Hoje Macau China / ÁsiaDemografia | “Aumento gradual” da idade da reforma As mudanças vão permitir que mais pessoas com 50 e 60 anos continuem a trabalhar, aliviando a pressão sobre o sistema de pensões e aumentando a mão-de-obra disponível para a modernização do país A China começou a elaborar um projecto de lei que propõe o “aumento gradual” da idade da reforma, procurando adaptar o país aos seus crescentes desafios demográficos, informou ontem a imprensa local. O Comité Permanente da 14.ª Assembleia Nacional Popular (ANP) analisou a proposta na sequência de uma resolução adoptada na terceira sessão plenária do 20.º Comité Central do Partido Comunista da China (PCC), em Julho passado. O objectivo da reforma é “desbloquear o potencial de desenvolvimento de alta qualidade da população” e “apoiar a modernização do país”, através da implementação de medidas de forma “voluntária” e “flexível”, visando um “aumento gradual” da idade da reforma, segundo especialistas citados ontem pelo jornal oficial Global Times. O analista Zhou Haiwang, do Instituto de População e Desenvolvimento da Academia de Ciências Sociais de Xangai, disse que “a reforma permitirá que mais pessoas na casa dos 50 e 60 anos, que estão dispostas a continuar a trabalhar, trabalhem durante mais tempo”. Com uma esperança de vida de 78,6 anos em 2023 e uma taxa de crescimento natural negativa (-1,48 por 1.000 habitantes), segundo um relatório publicado pela Comissão Nacional de Saúde do país asiático, o aumento da idade da reforma é considerado crucial para atenuar a diminuição da oferta de mão-de-obra e aliviar a pressão sobre o sistema de pensões, segundo os especialistas, que acrescentam que esta medida reflecte as práticas globais dos países desenvolvidos. “É uma medida necessária e em linha com a tendência global”, disse Yuan Xin, vice-presidente da Associação da População da China. Medidas flexíveis Esta mudança faz parte de uma estratégia mais alargada que inclui políticas de emprego prioritárias e melhorias no sistema de segurança social. A actual idade de reforma na China situa-se entre os 50 e os 60 anos, dependendo do sexo, enquanto a média da OCDE é superior a 63 anos. Em Julho, a terceira sessão plenária do 20.º Comité Central do Partido Comunista adoptou uma resolução que sublinhava a necessidade de atenuar o desemprego estrutural. Estima-se que mais de 30 por cento da população da China, ou seja, mais de 400 milhões de pessoas, têm 60 anos ou mais. A inclusão, pela primeira vez, da “voluntariedade” e da “flexibilidade” como princípios-chave para o aumento da idade da reforma visa melhorar os programas e indústrias de cuidados aos idosos, a fim de responder activamente a estes desafios, de acordo com o Comité Central do PCC – o órgão de decisão política do partido e, por extensão, do país.
Hoje Macau China / ÁsiaAssociação Chinesa de Futebol bane 43 pessoas por corrupção A Associação Chinesa de Futebol (CFA) baniu 43 pessoas de participarem em actividades relacionadas com o futebol, devido ao seu envolvimento em manipulação de resultados e outras formas de corrupção. Zhang Xiaopeng, um alto funcionário da polícia chinesa, divulgou ontem em conferência de imprensa os pormenores de uma “investigação de dois anos que revelou uma série de casos de apostas online, viciação de resultados e subornos”, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. Segundo a Xinhua, a investigação envolveu 120 jogos dos campeonatos chineses, 128 suspeitos de crimes e 41 clubes. Entre as pessoas banidas, 38 eram jogadores e cinco eram funcionários de vários clubes. Os antigos jogadores da selecção chinesa Jin Jingdao, Guo Tianyu e Gu Chao foram proibidos de participarem em actividades relacionadas com o futebol para sempre. Outros jogadores e dirigentes receberam punições menos severas, incluindo jogadores estrangeiros atraídos para a China pela promessa de salários elevados. O sul-coreano Son Jun-ho, que jogava no Shandong Taishan, da China, e o camaronês Ewolo Donovan, que jogava no Heilongjiang Ice City, foram suspensos por cinco anos. As acções de Son “violaram gravemente a ética e o espírito desportivo, causando um impacto negativo significativo na sociedade”, de acordo com o comunicado da federação. O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu fazer da China uma superpotência do futebol, mas as equipas masculinas não têm tido grande sucesso. As promessas de construção de novos campos e de contratação de pessoal ficaram aquém das expectativas, numa altura em que os clubes chineses se tentam reerguer após o impacto da pandemia de covid-19.
