WTCR | Gabriele Tarquini fez história

[dropcap]A[/dropcap]os 56 anos, Gabriele Tarquini sagrou-se o primeiro vencedor da Taça do Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCR) no Grande Prémio de Macau. O piloto italiano esteve longe de lutar pelas vitórias, mas veio para a Guia com uma vantagem de 33 pontos e soube gerir a distância nas três corridas de Macau. Contudo, o título esteve longe de ser fácil e Tarquini apanhou um susto, quando na primeira corrida da manhã de ontem – a segunda das três provas do WTCR em Macau – ficou envolvido num acidente na curva do Lisboa.

Como resultado do toque, o italiano foi obrigado a desistir, Yvan Muller aproximou-se da liderança do campeonato, com uma distância de 18 pontos, e os mecânicos da Hyundai tiveram cerca de uma hora para reparar o carro. No final, o trabalho foi feito com sucesso, e o piloto alcançou o 10.º lugar, que foi necessário para ser campeão.

“A sensação de ganhar assim é melhor do que se tivesse sido fácil” afirmou Tarquini, no final de ter feito história. Depois assumiu a responsabilidade de ter complicado as coisas: “Fui eu que coloquei em risco o título de campeão devido a um erro. Não posso culpar mais ninguém. Errei na qualificação e se não fosse isso não teria arrancado em 14.º para as duas corridas de hoje [domingo], o que tornou as coisas mais complicadas, principalmente na abordagem à Curva do Grande Lisboa”, sublinhou.

Tarquini relatou também o acidente que colocou quase tudo em causa: “Houve um acidente à minha frente e travei a tempo na entrada da Curva do Lisboa. Só que começaram a bater atrás de mim e também fui atingido”, contou.

O italiano junta o título da Taça Mundial de Carros de Turismo ao Campeonato Mundial de Carros de turismo, conquistado em 2009, com a Seat.

Título de equipas para Muller

Por sua vez, Yvan Muller (Hyundai) fez quase tudo bem, mas face ao 10.º lugar na última corrida de Tarquini, precisava de terminar em segundo, o que não conseguiu. Numa corrida vencida por Esteban Guerrieri (Honda), Muller foi 4.º atrás de Michelisz (Hyundai), colega de equipa do italiano.

Contas feitas, Tarquini terminou o campeonato com 306 pontos, Yvan Muller esteve no segundo lugar com 303 pontos e Esteban Guerrieri foi terceiro, com 267 pontos.

Apesar de ter perdido o título, o francês teve como prémio de consolação a vitória no campeonato de equipas da Yvan Muller Racing (YMR). “Quero agradecer a toda a minha equipa. Estou muito orgulhoso do que conseguimos”, afirmou. A YMR somou 562 pontos contra os 559 pontos da BRC Racing, que ficou no segundo lugar.

Em relação aos vencedores das três corridas, a primeira foi conquistada por Jean-Karl Vernay (Audi), a segunda por Frédéric Vervisch (Audi) e a última por Guerrieri. Robert Huff (VW) partia com aspirações a conquistar a décima vitória, soma nove actualmente, mas não foi além de um terceiro e segundo lugares.

“Estou um bocado desiludido, mas tenho nove vitórias e não me importo de partilhar”, disse o homem com mais vitórias em Macau nos carros de Turismo.

Rui Valente falhou qualificação

No ano em que celebrou 30 anos de carreira, o macaense Rui Valente (VW) falhou a qualificação para as corridas do WTCR, uma vez que não conseguiu fazer um tempo dentro do limite de 105 por cento da pole-position. O piloto ainda foi melhorando os seus tempos ao longo do fim-de-semana, mesmo assim foi insuficiente para poder participar na prova. O mesmo aconteceu com o também piloto de Macau Lam Kam San (Audi).

Pilotos de Macau

André Couto (Honda) Classificações: 21.º, 20.º e 18.º

“Foi um fim-de-semana com bastantes problemas no carro, amortecedores partidos, um problema no turbo, falhas no motor. Mas o mais importante foi ajudar esta equipa de Macau [MacPro] numa prova deste nível” disse André Couto, ao HM. “Para ser sincero as posições alcançadas não me interessam nada. Mais um lugar, menos um é irrelevante. São posições em que não quero andar”, frisou.

Filipe Souza (Audi) Classificações: 17.º, 19.º e 19.º

“Faço um balanço positivo da participação porque fui melhorando os meus tempos, principalmente entre as sessões de treinos e na qualificação. Nas corridas tive altos e baixos”, afirmou. “Na última corrida tive um carro mau, mas acabei por ter muita sorte. Houve um acidente à saída da última curva, quando eu estava quase lá, e tive de decidir como evitar o carro. Ia de prego a fundo e não podia travar, por isso decidi ir pela esquerda e passei… mas fogo… ia ser uma grande batida, poderia ter ficado magoado”, relatou.

Billy Lo (Audi) Classificações: 19.º, 21.º e 21.º

“Foi a primeira vez que participei no WTCR e gostei muito da experiência. Todos os participantes de Macau tiveram de levar peso extra de 20 quilogramas por serem convidados, o que nos dificultou a tarefa. Mas fiquei muito contente, pude comparar os meus tempos com os melhores”, afirmou Billy Lo.

Kevin Tse (Audi) Classificações: Desistência, 18.º e 17.º

“Para mim foi uma honra competir contra os melhores pilotos de turismo do mundo. O nosso carro esteve bom, fomos por duas vezes o melhor piloto de Macau e fiquei muito feliz. Não tivemos ritmo para acompanhar os outros pilotos, eles são superiores e estão habituados a competir todo o ano neste ritmo, mas fui por duas vezes o melhor piloto de Macau” contou Kevin Tse.

19 Nov 2018

65ª edição do Grande Prémio de Macau contou com 88 mil espectadores

[dropcap]A[/dropcap] 65º edição do Grande prémio de Macau teve, de quinta-feira a domingo, 83 mil espectadores. A informação foi adiantada pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que se mostrou “muito satisfeito” com mais uma edição do evento.

No entanto, “trata-se de uma prova de alto risco”, disse, referindo-se ao acidente de Sophia Florsch na modalidade de F3 que marcou a prova final da modalidade. O secretário admitiu ainda que a organização possa vir a melhorar as condições de segurança. “O GP é um desporto de alto risco. Futuramente, vamos reforçar as medidas de segurança e todos os anos acontecem situações diferentes”, disse.

Quanto ao acidente que decorreu ontem à tarde, o secretário salienta que “felizmente não houve mortos”. De acordo com Alexis Tam, os cinco feridos – dois pilotos, dois fotógrafos e um elemento da organização – não estão em perigo de vida.

19 Nov 2018

Grande Prémio de Macau | Andrew Dudgeon operado

[dropcap]O[/dropcap] piloto Andre Dudgeon, um dos acidentados de quinta-feira nas motos, foi operado ontem com êxito, de acordo com o perfil do homem natural da Ilha de Man nas redes sociais.

“Teve uma reacção máxima ao teste sensorial nos dedos dos pés, quando estava a dormir e com o ferro que lhe foi inserido na Vértebra Lombar 2, finalmente tornou-se um motociclista”, foi acrescentado.

19 Nov 2018

Taça da Grande Baía | Vitória saiu à casa

[dropcap]A[/dropcap] única vitória de Macau na 65ª edição do Grande Prémio aconteceu na Taça Lotus – Corrida da Grande Baía Suncity Grupo na manhã de domingo. Miguel Kong Kin Chong impôs-se a Lo Ka Fai, um experiente piloto de carros de Turismo de Hong Kong, enquanto Mak Ka Lok, também de Macau terminou em terceiro numa corrida que contou com a participação de dezanove Lotus Exige iguais.

O veterano Mak, que venceu pela última vez no Circuito da Guia em 1995 e que no ano passado correu na prova do WTCC na RAEM, arrancou da pole-position e liderou até ser ultrapassado na Curva do Lisboa à segunda volta por Miguel Kong. Este último isolou-se na dianteira da corrida e não mais a largou, ao passo que Mak se viu ultrapassado por Lo.

O macaense Eurico de Jesus fechou o “top-10” de uma corrida em que os seis representantes da casa terminaram nos dez primeiros. A corrida terminou com o pelotão atrás do Safety-Car devido a um toque de Lok Chi Kit nas barreiras dos Esses da Solidão.

