Hoje Macau China / ÁsiaAlves da Rocha, economista: “Modelo chinês é o mais adequado para Angola, cooperação com Europa falhou” Entrevista de Raquel Rio, agência Lusa O economista angolano Alves da Rocha considera que o modelo chinês de desenvolvimento económico é o que mais se adequa a África e classifica a cooperação com a Europa como “um falhanço”. O diretor do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN) disse, em entrevista à Lusa, que “a China incomoda muita gente”, avisando que o mundo está a mudar, virando-se para leste e para o sul. Angola contratualizou entre 2000 e 2022, 258 empréstimos com a China, somando 45 mil milhões de dólares, o que representa mais de um quarto (26,5%) do total emprestado a África, neste período, segundo dados compilados pelo Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston, e consultados pela Lusa. Alves da Rocha disse que a China começou por ser atacada em Angola pela qualidade das infraestruturas, estando agora as atenções a ser desviadas para a questão da dívida pública, que “tem sido amortizada”. Lembrou que houve uma moratória chinesa no tempo da pandemia que foi seguida por outros países e instituições internacionais e que, “naturalmente, Angola teria de reiniciar os seus pagamentos” aos seus credores, o que vai pesar sobre as finanças. “O problema que aqui se coloca é mais na economia real”, salientou, já que, com excepção do petróleo, Angola não tem um sector produtivo e exportador que permita ter divisas e amortizar as suas dívidas. “Não creio que, nos próximos dez anos, Angola possa ter uma capacidade de exportação para além do petróleo”, a não ser, sugeriu, o sector da energia. “Por isso, a questão do ressarcimento da dívida à China é normal, houve uma moratória, retomou-se o serviço da dívida, mas o ponto que temos de ver é que alternativas devíamos ter criado para que a retoma dos pagamentos não tivesse tido tanta interferência no Orçamento Geral do Estado como tem tido”, apontou o investigador. Alves da Rocha sublinhou que, apesar da importância da China para Angola ter diminuído depois de João Lourenço ser eleito Presidente, aproximando-se mais dos Estados Unidos, esta é a alternativa de financiamento que mais se adequa ao país. Modelo adequado a África “O modelo chinês de desenvolvimento económico é muito mais adequado a Angola e a África do que o modelo europeu ou americano”, permitindo um acesso mais directo ao financiamento, frisou Alves da Rocha, considerando que “há um falhanço” no modelo de cooperação Europa-África, que sempre beneficiou a Europa. “E estas reações em cadeia que se têm visto por aí, sobretudo em países da francofonia, com golpes de Estado, como se tem visto, decorre tudo de que este modelo falhou”, insistiu o académico, destacando “o círculo vicioso da expatriação e de técnicos vindos sobretudo da Europa” para Angola. Por outro lado, “ocorre desde há alguns anos uma desocidentalização do desenvolvimento económico, isso é um facto. Os centros de crescimento da economia mundial, do desenvolvimento tecnológico e científico estão a sair dos Estados Unidos, do Ocidente, e estão a emigrar para o Oriente”, disse, dando destaque à Índia e à China. “Nós, africanos, nós, em Angola, temos de acompanhar esta mudança na orientação da rosa-dos-ventos. Vai deixar de estar orientada para Norte e vai passar a estar orientada para este e para sul e temos de compreender estes sinais”, alertou o responsável do CEIC. Cooperação europeia nunca funcionou Alves da Rocha vincou a guerra na Europa, a criação dos BRIC+6 (bloco composto atualmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que vai ser expandido a mais seis países), ao qual a Venezuela pediu para deixar o mundo “completamente do avesso”, sublinhando as preocupações com as reservas de petróleo que levam Europa e Estados Unidos a virar-se para a transição energética. O economista salientou, ainda, que a cooperação com a Europa na área das infraestruturas nunca funcionou, lembrando que quando a guerra civil acabou, em 2002, o então Presidente José Eduardo dos Santos apelou à comunidade internacional que se realizasse uma conferencia de doadores para ajudar a reconstrução de Angola, confrontando-se com “uma recusa liminar dos países ocidentais”. “Quem chegou aqui com 2 mil milhões de dólares para ajudar a recuperação das infraestruturas de Angola foi a China”, notou o especialista, reforçando: “o modelo chinês dá-nos alento e esperança para resolver alguns problemas que até agora não conseguimos resolver”.
Hoje Macau China / ÁsiaIndonésia | 153 chineses deportados devido a fraudes amorosas ‘online’ As autoridades indonésias deportaram para a China 153 cidadãos chineses envolvidos num esquema de fraude amorosa ‘online’ que rendeu 1,3 milhões de dólares, foi anunciado na sexta-feira. “Eles fazem parte de uma rede que comete os crimes na Indonésia, mas que tem como alvo vítimas de origem chinesa”, disse Subki Miuldi, director do gabinete de imigração da cidade de Batam, de onde as deportações ocorreram na quarta-feira, de acordo com um comunicado. Os deportados violaram o artigo 75.º da lei da imigração indonésia, referiu a mesma nota, sublinhando a importância da “cooperação com a comunidade na transmissão de informações”, para “manter a estabilidade e a segurança do país”. As vítimas eram também cidadãos chineses, centenas, de acordo com a investigação, contactados e seduzidos por membros femininos da organização através de videochamadas, sendo depois extorquidos com as gravações sexualmente explícitas, noticiou o jornal de Hong Kong South China Morning Post. De acordo com a investigação policial, a organização começou a operar este ano a partir da Indonésia, onde entrou com vistos de turista, depois de as autoridades de Pequim terem desmantelado a rede na China. Em 2017, a Indonésia deteve e deportou 416 cidadãos chineses e taiwaneses que pertenciam a uma rede de fraude telefónica e de investimento ‘online’, e dois anos depois deteve e devolveu à China 85 cidadãos envolvidos num caso semelhante.
Hoje Macau China / ÁsiaSudeste Asiático | Menos de metade da população preocupada com crise climática Menos da metade dos entrevistados do Sudeste Asiático acredita que a mudança climática representa uma séria ameaça, em comparação com 68,6 por cento que, há dois anos, tinham expressado forte preocupação, de acordo com um estudo O estudo anual “Southeast Asia Climate Outlook: Survey Report 2023”, elaborado pelo Instituto Yusof Ishak de Singapura (ISEAS), mostrou que apenas 49,4 por cento dos inquiridos afirmaram considerar as alterações climáticas como “uma ameaça grave e imediata ao bem-estar do país”, contra 68,8 por cento em 2021. Uma proporção semelhante de inquiridos (41,9 por cento) afirmou, por outro lado, ver “necessidade de monitorizar as alterações climáticas”. “Isto levanta a questão de saber se a associação de problemas imediatos, como a escassez de energia e a insegurança, se deve aos impactos climáticos, a problemas geopolíticos ou a questões domésticas”, afirmou o instituto, no relatório. O instituto, que acompanha as percepções na região sobre questões e impactos da crise climática desde 2020, entrevistou 2.225 pessoas que vivem em 10 países do Sudeste Asiático entre 10 de Julho e 7 de Agosto. Apesar da queda acentuada das percepções de urgência climática, o inquérito indicou um aumento das preocupações com a segurança alimentar: sete em cada dez inquiridos manifestaram uma preocupação considerável com a disponibilidade e o acesso aos alimentos devido aos impactos climáticos nos próximos anos. As maiores preocupações dos inquiridos foram as inundações (79 por cento), as vagas de calor (51,4 por cento) e as secas (47,6 por cento). Para resolver os problemas de segurança alimentar global, a maioria dos inquiridos afirmou que os governos deviam dar prioridade à necessidade de promoverem métodos agrícolas resistentes ao clima (67,2 por cento), aumentar os investimentos agroalimentares (63,9 por cento) e aumentar a produção alimentar nacional (56,6 por cento). Foco nacional Os dados mostraram que “a maior atribuição de responsabilidade pelas alterações climáticas continua a ser feita aos governos nacionais”, o que sugere que “os cidadãos (…) esperam fortemente que os governos nacionais estejam na vanguarda da articulação de visões e regulamentos climáticos mais claros para as economias”, de acordo com o estudo. A este respeito, a maioria (35,7 por cento) dos inquiridos considerou que o seu governo “está consciente das ameaças climáticas”, mas não dispõe de “recursos suficientes para as enfrentar”, enquanto 25 por cento entendeu que o executivo “não está a prestar atenção suficiente às alterações climáticas”. Um grupo semelhante (24,8 por cento) respondeu acreditar que as autoridades consideram “as alterações climáticas uma prioridade nacional urgente e afectaram recursos suficientes para as enfrentar”. A instituição lançou também um alerta, no estudo: em Junho, “foram estabelecidos recordes globais para as temperaturas e a cobertura de gelo marinho mais baixas observadas em qualquer Junho em 174 anos”. “Mais perto de casa, as temperaturas mais altas alguma vez registadas aconteceram no Vietname e no Laos, em maio, e na Tailândia, em Abril”, o que é indicativo do agravamento da crise climática na região, onde “estes recordes de temperatura vão continuar a atingir novos máximos”, sustentou. Como se espera que a região entre numa época sob influência do fenómeno El Niño, que deverá trazer tempo mais quente, ondas de calor e seca, as previsões apontam para um aumento dos incêndios florestais nos próximos meses. Além disso, os impactos imediatos das alterações climáticas “introduzirão novos ‘choques’ económicos nos países da região dependentes da agricultura”. “Não é um futuro para o qual a região esteja preparada”, concluiu o relatório.
