EUA | Pequim pede medidas concretas para atenuar preocupações com sanções

A recente visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen foram classificadas como positivas pelas autoridades chinesas que pedem agora que os progressos alcançados nas negociações sobre sanções se façam agora sentir no terreno

 

A China qualificou ontem como construtiva a visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, a Pequim e pediu a Washington que adopte medidas concretas para responder às suas preocupações com sanções impostas contra empresas do país asiático.

“As reuniões foram francas e construtivas e espera-se que Washington mantenha uma atitude pragmática e racional. Os Estados Unidos devem tomar medidas concretas para responder às preocupações da China sobre sanções e restrições”, disse ontem o ministério das Finanças do país asiático, em comunicado.

O ministério referiu que, nos últimos anos, os EUA introduziram “sanções e medidas restritivas contra a China, que lesaram os interesses e direitos legítimos das empresas chinesas”.

“Durante as reuniões com Yellen, o lado chinês reiterou as suas preocupações e pediu que os EUA removem as taxas alfandegárias punitivas impostas sobre bens importados da China, parem de reprimir empresas chinesas, tratem o investimento bilateral de maneira justa, não imponham controlos nas exportações para a China e cancelem a proibição de importação de produtos oriundos da região de Xinjiang”, é indicado no comunicado.

A nota sublinhou que para uma relação económica bilateral ser saudável ambas as partes devem “respeitar os respectivos direitos e interesses legítimos da outra parte”.

“A concorrência saudável deve seguir os princípios da economia de mercado e as regras da Organização Mundial do Comércio. A China está empenhada em continuar a abrir-se e sempre esteve empenhada em acelerar a criação de um ambiente de negócios baseado na Lei”, acrescentou o comunicado.

As divergências entre os dois países “não devem ser motivo de distanciamento de ambas as partes”, mas antes “motivo para fortalecer os intercâmbios e o diálogo”.

Segundo Pequim, o desenvolvimento da China constitui “uma oportunidade e não um desafio para os Estados Unidos”.

“A China e os EUA devem buscar o consenso. O desenvolvimento chinês traz benefícios, não riscos. O fortalecimento da cooperação é a opção certa para os dois países”, concluiu o ministério.

As reuniões com Yellen “mostraram que a China está disposta a cooperar para enfrentar os desafios globais, incluindo a estabilidade macroeconómica e financeira global, as alterações climáticas ou problemas de dívidas soberanas”, lê-se na mesma nota.

A visita de Yellen terminou com reuniões de alto nível para melhorar a comunicação entre os dois lados, especialmente na parte económica, embora ambos os países reconheçam que continuam a existir diferenças importantes.

 

Regras da competição

Nos quatro dias que passou na capital chinesa, Yellen reuniu-se com os principais formuladores de política económica do país asiático, entre eles o primeiro-ministro, Li Qiang, o novo chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) no banco central, Pan Gongsheng, o ministro das Finanças, Liu Kun, e o vice-primeiro-ministro, He Lifeng.

Yellen afirmou durante a visita que “uma separação entre as duas maiores economias do mundo seria desastrosa para ambos os países e desestabilizadora para o mundo”, mas também expressou preocupação “com acções coercivas contra empresas norte-americanas” e pediu uma competição saudável “baseada em regras”.

Os dois lados abordaram as restrições que os EUA impuseram no ano passado à exportação de ‘chips’ semicondutores para a China, uma medida que visa limitar a capacidade de Pequim de desenvolver supercomputadores, sistemas militares avançados ou sistemas de inteligência artificial.

Pequim respondeu com limitações à exportação de gálio e germânio, dois metais fundamentais para o fabrico de semicondutores, produto que está no centro das tensões comerciais e tecnológicas entre os dois países.

11 Jul 2023

Fukushima | Oposição sul-coreana alerta para plano de descarga da central

O plano de descarga das águas da central nuclear japonesa continua a gerar preocupações por todo o continente asiático

 

Os líderes do principal partido da oposição sul-coreana alertaram domingo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para o impacto regional negativo do plano de descarga de água tratada da central nuclear japonesa de Fukushima.

Segundo a agência Europa Press, os líderes do Partido Democrático estiveram reunidos com o director da AIEA, Rafael Mariano Grossi, para transmitir as suas preocupações relativamente ao plano de descarga de água tratada da central de Fukushima.

Nesse encontro, Grossi prometeu que a AIEA irá acompanhar todas as fases do processo e garantiu que, com base nas informações que a agência possui, o plano de descarga é totalmente seguro, apesar de reconhecer que é “perfeitamente lógica” a preocupação que suscitou na Coreia do Sul.

No entanto, a oposição sul-coreana não parece ter ficado mais descansada: “A verificação da AIEA foi completamente partidária a favor do Japão”, acusou o líder parlamentar do partido, Woo Won Shik, acrescentando que o organismo “perdeu toda a sua neutralidade e objetividade”.

“Considero lamentável que a AIEA tenha chegado às suas conclusões sem investigar exaustivamente o impacto do derrame nas águas dos países vizinhos e que tenha cedido a uma investigação feita à medida do Japão”, acrescentou Woo Won Shik, em declarações divulgadas pela agência noticiosa oficial sul-coreana Yonhap.

 

Misturas perigosas

Segundo dados da empresa que gere a central japonesa, a instalação armazena cerca de 1,33 milhões de toneladas de água tratada, estando quase no limite da sua capacidade.

A Europa Press recorda que desde o terramoto e o subsequente tsunami de Março de 2011, que provocaram a fusão de três núcleos ao desactivar os sistemas de arrefecimento de emergência e geraram grandes quantidades de água radioactiva, esta tem vindo a acumular-se na central de Fukushima, onde se misturou com a água da chuva e com a água dos cursos subterrâneos.

11 Jul 2023

Temperatura | Empregadores chineses obrigados a limitar trabalho ao ar livre

A China deu ordem às empresas, de determinadas regiões, para limitar o trabalho ao ar livre, devido às altas temperaturas, numa altura em que o país enfrenta calor, inundações e secas.

As autoridades emitiram um alerta laranja, o segundo nível de alerta mais alto, devido às vagas de calor registadas no sul e em grande parte do norte e nordeste da China.

Equipas de resgate estão à procura de sete pessoas desaparecidas, após um deslizamento de terra ocorrido numa estrada em obras, devido às chuvas torrenciais.

O incidente matou pelo menos uma pessoa na cidade central de Yichang, na província de Hubei. Cinco pessoas ficaram feridas, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

Temperaturas acima dos 40 graus estão previstas em Pequim e no centro e sudeste da China. Estão previstos 39 graus para a província de Sichuan, no sudoeste. São ainda esperadas temperaturas acima dos 35 graus na maior parte do norte da China, no restante de Sichuan e em grande parte do sul.

O alerta laranja exige que os empregadores tornem o trabalho ao ar livre o mais breve possível. Apesar disso, trabalhadores de entregas ao domicílio continuam a operar.

Duas mortes relacionadas com a vaga de calor foram relatadas anteriormente em Pequim. Um guia turístico desmaiou no fim de semana passado no Palácio de Verão, um jardim da era imperial e uma mulher morreu no mês passado de insolação.

 

Arroz em risco

O ministério da Agricultura alertou no domingo que o clima quente persistente pode prejudicar as colheitas de arroz. Disseram também que as autoridades locais devem garantir que os arrozais têm água adequada para evitar o amadurecimento prematuro do arroz.

