Bienal de Shenzhen | CURB vence proposta e organiza pavilhão de Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo vai ser o responsável pela organização da exposição do Pavilhão de Macau na Bienal Bi-citadina de Urbanismo/Arquitectura de Shenzhen e Hong Kong 2015, a ter lugar em Shenzhen. O anúncio foi ontem feito por comunicado do Instituto Cultural (IC), que indica que, entre as quatro propostas apresentadas, foi a do CURB que venceu.
Macau foi uma vez mais convidada a participar nesta Bienal em Shenzhen, que é dedicada este ano ao tema “Re-viver a Cidade”, com vista a criar um mundo melhor com base na remodelação dos espaços urbanos e residenciais.
“Pretende-se promover a reutilização, reconsideração e re-imaginação da arquitectura e da cidade, apelando ao aproveitamento e à reinterpretação daquilo que já existe e de tudo o que nos rodeia”, começa por indicar a organização.
As quatro propostas apresentadas – e avaliadas por Huang Weiwen, director do Centro de Arte Pública de Shenzhen, Chan Chun Kwong, Vice-director da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Hong Kong, Leong Chong In, ex-Presidente da Associação dos Arquitectos de Macau e membro do Instituto de Planeamento Urbano de Macau, e outros – tiveram em conta precisamente esse tema.
A Bienal foi fundada em 2005 em Shenzhen, seguindo-se o convite à participação de Hong Kong em 2007, ano em que a exposição passou a ser organizada interactivamente e de forma singular, tornando-se uma “Bienal Bi-citadina”, a única bienal a nível mundial dedicada exclusivamente à temática da cidade.
O evento conta já com cinco edições realizadas em Shenzhen e Hong Kong, sendo que, em 2013, Macau foi, pela primeira vez, convidada a participar.
O CURB foi recentemente criado, sendo que dele é responsável o arquitecto português Nuno Soares e Ana Simões.

19 Nov 2015

Angola | Fotógrafo português retrata as mulheres Zungueiras

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hamam-se Zungeiras, ou Quintadeiras, e são mulheres que percorrem as ruas de Angola de cabazes à cabeça. Vendem fruta, produtos de cozinha, alimentos, roupa, sapatos. Foram proibidas de o fazer. Mas continuam. E, consigo, continuam os encantos que transmitem a quem passa ou a quem as vê através de uns novos olhos.
Foi o caso de João Rodrigues, fotógrafo português a trabalhar em Angola, que retratou as mulheres zungueiras através da sua lente, simplesmente porque a sua forma de vida o cativou.
“Acho que, por aqui, a mulher zungueira é vista como algo perfeitamente normal, acho que é tão normal que só um olhar de fora é que repara [nelas] e as observa. Mas é impossível não notar a presença delas. Estão em todo o lado”, relata João Rodrigues ao HM. “Decidi fotografar porque acredito que dentro desta mulher está muita coisa. Sim, este é um projecto com relevância antropológica, mas decidi fotografá-las essencialmente pelo que representam esteticamente: vejo-as muito femininas. E filosoficamente: quantas delas não dariam boas advogadas, gestoras, ministras?”

Isabel
Isabel

Formado em Psicologia, João apaixonou-se por fotografia há cerca de 13 anos, tendo tido já oportunidade para expor os seus trabalhos. A ida para Angola valeu-lhe uma colaboração com um colégio local, onde dá formação na área da Educação. Mas valeu-lhe também mais do que isso: uma viagem a um mundo que poderia perfeitamente ter passado despercebido por ser tão comum no quotidiano africano.
“Estive relutante em avançar com este projecto, porque me pareceu à primeira vista um cliché. Mas por essa mesma razão, por ser algo característico desta terra e por não ter havido ainda um grande enfoque artístico nelas, é que decidi avançar e fazer a sua apoteose”, explica ao HM, acrescentando que “ao fim e ao cabo, a ‘mamã zungueira’ acaba por ser um pedaço histórico da vida em Angola, bem como uma figura icónica da sociedade”.
João Rodrigues decidiu, então, falar com estas mulheres. Perceber os seus modos de vida. E tirar os seus retratos, numa espécie de “resenha poética da sua figura e da sua apologia política e social”. Algo que, confessa, nem sempre foi fácil. E que continua a ser um desafio.
“Continuarei a percorrer as ruas, perseguindo estas mulheres, pedindo a sua autorização para as retratar, coisa que nem sempre é fácil, uma vez que, por motivos vários, é-me negada essa intromissão, ora por não se quererem mostrar para fora dessa forma, ora por não se acharem bonitas na sua indumentária de trabalho.”

A busca pelo pão

Quando se procuram notícias sobre as zungueiras não é difícil dar de caras com os problemas que estas mulheres enfrentam, agora e desde sempre. Queixam-se de serem maltratadas pelos agentes federais – que, segundo a imprensa, lhes tiram o dinheiro e a mercadoria -, trabalham no meio do trânsito caótico de Angola, carregam pesos significantes na cabeça ao mesmo tempo que, muitas delas, carregam filhos nas costas ou na barriga. kk
“Aqui, na província de Benguela, até é tranquilo para elas. Os problemas com as leis estão em Luanda, onde há relatos de agressões e despejos”, explica João ao HM.
O governo angolano quis acabar com a actividade das zungueiras e passá-las para as bancas dos mercados oficiais. O braço de ferro ainda continua, especialmente nas ruas da capital, onde a proibição de venda nas ruas foi implementada com mais força. Mas João Rodrigues quer mostrar mais do que a questão política que ronda estas ‘mamãs’.
“Outra coisa que me espantou foi o espírito empreendedor delas”, diz-nos, enquanto nos encaminha para um vídeo que mostra as zungueiras a adaptarem-se aos tempos modernos e a permitirem o pagamento dos seus produtos através de terminais automáticos multibanco.
“Estas mulheres lutam por algo nobre e eu fiquei enternecido ao vê-las. A mulher zungueira é para mim uma empreendedora, uma lutadora, o sustento da casa e um binómio de amor. É uma mulher com inteligência e a perseverança de andar quilómetros com uma verticalidade única, fazendo o que acredita ser um trabalho digno. Uma mulher que simplesmente ganha o seu pão e o dos seus filhos mas com força para se manifestar, discordar das leis e fazer frente a essa repressão”, continua.

[quote_box_left]“Por motivos vários, é-me negada essa intromissão [da fotografia], ora por não se quererem mostrar para fora dessa forma, ora por não se acharem bonitas na sua indumentária de trabalho”[/quote_box_left]

Macau? Talvez

Depois de um projecto em Cabo-Verde – onde João expôs, no Centro Cultural Português, na cidade da Praia, fotografias de portas da cidade, que davam conta das histórias e da alma de cada casa – e de um projecto sobre as mulheres obreiras da Índia, o caminho na fotografia é para continuar.
“[A fotografia] surge da necessidade de interiorizar o mundo e de expor o meu mundo cá para fora. Não posso ainda falar dos meus próximos projectos. Para já pretendo ficar [em Angola] um ano, mas um dos meus sonhos é conhecer os países de Língua Portuguesa.” zunga
África primeiro, diz, porque algo na cultura o puxa e lhe dá vontade de lá ficar. “Se uma porta se abrir”, Macau pode ser o próximo passo, até porque há, provavelmente, muito por fotografar aqui.
“Se fosse para Macau com certeza algo me iria saltar à vista. Não sei o que seria, mas antes de vir para Angola não sabia o que iria ser o meu alvo e ele apareceu. Em Macau à primeira vista o Jogo parece-me ser interessante, mas só um olhar profundo me faria decidir em investir num projecto”, diz-nos João Rodrigues, com a certeza de que, por agora, a ideia é continuar a dar relevo ao projecto da “Mamã Zungueira”, não só nos média, mas com exposições fotográficas e tertúlias. Tudo para que as pessoas não esqueçam as mulheres que “trocam, num escambo ordinário, a força dos músculos, a força lenta e cuidadosa da passada, pelo dinheiro”, como no diz. “Um dia as mulheres serão mais felizes. Um dia. Um dia ‘mamã’. Mas esse dia vai ter de esperar e o melhor é aguentar e aguardar verticalmente por ele.”

18 Nov 2015

Teatro | CCM acolhe peça infantil interactiva em Janeiro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Centro Cultural de Macau (CCM) traz ao território “Farfalle” – borboleta em italiano –, uma peça infantil interactiva que conta a história da vida das borboletas e o seu ciclo. Em palco entre os dias 13 e 17 de Janeiro, funde dança, arte contemporânea e tecnologias digitais num mundo no qual “as crianças são convidadas a pisar o palco para brincar e interagir com imagens no espaço teatral que dá asas à sua imaginação”.
De acordo com a organização, a peça pretende aguçar o gosto dos mais novos pela dramaturgia. “A experiência é possível graças a sensores instalados numa plataforma especialmente construída, levando performers e público a passear num cenário projectado de imagens botânicas e sons da floresta tropical”, esclarece o CCM.
“Farfalle” é da autoria da companhia italiana TPO, “pioneira na criação de teatro infantil interactivo”, que desde cedo tem vindo a produzir peças com alto teor de conservação do meio ambiente. Em funcionamento desde 2000, a TPO veio a Macau em 2012 para apresentar “Saltbrush”, um espectáculo que mostrava a arte aborígene australiana e dava a conhecer o conceito de beleza natural.
O próximo ano é já de movimento para o colectivo, que vai correr mundo numa digressão. A começar em França, saltam para Hong Kong para voltar a ter espectáculos na Europa. A seguir a Macau seguem-se peças novamente em França, outras em Itália, na Noruega, na China e, finalmente, na Austrália. Em palco serão apresentados cerca de nove espectáculos diferentes que contam histórias de e para crianças.
A linguagem é universal, já que as imagens, o cenário digital, o movimento e a mímica desempenham um forte papel. Liderada pelos directores artísticos Francesco Gandi e Davide Venturini pelos designers digital e de som Elsa Mersi e Spartaco Cortesi e pelo engenheiro Rossano Monti, a companhia italiana funciona no teatro Fabbrichino, situado na localidade de Prato.
O “Farfalle” acontece às 19h30 de sexta-feira e às 11h00 e 15h00 de sábado e domingo. Os bilhetes custam 180 patacas e podem ser adquiridos online ou no CCM. Recomendado para maiores de três anos de idade, dura 45 minutos e acontece no pequeno auditório.

