Pyongyang diz que sanções da ONU “violam” a sua soberania

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte condenou ontem as recentes sanções impostas pela ONU, falando de uma violação à sua soberania, e declarou que não irá negociar os seus programas nuclear e balístico enquanto continuar sob a ameaça dos Estados Unidos.

As sanções adoptadas, por unanimidade, pelo Conselho de Segurança da ONU, no passado sábado, constituem “uma violenta violação da nossa soberania”, declarou Pyongyang, através de um comunicado publicado pela agência noticiosa oficial KCNA.

“Pyongyang não recuará um único passo no reforço do [seu] poderio nuclear”, refere o texto.

A Coreia do Norte promete ainda represálias: “Cobraremos o preço devido aos Estados Unidos pelo seu hediondo crime contra a nossa nação e o nosso povo”.

“Levaremos a cabo uma ação justa e decisiva tal como já advertimos”, refere o mesmo despacho, sem facultar mais detalhes.

“Se os Estados Unidos acreditam que estão em segurança, porque há um oceano que nos separa, estão redondamente enganados”, afirmou Pyongyang, advertindo que os países que colaboraram com Washington apoiando a resolução também deverão prestar contas.

Proposta pelos Estados Unidos, a resolução 2371 adoptada pelo Conselho de Segurança da ONU tem como objetivo interditar as exportações norte-coreanas para pressionar Pyongyang a negociar, após o lançamento de dois mísseis intercontinentais em Julho.

Se for respeitada deverá privar a Coreia do Norte de receitas anuais na ordem dos mil milhões de dólares.

Sudeste asiático | Pelo menos 56 mortos em inundações

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos 28 pessoas morreram na Tailândia, 26 no Vietname e duas no Laos, devido às inundações registadas nos três países, informaram ontem fontes oficiais. Equipas de socorro vietnamitas estão a tentar localizar 15 desaparecidos, tendo advertido as populações para o risco de deslizamento de terras no país, onde os prejuízos do desastre natural foram estimados pelas autoridades em 940 milhões de dong (35 milhões de euros). Na Tailândia, dez províncias continuam afectadas pela subida das águas ocorrida na sequência de um forte temporal que atingiu a zona durante o mês passado. As autoridades tailandesas disseram que 1,8 milhões de pessoas foram afectadas em 44 províncias, mas não facultaram estimativas dos prejuízos causados pelas inundações. No Laos, duas pessoas morreram no sábado, também devido à subida repentina dos rios, na sequência do forte temporal que se abateu sobre a região do norte do país no fim de semana.

Tufão “Noru” | Oeste do Japão sob alerta

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] agência meteorológica do Japão activou ontem o alerta de fortes chuvas e eventuais inundações e deslizamentos de terras no oeste do arquipélago devido à passagem do tufão “Noru”, que deixou pelo menos dois mortos e 15 feridos. As autoridades recomendaram a retirada de 70 mil pessoas nas prefeituras de Kochi, Kagawa e Tokushima, situadas na ilha homónima de Tokushima (sudoeste), e advertiram mais de 200 mil para estarem preparadas para abandonar as suas casas a qualquer momento. Às 10:00 de ontem, o “Noru” encontrava-se a sul da ilha, onde provocou precipitações de 52 milímetros por hora na localidade de Higashi Kagawa e de 33 milímetros por hora em Mie, de acordo com a emissora pública NHK. O “Noru” transporta fortes ventos, com rajadas de até 162 quilómetros por hora, e precipitações que devem intensificar-se ainda mais nas próximas 24 horas. O tufão obrigou ao cancelamento de pelo menos 228 voos e cortes em algumas estradas da prefeitura de Kagawa.

8 Ago 2017

SEAN | Estados Unidos e Coreia do Norte juntos em reunião ministerial

As divergências no Mar do Sul da China e os testes de mísseis balísticos norte-coreanos dominam a reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da Associação de Nações do Sudeste Asiático que se realiza em Manila até amanhã. Esta é a primeira vez que o ministro dos Negócios Estrangeiros Norte-Coreano se pode encontrar com o homólogo norte-americano

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] edição deste ano da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que reúne ministros dos Negócios Estrangeiros da região com outros representantes mundiais, tem tido a Coreia do Norte como assunto dominante. O encontro realiza-se pouco depois das Nações Unidas terem acordado unanimemente impor novas e duras sanções ao país. A tomada de posição veio na sequência de testes de mísseis balísticos realizados no final do mês passado que, segundo informações veiculadas por Pyongyang, têm agora capacidade para atingir os Estados Unidos.

As sanções aprofundam a crise económica do regime de Kim Jong-un limitando investimentos e as exportações do país mais isolado da comunidade internacional. A embaixatriz norte-americana nas Nações Unidas, Nikki Haley considera que “este é o mais incisivo conjunto de sanções a que um país foi submetido numa geração”.

O embaixador britânico, Matthew Rychoft, ressalva que “não tem de ser assim”, acrescentando que “a Coreia do Norte é responsável pelas sanções aprovadas devido ao caminho de provocação e escalada de tensões” que tem levado a cabo.

Em declarações à imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros Chinês, Wang Yi, explica que as “sanções são necessárias”, mas que não encerram um propósito derradeiro. “A nossa intenção é trazer todas as partes envolvidas para a mesa negocial para se encontrar as acções diplomáticas necessárias para proceder ao desarmamento nuclear da península coreana”, releva.

A Coreia do Norte respondeu preventivamente ao anúncio das sanções da forma que melhor conhece – com ameaças. O jornal oficial norte-coreano, Rodong Sinmun, publicou um artigo onde diz que “acções nucleares ou sanções impostas por Washington vão resultar num inimaginável mar de fogo” engolindo dos Estados Unidos.

A retórica dura de Pyongyang é acompanhada por Donald Trump, que tem repetido a frustração em relação a Pequim devido à falta de posições claras das autoridades chinesas na resposta às provocações norte-coreanas.

As sanções aprovadas são o terceiro conjunto de represálias diplomáticas impostas à Coreia do Norte. Apesar do fortalecimento da réplica diplomática, a Casa Branca não afasta a possibilidade de partir para a guerra preventiva. A ameaça foi feita este fim-de-semana pelo Conselheiro para a Segurança Nacional, H. R. McMaster. “Se eles tiverem armamento nuclear que possa ameaçar os Estados Unidos isso representa uma perspectiva intolerável para o Presidente”, referiu o norte-americano. Ainda assim, McMaster tem consciência de que esta seria “uma guerra com custos muito elevados em termos de sofrimento, em especial para o povo sul-coreano”.

Xadrez marítimo

Estava prevista para ontem a assinatura de um acordo-quadro de código de conduta no Mar do Sul da China entre os homólogos da ASEAN, de forma a que as negociações avancem sobre as disputas naquele mar entre Pequim e vários Estados-membros. Até ao fecho da edição não houve indicações de que este acordo tivesse sido assinado.

Filipinas, Brunei, Malásia e Vietname disputam com Taiwan e China a soberania de várias ilhas no Mar do Sul da China, um espaço marítimo estratégico e rico em recursos naturais, que Pequim reclama na quase totalidade.

Os diferendos com a China, que incluem as ilhas Spratly, entre outros enclaves marítimos, puseram à prova, nos últimos anos, a coesão interna da ASEAN, depois de o Camboja e o Laos terem defendido os interesses de Pequim.

Nos últimos anos, o Governo chinês construiu instalações, que podem ter uma utilização militar, em ilhas artificiais, o que preocupa os países vizinhos e também os Estados Unidos, que mantêm interesses na região.

Em declarações à Associated Press, um diplomata que não se identificou disse que o tópico sobre o Mar do Sul da China deverá conhecer uma resolução mais rapidamente do que a questão norte-coreana uma vez que os diferentes membros estão conscientes do papel crucial que Pequim desempenha nas relações económicas com os países membros. A opinião muito colada à posição chinesa pode denunciar a sua proveniência.

Questões diferentes

O dinheiro fala sempre mais alto. Numa entrevista ao South China Morning Post, o secretário das Finanças filipino, Carlos Dominguez, adiantou que Manila estava a tentar proteger os seus interesses separando as disputas marítimas dos esforços para captar investimento chinês.

As tensões que se vinham a acumular entre Pequim e Manila sobre o banco de areia de Scarborough e a ilha de Huangyan, foram aliviadas depois da visita de Rodrigo Duterte a Pequim em Outubro último.

Em primeiro lugar, a China voltou a abrir as suas portas à importação de frutos exóticos filipinos. Por outro lado, Xi Jinping comprometeu-se a fornecer nove mil milhões de dólares em assistência financeira, assim como empréstimos comerciais para um conjunto de projectos. O Governo chinês conseguiu convencer a contraparte filipina com o financiamento de duas pontes, um projecto de irrigação no norte das Filipinas e uma barragem de grandes dimensões que promete expandir as reservas de água da área metropolitana de Manila.

Está também em cima da mesa a construção de uma linha ferroviária financiada pelo Governo chinês que liga a capital filipina a Bicol, uma das áreas mais pobres da região sul do país. Espera-se que o investimento avaliado em três mil milhões de dólares tenha capacidade para incentivar o mercado de trabalho e tornar Manila mais acessível. “Estes projectos serão fundados pelo Governo chinês, estamos a negociar os termos do financiamento, mas as condições são muito atractivas”, comenta Carlos Dominguez.

De acordo com informações veiculadas pela Reuters, os atrasos para a assinatura do acordo devem-se à posição firme do Vietname, um dos quatro países que mantém disputas territoriais com Pequim. As autoridades vietnamitas querem que o documento mencione a necessidade de evitar reclamações de terra e acções militares. As negociações já duram há mais de 15 anos, tempo que tem sido usado pela China para consolidar a sua posição estratégica nas áreas disputadas. Três das sete ilhas de coral que a China reclama já têm pistas de aterragem, instalações de radares e infra-estruturas de armazenamento de mísseis e caças.

7 Ago 2017

Himalaias | Pequim intensifica advertências à índia

Pequim está a intensificar as advertências à Índia para que retire as tropas de uma zona disputada com o Butão, nos Himalaias, ao afirmar que a contenção da China tem limites. A realização de exercícios com fogo real surge também como uma forma de pressão.

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Índia disse que as suas tropas entraram no planalto de Doklam (ou Donglang, em chinês), em Junho passado, depois de o Butão, aliado de Nova Deli, ter reclamado que uma equipa do exército chinês estava a construir uma estrada dentro do seu território.

Pequim afirmou que a disputa não tem a ver com a Índia e exigiu que as tropas indianas deixem a região unilateralmente, como precondição para o diálogo.

A televisão estatal CCTV difundiu sexta-feira um vídeo que mostra uma unidade do exército chinês a conduzir exercícios com fogo real numa parte do Tibete não identificada.

