ONG | Viúva do Nobel Liu Xiaobo “de regresso” a Pequim

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]iu Xia, viúva do Nobel da Paz chinês Liu Xiaobo, que morreu em Julho, “está de regresso a Pequim”, embora sob prisão domiciliária, depois de mais de um mês “desaparecida”, de acordo com uma organização não-governamental com sede em Hong Kong.

Lu Siqing, fundador do Centro de Informação para Direitos Humanos e Democracia, uma ONG com sede em Hong Kong, falou com Liu Xia ao telefone no sábado, segundo um comunicado da organização enviado ontem por fax à agência de notícias francesa AFP.

Durante a conversa, de cerca de meia hora marcada por “lágrimas”, Liu Xia, de 56 anos, explicou, com uma “voz extremamente debilitada” que tem de seguir pesados tratamentos antidepressivos, segundo Lu Siqing.

“Vários amigos de Liu Xia confirmaram que estava de regresso ao seu apartamento, na capital chinesa, “e que a sua casa continuava vigiada por guardas e polícias à paisana”, detalhou a ONG num outro comunicado.

Liu Xia, em prisão domiciliária desde que o marido foi laureado com o Nobel da Paz em 2010, apesar de nunca ter sido acusada de qualquer crime, assistiu, em meados de Julho, ao funeral de Liu Xiaobo, segundo imagens divulgadas pelas autoridades chinesas.

Contudo, familiares e amigos mais próximos não conseguiram entrar em contacto com ela durante semanas, desconhecendo igualmente onde estava a morar.

Paradeiro incerto

Liu Xia “foi mantida em segredo pelas autoridades chinesas em local desconhecido”, afirmou, no início de Agosto, o advogado norte-americano do casal Jared Genser, numa queixa apresentada diante da ONU.

Dias depois, a viúva de Liu Xiaobo reapareceu num vídeo publicado na Internet. “Estou em convalescença no campo, fora de Pequim. Peço-vos que me dêem tempo para fazer o meu luto”, disse Liu no vídeo de um minuto publicado no YouTube.

“Certamente que foi forçada pelas autoridades a fazer esse vídeo”, afirmou Hu Jia, dissidente chinês e amigo do casal.

Desconhecem-se, no entanto, as circunstâncias exatas do regresso de Liu Xia a Pequim.

Liu Xiaobo – que foi condenado em 2009 a 11 anos de prisão por “subversão” por ter apelado a reformas democráticas na China – morreu de cancro, em 13 de Julho, aos 61 anos, num hospital de Liaoning, semanas depois de colocado em liberdade condicional por motivos de saúde.

Foi o primeiro prémio Nobel a morrer privado de liberdade desde o pacifista alemão Carl von Ossietzky, que morreu em 1938 num hospital quando estava detido pelos nazis.

“Plano de urgência” após teste nuclear da Coreia do Norte

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China lançou ontem um plano de urgência para controlar os níveis de radiação ao longo da sua fronteira com a Coreia do Norte, após o sexto ensaio nuclear realizado por Pyongyang, anunciou o Ministério do Ambiente chinês.

As autoridades chinesas puseram em marcha, às 03:46 locais, um « plano de urgência » para executar « medidas de controlo das radiações » nas zonas da sua fronteira do nordeste, indicou um comunicado do ministério chinês.

A Coreia do Norte anunciou ter testado, com sucesso, ontem uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental.

O anúncio do “total sucesso” do teste de uma bomba de hidrogénio, conhecida como ‘bomba H’, foi feito pela pivô da televisão estatal norte-coreana, horas depois de Seul e Tóquio terem detectado uma invulgar actividade sísmica na Coreia do Norte.

Segundo a KCTV, o ensaio nuclear, o sexto conduzido pelo regime de Pyongyang, foi ordenado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.

O anúncio tem lugar depois de, na noite de sábado, a agência oficial norte-coreana KCNA ter garantido que a Coreia do Norte conseguira desenvolver com êxito uma bomba de hidrogénio passível de ser instalada num míssil balístico intercontinental (ICBM).

A KCNA divulgou então uma fotografia de Kim Jong-un junto a uma suposta ‘bomba H’, acompanhado por cientistas nucleares e altos oficiais do Departamento da Indústria de Munições do Partido dos Trabalhadores, apesar de, como é habitual, não ter facultado detalhes sobre o local nem a data do acontecimento.

4 Set 2017

Michel Temer em Xiamen para participar na cimeira do BRICS

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente do Brasil, Michel Temer, chegou ontem à cidade de Xiamen, no sudeste da China, para participar na cimeira do bloco de grandes economias emergentes BRICS, que decorre até à próxima terça-feira.

O avião presidencial brasileiro aterrou pouco antes das 13:00 no aeroporto de Xiamen, onde Michel Temer foi recebido com ramos de flores e honras militares antes de se dirigir à sede da cimeira do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Michel Temer vai reunir-se com os Presidentes da China, Xi Jinping, da Rússia, Vladimir Putin, e da África do Sul, Jacob Zuma, e com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, para debater novas formas de cooperação no seio do bloco criado há uma década.

Antes de chegar a Xiamen, Michel Temer realizou uma visita de Estado de dois dias a Pequim, onde esteve reunido com o seu homólogo chinês e testemunhou a assinatura de uma série de acordos, com destaque para uma futura linha de crédito de 3.000 milhões de dólares, entre o Banco de Desenvolvimento da China e o seu congénere brasileiro, o BNDES.

Participação alargada

Os acordos firmados preveem ainda a construção de infraestruturas no Brasil por empresas chinesas, como a construção da linha ferroviária Bamin-Fiol-Porto do Sul ou a rede de transmissão de energia em alta tensão entre Xingu, no estado de Mato Grosso, e o Rio de Janeiro, pela State Grid, a accionista chinesa da REN.

Destaque ainda para a construção de um terminal no Porto de São Luís, pela China Communication and Construction, no valor de 589 milhões de euros, e a participação chinesa na planta nuclear Angra III.

Os acordos de cooperação abrangem também coprodução cinematográfica, futebol, proteção de investimento, saúde, comércio electrónico e facilitação de vistos para negócios e turismo.

O montante global dos acordos não foi anunciado, mas fontes diplomáticas brasileiras avançaram aos jornalistas que pode ascender a 10.000 milhões de dólares.

O principal objectivo da visita de Michel Temer à China, a segunda que realiza desde que assumiu a presidência do Brasil, passa por captar investidores chineses para o mais ambicioso projecto de privatizações do país em duas décadas.

4 Set 2017

Coreias | Pequim denuncia “papel destrutivo” de “alguns países”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China, principal aliado diplomático da Coreia do Norte, denunciou ontem o “papel destrutivo” de “alguns países”, que sabotam os esforços das negociações para resolver a questão na península coreana, referindo-se aos apelos por mais sanções.

“É lamentável que alguns países ignorem consecutivamente os apelos ao diálogo e apenas falem em mais sanções, enquanto a China e outros estão a promover um diálogo pacífico”, disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

“Face ao deteriorar da situação, [estes países] evitam as suas responsabilidades, e as suas acções e discursos constituem um papel destrutivo e não construtivo”, afirmou Hua, em conferência de imprensa.

A porta-voz da diplomacia chinesa lembrou que a crise nuclear na Coreia do Norte “não se trata de um filme ou de um jogo de computador, mas de uma situação real, com impactos para a paz na região”.

“Trata-se de um problema grave e importante”, afirmou Hua Chunying, apelando às várias partes para que adoptem uma “atitude responsável”.

O Conselho de Segurança da ONU, do qual a China é membro permanente, condenou na terça-feira o último lançamento de um míssil norte-coreano, que sobrevoou o Japão.

O grupo composto por 15 países não referiu, no entanto, a possibilidade de reforçar as sanções contra o regime de Kim Jong-un.

No entanto, o Japão disse já esperar que o Conselho de Segurança aprove uma nova “resolução forte” contra o país.

O Reino Unido apelou também a novas sanções internacionais, incluindo que China e Rússia repatriem à Coreia do Norte os trabalhadores norte-coreanos nos seus territórios, uma fonte de receitas significativa para o Governo de Pyongyang.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quarta-feira que a solução para a Coreia do Norte não passa por negociações.

Acções e diálogos

A sétima ronda de sanções internacionais, adoptada no início de Agosto pelo Conselho de Segurança da ONU, visa reduzir em mil milhões de dólares as receitas do país com as exportações de carvão, ferro, minério de ferro e pesca, um valor equivalente a um terço do conjunto das exportações.

Segundo fontes diplomáticas, as Nações Unidas estudam outras sanções, nomeadamente no sector do petróleo – a China é o principal fornecedor de crude do país.

O gigante asiático continua, no entanto, a defender uma “solução pacífica” e a retoma das “Conversações a Seis” (as duas Coreias, Estados Unidos, China, Rússia e Japão), interrompidas desde 2009.

Pequim defende também a suspensão dos testes atómicos e com misseis de Pyongyang, em troca do fim dos exercícios militares conjuntos entre os EUA e a Coreia do Sul na península coreana.