16 Nov 2015

Sound & Image Challenge | Creative e IEEM lançam festival cinematográfico de 1 a 7 de Dezembro

Mostra de filmes, conversas e muita festa. É em Dezembro. A organização do concurso Sound & Image Challenge lança uma semana dedicada à Sétima Arte. Os eventos são no Teatro D. Pedro V e no Cinema Alegria. A entrada é livre

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]e 1 a 5 de Dezembro, o Teatro D. Pedro V vai transformar-se numa sala de cinema. A Creative Macau e o Instituto de Estudos Europeus (IEEM) organizam, durante uma semana, um festival dedicado à visualização de filmes, todos finalistas do concurso Sound & Image Challenge, lançado durante este ano. Mas a organização não se fica por aqui e apresenta ainda workshops. Dos quatro cantos do mundo chegam documentários, animação, ficção e publicidade.
Além disso, este ano o concurso deu asas à imaginação e vai dar uma oportunidade a cantores e bandas locais. Algo que vai permitir a visualização de videoclips feitos com música composta por talentos de Macau.
A abrir a semana, na terça-feira dia 1 de Dezembro, está a cerimónia de abertura do Festival, que arranca com o concerto do quarteto New Music Hong Kong Ensemble, com hora marcada para as 19h00. Segue-se a projecção do documentário “Retrospectiva”, da própria organização, e entregas de prémios, além da projecção dos trailers dos filmes finalistas do concurso em todas as categorias.
O evento, que tem entrada livre, continua no dia 2 de Dezembro com uma actividade especial: a mostra de filmes vencedores do 12º Black & White International Audiovisual Festival 2015. A partir das 15h00, podem ser vistos os filmes “Preto ou Branco”, de Alison Zago, do Brasil, “Cabeza de Caballo”, do espanhol Marc Martinez, e ainda o documentário alemão “Sorrounded” e a animação espanhola “Canis”, entre outros.
O festival de Macau entra em cena às 19h00 – estendendo-se até às 21h00 – com as melhores curtas de Ficção. “Still in Time” (Espanha), “The fantastic love of Beeboy and Flowergirl” (Alemanha), “Laura” (Espanha), “The Purplish love” (Hong Kong) e “The Wall” (França). Há ainda oportunidades para troca de impressões com os realizadores antes e depois da sessão.
O dia 3, quinta-feira, arranca com os finalistas do concurso Volume do Sound & Image Challenge deste ano. Videoclips de bandas locais vão poder ser vistos das 15h00 às 16h00. “Sleepwalker”, de Forget the G, “Odyssey”, dos Concrete/Lotus, “Romantic Film”, de Crosshair e “Business Suit Morning Struggle”, dos Turtle Giant, foram algumas das músicas escolhidas por realizadores de Macau e Espanha para a produção de videoclips.
Das 19h00 às 21h00 seguem-se os documentários merecedores de destaque no concurso deste ano. “A journey”, “Aldona”, “Yaar”, “Bad Boy Breathing” e “Hide and Seek” são os nomes das películas desta categoria, trazidas até Macau por realizadores da Bélgica, Espanha, Polónia e Dinamarca.

Falar de Macau e de cinema

O festival continua na sexta-feira, das 15h00 às 21h00, com um destaque especial: Macau Cultural Identity traz ao grande ecrã filmes que se focam nas mais bonitas e tradicionais características de Macau. Destaques para os filmes “The Identity of the Egg Tart”, de Kenny Leong, “The Other Half”, do realizador português João Luís, e “Jason Lei”, de Pharrel Ho.
Seguem-se as curtas de Animação – que integraram a competição deste ano e que chegam todas da Europa – e as películas da categoria de Publicidade, que apresentam, entre outras, “What Makes Hong Kong Asia’s World City”, de João Seabra, e “Anti-Smoking PSA”, do local Cheok Wai Lei.
Mas o fim-de-semana vai dar que falar e não só por causa dos filmes. A Creative e o IEEM trazem ainda simpósios com entrada livre, a terem lugar no sábado no Teatro D. Pedro V, e a exibição de um filme antes da entrega dos prémios aos vencedores do Sound & Image Challenge. (ver caixa)
Nesse mesmo dia está marcada ainda uma ‘after-party’, a partir das 22h30, na Live Music Association, com Djs locais e bandas cujas músicas foram seleccionadas para os videoclips finalistas e vencedores.
O festival continua no sábado e no domingo, mas no Cinema Alegria, a partir das 16h00 e até às 19h15. Aqui serão mostrados todos os filmes vencedores do Sound & Image Challenge.
A Creative convida ainda o público a votar no seu filme preferido, de forma a que também a audiência possa participar na escolha de um dos prémios a atribuir. Os prémios – que contam com o patrocínio do BNU, Fundação Oriente e Macaulink – totalizam 83 mil patacas. Do júri do concurso fazem partes nomes como Alice Kok, James Jacinto, Rui Borges, Yves Sonolet, Vicent Cheong, Miguel Khan, Zhang Zeming, João Francisco Pinto e Mário Dorminsky, todos da área do Cinema, Artes e Música.

Simpósios

Dia 5 de Dezembro, Teatro D. Pedro V
10h00 às 12h00

“Programação, Apresentação e Entrega à Audiência” (Álvaro Barbosa, reitor da Faculdade de Indústrias Criativas da Universidade de São José, Mário Dorminsky, fundador e director do Fantasporto, João Francisco Pinto, director de programas da TDM)

13h30 às 15h30
“Contar histórias com a câmara” (Zhang Zeming, realizador, produtor e guionista, Albert Chu, realizador e presidente da Associação CUT, Gonçalo Ferreira, colorista para Motion Pictures, Margarida Vila-Nova, actriz, Ivo Ferreira, realizador)

16 Nov 2015

Fringe | Dança, circo, histórias e teatro ao fim-de-semana

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Festival Fringe continua este fim-de-semana com diversas peças de dança, teatro e circo locais e de fora. Na sexta-feira, as actividades abrem com o espectáculo “Brinquedo, Arroz e Chuva”, uma peça de teatro falada em Cantonês que retrata a história de um jovem de Sarajevo que dispara a sua arma e muda o curso da história, ao mesmo tempo que um outro rapaz começa o seu dia de trabalho, numa cozinha, apenas desejando saber como cozinhar uma boa refeição. Do outro lado, um grupo de pessoas, que esperam ansiosas pela época das chuvas – como irão suportar a longa espera? ShowFile (1)
“Três histórias, três adolescentes de três diferentes lugares, diferentes origens e diferente tempos, mas…será que no fim… todos possuem os mesmos impulsos, os mesmos ideais?”, aponta a organização.
O espectáculo – da responsabilidade da Long Fung Drama Club – custa 50 patacas e está em exibição de sexta-feira a domingo, nos Lagos Nam Van, a partir das 20h00.
Sábado e domingo é a vez de “(Des) Contextualizado”, apresentado pelo grupo Unitygate e Stella e Artists. O espectáculo de dança acontece nas Ruínas de São Paulo, às 16h00 e 17h00, e na Rua da Palha às 14h00, tendo entrada livre.

Conta-me histórias

Se o seu interesse for ouvir histórias, então é para si a actividade trazida por Uncle Arvin, de Hong Kong, um contador de histórias que se tem dedicado ao desenvolvimento das artes junto da comunidade, promovendo o conto e apostando na criatividade dos livros ilustrados. Em Cantonês, as histórias vão poder ser ouvidas sábado às 18h30 no Café falala e às 20h30 no Buddy Caffe. No domingo, hora marcada para as 15h15 no Dream Corner, às 18h30 no Café Philo e às 20h30 no Mind Café. A entrada custa 50 patacas com uma bebida incluída.
Domingo, o dia está dedicado ao teatro. “Sem Abrigo” é a peça apresentada pelo Teatro Areia Preta – MAS Productions, às 17h00 no teatro Hiu Kok, na Av. do Dr. Francisco Vieira Machado. A entrada é livre para ficar a conhecer a história de quatro sem abrigo.
“O grupo Teatro Areia Preta faz-nos ver que cada um de nos poderia acabar numa situação parecida, sem casa, sem trabalho, consequência da falta de amor do ser humano e de uma sociedade imperfeita”, explica a organização.
Às 16h00 nas Ruínas de São Paulo acontece o espectáculo de circo “A Vida numa Bolha”, de Alfredo Silva.
“Um balão viaja impulsionado pelo vento consoante a sua direcção e intensidade e porque não também pela criatividade e imaginação? Um simples Balão irá compor um ambiente singular e criar um mundo fantástico e divertido! Como será a vida dentro de um Balão?”, atira a organização. A entrada é livre.
Finalmente, de Taiwan, chega “Beleza 2015″. Trazido pela Oz Theatre Company mostra duas personagens sem nenhuma característica peculiar que debatem entre si as relações de poder entre duas pessoas, questionando o verdadeiro valor da beleza.
Marcados para as 15h00 e para as 20h00, no edifício do antigo tribunal, o espectáculo custa 50 patacas.

13 Nov 2015

Sunny Side Up lança disco sobre Fernando Pessoa

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se “Pessoa” e é o novo trabalho da banda Sunny Side Up, composta pelos músicos Tomás Ramos de Deus, Filipe Fontenelle e Miguel Andrade. Ao HM, Filipe Fontenelle fala de um disco composto por dez canções, todas elas feitas a partir de poemas do poeta português Fernando Pessoa. img_9117-cmyk-003-1
“Na sequência do primeiro disco que fizemos, ‘Tributo a Macau’, esta foi uma proposta que a gente quis fazer aproveitando a data que ia ser assinalada este ano, dos 80 anos da morte de Fernando Pessoa. Aproveitamos para fazer uma escolha de poemas que gostássemos e fizemos um disco com dez poemas, todos compostos pela banda”, disse o músico.
O público poderá ouvir canções em Português e também Chinês. A versão traduzida foi feita com base em livros cedidos pelo Instituto Cultural (IC) e com o trabalho do departamento de Português da Universidade de Macau.

