Birmânia | Aung San Suu Kyi pede eleições livres e justas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] líder da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi, pediu ontem eleições livres e justas, no início da campanha eleitoral para a votação de 8 de Novembro, a primeira em décadas organizada por um Governo civil.
Suu Kyi considerou a eleição “um momento crucial” para o país e para a sua transição para uma democracia, num vídeo publicado na página de Facebook do seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (NLD, na sigla inglesa).
“Pela primeira vez em décadas, o nosso povo terá a oportunidade real de trazer uma mudança, é uma oportunidade que não podemos perder”, disse. Aung
“Esperamos que o mundo compreenda quão importante é para nós ter eleições livres e justas e garantir que o resultado será respeitado por todas as partes” acrescentou.
A Nobel da Paz pediu ajuda à comunidade internacional, solicitando que observe o processo eleitoral antes, durante e, “de forma crucial”, depois das eleições, para assegurar que a vontade dos birmaneses é respeitada.

Factores únicos

As eleições de Novembro serão as primeiras que a Birmânia celebra com um Governo civil em meio século, depois de, em 2011, a última junta militar se ter dissolvido e o poder transferido para o Governo formado por ex-generais após as eleições de 2010.
Essa votação foi boicotada pela NLD, que não pode apresentar Suu Kyi como candidata, que na altura estava em prisão domiciliária, da qual foi libertada uma semana depois.
A líder da oposição conseguiu um assento no parlamento em eleições parciais realizadas um ano depois, em que a NLD venceu o partido no poder (USDP).
No entanto, Suu Kyi não pode candidatar-se à presidência do país devido a uma disposição na Constituição, aprovada pelos militares, que veta ao cargo pessoas com familiares estrangeiros, como é o seu caso, já que os filhos de Suu Kyi têm passaporte britânico.

9 Set 2015

Grupo Fosun quase duplica lucros

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] consórcio chinês Fosun, proprietário em Portugal da companhia de seguros Fidelidade, anunciou ontem um aumento de 97% dos lucros no primeiro semestre, face a 2014, impulsionado por um crescimento recorde do segmento das seguradoras.
A empresa com sede em Xangai lucrou 3.617 milhões de yuan nos primeiros seis meses deste ano.
Assumida como “estratégica para o crescimento” do grupo, a área dos seguros lucrou 1.789 milhões de yuan, um aumento de 89 milhões de euros, face a 2014, assinala o relatório semestral da empresa.
O documento revela que a compra da Luz Saúde (antiga Espírito Santo Saúde) por 460 milhões de euros, permitiu à Fosun “expandir a sua presença no sector da saúde”.
O grupo, que é também um dos candidatos à compra do Novo Banco, nos últimos anos adquiriu participações em companhias de seguros na China continental, Estados Unidos e Hong Kong, e investiu igualmente nos sectores da saúde, imobiliário, turismo e indústria farmacêutica.

Activos seguros

No final do primeiro semestre deste ano, os seus activos no domínio dos seguros excediam 143.199 milhões de yuan, representando quase metade (44,8%) do total do grupo, aponta o relatório.
A maior parte dos activos da Fosun está denominada em euros (45,2%) e dólares norte-americanos (34.8%), enquanto a moeda chinesa, o yuan, representa apenas 10% do total.
“A diversificação dos investimentos em diferentes moedas permitiu ganhar resistência ao impacto da volatilidade do mercado de câmbios”, lê-se no documento.
Em 2014, as acções da Fosun na bolsa de Hong Kong valorizaram-se 41%, mas, desde Junho, já perderam um terço do valor, face ao pico atingido em Maio, acompanhando as acentuadas quedas nas praças financeiras chinesas. fosun
Este ano, o grupo acrescentou à sua carteira o Cirque du Soleil e concluiu a compra do emblemático Club Méditerranée, confirmando a aposta no sector lazer e estilo de vida, que corresponde já a 17% do total de activos.
Fundado em Xangai, no início da década de 1990, a Fosun é considerada um dos consórcios privados chineses mais activos além-fronteiras.
O seu presidente, Guo Guangchang – conhecido como “o Warren Buffet da China” – é licenciado em Filosofia e mestre em Gestão, e conta com uma fortuna estimada pela Forbes em 9.300 milhões de dólares.
 

1 Set 2015

Timor | Taur Matan Ruak inicia primeira visita oficial à China

[dropcap style=’circle]O[/dropcap] Presidente da República timorense, Taur Matan Ruak, inicia esta terça-feira a sua primeira visita oficial à China, durante a qual está previsto, segundo informou ontem o seu gabinete, uma ampla agenda de encontros e cerimónias.
Taur Matan Ruak, que estará na China até 5 de Setembro, é acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Hernâni Coelho, e de outros responsáveis timorenses.
Em comunicado, o seu gabinete explica que a visita visa “agradecer à República Popular da China por ter sido o primeiro país a reconhecer a declaração de independência de Timor-Leste a 28 de Novembro de 1975 e a estabelecer relações diplomáticas com Timor-Leste aquando da restauração da independência a 20 de Maio de 2002”. taur
Durante a visita, explica ainda, Taur Matan Ruak quer agradecer o “contributo da China para o desenvolvimento de Timor, e intensificar a cooperação entre os dois países, nomeadamente nas áreas de turismo, agricultura através da criação da Zona de Desenvolvimento Agrícola através de Tecnologia Avançada, desenvolvimento do capital humano, gás e petróleo”.
Uma cooperação, refere, que se pode intensificar “no âmbito da ‘Nova Rota da Seda’ dada a posição geográfica estratégica de Timor-Leste na região da Ásia e Pacífico.
Taur Matan Ruak aproveitará a visita para convidar os responsáveis chineses a participarem, a 28 de Novembro, nas comemorações do 40.º aniversário da Proclamação da Independência de Timor-Leste, marcadas para o enclave de Oecusse.