Hoje Macau China / ÁsiaSíria | Xi anuncia parceria estratégica em reunião com Assad O Presidente da China, Xi Jinping, e o homólogo sírio, Bashar al-Assad, anunciaram o estabelecimento de uma “parceria estratégica”, numa altura em que Pequim fortalece os laços com os países em desenvolvimento A reunião com Bashar al-Assad deu início a uma série de encontros entre Xi e vários líderes estrangeiros, incluindo o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, antes da abertura dos Jogos Asiáticos, na cidade de Hangzhou, leste da China. “Face à situação internacional instável e incerta, a China está disposta a trabalhar com a Síria para prestar apoio mútuo e salvaguardar, em conjunto, a imparcialidade e justiça internacionais”, disse Xi, num vídeo publicado pela televisão estatal CCTV. Xi explicou que as relações entre a China e a Síria “resistiram ao teste das tempestades e mudanças internacionais” e que a “amizade entre os dois países está cada vez mais forte”. A visita de Assad é paralela, em alguns aspectos, à do líder russo, Vladimir Putin, no ano passado, para a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Ambos os líderes são vistos como párias no Ocidente, mas bem recebidos pela China, que tenta expandir a sua influência global e promover uma alternativa à ordem liberal liderada pelos Estados Unidos. O líder sírio participou na cerimónia de abertura dos Jogos Asiáticos juntamente com o rei do Camboja, o príncipe herdeiro do Kuwait e os primeiros-ministros do Nepal, Timor-Leste e Coreia do Sul, informou o ministério dos Negócios Estrangeiros da China. A competição, que acontece na cidade de Hangzhou, vai ter mais participantes do que os Jogos Olímpicos. Amigos do Levante O rei cambojano Norodom Sihamoni chegou na sexta-feira ao aeroporto de Hangzhou. Um vídeo difundido pela CCTV mostrou Sihamoni a descer as escadas do avião até à pista, para uma recepção com tapete vermelho, que incluía as mascotes dos Jogos Asiáticos. Para Assad, trata-se de uma rara viagem ao estrangeiro, numa altura em que tenta sair do isolamento internacional, provocado por uma guerra civil que começou há 12 anos. O conflito matou meio milhão de pessoas e deixou parte do país em ruína. Pequim está a expandir a sua influência no Médio Oriente, após ter mediado um acordo, em Março, entre a Arábia Saudita e o Irão. A China pode desempenhar um papel importante, no futuro, na reconstrução da Síria, que deverá custar dezenas de milhares de milhões de dólares. O país do Médio Oriente aderiu, no ano passado, à iniciativa “Faixa e Rota”, um megaprojecto de infra-estruturas lançado por Pequim que visa expandir a sua influência através da construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas. Desde que o conflito na Síria começou em Março de 2011 com protestos pró-democracia e mais tarde se transformou numa guerra civil, o Irão e a Rússia ajudaram Assad a recuperar o controlo de grande parte do país. A China usou o seu poder de veto na ONU por oito vezes para impedir resoluções contra o governo de Assad. A última e única visita de Assad à China foi em 2004, um ano depois da invasão do Iraque, liderada pelos EUA, e numa altura em que Washington pressionava a Síria.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Dissidente foge e pede ajuda para obter asilo nos EUA ou Canadá Um dissidente chinês conhecido por assinalar regularmente a repressão de 1989 aos manifestantes pró-democracia na Praça Tiananmen, em Pequim, fugiu para Taiwan na sexta-feira e pediu ajuda para procurar asilo nos Estados Unidos ou no Canadá. Chen Siming divulgou, através de um vídeo na rede social X (antigo Twitter), que estava na área de trânsito (área internacional) do Aeroporto Internacional de Taoyuan, para escapar da perseguição política chinesa. “Os métodos de manutenção da estabilidade da polícia chinesa dirigidos a mim estavam a tornar-se cada vez mais cruéis e loucos”, frisou este chinês na sua publicação. “Detiveram-me à vontade, sem seguir os procedimentos legais. Ficaram com o meu telemóvel e até me deram uma avaliação psiquiátrica. Não posso mais continuar a aceitar a destruição da minha dignidade pessoal, o atropelamento da minha honra e a ameaça ao meu corpo”, acrescentou. Embora não seja claro como Chen conseguiu viajar para Taiwan, o dissidente chinês referiu à agência Associated Press (AP) que deixou a China em 22 de Julho, rumo a Taiwan. Chen sublinhou que, desde 2017, a polícia o prendeu todos os anos, principalmente na data das comemorações anuais da repressão de 4 de Junho na Praça Tiananmen, em Pequim. O período de detenção mais curto durou uma semana, seguindo-se 15 dias e depois períodos mais longos, denunciou.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | PM pede às PME que ajudem a alcançar autossuficiência O primeiro-ministro chinês apelou a uma maior participação das pequenas e médias empresas (PME) nas iniciativas nacionais de autossuficiência tecnológica e estabilização das cadeias industriais, noticiou a imprensa oficial. “A China atravessa uma encruzilhada crucial no que diz respeito ao desenvolvimento de alta qualidade. Devemos aumentar ainda mais a confiança no desenvolvimento e manter a determinação em promover a transformação e modernização da indústria”, disse Li Qiang, durante uma visita a várias empresas em Pequim. Li, que assumiu o cargo há meio ano, pediu que se concentrem esforços na inovação “de alto nível, inteligente e verde”. O primeiro-ministro chinês prometeu “políticas mais selectivas e eficazes” e “serviços mais práticos e oportunos”, ao oferecer apoios sob a forma de financiamento, incentivos fiscais ou protecção dos direitos de propriedade intelectual das empresas. Face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica com os Estados Unidos, a China está a promover a autosuficiência em sectores tecnológicos chave. Em particular, Washington, em coordenação com Japão e Holanda, bloqueou o acesso do país a ‘chips’ semicondutores avançados, componentes essenciais para o fabrico de alta tecnologia e que têm aplicações militares. Em Março, durante a cimeira anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China, o Presidente chinês, Xi Jinping, apelou a que se “trabalhe para alcançar uma maior autossuficiência tecnológica”, visando “contribuir para a força nacional”, perante as medidas tomadas por vários países.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pequim e Washington formam grupos de trabalho na área financeira O Departamento do Tesouro (Finanças) dos Estados Unidos e o Ministério das Finanças da China anunciaram dois grupos de trabalho na área económica com o objectivo de diminuir as tensões e aprofundar a relação entre os dois países Liderados pela secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, e pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, os grupos de trabalho serão divididos em segmentos económicos e financeiros. Os grupos de trabalho “vão estabelecer um duradouro canal de comunicação entre as duas maiores economias do mundo”, disse Yellen numa série de publicações na rede social X (antigo Twitter) que pormenorizam este anúncio. “[Os grupos] vão constituir importantes fóruns para comunicar os interesses e preocupações dos Estados Unidos, promover uma competição económica mais salutar entre os nossos dois países e no interesse dos trabalhadores e empresários norte-americanos”, referiu. O anúncio ocorre após a deslocação à China este ano de altos responsáveis da administração norte-americana, e que podem indicar um possível encontro entre o Presidente Joe Biden e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Novembro, no decurso da conferência económica Ásia-Pacífico em São Francisco. A China é um dos principais parceiros comerciais dos EUA, e a competição económica entre os dois países aumentou nos últimos anos. Os dois ministros das Finanças concordaram em encontrar-se “com regularidade”, indicou o Departamento do Tesouro. Yellen, juntamente com outros membros da administração Biden, deslocaram-se à China no corrente ano após o Presidente democrata ter solicitado a altos responsáveis oficiais para “manter contactos e intensificar os esforços construtivos” e após o encontro que manteve com Xi em Bali, em 2022. Moldes feitos A formação destes grupos de trabalho surge após o encontro mantido na segunda-feira da semana passada entre o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o vice-presidente da China à margem da Assembleia geral a ONU em Nova Iorque. No entanto, a formação de grupos de trabalho entre os EUA e a China não são uma novidade. Em 2005, dois senadores norte-americanos estabeleceram um grupo de trabalho entre legisladores dos dois países. Em Agosto, a secretária do Comércio, Gina Raimondo, indicou pretender promover um grupo de trabalho com o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, integrado por responsáveis oficiais e representantes do sector privado para “procurar soluções nas áreas do comércio e investimentos”.