Israel não confirma cessar-fogo anunciado pelo Hamas

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] ministro dos Serviços Secretos de Israel escusou-se ontem a confirmar o cessar-fogo anunciado pelo movimento de resistência islâmica Hamas e prometeu cobrar os disparos contra o território israelita na terça-feira. “Israel não quer que a situação se deteriore, mas quem quer que tenha começado a violência deve pará-la”, assim, “Israel fará [o Hamas] pagar o preço por todos os disparos contra Israel”, disse Yisrael Katz, numa entrevista à rádio estatal, sem confirmar o acordo.

Em contrapartida, os militantes do Hamas garantiram esta manhã ter negociado um cessar-fogo com Israel. “Os mediadores egípcios intervieram assim que a resistência conseguiu pôr fim às agressões”, disse o vice-chefe do Hamas em Gaza, Khalil al-Haya, acrescentando que os “militantes em Gaza se comprometerão com o cessar-fogo enquanto Israel também o fizer”.

Em resposta a estas declarações, o ministro da Educação de Israel, Naftali Bennett, declarou à rádio do exército que “nenhum acordo foi alcançado ainda”.

Na terça-feira, também a Jihad islâmica deu conta da conclusão de um acordo de cessar-fogo entre os movimentos palestinianos e Israel, sob mediação do Egipto, após um dia de confrontos na fronteira da Faixa de Gaza, um mais graves entre Israel e os grupos armados palestinianos desde a guerra de 2014.

Os braços armados dos movimentos islamitas palestinianos Hamas e Jihad Islâmica reivindicaram, num raro comunicado em conjunto, a responsabilidade dos disparos de granadas de morteiro e de foguetes em direcção a Israel a partir da Faixa de Gaza.

Em resposta aos disparos, Israel já declarou ter atingido 60 objectivos militares ligados ao movimento de resistência islâmica Hamas, na Faixa de Gaza.

O Egipto, antiga potência dominante em Gaza e um dos dois únicos países árabes que mantêm relações oficiais com Israel, desempenha tradicionalmente a função de intermediário com os grupos palestinianos.

31 Mai 2018

China | Críticas a bolsas para estrangeiros foram “mal-entendido”

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m porta-voz do Ministério da Educação chinês clarificou ontem um “mal-entendido” sobre o orçamento do país para o ensino, que gerou uma onda de críticas nas redes sociais às bolsas atribuídas a estudantes estrangeiros.

Uma carta aberta publicada no fim-de-semana na rede social Wechat questiona porque é que o dinheiro destinado a estudantes estrangeiros na China é o dobro do orçamento atribuído às escolas primárias e secundárias do país.

Um relatório do ministério, publicado em Abril, reserva 3,3 mil milhões de yuan para os estudantes estrangeiros na China, um acréscimo de 16 por cento, face a 2017. O mesmo documento revela que o orçamento para as escolas primárias e secundárias se fixou em 416,6 milhões de yuan e 1,2 mil milhões de yuan, respectivamente.

A carta aberta, que é assinada por “um cidadão da República Popular da China” e teve mais de 100.000 visualizações, considera aquele orçamento “discriminação racial”, “um insulto para os contribuintes” e um acto de “sabotagem” à igualdade no ensino. E lembra que muitas escolas rurais do país são subfinanciadas.

Um porta-voz do ministério afirma ontem que aquele orçamento abrange apenas escolas primárias e secundárias afiliadas com universidades directamente sob a tutela do ministério da Educação.

Os três países que mais beneficiam das bolsas de estudo chinesas são Coreia do Sul, Tailândia e Paquistão.

30 Mai 2018

Mais de metade das livrarias de Hong Kong controladas pelo Gabinete de Ligação, noticiou a RTHK

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong detém, indirectamente, a propriedade de um conglomerado editorial que gere mais de metade das livrarias da antiga colónia britânica, revelou ontem a RTHK.

Segundo a investigação jornalística da Rádio e Televisão Pública de Hong Kong, o Gabinete de Ligação controla a Sino United Publishing Holdings Limited que, por seu turno, tem 53 filiais e é dona de mais de trinta editoras na antiga colónia britânica.

O principal accionista do conglomerado editorial é uma empresa local denominada “Xin Wenhua Hong Kong Development Company” que, por sua vez, é detida por uma firma de Guangzhou. E, segundo apurou a RTHK, a empresa de Cantão têm um único accionista: o Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong.

De acordo com a emissora, documentos da empresa de Cantão revelam que o seu objecto de negócio envolve “a gestão de notícias e eventos culturais na Região Administrativa Especial”. Reagindo à investigação, transmitida no programa “Hong Kong Connection”, o primeiro presidente do grupo Sino, Lee Cho-jat, afirmou que o conglomerado é um “activo nacional” e que o Gabinete de Ligação é obrigado por Pequim a coordenar “diferentes unidades”, negando, no entanto, qualquer tipo de agenda política.

Diversos responsáveis do Gabinete de Ligação em Hong Kong recusaram reagir à reportagem da RTHK. O Gabinete para os Assuntos Constitucionais e da China de Hong Kong afirmou não ter informação relevante a facultar.

A Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, reagiu à investigação jornalística, afirmando que a representação de Pequim na Região Administrativa Especial pode ter qualquer negócio que entenda, desde que seja legal. Questionada sobre se o negócio vai contra o princípio “Um país, dois sistemas”, a líder do Governo insistiu que o Gabinete de Ligação pode levar a cabo outros trabalhos relacionados com os seus objectivos operacionais desde que dentro da lei, defendendo ainda que ninguém deve interferir no trabalho do Gabinete de Ligação.

30 Mai 2018

General de Pyongyang prepara rara deslocação aos Estados Unidos

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m destacado general da Coreia do Norte deve fazer uma visita aos Estados Unidos, noticiou ontem a agência de notícias sul-coreana Yonhap, sublinhando que se trata de uma deslocação pouco habitual.

