Hoje Macau EventosCreative Macau | Yaya Vai expõe obras a partir de quinta-feira “Awaken and To Be Continued” é o nome da nova exposição de pintura e instalação de Yaya Vai, artista de Macau. Nesta mostra, Yaya revela estados de espírito de quem ainda se encontra num estado letárgico, sem conseguir seguir em frente, num limbo semelhante ao despertar de uma nova natureza A nova exposição da Creative Macau aposta em mais um talento local e volta a fazer referência aos tempos duros da pandemia. Em “Awaken and To Be Continued” [Desperta e em Continuação] Yaya Vai, natural de Macau, expõe, a partir de quinta-feira e até 4 de Abril, trabalhos de pintura e instalações artísticas que revelam estados de espírito de quem ainda precisa recuperar de tudo o que aconteceu nos últimos três anos. “As pessoas desejam que tenha sido apenas um sonho aquilo que aconteceu nos últimos anos. Se é tempo de acordar, estás pronto para isso? Seria como o termo solar ‘O despertar dos insectos’, quando a natureza se torna viva de novo depois de um período de hibernação. No entanto, se o ambiente mudou, o que precisamos é de nos prepararmos e seguir em frente. Qual é o teu plano e esperança para o futuro?”, explica-se numa nota. Yaya Vai acrescenta que, nos últimos anos, “tem havido muitos desconhecidos” em si mesma, com a vida a parecer “estagnada, sem uma porta de saída”. “Parece demasiado a ideia de ‘Vamos!’ para que eu siga em frente. Honestamente, ainda estou numa fase entre o despertar e o estar deitado. Esta série de trabalhos é um auto-diálogo. Sobre a ideia de ‘continuando’, necessito de esquecer o passado e seguir em frente. Pode não ser fácil alterar os maus hábitos e dar mais atenção ao ambiente e às pessoas em volta. Mas sei que o mundo continua a mover-se mesmo que eu continue deitada”, acrescenta-se na mesma nota. Da gestão e criatividade Esta não é a primeira vez que Yaya Vai expõe em Macau, tendo já revelado o seu trabalho como pintora no Salão de Outono, ao ser uma das artistas integrantes da exposição colectiva organizada pela Fundação Oriente, ou na Macau H853 Super Art Fair. Destaque ainda para a participação, em 2020, numa mostra colectiva com oito artistas de Macau que decorreu no bairro de São Lázaro. A exposição foi organizada pela Ark – Associação de Arte de Macau (AAMA, na sigla inglesa) e a Associação para a Promoção das Indústrias Criativas. Yaya Vai começou por se licenciar em Gestão de Empresas, mas depressa a arte passou a fazer parte do seu dia-a-dia como passatempo. Foi então que aprendeu a desenhar com caneta e a óleo e, mais tarde, obteve o certificado em Marketing de Artes Visuais e Gestão. A sua arte é, sobretudo, inspirada por temas florais e mais ligados ao universo feminino. Para a artista, “a arte é uma forma de reduzir o stress” e ela espera que o seu trabalho possa levar a uma maior consciencialização sobre a saúde emocional das mulheres.
Hoje Macau EventosJá há livros “escritos” por ChatGPT à venda na Amazon A Amazon tem cerca de 200 livros à venda escritos com recurso ao ChatGPT, ferramenta de Inteligência Artificial, uma situação que é vista como uma ameaça para os escritores. O número 200 foi avançado pela agência Reuters em finais de Fevereiro e, nos dias seguintes, surgiram alertas quanto aos riscos desta ferramenta, como o de Mary Rasenberger, directora executiva da Authors Guild, a maior e mais antiga organização de escritores profissionais dos Estados Unidos. “Estes livros inundarão o mercado e muitos autores ficarão desempregados”, afirmou, citada pelo ‘site’ BusinessInsider. O exemplo de um livro totalmente escrito pelo ‘robot’ é “ChatGPT on ChatGPT: The AI Explains Itself” (“ChatGPT sobre ChatGPT: A Inteligência Artificial Explica-se”) e a versão em papel custa 11,9 dólares (11 euros), grátis na versão Kindle. Outro é “The “Wise Little Squirrel” (“O Esquilozinho Sábio”), de Brett Schickler, um vendedor de Rochester, Nova Iorque, que concretizou o sonho de escrever um livro, mas com o ChatGPT. Tem 30 páginas, foi escrito em poucas horas com esta ferramenta, e está à venda na Amazon Kindle, em versão digital, por 2,99 dólares, ou 9,99 dólares na versão impressa. Até final de Fevereiro, Shickler tinha ganho menos de 100 dólares, segundo disse à Reuters. A Amazon afirmou que todos os livros na sua loja ‘on-line’ devem cumprir as regras de propriedade intelectual, mas nada adiantou quanto a uma eventual mudança de regulamentos sobre o uso da tecnologia. A OpenAI, que lançou o ChatGPT, optou por não se pronunciar. Revolução em curso A inteligência artificial promete uma revolução na pesquisa da internet e outras utilizações, mas especialistas alertam que também apresenta riscos, como a violação de privacidade, algoritmos tendenciosos, que exigirão regulamentação, difícil de implementar, pois essas tecnologias avançam rapidamente. Os modelos de inteligência artificial generativa, como as ChatGPT, são capazes de a partir de um texto simples gerar, criar textos extremamente complexos, com resposta a questões, com criação de novas questões, criação de conteúdo, peças jornalísticas. Na descrição do especialista português Luís Paulo Reis, feita à Lusa, é também possível fazer programas para disciplinas do ensino superior ou do ensino secundários, respostas a exames, criar inclusivamente exames.
Hoje Macau EventosPalestra com escritor Jonathan Kaufman acontece segunda-feira Jonathan Kaufman, autor norte-americano e vencedor de um prémio Pulitzer, estará em Macau na próxima segunda-feira, na Livraria Portuguesa, a partir das 18h30, para conversar com leitores e apresentar o seu mais recente livro, “The Last Kings of Shanghai: The Rival Jewish Dynasties that Helped Create Modern China”. Esta obra conta a história de famílias judaicas em Xangai nos anos 30, nomedamente os Sassoon e Kadoories, oriundos de Bagdad, e que acabaram por desempenhar um importante papel nos negócios e no mundo da política na China ao longo de 175 anos. As histórias percorrem, assim, períodos históricos como é o caso da Guerra do Ópio, a ocupação japonesa na II Guerra Mundial e a liderança de Chiang Kai-shek até à tomada do poder pelo Partido Comunista Chinês e a formação da República Popular da China, em 1949. Trata-se de histórias que percorrem Bagdad, Hong Kong, Londres e Xangai carregadas de episódios ligados ao contrabando de ópio, rivalidades familiares e intrigas. Prémios e percursos Jonathan Kaufman é, além de autor, jornalista, sendo actualmente editor executivo na área das notícias sobre negócios da agência Bloomberg, coordenando uma equipa de mais de 300 jornalistas e editores de todo o mundo. Além do Pulitzer, que venceu com um trabalho coordenado na Bloomberg, Jonathan Kaufman ganhou ainda os prémios George Polk, o prémio do Clube de Imprensa Estrangeira, o Prémio Gerald Loeb e ainda o Grande Prémio da Associação de Escritores de Educação. Antes de passar pela agência de notícias de economia e finanças Jonathan Kaufman foi editor adjunto da página “One”, do The Wall Street Journal, tendo trabalhado também em Pequim como chefe de gabinete do mesmo jornal na China. Kaufman é ainda autor de dois livros muito aclamados pelo público, nomeadamente “A Hole in the Heart of the World: Being Jewish in Eastern Europe”, editado em 1997, e “Broken Alliance: The Turbulent Times Between Blacks and Jews in America”, lançado em 1995, com o qual ganhou o Prémio Nacional do Livro Judaico.
Hoje Macau EventosFRC | Exposição de fotografia de Tam Keng inaugurada hoje Abre hoje ao público, na Fundação Rui Cunha, a exposição “Photography in Free Style” [Fotografia em Estilo Livre], com 30 imagens da autoria de Tam Keng que foram premiadas ao longo dos anos. A mostra apresenta ainda alguns trabalhos inéditos. Nascido em Xangai, Tam Keng vive em Macau desde os anos 80 A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h, e até ao dia 18 de Março, a exposição “Photography in Free Style” [Fotografia em Estilo Livre] da autoria de Tam Keng, um dos mais conhecidos fotógrafos de Macau. Revelam-se aqui 30 imagens capturadas ao longo dos últimos dez anos. Segundo uma nota da FRC, todas as fotografias expostas “são obras premiadas do autor, com alguns trabalhos inéditos, que se encontram expostos na galeria da FRC desde o dia 1”. Esta mostra é co-organizada com o grupo de media e publicações Skyscape Times. Segundo a FRC, as obras de Tam Keng são “ricas em conteúdo e mostram bem a elevada formação artística do autor”, reflectindo ainda “o verdadeiro sentimento do fotógrafo pela vida real e pela beleza da natureza”. Além disso, expressam “de forma genuína o seu estilo pessoal, processo de auto-desenvolvimento e de realizações a nível profissional”. Tam Keng conta que “a fotografia não é apenas uma arte fácil de aprender, é também uma forma de entender as conquistas interiores que a arte pode trazer a uma pessoa”. Além disso, “a busca pela arte da fotografia é ainda mais: uma espécie de gratificação e prazer pessoal”. Diz o artista que “enquanto houver luz, é possível capturar o momento”. “Espero que cada trabalho que mostro conte uma história e que crie uma ligação afectiva”, acrescenta ainda o fotógrafo. “Mesmo que eu o reveja ao fim de muito tempo, será sempre um momento tocante para mim.” Estas citações do autor constam do prefácio da exposição e são reveladas por Paul Ao Leong, presidente da Skyscape Times. De Xangai para Macau Tam Keng nasceu em Xangai, na China. Mudou-se para Macau no início dos anos 80 e, em 1988, fundou a “Art House”, inicialmente focada em design publicitário. Em 2000 começou a publicar postais e livros de arte, a partir das suas pinturas e fotografias “Monumentos de Macau”. Em 2016, apresentou a exposição individual “Fotografia”, patrocinada pelo Programa de Promoção de Artistas de Macau, e organizada pela Fundação Macau. Em 2018, expôs “História da Antiga Casa de Chá”, projecto individual organizado pela Sociedade de Fotografia Digital de Macau. Os seus trabalhos fotográficos ganharam medalhas de ouro da Photographic Society of America (PSA), da Photographic Society of Great Britain (RPS), da International Federation of Photographic Art (FIAP) e de outras instituições de referência em diversos países. Tam Keng é, ainda, Presidente da China (Macao) Overseas Chinese Photographic Society; Presidente da Associação de Fotografia Aérea de Macau; Presidente Honorário da União dos Fotógrafos de Macau; e membro associado da Royal Photographic Society (ARPS), da International Federation of Photographic Art Outstanding Artists (EFIAP), da Photographic Society of Hong Kong (PSHK), da Photographic Society of Macau (PSM), e da Macau Digital Photography Association (MDPA).