1 Set 2017

Himalaias | Pequim diz esperar que Nova Deli tenha aprendido uma lição

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, disse ontem esperar que a Índia tenha “aprendido a lição”, após meses de um impasse entre as tropas chinesas e indianas num território disputado nos Himalaias.

Os comentários de Wang surgem nas vésperas da nona cimeira do bloco de grandes economias emergentes BRICS, onde os presidentes dos dois países se vão reunir.

Na segunda-feira, Pequim e Nova Deli concordaram em retirar as suas tropas do planalto de Doklam, um território disputado entre a China e o Butão – aliado da Índia – no sul do Tibete.

“Esperamos que o outro lado aprenda a lição com este incidente e evite que se repita. Esperamos que, através dos esforços de ambos os lados, mantenhamos relações saudáveis e estáveis”, afirmou.

Nenhum dos lados avançou detalhes sobre como foi resolvido o impasse e a China disse que pode retomar a construção da estrada que deu início à disputa, depois de as tropas indianas terem avançado para travar a construção.

Cimeira tranquila

A resolução parece servir para prevenir que o mais grave confronto entre dois países vizinhos e potências nucleares das últimas décadas perturbe a cimeira dos BRICS, que contará com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, e do Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi.

Os líderes da Rússia, Brasil e África do Sul vão também participar da nona cimeira do BRICS.

Índia e China afirmaram que as suas tropas vão continuar a patrulhar a área de Doklam, como faziam antes do início do impasse.

Doklam, ou Donglang, em chinês, é reclamado pelo reino do Butão, um aliado de Nova Deli, mas Pequim diz que pertence à China, com base num tratado de 1890, assinado com o Reino Unido.

Butão e China participaram de várias rondas de diálogo, mas nunca resolveram a disputa.

China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada.

Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos.

31 Ago 2017

ASEAN pede à Birmânia que proteja civis em Rakhine

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) pediram ontem ao Governo da Birmânia acções imediatas para proteger os civis afectados pelos confrontos registados no estado de Rakhine, no oeste do país.

“A prioridade é o dever de proteger os civis. Todas as partes devem tomar medidas urgentes para proteger todos os indivíduos afectados pela violência, independentemente da sua origem étnica ou cidadania”, declarou a deputada indonésia Eva Kusuma Sundari, num comunicado dos Parlamentares da ASEAN pelos Direitos Humanos (APHR, na sigla em inglês).

Desde sexta-feira, pelo menos 110 pessoas morreram durante a violência desencadeada pela onda de ataques reivindicados por rebeldes muçulmanos ‘rohingya’ contra postos oficiais em Rakhine.

Um milhar de rebeldes armados com facas, machetes e outras armas artesanais participaram nos ataques perpetrados contra vários objetivos do município de Maungdaw, perto da fronteira com o Bangladesh.

O Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA), grupo ao qual é atribuído o ataque a três esquadras em 9 de Outubro de 2016 que deixou nove agentes mortos e desencadeou uma repressão das forças de segurança, reivindicou a acção.

Os rebeldes, que qualificam o governo de “opressivo” e o exército de “brutal”, denunciaram o “bombardeamento indiscriminado” contra civis e abusos como violação de mulheres, saque de propriedades e ainda sacrifício de animais domésticos.

As autoridades birmanesas qualificaram os membros do grupo de “extremistas terroristas” e sustentaram que são os responsáveis de assassínios e a queima de casas.

“Não se trata de política, trata-se da responsabilidade mais fundamental de salvaguardar a vida humana, uma obrigação do direito internacional humanitária”, sublinhou Eva Kusuma Sundari.

Encurralados

Milhares de pessoas da etnia ‘rohingya’ tentaram procurar amparo no Bangladesh, mas as autoridades do país vizinho continuam a impedir que os deslocados cruzem a fronteira.

“O Governo do Bangladesh deve permitir o refúgio dos ‘rohingya’ e acabar com as expulsões que deixam os civis vulneráveis ao perigo”, afirmou o deputado filipino Teddy Baguilat, ao reclamar dos países da região uma intervenção mais ativa para prevenir um massacre idêntico ao que sofreu o Camboja.

Baguilat fazia referência aos 1,7 milhões de pessoas que morreram entre 1975 e 1979 durante o regime dos Khmers Vermelhos no Camboja devido a trabalhos forçados, doenças, fome e purgas políticas.

“Está na hora de agirmos, caso contrário poderemos ter outro Camboja no pátio atrás da nossa casa”, insistiu o parlamentar malaio Charles Santiago, que preside à APHR.

O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados estimou na terça-feira que “mais de três mil” ‘rohingya’ poderão ter entrado no Bangladesh desde sexta.

O Governo de Daca resiste a aceitar novos refugiados e as forças de segurança colocadas nas margens do rio Naf, fronteira natural entre o Bangladesh e a Birmânia, expulsaram nos últimos dias pelo menos 511 ‘rohingya’.

Mais de um milhão de ‘rohingya’ vivem em Rakhine, onde sofrem uma crescente discriminação desde o surto de violência sectária que provocou, em 2012, pelo menos 160 mortos e deixou aproximadamente 120 mil membros daquela comunidade confinados em 67 campos de deslocados, onde enfrentam diversas privações, nomeadamente de movimentos.

Os ‘rohingya’ são uma minoria apátrida considerada pela ONU uma das mais perseguidas do planeta.

31 Ago 2017

Galápagos | Pequim diz que não há provas de pesca ilegal

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês afirmou ontem que não há provas de que pescadores do país, condenados à prisão no Equador, tenham pescado ilegalmente no arquipélago das Galápagos, mas prometeu castigá-los caso se confirmem as acusações.

“Segundo o que sei, não existem provas que demonstrem que o navio está implicado em pescas nas águas do Equador”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, em conferência de imprensa.

O cargueiro, “Fuyuanyuleng 999”, foi capturado em 13 de Agosto passado, numa reserva marinha, a 63 quilómetros das Galápagos, com 300 toneladas de peixe, incluindo numerosos exemplares de espécies protegidas e em perigo de extinção.

No domingo, um tribunal do arquipélago das Galápagos condenou os vinte tripulantes da embarcação a penas de entre um e quatro anos de prisão e impôs multas até dois milhões de dólares.

Hua Chunying disse que “como desconhecia as regulações, o navio navegou sem autorização em áreas protegidas das Galápagos”.

“Se o barco está implicado em pesca ilegal, o Governo chinês irá verificar, e nesse caso a China castigará severamente, de acordo com as suas leis”, acrescentou.

A porta-voz disse ainda que Pequim espera que o Equador “respeite os factos e gira este caso de forma justa e objectiva” e “proteja os direitos e interesses dos pescadores chineses”.

Toneladas ilegais

O barco foi apreendido na reserva marinha das Ilhas Galápagos com toneladas de espécies protegidas, entre as quais tubarões martelo, os quais figuram da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza.

O “Fuyuanyuleng 999” transportava carga ilegal que incluía mais de 6.600 tubarões, cujas barbatanas são muito apreciadas na Ásia.

Milhares de habitantes da Ilha de Santa Cruz, a mais povoada do arquipélago equatoriano, manifestaram-se na segunda-feira para exigir ao Governo que estenda as águas territoriais das ilhas de 40 para 100 milhas, de forma a combater a pesca ilegal chinesa naquela área.

30 Ago 2017

Carros eléctricos | Renault e Nissan juntam-se a Dongfeng Motor

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] aliança dos construtores de automóveis Renault e Nissan anunciou ontem um acordo com o grupo chinês Dongfeng Motor para fabricar e vender uma nova viatura eléctrica na China.

A parceria é traduzida na criação da eGT New Energy Automotive, detida em 50% pela Dongfeng, 25% pela Renault e 25% pelos japoneses da Nissan, segundo um comunicado conjunto.

O objectivo é criar um novo automóvel com “interconectividade inteligente e que será desenvolvido com base numa plataforma SUV (ligeiro com características desportivas)”.

“A criação desta co-empresa com a Dongfeng concretiza a vontade comum de desenvolver veículos eléctricos competitivos para o mercado chinês”, disse Carlos Ghosn, o brasileiro responsável da aliança franco-nipónica.

O presidente da Dongfeng, Zhu Yanfeng, também fez eco da concretização de um esforço conjunto para desenvolver veículos eléctricos destinados ao mercado chinês.

“Um projecto que assenta num modelo económico inovador”, declarou Zhu Yanfeng.

A eGT deverá estabelecer a sua sede social em Shiyan, na província de Hubei, no centro da China.

O veículo eléctrico será produzido na fábrica da Dongfeng em Shiyan, com capacidade de produzir 120 mil unidades anuais.

O fabrico deverá iniciar-se em 2019.

Segundo a Associação Chinesa dos Construtores automóveis, a China representa o maior mercado mundial para os veículos eléctricos: em 2016 foram vendidos 256.879 veículos eléctricos, com um crescimento de 121% face ao ano anterior.

Nos primeiros sete meses de 2017 as vendas ascenderam a 204 mil unidades, traduzindo uma subida de 33,6%.