As imagens sugerem uma tentativa de aumentar a pressão sobre a Índia, na linha de comentários recentes das autoridades e imprensa de Pequim

Esta semana, os Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa chinês e o jornal oficial do Partido Comunista Chinês já avisaram que a China não vai recuar.

O porta-voz do Ministério da Defesa chinês Ren Guoqiang afirmou na quinta-feira que embora as tropas chinesas tenham demonstrado “extrema boa vontade” e “muita contenção… a contenção tem limites”.

“Nenhum país deve subestimar a confiança das forças chinesas e a sua capacidade para salvaguardar a paz e a sua determinação e vontade em defender a soberania, segurança e interesses do desenvolvimento nacionais”, afirmou Ren, em comunicado.

Apesar de China e Butão terem negociado, durante décadas, as fronteiras sem incidentes sérios, o pequeno reinado dos Himalaias pediu, desta vez, ajuda a Nova Deli, que enviou tropas através da fronteira, a partir do estado de Sikkim.

O Butão teme que a construção de uma estrada afecte as negociações sobre a sua fronteira. Nova Deli afirmou que o envio de tropas visa mostrar às forças chinesas a necessidade de não se alterar o ‘status quo’ e que qualquer construção teria “sérias implicações para a segurança da Índia”.

Triplas preocupações

Na quinta-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros indiana, Sushma Swaraj, disse que a Índia está preocupada que as ações da China afectem a tripla fronteira entre o Butão, a China e Índia, assim como a fronteira entre a Índia e a China.

A responsável garantiu que a Índia “vai continuar a empenhar-se junto com a China para resolver a disputa”.

“A guerra não é solução para nada”, afirmou Swaraj. “Paciência, controlo nos comentários e diplomacia podem resolver os problemas”.

Especialistas indianos apontaram que ao construir a estrada, a China poderá ganhar acesso a uma faixa estreita no território da Índia, conhecido como “corredor siliguri” (ou “pescoço da galinha”). Caso consiga bloquear esse corredor, o nordeste da Índia passa a estar isolado do resto do país.

Na quarta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês publicou um documento sobre “os factos” sobre as tropas indianas “invadirem” território chinês, apelando à Índia para que retire imediata e incondicionalmente.

A mesma nota indicou que Pequim vai trabalhar com o Butão para resolver a questão fronteiriça.

O documento afirmou que, no final de julho, mais de 40 soldados indianos continuavam na região, menos do que quando, em 16 de junho passado, mais de 270 tropas indianas armadas avançaram, com escavadoras, até 100 metros dentro da fronteira da China.

Em editorial publicado a semana passada, o jornal oficial Diário do Povo acusou a imprensa e funcionários indianos de “inventarem todo o tipo de desculpas esfarrapadas” para a sua acção.

China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos.

Justiça | Antigo chefe do PC Chinês condenado a prisão perpétua

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou sexta-feira a prisão perpétua um antigo chefe do Partido Comunista da China (PCC) numa província atingida por fraude eleitoral, por aceitar subornos no valor de 18,5 milhões de euros.

Wang Min, antigo chefe do PCC na província de Liaoning, foi também condenado por corrupção e negligência no exercício de funções, além de suborno, noticiou o jornal oficial Diário do Povo.

Wang foi acusado de aceitar dinheiro e bens num valor superior a 146 milhões de yuan  e abuso de poder, enquanto exercia funções nas províncias de Jilin e Liaoning, entre 2004 e 2016, segundo a imprensa estatal.

O antigo alto quadro comunista foi ainda considerado culpado de negligência, por responsabilidades numa “grave fraude eleitoral, incluindo compra de votos”.

As alegações de fraude eleitoral levaram à destituição de muitos dos membros da assembleia de Liaoning, no ano passado. A assembleia supervisiona as decisões a nível provincial, apesar de decisões-chave serem tomadas pelo Governo central.

Após ascender ao poder em 2013, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou a mais ampla campanha anticorrupção de que há memória na China. Só em 2016, foram abertos processos contra 48 funcionários com o estatuto de vice-ministro ou superior.

Em Junho passado, o antigo responsável pelas estatísticas chinesas foi condenado a prisão perpétua, por aceitar subornos num valor superior a 22 milhões de dólares, ao longo de duas décadas.

7 Ago 2017

Este país é para velhos

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ociedade chinesa está a envelhecer. Idosos já são mais de 16% da população

A China tinha, no final do ano passado, mais de 230,8 milhões de pessoas com idade superior a 60 anos, o equivalente a 16,7% da população total chinesa, ilustrando as rápidas mudanças demográficas no país.

Dados publicados pelo Ministério de Assuntos Civis chinês indicaram que, entre a população idosa do país, 150,03 milhões têm 65 anos ou mais, o equivalente a 10,8% do conjunto da população.

Um país ou região têm uma sociedade envelhecida quando o número de pessoas com 60 anos ou mais atinge os 10%.

Segundo as Nações Unidas, a China está a envelhecer mais rapidamente do que qualquer outro país no mundo. Em 2050, o rácio de dependência, a relação entre a população activa e o número de indivíduos além da idade de reforma, poderá atingir os 44%.

O fenómeno é uma consequência da política de “um casal, um filho”, um rígido controlo da natalidade que perdurou no país entre 1980 e o início de 2016.

No ano passado, a taxa de natalidade aumentou 7,9%, com 17,86 milhões de partos. Foram mais 1,31 milhões de bebés do que em 2015, o número mais alto deste século, ilustrando os efeitos do fim daquela política. No entanto, ficou muito aquém das previsões oficiais, que apontavam para um aumento de três milhões de nascimentos.

Quando Deng Xiaoping impôs a política de filho único, a China era ainda um país pobre e isolado, longe de conhecer o trepidante crescimento económico que viria a transfigurar a sociedade chinesa.

Actualmente, nas grandes metrópoles chinesas, muitos jovens rompem com a tradição, optando por casar tarde e ter apenas um filho, independentemente da flexibilização ditada pelo Governo.

“A atitude das mulheres em relação a ter filhos sofreu profundas mudanças. Deixou de existir o conceito tradicional de ‘mais crianças, mais felicidade'” afirmou Jiang Quanbao, professor na Universidade Jiaotong, na cidade chinesa de Xi’an, citado pelo jornal Financial Times.

“As mulheres querem obter educação e ter a sua própria carreira. Os custos de ter uma segunda criança são grandes”, apontou.

Alto quadro do Vaticano visita o país

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] director das Academias Pontifícias do Vaticano, o bispo Marcelo Sánchez Sorondo, viajou para a China, apesar da ausência de relações diplomáticas entre os dois estados, onde transmitiu uma mensagem do papa Francisco, informou sexta-feira a imprensa local.

Segundo o jornal oficial Global Times, Sánchez Sorondo participou numa conferência sobre transplantes em Pequim, onde destacou, numa intervenção pública, o amor do papa pela China.

“O papa Francisco ama a China e ama o seu povo e a sua História, esperamos que tenham um grande futuro”, declarou o bispo argentino, que dirige, desde 1998, a Academia Pontifícia de Ciências e a Academia Pontifícia de Ciências Sociais.

A viagem à China do alto quadro da Santa Sé retribui a visita que um responsável do ministério da Saúde chinês efetuou ao Vaticano, no passado mês de Fevereiro, numa outra aproximação rara entre os dois lados, cujos laços diplomáticos estão cortados desde 1951.

As visitas ocorrem num momento em que o papa Francisco expressou o seu desejo por uma maior aproximação à China.

China e Vaticano divergem, sobretudo, na nomeação dos bispos, com cada lado a reclamar para si esse direito.

7 Ago 2017

Filipinas | Ensino superior gratuito nas universidade estatais

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, aprovou o ensino gratuito nas 112 universidades do país, anunciou sexta-feira um representante do Governo.

A lei de acesso universal à educação terciária de qualidade foi assinada na quinta-feira, no final de uma reunião com deputados e assessores económicos, permitindo matrículas gratuitas nas universidades estatais do país, disse, em conferência de imprensa, o secretário-adjunto Menardo Guevarra.

Duterte deu “luz verde” a esta lei apesar da oposição dos assessores económicos, que alertaram o Presidente para a escassez de fundos do Governo para suportar os custos das matrículas de centenas de milhares de alunos, que todos os anos entram nas universidades filipinas.

O Presidente “concluiu que os benefícios a longo prazo de uma educação superior gratuita vão compensar os possíveis desafios orçamentais imediatos”, afirmou Guevarra.

O financiamento das matrículas de todos os estudantes em universidades estatais filipinas vai implicar um custo de 1.170 milhões de euros aos cofres públicos, de acordo com a estimativa do Secretário do Tesouro filipino, Benjamin Diokno.

As 112 universidades estatais recebem uma parte importante dos estudantes filipinos, que podem escolher entre mais de duas mil instituições públicas e privadas de ensino superior no país.

O preço anual de uma matrícula na Universidade das Filipinas, um dos estabelecimentos de ensino superior estatais mais importante do país, ronda os 856 euros, uma despesa pesada para uma família média filipina.

Coloane | Homem e criança saltam de um edifício e morrem

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) está a investigar as mortes de um homem e de uma criança, que terão saltado de um edifício residencial, em Coloane. De acordo com a Rádio Macau, o caso foi reportado, esta manhã, por volta das 8h. Foi encontrada também uma mulher com ferimentos. Segundo a porta-voz da PJ, Gloria Sun, a recolha de provas ainda está a decorrer. A mesma responsável não confirma se as vítimas são todas da mesma família. A mulher ferida, foi encaminhada para o hospital. A PJ promete mais esclarecimentos para breve.

Moto 2 | Miguel Oliveira terceiro no GP da República Checa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] português Miguel Oliveira (KTM) terminou ontem no terceiro lugar o Grande Prémio da República Checa de Moto2, 10.ª prova do Mundial de motociclismo de velocidade, atrás do suíço Tomas Luthi (Kalex) e do espanhol Alex Marquez (Kalex). Numa corrida interrompida devido à chuva a seis voltas do fim, quando era liderada pelo italiano Mattia Pasini (Kalex), que viria a cair, Oliveira, que partiu do segundo lugar da grelha inicial e do terceiro no reatamento, ficou a 6,983 segundos de Luthi, que cumpriu a segunda parte da prova em 13.39,036 minutos. Oliveira conquistou o quinto pódio da temporada, pela terceira vez com o terceiro lugar, e divide a terceira posição do Mundial com Marquez, com 133 pontos, menos 49 do que o italiano Franco Morbidelli (Kalex), que não foi além do oitavo lugar, e menos 28 do que Luthi, segundo classificado.