O general Kim Yong chol chegou ontem ao aeroporto de Pequim onde efectua uma escala antes da chegada aos Estados Unidos, que deve acontecer hoje, acrescenta a agência de notícias que cita fontes diplomáticas.

O oficial da Coreia do Norte tem na agenda um encontro com responsáveis da República Popular da China, num contexto de alterações diplomáticas no sentido da aproximação entre Pyongyang e Seul e no quadro da provável cimeira entre o líder norte-coreano Kim Jong-un e o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, prevista para o dia 12 de Junho em Singapura.

No domingo, uma equipa de diplomatas dos Estados Unidos chefiada pelo embaixador dos Estados Unidos nas Filipinas encontrou-se com responsáveis norte-coreanos em Panmunjom, na Zona Desmilitarizada (Paralelo 38) que separa as duas Coreias.

Entretanto, o Departamento de Estado norte-americano anunciou que uma outra delegação está prestes a deslocar-se a Singapura tendo como missão os preparativos logísticos da cimeira.

A confirmar-se, a visita do general norte-coreano aos Estados Unidos vai ser a primeira deslocação de um alto oficial militar norte-coreano desde o ano 2000, altura em que o vice-marechal Jo Myong rok se encontrou com o então presidente norte-americano Bill Clinton em Washington. Veterano da Guerra da Coreia (1950-1953) o vice-marechal foi até à morte, em 2010, uma das figuras mais fortes do regime da Coreia do Norte.

O general Kim Yong chol é igualmente apontado como um militar próximo do líder Kim Jong-un e participou nos primeiros contactos diplomáticos que aliviaram a tensão entre o norte e o sul, no passado mês de Janeiro.

O oficial assistiu também aos Jogos Olímpicos de Inverno de Peyongchang, na Coreia do Sul, em que esteve presente Ivanka Trump, filha do chefe de Estado norte-americano e acompanhou o líder norte-coreano nas duas recentes deslocações a Pequim. O general que é considerado homólogo de Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano é também vice-presidente do Comité Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte.

Kim Yong chol é igualmente uma figura controversa na Coreia do Sul devido ao alegado envolvimento na preparação do ataque, negado por Pyongyang, contra a corveta Cheonan, da Coreia do Sul, e que provocou a morte a 46 marinheiros, em 2010.

30 Mai 2018

Malaysia Airlines | Terminaram as buscas pelo avião desaparecido em 2014

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s buscas de uma empresa norte-americana para encontrar o avião da Malaysia Airlines desaparecido em 2014 no Oceano Índico terminaram ontem, depois de analisados mais de 80.000 quilómetros quadrados, sem qualquer vestígio do aparelho.

O Governo afirmou, no entanto, que irá rever as investigações e deixou em aberto a possibilidade de uma terceira busca.

Ao abrigo de um acordo com o ex-Governo da Malásia, a empresa privada Ocean Infinity só seria remunerada se encontrasse o aparelho ou as caixas negras. A empresa iniciou novas buscas em Janeiro – um ano após a suspensão das buscas oficiais das autoridades australianas, malaias e chinesas.

As buscas não permitiram, no entanto, encontrar nada que possa contribuir para explicar o misterioso desaparecimento do voo MH370, a 8 de Março de 2014, quando fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim com 239 pessoas a bordo.

O ministro dos transportes, Anthony Loke, precisou que o acordo com a empresa tinha a validade de 90 dias, devendo terminar em Abril, mas foi prolongado um mês a pedido da Ocean Infinity. “Não haverá mais prolongamentos. Não pode continuar para sempre. Vamos esperar até 29 de Maio e depois decidimos como proceder”, declarou o ministro na semana passada.

O acordo previa o pagamento de 70 milhões de dólares (cerca de 59,8 milhões de euros) se a missão tivesse êxito no prazo de três meses. As autoridades afirmaram na altura haver 85 por cento de hipóteses de encontrar destroços numa nova área de buscas de 25.000 quilómetros quadrados definida por peritos.

30 Mai 2018

Economia | Países africanos estudam uso do yuan como divisa de reserva

Países do leste e sul de África, num total de 14 que inclui Angola e Moçambique, reúnem hoje num fórum em Harare, para estudar a possibilidade de usar a moeda chinesa, o yuan, como divisa de reserva

 

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo um comunicado do Macroeconomic and Financial Management Institute of Eastern and Southern Africa (MEFMI), citado pela agência oficial chinesa Xinhua, participam no fórum 17 altos quadros dos bancos centrais e Governos dos respectivos países. O tema do fórum é “Tendências na Gestão de Reservas Soberanas”.

“No final de 2017, as reservas da maioria dos países da região do MEFMI fixaram-se no limiar, ou abaixo, da tradicional referência de três meses de importações. A dívida pública denominada em moedas estrangeiras continua a aumentar, assim como as taxas de juros”, refere-se no comunicado.

Na mesma nota acrescenta-se que o grosso das reservas na maioria dos países da região está investido em dólares norte-americanos, o que não acompanha as grandes mudanças na economia mundial. “Isto é particularmente evidente quando a China e a Índia continuam a definir as tendências económicas como principais parceiros comerciais da região”, lê-se.

“A maioria dos países na região do MEFMI receberam empréstimos ou apoios da China e faria sentido económico que fossem pagos em renminbi [a moeda chinesa]”, acrescenta.

A internacionalização do renminbi é uma prioridade para Pequim, que quer contrariar a hegemonia do dólar norte-americano e negociar na sua moeda recursos como petróleo e ferro, dos quais é o maior mercado mundial, e facilitar os investimentos chineses além-fronteiras.

