Hoje Macau China / ÁsiaFórum Faixa e Rota | António Guterres chegou ontem a Pequim O secretário-geral da ONU, António Guterres, chegou ontem a Pequim para participar no 3.º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota, informou a televisão estatal CGTN. De acordo com o seu porta-voz, Guterres vai discursar na cerimónia de abertura do evento. Está também prevista uma intervenção numa sessão de alto nível dedicada às questões climáticas. Guterres vai reunir-se em Pequim com o presidente chinês, Xi Jinping, e outros altos funcionários, incluindo o vice-presidente Han Zheng, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, e o enviado especial para as Alterações Climáticas, Xie Zhenhua. Guterres é uma das mais altas figuras presentes no fórum, que celebra 10 anos desde o lançamento do gigantesco programa de infra-estruturas internacional pela China. O evento vai ser inaugurado hoje por Xi Jinping e conta com a presença de representantes de 110 países, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin. De acordo com dados do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, a iniciativa lançou mais de 3.000 projectos na última década, com um investimento conjunto de cerca de um bilião de dólares, e criou 420.000 postos de trabalho.
Hoje Macau China / ÁsiaFórum da Faixa e Rota | Vladimir Putin vai reunir hoje com Xi Jinping O Presidente russo, Vladimir Putin, aterrou ontem em Pequim, onde vai reunir com o homólogo chinês, Xi Jinping, e participar no 3º Fórum da Faixa e Rota. O Governo de Moscovo realça que as relações bilaterais entre os dois países “estão a crescer” Vladimir Putin aterrou ontem na capital chinesa às 09h e hoje irá reunir com o Presidente chinês Xi Jinping e participar no 3º Fórum da Faixa e Rota, indicou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua. “No dia 18 de Outubro de 2023, em Pequim, à margem do terceiro Fórum Internacional ‘The Belt and Road’ [‘Faixa e Rota’], serão realizadas discussões entre o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, e o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping”, indicou o Kremlin (Presidência russa), em comunicado. Putin chegou à China com uma grande delegação de altos funcionários, incluindo dois vice-primeiros-ministros, e responsáveis pela diplomacia, economia, transportes ou finanças. A delegação inclui também o governador do Banco Central, o director dos caminhos-de-ferro russos e os directores do maior banco da Rússia, o Sber, do banco VTB, da empresa de gás Gazprom, da agência atómica Rosatom e outros executivos. Durante o encontro de hoje, Xi e Putin vão discutir questões bilaterais e internacionais num diálogo “amigável e franco”, de acordo com o Kremlin, sete meses depois de uma cimeira em Moscovo que selou a “amizade ilimitada” entre os dois países. A reunião servirá para debater as relações bilaterais, que “estão em plena expansão”, adiantou ontem de manhã o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, durante uma reunião com o homólogo chinês, Wang Yi, em Pequim. Wang Yi também confirmou a participação de Putin no 3.º Fórum dedicado à “Faixa e Rota”, o gigantesco projecto de infraestruturas internacional lançado pela China e encarado como o principal programa da política externa de Pequim, a convite de Xi. Boas expectativas Segundo afirmou Putin, numa entrevista à emissora China Media Group, a Rússia espera o melhor deste fórum. “Talvez seja demasiado cedo para insistir nisso, mas tenho a certeza de que vão ser assinados contratos, estabelecidos novos contactos entre os agentes económicos e chefes de Governo”, disse. Putin acrescentou que as propostas russas têm várias páginas e que “cada projecto pode representar algo em que se trabalhará durante mais de um ano, talvez uma década”. O líder russo sublinhou ainda que os dois países têm uma cooperação intensa no domínio da energia, especialmente no fornecimento de petróleo e gás. O conselheiro da Presidência russa, Yuri Ushakov, recordou na segunda-feira que Putin vai participar no 3.º Fórum da Faixa Rota como “convidado principal” e discursará no evento logo após o anfitrião, Xi Jinping. A China tem servido como ‘tábua de salvamento’ de Moscovo, após a invasão da Ucrânia. O país asiático é agora o principal parceiro comercial e aliado diplomático da Rússia. A China considera a parceria com a Rússia fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, numa altura em que a sua relação com os Estados Unidos atravessa também um período de grande tensão, marcada por disputas em torno do comércio e tecnologia ou diferendos em questões de Direitos Humanos, o estatuto de Hong Kong ou Taiwan e a soberania dos mares do Sul e do Leste da China. Poucas semanas antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, Putin e Xi declararam, em Pequim, uma amizade “sem limites”. A China recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções internacionais contra Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Quatro detidas por suspeitas de enforcamento de gato A polícia de Hong Kong deteve na segunda-feira quatro mulheres suspeitas de crueldade contra animais, depois de ter sido encontrado no sábado um gato morto pendurado numa árvore num parque para animais de estimação em North Point. Uma das suspeitas, uma mulher de 69 anos, é alegadamente a proprietária do gato. Foram também detidos três trabalhadores domésticos estrangeiros com idades compreendidas entre 24 e 33 anos. As detenções aconteceram depois de as autoridades analisarem uma grande quantidade de imagens de circuito fechado de televisão captadas na zona. O corpo do gato foi encontrado com uma corda de nylon azul à volta do pescoço no North Point Promenade Pet Garden. A crueldade para com animais é punível com uma pena de prisão até três anos e uma multa de 200 mil dólares de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaAnálise | Investimento no exterior vai entrar em período de “muita sobriedade” O economista Michael Pettis considera que a China teve um período inicial de “exuberância” no financiamento ao exterior que vai ser seguido por outro de “muita sobriedade”, à medida que vários países arriscam entrar em incumprimento “É o padrão comum: quando se sai pela primeira vez, sobrestima-se a capacidade de compreender os países em desenvolvimento, subestima-se o risco”, destaca à Lusa o professor de teoria financeira na Faculdade de Gestão Guanghua, da Universidade de Pequim. “No início, é muito difícil resistir à tentação de poder ganhar muito dinheiro, até se chegar a um ponto em que se tem de receber reembolsos significativos”, acrescenta. A China celebra esta semana dez anos desde o lançamento da Iniciativa Faixa e Rota com um fórum em Pequim que conta com a participação de líderes de mais de cem países. Designado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como o “projecto do século”, a iniciativa foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, no entanto, a Faixa e Rota adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa. Para Michael Pettis, o projecto nasceu da necessidade da China exportar o excesso de poupança adquirido através de um excedente comercial com o resto do mundo. “O Governo chinês colocou, inicialmente, as suas reservas sobretudo em obrigações do Estado norte-americano, mas à medida que as reservas aumentaram, tornou-se mais receptivo a diversificar e a investir noutros activos de maior rendimento: foi nessa altura que descobriu o mundo em desenvolvimento”, descreve. Nos últimos anos, as empresas chinesas construíram portos, estradas, linhas ferroviárias ou centrais eléctricas em todo o mundo, financiadas por bancos de desenvolvimento chineses. A China é agora o maior credor internacional do mundo, tendo-se tornado na principal fonte de financiamento para muitos países de rendimento baixo ou médio. Segundo diferentes estimativas, a China investiu cerca de um bilião de dólares nos países em desenvolvimento no âmbito da Faixa e Rota. Reverso da medalha O gigantesco programa internacional de infraestruturas enfrenta, no entanto, desafios suscitados pelo excesso de endividamento em alguns países e projectos comercialmente inviáveis, alguns dos quais ficaram por terminar, devido a falta de liquidez. Sri Lanka, Maldivas, Laos e Quénia são alguns dos países que enfrentam dificuldades em cumprir com as suas obrigações, numa altura em que Pequim lida com uma crise interna no sector imobiliário e uma economia em abrandamento. Michael Pettis apontou um formato pirâmide no gráfico do investimento chinês no exterior, com uma ascensão repentina que atinge o pico em 2016 e regista, logo de seguida, uma descida abrupta. O ponto de viragem foi a entrada em incumprimento da Venezuela, explicou. Segundo diferentes estimativas, Caracas deve actualmente 10 mil milhões de dólares a diferentes instituições chinesas. “A China emprestou desproporcionadamente à Venezuela, Argentina e Equador, mas, em 2015, a Venezuela teve de reestruturar praticamente toda a sua dívida à China e ao resto do mundo”, lembra. “Isto foi um choque muito grande para Pequim”, refere o economista, que vive no país asiático há mais de duas décadas. “Foi a primeira vez que [a China] percebeu que conceder empréstimos a países em desenvolvimento é bastante arriscado e que, quando há uma expansão demasiado rápida, é provável que surjam problemas”. Dimensão reduzida Pettis considera que Pequim vai ter que perdoar parte das dívidas. “Já se sabe como é que isto funciona: os empréstimos são feitos na expectativa de que serão totalmente reembolsados; depois descobre-se que o reembolso é muito difícil; passa-se um período muito longo e destrutivo em que a dívida é renegociada e reestruturada; por fim, chega-se a um ponto em que se reconhece que o perdão da dívida é a única saída”, explica. A China reconhece que o formato da iniciativa tem que mudar: o mantra agora são projectos “pequenos e belos”, ou seja, investimentos pequenos e comercialmente viáveis. Com esta nova estratégia, o financiamento chinês além-fronteiras caiu quase 50 por cento, face há cinco anos, segundo uma análise do Green Finance and Development Center, um grupo de reflexão (‘think tank’) que acompanha os investimentos da Faixa e Rota. “A dívida insustentável, por definição, é insustentável”, aponta Pettis. “Tanto o mutuário como o mutuante ficam em melhor situação quando chegam a acordo sobre o montante correcto de perdão da dívida. A China ainda vai demorar muitos anos a chegar lá”, acrescenta.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul critica Pyongyang por alegada transferência de armamento para Moscovo O Governo sul-coreano criticou ontem a Coreia do Norte pela alegada transferência de armamento para a Rússia, depois de os líderes de Pyongyang e Moscovo se terem reunido, em Setembro, para reforçar as relações bilaterais. “A Coreia do Norte negou a troca de armas com a Rússia em várias ocasiões, mas as circunstâncias estão a vir à tona”, disse, em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul Koo Byoung-sam, afirmando que o regime de Pyongyang está a “revelar a sua verdadeira natureza”. Koo sublinhou que qualquer troca de armas com a Coreia do Norte deve ser evitada, uma vez que viola as sanções impostas pelas Nações Unidas a Pyongyang. Recordou, além disso, que “a Rússia, em especial, deve cumprir as obrigações enquanto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU”. As declarações de Koo surgem depois de a Casa Branca ter afirmado, na sexta-feira, que a Coreia do Norte enviou mais de mil contentores com equipamento militar e munições para a Rússia, por via férrea e marítima, para serem utilizados na guerra na Ucrânia. A Casa Branca revelou imagens que mostram o envio, entre 7 de Setembro e 1 de Outubro, de uma série de contentores do porto de Rason (nordeste da Coreia do Norte) para Dunay, perto de Vladivostok (extremo oriente da Rússia), que foram depois transportados de comboio para um depósito de munições perto de Tikhoretsk, a cerca de 290 quilómetros da fronteira russa com a Ucrânia. As imagens de satélite revelam ainda um aumento sem precedentes do tráfego ferroviário de mercadorias na fronteira entre a Rússia e a Coreia do Norte, ultrapassando os volumes de comércio registados antes da pandemia de covid-19. Acredita-se que estas trocas comerciais foram cimentadas na cimeira de 13 de Setembro entre o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, na região russa de Amur. Tanto a Casa Branca como os ‘media’ norte-americanos afirmam que, em troca de artilharia e outros materiais militares que a Rússia pode utilizar na Ucrânia, Pyongyang quer tecnologia militar avançada.