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia suspende processamento de vistos no Canadá A Índia suspendeu o processamento de vistos no Canadá, anunciou ontem o prestador de serviços, depois de Otava ter responsabilizado a Índia pelo assassínio de um líder sikh em Vancouver. “Aviso importante da missão indiana: por razões operacionais, com efeito a partir de 21 de Setembro de 2023, os serviços de vistos indianos foram suspensos até novo aviso”, lê-se no portal da BLS International, um fornecedor indiano de serviços de ‘outsourcing’ para missões governamentais e diplomáticas em todo o mundo. Na quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Nova Deli emitiu um comunicado no qual pede especial cuidado aos cidadãos que estudam naquele país norte-americano devido às “crescentes posições anti-Índia e à tolerância política dada a crimes de ódio”. Os indianos também devem evitar ir a locais do Canadá onde “diplomatas indianos e sectores da comunidade indiana foram alvo de ameaças”, adiantou o ministério. Otava e Nova Deli, dois parceiros estratégicos importantes em matéria de segurança e comércio, estão envolvidos numa disputa diplomática depois de o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, ter alegado que a Índia estava ligada ao assassínio, em Junho passado, em território canadiano, do defensor da independência sikh. O Canadá ainda não forneceu qualquer prova do envolvimento indiano no assassínio de Hardeep Singh Nijjar, um líder sikh de 45 anos morto por homens armados em Surrey, nos arredores de Vancouver. Durante anos, a Índia afirmou que Nijjar, um cidadão canadiano nascido na Índia, tinha ligações ao terrorismo, alegação que Nijjar negou sempre. Quando foi assassinado, Nijjar estava a tentar organizar um referendo não oficial na diáspora sikh para independência em relação à Índia. História com barbas A acusação de Trudeau foi seguida da expulsão do Canadá de um diplomata indiano em Otava e Nova Deli considerando a acusação “absurda” e expulsando também um diplomata canadiano. As autoridades indianas designaram Nijjar como terrorista em 2020 e acusaram-no de apoiar as exigências de uma pátria sikh independente, conhecida como Calistão, que começou como uma insurgência no estado indiano de Punjab nas décadas de 1970 e 1980 mas foi esmagada pelo Governo indiano. Desde então, o movimento perdeu grande parte do seu poder político, mas ainda tem apoiantes no Punjab, onde os sikhs são maioria, bem como entre a considerável diáspora sikh no estrangeiro. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia referiu ainda que as alegações de Trudeau “pretendem desviar o foco dos terroristas e extremistas do Calistão, que receberam abrigo no Canadá e continuam a ameaçar a soberania e a integridade territorial da Índia”. O ministério emite regularmente avisos de viagem, tendo, em Setembro do ano passado, pedido aos cidadãos indianos que fossem cautelosos quando viajassem para o Canadá devido ao “aumento acentuado de incidentes de crimes de ódio, violência sectária e actividades anti-Índia” naquele país.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim doa a Cuba parque fotovoltaico no valor de 107 milhões de euros Cuba vai construir um parque fotovoltaico no leste do país, com capacidade de geração de 5 megawatts (MW), graças a uma doação do Governo chinês de quase 107 milhões de euros, revelaram ontem os ‘media’ estatais cubano. A Agência Cubana de Notícias (ACN) divulgou que o projecto encontra-se na “fase inicial”, estando actualmente a ser avaliadas “as condições do terreno” e “as garantias necessárias na execução das obras e montagem”. O parque, acrescenta a rádio local Mayarí, ficará localizado no município homónimo, na província de Holguín (leste), região frequentemente afectada pelos cortes no fornecimento de energia eléctrica que Cuba sofre há mais de dois anos, devido a problemas de geração de energia. O projecto regional de aposta nas renováveis inclui a instalação gradual de parques fotovoltaicos em outros municípios adjacentes. O Governo cubano procura reduzir a sua dependência dos combustíveis fósseis, que representam actualmente 95 por cento da produção energética nacional, e especialmente das importações de petróleo bruto, devido ao esforço em termos monetários que isso implica. Os 5 MW que este novo parque fotovoltaico proporcionará não representam sequer 1 por cento da procura no momento de maior consumo diário em Cuba, segundo dados da estatal Unión Eléctrica (UNE). O plano nacional de transição energética pretende que 37 por cento do seu ‘mix’ energético provenha de fontes renováveis até 2030, embora actualmente represente apenas 5 por cento e os investimentos nesta área sejam mínimos. Há dois anos que Cuba enfrenta uma crise multidimensional que também se reflecte no campo energético. Sem energia O Sistema Elétrico Nacional (SEN) cubano encontra-se numa situação precária, com sistemas de geração e distribuição obsoletos e um défice crónico em manutenção e investimentos. Soma-se a isso os problemas financeiros do país na aquisição de combustíveis. Esta terça-feira, um quarto do país ficou sem energia nos horários de pico de procura, à tarde e à noite. Os frequentes cortes de energia têm sido causa de agitação social no país e um dos instigadores dos protestos dos últimos dois anos, incluindo os de 11 de Julho de 2021, os maiores em décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Assad faz primeira visita desde o início da guerra civil síria O Presidente da Síria, Bashar Assad, chegou ontem à China para a primeira visita ao país desde o início da guerra civil na Síria, há 12 anos, durante a qual Pequim tem sido um dos seus principais apoiantes O ministério dos Negócios Estrangeiros chinês informou que Assad vai participar na cerimónia de abertura dos Jogos Asiáticos, um evento desportivo internacional, que arrancou no sábado, na cidade de Hangzhou, no leste da China. Pequim está a expandir a sua influência no Médio Oriente, após ter mediado um acordo, em Março, entre a Arábia Saudita e o Irão. O país asiático continua a apoiar Assad no conflito sírio, que matou meio milhão de pessoas e deixou parte do país em ruína. A China poderá desempenhar um papel importante, no futuro, na reconstrução da Síria, que deverá custar dezenas de milhares de milhões de dólares. O país do Médio Oriente aderiu, no ano passado, à iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, um megaprojecto de infra-estruturas lançado por Pequim que visa expandir a sua influência através da construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas. O gabinete de Assad disse anteriormente que o líder sírio foi convidado pelo homólogo chinês, Xi Jinping, para visitar a China, sendo acompanhado por uma delegação síria de alto nível. O agravamento da crise económica na Síria levou a protestos em partes do país controladas pelo governo, principalmente na província meridional de Sweida. A Síria atribuiu a crise às sanções ocidentais e aos combatentes liderados pelos curdos, que controlam os maiores campos petrolíferos do país, no leste, perto da fronteira com o Iraque. Quando a terra tremeu Os contactos diplomáticos entre Damasco e outras capitais árabes intensificaram-se após o terramoto de 6 de Fevereiro que atingiu a Turquia e a Síria, matando mais de 50 mil pessoas, incluindo mais de seis mil na Síria. Assad voou para a Arábia Saudita em Maio, onde participou na cimeira da Liga Árabe, dias depois de a Síria ter sido reintegrada na organização multilateral, formada por 22 Estados árabes. Desde que o conflito na Síria começou em Março de 2011 com protestos pró-democracia e mais tarde se transformou numa guerra civil, o Irão e a Rússia ajudaram Assad a recuperar o controlo de grande parte do país. A China usou o seu poder de veto na ONU por oito vezes para impedir resoluções contra o Governo de Assad. A última e única visita de Assad à China foi em 2004, um ano depois da invasão do Iraque, liderada pelos Estados Unidos, e numa altura em que Washington pressionava a Síria. Nos últimos anos, Assad fez várias viagens ao estrangeiro, incluindo visitas à Rússia, Irão, Emirados Árabes Unidos e Omã.