Hoje Macau EventosNY Portuguese Short Film aceita candidaturas até final de Fevereiro [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s inscrições para a sexta edição do NY Portuguese Short Film Festival, a decorrer em simultâneo nos Estados Unidos e em Portugal, a 3 e 4 de Junho, estão abertas até ao próximo dia 29 de Fevereiro. O New York Portuguese Short Film Festival – festival de curtas-metragens portuguesas, em Nova Iorque – foi o primeiro certame de cinema português nos Estados Unidos. No ano passado, o evento chegou a 14 cidades em 11 países: Lisboa e Cascais (Portugal), Nova Iorque, New Bedford e São Francisco (EUA), São Paulo e Rio de Janeiro (Brasil), Sidney (Austrália), Macau (China), Londres (Reino Unido), Luanda, (Angola), Joanesburgo (África do Sul), Maputo (Moçambique), Vancouver (Canadá) e Berlim (Alemanha). “Continuando à procura de novos e exigentes públicos para o que de melhor se faz entre a nova geração de realizadores portugueses, o NY Portuguese Short Film Festival chegou a mais cidades, a todos os continentes, a um ritmo sem precedentes. E com ele, chegou o cinema contemporâneo português”, garante o Arte Institute, que organiza o festival. A directora do Arte Institute, Ana Ventura Miranda, acredita que, nos últimos seis anos, o festival tem sido uma montra para o cinema contemporâneo português. “Tem aberto portas aos novos realizadores nacionais, em termos de promoção e divulgação das suas curtas-metragens, e até mesmo para participarem noutros festivais internacionais”, diz a responsável. Podem concorrer ao festival todos os realizadores portugueses, residentes no país ou no estrangeiro, que tenham produzido filmes, com menos de 18 minutos de duração, nos últimos três anos. As candidaturas serão seleccionadas e submetidas à apreciação de um júri composto por figuras do meio cinematográfico português, brasileiro e norte-americano. Não há um limite para o número de filmes que serão mostrados, sendo os critérios de escolha “o gosto pessoal do júri, a originalidade da história e a forma como foram filmados.” O regulamento e o formulário para submissão de candidaturas podem ser encontrados em www.arteinstitute.org/shortfilmfestival. LUSA/HM
Hoje Macau EventosArte | Mestres austríacos no Museu de Arte até Abril O MAM decide embarcar a sério na história universal da pintura e traz-nos uma mostra com o que de melhor existe no seio das da Artes Plásticas: a partir do fim do mês e até ao princípio de Abril vai ser possível admirar ao vivo obras de Klimt, Shiele ou Koshka, entre outros mestres austríacos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Museu de Arte de Macau (MAM) inaugura no próximo dia 29 de Janeiro pelas 18h30 a exposição “Um Século de Arte Austríaca 1860-1960”, que engloba obras de grandes mestres austríacos dos séc. XIX e XX, numa perspectiva panorâmica da arte daquele país deste período. A mostra, com entrada livre aos domingos e feriados e com um custo de cinco patacas nos restantes dias, inclui obras de Gustav Klimt, Egon Shiele e Oskar Kokoshka, entre outros, sendo que, ao todo, estarão em exibição 89 pinturas que fazem parte de colecções de 34 privados e entidades públicas. A evolução da arte austríaca aqui representada destaca-se, sobretudo, pelos trabalhos pós-Secessão de Viena (1827-1920), um movimento artístico nascido no seio da Künstlerhaus, que contestou o género de pintura tradicional da época e manifestou a pretensão de primar o carácter artístico por oposição a meras representações de interesses comerciais. A exposição que agora chega a Macau começou a sua itinerância na China, no Museu de Arte do Mundo de Pequim, em Abril do ano passado, seguindo-se o Museu Moderno de Dalian e o Museu Provincial de Hubei. A exibição, patente até 3 de Abril, é organizada conjuntamente pelo MAM, Instituto Cultural, Museu de Arte do Mundo de Pequim e pela Academia de Belas-Artes Sino-Austríaca. Revolucionando a tela Da selecção de mestres agora proposta pelo MAM, Gustav Klimt é, provavelmente, aquele mais conhecido da maioria, seja por via do quadro “O Beijo” ou ”O retrato de Adele Bloch-Bauer”, cuja recuperação depois de ter sido alvo de um saque nazi deu origem ao filme “Woman in Gold” protagonizado por Helen Mirren e lançado no ano passado. Mas Klimt é reconhecido acima de tudo por ser visto, como todos os grandes, como um homem à frente do seu próprio tempo, controverso, seja pelos temas eróticos escolhidos mais para o final da sua careira, seja pelo papel preponderante desempenhado na criação do movimento secessionista. Simbolista no seu âmago, mas nada subtil, pois as suas obras iam muito mais para além do que a imaginação da época sancionava como correcto, Klimt foi mais um a entrar no grande livro dos incompreendidos já que o seu trabalho, como é da praxe, não era muito bem aceite na altura. Depois de deixar o movimento secessionista em 1905, foi quando o seu trabalho feriu ainda mais susceptibilidades, tanto dos vienenses como dos próprios colegas pintores, devido ao retratar muitos nus femininos, em poses evocativas e eróticas que enfatizavam a sensualidade e o sexo. Imagens controversas que apelavam a uma nova sensibilidade, a uma celebração da sexualidade, a que não serão estranhos os ventos da época como o trabalho de Freud, também ele vienense e que nesse mesmo ano publicou “Três ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade, um livro revolucionário que desafiava frontalmente as atitudes conservadoras da época em relação ao sexo. Após a sua morte em 1918, as vendas dos seus trabalhos aumentaram exponencialmente e são hoje obras de referência consideradas como das peças mais importantes e influentes alguma vez saídas da Áustria. Um dos seus últimos trabalhos leiloados, um raro retrato de corpo inteiro, foi adquirido no ano passado por um comprador desconhecido pela quantia 39 milhões de dólares.
Hoje Macau Entrevista Eventos MancheteK’ang-Hsi, imperador da China, revela segredo do sucesso da sua governação [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hegou ao poder muito novo e há quem diga que existiram vários sinais que previam a sua coroação e reinado. Quer dizer aos leitores de Macau algo sobre isto? O meu nascimento foi tudo menos miraculoso – nada de extraordinário aconteceu enquanto cresci. Cheguei ao trono com oito anos. Nunca permiti que se falasse de influências sobrenaturais do género das que se encontram registadas nas Histórias: estrelas da sorte, nuvens auspiciosas, unicórnios e fénixes, a erva chih e outras bênçãos, ou queimar pérolas e jade em frente do palácio, ou livros celestes enviados para manifestar a vontade do Céu. Tudo isto não passam de palavras vãs e não posso ir tão longe nas minha presunção. Limito-me a viver cada dia de uma forma normal concentrando-me em governar bem. É fácil, durante toda a vida, exercer constantemente o poder? Dar e tirar a vida. São esses os poderes do imperador. Ele sabe que os erros dos funcionários administrativos em departamentos do governo podem ser rectificados mas que um criminoso que foi executado não pode ser ressuscitado. Assim como uma corda cortada não pode de novo ser unida. Sabe, também, que por vezes as pessoas têm de ser chamadas à moralidade através do exemplo de uma execução. Em 1683, depois da captura de Taiwan, discuti com os sábios da corte a imagem do 56º hexagrama do Livro das Mutações, “Fogo na Montanha”. A calma da montanha significa o cuidado que se deve por na imposição de penas; o fogo move-se rapidamente, queimando a erva, tal como os processos, que devem ser resolvidos com celeridade. A minha leitura é que um regente necessita ao mesmo tempo de clarividência e cuidado no castigar. A sua intenção deverá ser castigar de forma a evitar a necessidade de mais castigo. No seu tempo a corrupção era um problema. Quer falar-nos de alguns casos mais relevantes? Hu Chien-ching era um subdirector do Tribunal de Adoração Sacrificial cuja família aterrorizava a sua região natal em Kiangsu, apoderando-se de terras, mulheres e filhas alheias e assassinando pessoas depois de as acusar falsamente de roubo. Quando finalmente um cidadão vulgar conseguiu demonstrar a sua culpa, o Governador considerou o caso longamente e o Conselho de Castigos recomendou que Hu fosse demitido e exilado por três anos. Eu, por outro lado, ordenei a sua execução, com o resto da família, na sua terra natal para que todos pudessem observar a minha visão de tal comportamento. O cabo Yambu foi condenado à morte por alta corrupção nos estaleiros navais; não só concordei com a pena como enviei o oficial da guarda Uge para supervisionar a decapitação, ordenando que todo o pessoal dos estaleiros, dos generais ao mais baixo soldado, se ajoelhasse em armadura completa e ouvisse o meu aviso de que o seu destino seria a execução se não pusessem fim à sua perfídia. Mas a pena de morte… Hoje em dia há quem seja contra… Em tempo de guerra deve haver execuções para castigar a cobardia ou a desobediência. A penal capital da morte lenta deve ser aplicada em casos de traição, tal como o Código Legal determina. Está então à vontade quando envia um homem para a morte? De entre as coisas que considero desagradáveis, nenhuma outra é pior do que dar o veredicto final sobre as sentenças de morte que me são enviadas para ratificação depois das sessões de Outono. Os relatórios de julgamento devem ser todos verificados pelos Secretários Superiores, no entanto, encontram-se ainda erros de caligrafia, ou mesmo passagens inteiras incorrectamente escritas. Isto é indesculpável quando se lida com a vida e a morte. Apesar de, naturalmente, me ser impossível examinar cada caso em pormenor, tenho, ainda assim, o hábito de ler as listas no palácio todos os anos, verificando o nome, registo e estatuto de cada homem condenado à morte e a razão por que lhe foi aplicada tal pena. Depois, verifico de novo a lista na sala de audiências com os Secretários Superiores e o seu pessoal, decidindo quais podem ser poupados. Quando julga alguém, que princípios aplica? É um bom princípio procurar sempre os aspectos bons de uma pessoa ignorando os maus. Quando se suspeita constantemente das pessoas estas acabam por suspeitar de nós. Mesmo quando se trata de Chineses (han)? Tentei ser imparcial entre Manchu e Chineses, não os separando nos julgamentos. Mas confiava plenamente nos seus oficiais chineses? Avisaram-me para não nomear o Almirante Shih Lang para liderar a campanha contra Taiwan por ter servido antes a Dinastia Ming e tambémo rebelde Coxinga e, logo, poder revoltar-se se lhe desse navios e tropas. Mas uma vez que os restantes almirantes Chineses asseguravam que Taiwan