Hoje Macau China / ÁsiaEUA | John Kerry em Pequim para retomar as conversações sobre o clima Enquanto os efeitos desastrosos das alterações climáticas se fazem sentir de uma forma cada vez mais dramática por todo o mundo, o enviado norte-americano para as questões do clima chega a Pequim com vista a encontrar pontos de convergência para a diminuição de poluição gerada pelos dois países O enviado dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, chegou ontem a Pequim com a ambição de retomar o diálogo sobre as alterações climáticas, uma questão crucial para os dois principais poluidores do mundo. Kerry, que faz a sua terceira viagem à China desde que assumiu o cargo em 2021, chega numa altura em que o impacto das alterações climáticas se faz sentir particularmente em todo o mundo, com ondas de calor em muitas partes do globo. A China não é excepção e a capital, Pequim, tem registado temperaturas de cerca de 40 graus Celsius desde há semanas. John Kerry, que estará na China até quarta-feira, deverá encontrar-se com o homólogo Xie Zhenhua. A partir de segunda-feira, “a China e os Estados Unidos terão uma troca de pontos de vista aprofundada” sobre questões climáticas, noticiou a televisão estatal chinesa CCTV após a chegada de Kerry a Pequim, mas sem adiantar pormenores. Nos últimos meses, tem havido um número crescente de visitas de Washington para melhorar as relações diplomáticas: o secretário de Estado, Antony Blinken, visitou o país em Junho, seguido pela secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, no início deste mês. Os dois maiores poluidores do mundo não discutem as alterações climáticas há quase um ano, depois de, em Agosto de 2022, Pequim ter suspendido as conversações sobre este assunto em protesto contra a visita a Taiwan de Nancy Pelosi, então Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA. As discussões sobre o clima parecem agora ser retomadas após meses de tensão, sobretudo porque Kerry, antigo secretário de Estado norte-americano, tem uma relação bastante cordial e ininterrupta com a China e ocupa agora uma posição-chave, tendo em pano de fundo a ideia de que a administração de Joe Biden considera que as alterações climáticas são um dos domínios em que as duas potências, ferozmente competitivas, podem cooperar. Mau tempo, pouco tempo O tempo está a esgotar-se: globalmente, Junho foi o mês mais quente de que há registo, segundo a agência europeia Copernicus e as norte-americanas NASA e NOAA. A primeira semana completa de Julho foi, por sua vez, a mais quente de que há registo, segundo dados preliminares da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Uma nota do Departamento de Estado norte-americano refere que o objectivo de Kerry é “encetar um diálogo” com a China “sobre a resolução da crise climática”, como o aumento da ambição e da implementação” dos regulamentos sobre o clima e “a promoção de uma COP28 bem-sucedida”. A conferência da ONU sobre alterações climáticas (COP28) está marcada para o Dubai no final do ano. A China é o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, responsáveis pelas alterações climáticas, e prometeu atingir o seu pico de emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2030 e atingir a neutralidade carbónica até 2060. O Presidente Xi Jinping também prometeu que o seu país reduzirá a utilização de carvão a partir de 2026.
Hoje Macau China / ÁsiaExportações da China caem 12,4% em Junho face a queda na procura global As exportações da China caíram 12,4 por cento, em Junho, em termos homólogos, face à queda na procura global, suscitada pelo aumento das taxas de juros na Europa, Estados Unidos e outros países, visando conter a inflação. Os dados divulgados ontem pelas alfândegas da China revelaram também uma queda de 6,8 por cento nas importações. A contracção no comércio externo aumenta a pressão sobre a segunda maior economia do mundo, num período de abrandamento na sua recuperação, após Pequim ter abolido, em Dezembro, as medidas de prevenção contra a covid-19, que no ano passado empurraram o país para um ciclo de bloqueios que paralisaram a actividade económica. Entre Janeiro e Junho, o comércio total da China, incluindo importações e exportações, caiu quase 5 por cento, em relação ao primeiro semestre de 2022. As exportações caíram 3,2 por cento e as importações caíram 6,7 por cento, uma vez que os preços de matérias-primas como o petróleo diminuíram e a procura na China também enfraqueceu. O comércio foi também abalado pelas fricções entre Pequim e Washington, que impôs restrições sobre a exportação para a China de ‘chips’ semicondutores, visando abrandar os avanços do país em tecnologias com uso militar. A dificuldade no acesso a semicondutores dificulta, no entanto, a produção de telemóveis e outros produtos electrónicos. O excedente comercial da China ascendeu a 70,62 mil milhões de dólares, em Junho, acima do valor atingido em Maio, de 65,81 mil milhões de dólares. Quedas americanas As exportações da China para os Estados Unidos caíram 23,7 por cento, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 42,7 mil milhões de dólares, enquanto as importações de produtos norte-americanos caíram 4,1 por cento, para 14 mil milhões de dólares. O excedente comercial da China com os Estados Unidos, politicamente sensível, diminuiu 30,6 por cento, para 28,7 mil milhões de dólares, em termos homólogos. “A desaceleração global na procura por bens continua a pesar sobre as exportações. Acreditamos que as exportações vão cair ainda mais, antes de atingirem um ponto mínimo, no final do ano”, disse Zichun Huang, da consultora Capital Economics, num relatório. O crescimento económico nos primeiros três meses do ano acelerou para 4,5 por cento, em comparação com igual período de 2022, mas os analistas dizem que o pico da recuperação provavelmente já passou. O ritmo de crescimento ficou aquém da meta estabelecida pelo Partido Comunista Chinês para este ano: “cerca de 5 por cento”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteChina pede à NATO para não desestabilizar Europa e Ásia-Pacífico A China pediu na quarta-feira que a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pare imediatamente de difamar e mentir sobre o país, interrompa a perigosa tentativa de desestabilizar a Europa e a Ásia-Pacífico e pare de encontrar pretextos para sua expansão contínua. Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, fez as observações em resposta a um comunicado emitido durante a Cimeira da NATO em Vilnius, onde se afirmou que as políticas da China representam “desafios sistémicos à segurança euro-atlântica”. “O que foi dito no comunicado da NATO é completamente oposto da verdade e o produto da mentalidade da Guerra Fria e do viés ideológico. A China opõe-se fortemente a isso”, exaltou Wang, citado pelo Diário do Povo. “A China tem o melhor histórico de paz e segurança. Nunca invadimos nenhum país nem nos envolvemos em nenhuma guerra por procuração. Nunca conduzimos operações militares globais, ameaçamos outros países com força, exportamos ideologia nem interferimos nos assuntos internos de outros países. Não criamos nem participamos de grupos militares e nos opomos ao uso da força ou à ameaça da força nas relações internacionais. Como a China poderia representar ‘desafios sistémicos’ para a NATO?” Perguntou Wang. O país é uma força para a paz mundial, uma contribuinte para o desenvolvimento global, uma defensora da ordem internacional e uma fonte de bem público. A China está comprometida com o sistema internacional com a Organização das Nações Unidas (ONU) no seu núcleo, com a ordem internacional sustentada pelo direito internacional e com as normas básicas que regem as relações internacionais decorrentes dos propósitos e princípios da Carta da ONU, garantiu o responsável. Presos no tempo O oficial acrescentou que, mais de 30 anos após o fim da Guerra Fria, o seu legado, a NATO, permanece preso numa mentalidade de soma zero e vê o mundo como blocos opostos. Apesar do apelo da comunidade global pela paz, pelo desenvolvimento e pelo progresso comum, a organização militar continua a agir contra a tendência predominante e a procurar inverter a roda da história. “O mundo não aceitará isso”, alertou. A NATO afirma ser uma organização regional. Então por que está a ir além do escopo geográfico estabelecido no seu tratado, fazendo uma incursão na Ásia-Pacífico num ritmo mais rápido e procurando tornar-se uma “NATO Global”? Questionou Wang. A organização afirma ser uma aliança defensiva. Então por que está a incentivar os países membros a aumentarem o orçamento militar? Por que continua a ultrapassar os limites e expandindo o mandato, além de estimular o confronto na Ásia-Pacífico? Paz regional Wang salientou que a prosperidade e a estabilidade que a região Ásia-Pacífico desfruta há muito tempo dependem do respeito mútuo, da cooperação aberta, do benefício recíproco e da capacidade de resolver adequadamente as diferenças entre os países locais. A incursão da NATO na Ásia-Pacífico apenas aumentará a tensão e levará a um confronto entre blocos e até mesmo a uma “nova Guerra Fria” na região, indica o Diário do Povo “Os países da Ásia-Pacífico não aceitam e muitos países da