7 Ago 2017

China | Quase 4500 funcionários acusados de negligência na protecção ambiental

Pequim tem andado a enviar inspectores para as províncias para ver se as normas de protecção ambiental são efectivamente respeitadas. Há milhares de casos em que os funcionários públicos fecham os olhos a actos proibidos num país em guerra contra a poluição. Há prevaricadores detidos. Se a vida não lhes correr mal, perdem apenas a hipótese de subir na carreira

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 4660 funcionários da Administração chinesa vão ser responsabilizados por não garantirem o cumprimento das normas de protecção ambiental. É este o resultado da mais recente ronda de inspecções, dado a conhecer pelo Ministério da Protecção Ambiental.

Em quatro dias, sete equipas de fiscalização passaram pelas províncias de Anhui, Fujian, Guizhou, Hunan, Liaoning, Shanxi e Tianjin, naquela que foi a terceira iniciativa do género desde que o Governo Central emitiu novas directrizes sobre o papel a cumprir pelos vários níveis da Administração.

A Agência Xinhua explica que o número de pessoas em causa deverá aumentar à medida que as autoridades forem analisando os casos agora detectados. Foram descobertas mais de 31 mil situações em que os funcionários não terão cumprido os seus deveres. Do total de suspeitos, 405 foram detidos.

O Ministério da Protecção Ambiental entende que têm sido feitos progressos, mas há problemas que persistem e que requerem mais atenção. Continuam a ser feitos projectos ilegais em reservas naturais, com consequências nefastas para os ecossistemas, e os trabalhos de protecção ambiental nalgumas cidades precisam de ser melhorados.

Os governos locais das cidades em causa são obrigados a apresentar planos ao Conselho de Estado para resolver as questões que foram identificadas. Têm 30 dias úteis para cumprirem a missão.

Está prevista para breve uma quarta leva de inspecções nas oito províncias que ainda não foram passadas a pente fino.

A China tem estado a tentar combater a poluição e a degradação do ambiente depois de décadas de crescimento desregrado, que deixaram o país com uma forte poluição atmosférica e com solos contaminados.

No ano passado, as equipas de fiscalização detectaram 33 mil casos e aplicaram multas no valor de 440 milhões de yuan. Além disso, 720 pessoas foram detidas, sendo que quase 6500 foram, de alguma forma, responsabilizadas.

Árdua tarefa

O Governo Central tem feito um esforço para promover entre os funcionários públicos uma maior consciência da importância da preservação do ambiente, uma campanha que passa também pela punição. Recentemente, foi anunciado que mais trabalhadores da Administração vão ser sujeitos a auditorias sobre o impacto ambiental do trabalho que fazem. As novas normas determinam que, se for descoberto impacto ambiental negativo, tal terá consequências ao nível da progressão na carreira.

As auditorias incluem uma fiscalização aos danos ecológicos e ambientais, bem como ao consumo local de recursos naturais. Apesar de este reforço das regras ter sido anunciado há pouco mais de um mês, as autoridades de Pequim têm estado a testar o novo sistema de responsabilização em cidades-piloto há já mais de dois anos. É o caso de Xinyu, na província de Jiangxi.

O trabalho de fiscalização não é, no entanto, fácil. O vice-presidente do gabinete de auditoria de Xinyu, Zeng Changsheng, explicou à Xinhua que, desde que a reforma foi iniciada, quatro funcionários viram o seu trabalho ser inspeccionado em termos ambientais. Os resultados foram enviados para o comité do Partido Comunista Chinês na cidade, responsável pelas nomeações oficiais.

“Tivemos de criar um novo departamento para explorar o método de fiscalização, que exige um trabalho complicado”, contou Zeng Changsheng, que dá como exemplo as soluções por satélite necessárias para a obtenção de provas. Numa das auditorias, respeitante a apenas um alto quadro, foram necessários cinco meses.

“É difícil obter provas que liguem directamente as falhas às obrigações dos funcionários”, acrescentou. “Os departamentos que lidam com esta matéria não têm dados suficientes que traduzam a qualidade e a quantidade dos recursos naturais.”

No caso de Xinyu, entre os funcionários alvo de auditorias estiveram o dirigente máximo de um dos distritos da cidade e o antigo chefe de departamento ambiental do município.

Os auditores recolhem amostras de água, do solo e de plantas, e analisam vários dados estatísticos para avaliarem como é que as políticas adoptadas afectam o meio ambiente.

Zeng Changsheng contou que, numa das auditorias, se chegou à conclusão de que o dirigente distrital terá sido o responsável pela diminuição da área florestal, sendo ainda acusado de não garantir uma protecção correcta dos campos aráveis. Terá tido ainda uma postura duvidosa aquando da aprovação de projectos que envolviam a utilização de recursos hídricos.

As equipas de inspecção também procuram informação junto da população, uma boa fonte de pistas que depois são investigadas, refere a agência oficial de notícias.

Zhang Liping, presidente da comissão que administra a zona do Lago Xiannu, faz parte do grupo de quatro oficiais investigados. Só encontra vantagens no facto de o seu trabalho ter sido fiscalizado: garante que os funcionários em níveis inferiores da hierarquia passaram a ter mais atenção às regras ambientais, uma maior consciência da necessidade de proteger a natureza e uma vontade mais consistente de cooperar com o “desenvolvimento verde” definido pelo Governo Central.

Caminho a fazer

Não obstante os esforços levados a cabo por Pequim, há várias cidades determinantes no combate à poluição que continuam a não cumprir as regras do jogo. No mês passado, ainda antes de serem conhecidos os resultados desta ronda de inspecções, Tianjin levou um puxão de orelhas por não estar a corresponder às expectativas do poder central.

Além da poluição atmosférica – o problema mais visível e aquele de que mais se fala –, a China debate-se com grandes dificuldades no que toca à qualidade dos solos e dos recursos hídricos. Em Abril, o Ministério da Protecção Ambiental reconheceu que há zonas do país em que a situação não só não melhorou, como apresenta cada vez dados mais preocupantes.

De acordo com um relatório oficial sobre 2016, a qualidade do ar, da água e dos solos melhorou em termos gerais. No entanto, foi um progresso “desigual”, com algumas zonas a estarem mais degradadas em termos de recursos hídricos.

Também a qualidade do solo destinado à agricultura “não permite ter optimismo”, com o Governo Central a lamentar ainda não ter sido capaz de combater muitas das fontes de poluição: no ano passado, as análises feitas pelo ministério permitiram perceber que 36,3 por cento dos poluentes industriais não estavam a ser tratados de acordo com a lei.

Na sequência deste relatório, as autoridades centrais decidiram reforçar a legislação. A China acredita que vai ser capaz de ganhar a “guerra contra a poluição”, investindo na monitorização e no combate às centenas de fábricas responsáveis pela emissão de poluentes dos mais diversos géneros. Obrigar os funcionários públicos no cumprimento das normas é só mais uma batalha.

3 Ago 2017

Pequim ameaça Índia caso não abandone área disputada

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Índia deve retirar as suas tropas do território chinês se não quiser uma guerra, declarou o director do centro de cooperação internacional de segurança do Ministério da Defesa chinês, Zhou Bo.

Zhou Bo e o general do exército indiano, Ashok Mehta, participaram num debate no canal CGTN, dedicado à crescente tensão na zona de Doklam.

Ao responder à afirmação de Ashok Mehta sobre Doklam ser uma área disputada, o seu oponente chinês disse que “o Butão participou em 24 rondas de negociações, mas nunca pôs em causa que este seja um território chinês”.

A tensão entre a Índia e a China em torno de Doklam, uma área montanhosa na fronteira entre a Índia, a China e o Butão, permanece desde Junho. A China iniciou a construção de uma estrada na região, o que causou protestos da parte do Butão. Uns dias depois, as tropas da Índia — país que mantém laços de amizade com o Butão — atravessaram a fronteira e fizeram com que os soldados chineses deixassem o território.

Mais tarde, a chancelaria da China afirmou que o território, onde estava a ser construída a estrada, está mais uma vez sob controlo dos militares chineses, reforçando que o pedido a Nova Deli para a retirada das suas tropas da área já foi feito várias vezes e visa acabar com a tensão.

Ao discursar na cerimónia por ocasião do 90º aniversário do exército chinês, Xi Jinping declarou que Pequim é a favor da paz e do diálogo e não pretende tornar-se agressor, mas não permitirá que lhe tirem nem um pedaço do território.

ASEAN quer negociar pacto de não-agressão rapidamente

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s principais diplomatas do Sudeste Asiático vão tentar negociar “o mais rápido possível” um pacto de não-agressão com a China para evitar confrontos no Mar do Sul da China, segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press.

A AP indica ter visto ontem um projecto de comunicado da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), referindo que os chefes da diplomacia vão pedir o início imediato de negociações sobre o designado Código de Conduta na zona em disputa, depois dos seus governos terem acordado as linhas gerais do mesmo com a China em Maio.

As disputas no Mar do Sul da China, os testes de mísseis da Coreia do Norte e o aumento do radicalismo islâmico na região devem centralizar as discussões das reuniões dos ministros dos Negócios Estrangeiros da ASEAN e dos seus homólogos asiáticos e ocidentais que decorrem em Manila a partir de sábado.

Robespierre Bolivar, porta-voz do Departamento de Negócios Estrangeiros das Filipinas, descreveu o progresso inicial após anos de esforço dos países do Sudeste Asiático para negociar um código de conduta com a China como “um passo muito importante”.

3 Ago 2017

EUA querem obrigar China a proteger direitos de autor

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos estão a considerar recorrer a leis comerciais do país raramente invocadas, para obrigar a China a proteger direitos de autor, patentes e outra propriedade intelectual, e resistir às exigências chinesas para que partilhem tecnologia.

Segundo os jornais Wall Street Journal e New York Times, responsáveis pelas políticas comerciais norte-americanas estão a ponderar formas de travar a pirataria e outras práticas consideradas prejudiciais para as empresas do país.

As informações, que citam fontes não identificadas, surgiram numa altura em que a administração de Donald Trump está a adoptar uma posição mais dura em questões comerciais.

Num comentário difundido na terça-feira pelo Wall Street Journal, o secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, levantou várias objecções contra a China e a União Europeia, culpando os dois blocos económicos pelo défice dos EUA, de 725,5 mil milhões de dólares, em 2016.

Só Pequim registou um excedente de 347 mil milhões no comércio com Washington.

“Ambos, China e Europa, apoiam as suas exportações através de subsídios, empréstimos com juros bonificados, subsídios à energia, reembolsos especiais do imposto sobre o valor acrescentado e vendas de imóveis abaixo do preço de mercado, entre outros meios”, escreveu Ross.

O Wall Street Journal e o New York Times escreveram que a administração Trump está a considerar usar a secção 301 da Lei de Comércio de 1974, o que permitiria a Washington lançar uma investigação sobre as práticas comerciais da China e, no espaço de meses, aumentar os impostos sobre as importações oriundas do país ou impor outras sanções.

Outras manobras

Existe ainda a possibilidade de se invocar a “Lei sobre os Poderes Económicos em caso de Emergência Internacional”, uma lei promulgada na década de 1970 que dá ao Presidente amplos poderes para agir, após declarar estado de emergência nacional, avançou o Wall Street Journal.