nunca seria tomada, chamei Shih Lang para uma audiência e disse-lhe pessoalmente: “Na corte dizem que te revoltarás quando chegares a Taiwan. É minha opinião que enquanto não fores enviado a Taiwan a ilha não será pacificada. Não te revoltarás, garanto-te.” Shih Lang capturou Taiwan num ápice e provou ser um oficial leal. Apesar de arrogante e desprovido de instrução, compensou esses defeitos pela prontidão e ferocidade das suas capacidades militares. Os seus dois filhos têm-me servido com distinção. Qual a sua visão sobre a queda da dinastia Ming? Passaram-se coisas absurdas durante os Ming: quando, no fim da dinastia, o Imperador Ch’ung-chen aprendeu a montar tinha dois homens para segurarem o freio, dois para os estribos e dois para o arreio de garupa – mesmo assim caiu mandando aplicar quarenta chicotadas ao cavalo e enviando-o para trabalhos forçados num posto militar. Do mesmo modo, quando uma pedra para ser usada na construção do palácio não passava na Porta Wu-men, Ch’ung-chen mandava aplicar-lhe sessenta chicotadas. Alguma loucura… mas os seus ritos imperiais também exageram… O imperador tem de suportar o elogio com que o cobrem e que enche os seus ouvidos e que não lhe é de melhor uso do que a chamada “medicina-restaurativa”. Essas banalidades evasivas asseguram o mesmo sustento que a pastelaria fina e rapidamente se tornam enjoativas. A balofice, pelos vistos, não funciona consigo. E exageros intelectuais também não. Se desejar, conhecer algo tem de o observar ou experimentar em pessoa. Se afirma conhecer algo com base em ouvir dizer, ou por o descobrir num livro, será motivo de riso para aqueles que realmente conhecem. Demasiadas pessoas afirmam conhecer as coisas quando, na verdade, nada sabem acerca delas. Desde a minha infância tenho procurado descobrir as coisas por mim mesmo em vez de fingir possuir conhecimento quando ignorante. Sempre que me encontrava com pessoas mais velhas inquiria acerca das suas experiências e recordava o que me diziam. Mantenha uma mente aberta e aprenderá coisas. Perderá as boas qualidades dos outros se apenas se concentrar nas suas próprias capacidades. Para si, a experiência parece ser fundamental. A nossa ideia de princípio deriva mais da experiência do que do estudo, embora devamos dedicar a mesma atenção a ambos. Afinal, muitas pessoas chamam antiguidades a velhos recipientes de porcelana mas se pensarmos em recipientes do ponto de vista do princípio sabemos que foram a dada altura feitos para ser usados. Apenas no presente nos parecem gastos e impróprios para deles bebermos e, por fim, acabamos por colocá-los nas nossas secretárias ou prateleiras, contemplando-os de quando em vez. Por outro lado, podemos alterar a função de um objecto e, portanto, alterar a sua natureza. Como fiz ao converter uma espada inoxidável que os Holandeses certa vez me ofereceram numa régua que mantinha sobre a minha secretária. Tal como o Jesuíta António Tomás observou, tratou-se de converter algo que transmitia medo em algo que proporcionava prazer. O raro pode tornar-se comum, como acontece com os leões e animais que os embaixadores estrangeiros gostam de nos oferecer e a que os meus filhos se acostumaram. Na guerra é a experiência da acção que conta. Os chamados Sete Clássicos Militares estão recheados de disparates sobre água e fogo, presságios e conselhos sobre o tempo, todos aleatórios e em contradição. Disse uma vez aos meus oficiais que quem seguisse estes livros nunca ganharia uma batalha. Falou de um jesuíta. Vários frequentaram a sua corte. Aprendeu muito com eles, sobretudo na Matemática e Astronomia? Apesar dos métodos Ocidentais serem diferentes dos nossos, podendo mesmo ser vistos como um seu melhoramento, há neles pouco de inovador. Os princípios da Matemática derivam todos do Livro das Mutações e os métodos Ocidentais são de origem Chinesa: a Álgebra – “A-erh-chu-pa-erh”– nasce de uma palavra Oriental. Claro, tudo tem origem na China… Mas esses jesuítas tentavam conhecer a cultura chinesa. Nenhum dos Ocidentais está realmente à vontade com a literatura chinesa – à excepção talvez do Jesuíta Bouvet, que leu muito e desenvolveu a capacidade de conduzir um estudo sério do Livro das Mutações. Muitas vezes não conseguimos impedir sorrir quando eles iniciam uma discussão. Como podem falar acerca “dos grandes princípios da China”? Por vezes, agem erroneamente por não estarem acostumados aos nossos hábitos, outras vezes são induzidos em erro por Chineses ignorantes – o enviado papal, de Tournon, usava caracteres mal escritos nos seus memorandos, empregava frases impróprias e assim em diante. Estou a ver que ainda não esqueceu a Questão dos Ritos, na qual discordou com o Cardeal de Tournon. Sobre a questão dos Ritos Chineses que podiam ser praticados pelos missionários Ocidentais, de Tournon recusou-se a falar, embora lhe tivesse enviado mensagens repetidamente. Concordei com a fórmula que os padres de Pequim estabeleceram em 1700: que Confúcio era honrado pelos Chineses como um mestre mas que o seu nome não era invocado em oração com o propósito de obter felicidade, promoções ou riqueza; que o culto dos antepassados era uma expressão de amor e recordação filial, cuja intenção não era obter protecção para o autor do culto e de que não havia a ideia de que ao erguer uma tábua ao antepassado a sua alma nela residia. Quando eram oferecidos sacrifícios aos Céus estes não eram endereçados ao céu azul, mas sim ao senhor e criador de todas as coisas. Se de Tournon não respondeu, o Bispo Maigrot fê-lo dizendo-me que o Céu é uma coisa material e não devia ser adorada e que se devia apenas invocar o nome de “Senhor do Céu” para mostrar a reverência apropriada. Maigrot não era somente ignorante da literatura Chinesa: não conseguia sequer reconhecer os mais simples caracteres chineses. No entanto, decidiu discutir a falsidade do sistema moral Chinês. O Papa queria impor-lhe um representante, não é verdade? Não compreendo o que quereis dizer com ‘um homem da confiança do Papa’. Na China, ao escolhermos pessoas não fazemos tais distinções. Alguns estão próximos do meu trono, outros a meia distância e outros mais longe. Mas a qual deles poderia confiar qualquer incumbência se houvesse a mais pequena falha da devida lealdade? Quem de entre vós se atreveria a enganar o Papa? A vossa religião proíbe-vos de mentir, aquele que mente ofende a Deus. O enviado respondeu: “Os missionários que aqui habitam são homens honestos, mas falta-lhes o conhecimento interno da Corte Papal. Muitos enviados de outros países convergem para Roma, sendo experientes em negociações e, por isso, preferíveis aos que aqui se encontram.” Então disse-lhe: “Se o Papa mandasse um homem de conduta impecável e dons espirituais tão excelentes quanto os dos Ocidentais que aqui estão agora, um homem que não interferisse com os outros ou os tentasse dominar, ele seria recebido com a mesma hospitalidade que os outros. Mas se dermos a um tal homem poder sobre os outros, como haveis solicitado, haverão muitas e sérias dificuldades. Encontrastes aqui Ocidentais que passaram quarenta anos connosco e, se mesmo esses ainda não têm um conhecimento perfeito dos assuntos imperiais, como poderia alguém tão recentemente transplantado do Ocidente fazer melhor? Ser-me-ia impossível dar-me com ele como me dou com estes. Precisaria de um intérprete, o que implica desconfiança e embaraço. Um tal homem nunca estaria livre de erro e, se fosse nomeado líder de todos, teria de suportar qualquer culpa incorrida pelos restantes e pagar o preço de acordo com os nossos costumes.” A verdade é que Vossa Excelência nunca foi convertido ao catolicismo. As suas palavras não eram diferentes dos mais tresloucados ou impróprios ensinamentos de Budistas e Taoístas, porque deveriam ser tratados de forma diferente? Então se não acredita no Deus cristão, pelo menos acredita no destino? O destino surge das nossas mentes e a nossa felicidade é procurada em nós mesmos. Daí serem feitas previsões a partir do curso dos planetas acerca do casamento e da fortuna, descendentes, carreira e o passar dos anos – no entanto, estas previsões não chegam muitas vezes a realizar-se na experiência posterior. E isto porque se não desempenharmos o nosso papel humano não poderemos compreender o caminho do Céu. Se o astrólogo diz que serás bem sucedido, poderás então dizer: “Estou destinado a sair-me bem e posso dispensar os estudos?” Se aquele afirma que enriquecerás, poderás sentar-te e aguardar a riqueza? Se te oferece uma vida livre de desgraça, poderás ser temerário? Ou ser debochado sem risco apenas por que diz que viverás muito e em saúde? Como encara o seu reinado? Estou a aproximar-me dos setenta e os meus filhos, netos e bisnetos são mais de 150. O país está relativamente em paz e o mundo está em paz. Mesmo que não tenhamos melhorado todas as maneiras e costumes e tornado toda a gente próspera e feliz, trabalhei com incessante diligência e intensa vigilância, nunca descansando, nunca ocioso. Durante décadas exauri todas as minhas forças, dia após dia. Como poderia tudo isso ser resumido numa frase de duas palavras como “trabalho árduo”? Deixa uma extraordinária herança. Qual foi o seu segredo? Todos os Antigos costumavam dizer que o Imperador se devia preocupar com princípios gerais mas que não devia lidar com pormenores. Não posso concordar com isto. O tratamento descuidado de um assunto pode trazer consequências nefastas ao mundo inteiro, um momento de distracção pode causar danos a todas as gerações futuras. A falta de atenção aos pormenores acabará por colocar em risco as nossas maiores virtudes. Por isso dedico sempre a maior atenção aos pormenores. Por exemplo, se negligenciar alguns assuntos hoje e os deixar por resolver, amanhã existirão mais assuntos para resolver. Está portanto satisfeito com o seu desempenho? Desfrutei a veneração do meu país e as riquezas do mundo. Não há objecto que não possua, nada que não tenha experimentado. Mas agora que atingi a velhice não consigo parar nem um momento. Por isso, considero o país como um sandália usada e todas as riquezas como lama e areia. Se morrer sem que tenha havido uma erupção de distúrbios, os meus desejos terão sido satisfeitos. Desejo que todos vós oficiais se recordem que fui o Filho do Céu portador da paz por mais de 50 anos e o que vos repeti, vez após vez, foi realmente sincero. Então, isso terá completado um fim digno da minha vida. Nada mais direi. Na próxima segunda-feira, a Livros do Meio lança “Imperador da China – Autobiografia de K’ang-Hsi”, na Fundação Rui Cunha, pelas 18h30. A apresentação da obra será feita por Carlos Morais José.
