Japão | Revisto em alta crescimento económico no primeiro trimestre

O ano começou bem para o país do sol nascente com os índices económicos, assentes no consumo interno, a superarem as melhores expectativas nos primeiros três meses de 2023

 

O Japão reviu ontem em alta a estimativa para o crescimento da economia no primeiro trimestre do ano, para 0,7 por cento, em relação aos três meses anteriores, segundo dados preliminares divulgados ontem pelo Governo nipónico.

A estimativa é superior ao valor preliminar de 0,4 por cento divulgado a 17 de Maio pelo Governo japonês e deve–se a um aumento superior ao inicialmente calculado no investimento de capital das empresas.

De acordo com dados oficiais, os investimentos feitos pelas empresas japonesas entre Janeiro e Março subiram 1,4 por cento em comparação com o último trimestre de 2022, uma revisão em alta do valor de 0,9 por cento publicado em Maio.

Esta variação compensou uma revisão em baixa, de um décimo, para 0,5 por cento, da recuperação do consumo nos primeiros três meses do ano. O consumo é o principal motor económico do país, representando cerca de 60 por cento da economia nipónica.

Em comparação com o mesmo trimestre de 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) japonês terá crescido 1,9 por cento, mais seis décimos percentuais do que o inicialmente estimado. O PIB do Japão tinha crescido 1 por cento durante o ano passado devido a uma diminuição do consumo.

O governo japonês também baixou a estimativa para o investimento público feito durante os primeiros três meses de 2023, que, segundo os dados revistos de ontem, aumentou 1,5 por cento em relação ao trimestre anterior, ante os 2,4 por cento indicados no relatório preliminar.

No final de Abril, o novo governador do Banco do Japão (BoJ) disse que a instituição vai manter a ampla estratégia de flexibilização monetária, que inclui taxas ultra baixas, porque a inflação ainda não é suficientemente forte para considerar a retirada destas medidas.

Défice recorde

Questionado se o BoJ está a considerar alterar o plano para controlar a curva de rendimento das obrigações do Estado, Kazuo Ueda disse que isto dependeria da evolução da economia, da inflação e de outros factores.

Contudo, tanto o governador cessante, Haruhiko Kuroda, como Ueda insistiram na necessidade de manter as actuais medidas de flexibilização, dada a situação da economia japonesa, e apesar da aceleração da inflação nos últimos meses devido principalmente à subida global dos preços da energia e das matérias-primas.

O Japão registou um défice comercial recorde de 21,7 biliões de ienes (147,2 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2022, que terminou a 31 de Março deste ano.

As importações japonesas cresceram 32,2 por cento, para 121 biliões de ienes (818,4 mil milhões de euros), um crescimento de 32,2 por cento, duas vez mais rápido do que as exportações, que aumentaram 15,5 por cento para 99,2 biliões de ienes (671,4 mil milhões de euros).

Excedentes a subir

A balança de pagamentos do Japão registou um excedente de 1,89 biliões de ienes (12,7 mil milhões de euros) em Abril, mais 76,3 por cento do que em igual mês do ano passado, avançou ontem o Governo. Ainda assim, o excedente foi 16,8 por cento inferior ao obtido em Março, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério das Finanças japonês.

A balança de pagamentos do Japão permaneceu no positivo em Abril devido à balança de rendimentos, referente aos investimentos no estrangeiro, que registou um excedente de 3,1 biliões de ienes (20,5 mil milhões de euros), mais 3,1 por cento do que em igual mês de 2022. A balança de pagamentos reflecte os pagamentos e receitas do comércio exterior de bens, serviços, rendimentos e transferências, sendo considerado um dos mais amplos indicadores comerciais de um país.

9 Jun 2023

Ucrânia | Pequim manifesta “grande preocupação” com impacto humanitário da destruição de barragem

A China manifestou na quarta-feira “grande preocupação” perante a destruição da barragem de Kakhovka (sul da Ucrânia) e o consequente impacto humanitário, económico e ecológico, num momento em que Kiev e Moscovo trocam acusações sobre a responsabilidade pelo sucedido.

Numa conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, afirmou que “todas as partes no conflito” devem “respeitar o direito humanitário” e “fazer tudo o que estiver ao seu alcance para proteger os civis e salvaguardar as instalações civis” no contexto do conflito em curso no território ucraniano, desencadeado pela ofensiva militar russa iniciada em Fevereiro de 2022.

“A posição da China sobre a crise na Ucrânia é consistente e clara. Nas circunstâncias actuais, esperamos que todas as partes se comprometam com uma solução política para a crise e trabalhem em conjunto para aliviar a situação”, referiu o porta-voz, de acordo com uma transcrição disponibilizada no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

A barragem de Kakhovka situa-se na região de Kherson, anexada pela Rússia, mas as forças ucranianas controlam a parte situada na margem direita do rio Dniepre e as tropas russas a margem esquerda.

Mais de 2.700 pessoas foram retiradas de zonas inundadas na sequência da destruição, na terça-feira, da barragem de Kakhovka, anunciaram as autoridades ucranianas e russas na quarta-feira.

A generalidade da comunidade internacional culpou a Rússia, mas o secretário-geral da ONU, António Guterres, mostrou-se prudente numa reação divulgada na terça-feira, por falta de informações independentes. Considerou, porém, tratar-se de uma “monumental catástrofe humana, económica e ecológica”, e mais uma “consequência devastadora da invasão russa” da Ucrânia.

9 Jun 2023

Pequim quer que Portugal adopte políticas “racionais” e “autónomas” sobre 5G

A China disse ontem esperar que Portugal adopte políticas “racionais” e “autónomas”, após um órgão consultivo do Governo português ter deliberado a exclusão de facto de empresas chinesas do desenvolvimento das redes de quinta geração (5G).

“Esperamos que o lado português faça escolhas políticas racionais de forma autónoma e adira à criação de um ambiente de negócios aberto, justo e não discriminatório”, afirmou o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa nota enviada à agência Lusa, em Pequim.

A diplomacia chinesa considerou que “construir muros e barreiras” e “quebrar laços” só “prejudica os mais vulneráveis”. “A cooperação com benefícios mútuos é o único caminho certo”, realçou.

No mês passado, a Comissão de Avaliação de Segurança, no âmbito do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço de Portugal, divulgou uma deliberação sobre o “alto risco” para a segurança das redes e de serviços 5G do uso de equipamentos de fornecedores que, entre outros critérios, sejam de fora da União Europeia, NATO ou OCDE e cujo “ordenamento jurídico do país em que estão domiciliados permita que o Governo exerça controlo, interferência ou pressão sobre as suas actividades a operar em países terceiros”.

A deliberação não refere nomes de empresas ou de países, mas surge após anos de pressão exercida por Washington sobre os países aliados para que excluam o grupo tecnológico chinês Huawei das infraestruturas de telecomunicações.

Os Estados Unidos apontam para a Lei Nacional de Inteligência da China, que estipula que “todas as organizações e cidadãos devem apoiar, ajudar e cooperar com o Estado em matéria de Inteligência Nacional”.

A empresa negou categoricamente aquelas acusações e lembrou que a lei chinesa não exige que a Huawei instale mecanismos ocultos nas redes ou equipamentos que permitam o acesso não autorizado a dados e informações.

Outros países, incluindo Reino Unido, Austrália ou Suécia, baniram já a Huawei de participar no desenvolvimento das suas redes de 5G.