Em outros lugares, dezenas de milhares de pessoas tiveram de deixar as suas casas devido a cheias ocorridas no norte, centro e sudeste da China.

Algumas áreas, incluindo a populosa província de Hebei, que circunda Pequim, emitiram no domingo um alerta vermelho, o alerta de temperatura mais alto.

Moradores de algumas cidades mudaram-se para abrigos antiaéreos subterrâneos para se protegerem do calor.

A temperatura média da Terra estabeleceu um novo recorde não oficial na quinta-feira, o terceiro marco consecutivo registado na semana mais quente desde que há registos.

11 Jul 2023

China nega ligação a precursores de fentanil e rejeita proposta dos EUA

Os Estados Unidos lançaram no sábado uma coligação internacional contra o tráfico de fentanil e outras drogas sintéticas, à qual se juntou o México, um importante produtor dessa substância, mas da qual a China descartou participar.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, presidiu uma reunião virtual com representantes de 97 países e organizações para lançar as bases desta nova aliança, que espera voltar a reunir-se em Setembro à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU).
O fentanil, um opioide sintético 100 vezes mais potente do que a morfina, é fabricado por cartéis mexicanos e depois traficado para os Estados Unidos, onde causa milhares de mortes por overdose a cada ano.
Mas a crise vai mais além, já que África e o Médio Oriente também vivem uma crise de uso de drogas sintéticas como tramadol ou captagon, esta última fabricada em larga escala na Síria, alertou a ONU no seu Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado na semana passada.
“Se não agirmos juntos com urgência, outras partes do mundo sofrerão as consequências catastróficas que já estão a afectar tantas cidades e vilas norte-americanas”, alertou Blinken durante o seu discurso na reunião.
O chefe da diplomacia norte-americana lembrou que 110 mil pessoas morreram no ano passado no seu país por overdose de drogas, principalmente fentanil, que é já a principal causa de morte entre pessoas com idades entre os 18 e os 49 anos.
Blinken defendeu ainda que a iniciativa privada também se envolva nesse esforço, uma vez que uma parte significativa desses estupefacientes é fabricada com substâncias químicas comercializadas legalmente como medicamentos, cosméticos ou produtos de uso doméstico.
Apesar de vários precursores químicos usados pelos cartéis mexicanos para fabricar o fentanil serem provenientes da China, Pequim descartou participar na reunião, para a qual havia sido convidada.

Assunto alheio
Numa ligação com repórteres, Todd Robinson, chefe do escritório antidrogas do Departamento de Estado, disse na quarta-feira que a China não tem cooperado com os Estados Unidos no combate ao tráfico de drogas nos últimos meses.
Por isso, exortou os restantes países que têm contactos com o país asiático a influenciarem Pequim a juntar-se a esses esforços.
O próprio Blinken já fez uma tentativa na sua recente viagem a Pequim, onde levantou a questão do fentanil com as autoridades do país como uma das maiores preocupações de Washington.
O Governo de Xi Jinping negou categoricamente em Abril passado que o seu país esteja por trás da exportação de precursores de fentanil, em resposta a uma carta enviada pelo Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, solicitando cooperação nesse assunto.
López Obrador sustenta que o fentanil chega aos Estados Unidos directamente da China e nega que a substância seja fabricada no seu país, embora o seu Governo tenha destruído vários laboratórios clandestinos onde se fabricava a droga.
Apesar de tudo, a nova ministra dos Negócios Estrangeiros do México, Alicia Bárcena, esteve na reunião de sábado para integrar a nova coligação.

10 Jul 2023

Tecnologia | EUA vão ouvir queixas de Pequim sobre restrições à exportação

A visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, à China, onde manteve encontros de alto nível com as autoridades chinesas, visou diminuir as tensões e promover um diálogo mais harmonioso entre as duas nações.
Os Estados Unidos vão ouvir as queixas chinesas sobre restrições nas exportações de tecnologia e podem “responder a consequências não intencionais” das decisões norte-americanas, afirmou ontem a secretária do Tesouro, Janet Yellen, após uma visita a Pequim.
“Abriremos canais para que possam expressar as suas preocupações sobre as nossas acções, e poderemos explicar e possivelmente, em algumas situações, responder às consequências não intencionais das nossas acções”, disse Yellen em conferência de imprensa, no encerramento de uma visita a Pequim com o objectivo de estabilizar as relações tensas entre os dois países.
As relações entre as duas maiores economias mundiais estão no seu nível mais baixo das últimas décadas devido a disputas sobre tecnologia e segurança, entre outros assuntos.
Uma importante reclamação chinesa é a limitação de acesso a ‘chips’ para processadores e outras tecnologias norte-americanas, por motivos de segurança, que ameaçam impedir o desenvolvimento por empresas chinesas de smartphones, inteligência artificial e outras indústrias.
Yellen não anunciou ontem qualquer acordo sobre os grandes debates ou planos para actividades futuras, mas disse que o seu departamento e as autoridades chinesas teriam uma comunicação “mais frequente e regular”.
Durante a visita, Yellen conversou com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e outras autoridades, em 10 horas de reuniões.
No sábado, a secretária norte-americana teve uma reunião de cinco horas com o vice-primeiro-ministro He Lifeng.
O crescimento económico da China recuperou para 4,5 por cento no primeiro trimestre de 2023, em relação aos 3 por cento do mesmo período do ano passado, mas a actividade fabril e o consumo abrandaram no trimestre encerrado em Junho.
O Presidente chinês, Xi Jinping – com quem Yellen não se encontrou durante esta visita -, acusou Washington, em Março, de tentar conter o desenvolvimento industrial da China.
Pequim tem demorado a retaliar as restrições de tecnologia dos EUA, mas três dias antes da chegada de Yellen, o governo chinês anunciou controlos não especificados sobre exportações de gálio e germânio, metais usados no fabrico de semicondutores e painéis solares, dos quais a China é o maior produtor.
Yellen disse que tentou tranquilizar as autoridades chinesas de que Washington não pretende dissociar a economia norte-americana da China, enquanto tenta “reduzir o risco” do comércio.

Luta tecnológica
O Governo de Joe Biden está a pressionar os fabricantes de semicondutores para transferirem a produção para os Estados Unidos, de forma a reduzir a dependência de Taiwan e de outros fornecedores asiáticos, que veem como um risco à segurança.
Washington quer desenvolver alternativas ao fornecimento pela China de metais raros usados no fabrico de smartphones, turbinas eólicas e outros produtos.
Yellen afirmou que os responsáveis chineses “expressaram alguma preocupação” por estas acções norte-americanas e, pelo seu lado, expressou preocupação às autoridades chinesas sobre “actividades coercivas” contra empresas americanas.
No sábado, Yellen apelou ainda a He para uma cooperação nas alterações climáticas, no peso da dívida dos países em desenvolvimento e noutros desafios globais.
A secretária norte-americana defendeu que os dois governos não devem permitir que divergências sobre o comércio e a segurança prejudiquem as relações económicas e financeiras.