19 Nov 2018

Suncity dominou Corrida da Taça de Macau de Carros de Turismo

[dropcap]S[/dropcap]unny Wong (Subaruz Impreza) e Paul Poon (Peugeot RCZ) dominaram as classes para carros com mais de 1950cc e 1600T da Corrida da Taça de Macau de Carros de Turismo. Contudo, a prova ficou marcada pelo acidente de Lei Kit Meng (Nissa GTR) que deixou a pista cheia de óleo e que fez com que a corrida fosse suspensa durante mais de 20 minutos. No final, os pilotos acabaram por fazer pouco mais do que duas voltas em ritmo de corrida e nas restantes cinco, o safety car liderou o pelotão.

O mote para a prova foi dado ainda antes do início, quando Wong Wan Long atirou o Mitsubishi EVO 10 contra as barreiras, na Curva do Lisboa, quando ainda conduzia para a grelha de partida. Com menos um carro em pista, Sunny Wong arrancou mais rápido do que o japonês Mitsuhiro Kinoshita (Nissan GTR) e segurou a primeira posição. Wong foi ajudado pelo facto do Subaru ser muito mais rápido nas rectas. Na categoria 1600T, Paul Poon superiorizou-se à concorrência e ainda segurou o terceiro lugar à geral.

O grande protagonista da prova, pelas piores razões, foi Lei Kit Meng, promotor de jogo e piloto local, que bateu na primeira curva do circuito na segunda volta. Com o carro visivelmente danificado, Lei optou por permanecer em pista, deixando óleo em várias zonas do circuito. Nem as bandeiras pretas, que indicam a desclassificação por conduta pouco desportivo, fizeram com que parasse.

Devido ao óleo, a pista teve de ser limpa e a sessão esteve suspensa durante mais de 15 minutos, após duas voltas em que o Safety Car já estava na pista. Assim, e apesar de estarem previstas 12 voltas ao circuito da Guia, apenas foram feitas três em ritmo de corrida. Na única volta corrida, após a suspensão da prova, Sunny Wong não teve problemas em defender-se de Kinoshita e segurou a vitória, com Poon atrás do japonês a fechar o pódio.

Na classe para carros com um cilindrada superior a 1950cc, Wong e Kinoshita foram primeiro e segundo, com o lugar mais baixo do pódio a ser ocupado por Samson Fung (Audi TTRS). Na classe 1600T, Paul Poon foi primeiro, seguido por Alexander Fung (Peugeot RCZ), que foi 5.º à geral, e pelo piloto de Macau, Chan Weng Tong (Chevrolet Cruz), que foi 14.º à geral.

Sol e críticas

No final, Wong estava visivelmente satisfeito e disse esperar que no futuro haja mais dias solarengos, num trocadilho com o seu nome Sunny. “Espero que nos próximos anos volte a haver mais dias solarengos como este”, disse o vencedor, face ao contraste do céu nublado. Já Paul Poon valorizou o trabalho da equipa e mencionou o facto de estar a celebrar o 20.º título da carreira: “É um resultado especial para mim. É a minha sétima vitória na classe 1600T, num ano em que comemoro 20 anos de carreira e é muito especial”, afirmou Poon, ao HM. O piloto admitiu também alguma frustração com o facto de se terem realizado apenas três voltas em ritmo de corrida.

 

Badaraco deixa criticas

Horas depois do fim da prova, Jerónimo Badaraco mostrou a sua frustração com a organização e com o facto de se terem realizado apenas três das 12 voltas em ritmo lançado: “Ainda me pergunto, será que participei numa corrida na manhã de hoje [sábado]? Aquilo foi uma corrida? Estou muito desiludido com o controlo da corrida e os responsáveis”, escreveu na rede social Facebook. “Sinto-me mal pelo patrocinador principal do evento. Acho que a organização deve estar a sonhar…”. Badaraco terminou a prova em 23.º, depois de ter arrancado do fim do pelotão.

19 Nov 2018

Motociclismo | Peter Hickman ganhou corrida encurtada por acidente

O piloto britânico de 31 anos superiorizou-se à concorrência, apesar de um arranque mal-conseguido, e alcançou o terceiro triunfo em quatro anos, à frente de Michael Rutter

 

[dropcap]P[/dropcap]eter Hickman (BMW) venceu o Grande Prémio de Macau em motos pela terceira vez, numa corrida que foi encurtada em quatro voltas, após um acidente entre os concorrentes Ben Wylie (Bimoto) e Phillip Crowe (BMW), na curva dos Pescadores. Hickman demorou 19:31.386 para percorrer as oito voltas e terminou da melhor forma os três dias da competição, em que foi quase sempre o mais rápido.

“Foi um fim-de-semana fantástico para mim, para a equipa e para a Faye [Ho]. É o primeiro Grande Prémio dela como responsável por uma equipa e felizmente conseguimos ganhar”, afirmou Peter Hickman, após a vitória com as cores da formação da sobrinha de Stanley Ho.

O britânico foi também questionado sobre se ambicionava alcançar oito vitórias, tal como Michael Rutter, o piloto com o recorde de triunfos no Circuito da Guia. “Para alcançar esse registo e poder igualar o Michael ainda vou ter de regressar mais alguns anos. Acho que ele já compete aqui há 15 anos por isso vai ser muito complicado igualá-lo. Vou encarar as corridas ano-a-ano”, acrescentou.

Apesar de ter demonstrado um ritmo muito forte na qualificação, Hickman foi ultrapassado logo na partida, o que fez com que estivesse até à quarta volta em segundo lugar. No final, considerou natural ter sido ultrapassado e elogiou as partidas do colega de equipa: “O Michael [Rutter] teve uma partida muito melhor do que a minha. Normalmente ele arranca melhor do que eu porque é muito consistente quando está na parte suja da pista”, contou.

Voa baixinho

O momento-chave da corrida chegou à quarta volta, quando o vencedor devolveu a ultrapassagem a Rutter, na Curva do Mandarim. Numa altura em que os dois pilotos da equipa Aspire-Ho se começavam a distanciar da luta pelo terceiro lugar, entre Martin Jessopp (Ducati), Danny Webb (BMW) e Gary Johnson (Kawasaki), Hickman aproveitou para se isolar, posição que foi conseguindo manter.

No final, Rutter elogiou o desempenho do colega de equipa: “Fiquei um bocado chocado quando cheguei à Curva do Mandarim em primeiro lugar. Normalmente ele arranca muito bem, mas percebi que ele tinha errado na trajectória da primeira curva”, começou por explicar. “E estava tudo a correr bem até que ele passou por mim a voar e começou a criar uma certa distância. Nessa altura limitei-me a seguir atrás dele. Ainda pensei tentar forçá-lo a cometer um erro, mas ele teve um desempenho excelente”, sublinhou.
No final, os dois primeiros acabaram separados por 0,795 segundos.

Inalcançáveis para Jessopp

Em terceiro lugar ficou Martin Jessopp a 7.434 segundos do primeiro classificado. Esta foi a posição em que o piloto arrancou mas deixou-se surpreender no arranque, caindo para quinto. “Nunca entrei em pânico com o arranque, porque sabia que era possível recuperar. Este ano tive uma abordagem diferente, com uma moto nova. Por isso tive uma abordagem relaxada”, comentou Jessopp. “Mas para ser sincero a diferença para os dois da frente era demasiado grande. Nunca pensei dizer isto após um Grande Prémio de Macau, mas sinto que quero correr já amanhã, uma vez que sabemos o que precisamos de fazer para melhorar e tentar encurtar distâncias”, frisou.

Após o acidente na curva dos pescadores, e cujas imagens foram omitidas pela organização da prova, Ben Wylie foi transportado para o hospital, onde permaneceu para ser observado. O piloto esteve sempre consciente. Quanto a Phillip Crowe, o piloto foi observado logo no local, e recusou ser transportado para o hospital, dizendo que se sentia bem.

 

Rutter admite regresso

“Há 15 anos que me fazem essa pergunta”. Foi esta a resposta em tom divertido de Michael Rutter, após ser questionado sobre a hipótese de se retirar do motociclismo e deixar de correr em Macau. O britânico de 46 anos mostrou vontade de regressar e partilhou alguma nostalgia: “Hoje quando estava no pódio senti mesmo que aprecio o Grande Prémio. Olho para todos os arranha-céus e recordo-me de quando participei pela primeira vez, em 1994, e em que subir ao pódio era apenas um sonho”, contou o piloto de 46 anos, também conhecido como The Blade. “Neste momento fizemos a primeira prova com esta excelente moto e para ser justo a moto foi fantástica. Se fosse alguém com menos 20 anos a conduzi-la o resultado talvez fosse outro. Mas a moto tem uma boa base para evoluir, sabemos o que temos de fazer e acho mesmo que vou regressar”, acrescentou.