Conselhos vários

No comunicado enviado à Lusa, o Governo chinês diz que se opõe à “politização” de questões tecnológicas, ao “abuso do poder do Estado” e à “violação das regras do comércio internacional” e dos “princípios da economia de mercado”.

“A China é contra a formulação de políticas e regulamentos discriminatórios e exclusivos e opõe-se à supressão e imposição de restrições a empresas estrangeiras”, lê-se na mesma nota.

“Esperamos que o lado português proteja os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas e adopte medidas práticas para atrair investimento estrangeiro e expandir as oportunidades de cooperação”, acrescentou.

As redes de quinta geração, a Internet do futuro, estão na base de vários avanços tecnológicos, incluindo a condução autónoma ou fábricas inteligentes.

9 Jun 2023

Bancos chineses reduzem remuneração dos depósitos a prazo

A medida visa promover a recuperação económica após o fim da estratégia ‘zero covid’ levada a cabo nos últimos anos

 

Os principais bancos estatais da China reduziram ontem as taxas dos depósitos a prazo, visando estimular o crescimento da segunda maior economia mundial, face à recuperação débil registada após o fim da estratégia ‘zero covid’.

Vários indicadores económicos, incluindo o comércio externo, consumo ou actividade da indústria transformadora sugerem um desaceleramento na recuperação da economia da China, após Pequim ter abolido, em Dezembro, as medidas de prevenção contra a covid-19, que no ano passado empurraram o país para um ciclo de bloqueios e estagnação.

Para desencorajar a poupança, de modo a promover a actividade e apoiar a economia, os principais bancos do país reduziram as taxas para a remuneração dos depósitos.

O Banco Industrial e Comercial da China, o Banco de Construção da China, o Banco da China e o Banco Agrícola da China reduziram em cerca de 15 pontos base a taxa de remuneração para depósitos a prazo. A medida, que responde a um pedido do Governo chinês, entrou ontem em vigor.

“É provável que os bancos menores sigam o exemplo”, afirmou Ting Lu, analista do banco de investimento japonês Nomura Bank. Os principais bancos chineses já tinham reduzido em Setembro, pela primeira vez desde 2015, a taxa de juros dos depósitos.

Das quedas

Segundo dados divulgados na quarta-feira pelas alfândegas da China, as exportações do país registaram em Maio uma queda homóloga de 7,5 por cento, enquanto as importações caíram 4,5 por cento.

A recuperação do consumo em Maio ficou também aquém do esperado, sinalizando falta de confiança dos consumidores, perante as fracas perspectivas económicas e possíveis perdas de empregos.

Segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) da China, a taxa oficial de desemprego jovem (entre os 16 e 24 anos) ascendeu a 20,4 por cento em Abril, um novo máximo histórico e muito acima do valor de 13 por cento registado em 2019, antes da pandemia.

Também a actividade da indústria transformadora da China voltou a contrair no mês passado, de acordo com dados oficiais divulgados na semana passada.

Cortes nas taxas fixadas pelo Banco Popular da China são esperados devido à “rápida deterioração” de vários indicadores económicos, disse Ting Lu.

O crescimento económico nos primeiros três meses do ano acelerou para 4,5 por cento, em comparação com igual período de 2022, mas os analistas dizem que o pico da recuperação provavelmente já passou. O ritmo de crescimento ficou também aquém da meta estabelecida pelo Partido Comunista para este ano: “cerca de 5 por cento”.

9 Jun 2023

Presidente chinês pede “milagres” contra desertificação no norte do país

O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu hoje “novos milagres” na luta contra a desertificação, durante uma visita à região da Mongólia Interior, onde tiveram origem várias das tempestades de areia que atingiram o norte da China, nos últimos anos.

Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, o Presidente da China exortou a que se trabalhe com “coragem, determinação e perseverança”, no sentido de “consolidar a barreira verde que se estende ao longo de milhares de quilómetros” no norte do país.

Xi Jinping, que fez estas declarações na localidade de Bayannur, na fronteira com a Mongólia, destacou que o pasto nos prados da região tem sido “excessivo” e que “algo deve ser feito para reabilitar as pastagens”. O líder chinês também lembrou que a “China é um dos países onde o fenómeno da desertificação é mais grave” e que os “problemas de desertificação se registam em áreas economicamente subdesenvolvidas”.

“As catástrofes do sistema ecológico causadas pela desertificação, os perigos das tempestades de areia e da erosão dos solos limitaram o desenvolvimento económico e social do norte da China”, disse Xi, acrescentando, no entanto, que o controlo da desertificação no país “mostra uma tendência positiva”.

Xi culpou as “condições anormais geradas por alterações climáticas” pelas tempestades de areia que atingiram a China com “mais frequência” nos últimos dois anos.

Em abril passado, tempestades de areia originárias de partes do deserto de Gobi, situado no norte da China e no sul da Mongólia, varreram o norte do país, afetando mais de 400 milhões de pessoas e uma área com 2,29 milhões de quilómetros quadrados.

Citado pela imprensa local, o meteorologista Zhang Mingying explicou que a intensidade desses eventos se deve à falta de chuva e ausência de cobertura de neve no norte da China durante o inverno e início da primavera, o que facilita que o vento arraste a areia acumulada e o pó em suspensão.

8 Jun 2023

Timor-Leste | PD confirma aliança com CNRT para formar novo Executivo

Sem surpresas o CNRT, de Xanana Gusmão prepara-se para assumir as rédeas do país em conjunto com o terceiro partido mais votado, o Partido Democrático de Mariano Assanami Sabino

 

O Partido Democrático (PD) de Mariano Assanami Sabino, a terceira força política mais votada nas legislativas de Maio, confirmou ontem a aliança com o vencedor, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), para a formação do 9.º Governo de Timor-Leste.

“O PD cumpre sempre o seu papel e está pronto para cumprir as suas funções”, disse o presidente do partido, Mariano Assanami Sabino, depois de uma reunião com o Presidente timorense José Ramos-Horta.

“O importante é, no futuro, todas as forças políticas, a sociedade civil, trabalharem pelo bem do país. Agora terminou o período eleitoral, e cada um tem que assumir as suas funções, o seu papel”, disse.

Sabino disse aos jornalistas que a reunião foi apenas preliminar e que ainda há que esperar a tomada de posse dos novos deputados.

“O Presidente convidou o PD para um encontro, para falarmos do calendário para avançarmos. Confirmamos que o PD e o CNRT vão juntos no próximo Governo”, disse Sabino.

“O PD está sempre preparado e pronto. O calendário depende do Presidente da República”, afirmou, explicando que o partido vai realizar a sua Conferência Nacional a 10 de Junho, aniversário do partido.

O secretário-geral do PD, António da Conceição, disse que ainda não houve conversações com o CNRT sobre a divisão de pastas.

“O PD tem optado sempre por um princípio de partilha de responsabilidades e durante a nossa conversa com o senhor Presidente, [Ramos-Horta] pediu que nos responsabilizássemos juntos por esta governação, um Governo de grande responsabilidade ao longo dos próximos cinco anos”, afirmou.

“Ainda não falámos de pastas. Tivemos dois encontros com o CNRT, para aceitação de que vamos juntos, mas ainda não houve diálogo sobre pastas ou sobre o programa do Governo, que vamos fazer em conjunto”, explicou Conceição. Uma fonte do PD confirmou à Lusa que a próxima reunião do CNRT e do PD está prevista para 09 de Junho.