30 Ago 2017

Crise coreana | Apelo ao diálogo em vez de sanções

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China apelou ontem ao diálogo para pôr fim à crise em torno do programa nuclear e de mísseis balísticos da Coreia do Norte, considerando que as sanções ao regime não contribuem para encontrar uma solução.

“Os factos demonstraram que a pressão e as sanções não podem solucionar o fundo da questão”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, em conferência de imprensa.

“A única via é a do diálogo e consultas”, acrescentou Hua, horas após a Coreia do Norte ter lançado um míssil que sobrevoou o norte do Japão.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou, ontem, uma reunião de emergência em Nova Iorque, a pedido de Tóquio e de Washington, na sequência do lançamento de um míssil pela Coreia do Norte que, pela primeira vez desde 2009, sobrevoou o Japão.

O míssil disparado ontem de manhã, pelas 06:30, a partir das proximidades de Pyongyang, caiu a cerca de 1.180 quilómetros do cabo de Erimo, na ilha de Hokkaido, após percorrer mais de 2.700 quilómetros e alcançar cerca de 550 quilómetros de altura antes de cair no mar, de acordo com informações do executivo japonês.

Este mês, os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo China e Rússia, aprovaram novas sanções contra o regime norte-coreano de Kim Jong-un.

Estima-se que as novas sanções reduzam em mil milhões de dólares os três mil milhões anuais que o país de Kim Jong-un obtém em receitas de exportações.

Grande parte desse valor é oriundo das vendas para a China, destino de 90% das exportações da Coreia do Norte.

30 Ago 2017

Pequim mantém tropas em território disputado com a Índia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China disse ontem que as suas tropas continuam a patrulhar o planalto de Doklam, território disputado nos Himalaias, apesar de a Índia ter afirmado que acordou com Pequim a retirada dos soldados dos dois países.

“A Índia retirou da delimitação todo o seu pessoal”, disse em conferência de imprensa a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying.

As tropas fronteiriças chinesas “continuam a patrulhar a área” e a China “continuará a exercer a sua soberania e a defender a sua integridade territorial”, acrescentou.

A porta-voz não confirmou que tenha havido um acordo com Nova Deli, que prevê a retirada dos soldados dos dois países, como garantiu, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano.

Do outro lado

A nota do ministério indiano aponta que os dois lados mantiveram contactos sobre a situação em Doklam e conseguiram expressar as suas visões e transmitir as suas preocupações e interesses, tendo ambos iniciado o processo de retirada das tropas daquele território.

Tropas indianas entraram no planalto depois de o Butão, aliado da Índia, ter reclamado que uma equipa do exército chinês estava a construir uma estrada dentro do seu território.

Hua Chunying não teceu comentários sobre a construção dessa infraestrutura.

O anúncio surge a uma semana de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, viajar para a China, para participar na cimeira do BRICS, o grupo de economias emergentes, que inclui ainda África do Sul, Brasil e Rússia.

Durantes os últimos meses, a Índia insistiu que o problema fosse resolvido através do diálogo, enquanto a China exigiu que a Índia retirasse as suas tropas de Doklam, como condição para o diálogo.

Aquela área é conhecida na Índia como “corredor siliguri” (ou “pescoço da galinha”), um corredor estreito, que liga os estados do nordeste da Índia ao resto do país.

Caso a China conseguisse bloquear aquele corredor, o nordeste da Índia passaria a estar isolado do resto do país.

Já o Butão teme que a construção de uma estrada afecte as negociações sobre a sua fronteira.

China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos.

29 Ago 2017

Rumores “maliciosos” levam à queda de acções do grupo Wanda

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s ações do Wanda Hotel Development, subsidiária do conglomerado chinês Wanda Group, caíram ontem 10 por cento, na abertura da bolsa de Hong Kong, devido a rumores sobre o presidente do grupo, Wang Jianlin.

O portal de notícia Boxun, escrito em chinês, mas sediado nos Estados Unidos, assegurou que Wang foi temporariamente detido na semana passada e impedido de sair da China.

Segundo o mesmo portal, que cita fontes não identificadas, Wang tentou transferir todos os seus familiares para o Reino Unido, num voo privado, mas as autoridades chinesas proibiram-lhes também a saída do país.

O grupo Wanda emitiu, entretanto, um comunicado a criticar os “rumores maliciosos” e “completamente infundados”, e assegurou que adoptará ações legais contra o portal.

As ações do Wanda Hotel Development caíram até 10 por cento, nas primeiras transações do dia na bolsa de Hong Kong.

O grupo Wanda está sobre apertada vigilância das autoridades chinesas, devido ao aumento da sua dívida, susceptível de gerar riscos para o sistema financeiro do país. O Governo chinês pediu recentemente aos bancos estatais que limitem os empréstimos para projectos e aquisições além-fronteiras do grupo.

Ricas contas

No mês passado, o Wanda anunciou que saldou a maior parte das suas dívidas, que ascendiam a 200.000 milhões de yuan, após a venda de hotéis e parques de diversão.

Fundado no final da década de 1980 em Dalian, no nordeste da China, o Wanda Group começou por se impor no sector imobiliário, mas nos últimos anos passou a investir também no cinema e no turismo.

Em 2012, mediatizou-se ao adquirir a empresa norte-americana AMC Entertainment, proprietária da segunda maior cadeia de cinemas dos EUA.

No ano passado, anunciou a compra da Legendary Entertainment, produtora de filmes como “Jurassic World” e “Godzilla”, por 3.500 milhões de dólares.

O grupo detém ainda a cadeia de cinemas Odeon & UCI, presente em Portugal.

Wang Jianlin é considerado o homem mais rico da China.

29 Ago 2017

Quadros do PCC gerem centro de estudos de budismo tibetano

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China nomeou quadros do Partido Comunista Chinês (PCC) para gerir um dos maiores centros de estudo de budismo tibetano do mundo, suscitando preocupações sobre um aumento do controlo ideológico da religião no país.

Os nomes escolhidos para dirigir Larung Gar, no sudoeste da China, são o sinal mais recente da desconfiança de Pequim para com os membros do clero do budismo tibetano, que incorporam as crenças e culturas tradicionais locais.

Os nomes apontados pelo PCC para cargos de administração no centro incluem o antigo vice-chefe da polícia da Prefeitura Autónoma Tibetana de Garze.

“Estas escolhas vão ajudar a escola a operar de acordo com as leis e não vão interferir no ensino, vistos que os funcionários farão parte da administração”, disse o vice-director do instituto de estudos contemporâneos da Academia Tibetana de Ciências Sociais, citado pelo jornal oficial Global Times.

Mas a presença de funcionários do partido em templos, mosteiros e conventos acarreta novas exigências, sobretudo com os monges e freiras a serem sujeitos a aulas de “educação patriota”.

Fundado em 1980 pelo proeminente monge Jigme Puntsok, Larung Gar atraiu a atenção do governo nos últimos anos, com as autoridades a tentarem reduzir o número de residentes para cinco mil – metade dos actuais, sobretudo através de demolições e despejos.

As autoridades dizem estar apenas a abrir vias para veículos de combate a incêndios.

Grupos de tibetanos exilados no estrangeiro dizem que as autoridades querem travar a difusão do budismo tibetano, que se tem tornado popular entre os chineses para além do Tibete.

Pequim adverte Tóquio por sanções a empresas chinesas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China criticou sexta-feira o Japão por impor sanções económicas a empresas chinesas que mantêm vínculos com a Coreia do Norte e ameaçou com consequências, caso Tóquio não reverta aquela decisão. O Governo japonês anunciou a congelação de activos de quatro empresas chinesas e duas da Namíbia, e um cidadão chinês e outro norte-coreano. “Apelamos ao Japão para que reverta a decisão”, afirmou em conferência de imprensa Hua Chunying, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, advertindo que Tóquio vai sofrer consequências, caso persista com as sanções. Hua disse que Pequim mostrou ao Governo japonês o seu “descontentamento e firme oposição a estas medidas”, já que a China “sempre cumpriu na totalidade com as sanções impostas pela ONU à Coreia do Norte”.

28 Ago 2017

Instituições forçadas a escolher entre dinheiro e censura

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m caso de censura na China envolvendo a editora da universidade britânica de Cambridge despertou o alarme para o risco da extensão do totalitarismo político de Pequim além-fronteiras, face ao seu crescente peso económico.

Na semana passada, a editora Cambridge University Press (CUP) cumpriu com um pedido da Administração Estatal da Rádio, Cinema e Televisão da China e bloqueou 300 artigos da versão electrónica da publicação The China Quarterly no país.

Os artigos censurados abordam assuntos sensíveis para o regime chinês, como o massacre na praça Tiananmen, em 1989, a Revolução Cultural (1966-76) e a questão do Tibete.

Para justificar a decisão, a CUP citou o receio partilhado por muitas empresas: ver o seu acesso ao vasto mercado chinês ser fechado, a menos que cumprisse com as exigências do regime.

Não seria uma novidade. O motor de busca Google, por exemplo, está bloqueado na China desde 2010, quando acusou Pequim de espiar o correio electrónico no Gmail de dissidentes e rejeitou compactuar com a censura do regime.