1 Set 2015

Dois em cada três pares de sapatos vêm da China

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] produção mundial de calçado aumentou 8% em 2014, para 24 mil milhões de pares, destacando-se a China como “líder indiscutível” ao fabricar quase dois em cada três pares de sapatos, segundo dados do último World Foowear Yearbook.
Elaborado e distribuído em todo o mundo pela Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), aquele que é descrito como “o mais complexo barómetro à industria de calçado a nível internacional” – e cuja edição relativa a 2014 foi apresentada em Julho na Alemanha – evidencia que a estrutura geográfica da indústria permanece “praticamente inalterada” relativamente ao passado recente. ténis
“A nível internacional a China é o líder indiscutível, produzindo quase dois em cada três pares de sapatos vendidos no mundo”, conclui o trabalho, segundo o qual a Ásia é responsável por 88% da produção mundial de calçado, sendo seis dos 10 principais produtores de calçado mundial países asiáticos.
Já a Europa assegurou, no ano passado, apenas 3% da produção mundial de calçado.

Mudança consistente

Analisando a evolução ao longo dos últimos cinco anos, assistiu-se a um aumento “significativo” da quota mundial da Ásia, que passou de 49% em 2010 para 52% em 2014, com a China a assumir aqui a liderança e a vir “consistentemente” consolidando a sua posição ao longo dos anos.
Os EUA e a Índia surgem no segundo e terceiro postos, respectivamente.
Os dados do World Foowear Yearbook para 2014 apontam também novos níveis recordes no comércio internacional de calçado, com as exportações a somarem 16 mil milhões de pares e 133 mil milhões de dólares.
Também aqui a China consolidou a liderança “de forma esmagadora”, segundo destaca a APICCAPS, sendo a origem de mais de sete em cada 10 pares de calçado exportados.
No ano passado, no ‘top 15’ dos principais exportadores mundiais apenas constam países asiáticos (como a China, Vietname, Hong Kong e Índia) e europeus (Itália, Bélgica, Alemanha, Países Baixos, Espanha, França, Portugal, Roménia, Eslováquia e Reino Unido).

1 Set 2015

Pequim quer modernizar fábricas químicas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades locais e provinciais de toda a China submeteram planos para transferir ou modernizar aproximadamente mil fábricas químicas, após a tragédia ocorrida no porto de Tianjin, que fez pelo menos 145 mortos.
O desastre levou governos locais e provinciais a “acelerar os planos para relocalizar ou modernizar” centrais químicas por todo o país, assinalou o ministro da Indústria e Tecnologia da Informação chinês, Miao Wei, num documento publicado num portal oficial citado ontem pelo South China Morning Post.
O mesmo responsável indicou que o Governo começou a trabalhar durante 2014 neste processo, apesar de reconhecer que “o trabalho ao longo de mais de um ano acabou por resultar inadequado”.
Miao Wei referiu, este sábado, ao Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP, órgão máximo legislativo chinês) que as mil fábricas e instalações químicas tiveram um custo global de cerca de 400.000 milhões de yuan e que a sua modernização ou transferência seria muito complexa apenas do ponto de vista económico, refere o jornal de Hong Kong.

Descontentamento popular

Outra questão chave prende-se com a oposição popular a este tipo de instalações, já que, nos últimos anos, tem havido um número crescente de protestos em diferentes pontos da China contra a construção de fábricas químicas ou contra a poluição que geram as existentes.
As explosões do passado dia 12 deixaram 145 mortos e mais de 700 feridos, segundo o mais recente balanço. Vinte e sete pessoas continuam dadas como desaparecidas.
As autoridades chinesas anunciaram, na quinta-feira passada, a detenção de 12 pessoas.
A tragédia ocorreu num terminal de contentores do porto, onde se encontravam armazenadas 3.000 toneladas de produtos perigosos, em particular 700 toneladas de cianeto de sódio altamente tóxico.
O acidente suscitou receios de uma contaminação por químicos tóxicos do ar e da água de Tiajin, cidade com cerca de 15 milhões de habitantes.
Amostras de água recolhidas na zona da explosão chegaram a apresentar um nível de cianeto de sódio 356 vezes superior ao permitido.

31 Ago 2015

Hong Kong | Líderes estudantis acusados por protesto

Orgulho juvenil

[dropcap style=’circle’]Três líderes estudantis que no ano passado estiveram envolvidos nas manifestações do ‘Occupy’ em Hong Kong foram ontem acusados por um protesto na Praça Cívica, junto à sede do governo.
Sobre o líder do movimento estudantil ‘Scholarim’, Joshua Wong, de 18 anos, e sobre o secretário-geral da Federação dos Estudantes, Nathan Law, e respectivo ex-presidente Alex Chow impedem acusações que incluem a reunião ilegal e incitação para participar em reunião ilegal, segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).
Os três vão ser presentes a tribunal na próxima quarta-feira. joshua wong
As ofensas estão relacionadas com um protesto estudantil em que alguns manifestantes treparam as grades metálicas para o interior da designada Praça Cívica. A acção, a 26 de Setembro de 2014, acabaria por estar na origem da ocupação das ruas num protesto que durou 79 dias.
“Hoje… é perseguição política”, disse Wong, antes de entrar na sede da polícia. “Estar envolvido nesta acção na praça cívica foi o melhor que fiz nos quatro anos em que tenho estado envolvido nos movimentos sociais dos estudantes”, afirmou.
“Não me arrependo, ainda que tenha de pagar o preço”, acrescentou.

Falta de lógica

Menos de duas horas depois, Wong surgiu novamente em público e o seu advogado, Michael Vidler, disse que provavelmente iria apresentar um pedido ao tribunal para suspender o processo contra o seu cliente.
“Penso que toda a lógica de procedimentos nesta altura, um ano depois dos acontecimentos, é totalmente errada”, afirmou Vidler. “Na minha opinião é um claro abuso”, acrescentou.
Cerca de 40 apoiantes concentraram-se na entrada da polícia com guarda-chuvas amarelos – o símbolo da campanha do Occupy – e entoaram palavras de ordem a pedir a demissão do chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung.
Wong e Law, de 22 anos, foram a tribunal no mês passado por acusações de obstrução à polícia num protesto realizado em Junho.
Os estudantes estavam entre as dezenas que pessoas que se concentraram no exterior do Gabinete de Ligação do Governo Central Chinês em Hong Kong para se oporem a um “livro branco” da China, no qual Pequim afirmou o seu controlo sobre a região especial chinesa. Uma cópia do documento foi queimada nesse protesto. occupy
Ambos declararam-se “não culpados” das acusações e vão ser novamente ouvidos em tribunal no âmbito do mesmo processo, na sexta-feira.
O plano de reforma política proposto pelo governo de Hong Kong e apoiado pelas autoridades de Pequim foi chumbado pelo conselho legislativo da região em Junho.
A proposta que esteve na origem do movimento ‘Occupy Central’ dava, pela primeira vez, oportunidade a todos residentes de Hong Kong de em 2017 votarem nas eleições para o chefe do Executivo, mas sob a condição de que todos os candidatos – dois ou três no máximo – fossem pré-seleccionados por um comité conotado com Pequim.

