Leonor Sá Machado EventosMAM | Criativo da LEGO em Macau para organizar workshop [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ndy Hung, apelidado de “primeiro profissional certificado da LEGO na China”, vai organizar um workshop sobre trabalhos feitos com estas peças. Este vai realizar-se no piso 0 do Museu de Arte de Macau (MAM), nos dias 20 de Dezembro, 17 de Janeiro e 21 de Fevereiro, com duas sessões gratuitas a cada domingo. A ideia é que o artista ajude os participantes do workshop a “conceber um pequeno modelo da LEGO sobre a temática da arquitectura da Cidade Proibida”, em Pequim. A aula vai acontecer em consonância com a mostra “O Palácio Magnificente – Arquitectura Imperial da Cidade Proibida”, uma exposição que apresenta a forma de construção de edifícios oficiais no continente. “O objectivo é dar a conhecer a estrutura arquitectónica das edificações chinesas (madeira) através da concepção e construção de um modelo LEGO”, lê-se no website do MAM. O MAM abre 30 vagas para cada dia e aconselha a que os interessados se inscrevam o mais depressa possível, uma vez que o facto de ser gratuito pode acelerar o preenchimento total dos lugares no workshop. Andy Hung tem até um website dedicado à sua mestria, onde pode ler-se que é curador de uma série de exposições baseadas na LEGO. “Andy Hung é um artista a tempo inteiro que trabalha exclusiva com tijolos da LEGO, sendo curador de exposições da marca e parceiro em vários centros comerciais, instituições governamentais e algumas outras marcas”, explica o website. O autor, nascido em Hong Kong, teve mostras que já contaram com mais de cinco milhões de pessoas, tendo estado também em Macau com uma exposição em LEGO sobre o território. Hung é responsável por uma série de obras originais, como são o urso LOTSO, a representação de um restaurante de Xangai, de um autocarro da Transmac ou até do Principezinho.
Andreia Sofia Silva Eventos“Coloane Blissful Market” acontece amanhã e poderá ficar depois de Março O primeiro mercado de produtos orgânicos e artesanato de Macau deverá continuar a realizar-se em Coloane depois de terminado o período experimental. Ao fim de quatro edições, o balanço feito por Marisa Randles, co-fundadora do evento, é positivo. Tanto, que amanhã o evento se realiza novamente [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]odas as terceiras quartas-feiras de cada mês o Grand Coloane Resort abre-se à comunidade e aos amantes de produtos vindos da mãe natureza. Desde o 18 de Novembro que o “Coloane Blissful Market”, organizado pelo restaurante vegetariano The Blissful Carrot, acontece em Coloane e amanhã volta ao espaço. Findo o período experimental, a 16 de Março do próximo ano, espera-se que continue. “Teremos de avaliar a aceitação do público, mas neste momento [pensamos que] o mercado vai continuar. Tudo depende do que a comunidade achar e até dos planos que o hotel tem para o espaço, mas espero que continue a ser um sucesso”, explicou ao HM Marisa Randles, uma das organizadoras do evento. No “Coloane Blissful Market” não existem produtos processados ou cheios de químicos. A ideia é que legumes, frutas e outros pratos sejam confeccionados com os ingredientes mais frescos. Com música e espectáculos ao vivo, o público pode ainda ter acesso a artesanato local, incluindo vários workshops. Sendo um espaço aberto a candidatos que tenham coisas para mostrar ou vender, o mercado está sempre disposto a receber novas propostas. “Temos actualmente quatro workshops e vamos ter mais no futuro. Também há várias pessoas interessadas nos eventos de Janeiro e Fevereiro e temos alguns pequenos comerciantes que vêm de Hong Kong. Esperamos que nesses meses tenhamos mais bancas de produtos”, disse Marisa Randles. Até agora o balanço traçado é positivo. “As pessoas normalmente optam mais pelos produtos orgânicos e o que disponibilizados são produtos da época. Algumas pessoas preferem as tendas de artesanato, ou simplesmente para desfrutar do espaço, por ser um lugar óptimo para trazer as crianças e a família”, referiu a co-organizadora. Lugar de união Mesmo com a promessa de continuação no futuro, ainda é impossível a organização do mercado mais dias por semana. “Para já somos apenas dois que coordenamos o mercado e para expandi-lo por mais dias teríamos de ter mais pessoas a colaborar”, referiu Marisa Randles, que garantiu estar sempre disposta a encontrar novos fornecedores. “Estamos à procura de pequenos fornecedores de produtos orgânicos da China para podermos expandir o mercado, há algumas pessoas que conhecemos e com as quais poderemos colaborar no futuro. Não queremos produtos caros, queremos coisas que sejam em conta”, frisou. A criação do primeiro mercado orgânico no território não foi feita apenas a pensar nos alimentos e na arte, mas também no público. “Percebemos que era algo que as pessoas estavam à procura, porque há imensos mercados deste género em todo o mundo e são locais onde as pessoas e as comunidades se podem juntar e onde existem vários produtos. Estamos focados em disponibilizar produtos orgânicos e artesanato. É uma boa forma de juntar as pessoas e Macau, apesar de ser um sítio pequeno e com muitas comunidades, acaba por causar algum isolamento nas pessoas, que ficam mais ligadas a um grupo pequeno de amigos ou colegas. Queremos de certa forma celebrar as coisas diferentes que estão disponíveis no mercado, desde música à arte”, rematou Marisa Randles. O mercado de amanhã conta com música ao vivo, além das bancas do costume e dos workshops, que vão da pintura à confecção de alimentos e à construção de espanta-espíritos. O evento está marcado para as 17h00 e tem entrada livre.
Leonor Sá Machado EventosArmazém do Boi | Exposição sem tema inaugura esta semana O Armazém do Boi abre, esta quinta-feira, uma exposição peculiar: é que não existe um tema que agregue o estilo, propósito ou vontade dos quatro artistas convidados. A ideia é fazer recair o enfoque no talento individual e não no conceito de colectividade [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Armazém do Boi acolhe, em parceria com a Fundação Macau, uma mostra de arte sem tema previamente escolhido. Em foco estarão trabalhos dos artistas Lei Ieng Wai, SAH, Gigi Lee e Justin Chiang, que “concordaram na incompatibilidade dos conceitos de criatividade com grupo”. Os artistas preferem alicerçar o seu talento a apenas isso mesmo, ao invés de partirem de um tema comum para explorar as suas técnicas e ideias. Para a direcção, a arte genuína “é um acto íntimo e pessoal, pelo que discuti-lo em grupo poderá destruir a sua originalidade”. Também ao contrário de outras, a mostra não tem um curador, sendo o resultado de encontros frequentes entre os quatro artistas. A única característica comum entre o colectivo é, de acordo com a organização, a vontade de exporem os seus trabalhos e as suas notas pessoais. Assim, os trabalhos apresentados não respondem a um tema comum, mas sim somente ao mesmo espaço físico onde estarão colocados. A exposição abre portas esta quinta-feira e fica patente até 31 de Janeiro com entrada gratuita. A galeria estará aberta ao público diariamente, das 12h00 às 19h00. Disparidade na igualdade Justin Chiang nasceu e viveu desde sempre no território, tendo ingressado no curso de Artes da Faculdade de Artes Visuais do Instituto Politécnico de Macau. Chiang é agora docente no Museu de Arte de Macau e tem apresentado as suas peças em vários locais, incluindo na Creative Macau. As suas telas exibem cores escuras e têm feitios geométricos pouco definidos, dando mesmo a sensação de uma certa vertente abstraccionista. Já SAH é o conjunto de letras pela qual é conhecido o pintor macaense João Jorge Magalhães, responsável pelo desenho de garrafas de Coca-cola em exposição na Broadway por ocasião do aniversário da marca. Também SAH produziu uma série de mostras que aludem ao conceito abstracto com uma vertente de crítica social que pretende chamar a atenção do visitante. Gigi Lee tem feito carreira no universo da curadoria em Macau, depois de concluir o seu curso de Arte em Taipei. A artista tem mesmo um estúdio no território onde desenvolve os seus trabalhos pessoais fora de horas. Sylviye Lei é artista já conhecida da praça local, tendo o seu nome em várias galerias e exposições organizadas a título público e privado. Entre elas estão diversas mostras colectivas e três outras em Macau e uma em Taiwan a solo.