Encontro presidencial

José Ramos-Horta encontrou-se com os representantes do PD, após uma reunião com o presidente do CNRT, partido vencedor das legislativas timorense, Xanana Gusmão.

“Depois das primeiras sessões do novo parlamento, haverá então a reunião formal com o primeiro-ministro indigitado e, depois disso, a tomada de posse do Governo. Hoje estou aqui apenas como presidente do partido mais votado”, considerou Xanana Gusmão.

O líder do CNRT escusou-se a fazer qualquer comentário sobre a composição do futuro Governo, sobre se incluirá apenas elementos do seu partido e do PD ou sobre as prioridades do programa, remetendo essas declarações para depois da indigitação como novo primeiro-ministro.

7 Jun 2023

EUA | Antony Blinken vai reagendar viagem a Pequim

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, deve reagendar uma visita à China nas próximas semanas, após a viagem prevista para Fevereiro ter sido cancelada, adiantou na terça-feira uma autoridade dos Estados Unidos.

De acordo com esta fonte, que falou com a agência France-Presse (AFP) sob a condição de anonimato, ainda não há data marcada para a viagem.

As duas potências tentam novamente aliviar as tensões reavivadas pela presença, em Fevereiro, sobre solo norte-americano, daquilo que os Estados Unidos consideraram ser um ‘balão espião’ chinês, que acabou derrubado por Washington.

Este incidente levou ao cancelamento de uma visita do chefe da diplomacia norte-americana à China.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, referiu que as discussões recentes em Pequim, durante uma visita de várias autoridades norte-americanas, foram “muito úteis” e levantaram “possíveis visitas futuras”.

“Acho que vão ver-nos a discutir futuras visitas lá num futuro muito próximo”, sublinhou Kirby aos jornalistas.

O porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, realçou também que o subsecretário de Estado dos EUA para o Leste Asiático, Daniel Kritenbrink, e Sarah Beran, assessora do Presidente Joe Biden para assuntos da China e Taiwan, tiveram “discussões francas e produtivas” durante a recente viagem à China.

Sobre Blinken, Patel garantiu que esta será reagendada “assim que as condições permitam”.

“A nossa opinião é que não há nada melhor do que reuniões ou compromissos cara a cara, seja em Washington ou em Pequim, para levar as negociações avante”, destacou Patel.

7 Jun 2023

HK | Pedida proibição da transmissão de hino dos protestos de 2019

O Governo de Hong Kong disse ontem ter pedido ao Tribunal Superior local uma providência cautelar para proibir a transmissão de “Glory to Hong Kong”, canção ligada às manifestações antigovernamentais de 2019, por alegadas “intenções sediciosas”.

O objectivo é “impedir que a canção seja transmitida ou executada com a intenção de incitar outros à secessão ou para fins sediciosos”, indicou, em comunicado, o Departamento de Justiça, que apresentou o pedido na segunda-feira.

O Governo da região semiautónoma chinesa também pretende “impedir que a canção seja transmitida ou executada como hino nacional de Hong Kong com a intenção de insultar o hino oficial”, bem como “salvaguardar a segurança nacional e preservar a dignidade do hino” da China.

“Glory to Hong Kong” (Glória a Hong Kong) é uma canção de protesto composta e escrita por um músico sob o pseudónimo “Thomas dgx yhl”, embora os internautas do fórum LIHKG, particularmente activos durante os protestos de 2019, também tenham contribuído.

Para alguns habitantes de Hong Kong, a canção foi uma forma de protesto em relação a uma maior integração na China.

A canção foi amplamente divulgada em 2019 e a letra contém ‘slogans’ considerados pelas autoridades como “constituindo secessão”, afirmou o Governo.

As autoridades locais consideraram ainda ser “altamente provável que a canção continue a ser amplamente divulgada”, o que “viola a Lei de Segurança Nacional de Hong Kong”, que abrange actos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua.

7 Jun 2023

Comércio externo da China contrai em Maio

As exportações da China registaram em Maio uma queda homóloga de 7,5 por cento, enquanto as importações caíram 4,5 por cento, ilustrando a débil recuperação da segunda maior economia do mundo após o fim da estratégia ‘zero covid’.

As exportações caíram para 283,5 mil milhões de dólares, revertendo o crescimento de 8,5 por cento registado em Abril, face à queda na procura global por bens de consumo, depois de os bancos centrais dos Estados Unidos, Europa e países asiáticos terem subido as taxas de juro, visando travar a inflação galopante.

As importações voltaram a cair para 217,7 mil milhões de dólares, após registarem uma contração de 7,9 por cento no mês anterior.

A contração no comércio externo indica um desaceleramento na recuperação da economia da China, após Pequim ter abolido, em Dezembro, as medidas de prevenção contra a covid-19, que no ano passado empurraram o país para um ciclo de bloqueios que paralisaram a actividade económica.

A recuperação do consumo ficou também aquém do esperado, sinalizando falta de confiança dos consumidores, perante as fracas perspectivas económicas e possíveis perdas de empregos.

Da estagnação

Segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) da China, a taxa oficial de desemprego jovem ascendeu a 20,4 por cento em Abril, um novo máximo histórico e muito acima do valor de 13 por cento registado em 2019, antes da pandemia.

Também a actividade da indústria transformadora da China voltou a contrair em Maio, de acordo com dados oficiais divulgados na semana passada.

O crescimento económico nos primeiros três meses do ano acelerou para 4,5 por cento, em comparação com igual período de 2022, mas os analistas dizem que o pico da recuperação provavelmente já passou.

O ritmo de crescimento ficou também aquém da meta estabelecida pelo Partido Comunista para este ano: “cerca de 5 por cento”.

O excedente comercial global da China em Maio diminuiu 16,1 por cento, em relação ao ano anterior, para 65,8 mil milhões de dólares, de acordo com a Administração Geral das Alfândegas.

No acumulado do ano, as importações caíram 6,7 por cento, em relação ao mesmo período de 2022, para pouco mais de 1 bilião de dólares. O crescimento das exportações, entre Janeiro e Maio, fixou-se em 0,3 por cento, ascendendo a 1,4 biliões de dólares.

7 Jun 2023

Caminhos-de-ferro | Fabricado veículo ‘verde’ para exportação

A construtora chinesa CRRC Tangshan, também ligada ao metro do Porto, investe agora num modelo ecológico com destino à Argentina

A chinesa CRRC Tangshan, fornecedora das novas composições para a rede de metro do Porto, anunciou ontem que está a fabricar o primeiro veículo leve sobre trilhos movido a novas energias para exportação, com destino à Argentina.

Cada unidade vai ser equipada com duas baterias de fosfato de ferro de lítio, alimentadas a energia solar e com capacidade de 353 quilowatts por hora, informou a empresa, citada pelo jornal oficial Global Times.

A velocidade operacional máxima é de 60 quilómetros por hora e a capacidade de cada composição varia entre 72 e 388 passageiros, dependendo do número de vagões.

Segundo a CRRC, trata-se do primeiro VLT (veículo leve sobre trilhos) de fabrico chinês a entrar em operação no mercado argentino, como parte de um contrato celebrado entre a empresa e as autoridades da província de Jujuy, em Maio do ano passado.