10 Jul 2023

Japão | Chuva obriga à retirada de residentes e suspensão de comboios

As autoridades japonesas recomendaram ontem a mais de 370 mil residentes, no sudoeste do Japão, para saírem das suas casas, devido à chuva torrencial.
A frente de chuva que tem afectado a metade sul do arquipélago japonês causou estragos particularmente significativos na prefeitura de Shimane, onde foram registados 20 transbordamentos de rios e 15 incidentes de aluimento de terras.
As autoridades locais pediram a mais de 370 mil pessoas de duas localidades da província que abandonassem as suas casas e se dirigissem a centros de acolhimento, além de recomendar a suspensão de comboios regionais e de alta velocidade.
De acordo com a Agência Meteorológica do Japão (JMA), foram registados mais de 100 milímetros de precipitação na região no espaço de seis horas.
A polícia e os serviços de socorro estão à procura de possíveis passageiros de um veículo que foi arrastado por um rio, noticiaram os meios de comunicação social locais.
As condições meteorológicas também perturbaram os comboios de alta velocidade entre as estações de Hiroxima e Hakata, no sudoeste do país, de acordo com a operadora.
A JMA alertou para o risco de inundações contínuas, aluimentos de terra e outros incidentes relacionados com as chuvas torrenciais previstas para todo o domingo nas regiões oeste, sudoeste e centro do país.

10 Jul 2023

Timor-Leste | Aplaudidas declarações de Camberra sobre projecto do Greater Sunrise

Timor-Leste considerou sexta-feira um sinal positivo que a Austrália tenha reconhecido erros no passado na gestão de temas como a fronteira marítima, e tenha reafirmado o seu compromisso com o desenvolvimento do projecto do Greater Sunrise.
“É bom reconhecer o passado. Começamos com novos passos, novos princípios, uma cooperação económica e estratégica, olhar para conjuntura política e global, ver onde estamos situados. Esperamos que isto vá ajudar”, disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, Bendito Freitas.
“A questão dos recursos de Timor-Leste é muito importante e devemos materializar isto diretamente para o nosso solo, o nosso país, para criar indústrias, empregos e apoiar na diversificação económica”, vincou.
Bendito Freitas reagia a um discurso proferido em Díli pela sua homóloga australiana Penny Wong, marcado por referências ao projecto do Greater Sunrise, cujo desenvolvimento poderá vir a ser acordado nos próximos meses.
No discurso, Wong reconheceu alguns dos erros passados de anteriores governos australianos relativamente à questão de Timor-Leste, nomeadamente no que toca à fronteira marítima entre os dois países, fechada em 2018.
A ministra referiu-se ao passado de todo este longo processo e a ações de anteriores Governos australianos, que “agiram de formas que os timorenses, e muitos australianos, consideraram decepcionantes”.
A intervenção de Wong, durante uma curta visita a Timor-Leste, marcou igualmente a declaração mais forte de Camberra até ao momento no que toca ao compromisso de desenvolvimento do poço de Greater Sunrise.
Em particular, a chefe da diplomacia mostrou-se particularmente compreensiva relativamente às aspirações de Timor-Leste de que o gasoduto venha para o país, num contexto de consolidação da sua soberania e dos esforços de resiliência democrática.
“Entendemos que, para manter a vossa soberania, precisam de ser economicamente resilientes. A chave dessa ambição serão as escolhas soberanas que Timor-Leste fizer agora”, disse Wong.
“A Austrália tem estado a ouvir atentamente para compreender as vossas ambições para o Greater Sunrise. Posso assegurar-vos que o compromisso de Timor-Leste com o processamento em terra e com o projeto Tasi Mane da costa sul é claramente compreendido”, admitiu.

A petrolífera timorense TIMOR GAP detém a maioria do consórcio o Greater Sunrise, projecto que tem estado parada por desacordos relativamente ao modelo de desenvolvimento, com Timor-Leste a insistir num gasoduto para o país.
“A tecnologia está a evoluir e o consórcio está a analisar de novo as opções. É por isso que o seu estudo sobre as opções para o Greater Sunrise deve avançar o mais rapidamente possível”, defendeu.
O consórcio do projecto, que envolve ainda a australiana Woodside e a japonesa Osaka Gás, encomendou um estudo detalhado sobre as várias opções de desenvolvimento, que poderá estar concluído até final de agosto.
“A declaração [da ministra Wong] é muito forte e esperamos a sua materialização em breve”, disse Bendito Freitas.
Numa curta conferência de imprensa antes de regressar à Austrália, Penny Wong foi questionada sobre o Greater Sunrise e ainda sobre aspectos como a posição australiana relativamente à região e à tentativa de influência adicional da China.
“Sobre a China, quero dizer o seguinte: fazemos o que fazemos pelo que nós somos e vocês são. Não é sobre outros, é sobre a nossa relação e a nossa região”, disse.

10 Jul 2023

Tóquio | Assinalado um ano do assassinato de Shinzo Abe

Líderes políticos e empresariais do Japão assinalaram sábado um ano do assassinato do antigo chefe do governo Shinzo Abe, com o actual primeiro-ministro, Fumio Kishida, a defender objectivos políticos urgentes como forma de honrar a vontade do antecessor.
No templo budista Zojoji, em Tóquio, Fumio Kishida e os deputados do Partido Liberal Democrático, no poder, bem como representantes dos partidos da oposição e líderes empresariais, assistiram a uma cerimónia fechada, organizada pela viúva de Shinzo Abe, Akie Abe, e família.
No local, foram colocadas mesas para o público depositar flores.
Fumio Kishida, ao falar aos jornalistas na sexta-feira enquanto prestava tributo, disse que adoptou políticas que não podiam ser adiadas, “como forma de honrar os últimos desejos de Abe”.
“Continuarei a trabalhar nisso para cumprir as minhas responsabilidades”, afirmou.
No meio de um protesto nacional sobre falta de segurança, a polícia reforçou as medidas de protecção, na sequência de uma investigação que encontrou falhas na forma como Abe era protegido.
Em Nara, perto do local onde Abe foi assassinado, dezenas de pessoas alinharam-se para depositarem flores.
O suspeito do assassinato, Tetsuya Yamagami, foi detido no local, tendo sido acusado de homicídio e vários outros crimes, incluindo de violar a lei de controlo de armas. A data de início do julgamento está ainda por marcar.
Yamagami disse aos investigadores que matou Abe, um dos políticos mais influentes e criticados do Japão, por alegadamente estar ligado a um grupo religioso que odiava.

10 Jul 2023

Veículos eléctricos | BYD cria primeira fábrica fora da Ásia

O investimento chinês em tecnologia verde vira-se para o Brasil com investimentos de quase 600 milhões de euros para produzir entre 150 mil a 300 mil veículos por ano

 

A empresa chinesa BYD vai investir três mil milhões de reais (570 milhões de euros) no Brasil, na primeira fábrica de automóveis eléctricos fora da Ásia.

A BYD planeia construir um complexo fabril no estado da Baía, no nordeste do Brasil, incluindo uma fábrica de automóveis totalmente eléctricos assim como de híbridos ‘plug-in’, para começar a operar até 2024, indicou num comunicado.

A fábrica terá inicialmente capacidade para produzir 150 mil automóveis por ano, com potencial para atingir uma produção anual de 300 mil veículos.

O complexo vai ter ainda uma fábrica especializada em chassis para autocarros e camiões eléctricos e uma unidade para processamento de lítio e fosfato de ferro para o mercado internacional.

A vice-presidente da BYD, Stella Li Ke, disse que a empresa chinesa tem, também no Brasil, “um pequeno projecto de extração” de lítio, um metal raro essencial para o fabrico de baterias para automóveis eléctricos.