Joana Freitas EventosCinema | Documentários e filme de Macau em Espanha [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]inco películas made in Macau vão ser exibidas em Espanha, num evento de cinema que terá lugar em Granada. “Uma Ficção Inútil”, de Cheong Kin Man, é o único filme a ser mostrado, mas um documentários de dois portugueses radicados em Macau foi outra das escolhas. “Era uma vez em Ká-Hó”, da autoria de Hélder Beja e Filipa Queiroz, jornalistas, fala da antiga leprosaria que se situava no espaço agora abandonado. Ao longo de 30 minutos, os autores quiseram mostrar aquilo que foi mais do que documentar e investigar uma história sobre a qual pouco se sabe e o estigma da lepra. “A experiência de conhecer de perto estas pessoas e esta realidade tão marginal e desconhecida de Macau foi um grande desafio. Uma experiência inesquecível. Macau e a história das suas gentes estão a ficar dramaticamente submersas pela realidade do jogo e do desenvolvimento desenfreado do território por isso acho que é mesmo importante contar estas histórias”, explica no comunicado Filipa Queiroz, co-autora do documentário, cuja banda sonora ficou a cabo do músico português Noiserv. O documentário é apresentado no sábado, no Festival Internacional de Cinema “Otoño Antropológico”, em conjunto com “Who Are Those Devils”, de Penny Lam, e “As Fontes de Água de Macau” realizado por Season Lao e produzido por Cheong Kin Man. Com distinção Ontem, foi a vez de “Uma Ficção Inútil” ser apresentada no festival de Granada, onde foi nomeada para o melhor filme experimental chinês. O filme já passou em dezenas de outros festivais, tendo sido merecedor de distinções. Desta vez, foi do agrado do público espanhol, sendo que Cheong Kin Man recebe, no domingo, a “Distinción Amarilla” na Corrala de Santiago da Universidade de Granada. “A cidade de Granada foi considerada pelo reputado cineasta José Val Del Omar como o ponto de encontro necessário entre o Ocidente e Oriente. Por isso, estes filmes de Macau vão ser apresentados ao público da cidade pelo jovem realizador Cheong Kin Man, que tomou por si próprio a iniciativa de promover a cultura da sua terra-natal”, descreve, em comunicado, o director do Festival, Manuel Polls Pelaz. O evento tem o apoio do Instituto Cultural.
Leonor Sá Machado EventosMAM | Mostras sobre Cidade Proibida e arte europeia [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Museu de Arte de Macau (MAM) arranca com várias exposições, mas foca-se nas artes chinesa e europeia. É já amanhã que inaugura “O Palácio Magnificente: arquitectura imperial da Cidade Proibida”, que relata, como o nome indica, a história da arquitectura daquele espaço tão característico. “[A mostra] apresenta maquetes e componentes de antigos edifícios tais como suportes dougong, peças esmaltadas, decorações pintadas, biombos filigranados, utilizados na construção, assim como tabuletas e dísticos decorativos da Cidade Proibida”, esclarece o MAM no seu website. O Museu assegura ainda que a mostra oferece “uma visão rara da beleza e sofisticação da arquitectura antiga da China”, estando em exposição até 13 de Março do próximo ano. Com entrada gratuita, promete deslumbrar todos os interessados em arquitectura e nas linhas de desenhos orientais. Já 2016 abre com a exposição “Um século de arte Austríaca”, que deverá incluir nomes sonantes como Gustav Klimt, Egon Shiele ou Oskar Kokoshka. Serão cem as obras nas paredes do MAM e estas percorrem os séculos XIX e XX. Os fãs deste tipo de trabalhos podem ir até ao museu de 30 de Janeiro a 3 de Abril de 2016. Kokoshka é um dos artistas expressionistas mais influentes do século XX, tendo dupla nacionalidade britânica e austríaca. O seu repertório afirma-se como sólido e predominantemente direccionado para o retrato enquanto forma de expressão. As suas telas mais conhecidas apresentam crianças de corpos estranhos. O artista ingressou na 1ª Guerra Mundial e ficou ferido, mas nem por isso deixou a pintura de lado. Já Klimt ficou reconhecido pelo quadro “O Beijo”, onde retrata a relação sexual entre um homem e uma mulher. Produzido entre 1907 e 1908, “O Beijo” integra-se no período dourado do autor.
Andreia Sofia Silva EventosFRC | Exposição sobre 14 anos do Torneio de Soberania [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Fundação Rui Cunha (FRC) recebeu ontem a inauguração da exposição fotográfica sobre os 14 anos da realização do Torneio de Soberania. Ao HM, o presidente da Associação de Futebol de Veteranos de Macau, Francisco Manhão, explicou que a ideia é assinalar a data de forma especial, à semelhança do que foi feito aquando do décimo aniversário do torneio. “Quisemos celebrar de forma fora do normal e, para além da exposição, também vamos mandar fazer uma revista”, disse Francisco Manhão, que garantiu ainda que a celebração da efeméride está ligada ao aniversário da transferência de soberania de Macau. O público poderá assim ver mais de uma década de futebol em imagens. “Tive que ter muita paciência para seleccionar as fotografias e tive que escolher fotos com alguma graça. Não foi fácil escolher 14 anos de fotografias. Muitos pensam que foi um trabalho fácil organizar os torneios, mas não foi”, apontou Francisco Manhão. A realização da exposição pretende ainda chamar a atenção dos mais jovens para este desporto. “É uma oportunidade para os aficionados do desporto-rei conhecerem o nosso trabalho, e também para fazer ver às camadas mais jovens que devem dar continuidade. É uma espécie de incentivo”, rematou.
Joana Freitas EventosCentro UNESCO | “Paisagens da Cidade” de Chan Iu Pui inaugura hoje [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]exposição“Paisagens da Cidade – Exposição de Obras de Chan Iu Pui”, integrada no Projecto de Promoção de Artistas de Macau, inaugura hoje. A mostra, que abre às 18h30 na sala de exposições do Centro UNESCO, reúne mais de uma centena de caricaturas do artista local. Chan Iu Pou, também conhecido por Chan Pui, é um caricaturista que, desde muito jovem, sempre gostou de fazer desenhos e aprendeu a desenhar com Tam Chi Sang, na Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau desde a década 50 do século passado. Começou a publicar os seus desenhos nos jornais e revistas, tanto de Macau como de Hong Kong e do interior da China. Os desenhos retratam os acontecimentos e a sociedade de Macau, através de uma forma crítica e realista. Durante as décadas de 80 e 90, o artista trabalhou num cinema de Macau e pintou muitos cartazes de filmes, em tamanho grande, já que foi o primeiro pintor manual de cartazes cinematográficos de Macau. Esse trabalho deixou de ser necessário e Chan Pui começou, nos últimos anos, a ter grande interesse pelos assuntos histórico-culturais e as ruas de Macau. Desde 2010, Chan Pui publicou quatro séries de postais com paisagens de Macau e as suas obras foram exibidas em diversas exposições. Foi vogal da Direcção da Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau e actualmente é consultor desta Associação. Esta exposição, organizada pela Fundação Macau, apresenta quadros essencialmente com paisagens de Macau que “mostram a beleza da cidade de ângulos diferentes”. A mostra estará patente ao público de 11 a 18 de Dezembro, todos os dias, das 10h00 às 19h00, e tem entrada livre. Hoje é ainda lançada a publicação “Colecção de Obras de Chan Iu Pui”.
