Hoje Macau China / ÁsiaMNE da China não é visto em público há mais de três semanas O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, não é visto em público há mais de três semanas e já perdeu compromissos diplomáticos importantes, o que gerou dúvidas crescentes sobre o seu paradeiro. Qin, um dos rostos da nova geração de diplomatas da China conhecidos como “lobos guerreiros”, foi visto em público pela última vez no dia 25 de Junho, quando reuniu na capital chinesa com autoridades do Sri Lanka, Rússia e Vietname. Desde então, não houve qualquer referência a Qin Gang, que serviu anteriormente como embaixador em Washington, pela diplomacia ou imprensa oficial chinesa. Na semana passada, Pequim disse que a ausência de Qin na reunião entre os ministros dos países do Sudeste Asiático, em Jacarta, se deveu a motivos de saúde. Esta justificação está ausente da transcrição oficial da conferência de imprensa regular com a porta-voz da diplomacia chinesa, colocada posteriormente no portal do ministério dos Negócios Estrangeiros. O organismo exclui frequentemente conteúdo que considera sensível das transcrições da conferência diária. A ausência prolongada contrasta com a repentina ascensão em Dezembro passado, quando o seu tom firme e agressivo foi premiado com o cargo de ministro, dando início a meses de actividade frenética, na sequência da reabertura da China, após quase três anos de política ‘zero covid’. Qin substituiu Wang Yi – que é agora o director do Gabinete da Comissão para as Relações Externas do Partido Comunista da China – com uma agenda internacional marcada pela guerra na Ucrânia ou a crescente rivalidade entre Pequim e Washington. A sua última aparição pública de grande visibilidade aconteceu em Junho passado, quando se reuniu em Pequim com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, numa altura em que ambas as partes tentavam recuperar a comunicação, visando evitar que a competição resulte num conflito aberto. Qin deveria ter reunido com o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, este mês, em Pequim, mas adiou a reunião sem fornecer explicação. Encontros falhados Na segunda-feira, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, disse que não tinha “nenhuma informação” sobre quando Qin poderia retornar ao cargo. As “actividades diplomáticas da China continuam com normalidade”, apontou. Qin também não participou nas reuniões realizadas em Pequim com a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, nem recebeu na capital chinesa o enviado especial da Casa Branca para as alterações climáticas, John Kerry. Uma pesquisa pelo nome de Qin Gang na rede social Weibo, equivalente ao Twitter na China, retorna resultados de há mais de um mês. O jornalista e analista Phil Cunningham disse ainda que cinco frases sobre Qin foram cortadas sem aviso prévio de um artigo de opinião que ele escreveu acerca das relações China – Estados Unidos para o jornal South China Morning Post (SCMP), com sede em Hong Kong. Phil comentou no artigo que foi um momento infeliz para um ex-embaixador em Washington desaparecer da cena política e questionou se se deveu a doença ou “desfavorecimento político”. Qin é considerado uma estrela em ascensão no aparelho do Partido Comunista Chinês. É visto como próximo do Presidente chinês, Xi Jinping, com quem trabalhou como chefe de protocolo, antes de servir como vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, entre 2018 e 2021.
Hoje Macau China / ÁsiaAs alterações climáticas são uma “ameaça à humanidade”, diz John Kerry em Pequim O enviado norte-americano para o clima, John Kerry, disse hoje em Pequim que as alterações climáticas constituem uma “ameaça à humanidade”, durante um encontro com o principal diplomata do Partido Comunista Chinês, Wang Yi. “O clima, como você sabe, é um problema global, não um problema bilateral. É uma ameaça à humanidade”, afirmou Kerry. A visita surge numa altura em que os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo e os principais emissores de gases com efeito de estufa, retomam o diálogo sobre as alterações climáticas, que foi interrompido pelo deteriorar das relações entre Washington e Pequim. Kerry, que chegou à capital chinesa no domingo, foi recebido por Wang no Grande Palácio do Povo, adjacente à Praça Tiananmen. A deslocação do enviado norte-americano coincide também com um período em que várias regiões no hemisfério norte, incluindo na China, registam temperaturas extremas, com os níveis de calor a bater recordes consecutivos. “Você é um velho amigo nosso”, disse o diretor do Gabinete da Comissão para as Relações Externas do Partido Comunista da China a Kerry, que manteve uma relação cordial e constante com a China, apesar de a relação bilateral ter batido no nível mais baixo, nos últimos anos, desde a década de 1970. Esta é a terceira deslocação à China do ex-secretário de Estado norte-americano desde que assumiu o cargo em 2021. “A cooperação no âmbito das alterações climáticas está a progredir entre a China e os Estados Unidos e, por isso, precisamos do apoio conjunto dos povos de ambos os países”, acrescentou Wang. “As relações China – EUA devem ser saudáveis, estáveis e duradouras”, defendeu. Na segunda-feira, John Kerry reuniu-se durante quatro horas com o homólogo chinês, Xie Zhenhua, de acordo com a televisão estatal CCTV. Washington e Pequim “devem tomar medidas urgentes em várias frentes, particularmente na poluição causada pela utilização de carvão e metano”, escreveu Kerry na rede social Twitter, na segunda-feira. “A crise climática exige que as duas maiores economias do mundo trabalhem juntas para limitar o aquecimento global”, acrescentou. Mao Ning, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, reconheceu também, em conferência de imprensa, que “as alterações climáticas são um desafio comum para toda a humanidade”. A China “vai realizar intercâmbios com os Estados Unidos sobre questões relacionadas com as alterações climáticas e trabalhará com [Washington] para enfrentar os desafios e melhorar o bem-estar das gerações atuais e futuras”, disse Mao. O diálogo climático foi interrompido pela China há quase um ano, em protesto contra a viagem a Taiwan de Nancy Pelosi, então líder da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaFábio Abreu confiante que Beijing Guoan vai conseguir melhorar classificação O avançado luso-angolano Fábio Abreu disse hoje, na chegada à China, estar confiante que o Beijing Guoan, equipa pela qual assinou contrato de ano e meio, vai conseguir ascender na classificação na superliga chinesa. “Ainda há muito campeonato pela frente”, disse o avançado, de 30 anos, à agência Lusa, expressando confiança nas capacidades do treinador português Ricardo Soares, com quem trabalhou no Moreirense, na época 2019/2020, e que volta agora a encontrar em Pequim. “No Moreirense, começamos mal e após o mister Ricardo Soares pegar na equipa conseguimos recuperar e quase fomos à Liga Europa”, recordou. “Quando tens um treinador que sabe o que está a fazer, tens uma equipa que gosta de aprender e quer fazer mais, isso ajuda muito”, vincou. O Beijing Guoan, a principal equipa de Pequim, ocupa atualmente o sexto lugar da prova máxima do futebol na China, a 15 pontos do primeiro e a nove do segundo. Abreu chega ao país asiático após duas épocas na Arábia Saudita e uma época nos Emirados Árabes Unidos. “Eu gosto de experimentar coisas novas: Não tenho medo, gosto de arriscar”, frisou. Sobre as expectativas de viver na China, um país à partida culturalmente distante das suas raízes, o jogador garantiu vir com a “mente aberta”. “Quando vamos para fora não podemos pensar: este país tem que ser igual ao nosso”, sublinhou. “Vou fazer certamente o esforço para aprender chinês. Não quero ficar na minha bolha”, garantiu. Nascido em Lisboa, Fábio Abreu foi viver com seis anos para a cidade de Manchester, em Inglaterra. Aos 18 anos, voltou a Portugal, para jogar no Marítimo. Na sua última época no Moreirense, o jogador marcou 15 golos em 36 jogos. Em duas épocas no Al-Batin, na Arábia Saudita, o avançado somou 28 golos, num total de 60 jogos. O ano passado fez seis golos, em 16 jogos disputados pelo Khorfakkan, dos Emirados Árabes Unidos. Com 30 anos, o avançado assegurou: “Não estou mais velho, estou mais experiente”. Fábio Abreu disse estar à espera da mulher e dos filhos para ir visitar os pontos turísticos de Pequim. “Quero muito ir à Grande Muralha: já ouço falar desde que sou pequeno”, apontou. “Mas vou esperar pela família primeiro”, ressalvou. “Já sei, se for primeiro, depois vai ser guerra em casa”.