Este não é o único projecto da CRRC na Argentina, cujo Governo assinou três memorandos de entendimento com a referida empresa e com a China Railway International Group (CRIG), em Janeiro de 2022, para impulsionar o “plano de modernização do transporte ferroviário” do país.

Dois anos antes, em Dezembro de 2020, a Argentina assinou acordos com quatro empresas chinesas, num valor total de 4.695 milhões de dólares, para a compra de comboios de passageiros e a execução de obras em linhas ferroviárias de carga.

Corrida de comboios

A China Railway Rolling Stock Corp Tangshan (CRRC Tangshan), que tem sede na província chinesa de Hebei, entregou, em Fevereiro passado, a primeira de 18 novas composições encomendadas pela Metro do Porto.

As composições vão servir as novas linhas Rosa, no Porto, entre São Bento e a Casa da Música, e o prolongamento da linha Amarela, entre Santo Ovídio e Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia, ambas já em construção.

Fundada em 1881, a CRRC Tangshan é uma empresa chinesa com larga tradição na produção de comboios, comboios de alta velocidade e veículos para metro. É o maior fabricante mundial de material circulante ferroviário, com sede em Pequim e emprega mais de 180 mil trabalhadores.

A empresa chinesa está actualmente na corrida ao concurso de aquisição de 117 automotoras para os serviços regional e suburbano da CP – Comboios de Portugal.

A CRRC Tangshan foi também, em parceria com a francesa Thales, um dos concorrentes derrotados no contrato de aquisição de 42 carruagens e de um novo sistema de sinalização ferroviária para o Metropolitano de Lisboa, atribuído em 2020.

7 Jun 2023

Ligações aéreas China – EUA continuam reduzidas a 6% de 2019

O número de ligações aéreas entre China e Estados Unidos corresponde actualmente a seis por cento do volume de 2019, apesar de Pequim ter abolido as restrições implementadas durante a pandemia, divulgou ontem uma organização do sector.

“Apesar de a procura justificar a abertura de mais voos, existem dificuldades nas conversações bilaterais para retomar as ligações”, admitiu o vice-presidente para o Norte da Ásia da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), Xie Xingquan, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. Actualmente, há 24 voos semanais entre os dois países, observou Xie.

A Rússia encerrou o espaço aéreo às companhias de 36 países, tornando mais longas e dispendiosas as ligações entre a Ásia e a América do Norte e a Europa.

No entanto, as companhias aéreas chinesas continuam a ter acesso ao espaço aéreo russo, uma vantagem que é vista com desconfiança pelas companhias aéreas dos EUA, segundo o SCMP.

Xie destacou “factores geopolíticos” entre os motivos que tornam a retoma dos voos entre as duas potências um “assunto delicado”.

O gestor disse ainda que as companhias aéreas chinesas estão a ter “dificuldades” em restabelecer as suas ligações com o resto do mundo, por terem perdido os espaços que lhes era reservado nos aeroportos internacionais, em resultado do encerramento quase total das fronteiras do país asiático ao longo de quase três anos, no âmbito da estratégia ‘zero covid’, que foi desmantelada em Dezembro passado.

Lenta recuperação

Segundo a Administração de Aviação Civil da China, os voos de e para a China transportaram 2,2 milhões de passageiros, no primeiro trimestre de 2023, valor que representa 12,4 por cento do volume registado no mesmo período de 2019.

O sector da aviação chinesa perdeu 217,440 milhões de yuan, em 2022, devido ao impacto das restrições impostas para suprimir surtos de covid-19.

As companhias aéreas chinesas e estrangeiras estão a retomar gradualmente as rotas que ligavam a China ao resto do mundo antes da pandemia, durante a qual o país asiático limitou o seu tráfego aéreo internacional a menos de 2 por cento do existente em 2019.

As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China.

Nos últimos meses as tensões foram renovadas por questões como o derrube em território norte-americano de um balão da China alegadamente usado para fins de espionagem, a posição de Pequim sobre a guerra na Ucrânia e a possível proibição nos EUA da aplicação de vídeo TikTok, desenvolvida pela empresa chinesa ByteDance.

7 Jun 2023

Timor-Leste | Presidente reúne com Xanana para discutir novo Governo

A reunião entre os dois históricos líderes timorenses deverá confirmar a formação de um novo executivo a partir da aliança entre o partido vencedor das eleições, o CNRT, e a terceira força partidária o PD

 

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, confirmou que vai reunir-se hoje com o presidente do partido vencedor das legislativas de 21 de Maio, Xanana Gusmão, para discutir o novo Governo.

“Amanhã (hoje) vou encontrar-me com o presidente do CNRT [Congresso Nacional da Reconstrução Timorense] seguido do presidente do PD [Partido Democrático] para discutir a formação do novo Governo, do nono Governo”, disse Ramos-Horta, num discurso no Palácio Presidencial.

O encontro com Xanana Gusmão, que será o próximo primeiro-ministro, e com os responsáveis do PD, é um dos primeiros passos no processo de formação da nova maioria parlamentar que sustentará o próximo Governo.

O cenário mais provável é o de uma aliança entre o CNRT e o PD, numa maioria de 37 deputados, tendo os dois partidos começado já negociações para esse processo.

Os líderes das bancadas do parlamento nacional deverão definir a data de tomada de posse dos novos 65 deputados eleitos, podendo dias depois concluir-se a tomada de posse do executivo, que deverá incluir membros do CNRT e do PD.

Ramos-Horta falava perante várias individualidades timorenses e representantes do corpo diplomático, numa conferência sobre as eleições legislativas de 21 de Maio e as suas implicações na política doméstica e interna do país.

No encontro, o chefe de Estado defendeu a necessidade de acelerar o processo, tendo em conta os compromissos internacionais, como o cumprimento do roteiro de adesão de Timor-Leste à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), e os objectivos nacionais de desenvolvimento.

O chefe de Estado defendeu ainda que o novo executivo dê continuidade a projectos de importância iniciados pelo actual executivo, como o cabo de fibra óptica submarino ou as obras no aeroporto da capital, Díli.

Expectativas presidenciais

No seu discurso, Ramos-Horta disse que espera que o novo Governo seja pragmático em algumas das suas políticas, nomeadamente no combate à “totalmente inaceitável insegurança alimentar” que ainda existe, 20 anos depois da restauração da independência.

Aspecto que considerou “urgente e prioritário”, uma questão “moral imperiosa”, mas que é também um “investimento no futuro”, nas novas gerações. Mais esforços na educação e na saúde nacional são outras prioridades, disse.

Ramos-Horta disse que gostaria que houvesse uma suficiente maioria de apoio ao Governo no Parlamento Nacional para que possa “aprovar uma lei que permita governar, nos próximos anos, com ordens executivas em alguns assuntos prioritários”.

“Tudo o relacionado com o nosso processo de adesão à ASEAN, que seja feito pelo Conselho de Ministros. Enviam para mim e eu assino para acelerar. Se não fizermos isso, vai ser muito difícil implementar o roteiro”, considerou.

O chefe de Estado pediu ainda ao futuro Governo que “não despeça gente a torto e a direito” e que se esforce para abraçar todos, mesmo os derrotados nas eleições.

“É uma pena neste país que quando um novo Governo entra, até os pobres empregados de limpeza que não pertencem ao partido político certo são despedidos. Imagine-se nos níveis mais altos”, afirmou.

