Hoje Macau China / ÁsiaCanal do Panamá | China nega controlo e evita comentar venda de portos A China classificou ontem como “completamente falsas” as alegações de que controla o Canal do Panamá e evitou comentar a recente venda de dois portos na via navegável por um grupo de Hong Kong. “A China apoia a soberania do Panamá sobre as operações do canal e está empenhada em mantê-lo como uma via fluvial internacional permanentemente neutra”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa. O porta-voz afirmou que a ideia de que a China tem o controlo total sobre o canal é “completamente falsa”. Questionado sobre a venda dos portos de Balboa e Cristobal pelo conglomerado de Hong Kong CK Hutchison a um consórcio liderado pela norte-americana BlackRock, Lin recusou-se a comentar e lembrou que o Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong já se pronunciou sobre a questão. O acordo, avaliado em 22,8 mil milhões de dólares, inclui também a transferência da participação da CK Hutchison em 43 outros portos de 23 países, embora exclua os terminais na China e Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim avisa que resistirá até ao fim se EUA continuarem com guerra comercial A China avisou ontem que vai “resistir até ao fim” se os Estados Unidos “insistirem em prejudicar os interesses chineses”, em resposta às novas taxas alfandegárias impostas por Washington sobre produtos oriundos do país asiático. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, reiterou, em conferência de imprensa, que Pequim “se opõe firmemente” à decisão dos Estados Unidos de utilizar o fentanil como desculpa para aplicar mais taxas sobre as exportações chinesas. “Se os EUA querem realmente resolver o problema do fentanil, devem negociar com a China com base na igualdade, no respeito e no benefício mútuo”, afirmou o porta-voz. Lin Jian disse que não tinha visto as declarações da embaixada chinesa nos Estados Unidos, segundo as quais a China está “pronta para qualquer tipo de guerra”, mas insistiu que Pequim deixou clara a sua posição. “Exortamos os EUA a abandonar as suas tácticas de intimidação e a regressar ao caminho certo do diálogo e da cooperação o mais rapidamente possível”, concluiu. O executivo chinês defendeu, num livro branco sobre o fentanil divulgado na véspera, que tomou medidas rigorosas contra a produção e o tráfico de fentanil e dos seus precursores químicos. O Governo chinês afirmou ainda que tem promovido activamente a construção de um sistema de rastreabilidade com recurso às novas tecnologias para monitorizar quaisquer ligações à produção, transporte, importação e exportação destas drogas. Déjà vu Trump disse que 90 por cento das mortes por consumo de opiáceos nos EUA se devem ao fentanil. Washington defende que os opiáceos chegam através do México e do Canadá, mas cujos precursores vêm da China. Na sua primeira presidência, Trump teve já uma relação tensa com Pequim, ao impor várias rondas de taxas, no valor de cerca de 370 mil milhões de dólares anuais, a que a China respondeu com taxas sobre as exportações norte-americanas. Washington anunciou esta semana a duplicação para 20 por cento das taxas sobre produtos chineses, o que levou Pequim a responder com taxas de 10 por cento e 15 por cento sobre as importações agrícolas dos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Pequim apresenta meta ambiciosa do PIB para 5% Pelo terceiro ano consecutivo, a administração chinesa voltou a colocar a meta do PIB nos 5 por cento. O objectivo foi anunciado ontem pelo primeiro-ministro Li Qiang na sessão plenária anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão legislativo máximo da China O objectivo de crescimento estipulado pelas autoridades chinesas para este ano, de “cerca de 5 por cento”, é ambicioso, mas o aumento do défice orçamental será insuficiente para evitar que a economia abrande, alertaram analistas. “Os responsáveis políticos chineses mantiveram um objectivo ambicioso para o crescimento real do PIB [Produto Interno Bruto], mas são mais cautelosos nas suas previsões para o crescimento nominal e a inflação. E, embora tenham anunciado um aumento do apoio fiscal, o grau de flexibilização é mais moderado do que parece”, escreveu Julian Evans-Pritchard, analista da consultora Capital Economics, num relatório. O especialista disse estar céptico quanto à possibilidade de as medidas anunciadas evitarem um abrandamento do crescimento em 2025, marcado por “ventos contrários no cenário internacional e pela ausência de uma mudança mais pronunciada nas despesas públicas para apoiar o consumo”. Depois de ter reservado uma percentagem recorde das despesas para o investimento em 2024, Pequim parece agora voltar-se mais para o consumo, “embora nada de extraordinário”, com o equivalente a 41,3 mil milhões de dólares em obrigações para financiar o “plano de renovação” do Governo para os electrodomésticos ou a electrónica, notou o analista. Hong Hao, da gestora de activos chinesa Grow Investment Group, observou que o relatório oficial deste ano é o que mais vezes menciona a palavra ‘consumo’ numa década, mas Evans-Pritchard ressalvou que as autoridades “não estão a contar com um impulso considerável” sob a forma de reflexão. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, revelou ontem que o objectivo de crescimento económico para o actual ano fiscal é de “cerca de 5 por cento”, pelo terceiro ano consecutivo, e que o défice fiscal vai ser aumentado em um ponto percentual, para 4 por cento, como parte dos esforços do Governo para relançar a recuperação. Apesar do “maior aumento em décadas” no rácio entre o défice e o PIB, Evans-Pritchard estimou que, tendo em conta outros factores, o aumento real da despesa será de cerca de 1,5 por cento, inferior ao de ciclos de flexibilização anteriores, como 2015 (2 por cento) e 2020 (3,6 por cento). Cartas na manga Citada pela agência de notícias financeiras Bloomberg, Charu Chanana, da plataforma de negociação em bolsa Saxo Markets, disse que os objectivos revelados por Li “estão dentro das expectativas” e mostram que as autoridades ainda estão “a guardar munições para mais tarde”, uma análise que mereceu a concordância de Lee Homin, do banco suíço Lombard Odier, que acredita que Pequim poderá considerar ajustar o objectivo do défice a meio do ano, quando se tornar claro o impacto das taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens oriundos da China. As últimas projecções do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial apontam para um crescimento do PIB chinês de cerca de 4,5 por cento, depois de ter crescido 5 por cento, em 2024, impulsionado por um esforço extra das autoridades no final do ano. Evans-Pritchard salientou que a meta para a inflação, que passou de 3 por cento, no ano passado, para 2 por cento, é a mais baixa desde 2003, e observou que “é pouco provável que o Banco Popular da China [banco central] faça tudo o que for necessário para trazer” o indicador de volta a esse nível: “Um objectivo mais baixo sugere alguma aceitação oficial do actual ambiente deflacionário”.