Hoje Macau China / ÁsiaEncontro | Sánchez e Xi abordam conflitos em Gaza e Ucrânia O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, abordou os conflitos na Ucrânia e em Gaza e a necessidade de “relações profundas e equilibradas” com a China, durante uma reunião com o Presidente chinês, Xi Jinping, informou ontem o governo espanhol. A segunda viagem do primeiro-ministro espanhol à China em menos de dois anos “demonstra o desejo partilhado por ambos os países de manter um diálogo regular ao mais alto nível nas suas relações bilaterais”, referiu o comunicado do governo. A conversa entre Sánchez e Xi, ocorrida na segunda-feira, na Casa de Hóspedes do Estado Diaoyutai, em Pequim, abordou os conflitos na Ucrânia e em Gaza. O líder espanhol insistiu na necessidade de trabalhar para a paz com o envolvimento das Nações Unidas. A China é um dos cinco membros permanentes e com direito de veto do Conselho de Segurança da ONU. A Espanha é membro da NATO, que a China acusou de ter levado o Presidente russo, Vladimir Putin, a lançar a sua invasão em grande escala da Ucrânia há mais de dois anos. “Queremos construir pontes para defender conjuntamente uma ordem comercial justa que permita o crescimento das nossas economias e beneficie as nossas indústrias e cidadãos”, afirmou Sánchez, que também se reuniu com o seu homólogo chinês, Li Qiang, de acordo com o comunicado do governo. Sánchez e o lado chinês defenderam o comércio livre e a promoção de intercâmbios culturais e do turismo, de acordo com a televisão estatal chinesa CCTV, mas não anunciaram quaisquer pormenores sobre uma disputa em curso sobre veículos eléctricos (ver caixa). “Esperamos que a Espanha continue a proporcionar um ambiente de negócios justo, equitativo, seguro e não discriminatório para as empresas chinesas investirem e fazerem negócios”, disse Xi, segundo a televisão estatal. “A Espanha apoia os princípios do comércio livre e dos mercados abertos e não apoia uma guerra comercial”, afirmou Sanchez, de acordo com a CCTV. Questão fibrosa O comércio é uma das questões mais espinhosas entre a China e Espanha. No início do ano, a Espanha foi um dos membros da UE que manifestou o seu apoio a uma taxa punitiva de até 36,7 por cento sobre veículos eléctricos chineses. O Governo chinês reagiu lançando uma investigação sobre as importações de carne de porco da UE. As exportações de produtos de carne de porco da UE para a China atingiram um pico de 7,4 mil milhões de euros, em 2020, quando Pequim teve de recorrer ao estrangeiro para satisfazer a procura interna depois de as suas explorações de suínos terem sido dizimadas por uma doença suína. As exportações de carne de porco da UE para a China diminuíram desde então, atingindo 2,5 mil milhões de euros no ano passado e quase metade desse total veio de Espanha. A tensão sobre a carne de porco não impediu a Espanha de saudar os planos do fabricante chinês de automóveis Chery de abrir uma fábrica de veículos eléctricos em Barcelona. O líder socialista espanhol também participou num fórum empresarial em Pequim para empresas espanholas e chinesas antes de viajar para Xangai, onde participou ontem em eventos empresariais e na inauguração de um Instituto Cervantes, um centro que promove a língua e a cultura espanholas.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor/Papa | Francisco alerta para “crocodilos” que querem mudar identidade e história O Papa Francisco alertou ontem os timorenses, já na fase final da missa em Tasi Tolu, para terem cuidado com os “crocodilos” que querem mudar a identidade e a história de Timor-Leste. “Estejam atentos, porque me disseram que em algumas praias vivem crocodilos. Os crocodilos que nadam e têm uma mordida forte. Estejam atentos a esses crocodilos, que querem mudar-vos a cultura e a história”, afirmou Francisco. “Não se aproximem desses crocodilos porque mordem e mordem muito”, disse, perante os aplausos dos timorenses, depois de ter sido traduzido para tétum. Francisco voltou a salientar que o melhor que Timor-Leste tem é o seu povo e o melhor que o povo tem são as suas crianças. “Um povo que ensina as suas crianças a sorrir, é um povo com futuro”, disse Francisco, pedindo aos timorenses para continuarem a ter muitos filhos. O Papa pediu também para que os timorenses cuidem dos mais velhos, porque “são a memória da terra”. “Obrigada, muito obrigada pela vossa caridade, pela vossa fé. Sigam em frente com esperança”, disse, deixando momentos depois o palco em Tasi Tolu, onde permanecem milhares de pessoas. As autoridades estimam que estejam em Tasi Tolu mais de meio milhão de pessoas, num país com 1,3 milhões de pessoas, 98 por cento das quais são católicas. O Papa Francisco iniciou segunda-feira uma visita a Díli, capital de Timor-Leste, no âmbito de um périplo que está a fazer à região, tendo já passado pela Indonésia e Papua Nova Guiné e que termina em Singapura, na sexta-feira, naquela que é a mais longa viagem do seu pontificado.
Hoje Macau China / ÁsiaONG | Perto de 200 militantes ambientais mortos em 2023 Cerca de 200 ambientalistas foram assassinados em todo o mundo em 2023, com a Colômbia a surgir, mais uma vez, como o país mais perigoso para os activistas, anunciou ontem uma organização não-governamental (ONG). Cerca de 85 por cento dos 196 homicídios de defensores do ambiente e dos direitos à terra no ano passado ocorreram na América do Sul, tendo a ONG Global Witness registado 79 só na Colômbia, o número mais elevado desde que a organização começou a produzir um relatório anual, em 2012. A maioria dos crimes ocorreu no sudoeste do país e há suspeitas de que organizações criminosas tenham cometido pelo menos metade deles. A Colômbia vai acolher, em Outubro e Novembro, a Conferência da ONU sobre a Biodiversidade (COP16) em Cali, precisamente no sudoeste do país, o que suscita preocupações quanto à segurança dos participantes. O relatório destacou também a situação nas Honduras, que registou 18 homicídios, o maior rácio de assassínios por habitante. Na Ásia, as Filipinas continuam a ser o país mais perigoso, com 17 homicídios de activistas ambientais. A Global Witness destacou uma tendência crescente de raptos na região. “Desde a nossa libertação, as ameaças não pararam”, afirmaram no relatório Jonila Castro e Jhed Tamano, duas activistas que se opõem aos projectos de recuperação da baía de Manila, nas Filipinas. As activistas acusaram o exército de as ter raptado, embora as autoridades tenham afirmado que as duas mulheres pertenciam a uma rebelião comunista, que mais tarde abandonaram. Outros continentes Em África, a Global Witness registou apenas quatro mortes, mas alertou que o número estará provavelmente “muito subestimado”, dada a dificuldade de recolha de informações. A ONG condenou ainda novas leis aprovadas no Reino Unido e nos Estados Unidos, que prevêem penas mais duras para manifestantes e activistas, bem como os “níveis draconianos de vigilância” nos países da União Europeia. No caso do Reino Unido, a Global Witness referiu o caso de três activistas ambientais que foram proibidos pelos tribunais de invocar a crise climática em sua defesa e foram detidos por desrespeito da lei.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor/Papa | Francisco exorta timorenses à construção do Estado e a apostarem na Educação O Papa Francisco exortou ontem os timorenses a prosseguirem a construção e consolidação do Estado para servirem os timorenses e a apostarem na educação dos jovens, que representam a maioria da população do país. “Exorto-vos a prosseguirem com renovada confiança na sábia construção e consolidação das instituições” da República, para que “estejam completamente aptas a servir o povo de Timor-Leste” e para que os “cidadãos se sintam efectivamente representados”, afirmou Francisco, na primeira declaração pública em Díli, na Presidência timorense. “Que a fé que vos iluminou e susteve no passado continue a inspirar o vosso presente e o vosso futuro. ‘Que a vossa fé seja a vossa cultura’, isto é, que inspire critérios, projetos e escolhas segundo o Evangelho”, disse o Papa, referindo-se ao tema da sua visita ao país e a lembrar que agora Timor-Leste tem um “novo horizonte, com céu limpo, mas com novos desafios a enfrentar e novos problemas a resolver”. Apesar dos problemas, Francisco pediu aos timorenses para serem confiantes e a manterem um “olhar cheio de esperança em relação ao futuro”. O Papa destacou que 65 por cento dos 1,3 milhões de timorenses têm menos de 30 anos e que o “primeiro campo a investir é na educação, na família e na escola”. “Uma educação que coloque as crianças e os jovens no centro e promova a sua dignidade”, disse, sublinhando que o entusiasmo dos mais novos, juntamente com a sabedoria dos mais velhos, forma uma “combinação providencial de conhecimento”.