Sobre a transição geracional, Ramos-Horta recordou que muitos dos que ainda se continuam a referir como “nova geração”, já não são tão jovens: “alguns dos que se dizem jovens até já são avós”.

O chefe de Estado mostrou-se ainda confiante que o pragmatismo predomine nas negociações entre Timor-Leste e a Austrália para fechar o acordo sobre a exploração dos poços de Greater Sunrise.

“Já se demorou demasiado tempo. Temos que chegar a acordo sobre o desenvolvimento. Há 10 anos os australianos diziam que trazer o gasoduto para Timor não era viável, agora dizem que já é, mas o problema é o custo. Se for esse o problema, podemos mobilizar recursos”, disse.

Indícios de fraude

O CNRT, o partido mais votado nas legislativas timorenses de 21 de Maio, considera haver indícios de fraude eleitoral, incluindo na atribuição de votos errados a partidos, mas reiterou que respeita o resultado. Responsáveis do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) referem ter recolhido mais de 70 irregularidades na tabulação em vários pontos do país, explicando que vão encaminhar as queixas para o Ministério Público (MP) para investigação “Detectámos cerca de 70 irregularidades na introdução de números na base de dados entre as actas dos centros de votação e da tabulação municipal”, explicaram aos jornalistas o porta-voz do CNRT, Tomás Cabral, e uma deputada do partido, Carmelita Moniz.

“Respeitamos o resultado validado pelo Tribunal [de Recurso], respeitamos a decisão, mas estamos a dizer que isto não fica por aqui. A investigação do MP tem que andar e as violações, se foram um crime, têm que ser punidas por lei”, afirmou Tomás Cabral.

Novos deputados dia 22

Os líderes das bancadas do parlamento nacional timorense deliberaram ontem marcar para 22 de Junho a tomada de posse dos seus sucessores, eleitos no mês passado, confirmaram fontes parlamentares. As fontes parlamentares explicaram à Lusa que a decisão foi tomada numa reunião de mais de duas horas e meia dos líderes das bancadas, onde os representantes dos partidos da maioria chegaram a defender a realização da tomada de posse mais tarde. Duarte Nunes, chefe da bancada do CNRT, confirmou que a decisão de 22 de Junho foi a possível, explicando que as bancadas da actual maioria cessante chegou a insistir numa tomada de posse muito mais tarde, em Setembro.

“Foi a decisão tomada na reunião dos líderes. Para nós é uma data aceitável e melhor do que arrastar até Setembro”, disse. A data acordada ontem é dez dias mais tarde do que o Presidente da República, José Ramos-Horta, tinha solicitado ao presidente do Parlamento, Aniceto Guterres Lopes, durante a reunião de ambos, também ontem, no Palácio Presidencial.

7 Jun 2023

Honduras | Pequim espera “construir pontes” durante visita de PR

A China afirmou ontem que a abertura da sua embaixada nas Honduras e a visita a Pequim da Presidente hondurenha, Xiomara Castro, vão “criar pontes” para que os dois países “reforcem a confiança”, após o estabelecimento das relações.

“A abertura da embaixada da China nas Honduras vai construir pontes para os dois países fortalecerem a confiança e a cooperação prática”, disse ontem o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Wenbin, dando as boas-vindas à visita de Castro, que decorre entre os dias 9 e 14 de Junho.

O porta-voz acrescentou que as “Honduras estão a trabalhar para abrir a sua embaixada na China, e que a China vai oferecer apoio e ajuda”. A abertura de um posto diplomático faz parte da agenda de Castro durante a sua viagem à China.

Castro anunciou, na sexta-feira passada, a nomeação do cientista Salvador Moncada como embaixador das Honduras na China.

“Durante a visita da presidente à China vão ser dadas notícias muito boas, assinados uma série de memorandos, documentos, acordos-quadro e, naturalmente, vai ser feita uma visita ao mais alto nível, com o encontro entre a Presidente Castro e o Presidente [chinês], Xi Jinping”, revelou o ministro dos Negócios Estrangeiros das Honduras, Eduardo Enrique Reina.

As Honduras e a China anunciaram o estabelecimento de relações diplomáticas a 26 de Março, horas depois de o país centro-americano oficializar o rompimento das relações que mantinha com Taiwan desde 1941.

A ruptura das relações com Taiwan por parte das Honduras reduziu para 13 o número de países com os quais Taipé mantém relações diplomáticas oficiais, e tornou a nação centro-americana o nono país – e o quinto latino-americano – que desde 2016 cortou os laços com a ilha para estabelecer relações com Pequim.

6 Jun 2023

Defesa | Pequim e Moscovo realizam patrulha aérea conjunta

Aviões militares chineses e russos realizaram na segunda-feira uma missão de patrulha conjunta sobre os mares do Japão e do Leste da China, informou ontem o ministério da Defesa da China.

Tratou-se da sexta operação deste tipo a ser realizada, como parte de um acordo de cooperação anual entre Pequim e Moscovo, detalhou o ministério, através de uma nota difundida na sua conta oficial na rede social Weibo.

China e Rússia concordaram, em Março, em fortalecer a cooperação a nível militar, visando aumentar a confiança mútua entre as suas Forças Armadas, de acordo com um comunicado conjunto, emitido após uma reunião no Kremlin entre os Presidentes chinês e russo, Xi Jinping e Vladimir Putin, respectivamente.

“As duas partes vão realizar regularmente patrulhas conjuntas no mar e no espaço aéreo, exercícios conjuntos, intercâmbios e cooperação no âmbito de todos os mecanismos bilaterais existentes”, lê-se no documento.

Desde o início da guerra na Ucrânia, a China manteve uma posição ambígua, na qual apelou ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, em referência à Rússia.

Em Fevereiro de 2022, uma semana antes do início da invasão russa, Putin e Xi proclamaram uma “amizade sem limites” entre os dois países, durante um encontro em Pequim.

6 Jun 2023

Diplomacia | Chineses e norte-americanos tiveram diálogo “franco e construtivo”

Delegacões de alto nível dos dois países reuniram durante dois dias em Pequim para tentar aliviar tensões e melhorar as relações bilaterais

 

Diplomatas chineses e norte-americanos mantiveram um diálogo “franco e construtivo”, em Pequim, sobre como melhorar as relações bilaterais, prejudicadas por várias disputas, disse ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

“Os dois lados tiveram uma comunicação franca, construtiva e produtiva para melhorar as relações China-EUA e gerir adequadamente as disputas”, disse o Ministério chinês, em comunicado.

“A China esclareceu a sua posição firme sobre Taiwan”, o principal ponto de discórdia entre os dois países, indicou a mesma nota, acrescentando que “as duas partes concordaram em continuar a comunicação”.

Horas antes, o Departamento de Estado norte-americano tinha, num breve comunicado, confirmado que dois dirigentes governamentais norte-americanos mantiveram na segunda-feira contactos em Pequim com responsáveis chineses.

O secretário de Estado adjunto para o Pacífico e Ásia Oriental, Daniel Kritenbrink, e a directora do Conselho de Segurança Nacional para os Assuntos da China e Taiwan, Sarah Beran, deslocaram-se a Pequim, e juntamente com o embaixador dos Estados Unidos (EUA) na China reuniram-se com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaoxu, e com o director-geral do Departamento de Assuntos da América do Norte e Oceânia, Yang Tao.