NATO não aprovam isso. A região não precisa de uma ‘versão Ásia-Pacífico da NATO'”, ressaltou Wang. “Pedimos à NATO que pare imediatamente de difamar e mentir sobre a China. A organização deve abandonar a mentalidade ultrapassada da Guerra Fria e a mentalidade de soma zero, renunciar à sua fé cega no poderio militar e na prática equivocada de procurar segurança absoluta, pôr fim à perigosa tentativa de desestabilizar a Europa e a Ásia-Pacífico e deixar de encontrar pretextos para a sua expansão contínua. Pedimos que a NATO desempenhe um papel construtivo para a paz e a estabilidade mundiais”, sublinhou. Questões nucleares Em resposta ao comunicado alegando que a China não tem “transparência” no arsenal nuclear, Wang comentou que a NATO, como aliança militar, é conhecida por ter o maior e mais poderoso arsenal nuclear do mundo e, ainda assim, acusa irresponsavelmente a China de representar ameaças nucleares e faz isso através de uma diplomacia de megafone. “Isso é simplesmente errado e hipócrita. A China está seriamente preocupada e opõe-se fortemente a isso”, exclamou Wang, que lembrou ainda que o país sempre foi extremamente prudente e responsável em relação às questões de armas nucleares. A China está comprometida com uma estratégia nuclear defensiva e mantém as capacidades nucleares no nível mínimo exigido pela segurança nacional. “Nunca tivemos a intenção de nos envolver em uma corrida armamentista nuclear. A China segue uma política de “não usar primeiro” armas nucleares em nenhum momento e sob nenhuma circunstância. O país comprometeu-se incondicionalmente a não usar ou ameaçar usar armas nucleares contra Estados sem armas nucleares e zonas livres de armas nucleares. A China é o único Estado com armas nucleares que adoptou tal política. Algum estado-membro da NATO assumiria esse compromisso?” Indagou Wang.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Rússia torna-se maior importador mundial de fabricantes chinesas A Rússia tornou-se este ano no principal importador de carros de marcas chinesas, ao adquirir cerca de 287 mil unidades nos primeiros cinco meses de 2023, segundo dados divulgados pela Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM). “A saída das marcas automóveis ocidentais do mercado russo deixou um nicho que as empresas chinesas conseguiram preencher. Isto combinado com a crescente competitividade dos veículos chineses fez com que a Rússia aumentasse as importações de carros chineses”, explicou o secretário-geral da Associação Chinesa de Carros de Passageiros (CPCA), Cui Dongshu, citado pelo jornal oficial Global Times. Os dados difundidos pela CAAM revelam uma grande diferença em relação aos outros dois países que completam o ‘top 3’ de importadores de veículos chineses: o México, com 159 mil unidades, e a Bélgica, com 120 mil. No entanto, a Rússia não aparece no topo dos destinos de veículos eléctricos, dos quais a China vendeu 673 mil para o exterior, entre Janeiro e Maio. A Bélgica, Reino Unido e a Tailândia foram os principais destinos. As fabricantes alemãs, japonesas e norte-americanas enfrentam concorrência crescente de marcas chinesas que se estão a desenvolver rapidamente, conquistando participação nos mercados doméstico e globais. Fabricantes chinesas de veículos eléctricos, incluindo a BYD e a unidade Zeekr, do grupo Geely Group, iniciaram as vendas este ano no Japão e na Europa. A Geely também é dona da sueca Volvo Cars e da sua marca de luxo totalmente eléctrica, a Polestar. Estimativas do banco russo Otkritie, citadas pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, apontam para que as vendas de carros chineses possam atingir entre 380.000 e 400.000 unidades na Rússia até ao final deste ano.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Exercício de evacuação em larga escala em preparação Taiwan vai fazer este mês o primeiro exercício de evacuação em larga escala em várias décadas, num sinal de que está a tentar reforçar as defesas civis contra um possível ataque. O exercício vai abranger diferentes partes do território, que abrigam, no total, três milhões de pessoas. A ilha tem 23 milhões de habitantes. A polícia e os funcionários da defesa civil vão conduzir para abrigos antiaéreos todas as pessoas que estiverem nas ruas no momento do exercício, afirmou o Ministério da Defesa do território. Os planos marcam uma mudança significativa em relação a edições anteriores do chamado exercício de ataque aéreo de Wan’an, que Taiwan faz anualmente. O ministério da Defesa de Taiwan disse que 34 aeronaves militares chinesas operaram perto de Taiwan na terça-feira, entre as quais 29 cruzaram a linha mediana não oficial do Estreito de Taiwan. “[Vamos] testar a paragem do trânsito e a retirada de pessoas para instalações reais de evacuação de defesa aérea”, disse Chu Sen-tsun, funcionário da Agência de Mobilização de Defesa Total do Ministério da Defesa. O exercício visa fazer com que as pessoas “se acostumem a retirar imediatamente após o alarme soar, para que possamos consciencializar a sociedade sobre a defesa aérea”. As autoridades instruíram as pessoas a descarregar uma aplicação da polícia para localizar abrigos próximos e sugeriram que guardem um mapa que funciona sem ligação à rede, para localizá-los em caso de emergência se as comunicações forem cortadas.
Hoje Macau China / Ásia MancheteMercado | Vice-presidente chinês dá boas-vindas a empresas dos EUA O vice-presidente chinês, Han Zheng, disse esta terça-feira que empresas de todo o mundo, incluindo dos Estados Unidos, são bem-vindas para aprofundar a sua presença no mercado chinês. Han fez os comentários ao reunir-se com representantes dos EUA que participavam na 14.ª ronda de diálogo entre líderes empresariais chineses e americanos e ex-funcionários séniores em Pequim, indica a agência estatal Xinhua. As relações China-EUA são as relações bilaterais mais importantes do mundo. Para promover o desenvolvimento sólido e constante das relações, a chave é seguir os princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ‘win-win’ apresentados pelo Presidente Xi Jinping, observou Han. A competição está em todos os lugares do mundo actual, mas deve ser uma competição saudável que promova resultados positivos para ambas as partes, em vez de um jogo de soma zero, destacou Han, citado pela Xinhua. “A China avançará inabalavelmente com a sua reforma e abertura, e dará as boas-vindas a empresas de todo o mundo, incluindo os Estados Unidos, para aprofundar a sua presença no mercado chinês visando contribuir para a estabilidade e a operação ininterrupta das cadeias industriais e de suprimentos globais e para o crescimento económico mundial”, salientou Han. Os representantes norte-americanos disseram que os Estados Unidos e a China têm laços económicos e comerciais estreitos, e as dificuldades e incertezas actuais são preocupantes. Os responsáveis disseram ainda que a comunidade empresarial dos Estados Unidos está disposta a continuar a expandir a cooperação com a China e a desempenhar um papel activo para promover o desenvolvimento sólido e constante das relações bilaterais.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang dispara míssil balístico não identificado A Coreia do Norte disparou um míssil balístico não identificado, depois de Pyongyang ter ameaçado abater aviões espiões norte-americanos no espaço aéreo norte-coreano, anunciaram ontem as forças armadas da Coreia do Sul. O Estado-Maior Interarmas sul-coreano indicou que “a Coreia do Norte disparou um míssil balístico não identificado em direção ao mar de Leste”, nome dado pelas duas Coreias ao mar do Japão. Também o Ministério da Defesa do Japão registou o novo disparo de um aparente míssil balístico norte-coreano, no primeiro deste tipo desde 15 de Junho, indicando estar a reunir dados para avaliar se apresenta algum tipo de risco para o seu território. Na segunda-feira, Kim Yo-jong, irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, advertiu os Estados Unidos que Pyongyang responderá com “acções claras e contundentes” ao que qualificou como operações de “espionagem aérea”. A também vice-directora de propaganda do regime sublinhou que as ações de Washington são “claramente uma grave violação da soberania e segurança norte-coreana”. Provocações graves Kim Yo-jong afirmou que “um avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea dos EUA realizou novamente o reconhecimento aéreo da parte oriental da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte] ao entrar nos céus da Zona Económica Especial (ZEE) acima da Linha de Demarcação Militar (MDL)”, de acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA. O dispositivo “executou uma grave provocação militar ao realizar o reconhecimento aéreo” sobre as águas da ZEE norte-coreana, chegando a estar a cerca de 400 quilómetros da costa sudeste do país, acrescentou. Depois de o fracasso das negociações de desnuclearização de 2019, as tensões aumentaram novamente na península coreana. Pyongyang rejeitou qualquer iniciativa de diálogo e realizou um número recorde de testes de mísseis, enquanto Seul e Washington retomaram as grandes manobras militares conjuntas e mobilizaram regularmente meios estratégicos dos EUA na região.