Hoje Macau China / ÁsiaPapa Francisco pede em tétum que “Deus abençoe” Timor-Leste Cerca de 400 pessoas, autoridades políticas e religiosas, sociedade civil e cultural, ouviram ontem o primeiro discurso do Papa em Timor-Leste, que terminou pedindo em tétum que Deus abençoe o país. O discurso de 18 minutos, no palácio presidencial, foi o ponto alto do primeiro dia da visita do Papa a Timor-Leste, que termina esta quarta-feira. Antes, o Papa já tinha participado numa cerimónia de boas-vindas oficiais na entrada do edifício. Francisco teve depois um encontro privado com o Presidente da República, José Ramos-Horta, de cerca de 15 minutos, ao mesmo tempo que o secretário de Estado do Vaticano se reuniu com o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e respectivas delegações. O Papa reuniu-se depois com as autoridades juntas na sala China, decorada com fotos de heróis da resistência, pinturas e objectos tradicionais timorenses, além de uma pintura da grande muralha da China. O palácio foi construído pela China. Antes de entrar na sala, o Papa já tinha cumprimentado 10 membros da família do Presidente. Toda a tradição Depois dos discursos do chefe de Estado de Timor-Leste e de Francisco seguiu-se uma troca de presentes e houve ainda uma bênção final aos funcionários e uma foto de grupo, composto por mais de mil pessoas. Na saída do Papa foi tocada uma melodia por corneteiros de “karau dikur”, um instrumento de sopro tradicional que é feito de chifre de búfalo e que é usado para chamar ou informar a comunidade de um acontecimento importante. O Papa Francisco recebeu um tais, um pano tradicional de Timor-Leste, um terço e uma escultura feitos de sândalo, do artista Ricardo Nheu. E assinou também um Livro de Honra que foi especialmente concebido para comemorar a visita a Timor-Leste, com capa de tecido e madeira, representando um peixe, um dos primeiros símbolos cristãos, e uma peça de madeira com a inscrição “Unitur in Pace” (Unidos na Paz, em Latim).
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Wang Yi visita a Rússia esta semana O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, vai à Rússia esta semana para participar numa reunião dos países-membros dos BRICS dedicada à segurança, anunciou ontem a diplomacia chinesa. “A convite do secretário do Conselho de Segurança da Federação Russa, Sergei Shoigu (…), Wang Yi participará na 14.ª reunião dos altos responsáveis de segurança e conselheiros de segurança nacional dos BRICS em São Petersburgo, na Rússia, de 11 a 12 de Setembro”, declarou Mao Ning, porta-voz do ministério. A viagem de Wang Yi acontece antes da cimeira dos BRICS marcada para o próximo mês em Kazan, na Rússia, na qual Presidente russo, Vladimir Putin, espera contar com a presença do seu homólogo chinês, Xi Jinping. Os dois políticos são parceiros próximos e encontraram-se inúmeras vezes nos últimos anos para demonstrar a “amizade sem limites” entre os seus dois países. Moscovo e Pequim já denunciaram em conjunto o que consideram ser a hegemonia norte-americana nos assuntos internacionais. A cimeira dos BRICS deverá também acolher outro parceiro próximo de Putin e rival regional de Pequim o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que já tinha visitado a Rússia em Julho. Com quatro membros (Brasil, China, Índia e Rússia) quando foi criado em 2009, ao bloco dos BRICS juntou-se à África do Sul em 2010 e expandiu-se esse ano para vários outros países emergentes, incluindo o Egipto e o Irão. A Turquia, um Estado-membro da NATO com relações por vezes tensas com os seus aliados ocidentais, anunciou no início de Setembro que tinha apresentado um pedido de adesão ao bloco.
Hoje Macau China / ÁsiaChina Renaissance | Acções de Bao Fan caem 72% após suspensão As acções do banco de investimento China Renaissance, gerido pelo banqueiro chinês Bao Fan, desaparecido em Fevereiro de 2023, caíram ontem 71,66 por cento na abertura da sessão, após uma suspensão de um ano e cinco meses. Às 11:00, as acções recuperaram ligeiramente na bolsa de valores de Hong Kong, com a queda a fixar-se em cerca de 61 por cento. Na sexta-feira passada, o China Renaissance anunciou que cumpriu finalmente os requisitos para retomar as transacções, o que implicou sobretudo a publicação de várias contas de resultados desde 2022, bloqueadas pelo desaparecimento de Bao. Quanto ao paradeiro do fundador, a empresa limitou-se a reiterar que está “indisponível para ser contactado” porque estar “a cooperar” com uma investigação conduzida por “certas autoridades da República Popular da China”. Em 16 de Fevereiro de 2023, a empresa comunicou o desaparecimento de Bao e, 10 dias depois, indicou ter tomado conhecimento de que o responsável estava “a cooperar” numa investigação. Bao, conhecido por ser o arquitecto de algumas das maiores fusões de empresas tecnológicas do país, terá tentado transferir parte da fortuna da China e de Hong Kong para Singapura, onde, no final de 2022, tentou criar um fundo para gerir a riqueza, noticiou o jornal Financial Times. A última notícia sobre o banqueiro foi difundida em Fevereiro, quando o China Renaissance informou que Bao se tinha demitido de todos os cargos na empresa por “razões de saúde” e para “dedicar mais tempo aos assuntos da família”.