A BYD previu que o complexo na Baía gere mais de cinco mil empregos directos, esperando que o investimento atraia fornecedores locais que se poderão especializar em partes e equipamento para veículos eléctricos e híbridos.

Stella Li disse, na quarta-feira, numa entrevista à agência de notícias financeiras Bloomberg, que o complexo vai ser “um centro de inovação”: “como possuímos a tecnologia, temos a capacidade de ajudar” os fornecedores locais.

Li disse que o mercado do Brasil tem potencial para se desenvolver da forma semelhante ao da China, com veículos híbridos a gradualmente dar lugar a veículos totalmente eléctricos, à medida que a infra-estrutura de carregamento melhora.

 

De confiança

As vendas de veículos híbridos ou eléctricos no Brasil representaram apenas 2,5 por cento do total em 2022, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores brasileira, devido à competição dos carros movidos a etanol de cana-de-açúcar.

A consultora Bright Consulting disse num relatório que os veículos híbridos ou eléctricos devem representar 7 por cento das vendas de veículos ligeiros até 2030, muito abaixo da média mundial estimada de 37 por cento.

O anúncio da BYD surge depois de uma visita do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, à China em Abril, que incluiu uma reunião com a direcção da BYD.

“Este é um país em que confiamos e este é um governo em que confiamos”, disse Stella Li numa entrevista em São Paulo, no sul do Brasil.

À margem da visita de Lula da Silva, o governador da Baía, Jerónimo Rodrigues Sousa, disse à Lusa em Xangai que gostaria que a BYD recuperasse um parque industrial detido pela norte-americana Ford, em Camaçari.

A BYD produz já autocarros elétricos e painéis fotovoltaicos em Campinas, no estado de São Paulo, e tem uma fábrica de baterias para veículos eléctricos em Manaus, capital do estado do Amazonas.

9 Jul 2023

AIEA | Aprovado projecto japonês para libertar água radioactiva

O representante da agência internacional assegura que a água libertada é mais segura do que os padrões internacionais exigidos e não representa perigo para saúde das pessoas. China e organizações asiáticas manifestam-se contra as descargas no oceano

 

O director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) declarou-se, na quarta-feira, satisfeito com os planos do Japão para libertar água radioactiva tratada no Oceano Pacífico, apesar da polémica que os envolve.

A declaração de Rafael Mariano Grossi foi feita depois de se inteirar, no local, da situação da central nuclear de Fukushima, destruída por um sismo e um maremoto.

Grossi observou para onde a água tratada vai ser enviada, através de um aqueduto para uma instalação na costa, onde vai ser diluída com água salgada, e recebeu uma amostra de um teste final. A água vai depois ser libertada a um quilómetro da costa através de um túnel submerso.

“Estou satisfeito com o que vi”, disse Grossi, depois de ver o equipamento na unidade para a pretendida descarga, que o Japão pretende começar este Verão. “Não vi questões pendentes”, reforçou.

A libertação desta água suscita oposição dentro e fora do Japão.

Ao início de quarta-feira, Grossi reuniu-se com autarcas e líderes de associações de pescadores e realçou que a AIEA vai estar presente durante a descarga da água, que deve demorar décadas, para garantir a segurança e responder às preocupações dos residentes.

Revelou que vai ser organizada uma presença permanente da AIEA na central, para demonstrar o seu compromisso de longo prazo.

A descarga da água não é “um qualquer plano estranho que foi concebido apenas para ser aplicado aqui e vos ser proposto”, disse Grossi, durante a reunião em Iwaki, 40 quilómetros a sua da central. Adiantou que o método está certificado pela AIEA e é aplicado em outros locais do mundo.

A AIEA, no seu relatório final sobre o plano de Fukushima, divulgado na terça-feira, conclui que a água tratada, que ainda contém uma porção pequena de radioactividade, é mais segura do que os padrões internacionais e o seu impacto ambiental e na saúde das pessoas vai ser negligenciável.

 

Do contra

As organizações locais de pesca rejeitaram o plano, porque se preocupam com o impacto na reputação, mesmo que as suas capturas não estejam contaminadas.

O plano tem ainda a oposição de grupos sul-coreanos, chineses e de algumas ilhas do Pacífico, tanto por razões de segurança como políticas.

Grossi deve deslocar-se também à Coreia do Sul, à Nova Zelândia e às Ilhas Cook, para aí procurar reduzir a preocupação. O seu objectivo, detalhou, é explicar o que a AIEA está a fazer para garantir que não há problemas.

Para procurar reduzir as preocupações quanto à pesca e ao ambiente marinho, Grossi e Tomoaki Kobayakawa, o president da opwradora da central, Tokyo Electric Power Company Holdings, assinaram um acordo para um projecto conjunto que visa determinar o impacto que o trítio, o único radionuclídeo que os técnicos asseguram que não pode ser removido da água pelo tratamento, possa ter.

Na Coreia do Sul, dirigentes do governo declararam na quarta-feira que é muito improvável que a água libertada tenha níveis preocupantes de contaminação.

Já a China repetiu as suas objecções à libertação da água, em comunicado divulgado na terça-feira, acusando a AIEA de não reflectir todos os pontos de vista e o Japão de tratar o Oceano Pacífico como uma lixeira.

 

Um sismo e um maremoto, ocorridos em 11 de Março de 201, destruíram os sistemas de arrefecimento da central, o que provocou a fusão de três reactores e a contaminação da água para arrefecimento, que tem estado em escorrimento permanente. A água tem estado a ser recolhida, tratada e armazenada em cerca de mil tanques, que vão atingir a sua capacidade no início de 2024.

Depois de se reunir com Grossi, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que o Japão vai continuar a dar “explicações detalhadas baseadas em evidências científicas, com um elevado grau de transparência, tanto interna como externamente”.

9 Jul 2023

Vice-presidente da China reúne com vice-presidente da Guiné Equatorial

O vice-presidente chinês, Han Zheng, reuniu-se ontem com o vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang Mangue, em Pequim.
Han disse que, graças aos esforços dos dois chefes de Estado, a China e a Guiné Equatorial viram o desenvolvimento profundo de sua parceria cooperativa abrangente.
A China considera a Guiné Equatorial uma amiga sincera e parceira confiável, disse Han,citado pela Xinhua, pedindo aos dois países que continuem a apoiar-se firmemente na salvaguarda dos respectivos interesses centrais, fortaleçam a troca de experiências na governança do Estado, melhorem os intercâmbios amistosos em todos os níveis, aprofundem a cooperação pragmática em vários campos e elevar as relações bilaterais a um novo patamar.
Nas actuais circunstâncias, a solidariedade entre a China e a Guiné Equatorial é inestimável. Os dois lados devem trabalhar juntos para salvaguardar os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento e a paz e o desenvolvimento em nível mundial, acrescentou o vice-presidente chinês.
Mangue afirmou que a Guiné Equatorial e a China compartilham uma amizade fraterna. O responsável da Guiné- Equatorial expressou sua sincera gratidão à China por assumir a liderança em ajudar o país durante a luta contra a pandemia da COVID-19, o que reforçou ainda mais a amizade tradicional entre os dois países.
A Guiné Equatorial considera a China uma parceira estratégica, respeita o princípio de Uma Só China, compromete-se firmemente a aprofundar a cooperação amistosa com a China e está disposta a fortalecer a coordenação com a China e a salvaguardar os propósitos e princípios da Carta da ONU, acrescentou.