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim reitera que não cede à pressão dos EUA A China advertiu ontem que “não cederá a pressões” e acusou os Estados Unidos de utilizarem as taxas alfandegárias como instrumento político, no meio de uma escalada da guerra comercial entre as duas potências. “A China não tolera a hegemonia nem a intimidação. Se os EUA insistirem em tácticas de pressão máxima contra a China, escolheram o adversário errado”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa. Os Estados Unidos puseram ontem em vigor taxas adicionais de 20 por cento sobre todos os bens oriundos da China. Pequim retaliou com taxas de até 15 por cento sobre produtos agroalimentares norte-americanos, incluindo soja, trigo e carne de vaca (ver texto secundário). Lin afirmou que “os Estados Unidos impõem taxas para desviar a atenção dos seus próprios problemas internos”. De acordo com o porta-voz, estas medidas “não resolverão os desafios dos EUA, mas prejudicarão a cooperação bilateral em sectores-chave, como a tecnologia”. Apesar da escalada das tensões, o porta-voz disse que Pequim continua empenhada no diálogo, mas sublinhou que este deve ser feito “com base na igualdade e no respeito e benefício mútuos”. “Se os EUA querem realmente resolver os seus problemas, devem encetar negociações sérias”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim mantém objectivo de colocar astronautas na Lua antes do final de 2030 O programa chinês de exploração lunar tripulada está a progredir e mantém o objectivo de colocar astronautas no satélite natural da Terra antes do final de 2030, disse ontem a Agência Espacial de Missões Tripuladas da China. Em comunicado, a agência afirmou que os principais componentes do projecto estão a progredir de acordo com o calendário previsto. Isto inclui o foguetão de carga pesada “Longa Marcha 10”, a nave espacial tripulada “Mengzhou”, o módulo de aterragem lunar “Lanyue”, o fato lunar “Wangyu” e o veículo espacial “Tansuo”. Todos se encontram na fase de desenvolvimento de protótipos preliminares, estando os trabalhos de conceção a decorrer de acordo com o calendário previsto, lê-se na mesma nota. Paralelamente, as autoridades iniciaram a construção de novas infra-estruturas no Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na província insular de Hainan, no sul do país. As instalações incluem sistemas de teste e de lançamento, bem como equipamento terrestre para o controlo da missão. Os planos de concepção já foram aprovados e os trabalhos estão prestes a começar, segundo o comunicado. O programa de exploração lunar tripulada da China prevê dois lançamentos do “Longa Marcha 10” a partir de Wenchang para colocar o módulo “Lanyue” e a nave espacial “Mengzhou” na órbita lunar. Uma vez posicionados, os dois elementos acoplar-se-ão no espaço. Dois astronautas serão então transferidos para o módulo lunar, que descerá à superfície lunar com uma aterragem assistida por motor. Durante a sua estadia na Lua, a tripulação utilizará a sonda “Tansuo” para realizar actividades científicas e recolher amostras. No final da missão, regressarão ao módulo “Lanyue”, que os levará de volta à nave espacial “Mengzhou” em órbita, após o que farão a viagem de regresso à Terra. Plano delineado As autoridades do programa espacial seleccionaram a sua quarta geração de astronautas, que já estão a treinar para as operações de aterragem e exploração lunar, segundo o comunicado. A missão Chang’e 7 deverá atingir o polo sul lunar em 2026, onde procurará depósitos de gelo de água, enquanto a Chang’e 8, em 2028, explorará possíveis utilizações para os recursos descobertos pela sua antecessora e lançará as bases para a exploração tripulada em 2030. A China investiu fortemente no seu programa espacial e conseguiu aterrar com sucesso a sonda Chang’e 4 no lado mais distante da Lua – a primeira vez que tal foi conseguido – e chegou a Marte pela primeira vez, tornando-se o terceiro país – depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética – a “atracar” um robô no planeta vermelho.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Impostas taxas adicionais de até 15% sobre principais produtos agrícolas dos EUA A China anunciou ontem a imposição de taxas alfandegárias adicionais de até 15 por cento sobre as importações dos principais produtos agrícolas dos Estados Unidos, incluindo frango, carne de porco, soja e carne de vaca. As taxas, que foram anunciadas pelo Ministério do Comércio, deverão entrar em vigor a partir de 10 de Março e seguem-se à ordem do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar as taxas sobre as importações de produtos chineses para 20 por cento em todos os sectores, desde ontem. As importações de frango, trigo, milho e algodão cultivados nos Estados Unidos enfrentarão uma taxa extra de 15 por cento, informou o ministério. As taxas sobre o sorgo, a soja, a carne de porco, a carne de vaca, os produtos do mar, as frutas, os legumes e os produtos lácteos serão aumentados em 10 por cento, acrescentou. Na passada sexta-feira, o Ministério do Comércio chinês expressou em comunicado a “firme oposição” aos planos dos EUA, acrescentando que a China afirmou “repetidamente” que “as taxas unilaterais violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)” e “prejudicam o sistema comercial multilateral”. Troca de argumentos Trump comprometeu-se a impor uma taxa adicional de 10 por cento à China – já tinha anunciado 10 por cento anteriormente – com o argumento de que o país não fez esforços suficientes para combater a entrada de fentanil nos Estados Unidos. O ministério chinês do Comércio afirmou que “a China é um dos países com as políticas de controlo de drogas mais rigorosas e abrangentes do mundo” e que tem cooperado activamente nesta questão com todas as nações do mundo, “incluindo os Estados Unidos”. Trump fez depender as taxas de “progressos” na luta contra o tráfico de fentanil, anunciando também taxas de 25 por cento contra o México e o Canadá. “As drogas estão a vir do México e muitas delas estão a vir da China; não todas, mas muitas delas estão a vir da China”, disse. Na primeira presidência de Trump, o chefe de Estado norte-americano manteve uma relação tensa com Pequim, impondo várias rondas de taxas sobre bens oriundos da