meio”, explicou. É que “voar para mim significa liberdade e imaginação”.

Voos pelo mundo

A expectativa do grupo é agradar à audiência, “espero que as pessoas apreciem o espectáculo, que não é só de dança contemporânea, é muito mais. Tem adereços fantásticos, um impressionante trabalho de design e vídeo-projecções, uma banda sonora original, e cinco excelentes bailarinos”. A cenografia, contam, é composta por diferentes tipos de asas, paus, marionetas, cavalos, espelhos, poliedros, e uma mesa para a última ceia, tudo composto nos tons em que Leonardo pintou e desenhou as suas máquinas voadoras, pára-quedas e outros engenhos.

“O sépia, o ocre, o vermelho e o negro”, são as cores da performance, a que se juntam as texturas dos figurinos de Elisa Sanz e os sons electrónicos da música original composta por Luis Miguel Cobo. O espectáculo demorou cerca de quatro meses a tomar forma, desde o conceito inicial, passando pelos ensaios com os bailarinos, até à data da estreia que aconteceu em 2015, na cidade de Madrid.

A peça tem viajado, entretanto, por todo o mundo e conta já com cerca de 300 exibições. Sobre o trabalho com o director da “Aracaladanza”, os dois bailarinos presentes na conferência de imprensa de ontem – Jonatan de Luis Mazagatos e Elena García Sánchez – confessaram ser, sobretudo, “divertido e lúdico também”. Curiosamente, a companhia nunca passou por Portugal nem pela Argentina, de onde Henrique Cabrera é natural. Porquê? “Não fazemos ideia!”, mas gostariam muito de lá ir.

Em Macau, a “Aracaladanza” trouxe em 2014 o espectáculo “Constellations”, concebido a partir do imaginário do pintor espanhol Joan Miró. As quatro exibições no pequeno auditório do CCM esgotaram completamente. Para “Flights”, amanhã e domingo, ainda existem alguns bilhetes à venda. Os preços variam entre 100, 140 e 180 patacas.

23 Ago 2019

Cinema | Novo filme da saga 007 estreia em Abril de 2020

[dropcap]O[/dropcap] novo filme da saga 007, realizado por Cary Fukunaga chama-se “No time to die” e estreia-se no Reino Unido e nos Estados Unidos da América em Abril de 2020, foi ontem anunciado.

“Daniel Craig regressa como James Bond, 007 em… No Time to Die. Estreia-se no Reino Unido a 3 de Abril de 2020 e a 8 de Abril de 2020 nos Estados Unidos”, lê-se numa publicação na página oficial da saga no Twitter.

“No time to die” é o 25.º filme da saga centrada na figura do agente secreto James Bond, nome de código 007. Esta é a quinta vez que o britânico Daniel Craig interpreta o papel de 007, depois de “Casino Royale” (2006), “Quantum of Solace” (2008), “Skyfall” (2012) e “Spectre” (2015), o filme mais recente da saga, tendo os dois últimos sido realizados por Sam Mendes.

Neste filme, o papel de vilão foi entregue ao norte-americano Rami Malek, cuja interpretação do cantor Freddie Mercury no filme “Bohemian Rhapsody” lhe valeu vários prémios. Do elenco de “No time to die” fazem ainda parte, entre outros, a francesa Léa Seydoux e o britânico Ralph Fiennes.

O argumento de “No time to die” volta a ser da autoria de Neal Purvis e Robert Wade, que escreveram os filmes de James Bond desde “O Mundo Não Chega” (1999). “Goldfinger”, realizado em 1964 por Guy Hamilton e com Sean Connery no papel principal, é o primeiro filme da saga criada por Ian Fleming.

Depois de Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce Brosnan também deram vida a James Bond.