Hoje Macau EventosFundo Nacional de Artes da China financia 11 projectos culturais locais O Fundo Nacional de Artes da China (FNAC) vai financiar 11 projectos locais este ano. A lista, publicada na sexta-feira, revela que um dos contemplados é a Associação de Intercâmbio Cultural de Macau com o projecto de teatro infantil “Conversas de Jovens sobre a China”. Segue-se a Associação dos Antigos Alunos do Conservatório Central de Música de Macau com a obra de crossover “Imagem de Macau”. A Associação de Arte de Sansan de Macau vai receber financiamento para a composição da cantata “A Pátria está do meu lado”, enquanto a Associação de Dançarinos Regina obteve financiamento para criar a dança “Canção da pesca de Macau”. Por sua vez, o artista Ieong Weng Kuong obteve apoio para criar a pintura chinesa “Ode ao Lótus Dourado – Macau”, enquanto a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa) contará com o apoio da FNAC para o projecto de exposição intitulado “Fusão artística entre o Oriente e o Ocidente – Exposição de Imagens de Macau e Guangdong do século XIX na perspectiva da Rota Marítima da Seda”. A Associação Industrial e Comercial do ZAPE de Macau vai desenvolver, com o financiamento do FNAC, um programa de formação de “talentos futuros de Macau na gestão das artes e tecnologias”. O FNAC financiou ainda o projecto de Chan Meng, da MUST, ligado às áreas do bailado e coreografia, enquanto Pun Kuan Pou, ligado à empresa Chessman Entertainment Production, vai desenvolver uma composição musical. Sit Ka Kit, artista da Universidade Politécnica de Macau, vai fazer uma pintura a óleo. Mais dois projectos Uma das novidades deste ano passa pela inclusão de mais dois projectos financiados de Macau por comparação com os anos anteriores, sendo esta a segunda vez que os projectos artísticos e culturais de Macau foram seleccionados pelo FNAC. A ideia é que estes projectos “poderão proporcionar mais recursos e plataformas ao sector artístico e cultural de Macau”. Um comunicado da secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura dá conta de que “a nova inclusão dos projectos representativos de Macau contribuirá para a promoção do desenvolvimento diversificado e profissional do sector artístico e cultural de Macau, proporcionando um espaço de desenvolvimento mais amplo e potenciando uma conjuntura nova e próspera para o desenvolvimento cultural e artístico”. Desde 2021 que o FNAC permite candidaturas de Macau e Hong Kong. No ano passado, nove projectos de Macau obtiveram financiamento. As candidaturas para o programa de financiamento da FNAC para 2024 devem ser apresentadas entre 15 de Abril e 15 de Junho deste ano.
Andreia Sofia Silva EventosGrande Prémio | Museu de Macau recebe oito estátuas do Madame Tussaud de Hong Kong John Macdonald, Ron Haslam, Ayrton Senna da Silva e Sebastian Vettel serão quatro das oito grandes figuras do desporto automóvel representadas em estátuas de cera e que poderão ser vistas no final deste mês no Museu do Grande Prémio. Esta iniciativa nasce de uma parceria com o museu Madame Tussaud de Hong Kong A fim de celebrar os 70 anos da organização do Grande Prémio de Macau (GPM), o museu do GPM recebe, no final deste mês, oito estátuas de cera de pilotos famosos, oriundas do conhecido museu Madame Tussaud de Hong Kong. A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) não revela para já, no comunicado já divulgado sobre a iniciativa, os nomes de todos os pilotos, mas já são conhecidos quatro: John Macdonald, Ron Haslam, Ayrton de Senna e Sebastian Vettel. Os nomes são divulgados no contexto do concurso “Estátuas de Cera dos Pilotos: Adivinha Quem?” que a DST organizou e que terminou no passado dia 28 de Fevereiro. As identidades dos restantes quatro pilotos retratados em figuras de cera, bem como as datas de inauguração da exposição, serão tornados públicos brevemente. Esta será a oportunidade para o público apreciar “oito estátuas de cera tão verosímeis que parecem verdadeiras, bem como ter a oportunidade de ver outros objectos expostos e experienciar as diversões interactivas multimédia”. Ayrton Senna da Silva foi um piloto brasileiro nascido na cidade de São Paulo a 21 de Março de 1960. Começou a sua carreira no automobilismo em 1973, em corridas de karts, passando, em 1981, para os carros. Em 1983 foi campeão do Campeonato Britânico de Fórmula 3, tendo-se estreado na Fórmula 1 no Grande Prémio do Brasil de 1984. A sua morte, com apenas 34 anos, em plena competição no Grande Prémio de San Marino, deixou o mundo consternado e fez dele uma lenda mundial do desporto automóvel. Outra das figuras retratadas no museu é Ron Haslam, britânico que foi, durante mais de 30 anos, piloto de motos, tendo ganho dois títulos mundiais, quatro campeonatos britânicos e competido em quase 110 competições de Grande Prémio em todo o mundo. De uma geração mais recente de pilotos surge Sebastian Vettel, alemão nascido em 1987 que já foi campeão do mundo de Fórmula 1 quatro vezes consecutivas, além de ter sido vice-campeão por três vezes. Em 2010, tornou-se o mais jovem campeão da história da Fórmula 1. Primeiro passo Esta mostra de estátuas de cera de pilotos constitui a primeira cooperação entre a DST e o Madame Tussauds de Hong Kong. A DST sempre procurou “inovar e enriquecer o acervo do Museu do GPM”, além de “realizar projectos e actividades multimédia, promovendo a divulgação e a transmissão da cultura do GPM”. Em 2021 o museu foi alvo de obras de ampliação, tendo reaberto com uma nova estrutura que disponibiliza mais itens de exposições interactivas multimédia, equipamentos de exposição de cenários, corridas e peças relacionadas com o Grande Prémio, instalações sem barreiras, entre outros. A ideia é proporcionar aos residentes e turistas uma experiência de “educação e diversão”, mostrando a diversidade por detrás do conceito de “turismo +”, a fim de aumentar o número de atracções turísticas existentes no território.
Andreia Sofia Silva EventosARTM | Exposição de fotografia de Lúcia Lemos inaugurada este domingo A galeria Hold On To Hope, da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), inaugura, este domingo, a exposição de fotografia “20 Artistas de Macau”, da autoria de Lúcia Lemos, directora da Creative Macau. Mais do que recordar um projecto exposto em 2001, este é também um exercício expositivo que celebra o Dia Internacional da Mulher Em 2001, tinha a RAEM pouco tempo de vida, Lúcia Lemos expôs 20 retratos de mulheres artistas de e a viver em Macau, como é o caso de Anabela Gralhados, Elisa Vilaça, Fernanda Dias, Margarida Cheung Vieira e Wong Lai Chi, entre outras. Entre a pintura, a performance ou as palavras, são várias as artes que dominam as mulheres destes retratos. Agora, 22 anos depois, é altura de estas imagens saíram da gaveta para onde voltaram e serem de novo expostas na galeria Hold On To Hope, em Ka-Hó, Coloane, espaço sócio-cultural gerido pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM). A inauguração acontece no domingo às 16h. Além de recordar um projecto antigo, esta mostra visa também celebrar o Dia Internacional da Mulher que se comemora na próxima quarta-feira. Lúcia Lemos mostrou o material à ARTM que prontamente disponibilizou o espaço para a exposição. No entanto, as fotografias não estarão à venda, por se tratar de “retratos pessoais”, contou Lúcia Lemos ao HM. “Na altura convidei várias mulheres, mas muitas não se quiseram expor porque é uma coisa muito pessoal. Uma das condições é que elas só veriam o seu retrato no dia da exposição, porque não queria nenhuma influência. Tive inteira liberdade e fiz por isso. Quis contribuir para a divulgação de muitas artistas que as pessoas, por vezes, não conhecem”, disse. Alguns nomes já deixaram Macau, outros permanecem, como é o caso de Elisa Vilaça, que continua a desenvolver um trabalho ligado ao teatro de marionetas com a Casa de Portugal em Macau. Neste projecto, Lúcia Lemos fotografou sempre com recurso ao analógico e usando diversas máquinas fotográficas, nomeadamente a Rolleiflex, Canon, Nikon, Pentax. O trabalho de edição das imagens foi feito no laboratório do artista Wong Ho Sang. Captar emoções Lúcia Lemos não sabe precisar porque decidiu fotografar apenas mulheres artistas. “Já fiz trabalhos com homens também, e com várias pessoas, e talvez um dia os exponha. Simplesmente interessou-me fazer um trabalho sobre mulheres, talvez por eu ser mulher e ter contacto com esse meio artístico. Não tem nada de particular. Algumas artistas foram fotografadas no local onde fazem a sua arte, como o estúdio, enquanto outras foram fotografadas em minha casa. É um trabalho de filme, analógico.” Na hora de fotografar foi dada total liberdade à pessoa fotografada para ser ela própria ou, por exemplo, criar um personagem para a câmara. “Elas sentavam-se, faziam o que lhes apetecia enquanto conversavam comigo, mas sempre quis captar um olhar que transmitisse o seu interior. Sempre quis captar as emoções”, rematou Lúcia Lemos. Estas imagens mostram ainda mulheres para quem a arte “tem uma importância maior para a sua vida”. “Algumas delas faziam parte da arte e do ensino da arte a sua profissão. Todas elas se libertaram na criação artística”, acrescenta-se numa nota, que diz que Lúcia Lemos ainda hoje “se revê nessas fotografias pela intuição estética e espontaneidade que apresentam”, por “gostar de ler nos olhos e gestos das pessoas e adivinhar o que lhes vai lá dentro”. Neste tipo de fotografia há sempre “uma tensão que define a obra e a torna especial”, pelo que Lúcia Lemos considera “o seu trabalho não convencional”. No final da mostra as fotografias poderão voltar ao seu lugar de origem ou ficar nas mãos da pessoa fotografada.