Hoje Macau China / ÁsiaGuerra | Diplomacia chinesa e russa discutem Gaza e Ucrânia Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia e da China discutiram ontem em Pequim o conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas e a guerra na Ucrânia De acordo com um comunicado difundido pela diplomacia russa, os dois ministros dos Negócios Estrangeiros de Pequim e Moscovo mantiveram “uma troca de pontos de vista aprofundada” sobre uma “vasta gama de problemas internacionais e regionais, incluindo a deterioração acentuada da situação no Médio Oriente”. Os governante da China e Rússia reiteraram nos últimos dias que a resolução do conflito israelo-palestiniano exige uma solução de dois Estados que vivam lado a lado em paz e segurança e apelaram à protecção dos civis. Lavrov e Wang debateram também em pormenor as questões de segurança na região Ásia – Pacífico, especialmente a manutenção da estabilidade na Península da Coreia e a necessidade de “impedir que a arquitectura de segurança da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático] seja minada” pelo Ocidente. Lavrov e Wang debateram igualmente questões relativas à “crise ucraniana”, incluindo os esforços para a resolver através de esforços políticos e diplomáticos. A China ofereceu-se para mediar a guerra na Ucrânia, que dura há 600 dias, com um plano de 12 pontos que é visto por Moscovo como uma “base” para eventuais negociações, mas rejeitado por Kiev, uma vez que não exige a retirada das tropas russas de todos os territórios ocupados. Os ministros também sublinharam a importância de reforçar a estreita coordenação entre a Rússia e a China no cenário internacional, incluindo na ONU e no Conselho de Segurança, na Organização de Cooperação de Xangai (SCO), no G20, na APEC e noutros mecanismos e fóruns, de acordo com a versão russa. Sem vestígios do passado Os dois ministros confirmaram igualmente o compromisso mútuo de reforçar os contactos no Fórum BRICS – bloco de economias emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, tendo em conta que, no próximo ano, a presidência rotativa deste grupo será exercida pela Rússia. A China considera a parceria com a Rússia fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, numa altura em que a sua relação com os Estados Unidos atravessa também um período de grande tensão, marcada por disputas em torno do comércio e tecnologia ou diferendos em questões de Direitos Humanos, o estatuto de Hong Kong ou Taiwan e a soberania dos mares do Sul e do Leste da China. Pequim condenou as sanções internacionais impostas à Rússia, mas não abordou directamente o mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional contra Putin, acusado de envolvimento no rapto de milhares de crianças na Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaLíderes dos países emergentes participam no fórum Faixa e Rota Líderes de dezenas de países em desenvolvimento, incluindo Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, vão participar esta semana, em Pequim, num fórum que assinala o 10º aniversário da Iniciativa Faixa e Rota. O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e ministros de Angola e São Tomé e Príncipe devem participar no fórum, segundo fontes diplomáticas. O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, e o Presidente do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, aterraram ontem em Pequim, depois do Presidente do Chile, Gabriel Boric, e do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, terem achegado à capital chinesa, no domingo. Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, é esperado em Pequim. Os líderes do Egipto e Emirados Árabes Unidos cancelaram a participação, devido ao conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas. Orbán reuniu-se já com o líder chinês, Xi Jinping, e com o primeiro-ministro, Li Qiang, informou a agência noticiosa estatal húngara MTI. Salto em frente Designado por Xi como o “projecto do século”, a Iniciativa Faixa e Rota foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, no entanto, adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa. As empresas chinesas construíram portos, estradas, linhas ferroviárias, centrais eléctricas e outras infra-estruturas em todo o mundo, numa tentativa de impulsionar o comércio e o crescimento económico. O programa cimentou o estatuto da China como líder e credora entre os países em desenvolvimento. Segundo um estudo realizado pela AidData, unidade de pesquisa sobre financiamento internacional, com sede nos Estados Unidos, nos primeiros cinco anos desde o lançamento (2013-2017), a China financiou, em média, 83,5 mil milhões de dólares por ano em projectos de desenvolvimento no estrangeiro, cimentando a liderança como principal financiadora internacional. O aumento líquido, de 31,3 mil milhões de dólares por ano, em relação aos cinco anos anteriores (2008-2012), é equivalente ao financiamento anual médio dos Estados Unidos, que ocupam a segunda posição, no período 2013-2017. A dimensão da iniciativa causou, no entanto, excesso de endividamento em alguns países e resultou na construção de projectos comercialmente inviáveis, entre os quais alguns foram suspensos ou ficaram por terminar, devido a falta de liquidez. Outros líderes de África, Sudeste Asiático, Ásia Central e Médio Oriente vão participar no fórum, cujos principais eventos se realizam na amanhã. O Presidente russo, Vladimir Putin, e representantes do governo talibã do Afeganistão são também esperados em Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Médicos alertam que milhares podem morrer sem bens essenciais Médicos em Gaza alertaram ontem que milhares de pessoas podem morrer se os hospitais, lotados com feridos, ficarem sem combustível e sem produtos essenciais. Nas ruas os civis tentam encontrar comida, água e procuram segurança, antes de uma aguardada ofensiva terrestre israelita, em resposta ao ataque mortal do Hamas na semana passada. As forças israelitas, apoiadas por um crescente destacamento de navios de guerra norte-americanos na região, posicionaram-se ao longo da fronteira de Gaza e prepararam-se para o que Israel disse ser uma vasta operação para desmantelar o grupo. Uma semana de ataques aéreos violentos demoliu bairros inteiros, mas não conseguiu travar os disparos de foguetes do Hamas contra Israel. O Ministério da Saúde de Gaza afirmou que 2.329 palestinianos foram mortos desde o início dos combates, mais do que na guerra de 2014 em Gaza, que durou mais de seis semanas. O número avançado faz desta a mais mortífera das cinco guerras de Gaza. Mais de 1.300 israelitas foram mortos, a grande maioria civis, no ataque do Hamas em 7 de Outubro.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Arábia Saudita pede à China que seja votado um cessar-fogo A Arábia Saudita pediu no sábado à China que pressione o Conselho de Segurança das Nações Unidas a votar uma resolução de cessar-fogo e se levante “o cerco” à Faixa de Gaza, intensamente bombardeada por Israel e à beira de uma catástrofe humanitária. O ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Faisal bin Farhan, transmitiu este pedido ao seu homólogo chinês, Wang Yi, através de um telefonema, informou a agência oficial de notícias saudita SPA. Recorde-se que a China é membro permanente do Conselho de Segurança. O chefe da diplomacia saudita apelou à China para “trabalhar para garantir que o Conselho de Segurança assuma a sua responsabilidade de manter a paz e a segurança internacionais e pressione pela cessação imediata das operações militares e pelo levantamento do cerco a Gaza”, segundo a mesma nota de informação. Bin Farhan destacou “a importância do Conselho para implementar decisões sobre a causa palestina”, particularmente aquelas que estabelecem uma solução “justa, abrangente e sustentável”. Durante a chamada, segundo a agência saudita, ambos enfatizaram a “importância de parar todas as formas de ataques contra civis e o compromisso de todas as partes no conflito com o estipulado no direito internacional”. Esta iniciativa surge depois de o representante da Rússia na ONU, Vasili Nebenzia, ter afirmado na sexta-feira que o seu país propôs uma resolução ao Conselho de Segurança para apelar a um cessar-fogo em Gaza e permitir a entrada de ajuda humanitária. O embaixador garantiu que pediu que a resolução fosse votada o mais rapidamente possível, embora não tenha sugerido uma data. Por seu lado, Wang Yi afirmou também na sexta-feira que Pequim prestará assistência humanitária à Faixa de Gaza através dos canais das Nações Unidas e defendeu que a solução de “dois Estados” é a única viável a longo prazo para o Médio Oriente.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Acção israelita ultrapassa “domínio da autodefesa” – Pequim A acção de Israel em Gaza, em resposta ao ataque do Hamas, ultrapassou “o domínio da autodefesa” e o Governo israelita deve parar de “punir colectivamente” o povo de Gaza, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês. Um enviado da China para o Médio Oriente vai visitar a região para negociar o cessar-fogo “As acções de Israel ultrapassaram o domínio da autodefesa” e os dirigentes devem parar de “punir colectivamente o povo de Gaza”, disse Wang Yi ao chefe da diplomacia da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan, no sábado, de acordo com uma declaração divulgada ontem pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “As partes não devem tomar qualquer medida que possa agravar a situação”, sublinhou Wang Yi, apelando à abertura “de negociações”. No sábado, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, apelou à China, parceira do Irão, para que usasse a sua influência para acalmar a situação no Médio Oriente. A 7 de Outubro, o grupo islamita Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, desencadeou um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de rebeldes armados por terra, mar e ar. Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas naquele território palestiniano, numa operação que baptizou como “Espadas de Ferro”. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao Hamas, classificado como movimento terrorista por Israel, Estados Unidos, UE, entre outros. Os dados oficiais de vítimas mortais, na maioria civis, apontam para mais de 1.400 mortes em Israel e mais de 2.200 na Faixa de Gaza, de acordo com fontes oficiais israelitas e palestinianas. Homem e a missão A televisão pública chinesa CCTV anunciou que o enviado da China para o Médio Oriente, Zhai Jun, vai visitar a região na próxima semana para promover um cessar-fogo e conversações de paz. O objectivo da visita de Zhai Jun é “coordenar um cessar-fogo com as várias partes, proteger os civis, acalmar a situação e promover as conversações de paz”, afirmou a CCTV. O anúncio surge no momento em que Israel se prepara para lançar uma ofensiva no norte da Faixa de Gaza, depois de ter concedido aos residentes um prazo suplementar para saírem da zona no sábado, uma semana depois de o movimento islamita Hamas ter lançado um ataque sem precedentes no território israelita. Zhai disse que “a perspectiva de (o conflito) se alargar e transbordar é profundamente preocupante”, de acordo com a CCTV, que publicou um vídeo de uma entrevista com o enviado. No sábado, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, afirmou que Washington devia “desempenhar um papel construtivo” no conflito entre Israel e Gaza, durante uma conversa telefónica com o homólogo norte-americano, Antony Blinken. Wang Yi pediu a realização de uma “reunião internacional de paz o mais rapidamente possível para promover um amplo consenso”, acrescentando que “a solução fundamental para a questão palestiniana reside na implementação de uma ‘solução de dois Estados'”. Na quarta-feira, Zhai Jun tinha apelado para um “cessar-fogo imediato” numa conversa telefónica com um responsável da Autoridade Palestiniana, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Zhai Jun disse ao vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Amal Jadu, que a China estava “profundamente triste com a intensificação do actual conflito” e “muito preocupada com a grave deterioração da segurança e da situação humanitária na Palestina”, de acordo com o site do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “As principais prioridades são um cessar-fogo imediato e a protecção dos civis”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaUma década de ‘Faixa e Rota’ afirmou China como credora e líder entre países emergentes Dez anos após o lançamento da ‘Faixa e Rota’, a China cimentou a sua posição como credora e líder no mundo emergente, segundo analistas, mas a iniciativa enfrenta desafios, face ao abrandamento económico e tensões geopolíticas. A iniciativa tornou-se, entretanto, no principal programa da política externa de Xi Jinping. Na última década, mais de 150 países em todo o mundo aderiram à Faixa e Rota. Segundo um estudo realizado pela AidData, unidade de pesquisa sobre financiamento internacional, com sede nos Estados Unidos, nos primeiros cinco anos desde o lançamento (2013-2017), a China financiou, em média, 83,5 mil milhões de dólares por ano em projectos de desenvolvimento no estrangeiro, cimentando a liderança como principal financiadora internacional. O aumento líquido, de 31,3 mil milhões de dólares por ano, em relação aos cinco anos anteriores (2008-2012), é equivalente ao financiamento anual médio dos Estados Unidos, que ocupam a segunda posição, no período 2013-2017. A aproximação entre Pequim e os países envolvidos abarca um incremento das consultas políticas e cooperação no âmbito do ciberespaço, meios académicos, imprensa, regras de comércio ou acordos de circulação monetária, visando elevar o papel da moeda chinesa, o yuan, nas trocas comerciais. A Faixa e Rota envolveu também a fundação de instituições que rivalizam com agências estabelecidas como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional. A crescente influência da China entre o mundo em desenvolvimento resultou no isolamento de Taiwan – desde que a iniciativa foi lançada, nove países romperam laços diplomáticos com Taipé -, um objectivo central de Pequim. “Isto tipifica outro padrão no crescimento [da Faixa e Rota]: desde o seu anúncio, em 2013, os países que cortaram laços com Taiwan tendem a aderir à iniciativa como parte da sua aproximação diplomática a Pequim”, notou Shannon Tiezzi, editora chefe da revista The Diplomat. O estudo realizado pela AidData revelou também uma “correlação consistente” entre o aumento dos empréstimos pela China e a “fidelidade eleitoral” dos países a Pequim nas votações na ONU. Entre 2013 e 2020, os 20 países dos quais a China é o maior credor votaram alinhados com Pequim em pelo menos 75 por cento das ocasiões, na Assembleia Geral da ONU, que emite recomendações sobre crises globais, gere nomeações internas e supervisiona o orçamento das agências. Em Outubro do ano passado, o Conselho de Direitos Humanos da ONU votou contra uma moção liderada pelos países ocidentais para realizar um debate sobre violações dos Direitos Humanos na China, depois de um grupo de países em desenvolvimento ter apoiado Pequim. Foi a segunda vez nos 16 anos desde que o conselho foi estabelecido que uma moção foi rejeitada. Isto sucedeu poucas semanas depois de o Gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos ter concluído que “graves violações dos direitos humanos” foram cometidas por Pequim contra minorias étnicas chinesas de origem muçulmana em Xinjiang, no noroeste do país. Capacidade de adaptação Preocupações crescentes com riscos suscitados pelo endividamento dos países recipientes e o acirrar da competição entre Pequim e Washington podem, no entanto, fazer com que Pequim repense a iniciativa, observou Ana Horigoshi, investigadora na AidData. Outros países concluíram também que um documento de cooperação assinado no âmbito da iniciativa nem sempre tem resultados práticos. Itália e vários países do centro e leste da Europa estão agora a reconsiderar a sua adesão, apontou Tiezzi. Observadores questionam ainda se o abrandamento da economia chinesa e uma crise demográfica no país vai resultar numa desaceleração no financiamento disponibilizado pela China nos próximos anos. “Isto poderá ou não afectar alguns dos maiores beneficiários, como a Rússia e Brasil, que provavelmente vão conseguir encontrar fontes de financiamento alternativas noutros locais”, observou Ana Horigoshi. “Contudo, é seguro dizer que um declínio nos empréstimos chineses vai deixar uma lacuna no financiamento que afectará profundamente os países africanos”, notou.
Hoje Macau China / ÁsiaEuropa | Proteccionismo e geopolítica abrandam investimento chinês, indica Sales Marques O presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau, José Sales Marques, defendeu que a retração do investimento chinês na Europa, apesar da projecção de Pequim para o estrangeiro, está relacionada com geopolítica e algum proteccionismo na União Europeia. O economista faz ainda um balanço positivo dos 10 anos da iniciativa ‘Faixa e Rota’ “A retração do investimento não depende apenas do estado da economia chinesa”, sustentou José Sales Marques, no momento em que se assinalam dez anos do lançamento da iniciativa ‘Faixa e Rota’. Designada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como o “projecto do século”, esta iniciativa foi apresentada como um novo corredor económico para a Eurásia inspirado na antiga Rota da Seda, em que a construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas ligando o leste da Ásia e a Europa, através da Ásia Central. O economista admitiu que “há, obviamente, também mais dificuldades em termos de investimento chinês”, mas diz não existirem “sinais de que tenha sido uma retração particularmente sensível ou significativa” por este motivo. “O investimento chinês na Europa tem vindo a decair desde 2017, mas isso não tem a ver apenas com a vontade ou não da China em investir. (…) Na União Europeia (UE), há cada vez mais processos de monitorização de risco, tem sido um pouco a moda, e é um facto que o investimento chinês não é hoje tão facilitado em certas partes do mundo, nomeadamente na Europa, como era há uns anos”, sublinhou. E elenca várias razões. Por um lado, a “preocupação europeia em não disparatar investimento de empresas europeias, muitas vezes apoiadas pelo Estado, em tecnologia de ponta”, com a UE avessa à aquisição das mesmas. “Há também algumas questões relacionadas com as condições de acesso ao mercado chinês, mas também tem a ver com processos de ordem política e geopolítica, hoje em dia, cada vez mais”, ressalvou. O presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM) salientou que há “uma preocupação, que entretanto tem vindo a surgir na Europa, de se construir uma política industrial europeia, particularmente vinda da França, mas não só”. “Há aqui processos que não são assim tão ingénuos como parecem, há obviamente aqui uma intenção de reforço da própria estrutura e da base industrial europeia e processos que têm a ver com a questão da competitividade”, apontou, para concluir: “Essas coisas às vezes também têm a ver com um certo proteccionismo”. José Sales Marques não deixa de lembrar o contexto histórico em que foram realizados investimentos chineses na Europa, num passado não muito distante, e que, “hoje em dia, se calhar, convém não ser recordado”. “E o contexto histórico era, precisamente, de que não havia investimento pela parte europeia suficiente, estavam a cortar, estavam a colocar os países do sul da Europa como se fosse um grupo fora-da-lei. (…) Nós todos sabemos que os países do sul da Europa, incluindo Portugal, Grécia, Itália e Espanha, foram bastante maltratados durante uma certa fase e em que havia pouca solidariedade por parte da União Europeia. E nessa altura fez muito jeito o investimento chinês, salvou muitos postos de trabalho em Portugal, como terá feito em muitas partes da Europa”, afirmou. Balanço na Faixa Para o presidente do IEEM, é positivo o balanço da iniciativa ‘Faixa e Rota’, que chegou a mais de 150 países, com “um volume de investimento que não tem comparação com outros investimentos feitos pelos Estados Unidos ou Europa” e que se tem assumido como “uma forma muito própria da China participar na globalização, com evidentes interesses económicos”, que passam “pela internacionalização da economia, empresas e da própria moeda chinesa”. “O que é verdade é que esta iniciativa chinesa veio colmatar um défice extraordinário que existe a nível mundial de investimento nas infraestruturas. Um défice de triliões, e que continua”, tanto mais porque “não é um projecto com um calendário temporal limitado”, mas sim “um processo que não assenta numa “vontade unilateral da China, mas também da vontade do outro país”, existindo “ao longo do processo momentos mais felizes e casos de insucesso”, mas em que “as partes vão aprendendo”. Para o economista, o investimento chinês é hoje muito visível sobretudo na América Latina, África e no Sudeste Asiático, destacando o impacto em países lusófonos africanos e no Brasil, apesar de este não estar enquadrado na iniciativa ‘Faixa e Rota’. No sudeste asiático, a Indonésia é “considerada por algumas publicações (…) como o destino mais desejado para o investimento chinês”, acrescentou. “A ‘Faixa e Rota’ tem sido “positiva em termos de desenvolvimento, sobretudo em países em vias de desenvolvimento”, até porque “há necessidade de criar emprego, há necessidade criar estruturas de mercado interno, há necessidade de inverter ou reverter essa tendência de que os países ricos são cada vez mais ricos e os países pobre cada vez mais pobres”, defendeu. “Temos de ver as coisas nesta perspectiva de desenvolvimento económico a nível mundial”, salientou. José Sales Marques disse ainda à Lusa que o Instituto de Estudos Europeus está neste momento a conduzir um projecto de investigação sobre a iniciativa ‘Faixa e Rota’ e o processo de investimento de transição energética, em parceria com a Universidade de Leiden, através do Instituto Internacional de Estudos Asiáticos, e com o apoio da Fundação Macau. Em dezembro, terá lugar uma conferência na qual será apresentado o relatório preliminar do estudo, que tem pouco mais de um ano e que envolve 25 investigadores e dois coordenadores.