Hoje Macau China / ÁsiaOposição sul-coreana quer alternativas para descargas de Fukushima Políticos da oposição sul-coreana e grupos de pescadores do país defenderam ontem, em Tóquio, o fim do plano do Governo nipónico para libertar água tratada da central nuclear japonesa de Fukushima, apelando ao estudo de alternativas. “O Governo japonês deve parar com esse plano, pois a descarga será mortal para os oceanos e isso vai afectar-nos a todos”, disse Seong Gon-wi, membro do Partido Democrático da Coreia do Sul, durante uma conferência de imprensa no Clube de Correspondentes Estrangeiros do Japão (FCCJ, na sigla inglesa). A oposição apontou que a libertação das águas representa “uma séria ameaça para os oceanos” e que, por se tratar de um acontecimento sem precedentes, terá também “consequências sem precedentes”, além de violar vários tratados internacionais. “Apesar das alternativas que existem, eles insistem na descarga e vão colocar toda a humanidade em perigo só por dinheiro. Por que não despejam a água no Japão se é tão seguro?”, questionou Yoon Jae-kab, do mesmo partido. Também a associação de pescadores de Jeolla do Sul, no sudoeste da Coreia do Sul, que esteve presente na conferência, manifestou descontentamento com as consequências que o derrame pode ter para a indústria e para a possível diminuição do consumo de peixe e marisco local devido à desconfiança da população. “A indústria pesqueira sul-coreana vai sofrer grandes danos e, por isso, devem adiar a decisão até que a segurança seja garantida”, sugeriu Park Yeon-hwan, representante do grupo, acrescentando que “o oceano não é um depósito de resíduos nucleares”. Padrões de segurança A resposta sul-coreana ocorre depois de a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) ter apoiado a 04 de Julho o plano japonês para libertar no mar água tratada da central nuclear de Fukushima, dizendo que as medidas tomadas pelo país asiático estão “de acordo com os padrões de segurança internacional”. A água altamente contaminada gerada pela central é processada nos chamados circuitos ALPS (Sistema Avançado de Processamento de Líquidos), para remover a maior parte dos elementos radioactivos, com excepção do trítio, sendo novamente armazenada antes de ser lançada ao mar. O Governo japonês e a Tokyo Electric Power (TEPCO), proprietária da central de Fukushima, tomaram a decisão devido à impossibilidade de continuar a armazenar água em tanques instalados em terrenos da central, por falta de espaço físico.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Candidato a primeiro-ministro afirma-se alvo de manobra ilegal O candidato a primeiro-ministro da Tailândia, Pita Limjaroenrat, que venceu as eleições legislativas de maio e corre o risco de ser suspenso da Assembleia Nacional, afirmou ontem estar a ser alvo de uma “manobra ilegal”. “Estou a manter o ânimo”, disse aos jornalistas na Assembleia Nacional, denunciando o que considera como um processo injusto desencadeado pela Comissão Eleitoral, que no limite o pode impedir de formar um novo Governo. A Comissão Eleitoral da Tailândia concluiu que existem provas de que Pita Limjaroenrat violou a lei eleitoral e remeteu o assunto para o Tribunal Constitucional, que poderá ordenar que Pita seja suspenso de funções como deputado até ao anúncio do acórdão. Em teoria, esta decisão não exclui a possibilidade de Pita ser nomeado primeiro-ministro pelo Parlamento amanhã, uma vez que o cargo não tem de ser ocupado por um deputado, mas é possível que o país venha a enfrentar mais uma crise política. Pita Limjaroenrat, líder do partido de inspiração social-democrata Mudança para o Futuro (MFP, até agora na oposição), venceu as eleições gerais de Maio, conquistando 151 lugares na Câmara dos Representantes com 500 membros e a maioria dos votos populares. O MFP formou uma coligação de oito partidos, abrangendo 312 lugares, e tinha previsto consolidar o poder, mas a aprovação dos membros do Senado conservador composto por 250 lugares (não eleito) e que participa na votação para a escolha do primeiro-ministro, dificulta também as aspirações de Pita Limjaroenrat. O processo contra Pita está relacionado com a alegada posse de ações de uma empresa de comunicação social, o que o impediria de se candidatar a cargos públicos. Manobras duvidosas A queixa contra o líder do MFP, apresentada por um membro de um partido político rival, aplica-se à factos alegadamente ocorridos nas eleições gerais de 2019. Pita já tinha contestado a queixa que se referia ao facto de não ter incluído as ações numa declaração de bens obrigatória. O caso que a comissão remeteu para o tribunal “vai além de uma violação técnica da lei eleitoral” sendo que Pita é acusado de se ter candidatado “em consciência” de que era inelegível: uma violação criminal punível com uma pena máxima de prisão de três anos e/ou uma multa até 60.000 baht (1.720 dólares). O vice-primeiro-ministro Wissanu Krea-ngam, principal conselheiro jurídico do Governo, foi citado como tendo dito que se o líder do partido fosse considerado não qualificado, as eleições poderiam ser anuladas e convocada nova votação. Desde as eleições que os opositores políticos temem que o poder conservador tailandês recorra ao que consideram “truques sujos”. Durante uma década e meia, os conservadores, apoiados pelos militares, utilizaram repetidamente os tribunais e organismos como a Comissão Eleitoral para emitir decisões controversas com o objectivo de paralisar ou afastar adversários políticos. A dissolução, em 2019, do partido Futuro em Frente, precursor do actual Mudança para o Futuro, desencadeou protestos de rua por parte de activistas pró-democracia, que só abrandaram durante a pandemia de covid-19. Nação atribulada A Comissão Eleitoral considerou que existiam provas suficientes para remeter para o Tribunal Constitucional o caso de Pita, acusado de possuir acções de um canal de televisão, contrariando a lei. Entretanto, O presidente da Comissão Eleitoral, Ittiporn Boonprakong, disse à Agência France-Presse que recomendava a suspensão de Pita, de 42 anos, que enfrenta prisão, perda de mandato e risco de inelegibilidade durante vinte anos. O reino da Tailândia espera um novo primeiro-ministro após quase uma década de regime militar que viu as liberdades fundamentais serem restringidas e o crescimento económico estagnar. A Comissão Eleitoral é um organismo que está implicado em várias das crises que caracterizam a vida política tailandesa, entre a interferência do Exército e do poder judicial no processo democrático e as manifestações, por vezes violentas. Desde o fim da monarquia absoluta, em 1932, a Tailândia enfrentou mais de dez de golpes de Estado. A decisão do Tribunal Constitucional de dissolver o partido da oposição levou milhares de jovens para as ruas a favor de uma reforma profunda da monarquia. O programa do partido de Pita inclui uma nova Constituição, o fim do serviço militar obrigatório para os homens, a abertura do país a novos mercados e a legalização do casamento para todos.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Pequim e Ilhas Salomão assinam acordo de cooperação A assinatura do novo acordo em matérias securitárias solidifica a influência da China na região As Ilhas Salomão assinaram ontem um acordo com a China para aumentar a cooperação em “assuntos de segurança e aplicação da lei”, suscitando preocupações entre os parceiros tradicionais da ilha, incluindo Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. O acordo, cujos detalhes não foram divulgados imediatamente, consta de uma declaração conjunta divulgada ontem, após uma reunião realizada na segunda-feira, em Pequim, entre o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o homólogo das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare. Como parte dos esforços para construir uma “parceria estratégica abrangente”, os dois lados concordaram em “melhorar a cooperação em questões de segurança e aplicação da lei”, lê-se no comunicado, citado pela imprensa chinesa. Localizadas a 2.000 quilómetros a nordeste da Austrália, as Ilhas Salomão representam o maior sucesso da China na sua campanha para expandir a presença no Pacífico Sul. O governo de Sogavare rompeu em 2019 as relações diplomáticas com Taiwan e estabeleceu relações com Pequim. A China e as Ilhas Salomão assinaram um acordo de segurança em 2022 que suscitou preocupações na Austrália e nos Estados Unidos, sobre a possibilidade de o tratado permitir a construção de uma base militar chinesa no país, uma possibilidade negada por Honiara. A