A Casa Branca está também a estudar como resistir às exigências da China para partilhar tecnologia, no âmbito do plano “Made in China 2025”, lançado por Pequim para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades nos sectores de alto valor agregado, incluindo inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Há várias décadas que as empresa estrangeiras contestam a pirataria e roubo de tecnologia por empresas chinesas.

Donald Trump culpa frequentemente a China pelo défice comercial norte-americano, apontando práticas de concorrências desleal de Pequim.

3 Ago 2017

Coreia do Sul receia fim da protecção dos EUA, após míssil balístico do Norte

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] imprensa sul-coreana considerou ontem que o último teste de míssil de Pyongyang, que colocou boa parte dos Estados Unidos ao seu alcance, fez nascer um novo medo em Seul: o fim da protecção norte-americana.

A questão surge nos editoriais de dois influentes jornais sul-coreanos, o JoongAng Ilbo e o Chosun Ilbo, e reflectem um outro receio: o de uma acção militar norte-americana.

“Poderá a administração [do Presidente norte-americano Donald] Trump proteger-nos de um ataque vindo do Norte, se tal acção expuser cidades norte-americanas a um ataque nuclear”, questiona em editorial o JoongAng Ilbo.

O teste de um míssil balístico intercontinental (ICBM) realizado na sexta-feira passada por Pyongyang deixou grandes cidades dos Estados Unidos, como Los Angeles ou Chicago, ao alcance de um potencial ataque do regime de Kim Jong-un.

Que o Norte consiga dotar-se de um míssil operacional, armado com uma ogiva nuclear capaz de atingir os Estados Unidos parece ser “apenas uma questão de tempo”, acrescenta o JoongAng Ilbo.

Na altura em que isso aconteça, a resposta dos Estados Unidos “poderá não ser sim”, conclui o jornal.

A dúvida é partilhada pelo Chosun Ilbo, um dos maiores jornais sul-coreanos, ao afirmar que: “É difícil estar à espera da ajuda dos Estados Unidos” se acontecer um ataque nuclear contra o continente americano.

“O pior cenário seria a retirada das tropas norte-americanas da península. É o que quer o Norte (…) uma situação que os sul-coreanos mal conseguem imaginar, mas real, é para lá que caminhamos”, sublinha.

Os Estados Unidos são o garante da segurança do Sul democrático e capitalista, onde estão estacionados 28.500 soldados norte-americanos. A Guerra da Coreia (1950-53) terminou sem a assinatura de um tratado de paz, e as forças de Washington estão encarregadas de defender Seul de Pyongyang.

Esta aliança é também um dos pilares da estratégia geopolítica norte-americana na Ásia, onde a China, que procura desenvolver um poderio militar mais adequado ao poderio económico, começa a mostrar a sua força.

Cenários de risco

Apesar de todas as garantias de responsáveis norte-americanos de “apoio firme” à Coreia do Sul, o resultado do último teste de Pyongyang significa que o regime conseguiu progressos tecnológicos rápidos e importantes, desde que Kim Jong-un chegou ao poder, no final de 2011.

Analistas são unânimes em duvidar das capacidades do Norte na miniaturização de uma ogiva nuclear, de modo a poder ser instalada num míssil, ou ainda que o regime domine a tecnologia de reentrada dos mísseis na atmosfera.

Os sul-coreanos receiam também um possível ataque preventivo de Washington contra o Norte, que teria consequências desastrosas, mesmo se Pyongyang não usar armas nucleares.

Seul, que fica a 40 minutos da Zona Desmilitarizada (DMZ) entre as Coreias, está ao alcance da artilharia norte-coreana e corre o risco de ser destruída num ataque.

Para Jeung Young-tae, director de Estudos Militares na universidade Dongyang, o regime norte-coreano passou uma “linha vermelha” com o último teste deste ICBM que “representa uma ameaça aparentemente tangível para a segurança dos Estados Unidos”.

Não se pode excluir “uma ação militar unilateral norte-americana” e, portanto, o risco de conflito militar “nunca foi tão grande”, disse à agência noticiosa France Presse (AFP).

3 Ago 2017

Tailândia | Supremo absolve dois ex-primeiros-ministros

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois antigos primeiros-ministros tailandeses, que incorriam em penas de dez anos de prisão, foram ontem absolvidos das acusações de negligência na repressão sangrenta de manifestações em 2008.

“Os manifestantes tinham rodeado o parlamento e ameaçavam tomar de assalto o edifício, não era portanto uma manifestação pacífica. As autoridades foram forçadas a recorrer à força”, concluiu o Supremo Tribunal tailandês.

Somchai Wongsawat e Chavalit Yongchaiyudh, na altura primeiro-ministro e vice-primeiro-ministro (Chavalit tinha chefiado o Governo na década de 1990), eram legalmente responsáveis pela ordem do ataque policial.

Nestas manifestações, os confrontos entre a polícia e os manifestantes causaram dois mortos e cerca de 500 feridos.

Os manifestantes eram “camisas amarelas”, conservadores ultra-monárquicos que procuravam afastar do poder o partido de Thaksin Shinawatra, apoiado pelos “camisas vermelhas”.

Pouco tempo depois destas manifestações, o ex-primeiro-ministro Thaksin, no exílio depois de um golpe de Estado em 2006 e inimigo dos ultra-monárquicos, foi condenado a dois anos de prisão por corrupção.

O partido de Somchai, cunhado de Thaksin, foi dissolvido e Somchai foi obrigado a demitir-se.

Este veredicto era muito aguardado na Tailândia, algumas semanas antes do julgamento da ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra, irmã de Thaksin, e cujo governo foi derrubado em 2014 pelo exército.

O seu julgamento por negligência começou depois do golpe militar de Maio de 2014, tal como o de Somchai e Chavalit, suscitando acusações de processos políticos, comandados por militares para acabar com a influência política do clã Shinawatra.

Yingluck Shinawatra incorre numa pena de dez anos de prisão. O veredicto será lido a 24 de agosto.

Pedrogão Grande | 11 vítimas ainda internadas

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de um mês depois do incêndio de Pedrógão Grande há 10 pessoas internadas em hospitais e um numa unidade de cuidados continuados, informou ontem o gabinete de crise que acompanha a resposta da Saúde. Cinco dos feridos encontram-se no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), dois no Hospital Santa Maria (Lisboa), um no São João (Porto), um num hospital em Valência (Espanha) e dois em fase transitória – uma doente no Hospital de Leiria e um numa unidade de cuidados continuados no Montijo -, é o balanço feito por um membro do gabinete de crise da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) António Morais.

Benfica | Negociações por guarda-redes do Eintracht Franckfurt

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Benfica está, segundo A BOLA, a tentar a contratação do guarda-redes Lukas Hradecky, 27 anos, junto do Eintracht Frankfurt, onde já pescou aquele que é até agora o principal reforço para 2017/18, o avançado internacional suíço Haris Seferovic, de 25 anos. As negociações pelo número 1 da baliza da equipa alemã e também da seleção da Finlândia já estão em curso e são elevadas as possibilidades de terem sucesso perante a actual situação contratual do jogador, que chegou a Frankfurt em 2015 e assinou vínculo válido por três temporadas, tendo apenas mais uma de ligação ao clube da Bundesliga, que, recorde-se, terminou a época passada na 11.ª posição.

Chile | Sismo de magnitude de 5,5 abala norte do país

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m sismo de magnitude de 5,5 na escala de Richter foi ontem registado na região metropolitana de Santiago do Chile, indicou o serviço geológico dos Estados Unidos (USGS). Até ao momento, desconhece-se a existência de danos ou vítimas do abalo, que ocorreu às 04:15. De acordo com o USGS, que monitoriza a actividade sísmica mundial, o epicentro situou-se a cerca de oito quilómetros de Chicureo Abajo (nordeste) e a mais de 27 quilómetros a norte de Santiago. O hipocentro do sismo registou a 88 quilómetros de profundidade, indicou.

3 Ago 2017

Presidente das Filipinas descreve líder da Coreia do Norte como um maníaco

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, advertiu ontem que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, é um “maníaco” que pode semear a destruição no continente asiático ao provocar uma guerra nuclear.

Duterte – político reconhecido por usar linguagem grosseira mas também por impor medidas políticas controversas – falava na antecipação de um fórum regional sobre segurança que vai decorrer esta semana na capital filipina, Manila, e que vai contar com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros do regime de Pyongyang.

Os recentes testes com mísseis balísticos realizados pela Coreia do Norte devem marcar as discussões desta reunião regional.

“Ele brinca com brinquedos perigosos, este louco, não confiem no seu rosto, naquele rosto redondinho com ar de simpático”, disse o Presidente filipino, de 72 anos, em declarações transmitidas pela televisão nacional.

“Este maníaco (…), se ele comete um erro, o Extremo Oriente pode transformar-se numa terra árida. Devemos evitar, esta guerra nuclear, porque se um conflito eclodir aqui, então teremos consequências, ao nível do solo, dos recursos. Não sei o que será de nós. Não poderemos nunca mais semear nada de produtivo”, afirmou Rodrigo Duterte, usando igualmente termos insultuosos para caracterizar o líder norte-coreano.

Desde a chegada ao poder de Kim Jong-Un em finais de 2011, a Coreia do Norte tem vindo a intensificar o seu programa nuclear e balístico.

Apesar das sanções impostas pelas Nações Unidas, o regime norte-coreano ambiciona ter uma capacidade nuclear e balística que conseguia atingir os Estados Unidos.

Na semana passada, Pyongyang anunciou a realização de um teste de um míssil balístico intercontinental com capacidade de alcançar uma boa parte do continente americano.

Presenças de peso

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, e o seu homólogo chinês, Wang Yi, estarão esta semana também em Manila para participar no fórum regional organizado pela Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês).

Segundo um projecto de resolução ao qual a agência noticiosa francesa France Presse teve acesso, texto que deve ser adoptado no final do fórum regional, os ministros vão expressar uma “séria preocupação” em relação ao recente teste balístico norte-coreano.

3 Ago 2017

Hospital chinês acusado de trocar bebés há 28 anos

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m hospital da cidade chinesa de Xangai foi acusado de ter trocado dois bebés, há 28 anos, um erro descoberto depois de um dos pais ter ficado obcecado por a criança não se parecer consigo.

Um tribunal da cidade confirmou o caso, no qual a queixosa, uma das mães, exige uma compensação de 1,3 milhões de yuan, informou o jornal Shanghai Daily.

A história tornou-se pública na semana passada, através de um programa de televisão, onde uma mulher, identificada como Zhang, contou que ter realizado uma cesariana, a 27 de fevereiro de 1989, no Primeiro Hospital Maternidade e Infantil de Xangai.