19 Nov 2018

Grande Prémio | Eléctricos querem corrida em 2019

[dropcap]U[/dropcap]m par de protótipos de construção chinesa e motorização eléctrica estiveram expostos no paddock do Grande Prémio. O “Cotrends”, visto este fim-de-semana pela primeira vez fora da China Interior, é um dos carros que vai dar corpo ao futuro Campeonato Chinês de Carros Eléctricos, competição que tem o apoio da Mitime, uma subsidiária do Grupo Geely, a marca de automóveis chinesa que possui no seu portfolio a Volvo e a Lotus.

De acordo com CEO e fundador da Yi-Hood Racing, Leo Zhang, cuja empresa serve para promover esta primeira competição de automóveis eléctricos, o campeonato a ser lançado no próximo ano quer ter uma corrida em Macau. A prova no Circuito da Guia será, segundo o próprio, o final de um campeonato com seis provas e que juntará estes protótipos a carros de Turismo eléctricos.

Questionado pelo HM, em entrevista publicada no final da pretérita semana, sobre a eventualidade do Circuito da Guia receber uma prova de carros eléctricos num futuro próximo, o Coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio disse: “A utilização de carros eléctricos em competição ainda é recente, mas vamos continuar a acompanhar o desenvolvimento deste tipo de provas.

Por enquanto, vamos continuar a apostar nas corridas com os carros tradicionais. Mas é claro que se houver um desenvolvimento muito interessante deste tipo de veículos, vamos avançar e criar condições para receber uma prova deste género.“

Os dois protótipos “Cotrends” que nos visitaram foram desenvolvidos pelo construtor automóvel chinês NIO, uma marca que quer roubar espaço ao mercado da Tesla e que este ano começou a ser negociada na bolsa de Nova Iorque.

19 Nov 2018

Taça GT Macau | Muitas razões para participação reduzida

[dropcap]A[/dropcap]penas quinze concorrentes se inscreveram na Taça GT Macau este ano, o número mais baixo de sempre desde a introdução desta corrida no programa do evento em 2008 e o mínimo no regulamento para a corrida se realizar. A presença de cinco marcas representadas oficialmente – Audi, BMW, Mercedes AMG, Nissan e Porsche – não dilui um sentimento ténue de decepção generalizado em redor de uma das quatro corridas principais do fim-de-semana e uma das três Taças do Mundo da FIA a serem atribuídas entre nós.

Marcas como a Aston Martin, Bentley, Ferrari, McLaren, Lexus ou Honda têm carros para esta prova mas optaram por não visitar o Circuito da Guia. Se por exemplo a Ferrari não tem equipa oficial nas provas de GT3, já os construtores britânicos estão a lançar novos carros e estes ainda não estão “no ponto” para enfrentar esta prova no mês de Novembro.

Uma outra razão para o número tão parco de inscritos é a ausência total de pilotos amadores, que foram colocados à parte desde 2017 por vontade da FIA, e que em tempos constituíam o esqueleto da grelha de partida. O crescente aumento dos custos dos carros da categoria GT3 e os custos particulares desta corrida também afastaram pilotos com currículo e capacidade para alinhar na prova. O HM teve conhecimento de dois conhecidos pilotos de Macau que pretenderam participar na prova, mas optaram por não o fazer por não reunirem as condições necessárias.

As equipas não gostam de falar abertamente em orçamentos, sendo que estes variam consoante as condições oferecidas, mas uma participação nesta corrida pode atingir o dobro de uma participação na corrida de Fórmula 3. Se esta prova era possível de realizar por 300 mil patacas há meia dúzia de anos, hoje em dia requer orçamentos acima do milhão de patacas.

Num modelo de negócio ainda muito baseado no aluguer de viaturas por parte das equipas aos pilotos que não contam com o apoio dos grandes construtores, outro dos motivos que acabou por afastar a participação de privados este ano foi a dificuldade em encontrar seguradoras motivadas em cobrir os riscos de uma prova que o ano passado ficou marcada por um acidente que deixou de fora mais de dez concorrentes. Felizmente para a prova, as marcas podem dar-se ao luxo de enfrentar o Circuito da Guia sem segurar os seus carros. Como diz Chris Reinke, o director da Audi Sport, “isto magoa no budget, mas acontece só uma vez. Ou estás preparado para o desafio, ou ficas em casa”.

19 Nov 2018

Taça Mundial GT | Augusto Farfus ajudou BMW a derrotar favorita Mercedes

Eram três contra um, mas no final foi mesmo o único carro inscrito pela marca bávara a triunfar. Naquela que poderá ter sido a última visita da Taça Mundial GT da FIA, Augusto Farfus levou o troféu para casa

 

[dropcap]A[/dropcap]ugusto Farfus foi o vencedor da Taça Mundial de Carros GT, numa prova que liderou desde o início. O piloto demorou 41.45.922 a percorrer as 18 voltas. Apesar de ser o único piloto da BMW inscrito, o brasileiro chegou para levar a melhor diante da eterna rival Mercedes, que se fez representar com três carros, para Maro Engel, Edoardo Mortara e Raffaelle Marciello.

O momento decisivo da prova aconteceu ainda na corrida de qualificação, no sábado, quando Farfus ultrapassou Marciello e assumiu o primeiro lugar. A partir desse momento o brasileiro mostrou que o BMW era o carro mais forte na parte do circuito onde é possível ultrapassar, ou seja entre a zona de partida até à Curva de Lisboa, e limitou-se a gerir.

“Hoje [ontem] as coisas foram algo diferentes de sábado e as condições estavam mais difíceis para conduzir. Por isso, senti que não poderia correr riscos, porque os outros pilotos que estavam atrás de mim eram muito rápidos. Foi preciso um grande esforço para evitar erros”, afirmou Augusto Farfus, no final da corrida.

“Estou muito feliz, foi uma vitória conjunta. Somos uma equipa muito pequena, com poucos mecânicos, mas a BMW deu-me confiança e juntos fizemos um plano, que conseguimos executar com êxito”, acrescentou.
Esta foi a terceira vitória de Farfus no Circuito da Guia, mas a primeira nos GT. Em 2005 e 2009 o piloto tinha triunfado, na Corrida da Guia, quando participava no Mundial de Carros de Turismo, com um Alfa Romeo e BMW.

Mercedes com dificuldades

No segundo lugar terminou o alemão Maro Engel, aproveitando um erro de Marciello. O italiano estava em segundo a tentar pressionar Farfus, mas perdeu muito tempo na corrida principal, quando saiu em frente na Curva do Hotel Lisboa. No final, Engel reconheceu a superioridade do BMW: “Não tivemos hipótese de lutar pela vitória. Ainda tentei fazer pressão sobre o Farfus, mas ele, cometeu apenas erros pequenos, que não me permitiram tirar vantagem. Mereceu vencer”, considerou. O alemão foi depois questionado sobre o facto de ter feito várias vezes sinais de luzes durante a prova: “Até com a mão tentei acenar ao Farfus, mas ele não me respondeu”, respondeu em tom bem-disposto. “A verdade é que tentei mesmo tudo, mas não foi suficiente” explicou.

No último lugar do pódio terminou o italo-suíço Edoardo Mortara, que conta com seis vitórias em Macau, duas nos Fórmula 3 e quatro nos GT. O piloto ainda arriscou uma penalização, quando na corrida de qualificação bateu em Laurens Vanthoor (Porsche), mas o caso foi considerado um incidente normal de corrida. “Sinceramente admito que não pensei que fosse possível chegar ao pódio. Durante a prova quase que tive dois acidentes muito grandes, porque tive de forçar muito e não tínhamos o melhor andamento. Mas estou feliz”, declarou Mortara.

O Senhor Macau passa assim o ceptro da prova a Augusto Farfus, quando não é certo que a Taça Mundial de GT regresse ao território no próximo ano.

19 Nov 2018

Fórmula 3 | Dan Ticktum foi o rei do 65.º Grande Prémio de Macau

Vitória do inglês marcada por acidente, que causou cinco feridos: dois pilotos, entre eles a única concorrente feminina, Sophia Florsch, dois fotógrafos e um comissário de pista. O carro da alemã voou contra a barreira de protecção na curva do Lisboa

 

[dropcap]D[/dropcap]an Ticktum venceu ontem o Grande Prémio de Macau em Fórmula 3, feito que alcançou pela segunda vez consecutiva, após o triunfo do ano passado, diante 31 mil espectadores. O britânico levou 2:46:22.108 para cumprir as 15 voltas ao circuito da Guia e tornou-se no terceiro piloto a vencer de forma consecutiva a prova, após Edoardo Mortara (2009 e 2010) e Felix Rosenqvist (2014 e 2015) o terem conseguido.