Hoje Macau China / ÁsiaConstrutora chinesa Evergrande anunciou perdas superiores a 72 mil milhões de euros A construtora chinesa Evergrande anunciou hoje perdas líquidas superiores a 72.000 milhões de euros, nos últimos dois anos, ilustrando a crise de liquidez que abalou o setor imobiliário na China. A empresa registou perdas líquidas de 476.035 milhões de yuan, em 2021, e de 105.914 milhões de yuan, em 2022. O grupo, que em 2020 facturou 8.076 milhões de yuan, indicou ainda que, no final de 2022, o seu passivo total ascendeu a cerca de 2,44 biliões de yuan, uma queda de 5,53%, face ao ano anterior, mas ainda quase 25% acima do valor registado no final de 2020. Deste montante, 612.390 milhões de yuan correspondem a empréstimos, mas os números refletem também uma diminuição de 20,1% no valor dos ativos totais da empresa, face a 2020, situando-se agora em 1,84 biliões de yuan. Em 2022, a Evergrande facturou 230.067 milhões de yuan, o que representa uma queda de quase 8%, em relação a 2021, e de perto de 55%, em relação a 2020. Além das perdas operacionais, a Evergrande atribuiu grande parte dos resultados negativos a fatores como a devolução de terrenos ou a perda de valor por imparidade de ativos financeiros. Apesar de a publicação deste relatório de contas ter sido uma das condições para a Evergrande retomar as negociações na Bolsa de Valores de Hong Kong, congelada desde março do ano passado, após ter perdido quase 90% do seu valor desde o início de 2021, a empresa indicou que a suspensão vai manter-se “até novo aviso”. Num outro comunicado, divulgado na segunda-feira, o conglomerado indicou que espera uma audiência no Tribunal de Hong Kong em 24 de julho para discutir os detalhes do plano de reestruturação da sua dívida junto de credores internacionais, com iniciativas semelhantes no mesmo dia no Reino Unido, Ilhas Virgens e, no dia seguinte, nas Ilhas Caimão. A Evergrande revelou este ano que vai precisar de um financiamento adicional de até 300.000 milhões de yuan, para cumprir o objetivo de garantir a entrega dos imóveis vendidos antes de terem sido concluídos. A situação financeira de muitas construtoras chinesas deteriorou-se, após os reguladores chineses passarem a exigir às empresas, em 2020, um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19. O colapso da Evergrande é o caso mais emblemático desta crise, que tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70%, segundo diferentes estimativas. Nos últimos meses, face à crise do setor, o Governo mudou de tom e anunciou diversas medidas de apoio, com os bancos estatais a abrirem linhas de crédito multimilionárias para diversas construtoras.
Hoje Macau China / ÁsiaChinês fingiu estar a lutar na Ucrânia para acumular seguidores nas redes sociais Um chinês que divulgava vídeos nas redes sociais acumulou centenas de milhares de seguidores e vendeu bens russos ao simular que estava a combater na Ucrânia, através da criação de vídeos com recurso à inteligência artificial (IA). Careca e com barba espessa, o homem identificado pelo pseudónimo Baoer Kechatie, apresentava-se como um soldado das forças especiais da Chechénia, estacionado nas linhas da frente. Num dos vídeos, onde surge à frente do que diz ser uma “central nuclear”, proclama que o exército russo acabou de dominar a área. Noutro, afirma que acabou de lutar contra fuzileiros navais norte-americanos e exibe uma arma. No entanto, o sotaque cerrado da província de Henan, no centro da China, acabou por suscitar dúvidas sobre a veracidade do conteúdo. Utilizadores do Douyin, a versão chinesa da aplicação de partilha de vídeos curtos TikTok, apuraram que o IP (Protocolo de Internet) de Baoer Kechatie estava localizado precisamente em Henan. A conta chegou a somar 400.000 seguidores e vendeu pelo menos 210 produtos, incluindo vodca e mel russos, através de uma loja de comércio electrónico associada. Num comunicado difundido este fim de semana, o Douyin disse que suspendeu indefinidamente a conta, por “espalhar desinformação”. Antes de ser banido, o proprietário da conta retirou todos os vídeos e mudou o pseudónimo de “Baoer Kechatie” para Wang Kangmei, que se traduz como “Resistência aos Estados Unidos”. Sei quem ele é Na China, a utilização de identidades falsas entre criadores de conteúdo é cada vez mais frequente, à medida que as ferramentas de IA para manipulação de vídeo e áudio são aprimoradas. No ano passado, uma mulher que se identificava como Nana e de origem russa tornou-se viral por partilhar momentos da sua vida na China, mas acabou por ser desmascarada como uma impostora que transformou a sua aparência com recurso a filtros alimentados por IA. A conta chegou a ter quase dois milhões de seguidores. Em Janeiro passado, a China passou a criminalizar a publicação e veiculação de vídeos e áudio editados via inteligência artificial e realidade virtual (‘deepfakes’) que não estejam identificados como tal. “Com a adopção de novas tecnologias como ‘deepfakes’ na indústria dos vídeos e áudios, o uso de conteúdo susceptível de perturbar a ordem pública e violar os interesses da população é um risco, criando problemas políticos e impacto negativo para a segurança nacional e a estabilidade social”, apontou então a Administração do Ciberespaço da China. As medidas incluem a obrigatoriedade de configurar um sistema de verificação de nome real aquando da criação de uma conta. Desde Maio, o Douyin exige que todos os usuários rotulem claramente o conteúdo gerado por inteligência artificial.
