Mar do Sul da China | Pequim acusa Filipinas de se deixarem manipular pelos EUA

O Ministério das Relações Exteriores da China, pela segunda vez em poucos dias, instou as Filipinas a rebocar imediatamente o navio militar “encalhado” no recife Ren’ai Jiao (também conhecido Recife Ren’ai) e restaurar o seu estado original de não ter pessoal ou instalações naquela ilhota, de acordo com uma declaração de terça-feira do ministério, enfatizando que o recife Ren’ai faz parte do Nansha Qundao (Ilhas Nansha) da China.

“As Filipinas prometeram explicitamente várias vezes rebocar o navio militar deliberada e ilegalmente ‘encalhado’ em Ren’ai Jiao. No entanto, 24 anos se passaram e, em vez de rebocá-lo, as Filipinas procuraram repará-lo e reforçá-lo em grande escala, a fim de ocupar permanentemente Ren’ai Jiao”, lê-se no comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Também na terça-feira, Wu Qian, porta-voz do Ministério da Defesa Nacional chinês, disse, em resposta à última declaração do Departamento de Defesa dos EUA sobre o assunto, que “as observações dos EUA ignoram os factos e acusam sem fundamento a China das suas acções legítimas e legais de aplicação da lei marítima. A China opõe-se firmemente a esta atitude”.

O porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, Patrick Ryder, disse no domingo no X (antigo Twitter) que “estamos ao lado dos nossos aliados filipinos na condenação dos esforços da RPC para impedir as operações legais no Second Thomas Shoal”.

Wu afirmou que “os EUA não são parte na questão do Mar do Sul da China e não têm o direito de interferir na mesma. Exigimos que os EUA deixem imediatamente de utilizar a questão do Mar do Sul da China para criar problemas e semear a discórdia, e respeitem genuinamente a soberania territorial da China e os direitos e interesses marítimos no Mar do Sul da China, bem como os esforços positivos desenvolvidos pelos países da região para manter a paz e a estabilidade no Mar do Sul da China”.

Os navios da Guarda Costeira da China (CCG) interceptaram legalmente e tomaram medidas de aplicação de avisos. Perante a ineficácia dos avisos através de múltiplas comunicações verbais, foram utilizados canhões de água como forma de evitar o confronto directo e a colisão, observou Wu.

“As operações no local foram razoáveis, legais, profissionais e em conformidade com os regulamentos. A China continuará a tomar as medidas necessárias para salvaguardar firmemente a sua soberania nacional e apela às Filipinas para que cumpram os seus compromissos e cessem imediatamente todas as acções provocatórias”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa chinês.

“O exército chinês cumprirá resolutamente os seus deveres e missões e salvaguardará firmemente a soberania nacional e os direitos e interesses marítimos”, disse Wu.

Os analistas afirmaram que a China continua a insistir numa via diplomática para resolver o problema e que continua a instar as Filipinas a cumprirem a sua promessa, e que as forças policiais chinesas não prejudicarão o pessoal das Filipinas, mas impedirão Manila de reforçar a embarcação militar na região. “Se as forças armadas dos EUA se envolverem e incitarem Manila a provocar ainda mais a China para agravar a tensão, as forças armadas chinesas estão também totalmente preparadas para qualquer eventual escalada da situação, a fim de salvaguardar eficazmente a soberania e os direitos legítimos da China, embora esta não queira que a tensão aumente”, afirmaram.

Divulgação de provas

Na terça-feira, o CCG divulgou um vídeo que mostra como o navio do CCG reagiu com uma contenção racional durante todo o processo. O vídeo, que tem a duração de 2 minutos e 40 segundos e foi gravado às 9h40 do dia 5 de agosto, mostra que o navio 5201 da CCG lançou um canhão de água de aviso contra um navio das Filipinas.

Analistas que viram o vídeo disseram, na terça-feira, que o navio CCG não alterou a sua rota durante toda a operação e que foi quando o barco filipino mostrou a sua determinação em entrar nas águas perto do recife Ren’ai que a parte chinesa disparou canhões de água contra ele para o avisar e afastar.

“O CCG demonstrou grande contenção nas suas acções face à intrusão das Filipinas. Foi precisamente devido à contenção profissional da China, e não ao uso intencional da força como outros países teriam feito em casos semelhantes, que o incidente não se transformou numa grande colisão”, disse Tian Shichen, capitão reformado da Marinha e fundador do grupo de reflexão independente Global Governance Institution e director do instituto não governamental International Center for the Law of Military Operations na terça-feira.

“Foi o departamento de aplicação da lei da China que se envolveu no incidente e não os navios de guerra militares chineses, o que torna a natureza do conflito diferente”, salientou Tian. “No entanto, nenhum país deve ser ingénuo ao ponto de encarar a contenção da China como uma forma de sucumbir, ser intimidado ou ser forçado a fazer concessões”, sublinhou Tian.

A posição da China de exigir que as Filipinas rebocassem o navio de guerra “encalhado” nunca foi alterada nos últimos anos, nem o será desta vez, disse Ge Hongliang, diretor do Centro de Investigação de Segurança Marítima China-ASEAN da Universidade de Nacionalidades de Guangxi.

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China esclareceu na terça-feira que a causa da actual situação no recife de Ren’ai se deve ao facto de a parte filipina ter ignorado a boa vontade e a sinceridade da China e ter avançado com o envio de materiais de construção para reparar e reforçar o navio militar “encalhado” em grande escala.

Mais tarde, na terça-feira, a Embaixada da China nas Filipinas divulgou um comunicado afirmando que, desde o início deste ano, a China propôs uma série de iniciativas marítimas às Filipinas, incluindo a gestão da situação no recife de Ren’ai, e tem estado a aguardar a reação do lado filipino.

“O Mar do Sul da China não é um “parque de caça” para países de fora da região fazerem maldades e semearem a discórdia”, disse a embaixada chinesa, opondo-se a quaisquer palavras ou actos que criem tensão e provoquem confrontos no Mar do Sul da China, e instando os EUA a respeitarem seriamente a soberania territorial da China e os direitos e interesses marítimos no Mar do Sul da China. O porta-voz criticou a acção das Filipinas como uma grave violação do direito internacional e da Declaração sobre a Conduta das Partes no Mar do Sul da China (DOC) assinada entre a China e os países membros da ASEAN.

Apesar do diferendo, a China tem continuado a insistir que está aberta ao diálogo para encontrar uma solução. Na declaração de terça-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros apelou às Filipinas para que tratassem correctamente as questões marítimas através do diálogo. “A China está disposta a continuar a trabalhar com as Filipinas para lidar correctamente com as questões marítimas através do diálogo e da consulta e defender conjuntamente as relações bilaterais e a estabilidade marítima”, afirmou o porta-voz do ministério.

Durante a reunião entre o embaixador chinês nas Filipinas, Huang Xilian, e a subsecretária dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Theresa Lazaro, na segunda-feira, Huang afirmou que o recurso a propaganda e a introdução de terceiros não ajudará a resolver a questão e só complicará a situação. Huang apelou às Filipinas para que iniciem o processo de negociação o mais rapidamente possível.

“A China tem estado a aguardar as reacções das Filipinas e espera que as duas partes possam lançar diálogos o mais rapidamente possível para salvaguardar conjuntamente a paz e a tranquilidade nas águas relevantes”, lê-se num comunicado divulgado pela Embaixada da China nas Filipinas.