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pequim expressa confiança e mantém taxas de juro inalteradas O Governo chinês mostra sinais de optimismo face aos indicadores económicos positivos verificados em áreas como a produção industrial e as vendas no sector retalhista As autoridades chinesas expressaram ontem confiança nas perspectivas para a segunda maior economia do mundo, após optarem por manter as taxas de juro de referência, face a sinais de melhoria em algumas áreas, como os serviços. O tom optimista das autoridades, que falaram numa conferência de imprensa em Pequim, contrasta com as previsões do Banco Asiático de Desenvolvimento e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, que afirmam que a fraqueza da economia chinesa deve prejudicar o crescimento global e regional. Cong Liang, vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo de planificação económica do país, disse que a “resiliência” demonstrada pela China em crises passadas é “motivo de confiança” e que a melhoria dos dados sobre a produção industrial e vendas no sector retalhista indicam que a economia está a melhorar. Cong Liang e outros altos responsáveis pela economia reconheceram, no entanto, grandes desafios para estimular o crescimento, enquanto expressaram confiança na capacidade do Partido Comunista em garantir que a desaceleração é temporária. “Os factos provaram plenamente que os mecanismos de tomada de decisão do Comité Central do Partido Comunista e do Conselho de Estado (executivo) estão correctos e que as políticas de macro-controlo são eficazes”, disse Cong. Após três anos de perturbações causadas pela pandemia da covid-19, a economia da China está a ser afectada por factores internos e globais, e a “recuperação económica vai ser inevitavelmente um processo volátil”, reconheceu. Num discurso publicado no mês passado na Qiushi, revista sobre teoria política do Partido Comunista, o líder chinês, Xi Jinping apelou a que se mantenha a “paciência histórica” e se insistia em fazer progressos “constantes e passo a passo”, numa referência à situação económica. Xi disse ainda que a busca de riqueza material por parte do Ocidente levou à “pobreza espiritual”. Os líderes da China tomaram medidas para reforçar o crescimento e incentivar a despesa e o investimento. Isto incluiu a redução dos requisitos de reservas para alguns bancos e o levantamento de restrições na compra de habitação em cidades mais pequenas. O Banco do Povo da China manteve ontem as taxas de juro de referência inalteradas. A taxa base de juros para empréstimos a um ano está em 3,45 por cento e para cinco anos está em 4,2 por cento. As autoridades disseram que avaliarão o impacto das medidas tomadas recentemente para reforçar a actividade empresarial. Obstáculos do passado A economia foi atingida pela estratégia ‘zero covid’, que levou ao bloqueio de cidades inteiras, e por uma grave crise de liquidez no sector imobiliário, que obrigou as construtoras a negociar a restruturação das suas dívidas ou a entrar em incumprimento. A queda nos preços da habitação fez a classe média chinesa tornar-se mais cautelosa, afectando assim também o consumo. A perda de empregos durante e após a pandemia também atrapalhou a recuperação, deixando cerca de um em cada cinco jovens chineses desempregados, o que pesa ainda mais no consumo. O Banco Asiático de Desenvolvimento reduziu recentemente a sua previsão para o crescimento da China em 2023 para 4,9 por cento, de 5,5 por cento, no seu relatório anterior. A mudança reflectiu “o abrandamento da dinâmica da procura interna, os ventos contrários da procura global mais fraca e a correcção do sector imobiliário”, afirmou. A OCDE reduziu as suas perspectivas de crescimento global em 0,2 por cento, para 2,7 por cento, em 2024, citando a desaceleração da China e os problemas imobiliários. Inquéritos realizados a empresas estrangeiras, divulgados na terça-feira pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos em Xangai e pela Câmara de Comércio da União Europeia na China, indicaram que a confiança no país entre os investidores globais e as empresas que operam na China enfraqueceu. Os grupos apelaram ao Governo chinês para que seja mais claro sobre as regras, argumentando que a incerteza é um problema crescente. As autoridades chinesas e as publicações estatais parecem ter intensificado uma campanha para contrariar as preocupações expressas sobre a economia e observam que as autoridades da China estão a reorientar a economia para um modelo de crescimento mais sustentável, assente na produção de tecnologia com alto valor agregado e no consumo interno, em detrimento do investimento na construção. “Acredito que enquanto todo o país estiver unido e enquanto insistirmos em fazer bem o que fazemos, não vai haver obstáculos que impeçam a China de se superar no seu desenvolvimento”, disse Cong.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Expulso diplomata canadiano após acusações sobre assassínio de líder sikh As autoridades indianas responderam à expulsão de um importante diplomata indiano no Canadá na mesma moeda, expulsando também um diplomata canadiano do país. Em causa, está a morte de Singh Nijjar, acusado de terrorismo por Nova Deli e atingido a tiro por agressores desconhecidos no Canadá Nova Deli anunciou ontem a expulsão de um importante diplomata canadiano, em resposta à acusação de Otava de que a Índia estaria envolvida no assassínio, no Canadá, de um líder separatista de origem indiana. “O Alto Comissário canadiano na Índia foi convocado hoje (ontem) e informado sobre a decisão do Governo da Índia de expulsar um importante diplomata canadiano”, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado. A decisão de Nova Deli reflecte a sua “crescente preocupação com a interferência dos diplomatas canadianos nos assuntos internos e o seu envolvimento em actividades anti-Índia”, explicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros na mesma nota. O ministério já tinha considerado ontem absurdas as alegações do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, que implicara Nova Deli no assassínio de um activista sikh no Canadá. O Canadá expulsou na segunda-feira um importante diplomata indiano, no dia em que Trudeau revelou que os serviços de informação do seu país implicaram as autoridades indianas no crime. “Qualquer envolvimento de um Governo estrangeiro no assassínio de um canadiano em solo canadiano é uma violação inaceitável da nossa soberania”, disse Trudeau, na câmara baixa do parlamento do Canadá. Conversa acabada Singh Nijjar, atingido a tiro em 18 de Junho por agressores desconhecidos no estacionamento de um templo sikh, foi acusado de terrorismo pelas autoridades indianas por defender a criação de um país independente no estado de Punjab, o Calistão, para a minoria étnica e religiosa sikh. A 01 de Setembro, o Governo canadiano anunciou a suspensão das conversações com a Índia para a assinatura de um acordo de comércio livre, sem explicar os motivos. O Canadá também cancelou uma missão comercial à Índia que estava marcada para outubro. Cerca de 1,8 milhões de pessoas de origem indiana vivem no Canadá, das quais cerca de 770 mil são sikhs. O líder do social-democrata Novo Partido Democrático (NPD), Jagmeet Singh, o quarto partido no parlamento canadiano, é sikh.