Um dos casos mais badalados dos últimos anos envolvendo a censura chinesa além-fronteiras ocorreu em Portugal, durante uma conferência que reuniu centenas de sinólogos na Universidade do Minho.

Páginas do programa contendo informação sobre a Fundação Chiang Ching-kuo, uma organização académica de Taiwan que promove o estudo do chinês, foram arrancadas, a mando da diretora-geral do Instituto Confúcio, organismo patrocinado por Pequim para assegurar o ensino da língua chinesa.

O episódio passou-se em Braga, mas as autoridades chinesas justificaram a sua atitude com a necessidade de cumprir com as “regulações chinesas”.

O acto foi publicamente condenado pela Associação Europeia de Estudos Chineses, como uma “interferência totalmente inaceitável”. O Wall Street Journal descreveu-o como “violência contra a liberdade académica”.

Sinal de alerta

No caso que envolveu o China Quarterly, a publicação voltou a colocar os artigos ‘online’ esta semana, face aos protestos de vários académicos.

Mas Jonathan Sullivan, um dos membros do comité executivo da publicação e autor de um dos artigos censurados, afirmou que o incidente deve servir de alerta.

“Temos prestado pouca atenção à forma como devemos lidar com esta nova tentativa [da China] de importar as normas da cultura política chinesa para salas de aulas ocidentais cheias de alunos chineses, ou como manter os valores académicos face a tentativas de censurar o nosso trabalho”, escreveu Sullivan.

Na Feira Internacional do Livro de Pequim, cuja edição deste ano decorre esta semana, a autocensura há muito que é prática corrente.

Citado pela agência France-Presse, o director da Mosaic8, uma editora de livros para ensino, lembra que cabe ao Governo autorizar a venda dos livros na China.

“Por isso, é do interesse das editoras não publicar nada que irrite as autoridades”, afirmou Lowe.

Em editorial, um jornal do PCC colocou a questão da seguinte forma: “Se as instituições ocidentais pensam que o mercado da Internet chinesa é tão importante que não o podem perder, têm de respeitar a lei chinesa e adaptar-se aos costumes locais”.

No caso da CUP, “não é verdade que ‘qualquer pessoa pode ter a sua opinião’, lembrou o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC. “Trata-se de um jogo de poder. Só o tempo dirá quem está certo”, acrescentou.

28 Ago 2017

Pequim |  Investigação de Trump é ataque ao sistema de comércio mundial

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério do Comércio chinês criticou ontem a decisão dos Estados Unidos de lançar uma investigação sobre as práticas da China na área da “propriedade intelectual”, que considerou um ataque ao sistema de comércio mundial.

Várias associações comerciais enalteceram a ordem do Presidente norte-americano, Donald Trump, para averiguar se Pequim exige indevidamente que as empresas estrangeiras transfiram tecnologia, em troca de acesso ao mercado chinês.

O representante do Comércio Externo dos EUA anunciou esta semana formalmente a investigação.

A acção emprega inapropriadamente a lei norte-americana e significa a “destruição do sistema de comércio internacional existente”, disse Gao Feng, porta-voz do Ministério do Comércio chinês.

“Estamos profundamente insatisfeitos com esta prática unilateral e proteccionista e tomaremos todas as medidas necessárias para defender firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”, disse.

Regras do jogo

Pequim exige que fabricantes de automóveis e empresas estrangeiras na China estabeleçam parcerias com firmas locais, normalmente grupos estatais.

As entidades estrangeiras têm frequentemente que partilhar tecnologia com parceiros que talvez se venham a tornar concorrentes.

Mais de 20% das 100 empresas norte-americanas que responderam a um inquérito do Conselho Comercial Estados Unidos-China, uma associação industrial, afirmaram ter sido pedida a transferência de tecnologia, nos últimos três anos, em troca de acesso ao mercado da segunda maior economia mundial.

Em Abril, Trump disse que iria pôr de lado disputas sobre o acesso ao mercado e política cambial, enquanto Washington e Pequim trabalharem juntos para persuadir a Coreia do Norte a desistir do programa nuclear.

Nas últimas semanas, a administração norte-americana voltou a adoptar uma posição mais dura em relação às questões comerciais.

Em 2016, Pequim registou um excedente de 347 mil milhões de dólares no comércio com Washington. Trump culpa frequentemente a China pelo défice comercial norte-americano, apontando práticas de concorrência desleal de Pequim.

Há várias décadas que as empresas estrangeiras acusam empresas chinesas de pirataria e roubo de tecnologia.

Pequim está a lançar um plano designado “Made in China 2025”, para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades nos sectores de alto valor agregado, incluindo inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

25 Ago 2017

Pyongyang | Sanções de Pequim vão custar 1.500 milhões de dólares 

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]specialistas consideraram que as sanções impostas pela China à Coreia do Norte vão custar a Pyongyang 1.500 milhões de dólares, mas não deverão travar a ambição nuclear do regime de Kim Jong-un.

A suspensão das importações, anunciada este mês pela China em cumprimento do último pacote de sanções decidido pela ONU, vai prejudicar fortemente a economia norte-coreana, mas o regime vai adaptar-se, sublinharam os analistas citados pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

A China anunciou a suspensão das importações de carvão, ferro, chumbo e produtos do mar da Coreia do Norte, cumprindo o pacote de sanções adoptado pelo Conselho de Segurança da ONU.

Em 2016, a China foi o destino de mais de 92% das exportações norte-coreanas. Aqueles produtos constituem quase 60% das vendas norte-coreanas para a China ou 1.500 milhões de dólares só no ano passado.

Para Sun Xingjie, especialista em assuntos da Coreia do Norte na Universidade de Jilin, uma grande proporção das receitas procedentes das exportações era destinada a programas militares e famílias de elite do regime norte-coreano.

“Desta vez, a proibição da China fará com que Kim sinta pressão”, afirmou.

A prazo

Membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a China votou a favor, no passado dia 6 de agosto, do sétimo pacote de sanções contra a Coreia do Norte, em resposta ao programa nuclear e ensaios com mísseis balísticos realizados por Pyongyang.

Justin Hasting, professor de Relações Internacionais da Universidade de Sydney (Austrália), que investiga o comércio entre a China e a Coreia do Norte, disse duvidar que a China aplique com rigor a proibição durante muito tempo.

“A China provavelmente vai cumprir a proibição a curto prazo”, mas é provável que “elimine a aplicação rigorosa passado algum tempo”, afirmou Hasting, citado pelo SCMP.

A Coreia do Norte “provavelmente será prejudicada a curto prazo, mas a longo prazo, e a menos que a China mude completamente a postura em relação a Pyongyang, é provável que se possa adaptar”, afirmou.

23 Ago 2017

China | Universidade de Cambridge repõe artigos censurados 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Universidade britânica de Cambridge vai repor mais de 300 artigos politicamente sensíveis, removidos de uma das suas publicações na China a pedido das autoridades locais, anunciou na segunda-feira o editor daqueles conteúdos.

Tim Pringle, editor do The China Quarterly, disse à agência noticiosa Associated Press (AP) que a publicação concordou em repor os artigos imediatamente.

A decisão surgiu depois de vários académicos terem assinado uma petição para que a editora da universidade recuse compactuar com a censura imposta pelo Governo chinês.

“Estou encantado com o apoio da comunidade académica internacional”, afirmou Pringle, citado pela AP.

Na sexta-feira, a Cambridge University Press (CUP) afirmou ter cumprido um pedido para bloquear alguns artigos da versão electrónica da publicação The China Quarterly, na China.

Os artigos censurados abordam assuntos sensíveis para o regime chinês, como o massacre na praça Tiananmen, em 1989, a Revolução Cultural (1966-76) e a questão do Tibete.

“O acesso a material publicado da mais alta qualidade é uma componente essencial da pesquisa académica”, escreveu Pringle na rede de mensagens instantâneas Twitter. “Impedir esse acesso não é o papel de publicações respeitadas mundialmente, como a CUP”, acrescentou.

Sob controlo

Académicos indicaram que as universidades têm também sido submetidas a um crescente controlo ideológico, incluindo acompanhamento frequente nas salas de aula.

Christopher Balding, professor associado de economia na Peking University HSBC Business School, na cidade de Shenzhen, disse ter lançado o abaixo-assinado, para pressionar a CUP e universidades e académicos que interagem com a China, e para que as instituições se revoltem contra a censura oficial.

À medida que as instituições de ensino superior chinesas contratam cada vez mais professores estrangeiros, o Governo está preocupado que as universidades percam “adesão ideológica”.

A petição apela à CUP para que recuse acatar a censura do Governo chinês, afirmando que académicos e universidades têm o direito de boicotar a instituição e as suas publicações, caso cedam às exigências das autoridades.

“O motivo fundamental é simplesmente exercer controlo, tentar impor o que eles pensam como a forma correta de pensar”, disse Balding.

De acordo com o texto, que acompanha o abaixo-assinado, os académicos acreditam no intercâmbio livre e aberto de ideias e informação e que é “perturbador que a China esteja a tentar exportar a sua censura em assuntos que não se encaixam na sua narrativa preferida”.