Joana Freitas EventosSound & Image Challenge | Cineastas de Macau mostram dotes em competição internacional [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]filme “Come, The Light” venceu no passado fim-de-semana o melhor filme na categoria de Identidade Cultural de Macau do Sound & Image Challenge. A obra de Chao Koi Wang, natural de Macau, foi uma das favoritas entre as 25 finalistas, tendo ainda sido galardoada com o prémio de dez mil patacas “Best Local Entry”, patrocinado pela Fundação Oriente. O Sound & Image Challenge foi criado em 2010, mas transformou-se, este ano, num festival de cinema internacional. Ao todo foram cerca de 700 as entradas nas diversas categorias, provenientes de 68 países. O Festival, organizado pela Creative Macau em colaboração com a Universidade de São José e outros patrocinadores, atribuiu ainda outros prémios. O melhor filme de ficção foi “The Wall”, da francesa Andra Tévy, que arrebatou o público, tendo, por isso, vencido o prémio escolhido pela audiência. Seguiu-se o videoclip de Ao Ieng Weng Fong como o melhor da categoria “Volume”. Com a música da banda local Forget the G, “Sleepwalker” contou com a produção do cineasta local, mas também de uma equipa portuguesa. A melhor animação foi a obra “The Mechanical Waltz”, de Julien Dykmans, que recebeu ainda 20 mil patacas pelo prémio “Best in Event”, do BNU. A espanhola Naya Kuu foi a melhor na categoria de “Documentário”, com “Un Voyage”. Foi “AD REM”, do polaco Bartosz Kruhlik, que foi escolhida como a melhor publicidade. “Un Voyage”, de Naya Kuu, com Ramón Rodríguez Presente no evento, o HM teve a oportunidade de perceber que “Come, The Light” foi um dos filmes que mais impressão deixou no público. A película retrata a economia de Macau e sua dependência de uma indústria que deixa na sociedade a vontade de querer cada vez mais dinheiro. O amor, os bens materiais e o retrato de algumas características do território – como a polémica questão do tabaco nos casinos, aqui tão subtilmente retratada – são alguns dos pontos fortes da obra, carregada de suspense e com muitas reviravoltas na história. Já no caso do documentário de Naya Kuu, que entrou no concurso pela Bélgica, a ideia foi mostrar a história de Ramón Rodríguez, um dos “filhos” da Guerra Civil espanhola, que deixou para trás a família quando subiu a bordo do “Habana SS” para partir em direcção à Bélgica. Para repetir Do júri fazia parte, entre outros, o fundador do Fantasporto, Mário Dorminsky. Ao HM, Dorminsky – pela primeira vez em Macau – assegurou que, no que ao cinema diz respeito, Macau “tem espaços absolutamente fabulosos”. Mais do que as luzes dos casinos, é a parte velha do território que mais atrai o também fundador das distribuidoras Cinema Novo e Ecofilmes. “As luzes dos casinos podem ser trabalhadas, claro, mas casinos são casinos, existem aqui, em Las Vegas, em muitos lados. Temos de os encarar como encaramos Wall Street, estão lá, têm uma actividade específica, não vão sair dali.” Aproveitando para lamentar a falta de promoção turística de Macau em Portugal, bem como a inexistência de promoção dos eventos culturais do território lá fora, Mário Dorminsky admite que o talento exposto no Sound & Image Challenge durante o passado fim-de-semana é surpreendente. “Estou admirado. Muito bom, muito bom”, diz, enquanto nos confessa que “Sleepwalker”, de Ao Ieng Weng Fong, foi uma das obras que mais apreciou. “Mas os outros [filmes] também me pareceram interessantes e alguns projectos musicais também, em que vale a pena apostar”, diz, referindo-se à música de bandas locais que serviu de inspiração para inúmeros videoclips. “Sleepwalker” Uma figura de peso na área do cinema, Mário Dorminsky observa como Macau esteve, de facto, presente no festival. “Nas outras vertentes que não a Animação, houve sempre um filme realizado por um local ou tem elementos de Macau na equipa técnica do filme ou no próprio filme. Acho que isso faz com que, quem vir o resultado de um festival de curtas-metragens como este, fica realmente admirado porque a qualidade é muito elevada. Ao mesmo tempo, há um suporte cultural claramente ligado a Macau, o que é curioso, especialmente num festival internacional de cinema.” Sempre em frente E o formato vai continuar a ser, exactamente, esse mesmo: o de um festival internacional de cinema. Lúcia Lemos, directora da Creative Macau, assegura que o Sound & Image Challenge é para manter, até porque o balanço foi muito positivo. “Foi óptimo e temos intenção de manter este formato porque é bastante interessante. Depois da análise que fizemos, uma vez que esta foi a primeira vez em formato de festival, poderá mudar alguma coisa, mas para melhor, nada para trás”, diz ao HM, acrescentando que alargar o concurso é uma das ideias. Com cerca de 60 pessoas por dia, entre palestras e mostra de filmes, o Teatro D. Pedro V serviu não só de palco ao festival, como de local de visita de locais e turistas por causa do Sound & Image Challenge. Tudo durante uma semana inteira. “Já vamos começar a preparar o próximo em Janeiro”, assegura Lúcia Lemos.
Filipa Araújo EventosLivraria Portuguesa | Debate sobre transição seguido de filme e jantar [dropcap style=’circle’]É[/dropcap]já esta sexta-feira, dia 11 de Dezembro, que a Livraria Portuguesa abre as suas portas para mais um debate que se espera “muito especial”. Num comunicado à imprensa, a organização explica que a tertúlia, com hora marcada para as 18h30, está subordinada ao tema “O Desafio da Transição” e tem como base o livro de Jorge Morbey, com título semelhante. Além do debate, a exibição de imagens de Macau e a passagem de um filme que o próprio autor gravou no território há 50 anos – Macau 1965 – são as actividades propostas pela organização, culminando o momento de partilha com um jantar com Morbey e participantes. Segundo a organização, Jorge Morbey estará acompanhado por Paulo Cardinal, assessor da Assembleia Legislativa, “que seguiu muito de perto as questões da transição”. “Alem disso, juntam-se a nós, naturalmente, muitas pessoas que cá estavam nessa altura e que não perderão a oportunidade de revisitar este tema, num grupo de amigos”, indica a organização ao HM. As inscrições para o jantar são limitadas e devem ser feitas através do e-mail ricardo@livrariaportuguesa.net, sendo que o jantar terá um custo de cem patacas.
Hoje Macau EventosDesfile por Macau com Caretos de Podence e mais de 1500 artistas [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau voltou a afirmar-se como sendo uma “cidade latina” com um desfile com 1500 artistas e figurantes, locais e estrangeiros, com o qual iniciou as celebrações do 16.º aniversário da transferência da administração de Portugal para a China. Este é um dos maiores eventos festivos do território e custou 16 milhões de patacas. Este ano, em que os Caretos de Podence representaram Portugal, serviu também para comemorar o décimo aniversário da classificação do Centro Histórico de Macau como património da humanidade pela UNESCO. A parada, que atrai milhares de pessoas, é para continuar, “com certeza”, seguindo o mesmo modelo e com a mesma dimensão, assegurou o presidente do Instituto Cultural, Guilherme Ung Vai Meng, em declarações aos jornalistas. “Macau é pequeno, tem 600 mil habitantes, mas Macau tem quatro séculos de intercâmbio, não só entre Portugal e Macau, mas com o mundo ocidental. Macau é uma chave que abre muitas portas, entre a China e a Europa. É uma chave com quatro séculos, não é uma chave nova”, afirmou, insistindo na ideia de que as ligações não se limitam a Portugal, mas ao “mundo latino, França, Itália, América do Sul e África”. “Essa é a nossa característica, importantíssima, de certeza que continuamos [a realizar este evento]”, acrescentou. Ao todo, foram 52 os grupos que, no domingo, percorreram o trajecto entre as ruínas de São Paulo e a praça do Tap Seac, onde foram colocadas bancadas para o público assistir aos espectáculos e ao final do desfile. AppleMark Ung Vai Meng sublinhou que esta é uma forma de promover o Centro Histórico e a história de Macau no exterior. Grupos e artistas de França, Indonésia, China, México, Guadalupe, Taiwan, Brasil ou Cuba, entre outros países e territórios, estiveram nesta “parada latina”, para além dos Caretos de Podence, que pela primeira vez viajaram até à Ásia. “Vai ficar para a história do grupo”, disse à Lusa o presidente da Associação do Grupo de Caretos, António Carneiro, satisfeito pela “reacção muito positiva” do público aos caretos, “o grupo mais fotografado” e “diferenciado” do desfile. “Onde vamos, voltamos sempre”, vincou António Carneiro, admitindo “grandes expectativas” em relação a esta apresentação em Macau. Para além dos artistas e figurantes, este ano, em diversos locais do percurso do desfile “Macau, cidade latina” foram colocadas obras de jovens ‘designers’ locais, convidados expressamente pelo IC para fazerem criações com esse fim, que os residentes no território poderão levar para casa dentro de algum tempo, no âmbito de concursos que o instituto vai promover ou através de uma inscrição cujas regras serão posteriormente divulgadas.
