Andreia Sofia Silva EventosSunny Side Up lança disco sobre Fernando Pessoa [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se “Pessoa” e é o novo trabalho da banda Sunny Side Up, composta pelos músicos Tomás Ramos de Deus, Filipe Fontenelle e Miguel Andrade. Ao HM, Filipe Fontenelle fala de um disco composto por dez canções, todas elas feitas a partir de poemas do poeta português Fernando Pessoa. “Na sequência do primeiro disco que fizemos, ‘Tributo a Macau’, esta foi uma proposta que a gente quis fazer aproveitando a data que ia ser assinalada este ano, dos 80 anos da morte de Fernando Pessoa. Aproveitamos para fazer uma escolha de poemas que gostássemos e fizemos um disco com dez poemas, todos compostos pela banda”, disse o músico. O público poderá ouvir canções em Português e também Chinês. A versão traduzida foi feita com base em livros cedidos pelo Instituto Cultural (IC) e com o trabalho do departamento de Português da Universidade de Macau. Da selecção “Fomos procurar em toda a obra do Fernando Pessoa e fomos escolhendo os poemas que gostássemos, ou que pudessem ficar melhor musicados. Às vezes havia poemas muito curtos, com um verso apenas, que iria ter mais parte instrumental, e quisemos dar ênfase à poesia e à palavra. Temos alguns temas que ficaram fora do disco, que vão ser apresentados ao vivo, mas o espectáculo vai ter cerca de uma hora e meia e o disco tem apenas dez músicas. Foi um processo natural e levou alguns meses a preparar”, explicou Felipe Fontenelle. O concerto de que fala o músico servirá para apresentar oficialmente o novo trabalho dos Sunny Side Up e irá decorrer no Teatro D.Pedro V a 27 de Novembro. Os bilhetes já se encontram à venda e custam cem patacas. Quanto ao álbum “Pessoa”, estará disponível em formato digital no iTunes e em formato físico na Casa de Portugal em Macau, entidade que apoia o projecto.
Leonor Sá Machado EventosThis is My City | Conferências, cinema e cabaret no fim do mês [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] This is My City (TIMC) está aí à porta e promete uma série de actividades para todos os gostos. Até meados de Dezembro, a população vai poder assistir a sessões de cinema ao ar livre, a palestras inovadoras e participar numa conferência sobre Economias Criativas ou numa concentração de fotógrafos. Entre as actividades está, de acordo com o organizador do evento, Manuel Correia da Silva, a conferência com enfoque nas Economias Criativas. Esta é, para o designer, “a que mais vale a pena destacar”. Questionado sobre o conteúdo da iniciativa, Manuel Silva explica que “vai bastante além do design e da arquitectura de uma cidade”, abrangendo áreas como a Política ou a Economia que gerem o território. O TIMC apresenta assim Charles Landry ao público, um renomado escritor e especialista desta área, que em 1978 abriu a sua empresa de consultoria, Comedia. Esta foca-se na relação entre cultura, criatividade e a transformação das cidades. Landry corre o mundo dando conselhos e sugestões aos seus governos sobre como dinamizar o espaço urbano. Vão ainda estar presentes outros especialistas de Hong Kong, Macau e Shenzhen. A palestra, organizada em conjunto com o Centro de Estudos Europeus, também vai dar atenção ao caso de Macau. “Para situar a conversa no local onde estamos, também teremos oradores de Macau, Hong Kong e Shenzhen, pelo que achámos que seria interessante também juntar um grupo de pessoas do Porto”, explica. É que a cidade portuguesa é, como esclarece Manuel Silva, “cidade-irmã” da RAEM, pelo que se quer “explorar mais esta parceria”. Desenvolver, pensar, fazer e investir são os quatro painéis desta sessão, que tem lugar às 10h00 de 8 de Dezembro, no Centro de Design de Macau. Concentrações várias Tudo começa no Albergue SCM, a 24 de Novembro. Os horários ainda vão ser anunciados, mas o TIMC conseguiu trazer o projecto Pechakucha a Macau, que permite a apresentação de um sem número de temas com uma regra: cada orador terá 20 segundos para apresentar cada imagem de uma série de 20, ficando cada apresentação nos cinco minutos de duração. O projecto abrange todos os temas possíveis, desde música, design, urbanismo, fotografia, experiências pessoais e sociais, entre outras. O Pechakucha acontece em alternância com uma mostra de cinema ao ar livre, cuja selecção de curtas-metragens foi feita por António Conceição – conhecido por Kiko –, vocalista da banda local Turtle Giant. Ambas terão lugar das 18h00 às 21h30. O dia 28 reserva-se à “Hackathon”, uma maratona de programadores informáticos cujo objectivo é criar novas formas de facilitar a vida na cidade, de soluções “inteligentes” como aplicações móveis. O mesmo dia acolhe uma concentração de “instagramers”, a Instameet. Pessoas com contas na rede social Instagram vão andar pela cidade com um olho na lente e outro no que se passa à volta. A ideia é captar, através da fotografia, a essência da cidade. O Centro de Design é o ponto de partida e as fotografias serão depois publicadas sobre o hashtag de #TIMCity2015. Da conversa ao cabaret A 3 de Dezembro estreia a mostra Luso Design Show, para a qual a organização convidou uma série de artistas lusófonos, incluindo do Brasil, Angola e Portugal. “Vamos ter marcas muito interessantes”, acrescentou Manuel Correia da Silva ao HM. Dois dias depois, estreia na cidade um espectáculo que conta com a mestria de Inês Trickovic e se passeia pelas margens de Macau. Trata-se de um cabaret flutuante – já que acontece num barco – com muita dança e música à mistura. Esta é a única iniciativa paga de todo o programa, mas os preços ainda serão anunciados. Finalmente, o TIMC deste ano encerra com a vinda do música e designer angolano Vítor Gama, que vai apresentar um instrumento totalmente original por si criado na Universidade de São José. Chama-se Toha e será apresentado juntamente com a história e experiência de Gama neste mundo. O TIMC tem trazido várias iniciativas internacionais ao longo dos últimos anos.
Andreia Sofia Silva EventosPaulo Senna Fernandes participou na China Fashion Week [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] estilista local Paulo de Senna Fernandes voltou a participar em mais uma edição da Semana da Moda da China (China Fashion Week), tendo levado uma delegação de 26 profissionais do sector. Segundo o estilista, “foi muito importante estar presente neste evento internacional” devido à oportunidade de se ter uma boa colaboração com Pequim. “A indústria de Moda não pode ser ignorada e deve ter mais apoios. Macau precisa de ter mais exposições e desfiles de estilistas, tudo isso para atrair mais compradores e jornalistas. Espero que no próximo ano a Feira Internacional de Macau (MIF) possa trazer mais consumidores de Moda e jornalistas”, frisou. O estilista, presidente da Associação Moda de Macau, defendeu que o território precisa de uma academia de Moda. “Ter uma academia de Moda em Macau seria bom para trazer professores famosos, porque podem dar uma grande ajuda aos futuros estilistas, que terão mais oportunidades de competir lá fora. A Associação Moda de Macau está à procura de apoios monetários, mas não quer apenas ter esses apoios, mas sim mostrar ao Governo que a Associação está a colaborar e a desenvolver a indústria da Moda”, revelou. Paulo de Senna Fernandes considera ainda que deveria ser um dos membros do Conselho para as Indústrias Culturais. “Após dez anos em silêncio, penso que este é o momento certo para exigir um lugar no Conselho para as Indústrias Culturais para poder apresentar as minhas ideias, porque não quero ver a continuação do atraso da Moda em Macau”, apontou num comunicado enviado ao HM.
Andreia Sofia Silva Eventos MancheteLivros do Oriente lança biografia de Roque Choi Cecília Jorge e Rogério Beltrão Coelho ultrapassaram várias dificuldades para trazer a biografia de uma das personagens mais conhecidos na história de Macau. “Roque Choi – Um homem, dois sistemas” vem, sobretudo, “dar um contributo” para que se conheça um homem que sabia bem das culturas portuguesa e chinesa [dropcap style=’circle’]R[/dropcap]oque Choi faz parte daquele grupo de homens da velha Macau que viu tudo o que havia para ver neste pequeno território, desde conflitos como o “1,2,3”, nos anos 60, ao período fascinante do comércio do ouro ou do nascer do Jogo. Contudo, este empresário e político, falecido em 2006, não tinha ainda uma biografia mais completa sobre a sua intensa vida. Esse vazio foi agora quebrado graças aos jornalistas Cecília Jorge e Rogério Beltrão Coelho que, com a editora Livros do Oriente, publicaram a obra “Roque Choi – Um homem, dois sistemas, apontamentos para uma biografia”, a qual será lançada oficialmente na próxima segunda-feira, dia 16, na Fundação Rui Cunha (FRC). Ao HM, Rogério Beltrão Coelho fala do trabalho sobre uma “figura ímpar”. “Não só era uma figura mediadora como era uma figura que funcionava tranquilamente e com uma grande consistência, quer junto da comunidade chinesa quer junto da comunidade portuguesa. Era um homem que conhecia profundamente as duas culturas e quando traduzia ou intermediava jogava com esse conhecimento que tinha.” Além de apresentar a vida de Roque Choi, o livro contém ainda uma entrevista inédita feita pelo jornalista português José Pedro Castanheira, dando também a conhecer as vidas de outras personalidades com quem Roque Choi se cruzou, como é o caso de Pedro José Lobo. Há ainda espaço para diversos testemunhos de pessoas próximas, como Abílio Dengucho, Anabela Ritchie ou Carlos Monjardino. “Quem conheceu Roque Choi, ou quem com ele conviveu, vai lembrar-se de algumas particularidades e vai deparar-se com elementos que não conhecia. Quanto às novas gerações, muita gente não sabe sequer quem é Roque Choi e vai ficar a conhecê-lo. Acho que é um contributo interessante, porque para além dele, no livro fazem-se pequenas mini-biografias de cerca de 30 personalidades de Macau dos últimos cem anos”, explicou Beltrão Coelho. Das burocracias Chegar às informações da vida de Roque Choi não foi fácil. A pesquisa junto do Boletim Oficial (BO) acabou por ser, muitas vezes, a única via, mas também a mais difícil, dado que foi invocada várias vezes a Lei de Protecção dos Dados Pessoais. “Uma coisa é proteger a intimidade na actualidade, outra coisa é não possibilitar a consulta de documentos com 50 anos e que são oficiais. Todo o percurso de uma determinada pessoa, num serviço público, pode constar no processo nesse serviço. E aí é vedado o acesso. Todos os movimentos de um funcionário público estão no BO (risos). Mas dá dez vezes mais trabalho e não faz o mínimo sentido. Numa das vezes que nos foi recusado [o acesso] e com um parecer jurídico… mas enfim, conseguiu-se ultrapassar essa situação. Mas o facto é que não há um entendimento prático e lógico do que é a protecção dos dados pessoais”, criticou Beltrão Coelho. Defendendo que a biografia vem “dar um contributo”, por conter “muita informação, em muitos casos curiosa”, Rogério Beltrão Coelho diz, contudo, que não está prevista a tradução para Chinês. “A nossa editora funciona em Português. Não é nossa tradição publicar em Chinês, os livros têm de ser feitos para um determinado mercado e nós não entramos no mercado chinês. Mas se alguma entidade quiser traduzir, considero que faz todo o sentido”, concluiu.