China já treinou agentes da polícia das Salomão e doou armas e equipamento de controlo de distúrbios, como veículos com canhões de água. Com 700.000 pessoas, as Salomão são compostas por seis ilhas principais e cerca de 900 ilhas menores. O território passou por períodos de tensão étnica, durante os quais Austrália, Nova Zelândia e outras nações insulares do Pacífico enviaram forças para ajudar a restaurar a ordem. Jogo da corda Após a aproximação de Sogavare a Pequim, os EUA comprometeram-se a reabrir uma embaixada em Honiara e os países aliados aumentaram o envolvimento com a região como um todo. Biden convocou uma cimeira de líderes das Ilhas do Pacífico em Setembro para revelar uma estratégia que inclui a cooperação em questões de alterações climáticas, segurança marítima e prevenção da pesca predatória. O governo norte-americano também prometeu doar 810 milhões de dólares às nações insulares do Pacífico na próxima década, incluindo 130 milhões para lidarem com os efeitos das alterações climáticas. Sogavare também reuniu com o Presidente chinês, Xi Jinping, na segunda-feira, e a declaração conjunta incluiu uma referência à cooperação de “alta qualidade” sob o projecto “Uma Faixa, Uma Rota”, que visa construir portos, rodovias, e outras infraestruturas financiadas por empréstimos chineses. As Ilhas Salomão já garantiram um empréstimo de 66 milhões dólares do Banco de Exportação e Importação da China para erguer 161 torres móveis construídas e administradas pela gigante chinesa das telecomunicações Huawei. Em 2018, as Salomão concederam à Huawei um contrato para uma rede subaquática de cabos de telecomunicações, financiada em conjunto pela Austrália. A China também está a construir instalações para as ilhas sediarem os Jogos das Ilhas do Pacífico de 2023.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte adverte EUA sobre “espionagem aérea” As autoridades norte-coreanas deram conta da passagem de uma aeronave dos Estados Unidos a cerca de 400 quilómetros da costa e ameaçam retaliar com “acções claras e contundentes” se a situação se repetir A irmã de Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, advertiu segunda-feira os Estados Unidos pelas alegadas operações de “espionagem aérea” que aeronaves norte-americanas realizaram nos últimos dias sobre a costa leste daquele país asiático. Kim Yo-jong sublinhou que “um avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea dos EUA realizou novamente o reconhecimento aéreo da parte oriental da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte] ao entrar nos céus da Zona Económica Especial (ZEE) acima da Linha de Demarcação Militar (MDL)”, de acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA. As Nações Unidas (ONU) definem ZEE como as águas que se estendem até 200 milhas náuticas (cerca de 370 quilómetros) das costas de um país, que tem o direito de explorá-las, enquanto o espaço aéreo costuma estar associado às águas territoriais, que atingem até a 12 milhas náuticas (cerca de 22 quilómetros) da costa. De acordo com Kim, o avião, que “se retirou antes da chegada da Força Aérea do Exército do Povo Coreano”, cruzou novamente a MDL – que divide a península coreana e as suas águas circundantes – rumo ao norte por volta das 8:50. O dispositivo, acrescentou, “executou uma grave provocação militar ao realizar o reconhecimento aéreo” sobre as águas da ZEE norte-coreana, chegando a estar a cerca de 400 quilómetros da costa sudeste do país. Outras violações A mensagem de Kim Yo-jong surge horas depois do regime norte-coreano ter acusado Washington, numa outra declaração, de violar o seu espaço aéreo com um avião de reconhecimento estratégico. Kim insistiu que as acções dos EUA são “claramente uma grave violação da soberania e segurança norte-coreana”. A irmã do líder, que é vice-directora de propaganda do regime, alertou que Pyongyang responderá com “acções claras e contundentes” se um avião dos EUA sobrevoar as suas águas da ZEE novamente. Em 1969, o regime abateu, matando todos os 31 ocupantes, um avião de reconhecimento norte-americano EC-121 que alegadamente sobrevoou a ZEE. Após o fracasso das negociações de desnuclearização de 2019, as tensões aumentaram novamente na península coreana. Pyongyang rejeitou qualquer iniciativa de diálogo e realizou um número recorde de testes de mísseis, enquanto Seul e Washington retomaram os seus grandes exercícios conjuntos e mobilizaram regularmente meios estratégicos dos EUA na região.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Pequim pede medidas concretas para atenuar preocupações com sanções A recente visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen foram classificadas como positivas pelas autoridades chinesas que pedem agora que os progressos alcançados nas negociações sobre sanções se façam agora sentir no terreno A China qualificou ontem como construtiva a visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, a Pequim e pediu a Washington que adopte medidas concretas para responder às suas preocupações com sanções impostas contra empresas do país asiático. “As reuniões foram francas e construtivas e espera-se que Washington mantenha uma atitude pragmática e racional. Os Estados Unidos devem tomar medidas concretas para responder às preocupações da China sobre sanções e restrições”, disse ontem o ministério das Finanças do país asiático, em comunicado. O ministério referiu que, nos últimos anos, os EUA introduziram “sanções e medidas restritivas contra a China, que lesaram os interesses e direitos legítimos das empresas chinesas”. “Durante as reuniões com Yellen, o lado chinês reiterou as suas preocupações e pediu que os EUA removem as taxas alfandegárias punitivas impostas sobre bens importados da China, parem de reprimir empresas chinesas, tratem o investimento bilateral de maneira justa, não imponham controlos nas exportações para a China e cancelem a proibição de importação de produtos oriundos da região de Xinjiang”, é indicado no comunicado. A nota sublinhou que para uma relação económica bilateral ser saudável ambas as partes devem “respeitar os respectivos direitos e interesses legítimos da outra parte”. “A concorrência saudável deve seguir os princípios da economia de mercado e as regras da Organização Mundial do Comércio. A China está empenhada em continuar a abrir-se e sempre esteve empenhada em acelerar a criação de um ambiente de negócios baseado na Lei”, acrescentou o comunicado. As divergências entre os dois países “não devem ser motivo de distanciamento de ambas as partes”, mas antes “motivo para fortalecer os intercâmbios e o diálogo”. Segundo Pequim, o desenvolvimento da China constitui “uma oportunidade e não um desafio para os Estados Unidos”. “A China e os EUA devem buscar o consenso. O desenvolvimento chinês traz benefícios, não riscos. O fortalecimento da cooperação é a opção certa para os dois países”, concluiu o ministério. As reuniões com Yellen “mostraram que a China está disposta a cooperar para enfrentar os desafios globais, incluindo a estabilidade macroeconómica e financeira global, as alterações climáticas ou problemas de dívidas soberanas”, lê-se na mesma nota. A visita de Yellen terminou com reuniões de alto nível para melhorar a comunicação entre os dois lados, especialmente na parte económica, embora ambos os países reconheçam que continuam a existir diferenças importantes. Regras da competição Nos quatro dias que passou na capital chinesa, Yellen reuniu-se com os principais formuladores de política económica do país asiático, entre eles o primeiro-ministro, Li Qiang, o novo chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) no banco central, Pan Gongsheng, o ministro das Finanças, Liu Kun, e o vice-primeiro-ministro, He Lifeng. Yellen afirmou durante a visita que “uma separação entre as duas maiores economias do mundo seria desastrosa para ambos os países e desestabilizadora para o mundo”, mas também expressou preocupação “com acções coercivas contra empresas norte-americanas” e pediu uma competição saudável “baseada em regras”. Os dois lados abordaram as restrições que os EUA impuseram no ano passado à exportação de ‘chips’ semicondutores para a China, uma medida que visa limitar a capacidade de Pequim de desenvolver supercomputadores, sistemas militares avançados ou sistemas de inteligência artificial. Pequim respondeu com limitações à exportação de gálio e germânio, dois metais fundamentais para o fabrico de semicondutores, produto que está no centro das tensões comerciais e tecnológicas entre os dois países.