Ao contrário do ano passado, em que Ticktum tinha vencido devido a um despiste na última curva entre os dois primeiros classificados, este ano o piloto deu uma prova de força e dominou a corrida de qualificação e a principal. Ontem o jovem piloto arrancou da primeira posição, que nunca mais largou, mesmo quando houve três recomeços com Safety Car.

“Vencer este ano foi menos surpreendente do que no ano passado, mas também gostei mais de ganhar assim, porque é a segunda vez consecutiva”, disse Dan Ticktum, no final da corrida. “Quando se domina um fim-de-semana desta maneira, e não quero parecer ser arrogante, mas foi muito perfeito. Estou deliciado”, acrescentou.

Durante as 15 voltas, o Safety Car entrou três vezes em pista. Em todas as ocasiões a vantagem do piloto foi reduzida. Contudo, nos recomeços lançados, Ticktum conseguiu sempre manter-se em primeiro, apesar de ter sido ameaçado na segunda vez por Joel Eriksson, à entrada da Curva do Hotel Lisboa. “Estive muito bem na altura dos recomeços, o que nunca é fácil. É um factor muito importante, principalmente quando há rectas longas como as de Macau, e consegui fazê-lo bem. Sabia que se não arrancasse bem que poderia ser ultrapassado e depois no ar sujo de outro piloto a recuperação seria muito difícil”, frisou.

Por sua vez, o segundo classificado, Joel Eriksson, também reconheceu a superioridade de Ticktum e admitiu ter distraído-se no último arranque. “Foi uma corrida muito difícil, porque houve muitas paragens e entradas de safety car. Tentei lutar e fazer tudo o que podia, ainda o coloquei sob pressão, mas infelizmente não consegui ultrapassá-lo”, explicou. “No último recomeço distraí-me durante dois metros e já não o consegui ir buscar. Mas ele fez um trabalho fantástico”, acrescentou.

Cinco feridos em acidente

A prova causou momentos de grande apreensão e chegou a estar suspensa durante quase uma hora, após um acidente que envolveu a alemã Sophia Florsch e o japonês Sho Tsuboi, na Curva do Hotel Lisboa. O carro da piloto levantou voo, após a subida pela traseira do monolugar japonês, depois de um toque entre os dois, e saiu disparado contra as redes de protecção, atingido uma das zonas para os fotógrafos e um comissário de pista.

Segundo as informações reveladas pela organização, Florsch, de 17 anos, encontra-se consciente, sofreu uma fractura na coluna e mantém os sinais vitais estáveis. Já Sho Tsuboi encontra-se em observação, com queixas na região lombar. Quanto ao comissário de pista, que foi atingido pelo carro, partiu o maxilar direito, e apresenta feridas na cara e na região lombar superior. Finalmente os repórteres fotográficos envolvidos, um do Interior da China e outro do Japão, sofreram um corte no fígado, devido aos detritos que voaram com o acidente e um traumatismo craniano, respectivamente.

 

Charles Leong envolvido

A região de Macau esteve representada na corrida da Fórmula 3 por Charles Leong (Dallara-Mercedes), estreante no Circuito da Guia. No entanto, o piloto de 17 anos teve de desistir quando ficou envolvido num acidente, na curva do Hotel Lisboa, embatendo num carro que tinha atingido a barreira, mesmo à sua frente. “Foi um bocado frustrante porque logo no início ultrapassei dois carros. Só que o carro que estava à minha frente perdeu o controlo, embateu no Lisboa e já não me consegui desviar”, relatou. “Gostei muito de conduzir em Macau, é mesmo um percurso muito exigente em que não podemos errar. Preciso de mais experiência no carro, porque não o conduzi mais de 10 vezes, mas quero regressar para o ano. É uma prova muito especial”, acrescentou.

18 Nov 2018

Fórmula 3 | Sophia Floersch escreveu no Twitter que “está bem”

[dropcap]A[/dropcap] piloto de fórmula 3 Sophia Floersch, que esta tarde teve um acidente na corrida de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau, escreveu no Twitter que “está bem”. “Queria que todos soubessem que estou bem e que vou ser operada amanhã de manhã [segunda-feira]”, escreveu, tendo agradecido o apoio da sua equipa e da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

O acidente desta tarde levou cinco pessoas ao hospital, sendo que o embate na curva junto ao Hotel Lisboa causou a Sophia Floersch uma fractura na coluna. O segundo piloto envolvido, de nome Sho Tsuboi, tem apenas dores na zona lombar.

O despiste aconteceu esta tarde por volta das 16h30, tendo levado a uma suspensão temporária da corrida. Em declarações ao HM na sexta-feira, a jovem de 17 mostrou-se optimista quanto à questão da segurança.

“É uma pista muito perigosa mas enquanto piloto de corridas estamos habituados a puxar por nós. Quando estou no carro tenho os meus limites e a conduzir estamos normalmente no limite. Isto é correr”, apontou.

18 Nov 2018

Grande Prémio de Macau | Piloto Sophia Florsch sofreu fractura da coluna

[dropcap]O[/dropcap] acidente ocorrido esta tarde na curva do Hotel Lisboa não causou vítimas mortais. A piloto Sophia Florsch, que participava na corrida de Fórmula 3, respondeu à equipa médica e fez o percurso até ao hospital consciente, aponta um comunicado oficial da FIA. Um segundo condutor, dois fotógrafos e um comissário de pista também estão a receber tratamento médico.

De acordo com o mais recente relatório clínico, a piloto sofreu uma fractura na coluna, apresentado sinais vitais estáveis. O segundo piloto envolvido, de nome Sho Tsuboi, tem apenas dores na zona lombar.

O despiste aconteceu esta tarde por volta das 16h30, tendo levado a uma suspensão temporária da corrida. Em declarações ao HM na sexta-feira, a jovem de 17 mostrou-se optimista quanto à questão da segurança.

“É uma pista muito perigosa mas enquanto piloto de corridas estamos habituados a puxar por nós. Quando estou no carro tenho os meus limites e a conduzir estamos normalmente no limite. Isto é correr”, apontou.

O deputado José Pereira Coutinho, que assistiu das bancadas ao acidente, disse ao HM que deveriam ser revistas todas as normas de segurança do circuito da guia, bem como o seguro dos trabalhadores envolvidos no Grande Prémio de Macau.

18 Nov 2018

Britânico Daniel Ticktum parte em primeiro para a corrida da F3 em Macau

[dropcap]O[/dropcap] piloto britânico Daniel Ticktum confirmou o favoritismo e vai largar da primeira posição para a corrida do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, prova que vai tentar voltar a vencer hoje.

O inesperado vencedor em 2017, na sequência de uma reviravolta espectacular no final da prova, fez ontem a sua melhor volta com 2.10,620 minutos.

Nas qualificações, em segundo lugar, a 1,563 segundos de Daniel Ticktum, ficou o sueco Joel Eriksson, enquanto Callum ILott foi o terceiro mais rápido, a 3,165 segundos.

O alemão Mick Schumacher, uma das figuras em destaque na prova e actual campeão europeu de Fórmula 3, vai largar da sexta posição na final de hoje.

O filho de Michael Schumacher, de 19 anos, vai tentar repetir o sucesso alcançado pelo pai em Macau, onde o heptacampeão mundial de Fórmula 1 – que está em estado vegetativo desde dezembro de 2013 devido a um grave acidente de esqui nos Alpes franceses – venceu em 1990.

O GP de Macau inclui três corridas de carros – as taças do mundo de Fórmula 3, GT e de carros de turismo (WTCR) -, bem como a 52.ª edição do Grande Prémio de motos, além da taça de carros de turismo de Macau e a taça da Grande Baía.

No ano passado, a competição ficou marcada pela morte do piloto britânico Daniel Hegarty (Honda), de 31 anos, na sequência de um acidente, ocorrido a meio da prova de motos, que não registava fatalidades desde 2012.

18 Nov 2018

Piloto Tiago Monteiro “a recuperar bem” e confiante no regresso à competição em Macau

[dropcap]O[/dropcap] piloto Tiago Monteiro afirmou ontem em Macau estar “a recuperar bem” e mostrou-se confiante em regressar para o ano à “pista especial” onde foi o primeiro português a vencer a Corrida da Guia, em 2016.

“Tivemos momentos complicados nestes catorze meses, mas felizmente as coisas estão a correr bem”, disse o piloto da Honda Civic, que esteve 14 meses parado na sequência de um acidente em Barcelona.