Em 2016, o renminbi aderiu formalmente ao cabaz de moedas do Fundo Monetário Internacional (FMI), um instrumento criado pela instituição com a finalidade de permitir liquidez aos países membros.

As reservas internacionais angolanas voltaram em Abril às quedas, depois de uma ligeira recuperação em Março, renovando mínimos históricos desde 2010 ao chegar aos 12.733 milhões de dólares (10.778 milhões de euros).

Angola vive desde finais de 2014 uma crise financeira, económica e cambial, decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo.

Angola figura entre os três maiores receptores de apoio financeiro prestado por Pequim ao exterior, logo atrás da Rússia e Paquistão, segundo a unidade de investigação sediada nos Estados Unidos, a China AidData.

Entre 2000 e 2014, o país africano, que é também um dos principais fornecedores de petróleo da China, recebeu 14,3 mil milhões de dólares em empréstimos e doações de Pequim, detalha a mesma fonte.

30 Mai 2018

Crime | Membros de grupo mafioso condenados a penas até 20 anos por extorsão

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois líderes de um grupo mafioso foram condenados na China a 20 anos de prisão e outros 14 membros a penas entre três e 11 anos, por um esquema de extorsão em grande escala.

O grupo “vendia” protecção a embarcações que extraíam ilegalmente areia do fundo do rio Yangtze, próximo da cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

No total, o grupo extorquiu mais de 1,73 milhões de yuan (230.000 euros), desde 2015, a quase 2.400 embarcações, escreve a agência.

30 Mai 2018

Comércio | Pequim aprova 13 novas marcas registadas de Ivanka Trump

A China concedeu na segunda-feira a aprovação final para a 13.ª nova marca registada de Ivanka Trump, filha do Presidente dos Estados Unidos, um número alcançado nos últimos três meses, noticiou a agência Associated Press (AP)

 

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o mesmo período, Ivanka Trump, que é assessora na Casa Branca, conseguiu ainda do Governo chinês o aval provisório para mais oito marcas registadas.

No total, as marcas registadas permitem-lhe comercializar produtos que vão desde cobertores para bebés a caixões, bem como perfumes, espelhos, maquilhagem, taças, móveis, livros, café, chocolate e mel.

A filha de Donald Trump deixou de gerir a marca e colocou os activos num fundo fiduciário familiar, mas continua a lucrar com os negócios, o que levanta a questão de um conflito de interesses com a Casa Branca.

“A recusa de Ivanka Trump de se alienar dos seus negócios é especialmente problemática, até porque a sua marca continua a expandir-se para outros países estrangeiros”, alertou Noah Bookbinder, director executivo do grupo Cidadãos para a Responsabilidade e Ética em Washington, citado pela AP.

“Isto levanta questões sobre corrupção, já que levanta a possibilidade de estar a beneficiar financeiramente da posição e da presidência do pai, ou que pode o desempenho [de Ivanka] ser influenciado pela forma como os países tratam os seus negócios”, indicou.

Sob influência

Preocupações sobre a influência política sobre Ivanka e Donald Trump têm sido levantadas, de forma mais particular na China.

Responsáveis chineses sublinharam que todas as marcas registadas são analisadas de acordo com a lei, enquanto Abigail Klem, presidente da marca Ivanka Trump, argumentou que “o aumento dos pedidos de registo de marca por terceiros sem relação com ela” levou a empresa a agir rapidamente para garantir seus direitos, sobretudo em regiões onde essa violação é comum.

De acordo com dados oficiais chineses, a última vez que a companhia de Ivanka Trump solicitou a aprovação das marcas registadas foi a 28 de Março de 2017, um dia antes da filha de Donald Trump assumir funções na Casa Branca, como assessora.

Na segunda-feira, os mesmos registos indicavam que pelo menos 25 marcas registadas de Ivanka Trump aguardavam análise, encontrando-se 36 activas e oito já com aprovação provisória.

30 Mai 2018

Economia | Parlamento Europeu quer controlar investimento chinês

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados europeus da comissão do Comércio Internacional aprovaram um texto para reforçar uma proposta da Comissão que pretende criar um “quadro” europeu para controlar o investimento estrangeiro, designadamente chinês, na União Europeia (UE).

Se o texto for validado em plenário, em Junho, o Parlamento Europeu pode começar as negociações, que se preveem complicadas, com o Conselho, que representa os Estados-membros.

A França, a Alemanha e a Itália, inquietas de ver os grupos estrangeiros, nomeadamente chineses, obterem a baixo custo e de forma que consideram desleal um saber e tecnologias modernas, através da compra das suas empresas, reclamam desde há muito uma legislação europeia que permita filtrar certas operações.

Mas, alguns Estados liberais, como os Países Baixos, a Irlanda ou o Luxemburgo, estão muito reticentes a tal mecanismo.

Pressionada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, a Comissão Europeia apresentou em Setembro uma proposta, limitada na ambição, para criar um quadro europeu favorável à cooperação entre Estados-membros, mas sem os obrigar. Os eurodeputados desejam reforçar esta proposta, propondo, entre outras, que se um terço dos Estados-membros estimar que um investimento estrangeiro num outro Estado membro prejudica os seus interesses, o país em questão deve negociar uma resolução do problema.

Por outro lado, propõem também que se um investimento estrangeiro ameaçar um projecto ou um programa da UE, a Comissão deve divulgar a sua opinião.

A UE deve “proteger os activos europeus essenciais”, afirmou Franck Proust, do partido Popular Europeu, de direita, autor do texto, aprovado por 30 votos contra seis. “Quando ela é pioneira em sectores estratégicos, a Europa deve poder conservá-los”, acrescentou.