Leonor Sá Machado EventosFRC | Professor da USJ apresenta obra sobre Direito Internacional [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]professor da Universidade de São José (USJ) Francisco José Leandro prepara-se para apresentar o seu novo livro – “A RAE de Macau e a União Europeia: Dois Sujeitos de Direito Internacional?” – na Fundação Rui Cunha (FRC). O lançamento vai acontecer às 18h30 do próximo dia 21. A cargo de José Luís Sales Marques, a apresentação conta ainda com Paulo Cardinal, actual assessor da Assembleia Legislativa. A publicação da obra conta ainda com a colaboração da Fundação Macau e do Instituto de Estudos Europeus. “Esta obra visa lançar alguma luz sobre a actual Personalidade Jurídica Internacional de Macau sob a marca política da República Popular da China afirmada pelo Presidente Deng Xiaoping, Um País Dois Sistemas”, refere a FRC em comunicado. De acordo com a organização da iniciativa, é ainda preciso aprofundar o estudo sobre o “estatuto jurídico internacional” na RAEM, com o objectivo de “identificar que tipo de capacidades jurídicas estão atribuídas à existência da RAEM, enquanto sujeito da comunidade jurídica internacional”. Francisco Leandro é doutorado em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Católica Portuguesa e actualmente leccionada na USJ. A obra será lançada em três línguas – Português, Chinês e Inglês – será editada com a FRC, e as outras duas entidades organizadoras. O lançamento será feito em Português, com tradução simultânea para Cantonês.
Leonor Sá Machado EventosMúsica | Brandon Lamn lança novo disco como Burnie Brandon Lamn actua sob vários nomes, mas é Burnie quem acaba de lançar o disco “Lotus City”. Com Macau como pano de fundo, trilha um novo caminho para a música electrónica, dando-lhe novas roupas e até um corte e maquilhagem radicais [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]artista de Macau Brandon Lamn voltou a assumir a forma de Burnie, nome artístico com o qual funciona a solo, para lançar um novo disco. Intitulado “Lotus City”, alude naturalmente à sua terra-natal, Macau, que tem a planta de lótus como figura representativa na bandeira. Em entrevista ao HM, Lamn confirma que grande parte do novo álbum vem beber à vivência da própria cidade, havendo mesmo faixas que assim o explicam. “A cidade dá-me material de inspiração e exemplo disso são as faixas ‘Fireworks’, ‘Cyclone’ e ‘Panda’ que, de certa forma, se relacionam facilmente com a cidade. Vivo aqui há 30 anos e produzi o disco em Macau, pelo que naturalmente o meu trabalho musical será afectado por isso mesmo”, explicou. Já disponíveis para ouvir gratuitamente na plataforma Soundcloud, estão ‘Square’ e ‘Soul Alliance’. É através de uma batida electrónica que o artista tenta passar para o ouvinte a sonoridade de uma cidade em constante movimento. As deslocações diárias, o trânsito nas estradas, a altura dos prédios e as vistas desarmadas do horizonte urbano são alguns dos elementos que fazem a qualidade deste disco. Mudança de espírito Lançado este mês, o álbum pretende ser, segundo Burnie, uma compilação de sonoridades diferentes das anteriores lançadas. “Quando comparado com os álbuns dos EVADE [banda de Lamn], penso que todos conseguem identificar estilos musicais muito diferentes. EVADE é uma banda e por isso as músicas são o resultado daquilo que eu, a Sonia e Faye temos feito durante estes anos”, diz. No entanto, acrescenta, ‘Lotus City’ é um trabalho “só” de Brandon. “É a forma como eu vejo a música electrónica”, define. Esta nova peça é resultado de uma série de experiências com base na cidade, mas que não só se inspiram na sua vivência, como em sons e batidas verdadeiras. Burnie faz uso da técnica de sample, onde se captam sons dos ambientes em redor para incorporar em músicas, geralmente funcionando como música de fundo. Neste caso, foram usados sons que remetem para “estilos de música oriental” e outros de downtempo. Patrocínios culturais O lançamento do álbum contou com o patrocínio do Instituto Cultural que, esclarece Lamn, financiou “a produção, masterização e impressão” da peça. “Sinto-me feliz por ver que o Governo está a investir recursos nas indústrias culturais e criativas, até porque qualquer artista precisa de um determinado tempo para crescer”, diz. Burnie aponta para uma média de dez anos até que a internacionalização seja possível. “É preciso ser paciente”, defendeu. Questionado sobre a qualidade, no geral, dos artistas locais, Brandon Lamn fala da existência de vários bons autores e compositores musicais, numa indústria “que se está a desenvolver” à imagem das de Taiwan e da Coreia do Sul no seu tempo. O próximo passo é publicitar o novo disco em Guangzhou já este sábado e mais tarde realizar o lançamento oficial em Macau e em Hong Kong. Além disso, o artista está em debate com lojas no Japão, Malásia e Singapura para a eventual venda do álbum a nível regional. “Estou também em negociações com uma empresa para a colocação do álbum online, em websites como o iTunes, Beatport e Amazon”, finalizou. Há ainda uma digressão asiática pensada e Lamn promete divulgar mais pormenores mal tenha as confirmações.
Leonor Sá Machado EventosLivros do Meio apresenta autobiografia de K’ang Hsi [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]editora local Livros do Meio lança, na próxima segunda-feira, uma obra autobiográfica do imperador chinês K’ang Hsi. O lançamento acontece às 18h30, na Fundação Rui Cunha. “Imperador da China – Autobiografia de K’ang Hsi” compreende uma série de manuscritos traduzidos por Jonathan Spence, com cartas e outros escritos seleccionados que dão uma luz esclarecedora sobre a vida do imperador que governou a China durante a segunda metade do século XVII. Nesta peça literária – autobiográfica – todos os textos foram escritos pelo imperador, sendo que a Spence se atribui somente a selecção dos manuscritos a incluir na obra. “Por estas páginas, perpassam as ideias, os valores, os pensamentos e as afeições de um homem que é considerado um dos mais brilhantes governantes da História”, refere a organização em comunicado. K’ang Hsi foi o primeiro imperador a nascer a sul de Pequim, em 1654, e o quarto da Dinastia Qing. Além disso, foi o governante que mais tempo esteve no poder – 61 anos. No entanto, a sua governação não teve lugar desde a chegada ao trono, tendo sido a sua avó e outros quatro representantes a tomar as rédeas do país dos sete aos 13 anos de idade do então jovem. Este é considerado uma das personagens mais emblemáticas na história da política chinesa, tendo presenciado a Revolução dos Três Feudalismos, o Reino de Tungning em Taiwan e o bloqueio Czarista. Contas feitas, no final do seu reinado, o imperador chinês tinha a seus pés a China, Taiwan, a Manchúria e parte da Rússia, mas também a Mongólia e o Tibete. “O livro poderá ser visto como uma tentativa de explorar o poder que a memória tem de transcender o tempo, uma tentativa de mostrar eventos de uma vida tal como podem renascer em alguns momentos de concentração mental”, explica Spence no prefácio da obra. O livro aproxima-se de uma biografia no sentido em que o seu editor pretendeu mostrar as várias fases da vida de K’ang Hsi. Jonathan Spence nasceu no Reino Unido, mas tem dupla nacionalidade. De entre as publicações da sua autoria estão 14 obras sobre a China subordinados a vários temas, nomeadamente diferentes dinastias, a Revolução Cultural ou a presença ocidental deste lado do mundo. Spence vive agora nos EUA, tendo-se doutorado em Filosofia Chinesa Clássica na Universidade de Yale.
Tomás Chio EventosMúsica | Jovem de Macau lança hoje segundo álbum de originais Toca bateria, teclas e guitarra e faz dos sintetizadores o seu brinquedo. Achun, nascido e criado em Macau, lança hoje “Hallucination” [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se Achun e nasceu e cresceu em Macau. Foi também aqui que criou todas as músicas que fazem parte de “Hallucination”, o segundo álbum na sua carreira e que é agora dado a conhecer ao público. A data não foi escolhida ao acaso: Achun celebra hoje 32 anos e quis, com este CD, dar um “presente a si próprio”. O disco inclui sete músicas, todas elas instrumentais, e compostas por Achun. A electrónica é o seu estilo, mas o músico – independente – explica que, por detrás do que faz, há muito trabalho. “As pessoas pensam que eu sou um DJ, mas não. A verdade é que eu toco diversos sintetizadores e instrumentos, como bateria, guitarra e teclas”, explica ao HM, acrescentando que não se fica por aqui. No início era os anos 80 Quando começou, há quatro anos, Achun enveredou por estilos mais relacionados com os anos 80. Como exemplo para ilustrar a sua explicação, o jovem diz-nos que começou por fazer sons semelhantes aos do jogo “SuperMario”. Ultimamente tenho criado algumas músicas mais asiáticas e de etnias diferentes, com instrumentos especiais como carimba e maracas. Quero criar músicas que misturam o estilo asiático e electrónico”, diz-nos. Apesar de fazer tudo do zero sozinho, Achun assume que também pensa na sua audiência, especialmente quando tem concertos: o estilo pode ser mais “suave, mais vibrante, mais pesadão”. Estudante do curso de Desenho do Instituto Politécnico de Macau, Achun acabou por não terminar a licenciatura. Ao mesmo tempo que estudava, trabalhava numa empresa de desenho. O facto de considerar que o conteúdo do curso não era tão interessante ajudou a que o jovem optasse pela sua paixão: a música. “Comecei a minha carreira musical há quatro anos. A música sempre me interessou, sempre tive uma grande paixão por música e, nos três anos anteriores, sempre pensei em tornar-me músico a tempo inteiro. Só não me despedi do trabalho porque precisava de ganhar o meu pão.” Achun publicou o seu primeiro álbum – “On The Other Side” – em 2012, tendo feito o seu primeiro concerto par ao lançamento do disco em Xangai. Foi aqui que a sua carreira deu um passo em frente. “Conheci um italiano que era dono de uma editora em Bolonha. Combinamos lançar algumas músicas na internet e foi isso que fizemos com obras como ‘City Vibes’ e ‘The Gloaming Time’. Depois desta cooperação, fui contratado por uma empresa de Hong Kong.” Achun passou, então, a viver e trabalhar na região vizinha. Voltou a Macau para criar mais música, mas a verdade é que o bichinho da RAEHK ficou para sempre consigo. “Embora tenha tido concertos já em Xangai, Taiwan e Hong Kong, bem como em Macau, a maioria dos meus shows é na RAEHK. Macau não é muito conhecido nos países estrangeiros e, como morei e trabalhei lá, digo aos estrangeiros que sou de Hong Kong. Mas não me esqueço que nasci e cresci em Macau. Se for mais conhecido mundialmente, no futuro, vou dizer aos meus fãs que sou de Macau. E vou falar desta terra, caso eles não saibam onde fica”, conta-nos sorridente. O mercado local A dificuldade de fazer música em Macau é algo apontado pelo músico, que caracteriza a indústria musical local como um “papel branco”. Faltam recursos humanos e espaços, diz, mas também uma verdadeira paixão por música da parte do público. “O território é pequeno, não há muito potencial para música aqui e os residentes não dão muita atenção à música. Por isso é que me concentrei mais no mercado internacional.” Ainda assim, Achun não desiste do que gosta de fazer. Prova disso é este novo álbum, que é publicado de forma independente através da sua própria empresa – a “The Future Perfect”. Desde a criação da música, à gravação do disco e à promoção tudo é, então, feito por Achun. O artista diz-nos ainda que todas as capas dos seus álbuns são desenhadas por si. A capa de “Hallucination” é inspirada em ficção científica, uma das suas outras paixões. O álbum vai ser lançado digitalmente, para já, e só depois em formato físico. As músicas de Achun podem ser ouvidas em plataformas como iTunes, Amazon e KKbox.