À conversa com os jornalistas, desta vez do lado de fora da competição do Grande Prémio de Macau, Tiago Monteiro lamentou não estar a competir, mas admitiu que tem aprendido muito na condição de espectador.

“É um bocado frustrante estar em Macau e não correr”, no entanto, estar a acompanhar a equipa também é “interessante” porque se “aprende muito de fora”.

Quanto à pista onde já perdeu a conta às vezes em que competiu e na qual já se sagrou campeão, o piloto de 42 anos lembrou as adversidades da pista citadina, considerada uma das mais perigosas do mundo.

“É uma pista citadina muito diferente das outras e muito específica, um alcatrão bastante escorregadio (…) muito irregular, curvas muito cegas”, sublinhou.

Ao volante de um Honda Civic, o português regressou à competição na penúltima ronda em Suzuka, no Japão, 415 dias depois do acidente em Barcelona.

No entanto, Macau já estava fora da equação há muito tempo por indicação médica, de forma a evitar um embate que pudesse colocar em causa a recuperação. “Correr riscos era desnecessário”, sublinhou.

Questionado sobre as hipóteses de um piloto português regressar à Fórmula 1, o piloto, que em 2005 obteve a melhor classificação de um português na Fórmula 1 com um terceiro lugar nos Estados Unidos, mostrou-se pouco confiante.

Apesar de haver “bons pilotos portugueses”, é muito difícil entrar na modalidade mais importante do automobilismo porque é “cada vez mais caro chegar lá”.

18 Nov 2018

André Couto em 21.º lugar na Taça do Mundo de Carros de Turismo do GP Macau

[dropcap]O[/dropcap] piloto André Couto ficou ontem em 21.º lugar na Taça do Mundo de Carros de Turismo do Grande Prémio de Macau, um resultado aquém das expectativas após uma “corrida de sobrevivência”, disse à Lusa.

O português que veste as cores de Macau deparou-se “com problemas técnicos” na prova ganha pelo francês Jean-KalVemay, com 2.1,325 minutos como melhor registo.

“Para mim foi mau, não estou habituado a estes lugares”, lamentou, explicando que não estava na sua zona de conforto.

O piloto, que já venceu o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, o mais importante, em 2000, actualmente corre em competições de Grande Turismo.

Questionado sobre o regresso a Macau no próximo ano, o piloto admitiu estar mais focado nas próximas provas, tanto na China, já na próxima semana, como no Japão.

Em segundo, a 0,516 segundos da primeira posição, ficou o francês Yvan Muller, seguido do britânico Rob Huff com a 0,881 do vencedor.

18 Nov 2018

André Pires em 19.º lugar na prova de motos do GP de Macau

[dropcap]A[/dropcap]ndré Pires ficou ontem em 19.º lugar na prova motos do Grande Prémio de Macau, numa corrida em que, para si, o mais importante foi “chegar ao fim”, um ano depois de ter abandonado. “Acho que a posição não interessa aqui, é chegar ao fim. Foi muito bom porque a mota é nova”, disse o piloto à agência Lusa.

A corrida foi ganha pelo britânico Peter Hickman, que tinha ficado em segundo lugar na mesma prova em 2017, marcada pelo acidente mortal de Daniel Hegarty.

Disputado no icónico traçado citadino de 6,12 quilómetros, o Grande Prémio é o maior evento desportivo de Macau e a prova é considerada uma das mais perigosas do mundo.

“É uma pista muito diferente, aqui o risco é maior, temos de andar com o dobro do cuidado, mas a adrenalina compensa. Não há pista tão rápida como esta em Portugal”, disse.

As expectativas do jovem de Vila Pouca de Aguiar são “as de sempre”: arranjar uma equipa e patrocínios, algo “difícil” em Portugal.

“Se for um ano bom em Portugal, com bons treinos, conseguimos chegar cá com bons resultados. Agora assim tem sido difícil, devido aos patrocínios, que é sempre os problemas dos portugueses. Não é só a minha guerra, é a de todos os pilotos”, lamentou.

A satisfação de Hickman

Três vezes campeão em Macau, Peter Hickman mostrou-se muito satisfeito por ter conseguido subir um lugar no pódio. “Vencer aqui é absolutamente brilhante”, rejubilou o piloto que terminou com a melhor volta (2.25,005 minutos).

O pódio foi todo ocupado por britânicos: em segundo lugar, a 795 milésimos do vencedor, ficou o veterano Michael Rutter, oito vezes campeão do circuito, enquanto Martin Jessopp foi terceiro, a 7,434 segundos.

O GP de Macau inclui três corridas de carros – as taças do mundo de Fórmula 3, GT e de carros de turismo (WTCR) -, bem como a 52.ª edição do Grande Prémio de motos, além da taça de carros de turismo de Macau e a taça da Grande Baía.

18 Nov 2018

Acidentes nas motos marcam manhã do Grande Prémio

[dropcap]A[/dropcap] primeira manhã da 65.ª edição do Grande Prémio de Macau ficou marcada pelos acidentes dos motociclistas Raul Torras e Andrew Dudgeon.

O espanhol de 42 anos foi o segundo a cair, mas é o piloto que apresenta lesões mais graves. Torras perdeu o controlo da mota na Curva do Mandarim Oriental, embateu a grande velocidade contra as barreiras e sofreu uma hemorragia intracraniana. A organização não revelou a dimensão das lesões, o que não permite apurar se é o estado de saúde do piloto é muito grave. Contudo, o motociclista de 42 anos vai ficar em observação.

No momento em que foi salvo pelas equipas no local, Raul Torras apresentou perdas de consciência momentânea e dores na clavícula direita. O acidente acabou por ser o mais aparatoso, não só devido ao embate, mas também pelo facto da mota ter ficado em chamas. Devido a este acidente, Torras já está fora do Grande Prémio.

Por sua vez, Andrew Dudgeon caiu na primeira curva do circuito, durante momentos iniciais da sessão, quando rodava ao nível dos pilotos mais rápidos. O piloto de 30 anos, que está pelo quarto ano consecutivo em Macau, apresenta como lesões uma fractura da vértebra lombar L2 e teve de ser operado. A lesão não implica problemas de maior medula espinhal.

15 Nov 2018

51º Grande Prémio de Motos de Macau – Vitória amarga

O Circuito da Guia voltou a mostrar-se este fim-de-semana impiedoso e, por mais sofisticadas e aperfeiçoadas que sejam as medidas de segurança impostas, a crueza é ainda uma característica intrínseca dos desportos motorizados

[dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]lenn Irwin venceu a 51ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau que fica marcada pelo acidente mortal do inglês Daniel Hegarty. Na quinta volta da tradicional prova de sábado à tarde, o piloto inglês, que participava pela segunda vez na prova, perdeu o controlo da sua Honda CBR1000RR na Curva dos Pescadores. A corrida foi prontamente interrompida, para prestar os primeiros socorros ao piloto da TopGun Racing, que foi rapidamente transportado para o Centro Hospitalar Conde São Januário, onde iria chegar já sem vida. A corrida não recomeçou e a cerimónia do pódio foi realizada com enorme pesar.

Para segundo plano forçosamente fica a parte desportiva do evento deste ano, onde Glenn Irwin e a sua Ducati 199RS mereciam todo o destaque. Ainda na sexta-feira o piloto da Irlanda do Norte entrou para o livro dos recordes do Grande Prémio, ao rodar em 2:23.081, um tempo que para além de lhe ter dado a pole-position, tornou-se o recorde a melhor volta ao Circuito da Guia. Irwin destronou o antigo recorde de Stuart Easton que já levava sete anos.

Apesar da ameaça de chuva que pairou sobre Macau no sábado, a corrida realizou-se como o previsto, com a pista seca e condições climatéricas  adequadas.

Irwin fez um bom arranque, defendendo-se dos vários ataques de Peter Hickman, o vencedor das duas últimas edições, e que na primeira volta ainda chegou a liderar. Enquanto Michael Rutter desceu de terceiro para quinto na partida, Martin Jessopp geria a sua corrida atrás dos dois primeiros, procurando o primeiro triunfo na corrida.

O piloto da bem afinada Ducati vermelha da Paul Bird Motorsport, que soube como tirar proveito da melhor performance dos pneus Metzeler sobre os Dunlop que equipavam os rivais das favoritas BMW, conseguiu sacudir a pressão de Hickman e já tinha conseguido uma vantagem de um segundo para o seu principal adversário nas cinco voltas realizadas e que lhe valeram o primeiro triunfo entre nós. Contudo, esta foi uma vitória sem nada para festejar.