Hoje Macau China / Ásia MancheteEconomia chinesa | Crescimento de 6,3% no segundo trimestre do ano Embora a subida do PIB supere a taxa de crescimento do trimestre anterior, o crescimento económico fica um pouco aquém das expectativas A economia chinesa registou um crescimento homólogo de 6,3 por cento, no segundo trimestre do ano, aquém das expectativas dos analistas, já que o efeito base de comparação, após um ano de bloqueios rigorosos, fazia prever uma taxa superior. A segunda maior economia do mundo deve desacelerar ainda mais nos próximos meses, dada a fraca procura interna na China e a nível global, à medida que a inflação galopante forçou os bancos centrais a subir as taxas de juro. A expansão de 6,3 por cento do PIB (produto interno bruto) entre Abril e Junho superou a taxa de crescimento de 4,5 por cento, alcançada no trimestre anterior, segundo dados do governo divulgados ontem. No entanto, a economia cresceu apenas 0,8 por cento, em relação ao período entre Janeiro e Março. A expansão robusta, em termos homólogos, deve-se em grande parte ao crescimento de apenas 0,4 por cento, durante o segundo trimestre de 2022, quando o país impôs rigorosos bloqueios em Xangai e outras cidades, visando conter surtos de covid-19. Os analistas previam que o crescimento se fosse fixar acima dos 7 por cento. O PIB da China no primeiro trimestre superou as expectativas e cresceu 4,5 por cento, com os consumidores a voltar aos centros comerciais e restaurantes, após Pequim ter desmantelado a política ‘zero covid’. O Governo chinês estabeleceu a meta de crescimento económico deste ano em “cerca de 5 por cento”. Para alcançar aquele valor, o PIB vai ter que crescer mais rapidamente nos próximos meses. Nem oito, nem 80 Dados divulgados na semana passada revelaram que as exportações da China caíram 12,4 por cento, em Junho, em termos homólogos, face à queda na procura global, suscitada pelo aumento das taxas de juros na Europa, Estados Unidos e outros países, que visam conter a inflação. As vendas no retalho, um indicador da procura dos consumidores, no mês de Junho, subiram 3,1 por cento, em relação ao mesmo período de 2022. A produção industrial, que mede a actividade nos sectores transformadores, da mineração e da energia, cresceu 4,4 por cento em Junho, em termos homólogos, superando as expectativas dos analistas. Ao contrário do resto do mundo, a China não enfrenta altas taxas de inflação, mas pode acabar por registar o oposto: a queda dos preços, ou deflação, devido à fraca procura. Nos últimos meses, as autoridades tentaram estimular o crédito e gastos. O investimento em activos fixos, que inclui infraestruturas e outras grandes obras públicas que Pequim usa para impulsionar o crescimento económico, aumentou 3,8 por cento, no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022. Bolsa | Praças asiáticas em queda após Pequim publicar dados As principais praças financeiras asiáticas registaram ontem quedas, após a China ter difundido a taxa de crescimento económico relativa ao segundo trimestre, que ficou abaixo do esperado. O índice Shanghai Composite, a bolsa de Xangai, caiu 1,1 por cento, para 3.201,09 pontos, depois de a China ter revelado que a sua economia cresceu 6,3 por cento, entre Abril e Junho, em termos homólogos (ver texto principal). A segunda maior economia do mundo deve desacelerar ainda mais nos próximos meses, dada a fraca procura interna na China e a nível global, à medida que a inflação galopante forçou os bancos centrais a subir as taxas de juro. É esperado que Pequim adopte medidas para sustentar o crescimento. “Os dados serão vistos na perspectiva de como influenciarão as decisões políticas tomadas na próxima reunião do Politburo, que se realiza no final de Julho”, disse Stephen Innes, da gestora de activos SPI Asset Management, num relatório. O abrandamento da economia chinesa tem forte impacto no mercado das matérias-primas, afectando países como Angola ou Brasil, ao reduzir a procura por petróleo, minério de ferro e bens agrícolas. O impacto é também sentido pelas economias mais desenvolvidas, já que a China é um dos maiores mercados do mundo para automóveis e outros bens com valor acrescentado. Desemprego jovem | Taxa com novo valor recorde em Junho A taxa oficial de desemprego entre os jovens urbanos da China (entre 16 e 24 anos) atingiu novo recorde histórico em Junho, ascendendo a 21,3 por cento, segundo dados publicados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística). A proporção de jovens desempregados sobe assim face ao valor de 20,8 por cento, registado em Maio, estabelecendo um novo máximo desde que o sub-índice começou a ser contabilizado, em 2018. Em Junho, a taxa de desemprego para a população activa no geral era de 5,2 por cento, inalterada em relação a Maio. O GNE acrescentou que a taxa de desemprego urbano na primeira metade do ano foi de 5,3 por cento e que Pequim estabeleceu a meta de criar cerca de 12 milhões de novos empregos nas cidades até 2023. A China tem mais de 96 milhões de jovens com idades entre 16 e 24 anos, entre os quais mais de 33 milhões deles ingressaram este ano no mercado de trabalho.
Hoje Macau China / ÁsiaLíder das Salomão rebate críticas sobre laços de segurança com a China O líder das Ilhas Salomão rebateu hoje as críticas ao aprofundamento dos laços de segurança do seu país com a China e afirmou que os Estados Unidos e a Austrália não têm nada a temer. Em conferência de imprensa, após regressar de uma visita à China, o primeiro-ministro Manasseh Sogavare disse que assinou em Pequim nove acordos e memorandos, incluindo um plano de cooperação policial. Sogavare disse que o acordo visa “aumentar a cooperação em questões de aplicação da lei e segurança com o compromisso da China de fornecer apoio conforme necessário”, no sentido de reforçar a capacidade de aplicação da lei no país do Pacífico. Os novos acordos surgem após as Ilhas Salomão terem assinado um pacto de segurança com a China, no ano passado, suscitando receios sobre uma escalada militar na região. Os EUA reagiram com a abertura de uma embaixada nas Ilhas Salomão. As Ilhas Salomão romperam laços com Taiwan e passaram a reconhecer Pequim como o único governo legítimo de toda a China em 2019, abalando os laços estreitos que mantêm com Washington desde a Segunda Guerra Mundial. EUA e Austrália levantaram preocupações sobre o sigilo do novo plano policial. A ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Penny Wong, disse ter abordado o plano junto do principal diplomata da China, Wang Yi, durante um encontro em Jacarta, na semana passada. Wong disse que a Austrália quer mais transparência e considera que a “segurança fica mais garantida dentro da família do Pacífico”. Sogavare acusou os EUA e a Austrália de serem “maus vizinhos” ao criticar o acordo com Pequim. “Isto nada mais é do que interferência de estados estrangeiros nos assuntos internos das Ilhas Salomão”, disse. Ele afirmou que o plano da China para ajudar a polícia do seu país complementa os acordos existentes com a Austrália e Nova Zelândia. “A Austrália e os Estados Unidos não devem temer o apoio policial prestado pela China às Ilhas Salomão”, disse Sogavare. Com 700.000 habitantes e situada a cerca de 2.000 quilómetros a nordeste da Austrália, as Ilhas Salomão representam um dos maiores sucessos da China na sua campanha para expandir a presença no Pacífico Sul. O ministério dos Negócios Estrangeiros da China tinha dito que a visita de Sogavare a Pequim “injetaria um novo impulso” nas relações e “aprofundaria a confiança política mútua”.
Hoje Macau China / ÁsiaSwatch apresenta queixa contra apreensão de relógios com bandeira LGBTI na Malásia A fabricante suíça de relógios Swatch apresentou uma queixa nos tribunais da Malásia contra as autoridades pela apreensão, em maio passado, em várias lojas, de uma coleção decorada com a bandeira do arco-íris LGTBI. A multinacional suíça apresentou a queixa a 24 de junho, a pedir uma indemnização e a entrega dos 172 relógios apreendidos, mas o caso apenas foi conhecido hoje, na sequência de um artigo no Malay Mail. No passado mês de maio, a polícia apreendeu relógios de várias lojas do país devido à exibição da bandeira LGTBI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Intersexo), uma iniciativa criticada por grupos de direitos humanos pois entendem-na como um ataque a esta comunidade. De acordo com a denúncia citada pelo Malay Mail, a Swatch alega que as apreensões foram “irracionais” e que os relógios não representavam nenhum risco para a ordem pública, a moral ou qualquer outra lei. Num e-mail enviado à EFE, a empresa suíça indicou que, por princípio, não comenta processos judiciais em andamento. Qualquer tipo de expressão da comunidade LGTBI é controverso na Malásia, onde mais de 60 por cento dos 34 milhões de habitantes são muçulmanos. O atual primeiro-ministro, Anwar Ibrahim, passou quase uma década na prisão por acusações de sodomia e corrupção, que nega, mas ao chegar ao poder frisou que o seu governo não vai dar mais direitos à comunidade. Em setembro passado, a empresária transgénero Nur Sajat, dona de uma marca de cosméticos, fugiu da Malásia após ser acusada de violar a lei islâmica e, depois de ter sido detida temporariamente na Tailândia, foi finalmente acolhida na Austrália. Os filmes “Beauty and the Beast” (Beauty and the Beast, 2017) e “Thor: Love and Thunder” (2022) foram retirados da Malásia por terem cenas com referências à comunidade LGTBI.