Três dias após o parto, a enfermeira trouxe-lhe a criança. O rapaz chorou continuamente e recusou o leite, mas aceitou ser amamentado pela mulher que estava na cama ao lado.

Zhang levou o bebé para casa, mas o marido começou a sugerir que a mulher o tinha traído, por a criança não se parecer com ele. O casal divorciou-se em 2003.

Em 2011, o homem fez um teste de ADN, confirmando que nenhum dos dois era o progenitor.

Zhang pediu então ao hospital para verificar os registos, mas foi informada que já tinha passado muito tempo.

Mãe e filho afirmaram que querem conhecer a família de sangue.

Num comunicado emitido no passado fim de semana, o hospital assegurou estar “profundamente chocado” e que vai ajudar a esclarecer os factos, apesar de admitir que “é difícil averiguar a verdade de algo que ocorreu há 28 anos”.

Inaugurada em Djibuti primeira base militar no estrangeiro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China abriu ontem oficialmente a sua primeira base militar no estrangeiro, em Djibuti, no corno de África, no dia em que o Exército de Libertação Popular (ELP) celebra 90 anos, informou a imprensa oficial.

O país mais populoso do planeta não tinha uma presença militar permanente fora do país desde a Guerra da Coreia (1950-53).

A inauguração da base militar em Djibuti servirá para apoiar missões anti-pirataria, de manutenção da paz e assistência humanitária em África e na Ásia ocidental, de acordo com Pequim.

As autoridades inauguraram a instalação com uma cerimónia onde estiveram mais de 300 pessoas, entre as quais o ministro da Defesa do Djibuti e o subcomandante da Armada chinesa Tian Zhong, segundo o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

A República do Djibuti está situada no sul do mar vermelho, no Corno de África, entre a Eritreia, Etiópia e a Somália.

A inauguração desta base militar estratégica coincide com o 90.º aniversário do exército chinês (ver texto principal).

A abertura da base ilustra também a expansão do alcance das Forças Armadas chinesas, acompanhando a crescente influência da China no continente africano.

O país asiático é o principal parceiro comercial de África, de onde importa grande parte das matérias-primas de que precisa.

Desde a ascensão ao poder de Xi Jinping, a China adoptou uma política externa mais assertiva, nomeadamente com a fundação de um novo banco internacional e o lançamento de um gigantesco plano de infraestruturas, designado Nova Rota da Seda e que visa reactivar a antiga via comercial entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e sudeste Asiático.

2 Ago 2017

Xi Jinping  diz que país está pronto a enfrentar invasão

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente da China advertiu ontem que o país está pronto a “lutar contra qualquer invasão estrangeira”, no 90.º aniversário do Exército de Libertação Popular (ELP), e apelou para a obediência das Forças Armadas ao Partido Comunista.

Num discurso de quase uma hora, proferido no Grande Palácio do Povo, Xi Jinping, também comandante do exército, assegurou que Pequim “nunca invadirá outros países, mas pode lutar contra qualquer agressão”.

A China “não permitirá a ninguém, de nenhuma forma, que separe nem um pedaço de terra do país”, disse Xi, que presidiu a uma reunião com três mil pessoas, a maioria militares, por ocasião dos 90 anos da fundação do ELP.

O ELP é uma instituição “do povo, para o povo e pelo povo”, afirmou Xi, que lembrou o início do exército chinês como uma milícia formada para combater o Governo do Partido Nacionalista Kuomintang (KTM), a 1 de agosto de 1927, em Nanchang, a capital da província de Jiangxi, no sudeste do país.

Fundado seis anos antes, o Partido Comunista Chinês (PCC) “estava em perigo de ser perseguido e assassinado, a revolução estava num momento crucial e entendeu que sem forças armadas (…) não podia vencer a revolução”, afirmou Xi.

Percurso vitorioso

O líder comunista sublinhou que em 90 anos de história, o ELP “venceu ferozes inimigos” e recordou o seu papel em episódios históricos, como a luta contra a invasão japonesa, a guerra civil contra o KMT ou a “vitória na resistência contra a invasão da Coreia pelos Estados Unidos” (1950-53).

Xi recordou muitos dos líderes que participaram nesta história, desde Zhou Enlai ou Zhude, a Liu Shaoqi, Deng Xiaoping ou o fundador da República Popular da China, Mao Zedong.

O Presidente chinês destacou que o exército modernizou-se e “passou das espingardas a um poder informatizado”, insistindo que deve obedecer às ordens do PCC. “Mao [Zedong] disse que o Partido manda no exército, não o contrário”, sublinhou.

Após a ascensão de Xi Jinping ao poder, várias altas patentes do exército foram afastadas na sequência da campanha anticorrupção lançada pelo Presidente, que lembrou que as forças armadas devem ser “limpas e livres de corrupção”.

Pequim mantém disputas territoriais com a Índia, Japão e vários países no Mar do Sul da China, tendo prometido reunificar Taiwan pela força, se necessário.

2 Ago 2017

Coreias | China coloca dever de manter paz sobre Washington e Pyongyang

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stados Unidos e Coreia do Norte têm a “principal responsabilidade” pela escalada de tensões e negociar a paz na Península Coreana, não a China, afirmou na segunda-feira o embaixador de Pequim nas Nações Unidas.

Liu Jieyi afirmou que se Washington e Pyongyang rejeitarem reduzir as tensões e o diálogo, “não interessa o quão capaz a China é, os esforços chineses não vão produzir resultados práticos, porque depende dos dois lados principais”.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a China de falhar em travar o programa nuclear e de mísseis balísticos da Coreia do Norte e ameaçou com possíveis represálias económicas contra Pequim, que é responsável por 90% do comércio externo do país governado por Kim Jong-un.

Liu disse que, em vez de cumprir o apelo do Conselho de Segurança para reduzir tensões e relançar as negociações a seis [China, Estados Unidos, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão e Rússia], as tensões têm aumentado como resultado de novos testes com mísseis, comentários como “todas as opções estão sobre a mesa” e a instalação do sistema anti-mísseis norte-americano THAAD na península coreana.

O embaixador chinês acrescentou que a aplicação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU está a ser dificultada por sanções unilaterais e “precondições para iniciar o diálogo” com Pyongyang, numa crítica directa a Washington.

A administração Trump declarou que todas as opções, incluindo um ataque militar, estão a ser consideradas, para travar a Coreia do Norte de ameaçar os Estados Unidos e aliados na região.

A Casa Branca optou por pressionar Pyongyang através de sanções unilaterais e pediu à China para usar a sua influência.

Os dois recentes testes com misseis balísticos intercontinentais conduzidos por Pyongyang vieram colocar ainda mais pressão sobre a administração norte-americana.

Quanto a retomar as negociações, suspensas desde 2009, os Estados Unidos afirmaram que não vão entrar em negociações com a Coreia do Norte até o país provar que tenciona prescindir do programa nuclear.

No domingo, Trump escreveu na rede de mensagens instantâneas Twitter: “Estou muito decepcionado com a China. Os nossos antigos líderes, ingénuos, permitiram-lhes ganhar centenas de milhares de milhões de dólares por ano em comércio e, no entanto, não fazem nada por nós em relação à Coreia do Norte”.

Muda de rumo

Em conferência de imprensa, Liu colocou a responsabilidade pela questão da península coreana sobre Washington e Pyongyang.

“Eles têm a responsabilidade principal por começar a mover-se na direção certa, não a China”, afirmou.

“A China tem vindo a implementar as resoluções [da ONU] de boa vontade e de forma completa”, acrescentou.

Liu defendeu que a comunidade internacional deve avançar em várias frentes e “garantir que a vontade política para resolver a questão da desnuclearização se traduz em passos concretos, negociações, diálogo, e reduzir as tensões no terreno”.

O embaixador chinês na ONU adiantou que a China está à procura de apoio para a proposta de suspensão do programa nuclear da Coreia do Norte e, ao mesmo tempo, das manobras militares dos Estados Unidos na Coreia do Sul, para “amortecer a crise” na península coreana.

A proposta da China, que é apoiada pela Rússia, inclui a desnuclearização da península coreana e “um mecanismo de paz e segurança” na Coreia do Norte e na Coreia do Sul, afirmou Liu.

2 Ago 2017

Mar do Sul | Revista oficial enaltece papel de Xi Jinping

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma revista do Partido Comunista Chinês (PCC) afirmou que o Presidente da China, Xi Jinping, dirigiu pessoalmente o reforço da presença chinesa no Mar do Sul da China, através da construção de ilhas artificiais e outras medidas.

Xi “liderou e dirigiu pessoalmente uma série de grandes lutas para expandir as vantagens estratégicas e salvaguardar os interesses nacionais”, afirma o Study Times, revista publicada pela academia central de treino do PCC.

As políticas do Presidente, incluindo a construção de ilhas artificiais e alterações administrativas para elevar o status das reclamações territoriais da China nas ilhas Paracel, “alteraram a direção básica da situação estratégica no Mar do Sul da China”, acrescenta.

A China reclama a soberania sobre a quase totalidade do Mar do Sul da China, região rica em recursos, apesar das queixas e reivindicações dos seus vizinhos do sudeste asiático, e rapidamente construiu ilhas artificiais capazes de receberem instalações militares, incluindo aviões.

Boas fundações

Segundo o Study Times, Xi Jinping “criou uma fundação estratégica sólida para conseguir a vitória final na luta por assegurar os direitos sobre o Mar do Sul da China”.

A revista compara as políticas do Presidente chinês à construção de uma “Grande Muralha marítima”, numa referência à estrutura defensiva construída para proteger a China das invasões Mongóis e tribos do norte há vários séculos.

Nos últimos anos, a China construiu sete ilhas artificiais no arquipélago das Spratly, reclamado total ou parcialmente, além da China, pelas Filipinas, Brunei, Malásia, Vietname e Taiwan, ao depositar areia e cimento no topo de recifes de coral.

Movimentos semelhantes, que incluem a construção de pistas de aterragem, hangares de aviões e outras infraestruturas para uso militar, foram adotados por Pequim nas ilhas Paracel.

A China reclama que aquelas construções visam melhorar a segurança de navegação e atividade piscatória. O artigo do Study Times parece sublinhar, no entanto, o seu propósito militar.

Crescimento da indústria abranda em julho

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] sector manufactureiro da China continuou a expandir-se em Julho, apesar de a um ritmo inferior ao registado no mês anterior, segundo dados ontem divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas chinês (GNE).

O Purchasing Managers Index (PMI) da indústria manufactureira chinesa situou-se em 51,4 pontos, em Julho. Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do sector, pelo que abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade.

O analista do GNE Zhao Qinghui atribuiu a desaceleração no ritmo de crescimento às fortes chuvas e inundações que atingiram determinadas zonas do país e reparações de rotina na maquinaria das empresas.

O sector manufactureiro da China emprega dezenas de milhões de trabalhadores. O PMI é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda maior economia do mundo.