Hoje Macau EventosCasa Garden | Fernando António dos Santos em concerto sexta-feira A Casa Garden, sede da Fundação Oriente em Macau, acolhe, esta sexta-feira, a partir das 20h30, o concerto do compositor e pianista português Fernando António dos Santos. Radicado em Taiwan, onde abriu o Piano Café, o músico é conhecido pelas suas colaborações com músicos como Carlos Paião, Lena D’ Água, Raúl Indipo e o grupo Da Vinci, muito populares em Portugal nos anos 80. O espectáculo de sexta-feira será uma primeira apresentação do seu trabalho no território, tratando-se de um concerto intimista. Fernando António dos Santos apresentará um repertório de piano, cruzando temas clássicos com originais, incluindo o Fado, que se mistura com poesia e temas originais. O concerto acontece com as colaborações dos músicos Paulo Pereira, Paula Monteiro e Luís Bento, entre outros. A ligação de Fernando António dos Santos à música começou bem cedo, aos cinco anos, quando começou a estudar piano na escola “Bracur”, na Figueira da Foz. Fez parte do conhecido grupo “Beatnicks”, ligada ao rock sinfónico, integrando depois a banda alemã “WAVEBAND”. Chegou a gravar um LP, com a chancela da Polygram, com o grupo “DOYO”. Colaborou com a cantora Ana no trabalho “Sou Laranja Laranjinha”, tendo produzido a música “Vamos lá cambada” com Carlos Paião. Com Raúl Indípuo colabora no trabalho discográfico “Sô Santo”. António Fernando dos Santos compôs ainda inúmeros temas para programas de entretenimento em televisão
Andreia Sofia Silva EventosMAM | Mostra de Fang Lijun, nome de vulto da arte contemporânea chinesa Um dos grandes nomes da arte contemporânea chinesa expõe em Macau a partir de sexta-feira. “Fang Lijun: A Luz Poeirenta” é o título da mostra que estará patente no Museu de Arte de Macau e que revela o trabalho de um dos pioneiros do movimento artístico “Realismo Cínico” O Museu de Arte de Macau (MAM) acolhe, a partir desta sexta-feira, a mostra “Fang Lijun: A Luz Poeirenta” que revela um total de 190 trabalhos do reconhecido artista chinês Fang Lijun, um dos maiores nomes da arte contemporânea chinesa que começou a ganhar um grande desenvolvimento a partir da década de 90. Esta exposição conta com o apoio da Universidade de Cerâmica de Jingdezhen, do Museu de Arte de Guangdong e de Luzhou Laojiao – National Cellar 1573, tendo ainda o apoio, na vertente académica e de pesquisa, do Arquivo de Arte Contemporânea. Poderão, assim, ser vistos quadros com as conhecidas “figuras carecas” de Fang Lijun, que foi um dos pioneiros do “Realismo Cínico”, um movimento artístico surgido na China nos anos 90, bem como dos movimentos “Cultura Malandra” e “Nova Arte da China pós-1989”. Segundo uma nota do MAM, o fio narrativo desta mostra baseia-se no conceito “Humanos e Figuras”, apresentando “uma perspectiva clássica e, ao mesmo tempo, nova e refrescante sobre Fang”. Nesta exposição, “o artista faz interagir e fundir, de modo desconstrutivo, os retratos típicos e os rostos estereotipados de uma época, a fim de capturar as dores e os sentimentos universais do tempo presente e da vida de modo transcendental”. O público poderá ver os trabalhos repartidos em quatro secções principais, intituladas “Passagem: O Processo de Crescimento”, “Introspecção: Auto-retratos”, “Reflexões Mútuas: Amigos”, e “A Luz Poeirenta: Humano”. Pretende-se, assim, “dar a conhecer o percurso criativo do artista ao longo de mais 40 anos, especialmente a última década, com particular destaque para as suas novas experiências com uma variedade de técnicas”. Reflexo social Com a abertura do país ao mundo, a partir da década de 80, graças às reformas económicas, a própria arte chinesa começou a ganhar grande desenvolvimento e notoriedade internacional, levando para a tela temas diferentes do que eram até então revelados pelos artistas. O trabalho de Fang Lijun é também um reflexo das mudanças sociais e económicas que ocorrem no país, retratando a desilusão da juventude e os sentimentos de rebeldia ou de não pertença em relação a uma série de bruscas alterações ocorridas no país na altura. Os quadros contêm ficções que sugerem cenários sócio-económicos reais, protagonizados por personagens carecas. Ao mesmo tempo, Fang Lijun é um artista capaz de recorrer a técnicas mais tradicionais no seu trabalho. Nascido Handan, província de Hebei, o artista chinês já realizou 52 exposições individuais em diversos museus e galerias de arte no país e no exterior, tendo também participado em muitas exposições colectivas, como a Bienal de Veneza, a Bienal Internacional de Arte de São Paulo, a Bienal de Arte de Gwangju e a Bienal de Xangai. As suas obras integram colecções de muitos museus de arte famosos do mundo. A exposição “Fang Lijun: A Luz Poeirenta” estará patente até ao dia 11 de Junho. Serão ainda organizadas visitas guiadas, em cantonense, todos os sábados, domingos e feriados, às 15h, a partir do dia 11 deste mês.