Joana Freitas EventosCinemateca Paixão | Seminário de cinema com realizador de Hong Kong [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Cinemateca Paixão recebe esta semana o vice-presidente da Hong Kong Film Arts Association, Alex Mok, que chega a Macau para apresentar “A Arte do Cinema – Teoria e Aplicação”. A ter lugar no dia 13, pelas 15h00 horas, o seminário tem entrada livre e conta ainda com Chan Ka Keong, presidente da Associação Audio-Visual Cut. Alex Mok é director de arte de campanhas publicitárias e cinema há muito anos, sendo conhecido não só pela experiência profissional, mas pela “atitude meticulosa em relação à arte e à criação de artes visuais”, como refere a organização em comunicado. O Instituto Cultural (IC) explica ainda que Mok participou em mais de 50 obras, incluindo “2 Young”, “Lust”, “Caution”, “I Corrupt All Cops”, “Cold War” e “The Viral Factor”, entre outros. Também o realizador de Macau Chan Ka Keong estará presente na palestra. Tendo-se dedicado a formas de expressão artística como o cinema e o vídeo, artes visuais e design gráfico, Chan ficou conhecido pelo seu primeiro filme, “Passing Rain”, que foi seleccionado como um dos finalistas do Programa de Apoio à Produção Cinematográfica de Longas Metragens 2013 do IC. O seminário de domingo vai servir para os dois homens partilharem com o público a teoria e a aplicação da arte cinematográfica no que respeita aos temas “Relação entre a Arte e a Arte Cinematográfica”, “Auto-posicionamento dos Directores de Arte do Cinema”, “Como as Técnicas de Pós-produção Influenciam o Desenvolvimento da Arte Cinematográfica” e “Estudos de Caso de Arte Cinematográfica”, entre outros temas. O seminário é gratuito e os lugares são limitados, pelo que os interessados tem de se inscrever através do IC até dia 13.
Joana Freitas EventosFRC | Severino Cabral em conferência. “Manual de Legística Formal” lançado na quinta-feira Severino Cabral, director-presidente do IBECAP apresenta esta semana na Fundação Rui Cunha uma palestra sobre o papel de Macau no intercâmbio sino-brasileiro. A acontecer na quarta-feira, a conferência segue-se da apresentação de um livro sobre as leis da RAEM, marcada para quinta [dropcap style=’circle’]”[/dropcap]A ‘Nova Mundialidade’ e a emergência do mundo meridional” é o tema da conferência que vai contar com a presença de Severino Cabral na Fundação Rui Cunha nesta quarta-feira. A palestra, com início marcado para as 18h00, incide sobre a apresentação de algumas novas edições do Instituto Internacional de Macau (IIM) e um balanço do VII Seminário sobre o Papel de Macau no Intercâmbio Sino-Luso-Brasileiro, realizado no Rio de Janeiro, em Lisboa e em Pequim. Severino Cabral é o director-presidente do IBECAP – Instituto Brasileiro de Estudos de China e Ásia-Pacífico, sendo também professor da Universidade de Cândido Mendes (Rio de Janeiro) e da Escola Superior de Guerra do Brasil. O académico tem participado em muitos encontros internacionais e é autor de inúmeros trabalhos sobre a China, tendo sido classificado pelas autoridades chinesas como “pioneiro nos estudos sobre a China no Brasil”. A sessão tem entrada livre. Ajudar no Direito No dia a seguir, é a vez da apresentação do livro “Manual de Legística Formal”, da autoria de José Miguel Figueiredo e António Manuel Abrantes. Marcado para as 18h30 e com entrada aberta ao público, o lançamento da obra tem o apoio da FRC e do CRED-DM, Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau. A obra versa sobre a arte de escrever leis, “numa perspectiva essencialmente formal”, como explica a organização em comunicado. “O seu propósito central é o de actuar como guia prático no processo de elaboração das Leis da RAEM, através da exposição dos principais detalhes técnicos a ter em conta na redacção do teor normativo destes diplomas.” No livro, são apresentadas regras e princípios orientadores neste domínio, quer ao nível da sistematização ou organização interna dos diplomas legais, quer ao nível mais técnico da redacção concreta das suas normas. A obra, que se destina “a todos os intervenientes no processo de redacção de diplomas legais na RAEM, especialmente juristas e tradutores”, procura fornecer um ponto de apoio que ajude a esclarecer as dúvidas quotidianas e as constantes dificuldades que repetidamente surgem a quem é chamado a desempenhar estas funções. “Tendo sido exclusivamente pensado a partir do direito local, este manual conta com numerosos exemplos práticos de legislação em vigor na RAEM, de forma a possibilitar ao seu leitor uma consulta clara e adequada à realidade em que se insere”, explica a FRC. A apresentação estará a cargo de José Bento de Almeida, Chefia Funcional do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior.