Hoje Macau China / ÁsiaInvestimento | Pequim vai fundir empresas com 213,357 mil ME em activos A China pretende fundir duas das principais agências de investimento do país, a Guotai Junan e a Haitong, para criar a maior empresa nacional do sector, com cerca de 1,68 biliões de yuan sob gestão. O plano, anunciado na semana passada, envolve uma troca de acções e está ainda pendente da aprovação dos conselhos de administração, dos accionistas e das autoridades reguladoras de ambas as empresas. As duas empresas estão sediadas em Xangai, considerada a capital económica da China, cuja gestora pública de activos controla a Guotai Junan e detém a maior participação na Haitong, a mais pequena das duas. Tanto a Guotai Junan como a Haitong suspenderam a cotação das suas acções em Hong Kong e Xangai, especificando que, neste último mercado, o congelamento não deverá durar mais de 25 dias úteis, de acordo com o portal de notícias de negócios Yicai. Embora a China tenha cerca de 145 empresas de investimento, Pequim planeia consolidar o sector, com vista a ter dois ou três bancos de investimento que possam competir globalmente e enfrentar Wall Street até 2035, o que resultou recentemente em várias iniciativas de fusão. Por exemplo, a Guosen está a tentar adquirir a quase totalidade da Vanho, e a Guolian também indicou que irá adquirir a Minsheng e a Western. De acordo com um analista citado pelo Yicai, o acordo tem também como objectivo dotar Xangai de um banco de investimento de “classe mundial” que esteja à altura do estatuto da cidade como centro financeiro internacional. Prós e contras A fusão da Guotai Junan e da Haitong ultrapassaria a Citic Securities como a maior corretora de investimentos da China, embora o sector tenha sofrido muito nos últimos anos face a uma recuperação económica mais fraca do que o esperado e à queda dos mercados locais: o índice CSI 300 das 300 maiores empresas das bolsas de Xangai e Shenzhen está quase 45 por cento abaixo do seu pico de Fevereiro de 2021. A Bloomberg observou recentemente que o Haitong ganhou menos 75 por cento no primeiro trimestre, pelo que a fusão poderia resolver alguns dos seus problemas, em parte devido à “qualidade não muito saudável” dos seus activos subjacentes, segundo os especialistas. Outra consequência possível da fusão seria a perda de postos de trabalho: a Guotai Junan tem cerca de 15.000 trabalhadores e a Haitong mais de 13.600. Pequim, que permite a plena participação estrangeira em empresas deste sector desde 2020, já tinha considerado uma operação semelhante há alguns anos, embora nesse caso se tratasse da aquisição de uma participação na CSC Financial pela empresa-mãe da Citic Securities.
Hoje Macau China / ÁsiaVietname | Yagi perde força e passa a tempestade tropical O super-tufão Yagi, o mais forte registado este ano na Ásia, passou ontem a tempestade tropical, depois de perder força ao atingir no sábado o norte do Vietname, onde fez pelo menos quatro mortos. O Yagi, que ainda causou dois mortos na província chinesa de Hainão e 20 nas Filipinas, encontra-se já enfraquecido perto da fronteira entre Vietname, Laos e China, de acordo com a última actualização do departamento meteorológico do Vietname. Apesar disso, esta agência apelou aos habitantes locais para que se mantenham vigilantes face ao risco de inundações, cheias repentinas e deslizamentos de terras. As autoridades vietnamitas estão agora concentradas na análise dos danos causados pelo tufão, que atingiu no início da tarde de sábado a cidade de Haiphong, com mais de dois milhões de habitantes e um importante centro de empresas tecnológicas, e afectou a capital Hanói, com 8,5 milhões de habitantes. De acordo com as primeiras informações, o Yagi, o terceiro tufão a atingir o Vietname este ano, provocou a queda de mais de 2.200 árvores em toda a capital, bem como de postes de iluminação e candeeiros de rua. Registaram-se algumas inundações em toda a metrópole. Até à data, o número de mortos mantém-se em quatro, nas províncias de Quang Ninh e Hai Duong, e contabilizaram-se 78 feridos. O Yagi causou no Vietname chuvas fortes e ventos sustentados de 118 quilómetros por hora, com rajadas máximas de até 149 quilómetros por hora. Antes da chegada do super-tufão, as autoridades retiraram de casa cerca de 50 mil pessoas, e quase meio milhão de soldados foram mobilizados para ajudar nos trabalhos de emergência. O aeroporto Noi Ba, em Hanói, o maior do país, retomou ontem as operações, depois de ter cancelado a actividade no sábado devido aos efeitos do tufão.
Hoje Macau China / ÁsiaFOCAC | Wang Yi propõe princípios para relações internacionais com África O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, propôs três princípios para a comunidade internacional ao cooperar com a África. Wang apresentou as propostas na quinta-feira, quando se reuniu com a imprensa juntamente com a ministra dos Negócios Estrangeiros do Senegal, Yacine Fall, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da República do Congo, Jean-Claude Gakosso, durante a Cimeira 2024 do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC). O responsável, citado pelo Diário do Povo, afirmou que a China espera que todos os países envolvidos na cooperação com a África defendam a justiça. Alcançar a modernização não é um privilégio exclusivo de alguns países, e as nações africanas também têm o direito ao desenvolvimento, afirmou Wang. É imperativo estar atento às vozes da África e respeitar a aspiração do povo africano de explorar os seus próprios caminhos de desenvolvimento, disse. O responsável acrescentou que a cooperação internacional com a África deve ser pragmática, conclamando todos os países parceiros a cumprirem o que dizem e oferecerem benefícios tangíveis ao povo africano.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China e Camboja aprofundam cooperação O conselheiro de Estado e o ministro da Segurança Pública chinês, Wang Xiaohong, presidiu a uma reunião de encerramento das actividades do Ano de Cooperação na Aplicação da Lei entre a China e o Camboja, juntamente com o vice-primeiro-ministro e ministro do Interior cambojano, Sar Sokha, em Pequim na sexta-feira. Observando que a China e o Camboja são amigos “de ferro” e que os líderes dos dois países chegaram a um consenso importante sobre a construção de uma comunidade China-Camboja com um futuro compartilhado na nova era de alta qualidade, alto nível e alto padrão, Wang disse que a China está disposta a trabalhar com o Camboja para implementar o consenso importante, aprofundar a cooperação política e de segurança, realizar acções conjuntas para combater o crime, reforçar a cooperação em capacitação de aplicação da lei e salvaguardar conjuntamente a segurança e a estabilidade de ambos os países e da região, indica a Xinhua. Sar Sokha expressou gratidão pelo apoio de longa data e pela assistência altruísta da China, dizendo que o Camboja está disposto a fortalecer ainda mais a cooperação na aplicação da lei entre os dois países. Os dois lados assinaram documentos para aprofundar a cooperação China-Camboja na aplicação da lei.