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Defendida gestão responsável das relações EUA-China O encontro de alto nível entre Antony Blinken e Han Zheng, na missão chinesa junto da ONU em Nova Iorque, reforçou a declaração de intenções de ambos os lados de diminuir tensões e criar um melhor ambiente de cooperação O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, encontrou-se ontem com o vice-presidente chinês, Han Zheng, em Nova Iorque, e defendeu a necessidade de uma gestão responsável da relação tensa com Pequim. “Penso que é bom aumentar o número de reuniões de alto nível” entre os Estados Unidos e a China, declarou Blinken no início do encontro com o responsável chinês, que decorreu na missão chinesa junto da ONU, em Nova Iorque. As discussões visam “garantir que mantemos as linhas de comunicação abertas e demonstram que estamos a gerir a relação entre os nossos dois países de forma responsável”, afirmou o responsável norte-americano. O vice-presidente chinês referiu que as duas principais potências económicas mundiais enfrentam “muitas dificuldades e desafios”. “O mundo precisa de uma relação saudável e estável entre os Estados Unidos e a China”, argumentou Zheng, afirmando que é para benefício de ambos os países e “do mundo inteiro”. Washington e Pequim estão a intensificar esforços para acalmar a relação que se mostrou muito tensa nos últimos tempos. Reuniões produtivas O encontro de ontem, à margem da Assembleia Geral Anual das Nações Unidas, acontece depois da reunião neste fim de semana, em Malta, entre o conselheiro de segurança nacional de Joe Biden, Jake Sullivan, e o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi. A Casa Branca assinalou as “discussões francas, substantivas e construtivas”, que duraram um total de doze horas durante dois dias. A última reunião deste tipo, e a este nível, data de Maio passado. A China e os Estados Unidos estão “comprometidos com consultas” em certas áreas, em particular sobre “desenvolvimentos na política e na segurança na Ásia-Pacífico”, segundo a Casa Branca. Os Estados Unidos e a China renovaram o diálogo nos últimos meses com uma sucessão de visitas de altos funcionários norte-americanos a Pequim, incluindo Antony Blinken em Junho passado. Esta retoma das discussões pode significar um encontro entre Joe Biden e o Presidente chinês, Xi Jinping, na próxima cimeira da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico), em meados de Novembro, em São Francisco, mas nem Washington nem Pequim confirmaram. As relações bilaterais ainda permanecem tensas, nomeadamente em relação às disputas comerciais, à expansão chinesa no Mar da China Meridional e a questão de Taiwan, um dos grandes obstáculos entre os dois países.
Hoje Macau China / ÁsiaCisjordânia | ONG acusa Israel de forçar transferência de palestinianos Pelo menos seis comunidades palestinianas na Cisjordânia ocupada fugiram das casas que habitavam e “dezenas correm perigo iminente de deslocação forçada”, alertou ontem a organização israelita Betselem. De acordo com a organização não-governamental (ONG), o Governo de Israel está a levar a cabo “políticas de deslocação forçada” o que, acusa, constitui “crime de guerra”. A ONG Betselem refere num relatório divulgado ontem que seis comunidade de agricultores e de beduínos palestinianos no centro e no sul da Cisjordânia foram obrigadas a fugir por se encontrarem “aterrorizadas” pelos colonos israelitas “que trabalham ao serviço do Estado”. A medida terá afectado “quase 500 pessoas” que “não tiveram outra escolha” a não ser abandonar os locais de residência em Ras a Tin, Ein Samia, Al Bagah e Qabun no norte de nordeste de Ramahla, assim como em Khirbet Simri e Widady Tahta, nas colinas a sul de Hebron, no sul da Cisjordânia. “Expulsar os trabalhadores dos campos, agredir fisicamente os residentes locais, invadir as casas durante a noite, provocar incêndios, assustar os rebanhos, destruir plantações, roubar propriedades, bloquear estradas” ou “destruir reservatórios de água” é a “horrível rotina” que, segundo a Betselem, é imposta pelos colonos a muitas comunidades palestinianas. Fomento superior A organização diz ainda que a violência é fomentada pelo Estado de Israel, que “está a levar a cabo políticas de transferência forçada”, tornando insuportável a vida dos residentes da zona que pretende ocupar. Para a Betselem, a estratégia de Israel “é apoiada na aprovação de ordens militares” e na autorização do Supremo Tribunal de Israel para expulsar os palestinianos dos locais onde residem. Por outro lado, acusa a ONG, o Estado de Israel utiliza os colonos para instigar a violência. O relatório refere ainda que existe permissividade e tolerância em relação às ações dos colonos e dos militares por parte da coligação governamental de “extrema-direita” israelita liderada por Benjamin Netanyahu. A ONG considera que o processo é ilegal e implica Israel em crimes de guerra por se tratar, indica, de “transferências forçadas” e que são “proibidas pelo direito internacional”. Israel controla a Cisjordânia desde 1967 mantendo um regime de ocupação militar no território. As autoridades israelitas costumam rejeitar as acusações das organizações de defesa de direitos humanos como a Betselem, a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Definida prioridade no combate ao tráfico de droga O novo Executivo, que tomou posse no início do mês, pede a cooperação de todos no plano de prevenção e supressão do tráfico de droga delineado para durar até 2027 O novo governo da Tailândia, no poder desde 5 de Setembro, anunciou ontem que o combate ao tráfico de drogas, especialmente a metanfetamina, é uma prioridade para os próximos quatro anos. “Temos de combater os traficantes de droga. São criminosos que não temem a prisão, mas temem a confiscação dos bens. Por isso, peço a todos os organismos que acelerem a aplicação da lei”, declarou o primeiro-ministro, Srettha Thavisin, aos jornalistas no domingo. O Governo tailandês delineou um plano para “prevenir, suprimir e resolver os problemas da droga no período 2023-2027”, incluindo tratar os toxicodependentes como doentes, ressocializar os consumidores de droga, aumentar o controlo e intensificar as operações de combate ao tráfico de droga e ao branqueamento de capitais. “A resolução do problema da droga é uma prioridade nacional. Todos os organismos devem cooperar para o resolver e devem fazer cumprir a lei de forma séria e eficaz”, declarou, em comunicado. A prioridade passa por “aumentar a repressão” sobre o tráfico de droga, “medida fundamental” para evitar que a droga chegue às comunidades, sendo criado “um novo centro de prevenção e repressão da droga”, de acordo com a mesma nota. Outras preocupações No entanto, o plano anunciado pelo governo suscitou preocupações entre os activistas no país, que receiam que a nova “guerra contra a droga” possa repetir os acontecimentos ocorridos há duas décadas, quando o governo de Thaksin Shinawatra concretizou uma política de tolerância zero em relação à droga. Iniciadas em 2003, as medidas causaram uma onda de críticas dentro e fora da Tailândia devido à violência das forças de segurança, que alegadamente foram responsáveis por mais de 2.500 execuções extrajudiciais de suspeitos de tráfico de droga em apenas três meses, de acordo com estimativas de várias organizações não-governamentais. “A promessa do governo de erradicar completamente os narcóticos preocupa-me e receio que a história se possa repetir”, disse o diretor da Cross Cultural Foundation, Pornpen Khongkachonkiet, ao jornal Bangkok Post. Embora a lei tailandesa puna o tráfico de droga com penas que podem ir até 15 anos de prisão – e, em casos extremos, até à prisão perpétua ou à pena de morte -, a Tailândia flexibilizou a política nos últimos anos e passou a adoptar uma abordagem mais centrada na reabilitação, especialmente dos pequenos traficantes, do que na punição. A reforma da lei procura resolver outro problema: a sobrelotação das prisões do país, onde cerca de 80 por cento dos presos estão detidos por crimes relacionados com a droga, a maioria dos quais de gravidade ligeira a moderada. Em Junho do ano passado, a Tailândia também retirou a marijuana da lista de estupefacientes ilegais, para promover a canábis medicinal, mas abriu a porta ao consumo e comércio para fins recreativos, levando à multiplicação de lojas e bares para o consumo da substância.