Hoje Macau China / ÁsiaFukushima | Oposição sul-coreana alerta para plano de descarga da central O plano de descarga das águas da central nuclear japonesa continua a gerar preocupações por todo o continente asiático Os líderes do principal partido da oposição sul-coreana alertaram domingo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para o impacto regional negativo do plano de descarga de água tratada da central nuclear japonesa de Fukushima. Segundo a agência Europa Press, os líderes do Partido Democrático estiveram reunidos com o director da AIEA, Rafael Mariano Grossi, para transmitir as suas preocupações relativamente ao plano de descarga de água tratada da central de Fukushima. Nesse encontro, Grossi prometeu que a AIEA irá acompanhar todas as fases do processo e garantiu que, com base nas informações que a agência possui, o plano de descarga é totalmente seguro, apesar de reconhecer que é “perfeitamente lógica” a preocupação que suscitou na Coreia do Sul. No entanto, a oposição sul-coreana não parece ter ficado mais descansada: “A verificação da AIEA foi completamente partidária a favor do Japão”, acusou o líder parlamentar do partido, Woo Won Shik, acrescentando que o organismo “perdeu toda a sua neutralidade e objetividade”. “Considero lamentável que a AIEA tenha chegado às suas conclusões sem investigar exaustivamente o impacto do derrame nas águas dos países vizinhos e que tenha cedido a uma investigação feita à medida do Japão”, acrescentou Woo Won Shik, em declarações divulgadas pela agência noticiosa oficial sul-coreana Yonhap. Misturas perigosas Segundo dados da empresa que gere a central japonesa, a instalação armazena cerca de 1,33 milhões de toneladas de água tratada, estando quase no limite da sua capacidade. A Europa Press recorda que desde o terramoto e o subsequente tsunami de Março de 2011, que provocaram a fusão de três núcleos ao desactivar os sistemas de arrefecimento de emergência e geraram grandes quantidades de água radioactiva, esta tem vindo a acumular-se na central de Fukushima, onde se misturou com a água da chuva e com a água dos cursos subterrâneos.
Hoje Macau China / ÁsiaTemperatura | Empregadores chineses obrigados a limitar trabalho ao ar livre A China deu ordem às empresas, de determinadas regiões, para limitar o trabalho ao ar livre, devido às altas temperaturas, numa altura em que o país enfrenta calor, inundações e secas. As autoridades emitiram um alerta laranja, o segundo nível de alerta mais alto, devido às vagas de calor registadas no sul e em grande parte do norte e nordeste da China. Equipas de resgate estão à procura de sete pessoas desaparecidas, após um deslizamento de terra ocorrido numa estrada em obras, devido às chuvas torrenciais. O incidente matou pelo menos uma pessoa na cidade central de Yichang, na província de Hubei. Cinco pessoas ficaram feridas, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Temperaturas acima dos 40 graus estão previstas em Pequim e no centro e sudeste da China. Estão previstos 39 graus para a província de Sichuan, no sudoeste. São ainda esperadas temperaturas acima dos 35 graus na maior parte do norte da China, no restante de Sichuan e em grande parte do sul. O alerta laranja exige que os empregadores tornem o trabalho ao ar livre o mais breve possível. Apesar disso, trabalhadores de entregas ao domicílio continuam a operar. Duas mortes relacionadas com a vaga de calor foram relatadas anteriormente em Pequim. Um guia turístico desmaiou no fim de semana passado no Palácio de Verão, um jardim da era imperial e uma mulher morreu no mês passado de insolação. Arroz em risco O ministério da Agricultura alertou no domingo que o clima quente persistente pode prejudicar as colheitas de arroz. Disseram também que as autoridades locais devem garantir que os arrozais têm água adequada para evitar o amadurecimento prematuro do arroz. Em outros lugares, dezenas de milhares de pessoas tiveram de deixar as suas casas devido a cheias ocorridas no norte, centro e sudeste da China. Algumas áreas, incluindo a populosa província de Hebei, que circunda Pequim, emitiram no domingo um alerta vermelho, o alerta de temperatura mais alto. Moradores de algumas cidades mudaram-se para abrigos antiaéreos subterrâneos para se protegerem do calor. A temperatura média da Terra estabeleceu um novo recorde não oficial na quinta-feira, o terceiro marco consecutivo registado na semana mais quente desde que há registos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina nega ligação a precursores de fentanil e rejeita proposta dos EUA Os Estados Unidos lançaram no sábado uma coligação internacional contra o tráfico de fentanil e outras drogas sintéticas, à qual se juntou o México, um importante produtor dessa substância, mas da qual a China descartou participar. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, presidiu uma reunião virtual com representantes de 97 países e organizações para lançar as bases desta nova aliança, que espera voltar a reunir-se em Setembro à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU). O fentanil, um opioide sintético 100 vezes mais potente do que a morfina, é fabricado por cartéis mexicanos e depois traficado para os Estados Unidos, onde causa milhares de mortes por overdose a cada ano. Mas a crise vai mais além, já que África e o Médio Oriente também vivem uma crise de uso de drogas sintéticas como tramadol ou captagon, esta última fabricada em larga escala na Síria, alertou a ONU no seu Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado na semana passada. “Se não agirmos juntos com urgência, outras partes do mundo sofrerão as consequências catastróficas que já estão a afectar tantas cidades e vilas norte-americanas”, alertou Blinken durante o seu discurso na reunião. O chefe da diplomacia norte-americana lembrou que 110 mil pessoas morreram no ano passado no seu país por overdose de drogas, principalmente fentanil, que é já a principal causa de morte entre pessoas com idades entre os 18 e os 49 anos. Blinken defendeu ainda que a iniciativa privada também se envolva nesse esforço, uma vez que uma parte significativa desses estupefacientes é fabricada com substâncias químicas comercializadas legalmente como medicamentos, cosméticos ou produtos de uso doméstico. Apesar de vários precursores químicos usados pelos cartéis mexicanos para fabricar o fentanil serem provenientes da China, Pequim descartou participar na reunião, para a qual havia sido convidada. Assunto alheio Numa ligação com repórteres, Todd Robinson, chefe do escritório antidrogas do Departamento de Estado, disse na quarta-feira que a China não tem cooperado com os Estados Unidos no combate ao tráfico de drogas nos últimos meses. Por isso, exortou os restantes países que têm contactos com o país asiático a influenciarem Pequim a juntar-se a esses esforços. O próprio Blinken já fez uma tentativa na sua recente viagem a Pequim, onde levantou a questão do fentanil com as autoridades do país como uma das maiores preocupações de Washington. O Governo de Xi Jinping negou categoricamente em Abril passado que o seu país esteja por trás da exportação de precursores de fentanil, em resposta a uma carta enviada pelo Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, solicitando cooperação nesse assunto. López Obrador sustenta que o fentanil chega aos Estados Unidos directamente da China e nega que a substância seja fabricada no seu país, embora o seu Governo tenha destruído vários laboratórios clandestinos onde se fabricava a droga. Apesar de tudo, a nova ministra dos Negócios Estrangeiros do México, Alicia Bárcena, esteve na reunião de sábado para integrar a nova coligação.