Andreia Sofia Silva EventosCCCM | Ciclo de conferências sobre Macau arranca sexta-feira Começa esta sexta-feira mais um ciclo “Conferências da Primavera” promovido pelo Centro Científico e Cultural de Macau, com um primeiro programa inteiramente dedicado aos estudos sobre Macau, havendo lugar a palestras sobre a China e a Ásia. A sessão de abertura conta com a presença da Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, entre outras personalidades A segunda edição do ciclo “Conferências da Primavera” começa esta sexta-feira em Lisboa, no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), e apresenta, até sábado, uma série de palestras sobre o território. Seguem-se depois apresentações de estudos sobre a China, entre os dias 6 e 11 de Março, e Ásia, de 20 a 25 de Março. A sessão inaugural desta iniciativa contará com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Elvira Fortunato, o embaixador da China em Portugal, Zhao Bentang, bem como a chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau, Lúcia Abrantes dos Santos, entre outras personalidades. O primeiro painel, dedicado ao tema “História”, será moderado pela investigadora Isabel Murta Pina e conta com a apresentação “Relações Transculturais Portugal-Ásia nos séculos XVI e XVIII”, de Luís Filipe Barreto, académico ligado à Universidade de Lisboa que foi anteriormente presidente do CCCM. Actualmente, é Carmen Amado Mendes que está à frente desta entidade. Roderich Ptak, académico da Universidade de Munique e colaborador do HM na secção “Via do Meio” irá falar das “Questões relacionadas ao mundo insular de Guangdong Central e do Lingdingyan no período Ming”. O painel conta ainda com apresentações de Célia Reis, académica da Universidade Nova de Lisboa que se dedica habitualmente ao estudo da história de Macau e do Oriente. Desta vez, irá apresentar um estudo sobre a política religiosa entre lisboa e Macau, nomeadamente “a presença de jesuítas e irmãs da caridade nas décadas de 1860-70”. Noel Golvers, da Universidade de Leuven, integra também o painel, que se encerra com a apresentação “Originalidades do poder municipal a Oriente: os casos das Câmaras Municipais de Bardez e Salsete (Goa) e do Senado de Macau”, da autoria de Luís Cabral de Oliveira e João Carlos Faria, académicos da Universidade Nova de Lisboa e Instituto Politécnico de Leiria. Lembrar Senna Fernandes A partir das 17h10, hora de Lisboa, será possível assistir ao painel temático “Literatura e Identidade”, moderado por Ana Cristina Alves, coordenadora do departamento educativo do CCCM. Regina Campinho, da Universidade de Coimbra (UC), inaugura a palestra com a apresentação “Identidades patrimoniais de uma paisagem urbana em mutação: Macau do século XIX ao século XXI”. Segue-se uma recordação dos escritos daquele que é considerado um dos grandes escritores de Macau, Henrique de Senna Fernandes, por Cristina Zhou, académica também ligada à UC. João Ferreira Oliveira, da Universidade Católica Portuguesa, irá falar das “atitudes linguísticas na literatura cómica em crioulo de Macau”, nomeadamente o patuá. Felipe de Saavedra, da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau, falará da ligação do poeta português Luís de Camões e Macau. O mesmo tema será abordado por Eduardo Ribeiro, antigo funcionário do Governo de Macau, com a palestra “Camões em Macau”. No sábado é dia de abordar outras vertentes da cultura e história de Macau. Vera Borges, da Universidade Cidade de Macau, irá apresentar “O drama da crioulidade: a ressurgência da figura do Vate em ‘Poemas para Macau’, de Cecília Jorge”. Aida Zhong Caiyan, da Universidade de Lisboa, irá falar da “identidade macaense sob a hibridez cultural”. Ondina e propaganda Fernanda Gil Costa, ex-directora do departamento de português da Universidade de Macau, vai apresentar a palestra “Entre a periferia e Literatura-Mundo: Dois romances de Macau depois da transição política”, enquanto Dora Nunes Gago, que também dirigiu o mesmo departamento, falará da poesia de Maria Ondina Braga. O trabalho da mesma poetisa vai também ser abordado pelo académico Duarte Drumond Braga em “Angola, Goa e Macau: as errâncias e as memórias coloniais de Maria Ondina Braga”. No painel “Sociedade” destaque para a apresentação de um estudo desenvolvido por José Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau, Catherine Chan, da Universidade Lingnan, de Hong Kong, e Elisabela Larrea, doutorada pela Universidade de Macau. Este trabalho versa sobre a propaganda política do regime de Salazar em Macau no período do Estado Novo. Segue-se a apresentação da antropóloga Sheyla Zandonai, que vai falar das ligações do território ao urbanismo focado no jogo e no turismo. Isabel Morais, da Universidade de São José, apresenta um trabalho sobre o historiador macaense Augusto Montalto de Jesus, autor da conhecida obra “Macau Histórico”, que teve a primeira edição lançada em 1906. A académica irá abordar a relação entre o trabalho deste historiador e a informação política da I Guerra Mundial em língua portuguesa. Cátia Miriam Costa vai falar do antigo jornal “Echo Macaense” como exemplo do papel político da imprensa em Macau, seguindo-se Hélder Beja, jornalista e ex-residente, que falará de “Macau, Cidade Imaginada: Representações de Macau no cinema português”. Segue-se um momento musical com a banda composta por Carlos Piteira e Jaime Mota que se dedica a mostrar mais sobre o território através da música. Destaque ainda para o facto de esta quarta e quinta-feira decorrer, também no CCCM e inserido neste ciclo de conferências, uma série de apresentações destinadas a mostrar as investigações de jovens académicos. Os programas dedicados a estudos sobre a China e Ásia não foram ainda divulgados pelo CCCM.
Hoje Macau EventosCinema | João Canijo diz que prémio de Festival de Berlim “significa uma nova vida” O realizador João Canijo disse hoje à Lusa que o prémio atribuído ao seu filme “Mal Viver” pelo Festival de Cinema de Berlim “significa uma nova vida” e “prova que o cinema português tem qualidade”. “Mal Viver” venceu no sábado o Urso de Prata para prémio do júri do 73.º Festival de Cinema de Berlim. À Lusa, o cineasta afirmou que a distinção “significa uma nova vida”. “Pelo menos tenho a certeza de que consigo fazer mais um filme”, assinalou, apontando “Mal Viver” como o seu “melhor filme”. Para João Canijo, o prémio recebido no Festival de Berlim foi a recompensa de um trabalho em equipa. “Foi uma equipa muito dedicada, deu tudo, o que tinha e não tinha, para fazer este filme, foram recompensados”, frisou, expressando que “a equipa está toda delirante” com a distinção. Depois do Urso de Prata, “mais um prémio que prova que o cinema português tem qualidade”, João Canijo admite “ter eventualmente melhores condições para fazer um próximo filme”. E o próximo, ainda em projeto, será sobre a encenação de uma peça de teatro, tendo como protagonistas mulheres, novamente. “Mal Viver” é, segundo a sinopse, “a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”. O elenco conta com as atrizes Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, às quais se juntam os atores Nuno Lopes e Rafael Morais. O filme estreia nas salas portuguesas em 11 de maio. Com a longa-metragem “Sangue do Meu Sangue” (2011), que conta igualmente com Rita Blanco e Anabela Moreira no elenco, João Canijo ganhou diversos prémios em festivais de cinema europeus.
Hoje Macau EventosFestival de Cinema de Berlim | “Mal Viver”, de João Canijo, ganha prémio do júri O realizador português levou para casa o Urso de Prata para o prémio do júri pelo seu filme “Mal Viver”, uma distinção que já mereceu os parabéns dos principais dirigentes políticos portugueses. Canijo agradeceu à equipa que com ele trabalhou neste filme e não esqueceu o conflito na Ucrânia O filme “Mal Viver”, de João Canijo, venceu este sábado o Urso de Prata para o prémio do júri do 73.º Festival de Cinema de Berlim, anunciou o júri na cerimónia de palmarés. No seu discurso, Canijo agradeceu à equipa de produção e distribuição, assim como à equipa que consigo criou o filme, “composta quase completamente por mulheres”, nomeando em especial a directora de fotografia, Leonor Teles. “Para terminar, [agradeço] às mulheres que me deram a sua vida para este filme, as actrizes, são maravilhosas e deram-me a sua vida”, afirmou o realizador português. O realizador terminou a sua intervenção declarando “Slava Ukraini!” (“Glória à Ucrânia!”). João Canijo esteve na competição desta edição do festival com duas longas-metragens interligadas, que tiveram estreia em secções distintas: “Mal Viver” esteve na competição oficial e “Viver Mal” na secção Encontros. “Mal Viver” “é a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”, lê-se na sinopse. “Viver Mal” segue em paralelo àquela história, focando-se nos hóspedes que passam pelo hotel. O elenco conta sobretudo com mulheres, com Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, às quais se juntam Nuno Lopes e Rafael Morais. A produtora Midas Filmes descreve as duas longas-metragens como “um dos mais ambiciosos empreendimentos artísticos dos anos mais recentes” no percurso de João Canijo. Ambos se estreiam nos cinemas portugueses a 11 de Maio. João Canijo já tinha estado presente noutros festivais de cinema de relevo, como Cannes, com “Noite Escura” (2004), Veneza, com “Mal Nascida” (2007), e San Sebastian, onde venceu dois prémios com “Sangue do meu Sangue” (2011). Leonor Teles, a directora de fotografia de “Mal Viver”, conquistou o Urso de Ouro do Festival de Berlim, em 2016, na competição de curtas-metragens, com “Balada de um Batráquio”. Costa e companhia Foram vários os dirigentes políticos portugueses que dirigiram os parabéns ao realizador português. O primeiro-ministro, António Costa, saudou a atribuição considerando um “merecido reconhecimento internacional” para o realizador português com uma “obra marcante e de grande maturidade”. “João Canijo está de parabéns pelo Urso de Prata Prémio do Júri atribuído ao filme “Mal Viver” na Berlinale. Merecido reconhecimento internacional para um cineasta português com uma obra marcante e de grande maturidade. O cinema nacional demonstra uma vez mais a sua excelência”, felicitou António Costa. O chefe de Governo divulgou esta mensagem através da rede social Twitter. Por sua vez, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, disse ser “um grande orgulho” a distinção, sendo “uma das provas da excelência” do cinema feito em Portugal. “É espectacular. O cinema português está de facto num momento muito, muito bom e é uma das provas da excelência do nosso cinema a todos os níveis”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. Numa nota divulgada no ‘site’ da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que “o reconhecimento internacional do cinema vivido e intenso de Canijo, na sequência de outras nomeações e premiações de cineastas portugueses, muito diferentes entre si, tem feito prova do mérito” do cinema português, “bem como da sua diversidade e tenacidade”. O presidente da Assembleia da República salientou que o Urso de Prata atribuído a João Canijo “reconhece a coerência e valia da sua obra”, num momento “particularmente significativo para todo o cinema português”. “O Urso de Prata atribuído hoje, no Festival de Berlim, ao filme de João Canijo, reconhece a coerência e valia da sua obra. É também um momento particularmente significativo para todo o cinema português”, escreveu Augusto Santos Silva. Os outros premiados Na edição deste ano do Festival de Berlim, o Urso de Ouro de Melhor Filme, prémio principal do festival, foi para “Sur l’Adamant”, do realizador francês Nicolas Philibert. O troféu foi entregue aos produtores Céline Loiseau, Gilles Sacuto e Miléna Poylo. “Roter Himmel”, do realizador alemão Christian Petzold, recebeu o Urso de Prata do Grande Prémio do Júri. O Urso de Prata de Melhor Realizador foi para o cineasta francês Philippe Garrel, por “Le Grand Chariot”. Nome da ‘nouvelle vague’, criador de “O Sal das Lágrimas” e “Os Amantes Regulares”, Garrel dedicou o prémio a Jean-Luc Godard (1930-2022), o ‘patriarca’ do cinema novo com filmes como “O Acossado” e “Pedro, o Louco”. O Urso de Prata de Melhor Interpretação distinguiu a jovem Sofía Otero, pelo desempenho em “20.000 especies de abejas”, primeira longa-metragem da espanhola Estibaliz Urresola Solaguren. Otero interpreta a figura de Aitor, um rapaz de nove anos de uma pequena comunidade basca que se considera uma menina, e que como tal quer ser tratada. O Urso de Prata de Melhor Interpretação de Apoio (Secundária) foi atribuído a Thea Ehre, por “Bis ans Ende der Nacht”, do alemão Christoph Hochhäusler. Na competição de Curtas-Metragens, o Urso de Ouro foi para “Les chenilles”, dos irmãos libaneses Michelle e Noel Keserwany, que ficou automaticamente nomeado para os Prémios do Cinema Europeu, com esta vitória. Na secção Encontros, dedicada a “novas visões cinematográficas”, o prémio de Melhor Filme foi para “Here”, do belga Bas Devos, e o de Melhor Realização, para a cineasta salvadorenha de origem mexicana Tatiana Huezo, pelo filme “The Echo”, que também recebeu o prémio de Melhor Documentário do festival. Nesta secção, foi ainda atribuído o Prémio Especial do Júri ex-aequo a dois realizadores espanhóis: Paul B. Preciado, por “Orlando, My Political Biography” (igualmente menção honrosa nos documentários), e Lois Patiño, por “Samsara”. O júri da Competição Internacional da Berlinale deste ano foi presidido pela atriz norte-americana Kristen Stewart, e composto pela atriz iraniana Golshifteh Farahani, pela realizadora alemã Valeska Grisebach, pelo romeno Radu Jude, pela diretora de ‘casting’ norte-americana Francine Maisler, pela realizadora espanhola Carla Simón e pelo realizador de Hong Kong Johnnie To.