Da selecção

“Fomos procurar em toda a obra do Fernando Pessoa e fomos escolhendo os poemas que gostássemos, ou que pudessem ficar melhor musicados. Às vezes havia poemas muito curtos, com um verso apenas, que iria ter mais parte instrumental, e quisemos dar ênfase à poesia e à palavra. Temos alguns temas que ficaram fora do disco, que vão ser apresentados ao vivo, mas o espectáculo vai ter cerca de uma hora e meia e o disco tem apenas dez músicas. Foi um processo natural e levou alguns meses a preparar”, explicou Felipe Fontenelle.
O concerto de que fala o músico servirá para apresentar oficialmente o novo trabalho dos Sunny Side Up e irá decorrer no Teatro D.Pedro V a 27 de Novembro. Os bilhetes já se encontram à venda e custam cem patacas. Quanto ao álbum “Pessoa”, estará disponível em formato digital no iTunes e em formato físico na Casa de Portugal em Macau, entidade que apoia o projecto.

13 Nov 2015

This is My City | Conferências, cinema e cabaret no fim do mês

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] This is My City (TIMC) está aí à porta e promete uma série de actividades para todos os gostos. Até meados de Dezembro, a população vai poder assistir a sessões de cinema ao ar livre, a palestras inovadoras e participar numa conferência sobre Economias Criativas ou numa concentração de fotógrafos.
Entre as actividades está, de acordo com o organizador do evento, Manuel Correia da Silva, a conferência com enfoque nas Economias Criativas. Esta é, para o designer, “a que mais vale a pena destacar”. Questionado sobre o conteúdo da iniciativa, Manuel Silva explica que “vai bastante além do design e da arquitectura de uma cidade”, abrangendo áreas como a Política ou a Economia que gerem o território. Pedro Smithson AD01_2015_AF-01
O TIMC apresenta assim Charles Landry ao público, um renomado escritor e especialista desta área, que em 1978 abriu a sua empresa de consultoria, Comedia. Esta foca-se na relação entre cultura, criatividade e a transformação das cidades. Landry corre o mundo dando conselhos e sugestões aos seus governos sobre como dinamizar o espaço urbano. Vão ainda estar presentes outros especialistas de Hong Kong, Macau e Shenzhen.
A palestra, organizada em conjunto com o Centro de Estudos Europeus, também vai dar atenção ao caso de Macau. “Para situar a conversa no local onde estamos, também teremos oradores de Macau, Hong Kong e Shenzhen, pelo que achámos que seria interessante também juntar um grupo de pessoas do Porto”, explica. É que a cidade portuguesa é, como esclarece Manuel Silva, “cidade-irmã” da RAEM, pelo que se quer “explorar mais esta parceria”. Desenvolver, pensar, fazer e investir são os quatro painéis desta sessão, que tem lugar às 10h00 de 8 de Dezembro, no Centro de Design de Macau.

Concentrações várias

Tudo começa no Albergue SCM, a 24 de Novembro. Os horários ainda vão ser anunciados, mas o TIMC conseguiu trazer o projecto Pechakucha a Macau, que permite a apresentação de um sem número de temas com uma regra: cada orador terá 20 segundos para apresentar cada imagem de uma série de 20, ficando cada apresentação nos cinco minutos de duração.
O projecto abrange todos os temas possíveis, desde música, design, urbanismo, fotografia, experiências pessoais e sociais, entre outras. O Pechakucha acontece em alternância com uma mostra de cinema ao ar livre, cuja selecção de curtas-metragens foi feita por António Conceição – conhecido por Kiko –, vocalista da banda local Turtle Giant. Ambas terão lugar das 18h00 às 21h30. EloaDefly AD01_2015_AF-01
O dia 28 reserva-se à “Hackathon”, uma maratona de programadores informáticos cujo objectivo é criar novas formas de facilitar a vida na cidade, de soluções “inteligentes” como aplicações móveis. O mesmo dia acolhe uma concentração de “instagramers”, a Instameet. Pessoas com contas na rede social Instagram vão andar pela cidade com um olho na lente e outro no que se passa à volta. A ideia é captar, através da fotografia, a essência da cidade. O Centro de Design é o ponto de partida e as fotografias serão depois publicadas sobre o hashtag de #TIMCity2015.

Da conversa ao cabaret

A 3 de Dezembro estreia a mostra Luso Design Show, para a qual a organização convidou uma série de artistas lusófonos, incluindo do Brasil, Angola e Portugal. “Vamos ter marcas muito interessantes”, acrescentou Manuel Correia da Silva ao HM.
Dois dias depois, estreia na cidade um espectáculo que conta com a mestria de Inês Trickovic e se passeia pelas margens de Macau. Trata-se de um cabaret flutuante – já que acontece num barco – com muita dança e música à mistura. Esta é a única iniciativa paga de todo o programa, mas os preços ainda serão anunciados.
Finalmente, o TIMC deste ano encerra com a vinda do música e designer angolano Vítor Gama, que vai apresentar um instrumento totalmente original por si criado na Universidade de São José. Chama-se Toha e será apresentado juntamente com a história e experiência de Gama neste mundo. O TIMC tem trazido várias iniciativas internacionais ao longo dos últimos anos.

13 Nov 2015

Paulo Senna Fernandes participou na China Fashion Week

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] estilista local Paulo de Senna Fernandes voltou a participar em mais uma edição da Semana da Moda da China (China Fashion Week), tendo levado uma delegação de 26 profissionais do sector. Segundo o estilista, “foi muito importante estar presente neste evento internacional” devido à oportunidade de se ter uma boa colaboração com Pequim.
“A indústria de Moda não pode ser ignorada e deve ter mais apoios. Macau precisa de ter mais exposições e desfiles de estilistas, tudo isso para atrair mais compradores e jornalistas. Espero que no próximo ano a Feira Internacional de Macau (MIF) possa trazer mais consumidores de Moda e jornalistas”, frisou.
O estilista, presidente da Associação Moda de Macau, defendeu que o território precisa de uma academia de Moda. “Ter uma academia de Moda em Macau seria bom para trazer professores famosos, porque podem dar uma grande ajuda aos futuros estilistas, que terão mais oportunidades de competir lá fora. A Associação Moda de Macau está à procura de apoios monetários, mas não quer apenas ter esses apoios, mas sim mostrar ao Governo que a Associação está a colaborar e a desenvolver a indústria da Moda”, revelou.
Paulo de Senna Fernandes considera ainda que deveria ser um dos membros do Conselho para as Indústrias Culturais. “Após dez anos em silêncio, penso que este é o momento certo para exigir um lugar no Conselho para as Indústrias Culturais para poder apresentar as minhas ideias, porque não quero ver a continuação do atraso da Moda em Macau”, apontou num comunicado enviado ao HM.

12 Nov 2015

Livros do Oriente lança biografia de Roque Choi

Cecília Jorge e Rogério Beltrão Coelho ultrapassaram várias dificuldades para trazer a biografia de uma das personagens mais conhecidos na história de Macau. “Roque Choi – Um homem, dois sistemas” vem, sobretudo, “dar um contributo” para que se conheça um homem que sabia bem das culturas portuguesa e chinesa

[dropcap style=’circle’]R[/dropcap]oque Choi faz parte daquele grupo de homens da velha Macau que viu tudo o que havia para ver neste pequeno território, desde conflitos como o “1,2,3”, nos anos 60, ao período fascinante do comércio do ouro ou do nascer do Jogo. Contudo, este empresário e político, falecido em 2006, não tinha ainda uma biografia mais completa sobre a sua intensa vida.
Esse vazio foi agora quebrado graças aos jornalistas Cecília Jorge e Rogério Beltrão Coelho que, com a editora Livros do Oriente, publicaram a obra “Roque Choi – Um homem, dois sistemas, apontamentos para uma biografia”, a qual será lançada oficialmente na próxima segunda-feira, dia 16, na Fundação Rui Cunha (FRC).
Ao HM, Rogério Beltrão Coelho fala do trabalho sobre uma “figura ímpar”. “Não só era uma figura mediadora como era uma figura que funcionava tranquilamente e com uma grande consistência, quer junto da comunidade chinesa quer junto da comunidade portuguesa. Era um homem que conhecia profundamente as duas culturas e quando traduzia ou intermediava jogava com esse conhecimento que tinha.” 121115P10T1
Além de apresentar a vida de Roque Choi, o livro contém ainda uma entrevista inédita feita pelo jornalista português José Pedro Castanheira, dando também a conhecer as vidas de outras personalidades com quem Roque Choi se cruzou, como é o caso de Pedro José Lobo. Há ainda espaço para diversos testemunhos de pessoas próximas, como Abílio Dengucho, Anabela Ritchie ou Carlos Monjardino.
“Quem conheceu Roque Choi, ou quem com ele conviveu, vai lembrar-se de algumas particularidades e vai deparar-se com elementos que não conhecia. Quanto às novas gerações, muita gente não sabe sequer quem é Roque Choi e vai ficar a conhecê-lo. Acho que é um contributo interessante, porque para além dele, no livro fazem-se pequenas mini-biografias de cerca de 30 personalidades de Macau dos últimos cem anos”, explicou Beltrão Coelho.

Das burocracias

Chegar às informações da vida de Roque Choi não foi fácil. A pesquisa junto do Boletim Oficial (BO) acabou por ser, muitas vezes, a única via, mas também a mais difícil, dado que foi invocada várias vezes a Lei de Protecção dos Dados Pessoais.
“Uma coisa é proteger a intimidade na actualidade, outra coisa é não possibilitar a consulta de documentos com 50 anos e que são oficiais. Todo o percurso de uma determinada pessoa, num serviço público, pode constar no processo nesse serviço. E aí é vedado o acesso. Todos os movimentos de um funcionário público estão no BO (risos). Mas dá dez vezes mais trabalho e não faz o mínimo sentido. Numa das vezes que nos foi recusado [o acesso] e com um parecer jurídico… mas enfim, conseguiu-se ultrapassar essa situação. Mas o facto é que não há um entendimento prático e lógico do que é a protecção dos dados pessoais”, criticou Beltrão Coelho.
Defendendo que a biografia vem “dar um contributo”, por conter “muita informação, em muitos casos curiosa”, Rogério Beltrão Coelho diz, contudo, que não está prevista a tradução para Chinês. “A nossa editora funciona em Português. Não é nossa tradição publicar em Chinês, os livros têm de ser feitos para um determinado mercado e nós não entramos no mercado chinês. Mas se alguma entidade quiser traduzir, considero que faz todo o sentido”, concluiu.