Não se deixem usar

“Os Estados Unidos têm vindo a apoiar descaradamente as Filipinas, que infringem a soberania da China, mas essas manobras não serão bem sucedidas”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China numa declaração de segunda-feira, criticando os Estados Unidos por terem, “à revelia dos factos, atacado as acções legítimas e legais da China no mar, destinadas a salvaguardar os seus direitos e a fazer cumprir a lei”.

“A tentativa dos Estados Unidos de fazer da chamada decisão arbitral sobre o Mar do Sul da China, que viola o direito internacional, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, não afectará a firme determinação da China em salvaguardar a sua soberania territorial, os seus direitos e interesses marítimos em conformidade com a lei”, disse o porta-voz chinês. O porta-voz instou os EUA a deixarem de utilizar a questão do Mar do Sul da China para semear confusão e discórdia.

Ge disse que, com base na contínua propaganda das Filipinas, pode dizer-se que Manila está claramente a tentar “tirar partido” ou “ganhar interesses indevidos” na questão do Mar do Sul da China com a ajuda dos EUA. O incitamento dos EUA sobre a disputa em torno do recife de Ren’ai poderia levar as Filipinas a tomar mais acções provocatórias que poderiam ser inesperadas ou incontroláveis. Tal incitamento equivale a activar a promessa do tratado de aliança entre os EUA e as Filipinas, o que significa que as Filipinas seriam arrastadas para uma guerra entre grandes potências, a China e os EUA, ou entre países regionais. Esta é uma receita para o desastre para as próprias Filipinas, disse Ge.

Comentando algumas vozes dos meios de comunicação social ocidentais que afirmam que a China está, na verdade, a testar o compromisso de defesa dos EUA para com as Filipinas, utilizando o canhão de água para afastar a intrusão das Filipinas, Song Zhongping, um perito militar chinês e comentador televisivo, disse que se trata de uma questão relativa à soberania territorial da China. O facto de os Estados Unidos ajudarem ou não as Filipinas não irá influenciar a posição da China de defender a sua soberania territorial e os seus direitos marítimos.

9 Ago 2023

Economia regista deflação de 0,3%

O índice de preços ao consumidor (IPC), o principal indicador da inflação na China, registou ontem uma queda homóloga, de 0,3%, em julho, num fenómeno designado como deflação, segundo dados oficiais divulgados.

A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflete debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Os analistas apontavam para uma queda de 0,4%, em relação aos preços registados há um ano.

Os preços ao consumidor, que caíram para território negativo pela última vez em fevereiro de 2021, estava à beira da deflação há meses, indicando que a recuperação nos gastos não se materializou, depois de as autoridades terem abolido a política de ‘zero’ casos de covid-19, no início do ano.

Dong Lijuan, estatístico do Gabinete Nacional de Estatística da China, assegurou que a queda do IPC é uma questão temporária: “Com a recuperação da economia chinesa, a expansão sustentada da procura no mercado, a melhoria contínua da relação entre oferta e procura e a eliminação gradual dos efeitos da última alta base comparativa do ano, espera-se que o IPC recupere gradualmente”.

A comparação mensal dos preços ao consumidor, que estava em território negativo há cinco meses consecutivos, acelerou em julho, para 0,2%, surpreendendo os analistas, que esperavam uma nova queda, desta vez de 0,1%. O especialista indicou que o núcleo da inflação – indicador que elimina a volatilidade dos preços dos alimentos ou energia – subiu 0,8%, na comparação anual, o valor mais alto desde janeiro, e que os preços dos serviços atingiram o máximo dos últimos 17 meses, ao subir 1,2%.

Depois de o IPC da China ter subido 2%, no ano passado, Pequim estabeleceu uma meta de crescimento de cerca de 3% para 2023. “Estamos cépticos de que a China esteja a entrar num período prolongado de deflação”, apontou Evans-Pritchard, analista da consultora Capital Economics, num relatório.

O índice de preços ao produtor (PPI), que mede os preços à saída das fábricas, caiu 4,4%, em julho, menos um ponto percentual do que no mês anterior. Os analistas previam uma queda em torno de 4,1%. A Capital Economics atribuiu a evolução do PPI à volatilidade dos preços das matérias-primas, desta vez devido ao aumento do custo do petróleo e do gás.

9 Ago 2023

Cheias no sudoeste da China fazem sete mortos

As inundações que atingiram o sudoeste da China fizeram pelo menos sete mortos na província de Sichuan, informou a televisão estatal CCTV, após chuvas fortes terem causado dezenas de mortos no norte do país. Imagens transmitidas pela CCTV mostram pessoas a serem arrastadas pela corrente, enquanto lutam para manterem a cabeça à tona da água.

Em Pequim, o número de mortes causadas por inundações subiu para 33, incluindo cinco membros de equipas de resgate. Outras 18 pessoas continuam desaparecidas, numa altura em que grande parte do norte do país está sob a ameaça de chuvas excepcionalmente fortes.

Dias de chuva torrencial atingiram áreas montanhosas nos arredores da capital da China, causando o desabamento de 59.000 casas e a inundação de mais de 15.000 hectares de terras agrícolas, de acordo com o governo local. Dezenas de estradas e mais de 100 pontes ficaram danificadas, disse hoje Xia Linmao, vice-prefeito de Pequim, em conferência de imprensa.

Outras partes da China também sofreram fortes inundações, em parte devido ao impacto do tufão Doksuri. A província de Hebei, no norte da China, sofreu algumas das piores inundações da região. As enchentes na cidade de Zhuozhou começaram a diminuir no sábado, permitindo que alguns dos 125.000 moradores retirados voltassem a suas casas.

Outras áreas no país estão a sofrer com ondas de calor extremo e seca, ameaçando a saúde dos moradores e a colheita do outono. Fortes chuvas atingiram o norte da China desde o final de julho, prejudicando a vida de milhões de pessoas.

Seis pessoas morreram e quatro desapareceram na cidade de Shulan, na província de Jilin, no nordeste do país, que sofreu cinco dias consecutivos de chuvas, transformando ruas em rios. A província de Heilongjiang também viu rios transbordarem.

9 Ago 2023

Embaixador chinês nas Filipinas convocado para explicar incidente no Mar do Sul

As Filipinas convocaram o embaixador chinês em Manila, depois de a guarda costeira chinesa ter disparado canhões de água contra navios filipinos no disputado Mar da China Meridional, uma operação que Pequim descreveu como “profissional e comedida”.

“O nosso ministro dos Negócios Estrangeiros convocou hoje [segunda-feira] o Embaixador Huang [Xilian] e entregou-lhe uma nota verbal com fotografias e vídeos do que aconteceu, e estamos à espera da sua resposta”, disse aos jornalistas o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr.

Segundo a Guarda Costeira das Filipinas, o incidente ocorreu sábado, quando estavam a escoltar navios que transportavam equipamento para o pessoal militar filipino estacionado no Atol de Second Thomas, nas Ilhas Spratly. Manila considerou as acções como “ilegais” e “perigosas”.

Pequim, que acusa os barcos de terem entrado “ilegalmente” nas suas águas, afirmou na segunda-feira que a guarda costeira chinesa tinha “detido legalmente” dois navios filipinos.

“Esta operação profissional e ponderada no local é irrepreensível”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

A China justificou o uso de canhões de água pela sua guarda costeira contra navios filipinos no Mar do Sul da China, perto de territórios disputados entre os dois países, como forma de “evitar confronto directo”.

“Apesar dos repetidos avisos, as Filipinas enviaram dois navios para o Atol de Ren’ai, no último sábado, para reforçar a presença das tropas que mantêm ali ilegalmente”, disse a guarda costeira chinesa, em comunicado.