Flora Fong EventosFestival de Graffiti | Arte urbana nas escolas e parques da cidade [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação do Poder das Artes para Inspirar Inteligência de Macau está a organizar o primeiro Festival de Graffiti de Macau. O evento começou ontem e decorre durante uma semana. Entre as actividades disponíveis estão palestras e a possibilidade de pintar as paredes de parques e escolas. A cerimónia de abertura do festival aconteceu ontem no Centro UNESCO de Macau. Foi também aqui que teve início a Exposição de Obras de Graffiti de Alunos do Ensino Especial, com a cooperação da Cáritas de Macau e da Associação de Familiares e Encarregados de Deficientes Mentais de Macau. O presidente da associação, Chong Cok Veng, e o director da Associação, Peter Siu Chun Yun esperam tornar este festival anual, considerando uma “marca local” para atrair mais turistas e para que a arte urbana atinja a cidade. Quarteto italiano É às 10h00 de amanhã que acontece uma palestra sobre o tema, no Instituto Politécnico de Macau. Quatro artistas de graffiti do grupo italiano Truly Design – Mauro Italiano, Emanuele Ronco, Marco Cimberle e Emiliano Fava – são as cabeças de cartaz do festival. O quarteto lecciona actualmente no Instituto Europeu de Design, em Torino. Marco Cimberle é especialista em Design a três dimensões e Mauro Italiano em Ilustração. Das 14h00 às 16h00 de hoje e amanhã e das 10h00 às 16h00 desta quinta e sexta-feira estão abertas sessões de grafitti no Parque de Grafitti de Macau, situado na Rua dos Mercadores. O graffiti não “invade” apenas o parque, como também chega à Escola da Cáritas de Macau às 10h00 de amanhã. O último dia da actividade vai ter lugar na Praça de Amizade, das 9h00 às 17h00, onde os artistas vão fazer graffiti em 3D. Esta actividade é co-organizada pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e patrocinado pela Fundação Macau.
Joana Freitas Eventos MancheteCamaleão excelentíssimo Ambíguo, heteronímico, multifacetado, David Bowie foi a figura da cultura pop que melhor interpretou a segunda metade do século XX [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]avid Bowie, que morreu no domingo, aos 69 anos, conjugou magistralmente talento, ‘gancho’ comercial e ambiguidade, tornando-se num dos músicos mais influentes de sempre, com um estilo ímpar que nunca deixou de reinventar. Provocador, enigmático e inovador, construiu uma das carreiras mais veneradas e imitadas da indústria do espectáculo, que o colocou no pedestal das lendas da música. Nascido David Robert Jones, a 8 de Janeiro de 1947, no seio de uma família modesta de Brixton, um bairro popular do sul de Londres, a lenda do rock viu o primeiro sucesso chegar em 1969, com “Space Oddity”, uma música que se tornou mítica sobre a história de Major Tom, um astronauta que se perde no espaço. Nessa altura, já tinha operado a primeira de muitas reinvenções, ao “batizar-se” David Bowie quatro anos antes, para evitar confusões com Davy Jones, vocalista dos The Monkees, banda rival dos Beatles. Os anos 1970 viram-no dominar o panorama musical britânico e conquistar os Estados Unidos da América com uma série de álbuns de sucesso. Bowie, que estudou budismo e mímica, traçou o caminho para vingar como uma das figuras de maior relevância durante mais de cinco décadas. Multifacetado, também foi actor, produtor discográfico e venerado como ícone de moda pela tendência para provocar por via da indumentária. Autor de álbuns aclamados como “Heroes” (1977), “Lodger” (1979) e “Scary Monsters” (1980), o artista, radicado em Nova Iorque há anos, chegou ao topo da indústria a 06 de junho de 1972 com “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spider From Mars”. Este disco, em que relata a inverosímil história da personagem Ziggy Stardust, um extraterrestre bissexual e andrógino transformado em estrela de rock, reuniu duas das obsessões do cantor: o teatro japonês kabuki e a ficção científica. Contudo, essa excêntrica personagem foi apenas uma das muitas personalidades que adotou ao longo da carreira, como os outros “alter egos” da sua produção criativa: Aladdin Sane ou Duque Branco. Em 1975, chegou o primeiro êxito nos Estados Unidos, com o ‘single’ “Fame”, que co-escreveu com John Lennon, e também graças ao disco “Young Americans”. Mais tarde, em 1977, chegou o minimalista “Low”, a primeira de três colaborações com Brian Eno, conhecidas como a “Trilogia de Berlim”, que entraram no top 5 britânico. Ao lugar cimeiro da tabela musical no seu país chegou ainda com “Ashes to Ashes”, do álbum “Scary Monsters (and Super Creeps)”; colaborou com os Queen no êxito “Under Pressure” e voltou a triunfar em 1983 com “Let’s Dance”. Em 2006, anunciou um ano sabático e desde então muitos fãs choraram a prolongada ausência que deu azo a todo o tipo de rumores sobre a sua saúde. Após anos de silêncio, David Bowie “ressuscitou” em 2013, aos 66 anos, com “The Next Day”, um disco produzido pelo veterano Tony Viscontti, o seu homem de confiança que enamorou a crítica com típicos elementos ‘bowinianos’. Um ano depois, pôs no mercado a antologia “Nothing Has Changed”, com a qual celebrou meio século de carreira. O seu mais recente álbum foi “Blackstar”, em que surge como um ‘rocker’ ainda apostado em surpreender ao enveredar por alguma experimentação jazz, o qual foi posto à venda na passada sexta-feira, coincidindo com a data do seu 69.º aniversário. O seu 25.º álbum, surgido sob o signo de uma misteriosa estrela negra (“Blackstar”), é atravessado por baterias epilépticas, por correntes e explosões de saxofones (o primeiro instrumento de Bowie) e por uma voz de veludo que transmite ora doçura, ora inquietação em surdina. David Bowie, que lutava há 18 meses contra um cancro, era casado desde 1992 com a modelo somali Iam, com a qual teve uma filha, Alexandria Zahra “Lexi” Jones. Tem outro filho, Duncan Jones, fruto de um primeiro casamento com Angela Bowie. Blackstar, a última partida O novo disco é sombrio e desafiador. Gravado ao lado de um quarteto de jazz (o Donny McCaslin Quartet), traz ecos do disco Outside, que Bowie lançou em 1995, em que conspirava com a ficção científica e o início da era digital, além de forte influência de música electrónica. Também é influenciado pelas distopias da nossa época actual – o saxofonista McCaslin disse que a faixa-título teve o Estado Islâmico como inspiração – e pelo disco mais recente do rapper Kendrick Lamar, To Pimp a Butterfly e tem uma música (“Girl Loves Me”) composta no inglês torto inventado por Anthony Burguess em Laranja Mecânica. É um disco que fala de morte de uma forma estranha e sem pessimismo, como se o cantor e compositor estivesse a preparar a forma como quer ficar conhecido. Músicos locais lamentam morte de ídolo “Uma gigante perda” A morte do artista David Bowie, aos 69 anos, vítima de cancro, apanhou o mundo de surpresa. Depois de pulos de alegria, por parte dos seus seguidores, com o lançamento do novo álbum “Blackstar”, na semana passada, é tempo de chorar a morte do cantor. “Estou chocado, fui apanhado completamente de surpresa. É uma perda enorme para o mundo da música, para os músicos, para o mundo”, reagiu Luís Bento, empresário e músico, residente em Macau. “Os anos 80 e 90 foram marcados pelo Bowie, nem acredito que isto aconteceu”, apontou ao HM. David Bowie era, conta, um artista de mão cheia que fez o que muitos não conseguem fazer. “Os músicos a sério são-no até morrer. Não tenho dúvida disso e Bowie é só mais um exemplo da qualidade e trabalho que sempre o distinguiu”, frisou. Para Darrren Kopas, membro da banda local Music Boxx, esta é claramente “uma gigante perda”. “O mundo conhece o David Bowie, é uma referência para qualquer músico de pop rock. Perdemos um grande artista”, frisou. O músico Ladislau Monteiro, mais conhecido por Zico, relembrou os tempos em que os discos do artista inundavam a casa dos pais. “Claro que David Bowie é uma influência. É um ídolo. Qualquer músico da nossa geração tem o Bowie como referência. Fico muito triste, muito triste mesmo, com esta notícia”, apontou. “É uma enorme perda para o mundo musical”, refere Vincent Cheong, proprietário do Live Music Association (LMA). Bowie, diz, conquistou o mundo e agora deixa-o mais pobre. O trabalho “Blackstar” fecha a história de uma vida. David Bowie despediu-se assim dos fãs. “Esta foi a melhor prenda que David Bowie nos podia deixar, um álbum”, refere Tatiana Lages, uma assumida seguidora do trabalho do artista. Quais são os teus direitos como ser humano? Bowie, sendo inglês, não partilha da visão anglo-saxónica do mundo, que é pragmática. Nasce numa Londres parcialmente destruída pelos raides aéreos alemães e sujeita a um racionamento até 1954. Bowie fez uma audição para o musical Hair, a primeira peça com nudez integral a estrear em Londres depois do fim da censura. Mas não foi aceite. A chave está nos anos 70, quando Bowie surge como Ziggy Stardust. O seu interesse pelo teatro musical era de tal forma que, em 1973, Bowie solicitou à viúva de George Orwell autorização para adaptar o romance 1984 para palco, mas não foi aceite. E foi daí que nasceu o álbum Diamond Dogs (1974), que é um concerto completamente encenado. Bowie tinha visitado a Factory, de Andy Warhol, em Nova Iorque, onde o seu agente tinha comprado, em 1966, uma gravação de um álbum de Lou Reed and the Velvet Underground que era, também, uma forma completamente diferente de fazer teatro musical. O que é interessante de analisar são as formas que Bowie encontrou para se fechar do mundo, como quando decidiu ir para Berlim nos anos 70. Na verdade, para ele tudo é representação e essa ideia está já no início da sua carreira. Bowie foi aluno de Lindsey Kemp, um actor que foi também mimo e não se sabe se tiveram ou não um caso. Mas foi Kemp quem o levou para uma série de filmes onde era sempre type-casted. A grande diferença de Bowie é que, ao contrário de outros grupos, nos anos 1980, como os Pet Shop Boys, ou agora a Lady Gaga, não teve que preencher qualquer vazio. Ou pelo menos, não o mesmo vazio. Marcel Duchamp fez o mesmo quando, nos anos 1920, deixou de produzir e considerou que o grande gesto criativo era jogar xadrez [publicou, mais tarde, o livro The Art of Chess]. Se o Ziggy Stardust andasse nas ruas de Londres ou de Lisboa, duvido que alguém lhe desse importância. Mas há muitas cidades no mundo em que se o fizesse, teria uma reacção hostil e possivelmente violenta, ou pior. A influência de Bowie percebe-se na linha da frente de uma das maiores divisões do mundo, que já não é política ou religiosa, mas na verdade, é muito mais fundamental: quais são os teus direitos como ser humano? Bowie não tem um programa político, mas disse: “eu decido ser isto, e tu decides o que queres”. A grande fractura, hoje, está na diferença entre o indivíduo e os seus direitos. Entre o indivíduo e a liberdade de escolha. Há uma frase de William Blake que me parece ser adequada para explicar Bowie: alguém que não teve um predecessor, que não vive a par dos seus contemporâneos e não pode ser substituído por qualquer sucessor.
