Hoje Macau China / ÁsiaMoçambique | China e Portugal com mais de 20% da dívida pública externa Mais de 20 por cento da dívida externa contraída por Moçambique até final de Junho era com a China e Portugal, totalizando quase 2.000 milhões de euros, segundo dados de um relatório governamental Até ao final de Junho, mais de um quinto de toda a dívida pública externa moçambicana era com Portugal e China, numa quantia de quase 2 mil milhões de euros, de acordo com um relatório governamental a que a Lusa teve acesso. De acordo com o relatório sobre a dívida pública, do Ministério da Economia e Finanças, Moçambique tinha no final do primeiro semestre um ‘stock’ de dívida pública contraída externamente num valor total superior a 10.215 milhões de dólares (9.663 milhões de euros), uma redução de 2,9 por cento face ao primeiro trimestre. Desse total, 52,1% correspondia a dívida pública externa contraída junto de credores multilaterais, no valor global de 5.326 milhões de dólares (5.038 milhões de euros), um aumento de 6,5 por cento face ao primeiro trimestre. Contudo, só 3.045 milhões de dólares (2.890 milhões de euros) correspondem ao financiamento da Associação Internacional de Desenvolvimento, do grupo Banco Mundial. Já o peso dos credores bilaterais é de 39 por cento do total da dívida pública externa, que ascendia no final de Junho a 3.988 milhões de dólares (3.784 milhões de euros), menos quase 1 por cento face ao final de Março. Outras balanças Só a China representava 15,8 por cento de toda a dívida pública externa de Moçambique, totalizando mais de 1.616 milhões de dólares (1.533 milhões de euros), inalterada face ao primeiro trimestre, enquanto Portugal representava 4,4 por cento do total, no valor de 452,3 milhões de dólares (429 milhões de euros), uma redução de 4,7 por cento no espaço de três meses. Entre outros credores bilaterais da dívida pública externa moçambicana estão ainda a Líbia, com 253,3 milhões de dólares (429,1 milhões de euros), Angola, com 61,4 milhões de dólares (58,2 milhões de euros), o Brasil, com 47,4 milhões de dólares (44,9 milhões de euros), ou a Rússia, com praticamente 56 milhões de dólares (53,1 milhões de euros).
Hoje Macau China / ÁsiaBolsa | Venda de títulos chineses agrava fuga de capital Investidores estrangeiros venderam o equivalente a 3,1 mil milhões de euros em acções de empresas cotadas na China, na semana passada, após o país ter registado em Setembro a maior fuga de capitais desde 2016, segundo um relatório. De acordo com o banco de investimento norte-americano Goldman Sachs, a fuga de capitais da segunda maior economia do mundo ascendeu este mês ao equivalente a 4,8 mil milhões de euros. Na semana passada, o índice CSI 300, que reúne as maiores empresas cotadas na China, caiu 4,2 por cento, aproximando-se do nível mais baixo dos últimos 12 meses. “Com as taxas de juro mais altas por mais tempo nos Estados Unidos e a necessidade de maior flexibilização da política monetária na China, a pressão para a saída de capitais e a depreciação [da moeda chinesa, o yuan] vai persistir”, afirmaram os economistas do Goldman Sachs, num outro relatório publicado ontem. Cerca de 75 mil milhões de dólares (mais de 70 mil milhões de euros) saíram do país em Setembro, a maior saída líquida desde 2016, de acordo com o banco norte-americano, que utiliza a sua própria medida do fluxo monetário transfronteiriço. Esta saída ocorreu depois de uma fuga de 42 mil milhões de dólares em Agosto (quase 40 mil milhões de euros), quando tanto a balança de capitais como a balança corrente registaram défices. Apesar do elevado excedente nas trocas comerciais entre a China e o resto do mundo, o país registou uma entrada líquida de 15 mil milhões de dólares em Setembro, contra 26 mil milhões de dólares em Agosto, o que sugere que as empresas mantiveram parte das suas receitas de exportação fora do país, face à depreciação da moeda chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaTsingtao | Investigado funcionário por urinar nas matérias-primas A fábrica de cerveja chinesa Tsingtao anunciou que abriu uma investigação depois de um vídeo que mostra um trabalhador da fábrica a urinar nas matérias-primas se ter tornado viral na semana passada. As imagens, publicadas ‘online’ na quinta-feira, mostram alegadamente um trabalhador do armazém da Tsingtao Brewery Co, um dos maiores fabricantes de cerveja da China, a subir para um grande contentor e a aliviar-se no seu conteúdo. O vídeo circulou nas redes sociais chinesas, registando dezenas de milhões de visualizações na popular plataforma Weibo. A Tsingtao disse na sexta-feira que contactou a polícia sobre o incidente e que estava a decorrer uma investigação. “A nossa empresa atribui grande importância ao vídeo”, afirmou o fabricante de cerveja num comunicado. “Comunicámos o incidente à polícia o mais rapidamente possível e os órgãos de segurança pública estão envolvidos na investigação”, acrescentou. “Actualmente, o lote de malte em questão foi totalmente selado. A empresa continua a reforçar os seus procedimentos de gestão e a garantir a qualidade dos seus produtos, acrescentou”. A Tsingtao, o segundo maior fabricante de cerveja da China, é uma das marcas de bebidas mais conhecidas do país e pode ser encontrada na maioria dos bares e restaurantes da Ásia. Nos últimos anos, a empresa cotada em Hong Kong procurou capitalizar a mudança de gostos dos jovens bebedores chineses, diversificando para cervejas artesanais e outros produtos.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas convocam embaixador chinês devido a incidente com navios O Governo de Manila convocou ontem o embaixador chinês no país, após duas colisões entre navios chineses e filipinos no disputado mar do Sul da China, informou uma representante da diplomacia das Filipinas. “Estamos a fazer pleno uso dos [mecanismos] diplomáticos (…) à nossa disposição. Isto inclui a convocação do embaixador chinês, o que fizemos esta manhã”, declarou ontem a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros das Filipinas. Teresita Daza disse numa conferência de imprensa que, como o embaixador chinês Huang Xilian se encontrava ausente da capital, foi o número dois da missão diplomática da China nas Filipinas a participar na reunião. O atol Ayungin “faz parte da nossa zona económica exclusiva e plataforma continental, e temos direitos soberanos e jurisdição sobre ela”, acrescentou Daza, usando o nome filipino do atol. No sábado, as Filipinas criticaram a guarda costeira chinesa após uma embarcação colidir com um navio de abastecimento filipino perto de uma pequena guarnição no disputado mar do Sul da China. “As manobras perigosas de bloqueio do navio 5203 da guarda costeira chinesa provocaram a colisão com o navio de abastecimento […] contratado pelas Forças Armadas das Filipinas” nas Spratlys, a cerca de 25 quilómetros do atol Second Thomas Shoal, onde está estacionada a Marinha filipina, referiu um grupo de trabalho governamental. Quem te avisa O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês acusou Manila de ter provocado deliberadamente a colisão, afirmando que a embarcação filipina “ignorou vários avisos” da guarda costeira chinesa e “causou deliberadamente problemas” antes da colisão. Numa nota do Departamento de Estado divulgada na noite de domingo, os Estados Unidos afirmaram a solidariedade para com as Filipinas face “às acções perigosas e ilegais” da guarda costeira chinesa. Os Estados Unidos acusaram os navios chineses de “violarem o direito internacional ao interferirem intencionalmente com o exercício da liberdade de navegação em alto mar por parte dos navios filipinos”. Washington lembrou que o artigo IV do Tratado de Defesa Mútua EUA-Filipinas, de 1951, se estende a ataques armados contra as forças armadas, embarcações públicas e aeronaves filipinas – incluindo as da sua Guarda Costeira – em qualquer parte do mar do Sul da China. A conduta da guarda costeira chinesa, considera o Departamento de Estado, pôs em risco a segurança dos membros da tripulação filipina e impediu que os abastecimentos essenciais chegassem ao destino. O Departamento de Estado criticou o que chamou de provocações da guarda costeira chinesa no mar do Sul da China para “fazer valer as suas reivindicações marítimas expansivas e ilegais”, reflectindo o desrespeito por outros Estados que operam legalmente na região.