Hoje Macau China / ÁsiaChina / EUA | Comércio e negócios em discussão O grupo de trabalho de comércio e negócios China-EUA realizou a sua segunda reunião vice-ministerial em Tianjin neste sábado para promover discussões profissionais, racionais e pragmáticas sobre questões políticas e assuntos comerciais, indicou a agência estatal Xinhua. A reunião foi co-presidida pelo representante do comércio internacional e vice-ministro do Comércio da China, Wang Shouwen, e pela subsecretária de Comércio para Comércios Internacionais dos EUA, Marisa Lago, segundo o Ministério do Comércio. A China está disposta a fazer esforços conjuntos com os EUA para fortalecer a comunicação, expandir a cooperação, abordar as diferenças e criar um ambiente favorável de política para a cooperação comercial entre os dois países, disse Wang. O país aprofundará ainda mais as reformas, expandirá a abertura e procurará o desenvolvimento de alta qualidade, observou Wang, destacando que uma China modernizada com uma grande população representa uma oportunidade, não uma ameaça para os EUA. Durante a reunião, o lado chinês expressou preocupação com as tarifas da Secção 301 dos EUA, a investigação da Secção 301 sobre a construção naval e outros sectores da China, o exagero do conceito de segurança nacional, as sanções a empresas chinesas, as restrições a investimentos bilaterais, os recursos comerciais dos EUA contra a China e o tratamento injusto das empresas chinesas nos EUA, entre outras questões, acrescenta a Xinhua. O lado chinês enfatizou que esclarecer os limites da segurança nacional em questões económicas e comerciais ajudaria a estabilizar as expectativas de cooperação comercial. Também se opôs ao uso de alegações de “excesso de capacidade” como pretexto para impor restrições comerciais e de investimento, de acordo com o Ministério do Comércio. Ambos os lados concordaram em fornecer o apoio necessário para actividades de promoção de comércio e investimento organizadas por ambos os países, manter comunicações em áreas como fluxos de dados transfronteiriços, inspecção e quarentena, cuidados de saúde e saúde da mulher, dispositivos médicos e energia limpa, e em continuar a facilitar a cooperação entre empresas chinesas e americanas estabelecendo mais escritórios de projectos. Os dois lados também visam fortalecer a colaboração dentro de estruturas como o G20 e a Cooperação Económica Ásia-Pacífico, disse a pasta, acrescentando que os departamentos de comércio de ambos os países estão dispostos a manter o diálogo com as empresas e ouvir seus comentários.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Pedida investigação à Temu e Shein sobre segurança Membros da comissão de segurança de produtos de consumo dos EUA propuseram uma investigação às populares plataformas de comércio electrónico chinesas Temu e Shein, para determinar se cumprem as normas de segurança estabelecidas, particularmente em relação a produtos infantis. Numa carta enviada à agência, divulgada na quarta-feira, os comissários Peter Feldman e Douglas Dziak instaram a comissão a investigar como é que estas “empresas estrangeiras que dependem de fornecedores estrangeiros cumprem as suas obrigações ao abrigo da Lei de Segurança dos Produtos de Consumo”. “Shein e Temu levantam preocupações específicas”, referem na carta, enviada na terça-feira à comissão, sublinhando também que “reportagens recentes dos meios de comunicação social” indicam que os produtos perigosos para crianças são fáceis de encontrar em ‘sites’. Salientam ainda que há relatos de que “milhares de fábricas e fornecedores chineses” se juntaram à cadeia de abastecimento da Shein e da Temu, cuja popularidade disparou nos EUA com as suas ofertas de produtos baratos fabricados naquele país, que vão desde t-shirts e bolsas para artigos electrónicos e artigos de cozinha. Feldman e Dziak dizem que querem “compreender melhor estas empresas”, em particular os envios de baixo valor directamente ao consumidor, uma regra que isenta de tarifas as remessas avaliadas em 800 dólares ou menos. “À medida que a comissão define as suas prioridades para o próximo ano, esperamos que investigue as verificações de segurança e conformidade das empresas, relações com fornecedores e consumidores externos e qualquer declaração que façam quando os produtos são importados”, pode ler-se na carta. Os membros da comissão alertaram também que os vendedores externos, nacionais e estrangeiros, estão a proliferar nas plataformas ‘online’.
Hoje Macau China / ÁsiaEuropa e China com melhor ar em 2023. América do Norte e Índia com piores níveis Os níveis das partículas mais poluentes da atmosfera desceram em 2023 na Europa e na China, comparativamente com a média dos últimos 20 anos, mas aumentaram na América do Norte e no subcontinente indiano, anunciou ontem a ONU. Os incêndios florestais no Canadá provocaram níveis “excepcionalmente elevados” de partículas PM2,5 – as mais pequenas e mais nocivas na atmosfera – na América do Norte, indicou um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM). No caso da Índia e dos países vizinhos, o aumento foi atribuído ao crescimento da indústria e de outras actividades humanas. Já na Europa e na China, as reduções das emissões com origem na actividade humana contribuíram para uma redução das concentrações de partículas PM2,5 durante o período 2003-2022, dando continuidade a uma tendência observada nestas áreas desde que a OMM começou a publicar, em 2021, estes boletins sobre as alterações da qualidade do ar. “Qualquer esforço para reduzir as emissões, especialmente em áreas com altos níveis de poluição do ar, é certamente motivo de optimismo, especialmente se fizer parte de um esforço planeado e constante, como parece ser nestes casos”, disse o especialista do departamento de observação atmosférica da OMM Lorenzo Labrador. Labrador salientou que o estudo se centra nas partículas PM2,5 e não noutras emissões, como as de gases com efeito de estufa, dióxido de carbono ou óxido nitroso, pelo que esta monitorização não fornece uma imagem completa das emissões em cada região. Apesar das melhorias, a OMM advertiu que “o círculo vicioso das alterações climáticas, associado aos incêndios florestais e à poluição, tem um impacto