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | China pede apoio humanitário para palestinianos e defende solução de dois Estados O enviado especial da China para o Médio Oriente, Zhai Jun, apelou ontem a que se preste apoio humanitário ao povo palestiniano, na sequência dos bombardeamentos israelitas em Gaza, e defendeu a solução de “dois Estados”. “A China pretende encorajar a comunidade internacional a formar uma força conjunta para prestar apoio humanitário ao povo palestiniano e evitar uma crise humanitária, especialmente em Gaza”, afirmou Zhai numa conversa por telefone com Osama Khedr, ministro-adjunto do Departamento para a Palestina do Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio. Segundo um comunicado emitido pela diplomacia chinesa, Zhai afirmou que a China está disposta a “prestar apoio humanitário” e “promover um cessar-fogo imediato e o fim da violência”. O enviado chinês reiterou a “profunda preocupação” da China com a escalada de violência entre israelitas e palestinianos e lamentou o “elevado número de vítimas civis causado pelo conflito”. “A China opõe-se e condena os atos que prejudicam civis e apela a um cessar-fogo imediato”, afirmou. Solução “dois estados” O responsável manifestou também o apoio de Pequim à solução de “dois Estados” e à adesão plena do país muçulmano às Nações Unidas. “O conflito israelo-palestiniano continua a desenrolar-se num ciclo, mas o problema é o atraso na resolução da questão palestiniana de forma justa”, afirmou. O alto funcionário egípcio disse que a comunidade internacional deve “assumir as suas responsabilidades” e “criar as condições para reiniciar o processo de paz”, e expressou a vontade do seu país de trabalhar com a China para “fazer esforços conjuntos que melhorem a situação”, de acordo com o comunicado. A primeira reação da China aos inesperados ataques realizados pela organização extremista islâmica Hamas em território israelita, no sábado passado, foi uma manifestação de “profunda preocupação” com a nova guerra e um apelo às partes envolvidas para que “ponham imediatamente fim às hostilidades”. “O prolongado impasse no processo de paz é insustentável”, defendeu Pequim. O ciclo vicioso Na segunda-feira, a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning condenou os ataques contra civis e apelou a “negociações”, depois de declarar que a China é “amiga tanto da Palestina como de Israel”. “O apoio unilateral dos EUA a Israel não ajudará a pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza nem fará com que os dois lados se apercebam de que o recurso à violência para pôr fim à violência apenas prolongará o ciclo vicioso na região. Além disso, a disputa entre a Palestina e Israel pode intensificar-se em resultado do conflito em curso, e as tensões entre os países que apoiam a Palestina, como o Irão, a Síria e a Turquia, e Israel serão mais visíveis”, referiram analistas chineses ao Global Times. “Os EUA estão a atiçar o fogo”, disse Li Weijian, investigador do Instituto de Estudos de Política Externa do Instituto de Estudos Internacionais de Xangai, observando que Israel será mais resoluto no avanço das operações militares com o apoio dos EUA, o que intensificará a hostilidade entre a Palestina e Israel e dificultará as futuras negociações. O número de mortos em Israel, na sequência do ataque surpresa do Hamas no sábado, ultrapassou os 1.200 e o número de feridos os 2.900, enquanto os bombardeamentos israelitas em Gaza já fizeram pelo menos 1.055 mortos e mais de 5.000 feridos.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Cuba e China eleitos para o Conselho de Direitos Humanos China e Cuba estão entre os 15 países ontem eleitos para o mandato 2024-2026 do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), numa votação em que a Rússia não conseguiu recuperar o seu assento. Albânia, Brasil, Bulgária, Burundi, China, Costa do Marfim, Cuba, República Dominicana, França, Gana, Indonésia, Japão, Kuwait, Malawi e Países Baixos foram os Estados-membros da ONU ontem eleitos para o mandato pela Assembleia Geral (AG) das Nações Unidas. Em Abril do ano passado, a AG da ONU já havia aprovado uma resolução em que suspendia a Rússia do Conselho de Direitos Humanos devido a acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Ucrânia. A resolução, apresentada na ocasião pelos Estados Unidos e apoiada pela Ucrânia e outros aliados, obteve 93 votos a favor, 24 contra e 58 abstenções entre os 193 Estados-membros das Nações Unidas. Na eleição de hoje, a Rússia competia com a Albânia e com a Bulgária por dois assentos no Conselho dos Direitos Humanos, com sede em Genebra, representando o grupo regional do leste da Europa. Numa votação secreta, a Bulgária conseguiu 160 votos, Albânia 123 e a Rússia 83, assim falhando por larga margem a eleição. A única outra disputa nas eleições de ontem ocorreu no grupo da América Latina e Caraíbas, em que Cuba, Brasil, República Dominicana e Peru disputavam três lugares, com Lima a sair derrotada. As eleições nos restantes grupos e regiões decorreram sem competição, com a China, Japão, Kuwait e Indonésia a ocuparem os quatro assentos disponíveis no grupo asiático. Burundi, Malawi, Gana e Costa do Marfim foram eleitos para ocupar os quatro assentos africanos; e França e os Países Baixos ocuparão os dois assentos destinados à Europa Ocidental. Os Estados Unidos e outros países enviaram cartas a muitos dos 193 Estados-membros da AG da ONU a pedir um voto contra a Rússia, segundo diplomatas. O Embaixador da Albânia na ONU, Ferit Hoxha, também apelou àqueles que se preocupam com os direitos humanos e com “a credibilidade do Conselho de Direitos Humanos e do seu trabalho” a que se opusessem a um país que “mata pessoas inocentes, destrói infraestruturas civis, portos e silos de cereais “e depois se orgulha de fazer isso”. O Conselho de Direitos Humanos, criado em 2006, é o principal fórum das Nações Unidas responsável por promover e monitorizar esta área, sendo composto por 47 Estados-membros, eleitos pela AG das Nações Unidas.
Hoje Macau China / ÁsiaJornalista detida durante três anos regressa à Austrália A jornalista sino-australiana Cheng Lei, que foi condenada e detida na China por acusações de espionagem durante três anos, regressou recentemente à Austrália, informou ontem o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese. Cheng Lei, de 48 anos, trabalhava para o departamento internacional da emissora estatal chinesa CCTV. A jornalista já se reuniu com os seus dois filhos em Melbourne, revelou Albanese. O regresso ocorre numa altura em que Albanese se prepara para visitar Pequim, apesar de a data exacta não ter sido ainda anunciada. O governo de Albanese tem feito pressões com vista à libertação de Cheng e de outro cidadão com dupla nacionalidade chinês – australiano, detido na China desde 2019, Yang Hengjun. As relações bilaterais melhoraram desde que o Partido Trabalhista de centro-esquerda de Albanese foi eleito após nove anos de um governo conservador. Pequim levantou várias barreiras comerciais oficiais e não oficiais impostas às exportações australianas. Albanese sugeriu que Cheng foi recentemente condenada num julgamento à porta fechada no ano passado por acusações de prejudicar a segurança nacional da China. “O seu regresso põe fim a anos muito difíceis para Cheng e a sua família. O governo tem estado a tentar conseguir a sua libertação há muito tempo e o seu regresso foi muito bem recebido não só pela sua família e amigos, mas também por todos os australianos”, acrescentou. Albanese disse que falou com Cheng em Melbourne, onde os seus filhos têm vivido com a mãe. Ambos discutiram uma carta que ela escreveu ao público australiano em agosto para assinalar o terceiro ano desde a sua detenção. Na carta, a jornalista nascida na China fala do amor que sente pelo seu país de adopção. Também descreveu as condições em que se encontrava detida na China, afirmando que só lhe era permitido estar ao sol durante 10 horas por ano. “Ela é uma pessoa muito forte e resistente e quando falei com ela, estava encantada por estar de volta a Melbourne”, disse Albanese. O primeiro-ministro australiano não revelou se Yang também poderá ser libertado. “Continuamos a defender os interesses, os direitos e o bem-estar de Yang junto das autoridades chinesas a todos os níveis”, disse Albanese. Yang, um escritor de 58 anos, disse à sua família em agosto que temia morrer num centro de detenção de Pequim, depois de lhe ter sido diagnosticado um quisto renal, o que levou os seus apoiantes a exigir a sua libertação para receber tratamento médico. Está detido na China desde janeiro de 2019, quando chegou a Cantão vindo de Nova Iorque com a mulher e a enteada adolescente. Yang foi julgado à porta fechada por uma acusação de espionagem em Pequim, em maio de 2021, e continua a aguardar o veredicto.