6 Jul 2023

Cheias | Pelo menos 15 mortos e quatro desaparecidos

Pelo menos 15 pessoas morreram no Sudoeste da China e quatro foram dadas como desaparecidas, na sequência de chuvas torrenciais no sudoeste do país, informou ontem a agência de notícias Xinhua.
As chuvas “mataram 15 pessoas e causaram o desaparecimento de quatro no município de Chongqing, no sudoeste da China”, de acordo com um relatório das autoridades locais, citado pela agência.
A confirmação da existência de vítimas surgiu um dia depois de os serviços meteorológicos terem alertado para possíveis catástrofes provocadas pelas chuvas, que atingiram grande parte do centro e sudoeste da China, ao mesmo tempo que foram batidos recordes de temperatura.
O Presidente chinês, Xi Jinping, “sublinhou que os principais responsáveis a todos os níveis devem assumir a liderança no combate às inundações, colocando a segurança das pessoas e dos bens em primeiro lugar e esforçando-se por minimizar quaisquer perdas”, acrescentou a Xinhua.
Como sinal da extensão dos danos, uma ponte ferroviária desmoronou-se parcialmente na terça-feira, devido à chuva em Chongqing, cidade-província com uma população de 31 milhões de habitantes, noticiou a Xinhua.
Na província vizinha de Sichuan, mais de 460 mil pessoas foram afectadas pelas chuvas torrenciais desta semana, acrescentou a agência na terça-feira.
De acordo com as autoridades, cerca de 85 mil pessoas foram retiradas das suas casas devido às chuvas, prevendo-se para esta semana “inundações repentinas nas zonas montanhosas” e “possíveis aluimentos de terras em alguns locais”.

6 Jul 2023

Taiwan | Pequim opõe-se à venda de armas dos Estados Unidos

A política norte-americana voltou a ser severamente criticada pelas autoridades chinesas, acusando o governo dos EUA de interferência grosseira nos assuntos internos do país. O Ministério da Defesa da China manifestou ontem “firme oposição” à venda de armas dos Estados Unidos a Taiwan.
“A China opõe-se firmemente à venda de armas dos EUA a Taiwan e apresentou protestos severos junto das autoridades norte-americanas”, declarou o porta-voz do Ministério Tan Kefei, em conferência de imprensa.
“Os EUA estão a ignorar as principais preocupações da China, ao interferir de forma grosseira nos assuntos internos da China e ao aumentar deliberadamente as tensões no estreito de Taiwan. Isto equivale a acelerar a transformação de Taiwan num ‘barril de pólvora’ e a empurrar o povo taiwanês para o abismo do desastre”, acrescentou.
Pequim instou os EUA a “respeitarem o princípio de uma só China” e a “deixarem imediatamente de vender armas” a Taipé.
A China apelou igualmente para que “ponham termo a qualquer forma de conluio militar entre os EUA e Taiwan e honrem seriamente o compromisso de não apoiar a independência de Taiwan”.

Negócio fechado
O Departamento de Estado norte-americano anunciou, na sexta-feira, ter aprovado uma possível venda de armas a Taiwan no valor de 440 milhões de dólares.
“A proposta de venda deste equipamento e apoio não vai alterar o equilíbrio militar de base na região”, lê-se no comunicado do Departamento de Estado norte-americano.
A escalada da tensão na região começou com a viagem à ilha da ex-presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos Nancy Pelosi, em Agosto do ano passado, e agravou-se na sequência da visita da líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, aos EUA, onde se reuniu com vários congressistas norte-americanos, apesar dos avisos de Pequim.
Taiwan tem um Governo autónomo desde 1949, mas a China considera o território sob a sua soberania. A política de Pequim em relação a Taipé tem sido, até à data, a de uma reunificação pacífica, ao abrigo do princípio “Um país, dois sistemas”.

6 Jul 2023

China e UE em diálogo sobre meio ambiente e clima

O quarto diálogo de alto nível sobre o meio ambiente e o clima entre a China e a União Europeia realizou-se esta terça-feira, em Pequim, com ambas as partes a concordarem em aprofundar a cooperação e em desempenhar um papel de liderança na política ambiental e climática global.
O diálogo foi levado a cabo pelo vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang, e o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans, indica o Diário do Povo.
Ding, também membro do Comité Permanente doBureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, disse que os dois lados devem implementar o importante consenso alcançado pelos líderes de ambos os lados, promover a cooperação China-UE sobre meio ambiente e clima para alcançar mais resultados e dar maiores contribuições para o desenvolvimento sustentável global.
Ding destacou que a China atribui grande importância à protecção ecológica e ambiental e às mudanças climáticas, promove inabalavelmente o desenvolvimento verde e de baixo carbono e embarcou numa série de medidas importantes para garantir a realização das metas de pico de carbono e neutralidade de carbono dentro do cronograma.
“A China está pronta para trabalhar com a UE para fazer melhor uso do diálogo sobre ambiente e clima, construir consensos, aumentar a confiança mútua, enriquecer e expandir a cooperação e abrir mais espaço para o desenvolvimento das relações China-UE”, disse Ding, acrescentando que as duas partes devem explorar o potencial de cooperação em energias renováveis, tecnologias verdes e de baixo carbono, mercados de carbono, resposta às mudanças climáticas e proteção ecológica e ambiental.

Dar as mãos
As duas partes devem avançar conjuntamente no processo multilateral sobre ambiente e clima, praticar um verdadeiro multilateralismo, trabalhar para o sucesso da 28.ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, implementar os resultados da COP15 e dar as mãos na construção de uma comunidade para todas as formas de vida na Terra, disse Ding.
Timmermans afirmou que a UE e a China desempenharam um papel importante na resposta global à mudança climática. A UE está disposta a aprofundar a cooperação com a China na abordagem da mudança climática, da economia circular, da protecção da biodiversidade e de outros domínios.

6 Jul 2023

China e UE em diálogo sobre meio ambiente e clima

O quarto diálogo de alto nível sobre o meio ambiente e o clima entre a China e a União Europeia realizou-se esta terça-feira, em Pequim, com ambas as partes a concordarem em aprofundar a cooperação e em desempenhar um papel de liderança na política ambiental e climática global.
O diálogo foi levado a cabo pelo vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang, e o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans, indica o Diário do Povo.
Ding, também membro do Comité Permanente doBureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, disse que os dois lados devem implementar o importante consenso alcançado pelos líderes de ambos os lados, promover a cooperação China-UE sobre meio ambiente e clima para alcançar mais resultados e dar maiores contribuições para o desenvolvimento sustentável global.
Ding destacou que a China atribui grande importância à protecção ecológica e ambiental e às mudanças climáticas, promove inabalavelmente o desenvolvimento verde e de baixo carbono e embarcou numa série de medidas importantes para garantir a realização das metas de pico de carbono e neutralidade de carbono dentro do cronograma.
“A China está pronta para trabalhar com a UE para fazer melhor uso do diálogo sobre ambiente e clima, construir consensos, aumentar a confiança mútua, enriquecer e expandir a cooperação e abrir mais espaço para o desenvolvimento das relações China-UE”, disse Ding, acrescentando que as duas partes devem explorar o potencial de cooperação em energias renováveis, tecnologias verdes e de baixo carbono, mercados de carbono, resposta às mudanças climáticas e proteção ecológica e ambiental.