Hoje Macau EventosLivraria Portuguesa | Paul French fala da sua obra na próxima sexta-feira O autor britânico Paul French fala na próxima sexta-feira, dia 3, na Livraria Portuguesa, sobre a sua obra e sobre as “estranhas histórias da velha Macau”. O evento começa às 18h30. Segundo um comunicado, o autor promete explorar estórias intrigantes sobre a história de Macau ao longo do século XX, como é o caso do contrabando com Xangai nos anos 30 gerido por portugueses, cujo dinheiro seria investido no jogo, ou a possibilidade de o Japão ter tentado comprar Macau em 1936. Paul French é o autor de dois livros que viraram bestsellers, reconhecidos pelo jornal New York Times, intitulados “Midnight in Peking” e “City of Devils: The Two Men Ruled the Underworld of Old Shanghai”, os quais estão a ser adaptados para cinema. Além disso, acaba de lançar a primeira série de três livros sobre Macau, Hong Kong e o sul da China incluída na colecção “China Revisited”. Coordenada e anotada por Paul French, esta série vai buscar relatos de viajantes que passaram por esta região entre meados do século XIX e princípios do século XX. Paul French está ainda a trabalhar num livro sobre Wallis Spencer, a americana que casou em segundas núpcias com Eduardo VIII, que por esse casamento abdicou do trono britânico. O livro versa especificamente sobre os anos 1924 e 1925, quando Wallis esteve na China. A obra deverá ser lançada no próximo ano.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Estreia hoje “Império de Luz”, de Sam Mendes A Cinemateca Paixão exibe hoje o filme “Império de Luz”, realizado por Sam Mendes e tido como um dos favoritos aos Óscares. A película conta com a actriz inglesa Olivia Colman como protagonista. O cartaz dos filmes de Março inclui ainda duas produções asiáticas Olivia Colman tem vindo a tornar-se numa actriz cada vez mais conhecida do grande público sobretudo desde que interpretou o papel da rainha Isabel II na série “The Crown”. Mas a actriz inglesa tem vindo a dar cartas no cinema. O seu mais recente papel, como protagonista de “Império de Luz”, do realizador Sam Mendes, pode muito bem dar-lhe um novo Óscar. Para já, a actriz foi nomeada para a edição deste ano dos Globos de Ouro, cujos prémios foram entregues em Janeiro, mas não ganhou. “Império de Luz” estreia hoje na Cinemateca Paixão e terá uma segunda exibição no dia 1 de Março. O papel de Hilary, uma gerente de um cinema situado no litoral de Inglaterra, terá sido escrito especialmente para Olivia Colman, que se entregou totalmente à personagem. Hilary é uma mulher deprimida que inicia uma amizade especial com Stephen, funcionário do cinema, interpretado por Michael Ward, que sonha sair da pequena cidade onde se sente preso. “Império de Luz” promete, assim, ser um filme sobre diferentes estados emocionais e a complexidade e o poder das relações humanas. Ecrã asiático Com o mês de Fevereiro a terminar, a Cinemateca Paixão já tem também no cartaz de Março duas produções asiáticas. “GAGA”, produção taiwanesa de Laha Mebow, será exibido nos dias 5 e 23 de Março. O público poderá assistir a uma comédia dramática centrada em torno do regresso de uma mulher do estrangeiro e da forma como o retorno desta figura traz consigo uma série de eventos que mudará para sempre a história da sua família. Laha Mebow, conhecida por explorar no grande ecrã histórias contemporâneas e, sobretudo, as que contam a génese do povo indígena Atayal, de Taiwan, em “GAGA” aborda todos estes elementos num argumento com uma forte carga realista. A Cinemateca apresenta também, nos dias 4 e 13 de Março, o filme “A Man” [Um Homem], do realizador japonês Kei Ishikawa. Girando em torno das temáticas do drama e mistério, “A Man” conta a história do advogado Kido que se depara com um estranho pedido de Rie, uma antiga cliente, que pede que Kido averigue o misterioso caso da morte do seu ex-marido, Daisuke, uma vez que, no dia do seu funeral, o seu próprio irmão não o reconhece numa fotografia. É então que Rie percebe que esteve casada com uma outra pessoa, e se dedica a tentar desvendar o seu passado misterioso.
Hoje Macau EventosKun Iam | Inaugurada exposição sobre flores de lótus O Centro Ecuménico Kun Iam exibe até ao dia 30 de Junho deste ano uma exposição sobre flores de lótus, apresentando 19 peças ou conjuntos de trabalhos de caligrafia, pintura e arte digital que pertencem à colecção do Museu de Arte de Macau. A mostra, promovida e organizada pelo Instituto Cultural, permite, assim, conhecer de perto o trabalho de artistas como Jao Tsung-I, mestre em sinologia; Yuan Yunfu, director-geral da Direcção da Associação de Artistas da China; Situ Qi, um dos pintores mais experientes da Escola de Lingnan; e Lok Cheong, prestigiado artista de Macau. Segundo um comunicado, a exposição “reúne uma grande variedade de estilos criativos, permitindo ao público admirar diferentes formas de representar o lótus e as suas qualidades espirituais de paz e de pureza”. Na cultura chinesa tradicional, o lótus simboliza a bondade e encarna a verdade, a virtude e a beleza. Macau sempre foi conhecida como uma terra abençoada pelo lótus. Nesse sentido, esta mostra é especialmente organizada para “simbolizar a estabilidade, a paz e a prosperidade da RAEM, tal como uma flor de lótus plenamente aberta”. Além da exposição, haverá ainda espaço para a actividade familiar “Desenhar Flor de Lótus no Centro Ecuménico”.
Andreia Sofia Silva EventosCasas Museu | Anfiteatro da Taipa recebe três músicos no sábado Os amantes de música ao ar livre podem desfrutar este sábado de um espectáculo com três músicos de Macau, nomeadamente Ari Calangi, Tomás Ramos de Deus, vocalista da banda da Casa de Portugal em Macau, e ainda o duo Rita Portela, que promete revelar sonoridades jazzísticas O anfiteatro das Casas Museu da Taipa vai encher-se de música este sábado entre as 16h e as 18h. Num evento promovido pelo Instituto Cultural (IC) e organizado pela empresa local SmallWorldExperience, a trilogia de concertos apresenta o trabalho de nomes bem conhecidos do público local como é o caso de Ar Calangi, Tomás Ramos de Deus, músico e vocalista integrante do grupo da Casa de Portugal em Macau (CPM) e o duo Rita Portela, cantora de jazz que actua com o músico François Girouard. Este evento insere-se na iniciativa desenvolvida pelo IC intitulada “Espectáculos no âmbito da Excursão Cultural Profunda”, que decorre há alguns meses no espaço da Feira do Carmo e Casas Museu da Taipa, sempre aos fins-de-semana. A música acontece nestes locais até ao dia 25 de Março. Dia 4 de Março, o público poderá assistir a concertos sobre “Música e Danças de Macau”. Já no dia 11, actuam as “Bandas Originais de Macau”. Segue-se, dia 18, uma série de espectáculos com “Cantores e Músicos Folk de Macau” e ainda, dia 25, as bandas compostas por jovens ainda estudantes. Talentos locais No sábado, Ari Calangi actua a solo. Este artista nasceu e cresceu em Macau, numa família também ela ligada à música. Foi um músico precoce, pois aos sete anos já cantava, tendo começado a ter aulas de piano e bateria aos 13. Com 16 anos, já fazia parte da sua primeira banda. Ari Calangi recebeu uma bolsa para estudar no prestigiado Berklee College of Music, nos EUA, onde esteve até regressar à sua terra natal, em 2012. Ari é também compositor. Destaque ainda para a presença de Tomás Ramos de Deus, vocalista do grupo musical da CPM. Natural de Lisboa, Tomás estudou na Escola de Jazz do Barreiro e na Academia de Amadores de Música, bem como na Universidade Lusíada. Na CPM, juntamente com outros músicos, tem participado em diversos projectos musicais que homenageiam Macau e muitos escritores, como é o caso dos álbuns “Tributo a Macau” ou “Pessoa”. Além disso, Tomás Ramos de Deus é também docente nos cursos de guitarra clássica e canto na Escola de Artes e Ofícios da CPM. No caso de Rita Cerqueira Portela, a música faz-se de forma amadora, mas não menos apaixonada. Tendo já actuado como cantora em diversos bares e locais do território ao lado do músico francês François Girouard, Rita trabalha a tempo inteiro como arquitecta. Ao portal Macau LifeStyle, Rita confessou fazer parte de uma família com muitos músicos amadores. “Estive exposta ao jazz, bossa nova, música clássica e Fado desde pequena! Penso que crescer numa família onde os encontros eram preenchidos com música, e em que todos tocam um instrumento, teve uma forte influência em mim”, disse.