China, às quais o país asiático respondeu com taxas sobre as exportações dos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Orçamento militar é ‘prato forte’ da sessão anual do órgão legislativo máximo A Assembleia Popular Nacional arranca hoje, e decorre até 11 de Março, contando com a presença de 3.000 delegados. O reforço do orçamento da Defesa deverá ganhar um novo impulso este ano, face aos desenvolvimentos internacionais que cada vez mais promovem o clima de insegurança A China deve anunciar hoje o orçamento militar para 2025, na abertura da sessão anual do órgão máximo legislativo do país, numa altura em que os Estados Unidos propõem um acordo para redução das despesas com a Defesa. Os analistas consideram que o mais provável é que os gastos com as forças armadas continuem a aumentar, à semelhança do que tem acontecido nas últimas décadas. Pequim argumenta que os aumentos são “apropriados e razoáveis” e visam enfrentar “desafios complexos de segurança” e insiste que a sua modernização militar “não constitui uma ameaça para nenhum país”. Nos últimos anos, as despesas de Pequim com as suas forças armadas estabilizaram em taxas de crescimento anuais de cerca de 7,2 por cento do orçamento do Estado chinês. No ano passado, esse valor ascendeu a 1,67 biliões de yuan. Os analistas acreditam, no entanto, que a despesa real da China com a Defesa é significativamente mais elevada do que a anunciada no orçamento oficial. “Se se desviarem significativamente dessa taxa de crescimento de cerca de 7 por cento, seja acima ou abaixo dela, penso que isso será significativo”, escreveu Brian Hart, director-adjunto e membro do grupo de reflexão norte-americano Center for Strategic and International Studies (CSIS). “Também acho que será significativo se virmos os funcionários [chineses] abandonarem as afirmações de longa data de que as despesas com a Defesa estão ligadas ao crescimento do PIB. Não prevejo que eles mudem estas coisas, mas são certamente aspectos a ter em conta”, apontou. Músculo protector Além de possuir o maior exército permanente do mundo, a China tem a maior marinha e recentemente lançou o seu terceiro porta-aviões. O país possui uma enorme reserva de mísseis, caças, navios de guerra capazes de lançar armas nucleares, navios de superfície avançados e submarinos movidos a energia nuclear. Por outro lado, a China tem uma base militar em Djibuti, no Corno de África, e modernizou a base naval de Ream, no Camboja, que lhe oferece uma presença semipermanente no Golfo da Tailândia, de frente para o disputado mar do Sul da China. Sobre as declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que propôs a realização de uma cimeira com o Presidente chinês, Xi Jinping, e o Presidente russo, Vladimir Putin, para negociar uma redução nos orçamentos de Defesa das três grandes potências, Pequim contrapôs que Washington deve assumir a iniciativa. “Uma vez que apela à ‘América primeiro’, Trump deve tomar a iniciativa de reduzir as despesas militares”, respondeu o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun, em conferência de imprensa. “A despesa limitada da China com a Defesa é inteiramente necessária para salvaguardar a soberania nacional, a segurança e os seus interesses de desenvolvimento, bem como para proteger a paz mundial”, apontou. A Assembleia Popular Nacional, cuja sessão anual decorre até 11 de Março, é composta por cerca de 3.000 delegados, entre os quais uma representação das Forças Armadas. Os delegados não são, porém, eleitos por sufrágio directo, e o “papel dirigente” do Partido Comunista Chinês é “um princípio cardial”.
Hoje Macau China / Ásia PolíticaBusan | Pyongyang condena visita de porta-aviões norte-americano A Coreia do Norte condenou ontem a visita a Busan, na Coreia do Sul, do porta-aviões nuclear norte-americano USS Carl Vinson, considerando a manobra uma “provocação política e militar”. “As manobras cruéis dos Estados Unidos para o confronto [com a Coreia do Norte] intensificaram-se em Março com o aparecimento do Carl Vinson na Península Coreana”, apontou Kim Yo Jong, irmã do líder Kim Jong Un, segundo a agência noticiosa oficial KCNA. “Desde a chegada do novo Governo este ano, os Estados Unidos aumentaram as provocações políticas e militares” contra a Coreia do Norte e “deram continuidade à política hostil do antigo Governo”, acrescentou Kim Yo Jong, uma das principais porta-vozes do regime uma das principais porta-vozes do regime. O USS Carl Vinson, navio-chefe de um grupo de ataque sediado em San Diego, na Califórnia, chegou a Busan no domingo para uma visita prevista para domingo, de acordo com a Marinha dos EUA. “A visita a Busan demonstra o compromisso dos Estados Unidos com a região, fortalecendo as relações com a liderança da República da Coreia e com a população local”, detalhou a força norte-americana, em comunicado. O porta-aviões deverá participar nos exercícios anuais conjuntos “Freedom Shield” com a Coreia do Sul dentro de alguns dias. A cooperação militar entre Seul e Washington é regularmente condenada por Pyongyang, que a considera destinada a invadir o seu território e frequentemente retalia com testes de mísseis. Kim Yo Jong criticou “a política hostil dos Estados Unidos”, que, segundo ela, constitui “justificação suficiente (para a Coreia do Norte) fortalecer indefinidamente a sua força de dissuasão nuclear”. A Coreia do Norte justifica o seu programa de armas nucleares pelas ameaças que diz enfrentar por parte dos Estados Unidos e dos seus aliados.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Rejeitadas afirmações de Trump sobre moeda As ameaças de Trump de impor tarifas adicionais ao Japão levaram a um desmentido do governo nipónico sobre o enfraquecimento propositado do iene O Governo japonês rejeitou ontem as acusações feitas segunda-feira pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o Japão está a desvalorizar a sua moeda, afirmando que está em estreita comunicação com Washington sobre essas questões. “Não estamos a adoptar uma política para enfraquecer a nossa moeda. Se se lembrarem das nossas intervenções no mercado cambial nos últimos anos, compreenderão o que quero dizer”, afirmou o ministro das Finanças, Katsunobu Kato, numa conferência de imprensa após os comentários do Presidente norte-americano. O porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, também negou que Tóquio esteja a seguir uma política de controlo cambial e disse que “as questões cambiais continuarão a ser objecto de consultas estreitas” entre Kato e o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, como tem acontecido desde a cimeira entre Trump e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, em