Hoje Macau China / ÁsiaVenda de petróleo saudita em renmimbi “poderá prejudicar Angola”, diz dirigente Com a Arábia Saudita a ponderar vender petróleo à China usando a moeda chinesa, Angola poderá sair prejudicada, alertou ontem o presidente da Fundação para a Paz e Desenvolvimento das Nações Unidas. Num seminário a assinalar o 10.º aniversário da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, em Hong Kong, Daniel Fung Wah-kin disse que, no passado, a China foi “obrigada a comprar petróleo de Angola porque a Arábia Saudita era praticamente um monopólio dos Estados Unidos”. Angola tornou-se, em 2010, o principal fornecedor de petróleo da China e, de acordo com uma base de dados da ONU, o pico das exportações de crude angolano para o mercado chinês foi atingido em 2012: 33,6 mil milhões de dólares. No entanto, na primeira metade de 2023, Angola foi apenas o nono principal fornecedor de petróleo da China, numa lista liderada pela Rússia, Arábia Saudita e Brasil, de acordo com dados da Administração Geral das Alfândegas chinesa. Daniel Fung disse que o papel da Arábia Saudita como exportador de petróleo para a China poderá sair reforçado, caso decida vender crude para o mercado chinês usando o renmimbi. No ano passado, o ministro das Finanças saudita, Mohammed al-Jadaan, disse que o reino estava a ponderar vender parte do petróleo para a China em renmimbi, apesar da sua moeda – o rial – estar ligada ao dólar norte-americano. Em dezembro, o Presidente chinês, Xi Jinping, disse numa cimeira com líderes do Golfo Pérsico, na Arábia Saudita, que a China ia procurar adquirir petróleo e gás natural da região usando o renmimbi. Para Daniel Fung, a aquisição de petróleo da Arábia Saudita daria “um enorme impulso à internacionalização” da moeda chinesa, dando como outros exemplos os Emirados Árabes Unidos e o Brasil. Em março, a China concluiu a primeira compra de combustíveis fósseis aos Emirados Árabes Unidos com renmimbis, tendo adquirido 65 mil toneladas de gás natural liquefeito. Em abril, a sucursal no Brasil do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) processou a primeira transação transfronteiriça em moeda chinesa, dois meses depois dos bancos centrais dos dois países terem assinado um acordo de compensação do renmimbi. As exportações brasileiras de petróleo para a China cresceram 49% na primeira metade de 2023, em comparação com a média do ano passado, de acordo com dados da Administração Geral das Alfândegas chinesa. Em abril, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, atacou, em Xangai, o domínio do dólar como moeda de reserva mundial e apelou para o uso de outras divisas na relação comercial entre Brasil e China. A China realizou em março, pela primeira vez, mais transações transfronteiriças com a sua moeda do que com o dólar.
Hoje Macau China / ÁsiaChefe da diplomacia europeia chega hoje a Pequim, num momento quente das relações China-UE O chefe da política externa da União Europeia, Joseph Borrell, vai visitar a China ainda esta semana, numa altura em que Bruxelas tenta reduzir dependências comerciais e influenciar a posição chinesa sobre a guerra na Ucrânia. Fontes da delegação da União Europeia em Pequim disseram que a visita vai decorrer entre quinta-feira e sábado e inclui um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, e um discurso na Universidade de Pequim. A deslocação foi adiada por duas vezes este ano. Em abril, quando Borrell testou positivo para a covid-19, e em julho, quando Pequim cancelou subitamente a visita, numa altura em que o anterior ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, deixou de ser visto em público. A visita surge numa altura de crescentes fricções comerciais entre a União Europeia e a China, apesar de o comércio bilateral ter ascendido a 856,3 mil milhões de euros, em 2022. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, delineou uma estratégia para reduzir riscos no comércio com a China. As empresas ocidentais podem fazer negócios com o país asiático, mas com algumas salvaguardas: vetar a venda de tecnologias críticas com potenciais utilizações militares e reduzir dependências nas cadeias de abastecimento. Bruxelas iniciou também uma investigação sobre subsídios atribuídos pelo Governo chinês aos fabricantes de veículos elétricos. O ministério do Comércio chinês manifestou, na semana passada, firme oposição, acusando a investigação de ter como base “suposições subjectivas, carecer de provas suficientes e ser contrária às regras da Organização Mundial do Comércio”. Outro assunto que deve ser abordado por Borrell é a guerra na Ucrânia. A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação “sem limites” com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou o Ocidente de provocar o conflito e “alimentar as chamas” ao fornecer à Ucrânia armas defensivas. Os líderes europeus têm instado repetidamente Pequim a usar a sua influência junto da Rússia para pôr fim à guerra na Ucrânia. Citado pelo Global Times, Li Haidong, professor na Universidade de Relações Externas da China, disse que a visita de Borrell deve abrir caminho à cooperação em vários domínios, incluindo economia, setor energético e intercâmbio entre pessoas. “Apesar de almejar maior autonomia em questões económicas, a UE foi raptada pelos Estados Unidos em questões de segurança”, observou. Pequim “deseja que a Europa se torne mais preponderante e influente no cenário mundial”, acrescentou. A China quer que o “padrão estratégico global seja mais equilibrado, em vez de ter a Europa como refém dos EUA”, disse. “Esse é um objectivo partilhado por Pequim e Bruxelas”. Também citado pela imprensa oficial, Cui Hongjian, professor da Academia de Governação Regional e Global da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, disse que a China espera que Borrell esclareça o conceito de “redução dos riscos” no comércio bilateral. “Considerar a China como um risco não é a forma correcta de tratar um parceiro estratégico”, realçou. A resolução da questão dos subsídios pode servir como teste decisivo, disse Cui. “Se as duas partes conseguirem resolver a questão através de consultas tecnológicas e políticas, não só resolvem as fricções económicas, como também reforçam a confiança política mútua”, apontou. “Mas, se alguns políticos europeus quiserem mudar as tradições da política da UE em relação à China ou simplesmente mostrarem força, os laços entre a China e a UE poderão permanecer instáveis durante algum tempo”.
Hoje Macau China / ÁsiaUma Faixa, Uma Rota | Livro Branco celebra 10 anos e antecipa Fórum das Novas Rotas da Seda A China anunciou ontem que vai organizar na próxima semana, em Pequim, o terceiro fórum das Novas Rotas da Seda, no qual vários líderes estrangeiros vão debater o vasto projeto de infraestruturas do gigante asiático. As Novas Rotas da Seda, oficialmente conhecida como iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” (IFR), é um projecto lançado por Xi Jinping, em 2013. Um Livro Branco sobre a IFR foi, entretanto, lançado em Pequim. O terceiro fórum das Novas Rotas da Seda decorre nos próximos dias 17 e 18, com Xi Jinping a participar na cerimónia de abertura, onde “vai proferir um discurso e organizar um banquete de boas-vindas para os dirigentes estrangeiros e chefes de organizações internacionais” participantes, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado. Espera-se a presença de representantes de mais de 130 países. Livro Branco fala de realizações Entretanto, a China publicou um livro branco sobre a Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” (IFR) na terça-feira, destacando o papel que o icónico “projecto do século” desempenhou no desenvolvimento global durante a última década, bem como as suas realizações na prossecução do seu objectivo final de construir uma comunidade global de futuro partilhado. O Livro Branco surge quando se celebra o lançamento da iniciativa pelo Presidente chinês Xi Jinping há 10 anos. Foi também publicado antes do terceiro Fórum Faixa e Rota para a Cooperação Internacional e que, segundo os comentadores chineses, “servirá de testemunho para desmentir as calúnias ocidentais, ao mesmo tempo que reunirá mais consensos sobre o futuro projecto de desenvolvimento da iniciativa”. Segundo o Livro Branco, “a dinâmica de desenvolvimento da IFR abriu um capítulo sem precedentes de crescimento global, ilustrando um caminho para a conectividade global, a paz e a prosperidade que leva a iniciativa proposta pela China a tornar-se a maior plataforma mundial de cooperação internacional com a mais ampla cobertura nos últimos 10 anos”. Uma nova paisagem global O livro branco, intitulado “Iniciativa Uma Faixa, Uma Rota: Um pilar fundamental da Comunidade Global de Futuro Partilhado”, expõe o contexto em que a IFR foi lançada: uma resposta “a uma situação global em mudança e às expectativas da comunidade internacional”. “Já não é aceitável que apenas alguns países dominem o desenvolvimento económico mundial, controlem as regras económicas e usufruam dos frutos do desenvolvimento”, afirma o Livro Branco. A IFR “contribuiu com novas ideias e novas abordagens para os intercâmbios internacionais e produziu um sistema de governação global mais justo e equitativo que leva a humanidade a um futuro melhor”. “Desde que a IFR foi lançada, a construção de uma comunidade com um futuro partilhado passou de um conceito a uma acção e de uma visão a uma realidade. Cada vez mais países compreendem o que a China diz, que o desenvolvimento é um direito inalienável de todos os países, e não um privilégio de apenas alguns países ocidentais”, disse Maya Majueran, directora da a Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” Sri Lanka, uma organização sediada no Sri Lanka. “O mundo actual é injusto e desproporcionado (…) uma vez que os EUA e os seus aliados ocidentais frequentemente coagem ou abusam do seu poder para manter as suas posições hegemónicas”, disse Majueran, acrescentando que os países, especialmente os do Sul Global, queriam ver que o futuro da humanidade deveria estar nas mãos de todos os países, as regras internacionais deveriam ser escritas em conjunto por todos e os benefícios do desenvolvimento deveriam ser partilhados por todos. Levente Horvath, ex-cônsul-geral da Hungria em Xangai, disse que “a UE e os EUA parecem ver a cooperação da IFR, que leva a resultados vantajosos para todos, de forma diferente, porque muitas vezes abordam tudo como um jogo de soma zero. Mas a colaboração entre a IFR e a China parece oferecer perspectivas mais promissoras, uma vez que a China está “aberta a estabelecer relações com outros países sem procurar dominar ou controlar as suas políticas internas, ao contrário de algumas nações ocidentais”. “É importante esclarecer as origens e o desenvolvimento do IFR, os seus princípios de implementação e a forma como serve a humanidade e conduz à construção de uma comunidade com um futuro partilhado. A nova campanha de difamação ocidental será em vão”, disse He Weiwen, membro sénior e membro do conselho executivo