Joana Freitas EventosVenetian | Tap Dogs enchem casa e falam do percurso do primeiro grupo inteiramente americano Chegaram a Macau para uma semana de espectáculos, naquela que foi a sua primeira vez num território que alguns apelidam de “Havai” e outros de “pequena Las Vegas”. Os Tap Dogs são um grupo de dançarinos, homens, que enchem o palco com movimentos de sapateado durante uns longos 80 minutos. Na sala do Venetian, onde actuaram até domingo, falaram sobre o percurso do grupo, pela primeira formado apenas por americanos [dropcap style=’circle’]É[/dropcap]um espectáculo de dança, mas mais do que isso. É também uma espécie de teatro. E uma espécie de espectáculo de rock. O show dos Tap Dogs conseguiu encher a plateia do Teatro do Venetian, durante uma semana de espectáculos que durou até ao passado domingo. Chris Erk, o “capitão” que comanda o estaleiro de obras onde dançam os Tap Dogs, fala de uma experiência única na China, onde o grupo fez uma tour que terminou aqui no território. “Na China parece que guardam as reacções para os grandes momentos. Focavam-se no espectáculo imediatamente depois a haver um grande clímax, que fazia as pessoas reagir. Também houve lugares em que andavam crianças a correr de um lado para o outro e havia barulho na sala, mas tudo foi uma experiência nova. Ajudou-nos muito a ver quais os momentos do show que as pessoas mais gostam”, começa por contar ao HM Chris Erk, o mais velho dos Tap Dogs – tem 34 anos e faz do espectáculo a sua casa há mais de uma década. “O espectáculo está feito para que vá sendo cada vez mais fascinante à medida que avança”, explica ainda. Isso mesmo ficou comprovado depois da primeira actuação: cá fora eram muitas as críticas positivas a um espectáculo que fica marcado por um cenário de estaleiro de obras e muita, muita variedade. Desde sapateado em estruturas de metal suspensas, a dança onde a água é o principal elemento e até sapateado de cabeça para baixo, o espectáculo engloba só homens, cada um com um talento especial. “O do Anthony [Russo] é o de aparecer e fazer as senhoras ficarem malucas”, brinca Chris, referindo-se ao segundo no comando dos Tap Dogs. Além de Chris e Anthony, fazem ainda parte do espectáculo Richie Miller, Justin Myles (o mal comportado), Aaron Burr (para quem a dança é sinónimo de funk), Jacob Stonebraker (o “miúdo”, mais novo do grupo) e Kurt Csolak e Philip Russo, os duplos que “sabem todas as posições dos colegas”, no caso de precisarem de entrar em acção por causa de acidentes. “Pela primeira vez”, todos os que fazem parte do show são americanos – uma alteração ao grupo original que começou com o coreógrafo australiano Dein Perry e que sempre contou com dançarinos do país dos cangurus. “O criador do show trabalhava em metalurgia, mas também tinha aulas de dança e sapateado. Eventualmente, percebeu que gostava mais de trabalhar em teatro do que no que fazia e, então, criou o seu próprio espectáculo”, explica ao HM Chris Erk. “Daí que, tanto o cenário, como o próprio show tem uma vibe de trabalho árduo, onde trabalhamos como cães, daí o nome.” E, de facto, tudo é pensado ao pormenor. Até as botas utilizadas são de uma marca famosa na Austrália de calçado de trabalho, a Blundstone. Dança como vida Com membros com idades que vão dos 22 aos 34 anos, a equipa dos Tap Dogs é composta por dançarinos formados em diferentes estilos de dança. O ballet, contudo, é um denominador comum. Tal como a tenra idade com que começaram a dar os primeiros passos na dança. “Desde os dois ou três anos que faço sapateado, mas o meu background é ballet e jazz. É o caso de muitos de nós”, começa por nos dizer Justin. “Isso reflecte na coreografia, ajuda-nos no equilíbrio. Se não tivéssemos esse background caíamos de cara no chão.” Richie nem sequer queria dançar. Era mais virado para o desporto, até que foi “arrastado para a dança”, como nos conta. “Via a minha irmã nas aulas de dança e, quando ela saía, eu dizia-lhe ‘fizeste mal aquele movimento’ e mostrava como se fazia”, diz-nos, a rir. “O que aprendemos nas aulas de dança é utilizado no show, mas sempre que subimos ao palco aprendemos mais e mais. As coisas mudam e progridem.” Todos têm o seu caminho individual, algo que agrada a Chris, devido à diversidade que isso traz ao palco. Além da dança, artes marciais, natação, ski e outros desportos mais radicais são também parte do processo. Há também músicos, como é o caso de Justin Myles e Anthony Russo. Macau de prazeres A confiança mútua, bem como a amizade, são as bases para um espectáculo que começou em 1995 e já viu mais de uma centena de dançarinos diferentes fazer quase a mesma coreografia. Todos sabem montar e desmontar o cenário, algo que é, aliás, feito durante o próprio show e todos se dão “como irmãos”. Mas, apesar do sexo masculino estar maioritariamente presente há duas jovens mulheres, que dão música aos Tap Dogs. Literalmente. Noriko Terada e Nerida Wu são as duas bateristas e multi-instrumentalistas que acompanham os “cães” e que, em Macau, se sentiram “muito bem” e que tudo foi muito divertido. E o mesmo dizem os outros. “Macau é lindo, é como uma pequena Las Vegas”, atira um dos Tap Dogs. “É selvagem”, ri outro. “Faz-me lembrar o Havai, por causa de ser uma ilha no meio de tanta outra coisa.” Durante mais de uma semana alojados no território, os Tap Dogs tiveram tempo para passear e ver espectáculos. “Acho que tem um equilíbrio muito bom entre os resorts mais modernos e o que é mais antigo, como a vila da Taipa”, conta-nos Chris. “É refrescante: se quisermos relaxar na piscina, podemos. Mas se quisermos sair e misturar-nos com a cultura local, também o podemos fazer.” Para Jacob é tudo ainda mais novo: nunca tinha entrado num casino. E o mais novo do grupo quase que não o conseguia, já que acabou de fazer 22 anos. Anthony adorou a “noite das mulheres do Bellini”, mas assegura – enquanto ri – que “só por causa da banda”. Daqui, os Tap Dogs partiram “satisfeitos” e o mesmo diz quem viu o espectáculo do Venetian. “Foram fantásticos e ainda por cima são lindos de morrer”, disse, no final do show, Ana Isabel ao HM. A portuguesa não foi a única a comentar “o talento incrível e a rapidez” dos dançarinos. “Foi espectacular. Tudo está incrivelmente bem montado”, disse Alan, outro dos espectadores ao HM. “Espero que regressem.”
Hoje Macau EventosMoçambique | História do Parque de Gorongosa na Torre de Macau [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]história e a recuperação do Parque Nacional da Gorongosa, a principal área protegida de Moçambique, que viu quase 90% da sua fauna dizimada após o fim da guerra civil, em 1992, estarão em exposição em Macau este mês. A iniciativa é da Associação dos Amigos de Moçambique em Macau, que desenvolveu a exposição, em cooperação com a direcção do Parque Nacional da Gorongosa (PNG), explicou ontem à Lusa o vice-presidente da Associação, Carlos Barreto. Entre 14 e 29 de Novembro, estarão em exposição na Torre de Macau um conjunto de fotografias e filmes fornecidos pelo PNG, que a Associação apresenta como sendo “talvez a maior história de restauração da vida selvagem em África”. Os filmes em exibição integram dois sectores, um deles formado por pequenas metragens, de um a dois minutos. O segundo integra filmes mais longos, de até 25 minutos. Em qualquer caso, tratam-se de imagens e filmes que explicam o que é o parque e as actividades de recuperação que estão em curso. “Pretende-se dar a conhecer a história do parque, estabelecido em 1924 no centro de Moçambique, a vida selvagem, a preservação do meio ambiente, as novas espécies descobertas entretanto e desconhecidas até à data e a integração das comunidades no projecto de restauração deste paraíso”, explicou a Associação dos Amigos de Moçambique em Macau, num comunicado. Carlos Barreto sublinhou que está em causa um projecto com uma “imagem muito positiva” e lembrou que Macau pretende afirmar-se como uma plataforma para o estreitamento das relações entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Neste contexto, a associação considerou que seria “interessante” levar até à região chinesa um “aspecto” que não está propriamente relacionado com as relações comerciais e económicas, mas que é “muito importante” e pode, por outro lado, ajudar a desenvolver essas relações. A entrada na exposição é gratuita e, para já, está garantida a visita de perto de mil alunos de escolas de Macau. Fauna em recuperação Em 2005, o Governo moçambicano assinou com a fundação do filantropo norte-americano Gregory Carr uma parceria por vinte anos com vista à recuperação da área protegida. Numa entrevista à Lusa em Outubro, o director do PNG, Mateus Mutemba, disse que a fauna parque está “em franca recuperação”, contando agora com quatro mil espécies, algumas novas para a Ciência. Segundo o director do PNG, a população de elefantes registava menos de cem animais no pós-guerra e está agora estimada em mais de 500, os búfalos, que chegaram a ser 14 mil em 1972, caíram para 60 em 2000 e são agora mais de 600, tornando-se “muito frequente vê-los nas planícies da Gorongosa em manadas de cem indivíduos”. A população de pivas subiu de 3500 para 35 mil e a Gorongosa acolhe a maior população desta espécie de grande antílope em África. Os pala-pala são agora 800 e as próprias impalas sofreram “uma recuperação visível” e já abundam no parque. “Fizemos também a reintrodução de elandes, búfalos, bois-cavalos, alguns hipopótamos e elefantes, para ter melhoramento genético, e registamos com satisfação que, associadas ao ritmo de recuperação natural de algumas espécies, já contribuem para que haja mais diversidade”, referiu o director do parque. Salientando que o PNG nunca tinha sido muito estudado, Mateus Mutemba disse que três levantamentos de biodiversidade foram realizados desde o início do projecto de restauro e que identificaram cerca de quatro mil espécies, algumas das quais inéditas.
Leonor Sá Machado EventosMAP | Iniciativa chega ao fim com mais de 1700 participantes [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Macau Architecture Promenade (MAP), projecto desenvolvido pela BABEL desde final de Outubro até início deste mês, contou com a participação de 1700 pessoas, número que deixa a organização confiante para uma próxima edição. Este ano marcou a estreia da iniciativa, que contou com 38 actividades para miúdos e graúdos por essa cidade fora. Entre workshops, actividades para famílias, visitas e tours, exibição de filmes, exposições e palestras, Macau ficou, por uns dias, mais colorida. Só no playLAND – intervenção dos Like Architects no espaço do Centro de Ciência de Macau – teve lugar durante dois dias e a presença de mais de 500 crianças. O projecto Bodies in Urban Spaces contou com 1200 partilhas só no WeChat e 18 mil visualizações no Facebook. Mais de sete mil pessoas partilharam fotografias da experiência que teve lugar pelas ruas. No cômputo geral, foram mais de 36 mil as visualizações dos conteúdos digitais da MAP entre os dias 10 de Outubro a 5 de Novembro. Entre os países que mais acederam estão Portugal e Macau, mas também Hong Kong, Reino Unido, Suíça, Alemanha, Espanha e Brasil. “O MAP partiu de um mapeamento dos recursos culturais existentes procurando articula-los de forma inovadora e criativa”, refere a organização. De entre uma série de objectivos conseguidos, a BABEL foi mais longe e conseguiu permitir que o Treeplets, de João Ó e Rita Machado, fique no campus da Universidade de Macau (UM) até final de Novembro, “em reconhecimento do trabalho concluído”. No programa total estiveram integrados 30 artistas locais e internacionais, com colaboração de 40 organizações públicas e privadas, de universidade a infantários, de associações culturais e desportivas a museus.