Washington, a 10 de Fevereiro. Os comentários do Governo japonês surgem horas depois de Trump ter ameaçado impor tarifas adicionais ao Japão e à China, alegando que estes países desvalorizam propositadamente as suas moedas para tirar partido dos benefícios comerciais que a desvalorização cambial oferece. “É injusto para nós”, os Estados Unidos, disse Trump, garantindo que a forma de enfrentar uma situação destas “é fácil, [é] com tarifas”. Reverso da moeda O Banco do Japão (BoJ) manteve uma política monetária de depreciação cambial durante mais de uma década para tentar manter a inflação em torno do seu objectivo estável de 2 por cento, provocando uma forte desvalorização do iene em relação a outras moedas, especialmente o dólar norte-americano e o euro. A desvalorização do iene contribuiu para inflacionar os lucros das empresas e o valor das exportações nacionais, além de ter alimentado o ‘boom’ do turismo. Nos últimos anos, porém, o Japão interveio várias vezes no mercado cambial para conter desvalorizações acentuadas do iene, reflectindo a divergência de políticas monetárias entre o Japão e os Estados Unidos. Desde que Kazuo Ueda se tornou governador do BoJ em 2023, o banco central japonês entrou num ciclo de subida das taxas, mas o iene continua fraco. Os comentários de Trump levaram a uma súbita valorização do iene em relação ao dólar, que nas horas anteriores tinha sido negociado na faixa alta de 148 unidades por dólar, antes de se recuperar para 149 unidades.
Hoje Macau China / ÁsiaFinlândia | MNE adverte EUA para risco de Rússia violar acordos na Ucrânia A ministra dos Negócios Estrangeiros finlandesa, Elina Valtonen, avisou ontem que os EUA serão julgados pelo que fizerem se a Rússia desrespeitar um acordo de paz negociado entre Washington e Moscovo para a guerra na Ucrânia. “A nossa mensagem aos nossos amigos na América é que a história nos julgará pelos desenvolvimentos após a assinatura do acordo, e não apenas pelo momento em que qualquer possível acordo está a ser assinado”, afirmou, a propósito da suspensão da ajuda militar dos Estados Unidos a Kiev. O Presidente norte-americano, Donald Trump, determinou na segunda-feira a suspensão do apoio militar à Ucrânia, que combate a invasão russa, na sequência da altercação durante a visita, na semana passada, do homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca. Durante um evento no centro de estudos britânico Chatham House, em Londres, Valtonen criticou a estratégia da administração Trump de “apaziguar na prática a Rússia e exercer alguma pressão sobre a Ucrânia” para forçar negociações de paz. “Na minha opinião pessoal, deveria ser exactamente o contrário. Mas estou certo de que, e confio que o Presidente Trump e a sua equipa se aperceberão, a seu tempo, de que isto provavelmente não funciona”, advertiu. A chefe da diplomacia finlandesa lamentou que, “infelizmente, a experiência que temos na Europa é que, especialmente durante o regime de Putin, eles [russos] não estão dispostos a aceitar quaisquer compromissos”. Como exemplo, referiu a invasão russa da Geórgia em 2008, a anexação da Crimeia em 2014 e de território no leste da Ucrânia e o desrespeito pelos acordos de Minsk, que previam um cessar-fogo. “A Rússia partilha uma fronteira terrestre com 14 países. Apenas um deles se manteve constantemente como uma democracia independente durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, e esse país é a Finlândia. A história ensinou-nos que a Rússia só respeita a força e a determinação”, argumentou.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Relações com Europa não dependem de terceiros A China declarou ontem atribuir “grande importância” à relação com a Europa, destacando que esta “não é subjugada por terceiros”, numa referência velada aos Estados Unidos, face às incertezas suscitadas pelo regresso de Donald Trump à Casa Branca. “A China e a Europa são forças construtivas para a paz”, disse o porta-voz da Assembleia Popular Nacional (APN) da China, Lou Qinjian, em conferência de imprensa, antes de pedir a ambas as partes que “não permitam” que os seus laços “sejam afectados por acontecimentos temporários”. Defendendo que a China e a Europa podem ser “parceiros que contribuem para o sucesso um do outro” e que se “complementam em muitas áreas”, Lou Qinjian disse que as relações comerciais “não só impulsionam o crescimento económico de ambos, como também proporcionam estabilidade às cadeias de abastecimento industrial a nível mundial”. O porta-voz afirmou que o seu país “está pronto a trabalhar com a Europa” para “enfrentar conjuntamente os desafios globais”, “opor-se ao unilateralismo e ao proteccionismo” e “impulsionar os laços bilaterais numa boa direcção”. Na véspera da abertura da sessão anual da APN, o órgão máximo legislativo da China, Lou afirmou que as relações “estáveis e seguras” entre a China e a Europa “servem os interesses fundamentais e a longo prazo de ambas as partes” e satisfazem “as expectativas da comunidade internacional”. No bom caminho Nas últimas semanas, alguns analistas apontaram a possibilidade de maior aproximação entre a China e a Europa, face aos desentendimentos entre continente e os Estados Unidos, após o regresso de Trump à Casa Branca, embora persistam atritos comerciais significativos entre Bruxelas e Pequim, em torno de questões como os veículos eléctricos chineses, sobre os quais a União Europeia (UE) impôs taxas alfandegárias adicionais no ano passado. Na próxima semana, no encerramento da sessão plenária da APN, deve ser aprovada a primeira lei específica de apoio ao sector privado do país asiático, que visa aumentar a confiança das empresas e incentivar o investimento, com medidas como a proibição de multas excessivas ou a promessa de igualdade de condições face às empresas públicas no acesso ao mercado. Na segunda-feira, a Câmara de Comércio da União Europeia na China manifestou esperança de que Pequim aplique “plenamente” medidas para optimizar o ambiente empresarial e atrair o investimento estrangeiro durante o evento político.