Leonor Sá Machado EventosComédia | Canadiano Russell Peters com espectáculo no Studio City Russell Peters pode não soar ao ouvido de toda a gente, mas é certamente conhecido pelos EUA e Canadá, onde já venceu vários prémios e esgotou salas. O comediante estará no Studio City em Fevereiro [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]comediante Russell Peters estará em Macau no próximo dia 26 de Fevereiro para um espectáculo sem igual no Centro de Eventos do Studio City. Os bilhetes começam a ser vendidos hoje. Macau está na lista na mais recente digressão do artista, “Almost Famous World”. Antes disto, em 2012, Peters conquistou o mundo e internacionalizou a sua comédia com a digressão “Notorious World”. O espectáculo vai compreender “novo materiais e nova iluminação”, com a garantia, em primeira mão, de muita interacção com o público. “Gosto de me relacionar com a plateia e uso a interacção para me levar de uma performance para a outra. Alguns artistas sobem ao palco com um guião preparado e não se desviam disso mas esse não é o meu estilo”, começa o autor por dizer. Peters assegura saber o que quer fazer em palco, mas é com a influência e comportamento da audiência que vai fazendo a sua magia. Esta é a primeira visita do comediante ao território. Canadiano, mas de ascendência sul-asiática, o comediante esgotou o Teatro Harlem’s Apollo e a Arena Brooklyn Barclays em 2012, pelo que o Studio City apela à compra antecipada dos bilhetes. A digressão anterior teve 150 mil espectadores só no Canadá. A presente lista de locais de espectáculos passa pela África do Sul, Nova Zelândia, Austrália e outros países. Peters deu início à sua carreira na área do stand-up comedy em 2008, através de financiamento, produção e distribuição por conta própria do seu trabalho, através do lançamento de DVDs, que totalizaram 350 mil vendas só nos EUA. Agora é a Netflix que espalha parte do seu trabalho pelo mundo, com “Notorious” a ser um exclusivo da cadeia televisiva, com sete horas só suas neste canal. Além disso, Peters encontra-se na lista da Forbes dos 10 Comediantes Melhor Pagos dos EUA desde 2009. Os bilhetes custam entre 680 patacas e 50 mil patacas para uma suite de 24 pessoas.
Leonor Sá Machado EventosBibliotecas com espaços especiais para a leitura [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s bibliotecas públicas têm uma nova cara desde Dezembro. Através da iniciativa “Livros ao Sol 2015”, os espaços de leituras têm agora cantos dedicados à leitura aquecida, ou seja, locais especialmente desenhados para que os utilizadores possam ler à luz do sol. Esta iniciativa está patente até 15 deste mês e inclui um destaque especial para o programa “Livros Esquecidos”, que coloca em ênfase obras que raramente são lidas ou requisitadas. Foram três as bibliotecas que aderiram ao projecto, incluindo a Sir Robert Ho Tung, perto de S. Lourenço, a Biblioteca Central – no Tap Seac – e a da Taipa, no Parque Central. Todos os cantos de leitura foram desenhados por arquitectos do território. A primeira tem a assinatura de Andre Lui Chak Keong, a segunda do atelier Che Hon e a terceira do profissional português Nuno Soares. Biblioteca Sir Robert Ho Tung “O canto de leitura da Biblioteca Sir Robert Ho Tung foi desenhado pelo arquitecto local Andre Lui Chak Keong, o qual se inspirou nas concentrações festivas de eruditos da antiguidade junto aos rios, caracterizadas por um espírito fluído e despreocupado, usando as janelas para criar um elo entre o espaço de lazer e o jardim exterior e dando forma a um canto de leitura completamente diferente das funcionalidades originais do espaço”, conta o IC em comunicado. A Biblioteca Central tem agora um espaço com uma “iluminação simples para contrastar e fazer sobressair diversas formas de papel”, enquanto a da Taipa está decorada com uma instalação. Os três espaços terão ainda patente uma exposição de fotografia.
Joana Freitas EventosEscritores unidos pela Língua Portuguesa [dropcap style=’circle’]Y[/dropcap]ao Jing Ming e Ricardo Pinto são dois dos participantes da sexta edição do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, que decorre em Fevereiro na capital cabo-verdiana. O encontro, promovido pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) em parceria com a câmara municipal da Praia, visa “contribuir para o diálogo e enriquecimento recíproco entre escritores dos diferentes continentes”, adianta a organização em comunicado. No encontro participam escritores de todos os países de Língua Portuguesa e da RAEM. Na sexta edição do encontro, que decorre entre 1 e 3 de Fevereiro, serão analisados os temas “A Literatura e a Diáspora”, “A Literatura e a Insularidade” e a “Poesia e a Música”. José Luís Peixoto (Portugal), Germano de Almeida (Cabo Verde) e Luandino Vieira (Angola) são outros dos convidados, ao lado de Ana Paula Tavares, José Luís), João Paulo Cuenca (Brasil), Abraão Vicente, Germano Almeida e Vera Duarte (Cabo Verde), Odete Semedo (Guiné-Bissau), Luís Patraquim e Paulina Chiziane (Moçambique), João de Melo, José Carlos Vasconcelos, José Fanha, Miguel Real e Zeca Medeiros (Portugal), Goretti Pina (São Tomé e Príncipe) e Luís Cardoso (Timor-Leste), que são também presenças já confirmadas no encontro. Prémios e homenagens O programa, que contará com a presença do Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, inclui uma homenagem ao poeta cabo-verdiano Corsino Fortes, falecido no Verão, pelo também escritor cabo-verdiano Germano de Almeida. Será ainda apresentado o prémio Cabo-Verdiano de Literatura do BCA, em parceria com a Academia Cabo-verdiana de Letras e o Prémio Literário UCCLA “Novos talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa”. No âmbito do encontro estão ainda previstas várias iniciativas paralelas, nomeadamente visitas à Cidade Velha e Tarrafal de Santiago, a inauguração da exposição “Casa dos Estudantes do Império, 1944-1965. Farol da Liberdade” e a realização de uma feira do livro. O Encontro de Escritores de Língua Portuguesa realiza-se este ano na Praia, depois de as quatro primeiras edições terem decorrido em Natal (Brasil) e a quinta em Luanda (Angola).