12 Nov 2015

Venetian | Tap Dogs enchem casa e falam do percurso do primeiro grupo inteiramente americano

Chegaram a Macau para uma semana de espectáculos, naquela que foi a sua primeira vez num território que alguns apelidam de “Havai” e outros de “pequena Las Vegas”. Os Tap Dogs são um grupo de dançarinos, homens, que enchem o palco com movimentos de sapateado durante uns longos 80 minutos. Na sala do Venetian, onde actuaram até domingo, falaram sobre o percurso do grupo, pela primeira formado apenas por americanos

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]um espectáculo de dança, mas mais do que isso. É também uma espécie de teatro. E uma espécie de espectáculo de rock. O show dos Tap Dogs conseguiu encher a plateia do Teatro do Venetian, durante uma semana de espectáculos que durou até ao passado domingo. Chris Erk, o “capitão” que comanda o estaleiro de obras onde dançam os Tap Dogs, fala de uma experiência única na China, onde o grupo fez uma tour que terminou aqui no território.
“Na China parece que guardam as reacções para os grandes momentos. Focavam-se no espectáculo imediatamente depois a haver um grande clímax, que fazia as pessoas reagir. Também houve lugares em que andavam crianças a correr de um lado para o outro e havia barulho na sala, mas tudo foi uma experiência nova. Ajudou-nos muito a ver quais os momentos do show que as pessoas mais gostam”, começa por contar ao HM Chris Erk, o mais velho dos Tap Dogs – tem 34 anos e faz do espectáculo a sua casa há mais de uma década. “O espectáculo está feito para que vá sendo cada vez mais fascinante à medida que avança”, explica ainda. tap dogs
Isso mesmo ficou comprovado depois da primeira actuação: cá fora eram muitas as críticas positivas a um espectáculo que fica marcado por um cenário de estaleiro de obras e muita, muita variedade. Desde sapateado em estruturas de metal suspensas, a dança onde a água é o principal elemento e até sapateado de cabeça para baixo, o espectáculo engloba só homens, cada um com um talento especial.
“O do Anthony [Russo] é o de aparecer e fazer as senhoras ficarem malucas”, brinca Chris, referindo-se ao segundo no comando dos Tap Dogs.
Além de Chris e Anthony, fazem ainda parte do espectáculo Richie Miller, Justin Myles (o mal comportado), Aaron Burr (para quem a dança é sinónimo de funk), Jacob Stonebraker (o “miúdo”, mais novo do grupo) e Kurt Csolak e Philip Russo, os duplos que “sabem todas as posições dos colegas”, no caso de precisarem de entrar em acção por causa de acidentes.
“Pela primeira vez”, todos os que fazem parte do show são americanos – uma alteração ao grupo original que começou com o coreógrafo australiano Dein Perry e que sempre contou com dançarinos do país dos cangurus.
“O criador do show trabalhava em metalurgia, mas também tinha aulas de dança e sapateado. Eventualmente, percebeu que gostava mais de trabalhar em teatro do que no que fazia e, então, criou o seu próprio espectáculo”, explica ao HM Chris Erk. “Daí que, tanto o cenário, como o próprio show tem uma vibe de trabalho árduo, onde trabalhamos como cães, daí o nome.”
E, de facto, tudo é pensado ao pormenor. Até as botas utilizadas são de uma marca famosa na Austrália de calçado de trabalho, a Blundstone.

Dança como vida

Com membros com idades que vão dos 22 aos 34 anos, a equipa dos Tap Dogs é composta por dançarinos formados em diferentes estilos de dança. O ballet, contudo, é um denominador comum. Tal como a tenra idade com que começaram a dar os primeiros passos na dança.
“Desde os dois ou três anos que faço sapateado, mas o meu background é ballet e jazz. É o caso de muitos de nós”, começa por nos dizer Justin. “Isso reflecte na coreografia, ajuda-nos no equilíbrio. Se não tivéssemos esse background caíamos de cara no chão.” TAP DOGS
Richie nem sequer queria dançar. Era mais virado para o desporto, até que foi “arrastado para a dança”, como nos conta. “Via a minha irmã nas aulas de dança e, quando ela saía, eu dizia-lhe ‘fizeste mal aquele movimento’ e mostrava como se fazia”, diz-nos, a rir. “O que aprendemos nas aulas de dança é utilizado no show, mas sempre que subimos ao palco aprendemos mais e mais. As coisas mudam e progridem.”
Todos têm o seu caminho individual, algo que agrada a Chris, devido à diversidade que isso traz ao palco. Além da dança, artes marciais, natação, ski e outros desportos mais radicais são também parte do processo. Há também músicos, como é o caso de Justin Myles e Anthony Russo.

Macau de prazeres

A confiança mútua, bem como a amizade, são as bases para um espectáculo que começou em 1995 e já viu mais de uma centena de dançarinos diferentes fazer quase a mesma coreografia. Todos sabem montar e desmontar o cenário, algo que é, aliás, feito durante o próprio show e todos se dão “como irmãos”. Mas, apesar do sexo masculino estar maioritariamente presente há duas jovens mulheres, que dão música aos Tap Dogs. Literalmente.
Noriko Terada e Nerida Wu são as duas bateristas e multi-instrumentalistas que acompanham os “cães” e que, em Macau, se sentiram “muito bem” e que tudo foi muito divertido. E o mesmo dizem os outros.
“Macau é lindo, é como uma pequena Las Vegas”, atira um dos Tap Dogs. “É selvagem”, ri outro. “Faz-me lembrar o Havai, por causa de ser uma ilha no meio de tanta outra coisa.”
Durante mais de uma semana alojados no território, os Tap Dogs tiveram tempo para passear e ver espectáculos. “Acho que tem um equilíbrio muito bom entre os resorts mais modernos e o que é mais antigo, como a vila da Taipa”, conta-nos Chris. “É refrescante: se quisermos relaxar na piscina, podemos. Mas se quisermos sair e misturar-nos com a cultura local, também o podemos fazer.”
Para Jacob é tudo ainda mais novo: nunca tinha entrado num casino. E o mais novo do grupo quase que não o conseguia, já que acabou de fazer 22 anos. Anthony adorou a “noite das mulheres do Bellini”, mas assegura – enquanto ri – que “só por causa da banda”.
Daqui, os Tap Dogs partiram “satisfeitos” e o mesmo diz quem viu o espectáculo do Venetian. “Foram fantásticos e ainda por cima são lindos de morrer”, disse, no final do show, Ana Isabel ao HM. A portuguesa não foi a única a comentar “o talento incrível e a rapidez” dos dançarinos. “Foi espectacular. Tudo está incrivelmente bem montado”, disse Alan, outro dos espectadores ao HM. “Espero que regressem.”

11 Nov 2015

Moçambique | História do Parque de Gorongosa na Torre de Macau

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]história e a recuperação do Parque Nacional da Gorongosa, a principal área protegida de Moçambique, que viu quase 90% da sua fauna dizimada após o fim da guerra civil, em 1992, estarão em exposição em Macau este mês.
A iniciativa é da Associação dos Amigos de Moçambique em Macau, que desenvolveu a exposição, em cooperação com a direcção do Parque Nacional da Gorongosa (PNG), explicou ontem à Lusa o vice-presidente da Associação, Carlos Barreto.
Entre 14 e 29 de Novembro, estarão em exposição na Torre de Macau um conjunto de fotografias e filmes fornecidos pelo PNG, que a Associação apresenta como sendo “talvez a maior história de restauração da vida selvagem em África”.
Os filmes em exibição integram dois sectores, um deles formado por pequenas metragens, de um a dois minutos. O segundo integra filmes mais longos, de até 25 minutos.
Em qualquer caso, tratam-se de imagens e filmes que explicam o que é o parque e as actividades de recuperação que estão em curso.
“Pretende-se dar a conhecer a história do parque, estabelecido em 1924 no centro de Moçambique, a vida selvagem, a preservação do meio ambiente, as novas espécies descobertas entretanto e desconhecidas até à data e a integração das comunidades no projecto de restauração deste paraíso”, explicou a Associação dos Amigos de Moçambique em Macau, num comunicado.
Carlos Barreto sublinhou que está em causa um projecto com uma “imagem muito positiva” e lembrou que Macau pretende afirmar-se como uma plataforma para o estreitamento das relações entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
Neste contexto, a associação considerou que seria “interessante” levar até à região chinesa um “aspecto” que não está propriamente relacionado com as relações comerciais e económicas, mas que é “muito importante” e pode, por outro lado, ajudar a desenvolver essas relações.
A entrada na exposição é gratuita e, para já, está garantida a visita de perto de mil alunos de escolas de Macau.

Fauna em recuperação

Em 2005, o Governo moçambicano assinou com a fundação do filantropo norte-americano Gregory Carr uma parceria por vinte anos com vista à recuperação da área protegida.
Numa entrevista à Lusa em Outubro, o director do PNG, Mateus Mutemba, disse que a fauna parque está “em franca recuperação”, contando agora com quatro mil espécies, algumas novas para a Ciência.
Segundo o director do PNG, a população de elefantes registava menos de cem animais no pós-guerra e está agora estimada em mais de 500, os búfalos, que chegaram a ser 14 mil em 1972, caíram para 60 em 2000 e são agora mais de 600, tornando-se “muito frequente vê-los nas planícies da Gorongosa em manadas de cem indivíduos”.
A população de pivas subiu de 3500 para 35 mil e a Gorongosa acolhe a maior população desta espécie de grande antílope em África. Os pala-pala são agora 800 e as próprias impalas sofreram “uma recuperação visível” e já abundam no parque.
“Fizemos também a reintrodução de elandes, búfalos, bois-cavalos, alguns hipopótamos e elefantes, para ter melhoramento genético, e registamos com satisfação que, associadas ao ritmo de recuperação natural de algumas espécies, já contribuem para que haja mais diversidade”, referiu o director do parque.
Salientando que o PNG nunca tinha sido muito estudado, Mateus Mutemba disse que três levantamentos de biodiversidade foram realizados desde o início do projecto de restauro e que identificaram cerca de quatro mil espécies, algumas das quais inéditas.