A economia chinesa cresceu 6,9%, no segundo trimestre do ano, superando as previsões dos analistas, e apesar das medidas adoptadas pelo Governo para travar o aumento do endividamento das empresas.

A expansão do sector dos serviços abrandou também, segundo dados do GNE, de 54,9 pontos, em Junho, para 54,5, este mês.

Julian Evans-Pritchard, da unidade de investigação Capital Economics, apontou que “os dados de hoje (ontem) sugerem um abrandamento no conjunto da economia”.

“Esperamos que abrande ainda mais, dadas as medidas para reduzir os riscos financeiros do aumento do crédito e aceleramento da economia”.

Detidas 230 pessoas em investigação a esquema pirâmide

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] polícia chinesa prendeu 230 pessoas no sul do país, parte de uma investigação a um esquema pirâmide, e depois de uma rara manifestação nas ruas de Pequim, ocorrida na semana passada.

A investigação abrange cinquenta e cinco empresas e 142 dos 230 detidos vão ser julgados, revelou neste domingo a polícia da província de Guangdong, em comunicado.

Na segunda-feira, mais de uma centena de investidores no fundo, chamado Shanxinhui, protestarem nas ruas do sul de Pequim contra o seu encerramento. Segundo dados citados pela imprensa chinesa, o fundo atraiu mais de cinco milhões de pessoas em todo o país.

A polícia de Pequim deteve 67 manifestantes por “obstruir as forças da ordem” ou “perturbar a ordem em locais públicos”.

Zhang Tianming, o fundador do esquema, e vários dos seus funcionários, foram presos em 21 de julho. São suspeitos de ter desfalcado “grandes quantidades” das suas vítimas sob o pretexto da caridade.

Entretanto o ‘site’ do Shanxinhui deixou de estar acessível. A plataforma apresentava-se como um fundo de investimento que promovia causas como o reflorestamento e a luta contra a pobreza.

Numa altura em que Pequim restringiu o fluxo de capital para além-fronteiras e o sector imobiliário chinês tem abrandado, o financiamento ‘online’ e promessas de investimento remunerativos estão a aumentar.

A polícia chinesa investigou, no ano passado, 2.826 casos de esquemas pirâmide fraudulentos, 20% a mais que no ano anterior, segundo dados oficiais.

1 Ago 2017

Apple retira da loja na China aplicações que contornam censura da internet

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] norte-americana Apple retirou da loja na China aplicações com VPN (Virtual Proxy Network), mecanismo que permite aceder à internet através de um servidor localizado no estrangeiro e é usado no país para contornar a censura oficial.

‘Sites’ como o Facebook, Youtube e Google ou ferramentas como o Dropbox e o WeTransfer estão bloqueados na China. As versões electrónicas de órgãos de comunicação como o The New York Times ou o Economist também estão censuradas.

A VPN cria ligações criptografadas entre computadores e pode ser usada para abrir portais bloqueados pela censura do regime comunista.

Desde Janeiro, Pequim exige que as empresas que fornecem este serviço obtenham licenças do Governo.

“Fomos convidados [pelas autoridades chinesas] a remover alguns aplicativos de VPN que não cumprem as novas regras”, admitiu no domingo a Apple, num comunicado citado pela agência noticiosa France Presse (AFP).

“Estas aplicações estão disponíveis em todos os outros mercados onde são permitidas”, acrescentou a empresa.

Dois fornecedores, a Express VPN e a Star VPN, disseram este fim-de-semana terem sido informados pela Apple de que os seus produtos deixaram de estar disponíveis na China.

Em comunicado, a Express VPN classificou a medida de “surpreendente e lamentável”.

“Estamos decepcionados com esta decisão, que é a medida mais drástica que o Governo chinês tomou até agora para bloquear o uso da VPN. E estamos incomodados por ver a Apple a ajudar a China nos esforços para censurar”, acrescentou.

Na rede de mensagens instantâneas Twitter, a Star VPN escreveu: “Este é um precedente muito perigoso, que pode levar a decisões semelhantes em países como os Emirados Árabes Unidos, e outros onde os governos controlam a internet”.

Espaço soberano

A China é o segundo maior mercado do mundo da Apple, a seguir ao dos Estados Unidos.

A nação mais populosa do mundo, com 1.375 milhões de habitantes, tem o maior número de utilizadores de internet do planeta.

Porém, um relatório da unidade de investigação norte-americana Freedom House coloca o país como o que mais censura a rede, entre 65 nações estudadas, abaixo do Irão e da Síria.

A medida reflecte a visão do Presidente chinês, Xi Jinping, de “soberania do espaço cibernético” ou o direito de Pequim em limitar a actividade ‘online’ dos cidadãos, com o argumento de que o controlo é uma questão de segurança nacional.

1 Ago 2017

Morte de autarca filipino é advertência para outros políticos 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] chefe da polícia filipina declarou ontem que a morte de um presidente de câmara e 14 pessoas durante uma operação antidroga, no sul do país, é “uma advertência” para políticos ligados ao narcotráfico e crime.

Ronald dela Rosa falava de uma operação realizada, no domingo, em Ozamiz, na ilha de Mindanao, que deve “servir como uma advertência de que a polícia não abre exceções na hora de aplicar a lei”.

“Não temos medo, nem damos tratamento especial”, disse Dela Rosa, numa conferência de imprensa transmitida pela televisão.

No domingo, 15 pessoas foram mortas, incluindo o presidente do município Reynaldo Parojinog e vários dos seus familiares, na sequência de um tiroteio com as forças de segurança que iam apresentar meia dúzia de mandados de captura.

Sangue por sangue

De acordo com a polícia, os agentes abriram fogo ao serem recebidos com disparos, à aproximação da casa do presidente do município, alegado líder de um grupo criminoso ligado, nas últimas três décadas, ao tráfico de drogas, operações paramilitares, sequestros e extorsões.

O director da polícia afirmou que o objetivo da operação era deter com vida os suspeitos, mas os agentes foram forçados a disparar ao serem recebidos pelo “exército privado” dos Parojinog.

No tiroteio morreram também a mulher, a irmã e Octavio Parojinog, irmão do autarca. Um agente ficou ferido na sequência de uma explosão.

A polícia apreendeu armas, drogas e dinheiro.

Reynaldo Parojinog constava de uma das “listas negras” do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, por alegadas ligações ao tráfico de drogas e crime organizado.

Mais de sete mil pessoas morreram desde o início da campanha antidroga de Duterte. Cerca de metade das vítimas mortais foram abatidas por agentes polícias por terem alegadamente resistido à detenção.

Na passada segunda-feira, Duterte reiterou que vai manter uma “luta implacável” contra o tráfico de droga, apesar das críticas que recebo dentro e fora do país.

1 Ago 2017

Coreias | Novo teste de míssil intercontinental coloca EUA ao alcance de Pyongyang

Desta vez, o teste foi um sucesso e a Coreia do Norte mostrou poder atacar a costa oeste dos EUA. As respostas não se fizeram esperar

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] líder norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou que o segundo teste com um míssil balístico intercontinental (ICBM), realizado na sexta-feira, coloca o território dos Estados Unidos ao alcance de um ataque de Pyongyang, segundo a agência norte-coreana KCNA. Kim Jong-un afirmou que o teste demonstrou a capacidade da Coreia do Norte para disparar “em qualquer lugar, a qualquer hora”, de acordo com a agência estatal. “O líder declarou orgulhosamente que o teste confirma que o território continental dos Estados Unidos está dentro do nosso alcance de tiro”, acrescentou.

A KCNA disse que Kim expressou “grande satisfação” após o míssil Hwasong-14 ICBM, que tinha sido lançado pela primeira vez a 4 de julho, atingir uma altura máxima de 3.725 quilómetros e viajar 998 quilómetros, do ponto de lançamento até cair em águas próximas do Japão.

Kim disse que o lançamento de sexta-feira enviou um “sério alerta” aos Estados Unidos, que têm vindo a fazer ameaças de guerras e novas sanções, cita a KCNA. O míssil O míssil foi lançado de Mup’yong-ni e caiu no Mar do Japão.

Analistas ocidentais calcularam que o alcance do míssil é de quase 10.000 quilómetros, o que ameaça efectivamente o território americano. “Com base na informação que dispomos, o míssil testado pela Coreia do Norte poderia facilmente alcançar a costa oeste dos Estados Unidos e várias grandes cidades norte-americanas”, disse o especialista em armamento David Wright, da ONG Union of Concerned Scientists. Los Angeles, Denver ou Chicago poderiam estar dentro do raio de impacto do míssil, que poderia inclusive chegar a Boston ou Nova Iorque, completou Wright.

Repúdio americano

“Os Estados Unidos condenam o teste e rejeitam o argumento do regime de que estes testes e estas armas garantirão a segurança da Coreia do Norte. Na realidade, têm o efeito oposto”, advertiu Trump em um comunicado.

Rapidamente, logo na sexta-feira, os Estados Unidos e a Coreia do Sul analisaram “opções de resposta militar”. O general Joe Dunford, chefe do Estado-Maior Conjunto americano, e o almirante Harry Harris, responsável do comando americano no Pacífico, falaram com o general Lee Sun Jin, chefe do Estado-Maior Conjunto sul-coreano. “Durante a ligação, Dunford e Harris expressaram o seu compromisso com a aliança Estados Unidos-Coreia do Sul”, informou o gabinete de Dunford em comunicado.

“Os três chefes também analisaram diversas opções de resposta militar”, acrescentou.

Militares americanos e a Coreia do Sul tinham alertado nos últimos dias que a Coreia do Norte parecia preparar-se para outro teste de mísseis, provavelmente de um míssil balístico intercontinental (ICBM) ou de um foguete de alcance intermediário.

Enquanto isso, militares americanos preparam-se para realizar outro teste de um sistema de interceptação de mísseis no Alasca, que poderia ocorrer no sábado. O teste do sistema de Defesa de Área de Alta Altitude Terminal (THAAD) estava programado antes de se saber do lançamento norte-coreano desta sexta. Os Estados Unidos contam com várias capacidades de defesa antimísseis, com componentes desenhados para derrubar diferentes tipos de mísseis em diferentes fases de voo.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, já convocou uma reunião do Conselho Nacional de Segurança.

Trump afirma que Pequim podia “facilmente resolver o problema”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou no sábado a China de inacção face à Coreia do Norte, após o lançamento de um novo míssil balístico intercontinental, considerando que Pequim poderia “facilmente resolver o problema”. “Estou muito decepcionado com a China. Os nossos antigos líderes, ingénuos, permitiram-lhes fazer centenas de milhares de milhões de dólares por ano em comércio e, no entanto, não fazem nada por nós em relação à Coreia do Norte”, escreveu na rede social Twitter. “Não permitiremos que isto continue. A China poderia facilmente resolver este problema!”, acrescentou.