23 Ago 2017

Pequim inaugura em Setembro comboio mais rápido do mundo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China vai lançar, em Setembro, o comboio mais rápido do mundo e reduzir a ligação entre Pequim e Xangai a quatro horas e meia, noticiou ontem a imprensa chinesa.

O ‘Fuxing’ (“rejuvenescimento”, em chinês) vai começar a funcionar a 21 de Setembro próximo, depois de terem sido realizados, com êxito, três testes. A velocidade média é de 350 quilómetros por hora e atinge um máximo de 400 quilómetros, indicou a imprensa chinesa.

A viagem entre as duas principais cidades chinesas, Pequim e Xangai, de 1.318 quilómetros, vai ter uma frequência diária. A média deste novo comboio de alta velocidade supera em 50 quilómetros por hora o actual.

O novo modelo foi desenhado e fabricado pela China e inclui um sistema de controlo que abranda automaticamente, em caso de emergência ou condições anormais.

Aposta ganha

Em menos de uma década, a China construiu a maior rede de alta velocidade do mundo, que atingiu no final do ano passado os 22 mil quilómetros, mais do que todos os outros países juntos.

A primeira linha – um troço de 120 quilómetros entre Pequim e Tianjin – começou a funcionar em 2008, quando a capital chinesa organizou os Jogos Olímpicos.

O Governo chinês prevê que, em menos de dez anos, a rede de alta velocidade do país atinja os 38 mil quilómetros, quase o equivalente à circunferência da Terra, medida pela linha do Equador.

No total, o investimento chinês no sector ferroviário de alta velocidade ascende a 360 mil milhões de dólares.

O sucesso da rede de alta velocidade na China ficou manchado pelo acidente de Julho de 2011, na cidade de Wenzhou, que causou 40 mortos e quase 200 feridos, e os escândalos de corrupção no antigo Ministério dos Caminhos-de-ferro chinês.

Liu Zhijun, o titular da pasta, acabou por ser condenado à morte com pena suspensa por dois anos pelos “milhões” de subornos que recebeu de companhias desejosas de ganharem contratos no sector.

22 Ago 2017

Cambridge | Petição contra censura no portal da Universidade

[dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]ários académicos assinaram uma petição para a universidade britânica de Cambridge repor mais de 300 artigos politicamente sensíveis, removidos do seu ‘site’ oficial na China a pedido das autoridades chinesas.

A Cambridge University Press (CUP) afirmou na sexta-feira que cumpriu com um pedido para bloquear alguns artigos da versão electrónica da publicação “The China Quarterly”, na China.

Os artigos censurados tocam em assuntos sensíveis para o regime chinês, como o massacre na praça Tiananmen, em 1989, a Revolução Cultura (1966-76) e a questão do Tibete.

Desde que o Presidente chinês, Xi Jinping, ascendeu ao poder, em 2013, as autoridades têm aumentado a repressão sobre possíveis fontes de oposição ao Partido Comunista Chinês, incluindo advogados que trabalham em casos sensíveis, organizações não-governamentais e igrejas.

Académicos dizem que as universidades têm também sido submetidas a um crescente controlo ideológico, incluindo acompanhamento frequente nas salas de aula.

Christopher Balding, professor associado de economia na Peking University HSBC Business School, na cidade de Shenzhen, disse ter lançado o abaixo-assinado, como forma de colocar pressão não só sobre a CUP, mas também universidades e académicos que interagem com a China, e para que as instituições se revoltem contra a censura oficial.

A petição apela à CUP para que recuse acatar com a censura do Governo chinês e afirma que académicos e universidades têm o direito de boicotar a instituição e as suas publicações, caso cedam às exigências das autoridades.

O texto que acompanha o abaixo-assinado escreve que os académicos acreditam no intercâmbio livre e aberto de ideias e informação e que é “perturbador que a China esteja a tentar exportar a sua censura em assuntos que não se encaixam na sua narrativa preferida”.

Na segunda-feira, mais de 200 pessoas tinha assinado a petição.

Servir a lei

Em editorial, o jornal oficial Global Times escreveu que a China bloqueia alguma informação em ‘sites’ estrangeiros, considerada prejudicial para a sociedade chinesa, e que a CUP tem que cumprir com a lei chinesa se quer estabelecer um servidor na China.

Se as instituições ocidentais “pensam que o mercado da Internet chinesa é tão importante e que não o podem perder, têm que respeitar a lei chinesa e adaptar-se aos costumes locais”, escreveu o Global Times.

22 Ago 2017

Hong Kong | Prisão de activistas gera novo protesto e criticas de ONG

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] prisão dos activistas Joshua Wong, Nathan Law e Alex Chow levou ontem cerca de dez mil pessoas às ruas de Hong Kong. Em Macau, Larry So diz que a pena foi demasiado pesada e que bastava uma condenação a trabalho comunitário. Scott Chiang, líder da Associação Novo Macau, defende que os activistas não podem perder a esperança.

Os olhos do mundo estão de novo postos em Hong Kong após o Tribunal de Recurso da região vizinha ter condenado os activistas Joshua Wong (20 anos) a seis meses de prisão, Nathan Law (24 anos) a oito meses, e Alex Chow (26 anos) a sete meses.

A condenação surgiu na sequência do pedido de agravamento das sentenças pelo Governo, já depois de, no ano passado, os activistas, ligados ao partido Demosisto, terem sido condenados a trabalho comunitário. Um painel de três juízes decidiu na quinta-feira agravar as sentenças conforme pedido de recurso pelo secretário para a Justiça, Rimsky Yuen.

A decisão substitui as sentenças decretadas o ano passado, de 80 e 120 horas de serviço comunitário, para Joshua Wong e Nathan Law, e pena suspensa de três semanas de prisão para o ex-dirigente da federação de estudantes Alex Chow.

Os juízes disseram que era preciso dissuadir outros manifestantes de tais actos e condenaram à prisão os três jovens, depois de deduções de um mês nas sentenças de Wong e Law por serviço comunitário já cumprido.

Entretanto, os três activistas vão recorrer da sentença, disse um líder estudantil dos protestos de 2014.

As acusações de pressão política e tentativa de silenciamento dos movimentos pró-democracia na região vizinha surgiram de imediato. Ontem, segundo o órgão de media Hong Kong Free Press, cerca de dez mil pessoas terão estado na zona de Wanchai a protestar na intitulada “Marcha contra a Perseguição Política”.

Segundo a reportagem em directo, transmitida nas redes sociais, membros do partido pró-democracia People Power lembraram que os três activistas presos têm menos de 30 anos e que, por isso, podem continuar a luta pela democracia quando saírem da prisão. “É o seu futuro”, disse um dos membros do partido.

Raymond Chan Chi-chen, deputado do Conselho Legislativo (LegCo) pelo People Power, defendeu ao mesmo órgão de comunicação que a decisão do tribunal não passa de uma perseguição política e que os grupos que lutam por um sistema político mais democrático “sofrem pressões neste momento”. Raymond Chan Chi-chen teceu ainda duras criticas ao posicionamento do secretário Rimsky Yuen em todo o processo.

Pena excessiva

Em Macau também se fala de uma tentativa de silenciamento e diminuição do poder que os movimentos pró-democracia têm obtido nos últimos anos. Ao HM, Larry So, politólogo, considerou que a pena decidida pelo tribunal foi “demasiado pesada”.

“Seria suficiente aplicar-lhes uma pena de trabalho comunitário e não uma pena de prisão. É uma decisão com uma maior orientação política do que propriamente legal. Desse ponto de vista, penso que há uma tentativa de suprimir os jovens de virem à rua e protestarem contra o Governo”, apontou.

Na visão do ex-docente do Instituto Politécnico de Macau, a decisão do Tribunal de Recurso “não é uma boa medida e é uma tentativa de silenciamento”. “É uma pena que o tribunal de Hong Kong tenha sentenciado estes jovens a penas de prisão”, acrescentou.

No protesto de ontem em Wanchai questionou-se a continuação do trabalho do partido Demosisto, agora que os seus principais líderes estão atrás das grades.

Para Larry So, pode de facto haver um retrocesso nos movimentos pró-democracia. “A curto prazo podemos sentir um efeito nesse sentido (uma redução dos protestos nas ruas), porque é um sinal claro junto da comunidade e uma tentativa de travar um pouco os jovens. É uma decisão que diz ‘Não tomem decisões radicais e não vão para a rua, pois podem ser presos’.”

Em Macau, cujos movimentos pró-democracia têm registado uma expressão diminuta, haverá, segundo Larry So, poucas consequências destas prisões.

“Macau ainda não atingiu essa fase em que os jovens assumem posições mais radicais. O território vive uma melhor situação económica. Não vejo acontecimentos destes no futuro de Macau, e penso que Macau deve olhar para Hong Kong e aprender algumas lições com o que tem acontecido nos últimos tempos”, disse o politólogo.

Scott Chiang, presidente da Associação Novo Macau (ANM), pede, sobretudo, que não se perca a esperança.

“O que esperamos é que Joshua Wong e outros activistas não percam a esperança de lutar pelo seu destino”, disse ao HM.