Segundo a fonte, a guarda costeira chinesa emitiu “vários avisos”, após os quais “usaram canhões de água como aviso para evitar um confronto directo”. “Foi uma operação profissional e comedida. Não há espaço para críticas”, acrescentou o comunicado.

Território contestado

No domingo, as Filipinas classificaram as manobras da guarda costeira chinesa como “perigosas”. Manila disse que os seus navios transportavam comida, água e gasolina, entre outras coisas, para as tropas estacionadas no Atol de Ayungin, controlado por Manila.

O atol fica a cerca de 322 quilómetros da costa oeste do arquipélago filipino de Palawan e dentro da área económica exclusiva das Filipinas.

Essa distância, de 200 milhas náuticas, é o limite estabelecido pela ONU para determinar a soberania marítima dos Estados, segundo uma convenção à qual a China aderiu, em 1996.

Segundo Pequim, o atol “sempre pertenceu às Ilhas Nansha”, acusando as Filipinas de “violar” a sua soberania.

“As Filipinas continuam a enviar grande quantidade de materiais de construção sob a desculpa de rotatividade de pessoal e remessa de suprimentos. A China expressou a sua preocupação às Filipinas por meio de canais diplomáticos, mas nunca obteve resposta”, lê-se no comunicado.

A mesma nota assegurou que a China vai “continuar a tomar medidas para salvaguardar a sua soberania territorial” e pediu às Filipinas que aceitem as suas propostas para “abordar a situação por meio do diálogo”.

9 Ago 2023

MNE | Pequim e Moscovo sublinham “cooperação prática e estratégica”

Wang Yi e Serguei Lavrov falaram ao telefone sobre a cooperação entre as duas nações e a guerra na Ucrânia com o lado chinês a manifestar a sua vontade de “manter uma posição independente e justa”, encorajando as duas partes e a iniciarem conversações de paz

Os ministros dos Negócios Estrangeiros chinês e russo congratularam-se na segunda-feira pela “cooperação prática” entre os dois países, no decurso de uma conversa telefónica em que foi abordado o conflito na Ucrânia, indicou Pequim.

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, declarou ao seu homólogo Serguei Lavrov que Pequim e Moscovo “deverão manter uma estreita cooperação estratégica, promover a multipolarização do mundo e a democratização das relações internacionais”, precisa um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O novo ministro dos Negócios Estrangeiros elogiou os recentes progressos da “cooperação prática” entre os dois países no decurso do contacto, que segundo Pequim também abordou os combates em curso na Ucrânia.

Ao referir-se a este conflito, Wang declarou que o seu país continuará a “manter uma posição independente e justa”, encorajando as duas partes e a iniciarem conversações de paz.

Pequim e Moscovo protagonizam desde os últimos anos relações bilaterais cada vez mais estreitas e quando as relações dos dois países com o ocidente registaram um progressivo afastamento.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo também assegurou que os dois ministros rejeitaram “a política de confrontação do bloco ocidental face à Rússia e à China”.

“O contacto (…) confirmou uma vez mais que a unidade ou a harmonia geral das abordagens de Moscovo e Pequim em termos de assuntos mundiais”, acrescenta o texto.

Sem sucesso

Enviados de 30 países, entre eles a China, reuniram-se no fim de semana na cidade saudita de Jidá para tentar encontrar uma forma de terminar a guerra na Ucrânia, mas sem resultados.

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, disse na passada segunda-feira que o encontro se destinou a promover o plano de paz do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Para Moscovo, Kiev e o Ocidente “estão a tentar desvalorizar o elevado valor das propostas de paz de outros países e a monopolizar o próprio direito de as propor”, afirmou em comunicado.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que Moscovo pretende receber informações dos seus parceiros sobre o encontro.

Referiu, em particular, os BRICS, grupo de que a Rússia faz parte juntamente com África do Sul, Brasil, China e Índia. Entre os participantes, estiveram representantes da China, do Brasil e da Índia, considerados próximos de Moscovo no âmbito da guerra na Ucrânia.

9 Ago 2023

Exportações chinesas caem 14,5% em Julho

As exportações da China caíram 14,5% em Julho, em comparação com igual período do ano passado, aumentando a pressão sobre o Partido Comunista Chinês (PCC, no poder) para inverter a recessão económica.

As exportações caíram para 281,8 mil milhões de dólares, depois da descida de 12,4% registada em junho, indicaram dados das Alfândegas chinesa. As importações caíram 12,4%, num sinal de fraca procura interna, depois da perda de 6,8% registada no mês anterior.

O excedente comercial global do país diminuiu 20,4% em relação ao valor recorde registado há um ano, para 80,6 mil milhões de dólares.

Os líderes chineses estão sob pressão para apoiar a atividade empresarial e de consumo depois de, a segunda maior economia do mundo ter crescido apenas 0,8% no segundo trimestre de 2023, em relação ao três meses anteriores.

O PCC prometeu apoiar os empresários e incentivar a compra de casas e o consumo, mas não anunciou estímulo económicos em grande escala ou cortes de impostos.

8 Ago 2023

Parlamento indiano debate moção de desconfiança para forçar Modi a falar sobre violência

O parlamento da Índia começou hoje a debater uma moção de desconfiança contra o governo do primeiro-ministro, Narendra Modi, para o forçar a abordar a onda de violência étnica no estado de Manipur, no nordeste.

O conflito já fez mais de 142 mortos e 60.000 deslocados desde 03 de maio, segundo dados oficiais, e Modi tem-se mantido em silêncio sobre o assunto, exceto para condenar um caso, captado em vídeo, de duas mulheres que foram obrigadas a desfilar nuas pelo meio de uma multidão. Mais tarde, ambas afirmaram ter sido vítimas de uma violação coletiva.

“Porque é que (Modi) demorou quase 80 dias a comentar esta situação, e fê-lo em apenas 30 segundos? Apesar disso e até hoje, não disse sequer uma palavra de condolências ou apelou à paz e à harmonia”, disse Gaurav Gogoi, membro do Partido do Congresso (INC), na oposição, ao abrir o debate no parlamento.

A moção de desconfiança apresentada pela recém-formada coligação da oposição INDIA, da qual o INC faz parte, não deverá ser bem sucedida devido à confortável maioria do Partido Bharatiya Janata (BJP), nacionalista hindu de Modi, que conta com 303 dos 543 lugares na assembleia.

A oposição espera, no entanto, que a moção de desconfiança obrigue o primeiro-ministro a comparecer perante o parlamento e a fazer uma declaração, na quinta-feira, sobre a violência entre a tribo minoritária Kuki, maioritariamente cristã, e a maioritária Meitei, maioritariamente hindu, em Manipur, um estado governado pelo próprio BJP.

Modi, que chegou ao poder em 2014 e revalidou o seu mandato com uma vitória esmagadora nas eleições gerais de 2019, já superou com sucesso uma moção de desconfiança em 2018. Desde o primeiro mandato, a oposição criticou a rara presença do presidente no Parlamento.

8 Ago 2023

NATO, UE, sanções e acordo sobre cereais dominaram reuniões na Arábia Saudita

A integração da Ucrânia na NATO e na UE, as sanções à Rússia e a prorrogação do acordo sobre os cereais estiveram em destaque nas reuniões na Arábia Saudita, anunciou o Governo ucraniano.

No encontro com o representante europeu, o principal conselheiro para a política externa do presidente do Conselho Europeu, “foi dada especial atenção aos progressos realizados pela Ucrânia na via da adesão à UE e aos progressos registados na aplicação das sete recomendações da Comissão Europeia, que vão constituir a base para o lançamento das negociações de adesão”, de acordo com um comunicado, divulgado no domingo.