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Governo quer cortar impostos às famílias e incentivar empresas O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, disse ontem estar a preparar uma redução no imposto sobre o rendimento das famílias, afectado pela inflação, assim como incentivos fiscais para encorajar as empresas nipónicas a investir No discurso de abertura do novo ano parlamentar, Kishida defendeu que é altura de mudar de uma economia de baixos salários e redução de custos para uma economia apoiada pelo crescimento criado por aumentos salariais sustentáveis e investimento. “Estou determinado a tomar medidas ousadas sem precedentes (…). Colocarei mais ênfase na economia do que em qualquer outra coisa”, disse o chefe de Governo. Kishida prometeu um esforço intensivo para alcançar uma capacidade de produção mais forte no espaço de cerca de três anos. O primeiro-ministro garantiu ainda estar determinado a ajudar as famílias a superar o impacto do aumento dos preços dos alimentos e serviços públicos, através da implementação de cortes no imposto sobre o rendimento. Kishida também se comprometeu a introduzir incentivos fiscais às empresas para encorajar aumentos salariais e investimento. Os líderes da oposição acusaram o primeiro-ministro de tentar, com estas promessas, comprar votos, depois do partido que o apoia, o Partido Liberal Democrata, ter perdido um assento no parlamento em eleições parciais realizadas no domingo. “Os resultados mostram claramente que muitos eleitores estão insatisfeitos com o atraso nas medidas económicas do Governo para combater o aumento dos preços”, disse Jun Azumi, um deputado do Partido Democrático Constitucional, da oposição. Andar à pesca Fumio Kishida negou que a proposta de redução de impostos tenha propósitos eleitorais e diz que faz parte de um novo pacote de estímulo económico que pretende anunciar até ao final do mês. “Agora é a altura de me concentrar nisso e não estou a pensar em mais nada”, disse o primeiro-ministro aos jornalistas, após o fim da sessão parlamentar. Ainda durante o discurso, Kishida reiterou a necessidade de fortalecer as forças armadas do Japão, apontados para conflitos como a invasão da Ucrânia pela Rússia e a guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza. O chefe do Governo também instou a China a suspender imediatamente a proibição de importações japonesas de marisco, imposta em Agosto, quando a central nuclear de Fukushima começou a libertar no mar águas residuais radioactivas tratadas. As autoridades do Japão estão a trabalhar para encontrar novos mercados para a indústria pesqueira japonesa e reduzir a dependência da China, disse Kishida.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Primeiro-ministro australiano visita China em Novembro O primeiro-ministro australiano anunciou que vai visitar a China no início de Novembro, uma informação avançada horas antes de voar para os Estados Unidos para se encontrar com o Presidente norte-americano. Anthony Albanese tem na agenda deslocações a Pequim e Xangai O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, anunciou no fim-de-semana que irá visitar a China no início do próximo mês. O gabinete do governante australiano também disse que a China concordou em rever as tarifas que colocou sobre o vinho australiano e que bloquearam desde 2020 o comércio com o maior mercado de exportação dos produtores de vinho. Albanese será o primeiro primeiro-ministro australiano a visitar a China em sete anos quando viajar para Pequim e Xangai de 4 a 7 de Novembro. Na agenda consta uma reunião com o Presidente, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Qiang, em Pequim, para depois participar na China International Import Expo em Xangai. A visita à China é um potencial avanço na disputa sobre o vinho e na normalização das relações bilaterais desde que o Partido Trabalhista de centro-esquerda de Albanese ganhou as eleições no ano passado, após nove anos de governo conservador na Austrália. “Estou ansioso por visitar a China, um passo importante para assegurar uma relação estável e produtiva”, afirmou Albanese num comunicado. “Congratulo-me com os progressos alcançados no sentido de devolver os produtos australianos, incluindo o vinho australiano, ao mercado chinês. Um comércio forte beneficia ambos os países”, acrescentou Albanese. Usa flores no cabelo Albanese aceitou um convite há semanas para visitar a China este ano, mas encontrar datas adequadas tem sido um desafio. O governante está de visita a Washington, D.C., para se encontrar com Biden esta semana e vai regressar aos Estados Unidos após a viagem à China para participar no fórum de líderes da Cooperação Económica Ásia-Pacífico em São Francisco, de 15 a 17 de Novembro. Esta será a nona vez que Biden se encontra com Albanese enquanto primeiro-ministro. A primeira reunião teve lugar em Tóquio, horas depois de Albanese ter tomado posse como líder do Governo em Maio do ano passado. As discussões desta semana deverão abranger o acordo AUKUS, no âmbito do qual os Estados Unidos e o Reino Unido vão cooperar para fornecer à Austrália uma frota de submarinos equipados com tecnologia nuclear norte-americana para fazer face a uma China mais assertiva. Os líderes também vão discutir uma maior cooperação em matéria de energia limpa, minério considerado essencial e combate às alterações climáticas.
Hoje Macau China / ÁsiaDe pintura rupestre ao “metaverso”, empresário brasileiro busca oportunidades na China Usando um dispositivo RV (realidade virtual), como se estivesse numa caverna antiga no Brasil, pinturas rupestres começam a aparecer. A única barreira é a impossibilidade de interagir com humanos antigos, mas a criação de uma pintura rupestre é uma experiência ao alcance do Homem quotidiano. Este foi o mundo que o brasileiro Alexandre Silva mostrou aos participantes da Conferência Mundial sobre Indústria de RV 2023. A conferência realizou-se nos dias 19 a 20 de Outubro na província de Jiangxi, no leste da China, atraindo mais de 3 mil “insiders” e especialistas industriais de todo o mundo. Alexandre Silva é CEO da VRXP – Consultancy & Production, uma empresa brasileira que se concentra em grandes produções de eventos RX (abrangendo Relidade Virtual e Realidade Aumentada) e na criação de design de experiências RX. Em declarações à agência Xinhua, o empresário levantou um pouco o véu sobre a apresentação que fez em Jiangxi, que resultou de uma coprodução que ganhou prémios internacionais em França este ano. A experiência interactiva chama-se Ink & Fire. “Nos tempos antigos, as pessoas pintavam nas paredes com as mãos e ferramentas. Temos no Brasil a maior colecção de pinturas rupestres do hemisfério sul. Para fazer os possíveis para restaurar essas pinturas especiais, a minha equipa tirou 300 mil fotos que permitem ao público ‘presenciar’ esse património. Espero que mais chineses possam aprender sobre a cultura e a história brasileiras”, afirmou. De regresso Durante a conferência, Alexandre Silva tomou conhecimento de uma série de projectos de cooperação da indústria de RV lançados pelos governos locais chineses. “Esses projectos envolvem educação, pesquisa científica, turismo, jogos e outros aspectos, mostrando que o mercado de aplicações de RV da China tem uma perspectiva ampla”, acrescentou. O empresário considera que os profissionais brasileiros enfrentam um desafio comum – a maioria do conteúdo de RV de qualidade do mundo está em inglês, e muitas pessoas no Brasil não falam inglês. Como tal, a sua empresa planeia traduzir mais conteúdo de RV de alta qualidade em português como próximo passo.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | China preocupada com escalada da situação em Gaza A China afirmou ontem que está a encarar a situação em Gaza com “grande preocupação” devido ao risco crescente de ocorrer um conflito em grande escala, através da expansão para as fronteiras vizinhas Pequim está a acompanhar o desenrolar da situação em Gaza com “grande preocupação”, nomeadamente face à ameaça crescente do conflito se alargar aos países vizinhos. Citado pela televisão estatal chinesa CCTV, o enviado especial de Pequim para o Médio Oriente, Zhai Jun, que se encontra em visita à região, alertou para a possível propagação do conflito a nível regional e internacional, especialmente ao longo das fronteiras do Líbano e da Síria, o que está a criar um quadro preocupante. Durante a Cimeira da Paz do Cairo, no sábado, Zhai exortou a comunidade internacional a estar “altamente vigilante” sobre a situação e a tomar medidas imediatas para garantir o cumprimento rigoroso do Direito humanitário internacional. O enviado especial chinês exortou a comunidade internacional a evitar uma grave catástrofe humanitária e a “trabalhar em conjunto para controlar a situação”. Zhai manifestou o empenho da China em fazer “tudo o que for necessário” para promover o diálogo, alcançar um cessar-fogo e restabelecer a paz na região, sublinhando a importância de se avançar para uma solução que inclua dois Estados e uma resolução justa e duradoura para o conflito. É a falar O responsável realçou a vontade chinesa de manter uma comunicação estreita com a comunidade internacional, incluindo os países árabes, e a sua intenção de visitar os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita, a Jordânia e outros países da região, a fim de reforçar a coordenação regional para pôr termo à crise. Num encontro anterior, que ocorreu no dia 19 de Outubro no Qatar, com o seu homólogo russo, Mikhail Bogdanov, o diplomata chinês afirmou que a “raiz do actual conflito entre Israel e a Palestina se deve à falta de garantias dos direitos do povo palestiniano”. Ele assegurou que o país asiático vai procurar promover, em conjunto com a Rússia, o “arrefecimento” da situação em Gaza o mais rapidamente possível.