Hoje Macau EventosBairro da Horta da Mitra | Preces ao deus da terra voltam três anos depois A festa do deus da terra regressou ontem, pela primeira vez em três anos, a um dos templos mais representativos da divindade, no bairro da Horta da Mitra, em Macau. “Geralmente, os cidadãos que veneram o deus da terra não estão a pedir muito, estão a pedir uma entrada e saída seguras, bem-estar familiar e crianças para crescerem bem e depressa. As orações são todas muito comuns e esta crença une o bairro”, disse à Lusa o presidente da associação de beneficência Foc Tac Chi Tou Tei Mio de Macau. “A crença e os costumes do Tou Tei tiveram origem em Macau há algumas centenas de anos. Durante séculos, as pessoas adoraram Tou Tei e lentamente se tornou um costume estabelecido”, considerou Lo Seng Zung, que esteve presente na inauguração das festividades no bairro Horta da Mitra, no centro da cidade, onde fica o mais representativo templo da divindade. Tou Tei Kung é uma das divindades chinesas mais populares e é considerada pelos crentes como protetora da vida, da saúde e da riqueza dos residentes, entre outros aspetos. É no segundo dia do segundo mês do ano lunar chinês, que hoje ocorre, que os crentes costumam celebrar o nascimento deste deus com os vizinhos, mas a pandemia da covid-19 obrigou à suspensão das celebrações nos últimos três anos. Durante as festividades, entre orações e a queima constante de incenso, decorrem danças do leão, representações de ópera cantonesa de Foshan e também banquetes, que “trazem um ambiente animado às comunidades chinesas locais, para as quais esta é também uma importante festa religiosa”, indicou Lo. A ópera apresenta-se num palco improvisado junto ao templo, com músicos a tocar ao vivo, e atrai a atenção de moradores e de quem passa pela zona. O orçamento das celebrações neste templo na Horta da Mitra, ou Cheok Chai Un (em cantonês), é de mais de um milhão de patacas, num evento que se prolonga por cinco dias, de acordo com a organização. No último dia, realiza-se um banquete para os idosos, em que as mesas se espalham pelas ruas em redor do templo. Com cerca de 85 lugares, esta é “uma tradição chinesa de respeito filial pelos idosos”, explicou o presidente da associação. O mais popular A crença e os costumes de Tou Tei têm uma longa história em Macau, representada por cerca de 10 templos e mais de 140 altares dedicados a este deus, além de estar presente à entrada de numerosas residências, prédios e lojas. “Quantas pessoas em Macau acreditam no Tou Tei? É uma ‘quantidade astronómica’. Cada entrada de residências e lojas tem um pequeno altar [dedicado a] Tou Tei. Estimo que cerca de um quarto da população de Macau acredita no Tou Tei”, sublinhou Lo. Em 2017, a crença e os costumes dedicados a esta divindade foram inscritos na lista do Património Cultural Imaterial de Macau. Quatro anos depois, em 2021, a China incluiu este culto a um dos deuses chineses mais populares, nas mais diversas formas, refletindo uma tradição popular transmitida de geração em geração, na lista do Património Cultural Imaterial do país. Além desta, o Conselho de Estado chinês incluiu ainda mais duas manifestações de Macau: a Gastronomia Macaense, baseada no método de preparação dos alimentos da culinária portuguesa, integrando ingredientes e métodos culinários da Europa, Ásia e África, e o Teatro em Patuá, arte performativa apresentada pela comunidade macaense em patuá, sistema linguístico criado pelos imigrantes portugueses em Macau ao longo dos últimos quatrocentos anos.
Hoje Macau EventosWynn Palace | Excelência dos vinhos de Ningxia em prova na sexta e sábado O Wynn Palace vai dedicar dois dias às delícias vinícolas dos néctares de Ningxia na sexta-feira e sábado. Guiados pelo conhecimento de enólogos especialistas nos vinhos da região, serão organizadas uma masterclass, uma prova de vinhos na sexta-feira e um jantar de gala no sábado Ao longo das últimas três décadas a região autónoma de Ningxia Hui, na província de Gansu no noroeste da China, tem consubstanciado a expressão portuguesa do chão que deu e continuar a dar uvas. Ao contrário do sentido da expressão popular, a atractividade da indústria vinícola de Ningxia tem ganho visibilidade e prestígio a nível mundial, como uma região de excelência na produção de vinho. Os apreciadores e curiosos de Macau terão três oportunidades únicas para se familiarizarem com os néctares de Ningxia nos próximos dias 24 e 25 de Fevereiro, sexta-feira e sábado. Durante estes dois dias, estarão no menu mais de 50 vinhos de 17 das mais prestigiadas adegas da região. O primeiro evento, marcado para sexta-feira entre as 14h30 e as 15h30 no salão Wynn Palace Meeting Rooms, é uma masterclass intitulada “A prestigiada perfeição de Ningxia”, seguida por uma sessão de prova de vinhos guiada pelos enólogos Fongyee Walker e Li Demei. Fongyee Walker é uma das mais conceituadas “educadoras” e enólogas chinesas, enquanto Li Demei é professor de enologia na Universidade de Agricultura da China, em Pequim. Copo cheio O largo e fortemente irrigado vale entre o Rio Amarelo e a base da Montanha Helan transformou-se ao longo das últimas décadas numa das áreas vinícolas mais promissoras da China. A vasta gama de vinhos produzidos na região de Ningxia é feita a partir de castas como Cabernet Sauvignon, Cabernet Gernischt e Chardonnay. Apesar da região se estender por mais de 66 mil quilómetros quadrados, a maioria das vinhas estão situadas num vale com cerca de 150 quilómetros de comprimento no extremo norte da região, em que a paisagem árida é equilibrada pela irrigação natural fluvial e elevada altitude. Afastada dos tradicionais grandes palcos de apreciação enóloga, a produção do vale da Montanha Helan foi-se aprimorando até que em 2009 um cabernet da adega Helan Qingxue arrebatou um prémio os prestigiados Decanter World Wine Awards. A maioria dos vinhos feitos em Ningxia resulta de misturas de castas Bordeaux, Cabernet Sauvignon e Merlot. Entre estas, os Cabernet Sauvignon representam 70 por cento das uvas de vinho de tinto, enquanto os Merlot ocupam 15 por cento das vinhas. Além destas castas mais produzidas, encontram-se também na região vitivinícola de Ningxia vinhas de Syrah, Riesling e Chardonnay. Comes e bebes Para fechar em beleza os dias dedicados aos néctares de Ningxia, o Wynn Palace Grand Theater irá acolher um jantar de gala onde os vinhos da região serão a atracção principal, com as iguarias gastronómicas preparadas pelo chef Yun Peng Yu e o chef do restaurante Wing Lei, Tam Kwok Fung. Depois do cocktail, que será servido às 18h, às 19h começa o desfile de seis pratos que irão misturar pratos cantoneses e da região de Ningxia, acompanhados por vinhos, numa harmonização criteriosamente selecionada. Os bilhetes para o jantar de gala custam 1.288 patacas por pessoa. Em comunicado, a Wynn refere que o objectivo deste tipo de iniciativa é criar uma plataforma de intercâmbio entre indústrias, como a restauração e vinhos, “promovendo a rica cultura gastronómica da China e realçando o papel de Macau enquanto “Cidade Criativa de Gastronomia”.