Hoje Macau China / ÁsiaTailandeses protestam contra Senado não eleito Manifestantes e activistas na Tailândia protestaram ontem nas ruas e na Internet contra os senadores escolhidos a dedo pela antiga junta militar por bloquearem a nomeação do vencedor das eleições como primeiro-ministro. Em Banguecoque, centenas de pessoas desfilaram em carros para manifestar a rejeição do bloqueio dos senadores, enquanto outras expressaram o descontentamento nas redes sociais, relata o jornal Bangkok Post. Alguns senadores acusaram os apoiantes do partido Move Forward (Avançar) de lançarem uma “caça às bruxas”, depois de o líder do partido, Pita Limjaroenrat, não ter conseguido chegar à chefia do Governo na passada quinta-feira devido à rejeição imposta pela maioria dos membros do Senado e Parlamento. A coligação liderada por Limjaroenrat, que inclui também o Pheu Thai, tem uma ampla maioria de 312 dos 500 deputados da Câmara dos Representantes, mas a eleição do primeiro-ministro envolve também 249 senadores (um demitiu-se na quarta-feira) nomeados pela antiga junta militar (2014-2019). O candidato tem de obter uma maioria absoluta entre a soma das duas câmaras, mas Limjaroenrat só conseguiu obter 324 votos, menos 51 do que o número necessário para ser nomeado primeiro-ministro. Limjaroenrat foi apoiado por apenas 13 senadores, enquanto 34 se abstiveram, 159 votaram contra e 43 estiveram ausentes. O maior obstáculo é a promessa eleitoral do Avançar em alterar a lei de lesa-majestade, que prevê penas de prisão até 15 anos para quem criticar a família real. Mais de metade dos senadores, na sua maioria militares e políticos de tendência conservadora, opõe-se veementemente à alteração. Ou vai ou racha O Senado da Tailândia foi criado e eleito inteiramente pela junta militar, que tomou o poder num golpe de Estado em 2014 e foi dissolvido após as eleições de 2019. A actual Constituição, redigida pelos militares durante o regime ditatorial, estipula um mandato de cinco anos para os senadores, que terminam a legislatura em 2024. Limjaroenrat indicou que vai voltar a apresentar a sua candidatura a 19 deste mês e que o seu partido vai também tentar abolir o artigo que dá aos senadores o poder de participar na eleição do primeiro-ministro. No entanto, o candidato progressista deu a entender que passará o testemunho a outro dirigente da coligação se não conseguir ser eleito primeiro-ministro na votação da próxima quarta-feira no Parlamento. O partido Avançar, com uma agenda reformista de longo prazo, tem um forte apoio entre os jovens eleitores e os manifestantes que saíram à rua em 2020 e 2021 para exigir mudanças radicais no país, incluindo a reforma da lei de lesa-majestade. A segunda maior economia do Sudeste Asiático, mergulhada num ciclo de violência política há mais de 20 anos, está a viver uma nova onda de tensão entre as elites militares conservadoras no poder e as gerações mais jovens, desejosas de mudança.
Hoje Macau China / ÁsiaLivre Comércio | Pequim e Manágua querem finalizar acordo este mês China e Nicarágua esperam concluir as negociações de um Acordo de Livre Comércio, no final de Julho, após um ano e meio de negociações, informou o ministério do Comércio do país asiático, na sexta-feira. A porta-voz do ministério, Shu Jueting, disse em conferência de imprensa que as duas nações têm “forte complementaridade económica, com grande potencial para o comércio e investimento”, de acordo com o jornal oficial Global Times. “O Acordo de Livre Comércio entre a China e a Nicarágua vai facilitar e aprofundar a cooperação empresarial e comercial, estabelecendo as bases para um maior desenvolvimento das relações”, disse a porta-voz. A quarta ronda de negociações do acordo foi realizada no início deste mês em Manágua liderada pelo vice-ministro do Comércio chinês, Wang Shouwen, e pelo chefe do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do país centro-americano, Jesús Bermúdez. Entre os assuntos discutidos, está a emissão de vistos temporários para empresários e o comércio bilateral em geral e serviços financeiros, além do comércio de matérias-primas. Segundo dados oficiais, as trocas entre a China e a Nicarágua no ano passado totalizaram 760 milhões de dólares. O país asiático exportou principalmente produtos têxteis e equipamento de informática e comunicação para a Nicarágua, e importou produtos agrícolas, açúcar, couro e madeira. China e Nicarágua retomaram as relações diplomáticas em Dezembro de 2021, depois de o país centro-americano ter rompido os seus laços oficiais com Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Exportação cresce 75,7% até Junho A exportação de automóveis da China para o resto do mundo aumentou 75,7 por cento no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados da associação patronal da indústria automóvel citados ontem pela agência de notícias estatal Xinhua. Os números da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis mostram que, entre Janeiro e Junho, a China exportou um total de 2,14 milhões de veículos. Desse número, cerca de 534 mil unidades eram carros eléctricos, cujas vendas para o exterior aumentaram 160 por cento em relação ao mesmo período de 2022. Os dados da Administração Geral das Alfândegas mostram que, no primeiro trimestre, a China tornou-se o maior exportador mundial de automóveis, ultrapassando o Japão. “Os automóveis fabricados na China tornaram-se cada vez mais competitivos no mercado mundial graças a um controlo de qualidade rigoroso, a uma cadeia industrial sofisticada e a serviços de manutenção avançados”, afirmou o engenheiro geral adjunto da associação de fabricantes chinesa, Xu Haidong, citado pelo jornal oficial Global Times. De acordo com um relatório recente da associação patronal, divulgado pela imprensa local, os principais destinos internacionais dos veículos chineses são a Rússia, o México e a Bélgica. No caso dos veículos eléctricos, os três primeiros são a Bélgica, o Reino Unido e a Tailândia.
Hoje Macau China / ÁsiaJustiça | Executada educadora de infância que envenenou alunos A justiça chinesa executou uma professora de jardim de infância que envenenou 25 crianças e matou uma delas, anunciou um tribunal no centro do país, na passada sexta-feira. O Tribunal Intermédio nº 1 da cidade de Jiaozuo, na província de Henan, divulgou que a sentença de Wang Yun foi executada na quinta-feira. Wang, de 40 anos, foi condenada por colocar nitrito de sódio tóxico em papa servida às crianças no jardim de infância Mengmeng, no dia 27 de Março de 2019, após discutir com um colega, identificado apenas pelo sobrenome Sun, sobre a “gestão dos alunos”. Enquanto outros alunos recuperaram rapidamente, uma criança, identificada apenas pelo sobrenome Wang, morreu ao fim de 10 meses de tratamento com falência múltipla de órgãos, de acordo com o aviso do tribunal. Wang já tinha anteriormente envenenado o marido com a mesma substância, adquirida via ‘online’ dois anos antes. O marido sobreviveu. Não ficou claro se pretendia matar ou fazer com que adoecessem. Wang foi inicialmente condenada a nove meses de prisão, mas a sentença foi posteriormente convertida em pena de morte. O recurso de Wang foi rejeitado pelo tribunal e foi levada para um campo de execução.