cada vez mais negativo na saúde humana, nos ecossistemas e na agricultura”. Calcula-se que a poluição atmosférica provoque mais de 4,5 milhões de mortes prematuras anualmente, enquanto no sector agrícola veja reduzida a produtividade em muitas regiões, afirmou a OMM, que apontou zonas particularmente afectadas como África Central, China, Índia, Paquistão e Sudeste Asiático. Análises efectuadas na China e na Índia mostram que as partículas poluentes do ar podem diminuir a produtividade até 15 por cento em zonas muito contaminadas, reduzindo a quantidade de luz solar que chega às culturas e bloqueando a acção reguladora do vapor e do dióxido de carbono das folhas de muitas plantas. Verão infernal No ano passado, o Canadá registou níveis recorde de incêndios florestais entre Maio e Setembro, com sete vezes mais hectares ardidos do que a média anual para o período 1990-2013. Esta situação provocou o agravamento da qualidade do ar não só no país, mas também nos vizinhos Estados Unidos, particularmente visível em zonas como Nova Iorque. O fumo e as partículas provenientes destes incêndios foram também transportados através do oceano Atlântico para regiões tão distantes como a Europa Ocidental e a Gronelândia, indicou a OMM. A agência meteorológica da ONU lembrou também os mais de 400 incêndios, muitos deles intencionais, que devastaram o centro e o sul do Chile em Janeiro e Fevereiro do ano passado. Os incêndios causaram 23 mortes e levaram a um aumento dos níveis diários de exposição ao ozono, obrigando as autoridades a declarar uma emergência ambiental em várias regiões do país.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | China e África podem “liderar a revolução” das energias renováveis O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou ontem, em Pequim, que China e África podem “liderar a revolução das energias renováveis”. “O notável historial de desenvolvimento da China, em particular na erradicação da pobreza, é uma grande fonte de experiência e conhecimento”, afirmou Guterres, na abertura da cimeira do Fórum de Cooperação China-África, que se realiza na capital chinesa. “A parceria entre a China e África pode liderar a revolução das energias renováveis”, além de poder também “servir de catalisador para transições essenciais nos sistemas alimentares e na conectividade digital”, acrescentou o português. Além disso, continuou Guterres, “enquanto sede de algumas das economias mais dinâmicas do mundo, África pode maximizar o potencial do apoio da China em áreas que vão desde o comércio e a gestão de dados até às finanças e à tecnologia”. A cimeira, a maior reunião diplomática organizada em Pequim desde a pandemia de covid-19, junta mais de 50 líderes africanos até hoje na capital chinesa, segundo a imprensa estatal do país asiático. Em Pequim, encontram-se vários líderes de países africanos de língua portuguesa, nomeadamente o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva. “É tempo de corrigir certas injustiças históricas” em relação a África, referiu Guterres ainda durante o discurso. “É escandaloso, por exemplo, que o continente africano não tenha um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaÁfrica | Pequim promete ajudar a criar um milhão de empregos até 2027 O Fórum de Cooperação China-África, que decorre em Pequim até esta-sexta feira, e que acolhe, além do secretário-geral da ONU, António Guterres, cerca de 50 governantes africanos, foi o palco para Xi Jinping anunciar o compromisso do país para com o continente africano, prometendo intensificar a cooperação e ajudar a criar um milhão de empregos nos próximos três anos O líder da China, Xi Jinping, prometeu ontem apoiar África com 360 mil milhões de yuan até 2027 e ajudar a criar um milhão de empregos no continente africano. Na abertura da cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), em Pequim, Xi prometeu ainda que o país irá investir pelo menos 70 mil milhões de yuan no bloco africano. Xi disse que o país está “pronto para aprofundar a cooperação” com o continente no domínio económico. As relações entre a China e África vivem o “melhor período da história”, assegurou. “A China e a África devem permanecer unidas e defender os seus direitos legítimos num momento em que o mundo está a passar por mudanças sem precedentes”, acrescentou o líder chinês. Xi anunciou 30 projectos de infraestruturas e renovou a promessa de aumentar as importações agrícolas de África, intenção que já tinha manifestado na edição anterior do FOCAC, em Dacar, em 2021. O dirigente enfatizou ainda que a China ajudará África a “promover a modernização ecológica, o desenvolvimento verde e a transição para a tecnologia de baixo carbono”. Xi disse também que a China vai doar mil milhões de yuan em ajuda militar a África, bem como dar formação a seis mil militares. A China é o maior parceiro comercial do continente africano, com o comércio bilateral a atingir 167,8 mil milhões de dólares na primeira metade do ano, de acordo com a imprensa oficial chinesa. No total, 50 líderes de países africanos e o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, estão presentes na cimeira, de acordo com a imprensa chinesa. Uma lista que inclui o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva. Outras doações Na quarta-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou durante uma reunião com Correia e Silva que a China vai doar 28,5 milhões de dólares a Cabo Verde. No âmbito da visita de Estado de seis dias que Nyusi está a efectuar ao país asiático, Moçambique assinou na quarta-feira um acordo que irá permitir exportar para a China feijão boer, macadâmia e castanha de caju. Fora da lista de presenças ficou o Presidente angolano, João Lourenço, apesar da China ser o maior credor do país africano e de Angola ser o maior parceiro económico chinês na África subsaariana. De acordo com a Universidade de Boston, Angola contabiliza mais de 45 mil milhões de dólares entre 2000 e 2022, em empréstimos e financiamentos da China para 258 projectos, principalmente na energia e transportes. Luanda está representada em Pequim pelo ministro dos negócios estrangeiros, Téte António. A cimeira, a maior reunião diplomática organizada na China desde a pandemia, termina hoje.