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Pequim evita comentar a reunião Trump-Zelensky A China reafirmou ontem a sua posição sobre a guerra na Ucrânia e evitou comentar o tenso encontro entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, na passada sexta-feira. Questionado em conferência de imprensa sobre as declarações de Trump, que acusou Zelensky de arriscar a Terceira Guerra Mundial e de não estar pronto para a paz, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático, Lin Jian, limitou-se a salientar que “a China vai continuar a desempenhar um papel construtivo na procura de uma solução política para a crise na Ucrânia”. Quando questionado novamente sobre a reunião em Washington, o porta-voz reiterou a mesma resposta e acrescentou que a China “não é nem o criador da crise na Ucrânia nem parte envolvida no conflito”. Pequim apoia “todos os esforços que visam uma resolução pacífica” e espera que as partes em conflito encontrem “uma solução sustentável e duradoura que responda às suas respectivas preocupações”, realçou. Desde o início da guerra na Ucrânia, a China manteve uma posição ambígua em relação ao conflito, apelando ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção pelas “preocupações legítimas de todos os países”, numa referência à Rússia. Pequim opôs-se a sanções unilaterais contra Moscovo e apelou ao “desanuviamento e a uma solução política”. No entanto, o Ocidente acusou a China de apoiar a campanha militar da Rússia, algo que o país asiático sempre negou. A China tem enviado representantes diplomáticos para a região e apresentado iniciativas de paz, como o plano que elaborou com o Brasil, no ano passado, que não incluía a retirada das tropas russas e foi rejeitado por Kiev.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Pequim adverte que vai retaliar aumento de taxas A China advertiu ontem que vai tomar “todas as medidas necessárias” para defender os seus interesses, em resposta às taxas alfandegárias que os Estados Unidos planeiam implementar a partir de hoje. “A China opõe-se firmemente à decisão dos Estados Unidos de impor mais taxas sob o pretexto de alegadas ameaças à sua segurança”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa. “Tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os nossos interesses legítimos”, acrescentou. O porta-voz acusou Washington de “politizar questões económicas e comerciais” e disse que “numa guerra comercial não há vencedores”. “As acções dos EUA minam a cooperação económica normal e prejudicam a sua própria economia e credibilidade internacional”, disse Lin. Pequim também avisou ontem que “tentar desacreditar e confrontar a China não trará qualquer benefício para as relações bilaterais” e instou os EUA a regressar ao “caminho correcto do diálogo e da cooperação com base no respeito mútuo”. “Uma mentira, por mais vezes que seja repetida, nunca se tornará verdade”, concluiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. As tensões comerciais entre as duas potências voltaram a intensificar-se nos últimos dias, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado um novo aumento de 10 por cento das taxas sobre produtos chineses, para além dos 10 por cento já aplicados recentemente.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Maior incêndio em três décadas continua activo O maior incêndio florestal do Japão em três décadas já consumiu 2.100 hectares e mantém-se activo em Ofunato, província de Iwate, estendendo-se a uma floresta e arredores de bairros próximos da cidade de Sanriku. Perante a propagação do incêndio, a cidade emitiu novas ordens de evacuação às 07:00 locais de ontem, afectando 1.197 pessoas, que foram transferidas para 12 centros. “Estamos a trabalhar para extinguir [o fogo] o mais rapidamente possível, procurando ao mesmo tempo a segurança dos residentes”, afirmou ontem o porta-voz do Governo, Yoshimasa Hayashi, numa conferência de imprensa. A agência nacional japonesa de gestão de incêndios e catástrofes apelou este domingo aos bombeiros de todo o país para a união de esforços no combate ao fogo e, especialmente, no impedimento da “propagação do fogo na área dos residentes”, acrescentou Hayashi. Cerca de 1.700 bombeiros de 453 departamentos do arquipélago participam na operação, apoiando a força local no terreno e no ar, com helicópteros das Forças de Auto-Defesa. Desde o início do incêndio, na passada quarta-feira, foi confirmada, pelo menos, uma morte e o número de casas destruídas ascende a 84, mas as autoridades prevêem que os números aumentem quando for possível avaliar a verdadeira dimensão da catástrofe, uma vez que os esforços de combate ao fogo estão actualmente a ser priorizados. Más memórias A costa sul da província de Iwate, onde se situa a cidade de Sanriku, está em alerta de tempo seco desde 18 de Fevereiro, um fenómeno que favoreceu a propagação das chamas. O observatório meteorológico local previa a manutenção do tempo seco esta segunda-feira, embora as temperaturas tenham passado de quentes e primaveris, durante o fim de semana, para uma descida acentuada. O incêndio florestal, o maior no país desde há mais de três décadas, está a suscitar, entre os residentes, memórias do terramoto e do tsunami de 11 de Março de 2011, que devastaram a costa de Ofunato, fazendo mais de 500 mortos e desaparecidos, e destruindo um grande número de casas e edifícios. “É como se o tsunami viesse pela frente e o fogo por detrás”, descreveu um homem de 70 anos que viveu o terramoto de 2011, em declarações à estação pública de televisão NHK.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Câmara de Comércio espera por medidas para atrair investimento A Câmara de Comércio da União Europeia na China disse ontem esperar que Pequim implemente “plenamente” medidas para optimizar o ambiente empresarial e atrair investimento estrangeiro, durante a sessão plenária do órgão máximo legislativo do país. A reunião anual da Assembleia Popular Nacional (APN), que tem início na quarta-feira, (ver páginas 2-3), deverá constituir “uma oportunidade” para os dirigentes chineses comunicarem às autoridades locais “expectativas claras sob a forma de orientações e prazos de execução” das suas políticas mais recentes para atrair investimento e capital estrangeiro, referem. “A Câmara espera que continue a ser dada ênfase à estabilização do investimento estrangeiro, em linha com os planos anunciados até à data”, afirmou. No final de Fevereiro, o Governo oficializou um plano para “estabilizar” o investimento estrangeiro em sectores como as telecomunicações, cuidados de saúde e educação, após ter actualizado a sua lista de áreas onde o investimento estrangeiro não é permitido, reduzindo o número de 31 para 29, e eliminando todas as restrições na indústria transformadora. A China prometeu igualmente autorizar a criação de hospitais de propriedade inteiramente estrangeira em certas cidades e regiões do país. Segundo a agência de notícias Bloomberg, a China registou um saldo negativo de investimento estrangeiro no ano passado: só em novembro, o investimento na China foi de 188,9 mil milhões de dólares, enquanto as saídas da China para outros países foram de 234,6 mil milhões de dólares, o que faz deste o maior défice mensal da série histórica. O grupo empresarial europeu considerou que a “plena implementação” das medidas destinadas a optimizar o ambiente empresarial continua a ser “a melhor forma de restaurar a confiança no mercado chinês”. O organismo disse esperar que a reunião se concentre em medidas que possam “estimular o consumo interno” e que, à semelhança de 2024, seja fixado um objectivo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 5 por cento para este ano.