Leonor Sá Machado EventosTurtle Giant gravaram “Many Mansions I” com o único cravo do Teatro D.Pedro V [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se “Many Mansions I” e é, em termos de sonoridade, o álbum dos Turtle Giant “mais variado” que já fizeram. Quem o diz são Beto Richie e António Conceição, dois dos três membros da banda, que falam ao HM sobre o recente disco. O terceiro elemento, Fred Richie, está neste momentos pelos EUA a trabalhar no sector da música. Lançado oficialmente em meados de Novembro, “Many Mansions I” traz faixas fresquinhas e boas saídas da mente do trio, com direito à cedência do Teatro D. Pedro V para a gravação das músicas. Inteiramente feito dentro daquelas quatro paredes, contou com a sonoridade única de um cravo – instrumento musical de teclas semelhante ao piano, mas com uma sonoridade completamente diferente. O nome do novo álbum explica exactamente o que este é: um aglomerar de histórias das “várias casas” musicais por onde a banda vai passando e de onde vai bebendo. “Cada música é uma história. Um bocado como o nome do álbum, temos muitas ‘casas’ que gostamos de visitar, ou seja, muitos estilos que gostamos de tocar”, explica António Conceição, também conhecido como Kico. Para português ouvir Das 12 faixas já disponíveis online em websites como o iTunes ou o Spotify, duas delas são cantadas em Língua Portuguesa, como bem manda a origem dos músicos. “A Luck tem uma segunda parte cantada em Português e foi o Kico que escreveu”, confessou Beto. Vida de músico O lançamento do álbum estava previsto para o Verão de 2014 e, mais tarde, para Outubro do mesmo ano. No entanto, celeumas e entraves com produtoras e agentes dificultaram o processo, arrastando-o até à saída oficial. Ainda assim, várias das músicas contidas em “Many Mansions I” eram já conhecidas do público, uma vez que foram parar a websites de pirataria online. “Por um lado, é bom vermos as nossas músicas nestes websites, porque se lá estão significa que há quem queira, mas também nos obrigou a alterar os planos para o lançamento”, admite Beto. O lançamento partiu somente da banda, que colocou o CD online, deixando assim de “se preocupar tanto com o trabalho das agências” discográficas. “[As agências] nunca nos satisfizeram e desde 2013 que começaram a ficar aquém, em relação aos timings de lançamento e decisões que tomavam. Isso levou-nos a tomar as rédeas do projecto”, esclareceu Kico, que é não só guitarrista, mas também vocalista. A masterização das músicas aconteceu em Londres, mas a produção das letras e gravação das faixas teve lugar por cá, na terra dos três músicos, e em Hong Kong. De entre as 12 faixas, foram “Nathaniel 3401”, “Golden Summer” e “Business Suit Morning Struggle” que mais gozo deram gravar. Tempo sem dinheiro “Quando temos um emprego a tempo inteiro, temos mais dinheiro, mas não temos tempo. E quando estamos desempregados, temos tempo mas não há dinheiro”, afirma Beto, quando questionado acerca da forma como se faz um álbum. A conversa foi, inevitavelmente, parar à temática badalada da promoção das indústrias culturais e criativas. Que papel tem o Governo local na publicitação de uma banda local? A opinião é unânime: além da cedência do Teatro, nenhum. Há, certamente, vários subsídios disponíveis para quem pretenda mostrar o seu talento em Macau, mas a esmagadora maioria é “restritiva”. Isso mesmo explicam os dois músicos, que além de terem sempre agido sem a ajuda do Executivo, criticam a falta de abertura ou iniciativa. Tanto do Governo, como de associações locais. Como exemplo, os Turtle Giant contam que se candidataram uma vez, em 2012, a um destes programas, mas foram rejeitados por não cumprirem os requisitos. Um deles era que todas as músicas submetidas fossem totalmente originais e algumas delas já conhecidas do público. O próximo passo dos Turtle Giant será lançar “Many Mansions I” em formato físico em vinil e em disco ainda este ano e a isso segue-se uma eventual digressão. Por onde, ainda não se sabe, mas certamente por lugares onde o talento dos Turtle Giant é reconhecido. O colectivo já passou por uma série de rádios universitárias norte-americanas e outros quantos festivais em cidades dos EUA, no Canadá e em Inglaterra. “Many Mansions I” pode ser adquirido por 9,99 dólares norte-americanos na loja da iTunes, via website oficial da banda.
Filipa Araújo EventosBistro D’Indochine | Paris no copo, China no prato [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau tem um novo espaço que pretende juntar o Ocidente com o Oriente. Chama-se Bistro D’Indochine e traz o sabor de Paris ao copo, através dos seus vinhos, e o da China, nos tão típicos noodles que chegam ao prato. “O Bistro D’Indochine abriu um pouco antes do Natal e o que estamos a fazer é um bistrô estilo francês, que muitas vezes é visto em Paris, mas introduzindo a comida chinesa, assim como as [típicas] baguetes”, começou por explicar Stephen Anderson ao HM, também dono do Café Cathedral. Do menu fazem parte vários pratos, mas a especialidade é de facto os noodles, assim como típicos vinhos franceses, ainda que haja vinhos também de outros países. Tal como aconteceu no Café Cathedral, a escolha deste lugar foi altamente pensada. “Um pequeno pátio”, como Stephen Anderson descreve, numa transversal a uma das principais ruas da zona história de Macau. “Temos também uma pequena área de jardim. Limpámos toda aquela zona e neste momento pode ser usada pelos nossos clientes”, aponta, frisando que a intenção é sempre trazer as pessoas à cidade e humanizar mais as ruas. “O mesmo que acontece no pátio em frente ao Café Cathedral”, reforçou. A proximidade ao Consulado Português é também uma forma de chamar clientes portugueses, adiantou o empresário. “O que quereremos é basicamente revitalizar a zona histórica da cidade”, frisou. Neste momento, o novo espaço está aberto até às 22h00, todos os dias, mas Stephen Anderson conta, em breve, com a nova licença que permitirá ter o Bistro D’Indochine aberto até à meia-noite. Para os apreciadores de vinho e noodles, o café situa-se no Pátio da Lenha, perto da Rua Pedro Nolasco da Silva.
Andreia Sofia Silva EventosInstituto Internacional relembra padre Benjamim Videira Pires [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]centenário do nascimento do padre Benjamim Videira Pires vai ser lembrado esta sexta-feira com uma palestra no Instituto Internacional de Macau (IIM). Ao HM, a oradora convidada – a historiadora Beatriz Basto da Silva – considera que a obra de Benjamim Videira Pires deveria ser reeditada e traduzida. Para a autora da Cronologia de Macau, não bastam “palestras sobre as quais ninguém fala no dia seguinte” para lembrar a vida e obra do pároco português. “Deveriam pegar nas obras delas e tratar delas. Ele escreveu imensos livros mas também artigos, e esses estão espalhados, e deveriam estar juntos. A obra dele deveria ser compilada e traduzida”, apontou. Beatriz Basto da Silva, que conheceu pessoalmente Benjamim Videira Pires, recorda “uma pessoa muito prestável”. “Cada vez que precisei dele foi sempre muito prestável às minhas solicitações. Foi-me de grande valia a sua ajuda em termos de sabedoria sobre Macau e a história dos portugueses no Oriente”, disse a historiadora. Missionário, pedagogo e escritor, Benjamim Videira Pires fez parte de um vasto grupo de pessoas, não só da Igreja como de leigos, “que se esforçaram por manter o perfil português de missionários”, relembra a responsável. “E fez isso muito bem. A vida dele foi de doação e de estudo para cumprir a sua missão e aquilo que o trouxe a Oriente: uma missão religiosa mas ao mesmo tempo cultural. Era uma pessoa que, sendo calada, falava quando era preciso. E falava bem”. Na palestra, Beatriz Basto da Silva promete deixar de lado aspectos biográficos. “Isso está escrito. Vou falar da apreciação histórica e da minha impressão pessoal dele. O que me interessa na vida do padre Videira Pires é a sua personalidade e a sua rectidão humana, a sua maneira de ser como homem de igreja e historiador”, rematou. O evento tem entrada livre e está marcado para as 18h00.
Hoje Macau EventosLMA | International Artists Association convida a festa chill-out no domingo Domingo o dia é para relaxar, com a música de artistas internacionais, comida e arte. É o que promete a festa que tem lugar no LMA e onde Sancho-Meiso-Chaya é o convidado especial [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Live Music Association (LMA) e a International Artists Association (I.A.A.) prometem um domingo diferente, no próximo dia 10. Com “Take Off Your Shoes”, as duas organizações juntam-se para dar música a Macau, num evento que garantem ser único e inovador no território. Sancho Chaya do Japão A actividade tem hora marcada para as 18h00 – estendendo-se até à noite – e traz concertos de música lounge e electrónica ao vivo, bancas de comida saudável e pequenas lojas de venda de artesanato e roupa. Do Japão, chega um convidado especial, Sancho-Meiso-Chaya. O entretenimento é variado e está a cabo de diversos artistas: Achun, de Macau, brinda o público com música electrónica/indie misturada com instrumentos ao vivo, num estilo semelhante à banda local Concrete/Lotus, que apresenta uma mistura de elementos electrónicos e ao vivo. Da Catalunha chega Enric Carbonell AKA Doctr’n’ric, produtor, compositor e músico. Do Punk ao Ska, do Jazz ao Reggae, Enric está ligado à área da música desde 1992, tendo trabalhado com The Pioneers e Derrick Morgan, entre outros artistas. Enric O japonês Ryoma, radicado em Macau, é outros dos artistas encarregues do som, desta vez como DJ. Ryoma – que é parte do grupo local High Tech Tribe e membro fundador da I.A.A. – começou como organizador de eventos nos anos 1990, altura em que foi “baptizado na cultura hippie, em Goa, na Índia”. É daqui que retira algumas influências para o estilo de música que opta por passar. Mas Ryoma não é o único nipónico, já que Sancho-Meiso-Chaya chega de Tóquio como o convidado especial da “Take Off Your Shoes”. Sancho é um produtor de música dub e chill-out desde os anos 1990, quando começou também por enveredar na cultura reggae. “Nos anos 2000, começou a solo, actuando na cena musical de Tóquio”, refere a organização. A portuguesa RITArita, fundadora do estúdio Yogaloft, estará também a cargo dos pratos, num evento onde se quer, diz a I.A.A., “que a audiência tire os sapatos e se deixe mergulhar num domingo diferente, rodeado de boas vibrações e boa música”. Achun E porque não é só de música que se faz uma festa, estão ainda convidadas as lojas Headz e Worker Playground – que vão vender arte “tribal e psicadélica” e roupa – e ainda a loja Chakra Space, de Tc e Meng, encarregue de oferecer “comida vegetariana pura e café artesanal”. Prometida está uma atmosfera chill-out, com decoração a condizer. Almofadas, carpetes e pés descalços dão o mote para uma festa que só quer “que as pessoas de Macau possam relaxar”. A entrada custa 120 patacas, sendo os bilhetes adquiridos à porta do LMA, no Fai Chi Kei, onde tem lugar a festa.