Hoje Macau China / Ásia MancheteTecnologia | EUA vão ouvir queixas de Pequim sobre restrições à exportação A visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, à China, onde manteve encontros de alto nível com as autoridades chinesas, visou diminuir as tensões e promover um diálogo mais harmonioso entre as duas nações. Os Estados Unidos vão ouvir as queixas chinesas sobre restrições nas exportações de tecnologia e podem “responder a consequências não intencionais” das decisões norte-americanas, afirmou ontem a secretária do Tesouro, Janet Yellen, após uma visita a Pequim. “Abriremos canais para que possam expressar as suas preocupações sobre as nossas acções, e poderemos explicar e possivelmente, em algumas situações, responder às consequências não intencionais das nossas acções”, disse Yellen em conferência de imprensa, no encerramento de uma visita a Pequim com o objectivo de estabilizar as relações tensas entre os dois países. As relações entre as duas maiores economias mundiais estão no seu nível mais baixo das últimas décadas devido a disputas sobre tecnologia e segurança, entre outros assuntos. Uma importante reclamação chinesa é a limitação de acesso a ‘chips’ para processadores e outras tecnologias norte-americanas, por motivos de segurança, que ameaçam impedir o desenvolvimento por empresas chinesas de smartphones, inteligência artificial e outras indústrias. Yellen não anunciou ontem qualquer acordo sobre os grandes debates ou planos para actividades futuras, mas disse que o seu departamento e as autoridades chinesas teriam uma comunicação “mais frequente e regular”. Durante a visita, Yellen conversou com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e outras autoridades, em 10 horas de reuniões. No sábado, a secretária norte-americana teve uma reunião de cinco horas com o vice-primeiro-ministro He Lifeng. O crescimento económico da China recuperou para 4,5 por cento no primeiro trimestre de 2023, em relação aos 3 por cento do mesmo período do ano passado, mas a actividade fabril e o consumo abrandaram no trimestre encerrado em Junho. O Presidente chinês, Xi Jinping – com quem Yellen não se encontrou durante esta visita -, acusou Washington, em Março, de tentar conter o desenvolvimento industrial da China. Pequim tem demorado a retaliar as restrições de tecnologia dos EUA, mas três dias antes da chegada de Yellen, o governo chinês anunciou controlos não especificados sobre exportações de gálio e germânio, metais usados no fabrico de semicondutores e painéis solares, dos quais a China é o maior produtor. Yellen disse que tentou tranquilizar as autoridades chinesas de que Washington não pretende dissociar a economia norte-americana da China, enquanto tenta “reduzir o risco” do comércio. Luta tecnológica O Governo de Joe Biden está a pressionar os fabricantes de semicondutores para transferirem a produção para os Estados Unidos, de forma a reduzir a dependência de Taiwan e de outros fornecedores asiáticos, que veem como um risco à segurança. Washington quer desenvolver alternativas ao fornecimento pela China de metais raros usados no fabrico de smartphones, turbinas eólicas e outros produtos. Yellen afirmou que os responsáveis chineses “expressaram alguma preocupação” por estas acções norte-americanas e, pelo seu lado, expressou preocupação às autoridades chinesas sobre “actividades coercivas” contra empresas americanas. No sábado, Yellen apelou ainda a He para uma cooperação nas alterações climáticas, no peso da dívida dos países em desenvolvimento e noutros desafios globais. A secretária norte-americana defendeu que os dois governos não devem permitir que divergências sobre o comércio e a segurança prejudiquem as relações económicas e financeiras.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Chuva obriga à retirada de residentes e suspensão de comboios As autoridades japonesas recomendaram ontem a mais de 370 mil residentes, no sudoeste do Japão, para saírem das suas casas, devido à chuva torrencial. A frente de chuva que tem afectado a metade sul do arquipélago japonês causou estragos particularmente significativos na prefeitura de Shimane, onde foram registados 20 transbordamentos de rios e 15 incidentes de aluimento de terras. As autoridades locais pediram a mais de 370 mil pessoas de duas localidades da província que abandonassem as suas casas e se dirigissem a centros de acolhimento, além de recomendar a suspensão de comboios regionais e de alta velocidade. De acordo com a Agência Meteorológica do Japão (JMA), foram registados mais de 100 milímetros de precipitação na região no espaço de seis horas. A polícia e os serviços de socorro estão à procura de possíveis passageiros de um veículo que foi arrastado por um rio, noticiaram os meios de comunicação social locais. As condições meteorológicas também perturbaram os comboios de alta velocidade entre as estações de Hiroxima e Hakata, no sudoeste do país, de acordo com a operadora. A JMA alertou para o risco de inundações contínuas, aluimentos de terra e outros incidentes relacionados com as chuvas torrenciais previstas para todo o domingo nas regiões oeste, sudoeste e centro do país.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Aplaudidas declarações de Camberra sobre projecto do Greater Sunrise Timor-Leste considerou sexta-feira um sinal positivo que a Austrália tenha reconhecido erros no passado na gestão de temas como a fronteira marítima, e tenha reafirmado o seu compromisso com o desenvolvimento do projecto do Greater Sunrise. “É bom reconhecer o passado. Começamos com novos passos, novos princípios, uma cooperação económica e estratégica, olhar para conjuntura política e global, ver onde estamos situados. Esperamos que isto vá ajudar”, disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, Bendito Freitas. “A questão dos recursos de Timor-Leste é muito importante e devemos materializar isto diretamente para o nosso solo, o nosso país, para criar indústrias, empregos e apoiar na diversificação económica”, vincou. Bendito Freitas reagia a um discurso proferido em Díli pela sua homóloga australiana Penny Wong, marcado por referências ao projecto do Greater Sunrise, cujo desenvolvimento poderá vir a ser acordado nos próximos meses. No discurso, Wong reconheceu alguns dos erros passados de anteriores governos australianos relativamente à questão de Timor-Leste, nomeadamente no que toca à fronteira marítima entre os dois países, fechada em 2018. A ministra referiu-se ao passado de todo este longo processo e a ações de anteriores Governos australianos, que “agiram de formas que os timorenses, e muitos australianos, consideraram decepcionantes”. A intervenção de Wong, durante uma curta visita a Timor-Leste, marcou igualmente a declaração mais forte de Camberra até ao momento no que toca ao compromisso de desenvolvimento do poço de Greater Sunrise. Em particular, a chefe da diplomacia mostrou-se particularmente compreensiva relativamente às aspirações de Timor-Leste de que o gasoduto venha para o país, num contexto de consolidação da sua soberania e dos esforços de resiliência democrática. “Entendemos que, para manter a vossa soberania, precisam de ser economicamente resilientes. A chave dessa ambição serão as escolhas soberanas que Timor-Leste fizer agora”, disse Wong. “A Austrália tem estado a ouvir atentamente para compreender as vossas ambições para o Greater Sunrise. Posso assegurar-vos que o compromisso de Timor-Leste com o processamento em terra e com o projeto Tasi Mane da costa sul é claramente compreendido”, admitiu. A petrolífera timorense TIMOR GAP detém a maioria do consórcio o Greater Sunrise, projecto que tem estado parada por desacordos relativamente ao modelo de desenvolvimento, com Timor-Leste a insistir num gasoduto para o país. “A tecnologia está a evoluir e o consórcio está a analisar de novo as opções. É por isso que o seu estudo sobre as opções para o Greater Sunrise deve avançar o mais rapidamente possível”, defendeu. O consórcio do projecto, que envolve ainda a australiana Woodside e a japonesa Osaka Gás, encomendou um estudo detalhado sobre as várias opções de desenvolvimento, que poderá estar concluído até final de agosto. “A declaração [da ministra Wong] é muito forte e esperamos a sua materialização em breve”, disse Bendito Freitas. Numa curta conferência de imprensa antes de regressar à Austrália, Penny Wong foi questionada sobre o Greater Sunrise e ainda sobre aspectos como a posição australiana relativamente à região e à tentativa de influência adicional da China. “Sobre a China, quero dizer o seguinte: fazemos o que fazemos pelo que nós somos e vocês são. Não é sobre outros, é sobre a nossa relação e a nossa região”, disse.