22 Ago 2019

Exposição | Creative celebra 16º aniversário com “Our Family” a 28 de Agosto

A “Nossa Família” é o tema da mostra colectiva que assinala os 16 anos do Centro das Indústrias Criativas – Creative Macau, pensada como ponto de encontro dos artistas locais em torno de uma ideia comum e um elo de pertença

 

[dropcap]O[/dropcap] Centro das Indústrias Criativas – Creative Macau – celebra o 16º aniversário com a inauguração da exposição colectiva “Our Family” no dia 28 de Agosto, às 18h30. São 29 artistas locais, que se preparam para exibir trabalhos onde interpretam de forma livre o seu conceito de família, restrita ou mais abrangente, nuclear ou alargada, real ou imaginária, presente, passada ou futura.

Foi este o desafio lançado pela coordenadora do Creative Macau, Lúcia Lemos, que definiu o tema familiar como um pretexto para estimular a imaginação dos participantes e oferecer a oportunidade de se exprimirem como entendessem a partir deste conceito. Foi também uma forma de celebrar a família artística local que, ao longo deste tempo, tem passado por aquela galeria.

“O convite foi feito aos membros da associação há alguns meses, com a intenção de assinalar o aniversário da Creative Macau nesta exposição colectiva”. Cerca de três dezenas de autores manifestaram interesse em participar, acabando por ficar vinculados ao projecto 29 artistas no final, cada um incumbido de apresentar uma obra alusiva a essa temática.

“Já recebemos a maior parte dos trabalhos, que são muito diversos e com várias técnicas, como por exemplo pintura, desenho, gravura, fotografia, instalação artística, escultura, vidro, e outros. Foi completamente livre a interpretação do tema”.

A ideia de família pode ser tal como está no título, “mas também pode sugerir uma abstracção do conceito, uma coisa mais psicológica com que cada um se identifique. É aquilo que os artistas quiserem, pode ser um sentimento de pertença, não têm que ser pessoas, podem ser lugares”, explicou Lúcia Lemos.

O comunicado de imprensa refere também que “historicamente, em muitas civilizações, a composição dos membros de uma família podia ser pequena ou enorme, extensiva a animais, escravos e outras figuras reais ou imaginárias. Muitos “retratos de família” desses tempos ficaram registados de diversas formas. E hoje o mundo está a aceitar a emergência de novas estruturas familiares como unidades sociais”.

Artistas locais

Dos trabalhos recebidos, têm surgido ideias fora do normal. A própria coordenadora apresenta também uma visão sua de família nesta mostra e, embora não tenha querido revelar muito, adiantou que se trata de “uma instalação de dois livros, feitos à mão, criados e desenvolvidos por mim”. De resto, o resultado tem sido interessante, contou, “as pessoas fizeram coisas bastante diferentes, umas representaram alguns elementos da própria família, outras interpretaram o conceito de família desde a antiguidade, a origem da família e a religiosidade, há fotografias com elementos bizarros, representação de ícones, ideias zen da mitologia chinesa, recriações da árvore da família, e coisas muito variadas”.

Os trabalhos expostos contam com as assinaturas de Alex Ao, Alice Leong, Anita Fung, António Mil-Homens, Arlinda Frota, Cheong Ut Man, Cristina Vinhas, Denis Murrell, Duarte Esmeriz, Fernando Simões, Francisco Ricarte, Gordon Zheng, Jason Lei, Jovina António, Kai Zhang, Leong Leng, Lo Yuen Yi, Lúcia Lemos, M.Chow, Madalena Fonseca, Maria Sequeira, Mavin Zin, Patrícia Mouzinho, Regina Leong, Ricardo Meireles, Rodrigo de Matos, Sou Chon Kit, Sou Un Fong e Yaia Vai, por ordem alfabética.

Cada artista terá a oportunidade de exibir uma obra, “que pode ser uma pequena composição”, das famílias possíveis no imenso mundo da criação. A mostra vai estar patente ao público até 21 de Setembro.