Hoje Macau EventosNatália Correia homenageada em mostra de arte contemporânea portuguesa em Madrid A escritora e política Natália Correia vai ser homenageada numa exposição de arte contemporânea portuguesa em Madrid, numa iniciativa paralela à feira ARCOmadrid 2023, que decorre a partir de hoje e vai até 26 de Fevereiro na capital espanhola. A exposição tem como título “A Desordem Necessária” e curadoria de Ana Cristina Cachola, resultando de “um diálogo transfronteiriço entre duas colecções”, António Cachola (do Museu de Arte Contemporânea de Elvas) e Helga de Alvear (da galeria com o mesmo nome de Madrid), segundo a Embaixada de Portugal em Espanha, que organiza esta iniciativa. A mostra estará na residência oficial do embaixador de Portugal em Madrid e em exposição estarão 21 artistas contemporâneos portugueses e uma espanhola. A exposição insere-se na segunda edição da iniciativa “Artists Join the Embassy”, organizada pela Embaixada de Portugal em Madrid como evento paralelo à feira de arte contemporânea ARCOmadrid e pretende promover artistas portugueses. “À semelhança do que sucedeu em 2022, serão convidados programadores, curadores, coleccionadores e directores de instituições internacionais para descobrirem arte portuguesa ou concebida em Portugal por uma artista espanhola”, revelou a Embaixada de Portugal em Madrid. A edição do ano passado da iniciativa “Artists Join the Embassy” levou uma exposição de Ângela Ferreira à residência oficial do embaixador de Portugal em Madrid, “para a qual foram convidados, em parceria com a ARCOMadrid, coleccionadores e directores de museus internacionais que integram o programa VIP da feira” e “deste projecto resultou a aquisição de uma peça da artista pelo MACBA – Museu de Arte Contemporânea de Barcelona”, sublinhou a embaixada. Este ano, a propósito da ARCOmadrid, a embaixada de Portugal promove também o lançamento do “Mapa de Artistas Portugueses nas Galerias Espanholas”, um roteiro com 31 artistas nacionais que são representados por 26 galerias de dez cidades espanholas (A Coruña, Badajoz, Barcelona, Madrid, Palma de Maiorca, Santander, Santiago de Compostela, Saragoça, Sevilha e Valência). Arco redondo A Feira de Arte Contemporânea ARCOmadrid decorre este ano de 22 a 26 de Fevereiro, tem como tema “O Mediterrâneo: Um Mar Redondo” e regressa a níveis de participação pré-pandemia, com 211 galerias de 36 países, incluindo 17 portuguesas, segundo a organização. Há ainda 15 artistas nacionais expostos em galerias espanholas presentes na feira, segundo informação da Embaixada de Portugal em Madrid. Na 42.ª edição da ARCOmadrid são esperados cerca de 90 mil visitantes, um valor semelhante ao de 2020, a última edição sem impacto da pandemia de covid-19. Entre as 170 galerias do programa geral há 15 portuguesas: 3+1 Arte Contemporânea, Balcony, Bruno Múrias, Carlos Carvalho, Cristina Guerra Contemporary Art, Filomena Soares, Francisco Fino, Miguel Nabinho, Monitor, Uma Lulik, Pedro Cera e Vera Cortês, todas de Lisboa, e ainda a Kubikgallery, a Lehmann + Silva e a Quadrado Azul, do Porto. A Galeria Foco, de Lisboa, entrará na secção “Opening”, e a Madragoa, também da capital portuguesa, estará na secção “Nunca o mesmo. Arte latino-americana”, com curadoria de Mariano Mayer e Manuela Moscoso. Participa ainda no programa geral a Jahn und Jahn, que tem base em Munique, na Alemanha, e também um espaço em Lisboa. Mercado paralelo Com direcção de Maribel López Zambrana, a 42.ª ARCOmadrid tem também um programa paralelo aos expositores, incluindo um fórum de debate dedicado à região do Mediterrâneo. A ARCOmadrid, uma iniciativa com dupla natureza, sendo em simultâneo um espaço comercial e um espaço cultural, dedica os primeiros dois dias exclusivamente a profissionais e abre as portas ao público em geral a partir da tarde do dia 24, sexta-feira. O ministro português da Cultura, Pedro Adão Silva, estará em Madrid na próxima semana para visitar a feira, estar presente em iniciativas paralelas à ARCOmadrid organizadas pela embaixada de Portugal e para um encontro com o homólogo espanhol, Miguel Iceta. A Embaixada de Portugal participa ainda na Bienal de Cidadania e Ciência que decorre em Barcelona e Madrid de 21 a 26 de Fevereiro, com a instalação “Som palavras. Diálogos sonoros”, de João Ricardo Barros Oliveira, e o projecto Omiri “Inovação musical feita com memória”.
Hoje Macau EventosBAFTA | “A oeste nada de novo” e Cate Blanchett em destaque O filme “A oeste nada de novo”, do alemão Edward Berger, foi distinguido na noite de domingo com seis prémios BAFTA, incluindo o de Melhor Filme, galardões que foram entregues numa cerimónia em Londres. O drama épico alemão da plataforma Netflix sobre a Primeira Guerra Mundial foi o grande vencedor dos prémios da Academia Britânica de Cinema, triunfando nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme em Língua Não Inglesa, Melhor Realizador, Melhor Argumento Adaptado, Melhor Banda Sonora, Melhor Som e Melhor Fotografia. “A oeste nada de novo” estava nomeado em 14 categorias, tendo assim igualado “O tigre e o dragão” (2000), de Ang Lee, como o filme de língua não inglesa mais nomeado para estes prémios na história da Academia Britânica das Artes de Cinema e Televisão (BAFTA na sigla original). Com quatro máscaras douradas, “Elvis”, de Baz Luhrmann, foi o segundo filme mais premiado da noite, vencendo nas categorias de Melhor Actor, para Austin Butler, Melhor Elenco, Melhor Guarda-Roupa e Melhor Caracterização. Cate Blanchett venceu o Bafta de Melhor Actriz Principal, pela interpretação em “Tár”, e nas categorias secundárias de representação foram distinguidos Kerry Condon e Barry Keoghan, pelos papéis que interpretam em “Os Espíritos de Inisherin”. O grande perdedor da noite foi “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”, que estava nomeado em dez categorias e levou para casa apenas uma máscara dourada, de Melhor Montagem. “Pinóquio”, de Guillermo del Toro, venceu na categoria de Melhor Filme de Animação e “Navalny”, de Daniel Roher, a de Melhor Documentário.
Andreia Sofia Silva EventosCCM | Coco Zhao, nome sonante do jazz de Xangai, actua sábado no Centro Cultural de Macau Sábado é dia de Macau receber um dos grandes nomes do jazz contemporâneo que se faz na China. Coco Zhao, artista com uma carreira internacional, que já actuou para o ex-presidente Bill Clinton e que foi o primeiro chinês a marcar presença no Festival Internacional de Jazz de Montreal, sobe ao palco do Centro Cultural de Macau para mostrar os êxitos de uma carreira já longa O seu rosto é singular, tal como a sua música, conhecida em toda a China por misturar de forma sublime o jazz mais contemporâneo com sonoridades mais tradicionais. Coco Zhao é músico de jazz, mas também poeta e compositor. Conhecido como um dos grandes nomes do jazz contemporâneo da China, actua este sábado no Centro Cultural de Macau (CCM). O programa do concerto deverá incluir músicas compostas desde os anos 90, como é o caso do disco “Dream Situation”, gravado em 2006 e que mistura as sonoridades mais antigas do jazz feito em Xangai com as mais modernas. A música de Coco Zhao é, aliás, conhecida por fazer esta fusão, sempre numa mistura do clássico com o novo, do ocidental com o oriental. Além de trabalhar muito em torno das composições clássicas do jazz, o músico é também capaz de pegar nas sonoridades mais folk, ou mesmo de ópera, e dar-lhe novas batidas. Coco Zhao é tão criativo que o seu nome há muito que ultrapassou fronteiras, mostrando o que de melhor se faz na cena musical chinesa contemporânea. O artista, logo no início da sua carreira, fez uma colaboração com Betty Carter no espectáculo que esta deu na edição de 1997 no Festival Internacional de Jazz de Xangai, tendo cantado ainda, no ano seguinte, para o então Presidente dos EUA, Bill Clinton, e família, quando estes visitaram Xangai. No bom caminho Desde que se formou em música clássica chinesa e ocidental no Conservatório de Música de Xangai que Coco Zhao tem, sobretudo, apostado na experimentação musical. Gravou com outros músicos e amigos numa altura em que não havia formação específica em jazz na China e, com isso, conseguiu ir trilhando o seu próprio caminho. Depois das primeiras actuações no final dos anos 90, Coco Zhao começou a estar presente nos grandes cartazes de música a nível internacional, nomeadamente o Festival de Jazz de Montreal, no Canadá, conhecido por acolher grandes nomes do jazz, tal como Nina Simone, entre outros. Com a actuação nesse evento, em 2006, juntamente com a banda “The Possicobilities”, tornaram-se no primeiro grupo chinês a estar no festival. Aí começaram as críticas positivas à música feita por Coco Zhao, nomeadamente do programa “La Boite de Jazz”. Foi nesse ano, à boleia da crítica, que lançou então aquele que viria a ser o seu primeiro álbum de estúdio, “Dream Situation”. A carreira internacional do músico prosseguiu em 2010 graças a uma bolsa de estudos do Conselho Cultural Asiático da Fundação Rockefeller, que o levou a estar seis meses numa residência artística em Nova Iorque e Nova Orleães, EUA, onde teve a oportunidade de trabalhar de perto com Jay Clayton e Theo Bleckmann. O público norte-americano teve então a oportunidade de conhecer de perto a música de jazz em chinês quando Coco Zhao actuou no Kennedy Arts Center, em Washington. Além desta residência artística nos EUA, Coco Zhao teve também a oportunidade de aprender mais num outro programa semelhante de três meses, em 2016, mas desta vez na Suíça, onde colaborou com artistas como Andreas Schaerer e Sonic Calligraphy & Rosconi. Nomes como Sinne Eeg, Stacey Kent ou Monique Klemann, entre outros, têm colaborado com Coco Zhao, que vive hoje entre Xangai e Amesterdão. Mantém um cartaz de concertos preenchido, sempre entre a Ásia e a Europa, estando já a trabalhar num novo álbum de estúdio, onde mais uma vez o folk chinês tradicional, o jazz e a poesia se misturam. Destaque ainda para o facto de, na próxima quinta-feira, decorrer, no CCM, um workshop vocal orientado por Coco Zhao, e que oferece aos músicos de Macau “uma oportunidade única de explorarem a articulação rítmica e o improviso vocal do jazz”.