Valores bem assentes

“Os dois lados mantiveram discussões muito produtivas, no âmbito dos actuais esforços para manter linhas de comunicação abertas e reforçar a diplomacia de alto nível entre os dois países”, indicou a nota da diplomacia norte-americana.

“Os dois lados trocaram impressões sobre as relações bilaterais, a situação no estreito de Taiwan, canais de comunicação e outros assuntos. Os responsáveis dos EUA deixaram claro que os EUA vão manter uma posição vigorosa e defender os interesses e valores dos EUA”, referiu a mesma nota.

No domingo, o Departamento da Defesa norte-americano denunciou as acções “cada vez mais arriscadas” do exército chinês na Ásia, na sequência de dois incidentes entre as forças dos dois países nos últimos dias, no estreito de Taiwan e no mar do Sul da China.

“Continuamos preocupados com as actividades cada vez mais arriscadas e agressivas do Exército [chinês] na região, incluindo nos últimos dias”, disse o porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder, que participou com o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, no Diálogo de Shangri-La, uma conferência sobre defesa e segurança, realizada no fim de semana, em Singapura.

6 Jun 2023

Estreito de Taiwan | EUA divulgam vídeo com manobras de navio chinês

O Exército dos Estados Unidos divulgou ontem um vídeo que expõe uma manobra no Estreito de Taiwan, na qual um navio da marinha chinesa cortou bruscamente o trajecto de um navio de guerra norte-americano.

O incidente ocorreu no sábado, quando o contratorpedeiro USS Chung-Hoon e a fragata canadiana HCS Montreal realizavam o que os EUA designam como “operação de liberdade de navegação”, entre a ilha de Taiwan e a China continental.

Durante a passagem no sábado, o contratorpedeiro chinês de mísseis guiados ultrapassou o Chung-Hoon a bombordo e desviou-se na sua proa a uma distância de cerca de 137 metros, de acordo com o Comando para o Indo-Pacífico dos EUA.

O contratorpedeiro norte-americano manteve o seu curso, mas reduziu a velocidade para 10 nós “para evitar uma colisão”, disseram os militares.

As imagens divulgadas ontem mostram o navio chinês a cortar o curso do contratorpedeiro norte-americano e a endireitar-se, para começar a navegar numa direcção paralela.

O incidente no Estreito de Taiwan ocorreu no mesmo dia em que o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa da China, o general Li Shangfu, participam em Singapura no mais importante evento sobre segurança da região Ásia – Pacífico, o Diálogo de Shangri-La.

No domingo, Li acusou os EUA e os seus aliados de criarem perigos e de tentarem provocar a China, com as suas operações.

“O melhor é que os países, especialmente as suas embarcações de guerra e caças, não realizem operações de aproximação em torno dos territórios de outros países”, disse Li. “Qual é o sentido de irem para lá? Na China, dizemos sempre: ‘Trata da tua vida que eu trato da minha’”, argumentou.

6 Jun 2023

Índia | Circulação retomada após acidente ferroviário que matou 275 pessoas

Os comboios voltaram ontem a circular no troço onde aconteceu na sexta-feira o pior acidente ferroviário na Índia deste século, que causou a morte 275 pessoas e deixou mais de mil feridos.

“A circulação foi retomada em ambas as linhas ferroviárias 51 horas após o descarrilamento”, disse o Ministério dos Caminhos de Ferro na rede social Twitter, partilhando imagens de vários comboios a saírem de uma estação de noite, na presença de funcionários e trabalhadores.

O restabelecimento da circulação surge após a retirada dos escombros dos 21 vagões descarrilados no acidente, que durou mais de um dia, após a conclusão da missão de busca e resgate das vítimas, disse o ministério.

De acordo com o último balanço do departamento de saúde do estado de Odisha, no leste da Índia, além dos 275 mortos já contabilizados, o desastre fez 1.175 feridos, dos quais 344 ainda estão hospitalizados.

O acidente terá sido provocado por um erro no sistema de sinalização, levando um dos três comboios envolvidos (dois deles de passageiros), a mudar de linha, disse no domingo o ministro da Ferrovia, Ashwini Vaishnaw.

“Quem fez isto e quais as razões é algo que vai ser apurado durante a investigação”, afirmou o ministro numa entrevista ao canal de televisão de Nova Deli, citado pela AP.

A agência de notícias Press Trust of Índia (PTI) já tinha avançado que as investigações preliminares indicam que o sinal dado ao comboio Coromandel Express para entrar na linha principal tinha depois sido retirado.

O comboio entrou numa outra linha, conhecida como linha circular, colidindo com um comboio de mercadorias que ali se encontrava estacionado, segundo a PTI.

Dez a 12 vagões do comboio descarrilaram e os destroços de alguns dos vagões caíram num trilho próximo.

Esses destroços atingiram outro comboio de passageiros, que viajava na direcção oposta. Um terceiro comboio de carga também esteve envolvido no acidente.

6 Jun 2023

Timor-Leste/Eleições | Tribunal certifica resultados definitivos das legislativas

O partido de Xanana Gusmão obteve uma vitória robusta, embora sem conseguir alcançar a maioria absoluta. O CNRT deverá fazer uma aliança com o Partido Democrático para formar governo

 

O Tribunal de Recurso de Timor-Leste certificou ontem os resultados das eleições legislativas de 21 de Maio, um acórdão que permite agora a tomada de posse dos 65 novos deputados e, posteriormente, da formação do 9.º Governo.

“Analisadas as actas enviadas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), o plenário de juízes deste Tribunal nada encontra susceptível de afectar a regularidade das eleições ou de influir no seu resultado”, disse o presidente do Tribunal de Recurso, Deolindo dos Santos, que leu ontem o acórdão na sala principal do órgão judicial.

“O plenário do Tribunal de Recurso delibera julgar válidas as eleições para o Parlamento Nacional realizadas a 21 de Maio, e julgar definitivos os resultados apurados”, refere, citando o acórdão, assinado pelo plenário de quatro juízes do Tribunal de Recurso, actualmente o órgão máximo do sistema judicial do país.

Deolindo dos Santos disse que “não houve qualquer recurso contra o apuramento nacional conduzido pela CNE” e leu os nomes dos 65 deputados eleitos, com base na lista apresentada aquando do registo das candidaturas partidárias.

Os deputados podem não tomar posse, sendo nesse caso substituídos por outro dos nomes indicados. Cada partido apresentou ao Tribunal um total de 65 candidatos efetivos e 25 suplentes.

Os resultados definitivos, idênticos aos apurados pela CNE, validam a vitória do Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), de Xanana Gusmão, à frente da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin).

Aliança à vista

O CNRT garantiu uma ampla representação parlamentar, com 31 dos 65 lugares do Parlamento, mais 10 dos que detém actualmente, apesar de ter ficado aquém da maioria absoluta.

Os resultados dão ao partido de Xanana Gusmão 288.289 votos (41,63 por cento), um resultado superior ao obtido pelas três forças políticas que compõem o atual Governo.

O cenário mais provável é o de uma aliança entre o CNRT e o Partido Democrático (PD), numa maioria de 37 deputados, tendo os dois partidos começado já negociações para esse processo.

O PD passou a ser a terceira força política em número de votos, invertendo uma tendência de queda no apoio ao partido, registada desde as eleições de 2007, ao conquistar mais um lugar, para um total de seis, com 64.517 votos (9,32 por cento).