Leonor Sá Machado Eventos MancheteDesfile por Macau Cidade Latina cria caça ao tesouro em Dezembro [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] festa “Desfile por Macau, Cidade Latina” realiza-se este ano a 6 de Dezembro e tem como tema principal a caça ao tesouro, contando com a participação activa de artistas locais como Eric Fok ou Lam Ieong Kun. Esta é já a 16ª edição da iniciativa e para a caça ao tesouro – que vai mesmo acontecer – estão já inscrito 50 grupos artísticos com um total de 50 participantes. “Os grupos locais responderam com entusiasmo ao convite (…) apresentando espectáculos que vão desde a ópera cantonense à mímica, teatro e magia e da música às artes marciais, às danças tradicionais e orientais”, define o comunicado do Instituto Cultural, entidade organizadora do festival. De regresso ao território estão os franceses Plasticiens Volants, que “enriquecem” a cidade com balões gigantes. A eles junta-se o grupo português Caretos de Podence, que usam “roupas antigas, máscaras e chocalhos para criar personagens fantasmagóricas”. Também de França chegam os Herbert’s Dream, com uma performance em andas, com quatro metros de altura. De Henan actua o Grupo de Artes Tradicionais de Luyi, mostrando “a cultura taoista e tradicional” daquela zona. O Desfile por Macau, Cidade Latina conta ainda com performances do grupo da Indonésia Reyog Moncar Mangala Surakarta com a dança típica solo e “um monumental guarda-roupa”, da banda de Hong Kong Vigor Marching, do grupo mexicano Danza Azteca e do Grupo de Carnaval das Caraíbas de Guadalupe. Há ainda espaço para espectáculos de marionetas e outros que tal. Mote do ano O lema para a edição deste ano é o de espalhar os conceitos de “paz, amor e integração cultural” pela cidade e de celebrar, como em anos passados, a transferência de soberania da RAEM. O objectivo é que o VIVA – mascote oficial do evento – consiga liderar “os cidadãos mais corajosos de Macau e além-fronteiras” para seguir as pistas indicadas e “conquistar uma energia misteriosa”. Como, ainda não se sabe, mas será certamente uma festa em grande. O intitulado desfile arranca das ruínas de S. Paulo e termina, como na edição anterior, na praça do Tap Seac por volta das 17h30. A rota inclui três cenários distintos de decoração da responsabilidade de artistas locais. O primeiro intitula-se “Reunião para a Festa”, com motivos marinhos e ligados à vida no mar, o segundo cenário dispõe de uma “energia misteriosa” com personagens criados para o efeito, às quais se juntam “bactérias loucas” e cheias de cor. Finalmente, a terceira e última etapa ilustra o lema deste ano: “paz, amor e integração cultural”. Nas ruas Sanches de Miranda e D. Belchior Carneiro, a organização prepara-se para instalar bancas de pinturas faciais para que os espectadores interessados possam melhor integrar-se no conceito de mascarados e carnaval que tanto caracteriza este festival.
Andreia Sofia Silva EventosSexta edição do Salão de Outono inaugurada este sábado [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] sexta edição do Salão de Outono vai ter componentes muito diversas. O evento promovido pela Fundação Oriente (FO) e Art for All Society (AFA) traz jovens artistas que estão a dar os primeiros passos na carreira e revela novos trabalhos de autores já consagrados. Depois, há ainda uma aposta na arte figurativa. “Este ano temos muitos jovens artistas, e a maior parte deles apresenta trabalhos de pinturas, mais figurativas do que abstractas. Ao nível da pintura, sempre tivemos pinturas mais abstractas, mas agora vemos uma tendência para o figurativo”, explicou ao HM Alice Kok, presidente da AFA e curadora do Salão de Outono. Ao todo, o espaço da FO acolhe, a partir deste sábado e até ao dia 28 deste mês, 62 obras de 29 artistas, seleccionadas a partir de um processo de candidatura ocorrido em Julho, e incluem pintura a óleo, aguarela, desenho, fotografia ou vídeo, entre outras vertentes da arte. Para Alice Kok, este é o ano em que o Salão de Outono vê a sua maturidade chegar. “Acredito que o público vai gostar mais dos trabalhos deste ano. Todos os anos o Salão de Outono vai ficando cada vez mais maduro, e os artistas de Macau também estão mais maduros, e também com mais experiência de mercado. Um grande objectivo do Salão de Outono é tentar promover os artistas em termos de vendas de trabalhos. Do meu ponto de vista os trabalhos estão muito bons”, contou ao HM. Ana Paula Cleto, delegada da FO em Macau, frisa que a adesão ao Salão de Outono não tem diminuído, tanto da parte do público como dos artistas candidatos. “Este ano vão aparecer alguns artistas novos, e dos artistas que já participaram noutras edições, nota-se que há uma renovação do trabalho. Às vezes o artista vai trabalhando sempre no mesmo tema, e o que se nota neste Salão de Outono é que os artistas que já participaram nos anos anteriores este ano surgem com propostas diferentes”, frisou ao HM. “Diria que este é um evento que reúne, e é algo que me dá uma satisfação particular, gente das mais diversas comunidades. Há uma adesão enorme da comunidade chinesa e também da portuguesa. É talvez o evento de arte que consegue congregar de forma feliz essas duas comunidades predominantes”, disse ainda Ana Paula Cleto. Se na primeira edição do Salão de Outono trouxe alguns artistas de renome, como Carlos Marreiros ou Mio Pang Fei, a aposta é cada vez mais apostar em nomes novos. “O que temos vindo a fazer é tentar promover e fomentar o interesse pela participação neste evento e o objectivo é projectar os artistas locais. No início tivemos como convidados nomes já bastante conceituados no mundo artístico de Macau, mas o objectivo é projectar nomes novos”, explicou Ana Paula Cleto. Modelo mantém-se Os trabalhos expostos no Salão de Outono poderão ser visitados diariamente, e de forma gratuita, entre as 10h e 19h, contando com o apoio da Secretaria dos Assuntos Sociais e Cultura do Instituto Cultural (IC). Sempre com a promoção do trabalho dos artistas mais jovens em mente, os organizadores do Salão do Outono estão contentes com os actuais moldes em que o evento se realiza e não perspectivam, a curto prazo, mudanças. “Podemos sempre fazer uma expansão para uma espécie de feira de arte. Mas actualmente, e tendo em conta a situação do mercado, ainda temos muito a fazer em termos de coleccionadores e apreciação dos trabalhos por parte do público. Em termos do espaço de exposição, temos vindo a colaborar com a FO e estamos muito satisfeitos com o espaço”, disse Alice Kok. Com financiamento da FO, mas também da AFA, graças aos subsídios concedidos pelo Governo, Ana Paula Cleto considera que “os apoios (para o Salão de Outono) têm sido suficientes até à data”. “Até ao momento achamos que o Salão de Outono está bem desenhado, e não sentimos necessidade de o transformar numa outra coisa. Mas não quer dizer que daqui a um ano ou dois, até numa perspectiva de renovação, que não se perspective um Salão de Outono de Macau”, rematou. Também no sábado será conhecido o resultado do “Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas”, sendo que o vencedor poderá visitar Portugal durante um mês, ficando numa residência artística, para além de ganhar 50 mil patacas. Segundo a FO, “as residências dos artistas anteriores foram muito bem sucedidas e os artistas tiveram a oportunidade de visitar diferentes museus, instituições de arte e de contactar artistas portugueses. A residência em Portugal proporcionou-lhes uma interacção enriquecedora com artistas plásticos portugueses e contribuiu de forma significativa para o seu processo criativo”.
Flora Fong EventosArmazém de Boi | Festival de Vídeo Experimental de Hong Kong em Macau O Festival de curtas-metragens de Hong Kong EXiM volta ao território entre os dias 13 e 15 deste mês para, define a organizadora, fazer com que as pessoas reflictam. No grande ecrã estarão filmes sobre sexo, o Occupy Central e violência doméstica [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]exo, género, sociedade e arte são os temas principais do Festival de Vídeo Experimental de Hong Kong (EXiM), que abre portas a 13 deste mês no Armazém do Boi. Com entrada gratuita, o festival começa com a exibição de “Arte e Sociedade”, às 19h00. A peça aborda a temática do Occupy Central, um movimento que teve lugar na região vizinha em defesa do sufrágio universal nas próximas eleições para o Chefe do Executivo. A organizadora do festival, Bianca Lei, vai juntar-se a duas artistas, Phoebe Man e Linda Lai, e um produtor musical, para trazer a iniciativa até Macau. “Para organizar um evento sobre a arte de Hong Kong em 2015, não nos podemos esquecer da Revolução do Guarda-Chuva, que aconteceu no ano passado”, começou a artista por explicar. “Este movimento foi a inspiração para muitas obras de arte, os cidadãos expressaram as suas solicitações de forma artística”, continuou. Muitos dos filmes, explica Lei, “transmitem uma mensagem polícia muito intensa”. Este, no entanto, “é mais abstracto”, pelo que dá mais espaço ao público para pensar. “A arte é também um processo de reflexão”, explicou a artista Phoebe Man no site do festival. Da manif ao amor No próximo sábado, serão apresentadas duas curtas-metragens às 16h00 e às 20h00, respectivamente. A primeira foi realizada pela artista Linda Lai, que considera a arte de vídeo uma ligação preponderante, que activa o mundo e a vida. Chama-se “Espectáculos Críticos, Visões vagueadas” e o trabalho final consiste na selecção de mais de dez obras realizadas por estudantes do Instituto de Media Criativos de Hong Kong. Fazem parte da curta “elementos banais” e paisagens que juntas constituem um discurso acerca da sociedade cultural. “Uma parte do vídeo relata o espaço estreito da cidade de Hong Kong, que ultrapassa o limite de movimento do corpo humano, que sente estar preso numa gaiola”, explica Lai no mesmo website. O dia de sábado integra três outras peças de vídeo da mesma autora, incluindo “Não Espaço/Outro Espaço”, que mostra a evolução das cidades de Macau e Hong Kong durante os últimos nove anos. Através de curiosas imagens, cores e elementos sociais e do ambiente citadino, mistura as duas ambiências. O segundo filme, intitulado “Doors Medley”, tem uma particularidade: foi filmado recentemente, mas usa técnicas muito frequentes da década de 60 de obras de cinema cantonês. Fala de portas a abrir e fechar e cenas de amor entre namorados. O “In The House, The Flat (aka La Casa 1-2)” captou a decoração e bens dentro de um domicílio, através de conversas entre familiares, tenta passar cá para fora a vida em comunidade e a privacidade que o lar oferece. No último dia do festival, que encerra a 15 de Novembro, serão exibidos no Armazém do Boi oito vídeos de Phoebe Man. A sessão de cinema tem início às 15h00 de domingo e focam histórias sobre sexo, humor e questões sociais polémicas. “Tenho interesse em questões sociais como são a violência doméstica, conforto da Mulher, problemas de habitação e outros que serão expostos nos vídeos”, começou a artista por dizer. “Em termos de técnica e estilo, confesso que gosto de filmar cenas de sexo na cama com métodos de cinema que enalteçam os corpos”, confessa. O EXiM encerra com um concerto audiovisual do artista convidado de Hong Kong, Choi Sai Ho. É a partir das 20h00 de domingo que o público poderá assistir a um espectáculo multimédia com recurso a sons, imagens e canções originais do próprio autor.