“O que temos hoje não é uma celebração.  As corridas são irrelevantes. Esta é uma forma muito triste de ficar no topo do pódio com champanhe aberto. É um fim muito triste”, disse, em lágrimas, Irwin no final da prova.

Michael Rutter, que conseguiu ultrapassar Jessopp e Connor Cummins, completou o pódio.

Óbito | Daniel Hegarty (1986-2017)

Daniel Hegarty, de 31 anos, casado e pai de duas crianças menores, não era um dos nomes sonantes da prova, mas era um experiente piloto de corridas de estrada e uma das esperanças do motociclismo da especialidade do Reino Unido segundo a imprensa especializada.

Na sua segunda participação na prova, Hegarty qualificou-se no 15º lugar, onde rodava quando perdeu o controlo da sua mota na Curva dos Pescadores e chocou violentamente contra as barreiras de protecção.

De acordo com o comunicado da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, “o corredor britânico sucumbiu aos ferimentos quando seguia na ambulância a caminho do Hospital Conde São Januário”.

Segundo o coordenador da Comissão Organizadora, Pun Weng Kun, o piloto “sofreu ferimentos graves” e foi de imediato transportado para o hospital. A comissão contactou com a família e membros da equipa garantindo que lhes será prestada toda a assistência.

A última fatalidade no Grande Prémio de Macau de Motos tinha acontecido em 2012, quando o português Luís Carreira perdeu a vida na mesma curva na primeira sessão de qualificação.

Triste fado lusitano

André Pires, o único piloto português da “metrópole” a participar na 64ª edição do Grande Prémio de Macau, não chegou a alinhar na corrida de motos, devido a um problema na sua montada.

“Infelizmente é um dos dias mais tristes da minha carreira. Até agora nunca tive um caso de uma corrida em que eu não pudesse alinhar e sempre fizemos tudo para correr”, disse o piloto de Vila Pouca de Aguiar ao HM. “Há coisas que nos ultrapassam, sem dúvida. No warm-up tivemos uma avaria no motor e não temos como prosseguir. Ainda tentámos fazer tudo, mas não temos as peças suplentes.”

O piloto transmontano, que se qualificou no 23º lugar entre vinte e oito concorrentes, estava satisfeito com os resultados obtidos até ao problema.

“Conseguimos melhorar, até baixei cinco segundos a minha melhor volta. Estava mesmo muito perto do meu melhor tempo e de bater o meu próprio recorde”, explicou, acrescentando que, apesar dos meios limitados ao seu dispor, espera voltar em 2018: ”Espero que surja aí qualquer coisa para que no ano que vem estejamos cá com mais força.”

Quanto à Kawasaki ZX10R do Team of Portugal, essa “vai agora para Portugal, fica arrumada e para o ano vamos ver. Esta é uma mota com que corremos em Portugal. Fez a época toda sem problemas mas chegou aqui e aconteceu isto. É triste e não há explicação. Se tivéssemos um motor suplente ainda podíamos ter tentado trocar, mas não temos. Nem dinheiro, nem motor…”

20 Nov 2017

Taça da Corrida Chinesa | Assunção no primeiro degrau

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]élder Assunção deu uma grande alegria à comunidade macaense, e não só, ao vencer a Taça da Corrida Chinesa do 64ª edição do Grande Prémio de Macau.

Depois de na sexta-feira ter mostrado habilidade para rodar entre os primeiros, o piloto macaense qualificou-se no quarto lugar para a corrida de sábado de manhã. Decidido, Assunção subiu uma posição logo nos primeiros metros da prova, quando o veterano Kenneth Look perdeu o controlo do seu BAIC D50 e gerou uma carambola atrás de si, que provocou a interrupção da corrida para retirar as seis viaturas acidentadas

No recomeço, Assunção colou-se à traseira de David Zhu, que se debatia com um carro danificado e pouco cooperante, e ultrapassou o experiente piloto chinês à quarta volta. Contudo, o piloto do território dificilmente poderia ambicionar mais que um já fabuloso segundo lugar, no entanto, quando o Zhang Zhi Qiang seguia isolado na primeira posição, rumo a um triunfo fácil, a sete voltas do fim, o diferencial do BAIC D50 que partiu da pole-posiiton falhou.

Assunção herdou então a liderança na corrida e apesar de alguns problemas de pressão de óleo no carro não abrandou o ritmo, terminando com uma confortável vantagem de 11 segundos para Zhu. Num pódio em que todos os concorrentes tripularam os novos BAIC D50, Brian Lee, de Taiwan, subiu ao último degrau. O outro piloto de Macau em prova, Liu Lic Ka, arrancou de último lugar, mas levou o seu SEAT Leon ao quarto posto final.

20 Nov 2017

Corrida da Guia – Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo: O mandarim inglês

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o regresso do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo, depois de dois anos de ausência, o marroquino Mehdi Bennani e o inglês Rob Huff, ambos em Citroen, dividiram os triunfos, sendo que Huff ficou também com o título de vencedor da Corrida da Guia de 2017.

Com a vitória na segunda corrida do fim-de-semana, Huff tornou-se o piloto com mais triunfos no Circuito da Guia, tanto em duas, como em quatro rodas, desempatando assim com Michael Rutter.

A primeira corrida do WTCC foi disputada no sábado, com os três primeiros da grelha de partida – Bennani, Tom Coronel (Chevrolet) e Ryo Michigami (Honda) – a terminarem por esta ordem. A corrida de 8 voltas terminou mais cedo, quando à sexta volta, Norbert Michelisz, um dos candidatos ao título, cortou a passagem, ao despistar-se na zona do Ramal dos Mouros, causando um choque em cadeia que ir envolver também Esteban Guerrieri (Honda), Rob Huff (Chevrolet) e Tom Chilton (Citroen). Entre os candidatos ao ceptro do campeonato, Björk foi o melhor, ao terminar no quarto lugar, ao passo que o húngaro da Honda ficou ainda assim com o quinto posto.

Autor do novo recorde da pista da Corrida da Guia na qualificação de sexta-feira, Huff partiu confiante da pole-position para a corrida de ontem, tendo Michelisz ao seu lado. Isto, apesar dos mecânicos da equipa Allinkl.com Münnich Motorsport terem passado a noite a tentar recuperar o carro francês.

Com a pista bastante molhada, a corrida iniciou-se atrás do Safety-Car conduzido pelo português Bruno Correia. O piloto húngaro da Honda ainda atacou a liderança por duas ocasiões, mas a vitória de Huff nunca foi realmente beliscada, até porque o segundo lugar servia perfeitamente as aspirações de Michelisz no campeonato. A corrida foi mais interessante na luta pelo terceiro lugar do pódio, com Chilton a ultrapassar Guerrieri na última volta, na curva D. Maria, quando o argentino cometeu um erro.

Satisfação britânica

No final da corrida, Huff mostrou-se extremamente satisfeito com a vitória. O inglês agradeceu o esforço da sua equipa, salientando que “não queria ter outra época no WTCC sem ter uma vitória. Macau sempre foi bom para mim, sinto-me confortável aqui e sabia que poderia vencer, apesar de nunca ter corrido aqui à chuva.”

Sobre o recorde obtido, Huff  referiu que “ganhar nove meses no mesmo lugar é algo especial e fazê-lo em Macau, o que eu considero o mais difícil circuito do mundo, ainda mais. Acho que vai demorar algum tempo até aparecer alguém que iguale este recorde”.

Bjork terminou no quinto posto e a luta pelo título será decidida dentro de quinze dias no Qatar, tendo o piloto sueco da Volvo mais seis pontos e meio que Michelisz.

 

Missão cumprida

Sem ambições à partida, o piloto de Macau Mak Ka Lok, o único representante da RAEM nas quatro principais corridas do programa, cumpriu os seus objectivos para este fim-de-semana, qualificando-se para a corrida, mesmo tendo para isso beneficiado de uma autorização especial dos Comissários Desportivos, visto que o seu melhor tempo ficou uma décima de segundo aquém do tempo mínimo para se qualificar automaticamente. Nas duas corridas, o piloto do Lada optou por uma toada conservadora, terminando no 17º lugar em ambas as corridas.

Adeus à Guia

A corrida de ontem representou um adeus a esta geração de carros do WTCC ao Circuito da Guia. Apesar do contrato ainda não estar assinado, o Eurosport Events, o promotor do WTCC, deverá chegar a um entendimento com a WSC Ltd,  para que em 2019 o WTCC utilize os carros do TCR, vistos a competir na Corrida da Guia em 2015 e 2016.  O calendário provisório do WTCC para 2019 está igualmente por ser oficializado. Questionado pelo HM, o Eurosport Events não quis comentar sobre a possibilidade do Grande Prémio de Macau permanecer no calendário do campeonato no próximo ano.