“A adesão da Ucrânia à UE é parte integrante das garantias de segurança para o nosso país e uma garantia de paz duradoura no continente europeu. O chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia [Andriy Yermak] apelou aos parceiros europeus para que desenvolvam o próximo 12.º pacote de medidas restritivas da UE contra a Rússia”, indicou na mesma nota.

No encontro que juntou, em Jeddah, conselheiros de segurança nacional e representantes internacionais sobre o conflito na Ucrânia, Yermak e o conselheiro para a Segurança Nacional do Presidente dos Estados Unidos “chegaram a acordo sobre acções conjuntas no contexto da aplicação da Fórmula de Paz e dos preparativos para a Cimeira Mundial da Paz”.

Kiev acrescentou que os interlocutores “trocaram igualmente pontos de vista sobre os resultados da Cimeira da NATO em Vilnius e sobre as novas medidas para a integração da Ucrânia na Aliança”, sendo que “Andriy Yermak avaliou positivamente o início das negociações com os Estados Unidos sobre um acordo bilateral relativo a garantias de segurança para a Ucrânia”.

Outras matérias

Com os representantes do Qatar e da Arábia Saudita, a discussão centrou-se nos contributos que estes dois países podiam ter para a libertação dos prisioneiros ucranianos e para a segurança alimentar, incluindo o prolongamento do acordo sobre os cereais, o tema que mereceu também um sublinhado na reunião entre Yermak e o representante turco: “a tónica foi colocada nas medidas conjuntas para assegurar o funcionamento da Iniciativa para os Cereais do Mar Negro”.

Por fim, com a Polónia “os interlocutores debateram em pormenor a questão de assegurar a exportação de cereais ucranianos por via terrestre para os países da UE no contexto do bloqueio contínuo dos portos ucranianos”, com o chefe do gabinete do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a manifestar “a esperança de que os países vizinhos da Ucrânia se abstenham de impor medidas restritivas unilaterais à exportação de produtos agrícolas ucranianos após 15 de Setembro”.

7 Ago 2023

Shulan | Chuvas torrenciais causam pelo menos 14 mortos

As chuvas que nos últimos dias devastaram a cidade de Shulan, na província de Jilin, nordeste da China, causaram pelo menos 14 mortos e um desaparecido, informou ontem a imprensa estatal.

Segundo as autoridades locais, o nível das águas nas albufeiras e principais rios desceu para um nível considerado “seguro”, depois de a cidade ter sofrido chuvas contínuas, desde terça-feira passada.

A chuva provocou inundações, deslizamentos de terra e interrupções no fornecimento de energia em várias áreas de Shulan, uma cidade com cerca de 700.000 habitantes, localizada perto da fronteira com a Coreia do Norte.

O governo local mobilizou várias equipas de resgate para retirar moradores, reparar estradas e restaurar o fornecimento de energia, visando retomar a vida normal da população o mais rápido possível, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

Shulan chegou a registar uma precipitação média diária de 111,7 milímetros, acima do limite de 60 milímetros, a partir do qual as chuvas são consideradas torrenciais.

A imprensa chinesa indicou no sábado que “dezenas” de rios das províncias de Liaoning e Heilongjiang ultrapassaram os seus níveis de segurança. Várias barragens também acumularam mais do que o permitido e foram obrigadas a libertar parte da água.

As autoridades meteorológicas do país já tinham alertado, durante a semana, para chuvas “extremamente fortes” no nordeste do país, devido aos efeitos do tufão Doksuri.

No final de Julho, Pequim registou as chuvas mais intensas dos últimos 140 anos, que resultaram em mais de vinte mortes na cidade e arredores.

Em 2021 e 2022, os Verões ficaram marcados por chuvas de intensidade sem precedentes em décadas no centro do país, que causaram mais de 300 mortos, e por uma seca persistente no sudoeste e sul. As autoridades chinesas alertaram recentemente para um alto risco de inundações e tufões em Agosto.

7 Ago 2023

China justifica uso de água contra navios filipinos para evitar confronto

A China justificou ontem o uso de canhões de água pela sua guarda costeira contra navios filipinos no Mar do Sul da China, perto de territórios disputados entre os dois países, como forma de “evitar confronto directo”.

“Apesar dos repetidos avisos, as Filipinas enviaram dois navios para o Atol de Ren’ai (designado Ayungin por Manila), no último sábado, para reforçar a presença das tropas que mantêm ali ilegalmente”, disse a guarda costeira chinesa, em comunicado.

Segundo a mesma fonte, a guarda costeira chinesa emitiu “vários avisos”, após os quais “usaram canhões de água como aviso para evitar um confronto directo”. “Foi uma operação profissional e medida. Não há espaço para críticas”, acrescentou o comunicado.

No domingo, as Filipinas classificaram as manobras da guarda costeira chinesa como “perigosas”. Manila disse que os seus navios transportavam comida, água e gasolina, entre outras coisas, para as tropas estacionadas no Atol de Ayungin, controlado por Manila.

O atol fica a cerca de 322 quilómetros da costa oeste do arquipélago filipino de Palawan e dentro da área económica exclusiva das Filipinas.

Essa distância, de 200 milhas náuticas, é o limite estabelecido pela ONU para determinar a soberania marítima dos Estados, segundo uma convenção à qual a China aderiu, em 1996.

Segundo Pequim, o atol “sempre pertenceu às Ilhas Nansha”. Pequim acusa as Filipinas de “violar” a sua soberania.

“As Filipinas continuam a enviar grande quantidade de materiais de construção sob a desculpa de rotatividade de pessoal e remessa de suprimentos. A China expressou a sua preocupação às Filipinas por meio de canais diplomáticos, mas nunca obteve resposta”, lê-se no comunicado.

A mesma nota assegurou que a China vai “continuar a tomar medidas para salvaguardar a sua soberania territorial” e pediu às Filipinas que aceitem as suas propostas para “abordar a situação por meio do diálogo”.

Disputas antigas

A China e as Filipinas mantêm um conflito pela soberania de várias ilhas e atóis no Mar do Sul da China, que Pequim reivindica quase na totalidade por “razões históricas”, apesar dos protestos dos países vizinhos.

As tensões entre os dois países aumentaram nos últimos meses, enquanto o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., fortaleceu a sua aliança de defesa com os Estados Unidos, revertendo a aproximação a Pequim promovida pelo antecessor, Rodrigo Duterte.

7 Ago 2023

Japão permanece em alerta devido ao retorno do tufão Khanun

O sudoeste do Japão continua sob alerta meteorológico devido à mudança de trajectória do tufão Khanun, que deverá voltar a aproximar-se daquela área do arquipélago japonês, onde já causou estragos na semana passada.

A maior parte das ilhas do sudoeste da província de Okinawa permanece em alerta para o risco de inundações, deslizamentos de terra e outros possíveis desastres provocados pelas fortes chuvas e ventos.

Às 17:00 de ontem, no horário local, o sexto tufão da temporada no Pacífico deslocava-se lentamente para o norte, a cerca de 160 quilómetros da autarquia de Amami, na província de Kagoshima, onde se espera que tenha um impacto mais forte entre amanhã e quinta-feira, segundo a Agência Meteorológica do Japão (JMA).

Nas ilhas do sudoeste de Kyushu e Shikoku, o tufão poderá causar chuvas de mais de 700 milímetros em 48 horas, o que é o dobro ou o triplo da média para todo o mês, explicou ontem um funcionário da JMA em conferência de imprensa.