Hoje Macau China / ÁsiaMais de 50 líderes africanos participam no Fórum de Cooperação China-África O Fórum para a Cooperação China-África arrancou ontem, em Pequim, com a presença de vários líderes do continente africano, num encontro em que a China vai procurar diversificar o comércio bilateral. Os encontros, realizados na segunda-feira entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e homólogos africanos, foram marcados pelas promessas chinesas de investimento no continente, antecipando uma nova edição do Fórum para a Cooperação, um mecanismo de diálogo entre China e África, iniciado em Pequim, em 2000. Pelo menos 50 chefes de Estado e de governos africanos vão estar na capital chinesa, até sexta-feira, para participar no Fórum, indicou a diplomacia chinesa, sobre o encontro em que o lema é “dar as mãos para promover a modernização”. O fórum vai incluir uma cimeira empresarial, de acordo com a emissora estatal chinesa CCTV, terminando o evento com dois documentos, uma “declaração” e um “plano de acção” para orientar a cooperação China-África nos próximos três anos. Desde 2000, este fórum tem crescido em importância, tornando-se um evento prioritário que acolhe delegações de alto nível de todos os países africanos, com excepção de Esuatini, que mantém relações diplomáticas com Taiwan e não com a China. A segunda maior economia do mundo tem sido o maior parceiro comercial de África nos últimos 15 anos, com o volume de comércio a atingir um recorde de 282,1 mil milhões de dólares em 2023. No primeiro semestre deste ano, o comércio bilateral atingiu 167,8 mil milhões de dólares, de acordo com os meios de comunicação oficiais chineses. No continente africano, os empréstimos substanciais de Pequim permitiram a construção de numerosos projectos de infra-estruturas, como caminhos-de-ferro, portos e estradas. Procura e oferta Ao longo das duas últimas décadas, a China enviou centenas de milhares de trabalhadores e engenheiros para África para construir estes grandes projectos e obteve acesso privilegiado aos vastos recursos naturais africanos, nomeadamente cobre, ouro e lítio. No entanto, algumas vozes têm também criticado a estratégia do gigante asiático no continente pelas chamadas “armadilhas da dívida”, face à alegada utilização estratégica da dívida para tornar os países africanos cativos dos desejos e exigências de Pequim. O défice comercial de África com a China aumentou no ano passado para 64 mil milhões de dólares, embora a diferença tenha diminuído no primeiro semestre de 2024 graças ao rápido crescimento das importações chinesas de África. Os empréstimos concedidos pela China a países africanos no ano passado atingiram o nível mais elevado dos últimos cinco anos, de acordo com uma base de dados da Universidade de Boston. Os principais países mutuários foram Angola, Etiópia, Egipto, Nigéria e Quénia. Mas o montante dos empréstimos – 4,61 mil milhões de dólares – está muito abaixo dos máximos atingidos em 2016, quando totalizaram quase 30 mil milhões de dólares. De acordo com analistas, o actual abrandamento económico na China está a levar Pequim a reduzir o investimento em África. A cimeira desta semana tem também como pano de fundo a crescente competição entre os Estados Unidos e a China em África pela influência política e pelo acesso aos recursos naturais.
Hoje Macau China / ÁsiaRelatora da ONU teme “violência genocida de Israel” também na Cisjordânia A relatora especial da ONU para os territórios palestinianos, a italiana Francesca Albanese, alertou na segunda-feira que “a violência genocida de Israel” em Gaza corre o risco de se alastrar à Cisjordânia. A perita independente, mandatada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas que não fala em nome da organização, tem acusado repetidamente Israel de genocídio dos palestinianos em Gaza. Numa nova declaração, Francesca Albanese frisou que “a violência genocida de Israel corre o risco de se estender para fora de Gaza e de se espalhar por todo o território palestiniano ocupado”. “O apartheid israelita visa Gaza e a Cisjordânia simultaneamente, como parte de um processo global de eliminação, substituição e expansão territorial”, acusou, citada pela agência France-Presse (AFP). Após o ataque do Hamas, a 07 de Outubro, que desencadeou a guerra em Gaza, o Exército israelita intensificou as suas já frequentes incursões na Cisjordânia ocupada e, desde então, mais de 660 palestinianos morreram em incidentes violentos com Israel, incluindo cerca de 150 menores, segundo um balanço da agência Efe com dados dos serviços de saúde palestinianos. Vivem na Cisjordânia cerca de 490 mil israelitas em colonatos, entre três milhões de palestinianos. Acção obrigatória Israel prosseguiu na segunda-feira, pelo sexto dia consecutivo, a incursão militar quer na cidade, quer no campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada, que já causou perto de 30 mortos, de acordo com as autoridades palestinianas. “A impunidade há muito concedida a Israel permite a ‘despalestinização’” dos territórios ocupados, “deixando os palestinianos à mercê das forças que procuram eliminá-los enquanto grupo nacional”, frisou ainda Albanese. A relatora da ONU acredita que a comunidade internacional deve “fazer tudo o que estiver ao seu alcance para acabar imediatamente com o risco de genocídio contra o povo palestiniano” e, “em última análise, pôr fim à colonização do território palestiniano por Israel”. O ataque sem precedentes levado a cabo pelo movimento islâmico palestiniano em Israel, a 7 de Outubro, resultou na morte de 1.205 pessoas do lado israelita, sobretudo civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. Durante este ataque, 251 pessoas foram raptadas, 97 ainda estão detidas em Gaza, incluindo 33 declaradas mortas pelo exército. Em retaliação, Israel realizou uma devastadora ofensiva aérea e terrestre em Gaza que até ao momento fez pelo menos 40.786 mortos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas. A maioria das mortes são mulheres e menores, de acordo com a ONU.
Hoje Macau China / ÁsiaGuiné-Bissau | PR leva governantes e empresários ao Fórum China-África O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, viajou na segunda-feira para Pequim, na companhia de quatro governantes e três empresários, para participar no Fórum sobre a Cooperação China – África (FOCAC), anunciou fonte do Governo, em Bissau. Acompanham Sissoco Embaló os ministros Carlos Pinto Pereira, dos Negócios Estrangeiros, Soares Sambu, da Economia, Plano e Integração Regional, Malam Sambu, dos Recursos Naturais, e Fatumata Djau, secretária de Estado da Cooperação Internacional. Antes de embarcar para Pequim, ainda no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, de Bissau, Embaló afirmou que, “desta vez”, não vai à China pedir. “Não, desta vez não levo nada para pedir. Não podemos ser um país de pedintes”, disse o Presidente guineense, ao responder à pergunta sobre se vai voltar a abordar os pedidos que fez aquando da sua visita oficial à China, em Julho último. Na altura, entre outros assuntos, Umaro Sissoco Embaló disse ter pedido à China a construção de, pelo menos, 300 quilómetros de estradas, um campus universitário para 12 mil estudantes e o reforço de bolsas de estudos para alunos guineenses. O Presidente guineense salientou o facto de ser um dos oradores durante o FOCAC, encontro que “juntará quase todos os chefes de Estado e de Governo” africanos. Na quinta-feira, Umaro Sissoco Embaló fará uma comunicação sobre o tema: “Industrialização da agricultura em África”. “É uma questão ‘júnior’ [de menor importância] ter calhado a mim, como Presidente da Guiné-Bissau, podia ter calhado a outro chefe de Estado guineense”, declarou. Embaló disse esperar que os empresários guineenses e os chineses aproveitem o fórum para desenvolver parcerias. O Presidente guineense anunciou que, após o FOCAC, vai realizar visitas de Estado ao Vietname, um dos principais compradores da castanha do caju guineense, e aos Emirados Árabes Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaShandong | Pelo menos 11 mortos e 24 feridos em acidente Pelo menos 11 pessoas morreram e 24 ficaram feridas ontem quando um autocarro escolar atropelou um grupo de alunos no leste da China, informou a agência de notícias Xinhua num novo balanço. Dos 11 mortos, seis são pais e cinco alunos, referiu a agência oficial chinesa. Num balanço anterior, a Xinhua tinha indicado que 10 pessoas tinham morrido ou ficado feridas no acidente. O acidente ocorreu às 07:27 num cruzamento perto da entrada da Escola Secundária Foshan, em Tai’an, na região de Dongping, província de Shandong. O autocarro, com uma lotação máxima de 52 pessoas, perdeu o controlo e subiu o passeio, atropelando vários estudantes e pais que se dirigiam para a escola, disseram as autoridades locais. Entre os feridos, um encontra-se em estado crítico. As autoridades de Dongping, juntamente com vários departamentos governamentais, estão no local para as operações de socorro e resgate, bem como para gerir a área do acidente, que permanece isolada. O condutor do autocarro foi detido pela polícia, estando em curso uma investigação sobre as causas do acidente. De acordo com meios de comunicação social locais, a escola negou que tenha havido qualquer conflito entre o motorista e os alunos ou o pessoal docente. As autoridades locais anunciaram que vão emitir uma declaração oficial e realizar uma conferência de imprensa esta tarde. Cerca de 60 mil pessoas morrem anualmente em acidentes nas estradas chinesas, disseram os meios de comunicação locais.