28 Ago 2015

PM | Metas vão ser cumpridas apesar da crise bolsista

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, afirmou estar confiante de que a segunda economia mundial vai cumprir as metas que o Governo fixou para este ano, apesar de reconhecer o impacto da crise bolsista, informaram ontem os ‘media’.
“A China tem confiança para alcançar os seus principais objectivos de desenvolvimento para este ano sob adequadas medidas de reforma para estabilizar e reestruturar a economia”, afirmou Li Keqiang, em declarações reproduzidas hoje pelo jornal oficial China Daily.
As palavras do primeiro-ministro chinês chegam numa altura em que a crise bolsista obrigou o banco central a intervir, esta terça-feira, nomeadamente com um corte nas taxas de juro para acalmar os mercados.Li Keqiang
Li Keqiang reconheceu que a economia chinesa se tem visto afectada pela turbulência nos mercados globais, mas defendeu que os seus pilares se mantêm “estáveis” e que o gigante asiático vai manter um ritmo de crescimento “razoável”.
“Ainda temos margem para aplicar mais políticas macroeconómicas e a China tem um mercado interno enorme”, recordou.

Pelos ajustes

Li Keqiang também defendeu as recentes desvalorizações do yuan – adoptadas este mês pelo banco central chinês – que se fizeram acompanhar de uma reforma no sistema cambial, ao garantir que depois dessas “melhorias” a taxa de câmbio da moeda chinesa se ajusta mais em relação ao seu valor de mercado.
Após esta correcção, acrescentou, não há base para uma contínua depreciação do yuan.
“Esse ajustamento também foi realizado como parte dos esforços reformistas que a China está a levar a cabo”, assinalou, insistindo que as depreciações foram consequência do desenvolvimento dos mercados financeiros internacionais.
A segunda economia mundial manteve um crescimento de 7% no segundo trimestre de 2015, excedendo várias previsões internacionais, e confirmando a “nova normalidade” defendida pelo governo chinês.
Aquele valor (7%), que coincide com a meta apontada pelo governo chinês, excede também a previsão do Fundo Monetário Internacional acerca do crescimento económico da China em 2015 (6,8%).
Comparando com igual período do ano anterior, o crescimento da economia chinesa no primeiro semestre de 2015 abrandou 0,4 pontos percentuais.
Se aquele valor (7%) se mantiver ao longo do ano, será o mais baixo do último quarto de século.
Na última década, a economia chinesa cresceu em média 9,9% ao ano e em 2010 tornou-se a segunda maior do mundo, à frente do Japão e da Alemanha.

27 Ago 2015

Tailândia destrói mais de duas toneladas de marfim

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Tailândia destruiu ontem mais de duas toneladas de marfim, uma vitória para os grupos de defesa dos animais que lutam contra o comércio ilegal de presas que tem vindo a empurrar os animais para a extinção.
O acto, em que um triturador industrial destruiu 2.155 quilogramas de marfim antes da incineração, foi presidido pelo líder da junta militar Prayu Chan-O-Cha. Foi a primeira vez que Banguecoque adoptou medidas para destruir parte do seu arsenal.
“Isto é para mostrar a forte determinação do governo tailandês na oposição ao tráfico de marfim e que a Tailândia vai cumprir com as regras internacionais”, afirmou, durante a cerimónia.
Os defensores dos direitos dos animais acusam há muito tempo os sucessivos governos da Tailândia – civis e militares – de fechar os olhos ao lucrativo negócio.
Os activistas têm vindo a pressionar Banguecoque para destruir o seu ‘stock’, como prova da sua determinação em eliminar o risco de o marfim que é apreendido pelas autoridades voltar a entrar no mercado negro por via de funcionários corruptos.
O aumento da procura de marfim na Ásia é apontado como estando na origem da subida do número de elefantes mortos em África, dado que as autoridades não conseguem desmantelar as redes de contrabando.

Presas apreendidas

A imprensa estatal do Vietname também noticiou ontem que, nos últimos dias, foram feitas duas grandes apreensões de presas de elefante importadas ilegalmente para o país.
Na mais recente foi apreendida uma “grande quantidade”, não especificada, de presas escondidas em sacos de feijão vermelho num contentor procedente da Malásia, isto depois de, na semana passada, terem sido apreendidas duas toneladas oriundas da Nigéria.
Em meados deste mês, as alfândegas do Vietname apreenderam 735 quilos de marfim e cornos de rinoceronte no porto de Tien Sa, na cidade de Da Nang, provenientes de Moçambique.
Segundo o diário vietnamita Tuoi Tre News, que citou um comunicado oficial, o marfim e os cornos de rinoceronte estavam escondidos dentro de blocos de mármore falso, depois de terem sido desembarcados em dois contentores transportados num navio.
Vários cidadãos do Vietname têm sido detidos nos últimos anos em Moçambique, na posse de dentes de marfim e cornos de rinoceronte, contrabandeados para aquele país asiático, onde se acredita que os mesmos têm propriedades terapêuticas.
O marfim e cornos de rinocerontes contrabandeados em Moçambique são extraídos de animais abatidos na caça furtiva no país, mas principalmente na África do Sul, onde as autoridades locais destacaram o exército para o combate ao abate ilegal de elefantes e rinocerontes.