10 Nov 2015

MAP | Iniciativa chega ao fim com mais de 1700 participantes

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Macau Architecture Promenade (MAP), projecto desenvolvido pela BABEL desde final de Outubro até início deste mês, contou com a participação de 1700 pessoas, número que deixa a organização confiante para uma próxima edição. Este ano marcou a estreia da iniciativa, que contou com 38 actividades para miúdos e graúdos por essa cidade fora.
Entre workshops, actividades para famílias, visitas e tours, exibição de filmes, exposições e palestras, Macau ficou, por uns dias, mais colorida. Só no playLAND – intervenção dos Like Architects no espaço do Centro de Ciência de Macau – teve lugar durante dois dias e a presença de mais de 500 crianças. O projecto Bodies in Urban Spaces contou com 1200 partilhas só no WeChat e 18 mil visualizações no Facebook. Mais de sete mil pessoas partilharam fotografias da experiência que teve lugar pelas ruas. England, London, Southwark, Bodies in Urban Spaces Show
No cômputo geral, foram mais de 36 mil as visualizações dos conteúdos digitais da MAP entre os dias 10 de Outubro a 5 de Novembro. Entre os países que mais acederam estão Portugal e Macau, mas também Hong Kong, Reino Unido, Suíça, Alemanha, Espanha e Brasil.
“O MAP partiu de um mapeamento dos recursos culturais existentes procurando articula-los de forma inovadora e criativa”, refere a organização.
De entre uma série de objectivos conseguidos, a BABEL foi mais longe e conseguiu permitir que o Treeplets, de João Ó e Rita Machado, fique no campus da Universidade de Macau (UM) até final de Novembro, “em reconhecimento do trabalho concluído”. No programa total estiveram integrados 30 artistas locais e internacionais, com colaboração de 40 organizações públicas e privadas, de universidade a infantários, de associações culturais e desportivas a museus.

10 Nov 2015

Desfile por Macau Cidade Latina cria caça ao tesouro em Dezembro

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] festa “Desfile por Macau, Cidade Latina” realiza-se este ano a 6 de Dezembro e tem como tema principal a caça ao tesouro, contando com a participação activa de artistas locais como Eric Fok ou Lam Ieong Kun. Esta é já a 16ª edição da iniciativa e para a caça ao tesouro – que vai mesmo acontecer – estão já inscrito 50 grupos artísticos com um total de 50 participantes. “Os grupos locais responderam com entusiasmo ao convite (…) apresentando espectáculos que vão desde a ópera cantonense à mímica, teatro e magia e da música às artes marciais, às danças tradicionais e orientais”, define o comunicado do Instituto Cultural, entidade organizadora do festival. 02-DON_4739
De regresso ao território estão os franceses Plasticiens Volants, que “enriquecem” a cidade com balões gigantes. A eles junta-se o grupo português Caretos de Podence, que usam “roupas antigas, máscaras e chocalhos para criar personagens fantasmagóricas”. Também de França chegam os Herbert’s Dream, com uma performance em andas, com quatro metros de altura. De Henan actua o Grupo de Artes Tradicionais de Luyi, mostrando “a cultura taoista e tradicional” daquela zona. O Desfile por Macau, Cidade Latina conta ainda com performances do grupo da Indonésia Reyog Moncar Mangala Surakarta com a dança típica solo e “um monumental guarda-roupa”, da banda de Hong Kong Vigor Marching, do grupo mexicano Danza Azteca e do Grupo de Carnaval das Caraíbas de Guadalupe. Há ainda espaço para espectáculos de marionetas e outros que tal.

Mote do ano

O lema para a edição deste ano é o de espalhar os conceitos de “paz, amor e integração cultural” pela cidade e de celebrar, como em anos passados, a transferência de soberania da RAEM. O objectivo é que o VIVA – mascote oficial do evento – consiga liderar “os cidadãos mais corajosos de Macau e além-fronteiras” para seguir as pistas indicadas e “conquistar uma energia misteriosa”. Como, ainda não se sabe, mas será certamente uma festa em grande. O intitulado desfile arranca das ruínas de S. Paulo e termina, como na edição anterior, na praça do Tap Seac por volta das 17h30.
A rota inclui três cenários distintos de decoração da responsabilidade de artistas locais. O primeiro intitula-se “Reunião para a Festa”, com motivos marinhos e ligados à vida no mar, o segundo cenário dispõe de uma “energia misteriosa” com personagens criados para o efeito, às quais se juntam “bactérias loucas” e cheias de cor. Finalmente, a terceira e última etapa ilustra o lema deste ano: “paz, amor e integração cultural”.
Nas ruas Sanches de Miranda e D. Belchior Carneiro, a organização prepara-se para instalar bancas de pinturas faciais para que os espectadores interessados possam melhor integrar-se no conceito de mascarados e carnaval que tanto caracteriza este festival.

9 Nov 2015

Sexta edição do Salão de Outono inaugurada este sábado

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] sexta edição do Salão de Outono vai ter componentes muito diversas. O evento promovido pela Fundação Oriente (FO) e Art for All Society (AFA) traz jovens artistas que estão a dar os primeiros passos na carreira e revela novos trabalhos de autores já consagrados. Depois, há ainda uma aposta na arte figurativa.
“Este ano temos muitos jovens artistas, e a maior parte deles apresenta trabalhos de pinturas, mais figurativas do que abstractas. Ao nível da pintura, sempre tivemos pinturas mais abstractas, mas agora vemos uma tendência para o figurativo”, explicou ao HM Alice Kok, presidente da AFA e curadora do Salão de Outono.
Ao todo, o espaço da FO acolhe, a partir deste sábado e até ao dia 28 deste mês, 62 obras de 29 artistas, seleccionadas a partir de um processo de candidatura ocorrido em Julho, e incluem pintura a óleo, aguarela, desenho, fotografia ou vídeo, entre outras vertentes da arte.
Para Alice Kok, este é o ano em que o Salão de Outono vê a sua maturidade chegar. “Acredito que o público vai gostar mais dos trabalhos deste ano. Todos os anos o Salão de Outono vai ficando cada vez mais maduro, e os artistas de Macau também estão mais maduros, e também com mais experiência de mercado. Um grande objectivo do Salão de Outono é tentar promover os artistas em termos de vendas de trabalhos. Do meu ponto de vista os trabalhos estão muito bons”, contou ao HM. 61115P12T1
Ana Paula Cleto, delegada da FO em Macau, frisa que a adesão ao Salão de Outono não tem diminuído, tanto da parte do público como dos artistas candidatos. “Este ano vão aparecer alguns artistas novos, e dos artistas que já participaram noutras edições, nota-se que há uma renovação do trabalho. Às vezes o artista vai trabalhando sempre no mesmo tema, e o que se nota neste Salão de Outono é que os artistas que já participaram nos anos anteriores este ano surgem com propostas diferentes”, frisou ao HM.
“Diria que este é um evento que reúne, e é algo que me dá uma satisfação particular, gente das mais diversas comunidades. Há uma adesão enorme da comunidade chinesa e também da portuguesa. É talvez o evento de arte que consegue congregar de forma feliz essas duas comunidades predominantes”, disse ainda Ana Paula Cleto.
Se na primeira edição do Salão de Outono trouxe alguns artistas de renome, como Carlos Marreiros ou Mio Pang Fei, a aposta é cada vez mais apostar em nomes novos. “O que temos vindo a fazer é tentar promover e fomentar o interesse pela participação neste evento e o objectivo é projectar os artistas locais. No início tivemos como convidados nomes já bastante conceituados no mundo artístico de Macau, mas o objectivo é projectar nomes novos”, explicou Ana Paula Cleto.

Modelo mantém-se

Os trabalhos expostos no Salão de Outono poderão ser visitados diariamente, e de forma gratuita, entre as 10h e 19h, contando com o apoio da Secretaria dos Assuntos Sociais e Cultura do Instituto Cultural (IC).
Sempre com a promoção do trabalho dos artistas mais jovens em mente, os organizadores do Salão do Outono estão contentes com os actuais moldes em que o evento se realiza e não perspectivam, a curto prazo, mudanças.
“Podemos sempre fazer uma expansão para uma espécie de feira de arte. Mas actualmente, e tendo em conta a situação do mercado, ainda temos muito a fazer em termos de coleccionadores e apreciação dos trabalhos por parte do público. Em termos do espaço de exposição, temos vindo a colaborar com a FO e estamos muito satisfeitos com o espaço”, disse Alice Kok.
Com financiamento da FO, mas também da AFA, graças aos subsídios concedidos pelo Governo, Ana Paula Cleto considera que “os apoios (para o Salão de Outono) têm sido suficientes até à data”.
“Até ao momento achamos que o Salão de Outono está bem desenhado, e não sentimos necessidade de o transformar numa outra coisa. Mas não quer dizer que daqui a um ano ou dois, até numa perspectiva de renovação, que não se perspective um Salão de Outono de Macau”, rematou.
Também no sábado será conhecido o resultado do “Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas”, sendo que o vencedor poderá visitar Portugal durante um mês, ficando numa residência artística, para além de ganhar 50 mil patacas.
Segundo a FO, “as residências dos artistas anteriores foram muito bem sucedidas e os artistas tiveram a oportunidade de visitar diferentes museus, instituições de arte e de contactar artistas portugueses. A residência em Portugal proporcionou-lhes uma interacção enriquecedora com artistas plásticos portugueses e contribuiu de forma significativa para o seu processo criativo”.

6 Nov 2015

Armazém de Boi | Festival de Vídeo Experimental de Hong Kong em Macau

O Festival de curtas-metragens de Hong Kong EXiM volta ao território entre os dias 13 e 15 deste mês para, define a organizadora, fazer com que as pessoas reflictam. No grande ecrã estarão filmes sobre sexo, o Occupy Central e violência doméstica

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]exo, género, sociedade e arte são os temas principais do Festival de Vídeo Experimental de Hong Kong (EXiM), que abre portas a 13 deste mês no Armazém do Boi. Com entrada gratuita, o festival começa com a exibição de “Arte e Sociedade”, às 19h00. A peça aborda a temática do Occupy Central, um movimento que teve lugar na região vizinha em defesa do sufrágio universal nas próximas eleições para o Chefe do Executivo.
A organizadora do festival, Bianca Lei, vai juntar-se a duas artistas, Phoebe Man e Linda Lai, e um produtor musical, para trazer a iniciativa até Macau. “Para organizar um evento sobre a arte de Hong Kong em 2015, não nos podemos esquecer da Revolução do Guarda-Chuva, que aconteceu no ano passado”, começou a artista por explicar. “Este movimento foi a inspiração para muitas obras de arte, os cidadãos expressaram as suas solicitações de forma artística”, continuou. Muitos dos filmes, explica Lei, “transmitem uma mensagem polícia muito intensa”. Este, no entanto, “é mais abstracto”, pelo que dá mais espaço ao público para pensar. “A arte é também um processo de reflexão”, explicou a artista Phoebe Man no site do festival.