Leonor Sá Machado Eventos MancheteSubsídios | Governo abre inscrições para produção discográfica original O IC tem prontos 1,7 milhão de patacas para atribuir oito subsídios a produtores discográficos locais [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) inicia hoje o período de candidatura para atribuição do subsídio para produção de álbuns de músicas originais, havendo oito subsídios disponíveis até ao montante máximo de 210 mil patacas. As inscrições encerram a 4 de Março e cada uma é elegível para a gravação de um álbum. Este financiamento está integrado no programa de subsídio para as Indústrias Culturais e Criativas, tendo sido lançado em 2014, e pretende incentivar os músicos locais a SDFSFS. “Através do apoio à produção e promoção de álbuns de canções originais, o IC pretende incentivar os talentos musicais locais a produzirem e lançarem as suas obras, a fim de estabelecer as bases para o desenvolvimento do mercado”, escreve o IC em comunicado. Os candidatos têm que cumprir os requisitos de serem portadores do BIR permanente, maiores de idade e ter a capacidade de se assumirem como produtores discográficos do projecto a título individual. Estes deverão também já ter um repertório de faixas já lançadas oficialmente antes de ingressar no programa de subsídio, ou ter agido enquanto produtores de um outro disco. “O álbum candidato pode ser um álbum de solista, conjunto vocal ou grupo musical”, esclarece a entidade. De entre os critérios de selecção do júri estão a racionalidade orçamental, a perfeição das propostas apresentadas, a estratégia de marketing empregue para a promoção ou a compatibilidade entre os trabalhos de som e a imagem do disco. O financiamento atribuído pode ser utilizado para cobrir despesas de produção musical, do design da capa, da promoção e marketing e de impressão. Estes devem, no entanto, ser distribuídos por via digital em, pelo menos, dois canais comerciais de música. O regulamento e formulário pode ser consultado nas páginas electrónicas das Indústrias Culturais e Criativas e do IC.
Joana Freitas EventosCreative Macau | Professora apresenta livros de Meditação com música ao vivo [dropcap style=’circle’]K[/dropcap]im Hughes Wilhelm apresenta esta quinta-feira os livros “The Journey Within” e “The Journeys Beyond”, na Creative Macau. A professora de Macau, a viver no território há mais de uma década, é autora dos dois livros, que serão dados a conhecer ao público a partir das 16h00 e até às 20h00. Acompanhada de música ao vivo pelo músico Kelsey Wilhelm, da banda local Concrete/Lotus, a apresentação conta ainda com a leitura de alguns excertos das obras, escritas com base em entrevistas de praticantes de Meditação feitas na Índia, e pequenos debates. Os livros estarão à venda no espaço da Creative Macau, sendo que a entrada para o evento é livre. Kim Hughes começou a praticar Meditação há quatro anos e meio, tendo descoberto que a disciplina – que começou por ser uma forma de “reduzir o stress e a alta tensão” – lhe trazia mais do que melhorias ao nível da saúde. “A autora considera a Meditação como essencial para o corpo, para a mente e para o equilíbrio espiritual”, pode ler-se no comunicado da organização, que acrescenta que a necessidade de escrever estes livros surgiu quando Kim Hughes Wilhelm se apercebeu do pouco conhecimento sobre a matéria. “Pareceu que poucas pessoas sabiam como começar e quão facilmente esta prática pode ser incorporada num estilo de vida agitado como é o de hoje em dia”, frisa, acrescentando que obteve permissão do Mestre de Meditação Shahaj Marg (O Caminho Natural, na tradução literal) para compilar um livro feito com base em entrevistas a praticantes. “Começou então um projecto de investigação que durou mais de dois anos e onde quase 40 praticantes foram entrevistas. As suas palavras foram transcritas e este é o resultado: dois livros.” A autora garante que as histórias de vida partilhadas nestas obras são “extremamente interessantes, uma vez que se movem de continente para continente, de era para era” e dão para “ouvir as mudanças pessoais ligadas à esperança de um futuro melhor para a humanidade em geral”. Os livros falam ainda de “aspectos importantes” no que à disciplina diz respeito, bem como sobre como iniciá-la, as mudanças que traz e o papel do próprio guia espiritual. Os livros estão à venda na internet.
Leonor Sá Machado EventosLMA | Dinamarquesa Lydmor volta a Macau para concerto no dia 16 A dinamarquesa Jenny Rossander – conhecida como Lydmor – volta ao seu berço de Macau, a Live Music Association. Este será o segundo concerto da artista no mesmo local. A estreia foi em 2014 [dropcap style=’circle’]L[/dropcap]ydmor é a palavra dinamarquesa para a expressão portuguesa “mãe do som”. É também o nome que a artista Jenny Rossander escolheu para se apresentar em palco, regressando às 21h30 do próximo dia 16 a Macau e à Live Music Association (LMA). A cantora já esteve nesse mesmo palco em Outubro de 2014, com um set de músicas que combinam sonoridades electrónicas com uma voz inconfundivelmente feminina. “Uma jovem tímida sobe a um palco de Viena perante 400 pessoas e nenhuma delas conhecia as suas músicas, deixando-a sozinha, de holofote virado para si, um computador, um teclado e alguns instrumentos de música electrónica”, escreve a LMA no texto de apresentação de Rossander, em 2014. Cerca de 40 minutos depois, continua a Associação, a plateia “só queria mais”, tal era o talento mostrado. Depois de Viena, foi sempre a crescer. Tanto que artistas como Sort Sol e Bon Homme se apaixonaram pelo estilo de Lydmor e quiseram actuar em conjunto. Dinamarquesa de sangue, a cantora distingue-se pelo amor às digressões mundiais, sendo esta a segunda vez que pisa território macaísta, onde se mantém fiel à casa que primeiramente a acolheu. A magia do palco Numa entrevista à revista Time Out Shanghai, Lydmor conta que não vive o palco sem a gravação em estúdio e vice-versa. É que, de acordo com a artista, “é impossível escolher um [cenário], porque ambos são extremamente exploratórios”. Sobre a sua relação com o público, Lydmor explica que se trata de uma experiência sem igual: “Durante um concerto, consegue-se criar uma relação especial com a plateia, uma que é completamente única para cada sessão. Cada aplauso, cada silêncio, cada cara que vejo do palco passam a fazer parte do todo de um quadro. E se o ‘mood’ for o certo, pode mesmo transformar-se numa viagem mágica”, adianta na mesma entrevista. Em 2013, a cantora dedicou-se a uma série de projectos conjuntos e só em 2014 passou a fazer uso do seu talento para desenvolver uma carreira a solo. De voz e mestria comprovadas, Lydmor junta-se ao ex-rapper dos Das Racist, Heems, para um concerto sem igual em Xangai. Mãe do Som e o Homem Bom “Seven Dreams of Fire” é o resultado de um projecto entre Lydmor e Bon Homme. “Imagine juntar dois talentos musicais distintos, mas complementares, já estabelecidos enquanto compositores e produtores nas suas áreas. Um homem e uma mulher”, começa o website HFN por explicar. É sobre o novo disco da dupla que a página fala, adjectivando-o de “uma mistura de ritmos condutores, sons sintéticos luxuosos, efeitos psicadélicos e epítomes musicais que ficam no ouvido. Tudo isto, envolvido numa atmosfera escura de melancolia e beleza”, continua o HFN. Lydmor conta já com quatro álbuns a solo: “A Pile of Empty Tapes”, “Seven Dreams of Fire”, “Y” e “She Moves”. A artista prepara agora o próximo CD, depois de passar 2014 numa tour na Ásia e num projecto com o duo electrónico belga Arsenal. Os bilhetes para o concerto custam 100 patacas se comprados de antemão – na Livraria Portuguesa ou na Pin-to Música -, ou 120 patacas à porta.
Leonor Sá Machado EventosHK| Toro Y Moi e Death Cab for Cutie em concertos [dropcap style=’circle]T[/dropcap]oro Y Moi vai dar um concerto às 20h00 do próximo dia 12 em Hong Kong, na The Coming Society. Ao contrário do que se possa pensar, a banda é constituída por apenas um membro, de seu nome Chazwick Bundick. Norte-americano de origem, já viajou por todo o mundo, tendo optado pelo nome artístico de Toro Y Moi. A produção musical tem sido profícua, com cinco álbuns lançados desde 2010 até ao ano passado. Entre estas aventuras foram ainda publicados dois outros discos de compilações, em 2012 e em 2015. Também a banda Death Cab for Cutie, constituída por Ben Gibbard, Nick Harmer e Jason McGerr actua às 20h00 de 1 de Março no Estádio MacPherson, em Mongkok. O trio masculino formou-se em 1997 em Seattle e prima por ser uma das primeiras bandas de indie-pop e rock alternativo dos anos 90. Os Death Cab for Cutie ficaram conhecidos em Orange County devido à paixão do realizador da série televisiva pelo colectivo musical. Com oito disco lançados desde 1998, publicaram o mais recente no ano passado, denominado “Kintsugi”. O nome do álbum remete para um tipo de arte japonesa de nome homónimo. Os bilhetes para o primeiro concerto custam 290 dólares e para os Death Cab for Cutie 490 dólares de Hong Kong, podendo ser comprados www.ticketflap.com.
Leonor Sá Machado EventosMcDonald’s | Abriu primeiro conceito saudável na RAEHK [dropcap style=’circle]N[/dropcap]asceu na zona de Admiralty, em Hong Kong, o primeiro McDonald’s Next, restaurante da famosa cadeia americana com um conceito totalmente diferente do que até agora se viu. Entre as novidades estão menus inovadores com oferta não só dos já conhecidos hambúrgueres, mas também de comida saudável, ao lado de estações de carregamento de telemóvel nas mesas e outros detalhes. O restaurante oferece agora opções vegetarianas com uma série de produtos que vão do tomate aos espargos e da quinoa ao milho. Diversos tipos de pão e saladas são outros dos pratos fortes. O típico Ronald McDonald amarelo e vermelho foi abolido desta loja, onde impera um estilo de design clássico que combina madeira com vidro e cores mais sóbrias. O desenho tomou forma no atelier dos australianos Landini Associates, que afirmaram à revista Dezeen que se trata de “uma experiência na área do não-design”. Houve, de certa forma, uma reforma na imagem da empresa. “O ambiente gráfico colorido que se tornou na assinatura da McDonald’s a nível internacional foi agora substituído por uma abordagem mais simples, calmo e clássico”, adianta a empresa responsável. A intenção, neste caso, é que a “comida seja o herói”, juntamente com o serviço oferecido às pessoas que por aquela porta entram. Sem Ronald e sem cores berrantes, o novo McDonald’s Next de Admiralty promete encantar qualquer pessoa que por lá passe. É que agora há comida para todas as idades e gostos, não apenas para quem procura um hambúrguer rápido.