Hoje Macau China / Ásia InternacionalTóquio | Assinalado um ano do assassinato de Shinzo Abe Líderes políticos e empresariais do Japão assinalaram sábado um ano do assassinato do antigo chefe do governo Shinzo Abe, com o actual primeiro-ministro, Fumio Kishida, a defender objectivos políticos urgentes como forma de honrar a vontade do antecessor. No templo budista Zojoji, em Tóquio, Fumio Kishida e os deputados do Partido Liberal Democrático, no poder, bem como representantes dos partidos da oposição e líderes empresariais, assistiram a uma cerimónia fechada, organizada pela viúva de Shinzo Abe, Akie Abe, e família. No local, foram colocadas mesas para o público depositar flores. Fumio Kishida, ao falar aos jornalistas na sexta-feira enquanto prestava tributo, disse que adoptou políticas que não podiam ser adiadas, “como forma de honrar os últimos desejos de Abe”. “Continuarei a trabalhar nisso para cumprir as minhas responsabilidades”, afirmou. No meio de um protesto nacional sobre falta de segurança, a polícia reforçou as medidas de protecção, na sequência de uma investigação que encontrou falhas na forma como Abe era protegido. Em Nara, perto do local onde Abe foi assassinado, dezenas de pessoas alinharam-se para depositarem flores. O suspeito do assassinato, Tetsuya Yamagami, foi detido no local, tendo sido acusado de homicídio e vários outros crimes, incluindo de violar a lei de controlo de armas. A data de início do julgamento está ainda por marcar. Yamagami disse aos investigadores que matou Abe, um dos políticos mais influentes e criticados do Japão, por alegadamente estar ligado a um grupo religioso que odiava.
Hoje Macau China / ÁsiaVeículos eléctricos | BYD cria primeira fábrica fora da Ásia O investimento chinês em tecnologia verde vira-se para o Brasil com investimentos de quase 600 milhões de euros para produzir entre 150 mil a 300 mil veículos por ano A empresa chinesa BYD vai investir três mil milhões de reais (570 milhões de euros) no Brasil, na primeira fábrica de automóveis eléctricos fora da Ásia. A BYD planeia construir um complexo fabril no estado da Baía, no nordeste do Brasil, incluindo uma fábrica de automóveis totalmente eléctricos assim como de híbridos ‘plug-in’, para começar a operar até 2024, indicou num comunicado. A fábrica terá inicialmente capacidade para produzir 150 mil automóveis por ano, com potencial para atingir uma produção anual de 300 mil veículos. O complexo vai ter ainda uma fábrica especializada em chassis para autocarros e camiões eléctricos e uma unidade para processamento de lítio e fosfato de ferro para o mercado internacional. A vice-presidente da BYD, Stella Li Ke, disse que a empresa chinesa tem, também no Brasil, “um pequeno projecto de extração” de lítio, um metal raro essencial para o fabrico de baterias para automóveis eléctricos. A BYD previu que o complexo na Baía gere mais de cinco mil empregos directos, esperando que o investimento atraia fornecedores locais que se poderão especializar em partes e equipamento para veículos eléctricos e híbridos. Stella Li disse, na quarta-feira, numa entrevista à agência de notícias financeiras Bloomberg, que o complexo vai ser “um centro de inovação”: “como possuímos a tecnologia, temos a capacidade de ajudar” os fornecedores locais. Li disse que o mercado do Brasil tem potencial para se desenvolver da forma semelhante ao da China, com veículos híbridos a gradualmente dar lugar a veículos totalmente eléctricos, à medida que a infra-estrutura de carregamento melhora. De confiança As vendas de veículos híbridos ou eléctricos no Brasil representaram apenas 2,5 por cento do total em 2022, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores brasileira, devido à competição dos carros movidos a etanol de cana-de-açúcar. A consultora Bright Consulting disse num relatório que os veículos híbridos ou eléctricos devem representar 7 por cento das vendas de veículos ligeiros até 2030, muito abaixo da média mundial estimada de 37 por cento. O anúncio da BYD surge depois de uma visita do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, à China em Abril, que incluiu uma reunião com a direcção da BYD. “Este é um país em que confiamos e este é um governo em que confiamos”, disse Stella Li numa entrevista em São Paulo, no sul do Brasil. À margem da visita de Lula da Silva, o governador da Baía, Jerónimo Rodrigues Sousa, disse à Lusa em Xangai que gostaria que a BYD recuperasse um parque industrial detido pela norte-americana Ford, em Camaçari. A BYD produz já autocarros elétricos e painéis fotovoltaicos em Campinas, no estado de São Paulo, e tem uma fábrica de baterias para veículos eléctricos em Manaus, capital do estado do Amazonas.