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Construtora Country Garden falha pagamento de obrigação A construtora chinesa Country Garden falhou ontem o prazo final para o pagamento do cupão de uma obrigação em dólares, segundo o jornal Financial Times, tornando-se na mais recente vítima da crise no sector imobiliário do país asiático. Detentores de obrigações da empresa citados pelo jornal britânico afirmaram que não receberam o pagamento dos juros devidos até à meia-noite de terça-feira, correspondentes a uma obrigação no valor de 500 milhões de dólares, com vencimento em Setembro de 2025. A Contry Garden deveria ter efectuado um pagamento de 15,4 milhões de dólares esta semana. Um porta-voz reiterou na quarta-feira que a empresa “não vai ser capaz de cumprir todas as suas obrigações de reembolso de dívida no exterior”. A Country Garden, a maior construtora de imobiliário da China em termos de vendas entre 2017 e 2021, tem estado a lutar para evitar o incumprimento há semanas. O abrandamento do sector imobiliário na China, que se acelerou na sequência do incumprimento do grupo Evergrande em 2021, tem prejudicado as construtoras chinesas e pesado sobre o crescimento da economia chinesa. Vários projectos permanecem inacabados e houve uma queda acentuada nas transações de imóveis e uma perda generalizada de confiança no sector, que gera mais de um quarto da actividade económica da China e é o mais importante veículo de investimento das famílias. O investimento em imobiliário nos primeiros nove meses do ano registou uma contração de 9,1 por cento, em termos homólogos. A dívida da Country Garden emitida nos mercados internacionais ascende a 11 mil milhões de dólares, enquanto o passivo total da empresa era de cerca de 200 mil milhões de dólares no final de Junho. A empresa consta na lista das 500 maiores empresas do mundo da Forbes e a sua chefe, Yang Huiyan, era até recentemente a mulher mais rica da Ásia.
Hoje Macau China / ÁsiaFernanda Ilhéu | Economista quer ver mais produtos portugueses legais na China Economista, docente universitária e presidente da Associação Amigos da Nova Rota da Seda, sediada em Portugal, Fernanda Ilhéu participou no III Fórum Faixa e Rota para Cooperação Internacional e falou com os media chineses sobre o evento, o trabalho da sua Associação e as relações China-Portugal, sublinhando que no campo das relações comerciais a balança tende demasiado para um dos lados. Começando por fazer um balanço positivo da sua participação no evento, Fernanda Ilhéu afirmou que a iniciativa chinesa permite obter uma “imagem mais global” dos acontecimentos actuais e expressou o desejo de que a iniciativa mantenha “uma estratégia de desenvolvimento sustentável” e que crie “confiança nos diversos países para continuarem a trabalhar em conjunto”. A Associação Amigos da Rota da Seda, instituição a que preside, é um think tank que, explica, analisa a cooperação Portugal-China e estuda possibilidade de desenvolver essa cooperação no contexto do memorando de entendimento assinado entre os dois países aquando da visita de Xi Jinping a Portugal em 2018. “Fazemos permanentemente conferências, estudos, almoços de networking, várias iniciativas que divulgam o que está a acontecer e analisam o que pode ser feito”, expande. “Existe uma vontade de cooperar, tem existido nos últimos anos bastante investimento da China em Portugal, nós esperamos que continue”, afirma. Essa disponibilidade, elabora, existe no sector empresarial e governamental. “Por exemplo, durante a Covid houve uma boa cooperação entre o governo português e chinês, primeiro na ajuda à China e depois na ajuda da China a Portugal”. No sector do “ensino da língua portuguesa, existem cerca de 60 universidades na China com estudos de português, existe uma boa colaboração a nível das trocas culturais. Também ao nível do turismo começamos agora a ver outra vez o turismo chinês a chegar a Portugal. Os investimentos da China em Portugal têm sucesso, portanto, estou a falar da participação de empresas chinesas no capital de empresas portuguesas”. “As empresas portuguesas, que têm parcerias com a China, estão satisfeitas com esses parceiros e têm fortalecido as suas empresas, têm criado dimensão e têm expandido a sua actividade internacional. Nesses sectores do investimento destacamos a energia, a saúde, a parte financeira, a parte da construção, portanto, tem variado”, prossegue. No entanto, a entrevistada deixa a ressalva de que “existe um aspecto que não tem tido muito sucesso, que é o aspecto comercial”. “A nossa balança de pagamentos está muito deficitária e existem muitos produtos que nós poderíamos vender à China se tivéssemos licenças de importação do lado chinês. Os produtos, muitas vezes, têm clientes, mas não podem entrar na China porque não têm certificado, não têm licença. Mas era importante que fosse desbloqueado, são problemas burocráticos, que por vezes levam muitos anos e nós não compreendemos porque é que estão tanto tempo parados”, adverte. Fernanda Ilhéu conclui as suas declarações destacando o potencial da cooperação trilateral entre Portugal, a China e os países de língua portuguesa. “Penso que poderia haver uma maior colaboração trilateral, e penso que deveria haver maior trabalho do governo português, do governo chinês, das empresas portuguesas e das empresas chinesas, no sentido de, em conjunto, encontrarem modelos de negócio e de desenvolvimento em colaboração com esses países de língua portuguesa, nomeadamente com os países africanos de língua portuguesa”, conclui. in Diário do Povo (editado)
Hoje Macau China / ÁsiaAvião de vigilância canadiano “expulso” dos céus chineses Um avião canadiano CP-140 entrou ilegalmente no espaço aéreo chinês sobre o ilhéu Chiwei e aproximou-se várias vezes da zona marítima próxima da China Oriental e do Estreito de Taiwan. “A Força Aérea chinesa tratou do assunto em plena conformidade com a lei”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional chinês, Wu Qian, na quarta-feira, depois de o Ministro da Defesa canadiano, Bill Blair, ter alegadamente classificado a intercepção como “inaceitável, perigosa e imprudente”. “O lado canadiano está a exagerar a questão e a ignorar os factos, com o objectivo de confundir a opinião pública internacional. As ilhas Diaoyu e as suas ilhas afiliadas são território inerente à China. As acções do Canadá infringem gravemente a soberania da China e ameaçam a sua segurança nacional. Podem facilmente dar origem a mal-entendidos e erros de avaliação, são de natureza flagrante e extremamente perigosas”, afirmou Wu. “A China condena veementemente esta situação e apresentou uma representação severa junto do Canadá, referiu, advertindo a parte canadiana para pôr termo a qualquer comportamento provocatório a fim de evitar uma escalada da situação. Alegando estar a realizar uma missão para controlar o embargo económico imposto pela ONU à Coreia do Norte, o avião de vigilância canadiano, um CP-140 Aurora, terá sido interceptado várias vezes durante a sua patrulha de oito horas ao largo e em torno da costa chinesa na segunda-feira. Enquanto o Canadá está a dar destaque ao incidente com o avião CP-140, o Departamento de Defesa dos EUA realizou na terça-feira uma conferência de imprensa e divulgou algumas imagens e vídeos recentemente desclassificados de comportamentos operacionais coercivos e arriscados do PLA ao longo do último ano contra aviões americanos que operavam legalmente no espaço aéreo internacional nas regiões do Mar da China Oriental e do Sul. Ely Ratner, secretário adjunto da Defesa para os Assuntos de Segurança do Indo-Pacífico, afirmou na conferência de imprensa que “desde o outono de 2021, assistimos a mais de 180 incidentes deste tipo, mais nos últimos dois anos do que na década anterior… E quando leva em consideração os casos de intercepções coercitivas e arriscadas do PLA contra outros estados, o número aumenta para quase 300 casos contra aeronaves dos EUA, aliados e parceiros nos últimos dois anos”. Quando questionado sobre se o Pentágono encoraja os aliados e parceiros a divulgar ao público os comportamentos inseguros dos chineses, para que o público possa compreender melhor o que os chineses estão a fazer, Ratner disse aos meios de comunicação social: “A nossa posição é que essa é a história que eles