Hoje Macau China / ÁsiaPedido à UE clarificação de posição sobre relação com Pequim O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, instou a União Europeia a esclarecer a sua posição sobre as relações com a China, numa reunião com o responsável da política externa da UE. “A UE deve (…) esclarecer a sua posição na parceria estratégica entre ambos os lados e incentivar as relações China-UE para que avancem”, disse Wang a Josep Borrell num encontro à margem da reunião dos países do Sudeste Asiático, realizada em Jacarta, na sexta-feira, segundo um comunicado da diplomacia chinesa divulgado no sábado. E prosseguiu: “Não se deve hesitar e muito menos encorajar palavras e acções para voltar atrás”. “Não há conflito de interesses fundamentais entre a China e a UE”, acrescentou Wang, a principal autoridade de relações externas do Partido Comunista Chinês, um cargo que é mais importante do que o de ministro dos Negócios Estrangeiros. Estas declarações por parte da China surgem depois de Berlim ter revelado na quinta-feira a sua nova estratégia de emancipação em relação à China, com o objectivo de “atenuar os riscos, sem cortar os laços” com Pequim. A China advertiu imediatamente a Alemanha contra qualquer atitude susceptível de “prejudicar a cooperação e a confiança mútua”. Em busca do equilíbrio Esta nova estratégia alemã surge num contexto de preocupações crescentes na Europa e nos Estados Unidos sobre as ambições da China. Mas, enquanto alguns Estados-membros da UE temem hostilizar Pequim e desencadear uma guerra comercial, outros defendem uma maior protecção. Bruxelas quer definir a sua própria abordagem em relação a Pequim, para encontrar um equilíbrio entre o receio de uma dependência excessiva e o desejo de manter laços fortes com a segunda maior economia do mundo. A 4 de Julho, a China cancelou uma visita do chefe da diplomacia europeia a Pequim, prevista para a semana seguinte. Um dos assuntos que causa maior tensão com Pequim tem a ver com a ambiguidade da posição da China em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia. Para reduzir a dependência económica da União Europeia em relação a Pequim, a Comissão Europeia apresentou no final de Junho uma estratégia para responder com mais firmeza aos riscos para a segurança económica europeia.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | John Kerry em Pequim para retomar as conversações sobre o clima Enquanto os efeitos desastrosos das alterações climáticas se fazem sentir de uma forma cada vez mais dramática por todo o mundo, o enviado norte-americano para as questões do clima chega a Pequim com vista a encontrar pontos de convergência para a diminuição de poluição gerada pelos dois países O enviado dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, chegou ontem a Pequim com a ambição de retomar o diálogo sobre as alterações climáticas, uma questão crucial para os dois principais poluidores do mundo. Kerry, que faz a sua terceira viagem à China desde que assumiu o cargo em 2021, chega numa altura em que o impacto das alterações climáticas se faz sentir particularmente em todo o mundo, com ondas de calor em muitas partes do globo. A China não é excepção e a capital, Pequim, tem registado temperaturas de cerca de 40 graus Celsius desde há semanas. John Kerry, que estará na China até quarta-feira, deverá encontrar-se com o homólogo Xie Zhenhua. A partir de segunda-feira, “a China e os Estados Unidos terão uma troca de pontos de vista aprofundada” sobre questões climáticas, noticiou a televisão estatal chinesa CCTV após a chegada de Kerry a Pequim, mas sem adiantar pormenores. Nos últimos meses, tem havido um número crescente de visitas de Washington para melhorar as relações diplomáticas: o secretário de Estado, Antony Blinken, visitou o país em Junho, seguido pela secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, no início deste mês. Os dois maiores poluidores do mundo não discutem as alterações climáticas há quase um ano, depois de, em Agosto de 2022, Pequim ter suspendido as conversações sobre este assunto em protesto contra a visita a Taiwan de Nancy Pelosi, então Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA. As discussões sobre o clima parecem agora ser retomadas após meses de tensão, sobretudo porque Kerry, antigo secretário de Estado norte-americano, tem uma relação bastante cordial e ininterrupta com a China e ocupa agora uma posição-chave, tendo em pano de fundo a ideia de que a administração de Joe Biden considera que as alterações climáticas são um dos domínios em que as duas potências, ferozmente competitivas, podem cooperar. Mau tempo, pouco tempo O tempo está a esgotar-se: globalmente, Junho foi o mês mais quente de que há registo, segundo a agência europeia Copernicus e as norte-americanas NASA e NOAA. A primeira semana completa de Julho foi, por sua vez, a mais quente de que há registo, segundo dados preliminares da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Uma nota do Departamento de Estado norte-americano refere que o objectivo de Kerry é “encetar um diálogo” com a China “sobre a resolução da crise climática”, como o aumento da ambição e da implementação” dos regulamentos sobre o clima e “a promoção de uma COP28 bem-sucedida”. A conferência da ONU sobre alterações climáticas (COP28) está marcada para o Dubai no final do ano. A China é o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, responsáveis pelas alterações climáticas, e prometeu atingir o seu pico de emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2030 e atingir a neutralidade carbónica até 2060. O Presidente Xi Jinping também prometeu que o seu país reduzirá a utilização de carvão a partir de 2026.
Hoje Macau China / ÁsiaExportações da China caem 12,4% em Junho face a queda na procura global As exportações da China caíram 12,4 por cento, em Junho, em termos homólogos, face à queda na procura global, suscitada pelo aumento das taxas de juros na Europa, Estados Unidos e outros países, visando conter a inflação. Os dados divulgados ontem pelas alfândegas da China revelaram também uma queda de 6,8 por cento nas importações. A contracção no comércio externo aumenta a pressão sobre a segunda maior economia do mundo, num período de abrandamento na sua recuperação, após Pequim ter abolido, em Dezembro, as medidas de prevenção contra a covid-19, que no ano passado empurraram o país para um ciclo de bloqueios que paralisaram a actividade económica. Entre Janeiro e Junho, o comércio total da China, incluindo importações e exportações, caiu quase 5 por cento, em relação ao primeiro semestre de 2022. As exportações caíram 3,2 por cento e as importações caíram 6,7 por cento, uma vez que os preços de matérias-primas como o petróleo diminuíram e a procura na China também enfraqueceu. O comércio foi também abalado pelas fricções entre Pequim e Washington, que impôs restrições sobre a exportação para a China de ‘chips’ semicondutores, visando abrandar os avanços do país em tecnologias com uso militar. A dificuldade no acesso a semicondutores dificulta, no entanto, a produção de telemóveis e outros produtos electrónicos. O excedente comercial da China ascendeu a 70,62 mil milhões de dólares, em Junho, acima do valor atingido em Maio, de 65,81 mil milhões de dólares. Quedas americanas As exportações da China para os Estados Unidos caíram 23,7 por cento, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 42,7 mil milhões de dólares, enquanto as importações de produtos norte-americanos caíram 4,1 por cento, para 14 mil milhões de dólares. O excedente comercial da China com os Estados Unidos, politicamente sensível, diminuiu 30,6 por cento, para 28,7 mil milhões de dólares, em termos homólogos. “A desaceleração global na procura por bens continua a pesar sobre as exportações. Acreditamos que as exportações vão cair ainda mais, antes de atingirem um ponto mínimo, no final do ano”, disse Zichun Huang, da consultora Capital Economics, num relatório. O crescimento económico nos primeiros três meses do ano acelerou para 4,5 por cento, em comparação com igual período de 2022, mas os analistas dizem que o pico da recuperação provavelmente já passou. O ritmo de crescimento ficou aquém da meta estabelecida pelo Partido Comunista Chinês para este ano: “cerca de 5 por cento”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteChina pede à NATO para não desestabilizar Europa e Ásia-Pacífico A China pediu na quarta-feira que a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pare imediatamente de difamar e mentir sobre o país, interrompa a perigosa tentativa de desestabilizar a Europa e a Ásia-Pacífico e pare de encontrar pretextos para sua expansão contínua. Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, fez as observações em resposta a um comunicado emitido durante a Cimeira da NATO em Vilnius, onde se afirmou que as políticas da China representam “desafios sistémicos à segurança euro-atlântica”. “O que foi dito no comunicado da NATO é completamente oposto da verdade e o produto da mentalidade da Guerra Fria e do viés ideológico. A China opõe-se fortemente a isso”, exaltou Wang, citado pelo Diário do Povo. “A China tem o melhor histórico de paz e segurança. Nunca invadimos nenhum país nem nos envolvemos em nenhuma guerra por procuração. Nunca conduzimos operações militares globais, ameaçamos outros países com força, exportamos ideologia nem interferimos nos assuntos internos de outros países. Não criamos nem participamos de grupos militares e nos opomos ao uso da força ou à ameaça da força nas relações internacionais. Como a China poderia representar ‘desafios sistémicos’ para a NATO?” Perguntou Wang. O país é uma força para a paz mundial, uma contribuinte para o desenvolvimento global, uma defensora da ordem internacional e uma fonte de bem público. A China está comprometida com o sistema internacional com a Organização das Nações Unidas (ONU) no seu núcleo, com a ordem internacional sustentada pelo direito internacional e com as normas básicas que regem as relações internacionais decorrentes dos propósitos e princípios da Carta da ONU, garantiu o responsável. Presos no tempo O oficial acrescentou que, mais de 30 anos após o fim da Guerra Fria, o seu legado, a NATO, permanece preso numa mentalidade de soma zero e vê o mundo como blocos opostos. Apesar do apelo da comunidade global pela paz, pelo desenvolvimento e pelo progresso comum, a organização militar continua a agir contra a tendência predominante e a procurar inverter a roda da história. “O mundo não aceitará isso”, alertou. A NATO afirma ser uma organização regional. Então por que está a ir além do escopo geográfico estabelecido no seu tratado, fazendo uma incursão na Ásia-Pacífico num ritmo mais rápido e procurando tornar-se uma “NATO Global”? Questionou Wang. A organização afirma ser uma aliança defensiva. Então por que está a incentivar os países membros a aumentarem o orçamento militar? Por que continua a ultrapassar os limites e expandindo o mandato, além de estimular o confronto na Ásia-Pacífico? Paz regional Wang salientou que a prosperidade e a estabilidade que a região Ásia-Pacífico desfruta há muito tempo dependem do respeito mútuo, da cooperação aberta, do benefício recíproco e da capacidade de resolver adequadamente as diferenças entre os países locais. A incursão da NATO na Ásia-Pacífico apenas aumentará a tensão e levará a um confronto entre blocos e até mesmo a uma “nova Guerra Fria” na região, indica o Diário do Povo “Os países da Ásia-Pacífico não aceitam e muitos países da NATO não aprovam isso. A região não precisa de uma ‘versão Ásia-Pacífico da NATO'”, ressaltou Wang. “Pedimos à NATO que pare imediatamente de difamar e mentir sobre a China. A organização deve abandonar a mentalidade ultrapassada da Guerra Fria e a mentalidade de soma zero, renunciar à sua fé cega no poderio militar e na prática equivocada de procurar segurança absoluta, pôr fim à perigosa tentativa de desestabilizar a Europa e a Ásia-Pacífico e deixar de encontrar pretextos para a sua expansão contínua. Pedimos que a NATO desempenhe um papel construtivo para a paz e a estabilidade mundiais”, sublinhou. Questões nucleares Em resposta ao comunicado alegando que a China não tem “transparência” no arsenal nuclear, Wang comentou que a NATO, como aliança militar, é conhecida por ter o maior e mais poderoso arsenal nuclear do mundo e, ainda assim, acusa irresponsavelmente a China de representar ameaças nucleares e faz isso através de uma diplomacia de megafone. “Isso é simplesmente errado e hipócrita. A China está seriamente preocupada e opõe-se fortemente a isso”, exclamou Wang, que lembrou ainda que o país sempre foi extremamente prudente e responsável em relação às questões de armas nucleares. A China está comprometida com uma estratégia nuclear defensiva e mantém as capacidades nucleares no nível mínimo exigido pela segurança nacional. “Nunca tivemos a intenção de nos envolver em uma corrida armamentista nuclear. A China segue uma política de “não usar primeiro” armas nucleares em nenhum momento e sob nenhuma circunstância. O país comprometeu-se incondicionalmente a não usar ou ameaçar usar armas nucleares contra Estados sem armas nucleares e zonas livres de armas nucleares. A China é o único Estado com armas nucleares que adoptou tal política. Algum estado-membro da NATO assumiria esse compromisso?” Indagou Wang.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Rússia torna-se maior importador mundial de fabricantes chinesas A Rússia tornou-se este ano no principal importador de carros de marcas chinesas, ao adquirir cerca de 287 mil unidades nos primeiros cinco meses de 2023, segundo dados divulgados pela Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM). “A saída das marcas automóveis ocidentais do mercado russo deixou um nicho que as empresas chinesas conseguiram preencher. Isto combinado com a crescente competitividade dos veículos chineses fez com que a Rússia aumentasse as importações de carros chineses”, explicou o secretário-geral da Associação Chinesa de Carros de Passageiros (CPCA), Cui Dongshu, citado pelo jornal oficial Global Times. Os dados difundidos pela CAAM revelam uma grande diferença em relação aos outros dois países que completam o ‘top 3’ de importadores de veículos chineses: o México, com 159 mil unidades, e a Bélgica, com 120 mil. No entanto, a Rússia não aparece no topo dos destinos de veículos eléctricos, dos quais a China vendeu 673 mil para o exterior, entre Janeiro e Maio. A Bélgica, Reino Unido e a Tailândia foram os principais destinos. As fabricantes alemãs, japonesas e norte-americanas enfrentam concorrência crescente de marcas chinesas que se estão a desenvolver rapidamente, conquistando participação nos mercados doméstico e globais. Fabricantes chinesas de veículos eléctricos, incluindo a BYD e a unidade Zeekr, do grupo Geely Group, iniciaram as vendas este ano no Japão e na Europa. A Geely também é dona da sueca Volvo Cars e da sua marca de luxo totalmente eléctrica, a Polestar. Estimativas do banco russo Otkritie, citadas pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, apontam para que as vendas de carros chineses possam atingir entre 380.000 e 400.000 unidades na Rússia até ao final deste ano.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Exercício de evacuação em larga escala em preparação Taiwan vai fazer este mês o primeiro exercício de evacuação em larga escala em várias décadas, num sinal de que está a tentar reforçar as defesas civis contra um possível ataque. O exercício vai abranger diferentes partes do território, que abrigam, no total, três milhões de pessoas. A ilha tem 23 milhões de habitantes. A polícia e os funcionários da defesa civil vão conduzir para abrigos antiaéreos todas as pessoas que estiverem nas ruas no momento do exercício, afirmou o Ministério da Defesa do território. Os planos marcam uma mudança significativa em relação a edições anteriores do chamado exercício de ataque aéreo de Wan’an, que Taiwan faz anualmente. O ministério da Defesa de Taiwan disse que 34 aeronaves militares chinesas operaram perto de Taiwan na terça-feira, entre as quais 29 cruzaram a linha mediana não oficial do Estreito de Taiwan. “[Vamos] testar a paragem do trânsito e a retirada de pessoas para instalações reais de evacuação de defesa aérea”, disse Chu Sen-tsun, funcionário da Agência de Mobilização de Defesa Total do Ministério da Defesa. O exercício visa fazer com que as pessoas “se acostumem a retirar imediatamente após o alarme soar, para que possamos consciencializar a sociedade sobre a defesa aérea”. As autoridades instruíram as pessoas a descarregar uma aplicação da polícia para localizar abrigos próximos e sugeriram que guardem um mapa que funciona sem ligação à rede, para localizá-los em caso de emergência se as comunicações forem cortadas.