Leonor Sá Machado Eventos MancheteFundação Oriente | Exposição de Manuel Cargaleiro inaugura na próxima semana [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] pintor e ceramista português Manuel Cargaleiro vai ter algumas das suas obras expostas na Casa Garden a partir da próxima quinta-feira. A mostra, intitulada “Manuel Cargaleiro – Pintura (1954-2006)”, reúne um conjunto de trabalhos feitos durante este período e ficará patente até 3 de Março do próximo ano. Com entrada gratuita, e com 40 peças, a mostra abre portas às 18h30 do próximo dia 10 e promete fixar o olhar dos fãs de Macau. “Manuel Cargaleiro é considerado um dos artistas mais proeminentes da cultura portuguesa da actualidade e a sua obra abrange cerâmica, pintura, gravura, guache, tapeçaria e desenho”, explica a Fundação em comunicado. “Na sua pintura pode distinguir-se um sentido ornamental e decorativo. O trabalho da tela confunde-se com o dos azulejos, na repetição dos quadriláteros, na escolha dos azuis e por uma certa obsessão pelo enquadramento”, continua. Nascido em 1927 em Vila Velha de Ródão, Cargaleiro começou as suas primeiras experiências em 1945. Foi apenas um ano depois que ingressou no curso de Geografia e Ciências Naturais na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. No entanto, tal ficou para trás, uma vez que passou a dedicar-se a tempo inteiro às artes. Em 1952, faz a sua primeira exposição individual no Palácio Foz, em Lisboa. A década de 50 foi crucial para Cargaleiro em termos académicos, já que leccionava na Escola António Arroio. Esses foram também os tempos em que frequentava o Café Gelo do Rossio, onde foi criado o “grupo do gelo”, que integrava jovens artistas ligados ao Surrealismo – Mário Cesariny, Luiz Pacheco e Ernesto Sampaio eram alguns deles. Ao mesmo tempo, frequentava o grupo dos intelectuais d’A Brasileira, desde e para sempre conhecido como o café dos artistas e das tertúlias. Foi em meados da mesma década que estudou Cerâmica em Florença, Roma e Faenza, através de um programa de bolsas de estudo oferecida pelo governo italiano. Em 1958, ingressou num outro projecto do género, desta vez financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. A paixão pela cidade fez com que se mudasse em 1959 para até hoje viver de forma intermitente entre as capitais francesa e portuguesa. A simplicidade do talento Manuel Cargaleiro é sinónimo de talento para a pintura e para a cerâmica, para o ensino e para a olaria. Foi nos tempos da escola secundária que o artista português arregaçou as mangas e meteu mãos à obra com a ajuda de José Trindade, o homem que abriu as portas do talento ao pintor. Com a ajuda do proprietário da olaria, Cargaleiro levava as peças para casa e secava-as no forno da mãe. “Aqueles foram os meus primeiros trabalhos”, confessou no documentário “Obsessão da Luz”, que passou na RTP1. Os alfacinhas anos 50 eram, de certa forma, duros para a classe artística portuguesa. “Não se vivia das artes em Portugal, só viviam os artistas que trabalhavam para o Estado”, disse no referido filme. “Socialmente, um artista não era bem visto e eu via isso até na minha família. Lembro-me dos amigos dos meus pais questionarem ‘mas afinal, o que é ser artista?’”, continuou. Na biografia documental, Cargaleiro explica que poucos artistas o eram a tempo inteiro. “Muitos eram professores” para encher os bolsos. Além disso, dá o crédito ao Estado Novo por ter escolhido “artistas de primeiríssima categoria” para trabalhar para o governo. Exemplo disso, disse, é Almada Negreiros. É em 1990 que Cargaleiro cria a sua própria fundação, de nome homónimo. Várias outras foram criadas pelo país, inclusive em Itália. Manuel Cargaleiro não estará em Macau para a inauguração da mostra, mas foi o artista quem escolheu as obras a figurar nas paredes da Casa Garden, que para a semana se prepara para eternizar a vida e obra de Cargaleiro.
Andreia Sofia Silva EventosBienal de Shenzhen | BABEL participa para debater urbanismo local [dropcap style=’circle’]É[/dropcap] já no próximo dia 18 que a entidade cultural BABEL vai estar presente na Bienal de Shenzhen, onde vai promover uma mesa redonda baseada no livro lançado em Outubro intitulado “Macau Sessions – Dialogues on Architecture and Society”. Ao lado de Margarida Saraiva e Tiago Quadros, fundadores da BABEL, vão participar Hendrik Tieben (professor de Arquitectura na Universidade Chinesa de Hong Kong) e Thomas Daniell, coordenador do curso de Arquitectura da Universidade de São José (USJ). Ao HM, o arquitecto Tiago Quadros considera “fundamental” ir a Shenzen e mostrar aquilo que está a acontecer com o urbanismo local. “A ideia é, a partir do livro, procurar construir um debate e envolver o público que vai estar em Shenzen. Acho que é fundamental que o tema Macau saia do seu território e se encontre com outras pessoas para ser debatido”, apontou. Para Tiago Quadros, algumas das questões que Macau está a viver neste momento são comuns a outros territórios da Ásia. “Uma das questões amplamente discutidas no livro é a falta de relação que existe entre Macau e os territórios vizinhos. Um exemplo pragmático é a falta de relação que existe entre Macau e Zhuhai e falo da relação da frente marítima. Existe a relação transfronteiriça, mas os dois territórios estão praticamente de costas voltadas em relação ao rio”, exemplificou. Dores de crescimento A mesa redonda em Shenzhen vai, sobretudo, abordar o crescimento exponencial que Macau tem registado nos últimos anos. “Este crescimento é absolutamente incrível, do ponto de vista do estudo, mas sabemos que este enorme crescimento tem de facto algo de horrível. O que é fundamental é percebermos qual é o impacto que este crescimento vai ter nos habitantes de Macau, que tem a ver com questões relacionadas com a qualidade de vida. Basta pensarmos no tráfego que existe e que não existia e este crescimento também não foi acompanhado da qualificação do espaço público”, rematou. Criada em 2005, em Shenzen, a Bienal acabaria por se juntar à vizinha Hong Kong dois anos depois, ganhando o nome de “Bi-City Biennale”. Dez anos depois, intitula-se como a única bienal de Arquitectura e Urbanismo do mundo.
Hoje Macau EventosPequim | Artista chinês faz tijolo a partir de partículas recolhidas na atmosfera [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m artista chinês conseguiu fazer um tijolo a partir das partículas recolhidas ao longo de 100 dias na atmosfera de Pequim, cidade com altos níveis de poluição do ar, recorrendo a um aspirador industrial. Antigo gestor de publicidade, o artista, que se auto-designa “Jianguo Xiongdi” (“Irmão Noz”, em português), parece ter sido inspirado pela espessa nuvem de poluição que regularmente envolve a capital chinesa, segundo o portal de notícias chinês cfp.cn. “É o meu contributo para chamar a atenção do público para o facto de que a poluição do ar constitui uma ameaça séria à saúde humana”, explicou o artista, natural de Hebei, a província vizinha de Pequim. Para este projecto, desenvolvido entre os dias 24 de Julho e 29 de Novembro, o “Irmão Noz” recorreu a um aspirador com uma potência máxima de 1.000 watts e um fluxo de ar de 234 metros cúbicos por hora. Pelos padrões da Organização Mundial de Saúde, a densidade das partículas PM2.5 – as mais finas e susceptíveis de se infiltrarem nos pulmões – não deverá exceder os 25 microgramas por metro cúbico. Esta semana, em Pequim, o nível chegou a exceder os 600, tornando a atmosfera “gravemente poluída”, e as autoridades locais colocaram a cidade em alerta laranja – o segundo mais alto. De acordo com a imprensa estatal, 2.100 fábricas e estaleiros considerados altamente poluentes foram temporariamente encerrados e os residentes aconselhados a evitar actividades ao ar livre. A nuvem de poluição reduziu a visibilidade a pouco mais de uma centena de metros. Em grande parte do norte da China, o sol ‘desapareceu’ completamente do céu. O cenário “airpocalíptico”, como lhe chamam, jocosamente, os internautas chineses, coincidiu com o arranque da conferência das Nações Unidas sobre as alterações climáticas, em Paris, que contou com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping.
Joana Freitas EventosGrand Coloane | Semanas com cheirinho a Natal para crianças e adultos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Grand Coloane Beach Resort (antigo Westin), em Coloane, vai dedicar o dia de hoje, o fim-de-semana e as próxima semanas à quadra que aí se aproxima. O Natal vai, assim, tomar formas diferentes, com workshops e mercados dedicados tanto a miúdos, como a graúdos. Hoje, o dia começa com filmes para os mais pequenos. A “Kid’s Movie Night” acontece no Porto Bar e é especifica para crianças dos cinco aos 12 anos. Por 150 patacas, além do filme, são ainda servidos snacks e bebidas. A noite repete-se a 11 e a 18 de Dezembro e é necessário inscrição. Para os mais velhos, o domingo é dedicado a um workshop de decoração de Natal, com o programa a repetir-se a 13 e 20 de Dezembro. Carolle Delavelle é a responsável pelas aulas e fornece também os materiais. Carolle é uma designer de arranjos florais. O primeiro dia do workshop é para os interessados saberem como melhor decorarem a árvore, sendo o segundo dedicado às guirlandas de Natal e o terceiro ao arranjo de centro da mesa. O preço dos workshops é de 680 patacas. De pequenino… Sábado e dias 13 e 20, é a vez das crianças aprenderem a fazer obras artesanais temáticas. Dos três aos dez anos, todos são bem-vindos a aprender com Cátia Silva, do Bad Bad Maria, como mexer em materiais e texturas e transformá-los em bonitas decorações. Os workshops custam 350 patacas. Dia 12 e 19 de Dezembro é a vez de Manuela Guerreiro ensinar como se fazem os melhores bolos e biscoitos de Natal. A 6 e 13 o coro Macau Suite vai encantar com sons natalícios, das 15h00 às 17h00, e os The Green Pastures Youth & Chidren Choir aquece os corações com música no dia 20, 24 e 25. Além dos espectáculos, uma das grandes atracções prometidas pela organização é o Christmas Village Market – dias 6, 13 e 20, das 11h30 às 18h30 – pode encontrar, promete a organização, tudo o que precisa para o seu natal. Aos fins-de-semana e feriados as crianças podem ainda fazer jogos de Natal e tirar fotografias com o Pai Natal e ao longo de Dezembro o hotel tem ainda menus dedicados ao Natal, com buffets incluídos.