da Associação Chinesa de Comércio Internacional, na terça-feira. Em resposta a uma pergunta sobre a concorrência de iniciativas de infra-estruturas semelhantes de outros países, Li Kexin, Diretor-Geral do Departamento de Assuntos Económicos Internacionais do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, afirmou que “a China dá as boas-vindas a todas as partes para aumentarem os contributos para as infra-estruturas básicas nos países em desenvolvimento e está disposta a cooperar com todas as partes com base na abertura, inclusão, igualdade de condições e benefícios mútuos, para fornecer mais bens públicos internacionais de alta qualidade”. A sabedoria chinesa “Espera-se também que, com base no quadro abrangente fornecido pelo Livro Branco, os participantes do próximo BRF – que se situa no 10º aniversário da BRI – possam discutir e traçar um novo rumo para o seu desenvolvimento na próxima década. Representantes de 130 países e 30 organizações internacionais participarão no fórum deste ano”, revelou Li. “Os últimos 10 anos marcaram apenas o início da cooperação da IFR. O futuro será ainda mais brilhante na próxima década e além”, disse Liang Haiming, reitor do Instituto de Pesquisa da Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” da Universidade de Hainan. “Como um país grande e em desenvolvimento, que cumpre suas responsabilidades, a China continuará a promover a IFR como seu plano abrangente e o seu projecto para a abertura e a cooperação internacional de benefício comum”, diz o livro branco, explica Liang. “Isto significa que a China ajudará mais países em desenvolvimento a acelerar a integração regional e a integrarem-se na cadeia de abastecimento global, de modo a partilharem os dividendos do crescimento económico global”. O que foi feito O livro branco oferece uma panorâmica detalhada de uma década de realizações da IFR. Uma delas é a promoção da conectividade global em vários domínios, incluindo a coordenação de políticas, a conectividade de infra-estruturas, o comércio livre, a integração financeira e o estreitamento dos laços entre as pessoas. De 2013 a 2022, o comércio da China com os países participantes na BRI atingiu 19,1 biliões de dólares, com uma taxa média de crescimento anual de 6,4 por cento. O investimento bidirecional acumulado entre a China e os países parceiros atingiu 380 mil milhões de dólares, incluindo 240 mil milhões de dólares da China, segundo o livro branco. Durante a conferência de imprensa de terça-feira, o vice-ministro do Comércio, Guo Tingting, referiu também uma série de projectos emblemáticos do BRI, incluindo o caminho de ferro China-Laos, o caminho de ferro de alta velocidade Jacarta-Bundung e o caminho de ferro Mombaça-Nairobi. Estes projectos fazem parte de uma vasta rede de transportes que está a ser construída no âmbito da iniciativa BRI, sendo considerados como um “factor de mudança” para os diferentes continentes. “Pela primeira vez na história, foi apresentado um plano sem precedentes para a formação e o desenvolvimento de uma infraestrutura de transportes interligada em todo o continente euro-asiático. A sua implementação abriu verdadeiramente amplas perspectivas para a criação de uma configuração de transportes fundamentalmente nova em toda a vasta extensão do nosso planeta”, disse Saidmukhtar Saidkasimov, antigo vice-primeiro-ministro uzbeque e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Uzbequistão. “A iniciativa IFR liga o passado, o presente e o futuro. Esta iniciativa foi lançada pela China, mas pertence ao mundo e beneficia toda a humanidade”, conclui o livro branco.
Hoje Macau China / ÁsiaBorrell convida MNE israelita e palestiniano para reunião extraordinária O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) convidou os seus homólogos israelita e palestiniano para participarem na reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros (MNE) dos 27, convocada após o ataque do grupo islâmico palestiniano Hamas contra Israel. O anúncio foi feito pelo Alto Representante para a Política Externa da UE, Josep Borrell, que convocou uma reunião extraordinária e informal, que decorrerá num formato híbrido — presencial e virtual — em Mascate, Omã, com a participação dos MNE israelita, Eli Cohen, e palestiniano, Riyad al-Maliki. Também na rede social X (antigo Twitter), Borrell divulgou ter telefonado ao MNE iraniano, Hosein Amir Abdolahian, para reiterar “a mais forte condenação dos ataques brutais do Hamas contra Israel”. “Nada pode justificar actos de terror tão desprezíveis e nada pode justificar o apoio a estes”, escreveu ainda Borrell, que se encontra na capital de Omã para uma reunião entre a UE e o Conselho de Cooperação do Golfo. As autoridades israelitas confirmaram mais de 900 mortos e 2.700 feridos desde o início da ofensiva do Hamas, lançada no sábado e apoiada pelo grupo Jihad Islâmica, enquanto mais de 680 palestinianos morreram e 3.700 ficaram feridos na sequência de bombardeamentos e ataques de Israel contra a Faixa de Gaza, aos quais se somam mais de 15 em operações e confrontos com forças israelitas na Cisjordânia ocupada. Irão afasta rumores O ‘ayatollah’ Ali Khamenei, a autoridade máxima do Irão, negou ontem que o seu país tenha estado por trás do ataque lançado no sábado pelo Hamas contra Israel, mas reforçou o apoio iraniano aos palestinianos. “Apoiantes do regime sionista e outros têm espalhado rumores nos últimos dois, três dias, incluindo que o Irão estaria por trás desta acção. Estes rumores são falsos”, disse o ayatollah Khamenei num discurso numa academia militar. Outras autoridades iranianas já haviam rejeitado na segunda-feira as acusações de envolvimento iraniano na preparação do ataque do Hamas, um movimento que Teerão defende abertamente há muitos anos, mesmo que as suas relações tenham vivido altos e baixos. Khamenei declarou ainda que Israel “sofreu um fracasso irreparável nos campos militar e de informação” após esta ofensiva do movimento palestiniano. “Insisto no termo ‘irreparável’”, acrescentou o líder iraniano. “É evidente que defendemos a Palestina, defendemos as suas lutas. Beijamos os rostos e os braços dos promotores [do ataque] e dos corajosos jovens palestinianos. Mas aqueles que dizem que o trabalho foi realizado por não palestinianos, “não conhecem a nação palestiniana e estão a cometer um erro”, acrescentou. “É claro que todo o mundo muçulmano é obrigado a apoiar os palestinianos”, segundo o líder supremo do Irão.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Pelo menos 29 mortos em ataque a campo de deslocados As vítimas do ataque no estado de Kachin incluem crianças, segundo os meios de comunicação social e activistas locais. O alegado ataque da junta militar resultou na morte de, pelo menos, 29 pessoas no estado de Kachin, junto à fronteira com a China Pelo menos 29 pessoas, incluindo crianças, foram mortas num ataque a um campo de deslocados no estado de Kachin, no Myanmar, segundo a imprensa e dois activistas locais. O ataque terá acontecido por volta das 23h30 de segunda-feira à em Kachin, o estado mais à norte. Imagens não verificadas nas redes sociais mostram homens a transportar vítimas, incluindo uma criança pequena, dos escombros na escuridão. A Organização Nacional Kachin (KIO), um grupo político que há muito procura uma maior autonomia para a minoria étnica de Kachin, afirmou que 29 pessoas foram mortas e 57 ficaram feridas. Entre elas, 11 crianças com menos de 16 anos. O ataque foi efectuado por artilharia pesada e não por um ataque aéreo, como alguns tinham sugerido anteriormente. As estimativas do número de mortos têm variado. Um activista Kachin baseado em Laiza, que falou sob anonimato, disse anteriormente ao jornal The Guardian que 33 pessoas tinham sido mortas, incluindo 13 crianças. Um bebé de três meses estava entre as vítimas, disse ela. Acrescentou que o número de mortos poderia aumentar ainda mais porque o campo cobria uma grande área e os voluntários ainda estavam a recuperar corpos. As casas dos campos foram construídas nas montanhas, acrescentou, e por isso ficaram enterradas debaixo do solo. “As casas do campo estão muito próximas umas das outras, pelo que a situação está totalmente desorganizada”, disse, acrescentando que o ataque foi apenas o último dos “actos desumanos” dos militares.”Há muitos casos como este. Este não é o único caso”, afirmou. O ataque teve lugar no campo de deslocados internos de Mung Lai Hkyet, a poucos quilómetros de uma base militar gerida pelo Exército da Independência de Kachin (KIA), a ala militar da KIO e um dos muitos grupos que lutam contra a junta militar de Myanmar, que tomou o poder em 2021 Impossível encarar A zona, perto da fronteira com a China, tem sido palco de frequentes confrontos armados nos últimos meses. A ONU alertou para o acesso limitado da ajuda humanitária no estado de Kachin e em muitas outras zonas do país, descrevendo um nível de necessidade terrível. Um segundo activista Kachin baseado em Laiza, que falou com o The Guardian a partir de um hospital que trata os feridos, disse: “Todo o quarteirão do campo desapareceu. É como se um grande buraco tivesse sido deixado na terra e as casas tivessem sido destruídas. A minha casa fica a cerca de seis quilómetros do campo de deslocados internos de Mung Lai Hkyet. Mas a minha casa também estava a tremer. Os tectos e as portas das casas em Laiza desabaram”. Na altura em que deu o seu testemunho, o activista estava no hospital a ajudar os médicos com a logística, mas disse que não conseguia olhar para as vítimas. “Não me posso emocionar porque tenho de continuar a trabalhar”, disse. “Vi três crianças pequenas que perderam as mães. Não me atrevo a olhar para as crianças”. Mistérios da vida O general Zaw Min Tun, porta-voz da junta, negou a responsabilidade dos militares. Disse à televisão controlada pelos militares que a junta tinha analisado o incidente e acreditava que a explosão tinha sido causada por bombas que tinham sido armazenadas pelo KIA. Os militares têm sido frequentemente acusados de atacar sítios civis, incluindo hospitais, escolas, locais religiosos e casas de civis. No ano passado, os militares mataram 60 pessoas, incluindo músicos e crianças, num ataque aéreo que teve como alvo um concerto em Kachin. O ataque ocorreu no mesmo dia em que o embaixador de Myanmar nas Nações Unidas, Kyaw Moe Tun, disse a uma comissão da ONU que, desde o golpe, os militares importaram mais de mil milhões de dólares em armas e matérias-primas para uma “política de terra queimada que assassinou mais de 4.000 civis, incluindo mulheres e crianças, deslocou à força cerca de 2 milhões de pessoas e destruiu ou queimou mais de 75.000 casas”. Kyaw Moe Tun – que se manteve leal ao governo civil e não representa a junta – citou dados de investigadores que indicam que houve uma média de 30 ataques aéreos por mês em Myanmar de Janeiro a Junho deste ano, e instou os Estados-Membros e o Conselho de Segurança a imporem embargos de armas abrangentes contra os militares. Desde que tomaram o poder em Fevereiro de 2021, os militares têm enfrentado a oposição determinada de uma resistência armada, que inclui tanto grupos armados que se formaram após o golpe, como grupos armados maiores e estabelecidos, como o KIA. O KIA ofereceu refúgio a manifestantes, políticos e outras pessoas que fugiam dos abusos militares e treinou combatentes de grupos mais recentes que se opõem ao golpe. O campo de deslocados internos de Mung Lai Hkyet foi criado em 2011, quando o acordo de cessar-fogo entre o KIA e os militares se desmoronou. No entanto, desde o golpe de Estado, o campo tem aumentado à medida que um número crescente de pessoas tem sido deslocado e alberga cerca de 850 pessoas. O conflito obrigou 2 milhões de pessoas a fugir das suas casas, um número sem precedentes no país, segundo a ONU, provocou o aumento da pobreza e o colapso dos serviços de educação e de saúde. Segundo um relatório da ONU publicado no início deste ano, a Rússia e a China são os principais fornecedores de sistemas de armamento avançados aos militares de Myanmar.