30 Mai 2018

Seul confirma encontro entre EUA e Coreia do Norte

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano afirmou ontem estarem a decorrer conversações entre representantes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte, em Panmunjom, na fronteira entre as duas Coreias. A reunião tem o objectivo de preparar a cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Para além da localização, o Ministério sul-coreano não forneceu mais detalhes sobre as conversações, de acordo com a nota enviada à imprensa.

No domingo, o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse que Washington e Pyongyang iam começar em breve conversações ao mais alto nível para acertar agendas e outros preparativos para a cimeira, prevista a 12 de Junho, em Singapura. Na passada quinta-feira, Trump tinha anunciado não estarem reunidas as condições para a concretização da histórica cimeira, mas em menos de 24 horas admitiu a realização do encontro. Também este domingo, Donald Trump informou que uma equipa dos norte-americana estava na Coreia do Norte a negociar com representantes norte-coreanos a cimeira entre os dois líderes.

Através da rede social Twitter, Trump sublinhou que a Coreia do Norte “tem um brilhante potencial e que será um dia uma nação de grande pujança económica e financeira”.

O Departamento de Estado norte-americano já informara, no início de domingo, que uma equipa negocial se encontrava em Panmunjom, localidade na zona desmilitarizada e fronteira entre as duas Coreias. No entanto, a confirmação veio do próprio Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que corroborou que uma delegação norte-americana foi a Pyongyang para preparar a cimeira histórica com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Trump afirmou no Twitter que “a delegação norte-americana chegou à Coreia do Norte para os preparativos da cimeira” de 12 de Junho, em Singapura, cancelada pelo chefe de Estado norte-americano na quinta-feira.

“Kim Jong-un estará de acordo comigo. Isso vai acontecer”, escreveu Donald Trump, que, no sábado, tinha afirmado que as negociações sobre a cimeira com o líder norte-coreano estão “a correr bem”. “Há muita gente a trabalhar nisso e está a avançar. Estamos a apontar para 12 de Junho em Singapura e isso não mudou”, afirmou Donald Trump aos jornalistas presentes na recepção ao preso norte-americano libertado pela Venezuela, Joshua Holt.

29 Mai 2018

Hong Kong | Português que furtou táxi sai em liberdade

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m português acusado de cumplicidade no furto de um táxi em Hong Kong, em 17 de Março, foi condenado ontem a 60 dias de prisão e saiu em liberdade por ter cumprido a pena em regime de detenção preventiva.

Fonte ligada ao processo revelou que o cidadão português, natural da Póvoa de Varzim, foi igualmente sentenciado ao pagamento de 1.000 dólares de Hong Kong (109 euros). A sentença foi ditada pelo tribunal de pequena criminalidade da região administrativa especial da China e o consulado de Portugal em Macau prestou apoio consular ao português, desde a detenção.

O português, de 28 anos, e o sul-africano, de 26, foram detidos pela polícia de Hong Kong nas primeiras horas da madrugada de 17 de Março, depois de o táxi onde seguiam, que furtaram em Sheung Wan, ter embatido contra outra viatura de aluguer.

A polícia deteve os dois homens em Connaught Road West e o teste de alcoolemia realizado ao sul-africano foi positivo, com um nível de álcool no sangue acima do limite.

O sul-africano foi acusado de condução em estado de embriaguez, apropriação ilegítima de veículo, falta de pagamento e não paragem após o acidente de viação com outro táxi. O português foi indiciado de cumplicidade no furto de veículo, ausência de pagamento do frete e fuga do local do acidente com outra viatura.

29 Mai 2018

Música | Grupo sul-coreano chega ao topo de vendas nos Estados Unidos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo de pop sul-coreano BTS, formado por sete adolescentes, tornou-se o primeiro do género a alcançar o topo de vendas nos Estados Unidos, com o último álbum a vender mais de 130.000 cópias.

De acordo com a Billboard, revista norte-americana que lista semanalmente os 200 álbuns mais vendidos no país, o fenómeno sul-coreano foi também o primeiro de língua estrangeira a atingir, em 12 anos, o topo da tabela. Conhecidos pelas exuberantes coreografias, os sete jovens ilustram a popularidade do género conhecido como K-Pop, que nasceu na Coreia do Sul, mas tem angariado fãs em todo o mundo.

Segundo analistas, o grupo BTS foi o fenómeno mais falado na rede Twitter em 2017, com o dobro de menções na rede social do que o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o cantor pop canadiano Justin Bieber, juntos. O álbum “Love Yourself: Tear” destronou assim o “Beerpong and Bentleys”, dos Post Malone.

29 Mai 2018

Sismo | Abalo de magnitude 5,1 registado no nordeste da China

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m sismo de magnitude 5,1 na escala de Richter atingiu ontem o nordeste da China, segundo o Serviço Geológico norte-americano, desconhecendo-se, até agora, se causou vítimas ou danos materiais.

O abalo ocorreu às 01h50 perto da cidade de Songyuan, na província de Jilin, a uma profundidade de 10 quilómetros. De acordo com relatos de órgãos de comunicação, equipas de resgate chegaram a responder aos tremores, que obrigaram à retirada de alguns moradores.

A agência de notícias oficial Xinhua dá conta de que o fornecimento de energia não foi afectado, embora algumas comunicações móveis tenham sido interrompidas. Um sismo no nordeste da China, em 1976, matou pelo menos 250 mil pessoas.

29 Mai 2018

Mar do Sul da China | Pequim critica entrada de navios dos Estados Unidos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês mostrou “grande insatisfação” e “firme oposição” perante a entrada de navios de guerra norte-americanos em águas territoriais das ilhas Paracel (Xisha, para os chineses), no mar do Sul da China.

“A China apela aos Estados Unidos para que interrompam imediatamente este tipo de operações provocadoras que violam a soberania da China e ameaçam a sua segurança”, afirmou Lu Kang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, num comunicado difundido no domingo à noite.