Mudança de rumo

A aproximação do tufão a esta zona do arquipélago japonês ocorre após a alteração da sua trajectória, quando se estava a dirigir em direcção a Taiwan e à costa sudeste chinesa.

Esta impressionante mudança na direcção do tufão e a sua actual evolução a baixa velocidade deve-se ao efeito das altas temperaturas nas águas marinhas da zona, entre os 29 e os 30 graus Celsius, segundo a mesma fonte.

Ontem, perto de uma centena de voos domésticos foram cancelados em Okinawa devido ao tufão, depois de o tráfego aéreo local ter sido paralisado na primeira metade da semana passada pelo mesmo fenómeno meteorológico, que também deixou dois mortos e dezenas de feridos.

A nova investida dos Khanun no sudoeste do país acontecerá na mesma semana em que se comemora no Japão o Obon, festival em homenagem aos antepassados falecidos e durante o qual muitos japoneses viajam para os seus locais de origem para se reunirem com suas famílias.

Neste contexto, a empresa ferroviária JR West alertou para uma possível interrupção das ligações ferroviárias de alta velocidade entre as cidades de Osaka (oeste) e Fukuoka (sudoeste) entre os dias 09 e 10 de Agosto.

Devido ao tufão, pela primeira vez em 60 anos, a cerimónia anual em memória das vítimas da bomba atómica lançada em 09 de Agosto de 1945, marcada para quarta-feira em Nagasaki, não acontece ao ar livre, mas num centro de convenções na cidade portuária.

O número de participantes foi, portanto, reduzido drasticamente e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, não comparecerá ao evento.

7 Ago 2023

Diplomacia | MNE diz que Pequim e Bruxelas devem manter “mais diálogo”

Wang Yi apelou ao representante da União Europeia para intensificar o diálogo entre as duas regiões de modo a compensar o hiato de três anos de pandemia que prejudicou o intercâmbio entre a China e a Europa. Josep Borrel foi convidado a visitar Pequim no Outono

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, pediu ontem ao Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, mais “diálogo institucional” entre os dois lados, durante uma conversa por telefone.

Wang sublinhou que a cooperação é a “componente principal” na relação entre a China e a UE e que o diálogo é necessário para compensar a “falta de intercâmbio”, registada durante os três anos da pandemia da covid-19, segundo um comunicado difundido pela diplomacia chinesa.

O ministro chinês convidou Borrell a visitar a China este Outono e garantiu que Pequim “atribui grande importância ao encontro entre líderes da União Europeia e da China, agendado para este ano”.

Borrell disse a Wang que o plano europeu “Global Gateway” não visa antagonizar a iniciativa chinesa “Faixa e Rota”, mas sim “complementá-la”, já que ambos “buscam promover o desenvolvimento global”.

O chefe da diplomacia europeia manifestou o desejo de visitar a China o “mais rapidamente possível” e manter o diálogo estratégico com Wang, e expressou solidariedade após a destruição causada pelas recentes chuvas torrenciais que assolaram o norte do país asiático.

Wang e Borrell trocaram pontos de vista sobre “assuntos internacionais e regionais de interesse comum”, incluindo a “situação na Ucrânia e no Níger”, disse o comunicado emitido pela diplomacia chinesa, sem avançar mais detalhes.

Sem rasto

Borrell cancelou uma viagem prevista a Pequim, no mês passado, numa altura em que o anterior ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, desapareceu da vida pública, antes de ser substituído por Wang, que foi o seu antecessor.

Foi a segunda vez este ano que o chefe da diplomacia europeia cancelou a sua deslocação à China, depois de, em Abril, ter testado positivo para a covid-19.

As relações entre a UE e Pequim atravessam um dos momentos mais difíceis das últimas décadas e deterioraram-se devido a tensões comerciais e à invasão russa da Ucrânia. Pequim recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo.

7 Ago 2023

Contacto mais difícil para estrangeiros com nova Lei de Contraespionagem da China

A entrada em vigor das leis de Contraespionagem e para as Relações Externas na China pode dificultar o contacto entre cidadãos e entidades chinesas e estrangeiras, disseram à agência Lusa especialistas e funcionários governamentais.

A legislação passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, à medida que o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatiza a necessidade de construir uma “nova arquitectura de segurança”.

Em declarações à Lusa, numa visita recente a Pequim, o especialista em Direito chinês Jeremy Daum ressaltou a linguagem “vaga” e a vontade das autoridades, “agora muito mais forte”, em aplicar a Lei de Contraespionagem.

“A letra da lei não é assim tão importante: nunca faltou às autoridades [chinesas] base legal para actuarem”, salientou o pesquisador do Centro para a China Paul Tsai, da Escola de Direito da Universidade de Yale.

“Mas, agora, há claramente muito mais vontade em fazer cumprir a legislação e, por isso, sentimos que o ambiente está a apertar”, notou.

Daum receia que a legislação vá “dificultar ainda mais o contacto entre cidadãos chineses e estrangeiros”. “Mesmo que não seja esse o propósito: a falta de clareza atribui um ar de suspeição a qualquer contacto”, notou.

“Sinto-me feliz, como investigador, que nesta visita [a Pequim], muitos dos meus velhos amigos chineses tenham mostrado grande disposição em reunir comigo. Mas, não sei o quão fácil vai ser fazer novos amigos”, observou. Daum admitiu que “existe agora um cálculo, uma análise de custo benefício, no contacto com estrangeiros”.

Segurança apertada

É o caso de um funcionário de uma agência governamental chinesa encarregue de atrair investimento estrangeiro, que optou por não ser identificado, e que disse à Lusa que agora tem de pedir autorização e esclarecer o motivo antes de reunir com entidades estrangeiras, como aconteceu recentemente, durante um encontro com a câmara de comércio de um país europeu.

“Os contactos passaram a ser mais regulados e restritos”, apontou. Crescentes fricções geopolíticas entre a China e o Ocidente motivaram também transformações nas perceções sobre o exterior.

6 Ago 2023

Filipinas | Manila acusa Pequim de disparar canhão de água contra navios

O Governo das Filipinas acusou ontem a Guarda Costeira chinesa de disparar canhões de água contra navios filipinos no mar do Sul da China, acções que descreveu como “ilegais” e “perigosas”.

“A Guarda Costeira filipina condena veementemente as manobras perigosas da Guarda Costeira chinesa e o uso ilegal de canhões de água contra navios”, disse, em comunicado.

De acordo com o comunicado, o caso aconteceu no sábado, enquanto a Guarda Costeira das Filipinas escoltava dois navios com destino a Second Thomas, um atol nas Ilhas Spratly, no mar do Sul da China.

As Forças Armadas das Filipinas confirmaram que a Guarda Costeira chinesa “bloqueou e bombardeou com água” um dos navios, que transportava comida, água, combustível e tropas que iriam render os soldados destacados para o BRP Sierra Madre, um navio da marinha filipina deliberadamente encalhado em 1999 no atol.

A acção do navio chinês foi “um desrespeito arbitrário pela segurança das pessoas a bordo” e violou o direito internacional, disseram as forças armadas, sem mencionar se algum dos marinheiros tinha ficado ferido.

Devido a essas manobras “excessivas e ofensivas”, o segundo navio fretado não conseguiu desembarcar, lamentou o porta-voz das Forças Armadas filipinas, o coronel Medel Aguilar, num comunicado.