Hoje Macau China / ÁsiaFOCAC | Presidente Xi promete a homólogos africanos investimentos sem interferências internas Em diversos encontros bilaterais com responsáveis africanos, o líder chinês deixou a promessa de aumentar o investimento no continente e de não interferir nos assuntos internos das nações africanas. Até ao fim da semana, são esperados em Pequim cerca de 50 chefes de Estado e de governo O Presidente chinês, Xi Jinping, manteve na segunda-feira várias reuniões bilaterais com líderes africanos, no âmbito do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), prometendo mais investimento e cooperação sem interferir nos assuntos internos dos países africanos. De acordo com as agências internacionais de notícias, pelo menos 50 chefes de Estado e de governo são esperados em Pequim até ao final da semana, incluindo os líderes da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, da Nigéria, Bola Tinubu, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, sendo também esperado um encontro com o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, que esteve em Xangai no âmbito do fórum económico China-Moçambique. Os encontros de segunda-feira foram marcados pelas promessas chinesas de investimento, sendo que no caso da RDCongo, uma das maiores fontes de recursos naturais necessários para a transição energética, e fornecedor de mais de 60 por cento do cobalto comprado pela China, o gigante asiático comprometeu-se a “aprofundar a cooperação em matéria de agricultura e processamento de minérios”. Na reunião com o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, os dois países anunciaram que elevaram o nível de cooperação à categoria de “associação de cooperação estratégica integral para a nova era”. Nas reuniões, Xi Jinping adaptou o discurso público a cada um dos países, tendo defendido, no caso da reunião com o chefe militar do Mali, na sequência do golpe de Estado, “o direito à autodeterminação do povo africano na hora de decidir o seu destino futuro”, o que contrasta com as exigências ocidentais de uma eleição para escolher os líderes locais. O Presidente do Mali, coronel Assimi Goita, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros chineses, citado pela agência espanhola de notícias, a EFE, elogiou a posição de Pequim de “opor-se à interferência nos assuntos internos de outros países”. Parceiros de valor A cimeira desta semana tem como pano de fundo a crescente competição entre os Estados Unidos e a China em África pela influência política e pelo acesso aos recursos naturais. O FOCAC deste ano terá também uma cimeira empresarial e terminará com dois documentos – uma declaração e um plano de acção para guiar a cooperação entre China e África nos próximos anos. A China é o maior parceiro económico de África, e desde o início deste século até 2022 já emprestou mais 170 mil milhões de dólares para 1.243 iniciativas, de acordo com os dados do Centro de Desenvolvimento Global de Políticas, da Universidade de Boston. Desse total, quase 60 mil milhões de dólares foram canalizados para projectos na área da energia e quase 50 mil milhões foram para projectos no sector dos transportes. Apesar de ainda ser o maior parceiro do continente africano, o financiamento chinês aos países africanos caiu para menos de mil milhões de dólares em 2022, o último ano para o qual há dados compilados, representando o valor mais baixo em quase duas décadas. Desde o pico de 28,5 mil milhões de dólares atingido em 2016, em 2021 a China fez apenas sete empréstimos no valor de 1,22 mil milhões de dólares, e em 2022 o valor caiu para 994 milhões de dólares, com apenas nove financiamentos, o nível mais baixo desde 2004.
Hoje Macau China / ÁsiaFerrovia | Temporada de Verão termina com recorde de viagens A temporada de viagens de Verão de 62 dias da China foi concluída, com as ferrovias a contabilizarem um recorde de 887 milhões de viagens de passageiros entre 1 de Julho e 31 de Agosto – um aumento de 6,7 por cento ano a ano – segundo indicou a China State Railway Group Co., Ltd. (China Railway) no domingo. Durante este período, o número médio diário de viagens de passageiros transportados pelos caminhos-de-ferro do país foi de 14,31 milhões, de acordo com a empresa, indica o Diário do Povo. Entretanto, mais de 14,32 milhões de passagens de estudantes foram vendidas durante a temporada de viagens de Verão, de acordo com a China Railway. Um total de 670 milhões de toneladas de mercadorias foram também transportadas pelos caminhos-de-ferro, incluindo 250 milhões de toneladas de carvão térmico durante este período, segundo a empresa. Para garantir viagens seguras e organizadas e operações estáveis, a empresa preparou um plano de transporte, aumentou a capacidade e implementou medidas favoráveis aos passageiros com bastante antecedência, acrescenta a publicação estatal. A azáfama das viagens de Verão costuma ser uma temporada movimentada para o sistema ferroviário do país, pois os estudantes universitários retornam a casa para as férias de Verão. As visitas familiares e as viagens turísticas também aumentam durante este período.