O Ministério afirmou que os navios entraram em águas territoriais da China sem a autorização de Pequim, pelo que as autoridades chinesas expulsaram as embarcações.

As ilhas Paracel, cuja soberania é reclamada também pelo Vietname e por Taiwan, são “território inerente” da China desde 1996, afirmou Lu. O porta-voz afirmou que a China tomará todas as medidas necessárias para defender a sua soberania e segurança nacional.

“Os EUA enviaram uma vez mais navios para entrar em águas territoriais da China, nas ilhas Paracel, sem autorização, o que viola a lei chinesa e também importantes leis internacionais”, afirmou.

Pequim reclama a quase totalidade do mar do Sul da China, apesar dos protestos dos países vizinhos.

29 Mai 2018

Diplomacia | Presidente iraniano reúne com Xi Jinping e Vladimir Putin em Junho

Com a crescente pressão norte-americana sobre Teerão, depois de Donald Trump rasgar o acordo nuclear assinado pelo antecessor Barak Obama, as autoridades iranianas recorrem aos seus velhos aliados em busca de apoio. Como tal, a China acolherá um encontro entre Rohani, Putin e Xi Jinping

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente iraniano, Hassan Rohani, vai participar num encontro com os seus homólogos chinês e russo em Junho na China numa tentativa de salvar o acordo nuclear, ameaçado recentemente pela retirada dos EUA, foi ontem anunciado em Pequim. “O Presidente Rohani vai reunir-se com o homólogo chinês Xi Jinping à margem da cimeira de Chefes de Estado da Organização de Cooperação de Xangai (SCO) a 9 e 10 de Junho em Qingdao”, disse o ministro das Relações Exteriores da China Wang Yi. “O presidente russo, Vladimir Putin, também estará presente na cimeira”, disse Wang.

A Organização de Cooperação de Xangai (SCO) é uma organização regional intergovernamental que reúne oito países, incluindo as antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central, Rússia, China e Índia. O Irão tem estatuto de Estado observador.

O ministro chinês não disse se o acordo nuclear com o Irão estará na agenda do encontro.

À espera de Bruxelas

A UE, a China e a Rússia querem que o Irão permaneça no acordo. No entanto, Teerão disse esperar acções concretas dos europeus para decidir se o acordo pode ser salvo.

O acordo foi concluído em Julho de 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – EUA, Rússia, China, França e Reino Unido –, mais a Alemanha) e visa, em troca de um levantamento progressivo das sanções internacionais, assegurar que o Irão não desenvolva armas nucleares.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a 8 de Maio a retirada dos Estados Unidos do acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, destinado a impedir a República Islâmica de se dotar de armas nucleares, por considera-lo demasiado brando.

29 Mai 2018

Coreias | Kim Jong-Un duvida das garantias de segurança dadas pelos EUA

O presidente da Coreia do Sul revelou ontem que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, com quem se reuniu no sábado, tem dúvidas sobre que garantias de segurança podem os EUA dar em troca da desnuclearização

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e o líder do Norte, Kim Jong-un, reuniram-se ontem de surpresa e em segredo para tratar da realização da cimeira entre o dirigente norte-coreano e o presidente norte-americano, Donald Trump.

“Kim Jong-un tem intenções sérias sobre a completa desnuclearização da península coreana. As suas dúvidas não são sobre isso, mas sobre as políticas hostis de Washington e sobre se os EUA podem realmente garantir a estabilidade do regime”, afirmou Moon Jae-in numa conferência de imprensa hoje em Seul.

Moon Jae-in explicou aos jornalistas o conteúdo da reunião que teve sábado, de surpresa, com Jong-un e na qual os dois se comprometeram a cooperar para que a cimeira entre Washington e Pyongyang, prevista para dia 12 de Junho em Singapura, “seja um êxito”.

Moon e Kim encontraram-se, pela segunda vez em um mês, por duas horas, na militarizada fronteira entre os dois países, informou ontem em comunicado o gabinete do presidente sul-coreano.

“Os dois líderes trocaram opiniões amistosas com o objectivo de porem em prática a declaração de Panmunjom de 27 de Abril, e conseguirem que se celebre com êxito uma cimeira entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”, disse, em comunicado, o porta-voz presidencial, Yoon Young-chan.

Detalhe técnico

Os líderes das duas Coreias, ainda em guerra tecnicamente, celebraram uma primeira cimeira a 27 de Abril, tendo então feito uma declaração em que se comprometiam a trabalhar para alcançar a “total desnuclearização” da península coreana.

Segundo as fotografias divulgadas pelo gabinete presidencial, o encontro que mantiveram os dois líderes na zona norte da chamada Zona de Segurança Conjunta contou também com a presença dos chefes da inteligência (serviços secretos) de ambos os países, Suh Hoon (Sul) e Kim Yong-chol (Norte).

O encontro realizou-se dois dias depois de Trump ter anunciado inesperadamente que cancelaria a cimeira para tratar com Kim do possível desmantelamento do programa nuclear norte-coreano, embora na sexta-feira o líder norte-americano tenha recuado, dizendo que ainda era possível realizar-se a cimeira a 12 de Junho, em Singapura, como estava previsto.

28 Mai 2018

Birmânia | Rebeldes rohingya rejeitam autoria de massacre de hindus

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m grupo de rebeldes rohingya rejeitou o relatório da Amnistia Internacional (AI) que atribui aos guerrilheiros um massacre de população hindu na Birmânia.

Segundo a AI, a 25 de Agosto do ano passado, um grupo de rebeldes rohingya armados tomou de assalto pelo menos uma aldeia no Estado de Rakhine, no oeste do país, onde morreram 99 hindus.

A ONG documentou os ataques do chamado Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA) com dezenas de entrevistas, incluindo a de oito sobreviventes, e imagens analisadas por especialistas forensense.