“Pedimos à Guarda Costeira chinesa e à Comissão Militar Central [da China] que actuem com cautela e sejam responsáveis nas suas acções para evitar erros de cálculo e acidentes que ponham em risco a vida das pessoas”, acrescentou Aguilar.

6 Ago 2023

Hebei | Inundações causam pelo menos 10 mortos

Pelo menos 10 pessoas morreram e 18 estão desaparecidas na província chinesa de Hebei, perto de Pequim, devido às chuvas torrenciais que têm fustigado o norte da China, desde há uma semana, anunciaram no sábado as autoridades chinesas.

O número provisório de mortos causados pelas chuvas torrenciais e inundações foi divulgado pelas autoridades de Baoding, uma das cidades mais afectadas, que dista cerca de 150 quilómetros de Pequim.

Áreas inteiras do norte da China foram afectadas por fortes chuvas, que têm assolado Pequim e os seus arredores e que causaram grandes inundações e danos materiais consideráveis.

Até ao meio-dia de sábado, mais de 600.000 pessoas na cidade de Baoding tinham sido evacuadas das zonas consideradas de risco, informou o município local em comunicado, sendo que mais de um milhão e meio de habitantes desta cidade foram afectadas pelo mau tempo.

Em Pequim e na região metropolitana da capital chinesa, as operações de limpeza prosseguem após as piores chuvas dos últimos anos, que destruíram infra-estruturas e inundaram bairros inteiros.

As autoridades chinesas anunciaram na passada sexta-feira que as catástrofes naturais tinham provocado a morte ou o desaparecimento de 147 pessoas no país no mês de Julho deste ano.

Na quarta-feira, o Departamento de Meteorologia de Pequim afirmou que as chuvas que atingiram a capital chinesa foram as piores e as mais intensas desde que existem registos, há 140 anos.

6 Ago 2023

Ucrânia | Participação de Pequim nas conversações de Jidá é “grande avanço”

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmitro Kuleba, afirmou na passada sexta-feira que a participação da China na reunião das potências mundiais na Arábia Saudita para discutir o plano de paz da Ucrânia é um “grande avanço”.

“Queremos que a China participe na cimeira da Fórmula para a Paz. A notícia de que a China vai enviar Li Hui a Jidá é um grande avanço”, afirmou Kuleba, citado pela agência noticiosa Interfax, que destacou o “papel importante” desempenhado pelo príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman. “A Arábia Saudita atraiu a China, e esta é uma vitória histórica”, afirmou Kuleba.

Jidá tem previsto acolher no fim de semana uma reunião a nível de conselheiros dos chefes de governo e de representantes dos ministérios dos Negócios Estrangeiros para preparar a cimeira de líderes que Kiev pretende organizar no Outono em torno da Fórmula de Paz do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Além dos países ocidentais, participarão o Brasil e a Índia, entre outras potências, tendo sido na sexta-feira confirmada a presença de Li Hui, que, na qualidade de enviado especial de Pequim, já percorreu várias capitais em busca de apoio para o plano de paz da China para a Ucrânia.

No entanto, um porta-voz da Casa Branca reiterou que a reunião de Jidá não será uma “negociação de paz” e que Washington não espera “resultados tangíveis”.

6 Ago 2023

Pacífico Sul é crescente barreira nas relações entre Pequim e Washington

O pacto de segurança entre China e Ilhas Salomão, em 2022, despertou a atenção para a crescente influência de Pequim no Pacífico Sul, e Estados Unidos e Austrália temem agora a abertura de uma base militar chinesa no território.

A preocupação norte-americana em conter a influência chinesa foi demonstrada na visita ao Pacífico Sul, no final de Julho, dos secretários de Estado, Antony Blinken, e da Defesa, Lloyd Austin, a que os órgãos oficiais do Partido Comunista Chinês (PCC) reagiram nos últimos dias com violência, acusando-os de tentar “estimular a competição entre blocos” e de “passar uma vergonha” ao fazê-lo.

No Tonga, Blinken alertou para o “comportamento problemático” de Pequim, numa referência à militarização do Mar do Sul da China e alegadas práticas de coerção económica. Austin, que se tornou o primeiro secretário norte-americano da Defesa a visitar a Papua Nova Guiné, país vizinho das Ilhas Salomão, comprometeu-se a apoiar a expansão e modernização das Forças Armadas da nação insular, bem como a estabelecer maior “interoperabilidade” entre as forças do país e o Exército norte-americano.

Em editorial, o Global Times, jornal oficial do PCC, afirmou que Blinken e Austin “levaram um balde de água fria” e “passaram vergonha”, nas suas tentativas de “semear divisões” na região.

“É difícil para alguém que não está disposto a ouvir e respeitar os outros ser bem acolhido”, afirmou o jornal. “O sinal recebido pelos EUA tem sido bastante forte: o mundo não quer cair na divisão e confronto, e deseja mais paz e cooperação”.

Para o Global Times, os países insulares da região veem Pequim como um “parceiro confiável”, enquanto Washington quer usá-los para “minar a influência da China”.

“Os EUA querem dizer a estes países que o par de sapatos que estão a usar não lhes serve e que devem antes usar o par oferecido por Washington. Ora, se os sapatos servem ou não, só quem os usa é que sabe”, argumentou.

Para o jornal oficial em língua inglesa China Daily, “as intenções dos EUA no Pacífico Sul são verdadeiramente problemáticas”.

“Há preocupações crescentes de que [Washington] se está a preparar para um cenário de guerra”, através da “expansão da sua influência estratégica” e do “estimular da competição entre blocos” no Indo-Pacífico, alertou o jornal, em editorial.

Extenso tabuleiro

No conjunto, as doze nações insulares do Pacífico Sul povoam imensas extensões dos oceanos Índico e Pacífico e detêm vastas zonas marítimas.

À celebração de um pacto de segurança entre a China e as Ilhas Salomão, no ano passado, Washington reagiu com a inauguração de uma embaixada no país, que fica a cerca de 2.000 quilómetros a nordeste da Austrália, e organizou uma cimeira com os líderes da região.

Os EUA também revitalizaram o Diálogo de Segurança Quadrilateral, ou Quad, a parceria entre EUA, Austrália, Japão e Índia, criada em 2007, para impulsionar a cooperação regional após o ‘tsunami’ que em 2004 devastou partes da região. O objectivo da parceria é agora defender um Indo-Pacífico “aberto, livre e inclusivo”, uma referência implícita às incursões da China naquelas águas, cujo controlo foi fundamental, durante a Segunda Guerra Mundial, para manter linhas de abastecimento logístico e projectar força militar.

A possibilidade de a China estabelecer uma base militar no Pacífico Sul é particularmente preocupante para a Austrália, já que transformaria a forma como Camberra vê as suas configurações de Defesa e segurança nacional, ancoradas na aliança com os EUA.

No entanto, décadas de “negligência” sobre as preocupações destes Estados insulares abriram espaço para a China reforçar a sua posição como parceiro diplomático e importante fonte de financiamento, escreveu Darshana M. Baruah, que lidera a Iniciativa para o Oceano Índico, no grupo de reflexão Carnegie Endowment for International Peace.

“Para estes países, as maiores ameaças à sua segurança são as alterações climáticas, a pesca ilegal, a pirataria, poluição por plástico ou derramamentos de petróleo”, frisou.

“Enquanto o mundo está a reorientar a sua atenção para as ilhas, por razões geoestratégicas, é necessário entender as perspectivas e vozes [destes países], após anos de negligência e inércia”, defendeu. “Sem essa perspectiva, as maiores nações do Ocidente vão continuar a perder os detalhes no terreno, resultando em estruturas de cooperação ineficazes e desconectadas”.