27 Ago 2015

Japão pede investigação de espionagem

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pediu ontem ao Presidente norte-americano, Barack Obama, para investigar a suposta espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês) ao Governo de Tóquio e a várias entidades e empresas nipónicas.
Abe transmitiu o pedido a Obama durante uma conversa ao telefone mantida ontem, informou o ministro porta-voz do Executivo japonês, Yoshihide Suga, em conferência de imprensa.
O primeiro-ministro também solicitou ao Presidente dos Estados Unidos que tome “acções apropriadas” sobre a suposta espionagem, enquanto Obama manifestou as suas desculpas relativamente ao caso, disse Suga.
“Se for verdade, a nossa relação de confiança pode sair danificada”, disse o ministro porta-voz em declarações reproduzidas pela agência Kyodo.
No final de julho, o portal WikiLeaks publicou uma série de documentos em que assegura que a NSA espiou o Governo e várias empresas do país asiático.
Além de relatórios, o portal fundado por Julian Assange compilou uma lista de 35 alvos japoneses de “alta prioridade” para interceptar telefonicamente, da qual figuram o Governo, o Banco do Japão, vários ministérios e grandes grupos como a Mitsubishi.
Segundo o Wikileaks, as escutas remontam até 2006, altura em que o actual primeiro-ministro, Shinzo Abe, governava pela primeira vez.
As informações obtidas “demonstram um conhecimento pormenorizado de decisões internas do Japão sobre questões como as importações de produtos agrícolas e os diferendos comerciais, as posições japonesas no ciclo de negociações multilaterais de Doha da Organização Mundial de Comércio, sobre energia nuclear e emissões de gases com efeito de estufa”, de acordo com o Wikileaks.

27 Ago 2015

Ex-vice-ministro das Finanças assume presidência do BAII

[dropcap style=’circle]O[/dropcap] ex-vice-ministro das Finanças chinês Jin Liqun foi nomeado para a presidência do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII), a nova instituição financeira internacional proposta por Pequim, informou a entidade no seu portal na Internet. Jin Liqun, de 66 anos, já dirigiu o fundo soberano chinês (China Investment Corporation) e desde Outubro chefiava o secretariado interino do BAII. Proposto pelo presidente chinês em 2013 e visto inicialmente em Washington como um desafio à ordem financeira internacional, o BAII acabou por suscitar a adesão de mais de vinte países exteriores à Ásia, entre os quais a África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, França, Espanha, Noruega, Portugal, Reino Unido e Suíça.

26 Ago 2015

Xangai cai 7,6%, mas bolsas europeias abrem em alta

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] bolsa chinesa continua em queda livre. No dia a seguir à desvalorização de 8,46%, Xangai, a principal praça chinesa fechou a perder 7,6%. Shenzen, o segundo maior mercado, também fechou a cair 7,1%.
Apesar disso, em Hong Kong, território sob administração chinesa, o Hang Seng registou um ligeiro ganho de 0,7%, interrompendo uma série de sete sessões a fechar em terreno negativo.
Depois de a sessão de segunda-feira ter feito recuar a bolsa para níveis do início do ano, esta terça-feira fez Xangai descer abaixo da barreira psicológica dos 3 mil pontos, caindo para 2964.97. Influenciada pelas preocupações sobre o desempenho da economia previsto para 2015, a principal bolsa chinesa está agora a níveis registados pela última vez a meio de Dezembro de 2014. 

Sem contágio

Apesar disso, as bolsas europeias, que tinham sido arrastadas pela “segunda-feira negra” chinesa, abriram em alta esta terça-feira. 
Pouco antes da 9h, Lisboa ganhava 2,45%, depois de uma sessão em todas as cotadas fecharam no vermelho. Na Europa, os principais mercados parecem igualmente recuperar. Em Frankfurt, o Dax subia 1,5% enquanto Londres valorizava 1,66%. No mesmo sentido, Paris  ganhava 2,05% e o Ibex, em Madrid, subia 1,12%.
Até Atenas, cujo principal índice da bolsa caiu 10,54% na segunda-feira, negociava em terreno positivo, a recuperar 3,36%.

Sentimento de pânico

O Wall Street Journal refere a “aparente falta de apoio governamental” chinês, que tinha vindo a intervir no mercado para amparar as quedas verificadas entre Junho e Julho. A última medida de Pequim para tentar inverter a tendência negativa foi anunciada no fim-de-semana. Pela primeira vez, o governo permitiu que os fundos de pensões adquirissem até 30% do seu portfólio em acções. Ainda assim, a medida foi vista como insuficiente pelos analistas, sucedendo-lhe a “segunda-feira negra”.
Um analista citado pelo jornal norte-americano diz que “a este ponto, não há fundo para o mercado. A venda [de acções] vai terminar assim que toda a gente que queira sair do mercado tenha uma hipótese de o fazer”.
No mesmo sentido, um analista chinês disse à Reuters que “chamar-lhe um desastre não é exagero”. “O sentimento de pânico está a dominar o mercado e não vejo quaisquer sinais de que haja intervenção governamental significativa”, avalia. 
No entanto, ainda ontem o governo chinês injectou 150 mil yuan para aumentar a liquidez e cortou as taxas juro.

26 Ago 2015

Foxconn quer contratar 100.000 pessoas para lançar novo iPhone

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] empresa de Taiwan Foxconn, principal fabricante da Apple, prepara-se para contratar mais de 100.000 trabalhadores face ao lançamento do novo modelo do iPhone, previsto para o próximo mês, escreve ontem o South China Morning Post (SCMP).
Segundo o jornal de Hong Kong, que cita informação de fontes do sector e a imprensa de Taiwan, espera-se que os mais recentes modelos do iPhone (o 6S, o 6S Plus e o 6C) sejam anunciados no próximo dia 9 de Setembro e lançados no mercado a 18.
Para que os novos dispositivos estejam prontos, a Foxconn tem aumentado as suas linhas de montagem para poder contratar milhares de novos trabalhadores para a sua fábrica de Zhengzhou, no centro da China, donde sai a maioria dos modelos actuais do iPhone.
Apesar de a empresa exigir, regra geral, que os trabalhadores tenham entre 23 e 40 anos decidiu, desta vez, flexibilizar os limites para entre 18 e 45 anos.
Prevê-se que os contratados trabalhem pelo menos mais três horas do que uma jornada laboral habitual por um salário mensal de cerca de 3.500 yuan (477,2 euros).