Leonor Sá Machado Eventos MancheteClockenflap | Damien Rice, New Order e Nouvelle Vague na linha da frente [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hegou aquela altura do ano. Macau muda-se para a cidade vizinha no final de Novembro. O festival de música e artes Clockenflap tem visto crescer a sua legião de fãs a passos largos enquanto talha o caminho até aos grandes nomes da música internacional. Este ano traz a Hong Kong, entre os dias 27 e 29 deste mês, os artistas Damien Rice, New Order, Nouvelle Vague e muitos outros. Tal como em qualquer festival, quer-se uma multidão variada todos os dias e por isso espalham-se os nomes sonantes por sexta-feira, sábado e domingo do festival. Nouvelle Vague A presente edição cumpre o mesmo formato da do ano passado, com uma programação de actividades dedicadas à família e uma preocupação especial com o meio ambiente e o lifestyle que se quer criado naquela zona da cidade. Regressando ao Distrito Cultural de West Kowloon, o Clockenflap está mais caro que em ano anteriores, com preços à entrada entre os 980 e os 1020 dólares de Hong Kong para um dia e os 1940 dólares de Hong Kong para o passe dos três dias. O recinto costuma abrir depois de almoço e os concertos acontecem até às 01h00 da manhã. Um cartaz interessante O cartaz deste ano apresenta-se cheio de conhecidos nomes da música internacional. Não é que Hong Kong não tenha já sido palco para uma série de bons concertos de rock, indie, clássica, heavy metal e house, mas estarão vários destes reunidos num mesmo espaço. No website ainda não se percebe se são apenas dois ou mais palcos, mas a julgar pela quantidade de actuações, ou estarão ambos sempre cheios, ou espalhados por vários outros espaços. Confirmados estão já os New Order, banda inglesa de rock – formada pelos antigos elementos dos Joy Division – dos anos 80 e que ainda hoje cumpre uma carreira sólida de aliar a música electrónica ao new wave. New Order Numa onda bastante mais calma e melancólica está Damien Rice, o cantor irlandês que ficou conhecido pela original Blower’s Daughter. O e 9 são dois nomes peculiares, mas os escolhidos para álbuns do artista, que deixou de lançar discos em 2006, mas continua a fazer furor nas bandas sonoras de séries televisivas e filmes. Esta parece também ser uma edição de homenagem ao rap e ao hip hop, com dois ou três nomes sonantes deste estilo. São eles Mr. Scruff, Blackalicious e Skatalites. Gui Boratto completa a tabela de DJ internacionais. O artista brasileiro já está a dar que falar no território. A adoçar a lista de actuações está Nouvelle Vague, o colectivo de jovens francesas que mistura bossa nova com indie. O nome? Adaptaram-no de uma das vagas do Cinema Francês. Com seis álbuns cá fora e mais um a sair do forno, preparam-se para mostrar o que França tem de melhor. Chic and Nile Rodgers, The Hinds, Clean Bandit, Julia Holter, Rachael Yamagata e Sun Kil Moon são outros dos nomes presentes este ano. Sempre a crescer As três primeiras edições eram compostas apenas por bandas locais e do Reino Unido, mas em 2011 a organização conseguiu reunir um cartaz como nenhum outro. Aos palcos subiram os Bombay Bicycle Club, Benjamin Francis Leftwich, Santigold e outras bandas de Hong Kong. Embora com um cartaz igualmente cheio de artistas britânicos, eram nomes internacionais. A edição do ano seguinte engordou bastante, com Azealia Banks a subir ao palco principal, seguida de Bastille, The Rubens, Alt-J, Primal Scream e Klaxons. Há dois anos, o Clockenflap convidou Marc DeMarco, Franz Ferdinand, Two Door Cinema Club, 2ManyDJS, os locais Turtle Giant, Tegan and Sara ou 1975. Em contraste, em 2014 vieram ao território vizinho Chvrches, The Vaccines, Nitin Sahwney, The Lemonheads, Mogwai, Kool and the Gang e vários outros nomes.
Andreia Sofia Silva Eventos MancheteCinema | José Fonseca e Costa morre aos 82 anos de idade “[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] filme da minha vida será um que nunca fiz. Tive um grande projecto do qual lamento não ter concretizado: a adaptação ao cinema de um livro do Miguel Torga; ‘O Sr. Ventura.” A grande carreira do realizador português José Fonseca e Costa não pode, afinal, deixar para trás uma película que esteve quase para ser rodada na China, com a ajuda de uma produtora de Macau. Fonseca e Costa, falecido este domingo aos 82 anos vítima de uma pneumonia, antecedida de uma leucemia, falou daquele que seria o filme da sua vida numa entrevista concedida em 2003. Mas o realizador Ivo Ferreira recorda o momento em que foi convidado a participar no “Sr. Ventura”. “Conhecia-o desde muito miúdo, e ele convidou-me para trabalhar num filme que ele queria fazer na China. Era o projecto do ‘Sr.Ventura”, e durante muitos anos manteve essa luz acesa. Tentou, de alguma forma, erguer (o projecto) quando houve uma retrospectiva do José Fonseca e Costa em Macau, em 1995, realizada pelo Instituto Português do Oriente (IPOR”)”, contou ao HM. Ivo Ferreira recorda um realizador com uma “atitude menos radical e com uma maior comunicação com o público”, que pertence a uma “segunda geração do cinema português”. No início da década de 70 Fonseca e Costa fazia a sua primeira longa-metragem de ficção, intitulada “O Recado”. A derradeira película ganhou o nome “Axilas”. “Era um cineasta que tinha um feitio muito especial, era muito amado por uns e menos amado por outros. Trabalhou com os actores mais importantes da sua geração. Sei que este último filme foi adiado várias vezes pelo Paulo Branco (produtor) porque ele já estava muito fraco para preparar o filme, sobretudo, e queria manter esta vontade meio louca de querer filmar”, disse Ivo Ferreira. Já Pedro Cardeira, também realizador radicado em Macau, diz não ter conhecido pessoalmente Fonseca e Costa, mas destaca os filmes feitos no período compreendido entre a década de 70 e 80. “É triste ver morrer mais um realizador português do Cinema Novo. Há uma época do cinema dele que gostei muito, que foi a época que vem do final dos anos 70, anos 80, mais rica do cinema de José Fonseca e Costa. Depois caiu um pouco, mas acho que esses filmes eram muito interessantes. Conseguiu um equilíbrio muito interessante entre as origens dele, que vem do Cinema Novo, e o cinema de grande público”, defendeu ao HM. Nova retrospectiva Ivo Ferreira salienta o facto de Fonseca e Costa nunca ter deixado de trabalhar com Paulo Branco. “É curioso, apesar de tudo, ele fazer parte de uma orientação do cinema português, não diria mais comercial mas mais próximo do público, e ter estado com o Paulo Branco em vez de outros produtores que teriam à partida mais apetência para esse cinema”, frisou. O realizador teve vários sucessos de bilheteira e grandes adaptações de romances, como “Kilas, o mau da fita” ou a “A Balada da Praia dos Cães”, do escritor José Cardoso Pires, ou obras de David Mourão-Ferreira. Para Ivo Ferreira, seria bom se Macau voltasse a receber uma retrospectiva dos trabalhos de Fonseca e Costa. “Seria sempre bom, embora fosse triste ser pela sua morte, voltar a ver os filmes deste cineasta”, concluiu.
Leonor Sá Machado EventosBodies in Urban Spaces | Projecto de Willi Dorner encaixa artistas pela cidade Bodies in Urban Spaces, do coreógrafo austríaco Willi Dorner, chega a Macau amanhã. A população vai ver, de manhã e ao final da tarde, pessoas encaixadas, dobradas, empoleiradas e empilhadas, a escalar e a esconderem-se pelos prédios, passeios e degraus da cidade [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]e cabeça erguida ou baixa, a paisagem será sempre a mesma: uma hora de almoço mal chega para saborear a refeição, quando mais apreciar a cidade em que vivemos. É a pensar na percepção visual que as pessoas têm das suas cidades que Willi Dorner, coreógrafo e artista austríaco, desenhou e deu vida ao projecto Bodies in Urban Spaces. A ideia é que o comum transeunte vá acompanhando um roteiro preparado pela equipa e que vá captando as mais estranhas formas de caber por cima de uma porta, na fresta de um corrimão e uma parede ou entre dois prédios. A assistente de Dorner, Esther Steinkogler, está no território para apresentar e coordenar os dois espectáculos da companhia. Estes têm lugar já amanhã: o primeiro acontece às 10h00 e o segundo, às 19h00. Steinkogler estudou Dança em Salzburgo e a sua participação no projecto começou depois de ter sido escolhida pelo coreógrafo para fazer parte da equipa. A ideia destes espectáculos é não só criar arte em espaços exteriores, mas também alterar a percepção das pessoas do ambiente que normalmente as circunda. Outro dos objectivos é “mostrar aos habitantes as restrições” das cidades. Na hora de escolher os melhores locais para se empilharem, escalarem, equilibrarem ou trancarem, Steinkogler menciona que tudo é bem-vindo, desde zonas industriais aos bairros mais antigos, passando pelas áreas modernas. As áreas negligenciadas da cidade também entram nesta equação, porque há vontade de “conduzir a percepção das pessoas para zonas [da cidade] que geralmente não seriam visitadas”. Mas de que forma é isto feito? Steinkogler explica: “medimos o espaço com o corpo humano”, ou seja, ao invés do produto ser criado em função dos seus consumidores, este projecto explora a forma como o ser humano pode fundir-se com os objectos já existentes. A ideia, continua, é despertar mentalidades e olhares de quem por cá vive há algum tempo e deixa de vislumbrar os pormenores da sua cidade para a ver apenas como um labirinto de roteiros. “Como trabalhamos muito em função do ambiente que nos circunda, o que fazemos é sempre diferente”, disse. É de proporção humana A adaptação do projecto a Macau caracteriza-se como desafiante. “Aqui, tudo é megalómano, tirando determinadas zonas da cidade. Para preencher a porta de um casino, por exemplo, precisaria de umas 50 pessoas e isso é impossível”, justifica a coreógrafa. Bodies in Urban Spaces partiu da genialidade de Dorner, quando decidiu passar a trabalhar com a cidade e não dentro de um estúdio. Interessado por Arquitectura e Estética, tem um hábito pouco comum: altera, várias vezes, a disposição dos móveis em casa para “se manter alerta”. Partindo desta estratégia, foi fácil desenvolver o resto. Primeiro, entre estantes e sofás, depois, na rua. O projecto conta com uma equipa de um ou dois coreógrafos – que levam a ideia de Dorner ao local da performance – e artistas locais. “Uma das características é trabalhar com pessoal local, para que haja um intercâmbio”, explica a jovem. Steinkogler tem estado presente em todos os espectáculos. Até agora, foram executados espectáculos na Áustria, França, Alemanha, Austrália, Japão e vários outros países. Interesse acima da obediência A jovem conta alguns episódios peculiares que espelham as características de cada sociedade. É que a reacção da população na Alemanha, Áustria, Reino Unido ou EUA é bastante diferente daquela captada por estes lados. “Não há um senso de obediência tão forte como na Alemanha, por exemplo”, explica. Segundo a co-fundadora da BABEL, Margarida Saraiva, o feedback “tem sido positivo” e tem despertado a atenção de quem passa ou mesmo de quem está em casa e de repente se depara com uma pessoa pendurada na sua janela. No final do primeiro ensaio do grupo, as performances já tinham sido difundidas em mais de mil partilhas no WeChat. “As pessoas estavam curiosas para saber o que era e houve mesmo quem pensasse que uma das performances – um dos dançarinos com a cabeça dentro de uma caixa da CTM – fosse um manifesto contra a lentidão da internet”, conta Margarida, entre risos. O interesse da BABEL em ter o projecto no território é a necessidade de cor nesta cidade. “Macau é uma cidade cinzenta e dourada. Precisamos de cor”, disse. Preocupação inocente Steinkogler explica a diferença: “em alguns países europeus, somos várias vezes abordados com raspanetes e advertências de possível ilegalidade, mas aqui as pessoas mostraram-se curiosas e algumas até preocupadas com o nosso bem-estar”. O único telefonema que um cidadão quis fazer para a polícia foi a pensar na segurança dos artistas. “Queria ligar porque pensou que alguém estava magoado”, confessou a coreógrafa. Estas reacções são, decerto, curiosas e surpreendentes, pensando-se em Macau como uma cidade cinzenta, caótica e cujos passeios estão constantemente lotados. O ponto de encontro para os interessados está disponível na página do evento, que pode ser acedida através da BABEL. As sessões são, naturalmente, gratuitas e exigem algum fôlego para seguir os artistas Macau adentro. Para os mais preguiçosos, aqui fica o ponto de encontro: zona coberta frente aos Lagos Nam Van.