têm para contar, são as decisões soberanas que eles têm de tomar sobre a divulgação dessa informação. Penso que, na nossa perspectiva, acreditamos que a transparência em torno desta questão é importante para uma melhor compreensão deste comportamento”. O almirante John C. Aquilino, comandante do Comando Indo-Pacífico dos EUA, também mencionou na conferência de imprensa outra questão semelhante, em que a Guarda Costeira da China impediu os navios filipinos de invadir as águas perto do Ren’ai Jiao da China (também conhecido como Ren’ai Reef) no Mar do Sul da China. “Os EUA, o Canadá e as Filipinas cooperaram e coordenaram-se obviamente para criar uma opinião pública negativa sobre a China. Pode-se ver que os EUA estão a reunir aliados para lançar uma ofensiva de opinião pública sobre a ‘ameaça da China’, disse Zhuo Hua, um especialista em assuntos internacionais da Escola de Relações Internacionais e Diplomacia da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaChina acusa EUA de causar enormes perdas com limites no acesso a chips avançados A China fez ontem duras críticas à última actualização pelo departamento de Comércio dos Estados Unidos sobre controlos de exportação, que impedem a exportação para o país asiático de ‘chips’ semicondutores avançados e do equipamento necessário para os fabricar. A revisão das regras pelo Governo norte-americano foram anunciadas na terça-feira, cerca de um ano depois de os controlos de exportação terem sido lançados pela primeira vez, para evitar a utilização de ‘chips’ com utilização militar, incluindo o desenvolvimento de mísseis hipersónicos e inteligência artificial. O ministério do Comércio da China afirmou que os controlos são “impróprios” e instou Washington a levantá-los o mais rapidamente possível. A mesma fonte disse que, uma vez que a indústria de semicondutores é altamente globalizada, as restrições impostas aos ‘chips’ utilizados em sistemas de inteligência artificial e outras aplicações avançadas estão a impedir o comércio normal e as actividades económicas. As restrições violam as regras do comércio internacional e “ameaçam seriamente a estabilidade das cadeias de abastecimento industrial”, afirmou, em comunicado. “As empresas de semicondutores dos EUA sofreram enormes perdas e as empresas de semicondutores de outros países também foram afectadas”, lê-se na mesma nota. O ministério do Comércio chinês afirmou que Pequim vai tomar “todas as medidas necessárias” para salvaguardar os seus direitos e interesses, sem dar quaisquer pormenores. Numa conversa com os jornalistas, a secretária do Comércio dos EUA, Gina Raimondo, disse que as restrições se destinam a proteger as tecnologias com claras implicações para a segurança nacional ou os direitos humanos. “A grande maioria dos semicondutores permanece sem restrições. Mas quando identificarmos ameaças à segurança nacional ou aos direitos humanos, agiremos de forma decisiva e em conjunto com os nossos aliados”, apontou. As actualizações resultaram de consultas com a indústria e da realização de análises tecnológicas. Vai agora existir uma zona cinzenta que será monitorizada para detectar ‘chips’ que possam ser utilizados para fins militares, mesmo que não satisfaçam os limiares das limitações comerciais. As exportações de circuitos integrados para empresas sediadas em Macau ou em qualquer outro local sujeito a um embargo de armas pelos EUA podem também ser restringidas, visando evitar que os países e regiões em causa contornem os controlos e forneçam circuitos integrados à China. As actualizações também introduzem novos requisitos que tornam mais difícil para a China fabricar ‘chips’ avançados noutros países. A lista de equipamento de fabrico abrangido pelos controlos de exportação também foi alargada, entre outras alterações. Raimondo afirmou que os limites impostos a estes chips não se destinam a prejudicar o crescimento económico da China. Numa reunião realizada em agosto, Raimondo e os seus homólogos chineses concordaram em trocar informações sobre os controlos das exportações. Está prevista a participação de funcionários chineses numa cimeira do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico em São Francisco, em novembro. O Presidente Joe Biden sugeriu que poderia reunir-se à margem da cimeira com o Presidente chinês Xi Jinping, embora a reunião ainda não tenha sido confirmada. Os dois líderes reuniram-se no ano passado após a cimeira do G20 em Bali, na Indonésia, pouco depois de terem sido anunciados os controlos das exportações.
Hoje Macau China / ÁsiaFórum Faixa e Rota termina com acordos de 97,2 mil milhões O 3º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota terminou ontem em Pequim com acordos comerciais no valor de 97,2 mil milhões de dólares, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi. Wang declarou numa conferência de imprensa que o fórum foi “um sucesso total”, uma vez que “todas as questões da agenda” foram abordadas, o que mostrou aos representantes dos 110 países presentes que “não vieram falar por falar”. O ministro afirmou ainda que a China está empenhada em construir uma “economia global aberta” e em desenvolver uma “economia digital com um ambiente não discriminatório”. Segundo o chefe da diplomacia chinesa, o Fórum terminou ainda com 458 acordos e mais de cem mil oportunidades de formação. Xi Jinping, Presidente da China, disse que o país vai abrir ainda mais o “comércio transfronteiriço e o investimento nos serviços e expandir o acesso ao mercado de produtos digitais” e reformar as empresas estatais e grupos que atuam na economia digital, os direitos de propriedade intelectual e os contratos públicos. De acordo com dados do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, a iniciativa lançou mais de 3.000 projetos na última década, com um investimento conjunto de cerca de um bilião de dólares, e criou 420.000 postos de trabalho. Designado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como o “projecto do século”, em 2013, a iniciativa foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. A construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas voltaria a ligar o leste da Ásia e a Europa, através da Ásia Central. Mas a iniciativa tornou-se, entretanto, no principal programa da política externa de Xi Jinping. Na última década, mais de 150 países em todo o mundo aderiram à Faixa e Rota. Segundo um estudo realizado pela AidData, unidade de pesquisa sobre financiamento internacional, com sede nos Estados Unidos, nos primeiros cinco anos desde o lançamento (2013-2017), a China financiou, em média, 83,5 mil milhões de dólares por ano em projetos de desenvolvimento no estrangeiro, cimentando a liderança como principal financiadora internacional. O aumento líquido, de 31,3 mil milhões de dólares por ano, em relação aos cinco anos anteriores (2008-2012), é equivalente ao financiamento anual médio dos Estados Unidos, que ocupam a segunda posição, no período 2013-2017.
Hoje Macau China / ÁsiaWang Yi | “Modernizar o mundo em conjunto” “O terceiro Fórum Faixa e Rota para Cooperação Internacional regista outro marco importante no processo de construção conjunta da Iniciativa Faixa e Rota, afirmou o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, na quarta-feira, destacando o “sucesso total” do fórum. “O consenso mais importante alcançado neste fórum é abrir uma nova etapa de cooperação de alta qualidade”, disse Wang.” A nova etapa de cooperação criará ainda mais oportunidades para a economia global e tornar-se-á uma vantagem para a situação global. “A maior visão deste fórum é modernizar o mundo em conjunto”, disse Wang. “A Iniciativa Faixa e Rota (IFR) criou uma plataforma de cooperação para o desenvolvimento comum e ajudou muitos países em desenvolvimento a acelerar a sua marcha em direção à modernização”. Durante o fórum, foram alcançados um total de 458 resultados, muito mais do que o segundo, revelou Wang. “Nos últimos 10 anos a cooperação Faixa e Rota alcançou conquistas históricas, abrindo um caminho de cooperação, oportunidade e prosperidade que leva ao desenvolvimento comum”, apontou ele. Wang observou que “a IFR tornou-se o bem público internacional mais popular e a maior plataforma de cooperação internacional do mundo. A Faixa e Rota é uma plataforma aberta e todos os países são bem-vindos a participar dela a qualquer momento”. O ministro expressou a esperança de que as iniciativas de conectividade de outros países também permaneçam abertas e evitem a criação de cliques exclusivos. “A China está pronta para se alinhar com todas as outras iniciativas de conectividade”, afirmou. Wang também rejeitou a alegação de que a Parceria para Infraestruturas e Investimentos Globais, lançada pelos EUA, tem como alvo a Iniciativa Faixa e Rota, chamando a narrativa de mais um caso de politização de questões económicas.