“Estas prisões vão trazer dois tipos de consequências. De certeza que vão afastar algumas pessoas e fazer com que se dê um passo atrás nestes movimentos. Diria que esta decisão do tribunal vai dividir um pouco a sociedade de Hong Kong”, acrescentou o presidente da ANM.

Projectos adiados

Tanto as condenações a penas de prisão efectivas como a de outros 13 activistas no início da semana passada, por um caso anterior ao movimento ‘Occupy’, aumentaram os receios de que o sistema judiciário independente de Hong Kong esteja sob ameaça por o Governo da cidade apoiado por Pequim alegadamente estar a usar os tribunais para reprimir a oposição e restringir a sua capacidade de protesto.

Antes do julgamento, o Departamento de Justiça de Hong Kong disse que não havia “absolutamente nenhuma base para inferir qualquer motivo político” da sua parte em relação ao caso.

No ano passado, Nathan Law, então com 23 anos, tornou-se o mais novo deputado a ser eleito em Hong Kong, mas, tal como outros cinco eleitos pela população, viria meses mais tarde a ser desqualificado por usar o seu juramento para protestar contra Pequim.

Joshua Wong, de 20 anos, também falou de seu desejo de se candidatar, mas não pôde fazê-lo por não ter a idade mínima de 21 anos.

Alex Chow, que na sexta-feira faz 27 anos, pretende fazer um doutoramento no estrangeiro, mas a sentença veio atrasar os seus planos.

ONG criticam decisão do tribunal

[dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]rupos de direitos humanos e políticos norte-americanos já condenaram as penas de prisão efectiva aplicadas pelo Tribunal de Recurso de Hong Kong.

A Amnistia Internacional disse que a busca “incansável” pelo Governo de penas de prisão para Joshua Wong, Nathan Law e Alex Chow foi um “ataque vingativo” à liberdade de expressão e reunião pacífica.

“O verdadeiro perigo para os direitos de liberdade de expressão e reunião pacífica em Hong Kong é a continuada perseguição pelas autoridades de proeminentes activistas democratas. As acusações destinadas a dissuadir a participação em protestos pacíficos devem ser paradas”, disse a directora da Amnistia Internacional em Hong Kong Mabel Wu, citada pela Rádio e Televisão Pública de Hong Kong.

A directora da organização Human Rights Watch para a China, Sophie Richardson, reagiu através da rede social Twitter.

“A democracia em Hong Kong, que se posiciona como centro legal, de negócios e de liberdade de expressão foi gravemente prejudicada pelas sentenças de hoje”, escreveu.

O académico da Universidade de Hong Kong Eric Cheung, que estava no tribunal em apoio aos jovens presos disse que estava triste que os três jovens fossem colocados atrás das grades e destacou a sua dedicação e “grande potencial”.

“O que eles fizeram (…) foi realmente por preocupação com Hong Kong”, disse Cheung.

Censura americana

Nos Estados Unidos, o senador Marco Rubio, que lidera uma comissão no Congresso sobre a China, também criticou as sentenças: “As acusações políticas e as novas sentenças destes jovens são uma vergonha e mais uma prova de que a estimada autonomia de Hong Kong está precipitadamente em erosão”.

Rubio disse que as políticas dos EUA devem reflectir a realidade de que Pequim está a tentar esmagar a nova geração do movimento pró-democracia de Hong Kong e a minar o princípio “Um país, dois sistemas”, que entrou em vigor em 1997, com a passagem da soberania de Hong Kong da Grã-Bretanha para a China.Pequim prometeu deixar a cidade manter a sua ampla autonomia e direitos civis, como liberdade de expressão e manifestação, desconhecidos no interior da China.

O congressista Chris Smith acrescentou que Hong Kong pode arriscar perder o seu estatuto especial perante as leis dos Estados Unidos se Pequim recusar seguir as promessas feitas na Declaração Conjunta sino-britânica.

21 Ago 2017

Espanha/Ataques | Pequim condena atentados e oferece ajuda 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China condenou sexta-feira os atentados em Barcelona e Cambrils, endereçou as suas condolências às vítimas e familiares e ofereceu ajuda a Espanha e ao resto da comunidade internacional na luta contra o terrorismo.

“A China condena fortemente os ataques”, destacou em conferência de imprensa, em Pequim, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiro chinês, Hua Chunying.

Hua informou que o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Keqiang, enviaram mensagens de condolências ao rei Felipe VI de Espanha e ao Presidente do Governo, Mariano Rajoy.

O Governo chinês “opõe-se a todas as formas de terrorismo e apoia os esforços de Espanha para combatê-lo e salvaguardar a sua segurança e estabilidade”, disse Hua.

“Gostaríamos de cooperar com Espanha e outros membros da comunidade internacional, para reforçar a luta contra o terrorismo”, acrescentou.

A mesma fonte informou que o turista de Hong Kong que sofreu ferimentos ligeiros na sequência dos atentados já recebeu alta, após receber tratamento.

Dois cidadãos de Taiwan, que sofreram ferimentos graves, continuam internados, e diplomatas chineses visitaram-nos no hospital.

De Macau chega a informação de que o gabinete de crises está também a acompanhar o caso.

Morte nas Ramblas

Um atentado terrorista em Barcelona, na tarde de quinta-feira, provocou 13 mortos e cerca de uma centena de feridos, após uma furgoneta ter galgado um passeio e atropelado dezenas de pessoas, nas Ramblas, no centro da cidade.

O ataque ocorreu pela 17:00 e foi já reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, através dos seus canais oficiais de comunicação.

A polícia catalã deteve três suspeitos de envolvimento no ataque e um outro suposto autor do atentado foi encontrado morto em Sant Just Desvern, em Baix Llobregat, a 12 quilómetros de Barcelona, depois de uma troca de tiros com a polícia catalã, após ter forçado a passagem de um controlo policial e ter atropelado uma polícia.

21 Ago 2017

Viúva do Nobel Liu Xiaobo reaparece num vídeo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] viúva do prémio Nobel chinês Liu Xiaobo, que morreu no mês passado, reapareceu num vídeo publicado na Internet, naquele que foi o seu primeiro sinal de vida após semanas em que era desconhecido o seu paradeiro.

Liu Xia, de 56 anos, tinha sido vista pela última vez em imagens divulgadas a 15 de Julho pelas autoridades chinesas, que a mostravam a assistir ao funeral do dissidente, que morreu dois dias antes.

“Estou em convalescença no campo, fora de Pequim. Peço-vos que me dêem tempo para fazer o meu luto”, disse Liu no vídeo de um minuto publicado na sexta-feira no YouTube.

Nas imagens, Liu Xia, que veste uma t-shirt e umas calças pretas, está sentada num sofá ao lado de uma mesa baixa e tem um cigarro aceso na mão.

“Voltarei a ver-vos um dia em melhor forma. Quando Xiaobo estava doente, os médicos fizeram tudo que podiam. Xiaobo via a vida e a morte de forma simples. Tenho de dar o meu melhor para me reajustar. No futuro, quando tiver melhorado em todos os aspectos, estarei novamente convosco”, afirma.

Liu Xiaobo morreu de cancro no dia 13 de Julho, aos 61 anos, num hospital chinês, semanas depois de ter sido colocado em liberdade condicional por motivos de saúde. Liu tinha sido condenado em 2009 a 11 anos de prisão por “subversão” por ter apelado a reformas democráticas na China.

Após o funeral do marido, Liu Xia “foi mantida em isolamento pelas autoridades chinesas num local desconhecido”, afirmou o advogado norte-americano do casal, Jared Genser, numa denúncia apresentada à ONU. As autoridades chinesas nunca reconheceram que ela estivesse privada de liberdade.

Liu Xia esteve em prisão domiciliária no seu apartamento em Pequim desde que o marido obteve o Prémio Nobel da Paz em 2010.

21 Ago 2017

Bluff de Trump atira jovem são-tomense de Taipé para Pequim 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]os 21 anos, o são-tomense Reginaldo Trindade foi apanhado pelo efeito borboleta: um bluff do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou-o de Taipé para Pequim, arrastado pelas correntes da geopolítica mundial.

“Foi tudo da noite para o dia”, recorda à agência Lusa Trindade, que até Março passado estudava numa universidade de Taiwan, com uma bolsa de estudo oferecida pelo governo local.

Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista (PCC) tomar o poder no continente, em 1949, assume-se como República da China, mas Pequim considera-a uma província chinesa e ameaça usar a força caso declare independência.

São Tomé e Príncipe era um dos poucos países que mantinha relações diplomáticas com o território, mas em Dezembro passado anunciou o reconhecimento da República Popular da China, rompendo com Taiwan.

Reginaldo Trindade, e dezenas de outros jovens são-tomenses que estudavam em Taiwan, foram imediatamente notificados de que as suas bolsas seriam canceladas.

“O pânico instalou-se”, recorda. “Ligávamos para São Tomé e ninguém sabia dizer nada”.

Reginaldo tinha aterrado em Taiwan dois anos e meio antes e era ali que via o seu futuro: “Já tinha a minha vida ali. Universidade, amigos, namorada.”