Leonor Sá Machado EventosFestival | Associação local traz arte latino-americana à cidade [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]edição deste ano do Festival de Cultural Latino-Americana espalha-se por Macau e oferece várias actividades deste sábado a 27 de Novembro. É a Associação de Macau para a Promoção do Intercâmbio entre a Ásia-Pacífico e a América Latina (MAPEAL na sigla inglesa) que está responsável pela organização destas iniciativas, que acontecem um pouco por toda a cidade, desde a Torre de Macau à Fundação Rui Cunha. Através da colaboração com uma série de associações, fundações e instituições universitárias, a MAPEAL conseguiu trazer ao território obras do pintor Armando Revéron. Por ocasião do 125º aniversário do seu nascimento, a Associação pretende mostrar “a luz da Venezuela”, nos dias 10, 11 e 12 do próximo mês, no 3º andar da Torre. Nascido em Caracas, Revéron ficou conhecido pelas “bonecas” que pintava e por ter democratizado o estilo impressionista na Venezuela. A obra e vida do autor já foi apresentada no MoMa, museu de arte contemporânea em Nova Iorque. A par disso, será inaugurada, ao final do dia deste sábado, uma exposição de fotografia sobre a América Latina, que fica aberta ao público até 8 de Novembro. É também no próximo mês que abre a sessão de exibição colectiva de filmes sobre a cultura latina, maioritariamente focada na América do Sul. Entre os dias 4 e 27, a Universidade de Macau, a Universidade de Ciência e Tecnologia, a Universidade de São José e a Fundação Rui Cunha acolhem mostras de cinema. No grande ecrã vão ser apresentados “Viejos Amigos”, “White Elephant”, “La Reconstrucción”, “Guantanamera” e “El viaje del Acordeón”.
Leonor Sá Machado EventosSands Eco Trailhiker | Edição conta com dois mil participantes e 200 voluntários [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]próxima edição da iniciativa Sands Eco Trailhiker, que tem lugar este sábado, vai contar com a participação de duas mil pessoas e 200 voluntários. No Venetian, o evento pretende sensibilizar a população para um estilo de vida saudável, defendendo o trabalho de equipa e a conclusão de desafios. Entre eles está a finalização de duas maratonas de 30 e de 10 quilómetros. A primeira destina-se a grupos formados por pessoal de empresas e o segundo percurso será feito por famílias. A Eco Trailhiker tem sido organizada anualmente desde 2010 e é apoiada pelos Serviços de Turismo e pelos Instituto de Desporto. A ideia é não só promover um estilo de vida saudável, mas também dar a conhecer vistas de uma natureza que passa muitas vezes ao lado no quotidiano e potenciar as actividades partilhadas por amigos e família. Os percursos acontecem na ilha de Coloane e o dinheiro angariado na edição deste ano irá parar a duas associações solidárias: a Macau Special Olympics e a Associação de Pessoas com Deficiência Mental de Macau. “[Ambas as associações] vão organizar equipas para participar no evento e encorajar o bem-estar e a inclusão social e a promoção do conceito de ‘amigo do ambiente’ na sociedade”, explica a organização em comunicado. Esta é já a sexta edição da actividade e tem vindo a juntar cada vez mais adeptos de todas as idades. Em 2010 juntaram-se 150 equipas e este ano bateu-se o recorde de 2000 participantes espalhados por 500 equipas. As cinco edições passadas valeram a instituições solidárias um total de 1,4 milhões de patacas em donativos, pelo que neste momento reúne participantes de todo o mundo, incluindo Portugal, Austrália, Hong Kong, Malásia, China e Reino Unido. O mote de partida para este ano é “exploração de um lado mais verde de Macau”, tendo o objectivo de espalhar a mensagem de que é preciso criar um ambiente de vida mais amigo do ambiente. Este ano, a organização vai criar uma “avenida do bem-estar”, que pretende promover um estilo de corrida saudável para quem participa na corrida.
Leonor Sá Machado EventosCinema | Alliance Française com festival francês na MUST A Alliance Française volta a trazer o melhor do cinema francês ao território, organizando o Festival de Cinema Europeu já amanhã, ao final da tarde. É na MUST que os amantes do cinema francófono podem assistir a três filmes estreados em 2014 [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Alliance Française de Macau vai dedicar o dia de amanhã à exibição de três filmes francófonos. Dois deles foram realizados em França e um terceiro conta com a participação de membros da Argélia. O programa tem início às 18h30 e acontece na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), com entrada livre. A Alliance Française escolheu três películas lançadas no ano passado. “Vincent” é o primeiro a ser exibido. Do realizador Thomas Salvador, retrata a história da personagem que dá nome ao filme. “Vincent tem um poder extraordinário: as suas forças e reflexos são vastamente aumentados quando entra em contacto com água”, explica o website da Alliance Française na sinopse do Festival. Vincent muda-se para uma zona de França com muitos lagos onde consegue aproveitar as suas qualidades, repentinamente conhecendo Lucie. “Foi amor à primeira vista”, lê-se no resumo. Amor e violência O segundo filme chama-se “Hunk” e é de Emma Benestan. Passa-se no Sul de França a história de amor entre Sarah, uma jovem de 16 anos que vende donuts na praia com o pai, e conhece Baptiste. Em cenários de praia e calor em terras francesas, esta curta-metragem tem Oulaya Amamra, Samir Guesmi e Ilian Bergala nos papéis principais. “Hunk” já participou em vários festivais e concursos de cinema internacional, tanto de curtas como de experimental. O último filme, “The Days Before”, chega pelas mãos do realizador argelino Karim Moussaoui. Passado no país-natal do seu autor, a obra é passado nos anos 90 e conta a história dos vizinhos desconhecidos Djaber e Yamina. No entanto, incidentes explosivos vão deixar marcas inesquecíveis nas suas vidas num local onde “reina o aborrecimento”, de acordo com a sinopse. Moussaoui é já versado na arte das curtas, tendo realizado Breakfast e What We Must Do. É também membro-fundador da associação cultural Crisálida e em 2011 tornou-se o director de programação de cinema do Instituto Cultural Argelino. Todos os filmes têm legendas em Inglês.
Joana Freitas EventosFIMM | “Fausto” e Ólafur Arnaulds encerram festival [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) termina esta semana com serões dedicados à música clássica, moderna e folclórica. Com artistas que sobem ao palco tanto do Centro Cultural de Macau (CCM), como de outros locais, o espectáculo encerra com a famosa ópera “Fausto” e conta com o artista Ólafur Arnaulds. Marcado já para hoje, os Profetti della Quinta, um mistura de jovens músicos de Israel e Suíça, sobem ao palco da Igreja de São Domingos pelas 20h00 para apresentar “Lamenti e Canções de Amor”. O agrupamento, conhecido por ter um papel activo na interpretação de reportórios até agora negligenciados, dos anos 1600, interpreta madrigais, um género de música secular que nasce na era do Renascimento e do Barroco. “’Lamenti e Canções de Amor’ acompanha a evolução do madrigal, desde as tão expressivas polifonias de Luzzascho Luzzaschi e Carlo Gesualdo às obras revolucionárias e visionárias de Cláudio Monteverdi, que marcaram decisivamente a época barroca”, indica a organização. A entrada no espectáculo é livre. As voltas do som O pequeno auditório do CCM recebe, também hoje pela mesma hora, o músico islandês Ólafur Arnalds. Combinando influências de música clássica, com pop e música ambiente/electrónica, Arnalds traz um som único ao público. Com o piano como base, o artista – que venceu o Prémio BAFTA para a Melhor Música de TV o ano passado – junta piano e sintetizadores. “A minha música é construída sobre repetições e frases musicais, em vez de algo que se desenvolve continuamente, dá voltas, revela uma estrutura de verso/coro mesmo sem as letras”, diz o islandês. Especialmente dedicado a composição para cinema, Ólafur Arnalds lançou o seu primeiro álbum “Eulogy for Evolution” em 2007. Os bilhetes custam entre as 250 e as 300 patacas. No sábado, “Baladas Loess” são apresentadas ao público, no CCM. Canções folclóricas do noroeste da China, com A Bao e Wang Erni a revisitarem músicas que relatam a vida do povo. Acontece às 20h00 e os bilhetes custam entre as 150 e as 200 patacas. O FIMM encerra com “Fausto”, a peça de Charles Gounod. A ópera em cinco actos mostra uma fusão de melodia com desafio vocal e poder dramático, como indica a organização. O drama centra-se num académico que vende a alma ao diabo em troca da juventude e do amor de uma jovem mulher. É à Orquestra de Macau que cabe trazer ao público de Macau “o melhor da ópera francesa”, em conjunto com o Coro Siciliano Lírico e a Lyric Opera of Chicago. Os bilhetes para o espectáculo que acontece no CCM custam entre 200 a 600 patacas.
Leonor Sá Machado Eventos MancheteLMA | Projecto de Boi Akih apresenta jazz no domingo [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Live Music Association (LMA) vai acolher um projecto musical inovador às 20h00 do próximo domingo. A iniciativa é do duo Boi Akih, composto pelo guitarrista Niels Brouwer e a cantora Monica Akihary. O concerto de domingo integra-se na digressão do colectivo pela China e conta com a participação dos músicos locais Ryoma Ochiai – que junta música tecno com tribe –, o duo de portugueses Carlos & Beto e Martijn Grootendorst, Yedo Gibson e Vasco Trilla. Os bilhetes custam 150 patacas e podem ser adquiridos no Centro de Design de Macau e na Livraria Portuguesa. O grupo, formado em 1996, desenvolveu um “repertório distinto” através da fusão de várias culturas musicais incluindo jazz das Moluccas, Sunda, Bali e Holanda e música clássica da Índia com um toque de tradicional africana. No website oficial dos Boi Akih, é possível ter acesso a um sem número de vídeos dos seus concertos. Neles impera o improviso e uma mistura de jazz com músicas tradicionais étnicas e texto falada. “Exploração do som, formas de composição, improvisação e performance têm sido facetas essenciais desde o início”, refere a banda no website. A manutenção das tradições surge incorporada em sonoridades contemporâneas, ressuscitando até línguas que hoje em dia são pouco usadas. É o caso da língua materna do pai de Akihary, Moluccan. Dois anos depois da criação, o colectivo tem vindo a desenvolver trabalho com linguistas alemães e australianos. O intuito, dizem, é o de não deixar morrer a língua. Os Boi Akih têm participado numa série de festivais internacionais de jazz, como é o caso do BerlinJazz Fest, do Jazz Sous Les Pommier, European Jazz Nights Oslo, Awesome Africa Music Fest ou o Kilkenny Arts Fest. Em 2007, foi-lhes atribuído o prémio de Melhor Disco de Jazz do Mundo ao CD Yalelol. O duo é fiel à discográfica alemã ENJA.