Leonor Sá Machado EventosCCM | Primavera chega com dança e música contemporânea O CCM celebra a Primavera com a estreia de duas peças exclusivas no território: o concerto baseado na animação “Trigémeas de Belleville” e o espectáculo de dança contemporânea “Sun” acontecem em Março e Abril próximos, com bilhetes já à venda [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Centro Cultural de Macau (CCM) abre Março com um cine-concerto e um espectáculo de dança e teatro contemporâneo para animar pequenos e graúdos. “Trigémeas de Belleville” realiza-se às 20h00 do dia 9 de Março no Grande Auditório. É na sequência da entrada na Primavera que o CCM opta por trazer ao território uma “nostálgica viagem” pelas ruas de Paris das décadas de 20 e 30 e, como não podia deixar de ser, pelo jazz que nessa altura começava a espalhar-se por Nova Iorque. A obra foi dirigida pelo compositor e guitarrista canadiano Benoît Charest em conjunto com a Le Terrible Orchestre, que traz a palco um revivalismo do filme com o mesmo nome. A obra cinematográfica de animação conta a história de um atleta profissional de ciclismo que entra numa aventura perigosa envolvendo a máfia francesa. Foi Charest quem compôs toda a banda sonora da peça teatral, com instrumentos que vão do trompete ao trombone, do acordeão à bateria. “Trigémeas de Belleville” venceu dois óscares de Melhor Banda Sonora e Melhor Filme. A entrada custa entre 100 e 250 patacas. A peça coreografada por Hofesh Shechter, “Sun”, acontece a 2 de Abril, convidando crianças a juntar-se na plateia. Também no Grande Auditório, apresenta-se enquanto espectáculo de dança e teatro contemporâneo. “Com laivos de humor, argúcia e sarcasmo, a história começa quando a existência feliz e descontraída de um rebanho de ovelhas é bruscamente ameaçada pelo aparecimento de um lobo, enraivecido e perigoso”, explica o CCM em comunicado. Em palco estarão 15 bailarinos profissionais numa “entrega frenética” à plateia ao som da música escolhida por Shechter. Esta foi inspirada em sons que vão desde Wagner a rock electrónico com gaitas de foles pelo meio. O coreógrafo tem o seu talento reconhecido no Reino Unido, por juntar a cultura urbana londrina às suas heranças israelitas. O mais recente espectáculo do autor a ter lugar em Macau foi “Uprising”, em 2009. O preço da entrada oscila entre as 150 e as 300 patacas. Os bilhetes para ambos os espectáculos já estão à venda e podem ser adquiridos na bilheteira online ou no CCM.
Leonor Sá Machado EventosPintura | Artista de Guangzhou expõe “Fantasia” na Creative [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]artista chinesa Grace Yeu prepara-se para mostrar a sua colecção “Fantasia”, composta por telas pintadas a óleo e que têm um conceito ligado à ecologia. Com inauguração marcada para 13 de Janeiro na Creative Macau, “Fantasia” pretende ser uma chamada de atenção para o problema da existência, por toda a cidade, de plástico sob várias formas. “A artista incorpora uma série de pedaços de plástico nas suas telas para abordar a questão da imersão da cidade em inúmeros plásticos: caixas, embrulhos, pacotes, etc”, começa por explicar a entidade organizadora. Os pedaços integrados nas pinturas querem-se enquanto interrogação e recordação “para todos nós”, sobre se será esta a forma de cuidar do nosso planeta. “Será assim que queremos preservar a Terra, o nosso lar e todas as outras criaturas?”, questiona-se a artista. Grace Yeu começou no mundo da pintura enquanto actividade lúdica, com a qual passava o seu tempo livre. No entanto, cedo percebeu que esta arte era uma das suas paixões, tendo ingressado num curso de Pintura e num mestrado de Pintura a Óleo na Academia de Belas Artes de Guangzhou. Foi então que conheceu o seu mestre e desde 2011 que, ao aperfeiçoar o seu talento, tem ganho uma série de prémios em Macau, Hong Kong e no continente. Foi em 2012 que Yeu se mudou para a cidade com o seu marido, vivendo no território desde então. Antes de se formar em pintura, a artista trabalhou durante vários anos na indústria internacional de cosméticos. A mostra fica patente na Creative Macau até 13 de Fevereiro e a galeria está aberta de segunda-feira a sábado, das 14h00 às 19h00, sendo a entrada livre.
Leonor Sá Machado EventosReveillon 2016 | Festas temáticas e buffets de marisco invadem o território Este ano não há desculpas para não entrar em 2016 com elegância, já que são mais de uma dezena as festas temáticas e jantares de marisco espalhados pela cidade. Até Kelis trará “Milkshake” ao Studio City [dropcap style=circle’]E[/dropcap]nquanto no Grand Coloane se festeja a passagem de ano com um jantar de marisco e vinho à descrição, seguido de uma festa temática dos anos 70, o ritmo da Big Apple promete não passar despercebido no Studio City. Ao mesmo tempo, vários restaurantes do Grand Hyatt, da Doca dos Pescadores, do Sofitel e do MGM oferecem menus de buffet e de reveillon para todos os gostos, desde gastronomia tradicional chinesa, a francesa ou de marisco, bastando aos interessados ligar para efectuar a reserva de mesa. O Baccara, no Sofitel, oferece uma festa cheia de brilho e ritmo, com danças brasileiras, música de Julian Ortiz e um buffet com vinho à descrição por 688 patacas por pessoa, que se prolonga das 18h00 às 1h00. É também no Sofitel que tem lugar um menu de jantar intimista com o chef francês Jean-François Nulli, no Privé. O restaurante situa-se no sexto andar e cobra 588 patacas com um custo adicional de 199 patacas pelo vinho de acompanhamento. Ao estilo ocidental Já o MGM aposta na temática dos antigos cabaret franceses, com uma decoração ao estilo Moulin Rouge que inclui tártaro de vieiras, ostras, lagosta, consomé de pato, caviar e sorvete de limão. A refeição pode ir das 888 patacas às 1388 patacas. O Rossio também oferece menus, com queijos, marisco e sobremesas em conjuntos que oscilam entre as 298 e as 728 patacas por pessoa, enquanto o Bar Lion’s cobra 350 patacas à entrada com uma bebida incluída para uma viragem de ano cheio de música e dança. Na mesma linha está a Doca dos Pescadores, com dois menus de jantar: o primeiro acontece no Vic’s do Rocks Hotel e dica a 250 patacas, pelo que o segundo se realiza no Praha do recém-inaugurado Harbourview, a 450 patacas. Na mesa estarão disponíveis ostras, lagosta, carneiro frito e várias outras delícias. No entanto, o grupo não se fica por aqui, já que se dedica à realização de uma série de concertos nessa mesma noite. Em palco estarão mais de dez artistas, incluindo Kenneth Ma, Colleen Lau, Mandy Wong, Galactic Cluster e Benjamin Yeung a partir das 20h45 na zona exterior da Doca. Do outro lado da região estará a ter lugar a festa de anos 70 do Grand Coloane Hotel, que se segue a um jantar de buffet. A “Motown” pede roupas à medida e 288 patacas à porta. O jantar de luxo de marisco fica por 788 patacas e, tal como a festa, também ele se estende até às 00h00. A badalar ao estilo americano estará o Studio City. Como é já da sua natureza, o complexo homenageia a cidade de Nova Iorque com toda a popa e circunstância da passagem de ano em Times Square. O local terá mesmo uma bola de espelhos a descer, de uma altura de 150 metros, durante a contagem decrescente para a entrada em 2016. Presente estará a artista norte-americana Kelis, conhecida pelo êxito do início do milénio, “Milkshake”. A zona de comidas e bebidas do Studio City disponibiliza um menu de 280 patacas com champanhe, mas é a partir das 22h00 que as celebrações começam: por todas as ruas do complexo haverá decoração e música alusiva à cidade norte-americana durante este noite especial do ano, que termina no Pacha com um convidado especial: Dj Rehab. Quem também não fica fora do Reveillon é o Grand Lisboa, que oferece aos fãs de música e dança um espectáculo com os artistas As One, A2A e Stephanie Ho. Finalmente, para quem prefere somente um final de noite mexido, mas gratuito e ao ar livre, o Governo organiza um espectáculo nas Casas-Museu da Taipa com o português João Gomes e a Banda, Willy, Chu Mi Mi, Josie Santos, Beat It e vários outros artistas. A festa tem início às 21h30 e acaba às 00h15. Eason Chan em concerto no Venetian O cantor Eason Chan sobe ao palco da Cotai Arena nos dias 30 e 31 deste mês, com bilhetes entre as 380 e as 1680 patacas. Chan é de Hong Kong e ficou conhecido com uma série de êxitos na RAEHK e na China. Agora, na casa dos 40, continua a fazer digressões pela Ásia e escolheu Macau para entrar em 2016. Considerado pelos media de Hong Kong como o “terceiro deus da música”, fica assim ao lado de Samuel Hui e Jacky Cheung. O artista tem, no entanto, outras vertentes educativas, tendo-se licenciado em Arquitectura na Universidade de Kingston. Em 2006, Eason Chan casa-se com a sua namorada de criança e em 2009 teve a honra de carregar a tocha olímpica em Montreal, tornando-se na primeira pessoa de ascendência chinesa a levar as tochas de Inverno e de Verão. Em 2005, o seu único álbum em Cantonês foi considerado pela Time Magazine como top cinco das recomendações em discos asiáticos, mas também foi galardoado com o Prémio Golden Melody. O sucesso foi continuando, até que em 2009 e 2015 venceu os galardões de Melhor Álbum em Mandarim e Melhor Cantor Masculino de Mandarim. Os concertos acontecem às 20h00 de dia 20 e às 21h30 de dia 31. Bar Heart abre portas na passagem do ano O hotel Ascott, localizado na zona dos NAPE, abre oficialmente o seu novo bar na noite de passagem do ano. Na entrada para 2016, o bar Heart trará sons de Djs internacionais, como é o caso de Soulboy, Kensho, vindo do Reino Unido, e Kangol, oriundo de Portugal. O evento, que se realiza em parceria com a revista Macau Closer, Global Club Night e Dj Network Sideshow Kuts, promete ainda mais convidados, cujos nomes só serão divulgados posteriormente. A entrada é livre, com a oferta de um copo de champanhe.