Dar as mãos
As duas partes devem avançar conjuntamente no processo multilateral sobre ambiente e clima, praticar um verdadeiro multilateralismo, trabalhar para o sucesso da 28.ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, implementar os resultados da COP15 e dar as mãos na construção de uma comunidade para todas as formas de vida na Terra, disse Ding.
Timmermans afirmou que a UE e a China desempenharam um papel importante na resposta global à mudança climática. A UE está disposta a aprofundar a cooperação com a China na abordagem da mudança climática, da economia circular, da protecção da biodiversidade e de outros domínios.

6 Jul 2023

Dili | MNE japonês de visita para analisar relações bilaterais

O chefe da diplomacia japonesa visita Timor-Leste esta semana e os temas centrais serão a cooperação bilateral nos setores de defesa e segurança, desenvolvimento económico e recursos humanos, disse anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense.
Takei Shunsuke, que estará em Timor-Leste cerca de 24 horas, entre hoje e amanhã, é o primeiro governante a deslocar-se ao país desde a tomada de posse, no sábado passado, do novo Governo timorense.
A visita pretende “fortalecer a relação bilateral entre Timor-Leste e o Japão e continuar a explorar caminhos para impulsionar a cooperação bilateral nas áreas de defesa e segurança, desenvolvimento económico, desenvolvimento de recursos humanos e programa de formação de estagiários técnicos, bem como outras cooperações regionais e multilaterais”, divulgou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.
Durante a visita, Takei Shunsuke tem encontros previstos com o Presidente da República, José Ramos-Horta, o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, a presidente do Parlamento Nacional, Maria Fernanda Lay, e o seu homólogo timorense, Bendito dos Santos Freitas.
Na agenda está igualmente previsto um encontro com o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira.
A visita ocorre quando o novo Governo está a analisar o programa do executivo para os próximos cinco anos, documento que começou ontem a ser debatido numa reunião alargada do executivo, e que continua hoje.
O executivo reuniu-se pela primeira vez na segunda-feira, com um encontro alargado para discutir os objectivos e metas para os primeiros 120 dias da governação.

6 Jul 2023

Seul | Satélite norte-coreano sem “qualquer utilidade militar”

Após uma mobilização que envolveu uma frota de barcos, dragas e mergulhadores submarinos, os peritos sul-coreanos chegaram à conclusão que o satélite que caiu no mar não tinha fins militares.
Um satélite norte-coreano que caiu no mar, devido ao lançamento falhado, em Maio, não tinha “qualquer utilidade militar”, afirmou ontem o Governo da Coreia do Sul, na sequência de análises aos destroços.
Os peritos sul-coreanos concluíram que o aparelho “não tinha qualquer utilidade militar como satélite de reconhecimento”, declarou o Ministério da Defesa.
Partes do aparelho foram recuperadas do mar Amarelo e analisadas por cientistas norte-americanos e sul-coreanos.
Em 31 de Maio, a Coreia do Norte tentou lançar um satélite para o espaço, mas o foguetão que o transportava despenhou-se devido a um problema no motor, de acordo com Pyongyang.
O lançamento desencadeou alertas de mísseis no Japão e na Coreia do Sul. As buscas sul-coreanas demoraram 36 dias e mobilizaram uma frota de barcos, dragas e mergulhadores submarinos.
A Coreia do Norte explicou que o desenvolvimento deste satélite “espião” era necessário, tendo em conta a crescente presença militar dos Estados Unidos na região.

Para breve
Os programas espaciais são também uma das prioridades do líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o país anunciou a intenção de lançar em breve um novo satélite.
Na Coreia do Norte, o partido no poder criticou os responsáveis pela queda do satélite, de acordo com os meios de comunicação oficiais, ao passo que Washington, Seul e Tóquio condenaram o teste espacial como uma violação das sanções da ONU contra Pyongyang.
Analistas disseram acreditar que os lançamentos espaciais e os lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais, armas poderosas que Pyongyang está proibida de utilizar, se baseiam em tecnologias semelhantes.
As relações entre as duas Coreias atravessam um período de grande tensão, enquanto as conversações sobre a desnuclearização do Norte fracassaram, com Kim Jong-un a declarar que o estatuto do país como potência nuclear “é irreversível”.

6 Jul 2023

Chefe da AIEA no Japão para avaliação do plano para águas de Fukushima

O chefe da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) chegou ontem ao Japão, para apresentar uma avaliação do plano japonês para descarregar parte da água da central nuclear de Fukushima no oceano.

Rafael Grossi vai encontrar-se com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e com o chefe da diplomacia japonesa, Yoshimasa Hayashi, em Tóquio, antes de se deslocar hoje a Fukushima (nordeste) para visitar a central devastada pelo sismo e tsunami que desencadearam o acidente nuclear em 11 de Março de 2011.

O tsunami levou à fusão de três reactores, o pior desastre do pós-guerra no Japão e o mais grave acidente nuclear desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

O acidente provocou fugas radioactivas que obrigaram dezenas de milhares de habitantes das zonas circundantes a Fukushima a fugir das suas casas, em muitos casos para sempre.

Os trabalhos de descontaminação e de desmantelamento da central deverão prolongar-se por várias décadas, mas o Japão vê-se confrontado com o problema imediato de armazenar cerca de 1,33 milhões de toneladas de água proveniente da chuva, das águas subterrâneas ou das injecções necessárias para arrefecer os núcleos dos reactores nucleares no local da central, que se aproxima do ponto de saturação.

 

Descargas polémicas

O Governo japonês tenciona descarregar a água no oceano depois de a tratar com um sistema de descontaminação que elimina todos os elementos radioactivos, excepto o trítio, e de a diluir.

O projecto já foi aprovado pela AIEA, mas o Governo japonês afirmou que as descargas só vão começar depois de uma “revisão completa”, cujos resultados Grossi deverá apresentar agora.

“A análise da AIEA, que é a autoridade em matéria de gestão e aplicação das normas de segurança nuclear, é essencial para os nossos esforços no sentido de promover a compreensão internacional”, declarou o porta-voz do Governo, Hirokazu Matsuno.

Mas o plano foi alvo de fortes críticas por parte da China, enquanto na Coreia do Sul os preços do sal – que contém iodo, usado para tratar exposição radioactiva – subiram em flecha devido aos receios de contaminação radioactiva na sequência da libertação da água de Fukushima no oceano.

As comunidades piscatórias de Fukushima também receiam que os clientes boicotem as capturas da zona, apesar dos rigorosos protocolos de controlo dos alimentos provenientes da região.

O Japão disse que a libertação ia começar este Verão, sem dar mais pormenores, e Hirokazu Matsuno indicou que esse calendário continuava em vigor.

“Explicaremos e comunicaremos exaustivamente, tanto a nível nacional como internacional, os pormenores do relatório da AIEA, os nossos esforços para garantir a segurança e as medidas contra os danos à reputação” do Japão, sublinhou o porta-voz do Governo nipónico.

5 Jul 2023

Modi destaca “respeito pela soberania” em cimeira com Putin e Xi Jinping

O primeiro-ministro indiano destacou o respeito pela soberania como pilar fundamental da região, durante o discurso de abertura da cimeira de líderes da Organização para a Cooperação de Xangai, com a participação dos presidentes russo e chinês.

“Não vemos a Organização para a Cooperação de Xangai como um bairro alargado, mas sim como uma família alargada. Segurança, desenvolvimento económico, conectividade, união, respeito pela soberania e integridade territorial e protecção ambiental são os pilares da nossa visão” para a organização, destacou Narenda Modi, durante o discurso de abertura.