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Country Garden admite que pode entrar em incumprimento A Country Garden, uma das maiores construtoras da China, anunciou ontem que poderá não conseguir pagar todos os empréstimos que contraiu, numa altura em que o sector imobiliário chinês enfrenta uma grave crise de liquidez A construtora, até há pouco considerada financeiramente saudável, foi apanhada nos últimos meses pela crise no imobiliário na China, que ameaça agora a sobrevivência de várias empresas do sector. Uma entrada em incumprimento seria catastrófica para este sector-chave da economia chinesa, que representa um quarto do produto interno bruto (PIB) do país. A empresa, que já esteve formalmente em risco de incumprimento em Setembro, acabou por conseguir reembolsar 22,5 milhões de dólares referentes a duas obrigações emitidas nos mercados internacionais (‘offshore’), no limite de uma prorrogação de 30 dias. O grupo, que negociou então com os credores novos prazos para o pagamento de vários empréstimos, devia ter efectuado um reembolso referente a uma obrigação na segunda-feira, mas não conseguiu efectuar o pagamento, no valor de 470 milhões de dólares de Hong Kong. O grupo dispõe agora de um período de carência de 30 dias para evitar entrar em incumprimento. No entanto, a Country Garden admitiu “não poder honrar todos os reembolsos das suas obrigações junto dos investidores estrangeiros”. “Um incumprimento podia levar os credores em causa a exigir uma aceleração” dos reembolsos que lhes são devidos ou a iniciar um processo judicial, advertiu o grupo. A empresa pediu paciência aos investidores e disse que está a “avaliar as dificuldades actuais”. Do majongue ao dominó A Country Garden disse ter contratado consultores financeiros “para avaliar a estrutura de capital e a liquidez” das filiais. “A empresa pretende continuar a cooperar e a dialogar com todos os credores para chegar a uma solução realista o mais rapidamente possível”, referiu o comunicado. Um eventual incumprimento ia provocar ondas de choque nos mercados e agravar a crise no sector imobiliário chinês e o abrandamento da economia da China. No final de 2022, a Country Garden tinha uma dívida avaliada em 180 mil milhões de euros. No final de Junho, a empresa dispunha de 147,9 mil milhões de yuan em caixa, destinados sobretudo a concluir habitações já pagas pelos proprietários antes mesmo de serem construídas. A Country Garden “não dispõe de fontes de tesouraria suficientes” para fazer face aos pagamentos futuros, afirmou, no mês passado, a agência de notação financeira Moody’s. A agência baixou o ‘rating’ do grupo em três níveis, para “Ca”, sinónimo de “em incumprimento, com alguma esperança de recuperação”. Há muito que os grupos imobiliários chineses recorrem a pré-vendas como modelo de financiamento. Em 2021, no entanto, os reguladores chineses restringiram o acesso do sector ao crédito bancário, suscitando uma crise de liquidez. Uma das maiores construturas do país, o Grupo Evergrande, não resistiu. Dezenas de outros grupos estão a negociar a restruturação das dívidas. A Country Garden tem quatro vezes mais terrenos para construção do que o grupo Evergrande, cujo incumprimento em 2021 provocou protestos dos compradores, alguns dos quais se recusaram posteriormente a pagar as prestações mensais. Na terça-feira da semana passada, a Country Garden afirmou que a “prioridade operacional (…) é assegurar a entrega” de casas. Qualquer paragem na construção pode suscitar instabilidade social. A China tem já um grande número de construções inacabadas. Outro construtor chinês sobre-endividado, o grupo Kaisa, admitiu ontem numa audiência em Hong Kong que está “insolvente em termos de liquidez”, depois de não ter conseguido pagar as dívidas em 2021.
Hoje Macau China / ÁsiaFaixa e Rota | Iniciativa apontada como modelo alternativo de desenvolvimento O Governo chinês enalteceu ontem a Iniciativa Faixa e Rota, que celebra este mês dez anos, como um modelo alternativo de desenvolvimento económico que foge “à velha mentalidade dos jogos geopolíticos” “Nos últimos 10 anos, os resultados frutíferos e o crescente círculo de amigos que integram a Faixa e Rota provam plenamente que a iniciativa não se envolve num círculo fechado e estreito, transcende a velha mentalidade dos jogos geopolíticos e cria um novo paradigma de cooperação internacional”, disse Li Kexin, director do ministério dos Negócios Estrangeiros para os assuntos económicos internacionais, na apresentação de um relatório sobre o programa. Designado pelo líder chinês, Xi Jinping, como o “projecto do século”, a iniciativa foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, no entanto, a Faixa e Rota adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa. Segundo dados da AidData, unidade de pesquisa sobre financiamento internacional, com sede nos Estados Unidos, nos primeiros cinco anos desde o seu lançamento (2013-2017), a China financiou, em média, 83,5 mil milhões de dólares (79,3 mil milhões de euros) por ano em projectos de desenvolvimento no estrangeiro, cimentando a liderança do país como principal financiador internacional. O aumento líquido, de 31,3 mil milhões de dólares (21,7 mil milhões de euros) por ano, em relação aos cinco anos anteriores (2008-2012), é equivalente ao financiamento anual médio dos Estados Unidos, que ocupam a segunda posição, no período 2013-2017. A Faixa e Rota foi acompanhada também pela fundação de instituições que rivalizam com agências estabelecidas como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional. Desde que foi lançada, a iniciativa apoiou projectos desenvolvidos principalmente por empresas de construção chinesas e financiados por empréstimos concedidos por bancos de desenvolvimento chineses. O objectivo oficial é impulsionar o comércio e o investimento e melhorar as ligações entre a China e o resto do mundo. Os analistas atribuem ao programa o mérito de ter canalizado fundos necessários para os países pobres, mas dizem que houve efeitos negativos. Estado líquido Um estudo divulgado na segunda-feira pelo Centro de Políticas de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston observou que a China “adicionou um Banco Mundial ao mundo em desenvolvimento”. “Isso não é pouca coisa e é muito apreciado pelos países em desenvolvimento”, disse Kevin Gallagher, diretor do centro. Mas o mesmo estudo referiu que muitos beneficiários de empréstimos chineses estão agora a sofrer com excesso de endividamento e falta de liquidez. Além disso, centrais eléctricas financiadas pela China estão a emitir cerca de 245 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, aumentando as emissões de gases com efeito de estufa que alteram o clima. Gallagher notou que a iniciativa mudou para um novo paradigma, apelidado de “pequeno e belo”, que favorece projectos mais pequenos e energias renováveis. O volume dos empréstimos chineses para o desenvolvimento diminuiu nos últimos anos, em parte porque a China aprendeu com as crises de dívida em vários países e também porque tem menos dinheiro para emprestar à medida que a sua própria economia abranda. Cong Liang, um alto funcionário da principal agência de planeamento da China, disse durante a divulgação do relatório sobre a iniciativa que o país vai aderir ao “princípio da dívida sustentável” e trabalhar com os países endividados para criar um “sistema de financiamento e investimento sustentável e controlável pelo risco”. Outra via A iniciativa faz também parte dos esforços da China para elevar o seu estatuto internacional e contrapor-se às críticas dos Estados Unidos ao seu regime comunista e histórico de violações dos Direitos Humanos. Os líderes chineses acusam os EUA de tentar impor os seus princípios a todos os países e defendem que o seu sistema oferece uma abordagem diferente, que não interfere nos assuntos internos de outros Estados soberanos. “Já não é aceitável que apenas alguns países dominem o desenvolvimento económico mundial, controlem as regras económicas e usufruam dos frutos do desenvolvimento”, lê-se no documento. A terceira edição do fórum dedicado ao principal programa da política externa de Pequim realiza-se entre os dias 17 e 18 de Outubro. Cerca de 90 países confirmaram já a sua participação, segundo fontes do Governo chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaChina Everbright | Ex-chefe expulso do Partido Comunista Chinês O antigo presidente do grupo estatal de gestão de activos China Everbright foi expulso do Partido Comunista Chinês (PCC) e demitido por “graves violações da disciplina e da lei”, informou ontem a imprensa estatal. Segundo a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, Li Xiaopeng, que era também o mais alto representante do PCC na Everbright, foi acusado de aceitar presentes e dinheiro, desafiar políticas do Partido Comunista e “tentar obstruir a investigação disciplinar” contra ele. “Li procurou obter vantagens para terceiros na selecção e nomeação de funcionários e utilizou o seu poder para garantir lucros para os seus familiares nas suas actividades comerciais”, afirmou a agência. Economista de formação, Li passou a maior parte da sua carreira no sector financeiro. Ocupou altos cargos em vários bancos chineses, antes de abandonar o cargo de presidente da China Everbright, em Março de 2022. Na última década, a China puniu centenas de altos quadros do regime, parte da mais ampla campanha anticorrupção na História da República Popular, lançada há seis anos pelo Presidente chinês, Xi Jinping. Críticos afirmam que a campanha constitui também um instrumento político, concebido para derrubar rivais políticos do líder chinês. Em Setembro, Wang Bin, o antigo patrão da maior seguradora chinesa, a China Life, que era também o mais alto representante do PCC nesta empresa estatal, foi condenado a “pena de morte suspensa”, que deve ser comutada em prisão perpétua. Wang Bin foi considerado culpado de aceitar subornos e de esconder dinheiro em contas bancárias no estrangeiro.