Em segundo lugar, ficou a Fretilin, com 178.338 votos (25,75 por cento), o que representa uma perda de quatro dos actuais 23 lugares.

Os resultados mostraram uma penalização dos partidos do Governo cessante, em particular do Partido Libertação Popular (PLP), do primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak, que perdeu metade dos oito lugares no Parlamento, passando de terceira para quinta força política.

Taur Matan Ruak é um dos maiores derrotados da votação de 21 de Maio, obtendo 40.720 votos (5,88 por cento), quando foi a terceira força mais votada em 2017

Também a Fretilin, de Mari Alkatiri, foi penalizada, com o partido que viabilizou o executivo desde 2020, a registar a pior percentagem de apoio sempre, com uma queda de mais de oito pontos percentuais face ao voto que obteve nas antecipadas de 2018.

Finalmente, o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) conseguiu subir para 52.031 votos (7,52 por cento) e mantém os atuais cinco lugares no Parlamento.

Pequenos de fora

Os resultados indiciam uma fuga de votos para os maiores partidos, com o total de boletins a ficaram abaixo da barreira de elegibilidade (4 por cento dos votos válidos) a representar menos de 10 por cento dos votos totais.

Esse valor é mais baixo do que em 2017, quando chegou aos 14 por cento e em 2012, quando garantiu mais de 23,13 por cento. O Parlamento ficará com cinco bancadas partidárias, quando atualmente tem oito.

Apenas duas das restantes 12 forças políticas concorrentes ficaram próximo da barreira de 4 por cento dos votos válidos: o estreante Partido Os Verdes de Timor (PVT) e o Partido Unidade e Desenvolvimento Democrático (PUDD), que tinha um lugar no Parlamento.

6 Jun 2023

Contraespionagem | Ministro pede “acções fortes” e baseadas na lei

O ministro da Segurança do Estado da China, Chen Yixin, urgiu recentemente os altos quadros do Partido Comunista (PCC) a tomarem “acções fortes” e baseadas em “ferramentas legais”, após investigações lançadas contra consultoras estrangeiras que operam no país.

Chen, um aliado próximo do Presidente chinês, Xi Jinping, assegurou, num artigo publicado por um jornal oficial da Escola Central do PCC, que a organização política deve “tomar a iniciativa” e “adoptar medidas fortes”, numa altura em que o país está prestes a promulgar uma emenda à sua Lei de Contraespionagem.

Segundo Chen, o objectivo é “melhorar a capacidade de salvaguardar a segurança do Estado através do uso de ferramentas legais”.

“O aparato de segurança do Estado deve empregar todos os seus esforços de contraespionagem de acordo com a lei e reprimir fortemente qualquer tentativa de usurpar segredos de estado”, escreveu Chen.

As investigações lançadas nos últimos meses sobre consultoras estrangeiras na China têm suscitado preocupação no sector e entre investidores e empresas estrangeiras.

Em Maio, a polícia realizou incursões aos escritórios locais da consultora internacional Capvision, acusada de “omitir riscos à segurança nacional” e “transmitir informações secretas ao exterior”. A consultora norte-americana Bain & Co e a empresa de diligência prévia Mintz Group foram alvo de acções semelhantes.

A China alterou a Lei de Contraespionagem em Abril – entra em vigor a partir de 1 de Julho – para incluir a “colaboração com organizações de espionagem e os seus agentes” na categoria de espionagem.

O órgão legislativo do país explicou que a reforma “adere a uma abordagem de resolução de problemas” e “amplia” as categorias de objectos cuja usurpação vai ser classificada como “roubo de segredos”.

6 Jun 2023

Deslizamento | Novo balanço sobe número de mortos para 19

Pelo menos 19 pessoas morreram na sequência de um aluimento de terras na província de Sichuan, no sudoeste da China, avançou ontem o Governo local, num novo balanço.

O aluimento de terras aconteceu na manhã de domingo, no topo de uma montanha na quinta florestal estadual de Lu’erping, próxima da cidade de Leshan, onde há semanas que tem chovido constantemente.

O balanço inicial apontava para 14 mortos, mas os corpos de cinco desaparecidos foram encontrados durante a operação de resgate, para a qual foram mobilizadas mais de 600 pessoas, e que terminou por volta das 20:00.

Na origem do aluimento de terras esteve o desmoronamento parcial de uma montanha, que atingiu um dormitório de trabalhadores da empresa de mineração Jinkaiyuan, deixando ainda sete feridos, de acordo com a televisão estatal chinesa CCTV.

As causas do colapso da montanha ainda estão a ser investigadas, disse a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

Devido ao clima húmido e chuvoso, o sudoeste da China regista frequentes aluimentos de terra, especialmente em áreas onde houve deslocamento de terra em grande escala devido à agricultura, desflorestação, projectos de engenharia e operações de mineração.

6 Jun 2023

Jornalista de HK ganha recurso contra condenação por acesso indevido a base de dados

Uma jornalista de Hong Kong ganhou ontem um recurso que anula a condenação por acesso indevido a uma base de dados de veículos, quando investigava uma operação policial contra manifestantes durante os protestos antigovernamentais de 2019.

Em Abril de 2021, um tribunal local multou Bao Choy Yuk-ling, de 39 anos, em 6000 dólares de Hong Kong por alegadamente ter prestado falsas declarações ao Departamento de Transportes para aceder à base de dados de registo automóvel, quando procurava investigar a resposta da polícia a um ataque a manifestantes.

Os cinco juízes do tribunal de última instância de Hong Kong, incluindo o lusodescendente Roberto Ribeiro, decidiram por unanimidade a favor de Choy, anulando a condenação e a sentença.

“As questões de falsidade e conhecimento foram erroneamente decididas contra a apelante”, referiram os juízes na decisão, que classifica a investigação de Choy como “jornalismo de boa-fé”.

À saída do tribunal, Choy disse a jornalistas estar feliz com a decisão, que sublinha a importância das liberdades de imprensa e de expressão, constitucionalmente protegidas, na região semiautónoma chinesa.

“Nos últimos anos, podemos ter descoberto que muitas coisas desapareceram silenciosamente”, disse Choy.

“Mas acredito que as nossas crenças nos nossos corações não podem ser removidas tão facilmente. Independentemente de eu ter ganho ou perdido hoje, a persistência [demonstrada] ao longo dos últimos anos já é algo significativo,” acrescentou.

Jornalista da emissora pública RTHK e suspensa desde que foi acusada, Choy disse esperar que o resultado seja uma notícia encorajadora para todos os repórteres que ainda trabalham no território.

Prémios e acusações

A história que Choy coproduziu, intitulada “7.21 Quem é dono da verdade”, ganhou o prémio de documentário em língua chinesa da organização não-governamental Human Rights Press, em 2021. O júri aclamou-o como “um clássico de reportagem de investigação” que tinha perseguido “as mais pequenas pistas, interrogando os poderosos sem medo ou favor”.

Depois da condenação da jornalista, dois meios de comunicação social – Apple Daily e Stand News – foram forçados a fechar pelas autoridades. Alguns dos dirigentes dos dois ‘media’ também foram processados.

O fundador do Apple Daily, Jimmy Lai, enfrenta acusações de conluio, no âmbito da lei de segurança nacional promulgada em 2020. Está ainda em curso o julgamento de dois antigos editores do Stand News acusados de sedição.