Da manif ao amor

No próximo sábado, serão apresentadas duas curtas-metragens às 16h00 e às 20h00, respectivamente. A primeira foi realizada pela artista Linda Lai, que considera a arte de vídeo uma ligação preponderante, que activa o mundo e a vida. Chama-se “Espectáculos Críticos, Visões vagueadas” e o trabalho final consiste na selecção de mais de dez obras realizadas por estudantes do Instituto de Media Criativos de Hong Kong. Fazem parte da curta “elementos banais” e paisagens que juntas constituem um discurso acerca da sociedade cultural. “Uma parte do vídeo relata o espaço estreito da cidade de Hong Kong, que ultrapassa o limite de movimento do corpo humano, que sente estar preso numa gaiola”, explica Lai no mesmo website.
O dia de sábado integra três outras peças de vídeo da mesma autora, incluindo “Não Espaço/Outro Espaço”, que mostra a evolução das cidades de Macau e Hong Kong durante os últimos nove anos. Através de curiosas imagens, cores e elementos sociais e do ambiente citadino, mistura as duas ambiências. O segundo filme, intitulado “Doors Medley”, tem uma particularidade: foi filmado recentemente, mas usa técnicas muito frequentes da década de 60 de obras de cinema cantonês. Fala de portas a abrir e fechar e cenas de amor entre namorados. O “In The House, The Flat (aka La Casa 1-2)” captou a decoração e bens dentro de um domicílio, através de conversas entre familiares, tenta passar cá para fora a vida em comunidade e a privacidade que o lar oferece. No último dia do festival, que encerra a 15 de Novembro, serão exibidos no Armazém do Boi oito vídeos de Phoebe Man.
A sessão de cinema tem início às 15h00 de domingo e focam histórias sobre sexo, humor e questões sociais polémicas. “Tenho interesse em questões sociais como são a violência doméstica, conforto da Mulher, problemas de habitação e outros que serão expostos nos vídeos”, começou a artista por dizer. “Em termos de técnica e estilo, confesso que gosto de filmar cenas de sexo na cama com métodos de cinema que enalteçam os corpos”, confessa. O EXiM encerra com um concerto audiovisual do artista convidado de Hong Kong, Choi Sai Ho. É a partir das 20h00 de domingo que o público poderá assistir a um espectáculo multimédia com recurso a sons, imagens e canções originais do próprio autor.

5 Nov 2015

Clockenflap | Damien Rice, New Order e Nouvelle Vague na linha da frente

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hegou aquela altura do ano. Macau muda-se para a cidade vizinha no final de Novembro. O festival de música e artes Clockenflap tem visto crescer a sua legião de fãs a passos largos enquanto talha o caminho até aos grandes nomes da música internacional. Este ano traz a Hong Kong, entre os dias 27 e 29 deste mês, os artistas Damien Rice, New Order, Nouvelle Vague e muitos outros. Tal como em qualquer festival, quer-se uma multidão variada todos os dias e por isso espalham-se os nomes sonantes por sexta-feira, sábado e domingo do festival.

Nouvelle Vague
Nouvelle Vague

A presente edição cumpre o mesmo formato da do ano passado, com uma programação de actividades dedicadas à família e uma preocupação especial com o meio ambiente e o lifestyle que se quer criado naquela zona da cidade. Regressando ao Distrito Cultural de West Kowloon, o Clockenflap está mais caro que em ano anteriores, com preços à entrada entre os 980 e os 1020 dólares de Hong Kong para um dia e os 1940 dólares de Hong Kong para o passe dos três dias. O recinto costuma abrir depois de almoço e os concertos acontecem até às 01h00 da manhã.

Um cartaz interessante

O cartaz deste ano apresenta-se cheio de conhecidos nomes da música internacional. Não é que Hong Kong não tenha já sido palco para uma série de bons concertos de rock, indie, clássica, heavy metal e house, mas estarão vários destes reunidos num mesmo espaço. No website ainda não se percebe se são apenas dois ou mais palcos, mas a julgar pela quantidade de actuações, ou estarão ambos sempre cheios, ou espalhados por vários outros espaços. Confirmados estão já os New Order, banda inglesa de rock – formada pelos antigos elementos dos Joy Division – dos anos 80 e que ainda hoje cumpre uma carreira sólida de aliar a música electrónica ao new wave.

New Order
New Order

Numa onda bastante mais calma e melancólica está Damien Rice, o cantor irlandês que ficou conhecido pela original Blower’s Daughter. O e 9 são dois nomes peculiares, mas os escolhidos para álbuns do artista, que deixou de lançar discos em 2006, mas continua a fazer furor nas bandas sonoras de séries televisivas e filmes. Esta parece também ser uma edição de homenagem ao rap e ao hip hop, com dois ou três nomes sonantes deste estilo. São eles Mr. Scruff, Blackalicious e Skatalites. Gui Boratto completa a tabela de DJ internacionais. O artista brasileiro já está a dar que falar no território. nile-rodgers-collabs-4.22.2013
A adoçar a lista de actuações está Nouvelle Vague, o colectivo de jovens francesas que mistura bossa nova com indie. O nome? Adaptaram-no de uma das vagas do Cinema Francês. Com seis álbuns cá fora e mais um a sair do forno, preparam-se para mostrar o que França tem de melhor. Chic and Nile Rodgers, The Hinds, Clean Bandit, Julia Holter, Rachael Yamagata e Sun Kil Moon são outros dos nomes presentes este ano.

Sempre a crescer

As três primeiras edições eram compostas apenas por bandas locais e do Reino Unido, mas em 2011 a organização conseguiu reunir um cartaz como nenhum outro. Aos palcos subiram os Bombay Bicycle Club, Benjamin Francis Leftwich, Santigold e outras bandas de Hong Kong. Embora com um cartaz igualmente cheio de artistas britânicos, eram nomes internacionais. A edição do ano seguinte engordou bastante, com Azealia Banks a subir ao palco principal, seguida de Bastille, The Rubens, Alt-J, Primal Scream e Klaxons. Há dois anos, o Clockenflap convidou Marc DeMarco, Franz Ferdinand, Two Door Cinema Club, 2ManyDJS, os locais Turtle Giant, Tegan and Sara ou 1975. Em contraste, em 2014 vieram ao território vizinho Chvrches, The Vaccines, Nitin Sahwney, The Lemonheads, Mogwai, Kool and the Gang e vários outros nomes.

4 Nov 2015

Cinema | José Fonseca e Costa morre aos 82 anos de idade

“[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] filme da minha vida será um que nunca fiz. Tive um grande projecto do qual lamento não ter concretizado: a adaptação ao cinema de um livro do Miguel Torga; ‘O Sr. Ventura.” A grande carreira do realizador português José Fonseca e Costa não pode, afinal, deixar para trás uma película que esteve quase para ser rodada na China, com a ajuda de uma produtora de Macau.
Fonseca e Costa, falecido este domingo aos 82 anos vítima de uma pneumonia, antecedida de uma leucemia, falou daquele que seria o filme da sua vida numa entrevista concedida em 2003. Mas o realizador Ivo Ferreira recorda o momento em que foi convidado a participar no “Sr. Ventura”.
“Conhecia-o desde muito miúdo, e ele convidou-me para trabalhar num filme que ele queria fazer na China. Era o projecto do ‘Sr.Ventura”, e durante muitos anos manteve essa luz acesa. Tentou, de alguma forma, erguer (o projecto) quando houve uma retrospectiva do José Fonseca e Costa em Macau, em 1995, realizada pelo Instituto Português do Oriente (IPOR”)”, contou ao HM. Jose Raposo convida Jose Fonseca e Costa
Ivo Ferreira recorda um realizador com uma “atitude menos radical e com uma maior comunicação com o público”, que pertence a uma “segunda geração do cinema português”. No início da década de 70 Fonseca e Costa fazia a sua primeira longa-metragem de ficção, intitulada “O Recado”. A derradeira película ganhou o nome “Axilas”.
“Era um cineasta que tinha um feitio muito especial, era muito amado por uns e menos amado por outros. Trabalhou com os actores mais importantes da sua geração. Sei que este último filme foi adiado várias vezes pelo Paulo Branco (produtor) porque ele já estava muito fraco para preparar o filme, sobretudo, e queria manter esta vontade meio louca de querer filmar”, disse Ivo Ferreira.
Já Pedro Cardeira, também realizador radicado em Macau, diz não ter conhecido pessoalmente Fonseca e Costa, mas destaca os filmes feitos no período compreendido entre a década de 70 e 80.
“É triste ver morrer mais um realizador português do Cinema Novo. Há uma época do cinema dele que gostei muito, que foi a época que vem do final dos anos 70, anos 80, mais rica do cinema de José Fonseca e Costa. Depois caiu um pouco, mas acho que esses filmes eram muito interessantes. Conseguiu um equilíbrio muito interessante entre as origens dele, que vem do Cinema Novo, e o cinema de grande público”, defendeu ao HM.

Nova retrospectiva

Ivo Ferreira salienta o facto de Fonseca e Costa nunca ter deixado de trabalhar com Paulo Branco. “É curioso, apesar de tudo, ele fazer parte de uma orientação do cinema português, não diria mais comercial mas mais próximo do público, e ter estado com o Paulo Branco em vez de outros produtores que teriam à partida mais apetência para esse cinema”, frisou.
O realizador teve vários sucessos de bilheteira e grandes adaptações de romances, como “Kilas, o mau da fita” ou a “A Balada da Praia dos Cães”, do escritor José Cardoso Pires, ou obras de David Mourão-Ferreira. Para Ivo Ferreira, seria bom se Macau voltasse a receber uma retrospectiva dos trabalhos de Fonseca e Costa. “Seria sempre bom, embora fosse triste ser pela sua morte, voltar a ver os filmes deste cineasta”, concluiu.