Hoje Macau China / ÁsiaPalestina | Solução de dois Estados é “muito urgente”, diz UE A presidência espanhola da União Europeia (UE) defendeu ontem que é “muito urgente” trabalhar na solução dos dois Estados, Israel e Palestina, para terminar o ciclo de violência no Médio Oriente. “Só conseguiremos pôr termo a uma tragédia que já foi repetida demasiadas vezes se conseguirmos materializar de uma vez por todas a solução dos dois Estados, vivendo um ao lado do outro em paz e segurança. Isto passa por um acordo definitivo”, disse o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Albares, intervindo na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em nome da presidência espanhola do Conselho da UE. A UE, sustentou Albares, deve agir com “clareza e firmeza”, mostrando “um compromisso firme contra o terrorismo e violência, com a paz, a justiça e a humanidade”. A UE deve demonstrar “solidariedade para com as vítimas, sem distinção de religião ou nacionalidade” e agir “de forma unida para impedir que esta tragédia se repita”, declarou.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Pelo menos 471 mortos no ataque a hospital em Gaza Pelo menos 471 pessoas foram mortas no ataque que atingiu um hospital na Faixa de Gaza, indicou ontem um novo balanço emitido pelo Ministério da Saúde do Governo Hamas, que controla o enclave palestiniano. Na noite de terça-feira, e na sequência do ataque, o ministério tinha-se referido a pelo menos 200 mortos, com o Hamas a acusar Israel de responsabilidade por este mortífero ataque ao hospital Al Ahli da cidade de Gaza. Israel atribuiu a responsabilidade à Jihad islâmica, uma outra organização islamita armada de Gaza, que desmentiu categoricamente. O Ministério da Saúde do Governo do movimento islamita palestiniano também actualizou o número de vítimas, anunciando que pelo menos 3.478 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, para além de 12.065 feridos. A mesma fonte não esclareceu se estavam já incluídas no balanço as centenas de pessoas mortas ao início da noite de terça-feira no hospital de Gaza. Marcelo em choque O presidente da República de Portugal declarou-se ontem chocado com o bombardeamento de um hospital em Gaza, tenha sido intencional ou não, mas escusou-se a apontar responsáveis, recomendando mais silêncio e diplomacia perante o conflito entre Israel e Hamas. “Não me vou pronunciar sobre essa matéria, primeiro, porque não tenho elementos, segundo, porque não devo pronunciar-me sobre essa matéria. Há instâncias diversas internacionais e depois há diligências nacionais múltiplas”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em reposta aos jornalistas, em Namur, durante a sua visita de Estado à Bélgica. Sobre a explosão de terça-feira no Hospital Al-Ahli, na Cidade de Gaza, o Presidente da República considerou que “chocou a todos, e provavelmente foi um choque universal”, lamentando as numerosas vítimas civis. “O nosso primeiro pensamento vai para as vítimas daquilo que ocorreu, como foi, por exemplo, quando também aconteceram bombardeamentos a estabelecimentos de saúde com vítimas civis na Ucrânia”, referiu. O chefe de Estado defendeu que “este é o momento de fazer tudo para que verdadeiramente haja futuro numa situação e numa região que tem sofrido muito ao longo do tempo” e que “isso ganha com o silêncio, com a diplomacia, se possível, mais do que com o falar publicamente na matéria”. Interrogado sobre o apelo do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para que haja um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas, Marcelo Rebelo de Sousa disse apenas que compreende a posição de António Guterres, sem a subscrever. “Eu queria dizer só sobre isso é que compreendo perfeitamente a posição do secretário-geral das Nações Unidas, porque está, no exercício do seu mandato, preocupado com a situação”, respondeu, acrescentando: “É um apelo perfeitamente compreensível, porque corresponde ao que tem sido a linha orientadora da sua actuação em diversas situações no mundo”.
Hoje Macau China / ÁsiaXi pede a Putin esforços para salvaguardar justiça internacional O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ontem ao homólogo russo, Vladimir Putin, para que faça “esforços” no sentido de “salvaguardar a justiça internacional”, durante um encontro à margem do 3.º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota. Citado pela agência Xinhua, o líder chinês elogiou o estado das relações entre os dois países e sublinhou que a “confiança política está a aprofundar-se de forma constante”, com uma “coordenação estratégica estreita e eficaz e o comércio bilateral em máximos históricos”. Xi e Putin reuniram após a cerimónia de abertura do 3.º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota, que está a decorrer em Pequim. “Encontrámo-nos 42 vezes nos últimos dez anos. Desenvolvemos uma boa relação de trabalho e uma profunda amizade”, afirmou. Durante a reunião, Xi congratulou-se com o facto de os governos dos dois países “estarem a pôr em prática os importantes consensos” a que os dois líderes chegaram nas reuniões anteriores. “A confiança política mútua está a aprofundar-se de forma constante e a cooperação estratégica é eficaz e estreita. O comércio bilateral atingiu máximos históricos, caminhando firmemente para o objetivo que estabelecemos de 200 mil milhões de dólares por ano”, acrescentou o líder chinês. Recordando que no próximo ano se assinala o 75.º aniversário desde o estabelecimento das relações entre os dois países, Xi disse que a China quer trabalhar com a Rússia para “compreender a tendência histórica do desenvolvimento global com base nos interesses dos nossos dois povos”. “Temos de enriquecer ainda mais a cooperação bilateral, refletindo a nossa responsabilidade enquanto potências, e continuar a contribuir para a modernização dos nossos dois países”, afirmou o líder chinês. “Temos de fazer esforços para salvaguardar conjuntamente a justiça internacional” e “promover o desenvolvimento global”, acrescentou. Citado pela Xinhua, Putin afirmou durante a reunião que a Iniciativa Faixa e Rota “deve ser reconhecida como um bem público global” e que espera que mais países adiram ao projecto chinês no futuro. O líder russo viajou para a China com uma grande delegação de altos funcionários, incluindo dois vice-primeiros-ministros e responsáveis pelos negócios estrangeiros, desenvolvimento económico, transportes ou finanças.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePIB chinês cresceu 5,2% no terceiro trimestre, o que promete realização da meta anual de 5% “A China está altamente confiante em cumprir sua meta de crescimento para 2023”, disse nesta quarta-feira Sheng Laiyun, vice-chefe do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE). “O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,2% nos primeiros três trimestres deste ano, pavimentando uma base sólida para o país atingir sua meta de crescimento anual do PIB de cerca de 5% em 2023”, revelou Sheng. “Para cumprir a meta de crescimento anual, o PIB da China precisa cumprir uma meta de crescimento de pelo menos 4,4% no quarto trimestre”, acrescentou. “O ímpeto crescente no processo da recuperação económica, uma série de políticas pró-crescimento e uma base relativamente baixa em relação ao mesmo período do ano passado contribuirão para o crescimento económico do país no quarto trimestre”, de acordo com Sheng. “Houve uma recuperação positiva e melhoria na oferta e procura durante os primeiros nove meses. Além disso, as expectativas e a situação operacional do sector da economia real também mostraram sinais positivos”, disse Sheng, acrescentando que a operação económica continuará seu bom ímpeto no quarto trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,2% em termos anuais nos primeiros três trimestres de 2023, atingindo mais de 91,3 biliões de yuans nos primeiros três trimestres. No terceiro trimestre de 2023, o PIB chinês registrou uma expansão anual de 4,9%. “Nos primeiros três trimestres deste ano, diante de um ambiente internacional severo e complexo e as árduas tarefas de reforma, desenvolvimento e estabilidade internas, todas as regiões e departamentos fizeram grandes esforços para impulsionar o desenvolvimento de alta qualidade e estabilizar o emprego e os preços”, disse o DNE. As vendas de bens de consumo da China aumentaram 6,8% nos primeiros três trimestres, para mais de 34,2 biliões de yuans, acrescentou o órgão. A produção industrial de valor agregado do país, um importante indicador económico, subiu 4,0% nos três primeiros trimestres, segundo DNE. O investimento em activos fixos subiu 3,1% nos primeiros três trimestres, para 37,5 biliões de yuans, enquanto a produção de serviços de valor agregado do país aumentou 6,0% ano a ano no mesmo período, indicaram os dados. A taxa de desemprego urbano pesquisada na China ficou em 5,3% nos três primeiros trimestres de 2023. O rendimento per capita da China foi de 29.398 yuans nos primeiros três trimestres, alta anual de 6,3%, de acordo com os dados. Descontando os factores de preço, o rendimento disponível per capita subiu 5,9% em relação ao ano passado. “Este crescimento económico nos primeiros três trimestres de 2023 estabeleceu uma base sólida para a China cumprir sua meta de crescimento para o ano inteiro”, segundo o DNE. A meta de crescimento para o ano inteiro de 2023 foi fixada em cerca de 5%.