Hoje Macau China / ÁsiaAstronomia | Pequim inaugura maior telescópio de visão ampla no hemisfério norte Situado a uma altitude de mais de 4.000 metros, na província de Qinghai, o telescópio tem a capacidade de capturar com precisão imagens de galáxias distantes A China inaugurou, no domingo, o seu novo telescópio astronómico de visão ampla (WFST, na sigla em inglês), o maior do género no hemisfério norte, que produziu já uma imagem da galáxia vizinha de Andrómeda. O telescópio, localizado no Observatório da Montanha Púrpura, na província de Qinghai, está sob tutela da Academia Chinesa de Ciências, e é o mais poderoso do seu género no hemisfério norte, noticiou a agência noticiosa oficial Xinhua. O WFST, desenvolvido em conjunto desde 2019 pela Universidade de Ciência e Tecnologia da China e pelo observatório, cobre todo o hemisfério norte do céu, o que beneficiará a investigação astronómica e a monitorização do espaço próximo da Terra. Com 2,5 metros de diâmetro, este telescópio está localizado na aldeia de Lenghu, a uma altitude média de 4.200 metros. Este local é conhecido como o “Acampamento Marte” da China, devido à sua paisagem desértica semelhante à superfície do planeta vermelho. Um dos destaques do WFST é a capacidade de capturar imagens precisas de galáxias distantes, como a que registou da galáxia de Andrómeda, localizada a mais de 2 milhões de anos-luz de distância. O seu grande campo de visão e alta resolução tornam possível fotografar galáxias difíceis de serem observadas por outros telescópios. Este telescópio também vai ajudar na monitorização de eventos astronómicos dinâmicos e em pesquisas de observação astronómica no domínio do tempo. O aparelho vai ainda melhorar a capacidade da China de monitorar objetcos próximos à Terra e emitir alertas precoces. Montanha de lentes Este novo tipo de telescópio tira fotos do universo com maior largura e profundidade, usando um método que reflecte a luz entre vários espelhos, antes de capturar a imagem numa câmara gigante. A área de Lenghu, que quando estiver concluída será a maior base de observação astronómica da Ásia, começou a ser construída em 2017 e abriga já 12 telescópios. No total, mais de 30 telescópios vão ser instalados na montanha Saishiteng, incluindo o MUST (telescópio de pesquisa multiplexado) de 6,5 metros, e o EAST (telescópio segmentado de abertura estendida), que tem também 6,5 metros. A cidade, com uma área total de 17.800 quilómetros quadrados, está localizada a 944 quilómetros da capital da província de Qinghai, Xining. Nos últimos anos, o programa espacial chinês alcançou vários sucessos, como pousar a sonda Chang’e 4 no lado oculto da Lua — um feito inédito — e colocar uma sonda em Marte, tornando-se o terceiro país — depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética — a fazê-lo. A China concluiu também no ano passado uma estação espacial permanente, no culminar de mais de uma década de esforços para manter presença constante de tripulantes em órbita.
Hoje Macau China / ÁsiaIrão | Pequenas concentrações assinalam morte de Mahsa Amini O aniversário da morte da jovem curda Mahsa Amini foi assinalado, no sábado, por pequenas e dispersas concentrações no Irão, onde o regime impôs fortes restrições de segurança. Segundo relata a agência espanhola EFE, nos vídeos publicados nas redes sociais por activistas iranianos ouvem-se gritos de “morte ao ditador” – em referência ao líder supremo da república islâmica, o ayatollah Ali Khamenei – e o lema dos protestos “mulher, vida, liberdade”. Num desses vídeos, em Teerão, capital iraniana, duas mulheres sem véu sobem a uma plataforma, apoiadas por buzinas de carros. Os protestos aconteceram apesar da forte mobilização policial nas ruas. Fez no sábado um ano que Mahsa Amini morreu, depois de ter sido detida pela polícia de costumes iraniana por não estar a usar o véu islâmico, episódio que desencadeou inéditas manifestações cívicas contra o regime teocrático de Teerão, que reprimiu violentamente os protestos. A data foi assinalada em cidades como Teerão, Mashad e Rasht e em especial no território do Curdistão, de onde Mahsa era originária. No sábado, as autoridades impediram que a família da jovem celebrasse uma cerimónia no cemitério onde está enterrada, depois de terem detido temporariamente o seu pai. Na cidade de Nurabad, na província ocidental de Fars, dois homens numa moto atiraram contra as forças de segurança que se saldou na morte de um membro da ‘basiji’, a milícia islâmica mobilizada para impedir protestos. Os autores do ataque, que causou ainda três feridos, conseguiram fugir sem serem identificados, segundo a agênca oficial iraniana Fars. Este episódio e os protestos que se realizaram em várias cidades, ainda que tímidos, são as mais significativas expressões do descontentamento social desde Maio, quando três manifestantes foram executados pelo regime. Os protestos que se seguiram à morte de Mahsa Amini levaram milhares de manifestantes às ruas do Irão, exigindo o fim do regime, com um saldo de 500 mortos e milhares de detidos. Avisos e ameaças Nas últimas semanas, as autoridades iranianas intensificaram os avisos e as medidas repressivas numa tentativa de evitarem que o primeiro aniversário da morte de Amini se convertesse em novas manifestações. As autoridades iranianas comunicaram ontem a detenção, em três províncias do país, de várias pessoas que pretendiam “provocar o caos” e colaborar com “meios de comunicação hostis”, mas não adiantaram o número exacto. Amini foi detida pela polícia de costumes iraniana a 13 de Setembro de 2022, por alegado uso indevido do ‘hijab’, o véu islâmico, tendo surgido morta três dias depois, quando ainda estava sob custódia policial. Apesar da visibilidade dos protestos e da atenção internacional, o movimento cívico ainda não conseguiu ameaçar os alicerces do regime teocrático liderado pelo ayatollah Ali Khamenei.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Recuperação com aumento da actividade fabril e consumo Depois do abrandamento dos últimos meses, a economia chinesa ganhou uma nova dinâmica em Agosto à conta do aumento da produção fabril e da maior confiança dos consumidores A actividade nas fábricas da China acelerou e as vendas no sector retalhista aumentaram em Agosto, segundo dados divulgados na sexta-feira, sugerindo que a economia chinesa pode estar a ganhar fôlego, após ter abrandado nos últimos meses. Os números revelaram, no entanto, que a debilidade contínua no sector imobiliário, numa altura em que várias construtoras chinesas enfrentam uma grave crise de liquidez. O investimento em imóveis caiu 8,8 por cento, em Agosto, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Para aliviar a carga sobre os bancos, o Banco do Povo da China (banco central) anunciou na quinta-feira um corte de 0,25 por cento nas reservas obrigatórias para a maioria dos credores. Isto liberta mais dinheiro para empréstimos, “visando consolidar as bases para a recuperação económica e manter uma liquidez razoável e suficiente”, afirmou o banco central. O Gabinete Nacional de Estatística do país informou na sexta-feira que as vendas no sector retalhista aumentaram 4,6 por cento, em Agosto, em termos homólogos, após terem crescido apenas 2,2 por cento, em Julho. As vendas de automóveis subiram 5,1 por cento. Os consumidores tornaram-se mais cautelosos em relação aos gastos no ano passado, mesmo após a China ter abolido a política de ‘zero casos’ de covid-19, que abalou a actividade económica do país. A produção industrial cresceu 4,5 por cento, após ter subido 3,7 por cento em Julho. Foi a taxa mais rápida desde Abril. “No geral, em Agosto, os principais indicadores melhoraram marginalmente, a economia nacional recuperou, o desenvolvimento de alta qualidade avançou solidamente e os fatores positivos acumularam-se”, disse Fu Linghui, porta-voz do Gabinete Nacional de Estatística, em conferência de imprensa. Fu acrescentou que “ainda existem muitos factores externos de instabilidade e incerteza” e que a procura interna continua fraca, pelo que a “base para a recuperação económica ainda precisa de ser consolidada”. “As tendências em Agosto foram um pouco melhores do que o esperado”, disse Julian Evans-Pritchard, da consultora Capital Economics, num relatório. “O apoio fiscal reforçou o investimento, mas o verdadeiro ponto positivo foi uma recuperação saudável dos gastos dos consumidores, sugerindo que as famílias podem estar a tornar-se um pouco menos cautelosas”, disse. Jovens desempregados A economia da China expandiu 0,8 por cento nos três meses terminados em Junho, em comparação com o trimestre anterior, e abaixo dos 2,2 por cento registados entre Janeiro e Março. Isto equivale a uma taxa anual de 3,2 por cento, o que estaria entre o ritmo mais fraco em décadas. Cerca de um em cada cinco jovens trabalhadores está desempregado, um valor recorde, aumentando as pressões sobre os gastos dos consumidores. A recessão no mercado imobiliário, que se espalha por muitos outros sectores para além da construção e dos materiais, também pesou na recuperação da China.