6 Jun 2023

Soja | Aumento de compras à Rússia para “diversificar fornecedores”

O aumento da importação do cereal, vital no plano de alimentação da China, visa também garantir a segurança alimentar nacional

 

O primeiro carregamento de soja transportado através do Corredor Terrestre de Grãos, iniciativa sino-russa, chegou ontem à China, numa altura em que o país procura aumentar as importações de grãos russos, como forma de “diversificar fornecedores”.

A oferta de soja do país vizinho “vai aumentar consideravelmente” e mais de oito milhões de toneladas de cereais e grãos vão chegar todos os anos ao porto terrestre de Manzhouli, uma cidade chinesa que faz fronteira com a Rússia e que recebeu ontem o primeiro carregamento, de 271 toneladas de soja, segundo o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

Especialistas citados pelo jornal apontaram que as importações de soja oriundas da Rússia “não são apenas indicativas do reforço da cooperação mutuamente benéfica” entre os dois países no comércio de produtos agrícolas, mas também “fruto da necessidade de diversificar as fontes de abastecimento, por razões de segurança alimentar”.

A China depende de soja importada para alimentar o gado e produzir óleo alimentar, embora seja auto-suficiente no cultivo de soja para consumo humano.

Segundo dados oficiais, quase 60 por cento da soja importada pela China é oriunda do Brasil. Em 2022, o país sul-americano foi responsável por 22 por cento dos produtos do agronegócio importados pela China.

Os Estados Unidos são o segundo maior fornecedor de soja da China, compondo 32,42 por cento das importações chinesas, segundo dados oficiais.

“Esta nova rota comercial faz parte da necessidade premente de reduzir a dependência de um país específico, os Estados Unidos”, disse o director da Federação Chinesa de Logística, Kang Shuchun, citado pelo Global Times.

Restaurante internacional

A Rússia foi o parceiro comercial com o qual a China experimentou o maior aumento (+34,3 por cento) nas trocas denominadas na moeda chinesa, o yuan, ao longo de 2022, segundo dados oficiais.

Os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, proclamaram uma “nova era” nas relações bilaterais, em 2022, e assinaram um acordo que incluía, entre outras coisas, um aumento das trocas comerciais, para cerca de 250.000 milhões dólares, anualmente.

O país asiático alimenta quase 19 por cento da população mundial com apenas 8 por cento das terras aráveis do mundo e apenas 5 por cento da água disponível no planeta. Em comparação, o Brasil tem quase 7 por cento das terras aráveis para 2,7 por cento da população mundial.

6 Jun 2023

Japão | Chuvas torrenciais fazem um morto e dois desaparecidos

As chuvas torrenciais que estão a afectar o Japão fizeram pelo menos um morto, dois desaparecidos e cerca de três dezenas de feridos, disseram sábado as autoridades nipónicas.

O Governo pediu para reforçar a vigilância “face ao risco de deslizamentos de terra, inundações e rios cheios”, na sequência da tempestade tropical Mawar, anteriormente classificada como tufão.

No centro do país, uma equipa de resgate “encontrou um homem de 60 anos mergulhado num carro”. A morte foi confirmada posteriormente, disse à agência France-Presse (AFP) um funcionário da prefeitura de Aichi.

A oeste, na prefeitura de Wakayama, onde vários riachos transbordaram, estão em curso buscas por um homem e uma mulher desaparecidos, disseram as autoridades à AFP.

Um total de seis pessoas apresentam ferimentos graves e outras 24 pessoas são feridos ligeiros, de acordo com a agência de gestão de incêndios e desastres naturais do Japão.

As recomendações de evacuação das zonas mais afectadas – com o nível máximo de alerta – foram emitidas na sexta-feira. No entanto, as autoridades reduziram o nível após o abrandamento das chuvas.

Novas instruções foram comunicadas sábado de manhã aos moradores que residem nas proximidades de Tóquio, devido ao risco de inundações.

Cerca de quatro mil residências em áreas próximas da capital ficaram sem electricidade durante algumas horas. O comboio de alta velocidade, que liga Tóquio e Nagoya, esteve temporariamente suspenso, antes de ser retomado de acordo com a Japan Railways (JR).

4 Jun 2023

Acidente ferroviário na Índia faz pelo menos mortos 280 mortos

Um acidente ferroviário no leste da Índia, que envolveu na sexta-feira dois comboios de passageiros, fez pelo menos 280 mortos e cerca de 900 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades.

Pelo menos 280 corpos foram recuperados entre a noite de sexta-feira e a manhã de domingo, disse à agência de notícias Associated Press (AP) o responsável dos bombeiros do estado de Odisha.

Sudhanshu Sarangi notou ainda que mais de 800 passageiros feridos, muitos deles em estado crítico, foram transferidos para vários hospitais. As equipas de resgate continuam a tentar aceder aos vagões destruídos à procura de passageiros que tenham ficado presos. De acordo com Sarangi, as hipóteses de encontrarem sobreviventes são reduzidas.

“Por volta das 22:00 locais de sexta-feira, conseguimos resgatar os sobreviventes. Depois disso, tratou-se de recolher os cadáveres”, disse. “Isto é muito, muito trágico. Nunca vi nada assim na minha carreira”, acrescentou.

O acidente, de acordo com o relato das agências internacionais de notícias, ocorreu às 19:20 locais, perto de uma estação na localidade de Bahanaga, a 1.600 quilómetros a nordeste da capital Nova Deli.

Imagens transmitidas pelas estações televisivas mostram carruagens completamente destruídas e amontoados de metal no local da tragédia.

Dez a 12 vagões de um comboio descarrilaram e os destroços de alguns dos vagões caíram num trilho próximo, explicou o porta-voz da Indian Railways, Amitabh Sharma. Esses destroços, acrescentou o responsável, foram, por sua vez, atingidos por um outro comboio de passageiros, que viajava na direcção oposta.

Um terceiro comboio de carga esteve também envolvido no acidente.

Um dos sobreviventes contou aos jornalistas que estava a dormir quando ocorreu o desastre e que, quando acordou, estava por cima de uma dúzia de outros passageiros.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, manifestou através das redes sociais estar “angustiado” com a tragédia. O ministro das Ferrovias, Ashwini Vaishnaw garantiu que “a Força Aérea” está “mobilizada”.

Historial trágico

A Índia registou no passado outros desastres ferroviários, embora a segurança tenha melhorado significativamente nos últimos anos, graças a novos investimentos maciços e actualizações tecnológicas.

Este país tem a quarta maior rede ferroviária, a seguir aos Estados Unidos, Rússia e China, com cerca de 68 mil quilómetros, mais de 21 mil comboios e 7.349 estações, transportando diariamente 23 milhões de passageiros.

O acidente ferroviário mais mortal na Índia ocorreu em 06 de Junho de 1981 quando, no Estado de Bihar (leste), sete carruagens de um comboio que atravessava uma ponte caíram num rio, o que causou entre 800 e 1.000 mortos.

O acidente de sexta-feira é o pior ocorrido em caminhos-de-ferro da Índia desde que um comboio abalroou fiéis reunidos num festival hindu no Estado de Punjab, no norte, em 19 de Outubro de 2018, resultando em 60 mortos e 90 feridos.

Desde o início do século, treze acidentes ferroviários, incluindo pelo menos três causados por ataques, fizeram cada um mais de 50 mortes.

4 Jun 2023