Esta reunião da Organização para a Cooperação de Xangai, que integra vários dos países mais próximos da Rússia, é uma oportunidade de ouro para Moscovo medir o seu apoio, 10 dias depois da frustrada rebelião do grupo mercenário Wagner.

Entre os membros da organização está a China, com quem a Índia manteve uma relação tensa nos últimos anos, após várias disputas fronteiriças, assim como o Paquistão, país que Nova Deli frequentemente acusa de promover o terrorismo contra o seu território.

“Alguns países usam o terrorismo transfronteiriço como uma ferramenta das suas políticas e abrigam terroristas. A Organização para a Cooperação de Xangai não deve hesitar em criticar esses países. Os países da organização devem condená-lo. Não deve haver dois pesos e duas medidas em relação ao terrorismo”, declarou Modi, na presença do primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif.

 

Novos membros

Além do aumento do terrorismo, a cimeira prevê abordar os principais desafios de segurança, além de formalizar a adesão do Irão como novo membro da organização e iniciar os procedimentos para que a Bielorrússia também se junte, num futuro próximo.

“Estou muito feliz que o Irão se esteja a juntar à família, como um novo membro. Também damos as boas-vindas à assinatura do Memorando de Obrigações para a adesão da Bielorrússia”, acrescentou o primeiro-ministro indiano.

Estes dois países vão juntar-se aos oito Estados-membros que constituem actualmente a organização. São eles a Rússia, China, Índia, Paquistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão. Há quatro países observadores – Afeganistão, Bielorússia, Irão e Mongólia – e seis outros associados – Arménia, Azerbaijão, Camboja, Nepal, Sri Lanka e Turquia.

5 Jul 2023

Metais | Restringida exportação de elementos essenciais para semicondutores

A medida entra em vigor em Agosto. A exportação de gálio e germânio sem autorização passa a ser considerada crime

 

O Ministério do Comércio da China anunciou na segunda-feira à noite restrições à exportação de gálio e germânio, dois metais fundamentais para o fabrico de semicondutores.

A partir de 01 de Agosto, não será possível exportar gálio ou germânio ou mais de uma dezena de derivados dos dois metais sem pedir uma autorização específica às autoridades, indicou em comunicado o Ministério do Comércio chinês.

O objectivo é “proteger a segurança e os interesses” da China e sublinhou que a exportação destes metais sem autorização poderá “constituir um crime”, acrescentou.

A China é o maior produtor mundial de ambos os elementos, com mais de 95 por cento da produção de gálio e 67 por cento da produção de germânio.

Entretanto, o Japão disse ontem estar a analisar a decisão da China, não descartando a possibilidade de tomar medidas de retaliação.

O porta-voz do Governo nipónico, Hirokazu Matsuno, disse que as autoridades estão a “analisar o potencial impacto no Japão” da medida.

“Vamos confirmar com a China as suas intenções “, declarou Matsuno, em conferência de imprensa.

“Se o Japão estiver sujeito a medidas injustificadas à luz das regras internacionais” da Organização Mundial do Comércio, o porta-voz garantiu que o país tomará “as medidas oportunas”.

As empresas japonesas importam grandes quantidades de gálio e germânio da China.

 

Dedos apontados

Em 23 de Junho, Tóquio restringiu a exportação de equipamento avançado de fabrico de semicondutores, medida que vai também afectar Pequim, mas o ministro da Economia, Comércio e Indústria japonês, Yasutoshi Nishumura, descartou que a decisão chinesa seja uma retaliação.

O jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o China Daily, defendeu, num editorial, a decisão e sublinhou que os Estados Unidos, apesar de terem os maiores depósitos de germânio do mundo, não os têm explorado, já que a extracção representa uma grande fonte de poluição ambiental.

O jornal apontou também o dedo aos Países Baixos, que impôs controlos sobre as exportações para a China de tecnologia que usa luz ultravioleta para gravar circuitos nos chips de memória mais avançados.

“São eles que colocam em risco as cadeias produtivas globais, e não podem culpar a China, que está a defender os seus interesses legais nacionais neste mundo de incertezas,” disse o China Daily.

De acordo com especialistas citados pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, a decisão serve de pressão no âmbito de negociações com os Estados Unidos e outros governos ocidentais sobre as restrições impostas à exportação para a China de chips e equipamento necessário ao fabrico de chips.

A medida foi anunciada três dias antes da secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, iniciar uma visita oficial à China.

5 Jul 2023

Banco central | Novo chefe do comité do Partido Comunista Chinês nomeado

O actual director da Administração Estatal de Câmbio, Pan Gongsheng, foi nomeado novo chefe do comité do Partido Comunista Chinês no banco central da China, anunciou ontem a instituição.
Pan Gongsheng deverá em breve ser nomeado governador do banco central, algo que geralmente se segue às nomeações para o comité partidário, disseram fontes do sector financeiro ao jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP).
O Banco Popular da China confirmou que Pan irá substituir Guo Shuqing, número dois do banco central e antigo regulador de bancos e seguros, um órgão recentemente absorvido pelo novo órgão supervisor do sector financeiro, de acordo com um comunicado.
O actual governador do banco central chinês, Yi Gang, também deixou o cargo de vice-secretário do comité do Partido Comunista Chinês na instituição, indicou na mesma nota.
As fontes citadas pelo SCMP garantiram ainda que Guo Shuqing e Yi Gang, de 66 e 65 anos, respectivamente, deverão reformar-se, depois de, em Março, terem sido nomeados para a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, um órgão sem poderes legislativos.
De acordo com o currículo oficial de Pan Gongsheng, o executivo de 59 anos tem um doutoramento em economia pela Universidade de Pequim e foi professor convidado na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em 1997 e 1998.
Pan trabalhou nos bancos estatais Banco Industrial e Comercial da China e Banco Agrícola da China antes de ser nomeado vice-governador do banco central chinês, cargo que ocupa desde 2012.

4 Jul 2023

Actividade da indústria transformadora abranda em Junho

A actividade da indústria transformadora da China continuou em terreno positivo em Junho, mas o ritmo de crescimento desacelerou pelo quarto mês consecutivo, indicam dados publicados ontem pela revista privada Caixin.
O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês), elaborado pela empresa de informação económica britânica IHS Markit e difundido pela Caixin, caiu para 50,5 pontos em Junho, depois de se ter fixado em 50,5 pontos em Maio.
Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da actividade.
O índice da IHS Markit, que cobre principalmente empresas menores e voltadas para a exportação, em comparação com o PMI oficial, é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo.
O índice caiu pelo quatro mês consecutivo, depois de ter atingido 51,6 pontos em Fevereiro, o maior ritmo de expansão em quase um ano.