Hoje Macau China / ÁsiaUE/Eléctricos| Pequim adverte para impacto de investigação sobre subsídios A questão dos veículos eléctricos, levantada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é mais uma pedra no caminho das relações entre a China e a o velho continente. Pequim avisa que a investigação em curso vai ter consequências negativas O Governo chinês alertou ontem para o “impacto negativo” nas relações China – União Europeia suscitado pela investigação lançada sobre os subsídios atribuídos aos fabricantes chineses de veículos eléctricos, que as autoridades na Europa consideram gerar concorrência desleal. Esta medida, “tomada em nome da ‘concorrência leal’”, é “abertamente proteccionista” e “vai ter um impacto negativo nas relações económicas e comerciais entre a China e a União Europeia”, advertiu um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou na quarta-feira a abertura de uma investigação sobre os subsídios que a China concede aos seus fabricantes de veículos eléctricos, cujos preços são “artificialmente baixos”, devido a estes apoios públicos, o que causa prejuízos às empresas europeias. “Os mercados mundiais estão inundados de veículos eléctricos chineses mais baratos e o seu preço é mantido artificialmente baixo graças a enormes subsídios estatais”, explicou Von der Leyen, num discurso sobre o Estado da União. O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, responsável pelo comércio, anunciou no mesmo dia que se deslocará à China na próxima semana para discutir a questão dos subsídios atribuídos aos veículos eléctricos. Nos últimos meses, a França, em particular, tem vindo a defender uma Europa mais assertiva face às práticas da China. Outros Estados-membros da União Europeia, incluindo a Alemanha, cuja indústria automóvel tem na China o seu principal mercado, estão preocupados em estragar a relação com Pequim. As empresas europeias “são frequentemente batidas no preço por concorrentes que beneficiam de enormes subsídios públicos. Não podemos esquecer-nos o quanto a nossa indústria de painéis solares sofreu com as práticas comerciais desleais da China”, afirmou o Presidente da Comissão Europeia. A diplomacia chinesa frisou que a vantagem competitiva do país foi “obtida através de trabalho árduo” e é “resultado de inovação tecnológica ininterrupta”. Explosão de vendas As exportações de veículos eléctricos pela China mais do que duplicaram (+110 por cento), entre Janeiro e Agosto, segundo dados da Associação de Fabricantes de Automóveis da China (CAAM) difundidos na quarta-feira. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos – mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas. Cinco das dez marcas de veículos eléctricos mais vendidas no mundo são agora chinesas. A maior é a BYD, que fica apenas atrás da norte-americana Tesla. O domínio chinês alarga-se também à indústria de baterias. As chinesas CATL e BYD são os maiores fabricantes mundiais. Pequim mantém ainda forte controlo no acesso a matérias-primas essenciais, incluindo terras raras. Ainda desconhecidas da maioria do público europeu, as marcas chinesas estiveram presentes em grande número no Salão Automóvel de Munique, na Alemanha, no início deste mês. As fabricantes de automóveis chinesas têm vindo a travar uma guerra de preços nos últimos meses, numa altura em que os chineses estão a reduzir as suas despesas, devido ao abrandamento da economia do país, colocando ainda mais pressão sobre as marcas europeias.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Confirmada visita de cardeal Matteo Zuppi a Pequim O Governo chinês confirmou ontem que o cardeal Matteo Zuppi, encarregado pelo Papa Francisco de promover a paz na Ucrânia, “vai visitar em breve” o país asiático. A Santa Sé anunciou na terça-feira que o cardeal estaria na China entre quarta e sexta-feira. A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que o representante do Governo chinês para os Assuntos Eurasiáticos, Li Hui, vai reunir-se com Zuppi, embora não tenha dado mais pormenores sobre a agenda do representante papal. Li visitou a Ucrânia em Maio, onde afirmou que “todas as partes têm de criar condições para acabar com a guerra” e “iniciar conversações de paz”. Mao disse que a China “sempre esteve empenhada em promover a paz” e que está “disposta a desempenhar um papel construtivo” no desanuviamento das tensões. De acordo com o Vaticano, a visita de Zuppi “constitui um novo passo na desejada missão do Papa de apoiar medidas humanitárias e procurar caminhos que possam conduzir a uma paz justa”. Em Maio passado, o Papa Francisco criou uma missão de paz para procurar iniciativas que “contribuam para reduzir as tensões no conflito na Ucrânia” e confiou-a a Zuppi, um conhecido mediador e também arcebispo da cidade italiana de Bolonha. Nos últimos meses, Zuppi deslocou-se à Ucrânia para se encontrar com o Presidente ucraniano, Volodymir Zelenski, e depois voou para Moscovo, onde foi recebido pelo presidente da Federação Russa para os assuntos de política externa, Yuri Ushakov. A China e a Cidade do Vaticano não têm relações diplomáticas oficiais e existem disputas sobre a nomeação de bispos no país asiático.