Num comunicado publicado esta noite no seu perfil de twitter, e após quatro meses de silêncio, o ARS nega “de forma categórica todas as acusações criminais injustificáveis e negligentes mencionadas no relatório”.

Os rebeldes rohingya, que agradecem à AI o seu “esforço” por defender os direitos humanos, asseguram que o único propósito do seu movimento é “defender, salvar e proteger a comunidade rohingya” e que o objectivo dos seus ataques sempre foi o exército birmanês e não “inocentes civis, independentemente da sua religião ou origem étnica”.

O êxodo dos rohingyas teve início em meados de Agosto do ano passado, quando foi lançada uma operação militar do exército birmanês contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques da rebelião a postos militares e policiais.

Desde que a nacionalidade birmanesa lhes foi retirada em 1982, os rohingyas têm sido submetidos a muitas restrições: não podem viajar ou casar sem autorização, não têm acesso ao mercado de trabalho, nem aos serviços públicos (escolas e hospitais). A campanha de repressão do exército birmanês contra esta minoria já foi classificada pela ONU como uma limpeza étnica e como uma das crises humanitárias mais graves do início do século XXI.

28 Mai 2018

Comércio | Casa Branca comunica ao Congresso que chegou a acordo com a ZTE

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Casa Branca comunicou ao Congresso que chegou a acordo com o grupo de telecomunicações chinês ZTE, o que vai permitir à empresa continuar a operar nos EUA, revelou fonte conhecedora do processo, sob anonimato.

A notícia foi dada pela agência noticiosa AP, que avançou que a resolução do caso ZTE pode facilitar o caminho para um acordo sino-norte-americano nas negociações comerciais. Sob o acordo, a ZTE vai despedir a sua equipa de gestão, contratar funcionários norte-americanos e pagar uma multa.

Esta penalização vai acrescentar-se aos mil milhões de dólares (858 milhões de euros) que a ZTE já pagou por ter vendido equipamentos à Coreia do Norte e ao Irão em violação das sanções impostas pelos EUA. Por seu lado, o Departamento do Comércio dos EUA vai levantar a interdição à compra de componentes de que a firma necessita a empresas norte-americanas, que deveria durar sete anos. A interdição, imposta no início deste mês, ameaçava acabar com a ZTE.

28 Mai 2018

Privacidade | Presidente apela à cooperação internacional no setor ‘big data’

O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ontem ao intercâmbio e cooperação internacional no sector de ‘big data’, a análise de grandes volumes de dados com que Pequim quer moldar a indústria e o comportamento social

 

[dropcap style≠’circle’]”O[/dropcap]s países devem reforçar a sua comunicação e cooperação para aproveitar as oportunidades do sector de ‘big data’ (…) e enfrentar desafios como a segurança dos dados e a governança do ciberespaço”, afirmou Xi, na carta que inaugurou o China International Big Data Industry Expo 2018, que decorre em Guiyang, capital da província de Guizhou, no sudoeste do país. “A China está a implementar uma estratégia nacional para o ‘big data’, centrada num ciberespaço forte, numa China digital e numa sociedade inteligente, que ajudarão o país a fazer a transição de um modelo económico com altas taxas de crescimento, para um de alta qualidade”, afirmou.

O armazenamento e análise massiva de dados é uma aposta do Governo chinês, visando modernizar o tecido industrial do país, mas também a criação de um sistema de crédito social, que atribui pontos a cada cidadão segundo o seu comportamento, situação financeira, desempenho profissional e académico ou opiniões nas redes sociais.

Sebastian Heilmann, cientista político alemão, classifica o sistema de “leninismo digital”. “Um sistema de crédito social é uma perspectiva completamente nova na regulação não só da economia e do mercado, mas também da sociedade”, diz.

Consequências reais

Em Abril passado, aquele sistema começou a ser implementado pela China na aviação civil, passando a ser proibido os cidadãos de baixo crédito social voarem.

As autoridades detalham nove comportamentos, incluindo a difusão de falsos alarmes em aeroportos ou aviões, uso de identidades falsas, transporte de objectos proibidos ou “comportamento ameaçador ou problemático”.

Parte da indústria de ‘big data’ da China está concentrada em Guiyang, uma das províncias mais pobres do país, onde escolas vocacionais preparam trabalhadores para processar e examinar os dados. As principais empresas de telecomunicações da China ou os gigantes tecnológicos Apple e Tencent armazenam os dados de utilizadores chineses em Guizhou.

28 Mai 2018

Religião | Pequim restringe construção de estátuas religiosas ao ar livre

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Partido Comunista da China mandou os Governos locais regulamentarem melhor a construção de grandes estátuas religiosas ao ar livre, numa altura de crescentes restrições à expressão religiosa de todos os tipos no país.

A orientação do Departamento de Trabalho da Frente Unida, divulgada no site do partido, parece direccionada principalmente aos seguidores do budismo e do taoismo, duas das cinco religiões oficialmente reconhecidas da China. “Todas as localidades devem adoptar a regulamentação da construção de grandes estátuas religiosas ao ar livre como principal prioridade na prevenção da comercialização adicional do budismo e do taoismo”, afirma a orientação do departamento.

Milhares de templos e santuários budistas e taoistas, juntamente com mesquitas e igrejas, foram danificados ou destruídos nos tempos do comunismo, especialmente durante a violenta Revolução Cultural de 1966-1976. Embora muitos tenham sido restaurados e reabertos desde então, novas regulamentações e uma revisão burocrática no início deste ano colocaram a gestão do dia-a-dia dos assuntos religiosos directamente sob a tutela do partido oficialmente ateu. Esta gestão tem sido acompanhada por uma campanha renovada para promover o ateísmo e a lealdade ao partido, juntamente com um esforço para estudar as obras de um dos fundadores do comunismo, Karl Marx, que escreveu que a religião “é o ópio do povo”.