25 Ago 2015

Bolsa de valores de Xangai com nova derrocada

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap] a maior quebra de capitalização bolsista na China desde 2007, superando a derrocada de 27 de Julho. O índice composto de Xangai fechou esta segunda-feira com perdas de 8,49%, ligeiramente superiores às registadas a 27 de Julho, quando se verificou uma quebra de 8,48%. O índice CSI 300 fechou esta segunda feira com perdas superiores, de 8,8%. Esta derrocada bolsista em Xangai lidera as quedas na Ásia.
Na semana passada, o índice composto perdeu 11,5%. Desde a decisão de desvalorização do yuan, a moeda chinesa, pelo Banco Popular da China, a 11 de Agosto, as perdas bolsistas somam mais de 4,3 biliões de euros, o equivalente a metade do PIB anual da China (em valor nominal), a segunda maior economia do mundo.
A actual correcção a partir de 15 de Junho de 2015 ocorre depois de uma subida espectacular de mais de 150% desde Junho de 2014. De 19 de Junho de 2014 até 12 de Junho de 2015, o índice composto de Xangai subiu 155% durante este ciclo de “bolha” de quase um ano. Desde 12 de Junho passado, caiu 37,9%.

Todos no vermelho

As bolsas asiáticas estiveram esta segunda-feira mergulhadas no vermelho. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, fechou a perder 4,6%, o Kospi da Coreia do Sul registou perdas de quase 2,5% e o índice da bolsa de Taiwan caiu quase 5%. O índice Hang Seng, da bolsa de Hong Kong, está a cair mais de 5% e o BSE Sensex de Mumbai perde mais de 3%.
As bolsas europeias e os futuros em Wall Street abriram no vermelho. O PSI 20, da Bolsa de Lisboa, abriu a perder mais de 4%.
Nesta segunda-feira a vaga vermelha atinge, também, em força os mercados de matérias-primas. Estão a registar quedas superiores a 2,5%, os preços do petróleo da variedade norte-americana WTI (o barril está a cotar abaixo dos 40 dólares), do óleo de soja, do cobre, do porco, do algodão e do Brent (o barril desceu para 44 dólares pelas 7h). O índice geral da Bloomberg para as commodities está a registar esta segunda-feira uma descida de mais de 1,7%. Desde o início do ano já caiu mais de 17%.

25 Ago 2015

Nova explosão em fábrica faz um morto e nove feridos

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo menos uma pessoa morreu e nove ficaram feridas na sequência de uma explosão numa fábrica de produtos químicos na província chinesa de Shandong, no sábado, dez dias depois das explosões em Tianjin, informaram ontem as autoridades, citadas pela Xinhua. A explosão, que aconteceu pelas 20:50 de sábado na localidade de Huantai provocou um incêndio, que foi apagado durante a madrugada, segundo as autoridades. A maior preocupação prendia-se com a proximidade da fábrica a uma zona residencial, que se encontrava a um quilómetro de distância, onde muitas casas ficaram danificadas. Na fábrica, propriedade da empresa Shandong Runxing Chemical Technology, produzia-se adiponitrila, um composto químico líquido inflamável que liberta gases tóxicos ao arder. As autoridades locais insistem que não se detectou nenhuma evidência de que a explosão tenha provocado contaminação.
As causas da explosão ainda estão a ser investigadas mas acredita-se que uma das máquinas da fábrica ter-se-á incendiado, explodindo.

24 Ago 2015

Coca-Cola investe 3.500 milhões de euros

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] multinacional de bebidas norte-americana Coca-Cola anunciou que vai investir 4.000 milhões de dólares nas suas operações na China, nos próximos três anos, escreve sábado o jornal oficial China Daily. O presidente da empresa, Muhtar Kent, fez o anúncio durante a inauguração de uma nova fábrica da Coca-Cola na província chinesa de Hebei, vizinha de Pequim. Kent recordou que a China é o seu terceiro maior mercado global, o que faz com que o crescimento no país seja de vital importância para o futuro da Coca-Cola. No segundo trimestre de 2015 as vendas da Coca-Cola no gigante asiático aumentaram 6% em relação ao mesmo período do ano passado.

24 Ago 2015

Moscovo e Pequim em exercícios militares no mar do Japão

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Rússia e a China estão desde sexta-feira em exercícios militares conjuntos no mar do Japão, anunciou fonte oficial das forças armadas russas, em comunicado citado pela agência France Presse (AFP).
Os exercícios, ao largo da cidade russa de Vladivostok, deverão desenrolar-se até 28 de Agosto e vão envolver 22 embarcações, 20 aeronaves e mais de 500 fuzileiros navais dos dois países.
Moscovo e Pequim têm intensificado a cooperação militar, política e económica, e os Presidentes dos dois países mantêm conversações diplomáticas frequentemente.
Em Maio, as duas potências militares realizaram os seus primeiros exercícios navais conjuntos em águas europeias, no Mar Negro e no Mediterrâneo, no que foi para a China o exercício naval mais distante das suas águas territoriais até hoje.
Os dois Estados são membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, tomando frequentemente posições semelhantes em assuntos fracturantes, como a guerra na Síria.
As águas do Golfo de Pedro o Grande, a sul de Vladivostok, estão perto da zona onde as fronteiras da Rússia, China e Coreia do Norte se cruzam.
Tanto a China como o Japão reclamam o controlo de ilhas no mar da China Oriental, a sul do mar do Japão, controladas actualmente pelas forças nipónicas, embora os dois lados tenham feito esforços para arrefecer as tensões com diálogos diplomáticos.