Hoje Macau China / ÁsiaVenezuela | Xi Jinping eleva relação para nível máximo no protocolo O Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou ontem a elevação da relação entre a China e a Venezuela para o mais alto nível protocolar, durante uma reunião em Pequim com o homólogo venezuelano, Nicolás Maduro. “Estou muito satisfeito por anunciar a elevação das relações entre a China e a Venezuela para o nível de parceria estratégica nos ‘momentos bons e maus’”, disse Xi Jinping, citado pela televisão estatal CCTV. Este é o mais alto nível das relações com a diplomacia chinesa. Apenas alguns países, incluindo Paquistão, Rússia ou Bielorrússia, têm direito a este tratamento. Xi recebeu Maduro com guarda de honra, salvas de canhão e o hino dos dois países tocado por uma banda militar, no Grande Palácio do Povo, o edifício monumental contíguo à Praça Tiananmen. Pequim é a quarta paragem de Maduro, na deslocação de sete dias à China, após visitar as cidades Shenzhen e Xangai e a província de Shandong, de onde partiu num comboio de alta velocidade para a capital chinesa. O governante, que já visitou a China cinco vezes desde que ascendeu ao poder – a última em 2018 -, vai permanecer no país asiático até quinta-feira. A China tem sido um parceiro estratégico da Venezuela e esta visita visa reforçar ainda mais a cooperação em vários domínios, nomeadamente económico, tecnológico e diplomático, segundo uma porta-voz do Governo chinês. Pequim mantém relações próximas com o Presidente venezuelano, que se encontra isolado na cena internacional. A China é um dos principais credores da Venezuela, cujo PIB afundou 80 por cento, nos últimos dez anos, devido a uma grave crise económica. Crítico feroz dos Estados Unidos, Nicolás Maduro elogiou a China como um país “sem um império hegemónico que chantageia, domina e ataca os povos do mundo”.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Japão | Pyongyang lança dois mísseis balísticos A Coreia do Norte lançou ontem dois mísseis balísticos que caíram no Mar do Japão, numa altura em que o líder Kim Jong-un está na Rússia para um encontro com o Presidente Vladimir Putin. A Guarda Costeira do Japão, citando o Ministério da Defesa de Tóquio, disse que se tratou de dois mísseis balísticos e pediu aos navios ao redor da costa japonesa que tomem cuidado com a queda de objectos. O porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, disse aos jornalistas que os mísseis “parecem ter caído fora da zona económica exclusiva do Japão”, acrescentando que os detalhes do lançamento estão a ser analisados. Também o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que os mísseis foram disparados “entre as 11:43 e 11:53”, a partir de uma área em Sunan, onde fica o aeroporto internacional da capital norte-coreana, Pyongyang. “As nossas forças armadas reforçaram a sua vigilância em antecipação a outros lançamentos, ao mesmo tempo que permanecem prontas para intervir em estreita colaboração com os Estados Unidos”, indicaram os militares sul-coreanos Apertos de mão O lançamento acontece numa altura em que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, está na Rússia para um encontro com o Presidente russo Vladimir Putin. As agências de notícias oficiais russas avançaram ontem que Putin e Kim já se encontraram, com um aperto de mão, na base espacial de Vostochny, na região de Amur, no extremo leste da Rússia. Kim chegou à estação ferroviária de Vostochny vindo da Coreia do Norte no seu comboio especial blindado, de onde foi transportado para a base espacial numa limusine. De acordo com a imprensa oficial russa, Putin recebeu o líder da Coreia do Norte, dizendo estar “muito feliz” com o encontro, enquanto Kim agradeceu o convite para visitar a Rússia, “apesar de [Putin] estar ocupado”. Os dois líderes irão primeiro visitar a base espacial e depois conversar, durante cerca de três horas, sobre “relações comerciais” e “assuntos internacionais”, no segundo encontro bilateral desde 2019, avançou a imprensa estatal russa. Na comitiva de Kim seguem os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, bem como altos funcionários militares, tais como o diretor do Departamento Industrial de Munições e também o Secretário para a Ciência e Educação do Comité Central do Partido dos Trabalhadores, ligado ao programa espacial norte-coreano. O Kremlin afirmou que a cooperação bilateral ou os laços comerciais estarão na agenda do encontro entre Kim e Putin, bem como “questões sensíveis” que não serão partilhadas publicamente, o que é interpretado como uma confirmação de que os dois líderes irão discutir intercâmbios militares. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Lim Soo-suk, disse que Seul está em comunicação com a Rússia enquanto acompanha de perto a visita de Kim. “Nenhum Estado-membro da ONU deveria violar as sanções do Conselho de Segurança contra a Coreia do Norte, ao envolver-se em comércio ilegal de armas, e certamente não deve envolver-se numa cooperação militar com a Coreia do Norte que mina a paz e a estabilidade da comunidade internacional”, disse Lim, numa conferência de imprensa.
Hoje Macau China / ÁsiaMoscovo | Wang Yi reúne com Lavrov na próxima semana O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, vai deslocar-se a Moscovo no dia 18 de Setembro para se reunir com o homólogo russo, Sergei Lavrov, anunciou ontem a Rússia. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zajarova, indicou que durante a reunião “será abordado um vasto leque de questões relativas à cooperação bilateral”, num anúncio feito quando decorre a visita à Rússia do líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un. “Será dada atenção à questão do fortalecimento das interações na esfera internacional, com ênfase no trabalho conjunto nas Nações Unidas, nos BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, na Organização de Cooperação de Xangai (OCS), o G20, o Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) e outros fóruns”, explicou. Da mesma forma, enfatizou que Lavrov e Wang manterão uma “troca detalhada de pontos de vista” sobre a guerra na Ucrânia, incluindo a possibilidade de um acordo de paz, e formas de garantir a estabilidade e a segurança na região Ásia-Pacífico, conforme relatado pela agência de notícias russa Interfax. A China apresentou em Fevereiro um plano de paz para a Ucrânia, composto por doze propostas, num dos seus esforços para alcançar uma solução política para a invasão russa, desencadeada em Fevereiro de 2022 por ordem do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Hoje Macau China / ÁsiaChinesa Huaxin passa a liderar Cimentos de Moçambique A chinesa Huaxin, que opera 300 filiais em 10 países, vai passar a liderar a empresa Cimentos de Moçambique, segundo informação do negócio de compra publicado pela Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC) moçambicana. De acordo com a deliberação de não oposição da ARC à concentração de actividade em causa está a aquisição pela Huaxin Cement, através de uma subsidiária (grupo Huaxin Hong Kong), de 100 por cento das participações detidas pela espanhola InterCement Company, que por sua vez detém participações em empresas sul-africanas e moçambicanas, incluindo, através da Natal Portland Cement (NPC), 95,74 por cento da Cimentos de Moçambique. A Cimentos de Moçambique tem como actividade o fabrico e venda de cimento e detém 100 por cento do capital social das empresas Cimentos de Nacala e Cimebetão Moçambique, além de 3 por cento na Sociedade de Desenvolvimento do Corredor de Maputo (concessionária do transporte e logística no sul do país). Segundo a deliberação da ARC, que não refere valores envolvidos no negócio, a Huaxin Hong Kong é uma subsidiária integralmente detida pela Huaxin, por sua vez constituída na China e com 300 filiais em mais de 10 províncias e cidades chinesas e noutros nove países: Tajiquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Camboja, Nepal, Tanzânia, Zâmbia, Malaui e Omã. O grupo actua nos mercados de fabrico e venda de cimento. “A Huaxin dedica-se igualmente à fabricação de agregados e betão, actividades de gestão de resíduos, e possui o seu próprio equipamento de pré/coprocessamento de cimentos e resíduos com tecnologia própria”, refere a ARC, acrescentando que o grupo chinês tem ainda experiência no fabrico de sacos de cimento, tijolos, argamassa e produção de betão de desempenho “ultraelevado”, sendo o “primeiro e o principal promotor na China”. Novas oportunidades De acordo com a ARC, Moçambique conta actualmente com 16 fábricas de cimento, sendo três do período anterior à independência, da Cimentos de Moçambique, com uma capacidade de produção global instalada de 7.689.500 toneladas por ano. Dessas, nove funcionam na província de Maputo. No parecer sobre este negócio, a Direcção Nacional de Indústria refere que a materialização de um novo projecto de investimento na Cimentos de Moçambique, em Nacala, “vai possibilitar o surgimento de novos postos de trabalho, a disponibilidade de clínquer, importante matéria-prima para a produção de cimento”, bem como a “redução da dependência externa, resultando assim no aumento da poupança de divisas”.