Trump condenou na sexta-feira o lançamento de um novo míssil balístico pela Coreia do Norte, e garantiu que vai tomar “todas as medidas necessárias” para proteger o seu país e os aliados na região. O míssil balístico intercontinental lançado pela Coreia do Norte, o segundo deste tipo em menos de um mês, é “a última ação imprudente e perigosa” do regime de Pyongyang, criticou Trump, num comunicado divulgado pela Casa Branca. “Ao ameaçar o mundo, estas armas e testes isolam ainda mais a Coreia do Norte, enfraquecem a sua economia e sacrificam o seu povo”, destacou Trump.

Em resposta, a Coreia do Sul e os Estados Unidos realizaram na sexta-feira um teste com mísseis balísticos. Na quinta-feira, o Congresso dos Estados Unidos deu luz verde a um pacote de sanções contra a Coreia do Norte, Irão e Rússia, que está pendente da assinatura de Trump, que prevê assiná-lo, segundo indicou a Casa Branca na sexta-feira.

Após o teste realizado por Pyongyang a 4 de Julho, Trump garantiu que estava a preparar “coisas bastante severas” como resposta à Coreia do Norte, apesar de o seu secretário para a Defesa, James Mattis, ter dito que actualmente não via motivos para ir “para a guerra” com o país.

Resposta aérea

Os Estados Unidos enviaram no domingo bombardeiros estratégicos B-1B para a península coreana, em resposta ao míssil intercontinental lançado pela Coreia do Norte na sexta-feira, segundo informou o ministro da Defesa do Japão, que participou nestas manobras aéreas.

Os exercícios foram realizados por dois bombardeiros norte-americanos e caças japoneses, disse em conferência de imprensa o ministro da Defesa japonês, Fumio Kishida.

Não é a primeira vez que o Pentágono decide destacar estes aviões, estacionados na sua base aérea de Andersen, na ilha de Guam, numa demonstração de força militar, em resposta ao que considera provocações norte-coreanas.

As aeronaves já tinham sido enviadas para as imediações da península coreana após o primeiro míssil intercontinental, lançado a 4 de Julho, e em finais de Maio, depois de Pyongyang disparar um projéctil de curto alcance.

Washington também destacou os bombardeiros a 20 de Junho, após o anúncio da morte do estudante norte-americano Otto Warmbier, que morreu depois de ser devolvido aos Estados Unidos em coma, após 17 meses detido na Coreia do Norte.

Pequim pede respeito pelas resoluções da ONU

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China pediu no sábado à Coreia do Norte que respeite “as resoluções pertinentes” do Conselho de Segurança da ONU e suspenda qualquer medida que possa aumentar a tensão na zona, segundo a agência oficial de notícia Xinhua.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, fez estas declarações após a confirmação de que a Coreia do Norte lançou, na noite de sexta-feira, um novo míssil balístico intercontinental, o Hwasong-14.

A resposta dada pela China foi bem mais contundente que as opiniões emitidas pelo Governo de Pequim no dia do lançamento, quando outro porta-voz do Ministério, Lu Kang, disse que as “pressões de terceiros” tinham forçado a Coreia do Norte a multiplicar este ano os testes balísticos. “Após tantos anos, o problema na península da Coreia podia resolver-se através de diálogo e consultas, mas devido a pressões e suspeitas de países terceiros, a Coreia do Norte viu-se obrigada a conduzir testes balísticos.”

Este ano, em que aumentaram as ameaças mútuas entre os governos da Coreia do Norte e dos Estados Unidos, Pyongyang realizou 12 testes com mísseis, em que testou pelo menos 17 peças de armamento, o que ajudou a melhorar o seu arsenal, segundo analistas militares. Apesar destas justificações, a China reiterou em várias ocasiões a sua oposição a qualquer novo teste de míssil pela Coreia do Norte, em virtude das resoluções das Nações Unidas, bem como, nas palavras de Lu, “qualquer palavra ou acção que possa elevar a tensão”.

Seul condena “duramente”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo sul-coreano condenou duramente o novo lançamento de um míssil intercontinental (ICBM) realizado pela Coreia do Norte e alertou que o regime vai enfrentar “isolamento diplomático e pressão económica” se continuar a realizar testes de armamento. “O Governo condena duramente esta última provocação, que constitui uma clara violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e representa uma grave ameaça para a paz e segurança, não apenas na região, mas em todo o planeta”, explicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano em comunicado. “A Coreia do Norte devia ter em mente que o que vai obter com as suas contínuas provocações será apenas isolamento diplomático e pressão económica”, acrescenta o comunicado.

“O Governo (sul-coreano) vai continuar a reforçar a sua cooperação com a comunidade internacional, incluindo o Conselho de Segurança, de modo a que esta última provocação possa obter uma resposta severa”, indica o comunicado de Seul, que ainda assim mantém a oferta de diálogo apresentada na semana passada a Pyongyang. “Como parte responsável e directamente implicada, continuaremos a trabalhar de forma incansável no sentido da desnuclearização” da península coreana.

31 Jul 2017

Conselheiro indiano em Pequim para discutir problemas na fronteira

A China não podia ser mais clara: a sua determinação em manter o território disputado é “inabalável”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselheiro de Segurança Nacional indiano, Ajit Doval, esteve este fim de semana em Pequim, numa altura de renovada tensão entre a Índia e a China, em torno de uma área disputada nos Himalaias. Não houve declarações sobre o encontro entre Ajit Doval e o seu homólogo chinês, Yang Jiechi, mas os dois terão reunido, à margem de um fórum dedicado à segurança, do grupo de economias emergentes BRICS, que inclui ainda Brasil, Rússia e África do Sul.

Tropas indianas estão desde Junho no planalto de Doklam (Donglang, em chinês), uma área também reclamada pelo Butão, que mantém com a Índia uma cooperação próxima a nível de segurança, e onde a China está a construir uma estrada.

China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos.

Durante a reunião, Doval afirmou que a discussão sobre questões de segurança faz parte dos esforços para “ajudar a paz e estabilidade globais”.

O grupo está sobretudo focado em questões económicas e comerciais e não tem um mecanismo formal para mediar disputas entre os seus membros, no âmbito da segurança.

Palavras ditas

A China exigiu a retirada de tropas indianas como condição para iniciar um diálogo, enquanto Nova Deli defende que ambos os lados se devem retirar. Ambos reclamam que contam com o apoio internacional na disputa.

Esta semana, o ministro chinês da Defesa avisou a Índia para não subestimar a determinação da China em salvaguardar o que considera território seu. A determinação de Pequim em defender o seu território é “inabalável” e é “mais fácil fazer tremer uma montanha do que fazer tremer o Exército de Libertação Popular”, afirmou Wu, usando o nome oficial do exército chinês. “Aqui está um lembrete para a índia: não abusem da sorte e não se agarrem a fantasias”, afirmou.

Na quinta-feira, o ministro indiano dos Negócios Estrangeiros, Gopal Baglay, recusou comentar os encontros de Doval em Pequim, mas disse que se deve lidar com o impasse pacificamente através do diálogo e “de forma a que não se torne numa disputa”. “Essa continua a ser a nossa posição e isso é exactamente o que dissemos no passado”, afirmou Baglay aos jornalistas.

Irão | Enviado especial na posse de Rouhani

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]e Lifeng, enviado especial do presidente chinês Xi Jinping, participará da cerimónia de posse do presidente iraniano Hassan Rouhani em Teerão a 5 de agosto, anunciou na sexta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang. He, chefe da Comissão Nacional do Desenvolvimento e Reforma da China, participará na cerimónia a convite do governo iraniano, disse Lu, acrescentando que a China e o Irão gozam de uma relação amistosa e que em Janeiro de 2016, o presidente Xi fez uma visita de Estado àquele país, durante a qual as duas partes anunciaram que estabelecerão uma parceria estratégica integral. A China dá grande importância às relações com o Irão e trabalhará com o país para fortalecer a amizade e aprofundar a cooperação prática, disse o porta-voz.

BRICS | Por um “ novo tipo de relação internacional”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, disse que aumentar a cooperação do BRICS não só protege e expande os interesses dos países do bloco, mas também ajuda a explorar caminhos para construir um novo tipo de relações internacionais. Xi fez o comentário quando se reuniu com o secretário do Conselho de Segurança Nikolai Patrushev (Rússia), o ministro de Segurança do Estado David Mahlobo (África do Sul), o conselheiro de Segurança Nacional Ajit Doval (Índia), e o ministro de Segurança Institucional Sérgio Etchegoyen (Brasil), que estão em Pequim para participar na 7ª reunião dos altos representantes do BRICS sobre assuntos de segurança. Xi felicitou o sucesso da reunião de dois dias, dizendo que o evento fez importantes preparações para a cimeira do BRICS que será em Setembro na cidade de Xiamen, sudeste da China.

Trabalho | Menor desemprego urbano dos últimos anos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] taxa de desemprego registado nas cidades chinesas fixou-se em 3,95% no fim do segundo trimestre, o nível mais baixo nos últimos anos, segundo os dados oficiais. A China criou 7,35 milhões de empregos no primeiro semestre do ano, 180 mil a mais que no mesmo período do ano passado, anunciou nesta sexta-feira o Ministério dos Recursos Humanos e da Segurança Social. A taxa de desemprego registado é calculada com base no número das pessoas desempregadas que se registaram nas autoridades de recursos humanos ou instituições de serviço de emprego.

31 Jul 2017

Tufão Nesat | 81 feridos em Taiwan

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro tufão do ano em Taiwan deixou 81 pessoas feridas e cidades costeiras inundadas, com a ilha a preparar-se agora para uma segunda tempestade tropical. Os serviços meteorológicos de Taiwan indicam que o tufão Nesat tocou terra na costa nordeste da ilha no sábado à noite, com ventos máximos sustentados de 137 quilómetros por hora e rajadas até 173 quilómetros por hora. Os serviços de emergência informaram que o vento forte fez com que pessoas fossem atingidas por vidro, e fez tombar motas e até carrinhas. Mais de 10 mil pessoas, a maioria do sul de Taiwan, foram retiradas das suas casas antes de o tufão chegar, e 1.612 mantinham-se em abrigos temporários. O Nesat obrigou ao cancelamento de 145 voos internacionais e cortou a electricidade a quase meio milhão de casas.

Mais de 3000 retirados de casa

Mais de 3.100 pessoas já foram retiradas de suas casas na província de Fujian, no leste da China, devido ao tufão Nesat, que passou primeiro por Taiwan, informou a agência oficial de notícias Xinhua. A Administração Oceânica Estatal da China emitiu na sexta-feira um alerta laranja (o segundo mais grave) por ondas fortes na zona afectada e ordenou aos navios que voltassem ao porto, além de encerrar o acesso às praias. A autoridade advertiu que vão cair chuvas torrenciais até à próxima quarta-feira.