A campanha anti-religião ocorre juntamente com campanhas para promover o patriotismo e a lealdade partidária, a oposição ao separatismo entre as minorias étnicas e a luta contra os valores liberais ocidentais.

Estas campanhas têm complicado os esforços de reconciliação com o Vaticano e levado milhares de muçulmanos a serem submetidos à doutrinação anti-islâmica em campos de reeducação, à demolição de igrejas e a retirada de estudantes e monges de um famoso seminário budista tibetano.

28 Mai 2018

Coreias | Presidente dos EUA cancela cimeira com Kim Jong-un

O Presidente norte-americano, Donald Trump, cancelou ontem a cimeira com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, prevista para 12 de Junho em Singapura, invocando uma “raiva tremenda e hostilidade aberta” da Coreia do Norte

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]uma carta dirigida a Kim Jong-un, Trump informa que o encontro não terá lugar. “Estava muito ansioso por me encontrar lá consigo. Infelizmente, tendo em conta a raiva tremenda e hostilidade aberta demonstrada na sua declaração mais recente, considero ser inapropriado, neste momento, realizar este encontro, há muito planeado”, diz o Presidente dos EUA, na missiva.

O cancelamento da cimeira acontece depois dos Estados Unidos e Coreia Sul terem realizado exercícios militares na península e das declarações do vice-presidente norte-americano. Aliás, uma alta responsável da diplomacia norte-coreana classificou também ontem de “idiotas e estúpidos” os comentários do vice-Presidente norte-americano e avisou que a Coreia do Norte poderia reconsiderar a cimeira planeada com o Presidente Donald Trump.

“Não posso esconder a minha surpresa perante as observações idiotas e estúpidas vindas da boca do vice-Presidente norte-americano”, salientou a vice-ministra norte-coreana dos Negócios Estrangeiros, Cheo Son-hui, em declarações citadas pela agência de notícias oficial do país, a KCNA.

A governante norte-coreana referia-se a uma entrevista ao vice-presidente norte-americano, Mike Pence, no canal de televisão Fox News, na segunda-feira, e na qual este afirmava que o processo de desnuclearização da Coreia do Norte podia seguir o modelo da Líbia, que terminou com a morte de Muammar Kadhafi, após este ter renunciado ao projecto de construir a bomba atómica.

Cheo Son-hui questionou ainda se valeria a pena realizar a cimeira com Donald Trump se estas declarações reflectem a posição de Washington. “Não iremos nem implorar aos Estados Unidos por diálogo, nem ter o trabalho de os convencer, se não quiserem sentar-se connosco”, acrescentou, de acordo com a KCNA.

A vice-ministra norte-coreana qualificou ainda a entrevista de “imprudente”, prevenindo que Pyongyang não irá sentar-se à mesa das negociações sob ameaça.

Voos cancelados

A Coreia do Sul e os Estados Unidos terminaram ontem, um dia antes do previsto, os exercícios militares aéreos que decorriam perto da fronteira norte-coreana, disse à agência de notícias EFE um porta-voz do Ministério da defesa sul-coreano. “O exercício Max Thunder fica concluído hoje [sexta-feira] como estava previsto, mas a manobras de voo terminaram ontem e os pilotos só participarão hoje numa sessão informativa”, adiantou a mesma fonte.

O porta-voz não quis adiantar os motivos pelos quais os exercícios de voo iriam terminar antes da data programada, mas nos últimos dias a operação Max Thunder levou o regime da Coreia do Norte a congelar o diálogo com Seul.

Na passada semana, Pyongyan mudou drasticamente o tom utilizado nos últimos meses com Seul e Washington, considerando que os exercícios se tratavam de um ensaio para invadir o seu território e que a utilização “de activos estratégicos norte-americanos” nestas manobras – numa referência aos bombardeiros B-52 – contrariavam o que havia sido expresso na declaração conjunta firmada entre os líderes das duas Coreias a 27 de Abril.

O próprio Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, considerou durante a sua última viagem à capital norte-americana, esta semana, que o fim dos ‘jogos de guerra’ contribuiria para que fossem retomados os contactos entre os dois países.

Mais de 100 aeronaves participaram nos exercícios, incluindo caças furtivos F-22.

 

25 Mai 2018

Impostos | China contra “abuso” de Washington da lei de segurança nacional

A China opôs-se ontem a que os Estados Unidos “abusem da cláusula da segurança nacional”, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter sugerido um aumento dos impostos sobre veículos importados com aquele argumento

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]quela decisão “prejudicará o sistema de comércio multilateral e perturbará a ordem do comércio internacional”, afirmou Gao Feng, porta-voz do ministério chinês do Comércio, numa conferência de imprensa, em Pequim. “Seguiremos de perto o desenvolvimento da investigação nos EUA e faremos uma revisão sobre o possível impacto”, acrescentou o porta-voz, insistindo que Pequim velará pelos seus interesses e direitos legítimos.

A reacção chinesa surge depois de Trump aludir a motivos de segurança nacional para justificar novos impostos, como fez anteriormente, quando subiu as taxas alfandegárias sobre o aço e alumínio importados.

A possibilidade de Washington subir os impostos sobre veículos importados surge dois dias depois de a China anunciar um corte nas taxas alfandegárias para veículos importados, de 25 por cento para 15 por cento, e para 6 por cento, nos componentes automóveis.

Os dois países têm estado em negociações, ao longo do último mês, para evitar uma guerra comercial, depois de Trump ter ameaçado subir os impostos sobre um total de 150.000 milhões de dólares de exportações chinesas para os EUA. O Presidente norte-americano, Donald Trump, exige a Pequim uma redução do défice dos EUA em “pelo menos” 200.000 milhões de dólares, até 2020, visando cumprir com uma das suas principais promessas eleitorais.