Joana Freitas EventosAdvogado João Miguel Barros lança livro sobre Sistema Judiciário português [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] advogado João Miguel Barros lançou o livro “Sistema Judiciário Anotado” e a obra está já a ser distribuída. O conteúdo versa sobretudo sobre revoluções que Barros diz serem necessárias na Justiça portuguesa. “É um livro técnico, generalista, quase de divulgação jurídica, mas que inclui também um texto introdutório sobre política de justiça, onde pretendo reflectir sobre a reforma a fazer no sistema judiciário e onde apresento seis propostas concretas (seis mini-revoluções) para a sua profunda alteração”, explica o autor, num comunicado enviado ao HM. Durante a elaboração do livro, João Miguel Barros – advogado de Macau e ex-chefe de Gabinete do Ministério da Justiça em Portugal – fez um “cruzamento” entre a nova Lei de Organização do Sistema Judiciário (LOSJ) com as disposições mais importantes da Constituição Judiciária, dos Estatutos Profissionais, dos Códigos Processuais, “de alguma legislação substantiva e da jurisprudência mais recente”. A experiência foi, admite, algo que ajudou na compilação da obra, um trabalho que o autor diz ter sido “árduo”, mas que considera valer a pena “por ter permitido alguns resultados interessantes” e por ser, acha, inédito. “Aproveitando a experiência adquirida na fase de desenvolvimento da matriz conceptual da lei, em que estive profundamente envolvido, incluí no livro um conjunto vasto de comentários a diversos artigos da LOSJ, tentando contribuir assim para uma interpretação ‘autêntica’ de certas disposições mais controversas. Cometeram-se alguns erros no passado recente por falta de visão estratégica (não, não estou a falar da implementação da LOSJ porque isso são contas de outro rosário), mas agora é preciso ajustar o caminho e olhar em frente”, atira. O livro, que começou a ser distribuído esta semana, foi editado pela Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa e o autor garante que lhe ocupou “uma boa parte do final deste ano”. Está à venda na livraria online da Associação, mas não está prevista a sua venda em Macau.
Filipa Araújo EventosLivraria Portuguesa acolhe debate político com figuras locais Um debate apartidário sobre a Esquerda no contexto político acontece amanhã na Livraria Portuguesa. Para onde caminha a Esquerda depois do trilho percorrido nas últimas décadas será o ponto de partida para a tertúlia [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Livraria Portuguesa abre amanhã as portas para um debate político. Subordinado ao tema “A Esquerda no Contexto Político Actual”, e de organização apartidária, o evento surgiu de uma ideia de Rui Simões, advogado, e Tiago Pereira, secretário-geral do Partido Socialista de Macau. “É um debate apartidário, foi organizado por mim e pelo Rui Simões. Não queríamos que isto estivesse associado a nenhum partido em particular, porque não se deseja que esteja associado a nenhuma visão política particular”, explicou o político ao HM. São cinco os temas em cima da mesa: a Esquerda na pós-Guerra Fria e a Terceira Via, Desafios da Globalização – Um novo Socialismo Democrático, Identificação Esquerda – Direita versus Identificação Partidária – Crise de Representatividade?, Polarização Política na Europa e, por fim, o Cenário Político em Portugal. Carlos Morais José, antropólogo, Frederico Rato e Sérgio Almeida Correia, advogados, constituirão a mesa de intervenções, que vai ser moderada pelo jornalista Rogério Beltrão Coelho. Os intervenientes “são pessoas de posições políticas conhecidas e que ocupam diferentes lugares no espectro político da esquerda”, indica Tiago Pereira. O debate tem como objectivo principal perceber o que se chama de Esquerda, actualmente. “O mundo mudou muito nas últimas décadas. A globalização desenvolveu-se, a par com avanços tecnológicos, destacando-se aqui a internet. O Bloco Soviético desapareceu e a crise no Médio Oriente transformou-se com a ameaça terrorista. Conflitos propagaram-se em África e a catástrofe Síria alarga-se. O Iraque foi invadido e o regime anterior aniquilado. Os chamados mercados emergentes desenvolveram-se, destacando-se a China e a Índia”, argumentou o organizador. O contexto histórico produziu “repercussões enormes” a nível económico, geopolítico, e “até mesmo das próprias sociedades”. “Os padrões mudaram. Os desafios são outros. E a Europa vive actualmente uma crise que resulta desses factores e de uma deficiente arquitectura da União Europeia”. O debate irá permitir assim, “explorar em que posição isto deixa a Esquerda, enquanto alternativa às políticas falhadas que têm sido levadas a cabo”. A tertúlia política é aberta à sociedade e começará às 18h15, nas instalações da Livraria Portuguesa.
Joana Freitas EventosFiguras de barro tradicionais expostas na Casa do Mandarim [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Casa do Mandarim recebe a exposição de esculturas de Zhang Zexun, “Esculpindo a História de Macau”. A mostra reúne figuras de barro criadas por Zhang Mingshan em meados do século XIX, quando decorria o período Daoguang da Dinastia Qing. Inscrita na Lista Nacional de Património Cultural Intangível, em 2006, esta arte tem sido herdada e transmitida de geração em geração. Agora, graças à organização do Instituto Cultural, também os cidadãos vão poder “apreciar e compreender a arte e cultura tradicionais chinesas”. “O IC organizou esta exposição especialmente na Mansão Jishan Tang da Casa do Mandarim acreditando que estas obras se harmonizam na perfeição com a atmosfera deste local, abrindo, assim, mais espaço à imaginação dos visitantes e trazendo um novo fôlego a esta residência histórica, permitindo que a mesma se torne numa plataforma de divulgação e preservação da cultura tradicional”, explica o instituto em comunicado. A exposição apresenta obras do artista que marca a quinta geração sucessiva de artesãos de Figuras de Barro de Zhang, tendo recebido esta herança das mãos do seu pai e mestre, Zhang Yue. Inclui 19 estatuetas representativas de personagens históricas ligadas ao território, como Zheng Guanying, Luís de Camões, Lin Zexu, Matteo Ricci e a Pescadora do quadro de George Chinnery. “Todas de uma semelhança notável e com grande valor artístico, reflectindo sob diversos ângulos os costumes e tradições populares únicos de Macau”, explica o IC. Zhang Zexun lecciona na Universidade de Macau desde 2004, tendo já organizado duas exposições individuais no território, em 2007 e 2009. Os seus trabalhos de escultura e pintura chinesa têm sido sucessivamente seleccionados para integrar exposições de arte de diversos níveis no interior da China bem como têm vindo a ser distinguidos com diversos prémios. As Figuras de Barro de Zhang são inspiradas em lendas, peças de teatro, obras de ficção e cenas da vida real, usando processos de moldagem e pintura para recear figuras humanas, cujas características sobressaem através do uso da cor e deixando transparecer elementos da época moderna, aproximando-se dos tempos modernos e reflectindo, simultaneamente, as tradições culturais chinesas. Na história da escultura chinesa, as Figuras de Barro de Zhang desenvolveram-se a partir da arte das figuras de barro, aproximando as suas criações à vida quotidiana das populações, revelando sobretudo a beleza que se esconde no seio do dia-a-dia das pessoas e apresentando, assim, um distinto realismo. A entrada na exposição, permanente, é livre.