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Actividade industrial aumentou para um máximo de três meses em Fevereiro A actividade da indústria transformadora da China cresceu em Fevereiro ao ritmo mais forte dos últimos três meses, de acordo com uma análise privada com base em dados do sector divulgada ontem. O Índice de Gestores de Compras (PMI), compilado pela empresa britânica de informação económica IHS Markit e publicado pela revista chinesa Caixin, subiu 0,7 pontos, para 50,8 pontos, em Fevereiro. Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O valor superou também as expectativas dos analistas, que esperavam uma recuperação mais modesta, para cerca de 50,3 pontos. Este fim de semana, o Gabinete Nacional de Estatística (GNE) divulgou o seu PMI oficial para Fevereiro, que também bateu a sua melhor leitura desde Novembro. Neste caso, passou de negativo em Janeiro (49,1) para o nível de expansão (50,2) no mês passado. Saldos a aproveitar Segundo Wang Zhe, economista da Caixin, a “poderosa recuperação” do consumo durante o período de férias do Ano Novo Lunar impulsionou a confiança no sector, embora assinale que a economia ainda enfrenta problemas, como a incerteza no mercado de trabalho ou nos rendimentos das famílias, que dificultam os esforços para impulsionar a procura interna. Antes da abertura, esta semana, da sessão anual do órgão máximo legislativo da China, a Assembleia Popular Nacional, Wang apelou para que as medidas de apoio se centrem nas expectativas do mercado e nas preocupações da sociedade, dando prioridade às iniciativas do lado da procura. Zichun Huang, analista da consultora britânica Capital Economics, destacou a melhoria tanto da produção como das novas encomendas em Fevereiro, referindo também uma maior procura por parte do estrangeiro. Neste último caso, o analista afirmou que a procura externa de produtos chineses é provavelmente impulsionada pelos importadores norte-americanos, que estão a acelerar as suas compras antes da entrada em vigor das taxas adicionais anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e na expectativa de que sejam aplicadas novas taxas mais tarde.
Hoje Macau China / ÁsiaHK / Bolsa | Acções da Mixue estreiam-se com valorização de 40% A maior cadeia de produtos alimentares e bebidas do mundo, a chinesa Mixue, estreou-se ontem na Bolsa de Valores de Hong Kong com ganhos de até 40 por cento, após uma oferta de acções quase recorde. As acções abriram com um aumento de 29,4 por cento, em relação ao preço de pré-abertura, de 202,5 dólares de Hong Kong e, a meio da sessão, estavam a subir 40,05 por cento. Esta situação contrasta com a tendência de outras empresas rivais locais que também abriram o capital no ano passado e que, após o entusiasmo inicial, registaram fortes quedas, face à intensa concorrência no sector. A Mixue afirmou na passada sexta-feira que a procura das suas acções foi 5.258 vezes superior ao número de acções oferecidas, o que a torna uma das operações de oferta pública inicial (OPI) mais bem-sucedidas na história da bolsa de valores da antiga colónia britânica. A empresa sediada em Zhengzhou, centro da China, angariou 3,455 mil milhões de dólares de Hong Kong com a OPI. A Mixue, que se concentra especialmente nos populares “bubble teas” (chá com leite e bolas de tapioca), cones de gelado ou refrigerantes, tinha mais de 46.000 lojas em todo o mundo no final de 2024, mais do dobro do número no final de 2021, o que atesta a sua rápida expansão, graças ao modelo de produtos baratos. Estes números ultrapassam nomes globais mais conhecidos, como a McDonald’s e a Starbucks, que são os únicos a ultrapassar a marca das 40.000 lojas em todo o mundo. Competição dura O salto da Mixue do quarto para o primeiro lugar da tabela ocorreu no final do terceiro trimestre de 2024, segundo a consultora Momentum Works, de Singapura, que recorda que a grande maioria dos pontos de venda se situa na China, com apenas cerca de 4.800 espalhados por países da região, como Vietname, Malásia e Tailândia. No entanto, a cadeia chinesa continua a ser a quarta maior do mundo em termos de vendas no sector global de bebidas: os 6,59 mil milhões de dólares que vendeu em 2023 colocam-na atrás da Starbucks, da Inspire Brands – proprietária da Dunkin’ Donuts e da Baskin-Robbins – e da Tim Hortons. A Mixue concentra-se em bebidas de baixo custo, mantendo os preços dos produtos geralmente abaixo dos 10 yuan, um segmento em que espera um crescimento anual composto de 17,6 por cento, até 2028, altura em que este mercado atingirá o equivalente a cerca de 160 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaChina /EUA | Pequim avisa que coerção não é a melhor forma de lidar com problemas O Governo chinês avisou sexta-feira que pressionar e coagir “não são a melhor forma de lidar com a China”, depois de Washington ter anunciado que vai duplicar para 20 por cento as taxas alfandegárias adicionais colocadas sobre produtos chineses. “A China lamenta e opõe-se a esta decisão e fará tudo o que considerar necessário para defender os seus interesses legítimos”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa. Lin disse que as taxas unilaterais prejudicam tanto a Organização Mundial do Comércio como as relações comerciais internacionais e insistiu que “não há vencedores nas guerras comerciais”. Considerando o fentanil “um problema interno dos Estados Unidos”, o porta-voz da diplomacia chinesa disse que Washington está a utilizar a sua crise de opioides para “pressionar e coagir” a China, apesar de o país asiático ser “um dos mais duros” na luta contra a droga. O diplomata sublinhou ainda que Pequim tem apoiado os EUA na sua resposta ao problema do fentanil, uma cooperação transnacional com resultados que descreveu como “muito notáveis”. O diplomata instou Washington a voltar a abordar os problemas “através do diálogo e numa base de igualdade” e reiterou que a China está disposta a continuar a cooperar com os EUA para alcançar uma relação “sólida, estável e saudável”. A condenação do Ministério dos Negócios Estrangeiros segue-se à do Ministério do Comércio, que afirmou horas antes que a China tomará “todas as contramedidas necessárias” para “defender os seus direitos e interesses legítimos”. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu na quinta-feira que o seu país iria impor uma taxa adicional de 10 por cento à China, a juntar-se a outra taxa no mesmo valor anunciada anteriormente, com o argumento de que o país asiático não fez esforços suficientes para combater a entrada de fentanil nos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaAVIC | Maior avião anfíbio do mundo conclui testes de certificação de voo O maior avião anfíbio do mundo, o AG600, completou na passada sexta-feira todos os testes de voo necessários para obter a certificação de aeronavegabilidade, anunciou a Aviation Industry Corporation of China (AVIC). O AG600, também o primeiro grande avião anfíbio construído na China, mede 39,6 metros de comprimento e 38,8 metros de envergadura, um tamanho semelhante ao de um Boeing 737, e tem um peso máximo de 53,5 toneladas. Um avião anfíbio é um modelo capaz de descolar e pousar em terra e na água. O avião, que foi concebido principalmente para missões de salvamento marítimo e de combate a incêndios, completou os últimos testes de voo na província de Shaanxi, no noroeste da China, informou a AVIC, um dos fabricantes de aviões estatais do país, em comunicado. Nos últimos dois anos, o AG600 completou 3.560 horas de voo em preparação para a certificação de aeronavegabilidade, acrescentou o consórcio estatal chinês. Os testes de voo foram realizados numa ampla gama de cenários, incluindo frio extremo, altas temperaturas e humidade e ventos fortes, para verificar as capacidades operacionais da aeronave. O AG600 é o maior avião anfíbio actualmente em funcionamento, comparável em escala a aviões de fuselagem estreita como o Boeing 737 ou o Airbus A320. A primeira descolagem da aeronave teve lugar a 24 de Dezembro de 2017, seguida de outro voo bem-sucedido em 2018. Em Junho de 2024, a China iniciou a produção em pequena escala da aeronave.
Hoje Macau China / ÁsiaÁfrica | Corte no apoio dos EUA abre espaço à influência chinesa A decisão de Washington de cortar no apoio externo oferece uma oportunidade à China para incrementar a influência em África, afirmou à Lusa um analista, estabelecendo um paralelo com as doações feitas durante a pandemia. O Governo liderado por Donald Trump confirmou esta semana que vai eliminar mais de 90 por cento dos contratos de ajuda externa da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e 60 mil milhões de dólares em assistência geral em todo o mundo. Em África, os cortes devem ter um impacto particularmente grave na saúde, que ocupa a maior fatia do apoio prestado pelos EUA ao continente. À semelhança do ocorrido durante a pandemia da covid-19, os especialistas esperam que a China volte a preencher o vazio deixado por Washington. “Entre os líderes africanos, a China já construiu influência significativa. Agora tem a oportunidade de seduzir a opinião pública”, explicou Paul Natulya, investigador no Centro Africano para Estudos Estratégicos, instituto sob tutela do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e financiado pelo Congresso norte-americano. Os EUA fornecem mais de um quarto de toda a ajuda ao desenvolvimento no continente africano. Uma análise realizada pela International Futures, da Universidade de Denver, concluiu que os cortes podem atirar mais 5,7 milhões de africanos para abaixo do limiar de pobreza extrema, de 2,15 dólares por dia, no próximo ano. Durante o primeiro mandato de Trump, que coincidiu com a pandemia da covid-19, África tornou-se a região que mais beneficiou das doações chinesas de vacinas, testes, máscaras ou ventiladores, enquanto Washington diminuiu as suas contribuições e se retirou da Organização Mundial da Saúde. “Quando o Ocidente reteve doações de vacinas e equipamento médico, a China rapidamente preencheu o vazio”, lembrou Natulya. “Em troca, receberam muita publicidade e prestígio, por um investimento relativamente pequeno”, observou. Ultrapassagem no ranking Diferentes sondagens mostram agora que a China ultrapassou os Estados Unidos no índice de popularidade entre a opinião pública africana. Segundo uma sondagem internacional da Associação Gallup, a aprovação de Pequim entre os africanos passou de 52 por cento, em 2022, para 58 por cento, em 2023, enquanto a popularidade de Washington caiu de 59 por cento para 56 por cento, no mesmo período. Inquéritos conduzidos por outros institutos, como o Afrobarometer e a Ichikowitz Family Foundation, demonstram a mesma tendência. “A China está a utilizar todas as ferramentas à sua disposição para obter essa vantagem competitiva face os Estados Unidos”, descreveu o investigador. “Neste momento, aposto que, em Pequim, os funcionários estão a estudar o próximo passo e quando e como aumentar a contribuição da China”, apontou.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi diz que Pequim e Moscovo devem reforçar a coordenação internacional O Presidente chinês reafirma a união entre os dois vizinhos face às alterações no panorama internacional O líder chinês, Xi Jinping, disse que a China e a Rússia devem continuar a reforçar a coordenação em assuntos internacionais e que os dois países são “verdadeiros amigos”, avançou no sábado a imprensa estatal chinesa. Xi falava num encontro com o secretário do Conselho de Segurança russo, Sergei Shoigu, em Pequim, na sexta-feira. O chefe de Estado chinês disse que Pequim e Moscovo vão implementar em 2025 “uma série de agendas importantes” e pediu ainda a manutenção de “uma comunicação estreita a todos os níveis”. Xi recordou que falou duas vezes este ano com o homólogo russo, Vladimir Putin, a última das quais esta semana. O líder chinês apelou ainda à maximização do papel do grupo BRICS de economias emergentes e da Organização de Cooperação de Xangai, dois blocos dos quais a China e a Rússia são membros. Shoigu disse que a Rússia “aprecia muito os esforços contínuos da China para promover uma resolução pacífica para a crise ucraniana”, mas a imprensa chinesa não indicou se Xi fez alguma menção ao processo de paz na Ucrânia. As declarações foram publicadas horas depois de um confronto verbal na Casa Branca entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o homólogo norte-americano, Donald Trump. De acordo com a agência de notícias oficial Xinhua, o enviado russo disse que a aliança entre a China e a Rússia “desempenha um papel significativo no mundo e constitui um modelo para as relações entre potências”. Shoigu disse ainda que a relação entre os dois países “não visa terceiros”. Laços reforçados Antes de se encontrar com Xi, Shoigu manteve conversações com o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, referiu a agência oficial russa Tass. “Rússia e China têm abordagens coerentes para os principais