Hoje Macau China / ÁsiaBaidu apresenta Ernie 4.0 que diz rivalizar com ChatGPT A tecnológica chinesa Baidu anunciou ontem uma nova versão do seu modelo de inteligência artificial (IA), o Ernie 4.0, que diz rivalizar com a norte-americana ChatGPT, nomeadamente o GPT-4. O presidente executivo (CEO) da Baidu, Robin Li, apresentou o Ernie 4.0 na conferência anual da tecnológica, em Pequim. O executivo referiu que o modelo alcançou compreensão, raciocínio, memória e produz, através de algoritmos, e cria novos conteúdos. “Não é inferior em nenhum aspecto ao GPT-4”, acrescentou o responsável, salientando que o modelo mais recente foi “significamente melhorado” em comparação com o ‘bot’ Ernie original. A Baidu é pioneira entre uma série de empresas chinesas que concorreram na criação de modelos de IA, depois do ChatGPT, da Open AI, ter impulsionado a corrida a modelos de inteligência artificial generativa, no final do ano passado. Pequim vê a inteligência artificial como uma indústria chave para concorrer com os EUA e pretende tornar-se um líder global até 2030. A Baidu, sediada em Pequim, começou como uma empresa de motores de busca e, ao longo da última década, investiu fortemente em tecnologia de inteligência artificial, como a condução autónoma e, mais recentemente, IA generativa para se manter competitiva. O Ernie Bot foi lançado em março pela Baidu e, em agosto, foi disponibilizado ao público. O Ernie 4.0 ainda não está disponível ao público em geral.
Hoje Macau China / ÁsiaFórum “Uma Faixa, Uma Rota” | Presidente Xi condensou dez anos de experiências da iniciativa O presidente chinês, Xi Jinping, falou nesta quarta-feira no seu discurso de abertura do terceiro Fórum Faixa e Rota para Cooperação Internacional sobre as experiências extraídas da cooperação da iniciativa na última década. “Aprendemos que a humanidade é uma comunidade com um futuro partilhado”, explicou Xi. “A China só pode se sair bem quando o mundo está indo bem. Quando a China vai bem, o mundo vai ficar ainda melhor.” “A China tornou-se no parceiro comercial importante de mais de 140 países e regiões e uma fonte primária de investimento para mais nações. Tanto o investimento chinês no exterior quanto o investimento estrangeiro na China aumentaram a amizade, a cooperação, a confiança e a esperança”, disse o presidente. “A cooperação de benefício comum é o caminho certo para o sucesso no lançamento de grandes iniciativas que beneficiam todos. Quando os países adoptam a cooperação e agem em conjunto, um abismo profundo pode ser transformado numa via, os países sem litoral podem ser ligados por terra e um lugar de subdesenvolvimento pode ser transformado numa terra de prosperidade”, acrescentou. Segundo o presidente chinês, “os países que tomam a liderança no desenvolvimento económico devem dar a mão aos seus parceiros que ainda não o alcançaram. Devemos todos tratar-nos como amigos e parceiros, respeitar-nos, apoiar reciprocamente e ajudarmos uns aos outros a termos sucesso. Como diz o ditado, quando se dá rosas aos outros, a fragrância permanece na nossa mão. Em outras palavras, ajudar os outros também é ajudar a si mesmo. Ver o desenvolvimento dos outros como uma ameaça ou tratar a interdependência económica como um risco não tornarão a sua própria vida melhor nem acelerarão o seu próprio desenvolvimento”, concluiu o presidente chinês. Xi apontou ainda que o espírito da Rota da Seda de paz e cooperação, abertura e inclusividade, aprendizagem e benefício mútuo é “a fonte de força mais importante para a cooperação da Iniciativa Faixa e Rota”. “Certa vez, eu disse que os pioneiros das antigas rotas da seda conquistaram seu lugar na história não como conquistadores com navios de guerra, armas, cavalos ou espadas. Em vez disso, eles são lembrados como emissários amigáveis liderando caravanas de camelos e navios à vela carregados de mercadorias”, assinalou Xi. “A cooperação da Iniciativa Faixa e Rota baseia-se na crença de que a chama aumenta quando todos colocam lenha na fogueira e que o apoio mútuo permite que possamos ir longe”, acrescentou. “Essa cooperação busca proporcionar uma boa vida não apenas para as pessoas de apenas um país, mas também para as pessoas de outros países. Promove conectividade, benefício mútuo, desenvolvimento comum, cooperação e resultados vantajosos para todos”, disse ainda Xi que não deixou de apontar os obstáculos: “a confrontação ideológica, a rivalidade geopolítica e a política de blocos não são escolhas para nós. Somos contra as sanções unilaterais, a coerção económica, a dissociação e a interrupção da cadeia de suprimentos”, sublinhou. “O que foi alcançado nos últimos 10 anos demonstra que a cooperação Iniciativa Faixa e Rota está do lado certo da história. Representa o avanço de nossos tempos e é o caminho certo para frente”, concluiu Xi.