Hoje Macau Eventos“Mensagem”, de Vhils e Manuel Cargaleiro, exposta em Portugal A diferença de 60 anos entre os dois artistas não impediu a criação de uma obra conjunta que reflecte os olhares distintos de duas gerações sobre o mundo Os artistas Alexandre Farto (Vhils) e Manuel Cargaleiro criaram juntos uma obra estará “brevemente” em exposição no Museu Cargaleiro, em Castelo Branco, Portugal, e que deu origem a uma litografia que poderá ser vista ainda este mês. “Mensagem” é o título da peça que, “construída em madeira – cortada, pintada, esculpida –, retrata as estéticas particulares de cada artista numa justaposição simbiótica, um contraste que oscila entre individualidade e comunhão”, de acordo com a Fundação Manuel Cargaleiro, em comunicado. A obra “encapsula e reflecte duas gerações, duas perspectivas, duas formas de ver e encarar o mundo”. Vhils e Manuel Cargaleiro nasceram com 60 anos de diferença, o primeiro em 1987 e o segundo em 1927. Em comum, além de uma carreira nas Artes, têm o concelho do Seixal, onde Vhils nasceu e cresceu e onde há uma escola secundária e uma Oficina de Artes baptizadas com o nome de Manuel Cargaleiro, que, apesar de ter nascido em Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, passou parte da infância naquele concelho. A Fundação Manuel Cargaleiro refere ainda que “Mensagem” “estabelece uma ponte entre diferentes movimentos e contextos artísticos, diferentes formas de fazer e criar”, mas “é também História, a História de uma relação entre artistas, de uma geração a inspirar outra, da proximidade entre dois criadores separados pelo significado do tempo, e unidos por ideias e valores que o transcendem”. A obra estará “brevemente” em exposição no Museu Cargaleiro, mas fonte daquela instituição, contactada pela Lusa, não soube precisar quando tal irá acontecer. Litografia a caminho Entretanto, no dia 22 de Fevereiro, a galeria Underdogs, da qual Vhils é um dos fundadores, lança uma litografia de edição limitada inspirada em “Mensagem”. De acordo com a galeria lisboeta, a litografia, “que apresenta a mesma composição e título da obra original, foi produzida na Idem”, gráfica especializada em litografia, fundada em 1880 em Paris. Manuel Alves Cargaleiro é autor de uma vasta obra, representada em colecções públicas e privadas em Portugal e outros países, como França e Itália. Nascido a 16 de Março de 1927, Manuel Cargaleiro iniciou estudos em 1946, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, mas abandonou aquela área para se dedicar às artes plásticas, iniciando-se como ceramista na Fábrica Sant’Anna, em Lisboa. Em 1952 fez a primeira exposição individual, na Sala de Exposições do Secretariado Nacional da Informação Cultura Popular e Turismo (SNI). Vhils, por sua vez, captou a atenção a ‘escavar’ muros com retratos, um trabalho que tem sido reconhecido a nível nacional e internacional, e que já levou o artista a vários cantos do mundo, nomeadamente Macau e Hong Kong, sem esquecer Tailândia, Malásia ou EUA, entre outros países e regiões.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Filme nomeado para os Óscares em cartaz A Cinemateca Paixão prossegue com a programação até Março com três novos filmes em cartaz. “Great Freedom”, filme de Sebastian Meise, exibido pela primeira vez no dia de São Valentim, pode ser visto até ao dia 26. Destaque ainda para as películas “My Small Land” e “The Whale” [A Baleia], um dos grandes nomeados para os Óscares Quem não perde a oportunidade de ver um filme fora da sala de estar, na grande tela, tem três opções de escolha na Cinemateca até Março, com histórias que prometem ser envolventes. “Great Freedom”, filme de 2021 do realizador Sebastian Meise, é uma delas. Eis um filme que se passa na Alemanha do pós-II Guerra Mundial. Hitler morre no bunker e termina o período de perseguições que marcou o nazismo, mas isso não significa que as minorias possam ter uma voz plena na sociedade, tal como os homossexuais. “Great Freedom” retrata, assim, a história de Hans, preso várias vezes por ser homossexual ao abrigo do parágrafo 175, uma lei que criminaliza os gays. Ao longo da trama, acaba por desenvolver uma forte ligação, improvável, com Viktor, o seu companheiro de cela. Depois de uma primeira exibição esta terça-feira, no Dia de São Valentim, as exibições continuam hoje, amanhã, no domingo e na próxima semana. Esta é uma co-produção austríaca e alemã, que venceu o prémio do júri “Un Certain Regard” no Festival de Cinema de Cannes em 2021, além de ter sido nomeada, no mesmo evento, para um “Queer Palm”. No mesmo ano, “Great Freedom” foi um dos filmes em cartaz no Festival Internacional de Cinema de Chicago, tendo ganho ainda dois prémios nos Prémios de Cinema Europeu. Ainda no cinema ocidental, a outra opção é “The Whale”, filme do ano passado que conta a história de Charlie, interpretado por Bredan Fraser, um professor de inglês, obeso, preso a uma cadeira de rodas e que tenta restabelecer uma ligação com a sua filha adolescente. “The Whale” é um dos grandes filmes para a edição deste ano dos Óscares, que poderá inclusivamente render o Óscar de Melhor Actor a Brendan Fraser. Este filme marca, aliás, o regresso do actor aos principais papéis e, pois desde “Perseguidos”, filmado em 2013, que Bredan Fraser não era protagonista. No cinema até já há um nome para esse fenómeno: “Brendanaissance”, algo como “o renascimento de Brendan”. Além da nomeação para o Óscar de Melhor Actor, o filme está também nomeado para Óscar de Melhor Actor Secundário e Melhor Caracterização. “The Whale” está ainda nomeado para os BAFTA, para o prémio “Melhor Argumento (Adaptado)”. A cerimónia decorre no próximo domingo. Lugar dos refugiados A trilogia de filmes seleccionados pela Cinemateca Paixão encerra-se com “My Small Land”, película japonesa de Emma Kawawada que nos revela mais uma história familiar intensa. Desta vez conta-se o percurso de Sarya, refugiada curda de 17 anos que vive no Japão com o pai e dois irmãos há muitos anos. Subitamente a vida muda de rumo quando o estatuto de refugiado do seu pai é rejeitado pelas autoridades japonesas. Com este filme, Emma Kawawada aborda o facto de o Japão não ser um país que acolhe refugiados de braços abertos. Segundo o Japan Times, em 2019 apenas 44 pessoas de um total de 10,375 candidatos conseguiram ficar no país ao abrigo deste estatuto. Esta não é a primeira vez que este tema é abordado no cinema, tendo sido escolhido por Akio Fujimoto em “Passage of Life”, filme de 2018, e por Thomas Ash no documentário “Ushiku”, de 2021, sobre a dura realidade dos centros de detenção no país.
Andreia Sofia Silva EventosCinema | Vincent Hoi prepara novo filme sobre liberdade e fuga “Sea of Exodus” é a nova curta-metragem do cineasta local Vincent Hoi que explora as ideias de liberdade individual e vontade de fugir de um lugar onde nos sentimos presos. A referência aos tempos de pandemia é clara num projecto cinematográfico que contou com um orçamento muito baixo Depois de três anos a sentir-se preso em Macau devido à pandemia, Vincent Hoi decidiu pegar nessa sensação e transformá-la em cinema. Filmado nas últimas semanas de Dezembro do ano passado, “Sea of Exodus”, a nova curta-metragem do cineasta de Macau, não é mais do que uma representação daquilo que representa a liberdade de cada um e a vontade de escapar de uma espécie de prisão. A conversa com Vincent Hoi aconteceu pouco tempo antes do levantamento de todas as restrições pandémicas, tendo o cineasta dado o exemplo “das pessoas de Macau e de Hong Kong que pensam emigrar para outras regiões devido às coisas sem sentido que têm acontecido aqui nos últimos anos, tal como a política da covid-19”. “No último ano foi tudo muito absurdo e muito sem sentido. Muitas pessoas deixaram a cidade, e o filme é sobre isso, embora não tenha abordado essa ideia de forma directa. Resolvi representar isso no filme de forma abstrata, onde as personagens têm comportamentos que vão revelando [essa vontade de fuga]”, adiantou. Vincent Hoi confessou que ele próprio se sentiu “encurralado e preso em Macau nos últimos três anos”. “Não saí do território para lado nenhum, nem mesmo para a China. Sobretudo no ano passado, quando se deu o surto no Verão, vivemos numa espécie de quarentena em que mal podíamos sair para a rua. Nessa altura pensei seriamente em ir embora de Macau.” Vincent Hoi é bastante crítico pela forma como as autoridades lidaram com a pandemia. “Em todo o mundo, a partir de certa altura, a pandemia deixou de ter um grande impacto nas pessoas, mas em Macau foi uma coisa enorme, absurda. Penso que foi uma forma do Governo controlar as pessoas. Senti que a minha liberdade me tinha sido tirada. É o sentimento de termos a liberdade pessoal controlada pelo Governo, que entende que o vírus é muito perigoso e depois já não é. Penso que são medidas de teor político e não têm nada a ver com a ciência.” Duas personagens Na primeira abordagem sobre a forma de realizar “Sea of Exodus”, Vincent Hoi pensou em desenvolver o projecto completamente sozinho, quase sem orçamento. Mas depressa percebeu que o filme estava a tomar outro rumo, tendo acabado por contratar dois actores, um director de fotografia e um produtor. “Decidi colocar apenas um actor e uma actriz no filme, e cada personagem representa algo. A personagem masculina representa a autoridade, enquanto a personagem feminina representa esse sentimento de vontade de fuga. No início do filme revelo a autoridade, com a personagem feminina a pensar em formas de escapar de tudo aquilo.” Vincent Hoi não sabe ainda quando é que o filme vai ser exibido, pois ainda falta terminar a edição e percorrer o habitual caminho dos apoios e candidatura a eventos para que este seja apresentado ao público. Acima de tudo, “Sea of Exodus” não é um filme para “grandes festivais de cinema”, mas sim para “festivais de cinema independentes de Hong Kong, Taiwan ou Japão” ou para o mercado cinematográfico local. Neste momento, o realizador está na fase de edição.