20 Nov 2017

Taça CTM de Carros de Turismo: Glória a dobrar para os da casa

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]eong Ian Veng (Mitsubishi Evo9) venceu a Taça CTM de Carros de Turismo de Macau, na primeira vez que esta corrida foi disputada por duas classes diferentes: uma para viaturas 1600cc Turbo e outra para viaturas 1950cc ou Superior. Ao vencer a classe 1600cc Turbo, Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) voltou a subir ao lugar mais alto do pódio do Grande Prémio oito anos depois.

Numa corrida disputada na manhã de ontem, com o Circuito da Guia bastante molhado, a partida foi feita atrás do Safety-Car por razões de segurança. Veng aproveitou a maior potência do seu carro para suplantar o poleman Mitsuhiro Kinoshita (Nissan GTR R34) ainda antes da Curva do Lisboa. A corrida não teve desenvolvimentos na frente até que os dois primeiros começaram a ultrapassar os concorrentes atrasados. Quando o líder da corrida se aproximava da traseira de Lio Kin Chong (Subaru) na curva um, a duas voltas do fim, o ex-piloto de motas entrou em pião e bateu nos muros. Veng provavelmente também exagerou na travagem para evitar o carro descontrolado que estava à sua frente, entrando também ele em pião e batendo nos muros. Ao mesmo tempo, um acidente com três carros na zona da montanha bloqueou a pista e foram mostradas bandeiras vermelhas.

A corrida não recomeçou, o que significou que Veng venceu, à frente do seu adversário nipónico e do colombiano Júlio Acosta (Lotis Évora). O estreante Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo9) e Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi Evo9) foram os 12º e 14º, respectivamente, na categoria 1950cc ou Superior.

Mais intensa foi a luta pela vitória na classe 1600cc Turbo. Filipe Clemente Souza (Chevrolet Cruze) fez um bom arranque e ultrapassou o favorito Paul Poon (Peugeot RCZ), seis vezes vencedor desta corrida. Contudo, um toque na curva do Mandarim danificou o seu carro, que acabou por sucumbir à quinta volta com sobreaquecimento do motor.

Com Poon a sentir inúmeras dificuldades com o seu carro, o vencedor da Taça ACP de 1999, Jerónimo Badaraco, não se fez rogado e ultrapassou o piloto de Hong Kong à sétima volta, mantendo depois uma vantagem de segurança suficiente para vencer a categoria, para além de ter sido o nono classificado da geral. Leong Chi Kin (Mini Cooper S) completou o pódio, terminando à frente de Célio Alves Dias (Mini Cooper S) que vinha a recuperar posições e tempo para os demais.

Rui Valente (Mini Cooper S), que afirmou não ter gozado a corrida devido à falta de visibilidade, e Eurico de Jesus (Ford Fiesta) ficaram classificados mais cá para trás, com o veterano piloto português a encerrar o Top-10 da categoria.

20 Nov 2017

Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA: “Sr. Macau quem mais”

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]doardo Mortara venceu pela sexta vez no Circuito da Guia e conquistou a “SJM Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA”, uma prova que ficou marcada pelo aparatoso choque em cadeia na Corrida de Qualificação da tarde de sábado.

Numa edição em que os quatro Mercedes AMG GT3 mostraram ser os carros melhor preparados, Mortara e Maro Engel foram os mais rápidos na qualificação de sexta-feira entre os 20 participantes.

A Corrida de Qualificação, no sábado, disputou-se em condições particularmente difíceis, pois chegou a “pingar” antes da corrida, existindo zonas com óleo na pista das corridas anteriores, segundo os relatos dos pilotos. No arranque, Daniel Juncadella tocou ligeiramente nos muros, danificando a direcção do seu Mercedes que se partiu quando o espanhol tentou curvar no Ramal dos Mouros.

Com o carro alemão a bloquear o caminho e catorze carros atrás de si a alta velocidade, o resultado só poderia ser um: um choque em cadeia de proporções dantescas que rapidamente se tornou viral nas redes sociais.

A corrida iria prosseguir mais tarde com os oito carros sobreviventes. Mortara que tinha perdido a primeira posição para Engel, beneficiou dos problemas de bateria no carro do alemão para recuperar a primeira posição. O “Sr Macau” voltou a vencer, desta vez seguido pelo BMW “Art Car” de Augusto Farfus e pelo Mercedes de Raffaele Marciello que teve que usar todos os seus reflexos para evitar colidir com Juncadella.

Seis dos doze carros danificados no sábado foram recuperados para a corrida de domingo. Como a pista se encontrava molhada, os catorze concorrentes tiveram que efectuar duas voltas atrás do Safety-Car antes da partida. Na ânsia de fugir aos seus perseguidores, Mortara quase deitava tudo a perder, tocando nos muros de protecção da curva um. Felizmente o seu Mercedes não acusou o toque, já o mesmo não poderá dizer Marciello, que para roubar o segundo lugar a Farfus nos primeiros metros da prova empurrou o brasileiro, danificando o radiador do seu Mercedes, desistindo pouco depois.

Farfus foi obrigado parar nas boxes para reparar a traseira do BMW, permitindo a Robin Frinjs assumir o segundo lugar. Numa corrida que teve a presença do Safety-Car por mais duas ocasiões em pista, mantendo o pelotão bastante compacto, anulando qualquer tipo de vantagem construída por Mortara, o holandês da Audi e Maro Engel travaram um duelo aceso pelo segundo posto, que Frinjs levou a melhor. Com Mortara a cometer ligeiros erros, que não o deixaram fugir claramente rumo ao triunfo, os três primeiros classificados terminaram separados por apenas um segundo e três décimas.

“Fomos competitivos quando tínhamos que ser. Foi uma corrida com muito stress, condições de pistas mistas, onde era fácil cometer erros. Eu próprio bati na primeira curva quando queria fugir”, explicou Mortara que junta este triunfo às vitórias em Macau na Fórmula 3 em 2009 e 2010 e na Taça GT Macau de 2011 a 2013. “Esta vitória é especial, porque é a minha primeira com a Mercedes e representa também o excelente trabalho dos mecânicos”.

Mortara sucede a Laurens Vanthoor, que não correu no domingo, devido aos danos causados na célula de segurança do seu Porsche no acidente de sábado, como detentor da Taça do Mundo FIA GT. A Mercedes fica com esse titulo, no que respeita aos construtores automóveis.

Na cerimónia do pódio não se abriram as garrafas de champanhe em respeito a Daniel Hegarty.

 

Maratona de reparações

O paddock do Grande Prémio não dormiu. As equipas de GT fizeram uma maratona para reparar os seus carros e tiveram que usar todos os recursos disponíveis. A Honda foi buscar o NSX GT3 que estava em exibição na concessionária da marca na cidade para reparar o carro de Renger Van der Zande, utilizando a caixa-de-velocidade, suportes do motor, entre outras coisas, do carro de exposição. O Audi R8 de Nico Muller recebeu as peças do carro que estava numa mostra na Doca dos Pescadores. A equipa alemã HCB Rutronik Racing canibalizou o carro de Fabien Plentz para Lucas di Grassi correr, ao passo que a Craft Bamboo Racing precisou de peças do Porsche de Vanthoor para colocar o carro de Darryl O’Young a andar. A FIST Team BMW praticamente que reconstruiu um carro novo para Marco Wittmann, mantendo apenas a célula de segurança do BMW M6 GT3, tendo até o tejadilho sido obrigada a trocar.

20 Nov 2017

Macau recebeu piloto com “sangue azul” que sonha com a Fórmula 1

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]erdinand Zvonimir von Habsburgo terminou o Grande Prémio de F3 em quarto lugar, após ter cruzado a meta com três rodas. No entanto, se ainda existisse o Império Austro-Húngaro, Ferdinand estaria a estudar para ser Imperador, em vez de piloto

Entre os 22 pilotos que estiveram a competir em Macau, também houve “sangue azul”, nomeadamente ligado ao Império Autro-Húngaro. Ferdinand Zvonimir von Habsburgo é o bisneto de Carlos I da Áustria, último imperador austríaco, e esteve em Macau atrás do sonho de chegar á Fórmula 1. Uma carreira fora do comum na família, como o próprio Ferdinand Habsburgo, de 20 anos, reconheceu.