6 Ago 2023

Shandong | Sismo faz 21 feridos e derruba centenas de edifícios

O leste da China foi assolado por um valente abalo que destruiu mais de uma centena de edifícios e deixou pelo menos 21 feridos, mas mais danos e vítimas poderão ainda vir a ser contabilizados

 

Um sismo de magnitude 5,5 na escala de Richter derrubou 126 edifícios e feriu pelo menos 21 pessoas na passada madrugada no leste da China, avançou a televisão estatal chinesa CCTV. O sismo ocorreu a 26 quilómetros da cidade de Dezhou, na província de Shandong, às 02h33, e a cerca de 10 quilómetros de profundidade, referiu a agência sismológica chinesa.

“Quanto mais próximo da superfície o sismo estiver, mais forte irá ser sentido”, disse Rafael Abreu Paris, especialista do centro geológico norte-americano, o US Geological Survey (USGS), que estimou a magnitude em 5,4 na escala de Richter.

O sistema de monitorização geológico USGS PAGER, que prevê as consequências de sismos, emitiu um alerta vermelho, o que significa que se esperam mais danos e baixas.

O jornal oficial chinês Global Times disse que não há qualquer ferido em estado crítico, e que a maioria dos pacientes sofreu ferimentos na pele, na cabeça ou escoriações durante o sismo, que foi seguido por 52 abalos secundários.

O Ministério de Gestão de Emergências chinês iniciou após o sismo uma resposta de nível quatro, o nível mais baixo, e despachou equipas para realizar operações de resgate em Shandong, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.

Danos moderados

A CCTV mostrou equipas em uniformes vermelhos a passarem por tendas de primeiros socorros, montadas no campo de atletismo de uma escola e cercadas por prédios aparentemente intactos.

“Apenas alguns edifícios de tijolos desabitados desabaram”, garantiu a televisão oficial chinesa, que acrescentou que a rede de distribuição de água e as infra-estruturas de comunicação funcionavam normalmente na região.

No entanto, a circulação de centenas de comboios foi suspensa esta manhã, com as linhas de caminhos-de-ferro a serem alvo de inspecção em busca de possíveis danos, avançou a agência de notícias pública chinesa CNS.

Dezhou e a área em redor administrada pela autarquia têm cerca de 5,6 milhões de habitantes, de acordo com o portal do município.

O sismo foi sentido tanto na capital chinesa, Pequim, que fica a cerca de 300 quilómetros a norte de Dezhou, como em Xangai, a 800 quilómetros do epicentro. Segundo a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua magnitude, sendo o abalo de ontem na China considerado moderado (5,0-5,9).

A ocorrência de sismos é algo comum na China, mas raramente atingem o leste do país, onde está localizada a maior parte da população e as principais cidades. Um funcionário da agência geofísica de Shandong disse à imprensa chinesa que a probabilidade de um sismo mais violento é “muito baixa”.

6 Ago 2023

Junta militar de Myanmar remodela Governo após extensão do estado de emergência

A junta militar no poder em Myanmar (antiga Birmânia) anunciou na quarta-feira à noite a substituição de cinco ministros, dois dias após prolongar o estado de emergência por seis meses, adiando as eleições previstas para este mês.

Num comunicado, a junta confirmou as saídas dos ministros responsáveis pelas tutelas de Religião, Eletricidade, Energia, Trabalho e Justiça, assim como do presidente da Comissão Anticorrupção e do presidente da Comissão de Direitos Humanos.

A junta militar referiu que os ministros da Eletricidade e da Religião abandonaram os cargos por motivos de saúde, mas não deu explicações sobre a saída dos restantes dirigentes nem identificou os substitutos.

Um dos dirigentes exonerados, o ministro da Energia, U Myo Myint Oo, foi sancionado pelos EUA no início do ano por estar por trás da gestão de atividades relacionadas com a produção e exportação de gás e petróleo, principal fonte de divisas da junta militar.

O anúncio surgiu dois dias depois de a junta ter prolongado o estado de emergência por seis meses, adiando teoricamente as eleições que estavam previstas para agosto.

O estado de emergência, que deveria expirar no final de julho, “será prorrogado por mais seis meses a partir de 01 de agosto de 2023”, declarou na segunda-feira o Presidente interino, Myint Swe, ao Conselho de Defesa.

O líder da junta, Min Aung Hlaing, justificou a decisão com combates e ataques em curso nas regiões de Sagaing (noroeste), Magway e Bago (centro), e Tanintharyi (sul).

Myanmar tem sido palco de um violento conflito civil que já causou quase 3.900 mortos e centenas de milhares de deslocados desde o golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2021, de acordo com a Associação de Assistência a Presos Políticos, uma organização não-governamental birmanesa.

A Constituição em vigor no país do Sudeste Asiático prevê que os atos eleitorais só possam realizar-se num prazo de seis meses após o levantamento do estado de emergência.

Na terça-feira, a junta militar anunciou um perdão parcial para a antiga líder democrática de Myanmar, Aung San Suu Kyi, no âmbito de uma amnistia para mais de sete mil prisioneiros, por ocasião de um dos principais festivais budistas.

A amnistia anulou cinco das 19 condenações contra Aung San Suu Kyi, reduzindo em seis anos a pena total de 33 anos de prisão aplicada à ativista.

A junta militar perdoou ainda dois dos oito crimes pelos quais tinha sido condenado Win Myint, que liderava o país na altura do golpe de Estado de fevereiro de 2021, o que representa uma redução de quatro anos na pena total de 12 anos de prisão.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou na terça-feira “à libertação imediata da conselheira de Estado, Aung San Suu Kyi, do Presidente, Win Myint, e de todos os detidos arbitrariamente em Myanmar, e ao fim da violência e repressão e ao respeito pelos direitos humanos”.

3 Ago 2023

China quer limitar uso de dispositivos móveis por menores a até duas horas por dia

O regulador do ciberespaço da China ordenou hoje aos fornecedores de dispositivos móveis que criem um modo específico para menores, visando limitar o uso por crianças e adolescentes a um máximo de duas horas por dia.

A Administração do Ciberespaço chinesa disse ainda que menores de 18 anos devem estar impedidos de aceder a dispositivos móveis, incluindo telemóveis e computadores portáteis, entre as 22:00 e 06:00.

De acordo com a norma, este modo para menores deve ter uma função de troca automática, que permite ao utilizador aceder a uma versão adaptada à sua idade com um único clique e sair com a verificação e autorização dos pais.

Os utilizadores com idades entre 16 e 18 anos vão ter permissão para aceder a dispositivos móveis duas horas por dia. Para crianças entre os oito e 16 anos, o limite é uma hora, enquanto menores de oito vão ter permissão para apenas oito minutos.

Dependendo das “características físicas e mentais” de cada grupo, vão ser oferecidos conteúdos e informações “adequados ao seu desenvolvimento”, refere o documento, que sugere a audição de programas educativos e de músicas para menores de três anos.

Aplicações de partilha de vídeos curtos, semelhantes ao TikTok, estavam já obrigadas a oferecer um modo específico para menores, que limita o tempo de utilização e omite determinado tipo de conteúdo.

Em 2021, as autoridades chinesas restringiram a cerca de três horas por semana o acesso de internautas menores de idade a jogos em rede, visando “proteger efetivamente a saúde física e mental” e o “crescimento saudável” dos jovens.

As ações das principais firmas de tecnologia chinesas caíram após o anúncio, incluindo a aplicação de partilha de vídeos curtos Kuaishou Technology (-4%), a rede social Weibo (-5%) e o motor de busca Baidu (-4%).