Trump quer ainda taxas alfandegárias chinesas equivalentes às praticadas pelos EUA e que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certos sectores industriais estratégicos.

Na próxima semana, o secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, deve visitar Pequim para continuar as negociações. “A China dá boas-vindas a que os EUA enviem uma delegação de alto nível (…) e espera que, através dos esforços conjuntos de ambos os países, se promova a colaboração económica e comercial entre ambas as partes e se obtenham resultados positivos”, disse Gao.

Numa declaração conjunta, difundida no domingo passado, ao fim de dois dias de conversações, em Washington, Pequim concordou em “aumentar significativamente” as suas compras de produtos agrícolas e recursos energéticos norte-americanos. O documento não prevê, no entanto, que a China pare de subsidiar indústrias chave e garanta uma melhor protecção dos direitos de propriedade intelectual das empresas norte-americanas, as principais fontes de tensões entre os dois lados.

Pelas contas de Washington, no ano passado, a China registou um excedente de 375,2 mil milhões de dólares – quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) português – no comércio com os EUA.

25 Mai 2018

Buscas pelo avião da Malaysia Airlines desaparecido em 2014 acabam dia 29 deste mês

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s buscas de uma empresa norte-americana para encontrar o avião da Malaysia Airliners desaparecido em 2014 no Oceano Índico terminam na próxima terça-feira, 29 de maio, anunciou o ministro dos Transportes malaio.

“As buscas prosseguem até 29 de maio”, disse Anthony Loke aos jornalistas.

Ao abrigo de um acordo com o Governo da Malásia, a empresa privada Ocean Infinity, que iniciou novas buscas em janeiro, um ano depois da suspensão das buscas oficiais das autoridades australianas, malaias e chinesas, só seria remunerada se encontrasse o aparelho ou as caixas negras.

Até ao momento, as buscas não permitiram encontrar nada que possa contribuir para explicar o misterioso desaparecimento do voo MH370, a 8 de março de 2014, quando fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim com 239 pessoas a bordo.

O ministro precisou que o acordo com a empresa tinha a validade de 90 dias, devendo terminar em abril, mas foi prolongado um mês a pedido da Ocean Infinity.

“Não haverá mais prolongamentos. Não pode continuar para sempre. Vamos esperar até 29 de maio e depois decidimos como proceder”, disse.

O acordo previa o pagamento de 70 milhões de dólares (cerca de 59,8 milhões de euros) se a missão tivesse êxito no prazo de três meses. As autoridades afirmaram na altura haver 85% de hipóteses de encontrar destroços numa nova área de buscas de 25.000 quilómetros quadrados definida por peritos.

As buscas foram dificultadas por não haver qualquer transmissão durante os primeiros 38 minutos de voo, dado que os sistemas que transmitem automaticamente a posição do avião não funcionaram, segundo um relatório de janeiro de 2017 pela autoridade de segurança de transportes da Austrália.

A organização Voice 370, que representa os familiares das pessoas a bordo, pediu hoje ao Governo para rever todo o processo sobre o desaparecimento do avião, incluindo “alguma possível falsificação” ou eliminação de registos de manutenção ou alguma omissão que possa ter prejudicado a localização, busca, salvamento ou recuperação do aparelho.

24 Mai 2018

Austrália | Acusação envolve milionário chinês em suborno na ONU

Um deputado acusou na terça-feira um milionário australiano, nascido na China, de conspiração para subornar um quadro de topo da ONU, na sequência de uma alegada doação de somas generosas de dinheiro a partidos da Austrália

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ndrew Hastie disse ao Parlamento australiano que o milionário Chau Chac Wing, que beneficia de dupla nacionalidade, era o promotor imobiliário referido numa acusação dos Estados Unidos como “CC-3”, uma abreviatura para designar o terceiro co-conspirador.

Hastie afirmou ter recebido das autoridades norte-americanas a confirmação da identidade de “CC-3”, durante uma visita realizada aos Estados Unidos no mês passado, declarações que podem inflamar ainda mais a tensão diplomática entre a China e a Austrália. A China já havia protestado face ao anúncio do primeiro-ministro Malcolm Turnbull’s, em Dezembro, de que a Austrália iria banir as interferências estrangeiras na política, fossem realizadas através de espionagem ou de doações financeiras.

O primeiro-ministro da Austrália afirmou que não tinha sido avisado com antecedência sobre as declarações do deputado que preside ao Comité Conjunto de Inteligência e Segurança do Parlamento, mas sublinhou que estas não constituíam uma novidade.

Esta terça-feira, a China pediu “acções concretas” por parte da Austrália para que fossem melhoradas as relações entre os dois países. Malcolm Turnbull respondeu ontem: “O Ministro dos Negócios Estrangeiros tem o direito de fazer as declarações que entender, mas nós temos um forte relacionamento, que é franco”.

Mexer nos media

“Chau Chac Wing tem processados os meios de comunicação social que têm publicado acusações similares, mas Andrew Hastie contornou essa ameaça ao depor no Parlamento australiano, o que lhe confere imunidade, bem como aos ‘media’ que o citarem.

“‘CC-3’ é um cidadão chinês e australiano. Ele foi um financiador significativo para os dois maiores partidos [australianos]. Os australianos merecem a verdade”, sublinhou o deputado.

As declarações daquele que preside ao comité parlamentar foram motivadas pelo alegado envolvimento da Rússia nas eleições de 2016 nos Estados Unidos e pela crescente influência da China no cenário político global. “Na Austrália, é claro que o Partido Comunista Chinês está a trabalhar para, dissimuladamente, interferir nos ‘media’ e universidades, bem como para influenciar o nosso sistema político e debate público”, concluiu o Andrew Hastie.

24 Mai 2018