“Do lado do meu pai, que é a família com as ligações directas à Casa de Lorena, sou o primeiro a dedicar-se a uma carreira no automobilismo. Talvez algum dos meus primos tenha experimentado de forma pontual este desporto, não tenho a certeza, mas sou o primeiro a ser profissional”, disse Ferdinand Zvonimir von Habsburgo, ao HM.

Apesar do bisavô, avô e pai se terem dedicado à política, Ferdinand, que tem mais duas irmãs, acredita que a vida que escolheu não é significativamente diferente da dos seus antecessores.

“Ao meus olhos, eles tinham aquele interesse genuíno pela política. E foram bons nessa área. Quando era criança nunca tive um interesse muito forte na política, ao contrário deles, o que realmente me interessa são os desportos motorizados. E foi numa carreira desta natureza que apostei”, defendeu.

“Somos uma família muito focada no que fazemos e, quando nos dedicamos a uma actividade fazemo-lo de forma muito séria, por isso não me considero diferente dos outros Habsburgo. Só estou focado numa actividade em que eles não estavam”, acrescentou.

Paixão pela F1

Apesar de ter uma população com menos de nove milhões de habitantes, a Áustria tem dois campeões mundiais de Fórmula 1, Niki Lauda, que venceu em 1975 e 1977, e Jochen Rindt, campeão mundial 1970. Rindt é o único campeão a título póstumo, uma vez que morreu durante os treinos para o Grande Prémio de Itália, desse ano.

Enquanto Lauda, cujo pai era um importante homem de negócios, sempre teve a família contra a sua carreira, apesar de ter sido campeão mundial em duas ocasiões, o mesmo não se passou com Ferdinand.

“A minha família sempre aceitou bem este meu interesse. O facto de eu ser muito dedicado, mostrou-lhes que era algo que eu queria levar a sério. É esse o tipo de mentalidade que eles esperavam que eu tivesse. Fosse enquanto piloto de desportos motorizados ou trabalhador de uma fábrica se fosse essa a carreira que eu queria…”, apontou. “Quanto a esta última profissão não tenho tanta a certeza que me apoiassem”, admitiu o piloto de 20 anos.

“Por outro lado, eles financiam-me, por isso acho que se não me esforçasse e os resultados não aparecessem por falta de empenho que me diriam: ‘nós amamos-te, mas estás a desperdiçar o nosso dinheiro’. O que também pode acontecer com qualquer aluno que vá para a universidade”, acrescentou.

Gosto pela música

Uma conversa com Ferdinand Zvonimir von Habsburgo permite facilmente perceber que o piloto de 20 anos não tem nos seus horizontes a política. Actualmente a viver em Londres, Ferdinand admite que se não tivesse enveredado por uma carreira no desporto, teria escolhido ser músico, área em que se gostaria de ter formado.

“Não sei como vai ser o futuro e o que vou querer fazer, quando deixar o automobilismo. Contudo, se não tivesse escolhido ser piloto, teria sido músico. Quando tinha mais tempo, cheguei a fazer parte de algumas bandas, e desde pequeno que sempre toquei diferentes instrumentos, como bateria, guitarra, piano. Também sei cantar”, admitiu Habsburgo.

“Mas agora estou um pouco ferrugento. Como piloto só estou em casa dois ou três dias por semana, e não tenho tempo para praticar. Às vezes toco só para relaxar”, sublinhou.

Este é um percurso universitário que o austríaco admite seguir, quando abandonar a carreira de piloto: “Nos próximos anos vou ser piloto, quero chegar à Fórmula 1 e esta é uma carreira que exige uma dedicação a 100 por cento. Mas quando acabar, talvez vá estudar para um conservatório”, explicou.

Segunda visita

Esta foi a segunda vez que Habsburgo esteve em Macau, depois de em 2016 também ter competido na Fórmula 3, corrida que não terminou. Uma primeira visita de má memória para o austríaco, que estava doente e mal saiu do hotel.

“Este ano cheguei a Macau, uma semana antes da corrida, e tive dois dias para ver a cidade. Como já cá tinha estado no ano passado sabia os locais onde queria ir. Aproveitei para visitar a parte antiga da cidade e gostei muito”, confessou.

“Também aproveitei para dar uma volta por algumas lojas e restaurantes. Para ser sincero gostei muito da comida portuguesa e macaense”, frisou.

Apesar de nem sempre acontecer, desta vez Ferdinand contou com o apoio do pai, Karl von Habsburgo, que o abraço fortemente no final da corrida, depois do despiste que lhe custou a vitória.

“O meu pai conseguiu acompanhar-me este fim-de-semana. Como é uma pessoa muito ocupada, isso nem sempre acontece, mas desta vez conseguiu. Ele conhece melhor esta parte da Ásia do que eu, e gosta muito de vir a Hong Kong e Macau”, revelou sobre o sobrinho de Carlos I da Áustria.

20 Nov 2017

Grande Prémio de Macau | Eurico de Jesus: “O meu objectivo era manter-me seguro”

O que é que se passou nesta corrida?

Penso que tive o set-up errado para o meu carro. O carro estava muito escorregadio  e de muito difícil condução especialmente com este tipo de tempo. A pista não está demasiado má, mas por causa da chuva, ainda que seja pouca, não tinha visibilidade nenhuma, o que torna a corrida um pouco perigosa, especialmente este ano em que temos duas classes diferentes. Acaba até por ser muito perigoso. Logo na primeira volta, quando cheguei à montanha e os carros de maior potência chegaram a mim, deram-se situações de muito perigo. Mas, felizmente, conseguimos resistir e correu tudo bem. Mas no último momento da corrida houve alguns acidentes sérios em que os carros saíram da estrada e tivemos de parar a corrida.

Têm duas classes em que uma é muito mais rápida do que a outra. Vale a pena correr nestas circunstâncias?

O problema não é a outra classe ser mais rápida. O problema é que com o chão um pouco escorregadio, eles são mais rápidos nas rectas mas são mais lentos nas curvas.

São 34 carros ao mesmo tempo. Sabia em que posição estava ou limitava-se a guiar?

Para ser honesto, porque não estou a lutar pela corrida, mas sim pela minha classe, a rádio foi-me informando em que posição é que eu estava e por isso ia sabendo do meu lugar. O meu objectivo era manter-me seguro e manter o carro inteiro. Fiquei no décimo lugar na minha classe e tínhamos 18 carros.

Era o que esperava?

Não é exactamente um bom resultado. Não estava com um carro realmente competitivo. Como as regras mudaram nós agora podemos fazer muitas mudanças nos motores e havia carros com melhores condições do que o meu. Talvez no próximo ano possamos regressar com melhores condições.

O que achou deste fim-de-semana de corridas?

Em primeiro lugar estou muito triste por causa do acidente de sábado. Também somos pilotos e apesar de não estarmos a conduzir motas, estamos muito tristes. Antes de começarmos a corrida já sabíamos que os nossos carros não eram muito competitivos e por isso o nosso objectivo era também divertirmo-nos e fazer o melhor que pudéssemos.

Divertiu-se então?

Nem por isso. Mas está tudo bem. Não tivemos acidentes de maior e todos os nossos pilotos estão bem.

João Filipe e Sofia Margarida Mota

Jerónimo Badaraco

“Estou muito contente com o meu carro e com a minha equipa”

Começou em terceiro lugar, na categoria 1600cc. Como é que conseguiu chegar ao primeiro lugar?

A primeira coisa que tinha de ter em mente era ter uma condução segura porque o piso não estava muito bom e tinha muita água. A nossa corrida que agora está dividida em duas classes e faz com que seja mais difícil para nós. Os carros da outra classe têm muito mais vantagem nesta condição do circuito. Há muitos qualificados de 1950cc que andam menos mas com este tipo de piso conseguem avançar. Por outro lado, e como estava tudo tão confuso, só soube que estava em primeiro lugar quando acabei a corrida. Calculava que estava nos primeiros três lugares, mas depois houve um acidente e quando voltei é que perguntei qual a minha posição e afinal era o primeiro lugar. Estava a lutar com o Paul Poon e não sabia que era pelo primeiro lugar.

Acabou por ultrapassá-lo durante a corrida e não reparou?

Não, não reparei. Com esta chuva, a visibilidade é mesmo muito reduzida e é muito perigoso.

Vai continuar a correr na mesma equipa?

Agora só quero descansar um bocadinho e ter férias sem ter de pensar em corridas nem em carros de corridas, e depois logo se vê, no próximo ano, o que vou fazer.

Está a pensar deixar as corridas?

Logo se vê, para já só quero relaxar um bocadinho. Depende também do patrocínio Estou muito contente com o meu carro e com a minha equipa. Vamos ver.

20 Nov 2017