3 Ago 2023

China pede mobilização de “toda a sociedade” para combater espionagem

O ministério de Segurança do Estado chinês pediu hoje a mobilização de “toda a sociedade”, visando “prevenir e combater a espionagem”, e anunciou medidas para “fortalecer a defesa nacional” contra “atividades de serviços de inteligência estrangeiros”.

Num artigo publicado através da conta oficial na rede social Wechat, o ministério explicou que o trabalho contra a espionagem combina operações “abertas e secretas” e que todos os órgãos estatais e organizações sociais, empresas e instituições têm a obrigação de prevenir e impedir a espionagem e “proteger a segurança nacional”.

O organismo, que deseja “construir uma sólida linha de defesa popular contra a espionagem”, instou os órgãos de comunicação, plataformas ‘online’ e fornecedores de serviços de informação a realizarem “educação específica sobre contraespionagem, dirigida a toda a sociedade”.

O ministério vai colocar à disposição dos cidadãos números de telefone e caixas postais para receber denúncias, “garantindo o sigilo” dos informantes.

A China alterou a Lei de Contraespionagem para incluir a “colaboração com organizações de espionagem e seus agentes” na categoria de espionagem.

A legislação passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, à medida que o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatiza a necessidade de construir uma “nova arquitetura de segurança”.

Todos os “documentos, dados, material e itens relacionados com a segurança e interesses nacionais” vão passar a estar sob o mesmo grau de proteção que os segredos de Estado, de acordo com emenda, que entrou em vigor, em julho passado.

Em maio passado, a polícia chinesa entrou nos escritórios de duas consultoras, a Bain & Co. e Capvision, e de uma empresa de diligência prévia, a Mintz Group. As autoridades não deram nenhuma explicação, afirmando apenas que as empresas estrangeiras são obrigadas a cumprir a lei.

Estas investigações semearam preocupação no setor e entre potenciais investidores estrangeiros, apesar de Pequim ter defendido tratarem-se de ações isoladas.

3 Ago 2023

Vários carros caem ao rio após inundações danificaram ponte na China

As fortes chuvas e inundações causadas pelo tufão Doksuri causaram hoje o colapso parcial de uma ponte na província de Heilongjiang, no nordeste da China, resultando na queda de vários veículos num rio da região, relatou a imprensa estatal.

A infraestrutura, localizada num trecho da via rodoviária que liga as cidades de Harbin e Mudanjiang, desabou num dos sentidos do trânsito e provocou a queda de vários veículos na água, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Até ao momento não existem informações sobre quantas pessoas terão ficado presas dentro dos veículos.

Doksuri, o quinto tufão do ano, afetou nos últimos dias a região de Heilongjiang, que mantém o nível de alerta máximo para tempestades. Também a província de Hebei e áreas administrativas dos municípios de Pequim e Tianjin estão em alerta máximo.

Os efeitos do tufão Doksuri, um dos mais fortes a atingir a China nos últimos anos e que devastou partes do sul e leste do país, fizeram com que Pequim registasse as chuvas mais intensas dos últimos 140 anos.

A intensa precipitação provocou graves danos nas infraestruturas rodoviárias das zonas afetadas, incluindo várias pontes e viadutos.

As autoridades chinesas anunciaram hoje um reforço de 30 milhões de yuans nas verbas destinadas para as reparações de emergência nas estradas afetadas pelas inundações.

Na terça-feira, as autoridades chinesas tinham anunciado um montante de 110 milhões de yuans. Os fundos para a reparação rodoviária foram emitidos pelos Ministérios das Finanças e dos Transportes.

Esta ajuda junta-se às centenas de milhões de yuans doados na quarta-feira por várias gigantes tecnológicas chinesas, incluindo os grupos Alibaba, Tencent ou ByteDance, conhecida por ser a empresa-mãe da popular aplicação TikTok.

3 Ago 2023

Austrália | Comissão quer proibir WeChat em dispositivos do Governo

Uma comissão da câmara alta do parlamento da Austrália recomendou que os membros do Governo sejam proibidos de utilizar nos dispositivos de trabalho a rede social chinesa WeChat, uma medida já aplicada ao TikTok.

Num relatório divulgado na terça-feira, A Comissão de Interferência Estrangeira através das Redes Sociais também recomendou que os gigantes do sector, como a Meta (dona do Facebook e Instagram) e a X (antigo Twitter), devem tornar-se mais transparentes ou enfrentar multas.

O Presidente da comissão do Senado australiano, James Paterson, disse ontem que as recomendações do relatório tornariam a Austrália um alvo mais difícil para os sérios riscos de interferência estrangeira que o país enfrenta.

O relatório “aborda os problemas colocados por plataformas de redes sociais com sedes [em jurisdições] autoritárias, como TikTok e WeChat, e plataformas de redes sociais com sede no Ocidente que estão a servir de armas para as acções de governos autoritários, incluindo Facebook, YouTube e Twitter”, disse Paterson aos jornalistas.

O relatório refere que a comissão está particularmente preocupada com o TikTok e o WeChat, a rede social mais popular na China, que é também muito utilizada entre a diáspora chinesa na Austrália.

3 Ago 2023

Tufão Khanun faz um morto e deixa 220 mil sem electricidade

Mais de 220 mil casas ficaram sem electricidade ontem de manhã no arquipélago de Okinawa, no extremo sul do Japão, devido à passagem do tufão Khanun, que causou ainda a morte de uma pessoa, avançou a televisão pública NHK.

Descrito como “muito poderoso” pela Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês), o tufão passou perto da ilha principal de Okinawa pouco depois das 09:00, trazendo rajadas de vento de até 180 km/h.

De acordo com a concessionária local de electricidade, a Okinawa Electric Power, cerca de um terço das casas na região de Okinawa estavam sem energia no final da manhã de ontem.

Na terça-feira, as autoridades de Okinawa tinham apelado a mais de 690 mil pessoas que abandonassem as suas casas e procurassem abrigo face à aproximação do Khanun. O apelo foi também alargado a outras áreas de Kagoshima, no sudoeste do Japão.

De acordo com a NHK, um homem de 90 anos morreu na cidade de Ogimi depois de ficar preso numa garagem que desabou na noite de terça-feira, provavelmente devido aos ventos fortes.

A Agência Japonesa de Gestão de Incêndios e Desastres avançou ainda com a existência de 11 feridos. A JMA também alertou para o risco de inundações e deslizamentos de terra em partes da ilha principal de Okinawa.

Mais de 400 voos foram cancelados ontem de ou para este popular arquipélago turístico no Verão, afectando mais de 65 mil passageiros, avançou a NHK. Muitos turistas estavam presos desde terça-feira no aeroporto de Naha, capital de Okinawa.

“Não conseguimos encontrar um hotel e não sabemos quando poderemos reservar um voo de volta”, disse a visitante Minako Kawakami ao jornal local Okinawa Times.

Ares parados

As companhias aéreas Japan Airlines e a All Nippon Airways previram que mais de 74 mil passageiros no total poderiam ser afectados por cancelamentos de voos. O Khanun está a dirigir-se para oeste-noroeste, em direcção ao leste da China, onde deve chegar ainda esta semana.

No início da semana, as autoridades das Filipinas já tinham emitido alertas contra possíveis inundações e deslizamentos de terra devido à influência do Khanun, numa altura em que o país ainda recupera da passagem do tufão Doksuri, que causou pelo menos 25 mortos.

3 Ago 2023