Hoje Macau China / ÁsiaUma Faixa, Uma Rota | Líderes mundiais encontram-se em Pequim e comentam iniciativa O Presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se com os líderes mundiais que vieram para o terceiro Fórum Faixa e Rota para a Cooperação Internacional em Pequim, na terça-feira, à medida que mais chefes de Estado, líderes governamentais e funcionários, bem como líderes de organizações internacionais chegavam à capital da China. Na terça-feira, Xi reuniu-se com líderes como o Presidente da Indonésia, Joko Widodo, o Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, o Primeiro-Ministro da Hungria, Viktor Orban, o Presidente do Chile, Gabriel Boric, o Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, o Presidente do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev, o Primeiro-Ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, e o Primeiro-Ministro da Papua-Nova Guiné, James Marape. No mesmo dia, chegaram mais dirigentes de diferentes países e organizações internacionais, incluindo o Presidente russo Vladimir Putin, o Secretário-Geral da ONU António Guterres, o Presidente argentino Alberto Fernandez, o Presidente vietnamita Vo Van Thuong, o Presidente da Mongólia Ukhnaa Khurelsukh e o Primeiro-Ministro de Moçambique Adriano Maleiane. Chegaram também dirigentes de outros países, nomeadamente o Primeiro-Ministro do Paquistão, Anwar-ul-Haq Kakar, o Primeiro-Ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, o Presidente do Quénia, William Ruto, o Primeiro-Ministro do Camboja, Hun Manet, o Presidente do Laos, Thongloun Sisoulith, o Presidente do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, e o Presidente da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, alguns dos quais se reuniram com dirigentes chineses. Para além dos líderes em exercício, muitos antigos líderes e figuras não governamentais também vieram ao Fórum este ano, incluindo uma delegação de peritos franceses que também veio a Pequim e se reuniu com altos funcionários chineses. Durante as conversações com o presidente chinês, todos os líderes estrangeiros mencionaram as realizações que tinham criado com a China no âmbito da IFR na última década e apreciaram a contribuição e a ajuda da China para o desenvolvimento dos seus países, segundo a Xinhua. Também se opuseram ao acto de “dissociação” e ao chamado “de-risking”, que visa conter a China e servir um objetivo hegemónico, e alguns deles, que estão profundamente preocupados com as questões actuais, como a crise da Ucrânia e o conflito israelo-palestiniano, também prometeram manter a comunicação e a coordenação com a China para promover a resolução política e a mediação. “Para compreender corretamente a natureza da IFR, temos de começar por reconhecer que os membros do Sul Global, ou os países em desenvolvimento, são os principais participantes, representando o futuro pólo de crescimento do mercado mundial. A IFR está em linha com a tendência de crescimento do Sul Global”, disse Huang Renwei, director-geral executivo do Instituto Fudan para a Iniciativa Faixa e Rota e Governação Global, ao Global Times. “A IFR fornece a base económica para o Sul Global, ligando países relacionados e formando novos e maiores mercados”, disse Huang. “Alguns países querem separar a China do Sul Global, mas o facto é que os países do Sul não se vão separar da China, mas sim cooperar mais estreitamente com a China”, observou. O Sul Global também fala Os países do Sul Global são os principais participantes, bem como os que mais beneficiaram da IFR, e os convidados do Sul Global que vieram a Pequim, expressaram a sua confiança e grandes expectativas na IFR. Muhammad Zamir Assadi, investigador em diplomacia e membro do Centro de Imprensa China-Sul da Ásia e Sudeste Asiático, disse que “o fórum é de grande importância, uma vez que dezenas de líderes internacionais vieram à China para participar nele e também transmite uma mensagem à comunidade internacional de que os desenvolvimentos de alta qualidade alcançados no âmbito da IFR na última década são notáveis e satisfatórios. Mostra-nos também que a cooperação vantajosa para todos com a consulta mútua está a obter resultados benéficos para todos”. “O Corredor Económico China-Paquistão foi anunciado como um projecto emblemático da IFR, e tem mostrado resultados tangíveis. O investimento no projecto também ajudou a impulsionar vários sectores no Paquistão”, afirmou Assadi, que também espera que haja mais intercâmbios nos domínios da educação e da medicina entre a China e o Paquistão. “O Paquistão tem muita confiança no projeto IFR e essa confiança não será afetada por qualquer outra situação. A confiança estará sempre presente, uma vez que a IFR fez um excelente trabalho na transformação de vários sectores no Paquistão, e acreditamos que o BRI trará resultados duradouros e mais tangíveis para o mundo”, afirmou o especialista paquistanês. Yahya Nawanda, Comissário Regional de Simiyu, na Tanzânia, disse que “temos muitos projectos na Tanzânia que foram construídos por empresas chinesas e o mais influente, que todos os tanzanianos conhecem, é o projecto ferroviário Tanzânia-Zâmbia”. “Também queremos estabelecer ligações com outros países como o Ruanda e o Burundi”, disse Nawanda. “Temos de levar para casa tudo o que estamos a estudar e a testemunhar aqui na China, para podermos ajudar o nosso povo e as nossas nações.” Gan Tiam Loo, vice-presidente da Associação de Interação Malásia-China, disse que “uma ligação de corações entre pessoas de diferentes culturas sempre foi significativa para uma operação bem-sucedida da IFR. Com a proposta da iniciativa, a sociedade local na Malásia demonstrou uma atitude acolhedora e de apoio à iniciativa. Tal pode ser comprovado pela participação activa dos dirigentes estatais e do público em geral no estudo e no intercâmbio com a China”. Espero que, no futuro, a IFR possa continuar a partilhar a “solução chinesa” e a “sabedoria chinesa” com outros países e que, através desta nova forma de cooperação internacional, seja possível manter a paz regional e alcançar um desenvolvimento rápido. “Espero que os povos do mundo transformem a sua busca por uma vida melhor em realidade dentro da comunidade do futuro partilhado, e alcancem um mundo de grande harmonia com a ICR”, disse Gan. O brinde de Xi No banquete de boas-vindas, o presidente chinês, Xi Jinping fez um brinde, durante o qual, entre outras, proferiu as seguintes afirmações: “A primavera é das flores e o outono é da colheita. Desde a proposta da Iniciativa Faixa e Rota há uma década, a China e os parceiros têm trabalhado de mãos dadas e advogado o espírito da Rota da Seda, caracterizado por paz e cooperação, abertura e inclusão, aprendizagem mútua e benefícios mútuos. “Juntos, temos contribuído para a conectividade global e temos criado plataformas para a cooperação económica internacional. Juntos, somos uma força motriz para o crescimento global. Juntos, temos realizado milhares de projectos de cooperação com resultados sólidos. Juntos, temos escrito um capítulo magnífico da promoção de um mundo conectado e temos trilhado um caminho em busca da prosperidade individual e colectiva para todos. Nenhuma das conquistas caiu do céu ou foi concedida por outros. Elas só são possíveis com trabalho árduo, sabedoria e coragem dos governos, empresas e povos dos parceiros. Gostaria de propor que saudemos todos que têm participado e contribuído para a cooperação Faixa e Rota. “A cooperação Cinturão e Rota busca desenvolvimento, promove resultados de ganhos partilhados e inspira esperança. Da história humana sabemos que uma colheita abundante não seria possível sem espírito diligente e esforços incessantes, os quais garantem resultados sustentáveis que beneficiam gerações futuras. É a responsabilidade que cabe a nós, líderes políticos desta geração, cumprir para as pessoas de hoje e as futuras gerações. “O mundo de hoje está longe de ser tranquilo. A economia mundial enfrenta uma maior pressão descendente, enquanto o desenvolvimento global enfrenta múltiplos desafios. Entretanto, estamos convictos de que é irresistível a corrente histórica de paz, desenvolvimento, cooperação e benefícios mútuos, é irresistível a aspiração dos nossos povos por uma vida melhor, e é irresistível o desejo dos países de alcançar desenvolvimento e prosperidade comuns. Desde que nos mantenhamos firmes no nosso compromisso com cooperação e desenvolvimento comuns, alcançaremos os novos êxitos na cooperação Faixa e Rota, a qual reflecte o espírito dos nossos tempos. E dessa maneira, criaremos com esforços conjuntos um futuro melhor para a humanidade.”