Hoje Macau China / ÁsiaAIEA | Aprovado projecto japonês para libertar água radioactiva O representante da agência internacional assegura que a água libertada é mais segura do que os padrões internacionais exigidos e não representa perigo para saúde das pessoas. China e organizações asiáticas manifestam-se contra as descargas no oceano O director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) declarou-se, na quarta-feira, satisfeito com os planos do Japão para libertar água radioactiva tratada no Oceano Pacífico, apesar da polémica que os envolve. A declaração de Rafael Mariano Grossi foi feita depois de se inteirar, no local, da situação da central nuclear de Fukushima, destruída por um sismo e um maremoto. Grossi observou para onde a água tratada vai ser enviada, através de um aqueduto para uma instalação na costa, onde vai ser diluída com água salgada, e recebeu uma amostra de um teste final. A água vai depois ser libertada a um quilómetro da costa através de um túnel submerso. “Estou satisfeito com o que vi”, disse Grossi, depois de ver o equipamento na unidade para a pretendida descarga, que o Japão pretende começar este Verão. “Não vi questões pendentes”, reforçou. A libertação desta água suscita oposição dentro e fora do Japão. Ao início de quarta-feira, Grossi reuniu-se com autarcas e líderes de associações de pescadores e realçou que a AIEA vai estar presente durante a descarga da água, que deve demorar décadas, para garantir a segurança e responder às preocupações dos residentes. Revelou que vai ser organizada uma presença permanente da AIEA na central, para demonstrar o seu compromisso de longo prazo. A descarga da água não é “um qualquer plano estranho que foi concebido apenas para ser aplicado aqui e vos ser proposto”, disse Grossi, durante a reunião em Iwaki, 40 quilómetros a sua da central. Adiantou que o método está certificado pela AIEA e é aplicado em outros locais do mundo. A AIEA, no seu relatório final sobre o plano de Fukushima, divulgado na terça-feira, conclui que a água tratada, que ainda contém uma porção pequena de radioactividade, é mais segura do que os padrões internacionais e o seu impacto ambiental e na saúde das pessoas vai ser negligenciável. Do contra As organizações locais de pesca rejeitaram o plano, porque se preocupam com o impacto na reputação, mesmo que as suas capturas não estejam contaminadas. O plano tem ainda a oposição de grupos sul-coreanos, chineses e de algumas ilhas do Pacífico, tanto por razões de segurança como políticas. Grossi deve deslocar-se também à Coreia do Sul, à Nova Zelândia e às Ilhas Cook, para aí procurar reduzir a preocupação. O seu objectivo, detalhou, é explicar o que a AIEA está a fazer para garantir que não há problemas. Para procurar reduzir as preocupações quanto à pesca e ao ambiente marinho, Grossi e Tomoaki Kobayakawa, o president da opwradora da central, Tokyo Electric Power Company Holdings, assinaram um acordo para um projecto conjunto que visa determinar o impacto que o trítio, o único radionuclídeo que os técnicos asseguram que não pode ser removido da água pelo tratamento, possa ter. Na Coreia do Sul, dirigentes do governo declararam na quarta-feira que é muito improvável que a água libertada tenha níveis preocupantes de contaminação. Já a China repetiu as suas objecções à libertação da água, em comunicado divulgado na terça-feira, acusando a AIEA de não reflectir todos os pontos de vista e o Japão de tratar o Oceano Pacífico como uma lixeira. Um sismo e um maremoto, ocorridos em 11 de Março de 201, destruíram os sistemas de arrefecimento da central, o que provocou a fusão de três reactores e a contaminação da água para arrefecimento, que tem estado em escorrimento permanente. A água tem estado a ser recolhida, tratada e armazenada em cerca de mil tanques, que vão atingir a sua capacidade no início de 2024. Depois de se reunir com Grossi, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que o Japão vai continuar a dar “explicações detalhadas baseadas em evidências científicas, com um elevado grau de transparência, tanto interna como externamente”.
Hoje Macau China / ÁsiaVice-presidente da China reúne com vice-presidente da Guiné Equatorial O vice-presidente chinês, Han Zheng, reuniu-se ontem com o vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang Mangue, em Pequim. Han disse que, graças aos esforços dos dois chefes de Estado, a China e a Guiné Equatorial viram o desenvolvimento profundo de sua parceria cooperativa abrangente. A China considera a Guiné Equatorial uma amiga sincera e parceira confiável, disse Han,citado pela Xinhua, pedindo aos dois países que continuem a apoiar-se firmemente na salvaguarda dos respectivos interesses centrais, fortaleçam a troca de experiências na governança do Estado, melhorem os intercâmbios amistosos em todos os níveis, aprofundem a cooperação pragmática em vários campos e elevar as relações bilaterais a um novo patamar. Nas actuais circunstâncias, a solidariedade entre a China e a Guiné Equatorial é inestimável. Os dois lados devem trabalhar juntos para salvaguardar os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento e a paz e o desenvolvimento em nível mundial, acrescentou o vice-presidente chinês. Mangue afirmou que a Guiné Equatorial e a China compartilham uma amizade fraterna. O responsável da Guiné- Equatorial expressou sua sincera gratidão à China por assumir a liderança em ajudar o país durante a luta contra a pandemia da COVID-19, o que reforçou ainda mais a amizade tradicional entre os dois países. A Guiné Equatorial considera a China uma parceira estratégica, respeita o princípio de Uma Só China, compromete-se firmemente a aprofundar a cooperação amistosa com a China e está disposta a fortalecer a coordenação com a China e a salvaguardar os propósitos e princípios da Carta da ONU, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaCheias | Pelo menos 15 mortos e quatro desaparecidos Pelo menos 15 pessoas morreram no Sudoeste da China e quatro foram dadas como desaparecidas, na sequência de chuvas torrenciais no sudoeste do país, informou ontem a agência de notícias Xinhua. As chuvas “mataram 15 pessoas e causaram o desaparecimento de quatro no município de Chongqing, no sudoeste da China”, de acordo com um relatório das autoridades locais, citado pela agência. A confirmação da existência de vítimas surgiu um dia depois de os serviços meteorológicos terem alertado para possíveis catástrofes provocadas pelas chuvas, que atingiram grande parte do centro e sudoeste da China, ao mesmo tempo que foram batidos recordes de temperatura. O Presidente chinês, Xi Jinping, “sublinhou que os principais responsáveis a todos os níveis devem assumir a liderança no combate às inundações, colocando a segurança das pessoas e dos bens em primeiro lugar e esforçando-se por minimizar quaisquer perdas”, acrescentou a Xinhua. Como sinal da extensão dos danos, uma ponte ferroviária desmoronou-se parcialmente na terça-feira, devido à chuva em Chongqing, cidade-província com uma população de 31 milhões de habitantes, noticiou a Xinhua. Na província vizinha de Sichuan, mais de 460 mil pessoas foram afectadas pelas chuvas torrenciais desta semana, acrescentou a agência na terça-feira. De acordo com as autoridades, cerca de 85 mil pessoas foram retiradas das suas casas devido às chuvas, prevendo-se para esta semana “inundações repentinas nas zonas montanhosas” e “possíveis aluimentos de terras em alguns locais”.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim opõe-se à venda de armas dos Estados Unidos A política norte-americana voltou a ser severamente criticada pelas autoridades chinesas, acusando o governo dos EUA de interferência grosseira nos assuntos internos do país. O Ministério da Defesa da China manifestou ontem “firme oposição” à venda de armas dos Estados Unidos a Taiwan. “A China opõe-se firmemente à venda de armas dos EUA a Taiwan e apresentou protestos severos junto das autoridades norte-americanas”, declarou o porta-voz do Ministério Tan Kefei, em conferência de imprensa. “Os EUA estão a ignorar as principais preocupações da China, ao interferir de forma grosseira nos assuntos internos da China e ao aumentar deliberadamente as tensões no estreito de Taiwan. Isto equivale a acelerar a transformação de Taiwan num ‘barril de pólvora’ e a empurrar o povo taiwanês para o abismo do desastre”, acrescentou. Pequim instou os EUA a “respeitarem o princípio de uma só China” e a “deixarem imediatamente de vender armas” a Taipé. A China apelou igualmente para que “ponham termo a qualquer forma de conluio militar entre os EUA e Taiwan e honrem seriamente o compromisso de não apoiar a independência de Taiwan”. Negócio fechado O Departamento de Estado norte-americano anunciou, na sexta-feira, ter aprovado uma possível venda de armas a Taiwan no valor de 440 milhões de dólares. “A proposta de venda deste equipamento e apoio não vai alterar o equilíbrio militar de base na região”, lê-se no comunicado do Departamento de Estado norte-americano. A escalada da tensão na região começou com a viagem à ilha da ex-presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos Nancy Pelosi, em Agosto do ano passado, e agravou-se na sequência da visita da líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, aos EUA, onde se reuniu com vários congressistas norte-americanos, apesar dos avisos de Pequim. Taiwan tem um Governo autónomo desde 1949, mas a China considera o território sob a sua soberania. A política de Pequim em relação a Taipé tem sido, até à data, a de uma reunificação pacífica, ao abrigo do princípio “Um país, dois sistemas”.