24 Ago 2015

Tianjin | Presidente da Câmara assume responsabilidades sobre explosão

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] presidente da câmara da cidade chinesa de Tianjin, Huang Xingguo, assumiu na quarta-feira a responsabilidade pelas explosões ocorridas no terminal de contentores há uma semana, informou a agência oficial Xinhua.
“Como chefe do governo municipal e do Partido [Comunista] em Tianjin, tenho uma responsabilidade inquestionável”, disse Huang.
As explosões, cuja causa ainda não foi revelada, aconteceram num armazém da companhia Ruihai International Logistics, pouco antes da meia-noite do passado dia 12 de Agosto, e causaram pelo menos 114 mortos, mais de 700 feridos e 65 desaparecidos, números que oscilam diariamente.
Entre os desaparecidos estão vários bombeiros, bem como entre os mortos, a quem Huang chamou “heróis”.
O presidente da Câmara instou a que se aplique “tolerância zero” à empresa e às pessoas responsáveis pelo ocorrido “sem se ter em conta quem são e que contactos têm”.
Vários dirigentes de nível médio do porto estão a ser investigados e o organismo anti-corrupção do Partido Comunista abriu inquéritos sobre Yang Dongliang, responsável pela Segurança Laboral do país, e Xiong Yuehui, um alto cargo do Ministério de Protecção do Meio Ambiente.
Xiong Yuehui foi vice-presidente da Câmara de Tianjin, sob as ordens do actual vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Gaoli, um dos sete membros do Comité Permanente do Partido Comunista.
As investigações a Yang e Xiong não foram oficialmente ligados às explosões.

Economia a salvo

Huang sublinhou que são necessários “mais cálculos” para avaliar os danos causados pelas explosões, mas garantiu que não vão afectar os pilares da economia de Tianjin cujo porto é o mais importante do norte da China.
“Nas áreas afectadas só há 176 empresas e a maioria delas não realizava negócios de importação e exportação”, acrescentou.
A agência de ‘rating’ Fitch Ratings estimou há dos dias um possível custo entre “1.000 e 1.500 milhões de dólares” para as seguradoras, e considerou que a tragédia pode tornar-se “uma das indemnizações por catástrofe mais dispendiosas” para o sector na China, nos últimos anos.

21 Ago 2015

Detidos 15 mil cibernautas na China por ‘colocar em perigo a segurança’

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] ministério chinês de Segurança Pública anunciou a prisão de 15.000 ciberrnautas por crimes na internet e acções que colocaram em risco a segurança cibernética, sem especificar quais foram os delitos cometidos. A medida ocorre face a um rigoroso processo de censura às informações divulgadas na internet sobre as explosões de Tianjin, muitas delas com críticas à actuação do governo diante do incidente que matou 114 pessoas, feriu mais de 200 e deixou 70 desaparecidas .
Segundo o site do ministério, 7.400 casos foram investigados, mas sem precisar o período em que as detenções foram feitas. O governo lançou no mês passado uma campanha denominada “Limpeza na internet” que durante seis meses intensificou a vigilância do ciberespaço, concentradas nas páginas que fornecem “informações ilegais e nocivas” ou promovem a pornografia, o uso de armas ou apostas ilegais.
No domingo, foram bloqueados dezenas de sites com críticas sobre a gestão do governo chinês a propósito da explosão num armazém com material químico. As páginas desaprovavam a atenção dada às vítimas, a falta de transparência na investigação e a ausência de informações por parte das autoridades. Antes, mais de 360 contas já haviam sido suspensas de forma temporária ou permanente.

Ao rubro

Em contrapartida, as autoridades alegam que cibernautas disseminaram rumores que criam pânico sobre a população. Entre eles, a Administração do Ciberespaço chinês apontou que algumas páginas comparam o incidente à explosão de uma bomba atómica, enquanto outras indicam que há mais de mil mortos. O governo classificou as publicações como “irresponsáveis” e ressaltou que vai adoptar uma postura de “tolerância zero” contra os boatos.
Desde que Xi Jinping chegou ao poder, o governo chinês têm como prioridade o controlo de páginas na internet e das redes sociais. Vários donos de blogs críticos do regime foram presos e forçados a confessar publicamente os seus delitos, como o chinês-americano Charles Xue, acusado de ter relações ilícitas com prostitutas.
Além disso, em Março do ano passado, o Congresso aprovou uma lei que dá poderes ao Estado para tomar “todas as medidas necessárias” para proteger a soberania de seu ciberespaço. A legislação, que recebeu muitas críticas de organizações de direitos humanos, pretende evitar que a “informação ilegal ou prejudicial” se espalhe e prevê uma pena de três anos de prisão para aqueles que espalham “rumores” através de rede.

20 Ago 2015

Explosões em Tianjin afectam economia

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s explosões em Tianjin, na China, já causaram prejuízos de quase mil milhões de euros, impediram grandes multinacionais de acederem às suas instalações e podem gerar um impacto económico com duração de vários meses.
O desastre matou pelo menos 114 pessoas e gerou receio de contaminação do ar e da água da cidade com poluentes tóxicos, apesar de as autoridades insistirem que são seguros.
As explosões destruíram também a zona do porto de Tianjin, uma plataforma chave da segunda economia mundial e maior comercializadora de bens.
Uma das imagens mais marcantes do desastre é a de inúmeros carros importados completamente carbonizados, com estimativas de que cerca de 10.000 veículos ficaram destruídos.
Mais de 150 empresas listadas na Fortune 500 – a revista norte-americana que apresenta as maiores empresas do mundo – operam em Tianjin, e o seu porto é um dos dez mais movimentados do mundo.
A cidade conta com uma população de 15 milhões de pessoas, o dobro de Londres, e uma economia do tamanho da República Checa.
“A actividade económica em Tianjin ainda não voltou ao normal, vários dias depois das explosões devastadoras”, indicou a consultora Capital Economics, numa nota aos clientes.
“Apesar de a maioria do porto continuar a operar, os danos aos armazéns e instalações de fábricas foram severos”, acrescentou, alertando que “as perturbações devem estender-se às cadeias de abastecimento”.

20 Ago 2015

Bolsa de Xangai com maior queda registada em Agosto

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] bolsa de Xangai caiu 6,15%, depois de três sessões consecutivas em alta, registando ontem a maior queda deste mês. O Indice Composite de Xangai fechou nos 3.748 pontos, menos 245 do que na segunda-feira passada, e a bolsa de Shenzhen, de menor dimensão, caiu 6,56%, indicou a agência noticiosa oficial Xinhua. Descrita pela Xinhua como “uma queda a pique”, a descida de ontem foi a mais acentuada de Agosto, confirmando a persistente volatilidade do mercado de capitais chinês. O Indice Composite de Xangai fechou em terreno positivo nas três sessões anteriores (0,71%, 0,28% e 1,76%, respectivamente), interrompendo dois dias a cair, mas em 10 de Agosto subiu quase 5% (4,92%).
 