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Guterres condena ataque a hospital de Gaza e apela a cessar-fogo humanitário imediato O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou hoje o ataque a um hospital no norte da Faixa de Gaza, no qual se registaram centenas de mortos e feridos, num bombardeamento cuja responsabilidade nem o Hamas nem Israel reconhecem. “Estou chocado com as centenas de pessoas mortas no ataque ao hospital al-Ahli em Gaza, que condeno, e apelo a um cessar-fogo humanitário imediato para aliviar o sofrimento humano a que estamos a assistir. Muitas vidas e o destino da região estão em jogo”, disse Guterres, num fórum internacional em Pequim. O secretário-geral da ONU afirmou que, apesar de compreender o profundo sofrimento histórico dos palestinianos, “tal não pode justificar atos de terror”. Também “o castigo coletivo” contra o povo palestiniano “não pode ser justificado”. António Guterres tem sido uma das vozes mais proeminentes a pedir a Israel que abra a Faixa de Gaza para permitir a passagem de ajuda humanitária. “Fiz dois apelos, e cada um deles é válido por si só. Não devem tornar-se moeda de troca e devem ser implementados por si só, porque é a coisa certa a fazer. A minha mensagem é dirigida tanto ao Hamas como a Israel, para que o primeiro liberte os reféns que mantém em cativeiro e para que o segundo permita a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza”, afirmou. O enclave, que alberga mais de dois milhões de pessoas, está sob um bloqueio total desde 07 de outubro, sob bombardeamento constante das forças israelitas e no limite da possibilidade de uma invasão terrestre por parte de Israel, que se recusou a permitir a entrada de ajuda humanitária até que os reféns do Hamas sejam libertados. “As necessidades mais básicas da população de Gaza, incluindo a maioria das mulheres e crianças, têm de ser satisfeitas”, afirmou. Guterres descreveu a situação como “uma catástrofe”, afirmando que a região está “à beira de um precipício”.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Países MENA devem liderar processo de desanuviamento do conflito, defende analista Uma analista da Chatham House defendeu que os países do Médio Oriente e Norte de África devem liderar o processo de desanuviamento da guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada há 10 dias com o ataque do movimento islamita. Num artigo publicado ontem no portal da Chatham House, Sanam Vakil, diretora do Programa para o Médio Oriente e Norte de África (MENAP) da instituição, lembra que os atores regionais passaram os últimos cinco anos a tentar encontrar soluções pragmáticas para pôr fim aos conflitos e estabelecer ligações. “Agora, têm de abordar a questão que procuraram evitar”, salientou Vakil, defendendo que os abalos provocados pelo ataque do Hamas a Israel e a resposta militar israelita “estão a ser sentidos muito para além das suas fronteiras, onde os combates se concentram atualmente”. “O Médio Oriente receia claramente que a região se envolva numa guerra mais vasta, que poderá envolver os palestinianos da Cisjordânia e da Jordânia, o Egito [que faz fronteira com Gaza], o Hezbollah do Líbano e o seu patrono, o Irão. Os países do Golfo Árabe também receiam que a sua segurança interna seja afetada pela violência em cascata”, adverte a analista de política internacional. Vakil destacou que a guerra eclodiu após um período prolongado de esforços de desanuviamento e reconciliação liderados pela região e relembrou que, desde 2019, os países, incluindo Israel, têm estado cada vez mais dispostos a encontrar compromissos pragmáticos e viáveis com base em interesses partilhados, “fenómeno por vezes referido como a construção de um “novo Médio Oriente”. “Os progressos não foram completos ou perfeitos, mas o contexto regional da guerra entre Israel e o Hamas é muito diferente do de há dez anos. A nova guerra constituirá o teste mais severo possível a esta cooperação regional. Mas os países do Médio Oriente não devem encolher-se perante o desafio. Este é o momento para os atores regionais colaborarem num esforço para encontrar novas soluções para desanuviar a guerra”, argumentou. Vakil realçou que os países do Médio Oriente “embarcaram num período prolongado de diplomacia regional realista”, impulsionado pela diminuição do envolvimento dos EUA, pelas mudanças geopolíticas decorrentes da guerra na Ucrânia e por uma redefinição regional das prioridades das necessidades económicas internas. Nesse sentido, prosseguiu, assistiu-se à normalização das relações entre Israel, o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos nos Acordos de Abraão, de 2020, ao fim do bloqueio ao Qatar, em 2021, a uma redefinição das relações entre o Golfo e a Turquia em 2023 e ao restabelecimento dos laços entre o Irão e a Arábia Saudita, com a mediação da China. As negociações com o Iémen também estão em curso, tal como a reabilitação do regime sírio de Bashar al-Assad após uma década de guerra civil e de guerra patrocinada pelo exterior. Segundo Vakil, as recentes negociações entre Israel, a Arábia Saudita e os Estados Unidos tinham como objetivo uma nova ronda de normalização, “embora, com a eclosão do conflito armado, isso esteja agora quase certamente fora de questão”. “Mas, como a guerra do Hamas demonstrou, este recomeço regional continua a ser inerentemente frágil. A concorrência ainda não desapareceu: os Estados do Golfo, especialmente Riade e Abu Dhabi, têm visões distintas para o Iémen. O Iraque e o Kuwait estão a viver novas tensões sobre as suas fronteiras marítimas. A desconfiança persiste entre a Arábia Saudita e o Irão, apesar da recente normalização e do papel dos Estados Unidos estar a diminuir e a influência de potências externas estar a ser posta em causa”, sustentou a analista. “Há duas questões cruciais: a israelo-palestiniana e o apoio desestabilizador do Irão a atores como o Hamas e o Hezbollah, que ficaram em suspenso e por resolver, uma vez que os atores regionais procuraram acordos de normalização e novas oportunidades económicas”, acrescentou. Para Vakil, no rescaldo imediato do conflito, “surgiram claramente divisões nas perceções regionais”, com os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein a criticarem o Hamas, a lamentarem a perda de vidas de ambos os lados e a encorajarem o apoio ao diálogo. “A Arábia Saudita sublinhou a ocupação israelita do território palestiniano, mas também encorajou o desanuviamento e a proteção da vida civil. O Qatar, o Kuwait e Omã criticaram Israel pelas violações do direito internacional e dos direitos dos palestinianos. O Egito, que já viveu situações de instabilidade na sua fronteira com Gaza, manifestou o seu apoio a uma paz justa e a um Estado palestiniano”, sustentou. Para Vakil, contudo, há também já “sinais encorajadores”. “O Qatar está a mediar a libertação dos reféns, o Egito está a trabalhar para evitar uma nova escalada e a Turquia ofereceu-se para arbitrar”, sublinhou a analista da Chatham House, salientando que os países da região têm hoje uma “oportunidade real” de tirar partido das suas recentes conquistas e de criar um esforço unido e credível para desanuviar o conflito. “Os últimos cinco anos demonstraram o seu verdadeiro desejo de normalizar as relações com Israel e de resolver os conflitos na prossecução de interesses mútuos. Os ataques do Hamas, por sua vez, ilustram que esses esforços não podem avançar sem que sejam abordadas as disputas ainda não resolvidas que os anteriores esforços de normalização procuraram contornar”, acrescentou. Vakil defende também que os Estados do Golfo, que têm a capacidade de apelar tanto a Israel como aos palestinianos, mas também de se envolverem com o Irão no seu papel de desestabilizador regional, serão “fundamentais” para quaisquer esforços de desanuviamento e para uma gestão mais ampla dos conflitos. “O papel desempenhado pelos Estados Unidos, pela China e por outros atores internacionais pode continuar a ser significativo. Mas os países do Médio Oriente e Norte de África devem liderar a criação de uma via realista e exequível para a paz, assente nos conhecimentos e capacidades locais”, terminou.
Hoje Macau China / ÁsiaONU preocupada com falta de apoio aos refugiados no Myanmar O chefe do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) apelou ontem à comunidade internacional para manter o apoio aos refugiados de etnia rohingya de Myanmar, apesar das crises no Médio Oriente e Ucrânia. Filippo Grandi disse em Banguecoque ser necessário mais apoio para ajudar os rohingya e aliviar o fardo dos países que acolhem os refugiados desta etnia minoritária da antiga Birmânia. Falando à margem de uma reunião regional sobre refugiados, Grandi defendeu que o “regresso voluntário e digno a Myanmar” dos rohingya é a solução mais desejável, mas reconheceu haver “muitos desafios que têm de ser ultrapassados”. Admitiu que a assistência humanitária está a tornar-se mais difícil devido à persistência do conflito armado em Myanmar e à redução do financiamento e da ajuda por causa de crises como as do Afeganistão, Ucrânia ou Médio Oriente. Pediu, por isso, “políticas abertas para os países de acolhimento, contribuições para os países doadores e para todos os outros em todo o mundo, e atenção por parte da comunidade internacional”. Mais de um milhão de rohingya fugiram de Myanmar para o Bangladesh ao longo de várias décadas. O número inclui cerca de 740 mil que atravessaram a fronteira a partir de Agosto de 2017, quando os militares birmaneses lançaram uma operação de grande envergadura na sequência de ataques de um grupo de guerrilha. Os Estados Unidos denunciaram em 2022 que a opressão dos rohingya em Myanmar equivalia a genocídio, depois de terem confirmado relatos de atrocidades cometidas contra civis pelos militares numa campanha sistemática contra a minoria étnica. Os rohingya, que são muçulmanos, enfrentam uma discriminação generalizada em Myanmar, de maioria budista, sendo-lhes negada a cidadania e muitos outros direitos. Cadeira do poder Participaram na reunião em Banguecoque delegados do Bangladesh, Reino Unido, Índia, Indonésia, Malásia, Tailândia e Estados Unidos, bem como representantes de organizações dos rohingya. A junta militar no poder em Myanmar não esteve representada na reunião, segundo a ONU. Myanmar e Bangladesh concordaram com um processo de repatriamento de dois anos em 2018. O processo foi prejudicado pelo agravamento da segurança em Myanmar após a tomada do poder pelo exército em 2021, que desencadeou uma resistência armada generalizada. Grandi disse que as contribuições financeiras para a ajuda aos rohingya diminuíram e que a missão da ONU para este ano “mal tem 40 por cento de financiamento”, uma queda acentuada em relação aos cerca de 60-70 por cento dos anos anteriores. “Algo tem de mudar. Caso contrário, estou realmente preocupado com o futuro dos refugiados rohingya e com a paciência do país de acolhimento para os receber”, acrescentou.