Hoje Macau China / Ásia MancheteMercado | Vice-presidente chinês dá boas-vindas a empresas dos EUA O vice-presidente chinês, Han Zheng, disse esta terça-feira que empresas de todo o mundo, incluindo dos Estados Unidos, são bem-vindas para aprofundar a sua presença no mercado chinês. Han fez os comentários ao reunir-se com representantes dos EUA que participavam na 14.ª ronda de diálogo entre líderes empresariais chineses e americanos e ex-funcionários séniores em Pequim, indica a agência estatal Xinhua. As relações China-EUA são as relações bilaterais mais importantes do mundo. Para promover o desenvolvimento sólido e constante das relações, a chave é seguir os princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ‘win-win’ apresentados pelo Presidente Xi Jinping, observou Han. A competição está em todos os lugares do mundo actual, mas deve ser uma competição saudável que promova resultados positivos para ambas as partes, em vez de um jogo de soma zero, destacou Han, citado pela Xinhua. “A China avançará inabalavelmente com a sua reforma e abertura, e dará as boas-vindas a empresas de todo o mundo, incluindo os Estados Unidos, para aprofundar a sua presença no mercado chinês visando contribuir para a estabilidade e a operação ininterrupta das cadeias industriais e de suprimentos globais e para o crescimento económico mundial”, salientou Han. Os representantes norte-americanos disseram que os Estados Unidos e a China têm laços económicos e comerciais estreitos, e as dificuldades e incertezas actuais são preocupantes. Os responsáveis disseram ainda que a comunidade empresarial dos Estados Unidos está disposta a continuar a expandir a cooperação com a China e a desempenhar um papel activo para promover o desenvolvimento sólido e constante das relações bilaterais.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang dispara míssil balístico não identificado A Coreia do Norte disparou um míssil balístico não identificado, depois de Pyongyang ter ameaçado abater aviões espiões norte-americanos no espaço aéreo norte-coreano, anunciaram ontem as forças armadas da Coreia do Sul. O Estado-Maior Interarmas sul-coreano indicou que “a Coreia do Norte disparou um míssil balístico não identificado em direção ao mar de Leste”, nome dado pelas duas Coreias ao mar do Japão. Também o Ministério da Defesa do Japão registou o novo disparo de um aparente míssil balístico norte-coreano, no primeiro deste tipo desde 15 de Junho, indicando estar a reunir dados para avaliar se apresenta algum tipo de risco para o seu território. Na segunda-feira, Kim Yo-jong, irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, advertiu os Estados Unidos que Pyongyang responderá com “acções claras e contundentes” ao que qualificou como operações de “espionagem aérea”. A também vice-directora de propaganda do regime sublinhou que as ações de Washington são “claramente uma grave violação da soberania e segurança norte-coreana”. Provocações graves Kim Yo-jong afirmou que “um avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea dos EUA realizou novamente o reconhecimento aéreo da parte oriental da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte] ao entrar nos céus da Zona Económica Especial (ZEE) acima da Linha de Demarcação Militar (MDL)”, de acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA. O dispositivo “executou uma grave provocação militar ao realizar o reconhecimento aéreo” sobre as águas da ZEE norte-coreana, chegando a estar a cerca de 400 quilómetros da costa sudeste do país, acrescentou. Depois de o fracasso das negociações de desnuclearização de 2019, as tensões aumentaram novamente na península coreana. Pyongyang rejeitou qualquer iniciativa de diálogo e realizou um número recorde de testes de mísseis, enquanto Seul e Washington retomaram as grandes manobras militares conjuntas e mobilizaram regularmente meios estratégicos dos EUA na região.
Hoje Macau China / ÁsiaOposição sul-coreana quer alternativas para descargas de Fukushima Políticos da oposição sul-coreana e grupos de pescadores do país defenderam ontem, em Tóquio, o fim do plano do Governo nipónico para libertar água tratada da central nuclear japonesa de Fukushima, apelando ao estudo de alternativas. “O Governo japonês deve parar com esse plano, pois a descarga será mortal para os oceanos e isso vai afectar-nos a todos”, disse Seong Gon-wi, membro do Partido Democrático da Coreia do Sul, durante uma conferência de imprensa no Clube de Correspondentes Estrangeiros do Japão (FCCJ, na sigla inglesa). A oposição apontou que a libertação das águas representa “uma séria ameaça para os oceanos” e que, por se tratar de um acontecimento sem precedentes, terá também “consequências sem precedentes”, além de violar vários tratados internacionais. “Apesar das alternativas que existem, eles insistem na descarga e vão colocar toda a humanidade em perigo só por dinheiro. Por que não despejam a água no Japão se é tão seguro?”, questionou Yoon Jae-kab, do mesmo partido. Também a associação de pescadores de Jeolla do Sul, no sudoeste da Coreia do Sul, que esteve presente na conferência, manifestou descontentamento com as consequências que o derrame pode ter para a indústria e para a possível diminuição do consumo de peixe e marisco local devido à desconfiança da população. “A indústria pesqueira sul-coreana vai sofrer grandes danos e, por isso, devem adiar a decisão até que a segurança seja garantida”, sugeriu Park Yeon-hwan, representante do grupo, acrescentando que “o oceano não é um depósito de resíduos nucleares”. Padrões de segurança A resposta sul-coreana ocorre depois de a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) ter apoiado a 04 de Julho o plano japonês para libertar no mar água tratada da central nuclear de Fukushima, dizendo que as medidas tomadas pelo país asiático estão “de acordo com os padrões de segurança internacional”. A água altamente contaminada gerada pela central é processada nos chamados circuitos ALPS (Sistema Avançado de Processamento de Líquidos), para remover a maior parte dos elementos radioactivos, com excepção do trítio, sendo novamente armazenada antes de ser lançada ao mar. O Governo japonês e a Tokyo Electric Power (TEPCO), proprietária da central de Fukushima, tomaram a decisão devido à impossibilidade de continuar a armazenar água em tanques instalados em terrenos da central, por falta de espaço físico.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Candidato a primeiro-ministro afirma-se alvo de manobra ilegal O candidato a primeiro-ministro da Tailândia, Pita Limjaroenrat, que venceu as eleições legislativas de maio e corre o risco de ser suspenso da Assembleia Nacional, afirmou ontem estar a ser alvo de uma “manobra ilegal”. “Estou a manter o ânimo”, disse aos jornalistas na Assembleia Nacional, denunciando o que considera como um processo injusto desencadeado pela Comissão Eleitoral, que no limite o pode impedir de formar um novo Governo. A Comissão Eleitoral da Tailândia concluiu que existem provas de que Pita Limjaroenrat violou a lei eleitoral e remeteu o assunto para o Tribunal Constitucional, que poderá ordenar que Pita seja suspenso de funções como deputado até ao anúncio do acórdão. Em teoria, esta decisão não exclui a possibilidade de Pita ser nomeado primeiro-ministro pelo Parlamento amanhã, uma vez que o cargo não tem de ser ocupado por um deputado, mas é possível que o país venha a enfrentar mais uma crise política. Pita Limjaroenrat, líder do partido de inspiração social-democrata Mudança para o Futuro (MFP, até agora na oposição), venceu as eleições gerais de Maio, conquistando 151 lugares na Câmara dos Representantes com 500 membros e a maioria dos votos populares. O MFP formou uma coligação de oito partidos, abrangendo 312 lugares, e tinha previsto consolidar o poder, mas a aprovação dos membros do Senado conservador composto por 250 lugares (não eleito) e que participa na votação para a escolha do primeiro-ministro, dificulta também as aspirações de Pita Limjaroenrat. O processo contra Pita está relacionado com a alegada posse de ações de uma empresa de comunicação social, o que o impediria de se candidatar a cargos públicos. Manobras duvidosas A queixa contra o líder do MFP, apresentada por um membro de um partido político rival, aplica-se à factos alegadamente ocorridos nas eleições gerais de 2019. Pita já tinha contestado a queixa que se referia ao facto de não ter incluído as ações numa declaração