Leonor Sá Machado EventosDança | Projecto Unitygate espalha actividades por Macau até fim de Novembro O projecto Unitygate volta a Macau, desta vez acontecendo também em Taiwan, Hong Kong e Guangdong. Pelas mãos das coreógrafas Sandra Battaglia e Stella Ho, o projecto desdobra-se numa série de actividades como espectáculos, workshops e palestras sobre arte contemporânea [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]projecto Unitygate, que junta as académicas de dança portuguesa Amálgama e a local Stella & Friends, chega novamente ao território. Macau foi, juntamente com Guangdong, Hong Kong e Taiwan, o local escolhido para a realização da segunda fase deste projecto, dedicado a reforçar a ponte entre o Oriente e o Ocidente e que promove o intercâmbio cultural entre artistas e amantes da arte contemporânea. Como? Através da realização de palestras, cursos e workshops, actividades e espectáculos. O Unitygate é maioritariamente dedicado à dança, uma vez que a organização é especialista no tema, mas foca também outras áreas culturais. A primeira fase do projecto teve lugar em Portugal, até 10 deste mês, e a próxima etapa começa a 6 de Novembro e encerra a 29 do mesmo mês. Algumas das actividades são pagas e os interessados deverão inscrever-se em programas que tenham lugares limitado. É o caso de palestras e workshops. A dança que nos une A Unitygate pretende promover trabalho “baseado na convergência das culturas através de um programa anual de intercâmbio artístico e cultural entre o Oriente e o Ocidente”, tendo como lema a unidade na diversidade. “Os objectivos gerais são promover a criatividade, a troca de conhecimentos e competências no desenvolvimento artístico e pessoal, numa aprendizagem continua com e através da Arte”, aponta a organização no seu website oficial. À conversa com a fundadora da companhia de dança Stella & Artists, de nome homónimo, é possível perceber que há uma troca de ganhos com este projecto. “Enquanto colectivo, somos muito pequenos e, sinceramente, não com um nível tão avançado com outras companhias internacionais. Com esta parceria, o nosso objectivo é melhorar as nossas competências enquanto profissionais e elevar o grau do nosso trabalho”, conta Stella Ho. Para Sandra Battaglia, a coreógrafa e fundadora da companhia Amálgama e deste projecto, a ideia passa muito por relembrar o mundo da ligação centenária que junta Portugal e Macau nos livros de História dos mais novos. Em comunicado, a organização prevê que o projecto chegue até aos EUA, à Suécia e à Índia já em 2016. Programa pela Ásia A edição deste ano conta com uma vinda a Macau para um ciclo de conferências, seguido de uma performance do espectáculo “Revival” num dos festivais de danças mais conhecidos do mundo, o Guangdong Dance Festival, mesmo aqui ao lado, a 10 de Novembro. Dia 13 o projecto volta ao território, com uma sessão de artes aberta de música, poesia e dança, das 19h00 às 21h00 na Fundação Rui Cunha. Tal como o HM já havia noticiado, às 16h00 e às 17h00 de dia 14, a Unitygate apresenta os espectáculos OUTSI(T)E nas Ruínas de S. Paulo, englobado no festival Fringe. No dia seguinte, o mesmo projecto estará no Leal Senado. Os debates sobre arte, da Unitygate, acontecem no dia 17, das 19h às 21h00 no Albergue SCM. As conferências discussões sobre Teatro Físico, um show de vídeo dança e a inauguração da mostra Sinergia. O resto do calendário reserva-se a Hong Kong e a Taiwan. O território vizinho vai acolher espectáculos de improviso de dança das 10h00 às 11h30 e das 13h00 às 15h00 de dia 19, no i-Dance HK, teatro Y-Space, em Kwai Chung. O teatro Kwai Tsing acolhe, às 20h00 dos dias 20 e 21, dois espectáculos distintos de improviso. O primeiro é o Land 60 e o segundo chama-se New Dance Platform. No dia 22, o Unitygate apresenta Dancing All Around, em Kam Tin, e Dance Under The Sky, dos Land 61. Ambas as performances acontecem no espaço i-Dance HK. Esta iniciativa conta com o apoio de uma série de empresas e instituições, como são a Fundação Oriente, a Casa de Portugal, a Fundação Rui Cunha, entre várias outras.
Leonor Sá Machado Eventos MancheteStudio City | Novo complexo é “Gotham City” para nova classe de turistas O Studio City inaugurou ontem e com ele uma série de novos espaços de entretenimento, restaurantes renomados, salas de espectáculos e conferências. A “Gotham City” dos anos 20, de Ho e Packer, é Nova Iorque pelos corredores e pretende atrair um público a que os empresários chamam “extremamente sofisticado” [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]novo complexo do grupo Melco Crown, o Studio City, foi ontem inaugurado e o co-presidente da empresa, Lawrence Ho, descreveu-o como sendo uma “Gotham City” com características do universo cinematográfico das décadas 20 e 30, “como se vê no [filme] Great Gatsby”. Para Ho, o público-alvo será, como tem sido, a população chinesa e asiática. O responsável diz ser preciso “estar sempre a inovar” porque, explica, “os chineses estão a subir a escala de consumo muito rapidamente e são um público extremamente sofisticado”. Os corredores, que deixam espaço para as vitrines de sumptuosas marcas, estão decorados com adereços de filmes de Hollywood. Enfim, podia quase ser Nova Iorque deste lado do mundo. Além do seu casino – dedicado às apostas de massas – estar aberto 24 horas, o resto do complexo emana uma aura escura, mas simultaneamente divertida. Ao lado de uma loja de doces, encontra-se um pátio de restauração num espaço decorado como se de uma nave espacial se tratasse. O “Cosmos” oferece variedade internacional nas comidas que vai de coreana a chinesa, norte-americana a argentina. Nos corredores do Studio City foram instaladas entradas do metro nova-iorquino para dar a sensação de que os visitantes estão a passear por estúdios de cinema ou pela própria cidade. Nem das tampas de esgoto se esqueceram. Vendem-se emoções “Alteramos a forma como as pessoas pensam, porque o mundo do Jogo e a indústria dos casinos não vende produtos, como a maioria das empresas: vende emoções”, afirmou James Packer, co-presidente da empresa. O projecto mental do Studio City começou há cinco anos e nasceu da imaginação dos dois parceiros, que viram em Gotham – cidade fictícia da série de banda desenhada do Batman – muito potencial. “Acho que há aqui muita coisa que vale a pena, incluindo a Roda Gigante, a House of Magic, as estátuas [no exterior], o espectáculo do Batman, a zona da Warner Bros.”, começou Lawrence Ho por dizer, quando questionado sobre aquilo que mais chamava a atenção dentro do espaço. Já James Packer preferiu mostrar-se seguro de que as escolhas da administração tiveram em conta a vontade de “oferecer o melhor”, como é, exemplificou, o espectáculo do City Of Dreams, House Of The Dancing Water. “Tentámos, com muito esforço, cumprir o que o Governo queria e acho que conseguimos”, acrescentou Packer. Nata da nata Em termos de oferta de entretenimento e restauração, os progenitores do Studio City não fizeram por menos. O espaço – cuja decoração é inteiramente dedicado ao cinema e à art-deco – tem mais de 30 locais de comidas e bebidas espalhados e quatro restaurantes de luxo. O Trattoria Il Mulino voa directamente de Nova Iorque para oferecer a melhor comida italiana da cidade que nunca dorme. A par disso existe o japonês Hide Yamamoto, o Pearl Dragon, do chef Tam Kwok Fung, e o Shanghai Magic. Além de aquecer o estômago, a clientela pode ficar num dos 1600 quartos disponíveis, passear pelas zonas hollywoodescas e aproveitar os diferentes espaços de entretenimento, quer no exterior como no interior. Em dia de sol, a Roda Gigante pode ser uma boa opção – por 80 ou cem patacas – para ver a cidade de cima e em andamento, enquanto o Simulador do Batman – custa entre 120 e 150 patacas – pode ficar para um dia de chuva ou frio, seguindo de umas horas na Zona da Warner Bros, inteiramente dedicada aos desenhos animados da marca. The House Of Magic oferece shows de magia para crianças e adultos, com preços que vão das 320 às 600 patacas e tem quatro mágicos da casa. Para encerrar a noite, o Studio City criou uma parceria com a gigante de entretenimento nocturno, a discoteca Pacha. Está aberto das 22h00 às 5h00 e será inaugurado este sábado. O Studio City inaugurou oficialmente ao público depois das 20h00, mas às 14h00 já dezenas de pessoas se reuniam frente ao complexo para conhecer o mais recente espaço de entretenimento e casino de massas da região. Scorcese realiza filme sobre novo complexo O realizador norte-americano Martin Scorcese juntou-se aos gigantes do cinema Robert De Niro, Leonardo DiCaprio e Brad Pitt para realizar “The Audition”, uma curta-metragem de 16 minutos inteiramente gravada no novo complexo hoteleiro do território. A ideia surgiu devido à ligação de James Packer ao mundo da sétima arte: o co-presidente da Melco Crown tem também uma produtora, a Rat Pac. Foi a partir daí que entrou em contacto com os actores e produtores para construir um enredo em volta da luta por um papel principal. Todos os actores fazem de si mesmos num filme que se quer animadamente sério e de promoção do novo espaço da Melco. Tanto Scorcese como os actores DiCaprio e DeNiro estiveram no território para apresentar a curta. Para o famoso Jack de Titanic, tratou-se de “uma experiência sem precedentes”. Não só por contracenar com o próprio realizador, mas também por trabalhar com DeNiro e Pitt. [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]co-presidente do grupo Melco Crown Entertainment disse ontem que “o Governo chinês é o melhor” dos governos, justificando a sua escolha com o facto da China estar “atenta aos padrões de vida da população”. A afirmação, proferida ontem durante a inauguração do novo empreendimento da cadeia, o Studio City, vem de certa forma contrariar aquilo que o seu parceiro Lawrence Ho havia dito no dia anterior. “O que tem estado a acontecer com a economia chinesa, especialmente a campanha anti-corrupção, tornou o ambiente no segmento VIP mais desafiante a curto prazo, à medida que o medo tem sido introduzido nos corações de muitos da classe média-alta”, disse o filho do magnata Stanley Ho, numa entrevista à Fairfax media. O magnata frisou a mesma ideia, quando lhe foi pedida uma previsão para o sector do Jogo nos próximos anos: “Penso que a queda se deve à crise na China, são factores macro (…) e não podemos fazer previsões, apenas esperar que o Studio City ultrapasse tudo isso”. Sobre a alteração do estatutos do hotel de cinco para quatro estrelas, Lawrence Ho afirmou que a opção foi feita para não colocar “o Governo numa posição difícil”, embora tenha reconhecido que o novo empreendimento está “acima de muitos outros considerados de luxo” no território. Ho não se adiantou em pormenores sobre esta posição difícil. Duo bem-comportado Os dois presidentes da Melco estiveram ontem presentes nas conferências de apresentação do complexo, em que responderam às perguntas dos jornalistas. Questionado sobre a abertura de um novo espaço numa altura em que as receitas estão a sofrer um decréscimo, Lawrence Ho e James Packer uniram-se para explicar que estão a “cumprir aquilo que o Executivo pediu”, não fosse essa a razão pela qual investiram cerca de 27,1 mil milhões de patacas na construção de um complexo dedicado à sétima arte. “Penso que somos quem mais apostou no sector não-Jogo (…) percebemos o que o Governo queria”, acrescentou Ho. Packer disse ainda ver o seu sócio como um visionário por ter sido o único, além de Sheldon Adelson, “a acreditar no Cotai” e no potencial daquela zona da cidade. Expansão em acção Os dois responsáveis do Studio City anunciaram que um terço do terreno do empreendimento ainda está por desenvolver, mas Lawrence Ho e James Packer já têm planos para aquela porção. Contudo, a ideia é ir mais longe: “há um projecto de expansão no City Of Dreams, onde está a ser construído um centro comercial do mesmo tamanho do Landmark de Hong Kong”, anunciou Ho ontem. Durante a conferência de inauguração do novo espaço, ambos referiram que há ainda