Acima das expectativas
Apesar da desaceleração, os 50,5 pontos registados em Junho superaram as expectativas dos analistas, que esperavam que o índice divulgado pela Caixin ficasse em torno de 50,2 pontos.
“O crescimento da actividade manufactureira sofreu uma desaceleração mínima”, apontou Wang Zhe, economista do Caixin Insight Group, no comunicado que acompanha os dados.
“Tanto a oferta quanto a procura aumentaram ligeiramente, o mercado de trabalho piorou, a logística melhorou, as empresas aumentaram as compras, as reservas de matéria-prima aumentaram ligeiramente, os preços continuaram a cair e o optimismo dos empresários vacilou”, acrescentou Wang.
O especialista destacou que o aumento da procura se deveu principalmente ao mercado doméstico, já que a do exterior se manteve “mais ou menos estável” diante da “continuada letargia” da economia global.
Wang sublinhou que o índice que mede o optimismo dos empresários do sector para os próximos 12 meses se manteve acima dos 50 pontos, mas caiu para o menor nível desde Outubro, com alguns dos entrevistados preocupados com uma recuperação económica mais lenta do que o esperado depois de o fim da política ‘zero covid’ na China.
“A recuperação económica da China ainda tem de encontrar uma base estável (…). Maior apoio político será necessário ao nível macro, bem como implementação [de medidas] mais eficazes numa perspectiva micro, para garantir que as políticas beneficiem directamente os participantes do mercado e, portanto, aumentem o emprego e as expectativas”, recomendou o economista.
Os números divulgados pela Caixin contrastam com as estatísticas divulgadas na sexta-feira pelo Gabinete de Estatísticas chinês, que situava o PMI oficial em 49 pontos, marcando o terceiro mês consecutivo de contração da actividade no sector.

4 Jul 2023

Clima | Onze províncias em alerta devido à chuva. Retiradas 10 mil pessoas

As condições climáticas extremas já provocaram inundações que levaram à evacuação de mais de 10 mil pessoas em Hunan. Por outro lado, em Pequim prevê-se a chegada de mais uma invulgar onda de calor.
Os serviços de meteorologia chineses alertaram ontem que 11 províncias, ou cerca de metade da área terrestre do país, devem ser afectadas por chuva forte nos próximos dias.
As autoridades da província de Hunan, no centro da China, indicaram, no domingo, que mais de 10 mil pessoas tiveram de abandonar as suas casas e foram transferidas com urgência para um local seguro devido a inundações.
Em Hunan, cerca de 70 casas desabaram, 2.283 ficaram danificadas e campos agrícolas ficaram inundados. As perdas foram até agora estimadas em 575 milhões de yuan, indicou o Departamento de Gestão de Emergências da região de Xiang’xi.
Na região de Zhenba, na província de Shaanxi, as autoridades relataram que as piores inundações em 50 anos devastaram estradas e danificaram casas. Nenhuma morte foi registada até ao momento.

De um extremo ao outro
A Agência Meteorológica chinesa disse acreditar que a falta de chuva pode estar a contribuir para o calor extremo, uma vez que Pequim, cidade já habitualmente seca, está a registar menos precipitação do que o normal este ano.
As inundações na China seguem-se a uma invulgar vaga de calor, durante a qual Pequim registou dez dias em que a temperatura ultrapassou 35 graus Celsius, indicou o Centro do Clima chinês, sob a tutela da agência meteorológica chinesa.
A última vez que Pequim sentiu uma vaga de calor semelhante foi em 1961, décadas antes de a maioria dos residentes da capital chinesa ter acesso a ar condicionado ou mesmo a ventoinhas.
Embora as temperaturas na capital tenham acalmado para os 33 graus Celsius ontem ao meio-dia, os meteorologistas avisaram que devem subir novamente esta semana para até 39,6 graus Celsius em Pequim e em outras partes da China.
Em 2021, mais de 300 pessoas morreram na província central de Henan, com chuvas torrenciais a inundar a capital provincial de Zhengzhou em 20 de Julho, transformando ruas em rios e cobrindo parte de uma linha de metropolitano.
As piores inundações da história recente da China ocorreram em 1998, quando 4.150 pessoas morreram, a maioria delas ao longo do Yangtze, o terceiro maior rio do mundo.

4 Jul 2023

Reino Unido | Embaixador timorense pede melhores condições para emigrantes

João Paulo da Costa Rangel foi a Timor-Leste para a tomada de posse do novo governo e tentar promover melhores condições para os que estão longe do país, mas que tentam ajudar no combate à pobreza e na criação de melhores condições de vida.
O embaixador timorense no Reino Unido disse ontem à Lusa esperar que o novo Governo ajude a criar melhores condições, incluindo consulares, para apoiar os emigrantes naquele país e cujo contributo para Timor-Leste é significativo.
“Como pessoa que veio da classe trabalhadora, tenho plena consciência de que os emigrantes são muitíssimo importantes para o nosso país. Contribuem para a segunda maior receita do país, mas infelizmente não estão a ser bem tratados e valorizados”, disse João Paulo da Costa Rangel à Lusa em Díli.
João Paulo da Costa Rangel está em Timor-Leste com uma delegação de três líderes comunitários timorenses, Roy Setiawan, da Irlanda do Norte, Elvelisa Jerónimo, de Bridgewater, e Celso de Oliveira, de Peterbourough.
A delegação veio para a tomada de posse do IX Governo constitucional, ao qual espera apresentar, em conjunto com o Presidente timorense, um pedido de reforço das condições de apoio consular aos emigrantes timorenses no Reino Unido.
“Trouxemos uma petição com alguns pedidos simples, de protecção consular e algumas outras questões”, explicou.
“São timorenses dignos, emigrantes, que dão a vida para enviar dinheiro para ajudar na redução da pobreza, para criar negócios, financiar familiares para viver e estudar. Mas, depois, quando caducam os passaportes, nem sequer o podem renovar facilmente, porque a embaixada não tem condições adequadas. Estamos a procurar melhorar esta situação”, vincou.
Rangel, há dois meses no cargo, notou que a embaixada não tem dados consulares correctos, com estimativas variadas sobre o tamanho da comunidade timorense emigrante no Reino Unido, avaliada em dezenas de milhares de pessoas.
Ainda assim, os dados parciais existentes confirmam a importância evidente das remessas dos emigrantes no Reino Unido, com dados do Banco Nacional de Comércio de Timor-Leste (BNCTL) a indicarem que só nos primeiros três meses do ano chegaram ao país mais de nove milhões de dólares.
Dados informais de empresas de remessas de dinheiro sugerem que no primeiro trimestre chegaram, em média, “remessas de 500 mil dólares ou 15 milhões de dólares por mês”.

Diplomata saxofonista
Costa Rangel, de 41 anos, é um dos mais jovens empresários do país, tendo fundado o grupo de empresas PAX em 2010, actualmente com mais de dois mil funcionários.
Funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC) entre 2001 e 2004, teve funções diplomáticas na embaixada de Timor-Leste em Jacarta e no consulado geral em Sydney (Austrália). É também conhecido como saxofonista.
Em Março, ao dar posse ao diplomata, o Presidente timorense, José Ramos-Horta, pediu a Rangel para apoiar a comunidade emigrante timorense, na regularização e no envio de remessas.
“A estimativa varia, mas poderá haver uma comunidade de 30 mil pessoas. Temos que olhar por eles. Uma prioridade para si é tentar com o Reino Unido regularizar a situação dos que estão indocumentados ou que violaram as regras da imigração, ultrapassando o visto permitido de estadia no Reino Unido”, disse.
“Uma das suas obrigações é ver também como podemos melhor apoiar os timorenses no envio das suas ajudas para as suas famílias. Talvez opções para abrir aqui um programa especial para os timorenses no exterior, especialmente no Reino Unido, mas em todos os outros, para que não sejam vítimas de cobranças e grandes custos de transferências e para que os dinheiros enviados para Timor-Leste tenham aplicação positiva”, afirmou, na altura, Ramos-Horta.

4 Jul 2023