Filipa Araújo EventosFundação Oriente | Hugo Pinto vence Prémio Reportagem com peça sobre o Jogo É Hugo Pinto quem assina o trabalho escolhido pela Fundação Oriente para a atribuição do prémio reportagem de 2014. “As Novas Regras do Jogo” foi emitida no início do presente ano, na Rádio Macau, e reuniu, por unanimidade, o voto a favor da mesa de júri para o melhor trabalho do ano. Filipa Queiroz e Inês Santinhos Gonçalves ganharam menções honrosas [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ão é novato nestas andanças e volta a provar isso. Hugo Pinto, jornalista da Rádio Macau, angariou pela segunda vez o Prémio Reportagem atribuído anualmente pela Fundação Oriente. “É sempre uma grande satisfação ver o esforços, o trabalho reconhecido. Enche-me de satisfação. Fico muito feliz”, reagiu o jornalista ao HM. A reportagem “As Novas Regras do Jogo”, emitida na Rádio Macau no dia 25 de Janeiro de 2015, foi o trabalho – dos 17 em avaliação – escolhido pelo júri, composto pela Coordenadora da Delegação da Fundação Oriente em Macau, Ana Paula Cleto, e por mais quatro elementos: Maria José dos Reis Grosso e Yao Jing Ming, professores associados da Universidade de Macau, Margarida Pinto, delegada da Agência Lusa em Macau, e Harald Bruning, director do jornal “The Macau Post Daily”. O júri indicou que a reportagem aborda “um tema sensível, da maior actualidade e de grande impacto socio-económico”, afectando toda a sociedade de Macau. “A reportagem foi considerada um trabalho jornalístico de qualidade excepcional, preenchendo todos os requisitos jornalísticos para a categoria em causa: um tema da maior actualidade, uma ideia bem planeada, um texto muito bem construído com base numa diversificação equilibrada de fontes consultadas e, ainda, uma cuidada montagem da peça”, argumentou a Fundação Oriente. Perguntas no ar O trabalho teve como intenção “desconstruir a narrativa em torno do Jogo, desde o momento que a indústria do Jogo começou a atravessar no ano passado, quando, no final desse ano, se confirmou a queda [das receitas]”. Com o novo rumo que Macau precisava de ter e a necessidade da aposta na diversificação da economia, o jornalista questionou-se: “afinal que filme é este?” “Tentei perceber o que se estava a passar (…) Passaríamos de um filme com gangsters, salas de Jogo com apostas ilimitadas, com muito fumo e prostituição à mistura nos casino e hotéis, para um centro de turismo e lazer (…)”, recorda Hugo Pinto, admitindo que foi à procura de respostas. “Tentei pegar nessa história e desconstruí-la e questionando se é possível de um dia para o outro mudar assim a identidade de Macau”, rematou, frisando a importância de cada um de nós se questionar sobre esta nova necessidade moralizar o território. Honra nas menções A Fundação Oriente atribuiu ainda duas menções honrosas à jornalista Filipa Queiroz, com o texto “The Nine Lives of Lilau”/ “As Sete Vidas do Lilau”, publicado na Revista Macau em língua inglesa em Maio de 2013, e à jornalista Inês Santinhos Gonçalves com a reportagem “Língua da mãe-pátria tem cada vez mais a voz em Macau”, publicada pela Agência Lusa, a 20 de Fevereiro de 2014.
Joana Freitas EventosFotografia | “Impressões sobre África Oriental” no Centro UNESCO [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]mostra “Impressões sobre África Oriental”, integrada no Projecto de Promoção de Artistas de Macau e organizada pela Fundação Macau, inaugura hoje no Centro UNESCO. A exposição integra seis dezenas de fotografias de Ma Chi Son, fotógrafo local que é também o vice-presidente da Assembleia Geral da Associação Fotográfica de Macau e assessor da Easy Photography Association e do Advisor Tamron Photo Club. Todas as obras exibidas nesta exposição são fotografias tiradas durante a viagem de Ma Chi Son ao Quénia e mostram o que o artista presenciou em África. Para além da cultura e dos costumes únicos do povo africano, é possível ver várias cenas épicas passadas na savana africana, tais como a migração dos gnus, os cinco maiores animais daquela parte da África, momentos entre um leão e as crias e ainda fotos de vários tipos de pássaros e de outros animais selvagens. “O fotógrafo espera dar aos visitantes uma perspectiva da realidade que viveu em África, de modo a fazê-los sentir em África, um território que tem tanto de selvagem como de poético e pitoresco”, indica a organização em comunicado. A exposição do autor – que foi monitor de cursos de fotografia realizados pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e Academia do Cidadão Sénior do Instituto Politécnico de Macau – é ainda antecedida pelo lançamento de um catálogo fotográfico com os seus trabalhos. A exposição estará patente de amanhã a 8 de Dezembro, das 10h00 às 19h00, tendo entrada livre.
Andreia Sofia Silva Eventos MancheteLiteratura | IC apresenta “A Noite desceu em Dezembro”, a guerra de Henrique de Senna Fernandes É já amanhã que se apresenta a obra “A Noite desceu em Dezembro”, história em fascículos que Henrique de Senna Fernandes escreveu para o jornal Ponto Final. Será também lançada uma nova edição de “A Trança Feiticeira”, bem como a tradução para Chinês de “Os Dores” [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]morte não cala as palavras, que perduram para sempre, ainda que sejam sobre uma guerra que esteve aqui tão perto. Desaparecido há cinco anos, Henrique de Senna Fernandes, um dos nomes mais sonantes da literatura contemporânea de Macau, volta a ser lembrado amanhã, com a edição de mais uma obra. “A Noite desceu em Dezembro”, romance escrito em fascículos já publicados no jornal Ponto Final, é agora lançado em formato livro. Para além da nova obra, o Instituto Cultural (IC) vai também lançar uma nova edição de “A Trança Feiticeira”, bem como a tradução para Chinês de “Os Dores”, no âmbito da colecção “Obra Completa de Henrique de Senna Fernandes”. A publicação da obra faz-se não só com o apoio do IC, como da editora Praia Grande Edições e da família de Henrique de Senna Fernandes. Ao HM, Ricardo Pinto, proprietário, contou como foi o processo de publicação de um projecto editorial que sempre foi pensado para sair da gaveta. “No Ponto Final fizemos uma iniciativa intitulada ‘Cinco Anos, Cinco Livros’, em que colocámos cinco autores a escrever um romance por fascículos e Henrique de Senna Fernandes foi um dos autores. Este foi o livro que mais tardou a ser publicado porque, embora possa ser dado como concluído, a verdade é que Henrique de Senna Fernandes tinha em mente escrever um segundo volume”, disse Ricardo Pinto. Por ter vivenciado o período da Guerra do Pacífico e das invasões japonesas sobre a China, o escritor achava que as experiências que observou não se esgotariam numa só obra. Mas o destino tirou-lhe a oportunidade de continuar a escrever. “As histórias que tinha sobre o período da II Guerra Mundial eram tantas que achava que havia material para um segundo volume. Depois Senna Fernandes adoeceu, acabou por falecer e acabou por não iniciar esse volume. Fomos sempre retardando a publicação desse livro à espera que o segundo volume estivesse pronto, mas com o desaparecimento de Henrique de Senna Fernandes, o projecto ficou parado”, acrescentou Ricardo Pinto. O fascínio da guerra Miguel de Senna Fernandes, filho do autor, garantiu estar satisfeito por mais uma obra do pai poder ver a luz do dia. “É enternecedor ver pessoas apostar num autor que já não está entre nós, mas que continua a estar no espírito de muitas pessoas. Henrique de Senna Fernandes é um autor de Macau incontornável e quem queira conhecer Macau mais a fundo não pode deixar de ler a sua obra”, contou ao HM. Miguel de Senna Fernandes recorda que, em vida, o pai sempre falou de “A Noite desceu em Dezembro”. “A guerra foi um cenário que sempre o fascinou. A história desenrola-se nesta altura, em Dezembro. Apesar da guerra já ter eclodido nesta fase, com a invasão do Japão à China, nunca um país asiático tinha estado em guerra com o Ocidente. Temos o eclodir da II Guerra Mundial nesta zona, o ataque a Pearl Harbour acontece a 27 de Setembro e o livro tem a ver com esse cenário. O meu pai viveu esta época, não viveu na guerra mas viu Macau a ser influenciada pela guerra”, contou o advogado. Este fascínio “é motivo mais que suficiente para inspirar o autor a fazer este livro”, considerou Miguel de Senna Fernandes. “Este livro corresponde a uma primeira parte de uma obra mais vasta e, em vida, ele disse-me que era para uma primeira parte e depois disse-me ‘logo se vê como vai ser’”, recorda. Senna em Chinês A tradução para Chinês de “Os Dores” constitui um marco para a obra de Senna Fernandes, que sempre lamentou ser lido numa só língua. “Lembro-me dos desabafos do meu pai, numa altura em que a projecção literária dele era só Macau, e sentia-se frustrado, porque, para além dos poucos portugueses que estavam em Macau, quem iria ler a sua obra? Mas isso nunca o demoveu de escrever. Há, de facto, que quebrar esta barreira e é fundamental apostar na tradução das obras”, considerou Miguel de Senna Fernandes. A última vez que Macau viu novas edições das histórias do filho da terra foi em 2012, quando o IC apostou na publicação de “Os Dores” e de “Amor e Dedinhos de Pé”, ambos do autor. A cerimónia de lançamento irá decorrer na Academia Jao Tsung-I, na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida, pelas 18h30 e a entrada é livre.