No início, pensou em ficar. Mas, se o fizesse, “teria que contar com a ajuda da família. E isso era algo que queria evitar”.

Apanhado de surpresa

Em Março, após concluir o ano lectivo, já resignado e de malas feitas, foi surpreendido: “Dois dias antes de sairmos de Taiwan fomos informados de que iriamos para a China”, conta. “Nada estava previsto”.

Por detrás da reviravolta na vida do jovem são-tomense surge o agudizar das relações entre Taipé e Pequim, em torno de um bluff do então Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Dezoito dias antes de São Tomé cortar relações diplomáticas com Taipé, a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, telefonou a Trump a felicitá-lo pela vitória nas eleições, assumindo assim o estatuto de chefe de Estado, à revelia de Pequim, que não considera Taiwan uma entidade política soberana.

A chamada durou pouco mais de dez minutos, mas quebrou com um protocolo de quase 40 anos e gerou expectativas em Taipé de uma maior cooperação com Washington.

Pequim protestou, mas Trump parecia decidido a fazer da questão de Taiwan uma moeda de troca para travar o que considera serem práticas comerciais injustas por parte da China.

Em entrevista à Fox News, poucos dias depois da conversa com Tsai, Trump afirmou: “Não sei porque temos de estar limitados à política `Uma só China` a menos que façamos um acordo com a China sobre outras coisas, incluindo o comércio”.

Após assumir o cargo, contudo, o novo inquilino da Casa Branca voltou atrás e reafirmou o seu compromisso com aquela política, não voltando a tocar no assunto.

Mas a audácia de Tsai teria de ser punida e Pequim jogou então com o seu peso económico para atrair São Tomé, num “óbvio castigo” para a líder taiwanesa, como referiu então um jornal do PCC.

Final feliz

Reginaldo aprendeu depressa que a política está em todo o lado, mas no seu caso garante que foi para o lado melhor.

“Oportunidades é o que não falta na China”, conta. “Sinto que estou no lugar certo, na altura certa”.

Antes de aterrar em Pequim, no entanto, o jovem são-tomense vinha receoso, imaginando o país como um lugar poluído e governado por um Estado repressivo, onde “a polícia andava sempre na rua a apanhar pessoas e fazer perguntas”.

“Estava completamente enganado”, admite. E se alguém lhe perguntar hoje se deve ir para a China, responde: “Vem, não penses muito, é o lugar certo para vir”.

Quanto ao que sente mais falta em Pequim, Reginaldo aponta sem hesitar: “Família, praia e comida”.

Apesar de a capital chinesa ser “boa para ganhar dinheiro, falta qualidade de vida”, admite.

“A população em São Tomé chega a ser quase o equivalente a um bairro em Pequim”, diz. “Em São Tomé vivia a dez minutos da praia. Aqui, acordo, abro a janela e vejo prédios e prédios”.

21 Ago 2017

Coreia do Norte | Sul reafirma a vontade de paz. Estados Unidos tentam acabar com exportações

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]eul não quer a guerra, reiterou ontem o Presidente da Coreia do Sul, que garante que tudo fará para que as ameaças entre Pyongyang e Washington não aterrem no seu país. Os Estados Unidos lançaram outra batalha, ao procurarem o isolamento económico total do regime de Kim Jong-un. Num momento de aparente acalmia, a questão reside em saber o que vem a seguir

Não vai haver guerra na Península Coreana, afirmou ontem o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-In, apesar da grande tensão em torno de Pyongyang e do programa de mísseis que tem vindo a testar nos últimos meses, cada vez com maior intensidade.

“Todos os sul-coreanos trabalharam arduamente para reconstruir o país das ruínas deixadas pela Guerra da Coreia”, afirmou Moon Jae-In numa conferência de imprensa que assinalou os primeiros 100 dias no cargo. “Vou evitar a guerra a todo o custo”, prometeu. “Por isso, quero que todos os sul-coreanos acreditem, com confiança, que não haverá guerra.”

O Presidente da Coreia do Sul revelou que está a colocar a possibilidade de destacar um enviado especial para Pyongyang.

Na terça-feira passada, durante um discurso transmitido pela televisão, Moon Jae-In tinha já dito que não haverá acção militar na Península da Coreia sem o consentimento de Seul, garantindo que o Governo do Sul irá fazer tudo para evitar um conflito armado.

A tensão na península tem aumentado nos últimos meses, sendo que estas semanas foram particularmente difíceis, com a Coreia do Norte e os Estados Unidos a ameaçarem-se mutuamente com intenções militares. Pyongyang tem dado sinais de que não pretende desistir do desenvolvimento do programa nuclear, estando aparentemente a trabalhar em armamento com capacidade para atingir os Estados Unidos.

Na semana passada, a Coreia do Norte avisou que estava a preparar um plano para um ataque a Guam. Uns dias depois, na terça-feira, o regime de Kim Jon-un disse ter mudado de ideias, com Pyongyang a explicar que vai “observar” os Estados Unidos antes de avançar com a ofensiva. Já o Governo de Guam garantiu que se mantém alerta relativamente a um possível ataque norte-coreano com mísseis.

Recorde-se que o anúncio do ataque a Guam surgiu depois de Donald Trump ter prometido atingir a Coreia do Norte com “fogo e fúria” se o país não reduzisse o tom das ameaças.

Cortar com os aliados

Na Coreia do Sul, país que teria uma situação muito complicada para resolver com um eventual conflito armado, os líderes políticos tentam desdramatizar um cenário com contornos difíceis; noutro ponto do planeta, os Estados Unidos procuraram isolar, ainda mais, a Coreia do Norte.

Mike Pence, vice-presidente norte-americano, pediu esta semana ao Brasil, ao México e a outros países da América Latina que acabem de vez com os laços diplomáticos e económicos com Pyongyang, recordando as ameaças que foram feitas nas últimas semanas por Kim Jong-un.

“Pedimos veementemente ao Chile, ao Brasil, ao México e ao Peru que cortem todos os laços com a Coreia do Norte”, declarou Pence, numa conferência de imprensa em que esteve acompanhado pela Presidente chilena, Michelle Bachelet. O vice-presidente dos Estados Unidos pediu ao Chile que reclassifique produtos exportados para a Coreia do Norte, de modo a que passem a ser abrangidos pelas sanções impostas ao regime.

A pretensão de Mike Pence não será, por agora, atendida. O chefe da diplomacia chilena disse, mais tarde, respeitar o pedido dos Estados Unidos, mas acrescentou que não existem intenções de mudar o modo como o país lida com Pyongyang. “São já relações distantes porque aplicamos com rigor todas as sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas” contra a Coreia do Norte, declarou Heraldo Munoz.

Em 2015, o regime de Kim Jong-un importou vinho chileno no valor de 65 milhões de dólares. Já o México vendeu petróleo avaliado em 45 milhões e o Peru exportou 22 milhões de dólares em cobre.

A Presidente Michelle Bachelet faz parte dos líderes que acham que a diplomacia é a chave para resolver o problema, tendo defendido que é necessário um esforço adicional de todas as partes envolvidas para garantir a desnuclearização da Península Coreana.

Em açambarcamento?

Os esforços de Mike Pence para isolar Pyongyang surgem numa altura em que se acredita que a Coreia do Norte tem estado a preparar-se para resistir à progressiva perda de parceiros económicos. Números avançados esta semana pelo South China Morning Post demonstram que a importação de bens alimentares da China aumentou drasticamente no último ano, um sinal de que Pequim será mesmo o último aliado do regime.

Dados oficiais da alfândega chinesa apontam para um aumento das exportações em quase 30 produtos. A quantidade de milho enviada para a Coreia do Norte aumentou 32 vezes, ultrapassando as 12.700 toneladas, sendo o bem alimentar mais procurado. Seguem-se as bananas e a farinha.

As bebidas alcoólicas mais do que quadruplicaram, chegando aos 9,5 milhões de litros. Entre os alimentos mais importados pelo país estão ainda o chocolate, o pão e os biscoitos. As estatísticas sobre o arroz exportado pela China no ano passado não estão ainda completas, mas a Coreia do Norte recebeu, no segundo trimestre deste ano, mais de 11 milhões de toneladas de arroz, bastante mais do que os 3,5 milhões que importou no mesmo período do ano passado.

Os recentes lançamentos de mísseis levados a cabo por Kim Jong-un levaram a comunidade internacional a aumentar as sanções ao regime, mas os bens alimentares não fazem parte do pacote de sanções, na esperança de que seja possível manter um padrão de vida mínimo para os cidadãos de um país onde a fome é a realidade da maioria. No entanto, a Coreia do Norte viu serem impostos limites nas exportações. Na passada segunda-feira, a China deixou de comprar marisco ao vizinho, acabando assim com uma fonte de rendimento que, no ano passado, deu a Pyongyang 190 milhões de dólares norte-americanos.