muito para fazer nos próximos cinco anos. “Se em 12 meses ainda não está tudo concluído, em cinco vão-se fazer coisas incríveis”, acrescentou Packer. Uma decisão empresarial A queda das receitas desta indústria parece não preocupar os presidentes da Melco Crown, Lawrence Ho e James Packer, que afirmam terem-se “afastado de uma aposta no sector VIP há já muito tempo” para se dedicaram ao entretenimento e às áreas de jogo de massas. “Foi uma decisão empresarial”, frisou mesmo Lawrence Ho. “Acreditamos veemente que o futuro da China reside na classe média”, justificou o líder. Esta faixa social de que Ho falava investe, na grande maioria, no sector de jogo de massas, pelo que a aposta no VIP foi posta de lado para a inauguração do novo complexo da empresa, no Cotai. O Studio City inaugurou ontem ao público e vai continuar com uma série de eventos pela semana fora. Jogo | Deputada pede medidas concretas ao Governo A directora-executiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) defendeu ontem que o Governo tem de adoptar mais “medidas concretas” para apoiar a economia da região após 16 meses consecutivos de quebras nas receitas do jogo. “Macau é um sítio muito pequeno e o Governo quer diversificar a economia, mas só falam e não dizem como é que apoiariam”, disse Angela Leong, em declarações à Bloomberg. A SJM, fundada por Stanley Ho, é a operadora com mais licenças de mesas de jogo em Macau. Angela Leong, sempre citada pela Bloomberg, considerou que após anos de forte crescimento em Macau, “ninguém esperava que a economia caísse tão depressa” e deixou críticas ao planeamento. “Macau não tem feito bem o seu planeamento. Quando a economia cai, é preciso fazer melhor nas infra-estruturas, nos transportes”, afirmou, dando como exemplo os atrasos na conclusão da ponte que vai ligar o território a Hong Kong e à cidade de Zhuhai, na China continental. Lawrence Ho | Macau tem capacidade para receber 31 milhões O magnata da Melco Crown Lawrence Ho, garante que o território consegue acolher o número de turistas que o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, havia anunciado. “Macau tem capacidade para receber 31 milhões”, garantiu o co-presidente do grupo, durante a conferência de inauguração do Studio City. Ho acrescentou que a gestão do número de turistas na cidade em dias de feriados é da responsabilidade do Governo, que, diz, deve saber canalizar as pessoas. “Há um estrangulamento nas semanas douradas e no ano novo chinês, mas se o Executivo conseguir resolver isto, Macau tem capacidade para receber milhões”, argumentou. Lawrence Ho diz que esta gestão deve coadunar-se com a finalização de uma série de projectos. Segundo as previsões oficiais, a ponte entre Macau, Zhuhai e Hong Kong e o terminal marítimo do Pac On deverão estar concluídos até 2019. Packer e Ho falavam de planos a médio-prazo. De Niro considera “fascinante” presença portuguesa em Macau O actor norte-americano Robert De Niro considerou ontem “fascinante” a presença histórica dos portugueses em Macau, numa conferência de imprensa com outras estrelas de cinema que participam num filme promocional do novo casino do território. “É fascinante. Os portugueses vieram para cá há 500 anos”, afirmou o actor norte-americano quando questionado sobre o que pensa de Macau. Robert De Niro, que até hoje “só tinha estado um dia em Macau, no empreendimento ‘City Of Dreams’”, também da Melco Crown Crown. Também Martin Scorcese destacou “a arquitectura do Macau antigo” e o papel da cidade como “ponte entre o Oriente e o Ocidente”. “Percebi a dimensão da presença de Portugal e Espanha”, disse Scorcese. O realizador falou também das filmagens para o novo filme “Silence”, que segundo o Internet Movie Database (IMDB) aborda a missão jesuíta enviada para o Japão no século XVII e é inspirado no romance de ficção histórica do autor japonês Shusaku Endo. A história do filme também está ligada à presença dos jesuítas em Macau: “Começámos a filmar em Taipé em Fevereiro e recreámos o Macau de 1640”, disse Scorcese. Já Leonardo DiCaprio destacou a possibilidade que esta curta-metragem de 16 minutos lhe deu de trabalhar com dois grandes nomes de Hollywood: De Niro e Scorsese. “Estes dois homens são os meus pais no mundo do cinema(…). Contracenar com Bob [De Niro] e ser dirigido por Scorsese foi um pedaço do céu para mim como actor”, afirmou.
Joana Freitas Eventos MancheteAmor Electro | “Escrevemos e fazemos a música de uma forma que gostamos” Ainda com o habitual jet lag daquela que é a primeira viagem que os faz chegar a Macau, os Amor Electro falam do novo disco – (R)Evolução – e de um percurso que se transformou em sucesso. Marisa Liz, Tiago Pais Dias, Ricardo Vasconcelos e Rui Rechena explicam como o Português é a língua que os fascina e como os clássicos da música lusa os inspiram para transformarem sons conhecidos numa sonoridade sua e completamente nova. Sobem hoje ao palco do CCM, às 20h00, antes de começarem a dar os “primeiros passos” para a internacionalização É a primeira vez que estão em Macau? O que estão a achar? Marisa: Os quatro sim. Eu e o Rui já nos fomos perder por aí, durante três horas. Rui: Fomos ao Mercado Vermelho. Marisa: Fomos a todo o lado. Acho que fomos a sítios que não estão no mapa (risos). Já não sabemos ir lá novamente, mas soubemos vir ter ao hotel. O que esperam hoje do vosso concerto e do público de Macau? Marisa: É emocionante vir tocar a nossa música a um país diferente, na nossa língua. E o que é mais emocionante é ter pessoas que moram cá que são do nosso país, sendo que muitas delas não vão a casa, a Portugal, há muito tempo, o que torna as coisas mais nostálgicas, mais fortes, tanto para nós, como para eles. Sentimos também da parte das pessoas isso. Já tivemos oportunidade para encontrar aqui amigos que nem sequer sabíamos que moravam cá. E é muito forte o reencontro, porque às vezes estamos em Lisboa – somos de lá – e não vemos a pessoa há um ano, mas quando a encontramos há uma saudade, mas é um “olá, tudo bem”. Quando encontramos essa mesma pessoa fora do nosso país, é diferente, a reacção é muito mais intensa. Já vos aconteceu tocar em locais com comunidades portuguesas onde o concerto se torna mais intenso devido à ligação com o público? Marisa: Sim, claramente. No Canadá senti isso, mas também tenho lá família que não vejo nunca. Mas somos uma banda que ainda não saiu muito do país, optamos por tocar mais em Portugal e agora estamos a dar os primeiros passos para reencontrar os portugueses pelo mundo. Em 2010 formaram a banda, em 2011 “Cai o Carmo e a Trindade”. Como é que está a ser o vosso percurso desde esse ano até agora? Tiago: Tem sido sem dúvida interessante. Não estávamos muito à espera do resultado final da coisa, fazemos música porque gostamos de fazer música. Obviamente, queríamos chegar às pessoas, tocar no coração. E foi uma surpresa, foi com muito orgulho que conseguimos atingir as pessoas e o mercado, no bom sentido. As pessoas abraçaram-nos e ao nosso trabalho e tem sido de facto uma aventura bem louca. Nos dois sentidos de “loucura”, também no sentido positivo. Até agora tem estado tudo a correr bem, tanto no primeiro, como no segundo disco, e estamos, como a Marisa disse, a dar agora os primeiros passos para a internacionalização. O vosso primeiro álbum tinha versões de clássicos portugueses, o segundo – “(R)Evolução” – também se mantém na mesma linha, mas tem originais? Marisa: Temos duas versões. No primeiro fizemos mais versões do que originais, no segundo alterámos, apostamos mais em originais. Mas as versões são algo que fazemos sempre, porque antes de sermos Amor Electro, éramos uma banda de bar chamada Catwalk, com a qual só fazíamos versões. E por quê a escolha desta música clássica portuguesa com elementos electrónicos? Marisa: Somos fãs de muita música que foi feita há uns anos atrás em Portugal e dá-nos muito gozo poder desconstruir alguma coisa, respeitando sempre a melodia, a letra, o autor e o letrista – muito passa também pelo Tiago, que faz todas as produções e consegue juntar todas as nossas influências . Não é de todo a nossa intenção alterar por completo a música, mas queremos também fazer quase como se essa música fosse nossa. Se tivéssemos feito essa música nesta década, como seria? Seria desta forma. Às vezes, até temos um sentimento de “fogo pá, porque é que esta música não é nossa?” (risos). Porque achamos realmente que são músicas extraordinárias e por isso é que pegamos nelas e temos uma curiosidade e vontade de trabalhar e pegar em algo que as pessoas conhecem, talvez mais a geração mais antiga, e depois ver a geração mais nova – que não conhecia essa música – a conhecer e a cantá-la. Músicas do Fernando Tordo, do Ary dos Santos… Acho interessante ver uma criança de dez, 12 anos a cantar Ary dos Santos sem saber. Marisa, enquanto vocalista, há alguma música dessas clássicas que tenha preferência em cantar? Ai, é lixado dizer. (risos) É difícil, porque cada música que pusemos no disco foi escolhida com muita atenção e muito cuidado. Por isso é que, em cada um dos discos, temos dez temas. Queríamos contar uma história, não queríamos vinte temas, as coisas tinham de fazer sentido. Por isso é que cada uma das músicas nos dois discos tem a sua importância e, muito sinceramente, se eu disser que gosto mais de cantar uma do que a outra, parece que a outra vai ficar com ciúmes, ou que vai ficar triste. Sério. É quase como um filho. Apesar das músicas não terem sentimentos… Rui: As músicas têm sentimentos… Marisa: Têm o nosso. Tiago, como é misturar clássicos portugueses com elementos electrónica, mais modernos? É complicada a produção? Bem, certamente é um desafio. Dizer que não parece estar a facilitar a coisa, se disser que sim também parece que é estar a complicar a coisa… Marisa: Também, a gente tenta, houve coisas que tentámos e não resultaram. Tiago: Sim, há coisas que resultam quase imediatamente, outras que não dão. Acima de tudo, encontrámos um conceito e acho que esse conceito passa um pouco pela nossa sonoridade e o que representamos enquanto músicos. A junção de nós os quatro é o que faz o que se encontra nos discos. E essa mesma abordagem é a abordagem que temos nas versões: no fundo é pegar num tema que gostamos enquanto leigos e consumidores de música e pegar num tema e fazê-lo à nossa imagem. A sonoridade da electrónica com a mistura do fado ou da música mais tradicional, isso tem a ver de facto com as nossas influências. Se calhar, se fossem outras quatro pessoas, a sonoridade era outra. Mas, não é pensada nem idealizada, é a mistura dos quatro. Marisa: E há uma coisa engraçada que acontece quando se está a alterar as harmonias, que é ver a reacção dos quatro a isso. Até mesmo quando temos temas que não têm um arranjo extraordinário. Simplesmente alteramos ali o corpo. Tiago: Já temos sonoridades que já são “nossas”. Já sabemos por onde é que as coisas vão. Rui: É muito natural, porque já conhecemos os gostos uns dos outros, sabemos que se fizermos de certa maneira vai agradar à Marisa, ao Tiago, ao Ricardo e a mim. Quais as principais diferenças entre o “Cai o Carmo e A Trindade” e o “(R)Evolução”? Marisa: No “Cai o Carmo e a Trindade” estávamos muito bem comportadinhos. (risos) Musicalmente, porque mal comportados vamos ser sempre (risos). Mais comportados no sentido em que tivemos mais cuidado no disco… é difícil explicar, não quer dizer que o outro não tenha tido uma produção cuidada. Vou começar pelo segundo: no (R)Evolução, tínhamos vindo de três anos de estrada, onde nos apercebemos que, ao vivo, a nossa banda se tornava muito mais Rock e havia uma abertura maior para o erro, para aquilo que é humano, em vez de estar tudo muito perfeitinho, tudo muito afinado, muito no ponto… E isso foi um pouco o que se passou no segundo disco. Viemos um bocado com essa bagagem de estrada e quisemos que a influência do Rock tivesse mais presente em alguns temas. Por isso é que o nosso primeiro single foi “A Nossa Casa” e é o tema mais Rock do disco, mais desconstruído, mais