3 Nov 2015

Bodies in Urban Spaces | Projecto de Willi Dorner encaixa artistas pela cidade

Bodies in Urban Spaces, do coreógrafo austríaco Willi Dorner, chega a Macau amanhã. A população vai ver, de manhã e ao final da tarde, pessoas encaixadas, dobradas, empoleiradas e empilhadas, a escalar e a esconderem-se pelos prédios, passeios e degraus da cidade

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]e cabeça erguida ou baixa, a paisagem será sempre a mesma: uma hora de almoço mal chega para saborear a refeição, quando mais apreciar a cidade em que vivemos. É a pensar na percepção visual que as pessoas têm das suas cidades que Willi Dorner, coreógrafo e artista austríaco, desenhou e deu vida ao projecto Bodies in Urban Spaces. A ideia é que o comum transeunte vá acompanhando um roteiro preparado pela equipa e que vá captando as mais estranhas formas de caber por cima de uma porta, na fresta de um corrimão e uma parede ou entre dois prédios.
A assistente de Dorner, Esther Steinkogler, está no território para apresentar e coordenar os dois espectáculos da companhia. Estes têm lugar já amanhã: o primeiro acontece às 10h00 e o segundo, às 19h00. Steinkogler estudou Dança em Salzburgo e a sua participação no projecto começou depois de ter sido escolhida pelo coreógrafo para fazer parte da equipa. A ideia destes espectáculos é não só criar arte em espaços exteriores, mas também alterar a percepção das pessoas do ambiente que normalmente as circunda. Outro dos objectivos é “mostrar aos habitantes as restrições” das cidades.
Na hora de escolher os melhores locais para se empilharem, escalarem, equilibrarem ou trancarem, Steinkogler menciona que tudo é bem-vindo, desde zonas industriais aos bairros mais antigos, passando pelas áreas modernas. As áreas negligenciadas da cidade também entram nesta equação, porque há vontade de “conduzir a percepção das pessoas para zonas [da cidade] que geralmente não seriam visitadas”.
Mas de que forma é isto feito? Steinkogler explica: “medimos o espaço com o corpo humano”, ou seja, ao invés do produto ser criado em função dos seus consumidores, este projecto explora a forma como o ser humano pode fundir-se com os objectos já existentes. A ideia, continua, é despertar mentalidades e olhares de quem por cá vive há algum tempo e deixa de vislumbrar os pormenores da sua cidade para a ver apenas como um labirinto de roteiros. “Como trabalhamos muito em função do ambiente que nos circunda, o que fazemos é sempre diferente”, disse. JWP-02601-720x480

É de proporção humana

A adaptação do projecto a Macau caracteriza-se como desafiante. “Aqui, tudo é megalómano, tirando determinadas zonas da cidade. Para preencher a porta de um casino, por exemplo, precisaria de umas 50 pessoas e isso é impossível”, justifica a coreógrafa.
Bodies in Urban Spaces partiu da genialidade de Dorner, quando decidiu passar a trabalhar com a cidade e não dentro de um estúdio. Interessado por Arquitectura e Estética, tem um hábito pouco comum: altera, várias vezes, a disposição dos móveis em casa para “se manter alerta”. Partindo desta estratégia, foi fácil desenvolver o resto. Primeiro, entre estantes e sofás, depois, na rua.
O projecto conta com uma equipa de um ou dois coreógrafos – que levam a ideia de Dorner ao local da performance – e artistas locais.
“Uma das características é trabalhar com pessoal local, para que haja um intercâmbio”, explica a jovem. Steinkogler tem estado presente em todos os espectáculos. Até agora, foram executados espectáculos na Áustria, França, Alemanha, Austrália, Japão e vários outros países.

Interesse acima da obediência

A jovem conta alguns episódios peculiares que espelham as características de cada sociedade. É que a reacção da população na Alemanha, Áustria, Reino Unido ou EUA é bastante diferente daquela captada por estes lados.
“Não há um senso de obediência tão forte como na Alemanha, por exemplo”, explica. Segundo a co-fundadora da BABEL, Margarida Saraiva, o feedback “tem sido positivo” e tem despertado a atenção de quem passa ou mesmo de quem está em casa e de repente se depara com uma pessoa pendurada na sua janela. No final do primeiro ensaio do grupo, as performances já tinham sido difundidas em mais de mil partilhas no WeChat.
“As pessoas estavam curiosas para saber o que era e houve mesmo quem pensasse que uma das performances – um dos dançarinos com a cabeça dentro de uma caixa da CTM – fosse um manifesto contra a lentidão da internet”, conta Margarida, entre risos. O interesse da BABEL em ter o projecto no território é a necessidade de cor nesta cidade.
“Macau é uma cidade cinzenta e dourada. Precisamos de cor”, disse.

Preocupação inocente

Steinkogler explica a diferença: “em alguns países europeus, somos várias vezes abordados com raspanetes e advertências de possível ilegalidade, mas aqui as pessoas mostraram-se curiosas e algumas até preocupadas com o nosso bem-estar”.
O único telefonema que um cidadão quis fazer para a polícia foi a pensar na segurança dos artistas. “Queria ligar porque pensou que alguém estava magoado”, confessou a coreógrafa.
Estas reacções são, decerto, curiosas e surpreendentes, pensando-se em Macau como uma cidade cinzenta, caótica e cujos passeios estão constantemente lotados. O ponto de encontro para os interessados está disponível na página do evento, que pode ser acedida através da BABEL.
As sessões são, naturalmente, gratuitas e exigem algum fôlego para seguir os artistas Macau adentro. Para os mais preguiçosos, aqui fica o ponto de encontro: zona coberta frente aos Lagos Nam Van.

30 Out 2015

Festival | Associação local traz arte latino-americana à cidade

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]edição deste ano do Festival de Cultural Latino-Americana espalha-se por Macau e oferece várias actividades deste sábado a 27 de Novembro. É a Associação de Macau para a Promoção do Intercâmbio entre a Ásia-Pacífico e a América Latina (MAPEAL na sigla inglesa) que está responsável pela organização destas iniciativas, que acontecem um pouco por toda a cidade, desde a Torre de Macau à Fundação Rui Cunha.
Através da colaboração com uma série de associações, fundações e instituições universitárias, a MAPEAL conseguiu trazer ao território obras do pintor Armando Revéron. Por ocasião do 125º aniversário do seu nascimento, a Associação pretende mostrar “a luz da Venezuela”, nos dias 10, 11 e 12 do próximo mês, no 3º andar da Torre.
Nascido em Caracas, Revéron ficou conhecido pelas “bonecas” que pintava e por ter democratizado o estilo impressionista na Venezuela. A obra e vida do autor já foi apresentada no MoMa, museu de arte contemporânea em Nova Iorque.
A par disso, será inaugurada, ao final do dia deste sábado, uma exposição de fotografia sobre a América Latina, que fica aberta ao público até 8 de Novembro. É também no próximo mês que abre a sessão de exibição colectiva de filmes sobre a cultura latina, maioritariamente focada na América do Sul.
Entre os dias 4 e 27, a Universidade de Macau, a Universidade de Ciência e Tecnologia, a Universidade de São José e a Fundação Rui Cunha acolhem mostras de cinema. No grande ecrã vão ser apresentados “Viejos Amigos”, “White Elephant”, “La Reconstrucción”, “Guantanamera” e “El viaje del Acordeón”.

29 Out 2015

Sands Eco Trailhiker | Edição conta com dois mil participantes e 200 voluntários

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]próxima edição da iniciativa Sands Eco Trailhiker, que tem lugar este sábado, vai contar com a participação de duas mil pessoas e 200 voluntários. No Venetian, o evento pretende sensibilizar a população para um estilo de vida saudável, defendendo o trabalho de equipa e a conclusão de desafios. Entre eles está a finalização de duas maratonas de 30 e de 10 quilómetros. A primeira destina-se a grupos formados por pessoal de empresas e o segundo percurso será feito por famílias. A Eco Trailhiker tem sido organizada anualmente desde 2010 e é apoiada pelos Serviços de Turismo e pelos Instituto de Desporto. sands
A ideia é não só promover um estilo de vida saudável, mas também dar a conhecer vistas de uma natureza que passa muitas vezes ao lado no quotidiano e potenciar as actividades partilhadas por amigos e família. Os percursos acontecem na ilha de Coloane e o dinheiro angariado na edição deste ano irá parar a duas associações solidárias: a Macau Special Olympics e a Associação de Pessoas com Deficiência Mental de Macau. “[Ambas as associações] vão organizar equipas para participar no evento e encorajar o bem-estar e a inclusão social e a promoção do conceito de ‘amigo do ambiente’ na sociedade”, explica a organização em comunicado.
Esta é já a sexta edição da actividade e tem vindo a juntar cada vez mais adeptos de todas as idades. Em 2010 juntaram-se 150 equipas e este ano bateu-se o recorde de 2000 participantes espalhados por 500 equipas. As cinco edições passadas valeram a instituições solidárias um total de 1,4 milhões de patacas em donativos, pelo que neste momento reúne participantes de todo o mundo, incluindo Portugal, Austrália, Hong Kong, Malásia, China e Reino Unido. O mote de partida para este ano é “exploração de um lado mais verde de Macau”, tendo o objectivo de espalhar a mensagem de que é preciso criar um ambiente de vida mais amigo do ambiente. Este ano, a organização vai criar uma “avenida do bem-estar”, que pretende promover um estilo de corrida saudável para quem participa na corrida.

29 Out 2015

Cinema | Alliance Française com festival francês na MUST

A Alliance Française volta a trazer o melhor do cinema francês ao território, organizando o Festival de Cinema Europeu já amanhã, ao final da tarde. É na MUST que os amantes do cinema francófono podem assistir a três filmes estreados em 2014

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Alliance Française de Macau vai dedicar o dia de amanhã à exibição de três filmes francófonos. Dois deles foram realizados em França e um terceiro conta com a participação de membros da Argélia. O programa tem início às 18h30 e acontece na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), com entrada livre.
A Alliance Française escolheu três películas lançadas no ano passado. “Vincent” é o primeiro a ser exibido. Do realizador Thomas Salvador, retrata a história da personagem que dá nome ao filme. “Vincent tem um poder extraordinário: as suas forças e reflexos são vastamente aumentados quando entra em contacto com água”, explica o website da Alliance Française na sinopse do Festival. Vincent muda-se para uma zona de França com muitos lagos onde consegue aproveitar as suas qualidades, repentinamente conhecendo Lucie. “Foi amor à primeira vista”, lê-se no resumo.