Especialistas analisam dificuldades bélicas de Pyongyang

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] a grande incógnita do momento para os observadores da Coreia do Norte e especialistas em armamento. Existe a convicção de que Pyongyang está efectivamente a preparar armamento nuclear capaz de atingir os Estados Unidos. A retórica de Kim Jong-un tem sido acompanhada por testes a mísseis balísticos que demonstram capacidades militares norte-coreanas que surpreenderam muitos analistas.

Constatado que está o facto de que existe uma ameaça que vai além da propaganda, tenta-se perceber a verdadeira dimensão do poder bélico do regime. Presume-me que os norte-coreanos estão a tentar produzir um dispositivo nuclear com uma dimensão suficientemente pequena e com pouco peso para que possa ser utilizado num míssil, sem prejuízo do seu alcance.

Os especialistas contactados pela Agência Reuters acreditam que, para atingir este objectivo, o regime terá de fazer pelo menos mais um teste nuclear – o sexto – e levar a cabo mais testes com mísseis de longo alcance. No mês passado, a Coreia do Norte testou dois mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla inglesa) com uma carga explosiva mais leve do que qualquer ogiva nuclear que conseguirá produzir neste momento, indicam os analistas.

Uma forma de conseguir fazer uma ogiva mais leve é apostar no hidrogénio, explicam ainda os peritos, recordando que Pyongyang alega ter conseguido testar um engenho do género. O feito está por provar, recorda o director do Programa de Informação Nuclear da Federação Americana de Cientistas, Hans Kristensen. “Fazer algo deste tipo implicará mais testes nucleares”, diz. “A vantagem de uma ogiva termonuclear é que tem maior poder destrutivo com menor peso.”

Choi Jin-wook, especialista sul-coreano, também acredita que será necessário um sexto teste nuclear para que seja possível desenvolver um ICBM com capacidades nucleares. “A ogiva terá de ser pequena e leve, mas a Coreia do Norte não parece ter a tecnologia necessária”, afirma.

Apesar de prometer que tudo fará para a manutenção da paz na península, a Coreia do Sul avisou que a colocação, pelo Norte, de uma ogiva nuclear num ICBM será “pisar uma linha vermelha”. Os Estados Unidos foram mais gráficos na ameaça que fizeram a um eventual ataque do regime de Kim Jong-un.

Sem movimentações

Tratando-se de um regime muito isolado do qual pouco se sabe, as respostas à pergunta “o que vem a seguir” são, por norma, pouco mais do que hipóteses. Ainda assim, poder-se-á dizer que o tempo que Kim Jong-un procura agora ganhar, depois da violência verbal da semana passada com Washington, estará relacionado com a necessidade de não antagonizar totalmente a China. As últimas sanções das Nações Unidas também não terão deixado Pyongyang com desejos de mais punições.

Fonte do exército norte-americano, que pediu à Reuters para não ser identificada, contou que costuma ser observada, com alguma regularidade, actividade em Punggye-ri, o local dos testes nucleares da Coreia do Norte. Mas há já mais de um mês que não se registam movimentos e não há sinais da iminência de um teste.

Além de ter de fazer uma bomba de hidrogénio em miniatura, alguns peritos indicam que os cientistas de Kim Jong-un precisam ainda de desenvolver tecnologia que proteja a ogiva do imenso calor e pressão à reentrada na atmosfera, depois de um lançamento intercontinental.

A Coreia do Sul acredita que os vizinhos do Norte precisam, pelo menos, de mais um ou dois anos para obterem este tipo de tecnologia. Especialistas dos Estados Unidos subscrevem este prazo.

20 Ago 2017

Hong Kong | Condenados a prisão líderes dos protestos de 2014

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]rês líderes estudantis, incluindo Joshua Wong, rosto dos protestos pró-democracia em Hong Kong em 2014, foram ontem condenados a penas de até oito meses de prisão, após o governo ganhar o recurso que pedia penas de prisão efectivas.

Joshua Wong (20 anos) foi condenado a seis meses de prisão, Nathan Law (24 anos) a oito meses de prisão, e Alex Chow (26 anos) a sete meses.

“Podem prender os nossos corpos, mas não as nossas mentes! Queremos democracia em Hong Kong. E não vamos desistir”, escreveu Joshua Wong na sua conta da rede social Twitter, ao conhecer a sentença.

Ao serem condenados a penas de prisão por mais de três meses, os três activistas são impedidos por lei de concorrer ao cargo de deputado por um período de cinco anos, o que na prática os impede de participarem já nas eleições parciais para preencher os lugares vagos deixados após a desqualificação de seis deputados (incluindo Nathan Law).

As penas de prisão decretadas ontem substituem as 80 e 120 horas de serviço comunitário a que Joshua Wong e Nathan Law foram condenados no ano passado, entretanto já cumpridas, assim como a pena suspensa de três semanas de cadeia para o antigo dirigente da federação de estudantes Alex Chow.

Os três activistas tinham sido condenados por crimes como “reunião ilegal”, por invadirem uma área no exterior da sede do governo, conhecida como Civic Square (Praça Cívica) no final de Setembro de 2014.

Esta acção esteve na origem dos protestos em defesa do sufrágio universal para a eleição do chefe do Executivo da cidade, conhecidos como “Revolução dos Guarda-Chuvas” ou “Occupy Central”.

O caso parecia encerrado, mas no início do mês os procuradores pediram ao Tribunal de Recurso a revisão das sentenças dos três activistas, instando os juízes a aplicarem penas de prisão como medida dissuasora para futuros manifestantes.

Outras penas

A sentença de ontem foi conhecida depois de, no início da semana, outros 13 activistas terem visto agravadas as respectivas sentenças, transformadas em penas de prisão efectivas, entre oito e 13 meses, por uma tentativa de entrada forçada no Conselho Legislativo (LegCo).

Este incidente ocorreu em Junho de 2014, meses antes das grandes manifestações pró-democracia.

Os 13 activistas envolveram-se num protesto por causa de um controverso plano de desenvolvimento nos Novos Territórios em Hong Kong, numa altura em que o respectivo financiamento estava a ser discutido pelos deputados.

Na quarta-feira, o deputado pró-democracia Eddie Chu acusou o governo de Hong Kong de “perseguição política” ao pedir recurso dos casos.

Chu disse à Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK) que o governo está a aumentar a repressão contra os dissidentes “com penas de prisão longas de forma a evitarem futuras acções pelos cidadãos de Hong Kong”.

Nathan Law publicou na noite de quarta-feira um comentário no Instagram a avisar os seus seguidores de que esse poderia ser “o último durante algum tempo”.

O mais jovem deputado de Hong Kong, eleito em Setembro do ano passado com apenas 23 anos, foi desqualificado em Julho, juntamente com outros três pró-democratas depois de o tribunal ter declarado inválidos os seus juramentos no parlamento. Outros dois jovens deputados tinham sido desqualificados em Novembro.

Os casos têm sido denunciados como uma tentativa para expulsar os deputados da oposição democraticamente eleitos.

A Human Rights Watch (HRW), sediada nos Estados Unidos, disse na quarta-feira que houve “um aumento das acusações politicamente motivadas contra os líderes pró-democracia de Hong Kong”, desde o final dos protestos de 2014.

“As pessoas estão cada vez mais a perder a confiança na neutralidade do sistema de justiça de Hong Kong”, disse a diretora da HRW, Sophie Richardson, em comunicado, citado pela CNN.

20 Ago 2017

Exército pede aos EUA que descartem intervenção militar na Coreia do Norte

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] general Fan Changlong, o “número dois” da hierarquia militar chinesa, apelou ontem, em Pequim, num encontro com o chefe de Estado Maior norte-americano, Joseph Dunford, para que Washington descarte uma intervenção militar na Coreia do Norte.

“O diálogo é a única solução para a crise nuclear na península da Coreia e uma ação militar não deve ser considerada opção”, afirmou Fan, vice-presidente da Comissão Militar Central, segundo um comunicado do ministério chinês da Defesa.

“Desejamos que a China e os EUA colaborem para promover a resolução desta crise e a paz e estabilidade na península”, disse Fan a Dunford, o mais alto quadro do exército norte-americano a visitar a China desde que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ascendeu ao poder.

O general chinês disse ainda que alguns “erros dos EUA”, como o apoio militar a Taiwan ou a instalação do escudo antimísseis THAAD, na Coreia do Sul, “têm um impacto negativo nas relações”, entre as forças armadas chinesas e norte-americanas.

Tensão alta

A visita de Dunford ocorre uma semana depois de a troca de ameaças entre Washington e Pyongyang ter elevado as tensões na região.

Nos últimos dias, a situação terá estabilizado, com ambos os lados a afastarem a hipótese de uma intervenção militar.

A porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, disse ontem que a “situação começa a mostrar sinais de desanuviamento, apesar de continuar a ser complexa e sensível, pelo que os EUA e a Coreia do Norte têm que se esforçar”.

“A prioridade é travar o programa nuclear da Coreia do Norte e deter o círculo vicioso de escalada de tensões”, afirmou Hua, que defendeu a proposta chinesa de oferecer a Pyongyang o fim das manobras militares conjuntas entre Coreia do Sul e EUA, em troca do fim dos testes nucleares e com mísseis balísticos, realizados pelo regime de Kim Jong-un

20 Ago 2017