despreocupado. Foi um bocado mais a ‘vibe’ com que vínhamos da estrada. É difícil fazer música em Português devido aos preconceitos que eventualmente existam face à música portuguesa? Marisa: Não, acho que quando iniciámos o Amor Electro muita gente cantava em Inglês no nosso país e agora as coisas estão-se a alterar. Ricardo: Está a aparecer muita coisa boa em Português. Marisa: E coisas que já havia que eram em Inglês e que os artistas estão, agora, a fazer em Português. E deve-se à abertura que houve para ouvir a nossa língua. Rui: A isso e também a artistas a gravarem músicas em Português e a chegarem às pessoas na mesma. Marisa: Bom, há sempre essa dúvida: vamos cantar em Inglês ou em Português e connosco, quando começámos, nunca houve essa questão. Não havia essa dúvida connosco, se iria resultar, se nos iriam perceber. Vão continuar em Português? Marisa: Sim, sem dúvida. Acho que existe alguma ideia de que é difícil cantar e compor em Português. Não foi, chegámos a toda a gente. Fomos e somos sinceros nas músicas que fazemos. As letras que eu escrevi, que o Jorge Cruz e o Hélder escreveram, são o que acreditávamos e o que queríamos dizer. Nunca houve nenhum entrave entre nós e o nosso público. E até público que não é português, que não percebe nada do que estamos a cantar, só pela nossa energia, porque a mensagem não é só transmitida pelas palavras. Não acho que foi difícil para nós. Tiago: Acho que é mais difícil fazer música em Português do que ouvir, porque o Português é muito complexo na escrita e é mais fácil – e por isso é que se calhar muitos artistas escreveram em Inglês -, cantar música importada, porque a nossa adolescência teve muitas influências estrangeiras. É normal, quando estamos a cantarolar qualquer coisa, que saiam os ‘I love you, yeah’, e coisas que são banais na língua e que, supostamente, seriam mais fáceis de dizer em Inglês. Marisa: E havia um grande preconceito, sim, de que não podíamos dizer “amo-te” sem soar a brega. Havia aí um limbo que podia ser bom, mas que um bocadinho ao lado já podia ser brega. E uma das coisas de que me orgulho em Amor Electro é de nos estarmos bem a lixar para o preconceito. Falando muito francamente. Escrevemos e fazemos a música de uma forma que gostamos e não temos medo nenhum em admitir que Amor Electro é uma banda sentimental, que fala de amor e relações. E não há problema nenhum nisso. Depois, claro, damos com a electrónica e o rock em cima, mas não há problema nenhum em utilizar palavras que utilizamos normalmente. A junção do que pomos antes e a seguir é que vai dar a esse limbo que estávamos a falar. E há esse cuidado, obviamente. Mas somos sinceros na música que fazemos, sem pensar muito no que os outros possam dizer. Disco de platina, Marisa como uma das melhores vozes de Portugal e um disco novo. E, agora, projectos para o futuro? Marisa: A Marisa uma das melhores vozes tem dias (risos). Vamos agora começar a compor o terceiro disco que vai sair para o ano. Não sabemos quando, nem tem nome. Vai ser numa das vossas conversas em que alguém vai dizer alguma coisa e vai ficar o nome… Marisa: Basicamente. Ricardo: Como sempre. Muito planeado. (risos) Marisa: Nunca é muito planeado, por isso é que não sabemos quando vai sair, porque temos de ter um disco de que nos orgulhemos. Por enquanto estamos a experimentar coisas e depois vamos começar a compor. Agora, vai ser Macau e depois vamos parar um bocadinho para nos concentrarmos nisso. Macau poderá servir-nos de inspiração para uma música nova? Marisa: Ai, certamente. Ainda não sabemos muito bem em que pegar, mas certamente. Olha, o Rui está já a ter ideias (Rui Rechena a pensar muito). Eu vou continuar a fazer o “The Voice” (Portugal) e vamos continuar a ser amigos e felizes.
Leonor Sá Machado EventosMAP | Atelier de arquitectura português cria peça interactiva na residência consular A residência consular – antigo Hotel Belavista – tem agora um espaço de sombra inteiramente feito de escadotes de madeira e atilhos plásticos. A ideia, pensada por Diogo Aguiar e João Jesus, foi montada por um colectivo de interessados em levar a arte mais longe. A organização cabe à BABEL [dropcap style=’cirlce’]S[/dropcap]obre o pôr do sol singular que só da residência consular é visível, o HM esteve à conversa com dois arquitectos da LIKEarchitects, um atelier português sediado no Porto. Os dois dedicam-se àquilo que chamam de “arquitectura convencional”, mas o talento recai sobre um projecto de matriz mais interactiva, que se insiram no espaço urbano das cidades. E para Diogo Aguiar, em Macau, “é altura dos casinos retribuírem à cidade” a oportunidade que lhes foi dada para crescer, numa perspectiva de criar mais actividades relacionadas com arte e cultura. Foi a pensar nisso que os dois arquitectos do atelier português prepararam, juntamente com os alunos do workshop que antecederam a inauguração da obra, uma peça interactiva feita de escadotes de madeira e atilhos plásticos. Empilhados de forma lateral, criam uma espécie de cúpula de sombra que permite aos visitantes entrar e sair por vários lados. O workshop durou cerca de uma semana e a exposição inaugura hoje, podendo todos os interessados ver o pôr-do-sol debaixo de um conjunto de escadotes bem montados. A mostra estará patente na residência consular até 1 de Novembro e tem entrada gratuita. Para chegar ao protótipo final, explica João Jesus, foi preciso um dia e meio. “Fizemos vários estudos da forma como poderíamos encaixar [os escadotes] com a premissa de não danificar o objecto e tentar criar espaços, explorámos vários tipos de encaixe de forma a alcançar o objectivo pretendido”, informou o arquitecto, em conversa com o HM. Este, acrescenta Diogo Aguiar, é “um trabalho colectivo”, que não conta somente com a assinatura do atelier do Porto. Para tudo e todos Os conceitos aqui postos em prática destinam-se a um público mais geral, ao transeunte comum, nada de “arquitectura para arquitectos”, como se diz de tantos edifícios de conhecidos profissionais. “Temos reparado que há uma grande identificação por parte das pessoas quando percebem que as coisas são construídas a partir de materiais que reconhecem”, conta Diogo. Questionado sobre o facto de em Macau a construção ser um sector em constante crescimento, mas não haver uma aposta clara na arte e cultura, Diogo não tem dúvidas: o sector do Jogo tem que começar a retribuir à região pela oportunidade que lhes foi dada. “A própria cidade tornou-se refém desta proliferação de casinos e é o momento em que tem que reflectir e pensar no que é que pode pedir em troca às operadoras”, sugere Diogo. “Temos uns edifícios todos sumptuosos e depois ao lado uma massa cinzenta de edifícios de habitação por reabilitar e uma série de torres a nascer por trás. Foi um impacto de contraste”, confessa. Ambos os arquitectos consideram que existem, sim, intenções de fazer crescer estes ambientes na cidade, mas ainda “muito pontuais”. Para a BABEL, a série de projectos MAP vem suscitar o interesse da população para a arte e cultura contemporâneas. Através de um programa vasto que inclui workshops, instalações, palestras, cinema e outros eventos, a ideia é, assegura a fundadora da BABEL, Margarida Saraiva, trazer a arte para a rua e permitir que as pessoas interajam com esta. Enfim, fazer com que a cidade alicie a mais do que passar de carro. Arquitectura inconvencional Embora os LIKEarchitects sejam um atelier de arquitectura, não dão prioridade à criação de projectos como os conhecemos. Antes, como explica Diogo, fazem projectos “não convencionais”. E como se transporta este ideal para a materialização de uma estrutura? Através do emprego de objectos do dia-a-dia. Criam o abrigo de exposições, conferências e várias outras iniciativas. O repertório dos LIKEarchitects conta com poucas obras de arquitectura “convencial”, mas também com um prémio internacional na China atribuído a um destes projectos, no Idea Tops. “Geralmente, é o cliente quem define o programa e, quando estudamos isso, procuramos encontrar um objecto que melhor responda às premissas do cliente”, explicou Diogo. Por exemplo, em busca de algo para albergar uma exposição do artista Andy Wharhol – num centro comercial em Lisboa –, o colectivo optou por usar latas de tinta para servir de paredes à mostra temporária. “Esta arquitectura mais experimental é resolvida através do protótipo, ou seja, parte da forma como o nosso trabalho começou”, disse Diogo. O trabalho destes jovens – na casa dos 30 – ganhou vida através da vontade comum de construir e fazer acontecer. Em Portugal, explica, “as coisas não têm a velocidade que têm em Macau” e é complicado um atelier tão recente pôr logo as mãos na massa de grandes projectos. “Dedicamo-nos a projectos mais pequenos, em que a arquitectura possa ser, em grande parte, controlada por nós, incluindo o orçamento, o transporte e outras coisas”, continua Diogo. São os “acontecimentos efémeros” que mais sentido fazem para estes jovens. Por quê? A razão é simples: “permite-nos experimentar muito mais, levar conceitos ao limite”, dizem. A ideia é tirar partido dos objectos e criar espaços completamente novos, que os próprios arquitectos desconheciam até verem feito. No entanto, é no curso de Arquitectura que está a base de tudo isto. “Trazemos da nossa formação muitos dos elementos e formas de pensar para o nosso trabalho”, explica João.
Joana Freitas EventosOrquestra | Boris Berezovsky estreia-se em Macau [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]pianista Boris Berezovsky chega a Macau em Dezembro para um concerto de estreia no território. Natural de Moscovo, e representante da Escola Russa de Piano, o músico junta-se à Orquestra de Macau para apresentar o concerto “O Grande Pianista: Boris Berezovsky e a Orquestra de Macau”. Aclamado como sendo “um artista excepcionalmente promissor e um intérprete de virtuosismo estonteante e um poder formidável”, Berezovsky sobe ao palco do auditório da Torre de Macau no dia 12 de Dezembro pelas 20h00. Boris Berezovsky é natural de Moscovo e venceu a Medalha de Ouro no Concurso Internacional Tchaikovsky de 1990, em Moscovo. “Boris Berezovsky tem vindo a consolidar uma grande reputação como o mais poderoso dos pianistas virtuosos e como um músico dotado de uma visão única e grande sensibilidade. Nesta ocasião, Berezovsky associa-se ao maestro alemão Andreas Delfs, o qual tem dirigido, há várias décadas, inúmeros concertos na Europa e nos Estados Unidos, na execução do impetuoso Concerto para Piano de Aram Khatchatourian. Na segunda parte do concerto, a Orquestra de Macau interpreta a Sinfonia N.º 6 em Ré Maior de Antonín Dvořák, resultando num programa com uma aura rica em exotismo, pelo qual valerá certamente a pena espera”, explica a organização. Os bilhetes para este concerto estão à venda e custam entre cem a 350 patacas.
Filipa Araújo EventosCulturismo | Atleta de Macau vai a Hong Kong para competição [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]edro Jorge Gomes foi um dos atletas de culturismo de Macau convidado para participar na competição Mr. Olympia, em Hong Kong, a acontecer entre os dias 24 a 25 de Novembro. Realizado pela primeira vez na Ásia, o momento pretende juntar atletas de todo o mundo, tendo a organização convidando culturistas da China, Macau, Hong Kong, Japão e de outros países também fora do continente asiático. “Estou muito contente por participar neste momento, pela primeira vez na Ásia. Ainda por cima é só por convite, o que seria mais difícil para participar. Pelo que sei, de Macau foram convidados cinco atletas”, explica ao HM Pedro Jorge Gomes. Mr. Olympia, conta, é a competição internacional que “muitos atletas ambicionam”. “Não sei se existe um prémio final, mas de qualquer das formas é muito importante a participação nesta competição para mim e para todos os atletas. Este é a melhor competição do mundo”, remata. Hong Kong foi o cenário escolhido para a primeira edição do Mr. Olympia, que acontece no Centro Internacional de Convenções e Exposições em Kowloon Bay.