Condenado à morte homem que matou 19 pessoas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s tribunais da província chinesa de Yunnan condenaram sexta-feira à morte Yang Qingpei, acusado de matar 19 pessoas com uma picareta em 28 de setembro de 2016, informou sexta-feira a agência oficial Xinhua. Yang matou primeiro os seus pais, quando estes recusaram dar-lhe dinheiro, e mais tarde matou 17 pessoas na cidade de Huize, por “temer ser descoberto”, segundo a sentença do tribunal. O atacante foi detido em Kunming, a capital de Yunnan, no dia a seguir aos crimes. Yang, nascido em 1989, declarou-se culpado de todas as acusações e anunciou que não vai recorrer da sentença.

31 Jul 2017

Comércio | Arroz americano ainda não vai entrar no país

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério do Comércio da China (MCC) divulgou uma nota informando que o arroz dos Estados Unidos precisa obter aprovação antes de entrar no mercado do país asiático, apesar de um acordo recente que abre a possibilidade de aquisições inéditas do cereal americano.

Após várias rondas de negociações, autoridades chinesas e norte-americanas concordaram na semana passada com os requisitos de inspecção e quarentena para o arroz dos EUA entrar no mercado chinês, mas esse é apenas o primeiro passo, disse um porta-voz do MOFCOM numa declaração on-line.

Os produtores de arroz dos EUA e as indústrias interessadas neste comércio ainda precisam de se registar no governo americano, e este recomendá-los à Administração Geral da China de Supervisão de Qualidade, Inspecção e Quarentena (AQSIQ), de acordo com o comunicado.

Depois de obter aprovação do AQSIQ, os EUA ainda precisam realizar um processo de fumigação no arroz e enviar pesticidas e técnicas utilizadas no processo para autoridades chinesas para inspecção e confirmação, acrescentou o comunicado. “Os três passos acima são partes integrantes do processo”, disse o porta-voz do MOFCOM. “Até agora, apenas um passo foi concluído, então os EUA não podem ainda negociar arroz com a China “.

Os EUA estão a tentar que a China abra o seu mercado interno a agricultores americanos, enquanto a China se consolida como o maior importador mundial de arroz. As compras chinesas baseiam-se sempre nos seus parceiros comerciais da Ásia.  O acordo foi alcançado na semana passada durante a reunião de diálogo económico abrangente China-EUA em Washington DC e foi saudado pelos norte-americanos como um progresso histórico que beneficiaria muito os agricultores e industriais da América do Norte.

Metal de má qualidade prejudica redução de excesso

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, pediu “esforços sólidos para impulsionar a redução do excesso da capacidade produtiva”, depois das inspecções do governo terem descoberto que várias siderúrgicas estavam a tentar retomar a produção de barras de aço de qualidade inferior.

“Devemos permanecer firmes nos esforços de redução da capacidade excessiva para prevenir o regresso dos encerramentos na produção”, disse Li numa nota de instrução sobre as descobertas de uma inspecção do Conselho de Estado.

“Aqueles que desobedecerem às regras do governo serão rigorosamente punidos, e as autoridades com supervisão fraca, responsabilizadas”, ameaçou Li.

O gabinete chinês exigiu que todas as instalações produtoras de barras de aço de qualidade inferior fossem desmontadas em todo o país até ao final de Junho, mas a inspecção descobriu que duas fábricas em Tianjin ainda estavam em operações e que uma companhia fechada na província de Hunan estava a tentar reiniciar a produção.

Como a capacidade excessiva pesou no desempenho económico geral da China, a redução é prioridade da agenda de reforma. Em 2016, a China cumpriu as metas anuais para carvão e aço antes do prazo. Este ano, a China pretende reduzir a capacidade de produção de aço em cerca de 50 milhões de toneladas e a de carvão em pelo menos 150 milhões de toneladas, de acordo com o relatório de trabalho do governo.

31 Jul 2017

Pequim e Moscovo prometem coordenação em segurança estratégica

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e a Rússia concordaram em fortalecer a comunicação e a coordenação durante a 13ª ronda de consultas sobre segurança estratégica realizada em Pequim na quarta-feira.

As consultas foram co-presididas pelo conselheiro de Estado chinês Yang Jiechi e pelo secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev.

Yang elogiou o forte impulso das relações bilaterais como o seu melhor momento da história e pediu que as duas partes elevem ainda mais a confiança e a coordenação estratégicas mútuas, promovam a cooperação em segurança, e reforcem o apoio nos assuntos de interesse fundamental de cada um.

Durante a visita de Estado feita pelo presidente chinês Xi Jinping à Rússia no início deste mês, Xi e seu homólogo russo Vladimir Putin assinaram um comunicado conjunto sobre o aprofundamento da parceria de coordenação estratégica integral entre a China e a Rússia.

“As duas partes devem cumprir o importante consenso alcançado por seus chefes de Estado, promover as relações bilaterais e proteger seus interesses comuns na segurança estratégica”, disse Yang.

“Promover a parceria de coordenação estratégica integral dos dois países é uma prioridade na diplomacia da Rússia”, afirmou Patrushev, que prometeu uma maior cooperação com a China em segurança estratégica e uma maior coordenação nos assuntos internacionais.

As duas partes também concordaram em fortalecer a coordenação para o êxito da 7ª reunião de Altos Representantes dos Assuntos de Segurança do BRICS, que decorre esta sexta-feira em Pequim.

Yang preside à reunião, que acolhe os altos representantes dos assuntos de segurança dos países do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), incluindo Patrushev.

28 Jul 2017

Tribunal decide a favor de transexual contra antigo empregador

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês decidiu que um homem transexual foi injustamente despedido pelo antigo empregador, disse ontem o queixoso, no primeiro caso judicial no país sobre discriminação.

O homem de 29 anos, que se identifica apenas como “Senhor C” para proteger a privacidade dos seus pais, disse que um tribunal da província de Guiyang decidiu que os seus direitos laborais foram violados.

O tribunal condenou o antigo empregador do queixoso, a empresa do ramo da saúde Ciming Checkup, a uma multa equivalente a 253 euros.

“Apesar de faltar um pedido formal de desculpa por parte da Ciming, penso que este caso alcançou o seu propósito”, afirmou o Senhor C, citado pela agência Associated Press.

“Nunca foi sobre dinheiro”, acrescentou. “Esperamos que, através deste caso, pessoas em situação semelhante percebam que têm direitos, e esperamos que resulte numa lei contra a discriminação no local de trabalho”.

Abrir caminho

Apesar de continuar a ser relativamente conservadora, a sociedade chinesa, e sobretudo a geração mais jovem, tornou-se nos últimos anos mais tolerante com gays, lésbicas, bissexuais e transexuais.

Em 2001, a Associação de Psiquiatria da China removeu a homossexualidade da sua lista de perturbações mentais, apesar de o país continuar a não ter leis que protejam os homossexuais ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo ser ilegal.

Mas a crescente tolerância da sociedade chinesa encorajou alguns membros de minorias sexuais a exigir direitos.

Em 2014, um tribunal de Pequim decidiu que a “terapia de conversão”, que visa alterar as preferências sexuais de gay para hetero, é ilegal.

No inicio deste ano, um tribunal da província de Henan obrigou um hospital psiquiátrico a emitir um pedido de desculpas publico e pagar 375 dólares em compensação, depois de ter forçado um homem gay a submeter-se à “terapia de conversão”.

China repreende Botsuana por receber dalai-lama

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]equim repreendeu na quarta-feira o Botsuana, que planeia receber no próximo mês o exilado líder tibetano Tenzin Gyatso, 14.º dalai-lama, exortando o país africano a respeitar os “interesses fundamentais” da China.

O dalai-lama deve participar numa conferência em Gaborone, entre 17 e 19 de agosto.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang pediu ao Botsuana que “respeite” a soberania e integridade territorial da China e “tome a decisão certa” sobre a visita do 14.º dalai-lama.

“A China não interfere nos assuntos internos de outros países, mas não irá tolerar que um terceiro país afecte os interesses fundamentais da China”, disse Lu, em conferência de imprensa.

Este mês, o Governo do Botsuana disse que o Presidente do país, Ian Khama, vai reunir-se com Tenzin Gyatso, quando este visitar o país, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros do Botsuana, Pelonomi Venson-Moitoi, não mencionou esta reunião quando na terça-feira referiu a “visita privada” do dalai-lama ao país.

No entanto, o responsável assegurou que Khama “irá demonstrar cortesia” para com o líder religioso e tratá-lo como “um dignitário estrangeiro” durante a visita.

A China é um importante parceiro de Botsuana, onde financiou a construção de fábricas de carvão, estradas, escolas e pontes.

O Governo chinês considera o líder espiritual dos tibetanos “um separatista” e condena os governos estrangeiros que o recebem. O dalai-lama diz querer mais autonomia para o Tibete, não a independência.

28 Jul 2017

Al-Qaeda anuncia criação de grupo na Caxemira indiana

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo radical Al-Qaeda anunciou a criação de um novo grupo ‘jihadista’ na Caxemira indiana, utilizando a imagem de um jovem separatista cuja morte em 2016 motivou protestos nesta região disputada entre a Índia e o Paquistão.

“Um novo movimento da ‘jihad’ foi fundado pelos camaradas do mártir Burhan Wani, sob a liderança do combatente Zakir Musa”, anunciou o gabinete de imprensa da Al-Qaeda para o subcontinente indiano, AQIS, num comunicado no seu canal na rede social Telegram.

Wani, um conhecido comandante da formação separatista de Caxemira Hizbul Mujahidden, morreu há um ano numa operação de tropas indianas, o que desencadeou uma onda de protestos violentos, que se saldaram em mais de 100 mortos e milhares de feridos.

“Após o martírio do heróico combatente Burhan Wani, a ‘jihad’ em Caxemira entrou numa etapa de despertar (…) para expulsar as agressões dos tiranos invasores indianos e, através da ‘jihad’, libertaremos a nossa pátria Caxemira”, explica o grupo terrorista, na nota.

O novo grupo foi baptizado como Ansar Ghazwat-ul-hind e será liderado por Musa.

Cenário de guerra

Caxemira é cenário habitual de ataques de rebeldes contra as tropas indianas e, neste ano, cerca de cem insurgentes e 40 elementos das forças de segurança morreram em confrontos, operações e ações terroristas.

A Índia acusa o Paquistão de apoiar terroristas que atacam em território indiano com o objetivo de impulsionar o movimento independentista em Caxemira.

Situada aos pés dos Himalaias, Caxemira é a única região indiana com maioria muçulmana e o Paquistão reclama a sua soberania desde a divisão do subcontinente e independência do império britânico em 1947.

As duas nações já se envolveram em várias guerras e conflitos menores no território, separado por uma fronteira provisória que divide Caxemira em dois e que é uma das zonas mais militarizadas do mundo.

28 Jul 2017