19 Ago 2015

Tianjin | Armazém tinha 3.000 toneladas de produtos perigosos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Ministério de Segurança Pública da China confirmou ontem que o armazém no porto da cidade de Tianjin, onde na passada quarta-feira se deram enormes explosões, continha pelo menos 3.000 toneladas de cerca de 40 produtos químicos perigosos.
Em declarações reproduzidas ontem pela emissora pública CCTV, o subdirector do departamento de bombeiros do Ministério de Segurança Pública, Niu Yueguang, explicou que, dado que o armazém ficou destruído, ainda não foi possível averiguar as quantidades exactas que continha.
Entre estas 3.000 toneladas, 800 eram de nitrato de amónio, 700 de cianeto de sódio e outras 500 de nitrato de potássio, detalhou Niu.
Em conferência de imprensa ontem, o chefe do grupo de emergência do gabinete de protecção do meio ambiente de Tianjin, Bao Jingling, disse que os restos de cianeto “podem” ter chegado aos edifícios residenciais próximos do porto, onde se deram as explosões.
Bao anunciou que vão ser enviados especialistas para limpar a zona e alertou para a toxicidade destes resíduos.
O funcionário explicou também que os pontos de controlo da qualidade do ar não detectaram nenhum novo poluente desde segunda-feira e que os que existem se encontram dentro dos níveis considerados “seguros”.

Água suja

As chuvas que se registaram em Tianjin nas últimas horas acentuaram a preocupação em relação a uma possível contaminação da zona, perante a possibilidade de a água da chuva provocar uma reacção química com o cianeto que se encontra na zona onde se deram as explosões, ou que este se disperse.
Bao assinalou que as equipas de limpeza vão reforçar o isolamento da zona do porto e que vão tratar a água da chuva com produtos químicos para neutralizar as reacções.
As autoridades municipais disseram ainda que estão a estabelecer diferentes categorias entre os afectados para, assim, os poderem compensar de acordo com os danos que sofreram, “o mais rápido possível”.
Na passada quarta-feira à noite uma enorme explosão em contentores de armazenamento de químicos, incluindo cianeto de sódio, abalou a cidade, causando, até agora 114 mortos, 70 desaparecidos e 700 feridos. Partes da cidade foram evacuadas devido a receios de propagação de químicos.
O Tribunal Supremo Chinês já anunciou uma investigação para apurar possíveis negligências por parte da empresa detentora dos contentores.
Ainda não se sabe o que causou as explosões mas a hipótese mais forte é que se deveram ao contacto dos produtos químicos com a água usada pelos bombeiros para apagar um incêndio que havia deflagrado previamente.

19 Ago 2015

Três descendentes de Goa, Damão e Diu ganham diariamente nacionalidade portuguesa

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]rês descendentes de cidadãos naturais de Goa, Damão e Diu obtêm, em média, por dia, nacionalidade portuguesa, de acordo com dados facultados pelo embaixador de Portugal na Índia, Jorge Roza de Oliveira.
“Haverá cerca de 90 aquisições de nacionalidade por mês, a maior parte por descendentes de nascidos até 1961, [o que] dá mais ou menos um milhar por ano”, disse o diplomata à agência Lusa.
Os cidadãos nascidos em Goa, Damão e Diu até 1961, data da ocupação pela União Indiana, têm nacionalidade portuguesa, a qual pode ser requerida pelos seus descendentes até à terceira geração.
Este número é menor do que a média de dez registada entre 2007 e 2013, já que, durante esse período, foram despachados favoravelmente 27.382 pedidos, segundo dados fornecidos, em meados de 2014, pelo Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) à Lusa.
Ao contrário de Portugal – onde é permitida a dupla nacionalidade – na Índia só é autorizada uma, ou seja, quando um cidadão adquire a cidadania de outro país tem de abdicar da indiana. Contudo, nem todos o fazem, o que representa um nó górdio para as autoridades indianas que procuram uma solução.
“O que a Índia pretende apenas é tentar limar um problema que existe pelo facto de não aceitar a dupla nacionalidade”, vincou Jorge Roza de Oliveira, considerando que se trata de uma questão interna relativamente à qual não cabe a Portugal intervir.
“Nós vamos acompanhando, mas não é uma negociação connosco. Não temos nada a ver”, disse o diplomata, indicando que, actualmente, o Ministério da Administração Interna indiano – que fez pelo menos uma visita a Goa para falar com todos os intervenientes – estará a preparar legislação para tentar resolver o problema de os indianos terem uma segunda nacionalidade quando a sua lei não o permite.
“Isto é uma coisa interna indiana e está a ser preparada, se assim posso dizer, em [Nova] Deli e no Ministério da Administração Interna, mas eles não terão obviamente uma urgência enorme em resolver isto porque têm outras coisas pela frente”, comentou. [quote_box_right]“O que a Índia pretende apenas é tentar limar um problema que existe pelo facto de não aceitar a dupla nacionalidade”, Jorge Roza de Oliveira, embaixador de Portugal[/quote_box_right]
“Vão tentar triar a situação”, mas “não estão minimamente interessados em criar problemas bilaterais (…). Penso que têm feito isto com alguma calma e sensatez”, anotou Jorge Roza de Oliveira.
As autoridades indianas “não estão à procura de uma solução que provoque crispação, problemas ou que vá afastar-nos uns dos outros”, frisou, defendendo que o facto de a Índia não aceitar a dupla nacionalidade não deve ser olhado como “um crime imenso”.
“Há uma mão cheia de países da União Europeia que não aceitam a dupla nacionalidade, a começar pela Áustria e a acabar na Holanda”, lembrou.