22 Ago 2019

Fotografia | “Made in China”, de Bruno Saveedra, na FRC em Setembro 

De Lisboa para Macau. “Made in China” é o olhar do fotógrafo Bruno Saveedra sobre a comunidade chinesa residente na capital portuguesa e que acaba por viver numa verdadeira “Chinatown”, sem se relacionar com os portugueses ou outras comunidades. A exposição chega à Fundação Rui Cunha em Setembro

 

[dropcap]F[/dropcap]oi em 2017 que Bruno Saveedra decidiu apresentar as fotografias que integraram a exposição “Made in China”, sobre a comunidade chinesa residente no bairro do Intendente, em Lisboa. Desta vez, a exposição emigra para Macau, ficando patente na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) entre os dias 2 e 11 de Setembro.

Ao HM, o fotógrafo, que residiu em Macau durante três anos, fala de uma iniciativa não só da FRC mas também da Casa de Portugal em Macau (CPM), que entretanto foi alvo de mudanças, uma vez que a mostra ganhou três novas fotografias.

“Em Lisboa a exposição estava numa espécie de instalação em que uma parede estava pintada com jornais vermelhos chineses. E em Macau a exposição não vai ter essa instalação, será algo mais clássico onde irei mostrar três fotografias novas”, contou ao HM.

Ao fotografar, Bruno Saveedra tentou retratar a frieza que diz existir no seio da comunidade chinesa em Portugal, sobretudo junto dos mais velhos. “Estas imagens transmitem um olhar fotográfico muito próprio meu sobre essa comunidade. Quando estava a fotografar senti que é uma comunidade muito fria e distante. Tinha vindo de Macau há pouco tempo e quando lá estive tive o cuidado de me integrar, e através do meu olhar tentei transmitir também essa frieza. Era como se houvesse sempre uma barreira. Através de pequenos pormenores tentei transmitir isso. Infelizmente não consegui ultrapassar essa barreira enquanto cidadão.”

Com este trabalho, o fotógrafo quis entender os rostos por detrás das fotografias. “Quis tentar encontrar e entender quem são os chineses que vivem no bairro do Intendente em Lisboa. Durante dois meses andei à procura dessas pessoas e da sua identidade para tentar encontrar e perceber que tipo de pessoas vivem lá, e encontrei pessoas com histórias incríveis.”

Nas mais velhas reside o sonho do regresso à China, mas no seio das novas gerações os sentimentos são bem diferentes. Os mais jovens “não se identificam com os costumes e a cultura chinesa e vivem como os portugueses cá, quase que rejeitam essa cultura”.

“Achei isso muito engraçado e tentei encontrar o paralelo entre as duas formas de viver em Lisboa. Foi a partir daí que desenvolvi o projecto”, acrescentou.

Novo plano

Bruno Saveedra confessa que passou por várias dificuldades para conseguir fotografar os membros da comunidade chinesa em Lisboa que surgem retratados em “Made in China”.

“Com este trabalho quero mostrar que existe uma China dentro de Lisboa, porque eles vivem completamente isolados. É uma Chinatown dentro de um bairro de Lisboa, e mesmo que haja uma multiculturalidade nesse bairro a comunidade chinesa vive praticamente isolada.”

“Tive muitas dificuldades, porque entrava nas lojas e supermercados e tentava comunicar com eles e parecia que eles não queriam falar em português. É isso que eu quero mostrar. Estou muito ansioso, é a primeira vez que vou fazer uma exposição em Macau e regresso a um local onde vivi três anos. Vai ser incrível. Quero sentir o cheiro do ar, que é muito específico”, apontou.

O regresso é vivido com tanta expectativa que o fotógrafo está mesmo a planear fazer um novo projecto com a comunidade macaense.

“Vou ficar em Macau durante 15 dias e quero desenvolver alguma coisa lá, mas não sei muito bem o quê, pois estou a tentar perceber como vai ser o meu regresso e a forma como vou agora olhar Macau. Acho que Macau está muito diferente de quando saí de lá. E coloco a hipótese de ser um projecto com a comunidade macaense”, rematou.

21 Ago 2019