de bens obrigatória. O caso que a comissão remeteu para o tribunal “vai além de uma violação técnica da lei eleitoral” sendo que Pita é acusado de se ter candidatado “em consciência” de que era inelegível: uma violação criminal punível com uma pena máxima de prisão de três anos e/ou uma multa até 60.000 baht (1.720 dólares). O vice-primeiro-ministro Wissanu Krea-ngam, principal conselheiro jurídico do Governo, foi citado como tendo dito que se o líder do partido fosse considerado não qualificado, as eleições poderiam ser anuladas e convocada nova votação. Desde as eleições que os opositores políticos temem que o poder conservador tailandês recorra ao que consideram “truques sujos”. Durante uma década e meia, os conservadores, apoiados pelos militares, utilizaram repetidamente os tribunais e organismos como a Comissão Eleitoral para emitir decisões controversas com o objectivo de paralisar ou afastar adversários políticos. A dissolução, em 2019, do partido Futuro em Frente, precursor do actual Mudança para o Futuro, desencadeou protestos de rua por parte de activistas pró-democracia, que só abrandaram durante a pandemia de covid-19. Nação atribulada A Comissão Eleitoral considerou que existiam provas suficientes para remeter para o Tribunal Constitucional o caso de Pita, acusado de possuir acções de um canal de televisão, contrariando a lei. Entretanto, O presidente da Comissão Eleitoral, Ittiporn Boonprakong, disse à Agência France-Presse que recomendava a suspensão de Pita, de 42 anos, que enfrenta prisão, perda de mandato e risco de inelegibilidade durante vinte anos. O reino da Tailândia espera um novo primeiro-ministro após quase uma década de regime militar que viu as liberdades fundamentais serem restringidas e o crescimento económico estagnar. A Comissão Eleitoral é um organismo que está implicado em várias das crises que caracterizam a vida política tailandesa, entre a interferência do Exército e do poder judicial no processo democrático e as manifestações, por vezes violentas. Desde o fim da monarquia absoluta, em 1932, a Tailândia enfrentou mais de dez de golpes de Estado. A decisão do Tribunal Constitucional de dissolver o partido da oposição levou milhares de jovens para as ruas a favor de uma reforma profunda da monarquia. O programa do partido de Pita inclui uma nova Constituição, o fim do serviço militar obrigatório para os homens, a abertura do país a novos mercados e a legalização do casamento para todos.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Pequim e Ilhas Salomão assinam acordo de cooperação A assinatura do novo acordo em matérias securitárias solidifica a influência da China na região As Ilhas Salomão assinaram ontem um acordo com a China para aumentar a cooperação em “assuntos de segurança e aplicação da lei”, suscitando preocupações entre os parceiros tradicionais da ilha, incluindo Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. O acordo, cujos detalhes não foram divulgados imediatamente, consta de uma declaração conjunta divulgada ontem, após uma reunião realizada na segunda-feira, em Pequim, entre o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o homólogo das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare. Como parte dos esforços para construir uma “parceria estratégica abrangente”, os dois lados concordaram em “melhorar a cooperação em questões de segurança e aplicação da lei”, lê-se no comunicado, citado pela imprensa chinesa. Localizadas a 2.000 quilómetros a nordeste da Austrália, as Ilhas Salomão representam o maior sucesso da China na sua campanha para expandir a presença no Pacífico Sul. O governo de Sogavare rompeu em 2019 as relações diplomáticas com Taiwan e estabeleceu relações com Pequim. A China e as Ilhas Salomão assinaram um acordo de segurança em 2022 que suscitou preocupações na Austrália e nos Estados Unidos, sobre a possibilidade de o tratado permitir a construção de uma base militar chinesa no país, uma possibilidade negada por Honiara. A China já treinou agentes da polícia das Salomão e doou armas e equipamento de controlo de distúrbios, como veículos com canhões de água. Com 700.000 pessoas, as Salomão são compostas por seis ilhas principais e cerca de 900 ilhas menores. O território passou por períodos de tensão étnica, durante os quais Austrália, Nova Zelândia e outras nações insulares do Pacífico enviaram forças para ajudar a restaurar a ordem. Jogo da corda Após a aproximação de Sogavare a Pequim, os EUA comprometeram-se a reabrir uma embaixada em Honiara e os países aliados aumentaram o envolvimento com a região como um todo. Biden convocou uma cimeira de líderes das Ilhas do Pacífico em Setembro para revelar uma estratégia que inclui a cooperação em questões de alterações climáticas, segurança marítima e prevenção da pesca predatória. O governo norte-americano também prometeu doar 810 milhões de dólares às nações insulares do Pacífico na próxima década, incluindo 130 milhões para lidarem com os efeitos das alterações climáticas. Sogavare também reuniu com o Presidente chinês, Xi Jinping, na segunda-feira, e a declaração conjunta incluiu uma referência à cooperação de “alta qualidade” sob o projecto “Uma Faixa, Uma Rota”, que visa construir portos, rodovias, e outras infraestruturas financiadas por empréstimos chineses. As Ilhas Salomão já garantiram um empréstimo de 66 milhões dólares do Banco de Exportação e Importação da China para erguer 161 torres móveis construídas e administradas pela gigante chinesa das telecomunicações Huawei. Em 2018, as Salomão concederam à Huawei um contrato para uma rede subaquática de cabos de telecomunicações, financiada em conjunto pela Austrália. A China também está a construir instalações para as ilhas sediarem os Jogos das Ilhas do Pacífico de 2023.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte adverte EUA sobre “espionagem aérea” As autoridades norte-coreanas deram conta da passagem de uma aeronave dos Estados Unidos a cerca de 400 quilómetros da costa e ameaçam retaliar com “acções claras e contundentes” se a situação se repetir A irmã de Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, advertiu segunda-feira os Estados Unidos pelas alegadas operações de “espionagem aérea” que aeronaves norte-americanas realizaram nos últimos dias sobre a costa leste daquele país asiático. Kim Yo-jong sublinhou que “um avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea dos EUA realizou novamente o reconhecimento aéreo da parte oriental da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte] ao entrar nos céus da Zona Económica Especial (ZEE) acima da Linha de Demarcação Militar (MDL)”, de acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA. As Nações Unidas (ONU) definem ZEE como as águas que se estendem até 200 milhas náuticas (cerca de 370 quilómetros) das costas de um país, que tem o direito de explorá-las, enquanto o espaço aéreo costuma estar associado às águas territoriais, que atingem até a 12 milhas náuticas (cerca de 22 quilómetros) da costa. De acordo com Kim, o avião, que “se retirou antes da chegada da Força Aérea do Exército do Povo Coreano”, cruzou novamente a MDL – que divide a península coreana e as suas águas circundantes – rumo ao norte por volta das 8:50. O dispositivo, acrescentou, “executou uma grave provocação militar ao realizar o reconhecimento aéreo” sobre as águas da ZEE norte-coreana, chegando a estar a cerca de 400 quilómetros da costa sudeste do país. Outras violações A mensagem de Kim Yo-jong surge horas depois do regime norte-coreano ter acusado Washington, numa outra declaração, de violar o seu espaço aéreo com um avião de reconhecimento estratégico. Kim insistiu que as acções dos EUA são “claramente uma grave violação da soberania e segurança norte-coreana”. A irmã do líder, que é vice-directora de propaganda do regime, alertou que Pyongyang responderá com “acções claras e contundentes” se um avião dos EUA sobrevoar as suas águas da ZEE novamente. Em 1969, o regime abateu, matando todos os 31 ocupantes, um avião de reconhecimento norte-americano EC-121 que alegadamente sobrevoou a ZEE. Após o fracasso das negociações de desnuclearização de 2019, as tensões aumentaram novamente na península coreana. Pyongyang rejeitou qualquer iniciativa de diálogo e realizou um número recorde de testes de mísseis, enquanto Seul e Washington retomaram os seus grandes exercícios conjuntos e mobilizaram regularmente meios estratégicos dos EUA na região.