Amor e violência

O segundo filme chama-se “Hunk” e é de Emma Benestan. Passa-se no Sul de França a história de amor entre Sarah, uma jovem de 16 anos que vende donuts na praia com o pai, e conhece Baptiste. Em cenários de praia e calor em terras francesas, esta curta-metragem tem Oulaya Amamra, Samir Guesmi e Ilian Bergala nos papéis principais.
“Hunk” já participou em vários festivais e concursos de cinema internacional, tanto de curtas como de experimental. O último filme, “The Days Before”, chega pelas mãos do realizador argelino Karim Moussaoui. Passado no país-natal do seu autor, a obra é passado nos anos 90 e conta a história dos vizinhos desconhecidos Djaber e Yamina.
No entanto, incidentes explosivos vão deixar marcas inesquecíveis nas suas vidas num local onde “reina o aborrecimento”, de acordo com a sinopse. Moussaoui é já versado na arte das curtas, tendo realizado Breakfast e What We Must Do. É também membro-fundador da associação cultural Crisálida e em 2011 tornou-se o director de programação de cinema do Instituto Cultural Argelino. Todos os filmes têm legendas em Inglês.

29 Out 2015

FIMM | “Fausto” e Ólafur Arnaulds encerram festival

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) termina esta semana com serões dedicados à música clássica, moderna e folclórica. Com artistas que sobem ao palco tanto do Centro Cultural de Macau (CCM), como de outros locais, o espectáculo encerra com a famosa ópera “Fausto” e conta com o artista Ólafur Arnaulds.
Marcado já para hoje, os Profetti della Quinta, um mistura de jovens músicos de Israel e Suíça, sobem ao palco da Igreja de São Domingos pelas 20h00 para apresentar “Lamenti e Canções de Amor”. O agrupamento, conhecido por ter um papel activo na interpretação de reportórios até agora negligenciados, dos anos 1600, interpreta madrigais, um género de música secular que nasce na era do Renascimento e do Barroco.
“’Lamenti e Canções de Amor’ acompanha a evolução do madrigal, desde as tão expressivas polifonias de Luzzascho Luzzaschi e Carlo Gesualdo às obras revolucionárias e visionárias de Cláudio Monteverdi, que marcaram decisivamente a época barroca”, indica a organização. A entrada no espectáculo é livre.

As voltas do som

O pequeno auditório do CCM recebe, também hoje pela mesma hora, o músico islandês Ólafur Arnalds. Combinando influências de música clássica, com pop e música ambiente/electrónica, Arnalds traz um som único ao público. Com o piano como base, o artista – que venceu o Prémio BAFTA para a Melhor Música de TV o ano passado – junta piano e sintetizadores.
“A minha música é construída sobre repetições e frases musicais, em vez de algo que se desenvolve continuamente, dá voltas, revela uma estrutura de verso/coro mesmo sem as letras”, diz o islandês.
Especialmente dedicado a composição para cinema, Ólafur Arnalds lançou o seu primeiro álbum “Eulogy for Evolution” em 2007. Os bilhetes custam entre as 250 e as 300 patacas.
No sábado, “Baladas Loess” são apresentadas ao público, no CCM. Canções folclóricas do noroeste da China, com A Bao e Wang Erni a revisitarem músicas que relatam a vida do povo. Acontece às 20h00 e os bilhetes custam entre as 150 e as 200 patacas.
O FIMM encerra com “Fausto”, a peça de Charles Gounod. A ópera em cinco actos mostra uma fusão de melodia com desafio vocal e poder dramático, como indica a organização. O drama centra-se num académico que vende a alma ao diabo em troca da juventude e do amor de uma jovem mulher.
É à Orquestra de Macau que cabe trazer ao público de Macau “o melhor da ópera francesa”, em conjunto com o Coro Siciliano Lírico e a Lyric Opera of Chicago. Os bilhetes para o espectáculo que acontece no CCM custam entre 200 a 600 patacas.

29 Out 2015

LMA | Projecto de Boi Akih apresenta jazz no domingo

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Live Music Association (LMA) vai acolher um projecto musical inovador às 20h00 do próximo domingo. A iniciativa é do duo Boi Akih, composto pelo guitarrista Niels Brouwer e a cantora Monica Akihary.
O concerto de domingo integra-se na digressão do colectivo pela China e conta com a participação dos músicos locais Ryoma Ochiai – que junta música tecno com tribe –, o duo de portugueses Carlos & Beto e Martijn Grootendorst, Yedo Gibson e Vasco Trilla. Os bilhetes custam 150 patacas e podem ser adquiridos no Centro de Design de Macau e na Livraria Portuguesa.
O grupo, formado em 1996, desenvolveu um “repertório distinto” através da fusão de várias culturas musicais incluindo jazz das Moluccas, Sunda, Bali e Holanda e música clássica da Índia com um toque de tradicional africana. No website oficial dos Boi Akih, é possível ter acesso a um sem número de vídeos dos seus concertos. Neles impera o improviso e uma mistura de jazz com músicas tradicionais étnicas e texto falada. “Exploração do som, formas de composição, improvisação e performance têm sido facetas essenciais desde o início”, refere a banda no website. boi akhi
A manutenção das tradições surge incorporada em sonoridades contemporâneas, ressuscitando até línguas que hoje em dia são pouco usadas. É o caso da língua materna do pai de Akihary, Moluccan. Dois anos depois da criação, o colectivo tem vindo a desenvolver trabalho com linguistas alemães e australianos. O intuito, dizem, é o de não deixar morrer a língua.
Os Boi Akih têm participado numa série de festivais internacionais de jazz, como é o caso do BerlinJazz Fest, do Jazz Sous Les Pommier, European Jazz Nights Oslo, Awesome Africa Music Fest ou o Kilkenny Arts Fest. Em 2007, foi-lhes atribuído o prémio de Melhor Disco de Jazz do Mundo ao CD Yalelol. O duo é fiel à discográfica alemã ENJA.

28 Out 2015

Dança | Projecto Unitygate espalha actividades por Macau até fim de Novembro

O projecto Unitygate volta a Macau, desta vez acontecendo também em Taiwan, Hong Kong e Guangdong. Pelas mãos das coreógrafas Sandra Battaglia e Stella Ho, o projecto desdobra-se numa série de actividades como espectáculos, workshops e palestras sobre arte contemporânea

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]projecto Unitygate, que junta as académicas de dança portuguesa Amálgama e a local Stella & Friends, chega novamente ao território. Macau foi, juntamente com Guangdong, Hong Kong e Taiwan, o local escolhido para a realização da segunda fase deste projecto, dedicado a reforçar a ponte entre o Oriente e o Ocidente e que promove o intercâmbio cultural entre artistas e amantes da arte contemporânea. Como? Através da realização de palestras, cursos e workshops, actividades e espectáculos.
O Unitygate é maioritariamente dedicado à dança, uma vez que a organização é especialista no tema, mas foca também outras áreas culturais. A primeira fase do projecto teve lugar em Portugal, até 10 deste mês, e a próxima etapa começa a 6 de Novembro e encerra a 29 do mesmo mês. Algumas das actividades são pagas e os interessados deverão inscrever-se em programas que tenham lugares limitado. É o caso de palestras e workshops.

A dança que nos une

A Unitygate pretende promover trabalho “baseado na convergência das culturas através de um programa anual de intercâmbio artístico e cultural entre o Oriente e o Ocidente”, tendo como lema a unidade na diversidade.
“Os objectivos gerais são promover a criatividade, a troca de conhecimentos e competências no desenvolvimento artístico e pessoal, numa aprendizagem continua com e através da Arte”, aponta a organização no seu website oficial.
À conversa com a fundadora da companhia de dança Stella & Artists, de nome homónimo, é possível perceber que há uma troca de ganhos com este projecto.
“Enquanto colectivo, somos muito pequenos e, sinceramente, não com um nível tão avançado com outras companhias internacionais. Com esta parceria, o nosso objectivo é melhorar as nossas competências enquanto profissionais e elevar o grau do nosso trabalho”, conta Stella Ho.
Para Sandra Battaglia, a coreógrafa e fundadora da companhia Amálgama e deste projecto, a ideia passa muito por relembrar o mundo da ligação centenária que junta Portugal e Macau nos livros de História dos mais novos. Em comunicado, a organização prevê que o projecto chegue até aos EUA, à Suécia e à Índia já em 2016.

Programa pela Ásia

A edição deste ano conta com uma vinda a Macau para um ciclo de conferências, seguido de uma performance do espectáculo “Revival” num dos festivais de danças mais conhecidos do mundo, o Guangdong Dance Festival, mesmo aqui ao lado, a 10 de Novembro. Dia 13 o projecto volta ao território, com uma sessão de artes aberta de música, poesia e dança, das 19h00 às 21h00 na Fundação Rui Cunha. Tal como o HM já havia noticiado, às 16h00 e às 17h00 de dia 14, a Unitygate apresenta os espectáculos OUTSI(T)E nas Ruínas de S. Paulo, englobado no festival Fringe. No dia seguinte, o mesmo projecto estará no Leal Senado.
Os debates sobre arte, da Unitygate, acontecem no dia 17, das 19h às 21h00 no Albergue SCM. As conferências discussões sobre Teatro Físico, um show de vídeo dança e a inauguração da mostra Sinergia.
O resto do calendário reserva-se a Hong Kong e a Taiwan. O território vizinho vai acolher espectáculos de improviso de dança das 10h00 às 11h30 e das 13h00 às 15h00 de dia 19, no i-Dance HK, teatro Y-Space, em Kwai Chung. O teatro Kwai Tsing acolhe, às 20h00 dos dias 20 e 21, dois espectáculos distintos de improviso. O primeiro é o Land 60 e o segundo chama-se New Dance Platform. No dia 22, o Unitygate apresenta Dancing All Around, em Kam Tin, e Dance Under The Sky, dos Land 61. Ambas as performances acontecem no espaço i-Dance HK.
Esta iniciativa conta com o apoio de uma série de empresas e instituições, como são a Fundação Oriente, a Casa de Portugal, a Fundação Rui Cunha, entre várias outras.

28 Out 2015