problemas internacionais e regionais”, sublinhou Shoigu, de acordo com um vídeo publicado pela Tass. Shoigu afirmou que se deslocou a Pequim “a pedido do Presidente russo, Vladimir Putin, na sequência da sua conversa por telefone com o Presidente chinês, Xi Jinping”, sem dar mais pormenores. “O facto de termos conseguido organizar o nosso encontro num prazo tão curto demonstra a natureza especial do diálogo bilateral”, sublinhou Sergei. A visita do antigo ministro da Defesa russo surge após uma conversa entre Xi e Putin, na segunda-feira, durante o qual o líder chinês elogiou os “esforços positivos de Moscovo para desanuviar” a crise ucraniana. Moscovo e Pequim reforçaram os laços militares e comerciais desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, embora a China procure apresentar-se como neutra no conflito de três anos. De acordo com a imprensa russa, Shoigu “vai discutir questões de segurança bilaterais, bem como problemas internacionais e regionais, com altos dirigentes chineses”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Secretário para a Inovação procura negócios em Portugal O secretário para a Inovação, Tecnologia e Indústria de Hong Kong vai estar na quinta-feira em Portugal a “explorar oportunidades de negócios” para o sector da inovação e tecnologia, indicou ontem a região chinesa. Num comunicado, o Governo de Hong Kong disse que Sun Dong partiu ontem à frente de uma delegação de representantes da área da inovação e tecnologia, que estará em Lisboa a 6 de Março. O programa da visita inclui “reuniões e intercâmbios com líderes dos sectores político, empresarial e de inovação e tecnologia locais”, bem como visitas a infra-estrutura, parques tecnológicos, institutos de investigação e empresas. O objectivo é “reforçar os laços e a cooperação” com Portugal neste sector, “promovendo as vantagens da inovação e tecnologia de Hong Kong e explorando oportunidades de negócio no estrangeiro”, segundo o comunicado. A delegação inclui dirigentes de três instituições públicas: a HKSTP, uma empresa criada em 2001 para promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico na região, o Instituto de Investigação em Ciência e Tecnologia Aplicadas e o Instituto de Investigação e Desenvolvimento da Microelectrónica. Além disso, vão estar em Lisboa dirigentes do parque tecnológico Cyberport, bem como representantes de 24 empresas ou instituições de inovação e tecnologia de Hong Kong. Antes de passar por Lisboa, a delegação de Hong Kong vai estar em Barcelona, no nordeste de Espanha, para participar no Mobile World Congress, considerado um dos eventos tecnológicos mais influentes a nível mundial. Esta vai ser a segunda visita a Portugal de um membro do Governo de Hong Kong no espaço de um ano, depois de o secretário para os Serviços Financeiros e Tesouro da região ter passado por Lisboa em Junho. Na altura, Christopher Hui Ching-yu pediu a Portugal para retirar Hong Kong da lista de paraísos fiscais e defendeu que já cumpre os padrões da União Europeia (UE) para combater a evasão fiscal.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Piores incêndios desde 1992 forçam retirada de duas mil pessoas Cerca de duas mil pessoas tiveram de abandonar as suas habitações no norte do Japão, onde os incêndios florestais queimaram já a maior área desde 1992 e fizeram um morto, disseram ontem as autoridades japonesas. A Agência de Resposta a Desastres e Incêndios japonesa (FDMA, na sigla em inglês) disse que foram evacuadas as zonas em redor da cidade de Ofunato, na região florestal de Iwate. Muitos refugiaram-se junto de amigos ou familiares, e mais de 1.200 foram levados para abrigos, acrescentou a FDMA. Pelo menos uma pessoa morreu nas chamas, que deflagraram na quarta-feira, e também danificaram mais de 80 edifícios. “Ainda estamos a tentar determinar a área afectada, mas é a maior desde 1992”, garantiu ontem um porta-voz da FDMA à agência de notícias France-Presse. Em 1992, um incêndio destruiu 1.030 hectares em Kushiro, em Hokkaido, no norte do país. Segundo a imprensa japonesa, o fogo já se alastrou a 1.800 hectares. Imagens aéreas da emissora pública japonesa NHK mostraram helicópteros militares a sobrevoar nuvens de fumo branco, quatro dias após o início do incêndio. Cerca de 1.700 bombeiros foram mobilizados em todo o país para tentar extinguir as chamas. A causa do incêndio ainda não é conhecida, mas acredita-se que tenha começado num barracão de trabalho e se tenha espalhado a partir daí para uma zona arborizada, onde as condições meteorológicas secas favoreceram a sua propagação. Este é o terceiro incêndio numa semana a afectar as zonas costeiras do sul de Iwate, que estão em alerta para o tempo seco desde 18 de Fevereiro.
Hoje Macau China / ÁsiaDeepSeek | Nvidia deixa elogios e está atenta às taxas de Trump O fabricante norte-americano de semicondutores Nvidia elogiou o trabalho da empresa chinesa de inteligência artificial (IA) DeepSeek e reconheceu incerteza face à política comercial dos Estados Unidos, durante uma conversa com analistas e investidores. Na sequência da apresentação dos resultados referentes ao último trimestre do seu ano fiscal, o presidente executivo da Nvidia, Jensen Huang, destacou a procura pelo ‘chip’ Blackwell, de última geração, e falou positivamente da DeepSeek, apesar de o seu aparecimento ter sido visto como uma ameaça à liderança da empresa norte-americana e ter provocado uma forte queda nas suas acções, no final de Janeiro. “O OpenAI o3 ou o DeepSeek R1 são modelos de raciocínio que aplicam a inferência. Os modelos de raciocínio podem consumir 100 vezes mais computação. E os do futuro, ainda mais”, disse Huang. “O DeepSeek R1 provocou um entusiasmo global. É uma excelente inovação mas, melhor ainda, colocou um modelo de IA de raciocínio de classe mundial em código aberto. Quase todos os criadores de IA estão a aplicar o R1” ou técnicas semelhantes “para escalar os resultados dos seus modelos”, acrescentou. Questionada sobre as suas previsões de negócios, face à possibilidade de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor mais taxas alfandegárias sobre bens dos seus parceiros, a directora financeira da empresa, Colette Kress, admitiu existir um ambiente de “incerteza”. “Relativamente às taxas, é uma incógnita. É uma incógnita até percebermos melhor qual é o plano do Governo dos EUA ou o seu calendário. Estamos à espera”, afirmou. De acordo com Huang, a Nvidia, que planeia aumentar a produção do ‘chip’ Blackwell no próximo trimestre devido à “procura extraordinária”, está “no centro de todo este desenvolvimento”, referindo-se à nova vaga de IA denominada “agentic”, que envolve um pensamento mais autónomo.