Joana Freitas EventosFRC | Exposição sobre Mandela com sons, vídeos e imagens [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se “Mandela – Leader, Comrade, Negotiator, Prisioner, Statesman” e é a mais recente exposição sobre Nelson Mandela. A ter lugar na Fundação Rui Cunha (FRC), que organiza a actividade em conjunto com o Consulado Geral da África do Sul em Hong Kong e Macau, a exposição inaugura hoje e dura até dia 5 de Dezembro, trazendo a público imagens, sons e textos sobre o homem que se revoltou contra o Apartheid. Segundo a organização, a mostra – também patente no Museu do Apartheid, na África do Sul – tem por objectivo celebrar a vida “deste grande humanista e estadista”, recorrendo, para isso, ao registo fotográfico dos seus momentos mais marcantes. “Vão percorrer-se as diferentes fases da vida de Nelson Mandela, focando não apenas as suas lutas, enquanto pontos fortes da sua ímpar personalidade, mas, igualmente, as suas fraquezas. O público é, desta forma, convidado a percorrer a extraordinária vida de Nelson Mandela enquanto líder, estratega, prisioneiro e homem de Estado, assim como lhe é dado a conhecer um pouco de uma personalidade única, no que ao seu carácter e humanismo, diz respeito”, avança a FRC. Cada uma das narrativas é ilustrada por fotografias, às quais se juntam um documentário vídeo, assim como um outro apontamento vídeo sobre a sua libertação e um terceiro registando o período que passou na prisão. Vida e luta “A vida de Mandela confunde-se, desde sempre, com a luta feroz e assertiva que desencadeou contra o Apartheid no seu país. Na verdade, remontam aos anos 40 as primeiras acções conhecidas contra o regime instalado, as quais ganham força nos anos 50, altura em que lidera movimentos de massa contra o sistema, criando no dealbar dos anos 60 o movimento Umkhonto we Sizwe (Lança de uma Nação), como resposta ao Massacre de Sharpeville, no entendimento de que o apartheid não mais poderia ser combatido com a não-violência. A partir de meados dos anos 60 é preso, durante 27 longos anos. No início dos anos 80, ainda na prisão, Mandela dá início a um longo e responsável processo de negociação para a transição de regime, o qual culmina a 27 de Abril de 1994, com a realização das primeiras eleições livres no país. Eleito como primeiro Presidente da África do Sul democrática, Mandela é, igualmente, proclamado o Pai da Nação.” Christopher Till, Director do Museu do Apartheid, assegura que exposição pretende trazer uma nova luz a uma história contada vezes sem conta, um pouco por todo o mundo, quer seja em livros, documentários ou outras exposições. Esta exposição, assegura a FRC, destaca de forma particular a forma como Mandela construiu um país, a partir de fragmentos de um conflito de décadas, usando tão “somente como armas o amor, a persuasão, o perdão e, acima de tudo, a enorme perspicácia, inteligência emocional e política que só os grandes homens, e acima de tudo, os grandes líderes possuem”. A exposição abre hoje às 18h30 e tem entrada livre. A Fundação Rui Cunha organizará ainda um conjunto de visitas guiadas para várias escolas.
Leonor Sá Machado EventosMAM | Artistas locais expressam “Olhares Interiores” até Fevereiro O Museu de Arte de Macau já inaugurou Olhar Interiores, mostra patente até 14 de Fevereiro e que traz ao território peças exclusivas de quatro artistas da China, Taiwan e Macau. Em foco estão a identidade e sociedade contemporânea [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi na passada semana que o Museu de Arte de Macau (MAM) abriu portas ao público para a mostra “Olhares Interiores”, na qual participam quatro artistas. Da China vêm Zhou Bin e Dong Jinlin para se juntarem à taiwanesa Liao Chiyu e ao artista local Chan Ka Keong. Juntos, apresentam uma série de obras multimédia, depois de terem sido premiados com um galardão de excelência de documentários sobre a Performance Chinesa em 2012. No MAM serão expostos os filmes vencedores e outras obras originais. “A maior satisfação da contemplação da arte reside na descoberta e na diferenciação. A descoberta é importante porque enriquece a arte; a diferenciação é ainda mais importante visto que é o processo pelo qual vários conceitos e técnicas artísticas são observadas, sintetizadas e analisadas. Pode dizer-se que uma obra de arte carece da participação do espectador e existem obras que necessitam mesmo da participação de espectadores para se concluírem”, explica o MAM em comunicado. Esta é já a quarta edição da mostra e pretende mostrar “a paixão” dos artistas. O que aí vem É até 14 de Fevereiro que a mostra está patente no Museu. Zhou Bin apresenta uma instalação interactiva criada durante um ano, onde o artista realizou um trabalho mensal. Este resulta agora em “Mente numa caixa: acção e imagem em simbiose”, que explora a relação entre acção e imagem e toma inspiração nas montanhas Zhongnan e nos 99 Jogadores. Zhou descreve a sua obra como existindo “um caminho criativo e uma zona problemática”. Com a assinatura da curadoria de Lan Qingwei, a peça do artista chinês conta com a sua mestria. Intitulada “Verso Guangling”, a peça de Dong Jinling foi igualmente desenvolvida este ano e apresenta-se como um revivalismo de uma música chinesa. Num vídeo de dez minutos, Liao Chiyu mostra “Parque Descontraído”, que se expande para obras anteriores da artista. “A obra alarga o contexto de obras anteriores para reflectir as condições da vida contemporânea como as relações interpessoais, a memória e a emoção através da projecção de cenários familiares e da vida quotidiana feitos pelo homem, no vídeo”, declara o MAM. A peça mostra o quotidiano de uma mulher que fala na primeira pessoa e explora o imaginário da vida social na Ásia e o papel desempenhado pelo cidadão comum. “Uma peça” é a nomenclatura escolhida pelo artista local Chan Ka Keong para o trabalho apresentado no MAM. Através de uma instalação com acção, fotografia, vídeo e texto, assume-se com uma peça idealizada por Chan, mas desenvolvida por pessoas comuns. O artista deu a pessoas aleatórias pedaços de um pano e estas poderiam criar aquilo que desejassem.