Bom negócio

O embaixador de Portugal na Índia também reconheceu a existência de todo um negócio lucrativo em torno da nacionalidade portuguesa, com agências que vivem apenas do referido expediente, cobrando a clientes menos esclarecidos avultadas somas.
“Está claro. Óbvio que há uma indústria, como há com todos [os países]. Os franceses em Pondicherry também se queixam de haver essa indústria à volta da aquisição de nacionalidade, de maneira que não é uma coisa que possamos resolver, mas que podemos ajudar a diminuir com a nossa seriedade na auscultação dos documentos para aquisição de nacionalidade, tendo em atenção o candidato”, ressalvou.
Jorge Roza de Oliveira vai deixar Nova Deli no próximo mês, ao fim de quatro anos, passando a desempenhar o cargo de embaixador no México.

19 Ago 2015

Tianjin | Imprensa critica resposta dos dirigentes de às explosões

As suspeitas em torno da gestão da catástrofe aumentaram depois da revista Caijing anunciar que quem realmente controla a empresa onde se registaram fortes explosões é o filho de um antigo alto dirigente do governo local

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] imprensa estatal chinesa criticou ontem fortemente os responsáveis da cidade portuária de Tianjin, acusando-os de falta de transparência no caso das explosões na zona industrial da cidade que causaram a morte de, pelo menos, 114 pessoas.
As autoridades chinesas têm limitado as críticas à gestão do desastre, suspendendo ou encerrando dezenas de páginas na Internet ou contas em redes sociais.
No entanto, a imprensa estatal condenou ontem os dirigentes locais por falta de transparência, dizendo que a sua atitude tem um reflexo negativo no Governo central.
“Durante as primeiras dezenas de horas após as explosões foi disponibilizada pouca informação pelas autoridades de Tianjin”, escreveu ontem o Global Times no seu editorial.
“Tianjin não é um caso excepcional em termos de resposta desadequada em situação de desastre. O esforço para responder aos repórteres deve passar a ser rotineiro, caso os governos voltem a enfrentar um acontecimento de grande dimensão. Uma reacção lenta pode levar a que rumores corram desenfreados. E como consequência, a confiança pública no Governo continua a decrescer”, diz o jornal com ligação ao Partido Comunista.
Por seu lado, o China Daily escreve que “muitas questões continuam por responder” sobre as explosões, que geraram vários dias de incêndios e receio de contaminação tóxica.
“Não é surpreendente que a falta de informação confirmada tenha resultado em teorias da conspiração (…) que vão aumentar, a não ser que o Governo revele os mistérios em torno do incidente através de uma investigação exaustiva e transparente que possa responder às perguntas das pessoas”, escreve.
O jornal afiliado com o órgão de disciplina do Partido Comunista, o “China Discipline Inspection and Supervision News”, afirmou que o desastre em Tianjin expôs graves lacunas na implementação das regulações do país.
“As chamas engoliram não só vidas e propriedade, mas também o sentido de segurança. O promotor dos complexos [industriais] e os residentes não sabiam que estavam a viver ao lado de um ‘vulcão’ até as explosões acontecerem”, escreve.

Ligações opacas

A revista económica chinesa Caijing escreveu também ontem que quem realmente controla a empresa proprietária do terminal de contentores do porto de Tianjin, em que se registaram fortes explosões, é o filho de um antigo alto dirigente do governo local.
Apesar de o titular oficial da empresa Ruihai International Logistics ser Zhi Feng e os principais accionistas pessoas com o nome Li Liang e Shu Zheng, com 55% e 45% das acções, respectivamente, quem “realmente controla” a empresa é Dong Mengmeng, diz a revista.
A publicação indica que Dong é o filho do ex-director do Gabinete de Segurança Pública do Porto de Tianjin, onde fica o terminal de depósitos.
A ligação entre a empresa e o governo aumenta as suspeitas sobre a opacidade na gestão da catástrofe, sem que ainda tenha sido revelado o que a provocou.
Desde que se deram as explosões que se revelaram várias possíveis violações às regras de segurança, entre informações oficiais e publicadas pela imprensa.
O Tribunal Supremo Chinês já anunciou uma investigação para apurar possíveis negligências.
Apesar de ainda não ter sido oficialmente confirmado, a hipótese mais forte é que as explosões se deveram ao contacto dos produtos químicos nos contentores – incluindo cianeto – com a água usada pelos bombeiros para apagar um incêndio que havia deflagrado previamente.
Ainda não se sabe se a Ruhai International Logistics tinha licença para armazenar estes químicos perigosos, já que a autorização de 2012 não contemplava esta opção, ainda que fontes do Governo local tenham dito na sexta-feira que a licença foi “redefinida” mais tarde.

18 Ago 2015

Moeda chinesa mantém ligeira valorização face ao dólar

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] moeda chinesa voltou ontem a subir ligeiramente face ao dólar norte-americano, mantendo a tendência de sexta-feira e indicando que o inesperado processo de “ajustamento” do yuan, que em apenas três dias desvalorizou 4,66%, estará “basicamente concluído”.
Segundo as cotações do banco central chinês, ontem de manhã, um dólar valia 6,3969 yuan, menos 0,0006 do que na sexta-feira passada.
O euro também desceu, para 7,0943 yuan – menos 0,0382.
Pelas regras do Banco Popular da China, o yuan pode variar diariamente até 2% face às principais moedas internacionais.
Na semana passada, entre terça e quinta-feira, a moeda chinesa desvalorizou sucessivamente 1,9%, 1,6% e 1,1% face ao dólar norte-americano, na maior descida do género desde 1994.
A acentuada desvalorização do yuan foi apresentada pelas autoridades chinesas como uma medida destinada a “reflectir melhor o mercado”, no âmbito de um processo de “ajustamento” que já estará “basicamente concluído”
“O valor do yuan voltou gradualmente aos níveis do mercado depois das quedas nos dias anteriores, e permanecerá uma moeda forte no longo prazo, sem bases para uma persistente e substancial desvalorização”, afirmou Zhang Xiaohui, vice-governador adjunto do Banco Popular da China, na quinta-feira passada.
O mesmo responsável disse que “havia um fosso de 3% entre a cotação do yuan e as expectativas do mercado”.

18 Ago 2015