Hoje Macau China / ÁsiaDeclínio acentuado do número de estrangeiros na China é preocupante, diz intelectual e colunista Um reputado intelectual e colunista afirma que a China não deve dar prioridade à segurança e, nesse processo, asfixiar o desenvolvimento ou os intercâmbios internacionais. Como grande nação, a percentagem de estrangeiros é estranhamente pequena. Ou talvez não Wang Wen, Director-Executivo do Instituto Chongyang de Estudos Financeiros da Universidade Renmin da China, num discurso a propósito do Pensamento de Xi Jinping sobre Diplomacia e a sua relevância para a “comunidade internacional que nos rodeia”, advertiu contra o declínio acentuado dos estrangeiros na China e apelou, nas suas palavras, a que, no meio do apelo contínuo do Secretário-Geral Xi Jinping a uma “abertura abrangente ao mundo exterior” e da ênfase do governo central na abertura, se reflicta e recorde ao governo chinês, a todos os níveis, que deve prestar atenção às especificidades das suas políticas em matéria de intercâmbios internacionais. Wang, um editor do Global Times que se tornou líder de opinião na China, afirma que “embora a expressão ‘comunidade internacional’ possa parecer sofisticada, ela existe no seio da nossa própria sociedade. Através de plataformas de redes sociais como o WeChat, os chineses podem interagir com uma grande variedade de estrangeiros, incluindo diplomatas, jornalistas estrangeiros, empresários, estudantes internacionais e chineses no estrangeiro. Estas interacções diárias, como os gostos, os comentários e as conversas, contribuem para a formação de uma ‘comunidade internacional à nossa volta’. Esta comunidade tem uma influência significativa no número de elites estrangeiras que residem na China há muito tempo e na sua integração na sociedade chinesa. Além disso, desempenha um papel vital na definição das relações da China com o resto do mundo, nomeadamente com os países desenvolvidos, e pode contribuir para a resolução das tensões existentes”. Para Wang, a China enfrenta sofre de uma insuficiência de infra-estruturas para aproveitar plenamente o potencial da “comunidade internacional que nos rodeia”. Além disso, existe uma disparidade significativa entre “o estatuto de potência global da China e a actual quantidade e qualidade dos residentes e talentos estrangeiros no país”. Tal disparidade preocupa Wang. Por um lado, “as estatísticas indicam um aumento global do número de estrangeiros na China, mas registou-se um decréscimo notável de indivíduos provenientes de países desenvolvidos”. De acordo com o sétimo censo nacional, o número de residentes de longa duração de países desenvolvidos na China registou um declínio variável de 2010 a 2020. Por exemplo, o número de cidadãos franceses a residir na China continental diminuiu cerca de 40%, de 15087 para 9196. O número de americanos diminuiu 23%, passando de 71000 para 55000. O número de cidadãos alemães, italianos e japoneses a residir na China também diminuiu. Sendo a cidade mais internacionalizada da China, Xangai registou uma diminuição do número de estrangeiros de 208000 em 2011 para 163000 em 2021. Há dez anos, cerca de 100000 coreanos viviam em Wangjing (Xangai), mas actualmente esse número poderá ser de apenas 20000. A proporção de residentes estrangeiros na China é de aproximadamente 0,05%, o que é significativamente baixo para a segunda maior economia do mundo. Fica atrás das percentagens do Japão e da Coreia do Sul, que têm ambos mais de 2% de residentes estrangeiros. É ainda mais baixa do que a de países como o Laos (cerca de 0,8%) e o Camboja (cerca de 0,5%). Em geral, os talentos de topo tendem a vir de países desenvolvidos, mas o segmento de residentes estrangeiros que regista o crescimento mais rápido na China é constituído por indivíduos de países em desenvolvimento. O declínio do número de residentes de países desenvolvidos na China nos últimos anos pode ser atribuído a vários factores, como o impacto da pandemia de COVID-19 e a intensificação da concorrência sino-americana. No entanto, para Wang, há outro factor importante que muitas vezes não é mencionado: “a aplicação efectiva das políticas chinesas e o ambiente sociocultural ainda podem ser melhorados para acolher eficazmente os estrangeiros”. Wang elabora quatro sugestões para atrair um maior número de talentos estrangeiros. “Em primeiro lugar, devem continuar a ser envidados esforços para atrair o investimento estrangeiro e melhorar o ambiente empresarial, assegurando um rápido afluxo de capital estrangeiro. O rápido aumento do investimento estrangeiro é crucial para as perspectivas de desenvolvimento interno e para contrariar a contenção ocidental. Os governos centrais e locais devem abordar o acesso ao investimento estrangeiro em domínios como as barreiras pautais, a banca e as finanças, os serviços postais, os valores mobiliários e os seguros, a construção e o turismo, a educação e as telecomunicações. “Em segundo lugar, é essencial promover a aceitação social e a inclusão cultural dos estrangeiros. Lamentavelmente, é possível encontrar comentários depreciativos sobre os estrangeiros no discurso público chinês, o que contradiz os valores tradicionais de inclusão da China e não demonstra a confiança de uma grande nação. Particularmente no contexto da escalada da concorrência entre a China e o Ocidente, é crucial abordar os indivíduos estrangeiros, especialmente os dos países ocidentais, com uma mentalidade justa e equilibrada. Tratar os estrangeiros de forma equitativa, com base na lei e não em preconceitos culturais ou sociais, é um valor fundamental para os cidadãos de uma grande nação moderna. “Em terceiro lugar, é fundamental garantir procedimentos rápidos e convenientes para os estrangeiros em vários domínios, como as finanças e a fiscalidade, a residência, o turismo e a vida quotidiana. Os estudantes, trabalhadores e residentes de longa duração estrangeiros que venham para a China devem receber tratamento igual ao dos cidadãos chineses, incluindo processos simplificados de registo de contas WeChat e Alipay, obtenção de cartões de crédito e acesso à segurança social, seguro médico e pensão. Estes procedimentos devem ser simplificados para garantir comodidade e eficiência aos estrangeiros que se instalam na China. A chave para “coordenar a segurança e o desenvolvimento” é promover o desenvolvimento e, ao mesmo tempo, garantir a segurança geral. É fundamental manter a segurança geral e, ao mesmo tempo, promover um desenvolvimento rápido e contínuo. Um critério importante para testar a governação local é o de saber se esta não dá prioridade à segurança e, nesse processo, não asfixia o desenvolvimento ou os intercâmbios internacionais. “Por último, podem ser promovidas reformas e inovações no processo de aprovação da China para intercâmbios intelectuais com países estrangeiros. A exploração das interacções entre a comunidade intelectual da China e académicos, empresas, embaixadas, meios de comunicação social e indivíduos estrangeiros pode passar de um sistema de pré-aprovação para um sistema de pós-registo. Exigir a pré-aprovação para cada interação pode impedir as actividades académicas e de intercâmbio, manchando potencialmente a imagem internacional da China. Tendo como pano de fundo o apelo contínuo do Secretário-Geral Xi Jinping a uma “abertura global ao mundo exterior” e a ênfase do governo central na abertura, é necessário reflectir e recordar ao governo chinês, a todos os níveis, que deve prestar atenção às especificidades das suas políticas em matéria de intercâmbios internacionais. O diabo está nos pormenores, pois são eles que determinam o sucesso ou o fracasso e o resultado real das interacções da China com os países estrangeiros e a construção da “comunidade internacional à nossa volta”. “No meio de relatos contínuos na opinião pública estrangeira que sugerem uma diminuição do número de residentes de longa duração de países desenvolvidos na China e de alegações de falta de acolhimento por parte da China em relação aos estrangeiros ou de inconvenientes nas deslocações dentro do país, é essencial reflectir sobre estas questões e garantir que a implementação de políticas está em conformidade com os objectivos de abertura e promove interacções internacionais positivas.”